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Curso Escotista

GESTÃO DE ADULTOS

NÍVEL AVANÇADO

APOSTILA DO CURSANTE

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Curso AvançadoLinha: Escotista

Apostila do Cursante

Esta é a Apostila do Cursante do Curso Avançado da UEB - União dos Escoteiros do Brasil - para Escotistas, conforme previsto nas Diretrizes Nacionais para Gestão de Adultos, e produzido por orientação da Diretoria Executiva Nacional com base na experiência centenária do Movimento

Escoteiro no Brasil.

1ª Edição - Abril de 2012Atualizado em 20 de Abril de 2012

Conteúdo:Os conteúdos que aparecem nesta apostila foram baseados nos materiais de cursos das

Regiões Escoteiras.

Ilustrações:Foram usados desenhos produzidos ou adaptados por Andréa Queirolo, assim como ilustrações

em geral que fazem parte do acervo da UEB ou são de domínio público.

Diagramação e Montagem:Raphael Luis K.

Organização de Conteúdo:Megumi Tokudome

Todos os direitos reservados.Nenhuma parte desta publicação poderá ser traduzida ou adaptada a nenhum idioma, como

também não pode ser reproduzido, armazenado ou transmitido por nenhuma maneira ou meio, sem permissão expressa da Diretoria Executiva Nacional da União dos Escoteiros do Brasil.

União dos Escoteiros do BrasilEscritório Nacional

Rua Coronel Dulcídio, 2.107Bairro Água Verde

80250-100 - Curitiba - PRwww.escoteiros.org.br

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A Apostila do Participante é um instrumento de apoio aos adultos em processo de formação, cujo conteúdo busca contribuir para o desenvolvimento das competências necessárias para o exercício das atribuições inerentes aos escotistas e dirigentes no Movimento Escoteiro.

A UEB está se dedicando a atualizar e produzir importantes publicações para adultos, contando, para tanto, com a inestimável colaboração e esforço de muitos voluntários de todo o Brasil, além do apoio dos profissionais do Escritório Nacional. A todos que contribuíram, e continuam trabalhando, os agradecimentos do escotismo brasileiro.

É claro que ainda podemos aprimorar o material, introduzindo as modificações necessárias a cada nova edição. Portanto, envie suas sugestões para melhorar o trabalho ([email protected]), pois a sua opinião e participação serão muito bem-vindas!

A qualidade do Programa Educativo aplicado nas Seções, além da eficiência nos processos de gestão da organização escoteira, em seus diversos níveis, depende diretamente da adequada preparação dos adultos.

O nosso trabalho voluntário rende mais e melhores frutos na medida em que nos capacitamos adequadamente para a tarefa. Portanto, investir na formação significa valorizar o próprio tempo que dedicamos voluntariamente ao escotismo.

Além disso, o nosso compromisso com as crianças e jovens exige que estejamos permanentemente dispostos a adquirir novos conhecimentos, habilidades e atitudes, em coerência com a postura de educadores em aper feiçoamento constante.

Desejo que tenham ótimos e proveitosos momentos de formação, que aprendam e ensinem, que recebam e compartilhem. Sejam felizes!

Sempre Alerta!

ALESSANDRO GARCIA VIEIRADiretor de Métodos EducativosUnião dos Escoteiros do Brasil

Apresentação

OBJETIVO DO NÍVEL AVANÇADO ESCOTISTAO objetivo do Nível Avançado é consolidar a

qualificação do adulto para o pleno desempenho de todas as atribuições inerentes ao cargo que está exercendo como Escotista.

Tarefas Préviasa) Ler e discutir com seu Assessor Pessoal de

Formação:

1. Apostila do Curso

2. Livro 250 milhões de Escoteiros

3. Manual do Escotista do Ramo

B) Vivências (escolher duas opções):

• coordenar o planejamento e execução de pelo menos um ciclo de programa;

• participar de forma participativa, de um Fogo de Conselho/Flor Vermelha/Lamparada;

• ter participado de pelo menos dois módulos/seminários/oficina/curso técnico;

• ter participado de pelo menos uma atividade de adultos, no nível distrital, regional ou nacional;

• ter coordenado ou auxiliado em pelo menos uma reunião de pais da seção;

• ter participado de pelo menos três reuniões de Roca de Conselho, Corte de Honra ou Comissão Administrativa do Clã, dependendo se seu ramo de atuação.

Prática Supervisionada 1. Avaliar os resultados obtidos por meio da sua ação

nas atividades escoteiras

2. Atualizar o Plano Pessoal de Formação

3. Aper feiçoar suas habilidades na coordenação do planejamento, execução e avaliação de, pelo menos, três ciclos de programa.

4. Produzir e executar: um projeto da IM; ou vídeos institucionais; ou fichas de atividades; ou grandes jogos; ou algum produto educativo similar.

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Índice

Unidade 1: Avaliando o projeto educativo ....................................................................................... 07

Unidade 2: Espiritualidade III ............................................................................................................ 08

Unidade 3: Utilização de recursos para formação da criança e do jovem (estórias, dramatização, música, etc) ................................................................................................................ 09

Unidade 4: Inclusão de Jovens e Adultos ......................................................................................... 12

Unidade 5: Escotismo e Comunidade ............................................................................................... 17

Unidade 6: Marco Simbólico dos Ramos ......................................................................................... 18

Unidade 7: Valores ............................................................................................................................... 19

Unidade 8: Conversa ao Pé do Fogo ................................................................................................. 23

Unidade 9: Instrumentos de apoio ao Programa Educativo ......................................................... 26

Unidade 10: Conhecimentos, habilidades e competências .......................................................... 26

Unidade 11: Conquista dos Objetivos Educacionais ...................................................................... 27

Unidade 12: Comida Mateira ............................................................................................................ 30

Unidade 13: Perfil do Adulto que Necessitamos ............................................................................ 32

Unidade 14: Liderar e Delegar .......................................................................................................... 32

Unidade 15: Administração do Tempo ............................................................................................. 36

Unidade 16: Ciclo de programa – conceitos gerais e Avaliação Pessoal e Diagnóstico .......... 37

Unidade 17: Proposta e seleção de atividades ............................................................................... 48

Unidade 18: Negociação dos objetivos Educacionais .................................................................... 50

Unidade 19: Pioneirias ........................................................................................................................ 51

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Unidade 20: Escotismo Mundial e Gilwell Park .............................................................................. 53

Unidade 21: Trabalho Em Equipe - Uma Vantagem Competitiva ................................................. 60

Unidade 22: Conselho de Pais e Mobilização de Adultos .............................................................. 61

Unidade 23: Interagindo com os Adultos – Captação e Manutenção ......................................... 63

Unidade 24: Jantar Festivo – Festa das Nações ............................................................................. 66

Unidade 25: Comunicação na seção ................................................................................................ 69

Unidade 26: Prevenção ao Consumo de Drogas ............................................................................ 70

Unidade 27: Conhecendo sobre Sexualidade .................................................................................. 72

Unidade 28: Fogo de Conselho - Flor Vermelha .............................................................................. 73

Unidade 29: Compromissos e valores para o futuro – Plano Pessoal de Formação ................ 74

Unidade 30: Jornada/Caminhadas e Escaladas (Teoria e prática) .............................................. 76

Unidade 31: Criatividade e Inovação ................................................................................................ 76

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Unidade 1: Avaliando o Projeto Educativo

O Escotismo está organizado em Ramos, que se distinguem por programas e atividades diferentes, dentro da mesma metodologia escoteira. A organização dos Ramos, nos distintos países, pode sofrer algumas diferenças. No Brasil, eles assim são adotados:

a) Ramo Lobinho, para meninos e meninas de 7 a 10 anos, denominados lobinhos (meninos) ou lobinhas (meninas),

b) Ramo Escoteiro, para rapazes e moças de 11 a 14 anos, denominados escoteiros (rapazes) e escoteiras (moças);

c) Ramo Sênior, para rapazes e moças de 15 a 17 anos, denominados seniores (rapazes) e guias (moças); e

d) Ramo Pioneiro, para rapazes e moças de 18 a 21 anos (incompletos), denominados pioneiros (rapazes) e pioneiros (moças).

Após a participação do jovem durante todo o ciclo como membro juvenil no Movimento Escoteiro, provocamos aqui aos adultos do Movimento no papel de educador uma reflexão: “Que homens e mulheres estamos oferecendo a sociedade?”

No Projeto Educativo do Movimento Escoteiro diz que desejamos que os jovens que tenham sido escoteiros façam o melhor possível para ser:

Um homem e uma mulher

Reto de caráter, limpo de pensamento, autêntico em sua forma de agir, leal, digno de confiança.

Um homem e uma mulher

Capaz de tomar suas próprias decisões, respeitar o ser humano, a vida e o trabalho honrado; alegre, e capaz de partilhar sua alegria, leal ao seu país, mas construtor da paz, em harmonia com todos os povos.

Um homem e uma mulher

Líder a serviço do próximo.

Um homem e uma mulher

Integrado ao desenvolvimento da sociedade, capaz de dirigir, de acatar leis, de participar, consciente de seus direitos, sem se descuidar dos seus deveres.

Forte de caráter, criativo, espançoso, solidário, empreendedor.

Um homem e uma mulher

Amante da natureza, e capaz de respeitar sua integridade

Um homem e uma mulher

Guiado por valores espirituais, comprometido com o seu projeto de vida, em permanente busca de Deus e coerente com a sua fé.

Capaz de encontrar seus próprios na sociedade e ser feliz.

Fonte: parte do Texto foram extraídos do Projeto Educativo do Movimento Escoteiro e o documento POR.

Anotações:

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Unidade 2: Espiritualidade IIIO Projeto Educativo – a relação com Deus

• Convidamos os jovens a ir além do mundo material, a orientar suas vidas por princípios espirituais e a seguir caminhando em busca de Deus, presente na existência de todos os dias, na criação, no próximo, na história.

• Convidamos os jovens a assumir a mensagem de sua fé, buscá-la e vivê-la na comunidade de sua confissão religiosa, compartilhando da fraternidade dos que se unem em torno de uma mesma religião e sendo fiéis a suas convicções, seus símbolos e suas celebrações.

• Destacamos diante dos jovens a importância de integrar a fé à vida e à conduta, dela prestando testemunho em todos os seus atos.

• Além disso, nós os convidamos a viver sua fé com alegria, sem nenhuma hostilidade para com aqueles que buscam, encontram ou vivem respostas diferentes diante de Deus, abrindo-se ao interesse, à compreensão e ao diálogo com todas as opções religiosas.

• Uma pessoa guiada por estes princípios reconhece, vive e compartilha o sentido transcendente de sua vida, sem posicionamentos sectários e sem fanatismo.

Quando não atingimos o propósito do Movimento Escoteiro totalmente?

Pode acontecer que os Chefes se descuidem do desenvolvimento afetivo e espiritual quando:

• A seção encontrou seu ritmo de vida;

• O cativante treinamento conduz os jovens à conquista de etapas e especialidades;

• A preparação/execução de atividades que envolvem desafios físicos e sociais ocupa a maior parte do tempo.

As atividades físicas em contato com a natureza, com seus desafios, levam os jovens a aceitar surpreendentemente programas de privação. Eles dão provas de resistência que até espantam seus familiares. Este comportamento, frequentemente, leva os jovens a concluir que o estabelecimento de valores, o empenho para tê-los como objetivos de vida, está reservado

aos tipos franzinos, enquanto os tipos formidáveis conquistam os picos dos montes e colocam em suas mangas uma série de distintivos.

Corremos ainda o risco de desenvolver uma mentalidade infantil que se fixa para toda a vida. A falta de espaço para meditação e reflexão impede o jovem de amadurecer. As programações de atividades que se concentram apenas em realizações e formidáveis proezas, todas muito alegres, podem negar ao jovem a possibilidade dele viver e de incorporar os valores que podem auxiliar na conquista dos verdadeiros objetivos que deve atingir.

Os jovens crescem e não se decidem a assumir suas responsabilidades na sociedade, porque guardam de tal modo, em sua mente, recordações das aventuras escoteiras, que ficam com a impressão inevitável e o desejo inconsciente de que a vida é feita apenas para se divertir.

Atividades que facilitam o desenvolvimento da espiritualidade

De forma equilibrada com as demais potencialidades, a espiritualidade pode ser desenvolvida por meio das seguintes atividades:

• cultos escoteiros planejados e executados pelos próprios jovens;

• debates sobre temas relacionados com a espiritualidade;

• palestras de especialistas;

• serviços e desenvolvimentos comunitários;

• vigílias, autoanálises e reflexões;

• depoimentos;

• orações e canções;

• boas ações; e

• aplicação da Promessa e Lei Escoteira.

Encontramos jovens com os mais variados graus de envolvimento com uma vida espiritual. Alguns têm formação adquirida em suas famílias e frequentam regularmente ofícios religiosos. Em outros casos deparamos com jovens que não têm o hábito de participar de uma comunidade religiosa, frequentaram cultos até uma determinada idade (primeira comunhão

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ou confirmação), ou até mesmo nunca tiveram envolvimento com qualquer manifestação religiosa. Para cada caso é necessária que os adultos escoteiros utilizem abordagens diferentes.

Anotações:

Unidade 3: Utilização de recursos para formação da criança e do jovem (estórias, dramatização, música, etc)

Recursos como dramatizações, histórias, músicas, danças e outros podem ser utilizadas para uma programação especial de uma data comemorativa por exemplo.

Temas para uma Reunião Especial:

Primeiramente temos que pensar no objetivo a ser alcançado e assim determinar a escolha do tema, que deverá ser empolgante para a criança/jovem, lembrando que o segredo e a surpresa são os maiores aliados para o sucesso.

Temos uma grande variedade de temas para Reuniões Especiais:

• Acontecimentos reais e atuais (Jogos Olímpicos, Corrida de Fórmula I)

• Histórias (Caramuru, Índios Brasileiros)

• Legendários (lendas e temas da literatura)

• Folclóricos

• Visitas imaginárias (Jardim Zoológico, Circo, Viagem ao redor do Mundo)

• Visão futurista (Viagem a Marte)

• Imaginação pura (Vida dos Eletrodomésticos)

• Etc.

Ingredientes de uma reunião Especial:

• Abertura festiva

• Jogos

• Trabalhos manuais

• Músicas

• História

• Dramatizações

• Experiências curiosas

• Adereços teatrais, vestimentas e fantasias (adultos representando personagens do tema e vestidos de acordo).

• Encerramento

Quando realizá-las?

• Ocasionalmente

• No máximo duas vezes ao ano – 1° e 2° semestre.

Quem planeja?

Todos os Escotistas em conjunto.

Trabalhos Manuais

Trabalho manual é um desafio para o jovem. Este desafio será o fio desencadeador do processo construtivo que o levará ao desenvolvimento de alguns aspectos.

Aspectos que poderão ser desenvolvidos:

• Coordenação Motora e Habilidade Manual - ao trabalhar com as mãos, os jovens desenvolvem a sua coordenação motora fina e sua habilidade manual.

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• Autocontrole - ajuda ao jovem a controlar suas ansiedades, sua raiva, sua inquietude.

• Auto expressão, Criatividade e Imaginação - para criar o jovem põe em ação sua imaginação, criatividade e auto expressão.

• Atenção e Concentração - ajuda o jovem a aumentar o seu tempo de atenção dirigida e concentração ao realizar seu trabalho manual.

• Sensibilidade e Confiança - ao lidar com diferentes materiais, colocando sua criatividade e imaginação em ação, o jovem desenvolve sua sensibilidade e confiança

• Espírito de Equipe - é um momento de partilha dentro da Alcateia/tropa/clã

Por meio do trabalho manual, o jovem poderá descobrir um “passatempo” que o agrade quando criança, sendo útil depois, quando adulto. Assim, é muito importante que ele experimente os mais variados tipos de técnicas, a fim de poder identificar estas situações.

Alguns conselhos úteis para aplicação dos trabalhos manuais:

• Respeitar a habilidade de cada um – alguns apresentam mais criatividade que outros, mais habilidades que outros. É muito importante o respeito ao trabalho realizado, para que a criança/jovem queira realizar outros em outras ocasiões.

• Atenção para a dificuldade do trabalho solicitado - devem atender as especificidades de sua Alcateia/tropa/etc, partindo dos mais simples para os mais complexos.

• Incentivar a originalidade

• Usá-los progressivamente - partir de trabalhos que exijam menor tempo de concentração para realizá-lo, menor dificuldade, progredindo gradativamente, para tornar a atividade do trabalho manual interessante e atrativa.

Não devemos nunca desfazer do trabalho de uma criança/jovem. Cada um tem o seu limite e tenta sempre o “MELHOR POSSÍVEL”.

Dramatizações

Características

Proporciona livre expressão da imaginação e vivência social.

A dramatização atrai o jovem pelas seguintes características: gosto pela representação criado pelo seu exibicionismo, identificação com heróis e feitos famosos, gosto pela imitação e prazer de construir algo.

A dramatização desenvolve na criança/jovem:

• Expressão corporal - a criança/jovem utiliza seu corpo para representar diversas situações.

• Expressão verbal, perda de inibição e introversão - para representar um personagem o jovem se expressa verbalmente, desinibindo-se e tornando-se extrovertido.

• Criatividade e imaginação - para criar sua personagem a criança/jovem põe em ação sua imaginação e criatividade.

• Concentração - a representação de sua personagem ajuda a criança/jovem a aumentar o seu tempo de atenção dirigida e concentração

• Vida em equipe - a dramatização proporciona uma forma intensa da vida em equipe.

• Identificação de qualidades artísticas - qualidades artísticas poderão ser identificadas e desenvolvidas a partir das dramatizações.

Técnicas de aplicação

Três elementos essenciais são encontrados nas técnicas de dramatização:

• Tipo - entre os tipos podemos encontrar os seguintes: livres, mímicas, pantomimas, marionetes, sombras, óperas, dublagens, radionovelas, coreografias, jograis, monólogos, noticiários, sombras, dublagens.

• Tema - como temas poderão ser usados os seguintes: contos infantis, fábulas, passagens bíblicas, história (pré-história, medieval, antiga, brasileira, etc.), povos (chineses, nações indígenas, egípcios, romanos, etc), lendas folclóricas, poesias, canções, quadros parados, frases (provérbios), palavras (liberdade, lealdade, honestidade), situações do cotidiano (no lar, passeios, na escola,...), heróis (Bat-Man, Tarzan, Robinson, etc) profissões (carpinteiro, bombeiro, médico, etc).Sendo naturalmente admitido o tema livre, desde que visem aspectos positivos, sem desrespeitar pessoas, crenças ou deficiências.

• Forma - Com relação à forma, entendem-se os seguintes elementos: enredo, organização das falas, expressão corporal, caracterização, cenário, sonorização, luz.

A combinação destes elementos é que formará a apresentação, sendo admitidas inúmeras variações, exemplos:

Tipo: Radionovelas

Tipo: Mímica Tipo: Fantoches

Tema: Leis de trânsito

Tema: Profissões Tema: Fábulas

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Forma: Sonorizada

Forma: Caracterização

dos personagens, sem cenário.

Forma: Cenário

História

Como contar uma história...

Objetivos:

• Divertir (dar prazer, alegria)

• Desenvolver:

• A linguagem

• A capacidade de expressão

• A habilidade de ouvir, compreender e interpretar

• O gosto pela leitura

• O caráter

• O raciocínio

• A imaginação

• O senso crítico

• A criatividade

Quando utilizá-la?

• Nas reuniões normais:

- como fundo de cena para jogos

- como narração de contos, histórias da jângal, história de heróis, vida de B-P, etc

• Nas dramatizações

• Nas atividades especiais e outras atividades

Duração da História

De 15 a 20 minutos, sempre observando o estágio de desenvolvimento do jovem.

Quanto ao conteúdo

• Enredo simples

• Gravuras claras e coloridas

• Clima emocional

• Ter um final com sensação de contentamento e tranquilidade

• Filmes

Sugestões para o “Contador de Histórias”:

• Observar: local, acomodação, texto (de acordo com o desenvolvimento), tom de voz, gestos, palavras novas, material à mão

• Contar (preferencialmente com apoio), da forma mais natural possível

• Ao terminar comente enredo, personagens, ações e final

• Programe algo para aproveitamento (maquetes, fantoches, etc)

Sugestão: Programe sempre incluir histórias depois de uma atividade agitada, dias de chuva, atividades noturnas.

Técnicas e materiais usados para se contar uma história:

• Flanelogravuras - gravuras com lixa ou velcro coladas atrás que serão exibidas em um quadro recoberto com flanela ou feltro.

• Quadro de pregas - um quadro feito de pano ou papel com pregas, onde serão colocados os personagens ou gravuras, ilustrado a história narrada.

• Álbum seriado – flip-chart - a história pode ser construída em folhas de grandes, formando um álbum seriado.

• Cineminha - televisão improvisada onde a história gira em rolo, apresentando na tela gravura a gravura, como se fosse um filme.

• Sanfona - gravuras organizadas em um álbum em forma de sanfona.

• Gravuras soltas - a serem apresentadas aos jovens, de acordo com a história contada.

• Argola - gravuras presas por argolas, formando um álbum.

• Com inter ferência - os jovens participam da história repetindo um determinado refrão, ou fazendo ruídos de animais...

• Slides - Histórias contados com auxílio de um projetor de slides.

• Dvd

• Cinema

• Teatro: de sombra, vara, expressão de mãos, fantoches, etc

• Projetor

• You tube

Canções

E existe maior expressão da alegria do que o canto?

Somente esta razão seria suficiente para que incluíssemos as canções em todas as reuniões, mas as canções oferecem ainda outros atrativos:

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Sociabilização: As canções são contagiantes; todos se sentem “parte do time”. Cantando todos se confraternizam e, muitas vezes esmorece as desavenças e brota o perdão.

Desinibição: As mesmas características aglutinantes e de efeito contagiante que as canções têm justificam o fato de serem responsáveis pela desinibição.

Desenvolvem o apreço pelas atividades artísticas. Muitas pessoas não cantam, alegando ter uma voz pouco atraente. Mas não cantamos para fazer “shows” (para isso temos os artistas!). Cantamos para nos alegrar. Soltar a voz é muito importante e as crianças e jovens devem ser estimulados para isso. Desta forma pegarão o gosto pela arte e ficarão mais atentos aos ritmos e às letras, desenvolvendo, consequentemente, um senso artístico.

Técnicas de aplicação

Pensando em crianças/jovens como seres transbordantes de energia, vitalidade e animação, boas canções farão memoráveis momentos e, quando se sentir que chegou o momento de buscar a calma, a pedida será canções mais lentas e tranquilas.

“Uma das qualidades essenciais de quem dirige uma cançao é saber contagiar a maioria, fazendo com que todos cantem, mesmo aqueles que por diversos motivos jamais cantaram ou gostem de fazê-lo. O canto é uma das grandes válvulas e serve para livrar-se das pressões afetivas e também do cansaço.”

Existem diversos tipos de canções e diversas maneiras de cantá-las, mas o mais importante é saber adequá-las a cada momento.

Os Escotistas deverão ensinar canções simples aos seus lobinhos e estas com certeza serão os seus “perenes refrões”.

Algumas delas poderão ser usadas como complemento do aprendizado e suas letras deverão ser simples, do domínio do vocabulário e deverão ser apresentadas por intermédio de um cartaz ou em folhas escritas individuais. Gravadores ou MP3 também podem ser utilizados.

Canções cômicas e repetitivas devem ser usadas para animar. Em caminhadas, as canções são especialmente bem-vindas, pois servem como distração e motivam.

A melhor posição para ensinar uma canção é em círculo sentado. Todos deverão ser motivados a cantar, sem uma cobrança demasiada dos mais tímidos. A repetição contagiará a todos e se transformará em momentos especiais de qualquer atividade

Anotações:

Unidade 4: Inclusão de Jovens e Adultos

Um Olhar para a InclusãoPor: Claudia Grabois Dischon

A diversidade está presente nas nossas vidas a partir do momento do nosso nascimento. Nunca vimos o rosto de nossos pais, mesmo assim a partir do momento que nos sentimos aceitos e amados neste novo mundo pós-uterino ficamos mais aptos para enfrentarmos a nova realidade, um mundo a ser descoberto e construído. Assim nós crescemos descobrindo e convivendo com o novo até que um dia nos deparamos com as rupturas impostas pelo preconceito, que é filho do medo, às vezes com tanto poder em nossas vidas. Ficamos então com uma grande vontade de banir tudo o que é diferente e passamos anos tentando nos restringir a uma zona de conforto imaginária, que na melhor das hipóteses

adiará este encontro fantástico com a diversidade, com pessoas diferentes, em lugares diferentes, de uma maneira talvez um pouco diferente daquela para a qual fomos programados.

Inclusão é uma palavra rica, que envolve compreensão, um novo olhar para o outro, e sobre tudo, um novo olhar para nós mesmos. Inclusão não significa assimilação, não há na inclusão uma perda de valores éticos , religiosos e culturais, pelo contrário, é um adicional ao legado dos nossos pais, é uma soma de culturas com total respeito à diversidade, é na verdade quando temos a chance de encararmos nossos valores e nossa moralidade de frente.

Existem pessoas com deficiências aparentes, sejam elas motoras, físicas ou mentais, estas deficiências estão expostas, as outras pessoas que não se

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enquadram neste quadro são aquelas com deficiências ocultas em maior ou menor grau. O convite para que venham participar da nossa festa pode ser feito agora, pois todos cabem neste contexto inclusivo de iguais diferentes.

Toda vida é sagrada e a inclusão é escolha pela vida, a aceitação de nós mesmos e precisamos estar presentes nesta celebração inclusiva, de convivência entre diferentes. A partir do momento que nos aceitamos como seres humanos, pessoas que vencem, que falham, que acertam que erram, que também convivem com suas própria limitações, ficamos mais aptos a aceitar quem aparentemente não é como nós. Todos nós temos a centelha divina, somos todos abençoados, há sempre mais uma benção a ser dada e bênçãos são inclusivas. Mesmo que muitas vezes nos pareça difícil, pois são tantos os nossos questionamentos, toda vida é uma dádiva, toda vida é um grande acontecimento.

A inclusão é a igualdade pela aceitação da diversidade, é o caminho da paz social e o caminho da paz no mundo, por mais difícil que está ideia nos pareça. É o desenvolvimento de uma nova ordem, não é na verdade uma ideia radical, mas, como já disse, uma escolha pela vida, onde os pais de homossexuais poderão conviver naturalmente com seus filhos, onde uma pessoa em cadeira de rodas terá acesso aos ambientes, pessoas com deficiência mental serão respeitadas ,os cegos e surdos estarão integrados , enfim, a diversidade fará parte do nosso cotidiano.

A inclusão sempre nos fará pensar no mundo em que vivemos e em como desejamos que seja este mundo,para nós,nossos filhos e nossos netos.É o reconhecimento de que todos fomos feitos a imagem e semelhança de Deus, e somos todos capazes de amar e amor é a chave para inclusão.

Somos inclusivos, quando acreditamos que quem não pensa como nós e não tem a nossa crença é merecedor do mesmo respeito de que nós nos consideramos dignos, somos também inclusivos quando acreditamos que quem pensa como nós mas não tem exatamente a nossa aparência é merecedor deste mesmo respeito, somos também inclusivos quando acreditamos que aqueles que não tem a mesma opção sexual são também merecedores deste respeito.

Estamos mais próximos da inclusão quando encaramos a velhice de frente, quando encaramos as doenças, quando encaramos nossa auto rejeição, nosso medo da morte. Se ainda não estamos hoje, todos nós estaremos sujeitos a buscar a nossa própria inclusão, em algum momento de nossas vidas, mesmo que seja em retorno, como aquele que afastado de sua religião um dia ouve um chamado e iniciará o caminho de volta, talvez não seja tão fácil aprender as rezas, se relacionar com as

pessoas, ainda estranhas, mas é preciso voltar, se incluir, se aproximar, compartilhar, fazer parte e acreditar.

Inclusão é amor, é abraçar a vida, é crença no divino, é fé no potencial humano, é igualdade, diversidade, é compartilhar, discordar, é respeito pela diferença, é o caminho da paz, a busca da plenitude, exercício de tolerância, diminuição brusca da violência, diversidade na sala de aula, riqueza na nossa vida.

Vamos começar nas nossas casas, na nossa comunidade e vamos sonhar juntos que este seja realmente o nosso sonho, o sonho de um mundo inclusivo, o sonho de um mundo melhor.

Como chamar os que têm deficiência?Por: Romeu Kazumi Sassaki

Em todas as épocas e localidades, a pergunta que não quer calar-se tem sido esta, com alguma variação: “Qual é o termo correto - portador de deficiência, pessoa portadora de deficiência ou portador de necessidades especiais?” Responder esta pergunta tão simples é simplesmente trabalhoso, por incrível que possa parecer.

Comecemos por deixar bem claro que jamais houve ou haverá um único termo correto, válido definitivamente em todos os tempos e espaços, ou seja, latitudinal e longitudinalmente. A razão disto reside no fato de que a cada época são utilizados termos cujo significado seja compatível com os valores vigentes em cada sociedade enquanto esta evolui em seu relacionamento com as pessoas que possuem este ou aquele tipo de deficiência.

Os movimentos mundiais de pessoas com deficiência, incluindo os do Brasil, estão debatendo o nome pelo qual elas desejam ser chamadas. Mundialmente, já fecharam a questão: querem ser chamadas de “pessoas com deficiência” em todos os idiomas. E esse termo faz parte do texto da Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência, a ser aprovada pela Assembléia Geral da ONU em 2005 ou 2006 e a ser promulgada posteriormente através de lei nacional de todos os Países-Membros.

Eis os princípios básicos para os movimentos terem chegarem a esse nome:

1. Não esconder ou camuflar a deficiência;

2. Não aceitar o consolo da falsa idéia de que todo mundo tem deficiência;

3. Mostrar com dignidade a realidade da deficiência;

4. Valorizar as diferenças e necessidades decorrentes da deficiência;

5. Combater neologismos que tentam diluir as diferenças, tais como “pessoas com capacidades

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especiais”, “pessoas com eficiências diferentes”, “pessoas com habilidades diferenciadas”, “pessoas deficientes”, “pessoas especiais”, “é desnecessário discutir a questão das deficiências porque todos nós somos imperfeitos”, “não se preocupem, agiremos como avestruzes com a cabeça dentro da areia” (i.é, “aceitaremos vocês sem olhar para as suas deficiências”);

6. Defender a igualdade entre as pessoas com deficiência e as demais pessoas em termos de direitos e dignidade, o que exige a equiparação de oportunidades para pessoas com deficiência atendendo às diferenças individuais e necessidades especiais, que não devem ser ignoradas;

7. Identificar nas diferenças todos os direitos que lhes são pertinentes e a partir daí encontrar medidas específicas para o Estado e a sociedade diminuírem ou eliminarem as “restrições de participação” (dificuldades ou incapacidades causadas pelos ambientes humano e físico contra as pessoas com deficiência).

Conclusão

A tendência é no sentido de parar de dizer ou escrever a palavra “portadora” (como substantivo e como adjetivo). A condição de ter uma deficiência faz parte da pessoa e esta pessoa não porta sua deficiência. Ela tem uma deficiência. Tanto o verbo “portar” como o substantivo ou o adjetivo “portadora” não se aplicam a uma condição inata ou adquirida que faz parte da pessoa. Por exemplo, não dizemos e nem escrevemos que uma certa pessoa porta olhos verdes ou pele morena.

Uma pessoa só porta algo que ela possa não portar, deliberada ou casualmente. Por exemplo, uma pessoa pode portar um guarda-chuva se houver necessidade e deixá-lo em algum lugar por esquecimento ou por assim decidir. Não se pode fazer isto com uma deficiência, é claro.

A quase totalidade dos documentos, a seguir mencionados, foi escrita e aprovada por organizações de pessoas com deficiência que, no atual debate sobre a Convenção da ONU a ser aprovada em 2003, estão chegando ao consenso quanto a adotar a expressão “pessoas com deficiência” em todas as suas manifestações orais ou escritas.

Escotismo e InclusãoAutora: MARILUCE GOMES N. MAIA PEREIRA – UEB-SP

O Escotismo, maior movimento de educação não-formal para crianças e jovens de todo o mundo, desde sua fundação, tem recebido pessoas com deficiência em suas fileiras, ainda que esporadicamente, fruto de

iniciativas isoladas de Grupos Escoteiros ou de umas poucas organizações escoteiras nacionais.

A Conferência Mundial do Movimento Escoteiro de 1988 tomou importantes decisões sobre a prática do Escotismo por deficientes físicos, defendendo a opinião de que todos os líderes no Movimento têm responsabilidade de promover o Escotismo para pessoas com deficiência; recomendando a todas as organizações escoteiras nacionais a rever seus programas, a fim de satisfazer às necessidades de todos os jovens, a despeito das deficiências que possam ter; encorajando fortemente a todas as organizações escoteiras nacionais que garantam a existência de uma pessoa com influência na Equipe Nacional de Programa responsável especificamente por promover o Escotismo para deficientes; e instando as Organizações Escoteiras Nacionais a que disponibilizem recursos suficientes para a promoção efetiva do Escotismo com deficientes.

Os jovens devem ser os principais agentes de seu próprio desenvolvimento, mesmo aqueles com incapacidades, e o Movimento Escoteiro deve oferecer-lhes – assim como faz aos demais jovens – plenas oportunidades para envolvimento e participação.

Embora o conceito e a prática universal da inclusão sejam muito recentes, os mesmos já eram preconizados pelo Movimento Escoteiro, praticamente desde sua fundação. O fundador do Escotismo afirmava que “queremos especialmente ajudar o mais fraco a não sentir suas fraquezas, e a ganhar esperança e força”.

Já em 1919, em seu livro “Aids to Scoutmastership”, Baden-Powell afirma: “Por toda parte no Escotismo há inúmeros meninos aleijados, surdo-mudos e cegos que agora estão ganhando mais saúde, alegria e esperança do que tinham antes. Baden-Powell percebeu que algumas adaptações se faziam necessárias:” A maioria desses meninos não é capaz de passar nas provas escoteiras normais, sendo supridos com provas especiais ou alternativas”. Além disso, em consonância com a orientação dos nossos dias (isto é, 80 a 90 anos a sua frente), ele adverte que deve-se evitar a superproteção ou paternalismo: “O que é admirável nesses meninos é sua alegria e entusiasmo para fazer tudo o que lhes for possível no Escotismo. Eles não querem provas e tratamento mais especiais do que o estritamente necessário.” Seguindo o mesmo princípio, ele enfatiza a regra geral da educação: ajudá-los a tornarem-se autônomos o máximo possível e a adquirirem auto-estima: “O Escotismo os ajuda unindo-os à uma fraternidade mundial, dando-lhes algo que fazer e pelo que esperar, oferecendo-lhes uma oportunidade de provar a si mesmos e aos outros que eles podem fazer coisas por si mesmos – e coisas difíceis também”

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INTEGRAÇÃO x inclusãoO Movimento Escoteiro mundial adere à idéia da

inclusão da pessoa com deficiência, e não da simples integração da mesma. Cabendo, portanto, diferenciar os termos integração e inclusão, de modo que, um entendimento claro do conceito inclusão, venha evitar erros na implantação e operacionalização do Escotismo para Todos no Brasil.

Não se trata de uma mera troca de verbos, mas de novo olhar sobre a pessoa com deficiência como sendo alguém que se insere no “nós”, no “todos”.

Quando atingirmos esse progresso, esse grau de desenvolvimento humano, essa naturalidade diante da diversidade, o preconceito e a segregação serão uma realidade muito distante. Quando o objetivo da verdadeira inclusão houver ocorrido, o fato de uma pessoa sofrer um acidente e transformar-se num portador de deficiência significará apenas que suas aptidões mudaram e que ela deve adequar-se a uma nova condição de vida, também repleta de oportunidades.

Tanto a integração quanto a inclusão, constituem formas de inserção social das pessoas com deficiência. Com o diferencial de que, na prática da integração – definida mais claramente nas décadas de 60 e 70 – era baseada no “modelo médico”, visando modificar (habilitar, reabilitar, educar) a pessoa com deficiência, para torná-la apta a satisfazer os padrões aceitos no meio social (familiar, escolar, profissional, recreativo, ambiental).

Já a prática da inclusão, que se inicia na década de 80 e se consolida nos anos 90, vem seguindo o “modelo social”, segundo o qual a nossa tarefa é modificar a sociedade para torná-la capaz de acolher todas as pessoas que, uma vez incluídas nessa sociedade em modificação, poderão ser atendidas em suas necessidades comuns e/ou especiais.

Assim:

Integração: inserção da pessoa deficiente devidamente preparada para conviver na sociedade.

Inclusão: modificação da sociedade como pré-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania.

“As necessidades de aprendizagem dos incapacitados exigem atenção social. São necessários passos para se oferecer igualdade de acesso à educação a todas as categorias de pessoas incapacitadas como parte integral do sistema educacional”.

Dicas para Conviver e Apoiar Pessoas com Deficiência

Fonte: http://www2.camara.gov.br

Apresentamos a seguir algumas orientações que as pessoas podem seguir nos seus contatos com as pessoas com deficiência. Não são regras, mas esclarecimentos resultantes da experiência de diferentes pessoas que atuam na área e que apontam para as especificidades dos diferentes tipos de deficiências.

Como chamar:

• Prefira usar o termo hoje mundialmente aceito: “pessoa com deficiência (física, auditiva, visual ou intelectual)”, em vez de “portador de deficiência”, “pessoa com necessidades especiais” ou “portador de necessidades especiais”;

• Os termos ”cego” e “surdo” podem ser utilizados;

• Jamais utilizar termos pejorativos ou depreciativos como “deficiente”, “aleijado”, “inválido”, “mongol”, “excepcional”, “retardado”, “incapaz”, “defeituoso” etc.

Pessoas com deficiência física

• É importante perceber que para uma pessoa sentada é incômodo ficar olhando para cima por muito tempo. Portanto, ao conversar por mais tempo que alguns minutos com uma pessoa que usa cadeira de rodas, se for possível, lembre-se de sentar, para que você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível.

• A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Apoiar-se na cadeira de rodas é tão desagradável como fazê-lo numa cadeira comum onde uma pessoa está sentada.

• Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado. Preste atenção para não bater naqueles que caminham à frente. Se parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa também possa participar da conversa.

• Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à pessoa com deficiência.

• Se achar que ela está em dificuldades, ofereça ajuda e, caso seja aceita, pergunte como deve proceder. As pessoas têm suas técnicas individuais para subir escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa de ajuda inadequada pode até atrapalhar. Outras vezes, o auxílio é essencial. Pergunte e saberá como agir e não se ofenda se a ajuda for recusada.

• Se você presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência, ofereça-se imediatamente para auxiliá-la. Mas nunca aja sem antes perguntar se e como deve ajudá-la.

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Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for escolher uma casa, restaurante, teatro ou qualquer outro local que queira visitar com uma pessoa com deficiência física.

Não se acanhe em usar termos como “andar” e “correr”. As pessoas com deficiência física empregam naturalmente essas mesmas palavras.

Pessoas com deficiência visual

• É bom saber que nem sempre as pessoas com deficiência visual precisam de ajuda. Se encontrar alguém que pareça estar em dificuldades, identifique-se, faça-a perceber que você está falando com ela e ofereça seu auxílio.

• Nunca ajude sem perguntar como fazê-lo. Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando. Num corredor estreito, por onde só é possível passar uma pessoa, coloque o seu braço para trás, de modo que a pessoa cega possa continuar seguindo você.

• É sempre bom avisar, antecipadamente, sobre a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e outros obstáculos durante o trajeto.

• Ao explicar direções, seja o mais claro e específico possível; de preferência, indique as distâncias em metros (“uns vinte metros à nossa frente”, por exemplo). Quando for afastar-se, avise sempre.

• Algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam com pessoas cegas. A menos que ela tenha, também, uma deficiência auditiva que justifique isso, não faz nenhum sentido gritar. Fale em tom de voz normal.

• Não se deve brincar com um cão-guia, pois ele tem a responsabilidade de guiar o dono que não enxerga e não deve ser distraído dessa função.

• As pessoas cegas ou com visão subnormal são como você, só que não enxergam. Trate-as com o mesmo respeito e consideração dispensados às demais pessoas. No convívio social ou profissional, não as exclua das atividades normais. Deixe que elas decidam como podem ou querem participar.

• Fique à vontade para usar palavras como “veja” e “olhe”, pois as pessoas com deficiência visual as empregam com naturalidade.

Pessoas com paralisia cerebral

• A paralisia cerebral é fruto da lesão cerebral, ocasionada antes, durante ou após o nascimento, causando desordem sobre os controles dos músculos do corpo. A pessoa com paralisia cerebral não é uma criança, nem é portador de doença grave ou contagiosa.

• Trate a pessoa com paralisia cerebral com a mesma consideração e respeito que você usa com as demais pessoas.

• Quando encontrar uma pessoa com paralisia cerebral, lembre-se que ela tem necessidades específicas, por causa de suas diferenças individuais, e pode ter dificuldades para andar, fazer movimentos involuntários com pernas e braços e apresentar expressões estranhas no rosto.

• Não se intimide, trate-a com naturalidade e respeite o seu ritmo, porque em geral essas pessoas são mais lentas. Tenha paciência ao ouvi-la, pois a maioria tem dificuldade na fala. Há pessoas que confundem esta dificuldade e o ritmo lento com deficiência intelectual.

Pessoas com deficiência auditiva

• Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Algumas fazem a leitura labial, outras não.

• Ao falar com uma pessoa surda, acene para ela ou toque levemente em seu braço, para que ela volte sua atenção para você. Posicione-se de frente para ela, deixando a boca visível de forma a possibilitar a leitura labial. Evite fazer gestos bruscos ou segurar objetos em frente à boca. Fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas sem exagero. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar.

• Ao falar com uma pessoa surda, procure não ficar contra a luz, e sim num lugar iluminado.

• Seja expressivo, pois as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, e as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo são excelentes indicações do que você quer dizer.

• Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual. Se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou.

• Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, elas não se incomodam em repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas. Se for necessário, comunique-se por meio de bilhetes. O importante é se comunicar.

• Mesmo que pessoa surda esteja acompanhada de um intérprete, dirija-se a ela, e não ao intérprete.

• Algumas pessoas surdas preferem a comunicação escrita, outras usam língua de sinais e outras ainda preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e concentração. Você pode

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tentar se comunicar usando perguntas cujas respostas sejam sim ou não. Se possível, ajude a pessoa surda a encontrar a palavra certa, de forma que ela não precise de tanto esforço para transmitir sua mensagem. Não fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua conversa.

Pessoas com deficiência intelectual

• Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência intelectual.

• Trate-a com respeito e consideração. Se for uma criança, trate-a como criança. Se for adolescente, trate-a como adolescente, e se for uma pessoa adulta, trate-a como tal.

• Não a ignore. Cumprimente e despeça-se dela normalmente, como faria com qualquer pessoa.

• Dê-lhe atenção, converse e verá como pode ser divertido. Seja natural, diga palavras amistosas.

• Não superproteja a pessoa com deficiência intelectual. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário.

• Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.

Anotações:

Unidade 5: Escotismo e Comunidade

Atividades ComunitáriasPara desenvolver nas crianças e nos jovens o

gosto por ajudar os outros a Matilha/Tropa/Clã pode planejar diferentes atividades comunitárias. Um ponto importante é olhar ao redor da sede do próprio Grupo, na comunidade próxima, e levantar como os escoteiros podem ajudar.

Os escoteiros podem desenvolver atividades de “serviço”, onde usam suas capacidades para resolver um problema, geralmente com ações pontuais, ou atividades de “desenvolvimento comunitário”, em que os escoteiros ajudam a comunidade a encontrar a solução para um problema, geralmente através de um projeto mais elaborado. As duas ações são válidas, deve-se atentar para um detalhe: o assistencialismo presente nas ações de “serviço” deve, sempre que possível, ceder lugar a projetos que ajudem efetivamente a comunidade. Se um colégio precisa de reformas, uma das ações pode ser auxiliar nos reparos. Mas, descobrir o motivo do vandalismo e executar uma ação que reduza este comportamento gera muito mais comprometimento e aprendizado.

Como ponto importante deve-se ressaltar, ainda, que os jovens não devem ser usados apenas como “mão de obra barata” para instituições que promovem eventos, e que se sempre há riscos quando se coloca jovens em contato com o trabalho e com público. As regras de segurança devem ser bem planejadas, comunicadas e cobradas de todos.

As atividades Comunitárias são chamadas de Boas Ações coletivas no Ramo Lobinho.

Fonte: Escotistas em Ação! Ramo Escoteiro

Anotações:

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Unidade 6: Marco Simbólico dos Ramos

O Movimento Escoteiro oferece um marco simbólico para as distintas etapas de crescimento.

É próprio do Movimento Escoteiro oferecer aos jovens diversas visões simbólicas, que vão substituindo umas às outras nos diferentes Ramos para ajustar-se às diferentes faixas etárias. Estas representações da realidade, que chamamos de marcos simbólicos e que caracterizam cada Ramo, oferecem aos jovens uma motivação apropriada ao seu processo de amadurecimento e acompanham seu crescimento desde a etapa do pensamento imaginário e a moral convencional até a idade do pensamento crítico, a consciência ética e o compromisso.

Ramo Lobinho – O povo Livre dos lobos

Através de contos e representações, Lobinhos e Lobinhas se familiarizam com as dezenas de histórias do “Livro do Jângal”, a centenária fábula de Rudyard Kipling.

O processo de aquisição de hábitos e valores se reforça mediante o contraste entre dois povos que representam estilos muito diferentes e formas de ser, que simbolizam atitudes que nos assediam continuamente na vida e diante das quais devemos optar. A alcateia de Seeonee é uma sociedade reconhecida na selva por sua capacidade de organização. Em oposição aos Bandar-logs, o povo sem lei dos macacos, os lobos têm uma sociedade baseada no pertencimento a uma Alcateia e no cumprimento da lei, o que faz deles um povo respeitado pelos demais. Sem ordem, sem solidariedade, sem metas claras e sem constância para chegar até suas metas não se pode ser livre: assim são os Bandar-logs. E ser Bandar-log é coisa muito diferente, é viver sempre com a cabeça no ar, e dos galhos das árvores, criticar sem participar, fazer barulho, tecer intrigas, porém nunca pisar em terra firme, jamais assumir responsabilidades. Não tem como errar, é melhor ser como o povo livre dos lobos que têm uma lei.

Ramo Escoteiro – Explorar novos territórios com um Grupo de amigos

Entre 11 e 15 anos, o marco simbólico proposto para os Escoteiros guarda uma estreita relação com o dinamismo que eles experimentam e expressam através de suas atividades espontâneas: conhecer o mundo (explorar), apropriar-se de novos espaços (novos territórios) e vincular-se cada vez mais com seu grupo de pares (com um grupo de amigos).

A expressão explorar novos territórios com um grupo de amigos é um ambiente de referência que reforça a vida em comum na patrulha e na Seção Escoteira, contribuindo para dar coerência a tudo o que se faz. Este ambiente permite apresentar os valores de maneira atrativa, incentiva a imaginação, desenvolve a sensibilidade, reforça o pertencimento, marca um mesmo propósito e motiva e dá importância à conquista de objetivos pessoais, de forma divertida e desafiadora

Ramo Sênior – Superar seus próprios desafios

Na faixa etária do Ramo Sênior, o jovem se depara com o desafio de buscar a formação da identidade pessoal. Já não se trata apenas de descobrir o mundo, mas também de identificar o espaço que se ocupará neste mundo. A exploração muda de propósito: não basta andar por aí vendo como fazem o mundo, tem que se preparar para fazê-lo. É chegada a hora de Superar seus próprios Desafios.

Ramo Pioneiro – Tenho um projeto para a minha vida

Os pioneiros vivem uma aventura que já não é simbólica ou imaginária, já que permite aos jovens experimentar o papel real do adulto por meio do serviço e das atividades de desenvolvimento comunitário. Estabelece vínculos de solidariedade bem além das barreiras sociais, culturais, nacionais ou étnicas, e incentiva a integração social e profissional. É uma aventura no coração da vida real, a rota da vida. Por estas razões não existe nenhum fundo de cena no Ramo Pioneiro. O único Ramo que tem fundo de cena é o Ramo Lobinho. O conceito Superar seus próprios Desafios, símbolo dos Seniores, passa a ser mais pessoal e desafiante no Ramo Pioneiro. Assim como o jovem e a jovem transcorrem desde a busca e descobrimento da identidade pessoal até a ocupação de um espaço na sociedade, a continuidade do símbolo vai da superação de desafios à construção de um projeto para a vida.

Tenho um projeto para minha vida, expressão simbólica que o método propõe aos Pioneiros, coincide com a proposta do fundador do Escotismo para os jovens desta idade: “toma tua própria canoa e rema”. Já não se trata de viver uma aventura que é em parte individual e parte em equipe. Mais ou menos próximo de definir sua identidade pessoal, agora é o tempo em que o jovem deverá começar paralelamente a definir um propósito para sua vida. E a equipe que está presente, porém de um modo diferente, pode ajudar muito nesta

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tarefa. No entanto, a responsabilidade é individual. Ninguém poderá viver pelo jovem a vida que ele ou ela começarão a viver a partir desta etapa.

Então, tem que ter um projeto para a vida. A expressão não é puramente simbólica: na prática, a grande tarefa dos Pioneiros no Clã é a construção, desenvolvimento, avaliação e reformulação contínua, por escrito, de um Plano de Desenvolvimento Pessoal.

Não se espera que, nesta etapa Pioneira, um jovem desenhe completamente o que será seu projeto durante sua vida adulta. O que se espera é que se acostume com o exercício de se propor um futuro e começar a caminhar em direção a ele. De fato, em sua etapa Pioneira, os jovens reformulam várias vezes seu Plano de Desenvolvimento Pessoal, já que tão importante quanto o Projeto é o processo, isto é, a aprendizagem e interiorização da ideia de ter sempre uma visão de si, de saber quanto se está avançando no caminho de ser o que se quer ser.

Para saber mais sobre Marco Simbólico, consulte o Manual do Escotista do Ramo.

Anotações:

Unidade 7: Valores

O que são Valores?Segundo Rokeach (1981), “um valor é uma crença

firme no sentido de que um determinado modo de conduta ou determinado estado. São preferíveis a modos de conduta, ou estados terminais alternativos”.

Segundo o dicionário do AURÉLIO, valores são (3) “As normas, princípios ou padrões sociais aceitos ou mantidos por indivíduo, classe, sociedade, etc.”

Outra definição (Theo Dorson and Theodorson), (69) é: um princípio abstrato e generalizado de comportamento com o qual os membros de um grupo se sentem fortes, positiva e emocionalmente compromissados e fornece um padrão para julgar atos e metas específicas.

Para que servem os valores?O homem não pode viver sem valores, que são uma

parte integral dele e que o fazem humano.

Os valores são as regras e guias que dão aos seres humanos as direções do dia-a-dia.

O que nos impede de saltarmos do alto de um edifício é o valor que damos a nossa vida. Entretanto o desejo de viver, como todos os valores, é variável.

Existem pessoas que se voluntariam para missões suicidas (kamikazes no Japão, homens-bomba, etc.).

Para complicar ainda mais a situação, as pessoas estão sujeitas a mais de um conjunto de valores ao mesmo tempo. Além dos valores pessoais, existem os sistemas de valores dos grupos.

Estes grupos incluem a família, amigos comunidades, organizações de trabalho, cidades, estado, nações e o mundo.

Qualquer grupo com alguma coesão irá formar algum sistema de valores.

E o que é um sistema de valores?“É uma disposição hierárquica de valores, uma

classificação ordenada de valores ao longo de um contínuo de importância” (Rokeach)

Os conflitos nestes sistemas de valores ocorrem quando dois grupos diferentes encontram-se frente a frente. Isto é visto com frequência entre os valores da família e os valores do grupo de colegas ou amigos.

A família pode dar valor ao trabalho duro, responsabilidade, planejamento e honestidade. O grupo de amigos pode valorizar atitudes desinteressadas, “ir

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levando”, resolver as coisas à medida que aparecem e “levar vantagem”.

O que são valores no escotismo?São aqueles estabelecidos nos princípios do

movimento escoteiro e expressos na Lei e na Promessa. Aderir ao Movimento Escoteiro significa firmar um compromisso pessoal frente a determinados valores.

Os artigos da Lei Escoteira

• O escoteiro tem uma só palavra e sua honra vale mais do que a própria vida – O escoteiro é uma pessoa de confiança, isto é, seus atos e suas palavras são coerentes com sua vida interior. Ele é sincero, autêntico, franco. Para ser digno de confiança é preciso amar a verdade e ser fiel ao verdadeiro, é saber que mais vale uma tristeza autêntica do que uma falsa alegria. Um verdadeiro escoteiro não troca sua honra por dinheiro, sucesso, fama ou poder.

• O escoteiro é leal – Ser leal ou fiel é persistir em nossa fé naquilo que é importante, é crer ativamente na constância de nossos valores. Para os escoteiros as coisas dignas de fidelidade se expressam na síntese de nossa Promessa: o amor a Deus, o serviço ao país, sua terra e sua gente, e no esforço contínuo para viver os valores contidos na Lei Escoteira: a verdade, a solidariedade, a proteção à vida e à natureza, a alegria, a limpeza de coração.

• O escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação – Servir ao próximo é olhar com atenção e respeito para o ser humano, é descobrir e aceitar o outro tal como ele é, pondo-se livremente a serviço dos demais para que cada um seja, dentro de sua própria dignidade, tudo aquilo que está chamado a ser. Servimos porque entendemos que, pelo serviço, nos encontramos com o homem, e quando nos encontramos com o homem nos aproximamos de Deus.

• O escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros – Ser amigo é compartilhar com todos, é praticar o desprendimento, é abrir nossas vidas para que os outros tenham nela um espaço. Quem compartilha descobre que nós todos temos algo a dizer, que nós todos necessitamos de espaço por meio dos quais possamos nos manifestar, que todos merecemos ser respeitados e apreciados.

• O escoteiro é cortês – É ser amável, é ser capaz de acolher e aceitar o outro porque só lhe deseja o bem, não simplesmente gestos educados que se esgotam na aparência, é ser verdadeiramente gentil.

• O escoteiro é bom para os animais e as plantas – Ele respeita a vida pelo que ela realmente é e protege a natureza, tomando consciência da relação que existe entre o homem e as demais espécies animais e vegetais.

• O escoteiro é obediente e disciplinado – Para o escoteiro ser obediente e disciplinado significa se organizar e não fazer nada pela metade, quando se compromete age de acordo com o compromisso assumido porque sabe que foram assumidos com pessoas que confiaram em sua palavra. Ele organiza sua vida porque valoriza o trabalho em equipe e entende que no cumprimento dos compromissos assumidos entre todos reside o êxito de qualquer tarefa.

• O escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades – A vida precisa ser enfrentada com alegria e boa disposição de espírito. A alegria de viver não impede que encaremos com seriedade nossas obrigações e relações. Alegria não é rir dos outros, é alegre quem ri com os demais e a todos convida a rir, compartilhando sua alegria. É ser otimista e enfrentar o que vier pela frente com humor e força de vontade, acreditando sempre no sucesso.

• O escoteiro é econômico e respeita o bem alheio – Descobrindo nossas potencialidades podemos, por meio delas, intervir na construção do mundo, contribuir com o máximo que formos capazes de fazer, de um modo criativo e consciente da diversidade das capacidades e expressões humanas. O escoteiro valoriza o trabalho. Ser econômico não é ser avarento, é usufruir das coisas sem desperdício, é respeitar e valorizar o que se tem e o que não nos pertence.

• O escoteiro é limpo de corpo e alma – O escoteiro tem integridade na alma, possui retidão de espírito . Pratica a bondade porque ela faz parte de si, é verdadeiro. Esse artigo nos convida a fazer um questionamento constante sobre o quanto de integridade existe em nossa alma, no que pensamos, dizemos e fazemos.

São valores que se integram a outros traços da personalidade para formar o caráter daquele cidadão responsável, participante e útil que temos por propósito ajudar a formar. Valores que reconhecemos essenciais, perenes e que, por isso mesmo, não estão sujeitos

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aos modismos e características sociais momentâneas, ditadas por circunstâncias conjunturais as mais diversas.

São entre outros: Honra, Amor ao Próximo, Amizade, Preservação da Natureza, Disciplina, Honestidade, Fraternidade, Lealdade, Responsabilidade, Religiosidade, Cortesia, Sinceridade, Autocontrole, Coerência e Dignidade de Pensamentos, Palavras e Ações.

Assumir compromisso com a preservação de tais valores, longe de ser uma postura retrógrada e conservadora, é uma atitude revolucionária. No respeito a esses valores reside a grande reforma social que o Escotismo se propõe a realizar dotando a sociedade de cidadãos que não se envergonhem de um comportamento reto, honesto.

Em um nível ideal, a Lei Escoteira estabelece os princípios que devem ser aceitos subscritos voluntariamente, como estilo de vida de todo membro do Movimento.

Há primeiro o princípio espiritual: “Dever para com Deus”. Ele não está ligado a qualquer cultura ou filosofia e aplica-se, igualmente, a todas as expressões da dimensão espiritual do homem, seu conceito de vida e sua necessidade de pensamentos mais absolutamente elevados. Os escoteiros, sejam eles budistas ou cristãos, muçulmanos ou hindus, aceitam esta dimensão e encontram, no Movimento Escoteiro, meios para nutrir a fé, exprimir as crenças e prosseguirem em sua busca de valores espirituais.

Há também um princípio social: “Dever para com os demais”. Este é a expressão da solidariedade, a nível local, nacional e internacional. Implícito neste princípio está um compromisso de servir aos demais por meio de ação concreta, participação no desenvolvimento e boa vontade em liderar e trabalhar conjuntamente.

O terceiro é um princípio pessoal: “Dever para consigo”. Este é a responsabilidade de crescer. Cada indivíduo sendo o artesão do seu próprio desenvolvimento, a ele compete conduzir-se de uma maneira responsável realizando seu potencial. A moderna psicologia tem como grande tema que mesmo sobre pressão o indivíduo pode liberar-se e viver o seu destino, mas ninguém pode fazê-lo em seu lugar.

A Lei está ligada, de maneira inseparável, à Promessa que, de fato, dá validade, realidade e até mesmo efetividade a ela. Através da Promessa o jovem compromete-se, sem compulsão, de livre e espontânea vontade. Isto é a essência democrática básica deste ato voluntário de adesão, que dá significado à Lei.

A Promessa EscoteiraA promessa é um compromisso voluntário de cumprir

a Lei Escoteira, feito diante de si mesmo, dos demais

e de Deus. As palavras em que ela se expressa e seus conceitos são bem simples.

“Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para cumprir meus deveres para com Deus e minha Pátria, ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião e obedecer a Lei Escoteira.”

O jovem, através da promessa, se compromete, simplesmente, a fazer o melhor de si mesmo para cumprir o prometido. Esperar que ele nunca falte ao compromisso assumido seria esperar demais da natureza humana, mas promete sinceramente fazer tudo que dependa dele.

O primeiro compromisso é com Deus, o jovem deve intensificar a relação de amizade com Ele e promete orientar sua vida pelo amor: amor ao próximo, a sua família, a seus amigos, à Criação, a seu país. A presença de Deus é parte da relação pessoal que com Ele estabelece cada jovem, é um gesto de reconhecimento do vínculo que os une.

O compromisso com a Pátria é servir a terra em que vivemos, é proteger a natureza, garantir a fertilidade do solo, manter puro o ar e limpa a água, eliminar o lixo, não contaminar e proteger o ambiente.

É assumir um compromisso com a gente desta terra, a justiça, como fundamento da paz, com os que mais sofrem, com os pobres, com os marginalizados, os segregados e os excluídos. É respeitar a cultura da gente que vive nesta terra, amar a música, as tradições, o idioma, os estilos culturais que fazem parte de nossa identidade.

A boa ação que os jovens se propõem a fazer todos os dias é um convite para agir, a converter o compromisso em fatos concretos.

O compromisso com a Lei Escoteira é realmente viver a Lei Escoteira, fazer com que ela se integre a nossas convicções e a nossa forma de ser como se fosse parte de nós mesmos. É um compromisso para toda a vida, no Movimento e fora dele.

O papel do escotista, como exemplo imitado pelos jovens, assume uma relevância muito especial. Ele não é, nem se pretende, um santo. É um ser humano como tantos, cheio de virtudes e dos defeitos que nos marcam e nos distinguem uns dos outros. Entre suas virtudes, entretanto, se destaca a fidelidade aos valores que pretende cultivar no jovem. No seu procedimento como cidadão não sobra espaço para os subter fúgios, para as soluções ilegais usualmente aceitas ou para o desrespeito consentido às regras que a sociedade produziu e que o desprezo de alguns acabou por transformar em falácias.

No Programa de Jovens alguns destes valores são citados explicitamente para observação e avaliação do chefe, levando em conta o desenvolvimento e a maturidade do jovem.

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Sabemos que cada jovem se desenvolve de acordo com um ritmo próprio, e dizemos que o indivíduo tem maturidade quando o seu comportamento está de acordo com as características da sua idade.

ProgressividadeO Escotismo é caracterizado por sua progressividade.

A todo o momento estamos recebendo novos jovens, que convivem com outros mais experientes. Ao fazer sua Promessa, o novo membro aceita voluntariamente o sistema de valores do Escotismo e promete frente ao seu chefe, tendo sua Seção por testemunha que fará o melhor possível para respeitá-los.

À medida que o jovem amadurece e a sua experiência em escotismo cresce, são esperadas uma maior identificação e compreensão dos valores expressos na Promessa e Lei Escoteira. A velocidade em que ocorre esta transformação é determinada pelo próprio jovem.

A Evolução dos Valores: Rumo a MaturidadeAté 10 anos – Ramo Lobinho: imitam os pais e formam

hábitos.

De 11 a 14 anos – Ramo Escoteiro: acompanham os pais nas suas convicções.

De 15 a 18 anos – Ramo Sênior: tendem a agir com mais independência dos pais, criam hábitos próprios e começam a acreditar que sabem tudo.

De 19 a 21 anos – Ramo Pioneiro: tornam-se indiferentes em relação à vida espiritual. Paralelamente, ocorre um grande crescimento intelectual.

De 21 anos até terem filhos – assumem a Chefia e passam a auxiliar jovens a criarem valores.

A partir do surgimento dos filhos, passam a ser o centro de informações para a formação de valores de seus próprios filhos.

O movimento escoteiro está fundamentado em princípios que se identificam com os valores da maioria das religiões e mesmo de pessoas que não praticam nenhuma religião: coerência, moralidade, lealdade, amizade, amor ao próximo, cortesia, preservação da natureza, preservação do bem alheio, etc...

As programações das atividades no Movimento Escoteiro devem criar oportunidades para que os jovens desenvolvam sua própria hierarquia de valores, sem direcioná-las à prática de um determinado credo. O Chefe deve ficar atento para que as atividades no Escotismo à sempre que possível ß não coincidam com reuniões ou cultos dos quais os jovens participem.

Pode acontecer que os chefes dediquem maior ênfase aos desenvolvimentos físico, intelectual e social, descuidando dos desenvolvimentos afetivo e espiritual.

Com seus desafios, as atividades físicas levam os jovens à frequentemente concluírem erroneamente que o estabelecimento de valores e o empenho para tê-los como objetivo de vida estão reservados aos tipos franzinos e não aos formidáveis, que realizam proezas.

As programações escoteiras, plenas de realizações, podem permitir que a vaidade do jovem subverta os verdadeiros objetivos que devem atingir. Os jovens crescem e não se decidem a assumir suas responsabilidades na sociedade, porque guardam de tal modo em suas mentes recordações das aventuras escoteiras, levando-os a pensar que a vida é feita para se divertirem.

A função do chefe nestes casos é conduzir a uma análise reflexiva que mostre ao jovem os reais objetivos de crescimento.

Como devemos avaliar valores?

Dos Jovens

O escotista avalia de forma contínua e informal a evolução dos valores dos jovens.

O Aconselhamento é um instrumento que o Chefe dispõe para influenciar na descoberta dos verdadeiros valores.

O exemplo do escotista e sua lealdade à Promessa e Lei Escoteira são seus instrumentos mais valiosos.

O importante é que antes de iniciar a avaliação de valores o escotista saiba o que o jovem pensa, quais são seus hábitos e como a espiritualidade é tratada em seu lar.

Quando não possui familiaridade com a religião que o jovem pratica, pode ser solicitado auxílio ao ministro religioso ou aos pais. Deve-se, no entanto tomar o cuidado de preparar a pessoa que vai avaliar o jovem, explicando-lhe o objetivo da avaliação, evitando que este momento possa ser usado como um instrumento de pressão para conquistar outros objetivos.

A avaliação de valores deve ocorrer de forma agradável, em um ambiente reservado para que o jovem possa se sentir à vontade. O escotista deve propiciar condições para que o jovem fale, evitando correções de pequenos detalhes. O conteúdo das respostas deve ser compatível com a maturidade. Ele deve ser estimulado ao cumprimento da Promessa Escoteira, que passa a ser incorporado ao seu sistema de valores. E, se o jovem apresentar alguma dificuldade, o escotista deve auxiliá-lo a estabelecer metas de melhorias.

Uma situação bastante delicada ocorre quando o jovem declara não aderir a princípios religiosos. A abordagem neste caso deve ser concentrada na Promessa e Lei Escoteira. A aceitação do jovem aos

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princípios escoteiros contidos na Promessa o leva a refletir e o auxiliam a definir seu sistema de valores.

Dos Escotistas

O Método Escoteiro no seu quinto item mostra de forma clara que para o desenvolvimento pessoal do jovem é necessário o EXEMPLO PESSOAL DO ADULTO.

Pouco se pode esperar de um Grupo ou Seção cujo Chefe não se identifique com os princípios do Movimento Escoteiro ou não dê bom exemplo de comportamento. Jovens e adultos aceitam com mais facilidade a liderança de pessoas que possuem carisma, o qual aliado à identificação com os princípios do Movimento Escoteiro e o bom comportamento produz bons resultados.

Destacamos entre as características de pessoas que possuem carisma: a atenção dada aos demais, o conhecimento de técnicas, a arte de falar bem, o capricho nas roupas que usa, a aparência física e assim por diante. A maioria dos conflitos e decepções no Movimento Escoteiro ocorre com pessoas que possuem carisma, porém – mesmo que secretamente – não se identificam com os Princípios do Movimento Escoteiro e não têm um comportamento adequado.

Mais cedo ou mais tarde a verdade aparece e os maiores prejudicados são os jovens que depositaram confiança em quem não merecia. Na seleção de adultos para atuarem no Movimento Escoteiro deve-se tomar o cuidado de aceitar somente pessoas que tenham identificação com os princípios do Movimento Escoteiro. Deve ficar claro desde o início que a direção do Grupo Escoteiro avalia permanentemente os chefes e que os comportamentos inadequados podem determinar o afastamento do colaborador, cancelando seu Acordo

Mútuo.

O Jovem desenvolve seu próprio sistema de valores!

Fatores que influenciam:

a) Características do indivíduo

b) Família

c) Meios de comunicação

d) Classe de renda

e) Escola

f) Igreja

g) Amigos (Rua, clube, escola, igreja)

h) Características da cidade

i) Grupo escoteiro

j) Idade, meio ambiente, cultura, tempo...

Fonte: Texto baseado em: ROKEACH, MILTON. Crenças, Atitudes e Valores. Rio de Janeiro. Ed. Interciências (1981).

Anotações:

Unidade 8: Conversa ao Pé do Fogo

A arte de contar histórias

Monteiro Lobato e alguns de seus personagens

O dia 18 de abril foi instituído como o dia nacional da literatura infantil, em homenagem à Monteiro Lobato.

“Um país se faz com homens e com livros”. Essa frase criada por ele demonstra a valorização que o mesmo dava à leitura e sua forte influência no mundo literário.

Monteiro Lobato foi um dos maiores autores da literatura infanto-juvenil, brasileira. Nascido em Taubaté, interior de São Paulo, em 18 de abril de 1882, iniciou sua carreira escrevendo contos para jornais estudantis. Em 1904 venceu o concurso literário do Centro Acadêmico XI de Agosto, época em que cursava a faculdade de direito.

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Como viveu um período de sua vida em fazendas, seus maiores sucessos fizeram referências à vida num sítio, assim criou o Jeca Tatu, um caipira muito preguiçoso.

Depois criou a história “A Menina do Nariz Arrebitado”, que fez grande sucesso. Dando sequência a esses sucessos, montou a maior obra da literatura infanto-juvenil: O Sítio do Picapau Amarelo, que foi transformado em obra televisiva nos anos oitenta, sendo regravado no final dos anos noventa.

Dentre seus principais personagens estão D. Benta, a avó; Emília, a boneca falante; Tia Nastácia, cozinheira e seus famosos bolinhos de chuva, Pedrinho e Narizinho, netos de D. Benta; Visconde de Sabugosa, o boneco feito de sabugo de milho, Tio Barnabé, o caseiro do sítio que contava vários “causos” às crianças; Rabicó, o porquinho cor de rosa; dentre vários outros que foram surgindo através das diferentes histórias. Quem não se lembra do Anjinho da asa quebrada que caiu do céu e viveu grandes aventuras no sítio?

Dentre suas obras, Monteiro Lobato resgatou a imagem do homem da roça, apresentando personagens do folclore brasileiro, como o Saci Pererê, negrinho de uma perna só; a Cuca, uma jacaré muito malvada; e outros. Também enriqueceu suas obras com obras literárias da mitologia grega, bem como personagens do cinema (Walt Disney) e das histórias em quadrinhos.

Na verdade, através de sua inteligência, mostrou para as crianças como é possível aprender através da brincadeira. Com o lançamento do livro “Emília no País da Gramática”, em 1934, mostrou assuntos como adjetivos, substantivos, sílabas, pronomes, verbos e vários outros. Além desse, criou ainda Aritmética da Emília, em 1935, com as mesmas intenções, porém com as brincadeiras se passando num pomar.

Monteiro Lobato morreu em 4 de julho de 1948, aos 66 anos de idade, no ano de 2002 foi criada uma Lei (10.402/02) que registrou o seu nascimento como data oficial da literatura infanto-juvenil.

O Dia Internacional do Livro e dos Direitos de Autor é comemorado na data de 23 de abril, a qual registra o falecimento de escritores como Cervantes e Shakespeare. É uma comemoração importante, celebrada desde 1996, por decisão da UNESCO.

Quem de nós pode ignorar o livro? Ele talvez seja o essencial entre os produtos essenciais da cesta básica letrada, essa que nos alimenta o espírito. Teve até um Ministro da Educação, o Christovam Buarque, que queria o livro ao lado do feijão na costumeira cesta básica do brasileiro. Por que será que essa ideia não vingou?

Houve tempos em que o livro era composto letra por letra. Hoje, ele é produzido em moderníssimas máquinas, mas continua a ser fruto de um processo trabalhoso.

Após notar a ideia e encher de letras as folhas em branco, o escritor procura uma editora e apresenta os originais para avaliação. Ao final desse processo, eles poderão ser aceitos ou recusados. Se aceitos, seguem-se a assinatura do contrato entre autor e editora, bem como a editoração profissional da obra, um trabalho hercúleo, minucioso, suado. Pronto o livro, o desafio é fazê-lo circular para que o leitor saiba que o livro existe.

Diferentemente disso, um livro pode ser autopublicado. Entretanto, a autopublicação continua a não ser bem vista porque ela, custeada pelo próprio autor, nem sempre é avaliada como deve e termina passando ao largo dos critérios de qualidade exigíveis para o material destinado a virar livro. Os originais contratados para publicação por uma editora, ao contrário, são submetidos a uma análise rigorosíssima, feita por especialistas, o que, quase sempre, valoriza sobremaneira o trabalho. Dá-lhe confiabilidade. Se o leitor soubesse o quanto de energias demanda um livro, não importando em que modalidade ele chega à luz, certamente o amaria mais, como sugeriu Rilke. Não o estima, por exemplo, quem simplesmente o xerocopia, como se faz nas universidades, nem sempre por má fé, mas por um misto de necessidade e desinformação.

Pensando nisso, e visando a combater a pirataria no setor, a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos lançou, em agosto de 2007, um programa chamado “Pasta do Professor”. Esse programa oferece capítulos de livros avulsos aos estudantes, para evitar que eles tenham que xerocopiá-los.

Ocorre que a xerocópia causa prejuízo aos autores e aos editores. Obviamente, não me refiro aos grandes conglomerados capitalistas do setor. Falo de empresas mais modestas e dos autores, os quais, em face da parca remuneração por seu trabalho, simbólica na maioria dos casos, muitas vezes se sentem desestimulados e param de produzir.

Para valorizar o livro, o autor, o editor e todos os profissionais que atuam em sua produção, de maneira esmerada e extrema dedicação, o ideal seria que todos pudessem comprar livros e difundi-los “à mão cheia”, como pediu Castro Alves.

Há muitos séculos, Cícero disse que “Uma casa sem livro é como um corpo sem alma”. Isso se parece com a morte. A vida, ao contrário, sempre multiforme, também está no livro. Como disse Borges, o livro é “uma extensão da memória e da imaginação”. Imaginação – que não tenhamos medo de usá-la para apoiarmos programas que valorizam o livro, a começar por quem precisa dele para se formar e ter melhores recursos para batalhar pela realização na vida pessoal, profissional e social.

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Agora como eu faço para contar histórias?Pois bem, se dispa de qualquer pudor, se desiniba,

ponha um ritmo na sua oratória, use o seu poder de persuasão, memorize a história que deseja contar e acredite no seu potencial criativo e aproveite!

Dessa forma:

1. Ritmo

Variação do Tom – muda a voz, imitar os animais, abaixar e levantar a voz, falar lentamente, aumentar o ritmo do enredo.

E como fazer isto?

Aprender fazendo, experimentar a própria voz de todas as maneiras, conhecer os recursos que ela tem. Graves, agudos, lenta, rápida, trêmula, são modos como a voz pode se posicionar. Exercitando a voz por meio de trava-línguas, vozes de animais, onomatopéias e com muito exercício a cada dia se produz mais sons diferentes e mais difíceis.

2. Energia

A energia é a vida na estória. Faz-se necessário ao contador de estórias utilizar as suas próprias experiências para falar dos sentimentos dos personagens, descrever lugares, dar vida àquilo que narra, sem palavras vazias e carregadas de emoção.

Como se dá isto?

Buscar na memória as situações já vivenciadas de medo, angústia, tristeza, alegria, prazer, espanto. Recordar-se de expressões de ser uma pessoa corajosa, fofoqueira, gentil, malvada, boazinha, mesquinha e outros tipos.

3. Expressão

Conhecer as próprias expressões faciais que estão ligadas à sua energia pessoal e é traduzida em gestos, coisas, ocupação do espaço com o próprio corpo.

4. Poder

O contador de estória tem uma capacidade de seduzir o ouvinte e esse é o seu poder. Dosar o ritmo, a energia, a expressão, os gestos certos, e, o poder de captar a atenção do ouvinte e compartilhar com ele os momentos da estória.

5. Memorização

Criando imagens você pode revitalizar a estória.

Quando se lê ou se escuta uma estória, cria-se mentalmente, como uma tela de cinema.

6. Improvisação

Utilizar o contexto no qual o contador está inserido.

O improviso na linguagem corrente significa fazer algo que não foi premeditado e, improvisar é deixar acontecer em cena.

Enfim, alguns truques:

• Busque um espaço aconchegante que estimule a imaginação, pode ser debaixo de uma árvore, numa sala calma, numa biblioteca, etc.

• Tenha uma mala ou um baú cheio de objetos que poderão ser seus coadjuvantes, fantoches, chapéus, sinos, alguns instrumentos musicais simples como um tambor, pau-de-chuva, gaita, flauta.

• Que tal vestir-se de forma diferente na hora da contação de história!

Anotações:

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Unidade 9: Instrumentos de apoio ao Programa Educativo

Segundo o documento POR, são Escotistas todos aqueles que, possuindo capacitação pré-estabelecida para o fim que se propõem, foram nomeados para cargo ou função cujos beneficiários diretos são os membros juvenis, tais como Chefes de Seção, seus Assistentes, instrutores e auxiliares. Os Escotistas são os responsáveis pela aplicação do Método Escoteiro por meio do Programa Educativo.

Para que o adulto consiga desempenhar as suas funções adequadamente, a União dos escoteiros do Brasil oferece instrumentos de apoio que auxiliará nas suas funções.

Os cursos do sistema de formação e atividades formativas ( palestras, seminários, módulos, oficinas, etc) são oferecidos aos adultos voluntários nas modalidades presenciais e à distância com o objetivo de qualificar no desempenho das suas funções. Quanto mais informação e formação o adulto possua, estima-se mais qualidade na aplicação do programa educativo junto aos jovens e crianças.

A instituição oferece Manuais do Escotista que auxilia na aplicação do Programa Educativo de acordo com o seu respectivo Ramo de atuação. Uma versão de bolso

também é oferecida aos escotistas contendo de forma resumida os principais tópicos.

Outro instrumento que a instituição oferece aos adultos são as literaturas. O manual de especialidades, Manual da Insíginia Mundial do Meio Ambiente são apenas alguns dos materiais que apoiam os escotistas no desempenho da aplicação do Programa Educativo.

Fonte: Parte do texto foi extraído do documento POR.

Anotações:

Unidade 10: Conhecimentos, habilidades e competências

O conhecimento (saber) é a informação que uma pessoa possui sobre os assuntos relacionados com a matéria própria da tarefa que desempenhará. Não se trata só de quantidade ou qualidade da informação, nem mesmo de decorar, mas sim de como utilizar a informação relevante frente a um problema determinado. As avaliações habituais do conhecimento de uma pessoa tendem a medir a resposta adequada entre uma variedade de respostas, porém não medem se essa resposta é capaz de atuar baseada nesse conhecimento. Por exemplo, a capacidade de escolher o melhor argumento é muito diferente da aptidão para enfrentar uma discussão com desenvoltura. Afinal, o conhecimento auxilia no que uma pessoa possa fazer, porém não o que realmente fará.

As habilidades (saber fazer) são destrezas que se possuem para desempenhar certa tarefa física ou mental e que se pode adquirir mediante treinamento

e experiência. Um exemplo típico é a “boa mão” da cozinheira, que dá ao assado o ponto apropriado, o do dentista, para curar uma cárie sem danificar o nervo.

As atitudes (saber ser) são predisposições relativamente estáveis da conduta que envolve todos os âmbitos ou dimensões da pessoa, estabilizando seu modo de ser nas relações com os demais e com o mundo. Um professor pode ter um domínio intelectual da matéria que ensina e possuir perícia para comunicar conceitos, porém não será competente para a tarefa se carece de uma atitude de respeito para com seus alunos e de incentivo para com suas capacidades emergentes.

Existem competências que dependem fortemente de alguns componentes, podendo-se falar de competências que se relacionam mais com o saber e o saber fazer, enquanto outras se relacionam mais com o saber ser.

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Para ajudar os jovens a conquistar essas Competências são oferecidas atividades

Para que os jovens caminhem facilmente em direção a essas competências, e para que os escotistas tenham parâmetros na avaliação do que os jovens conquistam, para cada uma dessas competências foram propostas atividades. Essas atividades são os indicadores de aquisição das Competências.

As competências são uma proposta

O conjunto de competências é uma proposta que oferece aos jovens a oportunidade de assumir seus próprios objetivos de crescimento pessoal. Por meio do diálogo entre esta proposta e o que um jovem deseja para si mesmo, os objetivos finais – assumidos, modificados ou complementados – se convertem nos objetivos dos Projetos Pessoais de cada um.

A proposta reflete claramente os valores escoteiros e dela se desprendem o tipo de homem e mulher que o Movimento contribui a formar. Isto não significa que se pretende dar origem a seres iguais, já que cada jovem é uma pessoa única, com diferentes necessidades, aspirações e capacidades, e com diversas maneiras de tomar para si os valores a que o Movimento Escoteiro se propõe.

A proposta de Competência

A competência se apresenta da seguinte forma:

• As competências se ordenam por área de desenvolvimento.

• Em cada área, a lista vai precedida pela ênfase educativa respectiva, que marca a conduta central que se espera de cada jovem nesta área.

• Ao final de cada área, tem um quadro com assuntos específicos relacionados com a ênfase e os objetivos da área, onde se mencionam alguns temas compreendidos nos objetivos e que podem ser considerados por cada jovem, segundo sua realidade, no momento de desenhar o Plano de Desenvolvimento Pessoal.

Fonte: Manual do Ramo Pioneiro

Anotações:

Unidade 11: Conquista dos Objetivos Educacionais

As áreas de Desenvolvimento:

Físico – Desenvolvimento do corpo. Significa desenvolver a noção de sua própria responsabilidade quanto ao crescimento e funcionamento do seu grupo.

Intelectual – Estímulo à criatividade. Significa desenvolver a capacidade de pensar, criar e utilizar as informações de maneira original.

Social – Encontro com os outros. Significa desenvolver a dimensão social da personalidade com ênfase na aprendizagem e na prática da solidariedade.

Afetivo – Orientação dos afetos. Significa desenvolver a capacidade de integrar a vida afetiva ao comportamento do jovem.

Espiritual – Busca de Deus. Significa desenvolver a vontade de estabelecer vínculos pessoais com Deus, a capacidade de assumir a fé.

Caráter – Formação do caráter. Significa desenvolver a permanente disposição para orientar suas atitudes segundo princípios éticos.

Como definir os objetivos de uma atividade

Antes de realizar a programação em si, é preciso definir o que se pretende alcançar. Esses objetivos da reunião são estabelecidos para todos os jovens. Podem ser objetivos da atividade de sede, por exemplo:

• Fortalecer laços de amizade na seção;

• Desenvolver o sentimento de patriotismo;

• Propiciar a socialização;

• Capacitar para a participação em acampamentos;

• Conhecer a História do Escotismo;

• Estimular a prática da boa ação;

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• Fortalecer a união da matilha/patrulha/equipe de interesse

• Estimular a participação dos pais;

• Conhecer e praticar técnicas escoteiras, etc.

Quais elementos compõem uma atividade

Qualquer elemento educativo pode ser considerado. Os mais usados são os jogos, dinâmicas, histórias, canções, trabalhos manuais, dramatizações, danças, técnicas escoteiras, cerimônias, pequenas reflexões, etc.

Analise as potencialidades de cada um e pondere se ele realmente vai contribuir para trabalhar os objetivos propostos. Para cada jovem define-se as áreas de desenvolvimento e em cada área quais objetivos educacionais do ramo poderão ser trabalhados ou avaliados. Ás vezes fazemos o contrário: primeiro escolhemos os jogos, canções, histórias ou dinâmicas que queremos realizar para depois procurar quais os objetivos educacionais que poderemos alcançar.

Que ordem seguir para elaborar uma atividade

1º - Escolher o tema e estabelecer os objetivos da atividade.

2º - Verificar qual as áreas de desenvolvimento serão trabalhadas.

3º - Selecionar os objetivos educacionais individuais e competências que serão trabalhadas.

4º - Estimar a duração e recursos humanos necessários.

5º - Escolher os elementos que serão utilizados (tipo de jogos, instruções, etc.)

6º - Levantar necessidade de materiais e o que deve ser confeccionado.

7º - Definir o responsável pela aplicação e pela observação.

8º - Definir os critérios de avaliação e a maneira de avaliar a participação de cada jovem.

Como fazemos o acompanhamento da Progressão Pessoal de um jovem durante a sua participação em uma atividade?

• Observando a sua REAÇÃO na PARTICIPAÇÃO – disposição, empenho, envolvimento com a atividade, o incentivo aos companheiros, o entusiasmo, o comportamento diante da vitória ou da derrota, o respeito pelas diferenças individuais, o interesse em aprender, etc. Deve ser feita por vários escotistas e em diversas situações, para se perceber a real atitude ou mudança de atitude em todos os aspectos e variáveis.

• Analisando o seu DESEMPENHO – ou o nível alcançado no cumprimento das tarefas e funções, que indica o progresso individual e da equipe. Aqui se vê os avanços

e a evolução de cada um. Esta análise pode se revelar a necessidade de reforço ou mudança de abordagem.

• Constatando a sua APRENDIZAGEM – verificação da assimilação do conhecimento ou habilidade e incorporação de atitudes, por meio de situações práticas. Para isto é necessário promover três momentos distintos: um para ensinar, outro para fixar o aprendizado e mais um para avaliar, numa só atividade ou nas próximas. Como todo aprendizado é passível de esquecimento, é importante retornar a ele periodicamente.

• Observando a sua CONDUTA DURADOURA – em várias oportunidades e situações variadas para verificar se houve incorporação de atitudes desejáveis ao comportamento anterior, seja nas atividades escoteiras, seja no seu cotidiano(escola, igreja, amigos, família).

Como avaliar a sua atividade de maneira que ofereça subsídios para novas programações?

Por meio de uma reflexão da equipe de escotistas, que considere as manifestações dos jovens, é feita uma análise rigorosa e rica em detalhes. Não basta perguntar se o Método Escoteiro esteve presente, mas também se as atividades foram progressivas, oportunizaram a vida em equipe, se o jovem teve oportunidade de aprender fazendo, etc.

As conclusões devem ser registradas para que sirvam de referência para outras atividades. Se houve erros, que sejam levantadas possibilidades para corrigi-los ou evitá-los. Ela pode indicar também os próximos passos a serem seguidos e se há necessidade de retomada.

Atividades Educativas

Características de uma atividade educativa:

Desafiante – deve conter um desafio que estimule o jovem a se superar dentro do alcance de suas possibilidades.

Útil – deve permitir experiências que acarretem em efetiva aprendizagem. Para que uma atividade seja educativa não basta ser espontânea ou plena de ação, é preciso que crie oportunidade de aper feiçoamento ao jovem.

Recompensante – deve produzir no jovem a sensação de haver satisfeito algum desejo.

Atraente – deve despertar no jovem o interesse ou desejo de realizá-la por ser de seu agrado, pela sua originalidade ou por curiosidade.

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Critérios de Organização das atividades:

Várias atividades podem produzir a conquista de um objetivo educacional ou de uma competência. Isto permite criar opções e reforçar o aprendizado a partir de experiências diversas. Por outro lado, uma atividade pode conduzir à conquista de vários Objetivos Educacionais.

• Continuidade – as atividades devem ser usadas com frequência para criar um modo habitual de atuar.

• Progressividade – as atividades devem respeitar uma seqüência apresentando desafios de complexidade crescente.

• Integração e Equilíbrio – o conjunto das atividades deve permitir a conquista equilibrada de Objetivos Educacionais em todas as áreas de desenvolvimento.

FICHA DE ATIVIDADE

TÍTULO Nome que identifique a atividade

RAMO Lobinho, Escoteiro, Sênior ou Pioneiro à qual melhor se aplica

ÁREA DE DESENVOLVIMENTO Físico, Intelectual, Social, Afetivo, Espiritual ou do Caráter

LOCAL Descreve o espaço necessário para a atividade ser desenvolvida

DURAÇÃO Tempo necessário para realizar a atividade

Nº DE PARTICIPANTES Indica a quantidade de participantes e se é por patrulha ou individual

MATERIAIS Descreve os materiais necessários

OBJETIVOS GERAIS Descrição dos objetivos mais gerais desta atividade

OBJETIVOS EDUCACIONAIS Descrição dos objetivos educacionais individuais específicos dos 11 aos 13 anos e dos 13 aos 15 anos que podem ser atingidos com a atividade

DESCRIÇÃO Detalhamento da realização da atividade

AVALIAÇÃO Descrição dos critérios de avaliação

Anotações:

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Unidade 12: Comida Mateira

Comida de Campo

Alimentação feita no campo com o uso de panelas, conjunto pioneiro e fogão.

Comida Mateira

Alimentação feita no campo com o uso de utensílios diferentes, como: folha de bananeira, grelhas, pedras, gravetos e etc.

Dicas para programar

• Em uma atividade escoteira, a cozinha mateira deve ser um módulo, com início, desenvolvimento e fim.

• É imprescindível que haja um treinamento dos escotistas e dos jovens anterior à atividade.

• É importante que seja feito um acampamento ou bivaque experimental.

• Quando a comida mateira fizer parte de uma programação maior, dar tempo suficiente para que a atividade seja bem desenvolvida.

• O tempo deve ser compatível e suficiente para que os jovens «curtam» a refeição, tanto no fazer a comida quanto em comer.

Dicas para cozinhar

• Sempre fazer um furo no ovo, na parte mais larga, para que ao cozinhar não quebre (pois existe uma bolsa de ar que se expande ao aquecer). No ovo no espeto, ao espetar o palito de churrasco um pouco acima do meio para pegar a gema. O ovo deverá ser cozido na brasa, mais afastado do fogo, para que não cozinhe rápido demais e venha a explodir.

• A carne não deve ser salgada com antecedência. Deve-se colocar o sal e temperos na hora de cozinhar. O sal desidrata a carne fazendo com que ela fique dura.

• Ao embrulhar os alimentos que vão para a brasa ou chapa, enrolados em papel alumínio, fazer uma trouxa que tenha espaço para o ar quente circular, cozinhando melhor o alimento como um todo, pois se houver caldo não derrama do pacotinho.

• Cada alimento tem uma posição melhor para cozinhar, uns em cima da brasa, outros dentro da brasa, outros mais acima.

Cozinhando a LenhaO grande segredo da culinária mateira está nas brasas.

Para tanto, uma boa fogueira torna-se necessária.

Para acender e manter melhor o fogo, faça o seguinte:

• Consiga bastante madeira seca e empilhe separadamente de acordo com a grossura e o tamanho;

• Arme a fogueira;

• A partir do momento que o fogo tenha pegado, vá colocando lenha mais grossa até formar um bom braseiro;

• Continue a manter o fogo com lenha média e grossa;

• Nunca deixe de colocar lenha, pois o fogo terá que se manter na mesma intensidade.

• (cuidado entretanto para não abafar!);

• As panelas serão colocadas sobre uma grelha que está apoiada sobre uma pedra ou tijolos

• bem equilibrados.

• Lembre-se do seguinte: Gravetos pegam fogo, porém não fornecem o calor necessário para o cozimento dos alimentos; portanto, use lenha grossa para manter a fogueira. A melhor forma é ter esta lenha cortada em achas.

O Fogo de Trincheira

Este fogo consome pouca lenha, oferece menos riscos, não é incomodado pelo vento e não irradia tanto calor, sendo apropriado para os dias quentes. Construa uma valeta mais rasa e larga de um lado, e mais funda e estreita do outro, para que o vento sopre do lado mais largo para o mais estreito. Se o chão for duro, corte as bordas bem retas de modo que apoiem as grelhas ou panelas. O único inconveniente deste fogo é ficar ao nível do chão, o que deixa seu uso um pouco desconfortável. Mas, ficar ao redor dele, proporciona momentos na equipe de muito prazer.

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Técnica de cozinhar com o papel alumínio:

Receitas para uma refeição mateira

• Kabobs ou empadão de verduras e/ou carne;

• Kafta ou carne e/ou frango e/ou queijo no espeto;

• Ovo no espeto e/ou ovo no barro;

• Peixe assado e/ou peixe recheado assado;

• Batata assada com requeijão e/ou com carne moída;

• Pão a caçador (salgado) no espeto ou vara;

• Fruta caramelada;

• Pão a caçador (doce);

• Panqueca doce, com frutas ou com açúcar, canela ou achocolatado.

Utensílios a serem utilizados na refeição mateira

• uma pá;

• duas grelhas.

Ingredientes para uma boa refeição mateira.

• um pacote de farinha de trigo;

• um pouco de sal;

• um kg de açúcar;

• um ovo para cada jovem;

• um pacote de palitos de churrasquinho;

• um rolo de papel alumínio;

• uma batata média ou grande para cada jovem;

• um pote de requeijão;

• duas cenouras, três tomates e uma cebola;

• um pote pequeno de tempero;

• um pouco de óleo de cozinha;

• meio quilo de carne moída e ou frango em pedacinhos;

• um peixe fresco por equipe (médio ou grande, dependendo do tamanho da equipe);

• vara para pão a caçador;

• um pouco de canela e achocolatado;

• uma fruta para cada jovem (maça ou banana);

• fósforo;

• três limões.

Para saber mais sobre Comida Mateira, consulte o Guia do Desafio Sênior.

Anotações:

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Unidade 13: Perfil do Adulto que Necessitamos

Segundo o documento Diretrizes Nacionais para Gestão de Adultos o per fil esperado do adulto que adere à UEB como Escotista, Dirigente ou Profissional, e que corresponde às expectativas da entidade é aquele que cuja pessoa seja capaz de:

a) Contribuir para o propósito do Movimento Escoteiro, com observância dos princípios e aplicação do Método Escoteiro no desenvolvimento das atividades em que estiver envolvido;

b) Relacionar-se consigo mesmo, com o mundo, com a sociedade e com Deus, constituindo um testemunho do Projeto Educativo do Movimento Escoteiro, com particular ênfase à sua retidão de caráter, maturidade emocional, integração social e capacidade de trabalhar em equipe;

c) Assumir e enfrentar as tarefas próprias do seu processo de desenvolvimento pessoal, no que se refere às suas próprias responsabilidades educativas, ou em função da necessidade de apoiar quem está diretamente envolvido com tais responsabilidades;

d) Manifestar uma atitude intelectual suficientemente aberta para compreender o alcance fundamental das tarefas que se propõe a desenvolver;

e) Desenvolver competências e qualificações necessárias e compatíveis com a função que se propõe a exercer, ou se já existentes, colocá-las em prática;

f) Comprometer-se com o aprimoramento contínuo dos conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho de suas funções na UEB; e

g) Demonstrar apoio e adesão às normas da UEB, aceitando-as e incorporando-as à sua conduta.

Fonte: Diretrizes Nacionais para Gestão de Adultos

Anotações:

Unidade 14: Liderar e Delegar

Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas. É o poder de motivar e influenciar os liderados para que contribuam da melhor forma com os objetivos do grupo ou da organização.

Liderar é exercer uma influência que inspire e mova as pessoas à ação, obtendo delas o máximo de cooperação e o mínimo de oposição.

Desta definição, alguns pontos merecem ser destacados:

a) Liderança é sinônimo de influência,

b) Essa influência deve inspirar e mover pessoas.

c) Uma ação desejada é o resultado de uma liderança equilibrada

d) Uma boa liderança trabalha com o máximo de cooperação – (Totalidade de cooperação é utopia).

e) Uma boa liderança trabalha com o mínimo de oposição - (Mas a oposição sempre existirá, ainda que velada).

A influência é um poder ambíguo, que constrói e destrói com a mesma facilidade. Lembram-se de Mahatma Gandi e Adolf Hitler? Ambos possuíam um poder de influenciar pessoas. Duas fortes influências mundiais que são referenciais do que é bom e do que é mau.

Que tipo de influência você exerce sobre seus liderados, sobre a sua seção ou Grupo Escoteiro?

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Nicholas Butler, antigo presidente da Universidade de Colúmbia, Estados Unidos, disse que há no mundo três tipos básicos de pessoas:

a) as que não sabem o que está acontecendo,

b) as que observam o que está acontecendo, e

c) as que fazem com que as coisas aconteçam.

Liderança é a capacidade de fazer com que as coisas aconteçam.

Métodos de liderança:

Existem, basicamente, três métodos de liderança:

a) Método por coação: O líder procura coagir, forçar, obrigar a sua equipe a trabalhar. Ele não motiva, porém ameaça e amedronta. A ação é forçada e os resultados são mesquinhos.

b) Método por persuasão: O líder procura persuadir seu grupo, insistindo, apelando, chantageando. Ele procura vence-los pelo cansaço. Geralmente, ele se cansa primeiro.

c) Método por indução: O líder, devido a sua personalidade forte, capacidade, talento, entusiasmo e dinamismo, motiva e conduz a sua equipe para o trabalho. Ele os leva a ação.

Tipos clássicos de liderança:

Existem vários tipos de liderança. Faça você mesmo uma autoanálise da sua liderança junto a sua seção, seu Grupo Escoteiro, ou até mesmo no seu trabalho, e veja onde você se encontra e onde pretende chegar.

a) Liderança institucional: É aquela liderança exercida pela força da instituição que nomeia o líder. Exemplos: Ministro de Estado, Secretário de Governo, Chefe de Tropa Escoteira, etc.

b) Liderança natural: É aquela exercida pelas qualidades naturais indispensáveis à liderança e presentes na vida do líder.

c) Liderança democrática: É aquela liderança na qual o líder sempre procura ouvir e dar atenção aos seus liderados, envolvendo-os nas tomadas de decisões, fazendo com que todos participem das mesmas. Os resultados deste tipo de liderança são excelentes.

d) Liderança laissez-faire: Esta expressão é de origem francesa e significa “deixa fazer”. Este tipo de liderança tem como lema a seguinte frase: “Deixa como

está para ver como é que fica”. Geralmente fica pior. O Leissez-Faire não orienta seus liderados, não traça planos, não toma decisões, não aponta os caminhos. Enfim, ele não faz nada.

e) Liderança autocrática: Neste tipo de liderança, o líder procura fazer tudo sozinho. Ele não abre espaço para ninguém, não confia em ninguém, não deixa ninguém fazer nada. Considera-se o poderoso chefão, ao qual todos devem obediência cega e incontestável. Ele não valoriza o seu grupo. Valoriza apenas a si mesmo. Geralmente este tipo de líder acaba sozinho no seu sistema ditatorial.

f) Liderança paternalista: É aquele tipo de liderança na qual se trabalha motivado por simpatias e antipatias. Geralmente, este tipo de líder obtém o apoio apenas dos seus “preferidos”, e, por vezes, nem destes.

Funções do líder:

1. Planejar

O planejamento é essencial a uma liderança de sucesso. O planejamento é o preparo para o sucesso, e quem fracassa no preparo, prepara-se para o fracasso.

O planejamento é um mapa que orienta, uma reta que encurta distâncias e uma alavanca que duplica forças.

Diz um provérbio chinês: “A mais longa viagem começa com um único passo”

A improvisação pode ser o cotidiano nos Grupos Escoteiros. A melhor forma de acabar com o improviso é o “planejamento”.

No planejamento estão envolvidos três aspectos:

a) Conhecer a realidade presente,

b) Estabelecer metas futuras, e

c) Promover os meios para se atingir estas metas

Ainda dentro da função do planejamento, dois aspectos são de fundamental importância:

• O Programa: É a seqüência das prioridades a serem seguidas para se atingir os objetivos (alvos) propostos;

• O Cronograma: É o período de tempo ou as datas necessárias para se realizar o programa. Desta maneira você tem condições de saber onde está, para onde está indo e quando chegará lá.

2. Delegar

É a arte de distribuir responsabilidades com todos os membros do seu grupo. Ninguém pode fazer tudo

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sozinho. O melhor líder é aquele que sabe ter como seus auxiliares pessoas tão ou mais capazes do que ele.

3. Oferecer condições

O bom líder é aquele que oferece condições aos seus liderados para que a tarefa seja executada satisfatoriamente.. Exemplo: Você pede a um chefe da seção que de prepare e aplique um jogo na tropa escoteira. Então, se necessário, o líder deve fornecer-lhe literatura, materiais, e outra coisas que possam facilitar esta tarefa.

Uma boa coisa que todo líder deve fazer para oferecer condições à sua equipe de realizar o trabalho de maneira sempre satisfatória é manter no grupo um clima de treinamento e crescimento contínuo.

4. Cobrar resultados

De maneira suave e branda, porém constante, o líder deve cobrar resultados de seus liderados. As atividades que foram designadas para cada pessoa devem receber um “acompanhamento” permanente do líder. Mas cuidado para não parecer policial ou fiscal do grupo.

5. Avaliar

Após cada atividade realizada, é importante que o líder, juntamente com sua equipe, faça uma avaliação do programa ou atividade realizada. Nesta avaliação deve-se verificar os pontos forte e fracos no desenvolvimento do programa, estabelecer com clareza a verdadeira fonte dos problemas, e tomar providências para que elas não se repitam.

Características negativas do líder

O maior perigo para um líder é querer racionalizar os seus próprios erros, buscar desculpa-los ou justifica-los, convencendo-se a si mesmo de que seus erros na realidade são acertos. As atitudes negativas são as maiores causas de fracasso do líder junto ao seu grupo ou equipe. Conhecer essas atitudes negativas e superá-las é de fundamental importância para o sucesso da sua liderança. Vencer esses obstáculos revela maturidade emocional, funcional e espiritual na vida do chefe escoteiro.

a) Teimosia: Alguns líderes raciocinam desta maneira: “Nos outros existe teimosia, mas em mim existe firme convicção”. Teimosia é tentar manter uma posição mesmo quando ela já se evidenciou equivocada. É não querer “dar o braço a torcer”.

Algumas vezes o líder tenta pela argumentação, pela imposição ou pelo cansaço, levar o grupo a aceitar suas ideias. Isto se dá com os líderes autocráticos, ou mesmo

os paternalistas quanto na tentativa de proteger seus “afilhados”.

b) Dificuldade em delegar atribuições: Esta é uma falha mortal na liderança, pois entra em choque com uma das funções do líder que é delegar responsabilidades. Eis algumas razões que costumam impedir o líder de distribuir responsabilidades com seus liderados:

• Receio de ser ofuscado por um de seus liderados

• Inveja de seus liderados (atestado de incompetência)

• Medo de perder o controle sobre o grupo

Estes três fatores podem ser resumidos em uma única palavra: Insegurança.

c) Atitude da Super Competência: O líder acha que somente ele pode realizar com per feição determinadas tarefas.

d) Falta de Visão Quando é a hora de “Passar o Bastão”: Alguns líderes recusam-se terminantemente a aceitarem a ideia de que outra pessoa poderá, um dia, ocupar o lugar que hoje lhe pertence. Pelé soube a hora de “pendurar as chuteiras”, e ainda hoje é tido em todo o mundo como o rei do futebol.

e) Falta de Estímulo para a Equipe: Alguns líderes agem como se seus liderados fossem na realidade seus empregados. Tudo que fazem, não passa na opinião dele, de mera obrigação. Todo liderado precisa de reconhecimento por seus esforços e dedicação. Isto é valorização da pessoa humana.

f) Julgamento Apressado ou Parcial: Lembre-se: Toda moeda tem dois lados. Nunca julgue uma questão sem estar plenamente consciente de conhecer com profundidade todos os detalhes envolvidos na mesma.

g) Nutrição de Sentimentos Negativos: Lembre-se de um ditado bastante comum, porém cheio de sabedoria: “Não é por um coice dado que se corta a pata do burro”. Não é porque alguém falhou uma vez que irá falhar sempre. Confie nas pessoas, dê novas oportunidades. Limpe seu coração de sentimentos negativos e daninhos que só fazem mal a você mesmo.

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Características positivas do líder:

a) Competência: Para Napoleão, a maior imoralidade consistia em alguém ocupar uma função para a qual não estava devidamente preparado. Competência e capacidade devem andar de mãos dadas. O conhecimento suficiente dos vários aspectos da sua esfera de ação o colocarão a altura de realizar com competência o seu trabalho.

b) Domínio Próprio: Perder o controle ou o domínio de si mesmo é sempre a maneira mais rápida de se perder o controle e a autoridade sobre o grupo. Um líder agressivo é um fracasso como líder.

c) Conhecimento das Pessoas: Conhecer bem a personalidade das pessoas com as quais nós vamos trabalhar é tão importante quanto conhecer o próprio trabalho a ser realizado.

d) Respeito Humano: Na presença de um superior, a falta de respeito é um ato de indisciplina. Na presença de um “subordinado” a falta de respeito é um ato de covardia.

e) Espírito de Justiça: É, entre outras coisas, reconhecer lealmente seus erros e suas faltas, não procurando lança-las sobre outras pessoas. É também saber reconhecer as realizações de seus liderados, dando a eles o crédito devido e a oportunidade de desenvolverem seus potenciais.

f) Humildade: O bom líder precisa cultivar a humildade, reconhecendo suas falhas e otimizando-as. É preciso também saber reconhecer o valor individual de cada membro da sua equipe. Humildade não é contentar-se com pouco, e sim buscar o muito, mas buscá-lo para melhor servir.

g) Exemplo: Queira você ou não, os olhos de todos estarão sempre voltados para você, que é o líder do grupo. Você não pode separar a sua função como líder escoteiro da sua vida pessoal.

h) Resistência: O líder precisa saber suportar as críticas, oposições e dificuldades. Sua equipe espera isto de você!!! Transforme as críticas em um fator de crescimento na sua liderança. Nunca as rejeite de imediato. Faça sempre uma análise imparcial das mesmas. Busque o conselho e a orientação de amigos sinceros.

Algumas diferenças entre o líder e o chefe:

O LÍDER O CHEFE

Orienta Manda

Entusiasma Amedronta

Diz: Vamos Diz: Vá

Torna o trabalho interessante

Torna o trabalho irritante

Diz: Nós Diz: Eu

Baseia-se na cooperação Baseia-se na autoridade

Assume responsabilidades

Procura culpados

Comunica Faz mistério

Acompanha Fiscaliza

Confia Desconfia

Moraliza Desmoraliza

Nunca promete o que não pode cumprir

Promete e nunca cumpre

Para refletir!

“NÃO É COMIGO!!!”

Esta é uma estória sobre quatro pessoas:

- Todo mundo;

- Alguém;

- Qualquer um;

- Ninguém

Havia um importante trabalho a ser feito, e Todo Mundo tinha certeza que Alguém o faria. Qualquer um poderia ter feito, mas Ninguém o fez. Alguém se zangou porque este era um trabalho para Todo Mundo. Todo Mundo pensou que Qualquer um poderia fazê-lo, mas Ninguém imaginou que Todo Mundo deixaria de fazê-lo.

Ao final, Todo Mundo culpou Alguém quando Ninguém fez o que Qualquer um poderia ter feito.

Anotações:

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Unidade 15: Administração do Tempo

Uma das angústias dos dias que vivemos é, sem dúvida, a falta de tempo para fazer tudo que gostaríamos. Muitas pessoas tem a constante sensação de que o tempo está passando rápido demais para dar conta de tudo o que há para fazer.

Administrar o tempo se tornou totalmente indispensável e necessário, mas não existem técnicas milagrosas que resolverão o problema do dia para a noite. É preciso repensar seu estilo de vida para ter mais tempo, pois cada um é responsável pela importância que dá a cada atividade ou tarefa.

Para começar este trabalho de organizar seu tempo, seguem algumas dicas:

1. Escolha e use uma ferramenta para gerenciar seu tempo

Um dos problemas com as pessoas é a mania de guardar o que temos para fazer na cabeça. Isso gera esquecimentos e urgências. É extremamente necessário que você escolha uma ferramenta para anotar suas prioridades e liberar sua mente para não pensar, não para ficar preocupada com o que deve ser feito. Você precisa de uma agenda, que pode ser a tradicional em papel, ou algum software em seu computador que lhe ajude a organizar seus dias, planejar suas metas, agendar suas reuniões, etc. crie uma rotina de anotar tudo o que você tem para fazer, nas diferentes atividades da sua vida.

Não tente fazer tudo

Você tem limites, e não é correto pensar que pode fazer tudo. Não assuma compromisso só porque não quer decepcionar os outros. Quando alguém lhe pedir algo ou for convidado para algum evento, avalie antes na sua agenda se você tem disponibilidade em aceitar.

2. Reserve tempo para seus compromissos da semana

Não viva correndo atrás de seus compromissos. Reserve na agenda também os pequenos momentos importantes em seus dias como, por exemplo, um almoço em família, ir ao cinema, passear com seus filhos, praticar um esporte ou hobby. Você deve planejar a sua semana e não deixar os compromissos surjam desorganizado.

3. Aprenda com as lições da vida

Quando não aprendemos com nossos erros, acabamos por repeti-los! Quando acontecer algo urgente e fora da sua agenda, pare e pense como isso poderia ter sido evitado. Em geral, com antecipação e planejamento, você conseguirá reduzir este tipo de situação.

4. Reserve seu tempo de descanso

Evite ao máximo utilizar o seu domingo para realizar tarefas. Domingo deve ser reservado para a convivência com a família, descanso em casa e lazer.

5. Cuidado com seus e-mails, redes sociais, programas de mensagens instantâneas.

Reserve um horário para responder mensagens, todos os dias, e acessar redes sociais e sites de relacionamentos. Avise seus amigos disso.

6. Administre seu tempo

É necessária uma metodologia que lhe ajude a usar de forma adequada seu tempo. Estabeleça prioridades para o que tem que ser feito. Negocie os compromissos para horários possíveis. E, mais importante, não deixe de fazer o que tiver que ser feito, no horário e tempo previsto.

Fonte: texto adaptado do Guia da Aventura Escoteira – Pistas e Trilhas.

Anotações:

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Unidade 16: Ciclo de programa – conceitos gerais e Avaliação Pessoal e Diagnóstico

O ciclo de programa organiza a vida das seções. Em todos os Ramos há uma participação ativa dos membros juvenis na elaboração de cada ciclo de programa, havendo variações de participação de acordo com a fase de desenvolvimento da criança e do Jovem e da necessidade das decisões do adulto.

Embora tenha particularidades nas fases de cada Ramo, todos eles iniciam com o Diagnostico e terminam com a avaliação da progressão pessoal, passando por etapas semelhantes, apesar de terem períodos e necessidades e destaques diferentes.

Apresentamos abaixo o ciclo de programa por Ramo.

Ramo Lobinho

O ciclo de programa é o modo como a Alcateia organiza a vida em grupo. É um planejamento participativo, onde as opiniões e sugestões das crianças servem de subsídios para que as atividades sejam realizadas de acordo com os interesses e necessidades delas.

É o período de tempo durante o qual se prepara, se desenvolve e se avalia um conjunto de atividades, ao mesmo tempo em que se observa e reconhece o crescimento pessoal das crianças.

O Ciclo de Programa tem duração variável de 2 a 4 meses. Em um Ciclo de Programa existem cinco fases sucessivas:

1ª FASE: DIAGNÓSTICO, ÊNFASE E PRÉ-SELEÇÃO DE ATIVIDADES

O que Quando Quem Como

Diagnóstico da

Alcateia

Ênfase do

Ciclo de

Programa

Pré-seleção

das

Atividades

Preparação da

proposta das

atividades

Durante a 1ª

Semana EscotistasReunião de

chefes

Para fazer um bom diagnóstico da Alcateia, analise as atividades realizadas, a aplicação do Método Escoteiro, o relacionamento entre os lobinhos, o controle do desenvolvimento pessoal das crianças em todas as áreas, a conquista das etapas, insígnias e especialidades, a frequência, o entusiasmo e a qualidade da vida de grupo da Alcateia.

O que chamamos de ênfase é a questão principal apontada pelo diagnóstico e que deve receber tratamento prioritário no Ciclo. Por exemplo: “envolver mais os pais na vida da Alcateia” ou “aumentar o efetivo de crianças” ou “equilibrar as atividades fixas e variáveis”, etc.

Definida a ênfase educativa, se inicia a pré-seleção das atividades variáveis que serão propostas aos lobinhos, para que sejam realizadas no Ciclo de Programa. Essas atividades devem guardar coerência com a ênfase e contribuir para a conquista de competências em todas as áreas de desenvolvimento.

2ª FASE: PROPOSTA E SELEÇÃO DAS ATIVIDADES

O que Quando Quem Como

Proposta das

atividades

1ª reunião da

Alcateia

Escotistas Apresentação

lúdica das

atividades

Escolha das

atividadesLobinhos (as)

Jogo

Democrático

A lista de atividades pré-selecionadas deve conter mais atividades do que seja possível realizar, para que as crianças possam escolher entre elas as que mais querem fazer.

A apresentação da proposta de atividades é a primeira parte de um jogo, que irá possibilitar a escolha das atividades de maneira lúdica e motivadora. A proposta dos Escotistas é discutida nas matilhas e cada uma delas decide sobre as que mais lhe interessam, podendo inclusive propor novas atividades.

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Em continuação, a seleção das atividades é feita por meio do Jogo Democrático, no qual as crianças escolhem as suas atividades preferidas e/ou buscam obter o apoio de toda a Alcateia para a sua proposta. No Manual do Escotista do Ramo Lobinho você encontra vários exemplos de Jogos Democráticos, mas você pode criar outras tantas formas. O resultado desse jogo expressa a vontade da maioria e deve ser respeitado.

3ª FASE: ORGANIZAÇÃO E PROJETO DE ATIVIDADES

O que Quando Quem Como

Organização:

elaboração do

calendário

Durante a 2ª

semana EscotistasReunião de

Chefes

Aprovação do

calendário

2ª reunião da

AlcateiaLobinhos (as)

Roca do

Conselho

O êxito das atividades depende da habilidade com que são organizadas, projetadas e preparadas. Deve haver um equilíbrio entre as atividades fixas e as variáveis, entre as de curta duração e as de longa duração. Cada vez que se organizar um ciclo de programa, devemos:

• Observar as datas disponíveis no calendário

• Considerar as atividades Regionais, de Distrito, do Grupo

• Escolher as datas mais convenientes para as atividades escolhidas pelas crianças

• Completar o calendário do ciclo com as reuniões normais e outras atividades de rotina

• O calendário de atividades deve ser aprovado pelos lobinhos na Roca de Conselho.

4ª FASE: DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DA

ALCATEIA E ACOMPANHAMENTO DA PROGRESSÃO PESSOAL DOS

LOBINHOS(AS)

O que Quando Quem Como

Programação,

realização e

avaliação das

atividades

Durante

todo o

Ciclo de

Programa

Todos

Velhos Lobos com

a participação das

crianças

Acompanhamento

da Progressão

Pessoal

Escotista

responsável Observação

Realizar uma atividade é uma festa para todos e põe em marcha nosso plano, portanto a execução é a parte mais importante de toda a experiência.

Programe cada atividade nos mínimos detalhes e com a participação de toda a equipe de escotistas, dispensando devida atenção com a saúde e com os fatores de risco.

Durante a atividade, é importante: cuidar do material, respeitar horários e compromissos, manter o ritmo e o entusiasmo, cuidar da segurança.

No final da atividade devemos fazer uma avaliação, expressando nossas observações e discutindo se os objetivos fixados foram alcançados. Nessa avaliação deve-se considerar também a opinião das crianças e de seus pais.

Enquanto são realizadas as atividades, cada escotista observa a participação dos lobinhos de quem está encarregado a fim de acompanhar os seus progressos e também detectar as suas dificuldades e falhas, cuidando de ajudá-los e orientá-los nesse processo de desenvolvimento pessoal.

5ª FASE: CONCLUSÃO DA AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL

O que Quando Quem Como

Conclusão da

Avaliação da

Progressão PessoalTérmino

do ciclo

Escotistas

Conversa com as

crianças

Reunião de chefes

Encerramento

do Ciclo (Entrega

de distintivos de

Progressão)

Lobinhos

(as)Festa

No final do ciclo de programa, os escotistas conversam com as crianças que acompanharam para estabelecer de comum acordo sobre as competências que foram conquistadas. Em seguida reúnem-se com os outros escotistas para analisarem quem está em condições de fechar uma etapa do Caminho da Jângal, cujo distintivo de Progressão lhe será entregue em uma comemoração especial.

Ramo Escoteiro

É uma ferramenta de planejamento participativo, no qual se diagnostica o estado atual da Tropa, se programam mudanças e ajustes para o futuro, se executa esse programa e se avalia seus resultados. Por participativo entende-se uma sistemática que se preocupa em valorizar a opinião e os desejos de todos os envolvidos, no caso os jovens e suas patrulhas.

A equipe de Escotistas e os jovens organizam tudo o que acontece na vida do grupo, como as atividades de

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patrulha e da Tropa, as atividades fixas e variáveis. E, como acontece com toda ferramenta, sua habilidade em aplicá-la irá melhorando à medida que utiliza.

Através de fases sucessivas do ciclo de programa se prepara desenvolve e avalia um conjunto de atividades, ao mesmo tempo em que se analisa a forma em que se aplica o Método Escoteiro e se observa e reconhece o crescimento pessoal dos jovens.

Um ciclo de programa tem 4 fases sucessivas:

1. Conclusão da avaliação pessoal / diagnóstico da Tropa / pré-seleção de atividades.

2. Proposta e seleção de atividades de Tropa.

3. Organização, projeto e preparação de atividades.

4. Desenvolvimento e avaliação de atividades / acompanhamento da progressão pessoal.

As fases de um ciclo estão articuladas umas com as outras, de maneira que cada uma delas seja continuação natural da anterior e se prolonga na seguinte, como na figura abaixo.

Deve-se ter em mente que a maior parte do ciclo seja composta pelo desenvolvimento e avaliação de atividades (fase 4). As fases de planejamento (1, 2 e 3) não devem interromper este andamento.

Elas não se desenvolvem como uma atividade específica, mas junto as outras atividades que já estejam acontecendo na Tropa.

Sugestão de Etapas para Montagem do Ciclo

Como sugestão desse processo participativo, segue uma sequência simples (mas que inclui todas as partes das fases 1, 2 e 3 acima descritas) e que pode ser aplicada em Tropas de qualquer tamanho.

1. Quando estiver chegando ao final de um ciclo de programa oriente para as Patrulhas façam reunião do Conselho de Patrulha, com o propósito de conversar

sobre o ciclo que está terminando. Nesta reunião, que pode ser feita num sábado, antes ou depois da reunião da Tropa, deve acontecer:

• Cada membro da patrulha fala sobre a sua progressão – que atividades acha que realizou – e seus amigos analisam e ponderam, concordando ou não. Com o resultado dessa análise cada jovem, nos próximos dias, conversa com o escotista encarregado de acompanhar a progressão pessoal da patrulha, para concluir a sua avaliação pessoal.

• Discussão sobre como anda a patrulha e a Tropa, sobre o que gostaram e o que não gostaram, e sobre as atividades (de patrulha e de Tropa) que gostariam de realizar no próximo ciclo.

2. Logo após os Conselhos de Patrulha deve ser marcada uma reunião da Corte de Honra, especialmente para realizar um diagnóstico da Tropa, e para isso os monitores usarão o que foi concluído nos seus respectivos Conselhos de Patrulha. Nesta reunião, que pode ser no domingo de manhã, deve acontecer:

• Diagnóstico da Tropa, ou seja, uma visão atual de como está a Tropa. Para isso os escotistas podem alimentar a discussão fazendo perguntas que envolvem diretamente a aplicação do Método Escoteiro, como por exemplo: “como está a vivência da Lei Escoteira nas patrulhas?”, ou “os membros das patrulhas estão aprendendo as técnicas?”, ou “os cargos da patrulha estão distribuídos e funcionando?”, ou, ainda, “vocês estão satisfeitos com as atividades ao ar livre que fizemos?”

• Esse diagnóstico vai dizer onde a Tropa está, e então se deve escolher para onde se quer ir, ou, como a Tropa quer estar no futuro próximo. É assim que será definida uma ênfase para o próximo Ciclo, que sinaliza o caminho a seguir. Uma observação importante: Na reunião de diagnóstico da Corte de Honra podem aparecer vários pontos importantes que merecem ser trabalhados, porém, a ênfase deve ser escolhida entre aquilo que diz respeito a toda a Tropa, ou seja, questões de aplicação do programa e do Método Escoteiro. Os pontos que mereçam uma ação corretiva ou de motivação, como a falta de preenchimento da ficha individual, necessidade de material de acampamento, ou a constante falha no uso do traje ou uniforme, por exemplo, devem ser trabalhadas diretamente, sem necessidade de ser a ênfase, por iniciativa dos escotistas.

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• Finalizando, uma vez que já existe uma ênfase, na Corte de Honra são acolhidas sugestões de atividades variáveis para o próximo ciclo, que atendam este interesse. Nesta discussão já se faz uma pré-seleção daquilo que a Corte de Honra acha melhor, ficando com quatro ou cinco sugestões.

3. Em seguida, em outro Conselho de Patrulha, preferencialmente realizado durante a semana, as patrulhas analisam as conclusões da Corte de Honra, principalmente qual a ênfase e que atividades para a Tropa foram pré-selecionadas. As patrulhas podem fazer outras sugestões ou alterações nas ideias apresentadas. Nesta mesma reunião a Patrulha também define as atividades próprias que vai realizar no próximo ciclo.

4. De acordo com o sistema previamente planejado, as ideias serão preparadas em uma proposta final de atividades variáveis, que será levada ao Jogo Democrático para a escolha final pela Tropa.

5. A Assembleia de Tropa é então convocada para, através de um Jogo Democrático, escolher quais, dentre as atividades variáveis sugeridas devem ser realizadas. No Jogo Democrático, de maneira divertida e participativa, serão escolhidas uma ou duas atividades variáveis para o próximo Ciclo de Programa.

6. Feito o jogo e a escolha, os outros procedimentos são administrativos, e acontecerão na reunião da Corte de Honra, quando, considerando as atividades variáveis da Tropa e as atividades fixas, mais aquilo que está no calendário anual do Grupo Escoteiro, e também as atividades de patrulha, será montado o calendário do próximo ciclo.

7. Finalmente, o Calendário será apresentado na Assembleia de Tropa e passa a ser executado.

No que tange á execução, as patrulhas organizam suas atividades e a Corte de Honra organiza as atividades de Tropa. O adulto cumpre o papel de motivador/facilitador, mantém o calendário fresco na cabeça dos jovens, observa o interesse dos jovens e propõe ajustes na programação, corrige desvios e auxilia os monitores a realizar suas tarefas e cobrar as tarefas dos demais integrantes. Além disso, os escotistas estarão presentes nas atividades, garantindo que aconteçam dentro do que preconizam as normas da UEB.

Duração de um ciclo de programa

A duração do ciclo de programa é variável, geralmente compreendendo de 3 a 4 meses. Ou seja, em um ano se desenvolvem, em média, três ciclos. De toda forma, é a Corte de Honra que determina a duração de cada ciclo de acordo com a realidade da Tropa e ao tipo de atividades selecionadas pelos jovens, sendo este último fator o que mais influi em sua duração.

No mais, a duração prevista inicialmente pode ser alterada durante sua aplicação, o que depende da flexibilidade do ciclo: um que contem muitas atividades de curta e média duração é mais flexível que outro que contem poucas de longa duração.

Utilizar o Ciclo de Programa dá aos jovens a oportunidade de:

• Aprender a ter uma opinião, a expressá-la e a tomar decisões que sejam aderentes com essa opinião;

• Exercitar mecanismos de participação que lhes ensine a respeitar e valorizar a opinião alheia;

• Aprender a elaborar um projeto, apresentá-lo e a defendê-lo;

• Adquirir a capacidade de organização e desenvolver habilidades de negociação.

As distintas fases de um ciclo de programa – especialmente as três primeiras – articulam distintos momentos e instancias que permitem aos jovens participar e exercitar a vida democrática.

Pode parecer, em princípio, que esses distintos “passos” sejam muito complexos, considerando o que Tropas realizam habitualmente. Mas, apenas se ordenou e se deu nomes a processos que tornam possível a efetiva participação dos jovens.

Se, num primeiro momento, você entender que a sistemática de Ciclos é muito distante da realidade que sua Tropa vivencia, considere as orientações a seguir:

1. Enumere os passos lógicos que, do seu ponto de vista, se devem realizar para planejar três ou quatro meses de atividade com a sua Tropa;

2. Considere nesse processo uma ou mais formas de realizar uma consulta aos jovens sobre as atividades que eles desejam fazer com sua patrulha e com a sua Tropa;

3. Aplique sua sistemática;

4. Após dois ou três Ciclos, verifique se esses passos de planejamento se parecem ou estejam contemplados com os apresentados com os passos utilizados no Ciclo de Programa.

5. Em um, ou no máximo dois, anos sua Tropa conseguirá se adaptar facilmente à proposta apresentada neste livro.

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Ramo Sênior

É uma ferramenta de planejamento participativo, pois se preocupa em valorizar a opinião e os desejos dos jovens e suas patrulhas, no caso os beneficiários deste Programa, sem deixar de considerar mudanças previstas para o futuro, a execução de um programa de atividades e a avaliação dos resultados alcançados completam o Ciclo, todo ele realizado com participação proativa dos seniores e guias.

A equipe de Escotistas e os jovens organizam tudo o que acontece na vida da Tropa, como as suas atividades e projetos, sejam de patrulha e ou da Tropa. E, como acontece com toda ferramenta, sua habilidade em aplicá-la irá melhorando à medida que é utilizada.

Um ciclo de programa tem 4 fases sucessivas:

FASE 1. Diagnóstico de Tropa

FASE 2. Proposta e seleção de atividades e projetos

FASE 3. Organização e preparação de atividades e projetos

FASE 4. Desenvolvimento e avaliação de atividades e projetos

As fases de um ciclo estão articuladas umas com as outras, de maneira que cada uma delas seja continuação natural da anterior e se prolonga na seguinte, como na figura abaixo.

A fase 4 ocupa a maior parte do tempo disponível em um ciclo e as fases 1, 2 e 3 não implicam uma interrupção nas atividades ara que a Tropa se dedique exclusivamente “a planejar”. Elas não se desenvolvem como atividades específicas, mas junto às outras atividades que já estejam acontecendo na Tropa.

Em um ano, se realizam de 2 a 3 ciclos.

É variável a duração de um ciclo de programa, podendo chegar a 4 ou 6 meses. É a Corte de Honra que determina a duração de cada ciclo, de acordo com sua experiência, com a realidade da Tropa, com o calendário de atividades fixas e com o tipo de atividades e projetos selecionados pelos jovens, sendo este último fator o que mais influencia a duração de um ciclo.

Sugestão de Etapas para Montagem do Ciclo

Como sugestão, segue uma sequência simples (mas que inclui todas as partes das fases 1, 2 e 3 acima descritas) e que pode ser aplicada em Tropas de qualquer tamanho.

A – REÚNEM-SE OS CONSELHOS DE PATRULHA:

Um pouco antes do final de um Ciclo de Programa oriente as patrulhas para que reúnam seus Conselhos de Patrulha, com o propósito de conversar sobre o ciclo que está terminando. Neste Conselho de Patrulha, que pode ser feito horas antes ou logo depois da reunião da Tropa, deve acontecer o seguinte:

• Discussão sobre como anda a patrulha e a Tropa, sobre o que gostaram e o que não gostaram, e elaboração de sugestões de atividades (de patrulha e de Tropa) que gostariam de realizar no próximo ciclo.

• Cada membro da patrulha fala sobre a sua progressão – que atividades acha que realizou – e seus amigos analisam e ponderam, concordando ou não. Com o resultado dessa análise cada jovem, nos próximos dias, conversa com o escotista encarregado de acompanhar a progressão pessoal da patrulha, para concluir a sua avaliação pessoal.

B – REUNE-SE A CORTE DE HONRA

Logo após os Conselhos de Patrulha deve ser marcada uma reunião da Corte de Honra, especialmente para discutir o próximo Ciclo de Programa, e para isso os monitores e submonitores usarão o que foi concluído nos seus respectivos Conselhos de Patrulha. Nesta reunião, que pode ser ao longo da semana ou no logo no próximo sábado, deve acontecer o seguinte:

• Elaborar o Diagnóstico da Tropa, ou seja, obter uma visão atual de como está a Tropa. Para isso os escotistas podem alimentar a discussão fazendo perguntas que envolvem diretamente a aplicação do Método Escoteiro, como por exemplo: “como está a vivência da Lei Escoteira nas patrulhas?”, ou “os membros das patrulhas estão aprendendo as técnicas?”, ou “os cargos da patrulha estão distribuídos e funcionando?”, ou, ainda, “vocês estão satisfeitos com as atividades ao ar livre que fizemos?”.

Observação importante: Idealmente, os escotistas da Tropa deverão também se reunir para discutir estes mesmos assuntos antes da Corte de Honra, para depois encaminharem as questões mais críticas à aplicação correta do programa e do Método Escoteiro, conforme a

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realidade de cada Tropa. Algumas questões básicas para os escotistas discutirem entre si, antes de orientarem a formação do diagnóstico da Corte de Honra:

• As atividades têm sido “DURAS”: desafiantes, úteis, recompensantes e atraentes?

• A aplicação de todos os elementos do método escoteiro se reflete na vida das patrulhas e da Tropa?

• Existe um equilíbrio entre atividades fixas e variáveis?

• As atividades realizadas oferecem aos jovens oportunidades equilibradas de desenvolvimento em todas as áreas?

• Etc..

Esse diagnóstico vai dizer onde a Tropa está, e então se deve escolher para onde se quer ir, ou, como a Tropa quer estar no futuro próximo. É assim que será definida a ênfase para o próximo Ciclo, que sinaliza o caminho a seguir. Uma observação importante: Na reunião de diagnóstico da Corte de Honra podem aparecer vários pontos importantes que merecem ser trabalhados, porém, a ênfase deve ser escolhida entre aquilo que diz respeito a toda a Tropa, ou seja, questões de aplicação do programa e do Método Escoteiro. Os pontos que mereçam uma ação corretiva ou de motivação, como a falta de preenchimento da ficha individual, necessidade de material de acampamento, ou a constante falha no uso do traje ou uniforme, por exemplo, devem ser trabalhadas diretamente e em paralelo, sem necessidade de ser a ênfase, por iniciativa dos escotistas.

Exemplos de diagnóstico e da ênfase correspondente

DIAGNÓSTICO ÊNFASE

Os jovens estão satisfeitos com as

atividades da Tropa.

Há equilíbrio entre atividades fixas e

variáveis e todas as áreas de desenvolvimento são

atendidas

Manter a atratividade e incrementar a variedade

de atividades .

A vida das patrulhas é pouco intensa, há falta de comprometimento e interesse dos seniores e

guias .

Fortalecer o espírito de patrulha, suas

tradições, seus encargos, incrementar o torneio

interpatrulhas e melhorar a formação dos Monitores

e submonitores.

Ampliar a participação dos jovens nas decisões

da Tropa.

Há falta de interesse pela conquista de especialidades.

Estimular a criação de Equipes de Interesse voltadas para o tema

de Especialidades que despertem maior interesse dos jovens.

Os pais não apoiam as atividades da Tropa.

Estabelecer vínculos com as famílias dos jovens.

A tropa possui três patrulhas e deseja abrir a

quarta.

Desenvolver campanhas planejadas para entrada de novos membros afim de possibilitar a abertura

da nova patrulha.

O material de atividades aventureiras da Tropa

se encontra em estado precário.

Revistar todo material de atividades financeiras, recuperando o que for

possível dentro dos limites de segurança

e elaborar campanhas financeiras para adquirir

novos equipamentos.

As atividades de montanhismo realizadas no Ciclo passado foram

consideradas muito duras e os jovens querem se aprofundar neste tema em um próximo Ciclo.

Incluir neste Ciclo pelo menos uma excursão e um Acampamento

Volante.

• Uma vez que já existe uma ênfase, na Corte de Honra são acolhidas sugestões de atividades variáveis para o próximo ciclo, que atendam este interesse. Nesta discussão já se faz uma pré-seleção daquilo que a Corte de Honra acha melhor, ficando com quatro ou cinco sugestões para apreciação da Assembleia de Tropa. Somente são pré-selecionadas atividades variáveis, excepcionalmente alguns aspectos das atividades fixas, como por exemplo, o lugar no qual irá se acampar ou a definição de um projeto de longa duração, como a definição da próxima Aventura Sênior da Tropa. É recomendável pré-selecionar o dobro de quantidade de atividades que se consideram viáveis para serem realizadas durante o ciclo. Isso aumenta a possibilidade de opções e promove o surgimento de outras ideias.

• Considerando as atividades variáveis da Tropa e as atividades fixas, mais aquilo que está no calendário anual do Grupo Escoteiro, e também as atividades de patrulha, será montada a proposta de calendário para o próximo ciclo, reservando as datas disponíveis para as atividades que serão decididas na Assembleia

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de Tropa. Na montagem do calendário é conveniente considerar certos critérios:

- As atividades devem ser coerentes com a ênfase fixada e contribuir para a conquista de competências em todas as áreas de desenvolvimento, mesmo quando a ênfase privilegia uma ou várias áreas.

- As atividades devem ser variadas e deve-se evitar repetir atividades realizadas recentemente.

- Comece colocando no calendário as diferentes atividades fixas, tendo em mãos o calendário nacional, regional e de grupo (exemplo: aniversário do Grupo Escoteiro, acampamentos da tropa, excursões ao ar livre, atividades regionais, etc..).

- São consideradas todas as atividades selecionadas, sejam de patrulha ou de Tropa. É provável que a articulação de todas as atividades necessite adiar ou modificar algumas atividades selecionadas; neste caso, é preciso considerar as prioridades estabelecidas no processo de seleção. As alterações devem ser aprovadas pela Assembleia da Tropa.

- Em seguida, trabalhe com as atividades variáveis, levando em conta que muitas delas são realizadas de maneira simultânea e que, durante as atividades fixas (reuniões, acampamentos) se desenvolvem várias atividades variáveis. Comece pelas de maior duração.

- Sem afetar a ênfase fixada, é conveniente incluir atividades variáveis que permitam aos jovens avançar em todas as áreas de desenvolvimento.

- Não é necessário incluir no calendário a variedade das atividades fixas de curta duração (jogos, canções, etc...).

- Considere o tempo necessário para se projetar e preparar uma atividade.

- Logo que comecem os projetos, considerando que se tenha escolhido como prioritário um projeto de longa duração, não é recomendável realizar ao mesmo tempo outro projeto.

- Sem que se deixe de fazer atividades, é preciso estimar um tempo, ao final do ciclo de programa, para a conclusão do processo de avaliação da progressão pessoal dos jovens.

- O calendário deve ser flexível, permitindo redistribuir ou substituir atividades diante de situações imprevistas, porém, esta não deve ser uma prática constante.

• A Corte de Honra deve apresentar, então o diagnóstico, a ênfase, a proposta de calendário com as atividades pré-selecionadas à Assembleia de Tropa.

C – A ASSEMBLÉIA DA TROPA DECIDE.

A Assembleia de Tropa é então convocada para, escolher quais, dentre as atividades variáveis sugeridas devem ser realizadas. De maneira participativa, serão escolhidas uma ou duas atividades variáveis para o próximo Ciclo de Programa. Em uma Assembleia de Tropa (todos da tropa), acontece o seguinte:

• O presidente da Corte de Honra e os demais monitores e submonitores apresentam a ênfase fixada pelo Corte de Honra, explicando sua fundamentação.

• Divulgam a proposta de calendário com as atividades e projetos pré-selecionados, incluindo a duração estimada de cada um.

• Motivam uma troca de opiniões sobre as diversas ideias de atividades que estão em discussão: as propostas pelo Corte de Honra e outras que podem surgir no momento, como resultado da análise da ênfase fixada.

• Neste debate a Assembleia elege as atividades que deseja realizar, numa ordem de prioridade de acordo com as referências. A troca de ideias se encerra com uma decisão sobre as atividades que a Tropa realizará no próximo ciclo, e se for o caso, indicando as equipes de interesse que propõem criar.

Importante: O debate na Assembleia de Tropa permite que se expresse a vontade da maioria. Através da Assembleia de Tropa, os jovens apresentam suas ideias, defendem posições, aprendem a argumentar e a aceitar posições contrárias a sua, fazem opções, e desenvolvem muitas outras habilidades e atitudes que são próprias de um processo democrático de tomada de decisões. Desta maneira, a seleção de atividades, assim como todas as demais fases do ciclo de programa, resulta num grande debate, que se funde com todas as outras atividades que a Tropa realiza habitualmente. Vez por outra, pode-se aplicar um jogo democrático, mas o foco deve ser o debate com a participação ativa dos jovens.

APROVADO O CALENDÁRIO (EM ASSEMBLÉIA DA TROPA), AS ATIVIDADES SÃO PROJETADAS E

EXECUTADAS. DURANTE TODO O CICLO, AVALIAM-SE NATURALMENTE AS ATIVIDADES E A PROGRESSÃO

PESSOAL DOS JOVENS.

No que tange à execução, as patrulhas organizam suas atividades e a Corte de Honra organiza as atividades de tropa.

O adulto cumpre o papel de motivador/facilitador, mantém o calendário fresco na cabeça dos jovens, observa o interesse dos jovens e propõe ajustes na

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programação, corrige desvios e auxilia os monitores a realizar suas tarefas e cobrar as tarefas dos demais integrantes. Além disso, os escotistas estarão presentes nas atividades, garantindo que aconteçam dentro do que preconizam as normas da UEB.

Duração de um ciclo de programa

A duração do ciclo de programa é variável, geralmente em torno de 4 a 6 meses. Ou seja, em um ano se desenvolvem, dois ou três ciclos. De toda forma, é a Corte de Honra que determina a duração de cada ciclo de acordo com a realidade da Tropa e ao tipo de atividades que serão realizadas, sendo este último fator o que mais influi em sua duração.

No mais, a duração prevista inicialmente pode ser alterada durante sua aplicação, o que depende da flexibilidade do ciclo: um que contem muitas atividades de curta e média duração é mais flexível que outro que contem poucas de longa duração.

Utilizar o Ciclo de Programa dá aos jovens a oportunidade de:

• Aprender a ter uma opinião, a expressá-la e a tomar decisões que sejam coerentes com essa opinião;

• Exercitar mecanismos de participação que lhes ensine a respeitar e valorizar a opinião alheia;

• Aprender a elaborar um projeto, apresentá-lo e a defendê-lo;

• Adquirir a capacidade de organização e desenvolver habilidades de negociação.

As distintas fases de um ciclo de programa – especialmente as três primeiras – articulam distintos momentos e instancias que permitem aos jovens participar e exercitar a vida democrática.

Pode parecer, em princípio, que esses distintos “passos” sejam muito complexos, considerando o que as Tropas realizam habitualmente. Mas, apenas se ordenou e se deu nomes a processos que tornam possível a efetiva participação dos jovens.

Se, num primeiro momento, você entender que a sistemática de Ciclos é muito distante da realidade que sua Tropa vivencia, considere as orientações a seguir:

1. Enumere os passos lógicos que, do seu ponto de vista, se deve realizar para planejar quatro ou seis meses de atividade com a sua Tropa;

2. Considere nesse processo uma ou mais formas de realizar uma consulta aos jovens sobre as atividades que eles desejam fazer com sua patrulha e com a sua Tropa;

3. Aplique sua sistemática;

4. Após dois ou três Ciclos, verifique se esses passos de planejamento se parecem ou estejam contemplados com os apresentados com os passos utilizados no Ciclo de Programa.

5. Em um, ou no máximo dois, anos sua Tropa conseguirá se adaptar facilmente à proposta apresentada neste livro.

Resumo do Desenvolvimento de um Ciclo de Programa

Tempo Atividades

semana

Conselhos de Patrulha:

• Fazem um diagnóstico da patrulha e da Tropa.

• Fazem sugestões para atividades de patrulha e atividades e projetos

para a Tropa.

Corte de Honra:

•Elabora o diagnóstico da Tropa.

•Define a ênfase para o Ciclo de Programa.

•Pré-seleciona as atividades e projetos da Tropa para o próximo

Ciclo de Programa para apreciação da Assembleia de Tropa.

• Monta o calendário para o próximo ciclo, reservando as datas disponíveis para as atividades que serão decididas na Assembleia de

Tropa.

•Apresenta a ênfase, o calendário e as atividades pré-selecionadas à

Assembleia de Tropa.

semana

Assembleia de Tropa:

• Decide as atividades e projetos que serão realizados pela Tropa durante o Ciclo de Programa.

• Aprova o Calendário para o próximo Ciclo de Programa.

Corte de Honra:

• Organiza a divisão de tarefas para a implementação do Calendário da

Tropa.

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Desenvolvimento e avaliação de atividades e projetos:

•Desenvolvimento de atividades e projetos

• Aquisição de competências

•Avaliação de atividades e projetos

•Avaliação da progressão pessoal

Ramo Pioneiro

O ciclo de programa é um instrumento de planejamento participativo que, nas fases sucessivas, articula o programa e permite organizar o apoio aos jovens para que estes conquistem seus Projetos.

É um processo pelo qual o Clã prepara, desenvolve e avalia atividades e projetos, ao mesmo tempo em que observa, avalia e reconhece o crescimento pessoal dos jovens.

O ciclo de programa tem 3 fases sucessivas:

1) Avaliação da Progressão Pessoal e decisões sobre atividades e projetos.

2) Definição e preparação de atividades e projetos.

3) Desenvolvimento e avaliação das atividades e projetos.

Dois ciclos em um ano

No Ramo Pioneiro, o ciclo de programa tem uma duração aproximada de 6 meses, de forma que, em um ano, pode-se realizar 2 ciclos. No entanto, é o Conselho do Clã que determina a duração de cada ciclo, de acordo com sua experiência, a realidade do Clã e o tipo de atividades escolhidas pelos jovens.

A duração prevista inicialmente pode ser alterada durante seu transcurso, o que depende da flexibilidade do ciclo: um que contém muitas atividades de curta ou média duração é mais flexível que outro que contém poucas atividades e projetos de longa duração. Pela natureza dos projetos, no Ramo Pioneiro os ciclos tendem a ser poucos flexíveis.

Em qualquer caso, é recomendável que o ciclo não dure menos do que o sugerido, já que a variedade de atividades que se realizam no Clã requer tempo para harmonizá-las e executá-las com fluidez. Mas, ainda assim, o Clã pode organizar um projeto de longa duração que pode prolongar-se durante dois ou mais ciclos.

Características do ciclo de programa no Ramo Pioneiro

• De acordo com a idade dos jovens, é menos estruturado que os ramos anteriores e deixa muitos procedimentos para a decisão do Conselho do Clã.

• Pelo mesmo motivo, tem apenas três fases, enquanto que no Ramo Lobinho tem 5 e no Ramo Escoteiro e Sênior tem 4. Ao mesmo tempo, em cada fase apresenta menos “passos”.

• Substitui os meios lúdicos como os “jogos democráticos” por maiores reflexões e análises, o que obedece ao tipo de pensamento dos jovens nesta idade.

• Como parte do processo de individualização, coloca-se ênfase na Progressão Pessoal, iniciando a partir dela e não do diagnóstico do Clã, mesmo sabendo que há espaço para o diagnóstico.

• Os escotistas não pré-selecionam atividades, mas sugerem ideias, tanto em momentos informais como no Conselho do Clã, ao formalizar a proposta e ao organizar o calendário.

• A ênfase é um resultado dos Projetos Pessoais e das atividades e projetos que se desenvolvem em apoio aos objetivos dos jovens.

• Dada a envergadura dos projetos, as tarefas de definição são realizadas no começo do ciclo, e assim se conhecem desde o princípio os requisitos de sua preparação.

PRIMEIRA FASE: AVALIAÇÃO DA PROGRESSÃO PESSOAL E DECISÕES SOBRE ATIVIDADES E PROJETOS

• Cada jovem examina seu avanço com relação à conquista de suas competências. É uma tarefa essencialmente individual, em que o jovem, concluindo as reflexões feitas sobre si mesmo em diferentes momentos, tira conclusões das quais pode tomar nota em seu Plano de Desenvolvimento Pessoal. O jovem pode compartilhar suas conclusões com o Clã, com o escotista encarregado de seu acompanhamento e com as pessoas que achar interessante. Este passo busca que o jovem confronte sua autoavaliação com a opinião dos demais.

• Culmina esta reflexão pessoal com a consideração por parte do jovem do que gostaria de fazer durante

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o ciclo que está iniciando: atividades individuais que espera realizar e atividades e projetos que gostaria que a equipe ou o Clã colocasse em prática.

• O Clã escuta aquilo que os jovens desejam compartilhar de suas reflexões pessoais e seus membros dão suas opiniões, o Clã também escuta seus membros, que relatam suas atividades e Projetos Pessoais para o ciclo que se inicia.

• Irão surgindo iniciativas para serem realizadas pelo Clã, que podem complementar, integrar ou modificar os projetos individuais. Como parte do mesmo processo, é provável que também apareçam iniciativas mais ambiciosas para serem implantadas por todo o Clã.

• Esta parte se encerra com o acordo sobre as atividades do Clã que serão apresentadas à COMAD do Clã.

• É possível que, durante a reflexão do Clã, se troquem opiniões que sirvam como parte de um diagnóstico sobre o funcionamento do Clã. Se os jovens acharem conveniente, também podem incluir estes elementos em sua apresentação à COMAD do Clã.

• Tendo em vista todas as ideias produzidas pelos jovens e o conteúdo do diagnóstico, a COMAD do Clã elabora uma proposta que submeterá à consideração do Conselho.

• O COMAD apresenta ao Conselho uma proposta de atividades e projetos. O Conselho determina a ênfase do ciclo e decide sobre a proposta de atividades e projetos.

SEGUNDA FASE: DEFINIÇÃO E PREPARAÇÃO DE ATIVIDADES E PROJETOS

• A COMAD do Clã organiza as atividades e projetos num calendário. A forma com que se organizará o calendário determinará a duração do ciclo.

• Uma vez que o calendário tenha sido aprovado pelo Conselho do Clã, a sua COMAD incentiva a formação de Equipes de Interesse que sejam necessárias para a realização de projetos ou atividades comuns de longa duração no ciclo que se inicia.

• Identifica e convida os especialistas que serão necessários, recorrendo à rede de contatos do Clã.

• Identifica os conhecimentos e habilidades que serão necessárias adquirir pelos jovens e oferecê-las a quem manifeste interesse em obtê-las, a menos que coincidam com as escolhidas previamente pelos jovens. Isto pode determinar novos ajustes nos Projetos Pessoais.

• Definem-se atividades e projetos, seus componentes e a interação que existem entre eles. A definição de atividades ou projetos comuns do Clã é realizada pela COMAD do Clã ou pela respectiva Equipe de

Interesse, como o apoio dos Pioneiros que participam na atividade ou projeto. Jovens que ingressam durante o desenvolvimento do ciclo serão integrados de acordo com suas opções e habilidades, e conforme a necessidade.

• Definida a atividade, ela é preparada para ser realizada em uma data determinada.

TERCEIRA FASE: DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES E PROJETOS

• Desenvolvem-se ao mesmo tempo atividades e projetos individuais, das Equipes de Interesse e do Clã.

• Cada jovem realiza as atividades e projetos individuais com o apoio de sua Equipe, dos especialistas, e a assessoria do escotista.

• As Equipes de Interesse realizam suas atividades com autonomia, sob a direção do respectivo responsável com o apoio dos escotistas, quando for solicitado, e a coordenação e supervisão da COMAD do Clã.

• Todas estas iniciativas se desenvolvem associando-se umas às outras, como as peças de um quebra-cabeça, que, isoladas não são nada, mas que em seu conjunto revelam a imagem que se formam entre todas, e que não seria a mesma se algumas destas peças faltassem. O ajuste entre as atividades individuais, as de equipe e os projetos comuns é de responsabilidade da COMAD do Clã, o que acontece no acompanhamento semanal ao desenvolvimento do programa previsto no calendário.

• Avaliam-se atividades e projetos segundo o nível de cumprimento dos objetivos previamente determinados.

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47

Fase Tempo Tarefa Quem?

1

1ª semana

Avaliação dos jovens Individual

Avaliação coletiva

Diagnóstico do Clã

Ideias sobre futuras

atividades e projetos

Conselho

Com todas as ideias

produzidas pelos

jovens e o conteúdo do

diagnóstico, a COMAD

do Clã elabora uma

proposta que submeterá

à consideração do

Conselho.

COMAD

2ª Semana

O Conselho decide

sobre a proposta de

atividades e projetos, e

determina a ênfase do

ciclo.

Conselho

Organizam-se as

atividades e projetos

num calendário

COMAD

3ª Semana

em

diante...

O Conselho do Clã

aprova o Calendário Conselho

2

Constituem-se Equipes

de Interesse

Definem-se os objetivos

de atividades e projetos

Ajustam-se os demais

elementos da proposta

COMAD e

equipes

3

Desenvolvem-se

ao mesmo tempo

atividades e projetos

individuais e das

Equipes de Interesses

do Clã

Equipes de

Interesse

Avaliação permanente e

ajustes

Individual,

Equipe de

Interesse e

COMAD

Fonte: Textos extraídos dos materiais: Escotistas em Ação Ramo Lobinho, Escotistas em Ação Ramo Escoteiro, Escotistas em Ação Ramo Sênior, Escotistas em Ação Ramo Pioneiro.

Para saber mais sobre Ciclo de Programa, consulte os Manuais do Ramo.

Anotações:

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Unidade 17: Proposta e seleção de atividades

Ramo LobinhoAs atividades pré-selecionadas são propostas pelos

escotistas aos lobinhos sob forma mais diversas, sempre com o objetivo de motivar sua criatividade e provocar a troca de opiniões entre eles.

Os lobinhos reagem antes às propostas acrescentando outras atividades, por sua própria iniciativa, introduzindo variantes ou simplesmente aceitando-as.

Todas as atividades que surgem deste processo de propostas sucessivas são submetidas, finalmente, à decisão da Alcateia, que seleciona as atividades que serão desenvolvidas durante o ciclo de programa.

Para efetuar essa seleção, podem ser utilizados diversos jogos democráticos que visam fazer com que os lobinhos participem ativamente do processo decisório e aprendam a fazer opções, sem deixar de brincar.

Simulando um debate parlamentar, um processo eleitoral, uma defesa diante de um tribunal, um leilão público, um dia de compras na feira ou qualquer outra situação semelhante, os lobinhos se defrontam com a oportunidade de apresentar suas ideias e defender suas posições, aprendem a argumentar, formam opiniões e desenvolvem muitas outras habilidades e atitudes que são próprias do processo democrático de tomada de decisões.

Ramos Escoteiro e SêniorA ênfase é apresentada às patrulhas juntamente com

a proposta de atividades pré-selecionadas pela Corte de Honra.

Cada patrulha seleciona as atividades que realizará e prepara uma proposta de atividades comuns a todas as patrulhas.

As patrulhas informam à Tropa sobre as atividades que realizarão e apresentam sua proposta de atividades de Tropa, as quais serão selecionadas por meio de jogos democráticos.

Para chegar a estes resultados, se realiza uma rodada de reuniões dos Conselhos de Patrulha e uma Assembleia de Tropa.

A Proposta Contém a Ênfase, Algumas Atividades de Patrulha e Todas as Atividades de Tropa.

A ênfase se dá a conhecer às patrulhas, porque se elas não a conhecem não saberão em que direção deverão decidir e propor atividades. É contraproducente

fazer com que as patrulhas sugiram atividades para, logo em seguida, considerá-las, por estar fora do marco definido da ênfase.

Só se divulga da ênfase aquela parte que diz respeito às atividades, pois não há utilidade prática em comunicar a todos os jovens o que a Corte de Honra pensa sobre a aplicação do Método ou sobre a forma como seu desenvolvimento pessoal está sendo avaliado, por exemplo.

As atividades de patrulha que foram pré-selecionadas e que se originaram de propostas dos próprios jovens podem retomar às mesmas patrulhas que as idealizaram, a menos que tenham sido propostas pela Corte de Honra para serem realizadas por toda a Tropa. As atividades de patrulha idealizados na Corte de Honra podem ser apresentadas a todas as patrulhas ou apenas a algumas delas, segundo as características e necessidades de cada uma.

As atividades de Tropa incluídas na pré-seleção feita pela Corte de Honra são apresentadas a todas as patrulhas, sem exceção, qualquer que tenha sido sua origem.

A Proposta é analisada nos Conselhos de Patrulha

Uma vez formulada a proposta, se realiza uma nova rodada de reuniões dos Conselhos de Patrulha. Os seguintes fatos se passam em tais reuniões:

• Monitor e Submonitor apresentam a ênfase fixada pela Corte de Honra, explicando sua fundamentação.

• Dão a conhecer as atividades pré-selecionadas.

• Motivam uma troca de opiniões sobre as diversas ideias de atividades de patrulha que estão em discussão: as sugeridas pelos próprios jovens na reunião anterior do Conselho de Patrulha, as propostas pela Corte de Honra e outras que podem surgir no momento, como resultado da consideração da ênfase fixada.

• A troca de ideias se encerra com uma decisão sobre as atividades que a patrulha realizará no próximo ciclo.

• Finalmente, a patrulha prepara sua própria proposta de atividades de Tropa que apesentará à Assembleia de Tropa.

A Assembleia de Tropa Seleciona as Atividades Comuns a Todas as Patrulhas

Em uma Assembleia de Tropa, que marca o encerramento desta segunda fase, acontecem os seguintes fatos:

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• Cada patrulha apresenta as atividades de patrulha que decidiu realizar, incluindo a ordem de prioridade que estabeleceu para elas e a duração estimada de cada uma.

• Em seguida, cada patrulha, utilizando um jogo democrático que se determinou previamente, apresenta sua proposta de atividades de Tropa.

• Seguindo a dinâmica do mesmo jogo, a Assembleia elege as atividades que deseja realizar, numa ordem de prioridade que traduz o resultado do jogo democrático.

O Resultado do Jogo Democrático Determina as Atividades da Tropa

O jogo democrático em que se converte a reunião da Assembleia de tropa define as atividades que serão desenvolvidas durante o ciclo de programa, ordenadas prioritariamente segundo as preferências manifestadas pelos jovens. Os escotistas facilitam a dinâmica do jogo, assumindo tarefas de apoio que variam segundo o jogo escolhido. Em nenhum caso eles devem intervir para favorecer esta ou aquela alternativa. Mesmo quando o resultado não constitua a melhor opção, é preciso respeitar a decisão tomada pela Assembleia, dentro de limites de segurança razoáveis. Se suas determinações forem ignoradas, os jovens jamais adquirirão a experiência de arcar com as consequências de suas próprias decisões. Se, ao organizar as atividades em um calendário – tarefa que deve ser feita pela Corte de Honra – for necessário adiar ou acrescentar algumas atividades de Tropa, esta decisão exige uma nova manifestação da Assembleia de Tropa.

Ramo PioneiroO Conselho do Clã estabelece normas, fixa a visão e

os objetivos, e decide atividades e projetos do Clã

O Conselho é formado por todos os jovens do Clã, os quais intervêm individualmente e não como representantes de suas equipes de interesses. É convocado de acordo com a Carta Pioneira. O presidente do Conselho do Clã preside também a COMAD. Os assuntos que lhe correspondem são os seguintes:

• Estabelecer normas de funcionamento e convivência cada vez que seja necessário fazê-lo.

• Fixar a visão e o prazo em que se espera atingi-la.

• Determinar os objetivos anuais do Clã de acordo com a visão,

• Decidir os projetos e atividades do Clã que se realizarão em um ciclo de programa e aprovar o calendário de atividades depois que estas tenham sido organizadas pela COMAD do Clã.

O Conselho do Clã não se confunde com a reunião do Clã , que se caracteriza pelo desenvolvimento de uma atividade, de acordo com a programação.

Fonte: textos extraídos:Manual do Escotista Ramo Lobinho e Ramo Escoteiro; Escotistas em Ação do Ramo Pioneiro.

Anotações:

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Unidade 18: Negociação dos objetivos Educacionais

Avaliação da Progressão Pessoal do JovemA avaliação está concluída quando o(a) jovem e o(a)

escotista encarregado(a) de seu acompanhamento chegam ao consenso.

Para estabelecer este consenso, é conveniente que O(a) jovem e o(a) escotista responsável pelo seu acompanhamento tenham um encontro destinado apenas a determinar atividades que devam ser realizadas durante o Ciclo.

Esta reunião é mais uma entre tantas ocasiões em que o(a) escotista e o(a) jovem se encontram, o que facilitará o estabelecimento de um clima descontraído. Com esta conversa estará se encerrando, para esse jovem, o processo de avaliação durante o Ciclo.

Exemplificamos abaixo de que forma acontece esta negociação no Ramo Escoteiro.

Corte de Honra entrega distintivo, quando é o caso.

Nesta conversa, o(a) jovem expõe sua autoavaliação, que se nutriu com a opinião de seus companheiros de patrulha, indicando as atividades que considera haver realizado durante o Ciclo que está terminando. O(a) escotista compartilha com o(a) jovem a opinião que formou, esclarecendo que nela se agrupam as opiniões colhidas entre outros agentes avaliadores.

Por exemplo, se durante o Ciclo de Programa que está encerrando, foram enfatizadas as atividades relacionadas com a prestação de serviço ao próximo, uma atenção especial deverá ser concedida à avaliação das atividades sugeridas na área de desenvolvimento social.

Além disto, o encontro servirá para apoiar e animar o(a) jovem em seu desenvolvimento, com o(a) escotista apresentando ao(à) jovem sugestões e correções destinadas a melhorar sua participação. A reunião servirá, ainda, para avaliar a “permanência” das condutas antes alcançadas, isto é, constatar em conjunto quanto do progresso alcançado em Ciclos anteriores permaneceu ao longo do tempo.

Durante o diálogo e mantendo-se fiel aos critérios fixados pela Corte de Honra1 o(a) escotista chegam a um consenso .

A opinião do(a) escotista é importante, mas em nenhum caso deve prevalecer pela simples razão de ser a opinião de um(a) escotista. Ao contrário, o(a) escotista deve estar sempre pronto a rever seus pontos de vista,

levando em conta que reforçará mais o comportamento do(a) jovem negociando com ele suas percepções do que impondo suas opiniões.

Contudo, existindo discrepância que a habilidade de negociação do escotista não consiga eliminar, deve permanecer - sempre - a autoavaliação do(a) jovem. É preferível que o(a) jovem se exceda na apreciação de suas conquistas num determinado momento para ser confrontado com a realidade no futuro, a ele se impor o ponto de vista do(a) escotista .

Se, em virtude das conquistas alcançadas o(a) jovem estiver em condições de ingressar na etapa de progressão subsequente, o(a) escotista apresentará a este feito Corte de Honra, que entregará o novo Distintivo de Progressão e o(a) jovem passará a mirar um conjunto de atividades mais adequado àquela nova fase

Fonte: Texto adaptado do Manual do Escotista – Ramo Escoteiro

Anotações:

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Unidade 19: Pioneirias

As pioneirias proporcionam o conforto de um acampamento. Algumas delas são indispensáveis em um acampamento de três ou mais dias, e você deve estar apto a ajudar a projetar e construir qualquer uma delas.

Fossa com tampa - Um escoteiro não deixa vestígios de sua passagem pelo local, e deve ser muito cuidadoso com as sobras e lixo que produz. O equilíbrio ecológico é frágil e necessita de nossa ajuda para se manter.

Separe o que for lixo ou rejeito em dois grupos:

a. Biodegradáveis Rápidos: são todos aqueles de origem orgânica, como restos de comida e papeis. Este lixo pode ser descartado em uma fossa escavada longe de fontes de água, e a cada dia cubra com uma camada fina de terra. Com objetivo de produzir a decomposição desse lixo, transformando-o em composto útil à natureza, jogue água dentro da fossa antes de cobri-la definitivamente.

b. Biodegradáveis Lentos: São aqueles que têm algum grau de industrialização, e em geral receberam elementos que o preservam. Sempre que possível este tipo de lixo deve ser colocado em sados de lixo e retornar para a cidade, onde será descartado. Somente se houver absoluta necessidade de eliminá-lo ainda no campo, recomenda-se que se queime tudo antes de cobrir com terra.

Pórtico - O Pórtico é a entrada do “Canto de Patrulha”, e deve ser preparado de forma a que seja prático e identifique a patrulha. É interessante colocar um portão, que pode ser acionado de forma criativa, e também assegurar-se que a cerca de campo evite a passagem de animais domésticos.

Pioneirias Básicas

Num acampamento de 3 dias, é interessante ter pelo menos as seguintes pioneirias básicas:

1. Canto do lenhador com porta ferramentas

2. Toldo

3. Mesa com bancos

4. Dispensa

5. Tripé

Canto do lenhador com porta ferramentas - Normalmente, é a primeira pioneiria a ser montada no campo, pois precisaremos dele para termos mais segurança ao montarmos as outras pioneirias. Caso haja possibilidade de chuva iminente, o toldo pode ser feito primeiro para garantir a continuidade do trabalho debaixo do mesmo. Deve ser instalado num local afastado das demais construções do campo e não deve haver galhos de árvores baixos sobre ele para evitarmos acidentes. O tamanho dependerá da maior ferramenta de corte que a patrulha possuir, conjugado com a envergadura do jovem que irá utilizá-la, buscando formar-se um espaço que seja suficiente para trabalhar com segurança. A cerca deverá balizar e evitar que alguém possa ultrapassá-la facilmente, assim, sua altura deverá ser próxima da cintura, nem muito alta, nem muito baixa. O cepo deverá ficar numa posição central e isolado das demais construções do canto do lenhador. É extremamente importante que o cepo fique bem fixo, não pode balançar com a sua utilização e evitarmos acidentes. O porta ferramentas deve ter altura compatível, evitando que os jovens tenham que se agachar para utiliza-lo.

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Toldo - Depois do canto do lenhador, inicie a montagem do toldo, pois será sua proteção contra o sol e a chuva. As laterais deverão ser ter altura sufi ciente para que seja possível movimentar-se sem necessidade de contorcionismos:

Grandes Pioneirias - As grandes pioneirias são uma demonstração de qualidade técnica, organização, trabalho em equipe e criatividade. Tudo isso é necessário para montar grandes estruturas de forma segura e eficiente. A seguir um exemplo de pioneiria de médio/grande porte:

Torre de observação: Sempre que for necessário ampliar a área de observação e supervisão, uma boa alternativa é a construção de uma torre. Esta é, também, uma boa forma de observar animais..

Fonte: texto extraído do Guia do Desafio Sênior

Anotações:

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Unidade 20: Escotismo Mundial e Gilwell Park

Gilwell Park-A História

Gilwell é um nome que foi dado por De Bois Maclaren ao terreno que ele comprou em 1919 por 7 mil libras e doou ao Movimento Escoteiro. Outras 3 mil libras foram também utilizadas para que as primeiras construções ficassem prontas. Assim, como queriam MacLaren e o Chefe Escoteiro do Mundo Lord Baden Powell , Gilwell tornou-se o local das atividades dos escoteiros de Londres e o centro de treinamento dos escotistas daquela época.

Gilwell Park está localizado em Chingford, norte de Londres, no limite exterior da Floresta de Epping. O meridiano de Greenwich corta o local. O primeiro curso da Insígnia da Madeira, dirigido pelo primeiro Chefe de Campo Francis Gidney, teve ligar em setembro de 1919 com 19 participantes. Escotistas do mundo inteiro que completam os requisitos do Curso da Insígnia da Madeira em seus países, tornam-se membros do Grupo de Gilwell

Locais característicos e construções em Gilwell Park levam o nome de escotistas que contribuíram para o desenvolvimento do Movimento Escoteiro ou para a formação de novos escotistas

O Kudu e o Movimento Escoteiro

O kudu é uma variedade de antílope cujo habitat vai da África do Sul até a Etiópia. O kudu macho pode ter uma altura de até 2 metros a sua coloração vai desde o cinza avermelhado até o azul. Devido ao seu privilegiados sentidos da audição, visão e olfato, somado a sua capacidade de imprimir altas velocidades, o kudu é um animal difícil de ser caçado.

Seguindo uma tradição que já dura mais de 85 anos, em cursos de Insígnia da Madeira em todo o mundo, as tropas são chamadas ao som do Kudu. Pode parecer muito estranho que o som proveniente do berrante de chifre de Kudu seja utilizado para chamar escotistas ao redor do mundo. Mas foi ao som do Kudu, um dos troféus africanos de Baden Powell, que as tropas foram chamadas para o primeiro acampamento experimental em Brown Sea no distante verão de 1907.

A Insígnia da MadeiraQuando o primeiro grupo de escotistas completou

o seu curso em setembro de 1919, BP reconheceu que deveria haver uma forma de identificar os participantes que haviam terminado o treinamento. Pensando na lista de troféus da sua carreira militar ele lembrou-se de um colar de contas de Madeira. O colar era feito com mais de 1000 contas, cada uma feita utilizando uma madeira

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sul-africana de cor amarelada. O formado da madeira formava um encaixe natural de forma que cada conta se ajustava per feitamente a seguinte.

Este tipo de colar era conferido a realeza e aos guerreiros que haviam se distinguido pelo seu valor em campo de batalha. Aquele colar em particular havia sido usado pelo Rei Dinizulu dos Zulus e havia caído nas mãos de BP quando os ingleses venceram os Zulus na Província de Natal.

B-P pegou duas contas do grande colar e passando-as por um pequeno barbante fechou-a com um nó formando um colar que ficaria conhecido mundialmente como a Insígnia da Madeira.

As réplicas são feitas com a madeira retirada da Floresta de Epping, localizada nos arredores de Gilwell Park. Originalmente o colar era utilizado para prender o chapéu. Mais tarde ele passou a ser utilizado ao redor do pescoço, como é atualmente. O lenço e o arganel completavam o uniforme.

Um fato muito curioso é que os primeiros escotistas a completarem o Curso Avançado do Ramo Lobinho usavam dentes de tigre em vez das contas, representando os dentes de Shere Khan. Mais tarde, devido à pressão dos ambientalistas, já atuantes naquele tempo, fez com que

os dentes fossem substituídos pelas atuais contas.

O Lenço de GilwellO lenço, conhecido como o Lenço de Gilwell era cinza

(cor da humildade) por for a e vermelha tijolo por dentro. Hoje em dia o lenço e bege por fora.

Na parte superior do triangulo está fixado um pequeno tartan do Clã MacLaren, em reconhecimento ao Sr. De Bois MacLaren que doou Gilwell Park para o Movimento Escoteiro.

O Arganel de Gilwell

Nos primeiros tempos o lenço era amarrado com um nó. Em 1920 ou 1921 foi introduzida a peça que hoje conhecemos como o arganel de Gilwell. Dizem que o nome arganel, woggle em inglês, foi inventada pelo Primeiro Chefe de Campo de Gilwell, o Chefe Gidney.

No inicio do século XIX estava em moda fazer fogo por fricção e isto era sempre demonstrado nos cursos de treinamento de adultos. A principal peça para esta atividade era um pedaço de couro, estreito e longo o suficiente, para que fora de uso, formasse um nó Cabeça de Turco de duas voltas, o woggle, ou o Arganel de Gilwell.

(Texto retirado de Provincial Notes(Ontario-Canada) de Junho de 1992).

Canções de Gilwell

CANÇÃO DE GILWELL

Em meus sonhos volto sempre a Gilwell

Onde alegre e feliz eu acamparei

Vejo os fins de semana com meus velhos amigos

E o campo em que treinei

É mais verde a grama lá em Gilwell

Onde o ar do Escotismo eu respirei

E sonhando assim

Verei B-P, que nunca sairá dali

NOS CAMPOS DE GILWELL

Eu vou voltar a acampar

Com todos meus amigos

E junto ao fogo poder cantar

Nos campos lá de Gilwell

Como eu quero voltar

De mochila e cantil a acampar

Com peito transbordando de alegria

E meus amigos

E juntos da fogueira

Nossas vozes reunidas

Mil canções cantar

Nos campos lá de Gilwell

VOLTO A GILWELL

Volto a Gilwell, terra boa

Um curso assim que eu possa vou tomar

Eu era bom * Cuco *

Um bom * Cuco * de lei

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Não estou maus * cuqueando *

O que fazer não sei

Me sinto velho e fraco

A Gilwell vou voltar

Um curso assim que eu possa vou tomar

* substituir por outra patrulha, ou por escoteiro, sênior, lobinho, etc.

A Organização Mundial do Movimento Escoteiro

A Organização Mundial do Movimento Escoteiro é uma organização internacional, não governamental, composta por suas Associações Escoteiras Nacionais reconhecidas.

Hoje somos cerca de 30 milhões de Escoteiros, jovens e adultos, rapazes e moças, em 218 países e territórios.

Existem 155 países com Associações Escoteiras Nacionais, membros reconhecidas da Organização Mundial do Movimento Escoteiro.

Existem 26 territórios onde o Escotismo existe através de “filiais” de Associações Escoteiras.

Existem ainda 35 países onde o Escotismo existe, mas não há uma Associação Escoteira Nacional reconhecida como membro da OMME.

Por fim, existem 06 países no mundo onde o Escotismo não existe.

A Conferência Mundial do EscotismoA Conferência é a “Assembleia Geral” do Escotismo.

É o órgão máximo da Organização Mundial do Movimento Escoteiro e reúne-se a cada três anos, sempre em um país diferente. É composta por todos os seus membros, que são as Associações Escoteiras Nacionais reconhecidas. Somente uma Associação é reconhecida em cada país. Em alguns países, onde há várias Associações, estas

são organizadas em Federações, que são as detentoras deste reconhecimento.

As Associações membro são representadas nas Conferências Mundiais do Escotismo por um máximo de seis delegados. Os observadores autorizados por suas Associações podem também participar.

O objetivo da Conferência é promover a unidade, a integridade e o desenvolvimento do Movimento Escoteiro Mundial. Isto é alcançado através de uma estrutura organizada para: troca de idéias e informações entre seus membros, formular as políticas mundiais, analisar e aprovar os relatórios e recomendações do Comitê Mundial e dos órgãos que gerenciam a Organização Mundial, eleições, aprovação de novos membros, taxas de registro, emendas a Constituição Mundial e aos regimentos etc.

O Comitê Mundial do EscotismoO Comitê Mundial é o órgão diretivo da Organização

Mundial do Movimento Escoteiro. É responsável pela execução do que foi definido na Conferência Mundial e por agir em seu interesse entre as suas reuniões. O comitê é composto de 14 membros; destes, 12 são eleitos para mandatos de seis anos e devem ser todos de países diferentes. Os membros não representam seu país, mas sim os interesses do movimento como um todo. As eleições ocorrem nas Conferências Mundiais a cada 3 anos, portanto, metade do Comitê é renovado a cada triênio.

O Secretário Geral, e o Tesoureiro, da OMME são membros ex-officio do comitê. Os presidentes dos Comitês Regionais participam nas reuniões do Comitê Mundial como consultores.

O Comitê reúne-se duas vezes ao ano, geralmente em Genebra, Suíça. Seu Comitê Executivo, constituído pelo Presidente, dois Vice-presidentes e pelo Secretário Geral reúne-se sempre que necessário.

O Bureau Mundial do EscotismoO Bureau Mundial é o secretariado da Organização

Mundial. O Bureau é dirigido pelo Secretário Geral da OMME. Ele é nomeado pelo Comitê Mundial e é o principal gerente administrativo da Organização. Praticamente todas as pessoas que lá trabalham são profissionais a serviço do Escotismo.

O Bureau Mundial foi criado e sediado em Londres, Inglaterra em 1920. Em 1959 foi transferido para Ottawa no Canadá e finalmente em 1968 mudou-se para Genebra, Suíça, onde permanece até hoje.

Existem também filiais do Bureau que servem às Regiões Escoteiras; são os escritórios regionais que estão localizados como segue (o escritório principal está por primeiro):

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• Região África: Nairobi, Quênia; Dakar, Senegal e Cidade do Cabo, África do Sul.

• Região Árabe: Cairo, Egito.

• Região Ásia Pacífico: Manila, Filipinas.

• Região Eurásia: Yalta-Gurzuf, Ucrânia, e Moscou, Rússia.

• Região Européia: Genebra, Suíça e Bruxelas, Bélgica.

• Região Interamericana: Ciudad del Saber, Panamá

Como secretariado da OMME, o Bureau Mundial tem diversas funções constitucionalmente definidas. São elas:

- suporte às conferências mundiais e regionais, aos comitês mundial e regionais e a seus órgãos subsidiários no cumprimento de suas funções;

- preparação das reuniões e apoio para a execução das decisões destes diversos órgãos;

- promoção do Escotismo em todo o mundo;

- manter relações com as Associações Escoteiras Nacionais;

- apoio no desenvolvimento do Escotismo nos países.

- promover o desenvolvimento do Escotismo em países onde ele não existe ou ainda não é reconhecido;

- supervisão de eventos mundiais e regionais tal como jamborees;

- manter relações com organizações internacionais cujas atividades são relacionadas com juventude.

O Bureau Mundial realiza estas funções de diversas maneiras:

- dando apoio para comitês, forças tarefa e grupos de trabalho;

- desenvolvendo e conduzindo cursos;

- auxiliando técnica e consultivamente;

- publicando boletins regulares com notícias do Escotismo.

O Bureau Mundial tem seus custos financiados parcialmente pelas taxas anuais de registro pagas pelas Associações Nacionais, baseadas no número de associados. Outros recursos provem de contribuições das fundações, das corporações, das agências e de indivíduos. Uma parcela provem da Fundação Mundial do Escotismo, que é um fundo de capitalização. As contribuições para a Fundação são investidas de tal forma que produzem uma entrada regular para a Organização Mundial. A Fundação recebe também doações materiais para o Escotismo internacional

A Organização Interamericana de EscotismoA Organização Interamericana de Escotismo faz parte

da Organização Mundial do Movimento Escoteiro e é composta pelos membros desta última, que desejem agrupar-se dentro da área geográfica da Região Interamericana.

Podem ser membros da Organização Interamericana as Associações Escoteiras de países da Região Interamericana e que sejam reconhecidas pela Conferência Mundial como membros da OMME. Além destas, podem também fazer parte as “filiais” de Associações Nacionais de países localizados em outras Regiões, mas que tenham atividades em seus territórios dentro da Região Interamericana.

A Conferência Interamericana do EscotismoA Conferência Interamericana é o órgão máximo da

Organização Interamericana de Escotismo e se reúne a cada 3 anos, sempre em um país diferente (definido pela Conferência anterior) e no ano que antecede a Conferência Mundial.

O Comitê Interamericano de EscotismoO Comitê Interamericano de Escotismo é composto

por 10 membros, eleitos pela Conferência Interamericana para mandatos de 6 anos. A cada Conferência são eleitos 5 novos membros. Portanto, a cada 3 anos o Comitê passa por uma renovação de 50%. O Diretor Executivo Regional também faz parte deste Comitê, na função de Secretário Executivo. O Comitê reúne-se ordinariamente 2 vezes ao ano.

Os próprios membros do Comitê elegem o Presidente e os dois Vice-presidentes. Juntamente com o Diretor Executivo, formam o Comitê Executivo, que se reúne sempre que necessário.

O Escritório Interamericano de EscotismoO Escritório Interamericano de Escotismo, muito

conhecido como OSI (Oficina Scout Interamericana) é uma filial do Bureau Mundial, que tem como principal função dar o suporte administrativo à Organização Interamericana de Escotismo, ao Comitê Interamericano de Escotismo e às Associações membro.

Sua sede está localizada na Ciudad del Saber, Panamá.

Fraternidade MundialUm Escoteiro chegando a uma cidade, estado ou

país estranho não é um forasteiro ou estrangeiro, pois é recebido como um irmão pela comunidade escoteira.

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FRATERNIDADE MUNDIAL

DO MOVIMENTO ESCOTEIRO

CARATERÍSTICAS:

União

Convivência como irmãos

Harmonia

Paz e concórdia

Na cerimônia da Promessa, o Escotista informa ao jovem que a partir daquele momento ele passa a fazer parte da fraternidade mundial do Movimento Escoteiro. O jovem ingressa na grande família escoteira, que não distingue raças, credos, fronteiras, religiões ou classes sociais.

Receber ou visitar membros do Movimento Escoteiro geralmente são atividades agradáveis e devem ser incentivadas. A fraternidade não se inicia em outro continente ou outro país. Ela está presente quando fazemos um jogo setorial ou se recebe um jovem de outro Grupo em sua reunião de sede. Todos devem ser tratados como irmãos, com carinho e atenção.

Acampamentos setoriais, regionais, nacionais e internacionais são oportunidades de praticar a fraternidade escoteira. Os grupos devem motivar e viabilizar a participação do maior número de jovens.

A partir de 1920, e com intervalos de quatro anos, vêm sendo realizados Jamborees Mundiais.

Esta atividade reúne jovens e adultos de todo o mundo em um acampamento onde o ponto forte é a confraternização. Os jovens vencem a barreira da língua e estabelecem relacionamentos fraternos que devem servir de modelo aos dirigentes mundiais.

FRATERNIDADE

Inicia no próprio Grupo

passa pelos Grupos do Setor

segue pelas atividades nacionais

chega em outros países

A troca de correspondências entre membros do Movimento, atividade conhecida por “Companheiros de Pena”, “Pen Pal” ou “LinkUp”, deve ser incentivada.

Anualmente ocorre no terceiro final de semana de outubro o Jamboree no Ar (JOTA) e o Jamboree na Internet (JOTI), que une jovens de todo o mundo por meio do radioamadorismo e da internet respectivamente.

Bianualmente também ocorrem os Elos, que são acampamentos descentralizados, realizados a nível setorial, abrangendo uma determinada região. A característica é que os acampamentos devem ser realizados na mesma data e com a mesma programação.

Jamborees MundiaisUm Jamboree Mundial é um evento único na vida de

seus participantes. É o grande encontro dos Escoteiros de todo o mundo. Realiza-se a cada quatro anos, sempre em um local diferente. Suas últimas edições têm reunido mais de 30.000 participantes.

Veja abaixo quando e onde foram realizados os Jamborees Mundiais:

01.° 1920 Olympia, Londres, Inglaterra.

02.° 1924Ermelunden, Copenhague,

Dinamarca.

03.° 1929 Arrowe Park, Birkenhead, Inglaterra.

04.° 1933 Gödöllö, Hungria.

05.° 1937Vogelensang-Bloemendaal, Países

Baixos.

06.° 1947 Moisson, França.

07.° 1951 Salzkammergut, Bad Ischl, Áustria.

08.° 1955 Niagara on the Lake, Canadá.

09.° 1957 Sutton Park, Inglaterra.

10.° 1959 Mount Makiling, Filipinas.

11.° 1963 Maratona, Grécia.

12.° 1967 Farragut State Park, Idaho, EUA.

13.° 1971 Asagiri Heights, Japão.

14.° 1975 Lake Mjosa, Lillehammer, Noruega.

1979Previsto para ser realizado no Irã, o

Jamboree foi cancelado.

15.° 1983Kananaskis Country, Alberta,

Canadá.

16.°1988 - 1989

Cataract Scout Park, New South Wales, Austrália.

17.° 1991Mount Sorak National Park, Coréia

do Sul.

18.° 1995 Drönten, Flevoland, Países Baixos.

19.°1998- 1999

Picarquin, Chile.

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20.°2002 - 2003

Sattahip, Chonburi Province, Tailândia.

21.° 2007Hylands Park, Chelmsford ,

Inglaterra

22.° 2011 Rinkaby, Kristianstad, Suécia.

23º 2015 Yamaguchi, Japão

MootsPouco depois de iniciado o escotismo por B-P,

verificou-se com surpresa que alguns rapazes mais velhos que saiam das Patrulhas continuavam ligados ao movimento. Foi então que começou a crescer uma irmandade de escoteiros mais velhos. Eles começaram a chamar-se Rovers, e não só cumpriam a Lei Escoteira e a Lei dos Cavaleiros, como o seu lema era “Servir”. No Brasil, os Rovers são chamados de Pioneiros.

Em 1933 B-P organiza o primeiro Rover Moot mundial que a cada quatro em quatro anos se realizou até 1961 (sendo só interrompido pela IIª Guerra Mundial). Entre 1965 e 1982 os Rover Moots mundiais foram substituídos por Anos Moot mundiais (os World Rover Moots), esta mudança teve o objetivo de aumentar o número de eventos e a melhorar a acessibilidade dos jovens do Ramo Pioneiro.

Durante a Conferência Mundial de 1989 na Austrália, analisou-se a possibilidade de voltar a organizar os Moots a um nível mundial. No entanto este início foi difícil, pois tantos anos sem se reunirem e sem um acompanhamento a nível mundial, os pioneiros de todo o mundo eram diferentes, muito similares nas regiões, mas contrastantes no global.

Por essa razão combinou-se realizar uma reunião de jovens em 1990/91 na Austrália, e outro no verão de 1992 na Suíça; no entanto foi eliminada a palavra Rover para permitir a participação de todos os jovens pertencentes ao Movimento Escoteiro com as idades compreendidas entre os 18 e os 26 anos (regra que ainda hoje se mantém).

1.° 1931 Kandersteg, Suíça.

02.° 1935 Ingaro, Suécia.

03.° 1939 Monzie, Escócia.

04.° 1949 Skiak, Noruega.

05.° 1953 Kandersteg, Suíça.

06.° 1957 Sutton Coldfield, Inglaterra.

07.° 1961 Melbourne, Austrália.

08.° 1990-1991 Melbourne, Austrália.

09.° 1992 Kandersteg, Suíça.

10.° 1996 Ransberg, Suécia.

11.° 2000 México

12.° 2004 Hualien, Taiwan.

13º 2010 Nairobi, Quênia

14º 2013 Montreal, Canadá

Conferências Mundiais

CME Ano LocalPaíses

participantes

01.ª 1920 Londres, Inglaterra. 33

02.ª 1922 Paris, França. 30

03.ª 1924 Copenhague, Dinamarca. 34

04.ª 1926 Kandersteg, Suíça. 29

05.ª 1929 Birkenhead, Inglaterra. 33

06.ª 1931 Vienna-Baden, Áustria. 44

07.ª 1933 Gödöllö, Hungria. 31

08.ª 1935 Estocolmo, Suécia. 28

09.ª 1937 Haia, Holanda. 34

10.ª 1939 Edimburgo, Escócia. 27

11.ª 1947 Chateau de Rosny, França. 32

12.ª 1949 Elvesaeter, Noruega. 25

13.ª 1951 Salzburgo, Áustria. 34

14.ª 1953 Vaduz, Liechtenstein. 35

15.ª 1955 Niagara Falls, Canadá. 44

16.ª 1957 Cambridge, Inglaterra. 52

17.ª 1959 Nova Dheli, Índia. 35

18.ª 1961 Lisboa , Portugal. 50

19.ª 1963 Rhodes, Grécia. 52

20.ª 1965Cidade do México,

México.59

21.ª 1967 Seattle, EUA. 70

22.ª 1969 Otaniemi, Finlândia. 70

23.ª 1971 Tóquio, Japão. 71

24.ª 1973 Nairobi, Quênia. 77

25.ª 1975 Lundtofte, Dinamarca. 77

26.ª 1977 Montreal, Canadá. 81

27.ª 1979 Birmingham, Inglaterra. 81

28.ª 1981 Dakar, Senegal. 74

29.ª 1983 Dearborn, EUA. 90

30.ª 1985 Munique, Alemanha. 93

31.ª 1988 Melbourne, Austrália. 77

32ª 1990 Paris, França. 100

33.ª 1993 Bangkok, Tailândia. 99

34.ª 1996 Oslo, Noruega. 108

35.ª 1999 Durban, África do Sul. 116

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36ª 2002 Tessalônica, Grécia. 125

37.ª 2005 Hammamet, Tunísia, 124

38.ª 2008 Coréia do Sul

39.ª 2011 Curitiba, Brasil

40ª 2014 Ljubljana, Eslovênia

Efetivo MundialSomos hoje cerca de 30 milhões de Escoteiros,

distribuídos em 218 países e territórios. A tabela abaixo mostra os países com o maior número de Escoteiros e Escoteiras (as Bandeirantes não estão incluídas nestes números) e sua relação em porcentagem com o número total de habitantes.

N° País População Escoteiros

Escoteiros

na

População

01 Indonésia 232.073.071 8.909.435 3,84%

02Estados Unidos

da América281.421.906 6.239.435 2,22%

03 Índia 1.045.845.226 2.138.015 0,20%

04 Filipinas 84.525.639 1.956.131 2,31%

05 Tailândia 62.354.402 1.305.027 2,09%

06 Bangladesh 133.376.684 908.435 0,68%

07 Paquistão 147.663.429 526.403 0,36%

08 Reino Unido 59.778.002 498.888 0,83%

09 Coréia do Sul 48.324.000 252.157 0,52%

10 Japão 126.974.630 220.223 0,17%

11 Canadá 31.902.268 212.259 0,67%

12 Quênia 31.138.735 151.722 0,49%

13 Alemanha 83.251.851 123.937 0,15%

14 Tanzania 37.187.939 102.739 0,28%

15 França 59.765.983 102.405 0,17%

16 Itália 57.715.625 100.675 0,17%

17 Australia 19.546.792 98.084 0,50%

18 Malásia 22.662.365 96.893 0,43%

19 Bélgica 10.274.595 88.271 0,86%

20 Polônia 38.625.478 85.822 0,22%

21 Uganda 24.700.000 77.894 0,32%

22 Egito 70.712.345 74.598 0,11%

23 Espanha 40.077.100 74.561 0,19%

24 Hong Kong 7.303.334 74.147 1,02%

25 Portugal 10.084.245 70.863 0,70%

26Taiwan (Scouts

of China)22.548.009 69.452 0,31%

27 Brasil 176.029.560 66.375 0,04%

28 Suécia 8.876.744 60.122 0,68%

29 Países Baixos 16.067.754 57.484 0,36%

30 Suíça 7.301.994 52.349 0,72%

33 Argentina 37.812.817 44.981 0,12%

34 México 103.400.165 39.327 0,04%

36 Chile 15.498.930 33.812 0,22%

Fontes: OMME 2003 e MSN Encarta 2002Fotgrafia: http://www.f64.com.br/

Anotações:

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Unidade 21: Trabalho Em Equipe - Uma Vantagem Competitiva

Autor: Gilberto Wiesel

A idéia de se trabalhar em equipe surgiu no momento que o homem percebeu que a soma dos conhecimentos e habilidades individuais facilitariam o atingir dos objetivos. A mudança constante das informações e a necessidade de um maior conhecimento motivaram cada vez mais essa forma de trabalho, ou seja, fazer com que um grupo, formado por pessoas diferentes, tenha objetivos comuns.

A verdade é que nem todas as empresas conseguem isso: transformar grupos de trabalho em equipes vencedoras, pois, quando falamos em equipes de trabalho, estamos nos referindo ao somatório de forças que vem do conhecimento e experiência, contudo, ao falarmos na formação dessa equipe, começamos a mencionar pessoas.

Essa então é a grande sacada, porque pessoas são dotadas de sentimentos individuais, expectativas únicas, sem falar nas crenças, valores e identidade que cada um vai formando no decorrer da vida.

É fato que toda equipe necessita de um líder que seja capaz de orientar, mostrar caminhos e gerar grandes resultados. Ele deverá ser dotado de características, não somente técnicas, mas também comportamentais, como, por exemplo, ter carisma, humildade, sinceridade, ser preocupado e compreensivo. É dele a missão de inspirar, em seus colaboradores, a motivação para a conquista. O líder, portanto, é um modelo. Dessa forma, consegue envolver e comprometer as pessoas, transmitindo-lhes sinergia, amizade, companheirismo e satisfação. É, dessa forma, que nasce um time de vencedores, mantido, certamente, pela parceria de todos.

Cabe ressaltar também que as pessoas envolvidas necessitam resgatar valores como união, respeito, cooperação, participação, envolvimento e comprometimento. Esse resgate é fundamental, pois a sociedade como um todo está num processo quase cruel de individualismo.

JUNTOS SOMOS FORTES, nada mais verdadeiro do que esta frase. A sobrevivência de uma empresa está relacionada com o conceito que ela tem de união e como ela vai passar isso aos seus colaboradores. Com o trabalho em conjunto, as pessoas desenvolvem seu espírito de cooperação e é dele que nasce o mais nobre dos sentimentos, o afeto. A troca é matéria-prima em uma

equipe e, nesse processo, todos, inconscientemente, se alimentam.

A verdadeira equipe equilibra egos, ensaia com afinco a humildade de cada colaborador, treina intensivamente o reconhecimento, incentiva, com firmeza, a satisfação de todos, zela pela paz e, finalmente, aposta no respeito e na transparência.

Equipes vencedoras são formadas por pessoas que não pensam somente em sua vitória pessoal, mas sim, no todo. Vibram pelas conquistas dos colegas e entendem que o sucesso deles é também seu. São pessoas capazes de perceber que aquilo que se obtém, não vem por acaso, mas sim pelo resultado do trabalho de todos. Assim, se desencadeia o autodesenvolvimento de uma organização.

Procuram sempre evoluir, em busca das novidades e da participação com idéias criativas para serem implantadas, esforçam-se ao máximo para que toda a equipe cresça. Sabem que cada tarefa realizada é para o crescimento do todo, por isso, comprometem-se em todos os aspectos do trabalho. Têm consciência de que necessitam de constante atualização, para ampliar o seu conhecimento com cursos, treinamentos, independentes da empresa, e que o resultado disso será a melhoria individual e, principalmente, do time. Sentem-se gratificados por compartilhar o conhecimento adquirido com os demais. São dedicados, informados, sugerem abordagens que possam gerar lucros, visando à sustentação da equipe que passa a ter um crescimento constante. Concluindo, em um grande time de vencedores encontramos o alimento para as nossas vitórias individuais.

Fonte: http://www.artigonal.com/recursos-humanos-artigos/trabalho-em-equipe-uma-vantagem-competitiva-356377.html

Anotações:

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Unidade 22: Conselho de Pais e Mobilização de Adultos

O Estatuto da UEB diz: “O Conselho de Pais é o órgão de apoio familiar à educação escoteira, e se reúne periodicamente, pelo menos a cada semestre, para conhecer o relatório das atividades passadas, assistir as atividades escoteiras dos membros juvenis e participar do planejamento.“ Mas, como há cerca de 3 a 5 Ciclos de Programa num ano, é interessante realizar uma Reunião do “Conselho de Pais” por Ciclo.

É no Conselho de Pais da Seção que os Escotistas têm a oportunidade de entrar em contato direto com os pais ou responsáveis dos jovens da sua Seção. Na pauta deste Conselho devem constar os seguintes assuntos:

• Atividades já realizadas e suas avaliações;

• Calendário do próximo período de planejamento;

• Participação dos pais no próximo período de planejamento;

• Situação financeira da Tropa;

• Projetos da Tropa;

• Etc.

Os Escotistas deverão criar mecanismos para incentivar a participação de todos os responsáveis nos Conselho de Pais. Deverá ser encaminhado, com antecedência, um informativo contendo a pauta da reunião e a importância da participação dos mesmos na vida Escoteira dos jovens dos quais são responsáveis.

Onde os pais podem ser aproveitados na seção

Estando estabelecida a comunicação entre os escotistas da seção e os pais podemos citar alguns trabalhos que podem ser executados pelos pais da seção.

• É importante colaborar nas atividades externas da Seção de seus filhos, seja contribuindo com o deslocamento dos escoteiros, seja com a ajuda para a elaboração e transporte dos equipamentos e refeições da tropa. Esta se constitui numa excelente oportunidade de conhecer um pouco mais os colegas de seu filho no Grupo Escoteiro.

• Desejando contribuir mais com a Seção de seu filho, ou mesmo outra Seção do Grupo Escoteiro, o pai ou a mãe pode se oferecer para colaborar como Auxiliar Administrativo ou Auxiliar de Mobilização de

Pais da Seção. Outra forma de ajudar seria colaborar como Instrutor e/ou Avaliador de Especialidades, que constituem numa ampla relação de habilidades a serem aprendidas e demonstradas pelos membros juvenis, em três níveis..

• Também podem ajudar de forma mais efetiva a alguma Seção do Grupo Escoteiro, colaborando como Assistente de uma Seção, com a qual tenha mais afinidade pela faixa etária de seus integrantes. Pode ser realizado um estágio, em várias Seções, para escolher aquela que prefere.

• Outra maneira de contribuir é colaborando em projetos que seção escoteira necessita, tais como levantamento de preços de materiais para acampar, ou campanhas de arrecadação de fundo as para promover acampamentos.

• Quem aprecia mais a área administrativa, também pode ajudar à Diretoria de Grupo, contribuindo como Adjunto a algum dos Diretores do Grupo Escoteiro. Para o exercício dessa função também pode ser realizado um estágio experimental, negociado com o respectivo titular da função de Diretor. Verifique no Regulamento do Grupo Escoteiro ou pergunte a algum dos Diretores, quais são as funções que existem e quais necessitam mais de ajuda.

• Além de estabelecer um excelente círculo de amizades, como seus filhos encontrarão motivos para seu constante auto aper feiçoamento para contribuir com a formação de uma nova geração mais responsável e solidária.

Como montar um Conselho de Pais

Comunicar aos pais o horário, local e data do conselho, procurando sempre ter certa antecedência para que o pai se programe.

• Certificar-se que todos estão cientes da reunião

• Relembrar na semana da reunião que a mesma irá acontecer

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• Montar o ambiente onde a reunião ira acontecer com antecedência da mesma, porem no dia.

• Deixar preparada uma lista de participação para ser assinada pelos pais

• Montar em conjunto com os escotistas da tropa com antecedência a pauta a ser discutida

• Não divagar durante o conselho

• Ser direto e sucinto nos tópicos abordados

• Nomear um escotista para secretaria-lo durante a reunião

• Não deixar a reunião muito comprida

• Encaminhar a todos os pais um resumo dos assuntos discutidos e acordados.

Caso haja necessidade de uma conversa sobre uma determinada criança/jovem sobre um assunto específico, recomenda-se que sejam tratados separado e após o Conselho, com seus respectivos pais.

Orientações básicas para uma boa reunião:

Para que sua reunião tenha sucesso, é necessário levar em conta estas três partes principais:

• Antes: escolha e arrumação do local, autorizações, pauta, avisos, sinalização, convites (aos interessados), material de apoio, recursos audio-visuais, bem-estar (água, café, sanitários, etc.);

• Durante: recepção dos convidados, apresentação das pessoas, integração, apoio no andamento da reunião, etc.;

• Depois: agradecimentos, arrumação do local, guarda dos materiais, etc.

Fonte: Partes deste texto foram extraídos do material Escotistas em Ação!

Anotações:

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Unidade 23: Interagindo com os Adultos – Captação e Manutenção

O recrutamento de adultos pode ser expresso com o seguinte lema: “Encontrar a pessoa certa, para o trabalho adequado, no momento preciso”, ou seja, necessitamos de adultos que tenham determinadas habilidades, comportamentos e atitudes.

Algumas vezes, os Dirigentes de um Grupo poderá defrontar-se com o trabalho oposto: livrar-se de uma pessoa que não tenha habilidade para lidar com os jovens, ou que se mostrem antiquados, ou interessados em outras coisas, ou por demais atarefados com assuntos particulares ou profissionais, ou, ainda, que perderam a motivação, etc. Os Dirigentes deverão mostrar-se firmes com tais pessoas, porque são os jovens que são o objetivo do Movimento, e não os adultos. Em muitas ocasiões o problema poderá ser resolvido oferecendo-se outra função, mais adequada, no próprio GE ou em outro nível do Movimento.

As Características Necessárias

Os adultos são as pessoas que vão atuar como Dirigentes, conduzindo a administração e os destinos do Grupo Escoteiro ou como Escotistas, Chefes e Assistentes nas Seções, trabalhando diretamente com a educação dos jovens. Eles deverão ter disponibilidade de tempo e habilidades para administrar, planejar, executar e avaliar as atividades do Grupo, envolvendo: reuniões de diretoria, contatos com a sociedade, gestão financeira e patrimonial, reuniões de sede, excursões, acampamentos, visitas, etc.

É necessário, portanto:

a) Identificação com os nossos Princípios;

b) Facilidade e experiência em lidar com adultos e jovens;

c) Disponibilidade de tempo para dedicar algumas horas por semana para as reuniões de diretoria ou, no caso de Escotistas, reuniões de sede e planejamento, e alguns finais de semana por ano para as atividades de maior porte;

d) Boa vontade para aprender as técnicas necessárias que porventura não domine.

Requisitos para Exercer Funções no Grupo

A Diretoria do Grupo deve ter certeza de que a pessoa indicada, pelo seu caráter e vida pregressa, pode receber o encargo de dirigir jovens. É possível que a conscientização da responsabilidade envolvida com os

requisitos venha a assustar o candidato. Atuar como educador voluntário é uma missão que nem todas as pessoas estão dispostas a assumir.

Requisitos necessários para a função:

a) Compreender e aceitar os fundamentos do Movimento Escoteiro;

O candidato deve tomar conhecimento dos Fundamentos do Movimento Escoteiro e mostrar conduta coerente àqueles princípios. Os Dirigentes não devem aceitar pessoas que demonstram alguma incompatibilidade com os Princípios pois dificilmente eles mudarão de comportamento, vindo a causar problemas no Grupo.

b) Fazer a Promessa Escoteira;

Fazer a Promessa Escoteira tem o significado do adulto acordar consigo mesmo de viver de em conformidade com os Princípios do Escotismo.

c) Compreender e aceitar o Estatuto e demais normas da UEB;

A condição de membro do Movimento Escoteiro implica em direitos e deveres, sendo fundamental que o candidato aceite o Estatuto e demais normas escoteiras.

d) Ter posição social e cultural compatível com a da função que vai exercer no Grupo;

O Grupo atua em uma determinada comunidade. Espera-se que os Escotistas pertençam a essa comunidade ou que tenham uma condição social e cultural semelhante a dos seus membros.

e) Possuir relativa independência financeira;

A atividade do Chefe exige a doação voluntária de horas do seu tempo e eventual uso de algum recurso financeiro; assim, ele deve possuir relativa independência financeira, de modo que o Escotismo não venha a ser uma fonte de despesas ou diminuição de sua receita.

f) Estar em boas condições de saúde;

A atividade do Chefe exige a participação em atividades ao ar livre. O candidato deve estar em boas condições de saúde e possuir capacidade física para o exercício do cargo.

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g) Dispor de tempo para planejar, executar e avaliar atividades;

O envolvimento com as atividades de chefia/dirigente exige tempo para o planejamento, preparação e execução de atividades. O candidato deve ser capaz de dedicar ao Grupo ou à Seção o tempo necessário para executar tais atividades com qualidade.

h) Aceitar receber treinamento;

A atividade educacional no Escotismo exige um certo treinamento em Fundamentos do Escotismo e em Técnicas Escoteiras. O candidato deve aproveitar as oportunidades oferecidas para frequentar os cursos apropriados a sua linha de atuação

i) Aplicar o Método Escoteiro;

O Método Escoteiro é o instrumento de trabalho obrigatório para o Chefe Escoteiro. Não se pratica o Escotismo sem a observação do Método Escoteiro.

j) Conhecer os documentos necessários para executar sua função no Grupo.

O candidato deve ter conhecimento da documentação necessária para executar a função que vai exercer no Grupo. Mas, além de conhecer, deve também mantê-los atualizados.

A Seleção dos Adultos

O Movimento Escoteiro não pode receber como membros aqueles que de acordo com seus regulamentos seriam eliminados firme e prontamente, no caso de já terem sido admitidos.

Por isso, a primeira e mais importante seleção é evitar os moralmente incapazes, e mais:

a) Os que praticam atos notoriamente reprovados pela sociedade em geral ou atos que possam trazer desprestígio ao Escotismo ou para a instituição;

b) Os que poderiam vir a atentar contra os Estatutos e regulamentos do Escotismo, ou a praticar atos incompatíveis com os Princípios Escoteiros;

c) Os que poderiam tentar envolver a Entidade Escoteira em competição de caráter religioso, político-partidário ou social.

Nenhuma indicação ou nomeação deve ser feita, principalmente para Escotista, sem uma cuidadosa avaliação da pessoa, quanto ao caráter, nível cultural e capacidade para exercer sua missão. Quando uma pessoa desconhecida faz uma oferta de trabalho ou

serviço no Grupo, ou procura ajudar de alguma forma, ou se associar ao Grupo, deve-se procurar conhecê-la antes de aceitar seu oferecimento, procurar informações sobre ela, solicitar referências, endereço, telefone, local de trabalho, etc. Se já tiver pertencido ao Movimento, procurar informações com o antigo Grupo ou na Região Escoteira.

O Escotismo é um Movimento Educativo, portanto, não podemos aceitar o princípio da justiça comum em que a dúvida favorece o réu, pois tal favorecimento pode representar um perigo para os jovens. Assim, em caso de dúvida, deve-se recusar a admissão.

Para educar melhor e para administrar melhor devemos cumprir sempre os seguintes princípios:

a) Uma pessoa - uma tarefa;

b) A pessoa adequada para o cargo adequado;

c) Tantos assistentes quantos forem necessários;

d) Antes muitos fazendo pouco do que poucos fazendo muito;

e) Devemos convencer a pessoa que nos interessa a aceitar voluntariamente um cargo, mas não devemos aceitar a pessoa que não nos interessa só porque se apresentou voluntariamente.

Manutenção de voluntários

O trabalho voluntário também cansa, e a falta de reconhecimento muitas vezes leva pessoas competentes e valiosas a abandonarem o Movimento. Um bom chefe ou um bom dirigente é uma joia rara e preciosa e deve ser motivado para a sua função, para continuar a buscar coisas novas, atraentes e manter um bom nível de trabalho. Todos nós, seres humanos, envelhecemos, cansamos, temos problemas profissionais, pessoais, familiares, etc., que podem, de uma maneira ou de outra, tirar nossa concentração, reduzir a disponibilidade de tempo, desmotivar o trabalho voluntario.

Assim, é muito importante reconhecer o trabalho desenvolvido pelos Escotistas e Dirigentes. Há inúmeras maneiras para fazê-lo. Vejamos algumas:

a) Elogiar, em público, o trabalho realizado;

O elogio, como um estímulo, só tem efeito se realizado em público, perante aqueles que conhecem e estão envolvidos de uma forma ou de outra com o trabalho do membro adulto. De nada adianta o elogio em particular.

b) Solicitar a concessão de condecorações escoteiras (Bons Serviços, Gratidão);

A UEB concede uma série de condecorações (Bons Serviços, Gratidão, Valor, etc.) aos seus membros, cada

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uma possui seus requisitos; a princípio, para aqueles que atuam em Grupo, podem ser concedidas as de Bons Serviços (graus bronze, prata e ouro dependendo com o número de anos) e de Gratidão (esta não depende do número de anos, mas do grau e da importância dos serviços prestados).

c) Patrocinar os cursos de formação;

O Grupo pode pagar as taxas de inscrição nos cursos necessários ao desempenho da função do voluntário. Além disso, os Dirigentes do Grupo devem conhecer e divulgar o Calendário Regional de Cursos e incentivar a participação dos Escotistas.

d) Patrocinar a participação em eventos escoteiros (Regionais, Nacionais, Internacionais);

A participação em eventos escoteiros de grande porte é um dos maiores atrativos do Movimento Escoteiro, mas exige trabalho a longo prazo, organização, levantamento de fundos. A Diretoria do Grupo pode ter uma atuação relevante para que o Grupo participe desses eventos. Uma das formas de incentivar e motivar os membros adultos,é o Grupo pagar a taxa de inscrição e/ou a viagem dele(s) para eventos escoteiros de grande porte acompanhando os membros juvenis.

e) Lembrar do aniversário;

Uma das formas de fortalecer o vínculo e fazer com que o voluntário se sinta prestigiado é lembrar do seu aniversário. Hoje em dia existem formas práticas e econômicas de criar uma sistemática de lembretes dos aniversariantes ou até mesmo de envio de cartões virtuais. Pode-se destinar esta responsabilidade para um determinado voluntário ou de uma equipe. Outra forma de não deixar passar em branco esta data seria de comemorar aniversários a cada 3 meses.

f) Fornecer os meios necessários ao trabalho no grupo (materiais, literatura, etc.) e apoiar no que for preciso.

Parece até desnecessário falar nisso, mas, em muitos Grupos, os Chefes têm que fazer tudo sozinho, e logo se cansam e acabam desistindo. A Diretoria existe para ajudar e apoiar.

g) Realizar, algumas vezes por ano, atividades específicas para os Chefes e Dirigentes.

Por exemplo, passar um final de semana fora, organizar um evento social (jantar, queijos e vinhos, churrasco, etc.), Indaba de Chefes e Dirigentes com um tempo reservado ao lazer, etc.

Para saber mais sobre Processo de Captação dos adultos, consulte o documento Diretrizes Nacionais para Gestão de Adultos.

Anotações:

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Unidade 24: Jantar Festivo – Festa das Nações

O curso reproduz o sistema de equipes que é usado nos Ramos. Assim que for definido os participantes do curso, a organização do curso faz a divisão das equipes.

O Diretor distribui (por e-mail ou reunião prévia) para cada equipe a tarefa do jantar festivo. O participante conhece quem são os outros membros da sua equipe a partir do e-mail enviado pelo Diretor do curso e também fica sabendo qual tema (país) foi designado para a sua equipe. É importante que seja mantido em segredo o tema para as demais equipes.

É solicitado que as equipes se organizem e levem para o curso produtos relacionados do país designado: comida/bebida típica, alguma caracterização (vestuário), ambientação, animação musical com canções e danças, etc. É necessário que cada equipe encaminhe com antecedência para a organização do curso os ingredientes que serão utilizados para o preparo da comida/bebida típica. Desta forma, a organização do curso terá tempo hábil para providenciar a lista de compra das equipes.

O Jantar Festivo acontece durante do curso e é marcado pela alegria, criatividade, entusiasmo e uma forma de integração entre os participantes e a Equipe do Curso.

Países sugeridos para o jantar: Suécia, México, Japão, Quênia, etc.

Planejar Cardápios

Antes de fazer o cardápio da sua próxima atividade é essencial que o escotista e sua patrulha/clã levem em consideração alguns fatores que influenciam diretamente na sua confecção.

Embora possam existir algumas semelhanças, não dá para planejar um cardápio para um acampamento fixo e pretender utilizá-lo também em uma jornada ou acampamento volante, já que este tipo de atividade requer um cardápio diferenciado que leve em conta as suas peculiaridades.

Da mesma, não podemos crer que uma jornada realizada no verão por algumas praias deva ter o mesmo cardápio que uma travessia realizada no inverno na serra.

Acampamentos Fixos X Jornadas

Ao confeccionar um cardápio para uma jornada devemos ter em mente três pontos fundamentais:

• Preparação simples e rápida das refeições (curto tempo de cozimento)

• Conservação dos alimentos

• Relação peso x volume

De fato, ao planejarmos o cardápio de um acampamento volante é preciso lembrar que os almoços, em geral, serão frios; isto é, a patrulha ou a tropa farão um lanche reforçado constituído basicamente de sanduiches, barra de cereais e frutas. Assim, no almoço não haverá o preparo de refeições quentes, o que economizará o combustível do fogareiro e diminuirá tempo de preparação da refeição e, consequentemente, o da parada para o almoço. Aliás, o lanche que vai substituir o almoço, pode começar literalmente assim que terminar o desjejum e prolongar-se até a hora do jantar. Isto é muito recomendável em caminhadas, atividades prolongadas e desgastantes que roubam calor ou consomem muita energia, sendo necessária uma contínua alimentação.

Já o jantar deverá, preferencialmente, ser feito com apenas uma panela ou no máximo duas, o que exigirá refeições mais simples e fáceis de fazer, porém, não menos nutritivas.

Por outro lado, é preciso lembrar que em uma jornada devemos procurar levar a menor quantidade possível de peso, já que todo o material será carregado exclusivamente por você. Nunca é demais advertir que uma mochila excessivamente pesada é capaz de acabar com o humor de qualquer pessoa e fazer da caminhada um suplício. Desta forma, a escolha do cardápio, dos alimentos e das embalagens é importantíssima para garantir uma boa nutrição da patrulha, mas também o bem estar dos seus membros.

E neste ponto, não há do que reclamar. A indústria vem a cada dia melhorando as embalagens dos produtos, muitas vezes substituindo o vidro e os enlatados por plástico ou sachê que são infinitamente mais leves e fáceis de transportar. Um exemplo é o leite condensado que é um ótimo alimento para uma jornada já que tem uma grande quantidade de caloria, além de ser delicioso e poder ser usado para a confecção de sobremesas rápidas como brigadeiro ou beijinho de coco. Antigamente, este produto só estava disponível em embalagens enlatadas, hoje, porém, é muito fácil encontrá-lo em bisnagas. A maionese também é outro exemplo, antes era vendida apenas em vidros, atualmente, é possível comprá-la em sachês, fáceis de carregar.

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Outra forma de diminuir o peso das mochilas é preparar antecipadamente a bebida do café da manhã. Ainda em casa, você deve decidir o que irá beber em cada dia e preparar a mistura, colocando as porções individuais em saquinhos plásticos. Assim, se no primeiro dia você for beber leite com chocolate, é só preparar um saquinho contendo a mistura de 3 colheres de leite em pó com 1 ou 2 colheres de achocolatado e, na hora, só precisará acrescentar a água. Desta forma, cada membro da patrulha pode escolher o que vai tomar de manhã, já que cada um vai preparar antecipadamente a sua mistura. Aí vale usar a criatividade, você pode optar por capuccino, chocolate quente, leite com café solúvel, chá, etc. É óbvio que além da bebida você terá que levar pão, biscoito ou bolachas e seus acompanhantes, mas estes últimos serão calculados pela patrulha, ou então, por duplas ou trios, que costumam ser adotados para facilitar o planejamento e confecção do cardápio.

Essa mesma técnica pode ser usada para levar alimentos para serem beliscados durante a caminhada, sem que seja necessário fazer uma parada. Como você gastará muita energia caminhando, será preciso repô-la com alimentos calóricos. Aqui, teremos como opção diversos tipos de frutas secas (ex: nozes, castanhas, damasco seco, passas, ameixa seca, ...) e o amendoim, que além de não estragarem com facilidade, são leves e possuem grande quantidade de calorias.

Agora, se o acampamento for fixo, o cardápio pode - e deve - ser mais completo pois é possível acrescentar alguns itens valiosos, como legumes, carnes frescas e até, verduras.

Caso o local da atividade ofereça geladeira, aproveite e planeje um cardápio bem variado e completo seguindo a pirâmide de alimentos apresentada.

Se não houver refrigeração, utilize meios alternativos como o isopor, a bolsa térmica ou a geladeira feita no rio e concentre os alimentos perecíveis no primeiro e segundo dias da atividade.

Clima X Alimentação

Caso sua atividade seja realizada em local frio ou no inverno, lembre-se que as comidas quentes ajudam a manter a temperatura do corpo mais alta e fornecem uma sensação de conforto no café da manhã e, principalmente, à noite. Por isso, procure sempre planejar refeições quentes nestas refeições e abuse dos chás/chocolates quentes nas ceias. Todavia, se a atividade for um lugar quente ou durante o verão, o cardápio deverá ser mais leve. Tente acrescentar mais saladas e inclua um salpicão ou uma salada de macarrão, por exemplo. Para sobremesa, uma boa pedida é uma salada de frutas.

As sopas, aqui, já não cairão tão bem. Pense, por exemplo, naquela jornada pelas praias realizada no

verão... Vale mais a pena, apostar no purê de batata desidratado que só precisa de um pouco de leite ou, então, numa farofa pronta. Com uma breve busca pelo mercado, você achará opções saborosas e diferentes do tradicional sopão.

A seguir apresentamos duas sugestões de cardápio para atividades bem diferentes, um indicado para um acampamento fixo de verão (contando com geladeira para conservação dos alimentos) e outro indicado para uma jornada na serra durante o inverno.

Cardápio para um acampamento fixo de verão

1º Dia

Café da Manhã: Em casa

Almoço: Lanche frio trazido de casa

Jantar: Arroz, purê de batata, carne moída, salada de alface com tomate e suco.

Sobremesa: goiabada com queijo

2º Dia

Café da Manhã: Leite com chocolate, pão com queijo e presunto e frutas.

Almoço: Salpição de frango (frango desfi ado, ervilha, milho, passas, batata palha e maionese) e mate com limão (pode ser levado pronto em garrafas pet).

Sobremesa: salada de frutas

Jantar: Arroz, chuchu cozido, bife acebolado, salada de alface, pepino e tomate e suco. Sobremesa: palha italiana.

3º Dia

Café da Manhã: Capuccino, panquecas com geleia e mel e frutas.

Almoço: Salada de macarrão com atum (macarrão parafuso, atum desfiado, ovos de codorna cozidos, cenoura ralada e maionese) e mate com limão.

Sobremesa: banana passa

Jantar: Arroz, batatas coradas e filé de frango ao molho de mostarda e suco.

Sobremesa: beijinho de coco.

4º Dia

Café da Manhã: Leite com café, torradas com patê e geleia e frutas.

Almoço: Arroz, strogonoff de carne e batata palha e suco. Sobremesa: doce de leite.

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Cardápio para uma Jornada na serra durante o inverno

1º Dia

Café da manhã: Em casa

Almoço: Lanche frio trazido de casa

Lanche: Maçã e/ou barra de cereal ou biscoitos.

Jantar: Caldo + ou – verde (batata, cenoura, 250g de linguiça Calabresa cortada fininha, cebola, alho, salsa desidratada, azeite) com torradas. Sobremesa: goiabada com queijo

Ceia: Chocolate quente com rocambole ou bolo.

2º Dia

Café da manhã: Leite com café (mistura), pão com queijo e patê.

Lanche: Barra de cereal ou chocolate

Almoço: Sanduíches de pão preto com pasta de atum com maionese, beterraba ralada, milho e batata palha e suco em pó ou liofilizado. Sobremesa: pé de moleque

Lanche: Mix de frutas secas: passas, damasco e banana passa.

Jantar: Macarrão à carbonara (feito com ovos, bacon e queijo ralado) e suco.

Sobremesa: palha italiana.

Ceia: Chá com biscoitos.

3º Dia

Café da manhã: Capuccino (mistura), torradas com patê e geleia.

Lanche: Doce de Leite em barra ou passas

Almoço: Sanduíche de pão árabe com salame, queijo prato ou provolone, cenoura ralada e cebola e suco em pó ou liofilizado. Sobremesa: bananada

Lanche: Mix de frutas secas: passas, damasco e banana passa.

Jantar: Arroz de carreteiro (feito com carne seca, bacon e linguiça calabresa)

e suco. Sobremesa: doce de leite

Ceia: Canjica

* A canjica pode ser adquirida semi-pronta; basta ferver por 15’ e temperar com cravo, canela e, se quiser, com leite condensado.

4º Dia

Café da manhã: Mingau de chocolate ou aveia, biscoitos e geleia

Lanche: Granola ou Amendoim

Almoço: Cachorro quente feito com linguiça calabresa defumada, cenoura ralada, milho, ervilha, passas e batata palha e suco. Sobremesa: paçoca e doce de amendoim.

ÁguaMantenha-se sempre hidratado, não espere sentir sede

para beber água, mesmo no frio. Alguns excursionistas possuem um péssimo hábito de não beber água para não transpirar muito, trata-se de um mito absurdo. O corpo necessita transpirar para liberar calor, através da evaporação do suor. E beber água é o mecanismo natural de reposição da água perdida pela transpiração. O ideal é beber poucas quantidades, várias vezes ao invés de beber o cantil de uma só vez.

Deixe seu cantil sempre à mão, se possível adquira um bolsa de hidratação (daquelas que possuem uma mangueira de plástico), assim não precisará parar durante a caminhada para se hidratar.

Fonte: Texto extraído do Guia do Desafio Sênior.

Anotações:

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Unidade 25: Comunicação na seção

A comunicação desempenha um papel fundamental na vida do homem. Desde as origens, o homem busca maneiras de se relacionar com os outros, criando, para tanto, recursos cada vez mais sofisticados, mais rápidos e de maior alcance, precisa sair do isolamento e da solidão.

Isso requer uma profunda mudança em nosso modo de viver e de ver as pessoas. Significa estar conscientes de que a qualidade da comunicação não se reduz à per feição dos meios técnicos que utilizamos, mas que o fundamental é que exista a disponibilidade entre as pessoas que querem se comunicar: saber dar e receber.

Quando o assunto é comunicação, a primeira coisa que nos vem à cabeça é a palavra, seja escrita ou falada. Mas nem sempre precisamos da palavra para nos comunicar: o riso, o choro, os gestos, a música, a pintura, também são formas que podemos utilizar para mostrarmos o que sentimos, queremos ou pensamos. Quando conversamos com crianças mais que palavras o exemplo é uma forma de comunicação muito mais eficaz, apenas informar não basta, há uma necessidade de compreensão entre a pessoa que transmite a mensagem e a que recebe, e este problema não se resolve só com a tecnologia mas com a consciência que a comunicação não acontece naturalmente, existe uma série de inter ferências que prejudicam o entendimento da mensagem transmitida.

Elementos da Comunicação

O Emissor – é a pessoa que quer comunicar

O Destinatário – é a pessoa a quem a mensagem se destina

A Mensagem – é aquilo que se comunica. Corresponde sempre a manifestação da pessoa: o que sabe, o que pensa, o que viu, ouviu, experimentou.

Ambiente – refere-se ao contexto em que realiza a comunicação

Finalidade – o objetivo pretendido pelas pessoas que se comunicam.

Causa – diz respeito ao motivo que nos impulsiona ou estimula a comunicar-se com outra pessoa.

Meios – são os procedimentos utilizados. Os principais podem ser: a palavra, o símbolo e a atitude de vida.

Atitudes – é o clima que se desenvolve a comunicação; de acolhida, aceitação, interrogação, julgamento.

Resultado – o que aconteceu, com fruto da comunicação.

Reflita:

Como é a qualidade da comunicação existente no seu Grupo Escoteiro?

De que maneira as informações contidas nesta unidade didática podem ajudá-lo a tornar sua comunicação com as crianças/jovens mais eficiente.

FATORES QUE INTERFEREM NA COMUNICAÇÃO

POSITIVAMENTE NEGATIVAMENTE

Fonte: O texto foi baseado no Livro Você não é uma ilha. Autor: Miguel Gonzáles.

Anotações:

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Unidade 26: Prevenção ao Consumo de Drogas

Droga é o nome genérico que se dá a diversas substâncias que agem no cérebro do usuário e que podem causar dependência. Podemos dividir as drogas em três categorias de acordo com seu efeito sobre o sistema nervoso central: depressores, estimulantes e os perturbadores, muitas vezes chamados alucinógenos.

Todas estas substâncias fazem com que o usuário perca sua identidade, pois elas passam a dominar o seu pensamento, seja o tornando mais lento, mais acelerado ou simplesmente fora do controle. A sensação é sempre passageira e ao se retornar a realidade tudo continua como antes, com a diferença de que surgem os efeitos colaterais do uso das drogas, associado a maior complicação que é a dependência.

Chamamos de dependência uma necessidade que o organismo tem de voltar a consumir a substância.

Esta dependência pode ser física ou psíquica, mas sempre torna o consumo da droga ainda mais perigoso.

O melhor nos casos da droga é não experimentar, ficar longe e não correr o risco, pois o caminho de volta é muito difícil.

Drogas Pertubadoras

As drogas perturbadoras são aquelas relacionadas à produção de quadros de alucinação, geralmente de natureza visual. Fazem com que o cérebro passe a funcionar de maneira perturbada.

Cannabis: maconha e haxixe

Apesar de ter sido tratada como uma droga mais leve, hoje se sabe que o uso da maconha pode ser bem mais arriscado do que parece. A planta Cannabis sativa está cada vez mais potente, com isso há cada vez mais casos de dependência.

Os manuais de psiquiatria revelam que o uso crônico da maconha produz perturbações no funcionamento do cérebro, muda a noção de tempo e do espaço, prejudica a coordenação motora e a capacidade de atenção e memória recente. Pode, ainda, psicoses, distúrbio delirante e ansiedade. A Organização Mundial de Saúde adverte que o uso constante da maconha prejudica o sistema reprodutor e o aparelho respiratório, e desenvolve desmotivação no usuário.

Ácido

O LSD – ou ácido lisérgico – é uma substância sintética, produzida em laboratório. Pequenas doses já produzem efeitos intensos, mas que podem apresentar-se como depressão, sensação de pânico, enjoos e tremores.

Sob o efeito da droga, o usuário pode perder a noção de riscos e cometer atos impulsivos ou envolver-se em atividades perigosas sem perceber o que está fazendo. Delírios de perseguição e grandeza também são comuns. Em alguns casos, o usuário pode voltar a ter alucinações semanas ou meses depois de ter consumido a droga.

Segundo o Programa da ONU sobre HIV / AIDS o uso de drogas injetáveis está entre as principais causas

da infecção destes vírus na América Latina.

Drogas Depressoras

São substâncias químicas capazes de diminuir as atividades cerebrais. Possuem propriedade analgésica e seus usuários tornam-se sonolentos e desconcentrados.

Álcool

O álcool etílico é a mais famosa droga depressora, obtida pela fermentação de açúcares ou carboidratos presentes em vegetais. Vendidas legalmente para maiores de idade as bebidas alcoólicas são um grave problema em vários países, entre eles, o Brasil.

Seus efeitos imediatos são euforia e desinibição. Em um segundo momento diminuem a vigília, provocam falta de coordenação motora, sedação e sono. Causa dependência com graves consequências físicas e morais.

Quando o consumo é exagerado, ocasiona doenças no fígado, aparelho digestivo, pâncreas e coração, além de má-formação fetal, se usado por grávidas.

O álcool é a droga mais usada pelos jovens e é responsável por 80% das internações hospitalares

por intoxicação de drogas no Brasil.

Fonte: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas

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O Brasil é um dos recordistas mundiais de aci dentes de trânsito: cerca de 50 mil mortes por ano. O uso de álcool está relacionado a cerca de 70% dos acidentes

fatais.

Fonte: Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas – SENAD

Solventes

Os solventes (esmaltes, thinners, tintas, colas) ou inalantes (lança-per fume e “cheirinho-da-loló”) são substâncias depressoras e sintéticas, inaladas pela boca ou pelo nariz.

Em um primeiro momento, a pessoa fica eufórica e desinibida. Em seguida, fica deprimida, confusa e desorientada, podendo ter alucinações auditivas e visuais. O uso crônico de solventes destrói os neurônios, causa lesões no fígado, rins, nervos periféricos e medula óssea. Há, ainda, risco de coma e morte. Em alguns casos, favorece surtos psicóticos.

Drogas Estimulantes

São substâncias químicas capazes de aumentar a atividade cerebral. Causa aumento da atenção, aceleração do pensamento e euforia.

Cocaína e crack

A cocaína é uma droga produzida com um princípio ativo extraído das folhas da coca e outras substâncias químicas. Sob a forma de pedras de crack produz dependência severa em pouco tempo.

O efeito imediato da cocaína é estimulante, mas depois o usuário sente depressão, insônia e falta de apetite. Tira o sono, mas não alivia o cansaço físico.

Em doses maiores, causa irritação, agressividade, delírios e alucinações. A temperatura e a pressão arterial aumentam, a pupila dilata e o coração acelera, podendo ocorrer parada cardíaca.

Quando usada de forma injetável, tendo várias pessoas compartilhando o uso da mesma seringa, faz aumentar em muito o contagio da hepatite C, que hoje ainda não tem vacina. A cirrose causada pela hepatite C é a principal indicação de transplante de fígado.

Tabaco

O tabaco é uma das drogas mais consumidas no mundo inteiro. Diminui o apetite e é um estimulante leves, apesar de muitas pessoas se sentirem relaxadas quando fumam. Além da nicotina, a fumaça do cigarro contêm várias outras substâncias tóxicas ao organismo, como o alcatrão e o monóxido de carbono. O uso intenso

aumenta a probabilidade de câncer, aumenta o risco de doenças cardiovasculares e derrames, reduz a fertilidade e causa danos ao desenvolvimento fetal.

Ecstasy

O ecstasy é uma substância estimulante sintética comercializada em comprimidos. Causa euforia e hiperatividade, altera a percepção de tempo, diminui a sensação de sede e de medo e provoca alucinações visuais. Pode causar ataques de pânico e até levar à morte pelo aumento de temperatura corporal e desidratação.

Fonte: Texto extraído d o material: DROGAS – você conhece os riscos? UNODOC – Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes. http://www.unodc.org/pdf/brazil/drogas_ebook.pdf

Anotações:

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Unidade 27: Conhecendo sobre Sexualidade

As Diferentes visões da sexualidadeO comportamento sexual é objetivo de atenção

permanente e domina grande parte das conversações entre adolescentes. A imagem que cada um consegue projetar de sua evolução nesta área é fundamental para o conceito do que venha a gozar no seu circulo de amizade.

Mais sua visão sobre sexualidade depende muito da forma como valores e crenças a este respeito tenham sido absorvidos ao longo de seu crescimento.

A visão negativa da sexualidade, ligando-a ao pecado e a vergonha, às doenças e à infelicidade, tem sido um dos principais obstáculos ao desenvolvimento harmonioso e prazeroso da vida sexual. Quando os adultos exercem forte repressão sobre as atividades exploratórias da infância e da adolescência, a evolução afetiva e sexual pode vir acompanhada por um aprendizagem de exagerado autocontrole. As crianças crescem pensando que os temas da sexualidade não devem ser tratados com adultos e que os órgãos sexuais e as sensações ligadas a eles são causas de vergonha e culpa.

A omissão do adulto, a negação da sexualidade na infância e a falta de diálogo tem deixado esta área descoberta de uma ação educativa eficaz. Um equivoco que também tem causado serias dificuldades nesta área é a visão parcial da sexualidade ligando-a unicamente á genitalidade. Na verdade este tipo de desvio é devido a percepção fragmentada do ser humano, como se ele pudesse ser visto ora como corpo, ora como mente, ora como emoção ou espírito, ignorando a mútua complementação e interação destas múltiplas dimensões.

Outro aspecto relevante com implicações na formação negativa de atitudes e comportamentos, é o desconhecimento ou a informação deturpada sobre a anatomia e a fisiologia do próprio corpo. A perpetuação dos mitos e tabus relativos á sexualidade humana impede o adolescente de fruir serenamente seus desejos, sensações e prazer.

Não menos importantes são as dificuldades de relacionamento interpessoal que comprometem o respeito a si e ao outro. Um dos motivos desses desvios é a desconsideração da dignidade do corpo humano no contexto da valorização da vida e da pessoa. A falta de cuidado consigo mesmo e o menosprezo ou indiferença pelo outro pode conduzir a situações não desejadas de gravidez na precoce, contágio de doenças sexualmente transmissíveis e aids, bem como o uso indevido de drogas, violência , degradação do meio ambiente,

desordem no transito, entre outros. A mesma base de valores influi em diversos aspectos do corpo humano que não podem ser considerados isoladamente.

Por fim nunca é demais lembrar que a ausência de amor dificilmente produz amor. Quem crescer vendo este sentimento aviltado e a associada a culpa ou a sexualidade usada como instrumento de dominação e pretexto para violência, certamente terá dificuldade para associar o sexo ao prazer compartilhado, à realização profissional e à dignidade humana.

Fonte: Texto extraído do Livro Afetividade e Sexualidade na Educação – Um Novo olhar. – Secretaria do Estado de Minas – Fundação Oderbrecht

Anotações:

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Unidade 28: Fogo de Conselho - Flor Vermelha

O Fogo de Conselho

O Fogo de Conselho consiste basicamente em um encontro artístico ao redor da fogueira, com duração aproximada de uma hora a uma hora e meia. Uma “diversão planejada”, em que se mesclam canções, pequenas encenações, histórias breves, danças e outras atividades artísticas apresentadas pelos jovens.

Sobre o conteúdo de um Fogo de Conselho recomendamos:

• A programação deve ser preparada previamente, com a participação de todos os jovens e das patrulhas, seguindo as orientações definidas pela Corte de Honra.

• Os números artísticos das patrulhas devem ser curtos, variados e de bom gosto.

• Para convocar os participantes, acender a fogueira e dar início ao Fogo de Conselho.

• Como o ritmo do dia, que se inicia cheio de alegria e movimento para chegar ao repouso da noite, o ritmo do Fogo de Conselho vai da alegria expansiva ao recolhimento. Por isso, as atividades mais expansivas aparecem no começo e as mais tranquilas ao final, até que se encerre com um momento de reflexão e de oração.

• No acampamento, o final do Fogo de Conselho coincide com o momento em que os jovens se retiram para seu campo de patrulha e vão dormir, a menos que se inclua um breve intervalo em que se compartilha junto às brasas, enquanto se desfruta uma bebida quente ou um pequeno lanche.

Fonte: Escotistas em Ação! Ramo Escoteiro

Flor Vermelha / Lamparada

A Flor Vermelha é uma festa ao redor da fogueira, com duração aproximada de uma hora, uma “diversão planejada”, em que se mesclam canções, pequenas encenações, jogos de integração, danças e outras atividades artísticas apresentadas pelas crianças.

Ela pode ter um tema central em torno do qual giram as diversas representações: o mar, a vida no campo, os índios, a Jângal , o circo, os astronautas e muitos outros.

A programação deve ser preparada previamente e o ritmo vai da alegria expansiva ao recolhimento. Bravos

e gratos são práticas tradicionais para aplausos às apresentações.

A Lamparada é uma atividade similar, só que se realiza em ambiente fechado, podendo ser iluminado por lampiões. O local fechado costuma favorecer a decoração do ambiente, que quase sempre é mais elaborada que a da Flor Vermelha.

Fonte: Escotistas em Ação! Ramo Lobinho

Anotações:

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Unidade 29: Compromissos e valores para o futuro – Plano Pessoal de Formação

Plano Pessoal de Formação O Plano Pessoal de Formação deve incluir:

1. metas realistas que se alinhem com os propósitos do Escotismo;

2. metas explícitas para dar direção aos esforços individuais;

3. o contínuo desenvolvimento de habilidades para satisfazer as necessidades da instituição e facilitar a mobilidade dos adultos voluntários dentro do Movimento Escoteiro;

4. retorno com regularidade para os adultos voluntários;

5. oportunidades de desenvolvimento pessoal e o reconhecimento de conquistas pessoais.

A avaliação de desempenho deve ser baseada no Plano Pessoal de Formação, considerar a descrição do cargo e o conjunto de objetivos necessários para desempenhá-lo.

O desempenho pode ser afetado por fatores pessoais, tais como:

• compreender o cargo e a responsabilidade por tarefas específicas;

• competência;

• comprometimento;

• questões pessoais (por exemplo: preocupações familiares ou financeiras).

Fatores institucionais podem incluir:

• qualidade do Programa de Jovens e dos recursos materiais;

• cooperação com outros órgãos e níveis na organização;

• sistema de distribuição de materiais do Programa de Jovens;

• oportunidade de formação e apoio.

A avaliação de desempenho tem quatro componentes:

1. revisão pessoal;

2. revisão do desenvolvimento;

3. avaliação das conquistas;

4. administração de problemas de desempenho.

A avaliação de desempenho deve ser implantada somente por pessoas que receberam adequada capacitação para sua aplicação. Os objetivos dessa capacitação são para:

• entender os objetivos e os princípios da avaliação de desempenho e de que forma os quatros componentes são integrados;

• desenvolver a compreensão da descrição do cargo, a análise do per fil desejado do cargo, do Acordo de Trabalho Voluntário e do Plano Pessoal de Formação como elementos essenciais que apoiarão a avaliação de desempenho;

• prover as habilidades necessárias para realizar cada um dos quatro componentes da avaliação de desempenho.

Avaliação de Desempenho Pessoal

O objetivo da avaliação de desempenho é dar aos indivíduos uma oportunidade de avaliar seu próprio desempenho, além de oportunizar o retorno dessa avaliação com o seu APF.

A avaliação deve considerar:

• desempenho assessorado nas atividades;

• resultados obtidos;

• metas atingidas.

Essa avaliação pode levar a modificações no Acordo de Trabalho Voluntário e no Plano Pessoal de Formação, visando a ampliar o desempenho futuro do assessorado e sua satisfação no desempenho das atividades. É uma oportunidade para discutir dificuldades detectadas no desempenho das tarefas.

Objetivos da Avaliação de Desempenho:

1. Promover um retorno construtivo de seu APF em resposta à autoavaliação do dirigente/escotista no seu desempenho frente às tarefas assumidas, conquistas e necessidades;

2. Identificar e discutir meios para superar fatores que dificultaram o seu desempenho e sua satisfação;

3. Promover um senso de comprometimento e de responsabilidade pessoal pelo desempenho das atividades e na participação em um ciclo de formação no Movimento Escoteiro.

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Procedimentos:

1. Iniciar a avaliação com o seu APF;

2. Fazer a autoavaliação, comparando os resultados obtidos com os parâmetros que foram acordados anteriormente, considerando os resultados de desempenho, as conquistas e o potencial;

3. Discutir a autoavaliação com o APF;

4. Estabelecer de comum acordo um plano de ação.

A avaliação pessoal é voluntária e pode ocorrer a qualquer momento. Reavaliar regularmente resulta em melhores benefícios e resultados.

O primeiro passo propicia aos dirigentes/escotistas reverem seu desempenho, resultados e conquistas e identificarem fatores que podem contribuir ou não para atingir seu pleno potencial de desempenho.

O segundo passo é revisar e discutir a avaliação com o APF para promover uma avaliação construtiva. A discussão deve identificar eventuais mudanças que possam ser benéficas para o indivíduo e para a organização.

O terceiro passo é desenvolver um plano de ação que ajude o indivíduo a atingir o seu potencial e aumentar a satisfação no desempenho das atividades, ao mesmo tempo em que beneficia a organização. O que contribuiu de forma positiva para o desempenho esperado? O que não contribuiu? Como classificar os resultados do meu desempenho em termos de: a) qualidade; b) quantidade; c) tempo utilizado. Quais competências serão necessárias adquirir para um desempenho melhor e/ou para obter uma maior satisfação no desempenho da função? O que necessito mudar para atingir melhor meu potencial, considerando: a) a organização das tarefas; b) a disponibilidade de recursos ou materiais, ambiente de trabalho e equipamentos; c) relacionamento com outros escotistas/dirigentes ou grupos; d) o sistema de trabalho ou o método de fazer as coisas? Quanto me sinto satisfeito com o meu trabalho e com o meu envolvimento no Escotismo? Como eu me vejo realizando atividades futuras?

Revisão do Plano Pessoal de Formação

A revisão do Plano Pessoal de Formação deve ser feita por todos os dirigentes/escotistas. O término do período do Acordo de Trabalho Voluntário e, portanto, do Plano Pessoal de Formação, é uma oportunidade para essa revisão ser feita em conjunto com o seu APF.

Através da revisão do Plano Pessoal de Formação, os dirigentes/escotistas têm a oportunidade de discutir seu plano para o futuro com o APF e identificar conhecimentos e habilidades necessárias para atingi-lo. A revisão deve tentar satisfazer tanto as necessidades

de desenvolvimento pessoal e planos futuros, quanto às necessidades da organização, para manter a disponibilidade das competências necessárias e atingir os objetivos de longo prazo.

Objetivos da revisão do Plano Pessoal de Formação:

• assegurar o desenvolvimento contínuo de todos os dirigentes/escotistas para utilizar plenamente seu potencial e otimizar as oportunidades para desenvolver planos futuros;

• manter um banco de competências necessárias para atingir a missão e o plano estratégico da instituição de modo estruturado.

Procedimentos:

1. Estabelecer competências necessárias para o cargo;

2. Identificar competências necessárias relacionadas com o desenvolvimento de longo prazo e planos futuros do dirigente/escotista;

3. Identificar as atuais competências dos dirigentes/escotistas e compará-las com as competências necessárias para fixar as necessidades de desenvolvimento e formação;

4. Priorizar as necessidades de desenvolvimento e capacitação, considerando os requisitos imediatos de desempenho e as aspirações em longo prazo;

5. Desenvolver, revisar e avaliar os planos de desenvolvimento e o Plano Pessoal de Formação.

Uma vez que a pessoa foi nomeada e está atuando num cargo, a revisão pode ser feita pelo menos uma vez por ano, ou a qualquer momento, seja pelas necessidades da pessoa, ou pelas demandas da instituição. A revisão deve estabelecer as competências atuais dos dirigentes/escotistas, tanto aquelas necessárias para o desempenho da função, como as lacuna ou necessidades de competências.

A necessidade de formação deve ser priorizada. Podem ser utilizadas as iniciativas de formação tanto internas quanto externas à instituição, convertendo-se em uma oportunidade para os dirigentes/escotistas atingirem as suas aspirações na vida profissional e dentro do Escotismo. O resultado desse processo deve constar no Plano Pessoal de Formação.

O desenvolvimento de competências que são relevantes para a atual função do dirigente/escotista deve receber prioridade no Plano Pessoal de Formação.

Fonte: Manual do Assessor Pessoal de Formação

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Unidade 30: Jornada/Caminhadas e Escaladas (Teoria e prática)

Jornada - É uma atividade ao ar livre, em área não urbana, onde os participantes deslocam-se por um trajeto de pelo menos 15 km por qualquer meio de locomoção não motorizado com pernoite em barraca, bivaque ou acantonamento.

Caçadas/Caminhadas - são atividades ao ar livre realizadas pelo Ramo Lobinho. Elas são frequentes na programação da alcateia e possibilitam a vivência de muitas aventuras e descobertas de coisas, lugares e pessoas. As caçadas podem ser realizadas no campo ou na cidade e utiliza diferentes meios de transporte. As caçadas podem durar um período ou um dia inteiro; elas tem forte impacto educativo e mantêm as crianças em permanente empolgação.

Escalada – é considerada escalada toda ascensão difícil ou impossível de se fazer apenas com os membros inferiores (pernas e pés), e que requer o uso de extremidades superiores (braços e mãos). Basicamente são duas formas principais de escalada: natural e

artificial. Enquanto a escalada livre ou natural as mãos e os pés são usados como elementos de progresso, na escalada artificial diferentes tipos de ferramentas ou materiais são usados para ajudar na progressão.

Fonte: trechos do texto acima foram extraídos do Guia do Desafio Sênior e Manual do Escotista do Ramo Lobinho.

Anotações:

Unidade 31: Criatividade e Inovação

Com o mundo cada vez mais globalizado causa reflexos no nosso cotidiano. O per fil dos jovens que participam nos Grupos Escoteiros hoje é diferente dos jovens participantes de um tempo atrás. Existe a mudança na linguagem, vestimenta, alimentação, relacionamento e interesses de atividades.

O Escotista e o Dirigente necessita se adaptar a este mundo e ter a sabedoria para mesclar as novidades que o mundo atual oferece com a essência do Escotismo na formação da criança e do jovem.

Desde o planejamento de uma atividade numa seção quanto na gestão de um Grupo Escoteiro é necessário a dosagem correta. A documentação exigida pela legislação brasileira, as formas de arrecadação para manutenção da sede, a forma de comunicação entre os membros do Grupo, a disponibilidade de tempo dos voluntários mudaram ao longo dos anos.

Diante desta nova realidade é necessário que o voluntário seja criativo no planejamento e execução de suas tarefas. As atividades devem continuar sendo atrativas para as crianças e jovens e o Grupo deve continuar oferecendo subsídios para que o programa

educativo seja aplicado com qualidade para o desenvolvimento do jovem.

Alguns exemplos de onde a criatividade se faz necessária:

01. Nos jogos (fazer vários jogos diferentes a partir de um único jogo)

02. Nas canções (procurar sempre se atualizar nas canções novas)

03. Na cozinha (cardápio variado)

04. Na dramatização (variar os temas)

05. Na mística principalmente (manter a mística sempre presente)

06. Nas avaliações (formas diferentes de avaliar)

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07. Nos fundos de cenas (diferenciados de acordo com a atividade), festas...

08. Ao receber o jovem principalmente

• jogos de entrada

• cerimônias personalizadas

• locais de cerimônias, etc...

09. Na espiritualidade

10. Locais de acampamento

Fonte: texto baseado no Livro Criatividade Levada a Sério – Edwad DeBono.

Anotações:

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PREPARARAM ESTE MATERIAL PARA VOCÊO conteúdo desta apostila foi organizado e montado com a colaboração de:

Alessandro G. Vieira

Altamiro Vilhena

Ana Marcelino

Antonio César Oliveira

Carmen V. C. Barreira

David Izecksohn Neto

Ernani Rodrigues

Ilka Denise Gallego Campos

Iracema Bezerra Oliveira

João Rodrigo França

Luis Gustavo Fogaroli

Luiz César de Simas Horn

Marcelo Puente

Marco Aurélio Romeu Fernandes

Maria dos Remédios da Silva S. Oliveira Lima

Marcos Carvalho

Marcus Vinícius R. Lima

Megumi Tokudome

Paulo Henrique Maciel Barbosa

Paulo Palma

Rafael Will Suárez Cuadra

Renato Eugenio de Lima

Rubem Suffert

Rubem Tadeu Cordeiro Perlingeiro

Theodomiro M. Rios Rodrigues

Vitor Augusto Gay

Willian Rocha

A organização de conteúdos, coordenação das discussões e revisão final foi realizada

por intermédio da Diretoria de Métodos Educativos, por meio da Equipe

Nacional de Gestão de Adultos.

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Curso Escotista

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