Download - Curso de Maçonaria Grau Dois Companheiro
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
1
Loja de Estudos
Quarta Apostila: Edio 2013
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
2
Sumrio Geral
Introduo
Pgina 06
QUARTA APOSTILA
1 AULA
OBJETIVO DO GRAU DE COMPANHEIRO.ORIGEM E SIGNIFICADO DA PALAVRA COMPANHEIRO. DECORAO DO TEMPLO. VESTES. TTULOS, ABERTURA E TRANSFORMAO. FECHAMENTO E TRANSFORMAO. INGRESSO NO TEMPLO. ORDEM DO DIA. ELEVAO. ORIENTAES GERAIS SOBRE O GRAU. NMERO NECESSRIO DE MAONS.
Pgina 10
2 AULA
INSTRUES PRIVATIVAS. PRIMEIRA INSTRUO: O TRABALHO E O
AVENTAL DO COMPANHEIRO. SEGUNDA INSTRUO: A LENDA DO
SEGUNDO GRAU. TERCEIRA INSTRUO: A ESTRELA FLAMIGERA OU
FLAMEJANTE. QUARTA INSTRUO: O PAINEL DO GRAU DE
COMPANHEIRO. QUINTA INSTRUO: A LETRA G, O DELTA
LUMINOSO E O COMPANHEIRO. SEXTA INSTRUO: OS NMEROS.
STIMA INSTRUO: OS CINCOS SENTIDOS.
Pgina 19
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
3
3 AULA
OITAVA INSTRUO: AS COLUNAS E SUA ARQUITETURA. NONA
INSTRUO: AS CINCOS PERGUNTAS AO COMPANHEIRO. PRIMEIRA
INSTRUO ESPECIAL: OS FILSOFOS. SEGUNDA INSTRUO
ESPECIAL: PITGORAS. TERCEIRA INSTRUO ESPECIAL: ORFEU.
Pgina 32
QUINTA APOSTILA Pgina 43
4 AULA
AS ARTES LIBERAIS E A MAONARIA. POR QUE UM ESTUDO SOBRE
AS SETE ARTES LIBERAIS E A MAONARIA? O ESTUDO PROFANO
DAS SETE ARTES LIBERAIS. AS SETE ARTES LIBERAIS NA
ANTIGUIDADE. AS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MDIA.
Pgina 44
5 AULA
ASPECTOS GERAIS DAS SETE ARTES LIBERAIS NA IDADE MDIA. O
TRIVIUM E O QUADRIVIUM. AS FIGURAS E AS OBRAS DAS SETE
ARTES LIBERAIS. A DIALTICA E A LGICA, SINNIMAS NA IDADE
MDIA? AS SETE ARTES LIBERAIS E A ARTE NA IDADE MDIA.
ALGUMAS CONCLUSES PRELIMINARES SOBRE AS SETE ARTES
LIBERAIS NO MUNDO PROFANO. AS SETE ARTES LIBERAIS E OS
GRAUS MANICOS DO SIMBOLISMO. AS SETE ARTES LIBERAIS E A
MAONARIA.
Pgina 53
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
4
6 AULA
O TRIVIUM E O QUADRIVIUM SEGUNDO OS MAONS. O SIGNIFICADO
DAS DISCIPLINAS DO TRIVIUM SEGUNDO OS MAONS. A GEOMETRIA
SEGUNDO OS MAONS. A ARITMTICA E A MSICA SEGUNDO OS
MAONS. A ENSINANA MANICA E AS SETE ARTES LIBERAIS. O
GRAU DE COMPANHEIRO MAOM, ONDE SO ESTUDADAS AS SETE
ARTES LIBERAIS.MATRIZES.
Pgina 61
SEXTA APOSTILA Pgina 90
7 AULA
SCRATES. A VIDA. MTODOS DE SCRATES.DOUTRINA FILOSFICA.
CONHECE-TE A TI MESMO. GNOSIOLOGIA. A MORAL. ESCOLAS
SOCRTICAS MENORES.
Pgina 91
8 AULA
PLATO. A VIDA E AS OBRAS. O PENSAMENTO: A GNOSIOLOGIA.
TEORIA DAS IDEIAS.METAFSICA. AS IDEIAS.AS ALMAS. O MUNDO.
Pgina 101
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
5
9 AULA
ARISTTELES. A VIDA E AS OBRAS. O PENSAMENTO. A GNOSIOLOGIA.
FILOSOFIA DE ARISTTELES.A MORAL. A POLTICA. A RELIGIO. A
METAFSICA. A PSICOLOGIA. A COSMOLOGIA. JUZO SOBRE ARISTTELES.
VIDA RETROSPECTIVA.
Pgina 111
Folhas da Prova
Pagina 131
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
6
Introduo - *Ateno! Leia, de grande importncia para voc.
A inteno do Ibemac (Instituto Brasileiro de Estudos Manicos) divulgar a
doutrina manica principalmente aos no-iniciados, possibilitando desta forma, que
um grande nmero de pessoas, ainda que no ligados diretamente a maonaria,
possam conhecer um pouco dos nossos estudos, sem contudo adentrar aos
segredos desta Ordem Secular.
Seguindo este raciocnio, o Ibemac preparou o Curso de Maonaria, dividido
em trs estgios, que correspondem aos trs graus acadmicos para o estudo da
filosofia manica.
O Segundo Grau Acadmico composto de 09 (nove) aulas, as quais
juntas, do uma ideia privilegiada do que vem a ser a maonaria, dos estudos a que
se dedica, da forma abrangente que busca o conhecimento, da modo como incentiva
seus membros a busca da verdade, enfim, fornece uma viso muita ampla daquilo
que se pratica dentro da Ordem e especificamente neste grau.
Para se ter uma melhor ideia do que ser abordado nesses estudos, o
Segundo Grau Acadmico, como j dissemos, dividido em nove etapas, trata na
primeira aula da Origem do Grau de Companheiro bem como explica o termo
companheiro; adentra a cerimnia de elevao e a necessria abertura e
transformao da Loja de Aprendiz em Loja de Companheiro devido a Cerimnia
Magna.
Na segunda aula, leremos sobre as instrues gerais, as especficas e as
privadas, destinadas ao Companheiro; a definio da letra G e suas mltiplas
interpretaes possveis segundo cada rito. Explicaes sobre o avental e a
modificao da posio da abeta. A lenda do Grau Dois tambm um tema de
grande interesse para todos os maons. Os nmeros e os cinco sentidos fecham
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
7
essa aula e abrem a mente do estudante para um universo maravilhoso e at ento
desconhecido.
O estudo sobre os filsofos, principalmente sobre Pitgoras e ainda a lenda
original de Orfeu, bem como outras instrues especiais para o Grau Dois de
Acadmico Maom, tudo isso poder ser encontrado na terceira aula.
A introduo sobre as Artes Liberais e a necessidade do seus estudo pelos
maons, seu foco na antiguidade e na idade mdia e as diferenas de entendimento
passando de uma poca para outra o que nos oferece o presente estudo na
quarta aula.
A lio de nmero cinco nos apresenta o trivium e quadrivium como a
diviso bsica das sete artes liberais e a sua importncia para os graus e simbologia
dos maons.
.Uma explicao detalhada sobre o trivium e quadrivium e a necessidade
desse estudo para o Grau de Companheiro ser avaliado na lio de nmero seis,
que nos trs, ainda, informaes sobre os conceitos manicos para a aritmtica, a
msica e a retrica.
A aula nmero sete nos dar uma boa e elucidadora lio sobre a filosofia
de Scrates com mais detalhes do que nos trouxe o estudo anterior. Sua vida e seus
pensamentos sobre a moral, religio, conceitos sobre Deus, tudo isso faz parte
desta lio.
Na oitava aula. Estudaremos sobre a filosofia de Plato, principalmente
naquilo que ele faz referncia a Scrates. Os conceitos que Plato desenvolveu
sobre a vida, religio, poltica e outros temas de interesse popular e manico,
vlidos at o dia de hoje.
Pitgoras encerra este estudo para o Grau Dois, sobre os filsofos. Pitgoras tem
conceitos que interessam especialmente aos maons, uma vez que a sua ligao
com os nmeros norteiam desde as medidas da Loja at mesmo o avental que
utilizamos. A filosofia, a vida e as obras deste grande homem podem ser estudados
na aula de nmero nove,
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
8
Este Grau Dois de Aprendiz Maom ou Grau Dois de Acadmico, qualquer
uma das duas formas esto corretas, est totalmente fundamentado nos livros de
Jos Castelani e Raimundo Rodrigues, dois grandes escritores sobre temas
manicos.
A obra intelectual Estudos da Filosofia Grega, e os textos de Rosana
Madjarof sobre filosofia, serviram como principal base para os nossos trabalhos.
Ao final das lies encontra-se um questionrio o qual dever ser respondido
e enviado para o Ibemac para fins de correo e nota; somente receber o
Certificado de Aprovao e o selo de apto para o prximo grau o aluno que
responder as questes e obtiver nota mnima 5,0 (cinco). Juntamente com as
apostilas do curso, o aluno receber uma folha avulsa contendo todas as questes,
poder responder nessa folha e envia-la para a Caixa Postal do Ibemac neste
endereo: IBEMAC - Caixa Postal n 51 Cep 15150-970 Monte Aprazvel/SP. A
folha de exame corrigida ser devolvida para o candidato com a nota final obtida e o
carimbo de aprovado.
Preste ateno durante a leitura do texto pois as frases que foram utilizadas
para formar o questionrio esto todas no texto. Voc pode responder as questes
logo aps a lio, pois isso facilitar o preenchimento da folha de prova no final da
terceira apostila. Ao terminar o Grau Trs de Acadmico Maom, o aluno que
obter nota mnima de 5,0 (cinco) em cada um dos graus, com mdia final 5,0 (cinco)
ser indicado, caso seja de sua vontade, para uma das Lojas Manicas filiadas ao
Ibemac e poder tornar-se um Aprendiz Maom, caso preencha os requisitos
bsicos para ingresso na Maonaria.
Todo acadmico regularmente matriculado no IBEMAC pertence a Augusta e
Responsvel Loja de Estudos (A..R..L..E..) Rui Barbosa, fundada pelos
Mestres Maons do Instituto Brasileiro de Ensino Manico, com a finalidade de
atender as necessidades dos alunos e dirimir as dvidas que naturalmente surgem
durante o perodo de estudos.
O Mestre da sua classe sempre atender s suas solicitaes e durante o
curso manter contato para orient-lo da melhor forma possvel para a concluso
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
9
dos estudos. Ele tambm ser o seu padrinho para um futuro ingresso na
Maonaria.
APRESENTAO DO GRAU DOIS DE APRENDIZ ACADMICO
Prosseguindo no mesmo critrio de estudos do Grau de Aprendiz, agora
veremos doravante o Grau de Companheiro Maom. O mtodo de estudo permite
a reviso do grau anterior como suporte para o avano a este grau. O Grau de
Aprendiz foi o incio de uma viagem, o primeiro passo na senda, na qual o nefito se
precipitava ainda no escuro, caminhando em uma estrada desconhecida, tropeando
nos obstculos naturais do caminho e amparando-se nos ombros e na mo amiga
daquele que era seu guia e que viria a ser seu irmo em curto espao de tempo.
Aqueles que venceram os percalos da primeira jornada dentro da Maonaria
Universal, eis que se impe o avanamento no curso natural da vida do maom que
progredir nos graus, subindo pela Escada de Jacob, sempre em busca da Luz
Maior e aspirando respirar mais levemente, sendo que as coisas profanas pesam em
suas costas e as coisas do cu o aliviam de imediato
Esses, aos quais nos referimos, so os vitoriosos desta primeira etapa.
Infelizmente, notamos que muitos dos nossos irmos contentam-se, apenas, em
conhecer o Primeiro Grau, como se fosse encontrar em um nicol grau todos os
mistrios velados por centenas ou milhares de anos pela Maonaria.
Ledo engano. A Maonaria no seria o que at os dias de hoje, caso
entregasse seus segredos no grau em que recebe os profanos. Seria tamanha
temeridade que colocaria em risco toda a estrutura filosfica e esotrica da Ordem.
, justamente, no Primeiro Grau em que encontramos, ainda, os maiores curiosos, a
sombra da metamorfose (meio maom e meio profano), os desinteressados pelos
estudos mais profundos, os indolentes, os aproveitadores, enfim, muitas daquelas
caractersticas que marcam os profanos ainda esto presentes (mas no poderia)
em alguns dos nossos irmos no Primeiro Grau.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
10
Os problemas de invaso em Loja, de falsa identificao, de usurpao
indevida de grau e outros relativos a falsidade e dissimulao, esto, via de regra,
ligados aos irmos (em sua maioria ex-irmos) que deixaram a Maonaria ainda no
Primeiro Grau e escondem a sua condio de adormecidos passando-se por
irmos ativos. Na realidade, esses tais, queriam apenas conhecer os Sinais, Toques
e Palavras dos Aprendizes sem contudo assumir a responsabilidade do Aprendiz
Maom; querem exibir tais formas de identificao (inclusive com a credencial
manica) mas no querem aceitar a disciplina necessria inerente a todos os
maons, buscam a glria momentnea e, portanto e para tanto, despedem-se do
convvio dos demais irmos e irms, deixando a Loja para sempre, afetando de
forma contundente o prprio progresso, uma vez que perdendo o contato com a
irmandade dentro da Loja, deixam de lado no apenas as instrues, mas
principalmente, a fraternidade, que uma das fases do lema manico (Liberdade,
Igualdade e Fraternidade) e que o escopo do Grau de Companheiro Maom.
Para todo aquele que venceu a primeira etapa na vida de iniciado, eis aqui, o
Manual do Grau de Companheiro Maom, ou as Instrues do Grau Dois.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
11
OBJETIVO DO GRAU DE COMPANHEIRO.ORIGEM E SIGNIFICADO DA PALAVRA COMPANHEIRO. DECORAO DO TEMPLO. VESTES. TTULOS, ABERTURA E TRANSFORMAO. FECHAMENTO E TRANSFORMAO. INGRESSO NO TEMPLO. ORDEM DO DIA. ELEVAO. ORIENTAES GERAIS SOBRE O GRAU. NMERO NECESSRIO DE MAONS.
INSTRUES PRELIMINARES
1. OBJETIVO DO GRAU DE COMPANHEIRO
Neste Grau, o iniciado deve se preocupar com vrios aspectos do ritual e da
ritualstica, voltando a sua ateno para os detalhes do simbolismo. O Companheiro
, por excelncia do ttulo, o amigo ideal de todos: Companheiro dos Aprendizes,
dos demais Companheiros e dos Mestres. Assim, a sua especializao andar
ombro-a-ombro, amparar todos os necessitados, auxiliar os outros Companheiros
nessa nova estrada e aos Mestres na rdua misso de orientar todos da Loja. O
Companheiro deve, ainda, zelar para que os novatos da Loja tenham suas dvidas
sanadas, pois, muitas das vezes, mais fcil para o Aprendiz ter acesso ao
Companheiro do que a um Mestre ou ao Segundo Vigilante que o responsvel
pelas instrues bsicas. O sentimento que deve dominar o Companheiro a
Fraternidade, enquanto o Aprendiz movido pelo ideal da Liberdade.
O companheiro deve demonstrar que possui capacidade de realizar, na
prtica, os conhecimentos que adquiriu no Grau Um. Para progredir na senda
esotrica, deve ser capaz de interpretar com maior perfeio os smbolos da Loja,
principalmente os gravados nos painis do Grau Um e do Grau Dois. Essa
interpretao se torna mais perfeita quando o Companheiro passa a vivenciar a
experincia do simbolismo, tirando-a do papel e adaptando-a em sua vida. no dia-
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
12
a-dia e nas sesses da Loja, que o Companheiro demonstra que realmente mereceu
o seu aumento de salrio, atravs das suas atitudes do cotidiano que visam a
melhora da sociedade como um todo, da comunidade em que vive e dos indivduos
que a compem, realando a imagem positiva que os profanos projetam sobre a
maonaria. Em resumo, neste grau, o Maom ir preocupar-se em dar ateno aos
seus semelhantes e a si mesmo; observar sempre que seus semelhantes so seres
humanos e merecem ateno e fraternidade e, por ltimo, aceitar e compreender os
avanos da tecnologia, se possvel dominar uma parte desta tecnologia e utiliz-la
para o progresso da humanidade. No pode esquecer nunca, que apesar do seu
progresso, a base do edifcio da Maonaria continua sendo e sempre ser o
Grau Um do Aprendiz Maom.
1.1. A Origem e Significado da Palavra Companheiro
A palavra Companheiro de origem latina, o seu significado, entretanto
comporta vrias explicaes; a mais coerente para a Maonaria que este
termo deriva da locuo latina cun panis, onde cum preposio (com) e
panis o substantivo masculino po. O melhor entendimento da palavra nos
leva a compreender que Companheiro aquele que divide o mesmo po e
em um entendimento mais extenso, podemos acrescentar, que aquele que
divide o peso, o mesmo caminho, as mesmas tarefas, ampliando o significa
filosfico de po.
2. DECORAO DO TEMPLO
O Templo decorado em vermelho e tem cinco luzes que estaro acessas
antes do incio da sesso, dispostas em nmero de trs no A.. do V.. M.. em um
candelabro especfico, e uma em cada A.. dos VV..
O L..S.. ou a Const.. da L.. estaro dispostos no A.. dos JJur.. juntamente
com o Esq.. e o Comp.. e no Oc.. (ao centro) o P.. da L.. tudo de modo visvel
para quem adentra ao Templo.
As CCol.. J.. e B.. caso estejam dentro do Templo, seguiro a ordem de
iluminao, mantendo-se a B.. apagada e a J.. acesa. Essa iluminao
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
13
obrigatria, mas pode ser feita de forma indireta atravs de luzes auxiliares focadas
na respectiva direo.
O Alt.. das FFer.. ser forrado por uma toalha Pr.. e Br.. (em partes iguais) e
ter sobre si os instrumentos necessrios para elevao: O Ma.. , o Cinz.. , o
Esq.. , a Alav.. , a Reg.. , a Esp.. e o Comp.. .
A Estr.. Flam.. dever ser acessa somente no momento exigido pelo Ritual.
Em cada uma das estaes do Templo (Oriente, Ocidente, Setentrio e
Meridiano) sero fixadas tabuletas com as inscries: Cinco Sentidos (Oriente),
Filsofos (Ocidente), Arquitetura (Meridiano) e Cincias Liberais (Setentrio).
3. VESTES
A indumentria das Luzes e dos Obreiros a mesma do Grau Um. Os
membros que sero elevados estaro trajados com balandrau e avental (que a
insgnia do Comp..) porem com a abeta abaixada. Observao importante deve ser
feita quanto ao traje antes e depois da elevao, pois ao adentrar ao Templo, o
candidato o faz na condio de Aprendiz e dever vestir-se com o avental abeta
levantada e calar as luvas brancas; a abeta do avental ser baixada e as luvas
descaladas somente aps o trmino do ritual de passagem.
4. TTULOS
Os ttulos (pronomes de tratamento) tanto para as Luzes quanto para os
obreiros so os mesmos do Grau Um.
5. ABERTURA OU TRANSFORMAO
A Loj.. do Comp.. Maom pode ser aberta diretamente no Gr.. de Comp..
ou passar pela transformao do Grau de Aprendiz em Companheiro Maom. No
segundo caso, a Loja de Aprendiz ser fechada, os AApr.. sero chamados para
Cobr.. o Templo. Ao final do Ritual de Elevao, a Loja de Companheiro ser
fechada e reaberta a de Aprendiz.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
14
6. FECHAMENTO E TRANSFORMAO
Tanto a abertura dos trabalhos bem como fechamento e a transformao
seguem um mtodo especfico, descrito no ritual e no Regulamento da Ritualstica,
que so documentos de circulao e conhecimento restritos, no publicados para
conhecimento geral.
7. INGRESSO NO TEMPLO
O ingresso no Templo realizado em procisso ou cortejo, organizado pelo
M.. de Cer.. ainda na Sal.. dos PP.. PP.. e permitindo a entrada dos membros em
conformidade ao grau em que ser aberto o trabalho. Segundo a vontade do V..M..
e em conformidade com o Regulamento Geral da Obedincia, poder ser feita em
famlia inclusive com a entrada dos visitantes ao lado dos membros da Loja, sem
distino e sem telhamento.
8. ORDEM DO DIA
A Ordem do Dia, um documento distinto dos demais da Loja, onde se
encontra a pauta dos acontecimentos daquele dia de trabalho. Costumeiramente
segue um critrio de assuntos e destina-se: a) Iniciaes; b) Assuntos em Pauta e
Editais; c) Peties e; d) Instrues; e) Apresentao de Propostas de Elevaes; f)
Apresentao e Apreciao dos Trabalhos; g) Aprovao de Elevaes; Este
exemplo de Ordem do Dia, diz respeito Loja de Companheiro e ser alterado
quando da Loja de Aprendiz. Durante a leitura da Ordem do Dia, ser permitido o
uso da palavra nas CCol.. porem o V..M.. dever evitar excessos, proibir debates e
deixar claro que no necessrio manifestao de apoio aos assuntos j expostos.
Os assuntos mais complexos podero, a critrio do V..M.. permanecer sob
malhete pelo tempo permitido de forma regimental.
9. ELEVAO
Denomina-se elevao o ato que concede o aumento de salrio para o
iniciado que vai de Aprendiz para Companheiro. Portanto, eleva-se um Aprendiz que
est no Grau Um para o Grau Dois que de Companheiro Maom. A utilizao do
termo iniciao no Grau de Companheiro tambm est correta. A Elevao exige a
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
15
execuo correta do Ritual para que a cerimnia seja considerada Jus.. e Per..
evitando-se inovaes desnecessrias, tanto diminuindo como acrescentando textos
ou smbolos. Recomenda-se que os membros que sero elevados, ainda que
permaneam juntos na Sala das Reflexes devem ser isolados para o ingresso no
Templo e, aps as provas, isolados novamente at a concluso do grau. Esse
isolamento visa possibilitar o desenvolvimento das provas do grau sem que um
candidato oua ou presencie as provas que o outro est sendo submetido.
10. ORIENTAES GERAIS SOBRE O GRAU
A Elevao do Aprendiz Maom ao Grau de Companheiro feita atravs de
um Ritual de Passagem, portanto passagem a denominao correta para esse
evento. Os CComp.. MM.. se renem em Loja para glorificar o Trabalho, progredir
na Via do Conhecimento e na Obra da Vida, para enaltecer o progresso da Cincia e
das Artes, em proveito de toda a Humanidade. Para que se aperfeioe, necessrio
um tempo de C..A.. no qual trabalhar a P..C.. efetuando este trabalho desde o
M.. D.. E.. P.. at a M.. N.. sendo este o horrio da jornada dos CComp.. sob os
auspcios dos MM..MM.. e em especial do P..V.. que responsvel diretamente
pelos CComp.. MM..Esse tempo necessrio para o aperfeioamento idntico a
sua idade e representa a Bat.. do Gr.. portanto, entende-se que esse o nmero
respectivo ao Comp.. M.. Nos dias atuais, no est mais em uso que se aguarde
esse tempo, assim como no se espera que o Apr.. complete Tr.. A.. naquele grau
para depois progredir, tambm no se exige que o Comp.. aguarde tal tempo. O
Interstcio praticado na Maonaria Universal segue outros critrios, que vo desde
alguns poucos meses at no mximo de um ano para a elevao. Considera-se
esse espao de tempo suficiente para que o Apr.. demonstre capacidade para o
aumento de salrio. Porem, o Companheiro no deve entender essa reduo do
tempo como um benefcio que recebe, mas sim como fruto do seu trabalho, portanto
mrito e no graa. Deve manter os olhos abertos para a Verdadeira Luz e ter
acabado o seu primeiro trabalho material que foi realizado na P..B.. que ao mesmo
tempo possibilitou o primeiro trabalho espiritual que foi a retificao dos seus
conceitos e a fundao das bases que iro edific-lo doravante na Grande Obra que
a Maonaria. Com a utilizao do malho, o Aprendiz percebeu que nosso trabalho
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
16
no de fora fsica mas sim de vontade e disciplina para alcanar o objetivo do
Grau Um, que o trabalho moral, para o qual os utenslios so simblicos e a
aplicao principal se faz, inicialmente, em ns mesmos. Com a iniciao e o
trabalho, levantou-se uma pequena ponta do Vu de Isis e os pequenos mistrios
comearam se descortinar perante o nefito. Agora, digno deste aumento de
salrio ir conhecer novos smbolos, cada vez mais elevados, ligados Maonaria
Universal desde os primrdios da sua construo. Ao ser recebido maom, o
iniciante foi submetido provas fsicas e psicolgicas, que tinham por finalidade
testar a sua coragem e seu carter, verificar a sua firmeza de propsitos atravs das
questes sobre os quatro elementos. Ainda que se fizeram tais questionamentos em
forma de testes, exigindo-se do candidato provas de uma devoo que os profanos
no esto acostumados a dar, pouco se aprofundou no mago do candidato, uma
vez que a conscincia sempre esteve representada por uma voz e mo amiga que o
guiava pelo caminho desconhecido, ngreme, com perturbaes e quase todo ele
feito s escuras. Agora, no momento da passagem de um grau para o outro, o
candidato no passar mais por tais provas, mas ser testado na sua verdadeira
condio de companheiro, onde dever escolher de forma correta dentro das
possibilidades que lhe sero apresentadas e, dessas escolhas depender a sua
aprovao ou reprovao para obteno do Grau. Ser testado quanto a sua
lealdade e companheirismo para com seus pares e semelhantes, dever demonstrar
que capaz de abdicar dos seus desejos mais ardentes e ceder seu lugar para
outro irmo sem que isso o deixe magoado ou ferido. O conhecimento do grau
anterior tambm ser testado atravs de questes relativas s instrues do Grau
Um, que devero ser respondidas corretamente. Todo o trabalho de questionamento
ser feito pelo Venervel Mestre e observado pela maior dignidade manica
presente bem como por um corpo de MM..MM.. escolhidos para essa finalidade os
quais, por sua vez, no podero interferir nem favor e nem contrrio ao candidato,
porem sero testemunhas presenciais dos acertos e erros nas respostas e na
conduta daquele e, ao final de uma etapa de provas sero chamados para votar pela
aprovao ou reprovao de cada candidato. importante chamar a ateno para
esse tipo de prova, da elevao ao Grau Dois, Companheiro Maom, que foi retirada
dos costumes das atuais Lojas, mas que era praticado pela Maonaria Universal,
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
17
ainda na Idade Mdia (sec. XV), quando no estava organizada da forma que a
vemos nos dias de hoje.
sempre bom ressaltar que o Grau de Companheiro Maom foi um dos mais
desejados dentro das guildas de construtores ou operrios, uma vez que era o
grau mximo que poderia ser alcanado dentro da hierarquia, pois o Ttulo de
Mestre Maom no era utilizado como grau mas sim como uma forma de
homenagem ao companheiro com mais experincia, o qual poderia conduzir os
demais. Atravs da documentao da Maonaria Universal, temos que at 1357,
somente existia o Grau de Aprendiz e que Companheiro era um ttulo de tratamento
entre os membros de uma associao de construtores. O Grau de Companheiro, por
sua vez era dividido entre novatos e seniores (experientes), os quais passaram
apenas partir de 1670 a criar toques, sinais e palavras para distingui-los dos
mais novos. A tradio nos mostra, que nas tavernas da Frana e Inglaterra, onde
se traavam e riscavam as Lojas daquela poca, o Painel de Loja era traado
apenas no Grau de Companheiro para ambos os graus. O Ritual de Companheiro
somente foi definido de forma litrgica aps o ano de 1717 com a fundao da
Primeira Grande Loja de Londres.
No Grau de Companheiro o iniciado chamado a penetrar mais
profundamente o esprito da Maonaria, para tanto necessrio deixar o trabalho e
o estudo sobre a matria (P..B..) e iniciar-se no estudo da parte espiritual do ser
humano. Esse o motivo pelo qual a Loja passa a dar ao Companheiro a instruo
especfica sobre as Cincia Liberais e a Filosofia, de modo a que venha refletir sobre
a criao, o Criador e a criatura, partindo daquilo que existe e que pode ser visto e
medido para aquilo que, existindo, no pode ser mensurado. As faculdades de
pensar e de agir corretamente e de compreender, nascem da vida e da inteligncia.
Vida o fenmeno de resistncia morte; Inteligncia a funo ativa da alma,
tambm conhecida pelos antigos como intelecto; portanto, o intelecto atributo do
Ser. Dessa dupla funo que o homem possui, orgnico-espiritual, nascem o
raciocnio, as idias, a memria e o sentimento. So essas faculdade que fazem do
homem um ser superior aos animais.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
18
11. NMERO NECESSRIO DE MAONS
A Cerimnia de Passagem para o Grau Dois, denominada Elevao,
necessita da presena de um V..M.. dois VV.. , um M..C.., um Sacerdote ou
Sacerdotisa (nas lojas que admitem mulheres) e dois MM..MM.. que sirvam como
testemunhas as quais podem ser substitudos por CComp..MM.. Alm desse
nmero mnimo, outros maons no Grau de Comp.. podem participar da cerimnia
na condio de observadores, que se mantero em absoluto silncio e em
comunho, zelando para que os trabalhos transcorram na mais perfeita ordem. Os
MM..MM.. testemunhos dos trabalhos prestaro o compromisso de fidelidade aos
trabalhos que compreende a determinao de no se retirar do Templo antes do
trmino da sesso e de nunca revelar a frmula do teste aplicado na Quinta Viagem.
FIM DAS INSTRUES GERAIS
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
19
INSTRUES PRIVATIVAS. PRIMEIRA INSTRUO: O TRABALHO E O
AVENTAL DO COMPANHEIRO. SEGUNDA INSTRUO: A LENDA DO
SEGUNDO GRAU. TERCEIRA INSTRUO: A ESTRELA FLAMIGERA OU
FLAMEJANTE. QUARTA INSTRUO: O PAINEL DO GRAU DE
COMPANHEIRO. QUINTA INSTRUO: A LETRA G, O DELTA LUMINOSO E
O COMPANHEIRO. SEXTA INSTRUO: OS NMEROS. STIMA INSTRUO:
OS CINCOS SENTIDOS.
INSTRUES PRIVATIVAS
INTRODUO: No Grau Dois, Companheiro Maom, o iniciado ir dedicar o seu
tempo ao estudo do simbolismo do Compasso e do Esquadro, do Mao e do Cinzel
e da Alavanca; Deixando as ferramentas materiais (de fora e de inteligncia)
adotar o estudo e a disciplina como ferramentas imateriais as quais dever dominar
to bem quanto s anteriores; Com a ferramenta do estudo, ser instrudo na
introduo da filosofia e do simbolismo dos nmeros cinco ao nove; com a
ferramenta da disciplina far do estudo um hbito e uma constncia e ao final dever
demonstrar que desenvolveu a capacidade de refletir sobre as coisas do mundo e
sobre si prprio. Com a aplicao da inteligncia e da observao ser despertado
para os cinco sentidos que orientam o ser humano na apreciao de tudo aquilo que
existe no mundo dos sentidos. O refinamento da educao do Companheiro, alm
de apresent-lo introduo da filosofia, tambm o levar ao conhecimento da
Arquitetura Antiga onde compreender as formas das colunas e saber distingui-las,
principalmente as cinco ordens arquitetnicas: Jnica, Drica, Corntia, Toscana e
Compsita, as trs primeiras da Ordem Grega e as duas ltimas da Ordem Romana.
Conhecer, tambm a Ordem Arquitetnica Egpcia, estilizada nas duas Colunas J e
B que esto no atrium do Templo e so do estilo lotiforme (Flor-de-Ltus), sendo
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
20
que os egpcios preferiam, alm desse estilo, outros dois: papiriforme (formato de
papiro, que pode ser fechado ou aberto) e palmiforme (formato de palmeira).
Encontramos, portanto, em um Templo Manico, marcas da cultura egpcia
mesclada com as culturas crego-romanas.
PRIMEIRA INSTRUO: O TRABALHO E O AVENTAL DO COMPANHEIRO
O Trabalho: O Companheiro Maom se assemelha ao trabalhador da
Parbola dos Talentos do Novo Testamento (Mateus, Cap. 25 vers. 14), enquanto
cabe ao Aprendiz escutar, ao Companheiro cabe trabalhar no edifcio, apreciando e
corrigindo os detalhes da obra; enquanto o Aprendiz trabalha na P.. B.. j este
trabalha na P.. C..
O Avental: despe-se o Companheiro do Avental de Aprendiz apenas
rebatendo a abeta deste paramento, uma vez que a maioria dos aventais
reversvel, servindo a ambos os Graus. A explicao para o rebatimento da abeta se
d pelo tipo de trabalho que era executado e o que ser executado doravante. Ao
trabalhar a P.. B.. o Apr.. Mac.. calava luvas para proteo das mos e tambm
para simbolizar a pureza do seu trabalho, o avental com a abeta levantada protegia
uma parte maior do corpo e tambm simbolizava a proteo do plexo solar no que
diz respeito aos chakras.
SEGUNDA INSTRUO: A LENDA DO SEGUNDO GRAU
Esta Lenda refere-se ao episdio bblico em que, logo aps ganhar uma
batalha, conforme narra Juzes 12 (1-7) com um exercito formado pela juno de
vrias tribos, menos a dos efraimita que se revoltaram pelo fato de no terem sido
convidados pois a vitria trouxe direito sobre os despojos do inimigo vencido,
resolveram entrar em batalha contra os geleaditas, pois culparam o seu General
Jetf pela ofensa; aps a batalha entre essas duas tribos, os gileaditas saram
vencedores e o General Jatf proibiu que os efraimitas permanecessem naquela
aldeia, porem como todos eram muito parecidos, havia uma dificuldade aparente
para distingui-los, ento Jetf iluminado pelo Senhor, criou uma senha atravs de
uma palavra de passe, a qual possua uma letra de difcil pronuncia pelos efraimitas,
assim, quando eram questionados (Deixai-me passar, perguntavam a ele: s tu
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
21
efraimita? Respondendo no, ento lhe perguntavam: dizeis pois...) sobre a senha a
proferiam de forma incorreta e eram imediatamente eliminados. Narra-se que foram
mais de dois mil os que morreram dessa forma, tamanha era a perfeio da palavra
de passe. A pronuncia diferenciava o S do CH.
A lenda deste grau, na verdade, era composta pela Lenda de Orfeu e foi
substituda pela que est acima, por influncia judaico-crist na Maonaria. Esta
apostila tem um captulo dedicado a explicao sobre a Lenda de Orfeu.
(Recomenda-se complementar a instruo com a leitura da Bblia Sagrada no
capitulo indicado do Velho Testamento)
TERCEIRA INSTRUO: A ESTRELA FLAMIGERA OU FLAMEJANTE
Um dos mais importantes simbolismos dentro da Loja de Companheiro, a
Estrela Flamigera ou Flamejante, que se ilumina no ato da consagrao daquele que
elevado, tornando-se parte indispensvel no reconhecimento entre Companheiros,
com a Letra G no centro, permanece como o mais enigmtico do signos da
Maonaria. Seu passado mais remoto nos leva de volta ao Antigo Egito, onde os
sbios Sacerdotes de Hrus a comparavam com a Estrela Sirus, ponto no espao
para onde se dirigiam os faras quando deixavam este mundo e tambm de onde
surgiam os novos faras que iriam governar o Egito por mais um certo tempo. Os
sacerdotes de Isis, por sua vez, levantavam os Templos de Hator ou Isis-Hator
direcionados para essa estrela. O Emblema dela sempre foi um co, pois pertence
tanto ao conjunto conhecido como co maior bem como co menor. Existem
escrituras do incio do Imprio Egpcio, que datam por volta de 4 a 5 mil a.C. que
narra a saga das chegadas dos Deuses na Terra e que teriam vindo da regio
espacial da Estrela Sirius. A letra G no centro da Estrela Flamgera praticamente
uma novidade introduzida pelos ingleses, uma vez que o ponto central dela, antes
de 1700 era ocupado pela letra Iod, que a dcima letra de vrios alfabetos
semticos (hebreu, aramaico, siraco e rabe), que a primeira letra do nome de
Deus, formado por Iod, He, Vau, He e que est relacionada ao homem perfeito, hoje
em dia vista nas Lojas como segue abaixo (veja a figura). Na NOSSA LOJA
tomou-se por padro o dstico Estrela Flamejante para diferenciar de Espada
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
22
Flamgera. No se deve confundi-la com o Delta Luminoso que tema das
prximas instrues.
QUARTA INSTRUO: O PAINEL DO GRAU DE COMPANHEIRO
Painel Simblico: Este painel muito parecido com o do grau de Aprendiz Maom.
Vamos nos fixar, inicialmente, nas semelhanas. As Colunas, em nmero de duas,
uma ao lado direito e outra ao lado esquerdo, mantendo as mesmas letras iniciais J
e B ambas com os mesmos significados. As trs janelas pelas quais incide a luz do
Sol, nos perodos distintos, nascer do Sol, Meridiano e Ocaso ou aurora, meio-dia e
crepsculo. Pedra Bruta para o trabalho do Aprendiz, a Pedra Cbica da qual se
serve o Companheiro, a prancheta para o Mestre. O Malho e o Cinzel, para que o
Aprendiz desbaste a Pedra Bruta. O Esquadro e o Compasso, ambos entrelaados,
smbolo do Companheiro e que representa, no painel, o Venervel Mestre da Loja. O
Nvel simbolizando o Primeiro Vigilante e o Esquadro ou Perpendicular para o
Segundo Vigilante. O Sol e a Lua, que alm de simbolizar os luminares do dia e da
noite, simbolizam o masculino e feminino, pertencendo o Sol ao Orador e a Lua ao
Secretrio. Na Maonaria Egpcia simbolizam, ainda, o Sol para o Venervel Mestre
ou o Gro-Mestre e a Lua para a Sacerdotisa da Loja ou o Gro-Mestre Adjunto e
ainda o Mestre-Adjunto. A corda de 81 ns, que no painel aparece com 7 ns,
simbolizando a unio indissolvel entre os maons. A Orla Dentada, simbolizando a
atrao entre os maons e a justaposio que cada um ocupa na Grande Obra,
simboliza tambm os opostos que se unem para dar forma aquilo que tem visvel
neste mundo. As Estrelas ou Constelaes que simbolizam o carter universal da
Maonaria. As diferenas bsicas entre um painel (Aprendiz) e o outro
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
23
(Companheiro) esto na escada, que ao invs de ter trs degraus agora tem cinco
(em referncia ao nmero d grau); o Esquadro e o Compasso esto na posio de
Companheiro; Surge a Estrela Flamejante com a letra G no centro; a Alavanca e a
rgua que no apareciam no painel do Aprendiz agora constam deste, como
ferramentas do Companheiro; Aparecem o Pavimento Mosaico e a Orla Dentada, as
quais juntam-se a Estrela Flamejante para formar os ornamentos da Loja de
Companheiro. A Espada e a Colher de Pedreiro, tambm esto neste painel, em
recordao a reconstruo do segundo Templo de Salomo, por Zorobabel,
conforme consta nas Escrituras Sagradas. importante destacar que nem sempre
encontraremos o Painel Simblico com esses detalhes, pois os painis foram sendo
alterados com o passar do tempo e conforme a inspirao do copista que os alterava
conforme sua concepo da simbologia. Este painel tambm varia conforme o rito
adotado.
Painel Alegrico: Alm do Painel Simblico, foi introduzido na Maonaria, pelos
ingleses, do Rito de York e depois assimilado pelos demais ritos, o Painel Alegrico,
que traz em sua estampa outras figuras com simbologia distinta, as quais so de
conhecimento de todos os maons pois fazem parte da Maonaria Universal, so
elas: as Colunas do Prtico, com o mesmo simbolismo que j conhecemos; uma
Escada em Caracol, simbolizando a subida do Aprendiz at os Mistrios do Grau de
Companheiro, originariamente esta escada era tambm chamada de escada em
espiral que ia do piso mosaico at o santo dos santos em aluso a passagem
bblica em Reis 1 (6-8), que descreve a escada dentro do Templo de Salomo; A
Espiga de Trigo e uma Queda de gua tambm so simbolizadas no Painel
Alegrico, a Espiga de Trigo refere-se a palavra de passe, tambm a prosperidade
dos maons, ao crescimento da irmandade, a fertilidade dos projetos sociais; A
Queda Dgua representa a fonte da vida e todas as demais simbologias ligadas a
este elemento; Uma Estrela de Seis Pontas que o Escudo ou Estrela de
David,(apesar que este smbolo muito mais antigo que David, data
aproximadamente de uns 6 mil anos) uma Pomba que simboliza o Esprito de Deus
e a Paz Profunda, o Tetragrama Sagrado com as letras em hebraico Iod, He, Vav,
He que o nome de Deus. No Rito de York a Estrela de Seis Pontas que tem lugar
de destaque no Templo, chamada pelos ingleses de Blazing Star com a letra G
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
24
ao centro, representa a Estrela Flamejante que no REAA a Estrela de Cinco
Pontas.
QUINTA INSTRUO: A LETRA G, O DELTA LUMINOSO E O COMPANHEIRO
Como foi dito em instruo anterior, a Letra G (G) foi introduzida no centro
do Delta Luminoso nas Lojas Manicas atravs de um processo denominado por
Albert G. Makey de anglicismo (incorporao da lngua inglesa em outras lnguas).
Nos pases que seguiram a maonaria de lngua inglesa, acostumou-se com
essa substituio, retirando-se o IOD das lnguas semticas pela letra G.
Essa substituio gerou vrios estudos, muitos dos quais, at a presente
data, sem concluso definida, ficando apenas na categoria da especulao.
a stima letra do alfabeto manico. Tambm conhecido como Delta
Sagrado ou Delta Misterioso.
Os maons traduzem o IOD dentro do Delta Luminoso como: Eu Sou,
extrado da passagem em que Deus conversa com Moiss e este pergunta:
...quando os filhos de Israel me perguntarem quem me mandou e qual o seu nome,
o que responderei? Responders apenas isso: o nome dele Eu Sou o que Sou.
Alguns autores atribuem essa letra a inicial do nome de Deus em ingls
(God), outros dizem que est relacionada a Geometria, outros ainda afirmam que
tem destaque por ser a stima letra do alfabeto ingls. Como vemos, existem
explicaes em todos os sentidos, indo desde God, gemetra, geometria etc.
Tambm a terceira letra do alfabeto hebraico, corresponde a Ghimel; os hebreus
viam na letra G o smbolo da Serpente Oroborus, aquela que engole a prpria
cauda.
Os membros das Escolas Pitagricas (de mistrios) utilizavam dentro do Delta
Sagrado um esquadro de ramos desiguais, possivelmente com o passar do tempo,
os observadores pensaram que aquele esquadro tratava-se da letra Gama que
corresponde ao G; essa confuso aceitvel, uma vez que Pitgoras era grego.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
25
Outros significados para a letra G so encontrados nos diversos rituais impressos no
Brasil, so eles: gravitao, gerao, gnose, gnio e geometria.
Esta Loja de Estudos, adota como significado da letra G, para o Grau de
Companheiro, que se trata da representao de GEOMETRIA, preservando assim, a
originalidade desta letra, uma vez que se o grau compreende a construo social, a
construo do indivduo, a formao geomtrica do Universo, lembrando sempre
que o Criador conhecido, por ns, como o Grande Gemetra do Universo.
Compreendendo a letra G e seu significado, o Companheiro tomar conscincia da
sua real participao na vida como Maom.
O Delta Luminoso a representao de um tringulo eqiltero, que por sua
vez a a Letra Grega Delta, quarta letra daquele alfabeto e do nosso. Ele
luminoso, pois est rodeado por um halo brilhante que representa a divindade. Nas
Lojas dotado de iluminao artificial. Segundo os antigos, Deus se expressou pela
forma geomtrica mais completa que o tringulo. (veja exemplos abaixo). Vemos
em algumas Lojas, tanto a Letra G no centro da Estrela Flamejante bem como no
centro do Delta Luminoso, sendo que ambos so simbolismos completamente
diferentes. de regra, no centro do Delta Luminoso a utilizao de um olho,
simbolizando O Olho que Tudo V que o Olho de Deus ou Olho de R (no
confundir com o Olho de Hrus).
SEXTA INSTRUO: OS NMEROS
Antes de iniciarmos os estudos dos nmeros deste grau, convm lembrar que
a Maonaria na antiguidade estudava a fundo a cincia dos nmeros, dando a ela o
nome de Gematria que por sua vez foi uma palavra retirada de Geometria e por sua
vez dizia respeito a Geometria Sagrada. Os Maons se dedicavam a este estudo
por um perodo mnimo de cinco anos. Nesse tipo de cincia, aprende-se a reduzir
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
26
as palavras em nmeros equivalentes, principalmente para o alfabeto hebraico,
somando-se uns aos outros at obter-se o resultado final que dar uma concluso
sobre aquele nome ou palavra que se est estudando. Apenas para fins de
conhecimento, colocaremos ao final de cada pargrafo a palavra equivalente ao
nmero, sempre em hebraico.
Nmero Cinco: Est diretamente ligado a fase do Grau Dois, Companheiro
Maom. Denomina-se quinrio quando diz respeito simplesmente ao nmero e
qinqnio ou lustro quando se refere ao tempo de cinco anos. Tambm sugere a
quintessncia que a novidade apresentada ao Companheiro, que at o momento
conhecia apenas a parte material do mundo. a essencial da vida, a parte espiritual,
a fora do intelecto e o aperfeioamento. Para os msticos, tambm representa os
elementos da natureza, uma vez que se soma a terra, fogo, gua e ar, a semente ou
o grmen. Em grego chama-se PENTA o prprio nmero cinco e representa uma
grande variedade de coisas e principalmente PENTAGRAMA. Cinco tambm o
nmero de perguntas que se faz no momento da elevao do Aprendiz a
Companheiro. Cinco so as vogais e dentre elas uma ou mais fazem parte do nome
do Companheiro que est sendo submetido ao ritual de passagem. Cinco so as
viagens do Companheiro. Cinco so as colunas do segundo grau: Jnica, Drica,
Corintia, Compsita e Toscana.
um nmero mgico e mstico, utilizado pelos gregos e romanos em forma
de amuletos.
Pentalfa a estrela de cinco pontas, smbolo de proteo. Na ndia ela
representa o emblema de Shiva e Brahma. Nos mistrios pitagricos, possivelmente
que originaram os mistrios da Maonaria, representa o perodo de silencio (cinco
anos) que era imposto ao iniciado em um certo grau. O equivalente hebreu para o
nmero cinco He que compe o nome de Deus.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
27
(figura: Pentalfa)
Nmero Seis: No Livro Sagrado encontramos este nmero como sexto
captulo do Gnese e narra a separao das guas. Foi no sexto dia que Deus
colocou o homem sobre a face da Terra para que a dominasse. visto por
cabalistas e pitagricos como o nmero da perfeio, j Nicomachus o v como o
nmero da deusa Vnus para a qual era consagrada a razo do pensamento e
tambm o amor passional, portanto o nmero ideal para aqueles que amam. O
Man caiu do cu, durante seis dias, no deserto para alimentar o povo que seguiu
Moiss na fuga do Egito, e a letra marcada no Man era Vau que significa seis.
Representa as seis ordens de anjos: serafins, querubins, tronos , dominaes,
poderes e virtudes) e as seis ordens dos gnios dos desastres: Acteus, Megalesius,
Ormenus, Lycus, Nicon. Mimon. A Estrela de Seis Pontas (a hexalfa) com dois
tringulos entrelaados, um apontando para cima simbolizando o fogo e o outro
apontando para baixo simbolizando a gua, sendo este o verdadeiro selo do Rei
Davi e que ornamentava o seu escudo. O equivalente em hebreu Vav.
Nmero Sete: O Livro Sagrado tem uma incrvel repetio deste nmero que
chamou a ateno de vrios estudiosos por esse motivo. No stimo dia Deus
descansou, antes viu que tudo o que tinha feito era bom, abenoou e santificou o
stimo dia. um nmero inteiramente religioso, representa o triunfo do esprito
sobre a matria. O stimo caminho o Sepher Yetizirah (Cabala Judaica) o da
inteligncia oculta e representa a combinao entre a f e o intelecto. Sete so os
orifcios na cabea do homem. O equivalente hebreu para o nmero sete Zain.
tambm o nmero da realeza, do triunfo e da fama. o nmero do Mestre.
Nmero Oito: Os antigos gregos diziam que todas as coisas so oito. A
circunciso, conforme a lei judaica, acontece no oitavo dia depois do nascimento.
Para Pitgoras era o nmero da justia e plenitude. Tambm conhecido como o
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
28
nmero que leva ao porto da eternidade. No Sepher Yetzirah, o oitavo caminho o
da perfeio. Tambm o nome de Deus, com oito letras. Oito o nmero da
atrao e repulso, j que em si encontramos infinitas voltas, o indivduo sujeito a
ele estar envolto em lutas, separao, rupturas, destruio, expectativas e
ameaas. O equivalente hebreu Cheth.
Nmero Nove: Os Pitagricos viam o nmero nove (assim como o nmero
quatro) ligados a todos os conhecimentos intelectuais, matrias e espirituais. Na
mitologia existem nove musas, so elas, Calope a musa da poesia; Clio que a
musa da histria; Melpmene, a musa da tragdia;Euterpe, a musa da msica;
Erato, a musa da inspirao e do amor; Terpsicore, a musa da dana; Urnia, a
musa da astronomia; Tlia, a musa da comdia; Polmnia, a musa da eloqncia.
Nove so os cavaleiros eleitos no Grau Nove da Maonaria, eles usam nove luzes,
nove toques e nove rosas. No Sepher Yetzirah o nono caminho o da inteligncia
pura. o nmero do poder atravs do silncio. Em uma frmula da alquimia antiga,
esse nmero feito em prata, tinha a propriedade de tornar os homens invisveis. O
equivalente hebreu Teth.
STIMA INSTRUO: OS CINCOS SENTIDOS
Este captulo apenas d uma singela noo sobre os cinco sentidos e conclui
com a necessidade do Companheiro Maom partir em busca do sexto-sentido.
Hoje em dia, face a facilidade de pesquisas e consultas atravs da internet torna-se
muito prtico um estudo dessas faculdades fsicas do ser humano, recomendamos,
pois, que o Companheiro procure essas fontes de consulta e se aprofunde neste
tema.
CINCO SENTIDOS
O ser humano percebe o mundo que o rodeia atravs destas cinco
capacidades fsicas: viso, audio, olfato, paladar e tato. So os mesmos cinco
sentidos que, utilizados de forma esotrica, possibilitam que o homem acesse o
mundo extrassensorial. Os nervos sensitivos so as sentinelas do corpo e
transmitem ao crebro tudo aquilo que nos rodeia. Esses nervos sensitivos
necessitam de rgos perfeitos e completos para que possam desempenhar sua
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
29
tarefa. Quando um rgo perde a sua perfeio geralmente substitudo por outro
que se desenvolve mais do que o normal em outras pessoas com todas as funes
perfeitas. Exemplo disso, a capacidade de tato e olfato adquirida pelo homem que
perde a viso. Esses cinco sentidos esto ligados as sensaes externas do corpo.
Sensaes internas so aquelas que nos dizem que estamos com sono, fome, dor,
cansao etc. O crebro mantm na memria todas as sensaes captadas atravs
destes sentidos.
A VISO: o rgo mais complexo e delicado dentro dos sentidos humanos,
possivelmente foi o primeiro desenvolvido dentro do complicado sistema sensorial
do organismo. atravs dele que observamos as cores, formas e dimenses de
todas as coisas que nos cerca. Seus rgos de sentido so os olhos. A viso,
juntamente com os outros sentidos, ao mesmo tempo que serve para distinguirmos o
mundo ao nosso redor, tambm responsvel pela iluso que a viso nos
proporciona, pois temos tendncia a preferir as coisas belas que assim se
apresentam exteriormente e damos pouca ou nenhuma ateno ao interior daquilo
que se apresenta. O belo nem sempre o bom, o feio nem sempre o mal. O
conceito de beleza varia de pessoa para pessoa e de civilizao para civilizao.
Aquilo que vemos o resultado da intensidade das varias ondas eltricas que
atingem o rgo da viso, cada uma dessas ondas tem uma amplitude diferenciada,
provocando as diferentes cores. O olho humano est capacitado para captar ondas
em padres limitados, assim, no conseguimos captar atravs dos olhos nem ondas
na faixa do ultravioleta ou infravermelho; o primeiro est acima da nossa capacidade
e o segundo est em uma faixa abaixo. Os animais possuem capacidade visual
diferente da nossa, alguns enxergam o ultra e outros captam o infra. Alguns, ainda,
captam ambas faixas de freqncia.
A AUDIO: Este sentido formado pelo conjunto de pequenos rgos que
compem o ouvido. Possibilita que possamos perceber o mundo externo atravs dos
sons que produz. Esses sons, por sua vez, nada mais so do que vibrao, ondas
em movimento. A explicao que demos sobre viso tambm se enquadra como
exemplo para a audio, adaptando-se para ultrassom e infrassom.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
30
O OLFATO: o sentido responsvel pela captao dos odores que nos cercam, seu
rgo receptor o nariz. Este sentido, ao contrrio da viso, no descansa nunca,
est ativo durante todos os instantes da nossa vida. um dos sentidos mais
elementares e, ao contrrio dos demais, liga-se diretamente ao crtex cerebral sem
passar pelo hipocampo. Tambm responsvel por ativar lembranas na memria.
A respirao, que responsvel pela vida, tambm o utilizada como condutora dos
odores que chegam at o crebro e causam sentimentos de aproximao (aroma
agradvel) ou de repulso (odor desagradvel) movimentando o ser humano ao
encontro daquele odor, ou em outros casos, conduzindo-o em sentido contrrio. Os
msticos, dentre eles os Maons, utilizam perfumes e incensos para ativar o sentido
esotrico do olfato.
O PALADAR: Seu rgo composto pela lngua, lbios, partes internas da boca e
papilas gustativas. Responsvel pela capacidade que temos em distinguir os vrios
sabores dos corpos que nos cercam. Na Maonaria o paladar utilizado,
principalmente, na prova da Taa Doce-Acre, que servida ao Candido em um
determinado grau para testar as suas intenes e se tem maldade em seu corao.
O TATO: Este sentido captado em toda a extenso do corpo humano tendo como
agente de percepo a pele, que por sua vez considerado o maior rgo do corpo
humano. Atravs do tato sentimos a consistncia dos objetos, suas dimenses,
aspereza, forma, dimenses, temperatura etc. O tato est intimamente ligado a
libido, portanto responsvel pelo desejo sexual, sendo que os demais sentidos,
cada um em proporo maior ou menor, porem sempre inferior ao tato, tambm
esto ligados ao sexo, nesta ordem (aps o tato): viso, olfato, paladar e por ltimo
a audio. Por isso, os msticos so inclinados a superar os sentidos fsicos,
evitando as iluses que eles proporcionam, principalmente, reeducando-se em
respeito ao sexo e tudo que dele advm.
CONCLUSO: Aps compreender os cinco sentidos, o Companheiro Maom deve
se esforar para aprimor-los, atravs das prticas que nosso rito proporciona, a tal
ponto que desenvolva os cinco sentidos esotricos, paralelos aos fsicos.
necessrio que o Companheiro deixe a construo material e a retificao da pedra
bruta e passe para a lapidao final da pedra cbica ou polida. O Mundo material
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
31
pertence a esfera dos estudos do Aprendiz e o mundo espiritual est compreendido
nos estudos do Companheiro.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
32
OITAVA INSTRUO: AS COLUNAS E SUA ARQUITETURA. NONA
INSTRUO: AS CINCOS PERGUNTAS AO COMPANHEIRO. PRIMEIRA
INSTRUO ESPECIAL: OS FILSOFOS. SEGUNDA INSTRUO ESPECIAL:
PITGORAS. TERCEIRA INSTRUO ESPECIAL: ORFEU.
OITAVA INSTRUO: AS COLUNAS E SUA ARQUITETURA
Dentro da Loja Manica, o associado pedreiro-livre se depara com algumas
colunas, as quais via de regra, so geralmente desconhecidas para ele. Logo na
entrada, no prtico do Templo, encontra duas Colunas, denominadas por
abreviaturas B e J. Os significados de ambas j foram alvo de estudo e voltaro a
ser estudas nos Altos Graus, atravs do Supremo Conselho. O que nos importa,
agora, o estudo da parte arquitetnica de cada uma das cinco colunas que so
encontradas no interior do Templo.
Nossa origem de construtores (pedreiros) nos remetem ou a construo civil
ou militar, ambas de forma material. Porem, o maom especulativo, dever se
empenhar na construo social substituindo o material clssico (pedras, cimento,
ferro etc) pelo material denominado fraternidade e caridade que conduzem o
maom a construir o verdadeiro edifcio social que o objetivo maior da instituio.
Voltando a qualificao das construes civis e militares, focamos nosso
estudo na classificao das Colunas do Templo, comeando pelas internas, as quais
pertencem a trs ordens distintas: Jnica, Drica e Corntia.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
33
A Coluna Jnica, representa a Sabedoria. Est diretamente ligada e instalada
no Oriente do Templo, pertence a qualidade do Venervel Mestre ou Salomo da
Loja
A Ordem Jnica/Jnica uma das ordens arquitetnicas clssicas. Suas
colunas possuem capitis ornamentados com duas volutas, altura nove vezes maior
que seu dimetro, arquitrave ornamentada com frisos e base simples.
Origem
A Ordem Jnica surgiu a leste da Grcia oriental e seria, por volta de 450
a.C., adotada tambm por Atenas. Desenvolvendo-se paralelamente ao estilo Drico
apresenta, no entanto, formas mais fluidas e uma leveza geral, sendo mais utilizado
em templos dedicados a divindades femininas. A coluna possui uma base larga, tem
geralmente nove mdulos de altura, o fuste mais elegante e apresenta vinte e
quatro caneluras. O capitel acentua a analogia vegetal da coluna pela criao de um
elemento novo entre o coxim e o baco de carter fitomrfico. Este elemento dispe
de dois rolos consideravelmente projetados para os lados, as volutas. O friso passa
a ter elemento nico decorado em continuidade. O Erecteion de Atenas, talvez o
mais belo dos templos jnicos, levantando em honra de um lendrio heri ateniense
chamado Erecteu, terminou sua construo em 406 a.C., estando localizado sobre a
Acrpole da cidade. A forma de se identificar este tipo de arquitetura observar no
alto da coluna a presena de dois rolos um em cada lado. Uma curiosidade que
envolve os estilos Jnico e Drico que ambos os povos eram inimigos e vivam em
batalhas constantes um expulsando o outro do seu territrio. A justaposio dessas
colunas, de arquiteturas to diferentes, vindas de povos que se odiavam, pode
significar a pacifica convivncia dentro do Templo Maom que abriga todas as
culturas sem distino alguma.
A Ordem arquitetnica da Coluna Drica, alm do que j estudamos acima,
est ligada a fora e representa a parte masculina da obra de arte ou, por outro lado,
da Obra Divina do Supremo Criador do Universo. Pertence ao Primeiro Vigilante que
trabalha com Fora para que a Loja e todo o seu mistrio interno se estabelea nos
coraes dos homens. A ordem drica de carter condensado. A coluna canelada,
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
34
geralmente sem base, tem largura bastante considervel em relao altura. O
capitel alarga-se num equino, espcie de coxim intermdio, encimado por uma placa
ou baco quadrado. O entabelamento consta de uma arquitrave nua, de um friso
composto de uma alternncia de superfcies quadradas e triglifos, e de uma cornija.
Os triglifos so, sem dvida, uma reminiscncia das antigas traves de madeira que
se encontravam no aprumo das colunas. Elas tm divises verticais tripartidas,
abaixo das quais esto suspensos pequenos ornatos esfricos. Assim, de
arquitetura de madeira, os gregos extraram um motivo que transpuseram
admiravelmente na pedra. Quanto s superfcies quadradas, dispostas
isoladamente, nelas que se concentra a escultura. O uso do entabelamento drico
acarretou para os Gregos problemas delicados como era do seu gosto resolv-los: o
da superfcie quadrada do ngulo e da sua sobreposio coluna.
Reconhece-se e distingue-se a Coluna Drica pela total falta de ornamentos
se comparada ao estilo Jnico e ainda mais ao Corntio. Ela reta, quase sem frisos
e no seu capitel existe uma base quadrada ou retangular que serve, justamente,
para apoiar a maior parte do peso do teto do templo sobre si.
A terceira ordem que encontramos a Corntia, que na verdade no
considerada pelos estudiosos da arquitetura grega como uma ordem propriamente
dita, mas sim uma sub-ordem, uma vez que foi gerada como misto das outras duas.
A Coluna Corntia est ligada ao Segundo Vigilante e simboliza a Beleza,
completa assim, o trinmio: Sabedoria, Fora e Beleza, que so a base obrigatria
de toda Loja Manica.
Dependendo do seu acabamento, dificulta a distino entre si e a Jnica, uma
vez que possui vrios enfeites em seu capitel. Assim, a grosso modo, poder-se-ia
dizer que uma Jnica com maior nmero de enfeites em formato de voltas que
ornamentam a sua parte superior.
Por ser considerada uma juno das duas outras ordens arquitetnicas,
poder-se-ia supor acertadamente que ela representa a unio do masculino e do
feminino que deve preponderar em toda Loja Manica, formando o equilbrio dos
opostos.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
35
Figuras das Colunas
Drica Jnica Corintia
Para uma compreenso pronta e simplria dos estilos apresentados neste
manual, sem querer aprofundar na arte da arquitetura, suficiente que o maom
saiba as seguintes definies: Capitel, a parte superior da coluna, onde se
encontra com o teto do templo e onde esto (ou no) os contornos de
embelezamentos ou as voltas; no caso da Coluna Jnica so apenas duas voltas, no
caso da Coluna Corntia so sempre mais de duas, podendo chegar a dezesseis
voltas, quatro em cada lado, ou seja, nos quatro lados da coluna. Fuste, o corpo
da coluna, no caso da Toscana, que ser estudada no prximo pargrafo,
totalmente liso e nas demais ordens ornamentado com frisos que so chamados
de caneluras.
Algumas Lojas Manicas dispem, ainda de duas outras ordens de
arquitetura ornamental, so elas: Toscana e Compsita.
A Arquitetura Toscana e a Compsita so totalmente do perodo romano,
porem com influncia nas trs ordens arquitetnicas gregas que as antecederam,
porem foram simplificadas ao extremo e buscavam apenas a fora, descartando a
beleza ou a sabedoria. Eram mais prticas para ser esculpidas e serviam a
propsitos mais militares do que civis ou religiosos. Seguem, abaixo duas imagens,
a primeira de uma Coluna Compsita e a segunda de uma Coluna Toscana.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
36
COMPSITA TOSCANA
No Egito, a arquitetura buscava a simplicidade e a eternidade, por isso
encontramos exemplos das suas colunas at os dias de hoje em vrios monumentos
histricos, principalmente na regio de Luxor com seus templos e am Abul-Simbel
no monumento construdo por Ramess o Grande. As pirmides, ainda que fujam do
tema sobre colunas, enquadram-se perfeitamente no estilo de arquitetura egpcia e
justificam plenamente o conceito dos antigos egpcios em construir para a
eternidade.
As colunas egpcias adornam, ou deveriam adornar, o prtico dos templos
manicos, com um dos trs estilos que j estudamos (lotiforme, palmeiriforme e
papiriforme), optando-se pelo estilo em papiro, o correto que do lado de fora
tenhamos o formato de papiro fechado e do lado interno (as ordens da maonaria
egpcia adotam este estilo tambm na parte interna dos templos) teremos o papiro
aberto que ento chamado de campaniforme. A maneira mais correta de se
estudar a arquitetura das colunas egpcias para distingui-las dos estilos gregos e dos
romanos, talvez seja pela apreciao das imagens at que se perceba a nitida
diferena entre elas, ou seja, o Companheiro Maom deve utilizar-se do cirtrio da
observao para compreender a arquitetura de todas essas colunas, ainda que no
se torne um especialista neste assunto, mas deve estar apto a identific-las quando
dispostas no Templo Maom. Seguem,a baixo, imagens das Colunas Egipcias.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
37
NONA INSTRUO: AS CINCOS PERGUNTAS AO COMPANHEIRO
Dentro deste Ritual de Passagem, no qual o Aprendiz passa do nvel para a
perpendicular, pois o nvel a ferramenta do Primeiro Vigilante que est na Coluna
B e a perpendicular o instrumento do Segundo Vigilante e por sua vez est na
Coluna J, o candidato questionado em cinco questes crucias para que alcance o
grau desejado. Em nossa Loja de Estudos, alm das cinco questes temos uma
outra de grande importncia, a qual no se revela de forma alguma, a no ser no
momento do exame ao candidato. As cinco questes que podem ser reveladas e
que devem ser fornecidas pelo Primeiro Vigilante ao Aprendiz que deseja o Grau
Dois, para que as estude e possa responde-las a contento, so estas: (no so
fornecidas as respostas)
Questes:
1.) O que o pensamento?
2.) O que a conscincia?
3.) O que inteligncia?
4.) O que vontade?
5.) O que a liberdade?
PRIMEIRA INSTRUO ESPECIAL: OS FILSOFOS
Neste Grau, a Maonaria no d nfase especial a nenhum dos grandes
filsofos que deixaram sua contribuio para todos ns, mas foca o tipo de vida e a
dedicao que esses homens tiveram com a filosofia que o estudo da amizade
pela sabedoria ou respeito pela sabedoria poder-se-ia dizer, alm da traduo
deste termo que vem do grego (philo=.amizade ou amor fraterno e shophia= saber
ou sbio, conhecer, estudar), inclusive Pitgoras de Samos teria afirmado que a
sabedoria plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem
desej-la ou am-la, tornando-se filsofos. Este estudo, neste grau, preenche a
necessidade que o Companheiro Maom tem em adquirir esse tipo de
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
38
conhecimento, no o de conhecer todos os filsofos pelo nome e pelas obras, mas
sim adquirir a forma de pensamento filosfico. Para auxiliar nos estudos,
fornecemos uma relao contendo alguns filsofos de grande importncia para que
sirvam de exemplo ao estudante, so eles: Tales de Mileto, Anaximenes,
Anaximandro, Parmnides, Herclito, Demcrito, Scrates,Plato, Aristteles,
Pitgoras, Descartes, Spinoza, Locke, Hume, Berkeley, Kant, Hegel, Kierkegaard,
Marx Darwim. Os Filsofos brasileiros devem ser estudados neste grau, segue uma
relao deles que no contem todos os nomes de destaque, apenas como
referncia, so eles: Claudio Ulpiano, Toms Adalberto da Silva Fontes, Tobias
Barreto de Menezes, Tarcio Meirelles Padilha, Silvio Tibiria de Almeida, Silvio
Donizetti de Oliveira Gallo, Srgio Paulo Rouanet, Renato Janine Ribeiro, Raimundo
Teixeira Mendes, Plinio Salgado, Olgria Chain Feres Matos, Olavo Luiz Pimentel de
Carvalho, Newton Carneiro Affonso da Costa, Mrio Ferreira dos Santos, Marilena
de Sousa Chaui, Jos Guilherme Merquior, Huberto Rohden, Jos Herculano Pires,
Celso Charuri, Caio da Silva Prado Jnior, Bento Prado de Almeida Ferraz Jnior,
Apolinrio Jos Gomes Porto-Alegre, Arsnio Palcio. Recomenda-se que o
Companheiro Maom trace um plano de estudos sobre os filsofos acima
relacionados e, mais do que a biografia de cada um, procure entender o esprito e a
mente desses homens e mulheres que com suas idias contriburam e continuam
contribuindo para o progresso da humanidade.
SEGUNDA INSTRUO ESPECIAL: PITGORAS
Foi o fundador da Escola Pitagrica, que reunia todas as artes como matrias
obrigatrias para a educao do ser humano. A sua inteno era apresentar todas
as instrues para que o aluno, conhecendo-as, pudesse optar por qual rea do
conhecimento humano tinha maior dom ou inclinao. Pitgoras costumava observar
seus alunos a ponto de definir se eram inspirados (j nasciam com a tendncia para
certas artes) ou se eram capacitados (aqueles que tinham disciplina para aprender o
que o dom natural no lhes dera desde o nascimento). Dessa forma, instituiu um
ensino livre, que possibilitava ao aluno tornar-se um adulto realizado com sua
ocupao. Seus discpulos, aps vencerem as primeiras etapas da escola, eram
classificados em iniciados e os pblicos. Pblicos eram os alunos da escola normal.
Iniciados eram aqueles chamados para a Escola de Mistrio, fechada para a
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
39
maioria. A venerao dos alunos iniciados pelo Mestre era tanta que costumavam
dizer: assim o Mestre disse e com essa frase encerravam qualquer possibilidade
de discusso sobre o assunto. Pitgoras admitia a existncia de um nico Poder
Criador, mas no emprestava nenhum nome ou ttulo para a divindade, com isso
pretendia no criar rtulos humanos para algo que estava muito acima da
capacidade de entendimento do homem. Era um grande estudioso dos nmeros, e
reduzia tudo a eles: letras, palavras, fatos e locais. A prpria alma era um nmero.
Explicava a criao do universo atravs da seguinte frmula: a grande mnada o
nmero um, tinha produzido o binrio ou nmero dois, depois criou o ternrio ou
nmero trs e assim por diante at a formao de todos os nmeros que compem
o universo. Reconhecia na alma duas partes distintas: a razo e a paixo. Ensinava
aos seus adeptos que deveriam conhecer ambas as partes e evitar que a fera da
paixo os dominasse. Seus iniciados estudavam e acreditavam na metempsicose
como a transmigrao da alma para outro corpo de forma consciente, bem como
entendiam ser possvel a reencarnao consciente onde o indivduo deixava este
mundo levando consigo a conscincia do que estava acontecendo, guardando todos
os seus conhecimentos, conservando-os no momento de voltar a vida. Os iniciados
estudavam todas as cincias, principalmente os mistrios, que eram considerados
uma cincia parte, ensinada de forma velada para evitar perseguies por parte da
populao que acredita em outras doutrinas. Mantendo sigilo sobre a sua Escola de
Mistrios, Pitgoras criou, segundo os observadores profanos uma ceita religiosa
que era mais fcil de aceitar do que uma escola secreta. Atravs dos estudos e da
observao da astronomia, Pitgoras descobriu o duplo movimento de rotao da
Terra. Foi ele quem criou o vocbulo filosofia para definir o que entendemos hoje
em dia como sendo os amantes da sabedoria. Toda a base da Maonaria,
principalmente do Rito Escocs Antigo e Aceito est calcada sobre os ensinamentos
de Pitgoras, nas medidas, nos nmeros, na geometria, enfim, todas as dimenses
do Templo so pitagricas, sendo Pitgoras Gro-Mestre Maom por excelncia.
Destaca-se, ainda nos seus ensinamentos, a forma como via e conduzia sua escola,
tanto a pblica quanto a velada, para que todos os alunos vivessem em
comunidade, praticassem a meditao e o jejum, tivessem liberdade de expresso.
A prtica da contemplao, que depois foi distorcida e se tornou sinnimo de
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
40
ociosidade, era praticada na escola de Pitgoras como um exerccio para levar o
aluno a compreender a natureza e a vida, com a finalidade de formar adultos mais
conscientes dos seus deveres e direitos frente ao mundo e aos seus semelhantes. A
atual situao da escola e da educao, tanto no Brasil quanto no mundo (com raras
excees) fruto de uma estrutura de ensino que prepara as crianas para se
tornarem adultos competidores, e os ensina, desde a mais tenra idade a disputar
vagas nas faculdades e nos cobiados cargos pblicos ou privados que o Estado e a
sociedade capitalista oferece. Os valores morais e ticos no so ensinados nem
to pouco praticados; a contemplao, ensinada na escola de Pitgoras faz falta na
formao do carter da criana que se torna um adulto inconseqente.
TERCEIRA INSTRUO ESPECIAL: ORFEU
A Maonaria que deveria ser imutvel em seus ensinamentos infelizmente
no ; alguns preferem deixar imutveis apenas os Landmarks e esquecem-se que
muitos deles j esto ultrapassados, principalmente aqueles que se referem a
proibio da entrada da mulher na maonaria, dos escravos e dos aleijes. Primeiro
que a mulher tem as mesmas condies do homem para participar da maonaria
que (ao contrrio do que muitos pensam) no pratica um rito exclusivamente
masculino, uma vez que em seu simbolismo possui o Sol (masculino) e a Lua
(feminino), a Coluna Jnica (utilizada nos templos das deusas, portanto, feminino), a
Coluna Drica (masculino), a Coluna Corintia (hibrida, masculino e feminino juntos);
segundo que escravos na concepo da palavra que era empregada na poca dos
Landmarks no existem mais e, terceiro, que o termo aleijes tornou-se
politicamente incorreto e ofensivo, substitudo por portadores de necessidades
especiais e que se antes no poderiam participar da maonaria (especificamente
este Landmark era uma cpia das guildas de construtores) pois no se adaptavam
ao canteiro de obras, hoje na Maonaria Especulativa, que constri no com os
braos mas com a mente, no existe razo de deix-los margem desta
associao. Explicaes parte, passemos a Orfeu. O Grau de Companheiro
Maom sempre foi dedicado a Pitgoras (matemtico) e Orfeu (simbolismo).
Lembra-se muito de Pitgoras e no se faz referncia alguma a Orfeu, sinal que a
Maonaria alterou seus ensinamentos. Orfeu era lembrado por Pitgoras e Plato
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
41
em seus discursos. As Escolas de Mistrios Pitagricos tinham em Orfeu a mxima
inspirao para um dos seus graus. Muitos achavam e acham at hoje que Orfeu
apenas uma lenda para justificar o surgimento da msica ou ainda do instrumento
Lira que continha sete cordas as quais Orfeu acrescentou mais duas num total de
nove cordas. Outros dizem que Orfeu foi um deus e ainda o confundem com Morfeu.
A origem de Orfeu foi entre os egpcios. O que importa para o Grau de Companheiro
conhecer mais essa lenda (se que podemos chamar assim), diz ela: Orfeu se
apaixonou perdidamente por Eurdice, a jovem mais bela que existia no mundo,
porem no dia do casamento e antes de se casarem, a noiva morreu subitamente.
Orfeu, inconformado chorava e tocava sua lira, com uma melodia to triste que
impressionou os deuses da manso dos mortos, os quais lhe deram permisso para
que entrasse naquela manso e resgatasse Eurdice, com uma condio: que no
olhasse na face dela at o momento em que estivessem de volta na manso dos
vivos; descendo ao subterrneo, Orfeu encontrou a sua amada e a resgatou, porem
descumprindo as ordens recebida, olhou por um instante para a bela face dela,
naquele momento abriu-se um abismo e tragou a jovem para as profundezas da
manso dos mortos e Orfeu nunca mais a viu, perdendo assim, a chance de ter o
seu amor de volta por um simples descuido de sua parte, descumprindo as ordens
dos deuses. Essa lenda que era a principal deste grau, antes da influncia judaica
que imps a lenda extrada do Antigo Testamento (Juzes 12, 1-7) e a substituiu, nos
leva a refletir sobre a influncia da matria e sua beleza sobre ns, sobre nossa
disciplina e que por vezes perdemos algo de belo que buscamos e alcanamos
simplesmente por no respeitarmos a lgica da vida e da existncia. O que
simbolizava a beleza de Eurdice? E o casamento entre Orfeu, um sbio, e Eurdice,
a jovem mais bela da face da terra? E a morte dela no dia do casamento? E a
msica que tocou os deuses? E o quase renascimento da bela? Por que Orfeu
desobedeceu aos deuses, olhou para a face dela e a perdeu para sempre? Essas
questes de reflexo, por si s dariam um livro sobre o grau. de vital importncia
que o Companheiro conhea essa lenda, estude e reflita sobre ela, por isso as
indagaes no so acompanhadas das respostas, justamente para que cada um
obtenha as suas solues.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
42
O aluno encontrar na Terceira Apostila deste curso um texto mais
abrangente sobre a biografia e filosofia de Scrates, Plato e Aristteles.
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
43
Quinta Apostila: Edio 2013
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
44
AS ARTES LIBERAIS E A MAONARIA. POR QUE UM ESTUDO SOBRE AS
SETE ARTES LIBERAIS E A MAONARIA? O ESTUDO PROFANO DAS SETE
ARTES LIBERAIS. AS SETE ARTES LIBERAIS NA ANTIGUIDADE. AS SETE
ARTES LIBERAIS NA IDADE MDIA.
INTRODUO
A maonaria possibilita uma gama muito grande de pesquisas, estudos
sobre os seus usos e costumes, notadamente quando a abordagem sobre sua
ensinana e o seu simbolismo.
O nosso estudo, aqui apresentado em grandes linhas um ensaio apenas
-, quanto ao aspecto educativo manico, mas precisamente, a ensinana
manica. O tema principal : AS ARTES LIBERAIS E A MAONARIA.
Pode parecer, primeira vista, perda de tempo e fora de propsito um
estudo dessa natureza, quando a Ordem est a precisar de um engajamento maior,
tanto junto a seu pblico externo a sociedade profana. Contudo, a sua
necessidade no meramente intelectual; deve-se ao fato de ser o sistema
instrucional manico, algo peculiar, que foge s regras normais do sistema de
instruo da sociedade profana.
Dentro desse enfoque, a nossa abordagem est adstrita aos RITUAIS
MANICOS no GRAU DE COMPANHEIRO, que do como uma das tarefas
educativas manicas ao Companheiro, j na sua Segunda Iniciao, o estudo das
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
45
ARTES LIBERAIS. Logicamente, para que possamos entender o que significa,
teremos, em primeiro lugar, saber o que significam as ARTES LIBERAIS, o seu
contexto scio-histrico-educativo e a partir da, tenho algumas concluses sobre o
caso manico.
Para realizarmos tal empreitada, utilizaremos, basicamente, o seguinte
esquema:
I) O enfoque inicial ser sobre as ARTES LIBERAIS no mundo, num
bosquejo histrico-filosfico-educativo que se inicia na Antiguidade, passando,
posteriormente, para a IDADE MDIA, onde de fato, tm esse nome, as disciplinas
do TRIVIUM e do QUADRIVIUM. Antes, ser analisada a razo bsica do porque de
um estudo sobre as ARTES LIBERAIS.
1) ANTIGUIDADE Procurar-se- enfocar as disciplinas do TRIVIUM e
do QUADRIVIUM na Grcia antiga, onde a ensinana da poca levava em conta a
enciclopdia da antiguidade. Os sofistas, segundo alguns autores, foram os
introdutores do estudo dessas disciplinas em Grcia.
Um ponto merece a nossa ateno: o passado deve ser estudado,
olhado, sentido, com os olhos do passado, para que possamos ter uma aproximao
do que realmente significavam naquela poca as ARTES LIBERAIS. Logicamente,
que esse juzo de valor embora revestido de mtodo, no isenta o pesquisador da
insero da sua cultura contempornea na anlise feita. Contudo, esse ponto no
deve desfigurar o que se procura ver recuando no tempo.
2) IDADE MDIA Quando estudarmos a IDADE MDIA, iremos
encontrar a aplicao in totum das SETE ARTES LIBERAIS (GRAMTICA,
RETRICA, DIALTICA ARITMTICA, GEOMETRIA, ASTRONOMIA e MSICA).
Notadamente, a partir do sculo XII, quando segundo Le Goff, surgiram os primeiros
intelectuais, i.e., homens dedicados exclusivamente abordagem do intelecto,
coincidindo com o surgimento das Cidades, enquanto ocupao de espao e poder.
Nessa fase procurar-se- apreender o significado maior das SETES
ARTES LIBERAIS, a sua estrutura o TRIVIUM e o QUADRIVIUM e o seu
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
46
significado para a formao do homem medieval, com os acrscimos posteriores da
enciclopdia aristotlica. A importncia das Artes Liberais pode ser atestada no
apenas enquanto grade curricular medieval, mas, tambm, por sua representao
junto arte medieval quando as encontramos em relevo na Catedral de Chatres.
No poderamos concluir essa unidade, sem tecermos comentrios
acerca de um aspecto fundamental para a compreenso manica da estrutura do
TRIVIUM a sinomia dos termos DIALTICA e LGICA (no conceito estoico) na
Idade Mdia. Parece que os Maons optaram por essa abordagem ao substiturem a
DIALTICA pela LGICA na estrutura do TRIVIUM segundo os Rituais e
documentos Antigos (Manuscrito de Harley, por exemplo).
Por ltimo, convm uma pequena digresso quanto ao significado da
Gramtica dentro das Sete Artes Liberais, pois, a Gramtica, permitia o uso e a
compreenso dos textos sagrados, a base do ensino medieval, alm de autores
gregos, notadamente durante a renascena carolngia. Um outro ponto quanto
Msica e sua integrao ritual no contexto religioso da Idade Mdia, o que remonta,
neste particular, Antiguidade, como demonstra Plato em sua Repblica.
II. AS ARTES LIBERAIS E A MAONARIA
As ARTES LIBERAIS na Maonaria esto intimamente ligadas sua
ensinana, onde, em um dos Graus (o de companheiro, Rito de York) aparece a
necessidade de seu estudo. A nossa abordagem ser feita dentro do seguinte
esquema:
1) Aspectos Gerais das Sete Artes Liberais segundo autores Maons,
onde verificaremos o pensamento Manico acerca da questo.
2) O ponto seguinte quanto s SETE ARTES LIBERAIS E OS GRAUS
MANICOS DO SIMBOLISMO, onde iremos constatar que nos primeiros tempos
(no Brasil, o GUIA dos Maons escocs de 1857 trazia as Artes Liberais no grau de
Aprendiz) essa aprendizagem se dava no Primeiro Grau, passando em seguida para
o Segundo Grau. Chama a ateno, neste particular, que embora ficando na
-
CURSO DE MAONARIA GRAU DOIS DE ACADMICO COMPANHEIRO
INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO MANICO - IBEMAC
47
atualidade, nesse Grau, o Rito escocs no a utiliza, encontramo-las apenas no Rito
York. Por que? Uma questo que ficar em aberto, pois necessita de uma pesquisa
mais profunda e inclusive, nos originais desses Ritos e que no momento no temos
as informaes necessrias. Mas, essa abordagem necessita ser feita e
urgentemente.
3) A composio do TRIVIUM e do QUADRIVIUM outra abordagem a
ser feita, pois, os Maons, alteraram a composio do TRIVIUM, onde a DIALTICA
foi substituda pela LGICA, no se sabendo se foi utilizando o costume de
medieval, onde as duas, em determinados perodos, foram usadas indistintamente,
sendo esta de acordo com o enfoque dos estoicos.
4) A quarta abordagem ser sobre o significado para os Maons das
disciplinas que compem o TRIVIUM MANICO GRAMTICA, RETRIA E
LGICA.
5) A quinta, ser a respeito da Geometria, essa disciplina to cara aos
Maons da era Operativa (onde era instrumento de trabalho) quanto aos da