Download - Curou muitas pessoas de diversas doenças. 8 de fevereiro de 2015 5º Domingo do Tempo comum!
Curou muitas pessoas de diversas doenças.
8 de fevereiro de 20155º Domingo do Tempo comum!
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TEXTOS BÍBLICOS
LEITURA I – Job 7,1-4.6-7
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 146 (147)
LEITURA II – 1 Cor 9,16-19.22-23
EVANGELHO – Mc 1, 29-39
Tema do 5º Domingo do Tempo Comum
Que sentido têm o sofrimento e a dor que acompanham a caminhada do homem pela
terra? Qual a “posição” de Deus face aos dramas
que marcam a nossa existência? A liturgia do 5º Domingo do Tempo Comum reflete sobre estas questões fundamentais.
Garante-nos que o projeto de Deus para o homem não é um projeto de morte, mas é
um projeto de vida verdadeira,
de felicidade sem fim.
Na primeira leitura, um crente chamado Job comenta, com amargura e desilusão, o fato de a sua vida estar marcada por um
sofrimento atroz e de Deus parecer ausente e indiferente face ao desespero
em que a sua existência decorre… Apesar disso, é a Deus que Job se dirige, pois
sabe que Deus é a sua única esperança e que fora Dele não há possibilidade de
salvação.
Job é, também, o crente honesto e livre, que não aceita certas imagens pré-fabricadas de Deus, apresentadas pelos profissionais do sagrado. Recusa-se a acreditar num Deus
construído à imagem dos esquemas mentais do homem, que funciona de acordo com a
lógica humana da recompensa e do castigo, que Se limita a fazer a contabilidade do bem
e do mal do homem e a responder com a mesma lógica
Com coragem, correndo o risco de não ser compreendido, Job recusa esse Deus e parte à
procura do verdadeiro rosto de Deus – esse rosto que não se descobre nos livros ou nas discussões teológicas abstratas, mas apenas
no encontro “face a face”, na aventura da procura arriscada, na
novidade infinita do mistério. É esse mesmo percurso que Job, o protótipo do verdadeiro crente,
nos convida a percorrer.
A segunda leitura sublinha, especialmente, a obrigação que os discípulos de Jesus
assumiram no sentido de testemunhar diante de todos os homens a proposta libertadora
de Jesus. Na sua ação e no seu testemunho, os
discípulos de Jesus não podem ser guiados por interesses pessoais, mas sim pelo amor
a Deus, ao Evangelho e aos irmãos.
A expressão “ai de mim se não anunciar o Evangelho” traduz a atitude de quem
descobriu Jesus Cristo e a sua proposta e sente a responsabilidade por passar essa proposta libertadora aos outros homens. Implica o dom de si, o esquecimento dos
seus interesses e esquemas pessoais, para fazer da sua vida um dom a Cristo, ao Reino
e aos outros irmãos
Que eco que esta exigência encontra no nosso coração?
O amor a Cristo e aos nossos irmãos sobrepõe-se aos nossos esquemas e
programas pessoais e obriga-nos a sentirmo-nos comprometidos com o Evangelho e com o
testemunho do Reino proposto por Jesus?
No Evangelho manifesta-se a eterna preocupação de Deus com a felicidade dos seus filhos. Na ação libertadora de Jesus em favor dos homens, começa a manifestar-se esse mundo novo sem
sofrimento, sem opressão, sem exclusão que Deus sonhou para os homens. O texto sugere, ainda, que a ação de
Jesus tem de ser continuada pelos seus
discípulos.
O exemplo de Jesus mostra que o aparecimento do “Reino de Deus” está ligado a uma vida de comunhão e de
diálogo com Deus. Rezar não é fugir do mundo ou alienar-
se dos problemas do mundo e dos dramas dos homens…
Mas é uma tomada de consciência dos projetos de Deus para o mundo e um
ponto de partida para o compromisso com o
“Reino”..
Só na comunhão e no diálogo íntimo com Deus percebemos os seus projetos e recebemos a força de Deus para nos
empenharmos na transformação do mundo. É preciso, portanto, que o discípulo
encontre espaço, na sua vida,
para a oração e para o diálogo com Deus.
À ESCUTA DA PALAVRA.Rezar não é perder tempo… “Todos Te
procuram”. Há uma espécie de reprimenda nas palavras dos apóstolos.
É verdade: há tantos doentes a curar, o sofrimento é um oceano inesgotável! Então,
porque Se retira Jesus para um lugar deserto para rezar? Face às urgências do momento,
não deveria ficar no meio dos pobres para os aliviar? Porém… As curas corporais, por
mais importantes que sejam, têm apenas um tempo.
Todos os miraculados de Jesus são mortos!.
É para isso que o seu Pai O enviou. Jesus deve, pois, alimentar-Se desta vontade do Pai,
para a cumprir até ao fim. Passar tempo a rezar não é perder o seu tempo. Então Jesus
quer fazer compreender que os seus milagres são sinais que apontam para outra realidade,
infinitamente mais importante: a sua vitória sobre o único mal que pode
verdadeiramente matar os homens,
o pecado, a recusa do amor.
Pelo contrário, é deixar a vontade do seu Pai invadi-lo cada vez mais. É isso que Jesus quer
fazer compreender aos discípulos de então e de hoje: é preciso que também eles se enraízem cada vez mais profundamente neste amor do
Pai. Então poderemos tornar-nos testemunhas eficazes deste amor, que se transbordará, sem dúvida, no serviço muito concreto aos pobres e aos doentes, e que abrirá perspectivas sobre o
nosso verdadeiro destino: a vida eterna junto do Pai.
Marineves Marina