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  • Introduo EnfermagemProf. Anderson Matos

  • FERIDAS E CURATIVOSA pele o maior rgo do corpo humano, tendo como principais funes: proteo contra infeces, leses ou traumas, raios solares e possui importante funo no controle da temperatura corprea. A pele subdividida em Epiderme, Derme e Hipoderme.

    A epiderme a camada mais superficial, constituda de tecido epitelial, essa camada no possui vascularizao. A derme situa-se logo abaixo formada por tecido conjuntivo e apresenta vasos sanguneos. A hipoderme ou tecido subcutneo formada por tecido conjuntivo, vasos sanguneos, linfticos e nervos. Armazena lipdios, isola e protege o corpo e regula temperatura.

  • FERIDASA perda da continuidade de qualquer tecido mole do organismo chamada de ferida, podendo ser provocada por diferentes mecanismos. As feridas podem ser classificadas de vrias maneiras:Pelo tipo do agente causal, Grau de contaminao;Pelo tempo de traumatismo; Pela profundidade das leses; Sendo que as duas primeiras so as mais utilizadas.

  • Tipos de FerimentosInciso: abertura da pele feita por instrumento cortante. Ex: bisturi, faca, lmina ou vidro;Escoriao: arranho, com perda de pele ou mucosa;Ferimento penetrante: causado por projeteis de bala. Ex: Ferimento por Arma de Fogo (FAF) e ferimento por Arma Branca (FAB);Lacerao: Ocorre quando o tecido rasgado.

  • CLASSIFICAOQuanto ao Agente CausalFeridas Cirrgicas: So leses intencionais e realizadas sob condies asspticas e por tanto, com cicatrizao rpida e poucas complicaes;Feridas Traumticas: So leses acidentais que podem ser acompanhadas de perda de tecidos e ocorrem sob condies no asspticas e por isso, apresentam predisposio para infectar.

    Grau de ContaminaoFeridas limpas: leses operatrias, em que no h presena de micro-organismos patognicos;Feridas contaminadas: leses com presena de micro-organismos patognicos com grande capacidade de produzir infeces;Feridas infectadas: leses com presena de micro-organismo patognicos em processo de infeco e que geralmente apresentam exudato purulento.

  • FERIDAS - CLASSIFICAOQuanto ao Agente Causal

    Grau de Contaminao

  • Observao da FeridaSinais de Infeco: So bastantes frequentes, devendo ser detectados precocemente na verificao de pequenos sinais relacionados a bactrias causadora. Ocupam geralmente uma extenso em torno da ferida, alterando a temperatura da rea (mais quente), devido a presena de PUS, com variao da cor de acordo com bactrias instalada no local. Sinais de Inflamao: A regio atingida fica avermelhada (RUBOR) e quente (CALOR). Isso ocorre devido a um aumento do fluxo de sangue e demais lquidos corporais migrados para o local. Na rea inflamada tambm ocorre o acmulo de clulas provenientes do sistema imunolgico (leuccitos, macrfagos e linfcitos), com (DOR) localizada mediada por certas substncias qumicas produzidas pelo organismo. No processo, os leuccitos destroem o tecido danificado e enviam sinais aos macrfagos, que ingerem e digerem os antgenos e o tecido morto = Calor Rubor - Edema - Dor. Foi acrescido um quinto sinal clnico, a perda de funo como sinal clssico.

  • Observao da Ferida

  • Observao da FeridaTecido de Granulao: a parte mais caracterstica do processo de cicatrizao. Representa o novo tecido que cresce para preencher o defeito. rico em colgeno e formas em um local da leso.Esse tecido aparece na cor rosa e assim porque existe a angiognese (proliferao de novos vasos sanguneos), a produo de fibrose da matriz celular e, extra, e, basicamente, o estabelecimento de uma fundao que ir, eventualmente, cobrir a ferida inteiro, principalmente na forma de uma cicatriz.Tecido Necrosado: h presena de tecido necrosado principalmente nas leses ulceradas, onde ocorre falta de suprimento Sanguineos; neste caso, deve ser avaliada a necessidade de desbridao. O crescimento do tecido necrtico favorece a manuteno de micro-organismo da infeco e dificulta o fechamento da leso.Escara: De colorao marrom ou preta escara descrito como uma capa de consistncia dura e seca.Esfacelo: De cor amarelada ou cinza, descrita de consistncia mucoide e macia, pode ser frouxo ou firme a sua aderncia no leito da ferida formado por fibrina (concentrao de protena) e fragmentos celulares.

  • Observao da Ferida

  • Observao da Ferida

  • CICATRIZAO considerada a primeira estrutura de defesa contra patgenos da pele. Na ocorrncia de rompimento da barreira por trauma ou outro tipo de alterao, o corpo torna-se vulnervel ao ataque de micro-organismo. O tipo de leso tambm possui importncia no tipo de reparao; assim, em uma ferida cirrgica limpa, h necessidade de mnima quantidade de tecido novo, enquanto que, por exemplo, em uma grande queimadura, h necessidade de todos os recursos orgnicos para cicatrizao e defesa contra uma infeco. Na sequencia da cicatrizao de uma ferida fechada, temos a ocorrncia de quatro fases distintas: inflamatria, epitelizao, celular e fase de fibroplasia.A rede de fibrina que se forma no interior da ferida orienta a migrao e o crescimento dos fibroblastos. Os fibroblastos no tem a capacidade de lisar restos celulares, portanto tecidos macerados, cogulos e corpos estranhos constituem uma barreira fsica proliferao com retardo na cicatrizao.O organismo reage para: interromper a perda sangunea, remover patgenos e resduos celulares da ferida, regenerar a superfcie epidrmica natural e repara o tecido danificado da camada mais profunda.

  • CICATRIZAOA cicatrizao pode se fazer por PRIMEIRA, SEGUNDA e TERCEIRA INTENO. Na cicatrizao por primeira inteno, ocorre a volta ao tecido normal, sem presena de infeco e as extremidades da ferida esto bem prximas, na grande maioria das vezes, atravs da sutura cirrgica. Na cicatrizao por segunda inteno, no acontece a aproximao das superfcies, devido ou grande perda de tecidos, ou devido a presena de infeco; neste caso, h necessidade de grande quantidade de tecido de granulao. Diz-se cicatrizao por terceira inteno, quando se procede ao fechamento secundrio de uma ferida, com utilizao de sutura.Existem alguns fatores que interferem diretamente com a cicatrizao normal: idade, nutrio, estado imunolgico, oxigenao local, uso de determinadas drogas, quimioterapia, irradiao, tabagismo sendo os principais:InfecoDeiscncia QuelideHemorragia

  • CICATRIZAO

  • CURATIVOPor definio, curativo todo material colocado diretamente por sobre uma ferida, cujos objetivos so: evitar a contaminao de feridas limpas; facilitar a cicatrizao; reduzir a infeco nas leses contaminadas; absorver secrees, facilitar a drenagem de secrees, promover a hemostasia com os curativos compressivos, manter o contato de medicamentos junto ferida e promover conforto ao paciente.O tratamento da ferida envolve aps verificao dos sinais vitais e de uma anamnese sucinta sobre as condies em que ocorreram as leses e os seguintes tpicos:Classificao das feridas: se existe perda de substncia, se h penetrao da cavidade, se h perda funcional ou se existem corpo estranho e a necessidade de exames auxiliares.Antissepsia: basicamente a irrigao vigorosa e intensa com soro fisiolgico bastante eficaz para a diminuio da infeco.Hemostasia: o conjunto de mecanismos destinado a coibir a hemorragia. A hemostasia deve ser muitas vezes realizada antes de qualquer outro procedimento.Desbridamento: a remoo de material estranho e desvitalizado a partir do leito da ferida, at o tecido saudvel circundante estar exposto. Os principais mtodos utilizados so: Cirrgico, Autoltico, Mecnico, Enzimtico. Sutura: um tipo de ligao usado por mdicos, para manter unido pele, msculos, vasos sanguneos e outros tecidos do corpo humano.

  • TIPOS DE CURATIVOAberto: curativos em feridas sem infeco, que aps a limpeza podem permanecer abertos, sem proteo de gazes.Oclusivo: curativo que aps a limpeza da ferida e aplicao de medicamentos (cpm) ocludo ou fechado com gazes, micropore ou ataduras de crepe . Compressivo: o que faz compresso para estancar hemorragias ou vedar bem uma inciso. Com Irrigao: utilizado em ferimentos com infeco dentro de cavidades, com indicao de irrigao com solues salinas.Com drenagem: so utilizados drenos em ferimentos com grande quantidade de exsudato

  • TRATAMENTOAs medicaes tpicas podem ser veiculadas atravs de ps, loes, cremes, gis, pastas, pomadas, sprays, aerosis, etc.As solues mais utilizadas nos curativos so: soro fisiolgico para limpeza e como emoliente; solues antisspticas como polvidine tpico ou tintura a 10% (PVPI Polivinil Pirrolidona) ou clorexidina a 4% e lcool iodado com ao secante e cicatrizante.

  • TRATAMENTOCreme de Sulfadiazina de Prata + Nitrato de Cerium: eficaz contra uma grande variedade de micro-organismos, tais como: bactrias, fungos, protozorios e alguns vrus; promove melhor leito de enxertia e ao imunomoduladora;Indicao: tratamento de queimaduras, e feridas que no evoluem com coberturas oclusivas e feridas extensas; Contraindicao: presena de hipersensibilidade aos componentes; Reaes adversas: disfuno renal ou heptica, leucopenia transitria Troca com perodo mximo de 24 horas.

  • TRATAMENTO cidos Graxos Essenciais: lipdios insaturados ricos em cido linolicoIndicao: todos os tipos de leses, infectadas ou no, desde que desbridadas previamenteMecanismo de ao - promove quimiotaxia para leuccitos, facilita a entrada de fatores decrescimento nas clulas, promove proliferao e mitose celular, acelerando as fases da cicatrizao.Modo de usar - irrigar a leso com soro fisiolgico, aplicar AGE por toda a rea da ferida e cobrir.Observaes - no agente desbridante, porm estimula o desbridamento autoltico.

  • TRATAMENTO Alginato de clcio: fibras de cido algnico contm tambm ons de clcio e sdio; Apresenta-se em forma de placa e deve estar associado gaze aberta ou gaze dupla (cobertura secundria); Aes: atravs da troca inica promove a hemostasia; absorve exsudato, forma um gel que mantm a umidade, promove a granulao, auxilia o desbridamento autoltico;

    Manusear com luvas ou pinas estreis; Pode ser recortado, mas deve-se utilizar tesoura estril; Indicao: feridas infectadas com exsudato intenso com ou sem tecido necrtico e sangramento; Contra-indicao: feridas com pouca drenagem de exsudato; Troca: cobertura primria at 07 dias ou quando saturar e a troca da cobertura secundria ocorrer quando a gaze dupla ou aberta umedecer.

  • TRATAMENTOCarvo Ativado e Prata: tecido de carvo ativado, impregnado com prata (0,15%) envolto externamente por uma pelcula de nylon (selada); Cobertura primria, e estril; requer uma cobertura secundria (gaze aberta ou dupla); Manusear com luvas estreis; Aes: absoro de exsudato, microbicida, eliminao de odores desagradveis, desbridamento autoltico e manuteno da temperatura em torno de 37 C; Indicaes: feridas ftidas, infectadas e bastante exsudativas; No pode ser cortado devido a liberao de prata no leito da ferida, o que pode ocasionar queimadura dos tecidos pela prata ou formar granuloma devido resduos a do carvo; Contra-indicaes: ferida com pouco exsudato, com presena de sangramento, exposio ssea e tendinosa e em queimaduras.Troca: at 07 dias;

  • TRATAMENTOKollagenase + Cloranfenicol: promove limpeza suave e rpida de feridas sem sangramento e odor, facilitando a cicatrizao. A limpeza completa da leso ocorre num perodo de 1 a 14 dias, sendo que na maioria dos casos a ao da pomada torna-se evidente nos primeiros seis dias de tratamento.Indicao: para limpeza de leses, independentemente de sua origem e localizao: em ulceraes e necroses (lcera varicosa, lcera por decbito, gangrenas das extremidades, especialmente gangrena diabtica, congelamentos); em leses de difcil cura (leses ps-operatrias, por irradiao e por acidentes); antes de transplantes cutneos. Quando aplicado intravaginalmente elimina o tecido necrosado em casos de cervicites, vaginites e ps-operatrios sobre o colo uterino e mucosa vaginal.Contra-Indicaes: Hipersensibilidade aos componentes da frmula.

  • TRATAMENTOPlaca de Hidrocolide: possuem duas camadas: uma externa, composta por filme ou espuma de poliuretano, flexvel e impermevel gua, bactrias e outros agentes externos; e uma interna, composta de partculas hidroativas, base de carboximetilcelulose, gelatina e pectina, ou ambas que interagem com o exsudato da ferida, formando um gel amarelado, viscoso e de odor acentuado; Aes: absorvem o excesso de exsudato, mantm a umidade, proporcionam alvio da dor, mantm a temperatura em torno de 37C ideal para o crescimento celular, promovem o desbridamento autoltico; Deve ser aplicada diretamente sobre a ferida, deixando uma margem de 2 a 4cm ao redor da mesma, para melhor aderncia; Pode ser recortada, no precisa de tesoura estril pois, as bordas da placa no entraram em contato com o leito da ferida; Impermevel a fluidos e microrganismos (reduz o risco de infeco); Indicao: feridas com mdio exsudato, com ou sem tecido necrtico, queimaduras superficiais. Contra-indicao: feridas infectadas e altamente exsudativas; Troca: no 7 dia.

  • MATERIALPacote de curativo (pinas: 1 anatmica, 1 dente de rato, 1 Kelly, 1Kocher), 1 tesoura.Pacote de gazes;Esparadrapo, micropore;Frasco com anti-septico (o mais utilizado atualmente o lcool a 70%);ter;Soro fisiolgico;Cuba rim (para receber o lixo);Saco plstico para lixo (que vai envolver a cuba rim);Forro de papel, pano ou impermevel para proteger roupa de cama;Pomadas, algodo, seringas, ataduras, cubas (quando indicado)1 ou 2 pares de luvas

  • MATERIAL

  • Assistncia de Enfermagem para CurativoPrepare o paciente e explique sobre o procedimento a ser realizado;Prepare o ambiente;Observe a prescrio de enfermagem/ou mdica;Prepare o Material;Lave as mos e calce as luvas estreis;Caso o paciente j tenha o curativo, necessrio solta-lo com o auxilio de pina e retira-lo com cuidado, para no atingir os tecidos recm formados, para isso umedea as gazes com soro fisiolgico;Despreze a pina que foi contaminada para avaliao da ferida;Avalie as feridas de acordo com o risco de contaminao, tamanho da leso, profundidade da pele e adjacncias (cor e edema), tipo e quantidade de tecido necrosado, presena de tecido de granulao sinais de inflamao e sinais de infeco;Inicia-se a limpeza do local mais limpo para o mais sujo, ou seja a partir do centro da ferida que sempre mais limpo do que as bordas;Adeque o curativo ferida , devendo estar moldada ou coberta para proteo contra a invaso de micro-organismo;Aps realizar o curativo, lave as mos;Proceda a anotao registrando os aspectos observados.

  • Retirada de Pontos a retirada dos fios da sutura, colocados para reaproximar as bordas de uma leso, facilitando a cicatrizao.Em suturas simples, deve-se retirar os pontos alternados, para evitar deiscncia de sutura, caso no tenha ocorrido a cicatrizao da ferida. Neste caso,os pontos alternados que no foram retirados podero permanecer por mais alguns dias.Em suturas continuas, deve-se cortar uma extremidade e retirar os pontos pelo lado oposto.

    Material1 pina Kocker;1 pina Kelly, 1 anatmica;1 Tesoura ou laminas de bisturi;Gazes esterilizados;Soro fisiolgico;Esparadrapo ou micropore;Saco de lixo

  • Assistncia de enfermagem para retirar pontosPrepare o paciente, o ambiente e o material;Lave as mos; Explique o procedimento a ser realizado;Umidea os pontos com soro fisiolgico e os seque;Com a pina anatmica, segure a extremidade do fio e com a tesoura ou lmina de bisturi, corte a parte inferior do n em apenas um dos lados do fio, mantendo o outro lado do fio, prximo ao n, integro; Se necessrio, ao puxar a extremidade do fio, se este apresentar-se muito aderido a pele, tracione-o para um lado e depois para o outro, com delicadeza, para que seja possvel visualizar com clareza o local de posicionamento da tesoura ou lmina;Coloque uma gaze prxima inciso, para depositar os pontos retirados;Aps retirar todos os pontos, conte-os e verifique se todos esto ntegros (devero apresentar 3 pontas cada, com um n no centro). Caso algum apresente apenas duas pontas certo que houve falha na extrao do ponto e um pedao do fio de sutura permanece na inciso. Caso esteja visvel tente retir-lo. Do contrrio comunique a enfermeira e anote no pronturio.

  • Assistncia de enfermagem para retirar pontosHoje no se utiliza a colocao de curativo oclusivo em incises cirrgicas limpas e secas. Apenas recomenda-se a sua limpeza com gua e sabo na hora do banho e limpeza diria com soluo fisiolgica at que esteja seca.Em caso de pontos Sub-totais, utilizados em pacientes obesos ou com dificuldade de cicatrizao, no devem ser retirados todos os pontos de uma s vez, para que no acontea uma evicerao (exposio dos rgo internos) ou deiscncia (abertura da ferida cirrgica). Nesses casos os pontos das extremidades da ferida cirrgica devem ser mantidos e os outros retirados de forma intercalada. Ex.: Se uma inciso tem 10 pontos, o 1 deve ser deixado e devem ser retirados: o 2, 4,6,8, sendo que o 9 e 10 devem permanecer. Geralmente aps 3 dias, no havendo deiscncia os demais sero retirados.


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