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FACULDADE CATLICA SALESIANA DO ESPRITO SANTO
KELLY CHRIATINA XAVIER DE OLIVEIRA
CRIANA, ADOLESCENTE E FAMILA FRENTE AO DIOAGNSTICO COM
CNCER.
VITRIA
2014
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KELLY CHRISTINA XAVIER DE OLIVEIRA
CRIANA, ADOLESCENTE E FAMLIA FRENTE AO DIAGNSTICO COM
CNCER.
Trabalho de Concluso de Curso apresentado
Faculdade Catlica Salesiana do Esprito Santo,
como requisito obrigatrio para obteno do ttulo de
Bacharel em Enfermagem.
Orientador: Prof. Luciane Valado Almeida
VITRIA
2014
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KELLY CHRISTINA XAVIER DE OLIVEIRA
CRIANA, ADOLESCENTE E FAMLIA FERNTE AO DIAGNSTICO COM
CNCER.
Trabalho de Concluso de Curso apresentado Faculdade Catlica Salesiana do Esprito Santo,
como requisito obrigatrio para obteno do ttulo de Bacharel em Enfermagem.
Aprovado em _____ de ________________ de ____, por:
________________________________
Prof. Luciane Valado Almeida - Orientador
________________________________
Prof. Xxxxxxxxxxxxxxxx, Instituio
________________________________
Prof. Xxxxxxxxxxxx, Instituio
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Dedico este trabalho, aos meus pais, a minha irm, ao meu noivo a minha famlia, so pessoas que sempre me incentivaram
e me deram apoio,amo vocs.
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AGRADECIMENTOS
A DEUS, por ter me dado fora, sabedoria e de ter me sustentado nessa jornada de
minha vida.
A minha me Marilene, ao meu pai Franquiano que, com muito amor, carinho, apoio
e incentivo, no mediram esforos para que eu pudesse concluir o meu curso.
A minha irm, que de forma especial e carinhosa me deu fora e coragem para a
concluso deste trabalho.
Ao meu noivo, pela compreenso nas ausncias, pelo carinho e dedicao que
sempre teve comigo.
Agradeo a minha professora orientadora Luciane, que teve pacincia, confiana,
compreenso, empenho e dedicou seu tempo com carinho e zelo para que este
trabalho ficasse concludo.
Aos meus professores, que foram to importantes na minha vida acadmica e no
desenvolvimento deste trabalho.
As minhas amigas pela amizade que foi construda, pelos momentos triste e alegre
que passassem juntas, essa amizade vou levar por toda vida.
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Enfermagem uma arte; e para realiz-la como arte, requer uma devoo to exclusiva, um preparo to rigoroso, quanto obra de qualquer pintor ou escultor;
pois o que tratar da tela morta ou do frio mrmore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do esprito de Deus? uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela
das artes! Florence Nightingale
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RESUMO
O objetivo geral deste trabalho Descrever o Impacto do Diagnstico do Cncer na
vida da criana, adolescente e famlia, destacando o impacto fsico, mental, social e
espiritual na criana e adolescente, bem como, papel do Enfermeiro frente criana,
adolescente e famlia. O cncer causado por uma desordem celular, onde a clula
apresenta uma alterao em seu material gentico, com crescimento celular
acelerado, a clula doente, o que caracteriza clula cancergena, definindo a
malignidade. A metodologia utilizada nesta pesquisa foi reviso bibliogrfica, por
meio de estudo sistematizado, onde se utilizou como objetos de pesquisa artigos
publicados, livros, teses, sites cientficos como BIREME, SCIELO, LILACS
publicados em portugus, entre os anos de 2000 a 2014. O Cncer causa impacto
fsico, mental, social, espiritual. O impacto da confirmao do diagnstico para
criana, adolescente ocasiona dor, sofrimento, angstia, medo da morte e
desespero. Na famlia, alm da dor, o diagnstico causa transtorno, desestruturao
familiar. Para minimizar este sofrimento a famlia procura a religiosidade para
suportar a dor, contribuindo assim, no enfrentamento da doena. As formas de
tratamento para doena so quimioterapia, radioterapia, cirurgias, transplante de
medula ssea. O tratamento para o Cncer muito doloroso devido aos
procedimentos invasivos e aos efeitos indesejveis das drogas. Destacamos dessa
forma o papel do Enfermeiro neste processo sade e doena como o profissional
importante que presta um cuidado holstico e humanizado, visando o bem estar do
paciente e famlia sendo biolgico, social, emocional e ou espiritual.
Palavras-chave: Cncer infantil. Diagnstico. Enfermagem.
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ABSTRACT
The aim of this study is to describe the impact of Cancer Diagnosis in the life of child,
adolescent and family, highlighting the physical, mental, social and spiritual impact in
children and adolescents, as well as the role of the nurse facing child, adolescent
and family. Cancer is caused by a cell disorder where the cell has a change in its
genetic material, with rapid cell growth, the abnormal cell, which characterizes cancer
cell, defining malignancy. The methodology used in this research was a literature
review through systematic study, which was used as research objects: published
articles, books, theses, scientific sites like BIREME, SciELO, LILACS published in
Portuguese, between the years 2000 to 2014. The Cancer causes physical, mental,
social, spiritual impact. The impact of the diagnostic confirmation for children,
adolescents causes pain, suffering, distress, fear of death and despair. In the family,
besides the pain, the diagnosis causes disorder, family breakdown. To minimize this
suffering the family looks for religiosity to endure the pain, helping them to fight the
disease. The ways of treating the disease are chemotherapy, radiation therapy,
surgery, bone marrow transplant. The cancer treatment is very painful, because of
the invasive procedures and the adverse effects of drugs. Therefore we emphasize
the role of the nurse in this health and disease process as the major professional
who provides a holistic and humane care for the welfare of the patient and family that
can be biological, social, and emotional or spiritual
Keywords: Childhood cancer. Diagnosis. Nursing
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Clula normal se transformao em clula cancergena........................26
Figura 2 Capela de fluxo laminar quimioterapia.....................................................38
Figura 3 Aparelho de Radioterapia.........................................................................40
Figura 4 Escala de avaliao da dor.......................................................................47
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SUMRIO
1 INTRODUO........................................................................................................19
2 REVISO DE LITERATURA..................................................................................23
2.1 CNCER INFANTIL.............................................................................................23
2.2 DIAGNSTICO DO CNCER INFANTIL.............................................................27
2.3 TIPOS DE CNCER NA INFANCIA.....................................................................29
2.4 FORMAS DE TRATAMENTO DO CNCER INFANTIL.......................................36
2.4.1Quimioterapia...................................................................................................36
2.4.2 Radioterapia....................................................................................................38
2.4.3Transplante de medula ssea.........................................................................40
2.4.4 Cirurgia.............................................................................................................41
2.5 O IMPACTO DO DIAGNSTICO DO CNCER NA VIDA DA CRINA E DO
ADOLESCENTE.........................................................................................................42
2.6 O IMPACTO DO DIAGNSTICO DA FAMLA FRENTE AO DIAGNSTICO DO
PACIENTE COM CNCER INFANTIL.......................................................................57
2.7 ATUAO DO ENFERMEIRO NO CNCER INFANTIL.....................................62
3 CONSIDERAES FINAIS....................................................................................69
REFERNCIAS..........................................................................................................72
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1 INTRODUO
A neoplasia ocorre atravs de um processo de modificaes estruturais e funcionais,
onde a clula anormal substituda pela modificao gentica do DNA. As clulas
anormais se replicam em outras iguais a ela, onde comea a se multiplicar de
maneira anormal. Essas clulas invadem os tecidos, os vasos sanguneos e
linfticos no qual se espalham por todo o corpo (SMELTZER et al., 2009).
Almeida e outros (2005), afirmam que o cncer uma enfermidade que est
relacionada alteraes descontroladas da estrutura celular.
Segundo Instituto Nacional de Cncer (2013), o cncer infantil equivale a um grupo
de vrias doenas que possui em comum a multiplicao descontrolada de clulas
anormais e podendo acometer qualquer local do organismo. Os tumores com mais
incidncia na infncia e adolescncia so a leucemias, os do sistema nervoso
central e linfomas.
Instituto Nacional do cncer citado por Kada e outros (2014), relata que as
neoplasias na criana e no adolescente acometem a faixa etria abaixo dos 19 anos,
sendo que de 2 a 3% dos bitos esto representados pelos cnceres malignos. E
nesta faixa etria que se concentra o maior nmero de bito, sendo que os tumores
do sistema nervoso central, linfomas e a leucemias esto entre os que mais levam
ao bito. Os principais tumores encontrados na criana e no adolescente so
leucemias, linfomas, carcinomas entre outros tumores.
As neoplasias na infncia e no adolescente so de difcil diagnstico, pois seus
sinais e sintomas podem ser confundidos com outras doenas. Sendo que as
principais manifestaes so: palidez, febre, dor localizada, aparecimento de
hematomas, perda de peso e surgimentos de ndulos e caroos (ACC CAMARGO,
2014).
O cncer infantil tem como uma de suas consequncias o fato de ser uma doena
de tratamento prolongado e de ter vrias hospitalizaes. A criana e o adolescente
so expostos a tratamentos invasivos. O impacto gerado pelo tratamento no qual
estar passando, afetar o seu emocional e seu estado fsico (MOTTA; EMUNO,
2004).
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Para Cardoso (2007), o impacto nos familiares de aflio, se entregam
intensamente ao ente querido com medo de que o pior acontea, fazendo com que a
famlia interaja mais com a doena, do que mesmo com a criana, que tambm est
em sofrimento. Descobrir que est doente e ficar com limitaes, restries, ficando
impossibilitada de praticar atividades fsicas, restrita em ir escola, ficar longe de
seus amigos e de suas atividades dirias acaba levando a uma angstia e dor, no
somente a ela, mais a me, o pai, os quais esto 24hs intensamente dando
assistncia, proteo e principalmente amor.
Segundo o autor, o sofrimento da famlia vem atravs do que a doena poder
trazer. Dependendo do tipo de cncer, poder deixar marcas, feridas e cicatrizes
que nunca podero ser apagadas. A funo da famlia de estar sempre junto
criana para dar carinho e proteo. Muitas famlias procuram proteo divina, indo
busca da f para ter conforto e tranquilidade espiritual.
O Instituto Nacional do Cncer (2014), relata que o tratamento do cncer infanto-
juvenil pode ser realizada atravs da cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
O tratamento do cncer pode trazer para os pacientes alguns efeitos adversos.
Esses efeitos podem ser de curto ou longo prazo, sendo que essas alteraes iro
estar relacionadas ao tipo de tratamento o qual a criana e o adolescente sero
expostos (LOPES; CAMARGO; BIANCHI, 2000).
A neoplasia uma doena que traz consigo a dor, sofrimento, no qual vista pela
sociedade como um smbolo de morte. Na criana e no adolescente a morte vista
como uma sentena, uma perversa crueldade, pois no entendimento da sociedade a
criana e o adolescente esto relacionados com mudana, futuro, crescimento e
esperana (SANTOS; GONALVES, 2008).
Os mesmos autores relatam que a descoberta de uma neoplasia ocasiona aos pais
vrios sentimentos, sensaes e emoes, no qual no h uma explicao, pois
esto relacionadas a uma angstia, medo e choque.
Para que a famlia enfrente o cncer e suas teraputicas ela busca suprir suas
necessidades se apegando a Deus. Com apoio religioso a famlia ir enfrentar a
doena com um novo olhar e ter novas expectativas em relao doena
(FERREIRA et al., 2010).
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de grande importncia que o enfermeiro e sua equipe tenham conhecimento sobre
a neoplasia, pois facilitar no cuidado ao paciente, em seu tratamento e nas
informaes prestadas a ele (BARBOSA et al.,2012).
Segundo Lopes (2004), o enfermeiro que atua em oncologia deve est presente na
assistncia ao paciente, pois ele que age na preveno de doena, no diagnstico
e em seu tratamento. de extrema necessidade que o enfermeiro esteja atualizado
e capacitado para que possa treinar sua equipe para prestar cuidados necessrios
ao paciente.
Brasil citado por Barbosa e outros (2012), relatam que a enfermagem presta cuidado
e educao para as crianas e adolescentes e seus familiares. Sendo o enfermeiro,
devido a suas habilidades tcnicas o profissional capacitado para orientar e dar
apoio ao paciente e a sua famlia no estgio de sua enfermidade, reabilitao e
tratamento.
Este trabalho de reviso bibliogrfica se justifica pelo fato do diagnstico de Cncer
Infantil na criana, adolescente e famlia ser muito doloroso, angustiante, trazendo
vrias incertezas no percurso do tratamento. Mediante a relevncia do tema e o
aumento dos nmeros de casos de Cncer entre crianas e adolescente e
sofrimento tambm da famlia percebemos durante vivncia como tcnica de
Enfermagem e durante Curso de Graduao em Enfermagem a importncia de
revisar sobre o Tema Criana, Adolescente e Famlia frente ao Diagnstico com
Cncer. Que esta reviso proporcione aos leitores conhecimentos, contribuindo na
formao acadmica.
O Objetivo Geral deste trabalho Descrever o Impacto do Diagnstico do Cncer na
vida da criana, adolescente e famlia, destacando o impacto fsico, mental, social,
espiritual na criana, adolescente frente ao Cncer Infantil, bem como, Papel da
famlia frente ao paciente com Cncer Infantil e finalmente identificar a Atuao do
Enfermeiro frente Criana, Adolescente e famlia com Cncer Infantil.
Trata-se de uma Reviso de literatura com o tema Criana, Adolescente e famlia
frente ao diagnstico com Cncer.
Para o desenvolvimento da pesquisa realizado uma busca de dados com artigos em
portugus entre os anos de 2000 a 2014. As coletas de dados foram realizadas em
sites cientficos como LILACS, BIREME, GOOGLE ACADEMICO, SCIELO, LIVROS,
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REVISTAS ELETRONICAS, TESES, MONOGRAFIAS. Excludos os textos que no
atendem o propsito da pesquisa.
Segundo Gil (2002), a pesquisa bibliogrfica consiste em dados j existentes, onde
essas informaes podem ser retiradas de livros e artigos cientficos. Outra fonte de
se retirar informaes atravs de revistas, jornais, dicionrios e almanaques.
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2 REVISO DE LITERATURA
2.1 CNCER INFANTIL
O cncer uma enfermidade que acarreta temor na sociedade, por ser considerada
uma doena que leva a morte. Sua origem vem do latim (cncer) significa
caranguejo, esta relao est associada ao crescimento infiltrante provocado pela
doena, onde se comparam as pernas do crustceo, pois suas pernas fixam na areia
ou lama para se apoiar dificultando sua remoo (BRASIL apud ALMEIDA et al.,
2005).
Silva e outros (2013), afirmam que a neoplasia ocorre devido ao crescimento de
forma anormal e de desordem celular, no qual afeta o individuo independente do seu
sexo, cultura, idade e da sua situao financeira. Causa grande abalo, pois afeta a
autoimagem e autoestima do individuo. A clula cancergena tem sua multiplicao
rpida, sendo que incontrolvel e bastante invasiva, podendo se espalhar para
todo o corpo do individuo.
A neoplasia caracterizada como uma doena genmica, e seu aparecimento e
atravs da modificao do DNA e das clulas normais que se modificam e se
transformam em malignas (ROCHA; KAGOHARA, 2004).
Atravs de estudos e com os avanos cientficos, os tumores so considerados uma
neoplasia que tem o seu crescimento irregular das clulas, sendo essa definio
aplicada aos tumores malignos (BRASIL apud ALMEIDA et al., 2005).
O mesmo autor relata que h aproximadamente 200 tipos de cncer, no qual so
capazes de invadir tecidos e rgo vizinhos.
Segundo Cardoso (2007), o cncer uma enfermidade que at hoje e mesmo com o
continuo avanos tecnolgicos desde sua descoberta, bem como, sua cura, ainda
leva muito receio em relao morte.
A doena atinge 10 em cada 1000.000 crianas todo ano em todo planeta, porm
uma criana a cada 600 poder desencadear o cncer durante sua infncia.
Atualmente sabe-se que dois teros desta doena so conceituados como
remediveis, se a descoberta e o tratamento da doena forem iniciados logo, haver
mais chances de cura (VALLE; FRANOSO (1999) apud MENEZES et al., 2007).
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Santos e Gonalves (2008), relatam que o cncer pode afeta entre 12 e 13 mil
crianas em todo o ano, 70% dos casos apresenta cura, porem a neoplasias ainda e
a terceira causa de morte em crianas e adolescentes com idade entre 1 e 14 anos.
Malkin citado por Reis, Santos e Thuler (2007), relatam que o cncer no adulto est
relacionado a diversas causas como o estilo de vida, tabagismo, alimentao.
Diferenciando da criana e do adolescente que no a um fator especifico. A
neoplasia peditrica diferentemente do adulto tem seu desenvolvimento acelerado e
so mais penetrantes.
Estudos, referentes origem do Cncer na infncia incluem especficos fatores
determinantes como fsicos e biolgicos, pois o cncer est relacionado a uma
enfermidade crnica degenerativa sendo uma doena de natureza gentica
(MARCONDES et al., 2003).
Almeida e outros (2005), afirmam que a neoplasia a terceira causa de morte no
planeta, ocasionada a morte de seis milhes de indivduos por ano. Afirmam
tambm que os fatores ambientais esto associados doena. Sendo que 80% dos
cnceres esto relacionados ao meio ambiente. Esses fatores so: estilo de vida,
hbitos alimentares, gua, solo e alteraes do meio ambiente que ocasionado
pelo homem. Esses fatores determinam o tipo do cncer para o individuo.
Camargo, Lopes (2000), Asseguram que no apresentam histrico familiar e no
est agregada a desorganizao gentica.
O carcinoma in situ ou invasivo a primeira classificao do cncer. Neste estgio
inicial a clula cancergena est no tecido no ocorrendo metstase para outros
rgos. Quando o tumor in situ tratado antes de sua proliferao, h uma grande
chance de cura para o individuo, porm as neoplasias invasoras penetram as clulas
dos rgos, passando para a corrente sangunea e linftica. Essa neoplasia tem sua
caracterstica de invadir, disseminar e proliferar em outras partes do organismo da
pessoa (BRASIL, 2012).
Segundo Brait e Dellamano (2008), o tumor o efeito final de um contexto que se
compreende em vrios estgios que se aplica pela sua iniciao, promoo e
progresso da doena. A fase inicial consiste na alterao do DNA, RNA ou de suas
protenas. A fase da promoo s clulas modificadas se prolifera rapidamente,
porm ainda no a sua disseminao. Na fase de progresso as clulas j esta
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modificada ocorrendo seu aumento de forma desordenada, nessa fase o tumor j
est instalado e ocorre a suas manifestaes clinicas.
Segundo o Instituto Nacional do Cncer (2008), as clulas normais do organismo
vivem em plena harmonia funcional, citolgico e histolgico e esta harmonia est
relacionada conservao da vida. Sendo que suas estruturas funcionais e
morfolgicas so definidas pelo cdigo gentico.
A clula cancergena tem seu crescimento diferenciado das clulas normais. As
clulas cancergenas elas no morrem, continuam em um desenvolvimento
incontrolvel, ocorrendo surgimento de novas clulas (BRASIL, 2012).
Segundo Marcondes e outros (2003), alguns cncer expressam irregularidades
cromossmicas, numricas e estruturais. Assim sendo, uma estrutura associada na
carcinognese encontraria junto estimulao oncogenes ou a destruio de
antioncogenes.
Brait e Dellamano (2008), relatam que as modificaes cromossmicas podem est
relacionada pelas alteraes estruturais e numricas. As alteraes numricas esto
relacionadas pelo aumento ou reduo do nmero do caritipo e as estruturais esto
associadas s modificaes na estrutura dos cromossomos.
O mesmo autor relata que as alteraes cromossmicas so encontradas nos
portadores de linfomas, tumores slidos e nas leucemias.
O surgimento da neoplasia pode ser de um acontecimento de uma nica clula
iniciadora quando derivado de incalculveis fatos em uma massa de clulas
suscetvel, entretanto a replicao celular o DNA est preso a uma sequncia de
desiguais caractersticas alterada, chamadas de mutaes (MARCONDES et al.,
2003).
A transformao de uma clula normal em uma clula cancerosa requer a ocorrncia de mltiplas alteraes em seu material gentico. [...] mutaes nas clulas somticas a alterao mais frequente no processo de carcinognese que afeta, principalmente, a expresso dos oncogenes e genes supressores de tumor, responsveis pela proliferao e pelo desenvolvimento celular. [...] altera se a regulao celular normal e as clulas passam a se dividir de forma autnoma, a crescer desordenadamente e a acumular clulas alteradas que formaro o tumor. (BETTONI, 2008, p. 16).
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Figura 1 Clula normal se transformando em clula cancergenas
Fonte: Almeida et al. (2005, p.119).
Devido o excesso da mutao, ocorre a modificao na regulao das clulas
normais, sendo que as clulas normais passam a ser multiplicar de forma
independe, ocorrendo o crescimento desordenado e o excesso de clulas
modificadas, no qual se transformara no cncer (BETTONI, 2013).
Segundo Brasil (2012), as neoplasias so classificadas como benigna e maligna. Um
tumor benigno possui um desenvolvimento organizado, cresce de uma forma lenta e
no atinge estruturas dos tecidos vizinhos. As neoplasias malignas so bastante
agressivas, crescem de forma desordenada, so bastante infiltrante, provocam
ramificaes e so bastante resistentes ao tratamento.
Segundo Santos (2013), o cncer delimitado como massa celular em multiplicao
desordenada, e no corresponde o mecanismo do ciclo celular. No entanto sabe-se
que uma pequena proporo das clulas na massa do tumor est em um processo
patolgico de multiplicao. Sendo que a clula que sofreu uma modificao pode
ter alguma resposta em seu mecanismo de controle, e a clula maligna aps sua
alterao pode ocorre que ela no se multiplique.
Segundo Caram, Luise e Pires (2013), os sinais e sintomas mais evidenciados so
dor nas articulaes, dor ssea, febre, aumento do fgado e do bao e
adenomegalia.
De acordo com o Instituto Nacional do Cncer (2014), o cncer na criana e no
adolescente se diferencia do adulto, pois na infncia a clula atinge principalmente
os tecidos de sustentao e as clulas sanguneas.
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2.2 DIAGNSTICO DO CNCER INFANTIL
A incidncia de cncer vem crescendo em todo o mundo e considerado um
problema de sade mundial (GUERRA apud BELTO et al.,2007).
Segundo Borges e outros (2009), nos Estados Unidos, os tumores infanto juvenil e
uma das causas de morte correspondendo s idades de 1 a 14 anos, j no Brasil o
cncer representa a terceira causa de morte entre crianas e adolescentes, apenas
sendo supridas por mortes de causas externas e por acidentes.
Na infncia h aumento das neoplasias malignas sendo de 1 a 4%. No passado era
considerada uma doena aguda e fatal, hoje considerada uma doena crnica com
chances de cura (BRASIL, 2005 apud BELTRO 2007).
O diagnstico de uma neoplasia e o tratamento em si, leva ao paciente um choque,
que afetar o seu estado emocional e seu fsico (SOUZA; ESPIRITO SANTO, 2008).
Vieira e outros (2012), relatam que o diagnstico da neoplasia traz consigo
sentimentos de angstia, medo, sofrimento. O paciente tem em mente que o
tratamento causa a sua internao e os procedimentos invasivos no qual iro
passar, ir abalar a sua sade emocional e fsica.
Segundo Brasil (2005) citado por Beltro (2007), 70% as crianas podem ser salvas
se o diagnstico for rpido, e seu tratamento for realizado em locais especializados.
A descoberta da doena um momento estressante, tenso, cheios de dvidas,
ocasionando dor na vida dos familiares.
Os tumores pode se manifestar de trs formas, como massa palpvel que
observado no exame clinico, pode se apresentar com sinais sintomas e por ltimo,
no apresentando sintomas especficos da doena (BIANCHI; CARMO, 2000).
No momento no qual ocorre confirmao do cncer na criana e no adolescente
de difcil superao para os pais. Os pais sinalizam que est acontecendo algo
errado por meio das manifestaes e alteraes no comportamento de seus filhos
(FERMO et al., 2014).
A famlia e a criana requerem de maiores cuidados no somente fsicos, sociais,
econmicos, espiritual, mais tambm de ateno psicolgica (WOODGATE, 2003
apud BELTRO, 2007).
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Fermo e outros (2014), relatam que a descoberta da neoplasia acarreta um
experimento de desespero, angstia, dor e aflio com o futuro da criana. Neste
contexto, a famlia ter ajuda de profissionais capacitados que possuem tcnicas e
conhecimentos especficos, no qual ir prestar toda a assistncia, tanto para o
paciente, como para a famlia.
Os pais ficam em choque com a descoberta do diagnstico, perdem o rumo e o
sentido da vida, ficam em verdadeira inrcia. A descoberta trs consigo o
preconceito e o estigma da morte (BELTRO et al., 20
07).
Segundo Marcondes e outros (2003), os cnceres da infncia no apresentam
sintomas, a anlise preventiva de pouca relevncia, j os laboratoriais por muitas
vezes so sensvel a no especificidade. A agresso do tumor em algumas
circunstncias e com a descoberta s vezes no permite procedimentos teraputicos
aceitveis.
Segundo o mesmo autor por diversas vezes o cncer em estgios avanados
continuam sem sintomas aparentes, quando feita descoberta pode ser de modo
casual atravs de um familiar que nota alguma alterao e leva a criana ao mdico
ou atravs de uma consulta rotineira ao pediatra.
A descoberta antecipada de muita relevncia para os possveis eventos
teraputicos e a probabilidade de restabelecimento integral da doena. Cncer
apresenta manifestaes no especificas como perda de peso, diarria, dores
articulaes, anorexias, febre de procedncia no definida, sudorese, algia ssea,
restrio atividade fsica e mudana de humor. Os testes pra se confirmar a
dimenso da doena devem se feito pelo mdico peditrica oncologista, que poder
ser repetido por inmeras vezes (CAMARGO; LOPES, 2000).
Segundo Quirino e Collet (2012), a mudana familiar ocorre assim que se
apresentam as manifestaes clinicas, e aumenta quando confirmado o
diagnstico. Quando se obtm o diagnstico se tem uma apreenso de uma nova
percepo da vida.
O diagnstico do cncer em uma criana assolador para os indivduos que esto
ao seu redor. A descoberta sinaliza o principio de uma experincia no desejada,
planejada. O cncer causa modificao duradoura e bastante intensa no seio
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familiar (SANTOS; FIGUEREDO, 2013). O diagnstico de uma neoplasia e o
tratamento em si, leva ao paciente um choque, que afetar o seu estado emocional
e seu fsico (SOUZA; ESPIRITO SANTO, 2008).
Vieira e outros (2012), relatam que o diagnstico da neoplasia traz sentimentos de
angstia, medo, sofrimento. O paciente tem em mente que o tratamento causa a sua
internao e os procedimentos invasivos no qual iro passar, ir abalar a sua sade
emocional e fsica.
2.3 TIPOS DE CNCER NA INFNCIA
Segundo o Instituto nacional do cncer (2014), os tumores mais acometidos nas
crianas e nos adolescentes so: Tumores do sistema nervoso central, linfomas,
leucemias, neuroblastoma, tumor de wilms, retinoblastoma e osteossarcomas.
Leucemias agudas um tipo de Cncer que se distingue por desenvolver um
composto heterognico de molstia no qual ocorre mudana nos dados da medula e
no sangue normal por outras clulas novas ou por clulas diferentes chamadas de
blastos (ELMAN; SILVA, 2007).
Segundo Camargo e Lopes (2000), so uns tipos de Cncer que ocorre em menores
de 15anos, 30% dos cnceres nos infantes so a leucemias. Nesta idade o tipo mais
comum a leucemia aguda. Sendo que a leucemia linfoctica aguda a que mais
acomete, em seguida a leucemia no linfoctica aguda.
Acometem adultos e crianas entre 3 a 5 anos. No se sabe como ocorre seu
surgimento, mais alteraes genticas e hereditrias colaboram com seu
aparecimento, assim como as sndromes com alterao em seu DNA tambm
podem contribuir com o surgimento da doena. As manifestaes mais comuns so
anemia, diminuio dos neutrfilos, diminuio das plaquetas devido a um erro na
hematopoese. No frequente h perda de peso. Pode resultar em algias nos
membros que so mais comuns, especialmente na configurao ssea ou nas
articulaes (MARCONDES et al., 2003).
Marcondes e outros (2003), relatam que a doena clonal aguda devido a um
aumento descontrolado de uma clula me que pode se multiplicar infinitamente. A
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leucemia linfoctica aguda pode ocasionar a anemia, trombocitopenia, neutropenia
devido a clulas sanguneas no se renovarem.
Algumas sndromes possuem mais predisposio em desencadear a leucemia
linfoctica aguda tais como: sndrome de Down, Sndrome de Bloom,
Neurofibromatose, sndrome de schwachman, sndrome de klinefelter e ataxia
telangiectasia sndrome de Down, Sndrome de Bloom, Neurofibromatose, sndrome
de schwachman, sndrome de klinefelter e ataxia telangiectasia (LOPES; IYEYASU;
CASTRO, 2008).
Sua causa desconhecida apesar de se destacar possvel manifestaes como
consequncia da irradiao, exposio s medicaes que atuam diretamente no
tumor, causas genticas e a exibio a determinado vrus (LOPES; MENDES 2000
apud ELMAN; SILVA 2007).
A leucemia mieloide aguda a formao de vrias clulas que provm do tecido
hematopotico, que tem por sua vez a diferenciao atravs da multiplicao de
clulas anormais, sendo que essas clulas me provm da linhagem mieloide, no
qual leva a uma produo que no satisfatria das clulas maduras normais. No
entanto a leucemia mieloide aguda est associada anemia, trombocitopenia e da
diminuio dos nmeros de neutrfilos (MARTINS; FALCO, 2000).
E um tumor resultante de uma clula me mieloide ou por clulas afetadas eritride,
granuloctica, monoctica ou megacarioctica. 17% das leucemias mieloide ocorrem
em idade abaixo dos 15 anos, j os recm-nascidos so os que tm mais incidncia
(MARCONDES et al.,2003).
Sua origem no bem esclarecida, mais devido a usos de drogas ilcitas, produtos
resultantes de petrleo utilizados na gestao podem contribuir com o surgimento da
doena em recm-nascidos (MARCONDES et al., 2003).
Segundo o mesmo autor sua analise clinica realizada atravs de 25% ou mais de
blastos na medula ssea, tambm pode haver um comprometimento extra medular.
O diagnstico de leucemia mieloide aguda para ser diferenciadas de outras doenas
atravs do esfregao corado, que pelo matodo leishman, sendo que a
imunofenotipagem citogentica e estudos qumicos so essenciais para o
diagnostico.
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Segundo Camargo e Lopes (2000), existem dois tipos de linfomas, o linfoma no
Hodgkin e o linfoma Hodgkin, que esto associados a uma disposio gentica
ocorrida por algum vrus ou por causa de um defeito no rearranjo.
O linfoma no Hodgkin compem um conjunto de tumor que se inicia de clulas e
rgo do sistema imune. Ocorrem modificaes que pode incidir dessas clulas
gerando desiguais modelos morfolgicos. Transformaes que procedem de
linfomas so capazes de aparecer deformidades de ontogenia linfocitria ou estando
relacionada a processos de organizao gentica a qual as clulas so sujeitas
(LOPES; IYEYASU; CASTRO, 2008).
Sandlund (1997), citado por Pedrosa (2007, p. 548), relata que:
Dentre os fatores prognsticos que vm sendo estudados em LNH na infncia, a carga tumoral no momento do diagnstico, normalmente quantificada atravs do estadiamento e do nvel srico da desidrogenasse lctea (DHL), o fator de maior consenso na literatura. Outros fatores prognsticos importantes so: o tipo de tratamento e o local onde este realizado com pacientes que utilizam esquemas teraputicos mais modernos, em centros com experincia e infraestrutura adequada, apresentando melhores taxas de sobrevida.
O linfoma no Hodgkin compreende uma alta diversidade de enfermidade lesiva e
que h proliferao da textura linfide e divergindo de carter satisfatrio na idade
mais amadurecida (MARCONDES et al.,2003).
O Linfoma traduz como grandes massas na regio abdominal de desenvolvimento
ligeiro que pode est associada a dores abdominais de pequena proporo. Suas
manifestaes gastrointestinais so vmitos, obstruo intestinal, diarria,
sangramento gastrointestinal agudo, acumula de gua na regio abdominal,
ocorrendo aumento do fgado e do bao (CAMARGO; LOPES, 2000).
O linfoma de Hodgkin de menor incidncia em crianas abaixo de 5 anos de
idade.Pesquisas demonstram que a doena apresenta trs formas de se apresentar,
uma delas a infantil que ocorrem em menores de 14 anos,adulto-jovem dos 15 aos
34 anos e na fase adulta que corresponde 55 a 74 anos. Sua prevalncia no sexo
masculino (LOPES; CHAMMAS; IYEYASU, 2013).
Segundo os mesmos autores, a doena ocorre devido presena de clulas clonais,
chamadas de clulas de Reed-Sternberg, que inclui varias clulas inflamatrias. As
clulas de Reed-Sternberg provm de clulas da linhagem linfide B positivas de
CD15 e CD30.
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Uma de suas principais manifestaes o aumento ganglionar cervical. Pode
manifestar suor noturno intenso, febre, perda de peso, fadiga e anorexia. Para
confirmao da doena realizado uma biopsia ganglionar (LOPES; CHAMMAS;
IYEYASU, 2013).
Segundo Lopes, Chammas e Iyeyasu (2013), o neuroblastoma uma neoplasia
slida, extracraniana comum em crianas, corresponde 7% de todos os tumores
desta faixa etria. Possui um ndice de 10,2 milhes por casos e correspondendo
infantes menores de 15 anos, sendo que o diagnstico da doena feito at aos
17meses, acometendo mais o sexo masculino.
O tumor acomete as seguintes regies: abdominal, a medula da adrenal, mediastino,
pescoo e a pelve. Os principais rgos onde pode ocorrer a metstase tumoral so
na pele, fgado, gnglios e medula ssea (CAMARGO; LOPES, 2000).
Segundo Carmo e Lopes (2000), manifestam - se como uma massa abdominal
slida, irregular, sem apresentar dor, que ultrapassa a linha mdia do abdmen.
Apresenta sinais como: sudorese, taquicardia, vermelhido facial, hipertenso,
irritabilidade, pode tambm manifestar anemia, sangramento, ndulos subcutneos
e perda de peso.
A confirmao do diagnstico do neuroblastoma realizada atravs da puno
aspirativa da medula ssea, por anlise realizada por bipsia ou pela remoo do
tumor atravs da cirurgia. O diagnstico sempre vai estar associado massa
abdominal, anemia, presso alta, baixo peso, obstruo da veia cava superior,
alteraes hematolgicas e aumento do fgado (LOPES; CHAMMAS; IYEYASU,
2013).
Marcondes e outros (2003), afirmam que o neuroblastoma apresenta um bom
regresso natural dos cnceres, est entre os tumores com pouca chance de cura,
sendo sua estimativa de 10%. No se sabe como surge a doena. Esse tumor de
origem de clulas nervosas.
Neuroblastoma provm do tumor maligno neuroepitelial que surgi de clulas
provenientes do sistema nervoso simptico. Ocorre no perodo do crescimento fetal
ou nos primeiros anos de vida da criana (BRODEUR; CASTLEBERRY apud
TORTURELLA et al., 2011).
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Provm das clulas da crista neural que o agente pela concepo do sistema
nervoso simptico e tambm da medula da glndula adrenal. Esta neoplasia e mais
comum em infantes, sendo o causador de 8 a 10% dos cnceres em recm-
nascidos (BRODEUR; CASTLEBERRY apud TORTURELLA, 2011).
Tumor de Wilms um tumor renal que mais acomete crianas. Agride crianas entre
2 e 3 anos de idades, acometendo 80% os menores de 5 anos,no sendo
observados em menores de 1 ano (LOPES; IYEYANSU; CASTRO, 2008).
Segundo Lopes, Chammas e Iyeyasu (2013), o tumor de Wilms tambm e
denominado de nefroblastoma, sendo o tumor geniturinrio mais frequente em
crianas. O acometimento da doena de causa inespecfica, porm poder
acometer membros da famlia entre 1% a 2%.
Segundo relatos dos autores as sndromes como Beckwith-Wwiedemann, Denys-
Drash, WAGR (Wilms, aniridia, malformao geniturinria e retardo mental) e
hemihipertrofia corporal (4) possuem uma predisposio em desenvolver a doena.
O tumor se manifesta como uma massa renal que no apresenta sintomas, 90% dos
casos descoberto por familiares. Uma das primeiras manifestaes a hematria,
dor abdominal e presso arterial alta. A avaliao do quadro clinico realizado
atravs do histrico, exame fsico, exames laboratoriais, ultrassonografia, tomografia
computadorizada (LOPES; CHAMMAS; IYEYASU, 2013).
Tem uma predisposio em negros e do sexo feminino, podendo acontecer de modo
casual ou hereditria. A hereditariedade est relacionada malformao congnita
como as geniturinrias, a hemipertrofia e a aniridia. Demonstram-se como massas
que no apresentam sintomas observados pelos cuidadores ou em consultas ao
pediatra. O seu volume e frequentemente hemiabdominal o infante cresce sem
desenvolver seus sintomas como febre, dor ou perda de peso (MARCONDES et al.,
2003).
O retinoblastoma uma neoplasia intraocular mais frequente na infncia, bastante
agressivo, envolve o crnio, o sistema nervoso central, nervo ptico, rbita,
metasttico, se espalhando rapidamente para todo o corpo (KRONBAUER et al.,
2000).
Segundo Antoneli e outros (2003), os sinais e sintomas do retinoblastoma so
reflexo do olho de gato, aparecimento de uma massa na rbita ocular, pode ocorrer
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desalinhamento ocular, olhos de cores diferentes, inflamao ocular, dores de
cabea, vmitos, dores sseas e tambm perda da viso.
De acordo com Marcondes e outros (2003), o retinoblastoma pode ocorrer de forma
causalmente em 94% dos casos e de forma hereditria em 6%, sendo que a maioria
das neoplasias bilaterais so de forma hereditria e apenas 20% sendo de forma
unilateral. Esses tumores provm da perda dos alelos do gene RB1, que so de
origem dos genes supressores no qual o seu papel e de a diviso celular.
O Retinoblastoma ocorre devido perda de uma parte do brao longo do
cromossomo 13. A parte da perda varivel e afeta a regio q14, onde est o gene
RB1. A no ativao desses alelos o que causa o tumor (LOPES; CHAMMAS;
IYEYASU, 2013).
Segundo Lopes, Chammas, Iyeyasu (2013), indivduos que j tiveram a doena
pode transmitir para seus descendentes em uma porcentagem de 45%%. Famlias
com histrico da doena, suas crianas devem fazer exames oftalmolgico para
detectar a neoplasia a cada 4 meses at aos 4 anos de idade.
A sua forma teraputica consiste no tamanho intra e extraocular do cncer.
Entretanto nas leses intraoculares quando o acometimento e de menor proporo,
a crioterapia ou radioterapia possuem uma boa manifestao a agresso do tumor,
sendo que o globo ocular e a viso mantm-se ntegros, se acometer for de maior
proporo o globo ocular retirado totalmente para preservar a vida do paciente
(MARCONDES et al.,2003).
Osteossarcoma e uma neoplasia ssea com mais incidncia na fase peditrica,
acomete crianas e adolescentes entre 10 e 20 anos de idade. Afeta os ossos
longos, como o fmur distal e a tbia proximal e mero proximal. Nos ossos chatos
seu acometimento menor (LOPES; CHAMMAS; IYEYASU, 2013).
Carmo, Lopes (2000), relatam que o Osteossarcoma um cncer primrio de
desenvolvimento do tecido osteide. O tumor se origina no tecido conjuntivo onde
suas clulas ainda no foram diferenciadas. Nos adolescentes o tumor surge ao
redor da epfise e dos ossos longos.
Segundo Marcondes e outros (2003), originam - se da textura mesenquimal que se
distingui pela fabricao tecido osteide ou sseo jovem das clulas ruim do
estroma em desenvolvimento. Manifesta-se por algia e crescimento do volume do
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local afetado. Acontece em uma parte metafisria dos ossos longos. O aumento da
neoplasia detectado pela tomografia computadorizada e pela ressonncia
magntica.
Segundo Lopes, Chammas, Iyeyasu (2013), as manifestaes clnicas das
neoplasias sseas so; dor local difcil de cessar e com exposio do tumor,
causando restrio de movimentos. J a neoplasia da regio plvica pode
manifestar algia com irradiao para os membros inferiores devido ao comprimento
dos nervos perifricos.
O diagnstico realizado atravs do histrico do paciente, exame fsico e exames
radiolgicos e laboratoriais. Sendo que os sintomas podem durar de 3 a 6 meses.
Dor ssea em outro local, que no detectado como tumoral, pode est relacionado
manifestao por metstase (CARMO; LOPES, 2000).
O tumor do sistema nervoso central corresponde de 15-20% dos tumores que
acomete as crianas. A descoberta tardia da doena pode ocasionar uma demora no
diagnstico afetando a expectativa de vida das crianas (LOPES; CHAMMAS;
IYEYASU, 2013).
As neoplasias do sistema nervoso central se evidenciam pela aglomerao de
irregularidade gentica com acelerao diversa oncogenes e desativao de gene
supressor de cncer. Suas alteraes podem se germinativas ou somticas. Apesar
de no conhecer suas manifestaes das alteraes genticas e sua diferenciao,
e enorme na forma teraputica (LOPES; IYEYASU; CASTRO, 2008).
Para Lopes, Chammas, Iyeyasu (2013), no a uma evidencia especifica dos sinais e
sintomas para a descoberta do tumor do sistema nervoso central. Os sinais e
sintomas vai se manifestar de acordo com a idade da criana, localizao, tipo de
Cncer e de sua extenso.
Manifestam se de habitualmente por meio de presso intracraniana elevada e/ou disfuno neurolgica localizada ou focal. Os sinais e sintomas habituais so vmitos e cefalia matutinos, marcha instvel, nistagmo e paralisias de nervos cranianos (MARCONDES et al., 2003, p. 952).
Essa neoplasia pode se manifestar pausadamente, sem aparecer nenhum sinal por
um perodo longo. A manifestao pode ser de uma forma geral, ampla ou
apresentar uma localizao especifica (CARMO; LOPES, 2000).
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Em recm-nascidos a presso intracraniana provocada pelo tumor suportada, pois
a fontanela e as suturas se adquam com o aumento do cncer. A presso
intracraniana apresenta sintoma nos recm-nascidos como irritabilidade e perda de
peso (LOPES; CHAMMAS; IYEYASU, 2013).
2.4 FORMAS DE TRATAMENTO DO CNCER INFANTIL
2.4.1 Quimioterapia
Segundo o Instituto Nacional do Cncer (2014), a quimioterapia utiliza compostos
qumicos, denominados de quimioterpicos. Estes quimioterpicos so utilizados em
tratamentos de doenas acometidas por agentes biolgicos. Quando utilizada ao
cncer, chamada quimioterapia antineoplsica ou quimioterapia antiblstica.
Instituto Nacional de Cncer (2014), relata que o primeiro quimioterpico a ser
utilizado foi retirado a partir do gs mostarda, sendo utilizada nas duas guerras
mundiais como arma qumica. Os soldados foram expostos a essa arma qumica,
sendo observado que os mesmos desencadearam uma hipoplsica medular e
linfide, assim esse quimioterpico foi utilizado em tratamento clinico dos linfomas
malignos. Em 1946 estudos realizados com o gs e das observaes feitas sobre o
resultado e o efeito do cido flico em crianas com leucemias, observou - se o
progresso da quimioterapia antineoplasica. Nos dias de hoje o quimioterpico so
mais eficazes e menos txico para pratica qumica.
A quimioterapia compe diferentes aspectos de grande alternativa para determinar
soluo e alivio. A quimioterapia engloba elementos citotxicos, realizada
inicialmente por via endovenosa e qualificada conforme sua designao:
quimioterapia adjuvante, quimioterapia neodjuvante, quimioterapia primaria,
quimioterapia paliativa, monoquimioterapia e poliquimioterapia (JHONTON;
SPENCE, 2003 apud SWADA et al., 2009).
Quimioterapia neoadjuvante empregada como intuito de reduzir o tamanho do
cncer primrio e tornando assim possvel uma cirurgia em cnceres j bem
desenvolvidos, ou de permitir a retirada do tumor com garantia de conservar o rgo
afetado. A Quimioterapia adjuvante usada quando ocorre a exciso total do cncer
sem deixas nenhum vestgio de proliferao (LOPES; IYEYASU; CASTRO, 2008).
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Quimioterapia teraputica aplicada quando a quimioterapia, a cirurgia e a
radioterapia no so indicadas como uma primeira escolha no tratamento, assim
quando h uma probabilidade de tratamento chamada de curativa, no havendo
possibilidade em sua cura, denominada paliativa (LOPES; IYEYASU; CASTRO,
2008).
Segundo Carocini, Piovesan (2014), a quimioterapia pode ser administrada por via
endovenosa e via oral, A via endovenosa a medicao passa pela corrente
sangunea na qual o quimioterpico ir destruir as clulas neoplsicas e as clulas
saudveis. A quimioterapia administrada por via oral realizado atravs de
medicamentos que poder ser por cpsulas, comprimidos ou por suspenso. H
outras formas de administrao da quimioterapia, que atravs da via subcutnea
ou intramuscular.
Lopes, Iyeyasu e castro (2008), relatam que, as manifestaes do cncer so
nuseas e vmito, queda de cabelo, mielotoxicidade, mucosites que afete o trato
gastrointestinal, diarria, toxicidades como pulmonar, cardaca, renal e neural.
A quimioterapia pode levar a infertilidade tanto no homem como na mulher. Na
mulher a atuao quimioterpica age reduzindo os hormnios que so produzidos
nos ovrios, essa diminuio ocasiona a menopausa precocemente e leva a
infertilidade. J nos homens os quimioterpicos agem reduzindo a produo do
espermatozoide (HOSPITAL DE CNCER DE BARRESTOS, 2014).
A quimioterapia pode ocasionar a infertilidade devido diminuio da
espermatognese e a no ovulao; a esterilidade pode ocorre devido teraputica
utilizada e sendo irreversvel (LOPES; IYEYASU; CASTRO, 2008).
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Figura 2- Capela de fluxo laminar quimioterapia
Fonte: Laboratrio Biosintesis (c2014).
Segundo Oliveira e outros (2010), a quimioterapia o tratamento mais convencional
aplicado para crianas e adolescentes com neoplasias. Tratamento de primeira
escolha devido doena ter uma melhor resposta.
A quimioterapia e de grande relevncia para o tratamento de diversos tipos de
cncer na infncia. Sendo que os princpios quimioterpicos so utilizados atravs
de embasamentos cientficos (CAMARGO; LOPES; NOVAES, 2000).
2.4.2 Radioterapia
A radioterapia uma forma de terapia no qual o seu agente a radiao ionizante
na qual tem a competncia em estimular a ionizao no ambiente de sua aplicao,
removendo eltrons da composio de seu elemento. Quando ocorre a ionizao no
centro de sua textura celular, acontecem modificaes em sua macromolcula
imprescindindo o seu desempenho vital, e com isso direcionando a clula a sua
destruio ou sua no validade biolgica (LOPES; IYEYASU; CASTRO, 2008).
Segundo Lopes, Iyeyasu, Castro (2008), as radiaes ionizantes so divididas em
eletromagnticas e corpusculares. A eletromagntica ganha o nome de ftons e
representados pelos raios-X os que so gerados nos aparelhos de radiologia e de
aceleradores lineares tambm pelo raio gama. Corpusculares se diferenciam por
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oferecer massa e desempenhado pelos eltrons, prtons e nutrons. Radiaes
ionizantes atuam no DNA nuclear ocorrendo destruio celular ou
desaparecimento da sua reproduo. O DNA dobra o seu interior na mitose, clula
com elevado nvel de agilidade mittica e radiossensvel doa que as de menos
porcentagem de mitose.
Segundo os mesmos autores, atuao da radiao no DNA nuclear ocorre de modo
direta e indiretamente. No primeiro ocorre a quebra da molcula pela radiao com
interveno do procedimento em que ela se duplica. No segundo o dano no DNA e
devido ionizao do da gua citoplasmtica.
A radioterapia atua diretamente no DNA em seu ncleo, quando este DNA
lesionado perde sua agilidade de se reproduzir. As clulas cancergenas so
levadas a sua destruio facilmente e no sendo trocadas por outras, sendo assim,
no apenas o tumor cessa a evoluo tornando-se pequeno e desaparecendo, as
clulas normais tambm so destrudas (RESS, 2001).
A radioterapia tem como designo permitir a morte das clulas cancergenas sem que
outras texturas boas ao seu redor sejam acometidas (LOPES; IYEYANSU;
CASTRO, 2008).
Segundo o Instituto Nacional do Cncer (2014), a radioterapia utilizada como um
tratamento local ou regional, podendo ser exclusiva ou agregada a outros mtodos
de tratamento, podendo ser associado cirurgia tanto no pr ou ps-operatrio.
Pode ser sugerida antes da quimioterapia, durante ou aps a quimioterapia.
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Figura 3- Aparelho de radioterapia
Fonte: Hospital de Cncer de Barretos (c2014).
Coracini, Piovesan (2014), afirmam que a radioterapia consiste em eliminar a
neoplasia, sendo que a radiao ir impedir o crescimento das clulas cancergenas.
Durante tratamento da radioterapia o paciente no tem visualizao da radiao,
pois a mesma no visvel a olho nu. A sesso de radioterapia pode reduzir o
tamanho do tumor, ocasionando no paciente a diminuio das algias, reduo das
hemorragias, entre outros sintomas, tambm promovendo alivio, conforto para o
paciente.
2.4.3 Transplante de medula ssea
Segundo o Instituto Nacional do Cncer (2014), o transplante de medula ssea
realizado para certos tipos de doenas malignas que atinge as clulas sanguneas,
sendo que o transplante vai substituir uma clula danificada por clulas sadias onde
sero produzidas novas clulas.
Qualquer pessoa de maior idade de 18 a 54 anos pode fazer doaes sendo que o
individuo dever estar em boas condies de sade e no apresentando nenhuma
doena (INSTITUTO NACIONAL DO CNCER, 2014).
Massumoto (2014), relata que h trs tipos de transplante de medula ssea. O
primeiro e o alognico que consiste na retirada da medula de um doador escolhido
atravs de exames de histocompatibilidade onde vai avaliar a compatibilidade do
doador com o receptor, esse tipo de transplante feito por familiar ou por um banco
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41
de medula ssea. O segundo e o autlogo, as clulas da medula ssea ou as
clulas troncas da periferia so retiradas da prpria pessoa onde ser
criopreservadas e reinfundidas depois seu condicionamento. O terceiro o singnico
consiste no transplante de medula entre gmeos univitelinos.
O mesmo autor relata que o transplante e indicado dependo do estagio em que a
doena se encontra. O transplante realizado atravs da remoo da medula ssea
da crista ilaca posterior onde vai ser realizado varias aspiraes por agulhas ou por
equipamentos de afrese.
A afrese consiste na coleta de sangue por um equipamento que separa
especificamente as clulas progenitoras, esse processo dura em torno de duas a
quatro horas, pode haver outras coletas de sangue para a quantidade necessria
para o transplante de medula ssea. J a puno e feita no centro cirrgico com
anestesia geral atravs de aspirao e essas punes so realizadas de ambos os
lados (HOSPITAL SAMARITANO, 2010).
O mesmo autor relata que para se fazer o transplante o paciente devera esta com
um cateter venoso central, pois so atravs dele que o paciente vai receber
hidratao e as transfuses de sangue, as clulas progenitoras ou medula ssea e
as medicaes. Antes do transplante os pacientes recebem medicamentos
quimioterpicos para eliminar as clulas cancerosas assim o organismo vai se
preparando para receber as clulas transplantadas.
2.4.4 Cirurgias
A cirurgia um tratamento que a tempo vem sendo utilizado contra o cncer. Ate
algum tempo, era considerado como o nico meio de tratamento eficaz contra a
doena. Uma de suas vantagens sobre outras formas de tratamento que ela pode
determinar a cura em pessoas que tem a doena localizada, pois no estimula o
aparecimento da carcinognese e estabelece uma avaliao da proporo da
doena. Porm uma de suas desvantagens que a cirurgia pode causar
deformidades, riscos e morbidades, podendo ocorrer a no obteno de cura, caso
aja proliferao do tumor (LOPES; CHAMMAS; IYEYASU, 2013).
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Segundo o Hospital de Cncer de Barretos (2014), a cirurgia um procedimento que
vem sendo utilizados h vrios anos, e est associada ao tratamento da
quimioterapia e radioterapia. O principal papel da cirurgia oncolgica consiste em
obter a cura, ou pode est relacionada ao ganho de qualidade de vida.
A cirurgia de grande relevncia para o tratamento cirrgico das neoplasias.
Consiste na retirada do tumor atravs de critrios, proceder retirado do cncer com
cuidado para que no ocorra metstase. A cirurgia pode ter a finalidade curativa e
paliativa. (ALBERT EINSTEIN, 2009).
A teraputica cirrgica consiste em curativa ou paliativa. A curativa aplicada a
estgios iniciais de grande parte dos tumores slido sendo um tratamento radical,
pois h a retirada do tumor primrio com margem de segurana e quando a inicio
para retirados linfonodos o rgo sede ao do tumor primrio. J a paliativa consiste
na diminuio das clulas cancergenas ou no controle de seu sintoma que podem
por sua vez causar danos na vida dos pacientes e podendo atingir sua qualidade de
vida (INSTITUTO NACIONAL DO CNCER, 2014).
2.5 O IMPACTO DO DIAGNSTICO DO CNCER NA VIDA DA CRIANA E DO
ADOLESCENTE
As crianas e os adolescentes com cncer enfrentam momentos de angstia
durante a hospitalizao, pois neste momento que eles se separam do seu meio
social e so submetidos a procedimentos, diagnsticos e terapias que, consistem
em medidas agressivas, invasivas e de dor, gerando um impacto de temor em
relao ao que vai acontecer (MENOSSI; LIMA, 2000).
Segundo os mesmos autores as dores que os procedimentos causam como a
quimioterapia e a radioterapia pode levar a efeitos colaterais, que so responsveis
pelas suas internaes e pelos seus sofrimentos, entretanto esse sofrimento no
quer dizer apenas a dor fsica, mas sim, a dor afetiva e emocional, como no caso o
impacto da dor que sentem quando ocorre a queda de cabelo.
Na hospitalizao esses jovens ficam um bom perodo afastado de seu meio
familiar, dos seus objetos pessoais e de seus amigos, ficam em um ambiente
diferente de seu meio, onde vo vivenciar momentos de desconforto e de dor fsica,
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que pode est relacionado doena ou a procedimentos que vo ser submetidos
(MENOSSI; LIMA, 2000).
Quando uma criana fica doente a maioria fica chorosa e mais dependente de seus
pais. Dependendo da sua patologia, se for grave, pode estabelecer uma
hospitalizao, e com isso gera um impacto emocional, tendendo a piorar, pois os
mesmos ficam longe de seu lar dos entes queridos (OLIVEIRA; DANTAS;
FONSCA, 2004).
O processo de hospitalizao causa um impacto emocional, social muito grande, o
tempo em que essas crianas e adolescentes ficam internados muito longo. Sendo
assim, o meio hospitalar tem uma grande relevncia para eles, pois pode trazer uma
influencia positiva ou no. As brincadeiras, o lazer, a alegria e o respeito de cada
criana e adolescente constitui uma condio, podendo ser uma mudana favorvel
ou desfavorvel para elas (VIEIRA; LIMA, 2002).
A teraputica do cncer faz com que a criana e o adolescente sejam impedidos de
ter um convvio social ficam longe de amigos e famlia, pois eles estaro situados no
mbito hospitalar, onde estar sujeito a medicamentos que ocasionara sua reaes
adversas e aos seus procedimentos invasivos relacionado a doena (MARQUES,
2004).
Uma das maneiras para as crianas enfrentarem o impacto que a doena poder
causar e que extremamente estressante, atravs das brincadeiras, sendo que a
brincadeira um meio em que elas e as pessoas que esto ao seu redor usam para
lidar com a sua permanncia no hospital (MOTA; EMUNO, 2004).
De acordo com Melo e outros (1999), citado por Vieira e Lima (2002), a brincadeira
uma forma onde a criana pode expressar suas ideias, pensamentos, deixando de
lado seu sentimento de dor e sofrimento, diminuindo o impacto causado pelo
tratamento. Assim Vieira, Lima (2002), relatam que mesmo a criana enfrentando a
doena e a hospitalizao ela tem uma necessidade de se expressar e atravs das
brincadeiras que ela ir expor seus medos, angstias, afetos e suas alegrias. O
brincar da criana e o adolescente uma posio ativa, atravs da brincadeira que
eles iro transmitir suas aes e potencialidade.
Segundo Mitre e Gomes (2004), a hospitalizao para o infante pode ser drstica,
pois causa um afastamento do seu dia a dia, do seu meio familiar, ocorrendo
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restries fsicas, h uma alta punio de tudo que est ocorrendo, levando a temor
da morte, causando uma batalha de confronto com a dor.
Os mesmos autores ainda relatam que a brincadeira na hospitalizao ajuda a
criana e o adolescente a ter um valor maior em sua experincia de vida, diminuindo
o impacto causado pela internao.
Menosi e Lima (2000), afirmam que a hospitalizao causa como impacto a angstia
para os adolescentes, pois eles relacionam as lembranas que sentem de seu lar e
de seus entes queridos.
Nascimento e outros (2005), relatam que vrias internaes e os procedimentos
agressivos como a quimioterapia, a criana acaba sofrendo tanto na forma espiritual,
como metal.
A criana na fase escolar sente o desejo de serem iguais s demais crianas. E
nessa fase em que elas observam as diferenas fsicas e algumas anormalidades
quando comparadas com outras crianas. Aquelas que aparentam no ter nenhuma
anormalidade ficam apontando diferenas que encontram em outras crianas, isso
causa sofrimento. No adolescente, a alteraes fsicas e emocionais a sua
liberdade que conquistada, extremamente relevante na sua identidade (ANDERS;
LIMA, 2004).
Lucon (2012), relata que o adolescente possui uma dificuldade em adequar ao seu
tratamento teraputico, exatamente nessa fase da adolescncia em que eles
necessitam encontrar sua identidade, possuindo uma preocupao sexual e, alm
disso, precisam estar ao redor de pessoas e ao mesmo tempo vivenciar a doena
como cncer. Porm ele est atrs da sua independncia. Com acometimento da
doena eles perdem suas emoes e o seu controle, se confrontando e sendo
necessrio a se adequar ao tratamento.
Com a descoberta da doena onde possui um tratamento prolongado e s vezes
indeterminado, com um diagnstico de cncer que uma doena grave, leva ao
adolescente a um choque, no qual vai ocasionar mudanas nessa sua fase da vida,
que sero de profundas transformaes (LUCON, 2012).
A dor antigamente era explicada atravs de trs formas: religiosidade, dos mitos e
atravs do misticismo. A dor e o sofrimento sempre estavam relacionados ira
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divina, aos castigos dos deuses e o martrio. Porm esse conceito permanece de
certa forma at hoje, pois ainda h pessoas que ficam se questionando, o que
fizeram para merecer a doena (MICELI, 2002).
A Associao Internacional de Estudo da Dor (IASP), define a dor como uma
experincia sensorial e emocional desagradvel, associada a dano real ou potencial
ou descrita em termos de tal dano (SO PAULO, 2008, p. 370).
Segundo Silva e Zago (2001), a dor varia de pessoa para pessoa que apresentam a
mesma doena, com a mesma extenso, de mesma localizao, manifestando a dor
de maneiras diferentes. Sendo que essa diferena em relao dor depende da
cultura, raa, sexo, historia e cultura de cada pessoa.
Um grande impacto no diagnstico do cncer na criana e no adolescente est
relacionado dor. A dor est presente em diversas doenas, sendo mais
intensificada nas neoplasias. Neste processo de adoecimento a dor tambm est
relacionada parte fsica e emocional, sendo que a manifestao da dor relacionado
ao tumor tem uma prevalncia de 90% de sua intensidade (So Paulo, 2008).
A dor pode estar relacionada a uma alterao emocional ou sentimental como medo,
morte, amargura, culpa e angstia. Entretanto, o estimulo a dor muito pessoal, e
vai depender muito do estado em que o individuo vai se encontrar (SILVA; ZAGO,
2001).
Segundo Miceli (2002), a expresso da dor tambm vai depender da estrutura
familiar, condies psicossociais, da personalidade do individuo e da idade. A
expresso da dor pode tambm depender daquele indivduo que vai estar com o
paciente e saber interpretar, mensurar o nvel de dor.
Em crianas e adolescentes com cncer, a dor crnica causa em cada um deles
alteraes que causam danos social, comportamental, emocional e em seu mbito
orgnico (SILVA; ZAGO, 2001).
A dor no e um bem natural ainda que suportvel, e sua inexistncia de no ter a
dor um beneficio do paciente (criana e do adolescente) no qual deve haver
medidas para controlar, aliviar (MICELI, 2001).
Miceli (2001), ainda relata que pacientes com cncer podem manifestar dor aguda,
sendo causado pelo seu quadro clinico ou pelo seu tratamento, e sendo de grande
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relevncia as medicaes analgsicas, tanto para dor aguda, como para dor crnica
e assim controlando e diminuindo os efeitos do tratamento. Na dor crnica, todas as
formas de teraputicas que no seja por frmacos so essenciais para os pacientes,
assim promovendo tranquilidade e alivio.
A dor do adolescente e crianas pode estar associada enfermidade, a teraputica
do tumor e ao procedimento do quadro clnico. Seja qual for causa do problema,
as crianas e os adolescentes necessitam ser curados de sua algias. Assim a dor
um sinal imprescindvel, sendo ele o quinto sinal vital a ser observado (INSTITUTO
NACIONAL DO CNCER; INSTITUTO RONALD MCDONALD, 2009).
Academia Nacional de Cuidados Paliativos (2009), diz que o mecanismo
neurofisiolgico da dor pode ser especificamente de trs formas, nociceptiva, no
nociceptiva e psicognica. A nociceptiva est relacionada quando as vias
nociceptivas se apresentam ntegras, so ativadas quando ocorre um sinal de dor no
tecido cutneo e visceral. No nociceptiva ou neuroptica se manifestam quando
ocorrem mudanas na estrutura ou funo, resultante de uma dor central ou
ocasionada por dor perifrica. J as dores psicognicas provm de distrbios
psquicos. Sendo que a dor oncolgica considerada constantemente como mista.
Para determinar a intensidade da dor que o paciente apresenta aconselhvel
utilizar uma escala. Essa escala utilizada para estipular o grau de intensidade que
a dor se apresenta. Esta escala realizada no momento em que o paciente est
levemente incomodado e nos momentos em que a dor est intensa (SO PAULO,
2008).
Segundo Bottega e Fontana (2010) ,existem vrias maneiras de se analisar a dor, e
cada anlise fornecem dados qualitativos e quantitativos que corresponde dor. A
dor pode ser uma avaliao subjetiva, ela no deve ser mensurada como ocorre na
mensurao da temperatura, pulso arterial, presso, peso e altura. No h um
aparelho para que o enfermeiro possa mensura a dor, pois a dor uma sensibilidade
pessoal e individual. Mas existem escalas que auxiliam nessa avaliao.
A escala de face utilizada para crianas de 2 a 6 anos e em adultos que no se
expressam. Na escala de faces o profissional vai distinguir qual a face que reflete
melhor a expresso de dor no paciente. H uma escala de 0 a 10 onde o paciente
vai apontar o nmero que corresponde a sua dor (SO PAULO, 2008).
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Figura 04 - Escala de Avaliao da Dor
Fonte: Inojosa (c2013).
Segundo Rangel; Telles (2012), a OMS criou uma escada analgsica para o
tratamento da dor em pacientes oncolgicos, sendo que 80% dos pacientes tm a
sua dor minimizada. A escada analgsica corresponde a trs degraus, sendo o
degrau um correspondente aos analgsicos e anti-inflamatrios e est relacionada
dor leve. O degrau dois est relacionado dor moderada, com uso de apiodes
fracos como tramal e codena e finalmente o degrau trs corresponde dor severa,
sendo utilizados apiodes fortes como morfina, metadona, oxicodona e fentanil.
Costa e Lima (2002), afirmam que devido ao tratamento invasivos a criana e o
adolescente sofrem um impacto com as modificaes tanto fsica, bem como,
emocional, isto devido ao tratamento que est sendo submetido. O impacto ser na
alterao da autoimagem, vmito, nuseas, fadiga, depresso, anorexia e a perda
de peso.
A desnutrio possui um impacto grande porque acomete muitos pacientes que
esto em tratamento oncolgicos, em especial os que esto em estgios avanados,
trazendo desconforto, podendo assim comprometer a sua qualidade de vida
(ALMEIDA, 1991 apud COSTA; LIMA, 2002).
A desnutrio na criana e no adolescente est relacionada aos efeitos que a
radioterapia e quimioterapia podem ocasionar, incluindo as nuseas e os vmitos.
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Entre outros fatores, esto s alteraes no metabolismo e a inadequao na
absoro intestinal (NOGUEIRA apud CARAM et al., 2012).
Segundo Martucci (2014), a desnutrio est associada presena de tumor
maligno. Quando a desnutrio est relacionada anorexia, neste caso ocorre como
sintomatologia um aumento do gasto de energtico provocando perda de peso, outro
efeito manifestado hipoalbunemia e tambm produo de citocinas que so
protenas de baixo peso.
Nas crianas normalmente o aumento de peso de forma gradual, esse crescimento
ocorre com o passar dos meses. No carto de vacina da criana o controle de peso
observado atravs da linha ascendente. As situaes de alertas so quando a
linha horizontal e descendente. Na primeira situao a criana est ganhando
peso e na segunda, est perdendo peso. O cncer acelera muito catabolismo e com
isso ocasiona alteraes no peso, levando como impacto a um estgio de
desnutrio. As neoplasias abdominais devido a sua localizao criam uma barreira
dificultando a alimentao, como tambm acontece com doenas em estgios
avanados, que ocasiona a dor e mal estar generalizado ,contribuindo tambm com
a perda de peso do individuo, levando a desnutrio (INSTITUTO NACIONAL DO
CNCER; INSTITUTO RONALD MACDONALD, 2009).
Vrios so os fatores que podem ocasionar a desnutrio nos pacientes
oncolgicos, levando a um impacto negativo em relao a patologia, so: medo,
depresso, ansiedade, terapia antineoplasica, efeitos colaterais dependendo do tipo
de medicao, modificao no metabolismo dos alimentos, necessidade nutricionais
acrescidas e m absoro intestinal (NOGUERA et al., 2005 apud CARAM et al.,
2012).
A desnutrio e a caquexia acometem com frequncia paciente oncolgicos, e so
indicadores de um mau prognstico independente do cncer que a criana e
adolescente possui. A reduo nutricional est relacionada ao tratamento, aos
efeitos colaterais medicamentosos e ou radiao, contribuindo como um impacto
negativo para baixa qualidade de vida do paciente (MARTUCCI, 2014).
A caquexia est presente em paciente com neoplasias, causando um impacto
psicolgico grande ao paciente. A palavra caquexia provem do grego KaKos,m e
Hexis,condio, o que significa que caquexia e uma m condio. considerada
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uma sndrome porque ocorrem alteraes metablicas, como perda de peso perda
de massa muscular e de massa gorda (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CUIDADOS
PALIATIVO, 2011).
Segundo Organizacin Panamericana de La Salud (2004), citada por Duval e outros,
(2010), a caquexia engloba uma determinada caracterstica que tem entre si a
morbidade e mortalidade, piora na qualidade de vida, perda de peso, liplise e
atrofia muscular, levando muitas das vezes medo ao paciente oncolgico.
A caquexia est muitas das vezes presente no paciente oncolgico, causando
angstia, medo, est relacionada a uma sndrome multifatorial que possui
caractersticas de perda massa muscular e acomete uma progressiva disfuno
orgnica. A sua fisiopatologia est relacionada a uma baixa ingesto alimentar
(anorexia), alteraes metablicas e balano proteico negativo (MARTUCCI, 2014).
Uma das diferenas entre desnutrio e caquexia nas neoplasias que na
desnutrio ocorre a mobilizao de gordura evitando o consumo msculo
esqueltico. Na caquexia a perda de gordura e tecido muscular (BODY, 1999 apud
SILVA, 2006).
Martucci (2014), a caquexia um dos fatores que gera impacto ao paciente. O autor
afirma que a caquexia possui trs estgios. A pr-caquexia onde aparecem os sinais
como perda de peso involuntria menor que 5%. A caquexia que est relacionada
perda de massa e fora na musculatura e por ltimo a caquexia refrataria, onde o
indivduo no apresenta uma boa expectativa de vida e possui um estgio
progressivo da doena.
A anorexia outro fator que gera impacto ao paciente, est relacionada perda de
apetite, sendo muito comum em pacientes oncolgicos. A anorexia est associada
s modificaes metablica ocasionada pele tumor, alteraes no paladar,
alteraes bucais, nuseas, vmitos, problemas gastrointestinal e ao uso de certas
medicaes (ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS, 2009).
A sndrome da Caquexia e Anorexia classificada como primria e secundria.
A primria est relacionada a uma resposta inflamatria e ao tumor em si. A
secundria devido depresso, disfagia, m absoro, estomatite, infeces e
entre outros fatores (SO PAULO, 2008).
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Os tratamentos para a anorexia e caquexia englobam vrios fatores clnicos. Para
melhorar o impacto negativo causado pela patologia o autor cita: Educao em
sade, mudanas de hbitos alimentares estimulando a aceitao do paciente,
orientao do paciente e de sua famlia sobre o processo de doena e o que ela
pode ocasionar (ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS, 2009).
So Paulo (2008), afirma que a anorexia e a caquexia acometem 80% dos pacientes
oncolgicos. Sendo que a caquexia est relacionada perda de peso, a fadiga entre
outros sintomas. A anorexia est relacionada perda do apetite e ao processo
inflamatrio relacionado doena.
A fadiga um sintoma impactante que causa transtorno aos pacientes, est
presente em crianas e adolescentes com Cncer. O motivo proveniente de vrios
fatores que podem esta ou no relacionado doena (INSTITUTO NACIONAL DO
CNCER; INSTITUTO RONALD MACDONALD, 2009).
Carpenito-Moyet (2011), a fadiga definida como um estado autorreconhecimento
no qual o indivduo apresenta sensao sustentada e avassaladora de exausto e
reduo da capacidade de esforo fsico e mental que no encontra alvio no
repouso.
A fadiga pode ser ocasionada devido destruio das clulas neoplsicas
decorrente do tratamento (radioterapia e quimioterapia), isso ocorre porque o
organismo gasta muita energia para recompor as clulas que foram destrudas
(ARAUJO; ROSA, 2008).
Uma das principais causas da fadiga est relacionada ao distrbio do sono, dor,
desnutrio, ansiedade, depresso, estresse emocional, falta de condicionamento
fsico e de medicamentos em especial os apiides (UNIDADE DE CUIDADOS
PALIATIVOS, 2009).
A fadiga causa um impacto na criana e no adolescente ocasionando um esforo
fsico e emocional, afetando na reduo da atividade fsica e no seu raciocnio,
sendo que suas caractersticas so: exausto, cansao, falta de energia. (MOTA;
CRUZ; PIMENTA, 2005).
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Segundo Mota, Pimenta (2005), a fadiga est relacionada reduo da capacidade
funcional, astenia, cansao, desgaste, desconforto, sonolncia, sofrimento, reduo
da motivao, capacidade lenta e reduo das atividades dirias.
Uma das condutas a serem aplicadas em paciente oncolgicos que manifestam a
fadiga incentivar ao exerccio fsico, pois atravs dele o paciente tem uma melhora
na capacidade funcional e de qualidade de vida, outra maneira atravs das
tcnicas de relaxamento que vai proporcionar conforto ao paciente. Temos ainda o
tratamento farmacolgico que so utilizados medicamentos como metilfenidato e
corticoide (UNIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS, 2009).
Segundo Araujo e Rosas (2008), para diminuir o impacto da fadiga, o enfermeiro
deve orientar ao paciente sobre os sintomas, relatando que pode ocorrer um
desconforto, e que esse desconforto passageiro, deve instruir o paciente a
importncia da prtica de atividades e ter repouso entre ela.
Uma das reaes adversas impactantes e mais estressantes que incomoda
frequentemente as crianas e adolescentes com cncer so as nuseas e o vmito
(BONASSA, 1992 apud MENOSSI; LIMA, 2000).
O impacto da nusea equivale primeira resposta do vmito, isso porque o
estmago relaxa e ocasiona inibio do cido gstrico, esse perodo o de pr-
ejeo. Na nusea h um aumento da presso abdominal e reduo da presso
intratorcica. No perodo de ejeo o intestino delgado se contrai para o estmago
ocorrendo o reflexo do vmito, isso porque ocorre a contrao do diafragma e da
musculatura abdominal ocorrendo o aumentando da presso torcica e abdominal,
ocasionando assim o vmito pela boca e pelo nariz. Aps ocorrer o vmito se tem o
alivio da nusea (ASSOCIAO BRASILEIRA DE CUIDADOS PALIATIVOS, 2011).
Segundo Araujo e Rosas (2008), a nuseas e o vmitos ocorrem devido a uma
modificao na regio epigstrica. Para se obter o alvio e conforto dessa estrutura
recomendvel que os pacientes oncolgicos prefiram uma alimentao lquida e
pastosa em temperatura ambiente.
As nuseas e o vmito so decorrentes da prpria doena e da sua teraputica
(radioterapia e a quimioterapia), e devido ao uso de medicamentos como os
opioides. Quando esses sintomas no so tratados, podem levar alteraes no
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estado nutricional ocasionando um distrbio hidroeletroltico no paciente
(INSTITUTO NACIONAL DO CNCER; INSTITUTO RONALD MACDONAL, 2009).
Segundo Academia Nacional de Cuidados Paliativos (2009), as nuseas e o vmito
acometem com mais frequncia pacientes oncolgicos, especialmente os que
apresentam neoplasias ginecolgicas, intestinais e gstricas. Esses sintomas se no
tratados, podem levar a sndrome da anorexia e caquexia.
O frmaco utilizado para o alvio da nusea e vmito e a metoclopamida, esse
antiemtico eficaz para se ter uma boa resposta ao sintoma apresentado (SO
PAULO, 2008).
O tratamento oncolgico trs como impacto desconfortante a constipao intestinal
que caracterizada pela distenso abdominal e fezes bastante endurecidas obtidas
pelo esforo de evacuao maior e que se tem a sensao de uma evacuao
incompleta (SO PAULO, 2008).
Segundo Smeltzer e outros (2009), a constipao ocasionada por uma defecao
irregular ou anormal, no qual ocorrer o endurecimento das fezes tornando a sua
eliminao dificultada e dolorosa.
Algumas medicaes podem reduzir a motilidade gastrointestinal, sendo
recomendvel para a criana e o adolescente em tratamento a ingesto de
alimentos ricos em fibra e de ingesto hdrica (INSTITUTO NACIONAL DO
CANCER; INSTITUTO RONALD MACDONALD, 2009).
Smeltzer e outros (2009), relatam que o tratamento da constipao se baseia em
uma reeducao dos hbitos intestinais, em uma educao alimentar, consumir mais
fibras e ingerir mais lquido.
A constipao um impacto que se manifesta devido falta de resduo no clon,
mas sua causa est associada a vrios fatores, como por exemplo, a diminuio da
contratura muscular que auxilia na defecao e obstruo intestinal e a reduo da
sensibilidade do rgo (DANTAS, 2004).
O diagnstico da constipao vai depender muito do relato do paciente.
considerada constipao intestinal evacuaes inferior a trs vezes por semana,
apresentando sintomas como baixa frequncia em evacuar, evacuao incompleta e
fezes endurecidas (LOCKE; PMBERTON; PHILLIPS, 2000 apud DANTAS, 2004).
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A diarreia est relacionada mudana no habito intestinal no qual ocorre a elevao
do peso das fezes, o aumento da frequncia da evacuao e o aumento da
quantidade de liquido (DANTAS, 2004).
Segundo a Unidade de cuidados paliativos (2009), a diarreia e a modificao das
fezes de pastosa a liquida, no qual a um aumento no nmero de evacuaes. Sendo
que as principais causas no paciente oncolgico esto relacionadas aos laxantes,
quimioterapia, radioterapia, antibiticos e ao uso de medicaes.
Segundo Araujo e Rosas (2007), relatam que a diarreia pode ser ocasionada por
uma inflamao intestinal devido s radiaes das cesses de radioterapia. E para
minimizar a diarreia indicado ao paciente o ch de erva doce, que ira amenizar os
flatos e as clicas intestinais.
O tratamento da diarreia consiste em localizar a sua causa para poder ser eliminada.
Quando a diarreia persistente usam-se agentes absorventes que ir reter gua,
formando uma massa gelatinosa dando a consistncia das fezes (MANUAL DE
CUIDADOS PALIATIVOS, 2009).
O enfermeiro e sua equipe devem estar atentos s complicaes intestinais do
paciente. Ele dever avaliar o aspecto e o nmero de vezes que o paciente
apresenta diarreia em um perodo de 24 horas. Comunicar ao mdico caso esteja
persistindo o quadro. Cabe ao enfermeiro avaliar o paciente para que no ocorre
um desidratao (INSTITUTO NACIONAL DO CANCER; INSTITUTO RONALD
MACDONALD, 2009).
A modificao na autoimagem devida alopecia causa grande impacto emocional,
danos na vida do adolescente trazendo angustia. O paciente muitas das vezes
acaba sendo discriminado. A discriminao acaba sendo um fator marcante porque
incomoda no seu dia a dia (MENOSSI; LIMA, 2000).
De acordo com Siqueira, Barbosa e Boemer (2007), a alopecia uma das
manifestaes mais relatadas nos pacientes oncolgicos, pois causa grande impacto
na autoimagem da pessoa. Muitos pacientes se comparam com sua autoimagem
antes da doena e com isso se sente feias, fora do padro de beleza aceito pela
sociedade, o que causa modificaes sociais e psquicas importantes em suas
vidas.
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Segundo oliveira e outros (2010), a queda de cabelo causa um impacto na criana e
no adolescente, pois modifica sua autoimagem causando angustia e dor, sendo que
a alopecia esta relacionado aos efeitos da quimioterapia. Sendo que a quimioterapia
causa efeito txico nas clulas do cabelo ocasionando sua queda.
A queda de cabelo causa um choque enorme no sexo feminino, pois a cabelo
representa um padro de beleza e vaidade para a sociedade. O tratamento
oncolgico causa um impacto emocional e fsico na vida do paciente (VIEIRA et al.,
2012).
Segundo Menossi, Lima (2000), a alopecia um fator mais relatado pelos
adolescentes, sendo que a queda de cabelo est relacionada aos efeitos adversos
causados pela quimioterapia. Com isso o adolescente acaba se sentindo diferente, o
que causa um sentimento de dor, que poder ocasionar um isolamento das pessoas.
As crianas e os adolescentes no inicio do tratamento no aceitam a queda de
cabelo, visto que ocorre uma alterao visual muito grande na imagem, diminuindo a
autoestima, onde ser detectada por outras pessoas e com isto ficam incomodados
com sua aparncia (CIGONA; NASCIMENTO; LIMA, 2010).
Costa, Lima (2002), afirmam que as crianas no manifestam alteraes na
autoimagem porque apresentam uma idade que ainda no sabem diferenciar o que
est acontecendo ao seu redor. O adolescente j tem outra percepo, pois eles
vem nas atitudes das pessoas a curiosidade e o preconceito em relao doena
no qual incomoda bastante. Esse preconceito despertar a curiosidade das pessoas
demonstrando que esses adolescentes esto fora do padro de normalidades que a
sociedade aceita (MENOSSI; LIMA, 2000).
De acordo com Moreira, citado por Versolato (2011), a alopecia corresponde ao
segundo impacto que a doena expressa no paciente, este efeito desagradvel
ocorre devido terapia, onde provocada pela quimioterapia. O primeiro impacto
que a criana sente com o diagnstico da doena.
A queda de cabelo ocorre devido aos frmacos utilizados para destruir clulas do
Cncer. O objetivo do medicamento atacar as clulas doentes que se proliferam
rapidamente, porm as clulas do cabelo tambm se desenvolvem com rapidez,
sendo assim, os medicamentos tambm iro destruir essas clulas, onde ocasionar
a alopecia (VERSOLATO, 2011).
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Um dos relatos mais expressados no tratamento oncolgico e a queda de cabelo
que corresponde 80% dos efeitos colaterais mais citados pelos pacientes. Outros
sintomas tambm so relatados como, dor, nuseas e vmitos, sendo que a
alopecia causa um fator marcante, pois altera a imagem corporal do paciente
(RIBEIRO; CASTRO, 2007).
O cncer provoca varias alteraes na vida das crianas, no qual essas mudanas
podem est associada a modificaes no aspecto psicolgico, porm estudos
relatam que efeitos psicolgicos no tenham uma etiologia clara. Sendo que o
acometimento psicolgico pode est associada perda de energia e a
desmotivao. O dficit neuropsicolgico pode trazer varias consequncias como,
toxicidade no tratamento quimioterpico, diminuio no desenvolvimento escolar,
social e isolamento imposto pela doena (LOPES; CAMARGO; BIANCHI, 2000).
O tratamento das neoplasias traz em si alteraes fsicas para a criana, e os
sintomas apresentados provocam alteraes em sua autoimagem, e receio no que
as outras pessoas iro pensar delas. Essas alteraes fsicas devido ao tratamento
causam como impacto nas crianas reaes como raiva, culpa, ansiedade e
depresso (PEDREIRA; PALANCA apud CARDOSO, 2007).
Segundo Figueiredo (2008), a ansiedade constitui uma reao rpida, inconscientes
e muitas vezes violentas, podendo ser visualizada ou no. Os principais sintomas da
ansiedade so: suor frio agitao, diarria, sensao de aperto no estomago,
taquipnia, taquicardia, agitao psicomotora entres outras manifestao.
A ansiedade caracterizada pelo estado humor desagradvel presenciado por
sentimentos apreenso e medo (GUIMARAES, 2009).
Segundo Vasconcelos, Costa e Barbosa (2008), a ansiedade pode se manifestar de
duas maneiras, normal e patolgica. A ansiedade normal se caracteriza por uma
situao imediata que quando tratada o estgio da ansiedade se reduz e a pessoa
volta ao seu estado normal. A ansiedade patolgica se manifesta de uma forma
persistente e duradoura, ocasionando impacto importante, com danos no dia a dia
da pessoa.
Figueiredo (2008), devido ao impacto da depresso e ansiedade o tratamento
farmacolgico pode ser realizado por duas medidas, no medicamentosa e o
medicamentoso. O tratamento no medicamentoso pode ser realizado atravs da
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massoterapia, cromoterapia, acupuntura e atividades fsicas. A medicamentosa por
drogas.
Segundo o mesmo autor, o tratamento medicamentoso se inicia quando as terapias
no medicamentosas no so eficazes. So iniciadas drogas como
benzodiazepnicos (bromazepam, lorazepam e diazepam) e os neurolticos
(haloperidol).
A depresso e a ansiedade esto pred