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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 12

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................................. 17

2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DA QUALIDADE .......................................................... 17 2.2 CONCEITO DE QUALIDADE ................................................................................................... 18 2.3 PROCESSO ............................................................................................................................ 19 2.4 VARIABILIDADE DE PROCESSO ............................................................................................ 20 2.5 CONTROLE DE PROCESSO ................................................................................................... 22 2.6 INSPEÇÕES, CONTROLE E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE ..................................................... 22 2.7 DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO ........................................................................................... 24 2.8 GRÁFICOS E CARTAS DE CONTROLE .................................................................................. 25 2.9 GRAFICO XBARRA E R ............................................................................................................. 26 2.10 ÍNDICE DE CAPACIDADE ....................................................................................................... 27 2.11 LINHA DE CORTE LONGITUDINAL ......................................................................................... 30 2.12 O PROCESSO DA LCL ............................................................................................................ 31

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ........................................................................................ 33

3.1 ANTES DO ESTUDO ............................................................................................................... 33 3.2 OS OBJETIVOS DURANTE A IMPLANTAÇÃO......................................................................... 33 3.3 A CARACTERISTICA DE CONTROLE X CLIENTE................................................................... 35 3.4 SELEÇÃO E COLETA DE DADOS ........................................................................................... 36 3.5 CONSIDERAÇÕES METODOLOGICAS .................................................................................. 38

4 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................... 39

4.1 A ESCOLHA DO GRÁFICO ...................................................................................................... 39 4.2 MONTAGEM DOS RELATORIOS ............................................................................................ 39 4.3 CARTA DE CONTROLE DO PROCESSO ................................................................................ 40 4.4 RELATÓRIO ESTATISTICO DO PROCESSO .......................................................................... 41 4.5 RELATORIOS CLIENTE 1 ........................................................................................................ 42 4.6 RELATORIOS CLIENTE 2 ........................................................................................................ 44

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ....................................................................... 47

6 REFÊRENCIAS .............................................................................................................................. 49

7 APÊNDICES ................................................................................................................................... 51

CARTA DE CONTROLE PARA AMOSTRAS - CLIENTE 1...........................................................52 CARTA DE CONTROLE PARA AMOSTRAS - CLIENTE 2...........................................................53 RELATORIO TÉCNICO - CLIENTE 1............................................................................................54 RELATORIO TÉCNICO - CLIENTE 2............................................................................................55 PLANO DE AÇÃO..........................................................................................................................56

8 ANEXOS ........................................................................................................................................ 57

PROGRAMAÇÃO DE COLETA DE AMOSTRAS..........................................................................58

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1 INTRODUÇÃO

Quando bobinas de metais necessitam serem cortadas em tiras de largura inferior, com

precisão, temos a necessidade de utilizar a Linha de Corte Longitudinal (LCL). O

controle da precisão desses cortes deve ser monitorado e quando necessário, um plano

de ação devem ser aplicado para retomada do controle da variabilidade dos cortes

efetuados.

A estatística dedica-se ao desenvolvimento e ao uso de métodos para a coleta e a

analise de dados realizando a interpretação substancial e a construção de inferências

neles baseados (César, 2003).

O Controle Estatístico do Processo (CEP) atualmente é a ferramenta mais poderosa

desenvolvida visando o controle da qualidade de processos industriais. Apresentando

simplicidade e grande efetividade nos resultados, o CEP vem sendo utilizado por

empresas que buscam uma posição competitiva no mercado por meio do aumento da

produtividade, confiabilidade e da qualidade de seus produtos (Montgomery, 2001).

Cartas de Controle (CCs) são ferramentas de monitoramento do desempenho de

processos. Sendo uma excelente ferramenta para uso do CEP esta tem como objetivo

detectar desvios de parâmetros representativos do processo, reduzindo a quantidade

de produtos fora da especificação e assim diminuindo o custo da produção. Sua

utilização pressupõe em buscas dinâmicas pelo controle da qualidade pelos produtos

processados.

Segundo Kume (1993), esse procedimento foi proposto, inicialmente, pelo Dr. Walter A.

Shewhart em 1924, como ferramenta para auxiliar na eliminação de variações normais

em processos, pela diferenciação entre as causas comuns e as causas especiais. Os

problemas decorrentes das causas especiais são imprescindíveis em qualquer

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processo, já os problemas decorrentes das causas comuns podem ser identificados.

Sua tendência de agravamento pode ser prevista e ações decorrentes desta analise,

podem ser implementadas de modo a manter as causas dentro de níveis aceitáveis.

Processo é um conjunto de causas que provoca um ou mais efeitos ou qualquer

atividade que recebe uma entrada, agrega-lhe valor e gera uma saída. É exatamente

onde o CEP age, onde o processo agrega valor em um determinado produto (Campos,

1992). Em detrimento do tradicional método dos produtos processados, onde a

inspeção é realizada por pessoas, o CEP valoriza e acompanha o controle do processo.

Figura 01 - Fluxo Tradicional de Processo Fonte: Picchi, 1993 Quando o CEP é utilizado, este intermédia o processo gerenciando e buscando

minimizar a produção de produtos fora da especificação predeterminada.

Figura 02 - Fluxo de processo com utilização do CEP Fonte: Picchi, 1993

O CEP trata-se de um de uma das ferramentas mais utilizadas para controle da

qualidade de produtos manufaturados, sendo que o mesmo deve ser utilizado

Matéria Prima

Processo 01

Processo 02

Inspeção Expedição

Refugo ou Retrabalho

OK

NÃO OK

Matéria Prima CEP

Expedição

Refugo ou Retrabalho

Processo 01

CEP

Processo 02

CEP

NÃO OK

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juntamente com outras ferramentas que buscam estabelecer em um processo a

excelência da qualidade.

Este estudo trata do uso de técnicas para desenvolvimento de Controle Estatístico de

Processos para controle da variação dos cortes realizados longitudinalmente. A LCL

atualmente conta com pessoal capacitado, bem treinado, apto para o serviço e

atualmente todo o processo realizado na LCL segue restrito ao controle da qualidade

voltado para as especificações de tolerâncias solicitadas pelo cliente.

A variabilidade da Linha de Corte longitudinal não é monitorada de forma a manter o

controle de qualidade das tiras cortadas longitudinalmente. Mas, qual a melhor forma de

manter o controle do desempenho da qualidade dos materiais processados?

Cartas de Controle estatístico são utilizadas para monitorar o desempenho de

processos industriais, mais como aplicar as CCs de forma simples e eficaz em uma LCL

utilizando resultados processo realizado?

Segundo Montgomery, a qualidade pode ser definida como um conjunto de atributos

que tornam um bem ou serviço plenamente adequado ao uso para o qual foi concebido.

O cenário competitivo exige a melhoria dos processos. Isso implica em redução de

variabilidade fazendo necessária a busca continua de melhorias no processo.

A LCL conta com bons equipamentos de controle administrativos que torna o processo

capaz de usufruir de bons recursos para auxilio a produção. Mas a idéia de produzir de

forma a manter uma estabilidade da qualidade voltada para resultado em excelência

ainda é algo não visado pela linha.

Hoje a LCL é o principal fornecedor de tiras cortadas longitudinalmente para produção

de embalagens para uma grande empresa nacional do setor de manufatura em aços

conhecida pela busca constante da qualidade na produção de seus produtos. Além de

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produzir insumos para diversos tipos de embalagens de bobinas de aço também realiza

o papel de cortar bobina em forma de tiras para importantes clientes.

Todo processo é constituído de variáveis incontroláveis ou desconhecidas, vista que

para a busca continua pela excelência em qualidade se faz necessário monitorar o

processo e identificar a sua variabilidade. Propõe-se utilizar o CEP para quantificação

da influência das variáveis incontroláveis no processo e permitir quando buscar ou atuar

para reduzir essas variáveis.

O objetivo principal foi monitorar com base em amostras a variação das tiras cortadas

longitudinalmente através das CCs, identificar desvios representativos de parâmetros

do processo, analisar a localização dos cortes entre as tolerâncias e assim avaliar a

necessidade de se estabelecer um plano de ação para reduzir a variabilidade do

processo ou centralizá-lo em torno da media.

Após esse estudo era esperado que o CEP aplicado através das CCs viesse aprofundar

significamente pontos de vista encobertos do processo e que as variáveis controláveis

passam a ser baseadas em fatos eliminando fatores importantes atualmente

centralizados na experiência do funcionário assim mudando a visão de produção

qualitativa dos envolvidos, além de estimular positivamente a busca de novos métodos

e formas de reduzir a variabilidade do processo.

O estudo foi desenvolvido no modo que busca as descrições de características,

coletando informações geradas pelo fenômeno, analisando as relações entre as

variáveis do processo e agindo sempre que necessário, sendo uma pesquisa-ação no

campo designado como descritiva.

As etapas apresentadas foram realizadas de modo a manter o estudo baseado em

critérios aptos a desenvolver uma pesquisa voltada para pré analise de dados já

existentes e então utilizando características já designadas em potencial para influência

no produto final.

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O campo para coleta das amostras foi realizado na empresa EMBASIL Embalagens

Siderúrgicas Ltda situada na Avenida das Indústrias Auxiliares, 500, bairro Bom Retiro

Norte que contém a linha de corte longitudinal, esta operante e com bons recursos para

medição como paquímetros, trenas calibradas e vistoriadas regularmente, além de

contar com profissionais com experiência, bem treinados e aptos a realizar as coletas

necessárias para o estudo.

As coletas de dados foram realizadas obedecendo a um critério de decisões onde o

objetivo é determinar aproximadamente a média do processo e o desvio padrão

apresentado, sendo amostras no inicio, meio e fim do processo com uma mesma

montagem de ferramental aplicada ao processo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capitulo visa abortar os conceitos teóricos necessários para a aplicação das

ferramentas de controle estatístico do processo e o ponto de vista da qualidade no meio

produtivo, sua evolução histórica, conceitos, definições e políticas.

2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DA QUALIDADE

Qualidade sempre foi parte integrante de praticamente todos os produtos e serviços. No

entanto, a conscientização de sua importância e a introdução de métodos formais para

o controle e melhoria da qualidade tem tido um desenvolvimento evolutivo

(Montgomery, 2001). Diversas abordagens são realizadas a respeito da evolução,

destas segue na figura 1 abordagem realizada por Picchi.

Figura 03 - Evolução da Gestão da Qualidade Fonte: Picchi (1993, p.52)

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A história da gestão da qualidade tem seu inicio através de Frederick W. Taylor, este

teve seus princípios no “Gerenciamento Cientifico”. Sua base era dividir o processo em

unidades menores, tornando o trabalho mais fácil de realizar.

No final da década de 1920 foram realizados estudos por Harold F. Dodge e Harry G.

Romig, este desenvolveram através de base estatística amostragem como alternativa a

100% de inspeção.

Mas foi a partir da Segunda Guerra Mundial palco do grande desenvolvimento da

produção em grandes quantidades que os nomes como Shewart e Dodge surgiram com

o desenvolvimento do controle estatístico do processo.

2.2 CONCEITO DE QUALIDADE

Em qualquer área do conhecimento o conceito do objeto em estudo é fundamental,

quando se volta para qualidade não é diferente. Mas, definir ou conceituar qualidade

não é tarefa fácil, pois envolve múltiplos aspectos.

No entanto alguns são definidos por muitos como: "Qualidade é adequação ao uso,

esta pode ser dividida em: Características de produto que atendem necessidades de

clientes e ausência de deficiências” (JURAN, 1993, p. 17).

Juran ainda adiciona sobre o conceito de Qualidade, diz ainda que “Cliente é qualquer

um que recebe e é afetado pelo produto ou processo”. Sendo este cliente o utilizador

deste produto, a forma e utilização direta do produto não deve apresentar insatisfação.

Já Paladini (1997, p. 18), considerando que a adequação ao uso é meta da qualidade,

propõe nova estrutura na empresa. Nela se verificam três ambientes básicos da

Qualidade: In-line que é o conjunto de elementos voltados para o processo de

fabricação. O ambiente off-line é aquele que está na empresa, afeta a linha de

produção indiretamente e que pode ou não estar ativado. E por fim on-line que seria o

ambiente que trata das relações da empresa com o mercado.

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Uma boa definição é a de Campos (1992, p.12) onde “um produto ou serviço de

qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível,

de forma segura e no tempo certo as necessidades do Cliente".

O conceito de qualidade é definido idealizando o processo e sua utilização final

agregando valor de forma esperada pelo utilizador de acordo com suas variáveis de

qualidade, sendo conformidade de especificações de um produto ou serviço, tempo de

entrega, estética, desempenho, durabilidade e confiabilidade dentre outros. Levando

em conta sua qualidade de projeto e ajuste para busca constante de seu

aperfeiçoamento.

2.3 PROCESSO

O conceito de processo é abrangente e diversas definições existem, ele tem aplicação

em todas as atividades humanas. Trata-se de um conceito universal de ampla

aplicação. Alguns autores definem-no de forma a destacar alguns aspectos, por

exemplo: “Processo é qualquer passo ou conjunto de passos que estão envolvidos na

conversão ou transformação de insumos em resultados”. (Davis, 2001,p. 61).

O processo torna-se, contudo um conjunto de atividades a serem executadas com certo

objetivo, seguindo uma seqüência de passos, tarefas e atividades na formação,

preparação e tratamento ou melhoria de materiais em suas características físicas ou

químicas, resultando na sua transformação.

Já Harrington (1993, p.1) identifica o conceito afirmando que “Processo é qualquer

atividade que recebe um input e gera um output para cliente interno ou externo”. Nota-

se aí claramente a preocupação com o cliente, este visto como utilizador do produto do

processo. Juran (1995, p. 197) define que: ‘‘Processo é uma série sistemática de ações

direcionadas para a consecução de uma meta”, aqui a questão está ligada a uma meta

pré-estabelecida”.

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Controlar um processo significa atuar sobre ele, ou sobre as condições a que o

processo está sujeito, de modo a atingir algum objetivo. Desejamos sempre que

possível manter o processo próximo de um determinado estado estacionário, mesmo

que efeitos externos tentem desviá-lo desta condição, este estado estacionário pode ter

sido escolhido por atender melhor aos requisitos de qualidade e segurança do

processo.

Para Campos (1992, p. 17) Processo é um conjunto de causas que provoca um ou mais

efeitos. Este autor coloca o conceito em termos de causas e efeito, por fim Delaretti

Filho e Drumond (1994, p. 11) definem Processo como sendo “um conjunto de causas

tendo como objetivo produzir um efeito específico, denominado produto do processo”.

O conceito pode ser estendido para uma gama infinita de situações. É tão amplo o que

pode ser usado até nas ciências sociais como, por exemplo, na área do Direito, também

aí é entendido como sendo “um conjunto de causas que tem com o objetivo produzir um

determinado efeito, o qual é denominado produto do processo”, segundo a definição de

Werkema (1995, p.16)

Em uma fábrica, por exemplo, podemos representar um sistema com variáveis de

entrada que ao longo do processo produtivo são denominados como produtos semi-

acabados e no final como variável de saída em produtos acabados.

2.4 VARIABILIDADE DE PROCESSO

Todos os processos apresentam variabilidade, ou seja, as características de um

produto apresentam variações inevitáveis, devido a variações sofridas pelos fatores que

compõem um processo produtivo. Antes de qualquer dúvida é sempre bom lembrar que

haverá a variabilidades presente nos produtos, por isso é necessário que estas

variabilidades sejam sempre controladas.

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Variabilidade nos traz como modo teórico o resultado de alterações nas condições

sobre observações que foram tomadas, portanto estas alterações refletem entre as

matérias-primas, métodos implantados de trabalho e nossas condições com os

equipamentos.

Kume cita que:

“Se nenhuma destas variações existisse, todos os produtos seriam idênticos

e não haveria nenhuma variação na qualidade, tal como a ocorrência de

defeituosos e não defeituosos.”

Um produto depois de passar pelo processo de fabricação e suas características de

qualidade não forem satisfeitas este produto será considerado defeituoso e será

perfeito se este passar por todo processo e no final não haver alguma restrições que

possa dar não conformidade no produto. Mas mesmos os produtos considerados

perfeitos apresentam pequenas variações dentro dos seus limites de especificação.

Contudo a variabilidade não há como ser eliminada, pois isso faz parte do processo de

fabricação do produto, ela pode ser sim detectada, conhecida e logo após controlada.

A variação nos efeitos pode ocorrer devido a dois tipos de causas:

-Causas comuns, aleatórias ou naturais.

-Causas especiais ou assinaláveis.

A variação nos efeitos por causas comuns ou variação natural do processo é inerente a

ele, é a resultante da soma de um grande número de pequenas variações nas suas

causas. Isto significa que a “quantidade de variabilidade se mantém numa faixa estável,

conhecida como faixa característica ou faixa padrão do processo” (WERKEMA, 1995).

Causas especiais de variação não fazem parte do processo o tempo todo, acontece

ocasionalmente, elas surgem devido a uma especificidade no processo e levam a

resultados estranhos ao esperado cuja variabilidade é geralmente grande quando

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comparada à inerente ao processo. “Quando se está operando com causas especiais

de variação, diz-se que o processo está fora do controle estatístico” (DELARETTI e

DRUMOND, 1994).

2.5 CONTROLE DE PROCESSO

Controle de Processo é uma técnica utilizada para controlar as variáveis num processo

produtivo onde geralmente são controladas através dos seus efeitos na produção para

que se tenha um bom desempenho econômico dos processos da indústria.

Controle de Processo antes de qualquer plano de ação é saber localizar primeiro onde

está o problema, analisá-lo, sistematizar e implantar itens de controle de forma que

esse problema seja controlado e não apareça mais.

A utilização do método de controle de processos é utilizada nas empresas que

produzem um produto, onde a um rígido controle nos processos envolvidos como na

produção industrial.

Quando surge um imprevisto como um problema na produção torna-se o resultado

indesejável no processo. Mas para podermos controlar esta situação de um bom

gerenciamento devemos antes de tudo localizar o problema e depois a resolvê-lo.

Quando citamos que os controles devem ser rígidos numa linha de produção é por que

quando acontecem falhas no processo podemos esperar que haja perda na

produtividade como, por exemplo, prejuízo de matéria - prima, insumos, produtos em

elaboração ou até como perdas de vidas humanas.

2.6 INSPEÇÕES, CONTROLE E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE

A inspeção é uma analise da conformidade de um produto, serviço ou dados coletados,

determinado amostra, onde se é possível analisar e verificar um processo.

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A Inspeção por Amostragem pode ser realizada de duas formas, sendo por atributos

onde o produto é considerado bom ou defeituoso, ou por variáveis, nesta o produto é

avaliado através de uma escala de medida.

A Figura 1.5a, a operação de inspeção é feita imediatamente após a produção, isto é,

antes do embarque do produto para o cliente, usualmente chamado de inspeção de

saída. Já na Figura 1.5b ilustra um processo chamado de inspeção de entrada, neste a

inspeção ou amostra do produto é realizada assim que são recebidos do fornecedor.

Decisões de destino de produtos estão ilustradas na Figura 1.5c, onde amostras

retiradas de lotes ou o próprio produto é aceito ou rejeitado na inspeção.

Figura 04 – Tipos de Inspeções Fonte: Montgomery (2001) - Variações da amostragem de aceitação A inspeção por amostra pode ser realizada em qualquer ponto de um processo, sendo

um fator importante para medir e controlar a qualidade. Pois se acontece uma coleta de

dados em vários estágios de um processo produtivo, os custos de refugo ou retrabalho

poderão ser reduzidos, já que os problemas poderão ser identificados e corrigidos antes

do final do processo.

Para controle da qualidade quando voltada para processo são muitas as formas e

controles usados por diversas empresas, mas para o estudo em questão temos

algumas ferramentas as quais fazem parte do controle estatístico da qualidade e são

ferramentas fundamentais para sucesso na resolução de problemas útil na obtenção da

estabilidade e na melhoria da qualidade de processo. Estes são listados a seguir:

Processo Inspeção Cliente Embarque

(a) Inspeção na saída

Processo Inspeção Cliente Embarque

(b) Inspeção na recepção/entrada

Processo Inspeção Cliente Embarque

(a) Inspeção na saída

Aceita

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1. Apresentação em histogramas ou ramo e folhas

2. Folha de controle

3. Gráfico de Pareto

4. Diagrama de causa e efeito

5. Diagrama de concentração de defeito

6. Diagrama de dispersão

7. Gráfico de Controle

Estes devem ser utilizados sempre que necessário para controle de causas especiais

às quais implicam em um processo fora de controle.

Montgomery cita que:

“As sete principais ferramentas de resolução de problemas de CEP

deveriam ser amplamente ensinadas para toda organização e usadas

rotineiramente para identificar oportunidades de melhoria e para ajudar

na redução da variabilidade e na eliminação de perdas.”

Não menos importante do que os dois métodos anteriormente citados é a avaliação da

qualidade, este é a avaliação do desempenho do processo esta implica na identificação

das informações, validando fatos ao processo.

A avaliação da qualidade deve ser analisada criticamente diante das condições, metas

e padrões preestabelecidos. É imprescindível que as tomadas de decisões sejam

realizadas de maneira inteligente e racional de modo que quando necessário se faça

mudanças lógicas no processo para que o lote final ou os próximos sofram os ajustes

necessários.

2.7 DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO É uma das ferramentas básicas do CEP muito utilizado para apresentar relação

existente entre um efeito e seus fatores isto é, suas causas. Utilizado freqüentemente

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para busca é identificação de um problema e suas possíveis causas atuando como guia

para identificar a causa principal.

Figura 05 – Diagrama de Causa e Efeito de um Processo Fonte: Adaptado de Werkema (1995, p.17)

Como mostrado na figura acima, é verificado afluência dos vários fatores tais como

máquinas, matéria prima e a mão de obra, condições ambientais, pessoas, isto é um

conjunto de fatores vitais constituintes de um processo.

Essa ferramenta é normalmente chamada de Gráfico Espinha de Peixe ou Diagrama de

Ishikawa em homenagem ao seu criador.

2.8 GRÁFICOS E CARTAS DE CONTROLE

São ferramentas que mostram características de controle de qualidade e sua variação.

Estes utilizam como dados de entrada medições de entrada que influênciam na

qualidade dos itens manufaturados. Um gráfico de controle típico apresenta 3 linhas

paralelas, sendo que a linha central é o valor médio do característico de qualidade

denominada Linha Média (LM), o Limite Superior de Controle (LSC), e o Limite Inferior

de Controle (LIC), mostrados no gráfico abaixo:

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Gráfico de Controle

458,5

459

459,5

460

460,5

461

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Gráfico 01 – Exemplo de Gráfico de Controle Típico Fonte: Pesquisa de Campo

Esse tipo de gráfico tem a particularidade de observar um processo e seu

comportamento.

2.9 GRAFICO Xbarra E R

Os gráficos de controle Xbarra e R são amplamente utilizados para monitorar a média e

a variabilidade das variáveis. Uma medida única de uma característica da qualidade tal

como dimensão, peso ou volume.

Ao lidarmos com uma característica da qualidade que é uma variável, é necessário

monitorar tanto o valor médio da característica da qualidade como a sua variabilidade.

Os gráficos Xbarra e R estão entre as mais importantes e úteis técnicas de controle e

monitoramento de processos. Pois é importante manter o controle tanto sobre a média

quanto sobre a variabilidade do processo. (Montgomery, 2001).

O gráfico Xbarra é utilizado com o objetivo de controlar a média do processo, isto é, à

medida que as amostra são coletadas este gráfico tem a função de determinar se a

média entre as amostras estão ou não dentro do controle do processo. Os limites de

controle para X são determinados pela seguinte formula:

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Para o Gráfico R é empregado para o controle da variabilidade do processo, assim

como o gráfico X, este tem a função de determinar se as amostras estão dentro dos

limites estabelecidos do processo. Para R, é verificada a amplitude entre as amostras,

subtrai-se o maior valor com o menor valor de N. Sendo utilizado as seguintes formulas

para determinação dos seus limites de controle.

O gráfico Xbarra e R são ideais para processos que constituem amostras de pequeno

tamanho, N = 2 a 5. Apresenta uma alta sensibilidade de controle para variabilidade

entre as amostras, sendo um dos principais gráficos para processos com poucas

amostras. Este apresenta uma forma simples e ágil tanto para controle de processo

quanto a sua implementação em linha que não necessitam de controles avançados

para o uso do CEP.

2.10 ÍNDICE DE CAPACIDADE

Os índices de capacidade de processo (ICP) são parâmetros adimensionais que

indiretamente medem o quanto o processo consegue atender às especificações

Carpinetti et al. (2005). Como pressuposto para o calculo do ICP o processo deve estar

dentro de controle estatístico e apresentar um distribuição normal. Segue um exemplo

de uma distribuição normal no Gráfico 02.

A avaliação dos índices de capacidade deve ser amplamente estudada já que o não

cumprimento de seus pressupostos pode levar a uma avaliação errada do processo e

sua capacidade de produzir itens dentro das especificações.

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Gráfico 02– Limites 3σ de uma Curva de Distribuição Normal Fonte: Ramos (2003)

A importância de se obter uma curva de distribuição normal está no fato de se poder

prever qual a probabilidade dos dados coletados estarem dentro de uma classe de

freqüência, usando para isso o seu centro e sua distribuição dada pelo desvio padrão.

No caso o Gráfico 02 indica como média µ e desvio padrão σ. A probabilidade de se

obter valores para cada intervalo corresponde ao mínimo de desvios padrão em relação

à média, por exemplo, a probabilidade de ocorrerem valores dentro de um desvio

padrão é de 68,26%, para dois desvios padrão é de 95,46% e para 3 é de 99,76%.

O índice de capacidade do processo quando centralizado é determinado por Cp,

determinado pela seguinte equação Cp = LSE – LIE / 6σ, onde σ pode ser estimado por

S, Sbarra/C4 ou Rbarra/d2. No quadro a seguir segue uma classificação do processo

levando em conta o índice Cp.

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TABELA 1 – Classificação do Índice Cp

Fonte: Werkema (1995, p.280)

Como apresentado pela figura acima o índice Cp é utilizado para avaliar processo que

se encontram centrado dentro dos limites de especificação. Se o processo não estiver

centrado, deve ser utilizado o índice Cpk, já que ele leva em consideração o valor da

média do processo, apresentado pela equação:

Cpk leva é calculado em relação ao limite de especificação mais próximo da média do

processo, quando a média do processo coincide com o valor nominal da especificação

teremos Cpk = Cp.

O índice Cpk pode ser interpretado para medir a capacidade real ou capacidade efetiva

do processo e Cp para medir a capacidade efetiva. O quadro a seguir mostra as

possíveis interpretações do índice Cpk.

Cpk = Min LSE - µ , µ - LIE

3σ 3σ

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Tabela 2 – Interpretação do Índice Cpk

Cpk INTERPRETAÇÃO AÇÕES PERTINENTES

RELAÇÃO DO VALOR NOMINAL E A LINHA

CENTRAL DO PROCESSO

Cpk >= 2,0 PROCESSO EXCELENTE

Altamente confiável

Os operadores têm perfeito controle do

processo

Se Cp = Cpk Processo centrado

1,33 <= Cpk <= 2,0 PROCESSO CAPAZ Relativamente Confiável

Os operadores têm que monitorar para evitar deterioração

Se Cp ≠ Cpk Processo está fora do alvo

1,00 <= Cpk < 1,3

PROCESSO RELATIVAMENTE

INCAPAZ Pouco Confiável

Exige dos operadores controle

continuo

Cpk < Cp Processo está fora do alvo, mas esta dentro dos

limites de especificação

0< Cpk < 1 PROCESSO INCAPAZ Podemos ter produção

defeituosa Exige dos

operadores controle de 100% da

produção

Cpk < Cp A linha central do processo está dentro ou

coincidindo com um dos Lim. de Especificação(podemos ter

50% de produção acima ou abaixo dos Lim. de

especificação)

Cpk < 0

PROCESSO TOTALMENTE

INCAPAZ Não tem condições de

manter as especificações

Cpk < Cp => A linha central do processo está fora dos Limites de Especificação, se Cpk <-1 => toda a produção está fora dos Limites de Especificação

Fonte: Adaptado de Vieira (1999)

2.11 LINHA DE CORTE LONGITUDINAL

A linha de corte teve inicio de seu trabalho em 2000 tendo como meta atender apenas

dois clientes internos, a linha de fabricação de cantoneiras corrugadas e a linha de

produção de perfis, estes até hoje é responsável pelo consumo de 40% dos cortes

realizados na LCL. Com o tempo, novas formas para realização do trabalho foram

surgindo aumentando a produtividade e fazendo com que a linha apresenta-se uma

grande ociosidade.

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Diante da oportunidade para a realização de outros tipos de cortes, alguns clientes

externos surgiram com intuito de avaliar a linha. Os cortes geralmente eram com menos

tiras, porém com uma tolerância de corte menor que a apresentada pelos clientes

internos.

2.12 O PROCESSO DA LCL A linha de corte longitudinal é hoje conhecida pelo meio mais pratico para a realização

de cortes longitudinais, pois além de proporcionar qualidade e flexibilidade, é o meio

mais ágil de corte. Segue descritas as etapas do processo.

A Linha Corte Longitudinal possui um berço onde se acomoda as bobinas. Através do

carro de Alimentação com capacidade de 20 toneladas, conduz a bobina até o mandril

do Desenrolador, como segue a figura abaixo, posicionando e centralizando a bobina

em relação às tesouras rotativas.

Figura 06 – Desenrolador Fonte: Produsa Industrial Ltda.(2007)

Após a bobina posicionada e centralizada em relação à tesoura rotativa, esta passa

pela unidade de alimentação, onde é medida pelo inspetor. E em seguida é

automaticamente prensada e aparada as pontas. Logo após, a bobina dessa vez em

forma de chapa é conduzida para as tesouras rotativas conforme figura abaixo.

Page 22: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

32

Figura 07– Tesouras Rotativas Fonte: Produsa Industrial Ltda.(2007) A tesoura rotativa é o principal instrumento da LCL, sua montagem é pré-programada e

deve ser realizada a risca para que o processo de corte aconteça dentro do limites

estabelecido pelo cliente.

Após a chapa ser cortada dentro das dimensões solicitadas pelo cliente, esta já cortada

longitudinalmente, é guiada através de rolos separadores até o enrolador, conforme

figura abaixo, onde são amarradas e vão para a área de embalagem onde são

embaladas de acordo como o procedimento fornecido pela cliente.

Figura 08 – Enrolador Fonte: Produsa Industrial Ltda.(2007)

Page 23: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

33

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Este capitulo visa abordar a situação encontrada no setor antes do estudo, os critérios

utilizados para implantação do CEP na LCL e a forma de coleta dos dados para

aplicação.

3.1 ANTES DO ESTUDO

De acordo com a analise realizada no inicio do estudo juntamente com os operadores

da linha de corte, nenhum estudo era realizado para controle e avaliação dos cortes

realizados. O objetivo principal era a realização do corte dentro da tolerância solicitada

pelo cliente.

A LCL, como descrito na introdução do trabalho, tem boas formas de controles

administrativos do processo, mais nenhuma forma eficaz de controle do processo

referente à variabilidade. Sendo gerado apenas um controle voltado para a qualidade,

este feito manualmente pelo inspetor de qualidade da linha. Tal relatório se encontra na

parte de anexo deste estudo. Sendo que neste nenhum fato foi registrado até então de

cortes realizados fora da especificação almejada.

3.2 OS OBJETIVOS DURANTE A IMPLANTAÇÃO

Existem várias abordagens para a utilização das ferramentas básicas do CEP, no caso

deste trabalho optou-se por fazê-la de uma forma simples e objetiva com as

particularidades da organização e da própria atividade que é exercida na LCL.

A figura abaixo apresenta esquematicamente o objetivo da metodologia proposta para a

implantação do CEP e seu posterior desenvolvimento e o conseqüente controle de toda

a variabilidade do processo.

Page 24: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

34

Figura 09 – Apresentação Geral da Proposta Fonte: Pesquisa de Campo A figura acima busca deixar claro os passos que deverão ser seguidos na implantação.

A etapa um, foi desenvolvida e apresentada no capitulo anterior no tópico 2.12 e onde

foi apresentado um breve histórico da linha e a forma de como é realizado o processo,

a 2ª etapa visa identificar a variável a ser controlada pelo CEP. em seguida na 3ª foram

escolhidos os clientes que apresentavam maior potencial para o estudo seguindo pela

coleta e montagem dos gráficos para esses clientes.

Por fim foi apresentado como se encontrava o processo estatisticamente e sua

capacidade atual, em seguida foi sugerido como e por onde melhorar o processo e a

forma que deveria ser seguida a apresentação e controle dos outros tipos de cortes.

A implantação do CEP teve como objetivo atingir um nível de qualidade bem definido de

forma que os dados obtidos possam apresentar duas formas de analise, uma com

Analise das características e formas

de produção

Identificação e escolha da variável a ser

controlada

Identificação e escolha dos clientes mais

relevantes

Coletar e aplicar os dados nos gráficos de

controle

Analisar os resultados

Sugerir melhorias

Page 25: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

35

extrema clareza e simplicidade e outra de forma que possa apresentar determinados

dados técnicos para futuros estudos referentes às causas da variabilidade da linha.

O processo de implantação buscou a participação e desenvolvimento dos funcionários,

pois o desempenho do CEP depende do envolvimento da força de trabalho para haja

respostas rápidas e flexíveis diante de anomalias no processo, além do entendimento

da necessidade da constante busca pala prevenção de problemas. Concentrando

ações de melhoria continua e correção nos primeiros estágios dos processos.

3.3 A CARACTERISTICA DE CONTROLE X CLIENTE

Com base em analise realizada na LCL e por argumentos de seus operadores, a

característica que mais se encaixa para monitorização e controle é a largura em que as

bobinas são cortadas, esta característica sofre diversas influências das variáveis do

processo algumas controladas e outras ainda desconhecidas no processo. Sendo as

seguintes variáveis controláveis ou conhecidas do processo: A centralização da bobina

no desenrolador na linha de corte, a folga entre as tesouras rotativas, inferior e superior,

o estado físico em que as tesouras rotativas se encontram e a perfeição da montagem

e lubrificação do ferramental.

Hoje a LCL produz 60% dos cortes com destino a clientes externos totalizando em

média 1152 toneladas processadas por mês para estes clientes, onde alguns têm

apertadas tolerâncias em suas larguras de cortes como -0,00 e +0,50, esta é uma

tolerância que geralmente apresenta um certa dificuldade, necessitando o uso de

paquímetro digital para aferição de todas as tiras, além de muita atenção do inspetor de

qualidade.

Com base nas afirmações acima apresentadas e como o estudo se trata de uma

implantação do CEP para garantir uma sustentação real e com resultados mais

imediatos deu-se inicio para controle do cliente que apresentavam maior dificuldade de

realização, sendo o com a tolerância citada acima de -0,00 e +0,50 e durante a

aplicação do estudo este será denominado “Cliente 1”.

Page 26: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

36

Como o estudo se trata de um projeto real solicitado pela gerencia da empresa, para

este foi determinado prazos para realização das etapas e acompanhado pela gerência

da empresa.

Com isso um segundo cliente foi determinado no estudo para implantação, este

apresenta uma tolerância mais larga sendo de -0,00 e +3,00 mais possui uma grande

demanda de solicitações pelo cliente. Esta demanda foi de grande importância para o

estudo, pois as coletas para montagens dos gráficos de controle e o preenchimento das

cartas de controle descritas no item 4.4 no capitulo 4, apresentariam um maior

desempenho para construção e aplicação. Durante o estudo este cliente será

denominado “Cliente 2”.

Sendo assim este estudo apresenta dois clientes em questão, um determinado pela sua

potencialidade de aplicação do CEP por apresentar tolerâncias de corte muito curta e

outra por apresentar maior facilidade para coleta dos dados e aplicação do estudo

através das cartas de controle.

3.4 SELEÇÃO E COLETA DE DADOS

Para fins de estudo vários arquivos foram analisados na linha de corte para busca de

possíveis formas de estimar resultados para construção dos limites de controle, mais ao

avaliar os dados encontrados no setor administrativo da LCL estes apresentavam

sempre arredondados, não dando sustentabilidade aos dados para delimitação dos

limites.

Com base na afirmação acima foi realizada várias coletas durante o estudo,

apresentadas na figura 10 logo abaixo com suas respectivas datas. As coletas foram

retiradas pelo inspetor de qualidade da linha de corte com a utilização de paquímetro

digital para que possa apresentar maior confiabilidade das amostras aferidas.

Page 27: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

37

Figura 10 – Coletas Amostrais Fonte: Pesquisa de Campo

Para seleção de algumas amostras etiquetas com numeração, como mostra a figura

abaixo, foram confeccionadas para que mesmo diante da ausência de paquímetro

digital no momento do corte amostras poderiam ser separadas e aferidas

posteriormente pelo inspetor.

Figura 11 – Etiquetas para controle de coletas amostrais Fonte: Pesquisa de Campo Para identificação e controle de quais amostras devem ser retiradas, o programador de

produção identifica com a palavra “AMOSTRA”, no campo de observações como

demonstra o exemplo de programação de produção disposta no anexo 01.

AMOSTRA SLT

01

0,99 x 460

AMOSTRA SLT

01

0,99 x 460

AMOSTRA SLT

01

0,99 x 460

AMOSTRA SLT

02

0,99 x 460

AMOSTRA SLT

02

0,99 x 460

AMOSTRA SLT

02

0,99 x 460

Page 28: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

38

Ressaltando que como já dito na introdução deste estudo, as amostras são retiradas no

inicio, meio e final de cada lote com um mesmo ferramental processado no dia. O

objetivo é obter informação de como anda o processo, é recolhido amostras de 30% do

lote processado. 3.5 CONSIDERAÇÕES METODOLOGICAS

A proposta tem a característica de um estudo de caso. Este foi indicado a forma geral

do trabalho e em seguida feito como um roteiro de atividades para aplicação do CEP,

através do seu uso foi atingido os objetivos propostos pelo estudo.

O próximo capítulo descreve a finalização da seqüência de atividades propostas, o seu

detalhamento e os resultados da apresentação de modo em geral em forma de relatório

dos dois clientes escolhidos.

Esta metodologia poderá facilmente ser empregada em outras empresas que possuem

uma LCL, pois uso das ferramentas básicas é de fácil implantação e não necessita de

grandes mudanças nas rotinas de trabalho.

Page 29: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

39

4 DESENVOLVIMENTO

A seguir são descritos todos os passos para montagem do relatório técnico e as cartas

de controle, analisando como o processo se encontra estatisticamente e será

apresentado também a analise dos resultados atingidos e quais são os pontos de

possíveis melhorias do processo.

4.1 A ESCOLHA DO GRÁFICO Para aplicação do CEP foram estudos vários tipos de gráficos de controle, já que é de

extrema importância a escolha do gráfico. Ele é definido de acordo com as

características que se compõe o processo juntamente com a forma e quantidade de

amostras que serão coletadas.

O gráfico de controle definido para o estudo foi o Xbarra e R pelo fato de apresentar

grande sensibilidade diante de variações no processo, tendo o gráfico R para controle

especificamente da variação entre a maior e a menor amostra, denominado amplitude.

A escolha do gráfico se deu também ao fato da forma de coleta das amostras para

realização do estudo e a coleta das amostras serem de tamanho 2 ou 3 na maioria dos

casos dos clientes externos da linha de produção.

4.2 MONTAGEM DOS RELATORIOS

O objetivo da criação de relatórios se deu pelo fato de que a linha não contia dados

substanciais para controle ou estudo do processo. Sendo assim foram realizados dois

tipos de relatórios. Onde o primeiro foi denominado Cartas de Controle do Processo,

apresentadas no apêndice deste estudo. Este é realizado pelo próprio operador no

momento exato da coleta dos dados de acordo com uma programação já

Page 30: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

40

preestabelecida e o segundo é realizado pelo programador da linha com base na

analise dos dados dispostos nas Cartas de Controle pelo inspetor da linha, este é mais

técnico realizado através do computador.

Os relatórios serão realizados de acordo com a necessidade de cortes solicitados pelo

cliente buscando apresentar a variação do processo com relação à determinada Ordem

de Venda (OV) enviada pelo cliente.

4.3 CARTA DE CONTROLE DO PROCESSO As Cartas de Controle conforme citada acima é gerada pelo operário da linha, realizada

de acordo com o aferimento das amostras. As Cartas de Controle dos clientes

escolhidos para o estudo se encontram no apêndice deste estudo.

A principio a base de cabeçalho foi expressa com o objetivo de identificar todos os

dados do cliente, suas dimensões nominais, tolerâncias de corte, ferramental utilizado,

e OV. Em seguida é expresso de forma simples a identificação da bobina, número de

ferramental usado, e os valores aferidos.

Para controle, é de extrema importância a inclusão neste cabeçalho quando e quantos

ferramentais foram usados, pois quando temos uma modificação de ferramental e

depois voltado novamente para o ferramental de mesma dimensão podemos ter uma

significativa mudança de variabilidade e talvez média do processo devido à lubrificação

realizada no ferramental.

Os limites são estabelecidos de acordo com o último relatório técnico realizado, para

controle de processo para este corte e tolerância. Com base nesses limites os valores

são manuscritos nos gráficos para que o operador tenha uma base para plotar os dados

aferidos nas amostras.

Page 31: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

41

Os limites preestabelecidos são os limites de controle do processo, sendo que caso

uma amostra ultrapasse esses limites ou se encaixe nas predeterminações de

identificação de processo fora de controle é aberto um Plano de Ação, que se encontra

no apêndice, deste estudo, para analise e verificação da causa. O Plano de Ação foi

feito utilizando o diagrama de Ishikawa, sendo que foram seqüenciadas as possíveis

causas, das mais comuns para as menos comuns de acordo com os operadores da

linha.

4.4 RELATÓRIO ESTATISTICO DO PROCESSO Afim de manter o padrão de qualidade da empresa foi realizado um relatório com base

técnica de dados com referência ao processo estatístico da LCL. Além de armazenar

dados para futuros estudos.

O Relatório Estatístico do Processo visa adotar um padrão de referencia para analise

de como anda o processo estatisticamente, apresentando dados da variação do

processo e o controle do processo através dos gráficos de controle Xbarra e R. Os

Relatórios Estatísticos dos dois clientes do estudo se encontram no apêndice desse

estudo.

A principio o relatório apresenta os dados do cliente como nome, tolerância de corte e o

período de coleta das amostras. Em seguida é mostrado o Índice de Capacidade do

Processo, atribuindo o índice correto para as amostras, se Cp, Cpks ou Cpki o seu

valor, a interpretação do índice e as ações pertinentes ao processo de acordo com a

tabela mostrada no capitulo 2, item 2.10.

Logo após é apresentado às amostras do processo, os dados de Xbarra e R e os dados

estatísticos do processo sendo, a média, mediana, modo, desvio padrão, variância,

menor e maior amostral e sua amplitude e a quantidade de amostras retiradas.

Page 32: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

42

Por fim são apresentados três gráficos para controle, o gráfico Xbarra, gráfico R e o

gráfico de dispersão das amostras estabelecendo onde o processo deveria estar e onde

se encontra realmente. O gráfico de dispersão é elaborado para identificar como estão

as amostras dentro dos limites de especificação.

O designo da meta, isto é, onde o processo deveria estar, é realizado de acordo com as

amostras do cliente. O objetivo é centrar o processo e utilizar um desvio padrão um

pouco maior do que o processo esteja alcançando com a intenção de motivar os

operários, no entanto para planos futuros tal forma de se designar a meta será

modificada conforme o andamento do estudo dos dados do cliente.

4.5 RELATORIOS CLIENTE 1

Para verificar o comportamento desse primeiro cliente foi necessário realizar poucas

coletas, N = 20, no entanto foi necessário um espaço muito longo de tempo para retirar

as amostras, pois o cliente geralmente solicita lotes pequenos para a empresa como

demonstra a Carta de Controle no apêndice do estudo em questão.

No entanto as amostras foram mais do que suficientes para verificar a capacidade do

processo e que este como determina para montagem dos gráficos de controle, esta sob

controle estatístico.

Como é mostrado nos gráficos de controle abaixo foi constatado que a linha de

produção estava sobre um bom controle estatístico apresentando um Cpki = 2,23, como

demonstrado na tabela 02 do capitulo 2, item 2.10, este resultado apresenta que os

operários têm controle do processo.

Page 33: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

43

GRAFICO X

457,27457,28457,29457,30457,31457,32457,33457,34457,35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

'

Gráfico 03 – Gráfico de Controle X para amostras Cliente 1 Fonte: Pesquisa de Campo

GRAFICO R

0,00000,01000,02000,03000,04000,05000,06000,0700

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Gráfico 04 – Gráfico de Controle R para amostras Cliente 1 Fonte: Pesquisa de Campo

No entanto como podemos analisar o índice para calculo de capacidade do cliente é

atribuída por Cpki, demonstrando que o processo se encontra fora de centro com

referencia à especificação, isto é Cpki < Cp, Cpks > Cpki, a média do processo se

encontra abaixo do meio da especificação.

Com base em fatos foi designado que o processo pode e deve buscar ficar centrado na

especificação do cliente. Assim foi realizada uma forma de analisar os dados através do

gráfico de distribuição, traçando uma meta de base, multiplicando o desvio padrão atual

por 1,5, apresentando como resultado um Cp = 2,5130, uma situação bem mais

confortável por se tratar de Cp além de permitir um possível aumento da variabilidade.

Segue abaixo o gráfico de dispersão com a meta e os dados reais do cliente descritos

no Relatório Estatístico do Processo.

Page 34: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

44

Gráfico 05 – Gráfico Dispersão Cliente 1 Fonte: Pesquisa de Campo

4.6 RELATORIOS CLIENTE 2 Para verificar o comportamento deste segundo cliente denominado pelo estudo como

“Cliente 2” foi necessário realizar poucas coletas para montagem dos gráficos de

controle, mas ao contrario do “Cliente 1” este apresentou grandes solicitações por parte

do cliente. As CCs realizadas para o cliente em questão se encontram no apêndice

desse estudo.

Assim foi possível, como já previa o estudo, coletar uma quantidade um pouco maior de

amostras, N = 25, no entanto as amostras foram mais do que suficientes para verificar a

capacidade do processo.

Este cliente apresentou uma surpreendente capacidade de processo apresentando um

índice de capacidade bastante elevado, Cpki = 11,8409, devido o desvio padrão das

amostras serem de valores extremamente baixos em vista a especificação do cliente,

sendo, S = 0,0284 fazendo com que a hipótese de se haver produtos defeituosos no

sistema seja estatisticamente remota. Segue abaixo, no gráfico 06, como o processo se

encontra no gráfico de dispersão das amostras em relação às especificações do cliente.

META x REAL

02

46

810

1214

1618

20

457,2000 457,3250 457,4500 457,5750 457,7000

LSE LIE

Page 35: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

45

META x REAL

460,00 460,50 461,00 461,50 462,00 462,50 463,00

Gráfico 06 – Gráfico de Dispersão comparativo, Cliente 2 Fonte: Pesquisa de Campo Como se nota na figura acima os valores gerados pelas amostras mostraram que o

processo realmente atende as especificações do cliente com muita folga, sendo

necessário apenas buscar a centralização do processo. Para determinação da meta foi

realizado o mesmo procedimento do “Cliente 1”.

Diante das amostras coletadas e os pontos plotados nos gráficos de controle foi

possível constatar que o processo esta sob controle, requisito para montagem dos

gráficos de controle como citados no “Cliente 1”. Seguem na figura abaixo os gráficos

de controle Xbarra e R referente às últimas 16 coletas do cliente.

GRAFICO X

460,90

460,92

460,94

460,96

460,98

461,00

461,02

461,04

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Gráfico 07 – Gráfico de Controle X, Cliente 2 Fonte: Pesquisa de Campo

LIE LSE

Page 36: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

46

GRAFICO R

0,0000,0200,0400,0600,0800,1000,1200,140

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Gráfico 08 – Gráfico de Controle R, Cliente 2 Fonte: Pesquisa de Campo

Para este cliente foi determinado que a principio não será necessário a busca pela

centralização do corte devido a tolerância de corte solicitada pelo cliente ser muito larga

diante da capabilidade da linha de produção.

Page 37: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

47

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Como o objetivo da empresa, num primeiro momento é ter o controle do processo

através da aplicação básica do CEP, o caminho a seguir foi identificar um caminho que

demonstrasse uma potencialidade da importância do uso da ferramenta. De forma que

fosse possível identificar se processo estava estabilizado e produzindo sempre dentro

de uma mesma faixa de qualidade.

Como o exemplo prático da aplicação da ferramenta, através da verificação do

processo do Cliente 1, com as tolerâncias -0,00 +0,50, foi possível identificar que o

processo se encontra com a necessidade de busca pela centralização do corte em

torno da tolerância do cliente.

Os resultados verificados na aplicação da ferramenta modificaram consideravelmente a

visão que os envolvidos tinham da importância de se ter preocupação com a qualidade

do produto do sistema produtivo do qual fazem parte.

Esta preocupação criou entre os controladores do processo a necessidade de reunirem-

se sempre ao final da finalização de toda Carta de Controle e Relatório Técnico do

Processo para avaliar o andamento do processo e se era necessário modificar as

características da qualidade dos próximos produtos a serem produzidos com a mesma

dimensão.

Com a metodologia criada para aplicação do CEP, a apresentação dos dados e a

posterior análise dos mesmos mostraram que a ferramenta é eficaz para o controle do

desempenho da qualidade dos materiais processados e que se faz necessário a busca

contínua pela melhoria do processo produtivo. O que é importante, pois faz com que se

tenha a continuidade da aplicação do CEP nos demais clientes da linha.

Page 38: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

48

Sugere-se que a empresa a principio utilize o CEP nos demais cliente da LCL,

aplicando a metodologia criada nos demais clientes da linha seguindo a ordem de sua

potencialidade e que também como já mencionada pela gerência da empresa após o

estudo, que o CEP fosse implantado nas demais linhas de produção da empresa, pois a

ferramenta, através das Cartas de Controle, apresentou ser muito simples para

realização dos operadores com um resultado realmente eficaz para monitorização da

qualidade do processo e uma possível busca de lacunas para melhorias no processo.

Page 39: Controle Estatistico em Cortes Longitudinais

49

6 REFERENCIAS

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produção. 3.ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2001.

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WERKEMA, Maria Cristina. Ferramentas estatística básicas para o gerenciamento de

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