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CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

Gustavo Filgueira CruzEngenheiro Agrnomo

Francisco Aliomar Albuquerque FeitosaConsultor Tcnico em Hortalias e Flores

10 SEMANA INTERNACIONAL DA FRUTICULTURA, FLORICULTURA E AGROINDSTRIA 01 a 04 de setembro de 2003 Centro de Convenes Fortaleza Cear Brasil

Copyright FRUTAL 2003 Exemplares desta publicao podem ser solicitados : Instituto de Desenvolvimento da Fruticultura e Agroindstria Frutal Av. Baro de Studart, 2360 / sl: 1305 Dionsio Torres Fortaleza CE Site: www.frutal.org.br Tiragem: 150 exemplares EDITOR INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DA FRUTICULTURA E AGROINDSTRIA FRUTAL DIAGRAMAO E MONTAGEM PEDRO MOTA RUA: HENRIQUE CALS, 85 BOM SUCESSO FONE: (85): 484.4328 Os contedos dos artigos cientficos publicados nestes anais so de autorizao e responsabilidade dos respectivos autores. Ficha catalogrfica: Feitosa, Francisco Aliomar Albuquerque. Controle de pragas e doenas de flores e hortalias / Francisco Aliomar Albuquerque Feitosa. Fortaleza: Instituto Frutal, 2003. 222p. 1.Floricultura Praga - Controle. 2. Floricultura Doena Controle. 3. Horticultura Praga Controle. 4. Horticultura- Doena Controle. I. Ttulo. CDD 635.9 CEP: 60.120-002 E-mail: [email protected]

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APRESENTAOA nossa FRUTAL chega a sua 10 edio e com ela atingimos a marca aproximada de 10.000 pessoas capacitadas nos Cursos Tcnicos que anualmente oferecemos. Vrias pessoas tm participado dos Cursos da FRUTAL, destacandose produtores, empresrios, pesquisadores, estudantes, alm do pblico geral visitante que, mesmo sendo de outro ramo de atividade, passou a acreditar na fruticultura irrigada estimulados pelo nosso movimento, que tem feito o Cear se destacar em nvel do cenrio nacional no Agronegcio da Agricultura Irrigada. Procurando deixar registrado todo o contedo tcnico dos Cursos da FRUTAL, temos anualmente editado apostilas como esta, com o contedo de cada tema que so cuidadosamente selecionados para cada FRUTAL, com uma mdia de 10 Cursos por edio. A escolha dos temas para os Cursos da FRUTAL se baseia nas sugestes obtidas das Avaliaes realizadas com os prprios participantes, acrescida de temas de vanguarda como o Curso Produo Integrada de Frutas que estamos promovendo nesta edio. Toda a Programao Tcnica da FRUTAL est direcionada para o tema central que este ano foi eleito Cooperativismo e Agronegcio, tema este em consonncia com a atual poltica do governo federal. Na sua composio temos Cursos, Palestras Tcnicas, Painis, Seminrios Setoriais, Fruns e Eventos Paralelos variados, que referendada por uma Comisso Tcnico-Cientfica formada por ilustres e competentes representantes dos principais rgos, Instituies e Entidades ligados ao setor do Agronegcio da Agricultura Irrigada do Cear, cujas contribuies tm sido essenciais para a qualidade e nvel que atingimos. Nesta edio a comunidade cientfica ter uma programao especial. Acontecer pela primeira vez no Nordeste e terceira vez no Brasil, j em sua 49 edio, a Reunio Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical, evento que dever trazer para o ambiente da FRUTAL cerca de 600 pesquisadores, que apresentaro os mais recentes resultados de trabalhos de pesquisa na rea de Fruticultura, Floricultura e Horticultura. Vale ressaltar tambm neste momento a credibilidade que os Patrocinadores tem da FRUTAL, principalmente da iniciativa privada que cada ano tem tido maior participao, sendo este um veredicto de nossa inteno de estimular, incrementar e consolidar a FRUTAL como uma Feira tipicamente de negcios. Portanto, esperamos com a edio desta Apostila estar contribuindo para o aprimoramento tecnolgico do setor da Fruticultura, Floricultura e Agroindstria do Brasil e em especial do Estado do Cear. Antonio Erildo Lemos Pontes Coordenador Tcnico do Instituto Frutal Diretor Tcnico do Instituto Frutal

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COMISSO EXECUTIVA DA FRUTAL 2003

Euvaldo Bringel OlindaPRESIDENTE DA FRUTAL

Idealizador da Frutal, Empresrio, Engenheiro Ps-Graduado em Administrao e Negcios. Presidente do SINDIFRUTA e da Frutal, Ex-diretor da PROFRUTAS Associao dos Produtores e Exportadores de Frutas do Nordeste e do IBRAF Instituto Brasileiro de Fruticultura e das Federaes FAEC e FACIC.

Afonso Batista de AquinoCOORDENADOR GERAL DA FRUTAL

Engenheiro Agrnomo, Ps-graduado em Nutrio de Plantas, com especializao em Extenso Rural e Marketing em Israel e Espanha. Diretor Geral do Instituto Frutal e Coordenador Geral da Frutal desde 1998.

Antonio Erildo Lemos PontesCOORDENADOR TCNICO

Engenheiro Agrnomo com vasta experincia de trabalho voltado para Fruticultura Irrigada, Especializado em Israel em Agricultura Irrigada por Sistema Pressurizado, Membro Efetivo do IBGE/GCEA do Cear, Consultor do SEBRAECE na rea de Agronegcios da Fruticultura, Coordenador Titular do Nordeste no Frum Nacional de Conselhos de Consumidores de Energia Eltrica e Coordenador Tcnico da Frutal desde sua primeira edio em 1994.

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COMISSO TCNICO-CIENTFICA DA FRUTAL 2003 Afonso Batista de Aquino Ana Luiza Franco Costa Lima Antonio Belfort B. Cavalcante Antonio Erildo Lemos Pontes Antonio Vieira de Moura Csar Augusto Monteiro Sobral Czar Wilson Martins da Rocha Daniele Souza Veras Ebenzer de Oliveira Silva Egberto Targino Bonfim Enid Cmara Euvaldo Bringel Olinda Francisco Eduardo Costa Magalhes Francisco Jos Menezes Batista Francisco Marcus Lima Bezerra Francisco Zuza de Oliveira Joo Nicdio Alves Nogueira Jos Carlos Alves de Sousa Jos de Souza Paz Jos dos Santos Sobrinho Jos Ismar Giro Parente Jos Maria Freire Joviniano Silva Jussara Maria Bisol Menezes Leo Humberto Montezuma Santiago Filho Liliane Nogueira Melo Lima Marclio Freitas Nunes Maria do Carmo Silveira Gomes Coelho Paulo de Tarso Meyer Ferreira Raimundo Nonato Tvora Costa Raimundo Reginaldo Braga Lobo Regolo Jannuzzi Cecchettini Rui Cezar Xavier de Lima INSTITUTO FRUTAL SETUR INSTITUTO CENTEC INSTITUTO FRUTAL SEBRAE/CE AEAC DFA/CE AGRIPEC EMBRAPA EMATERCE PRTICA EVENTOS INSTITUTO FRUTAL BANCO DO BRASIL SRH UFC/CCA SEAGRI/CE OCEC/SESCOOP COOPANEI SEAGRI/CE FAEC/SENAR SECITECE SEAGRI/CE DFA/CE FIEC DNOCS SEAGRI/CE CEASA/CE BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A -BNB CREA-CE UFC/CCA SEBRAE/CE INSTITUTO AGROPLOS DO CEAR INCRA/CE

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SUMRIO 1. APRESENTAO DE HORTALIAS.......................................................................7 2. GRFICO DE OCORRNCIA DE DOENAS DO TOMATE NO CEAR................ 8 3. DOENAS FNGICAS DO TOMATE.......................................................................9 4. DOENAS BACTERIANAS DO TOMATE................................................................42 5. DOENAS VIRTICAS DO TOMATE......................................................................78 6. GRFICO DE OCORRNCIA DE PRAGAS DO TOMATE NO CEAR.................. 87 7. PRAGAS DO TOMATE.............................................................................................89 8. PRAGAS E DOENAS DO PIMENTO...................................................................136 9. PRAGAS E DOENS DO REPOLHO.................................................................... 166 10. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................176 11. PRAGAS E DOENAS DE ROSAS........................................................................177 12. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................222 13. CURRCULO DO INSTRUTOR...............................................................................223 14. CURRCULO DO INSTRUTOR...............................................................................224

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1 - APRESENTAO DE HORTALIAS A elaborao deste trabalho, que vem fazer parte de um conjunto de muitas e timas publicaes, tem como finalidade principal fornecer dados sobre as principais pragas e doenas da cultura do Tomateiro (Lycopersicon esculentum, Mill), Pimento (Capsicum annuum) e Repolho (Brassica oleracea) . Para facilitar a identificao de cada praga e doena, procuramos descrever uma a uma, ao mesmo tempo comparando as mais parecidas usando uma linguagem simples, de tal modo que qualquer pessoa possa entender. Vrias fotos so utilizadas para melhor visualizar e permitir um diagnstico mais preciso das doenas e identificar cada praga. Dois pontos so essenciais, quando trabalhamos com pragas e doena, primeiro um diagnstico perfeito e rpido; segundo um programa de controle eficiente. Pensando assim, inclumos recomendaes de controle seja preventivo ou curativo para cada praga e doena, com indicaes de produtos com nome qumico e comercial, doses, volume de calda e cuidados a serem observados. Acompanhando a evoluo no Controle de P&D, apresentamos informaes sobre o uso de Feromnio e Trichogramma. Desejamos, com toda a sinceridade, que o trabalho seja til.

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2 - GRFICO DE OCORRNCIA DE DOENAS DO TOMATE NO CEAR OCORRNCIA DE DOENAS EM TOMATE ENVARADOPLANTIO DE CAMPO ESTADO DO CEAR

PINTA PRETA Alternaria solani FITFORA OU REQUEIMA Phytophthora ssp SEPTORIORE - Septoria lycopersici ESTENFLIO Stemphylium solani MURCHA BACTERIANA Ralstonia solonacearum NEMATIDES Meloidogyne ssp TALO OCO (Erwinia ssp) NECROSE MEDULAR (Pseudomonas corrugata) MANCHA BACTERIANA (Xanthomonas campestris) CANCRO BACTERIANO (Clavibacter michiganensis)FRISAMENTO (GEMINIVIRUS: TYLCV OUTROS)

ALTO RISCO

COLHEITA FLORAO E FRUTIFICAO

FASE INICIAL

DAT

D T

01 07

14

21

28

35

42

49

56

63

70

77

84

91

98

10 5

11 2

11 9

12 6

DAT = DIAS APS TRANSPLANTE D.T. = DIA DO TRANSPLANTE TOMATE SANTA CLARA = CONSIDERAR AT 112 DAT TOMATE HBRIDO LONGA VIDA = CONSIDERAR AT 126 DAT DOENAS CITADAS = PRESENTES NO ESTADO COM DANOS ECONMICOS

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3 - DOENAS FNGICAS DO TOMATE RELAO DOENAS FNGICAS 1 = ANTRACNOSE Colletotrichum ssp 2 = CLADOSPORIOSE Cladosporium fulvum (Fulvia fulvum) 3 = ESCLERCIO OU MURCHA DE ESCLERTIUM Sclerotium rolfsii 4 = ESTENFLIO Stemphylium solani 5 = MURCHA DE ESCLEROTINIA Sclerotinia sclerotiorum 6 = PINTA PRETA OU ALTERNRIA Alternaria solani 7 = REQUEIMA OU FITFORA Phytophthora infestans, Phytophthora capsici, Phytophthora nicotinae, Phytophthora ssp 8 = SEPTORIOSE Septoria lycopersici DOENAS FNGICAS: 1- ANTRACNOSE: AGENTE CAUSAL = Colletotrichum gloesporioides. A antracnose foi por muitos anos a doena mais severa na Ibiapaba. Com o surgimento de fungicidas altamente eficientes, lentamente esse fungo foi sendo erradicado. Atualmente so raros os casos de perda de tomate causada pela antacnose.

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Vale observar, que nos ltimos 4 anos (2000 a 2003), a antracnose tem sido o principal fungo do pimento. Sem, no entanto, causar danos no tomateiro. No caso especfico do pimento, temos registrado perdas de at 100% dos frutos. SINTOMAS EM TOMATEIRO: A presena do C. gloeosporioides, no tomateiro, facilmente identificado nos frutos. No caules, flores e frutos so mais raros os sintomas, menos perceptveis e causam menores danos. Nos frutos, principalmente no estdio de incio de maturao, os sintomas iniciais so pequenas manchas circulares levemente profundas. Com a evoluo, a depresso aumenta em profundidade e a mancha cresce em dimetro, apresentando anis concntricos. O centro da mancha apresenta pontos negros que so os microesclerdios dos fungos. CONTROLE Para o controle da antracnose, recomendamos: DEROSAL: 15 ml/20 litros de gua STROBY: 20 ml/20 litros de gua CABRIO TOP = 60 g/20 litros de gua MANAGE = 20 g/20 litros de gua DACOSTAR = 50 g/20 litros de gua ORTHOCIDE = 50 g/20 litros de gua POLYRAM = 60 g/20 litros de gua 2- CLADOSPORIOSE AGENTE CAUSAL Cladosporium fulvum (Fulvia fulvum) A Cladosporiose uma doena nova na Regio da Ibiapaba. As ocorrncias so raras e de pouco ou quase nenhum dano econmico. Vale, no entanto, citarmos sua incidncia em tomate, tendo em vista que, como em outros casos, podero surgir surtos mais significativos, dependendo da evoluo do fungo. O que vai depender de vrios 10FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

fatores, tais como: condies climticas, controle efetivo do fungo na sua fase inicial de incidncia , maior ou menor resistncia dos novos hbridos a esse patgeno. Maiores cuidados devem ser tomados quando do cultivo em Estufas. Verificamos um ataque severo do Cladosporium fulvum em cultivo protegido, onde as condies climticas so plenamente favorveis ao seu desenvolvimento. SINTOMAS A presena do Cladosporium fulvum verificada inicialmente nas folhas mais velhas, portanto, seu ataque de baixo para cima. Sua presena tem sido constatada somente nas folhas. O fungo fica localizado na face inferior do limbo foliar. Sua principal caracterstica a formao de manchas de cor marrom claro, de forma irregular, em grande quantidade, em geral mais de 10 manchas por fololo. Na face superior das folhas, surge uma mancha de cor mais clara que o restante da folha, correspondente mancha da face inferior para cada mancha inferior, surge uma igual na face superior, sem apresentar o fungo. A presena do fungo somente na face inferior, sendo uma das causas de passar desapercebido, no incio da infestao. Para diagnosticar rpido, h a necessidade de sempre verificar nas folhas mais velhas, os fololos nas duas faces. CONTROLE A cladosporiose facilmente controlada com Clorotalonil e com alguns Triazis. Ver o programa preventivo de controle de doenas, pgina 41.

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CLADOSPORIOSE Cladosporium fulvum

CLADOSPORIOSE EM FOLHA DE TOMATE FACE INFERIOR DA FOLHA

CLADOSPORIOSE EM FOLHA DE TOMATE FACE INFERIOR E SUPERIOR DA FOLHA

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3- ESCLERCIO Outro Nome: Murcha de Esclerotium AGENTE CAUSAL - Sclerotium rolfsii. Mesmo no sendo um fungo muito comum, em algumas regies do Estado do Cear por exemplo Cariri -, alguns prejuzos j foram registrados. Na cultura do Pimento, tem sido o responsvel pela mortalidade de plantios inteiros (com perda de 100% das plantas, antes de iniciar a fase de colheita). O Cultivo de tomate em solos argilosos e com excesso de umidade, ou em reas anteriormente cultivadas com pimento ou tomate, favorecem o surgimento desse patgeno. SINTOMAS Sendo um fungo de solo, os sintomas sero visto no colo da planta ou um pouco acima deste. Inicialmente, o fungo apresenta uma fina camada branca, envolvendo o caule da planta, na parte externa. Internamente, o caule apresenta uma colorao arroxeada, que vai evoluindo em dimenso e colorao ficando prxima a cor marrom. Com a evoluo natural do fungo, os esclerdios surgiro. No caso do Scletorium rolfsii, os esclerdios so numeroso (formando um pequena colnia), em forma de pequenas esferas (muito semelhantes s sementes de repolho) . O Sclerotium rolfsii, pela sua posio de ataque nas plantas (prximo ao colo da plantas, em geral encoberto pelo solo), passa desapercebido principalmente na fase inicial de parasitismo. Somente nos estdios mais avanados quando os vasos de circulao das seivas esto comprometidos promovendo a murcha das plantas (pela impossibilidade de absoro de gua e nutrientes), os sintomas so mais fceis de serem vistos. O murchamento de plantas chama a ateno, demonstrando que algo de anormal est acontecendo no plantio. S ento, o produtor procura orientao tcnica. O diagnstico da Murcha de Esclerotium, inconfundvel pela presena de miclio esbranquiado e de esclerdios esfricos sobre a parte afetada. Plantas infectadas por esse patgeno, podero murchar sem a perda da colorao verde e sem tombamento. As plantas esto aparentemente perfeitas em um dia e no dia seguinte iniciam o processo de murchamento irreversvel, levando morte.FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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CONTROLE Em condies de risco - solos argilosos, solos com facilidade de encharcamento, reas antes cultivadas com solanceas, perodo de chuvas e mtodos de irrigao que utilizam grande volume de gua os cuidados devem ser bem maiores. Medidas preventivas precisam ser adotadas, merecendo destaque: - bom preparo do solo, - matria orgnica no mnimo 2,5%, - construo de sulcos de drenagem, - controle de irrigao, evitando excesso de gua - controle qumico preventivo - equilbrio nutricional Para o controle qumico preventivo, pela sua alta eficincia, o PCNB (QUINTOZENE), nome comercial Kobutol 75 PM, o mais recomendado. A aplicao poder ser realizada via sistema de Fertirrigao ou com jato dirigido ao colo das plantas. Utilizar a dosagem de: A. Fertirrigao = 1 a 2 Kg / H a B. Jato dirigido ao colo da planta = 40g/20 litros de gua, aplicar 15 a 20 ml da calda por planta. Em reas de risco elevado, a aplicao poder ser realizado de 2 a 3 dias antes do transplantio, como tratamento de solo. Sendo mais usado a aplicao no colo das plantas, at 5 DAT. Cerca de 2 a 3 pulverizaes, com intervalos de 10 a 15 dias, no colo da planta so suficientes para o controle desse fungo Para o controle do Esclerrio em reas com o fungo j instalado, portanto, com tratamento curativo, usar: I. Pulverizar com jato dirigido ao colo da planta, com Kobutol 75 PM Dosagem = 50 g/ 20 litros de gua. Mnimo de 20 ml/planta da calda 14FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

Manter o pulverizador com alta presso Preferencialmente usar bico regulvel Jacto azul. II.Pulverizar , jato dirigido para as folhas, com Score Dosagem = 10 ml/ 20 litros de gua Fazer cobertura total das plantas Usar espalhante adesivo de boa qualidade III.Pulverizao foliar, 3 dias aps a pulverizao com Score, Cercobim700 PM Dosagem = 20 gramas/20 litros de gua Fazer cobertura total das plantas Usar espalhante adesivo de boa qualidade Somente repetir o tratamento quando o fungo voltar a surgir na cultura. Monitorar a cada 10 dias, verificando o colo das plantas. Em geral uma nica aplicao de cada produto controla totalmente, sem reinfestao. MURCHA DE ESCLETORIUM Sclerotium solfsii

ESCLERCIOS NO CAULE

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ESCLERCIOS NO CAULE

4- ESTENFLIO AGENTE CAUSAL = Stemphylium solani O Stemphylium solani tem sido um fungo causador de considerveis prejuzos na Ibiapaba. Alguns fatores tm contribudo para que esse fungo seja considerado como uma das principais doenas da regio, merecendo destaque: a) a rapidez com que o fungo evolui, em trs ou quatros dias ele contamina todas as plantas, de modo extremamente agressivo; b) o estdio das plantas em que o fungo ataca, geralmente aps os 40 DAT; c) a dificuldade de um diagnstico preciso e rpido. Algumas outras doenas so confundidas na fase inicial, com o estenflio. O produtor, em geral, s procura orientao tcnica quando as plantas j esto com mais de um tero das folhas atacadas, dificultando a eficincia dos produtos indicados para o controle, bem como, os prejuzos j so irreversveis. d) perodo climtico o estenflio mais encontrado nas pocas de alta umidade do ar tempo chuvoso, e baixas temperaturas. A eficincia de fungicidas menor, principalmente pela lavagem promovida pelas chuvas em muitos casos, antes mesmo de terminar a aplicao de fungicidas, a chuva chega e promove uma verdadeira lavagem das folhas.

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SINTOMAS O Stemphylium solani um fungo que ataca o tomateiro de forma descendente, isto , de cima para baixo. Logo, pela sua posio de ataque, inicia pela parte mais nova, o topo da planta, descendo de forma rpida e violenta. Por iniciar a infestao nas parte mais nova, portanto, a mais frgil, as plantas sofrem srios danos. As variedades mais sensveis ou Estenflio, so rapidamente destrudas. Para o diagnstico, essa caracterstica (fungo descendente) facilita muito, evitando confundir com outros fungos tendo o cuidado com a semelhana com algumas bactrias. Enquanto a Alternria, a Septoriose e a Cladosporiose atacam de forma ascendente de baixo para cima -, o Estenflio uma doena do topo do tomateiro. A presena desse fungo diagnosticada pela presena de numerosas e pequenas pintas nas duas faces dos fololos. As manchas tem cor escura e so de forma circulares, mas irregulares(por vezes circulares, noutras alongadas). A mancha de Estenflio tem a cor mais clara no centro, do que nas bordaduras. Nos estdios mais avanados, o centro da mancha apresenta furo. O fungo causador do Estenflio, especfico das folhas. Os frutos, caules e flores no apresentam sintomas. Em um mesmo fololo, podero ser encontrados manchas com e sem furos. CONTROLE Para o controle eficiente do Estenflio, de primordial importncia o diagnstico logo no aparecimento dos primeiros sintomas. Da, a vistoria peridica do topo das plantas ser muito importante, principalmente nos perodos chuvosos. O fungo facilmente eliminado com uso de fungicidas do grupo qumico dos triazis, com a ajuda de clorotalonil. Exemplos de fungicidas com alta eficincia para o controle de Estenflio: Caramba (Metconazole), Sialex (Procimidone), Dascostar e Isatalonil (Clorothalonil). Estrobilurinas

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Os tomates Santa Clara, bem como alguns hbridos so muito sensveis a esse fungo, merecendo maior ateno quando forem cultivadas. Exemplos de hbridos sensveis: Sculus, Monalisa, Carmen. Muitos dos Hbridos Longa Vida so resistentes ao Estenflio, sendo o mtodo mais prtico para o controle da doena. Exemplos de Tomates resistentes: BS 9271 (Red Cheef) e Thomas. O cultivo de tomates resistentes, no entanto, fica limitado por vrios fatores, sendo os principais: a) Baixa produtividade, Exemplo do Thomas. b) No adaptabilidade ao cultivo de campo, Ex. BS 9271. c) No aceitao dos frutos no mercados, por serem frutos pequenos ou frutos de moles (sem resistncia ps-colheitas). d) Sensibilidade rachaduras de frutos em condies climticas adversas chuvoso). O tomate Red Chif (BS 9271) tem timo comportamento em cultivo em estufa. MANCHA DE ESTENFLIO - Stemphylium solani (perodo

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MANCHA CARACTERSTICAS NA FOLHA MANCHAS EM UMA FOLHA SUPERIOR

MANCHAS CIRCULARES NAS FOLHA MARROM

MANCHAS COR

5- MURCHA DE ESCLEROTINIA - OUTROS NOMES: ESCLERTIUM MOFO BRANCO PODRIDO DE ESCLEROTINIA AGENTE CAUSAL Sclerotinia sclerotiorumFRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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A Murcha de Esclerotium no uma doena comum na Ibiapaba, sendo mesmo raros os casos. No entanto, na regio do Cariri sul do Cear -, tornou-se em pouco tempo, uma doena causadora da mortalidade de muitas plantas. Sendo, em alguns casos, o problema principal dentre as doenas fngicas do incio do cultivo. SINTOMAS O fato da planta atacada murchar, poder, em um primeiro momento, confundir tal sintoma com outras murchas, principalmente a murcha bacteriana. Com a observao mais detalhada, uma diferena bsica entre a murcha de esclerotium e as demais murchas, a presena do fungo na base do caule. De cor branca, o miclio, cresce rapidamente sobre a regio infectada, recobrindo parcialmente a regio afetada. O caule apresenta colorao marrom (de claro a escuro), crescendo de forma ascendente. A regio do caule infectada, apresenta dimetro menor que a rea sadia. Com o progresso da doena, podero ser encontrados os esclerdios que so a frutificao do fungo de forma irregular e colorao preta, podem ser encontrados dentro ou fora do caule. A murcha total da planta verificada logo no incio dos primeiros sintomas: escurecimento do caule e formao de miclio. Aps iniciar o processo de murchamento, a doena irreversvel e rapidamente mata a planta. Os maiores danos so verificados no incio do plantio, geralmente com as plantas no estdio inicial de crescimento, at os 30 DAT. Solos pesados argilosos e com alta umidade, favorecem o surgimento e desenvolvimento do fungo. CONTROLE Mesmo sendo um fungo causador de rpida destruio do tomate, podemos classificar como sendo de controle relativamente fcil. Para no fugir regra, o diagnstico feito logo no aparecimento dos primeiros sintomas, de alta importncia para o rpido controle. A aplicao dos fungicidas, nesse caso, dever ser dada a seguinte ateno:

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a) Quando for usar produto de contato, direcionar o jato para o local da infestao, geralmente no colo da planta, at altura de 20 cm; b) Quando for aplicao de fungicidas sistmico, direcionar o bico do pulverizador para o colo das plantas e para as folhas. Proporcionando uma cobertura a total de toda a planta. c) Sempre que for controlar fungos com fungicidas sistmicos, misturar um fungicida protetor. Para controlar rapidamente o Esclerotium, so de alta eficincia os fungicidas : 1- Kobutol, = 80 g 2- Sialex, = 20 g 3- Rovral, = 30 ml 4- Orthocide = 50 g 5- Doses para 20 litros de gua. Como medidas auxiliares de controle, aconselhamos: a) Diminuio da umidade do solo, com suspenso total; ou parcial da irrigao; b) Suspender adubao nitrogenada, at o total desaparecimento do fungo; c) Erradicar plantas afetadas, retirando de dentro da rea cultivada. Sempre utilizando um saco para por as plantas doentes evitando espalhar o fungo por toda a rea plantada. d) Sempre que for realizar amontoa, aplicar antes um fungicida protetor.

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MURCHA DE ESCLEROTINIA Sclerotinia sclerotiorum

MURCHA DE ESCLEROTINIA SINTOMAS NO COLO DA PLANTA

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6 PINTA PRETA OUTROS NOMES ALTERNRIA QUEIMA DA SAPATA QUEIMA DO TOMATE MANCHA DO TOMATE AGENTE CAUSAL: Alternaria solani A Pinta Preta a doena fngica principal do tomateiro, estando presente em todas as regies do Estado do Cear. Tem sido por muitos anos o fungo causador dos maiores custos no controle de doenas. Muitas perdas de produo podem ser debitadas na conta da alternria. A pinta preta no obedece a nenhuma regra: a) De clima ataca o tomateiro nos perodos de inverno (poca de chuvas) e vero (perodo do ano sem chuva). Portanto, uma doena de todo o ano, com maior incidncia nos perodos de chuva, onde as condies climticas favorecem, no somente a este fungo, mas a todas as outras doenas. b) De Variedade - independente de ser tomate de crescimento determinado ou indeterminado. Sendo tomate Santa Clara ou do grupo de Hbridos Longa Vida. Todas sofrem as mesmas infestaes desse fungo. c) De Estdio da Planta em qualquer fase: crescimento, florao ou frutificao, a presena da pinta preta pode ser detectada, com maior ou menor grau de dano econmico; f) De Parte da planta afetada diferente de outras doenas fngicas (Ex. septoriose, estenflio e murcha de esclerotium), a pinta preta afeta toda a parte area do tomateiro: caule, folhas e frutos. Algumas severamente afetadas, por exemplos as folhas. d) De Nvel tecnolgico do produtor esse fungo encontrado nos plantios de menor uso de tecnologias, do mesmo modo que verificado nos plantios dos produtores que utilizam todos os recursos tcnicos disponveis. partes so mais

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e) De Localizao geogrfica em todos os Estados do Brasil , onde for cultivado tomate, a Alternria sempre um problema preocupante. Em todo os Estado do Cear, a Pinta Preta est presente na cultura do tomate. SINTOMAS: O fungo Alternaria solani inicia o ataque no tomateiro sempre de modo ascendente. Os primeiros sintomas sero detectados nas folha mais velhas, evoluindo rapidamente para a parte superior. A caracterstica de infectar de baixo da cima, facilita no diagnstico, eliminando qualquer possibilidade de confundir com o Estenflio (S. solani fungo de ataque descendente) . Por outro lado, poder deixar alguma dvida quanto ao ataque de Septoriose (Septoria lycopersici), fungo que tambm tem caracterstica ascendente, quando os sintomas so iniciais. Mas, uma anlise cuidadosa, permite distinguir os sintomas. Vejamos os sintomas apresentados pela Alternria, em cada uma das partes do tomateiro: Sintomas nas folhas o surgimento da pinta preta ser sempre pelas folhas mais velhas, as chamadas folhas baixeira (ou folhas da base). A presena de pequenos pontos de cor preta, so os primeiros indcios da presena do fungo. Nesse estdio possvel confundir com septoriose e com algumas bactrias. Porm, com a evoluo da doena que se d de forma muito rpida a identificao e extremamente fcil. A formao de anis concntricos e o aparecimento de um crculo amarelado em volta dos anis concntricos, tornam os sintomas da pinta preta inconfundveis. Cada anel corresponde a uma gerao de fungo. bom que se esclarea: a formao dos anis concntricos, bem como do crculo amarelo que envolve os anis concntricos, no sero necessariamente perfeitos alguns sero bem formados, outros sero irregulares, conforme podero ser vistos nas fotos. Em uma mesma folhas, surgem vrias manchas , de tamanho diferente; em geral, existe uma pinta preta maior e vrios outras menores (de tamanho decrescente: da pinta preta maior at uma pequena pinta do tamanho de um ponto), que podero se unir, conforme o desenvolvimento de cada pinta preta. As manchas apresentaro no centro um anel de cor mais escura. Com o crescimento da mancha, h a tendncia do centro rasgar, em funo da morte dos 24FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

tecidos foliares. Plantas severamente atacadas secam as folhas de baixo para cima. - Sintomas no caule o aparecimento da pinta preta no caule s constatado em caso se infestao severa ou quando no so tomadas medidas de controle. Sendo muito comum o surgimento de pinta preta em plantios velhos fase final de colheita, ou em hortas abandonadas seja por findar a colheita, ou por qualquer outro motivo. Para diagnosticar a pinta preta em caules, verificar a presena de manchas com formato alongado, de cor escura e com anis concntricos. A mancha provocada pelo fungo ter formato alongado, no sentido do comprimento do caule, sem nunca envolver totalmente o caule. Diferente das folhas, no caule as manchas so isoladas, raramente sero encontradas manchas juntas. No centro da mancha, ser visto um anel mais escuro. Quando os sintomas surgem em plantas novas, os danos so maiores, podendo comprometer totalmente o plantio, pois as plantas retardam o crescimento, ficam com cor amarelada e tendem a tombar quebrando no centro da mancha, pela ao do vento. - Sintomas nos frutos o fungo da aparecimento dos sintomas nas folhas pinta preta s ataca os fruto, quando nenhuma medida for tomada para controlar a doena no incio da infestao da base da planta, conforme descrito acima. Nesses casos, os prejuzos so enormes. Nenhum fruto com sintoma de pinta preta ser comercializado significando perda de produo. Para identificar a presena do fungo Alternria solani nos frutos, verificar a regio do clice regio conhecida pelos produtores como talo do fruto, que corresponde parte superior do fruto. O fruto atacado pela pinta preta apresenta anis concntricos, na base do talo. Em geral o fruto infectado se desprende do cacho, caindo no solo seja pela ao do vento, ou provocado por pessoa: um leve movimento de balanar a planta. As spalas tambm podem ser destrudas pelo fungo. A alternria s atinge o fruto quando as medidas de controle no so adotadas, quer de maneira preventiva, ou por tratamento curativo. Logo ao surgirem os primeiros sintomas nas folhas, o controle curativo tem que ser adotado, evitando o progresso da doena e, consequentemente, prejuzos de frutos danificados.

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CONTROLE A ao dos fungicidas para o controle da pinta preta, com o surgimento de produtos dos grupos qumicos dos triazis e das estrobilurinas, de altssima eficincia. Tornou-se muito mais fcil prevenir e curar o tomateiro contra esse fungo. importante que se tenham uma coisa como bsica : a necessidade de tratamento preventivo pois temos a certeza de que o fungo Alternria solani, de presena constante nos plantios de tomate. Exemplos de fungicidas para controle de Pinta Preta: Doses para 20 litros de gua TRIAZIS: - Caramba = 15 cc - Folicur = 20 cc - Sportak =`20 cc - Score = 10 cc ESTROBILURINAS: - Stroby = 8 cc - Comet = 8 g - Cabrio Top 80 g OUTROS GRUPOS : - Sialex = 20 g - Dacostar = 40 g - Isatalonil = 40 g - Rovral = 30 cc - Orthocide = 50 g - Antracol = 50 g - Polyram = 60 g - Cantus 3 g

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PINTA PRETA Alternaria solani

ANEIS CONCNTRICOS NA FOLHA

QUEIMA DAS FOLHAS BASAIS

ANIS CONCNTRICOS NO CAULE

ANIS CONCNTRICOS NO CAULE

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PINTA PRETA Alternaria solani

FOLHAS DA BASE COM PINTA PRETA E ANEL AMARELO

SINTOMA NO FRUTO

FOLHAS DA BASE COM PINTA PRETA E ANEL AMARELO

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7- REQUEIMA OUTROS NOMES = FITFORA MELA QUEIMA DO TOMATE OLHO DE VIADO NOS FRUTOS QUEIMA DOS FRUTOS TOMBAMENTO AGENTE CAUSAL - Phytophthora infestans, Phytophthora capsici, Phytophthora nicotinae, Phytophthora ssp PINTA PRETA COM ANEIS CONCNTRICOS EM FOLHA As vrias espcies de fungos do gnero Phytophthora provocam danos severos em todas as regies que cultivam tomate no Estado do Cear. Na regio do Carir, sul do Estado do Cear, tem sido o principal fungo do tomateiro. Na regio Central do Estado, tem sido registrado o tombamento de mudas, nos primeiros dias aps o transplante, provocado pela presena da fitfora, com perdas de at 50% de algumas reas. A presena das vrias espcies desse fungo, com sintomas diferentes (cada espcie tem seus sintomas caractersticos), provoca, por vezes, confuso e dvidas no diagnstico da doena. Nas pocas de 80, at ano de 1998, praticamente tnhamos dois tipos de fitrofora: a) Tombamento de mudas; b) Queima do olho do tomate, geralmente em plantas com idade variando entre 15 e 30 DAT. De 1999 em diante, fomos registrando outros sintomas de fitfora, com a presena de todas as espcies atualmente conhecidas. Conforme veremos na descrio a seguir. SINTOMAS I TOMBAMENTO DE MUDAS: A morte de plantas recm transplantada do 1o DAT at 15 DAT, mais comum em solos j cultivado com hortalias principalmente pimento, melo,FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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tomate, beringela. Solos pesados (com alto teor de argila), tendem a favorecer a presena desse fungo, em funo da dificuldade de drenagem e, conseqente , presena de alta umidade no solo por vrios dias. A principal caracterstica de fitfora em planta com morte aps o transplante, pode ser visto no caule da planta, bem prximo ao solo, onde apresentam os tecidos midos e apodrecendo, com diminuio do dimetro do caule, na regio atacada polo fungo. A planta afetada, ao ser puxada, pode quebrar rente ao solo, ficando o sistema radicular enterrado no solo. O tombamento imediatamente verificado, seja pela ao do vento ou pelo prprio peso da planta. Quando uma planta infectada, dificilmente poder ser recuperada. So necessrias medidas preventivas (em reas de risco) ou, na ausncia destas, pulverizaes curativa (quando so notadas as primeiras plantas com tombamento). Preferencialmente o tratamento preventivo dever ser adotado, por ser mais eficiente e mais econmico, favorecendo, ainda, a uniformidade do plantio. Somente os fungicidas especficos e de reconhecida eficincia devem ser usados para o controle de fitfora, tento sempre, o cuidado com a possibilidade de criar resistncia. II REQUEIMA DO OLHO Trata-se da mais antiga espcie do gnero Phytophthora, detectada no Estado do Cear, j nos anos de 1979 causava prejuzos enormes. O diagnstico relativamente fcil. Nas plantas com estdio variando entre 5 DAT at 45DAT, o ataque do fungo verificado de forma descendente. Iniciando nos fololos mais novos, caracteriza-se pela queima do limbo foliar, com manchas de cor semelhante ferrugem (muitos produtores, por tal caracterstica, dizem que o tomate est com ferrugem). As manchas queimam as bordas das folhas, de fora para dentro Com o progresso da doena, o pecolo e o caule so igualmente afetados, provocando a queima total da parte nova da planta, em geral os primeiros 30 centmetros, medindo de cima para baixo, so destrudos. Plantas afetadas pela requeima do olho, paralisam o crescimento, perdendo toda a capacidade produtiva. Em alguns casos, quando o ataque iniciado com plantas com idade acima de 40 DAT, somente uma das guias (ramos) poder ser afetada. Em casos 30FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

de ataque severo, ou quando as medidas de controle no so efetivada, os frutos novos tambm sero atacados, apresentando linhas de cor de ferrrugem, de forma irregular. Nestes casos, os frutos no se desenvolvem, com perda total. Em geral, o ataque detectado em plantas isoladas, espalhadas por toda a rea cultivada. Rapidamente as plantas vizinhas sero contaminadas. No incio da infestao, a Requeima do Olho, poder ser confundida com algumas bactrias. No entanto, com a observao da evoluo durante 48 horas, o fungo apresenta sintomas diferentes das bactrias. As bactrias formam manchas midas e de formato mais regulares (circulares), distribudas por varias partes da planta. Os fungos provocam manchas secas e de formato irregular-alongados, e concentradas na parte nova da planta. O controle da Requeima do Olho, pela sua agressividade, precisa ser feito de modo preventivo em regies e pocas de maior incidncia. Quando medidas preventivas no foram tomadas, tendo sido registrada a presena do fungo, o tratamento curativo tem que ser adotado imediatamente. Nestes casos, a aplicao de fungicidas sistmicos especficos em associao com fungicidas protetores, a nica soluo. III REQUEIMA DAS FOLHAS Diferente dos sintomas descritos nos itens anteriores, a requeima das folhas apresenta algumas particularidades. Os sintomas mais caractersticos so: a) Queima das bordas das folhas, Inicialmente uma fina linha de cor preta observada nas folhas dando a impresso de uma linha formada por um lpis grafite. Com a evoluo, a queima vai aumentando de fora para dentro, provocando o enrolamento dos fololos. O enrolamento para cima, formando, por vezes, um cone. Muito cuidado devemos ter por ocasio do diagnstico, para determinar a severidade do ataque em geral os sintomas iniciais esto em todas as folhas (das mais velhas s mais novas), a presena da linha de cor negra (inicio do ataque) pode passar desapercebido. b) Manchas grandes, em foram de V, quando observamos os fololos segurando pelo pecolo, estaro presentes. Em alguns casos dependendo do fatores climticos as manchas nas folhas podero ser notadas inicialmente no segundoFRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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tero da planta progredindo para cima e para baixo na mesma planta, e para os lados nas plantas vizinhas. Quando as folhas esto com sintomas avanados de requeima, os tecidos morrem (necrose do limbo foliar). Ao friccionar a folha com a mo, ela se transformar em p. Sendo mais uma caracterstica da doena. IV REQUEIMA DOS FRUTOS O ataque de Phytophthora nos frutos de tomate, pode acontecer de duas modalidade: a) Nos frutos novos como consequncia do desenvolvimento da Requeima do Olho, conforme descrito anteriormente. As manchas provocada pelo fungo, tem forma irregular em qualquer parte do fruto. So manchas de cor semelhante a chocolate. Aparecem vrias manchas no mesmo fruto. c) Nos fruto velhos H a necessidade de detalhamento dos sintomas, tendo em vista ser diferente de qualquer outro sintoma de Requeima. Para que o fungo apresente sintomas, algumas condies so necessrias. A soma dos fatores seguinte determinam a Requeima dos frutos das pencas de baixo: 1 - Climtica em plantios realizados no perodo seco (sem chuvas - no Cear nos meses de Setembro e Outubro), que estejam prximo ao perodo de Colheita e recebam as primeiras chuvas de Novembro ou Dezembro. 2 - Deficincia hdrica reas com irrigao insuficiente seja pelo mtodo de fornecimento , ou pela quantidade de gua aplicada que recebam guas de chuvas (conforme citado do item 1). 3 - Desequilbrio nutricional junto com as duas condies anteriores, plantios conduzidos com adubao excessiva de nitrognio (Ex. Uria e esterco de galinha), favorecem ao fungo. Acontecendo os trs fatores juntos: Plantios prximos colheita nos meses de Novembro e Dezembro, (transio de vero para inverno), conduzidos com irrigao deficiente, adubados com nitrognio em excesso, que recebam as primeiras chuvas do incio do perodo chuvoso, apresentam a Requeima dos frutos. A presena do fungo favorecida pela absoro de grande quantidade de gua e nitrognio de forma rpida. 32FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

O sintoma caracterstico a formao de uma mancha de tamanho grande, localizada geralmente ao lado do fruto, com formato redondo, com cor variando de marrom claro ao preto e superficial raramente atinge s sementes. Outra caracterstica a presena de grande quantidade de lquido (gua) no interior dos frutos. Cortando um fruto ao meio, mesmo estando em estdio verde, escorre lquido sem a necessidade de fazer presso, o que no ocorre com frutos sadios. Para o controle da Requeima dos frutos, medidas devem ser adotadas, especificamente: a) pulverizar preventivamente com fungicida sistmico especfico, associado a fungicida protetor. Ver relao de produtos citados nas medidas de controle especficas para a Requeima. b) adubar obrigatoriamente obedecendo a relao nitrognio x potssio, no mnimo de 1 x 1,66 (em todo o ciclo), tendo o cuidado de manter a relao de no mnimo 1 x 3, do estdio de pr-colheita (50 a 70 DAT) c) irrigar de modo a fornecer quantidade de gua em volume necessrio s necessidades das plantas ver detalhes sobre o assunto no captulo sobre irrigao. Sempre que possvel irrigar toda a rea cultivada, evitando pontos de alta umidade (encharcamento) e pontos sem gua . d) dependendo da situao nutricional e hdrica, poder ser necessrio uma adubao emergencial somente com potssio. e) No caso de serem registradas chuvas de 50 mm ou acumulado acima de 50 mm em cinco dias, necessrio a amontoa, formando uma leira na linha de plantio, evitando o excesso hdrico e, ao mesmo tempo, favorecendo novo enraizamento. Vale lembrar que somente dever ser feito amontoa quando no tiver sido adotada tal prtica no incio da cultura. CONTROLE 1- FUNGICIDAS - DOSES PARA 20 LITROS DE GUA 1 .1 SISTMICOS FORUM = 15 GRAMAS ALIETE = 50 GRAMAS PREVICUR = 40 ML 1.2 PROTETORESFRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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ANTRACOL = 50 GRAMAS ORTHOCIDE = 50 GRAMAS DACOSTAR = 50 GRAMAS DITHANE = 50 GRAMAS ISATHALONIL = 50 GRAMAS POLYRAM = 60 GRAMAS 1.3 SISTMICOS + PROTETORES RIDOMIL GOLD = 40 GRAMAS FORUM PLUS = 60 ML ACROBAT Mz = 80 GRAMAS POSITRON DUO = 50 GRAMAS 2 MEDIDAS AUXILIARES 2.1 EQULBRIO NUTRICIONAL Especial ateno deve ser dada para a relao Nitrognio x Potssio durante todo o ciclo e principalmente aps 50DAT, quando a relao dever ser: 1 x 1 at 25 DAT 1 X 1,5 de 26 a 40 DAT 1 x 2 de 41 a 50 DAT 1 x 3 aps 50 DAT. 2.2 CONTROLE HDRICO evitando (sempre que possvel) perodos com deficincia e dias com excesso de gua. 2.3 No irrigar por asperso ou micro-aspersor. Preferencialmente usar o sistema de gotejamento. 2.4 Nos perodos de maior umidade, utilizar espaamentos maiores. Com densidade mxima de 16.000 plantas por hectare. 3 DADOS SOBRE PULVERIZAES: 3.1 = Preventivamente nas regies e/ou perodos onde o ataque do fungo seja favorvel. 3.2 = Intervalo de aplicao: 34FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

- Preventivo = A cada 10 dias em possibilidade de baixa infestao. A cada 7 dias em possibilidade de alta infestao. - Curativo = A cada 5 dias em baixa infestao. A cada 3 dias em alta infestao 3.3 = Alternar princpios ativos sistmicos e protetores. 3.4 = Associar sempre um produto sistmico com um protetor, evitando a possibilidade de resistncia. 3.5 = Preferencialmente usar produtos com mistura pronta 3.6 = Efetuar cobertura total da planta 3.7 = Usar espalhante-adesivo e redutor de pH. REQUEIMA - Phitophthora ssp

QUEIMA DO TOPO DA PLANTA

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FITFORA NOS FRUTOS

FITFORA Phytophthora ssp

QUEIMA DAS BORDAS DAS FOLHAS

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MANCHAS NO CAULE

QUEIMA DAS BORDAS DAS FOLHAS

8 SEPTORIOSE AGENTE CAUSAL - Septoria lycopersici A incidncia de Septoriose no tomateiro vem aumentando

consideravelmente a cada ano. Na regio do Cariri, Sul do Estado do Cear, tem sido a doena fngica principal desde o ano de 2001. No Norte (Ibiapaba)do Estado do Cear os primeiros casos de incidncia de septoriose, com perdas de produo, foram registradas no ano de 1996. Nas estufas de produo de mudas, onde no existem programas preventivo de controle de doenas, a septoriose causa danos considerveis, ao mesmo tempo, sendo responsveis pela disseminao do fungo a nvel de campo. As mudas sendo infectadas nas estufas, poucos dias aps o transplante, acontece uma verdadeira exploso do fungo no campo. SINTOMAS Trata-se de um fungo ascendente. As folhas mais velhas so as primeiras a serem infectadas pelo patgeno, do mesmo modo que a Pinta Preta (Alternria solani). Em funo desta caracterstica, no incio da infestao, a septoriose poder ser confundida com a Pinta Preta.FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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Os primeiros sintomas de septorioses so pequenas manchas nas folhas. As manchas aparecem inicialmente nos ponteiros dos fololos, avanando para dentro. Sobre as manchas, com o auxlio de uma lupa, sero vistos numerosos pontos de cor preta, formando um crculo. O centro de cada mancha fica com a cor clara, lembrando a cor de palha de milho seca. Vejamos algumas diferenas entre a Pinta Preta e a Septoriose. A Pinta Preta apresenta: - manchas com anis concntricos, - mancha amareladas ao redor dos anis, - manchas de tamanho grande, em geral isoladas, - poucas manchas por fololo, - distribuio das manchas em qualquer parte do fololo. A Septoriose tem as seguintes caractersticas: - pontuaes negras sobre as manchas, - ausncia de anel amarelado ao redor das manchas, - manchas pequenas, - numerosas manchas agrupadas, - incio da infestao nas pontas dos fololos, - centro da mancha de cor da palha de milho seca. Comparando as diferenas citadas, fica fcil distinguir um fungo do outro, evitando erro de diagnstico. CONTROLE A nvel de campo, o controle da Septoriose relativamente simples. Maiores dificuldades de controle sero enfrentadas quando as mudas forem transplantadas j infectadas. Dentre os fungicidas com melhor eficincia, merecem destaque: - Sialex, - Folicur - Caramba - Dacostar - Isatalonil 38FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

- Rovral - Orthocide - Strobilurinas . As doses a serem aplicadas sero as mesmas para o controle de Pinta Preta. Tendo o cuidado de no aplicar alguns triazis em plantas com menos de 30DAT. SEPTORIOSE Septoria lycopersici

MANCHAS COR DE PALHA, COM PONTUAES NEGRAS

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PROGRAMA PREVENTIVO DE CONTROLE DE DOENAS FNGICAS CONSIDERANDO REGIO COM ALTA INCIDNCIA DE FUNGOS E PERODO CHUVOSO. DOSES PARA 20 LITROS DE GUA DT = PREVICUR (30 ml) + ORTHOCIDE (50 g) 3DAT = DACOSTAR (50 g) 6DAT = POSITRON DUO (50 g) 9DAT = SCORE (10ml) 12DAT= FORUM PLUS (60 ml) 15DAT= SIALEX (20g) 18DAT= ALIETE (40g) +POLYRAM (60g) 21DAT= SCORE (10ml) 24DAT= PREVICUR (30ml) + ANTRACOL (40g) 27DAT= DACOSTAR (50g) 30DAT= SIALEX (20 g) + ORTHOCIDE (40g) 33DAT= POSITRON DUO (50g) 36DAT= CABRIO TOP (80 g) 39DAT= ACROBAT Mz (80g) 40FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

44DAT= CARAMBA (15 ml) 49DAT= ALIETE (40g) + DACOSTAR (40g) 54DAT= STROBY (10 ml) 59DAT= DACOSTAR (50g) 64DAT= CARAMBA (15ml) 69DAT= PREVICUR (30ml) + ORTHOCIDE (40g) 79DAT= CABRIO TOP (80 g) 85DAT= ANTRACOL (50 g) Para o perodo sem chuvas, com dias quentes e noites midas e frias, o intervalo entre aplicaes dever adaptado, podendo ser de 5 em 5 dias at aos 40DAT, passando a 8 em 8 dias at 70 DAT, depois 12 em 12 dias at o final do ciclo. Quando houver coincidncia de pulverizaes com inseticidas e/ou bactericidas, observar a compatibilidade dos produtos. A preferncia de aplicao ser em funo do diagnstico, quando produtos incompatveis. No dia seguinte completar o tratamento. Sempre usar Espalhante Adesivo e Redutor de pH. PROGRAMA PREVENTIVO DE CONTROLE DE DOENAS FNGICAS CONSIDERANDO REGIO COM ALTA INCIDNCIA DE FUNGOS E PERODO CHUVOSO. DOSES PARA 20 LITROS DE GUA DT = PREVICUR (30 ml) + ORTHOCIDE (50 g) 3DAT = DACOSTAR (50 g) 6DAT = POSITRON DUO (50 g) 9DAT = SCORE (10ml) 12DAT= FORUM PLUS (60 ml) 15DAT= SIALEX (20g) 18DAT= ALIETE (40g) +POLYRAM (60g) 21DAT= SCORE (10ml) 24DAT= PREVICUR (30ml) + ANTRACOL (40g) 27DAT= DACOSTAR (50g)FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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30DAT= SIALEX (20 g) + ORTHOCIDE (40g) 33DAT= POSITRON DUO (50g) 36DAT= CABRIO TOP (80 g) 39DAT= ACROBAT Mz (80g) 44DAT= CARAMBA (15 ml) 49DAT= ALIETE (40g) + DACOSTAR (40g) 54DAT= STROBY (10 ml) 59DAT= DACOSTAR (50g) 64DAT= CARAMBA (15ml) 69DAT= PREVICUR (30ml) + ORTHOCIDE (40g) 79DAT= CABRIO TOP (80 g) 85DAT= ANTRACOL (50 g) Para o perodo sem chuvas, com dias quentes e noites midas e frias, o intervalo entre aplicaes dever ser adaptado, podendo ser de 5 em 5 dias at aos 40DAT, passando a 8 em 8 dias at 70 DAT, depois 12 em 12 dias at o final do ciclo. Quando houver coincidncia de pulverizaes com inseticidas e/ou bactericidas, observar a compatibilidade dos produtos. A preferncia de aplicao ser em funo do diagnstico, quando produtos incompatveis. No dia seguinte completar o tratamento. Sempre usar Espalhante Adesivo e Redutor de pH. Ver no final da apostilha dados de pH e Grupos qumicos. 04 - DOENAS BACTERIANAS DO TOMATE DOENAS BACTERIANAS. 1 - CANCRO BACTERIANO Clavibacter michiganensis. 2 - MURCHA BACTERIANA Ralstonia solanacearum (ex-Pseudomonas solanacearum) 3 - NECROSE MEDULAR Pseudomonas corrugata

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4 - MANCHA BACTERIANA Xanthomonas campestris pv vesicatoria

5 - PINTA BACTERIANA Pseudomonas syringae pv tomato 6 - TALO OCO Erwinia spp

1- CANCRO BACTERIANO: 1.1 - AGENTE CAUSAL Clavibacter michiganensis DANOS O cancro bacteriano, conforme o modo de infeco, poder causar maiores ou menores danos na produo. Quando o ataque se d de modo sistmico, geralmente muito agressivo, provoca a morte das plantas, podendo chegar a 60% da rea. Nos casos de ataque por contato (ou localizado), modo menos agressivo, as perdas sero menores - sendo adotadas as medidas de controle logo no incio do ataque, as perdas podero ser muito pequenas. Srios danos so causados quando o ataque da bactria localizado no cacho, provocando a queda de flores e de frutos novos, com forte reduo da produo, chegando a perda de mais de 20 % da florao. Somente quando a queda acentuada, o produtor percebe a severidade da bactria. Da, a necessidade de monitoramento permanente, quando na condies climticas forem favorveis s bactrias. SINTOMAS - Nos frutos - O surgimento e pequenas manchas, de formato arredondados, com pequenas depresso, de cor esbranquiada e vai evoluindo para marrom claro. A quantidade de manchas por fruto sempre ser mais de uma. Algumas pessoas comparam a mancha formada pelo cancro bacteriano com o olho de passarinho. Qualquer fruto pode ser atacado, muitos casos so encontradas bactrias em frutos novos, em plantas em fase de colheita. Quando comparamos com a pinta bacteriana (Pseudomonas syringae) e com a Mancha bacteriana (Xanthomonas campestris pv vesicatoria), trs caractersticas diferem as bactrias umas das outras:FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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a) A mancha do cancro bacteriano de forma depressiva com halo de cor branco, a pinta bacteriana tem forma levemente elevada, enquanto a mancha bacteriana de forma depressiva, com halo mido (dando a impresso de oleoso) b) O cancro bacteriano no se destaca do fruto, enquanto a pinta bacteriana pode ser retirada facilmente (como se fosse uma verruga), a mancha bacteriana tambm no se destaca, sendo maior que o cancro e a pinta bacteriana. c) O cancro bacteriano tem cor clara (marrom-esbranquiado), enquanto a pinta bacteriana tem cor escura (quase negra), a mancha bacteriana tem cor marrom escuro. - Nos cachos numerosas pintas - de cor marrom-claro - surgem nos cachos, provocando a queda acentuada de flores e frutos novos, deixando , por vezes, cachos com um ou nenhum fruto. O ataque nos cachos, quase sempre de forma generalizada, em toda a rea, apresentando queda de flores em 100% das plantas, principalmente quando as condies climticas so favorveis (noites frias e dias quentes). Nesses casos, medidas curativas so de mxima urgncia. - Na planta o principal sintoma do cancro bacteriano a murcha de somente um lado da planta, que se torna mais evidente nas horas mais quentes do dia (por volta de 9 horas da manh, a murcha perfeitamente visvel). Na parte mais nova olho do tomateiro -, as folhas de um lado murcham e as do outro lado continuam normal, a murcha ser sempre descendente. Uma planta com cancro bacteriano, murcha durante as horas quentes do dia e, no dia seguinte, amanhece com aspecto normal como se no tivesse bactria, durante alguns dias a planta assim se comporta . Com o progresso da doena, toda a planta murchar de modo irreversvel, chegando morte. Sempre surgiram plantas com sintomas de cancro bacteriano, de forma isolada ou em pequenas reboleiras. Lentamente ser disseminada em toda a rea, seja pela prtica de desbrota e amarrio, ou pela ao da gua. Fotos na pgina 45 CONTROLE Em geral os tratamentos qumicos, se usados isoladamente, no so suficientes para o controle da bactria, quando se apresentam de modo sistmico. Todas as medidas devem ser usadas conforme citado a seguir em Controle de 44FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

bactrias .Nos casos em que o ataque por contato, o controle qumico suficiente para o controle total da bactria. CANCRO BACTERIANO - Clavibacter michiganensis

PINTAS NOS FRUTOS

MURCHA LATERAL NO TOPO

PINTAS NOS CACHOS

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2 MURCHA BACTERIANA 2.1 AGENTE CAUSAL - Ralstonia solanacearum (Pseudomonas solanacearum, Burkholderia solanacearum) DANOS Dentre todas as bactrias que afetam o tomateiro, a murcha bacteriana a mais destrutiva e mais comum nas reas cultivadas. Em maior ou menor escala, essa bactria, provoca danos econmicos. Qualquer planta de tomate aps ser infectada fatalmente morre. Dependendo das condies climticas, tipo de solo, espaamento, adubao, tratamento preventivo, e mtodos de conduo e irrigao os danos podero ser at de 100% da rea cultivada. Se todos os fatores de risco estiverem presentes, dificilmente a murcha bacteriana permite colheita com bons nveis de produtividade. Em muitos casos no recomendvel tentar o controle, sendo anti-econmico . Nos casos de ataque generalizado na rea cultivada, prefervel a erradicao e destruio total das plantas, cultivando, nos anos seguintes, com culturas resistentes, a exemplo de milho, cana-de-aucar, mandioca, etc. SINTOMAS Afeta toda a planta, provocando a murcha lenta, progressiva e irreversvel. Diferente do cancro bacteriano, quando a Ralstonia solanacearum ataca o tomateiro, os sintomas so de murcha dos dois lados das plantas. De modo mais rpido e mais agressivo a murcha bacteriana mais destrutiva. Os sintomas de murcha so detectados em plantas com mais de 20 DAT. Para identificar e tirar qualquer dvida quanto ser ou no a murcha bacteriana, basta realizar o teste de cmara mida ou teste do copo . Como fazer o teste: a) cortar um pedao de aproximadamente 15 a 20 cm da haste principal, preferencialmente entre o colo e a bifurcao do caule. b) usando um copo transparente (ou outro recipiente semelhante), colocar gua at 2/3 do recipiente. A gua deve ser a mais limpa possvel, se possvel filtrada. 46FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

c) mergulhar o pedao do caule do tomate, de modo que pelo menos 3 cm fique dentro da gua. Fixar o pedao do caule na borda do recipiente, com um pequeno corte no pedao do caule, ou por meio de um arame fino , ou , ainda, com uso de uma fita adesiva. O importante que o pedao do caule no chegue ao fundo do recipiente, ficando a sua ponta submersa suspensa. d) Aguardar de 1 a 2 minutos, tempo suficiente para que o pus bacteriano inicie sua sada do pedao de caule. Tendo a presena da bactria, um filete contnuo de pus bacteriano sair do pedao de tomate. Dependendo da quantidade de bactria existente, a gua do recipiente ficar com cor esbranquiada, provocado pelo pus bacteriano. Decorrido 2 minutos, no aparecendo o pus bacteriano, temos a certeza de que a murcha foi provada por outro agente causal. Em muitos casos antes mesmo de completar o primeiro minuto, j inicia a sada do pus bacteriano. e) Importante, devemos sempre fazer o teste em mais uma planta. Achamos que para cada 5.000 plantas cultivadas, devemos realizar o teste em no mnimo 2 plantas com sintomas de murcha. Cada planta dever ser testada em gua nova. Fotos pag 47. CONTROLE Para o controle da Rasltonia solanacearum, todas as medidas preventivas devem ser adotadas. Nenhuma medida isolada ter qualquer eficincia. Especial ateno deve ser tomada na escolha da rea, evitando regies de baixada midas e com histrico de encharcamento. Do mesmo modo, reas j cultivada e que apresentaram plantas com murcha bacteriana precisam ser evitadas. O controle da gua de irrigao, junto com a adubao nitrogenada so decisivas para o controle de murcha bacteriana.

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MURCHA BACTERIANA Ralstonia solanacearum

MURCHA BACTERIANA EM PLANTA

MURCHA BACTERIANA EM PLANTA EM ESTDIO PRODUTIVO

MURCHA GERAL DAS PLANTAS

PUS BACTERIANO EM TESTE DE COPO PROVA DA EXISTNCIA DE MURCHA BACTERINANA

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3- NECROSE MEDULAR 3.1 AGENTE CAUSAL : Pseudomonas corrugata DANOS Danos a nvel econmicos, somente constatado em casos de alta infestao e quando no so adotadas medidas de controle. Em casos onde constatamos a presena de Pseudomonas corrugata e ao mesmo tempo outra bactria a exemplo de cancro bacteriano, os danos so de valores elevados. SINTOMAS ENRAIZAMENTO DO CAULE O primeiro sintoma visvel de uma planta com necrose medular, o surgimento de razes na parte rea da planta. Em qualquer parte do caule numerosas razes comeam a se desenvolver dando a demonstrao de que a planta est tentando se recuperar, buscando emitir novo sistema radicular. At mesmo nos cachos podero surgir razes adventcias. Para um bom observador, a bactria poder ser identificada logo no incio, quando no caule surgem os primeiros pontos, onde surgiro as razes adventcias. Ainda no caule, pelo lado externo, manchas escuras surgiro, no local da insero do pecolo da folha. NA MEDULA DO CAULE um sintoma caracterstico da Necrose Medular, o aparecimento de manchas na medula do caule do tomateiro de cor chocolate e de formato alongado. Efetuando um corte longitudinal no caule de uma planta com sintomas externos dessa bactria, as manchas sero vistas, em contraste com a cor branca da medula do caule NAS FOLHAS com o progresso da doena, as folhas amarelecem e secam, de baixo para cima podendo levar morte da planta. Vale lembrar que somente haver a morte da planta se medidas de controle no foram adotadas. CONTROLE A necrose medular, quando comparada com outras bactrias, tem seu controle relativamente fcil. Pulverizaes com bactericidas e o uso de medidas auxiliares, so altamente eficientes. Ver mais informaes em Controle de Bactrias.FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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NECROSE MEDULAR - Pseudomonas corrugata

MANCHAS COR CHOCOLATE NA MEDULA DO CAULE EMISSO DE RAZES LOCALIZADAS NO CAULE

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4- MANCHA BACTERIANA 4.1 AGENTE CAUSAL Xanthomonas campestris pv vesicatoria DANOS Queda da florao, perda direta de frutos com manchas e diminuio da rea foliar, so os danos causados por essa bactria. A perda de florao, em alguns casos pode comprometer totalmente os cachos, com perdas de at 100%. Os frutos quanto apresentam a bactria no so comerciais, principalmente, quando a infestao afeta os frutos verdes, com danos econmicos elevados. SINTOMAS NAS FOLHAS, dezenas de manchas escuras aparecem nas folha mais velhas, progredindo de forma rpida para a parte superior das plantas. Algumas manchas podero se unir, dando a impresso de ser uma mancha grande. No incio as manchas da bactria Xanthomonas campestris, poder ser confundida com a Pinta Preta (Alternaria solani) ou com a Septtoriose (Septoria lycopersici) e Pinta Bacteriana (Xanthomonas campestris). H a possibilidade de ser confundida com a requeima (Phytophtora infestans).Vale lembrar que as quatro doenas atacam inicialmente as folhas da base da planta. Com a evoluo das doenas (monitorando por 48 horas) os sintomas se caracterizam, facilitando a identificao entre bactria e fungo. Observando atentamente a mancha da bactria tem aspecto mais aguado. Provocam o amarelecimento parcial ou total das folhas, um alo amarelo surgem ao redor das manchas. Com a evoluo, a mancha pode se romper no centro. Plantas em qualquer idade podem ser atacadas, at mesmo mudas antes do transplantes so susceptveis. Os pecolos atacados apresentam manchas de cor marrom e forma alongada. NOS CACHOS a queda de grande quantidade de flores, um forte indcio da presena da bactria. Manchas de cor marrom podero aparecer. NOS FRUTOS Diversas manchas nos frutos (muito comum em frutos verdes), de cor marrom-escuro, com um halo aguado (dando a impresso de oleoso). As manchas so deprimidas, com bordas levemente elevadas.

CONTROLEFRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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Muito embora seja uma bactria que promova a queda de grande quantidade de flores e destruio de frutos (a nvel comercialmente), o seu controle no dos mais difceis. de primordial importncia o diagnstico precoce e o controle imediato, com uso de bactericidas. Ver em Controle de bactrias MANCHA BACTERIANA - Xanthomonas campesttris

MANCHAS NAS FOLHAS

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MANCHA BACTERIANA - Xanthomonas campesttri

PINTAS DEPRESSIVAS NOS FRUTOS

MANCHS ESCURAS NO PECOLO

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5 PINTA BACTERIANA 5.1 - AGENTE CAUSAL Pseudomonas syringae pv tomato 5.2 Outra demonicao : Mancha bacteriana pequena DANOS Os danos da pinta bacteriana so semelhantes aos provocados pela mancha bacteriana (Xanthomonas campestris). SINTOMAS Inicialmente os sintomas da Pinta bacteriana podem ser confundidos com outras doenas (fngicas: pinta preta e septoriose; bacteriana: mancha bacteriana). NAS FOLHAS: a presena de vrias manchas pequenas (at 3 mm) , quando mais de uma mancha se unem (formando uma nica mancha), o tamanho da mancha ser bem maior , principalmente quando atingem as bordas dos fololos. As manchas so aguadas. NOS FRUTOS as manchas so pequenas, pretas, circulares, superficiais, sendo bem diferentes das manchas provocadas pelo cancro bacteriano (C. michiganensis) e pela mancha bacteriana (X. campestris). Vale lembrar que as manchas nos frutos surgem somente se no forem adotadas medidas de controle, logo ao surgirem os primeiros sintomas nas folhas. CONTROLE O combate pinta bacteriana idntico ao adotado para a mancha bacteriana, erwnia e necrose medular. Ver em Controle de bactrias.

PINTA BACTERIANA Pseudomonas syringae 54FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

MANCHAS ALONGADAS NAS HASTES DOS CACHOS

PINTAS NAS FOLHAS COM COR AMARELADA AO REDOR 6 TALO-OCO 6.1- AGENTE CAUSAL Erwinia carotovora Erwinia spp 6.2 OUTRO NOME: PODRIDO MOLE

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DANOS O talo-oco tem sido responsvel por perdas considerveis em rea de tomate, principalmente na poca chuvosa quando a incidncia maior e o controle mais difcil. Em plantios de Campo j contatamos perdas superiores a 50% da produo esperada. Em estufa, onde a presena da Erwinia mais agressiva, perdas de 80% de plantas mortas, com fortssima reduo da produtividade. SINTOMAS NO CAULE a Erwinia uma bactria praticamente de caule, em tomate. Somente em casos extremos os sintomas sero vistos nos frutos. A destruio total da medula do caule o principal sintoma. A bactria desintegra a medula de forma ascendente, de tal modo que ao fazer presso no caule, com os dedos, o mesmo cede demonstrando claramente que est oco de onde vem o nome popular: talo-oco. Quando a doena est em estado avanado, um odor forte e caracterstico exala ao cortamos o caule. Por fim, a planta murcha e morre. Ao iniciar o processo de murcha, a planta no mais se recupera. O processo de murcha mais evidente em plantas em incio de produo. CONTROLE Nas pocas de chuvas ou em cultivo protegido o mais sensato adotar medidas preventivas, com uso de bactericidas preferencialmente seguindo um Programa Preventivo de Controle de bactrias em geral. Ver detalhes em Controle de Bactrias.

MANCHA MARROM EXTERNA NO CAULE

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TALO OCO OU PODRIDO MOLE Erwinia spp

DESTRUIO DA MEDULA

PLANTA DESTRUIDA POR ERWINIA

MANCHA MARROM NO CAULE

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CAUSAS GERAIS DO SURGIMENTO E AUMENTO DE BACTRIAS 1 PRIORIDADE NO COMBATE A FUNGOS As doenas fngicas, causadoras de grandes prejuzos, se tornaram a preocupao maior dos produtores de tomate. Ao mesmo tempo, o combate s bactrias ficou totalmente esquecido. As bactrias no causavam danos visveis. Por outro lado, a cerca de vinte anos, por ocasio de um surto de bactrias, foram utilizados bactericidas especficos, praticamente erradicando as bactrias. A prioridade, nos ltimos anos, tem sido a pinta preta (Alternaria solani) e a requeima (Phytophthora ssp). 2- POUCO USO DE COBRE Nos ltimos anos o uso de cobre em pulverizaes foi drasticamente reduzido, principalmente nos anos de 1995 a 1997. A no aplicao de cobre na cultura no tomateiro era ainda menor nos meses chuvosos e frios. Foi criado, junto aos produtores, o fato de que nos meses de chuvas (entre janeiro e maio), devem ser aplicados fungicidas conhecidos como massas fortes (termo usado para designar os fungicidas modernos, de ao mais especfica, mais ampla e geralmente sistmica). Os fungicidas chamados de massas fracas, s deveriam ser usadas nos meses secos (junho a dezembro). O cobre, passou a ser utilizado somente nos meses secos. Esse foi um grande erro. A ausncia do cobre, permitiu o surgimento de bactrias, praticamente desconhecidas (Necrose Medular); bem como o aumento da incidncia de outras bactrias, que no causavam grande danos (Talo-oco). 3 USO DE FUNGICIDAS, SEM NENHUMA AO BACTERIANA O surgimento de novos fungicidas, com ao especfica sobre os fungos da pinta preta (Alternaria solani) e da requeima (Phytophthora ssp), permitiu o uso de menor nmero de pulverizaes e a aplicao de produto especfico para a doena presente. Os fungicidas modernos substituram o COBRE, Maneb e Zineb. Dentre muitos, os mais utilizados so: Curzarte Sialex (Procimidone), Score (Difenoconazole), Orthocid (Captan), (Cymoxamil), Dacostar (Clorothalonil), Folicur (Tebuconazole), Caramba

(Metconazole), Stroby e Amistar

(Estrobilurinas). Sendo o COBRE um fungicida e

bactericida, at ento muito utilizado e que mantinha o nvel de bactrias sob controle, a 58FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

sua substituio quase que total, por produtos sem ao bactericida, criou um ambiente favorvel ao aumento das bactrias. A substituio de produtos foi um processo natural, a partir do momento que o produtor, movidos pela necessidade de combater os fungos, teve ao seu alcance os novos produtos, lanados pelas indstrias de defensivos, principalmente as estrobilurinas e os triazis. 4 DESEQUILBRIO NUTRICIONAL Um dos fatores que mais contriburam para o aumento excessivo da incidncia de bactrias, foi (e continua sendo) o desequilbrio nutricional. 4.1 - O uso de Nitrognio em excesso, principalmente na forma de Uria e esterco de galinha. O mais grave o modo de utilizao destes dois produtos: a) Esterco de galinha em fundao, em grandes quantidades. b) Esterco de galinha em cobertura, colocado em uma cova aberta entre as plantas, geralmente entre 15 a 20 dias antes do transplante. c) Uso somente de Uria, em cobertura, notadamente a primeira adubao de cobertura. 4.2 - Pouco uso de Potssio. A grande maioria dos produtores desconheciam os benefcios o potssio. O efeito imediato dos adubos nitrogenados, promovendo um crescimento rpido das plantas, estimulava, cada vez mais, o uso de uria e esterco de galinha poedeiras. Ao mesmo tempo que as plantas cresciam, por fora de adubos com alto teores de nitrognio, o desequilbrio nutricional (pouco potssio, fsforo e clcio), tornava estas mesmas plantas muito sensveis a todas as doenas. As bactrias, tinham ao seu dispor plantas sem nenhuma ou pouca resistncia. 4.3 Relao Nitrognio (N) x Potssio (K2O), por falta de conhecimento sobre adubao, os produtores no levam em considerao a relao de nitrognio e potssio, por ocasio das adubaes. Na verdade, o que vemos, so misturas de adubos, tomando como base a unidade de sacos. No existe um planejamento de adubao, obedecendo a uma relao correta de N x K2O.

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5- EXCESSO DE GUA O fornecimento de gua em quantidade acima da necessria para o desenvolvimento das plantas, fato comum entre os produtores, vem favorecendo o aumento das bactrias. O fato se torna mais grave quando, em reas de declive acentuado, a gua escorre sobre o solo. Em geral, as hortas so irrigadas com grande volume de gua, sem nenhum controle de volume e distribuio. O sistema de irrigao, por meio de mangueiras, no permite controlar a quantidade da guas; ao mesmo tempo, a distribuio totalmente irregular: reas altas com pouca gua, e as reas de baixas, com excesso hdrico). Outro erro a irrigao logo aps chuvas. Os produtores acreditam ser necessrio irrigar, para lavar as folhas das plantas, retirando, deste modo, os fragmentos de solo que a chuva, eventualmente, possa ter depositado sobre as folhas do tomateiro. 6- PLANTIO EM REAS DE BAIXADA Quase sempre, quando os plantios so feitos em reas de baixadas, a presena de bactrias uma certeza. As reas de baixadas, onde geralmente cultivada a cana-de-aucar, so solos rasos, em muitos casos a rocha (chamada de laje) pode ser vista aflorando. As baixadas so sempre lavadas por guas dos crregos, rios e riachos principalmente nos anos de perodo chuvoso normal (em torno de 1700 mm/ano), provocando encharcamento por vrios meses. Alm disso, so solos com alto teor de matria orgnica. Todos estes fatores, em conjunto, formam ambiente altamente favorvel presena das bactrias que, imediatamente aps o plantio do tomateiro, se instalam na cultura. 7 FOCOS DE PLANTAS CONTAMINADAS No raro, so encontrados verdadeiros focos disseminadores de bactrias, dentro da prpria rea cultivadas, ou em reas vizinhas. Os focos dentro das prprias hortas, nem sempre so eliminados. O que seria correto, erradicando as plantas atacadas, no acontece. As plantas infectadas permanecem, por muito tempo, transmitindo a enfermidade para as plantas sadias. Outro fato, que contribuiu muito para o aumento das bactrias, o abandono de plantios aps a colheita. 60FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

8 MATERIAL CONTAMINADO O produtor somente retira os restos culturais, as varas, estacas e arames das hortas velhas, quando necessita do material para outra horta. Em muitos casos, no mesmo dia que o material retirado de um plantio velho, utilizado em nova rea. Deste modo, muitas bactrias so transportadas de uma rea contaminada, para reas sadias. O transporte de doenas, notadamente bactrias, por meio de materiais de trabalho contaminado, acontece entre propriedades, regies de um mesmo municpio e entre municpios. Raros so os produtores que procedem a algum tipo de desinfeco de estacas e varas. Vale observar, que o material de trabalho: varas, estacas, arames, mangueiras, canos, etc, so utilizados em vrias hortas seguidamente. 9 MTODO DE CONDUO ERRADO Muitos erros so cometidos durante todo o cultivo do tomateiro. Alguns so responsveis pela disseminao de pragas e doenas. Especificamente no casos das bactrias, alguns merecem destaque: 9.1- Abertura de covas para irrigao: pelo mtodo de irrigao com uso de mangueira (a maioria das hortas so irrigadas desse modo), para que a gua se infiltre com maior rapidez, so abertas covas entre as plantas (no salto) e at mesmo no meio das linha, provocando o corte do sistema radicular e formao de reas encharcadas. Quando estas covas transbordam a gua excedente escorre sobre o solo, transportando bactrias para vrios pontos da reas. Por vezes, so formados verdadeiras linhas de plantas atacadas por bactrias, de cima para baixo, demonstrando que , inicialmente, algumas plantas foram afetadas na parte superior da horta; posteriormente, as demais plantas foram atacadas. 9.2- Adubao Todas as vezes que realizada a adubao de cobertura, uma cova aberta (ou reaberta) para depositar o adubo. Mais uma vez, o sistema radicular cortado, com abertura para a entrada de bactrias. Ao mesmo tempo, a planta afetada com a reduo do seu sistema radicular, onde boa parte das razes so cortadas a intervalos de 7, 10 ou 15 dias, conforme o intervalo de adubao. 9.3 Desbrota ou desolhamento trs erros so cometidos por ocasio da retiradas dos brotos laterais:FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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a) desbrota tardia, quando os brotos esto com mais de 15 centmetros de comprimento e resistentes retirada; b) o que muito grave, os brotos retirados so deixados dentro do plantio sobre o solo; c) nenhum tratamento feito aps a desbrota, ficando as feridas abertas e expostas contaminao. 9.4 - Capao ou desbrota do olho os mesmos erros cometidos por ocasio da desbrota lateral, so verificados na capao final. 10 DIAGNSTICO Por falta de conhecimentos dos sintomas que as bactrias apresetam no tomateiro, comum o diagnstico errado ou tardio da doena. Geralmente, os produtores confundem as bactrias com fungos, deficincias nutricionais ou simplesmente fitotoxicidade provocada por defensivos ou adubos qumicos. Realmente no muito fcil a identificao correta de certas bactrias, principalmente no incio da infestao, pois muitas vezes podem ser confundidas com fungos. Por vezes, a identificao no incio prejudicada pois, para os produtores, somente quando os sintomas e prejuzos so bastante visveis, que procuram por socorro de tcnicos experientes. A no identificao das infestaes de bactrias, logo no incio quando so poucas as plantas atacadas, tem sido um dos maiores problemas para o controle eficiente. Em funo do alto grau de infestao, at mesmo a tomada de medidas curativas, com uso de produtos qumicos e medidas complementares, no atendem s necessidades e expectativas do produtor, pois os danos econmicos so irreversveis. Por outro lado, a adoo de medidas preventivas, de altssima importncia, no so usualmente praticadas, a maioria dos produtores acreditam muito mais na aplicao de produtos qumicos (muitas vezes esperando verdadeiros milagres), do que em um conjunto de medidas preventivas de menor custo final e maior eficincia. 11 INFORMAES ERRADAS um fato cotidiano, para os produtores, buscarem informaes tcnicas junto s Revendas de Insumos Agrcolas, em funo da insuficincia da extenso rural (responsvel pela assistncia tcnica no campo), bem como pela proximidade das revendas com os produtores. Infelizmente, as revendas, no estavam preparadas para atender s necessidades dos produtores. No dispunham de pessoas tecnicamente 62FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

habilitadas

para diagnosticar com preciso as doenas nos casos das bactrias,

principalmente. Grosseiros erros foram cometidos. A indicao de fungicidas, quando a necessidade real era um bactericida, era muito freqente. O diagnstico errado e a aplicao de produtos no adequados, colaboraram para o aumento das bactrias. Vale observar, para no cometer injustia, que algumas revendas, dispondo de profissionais tecnicamente bem preparados, colaboraram para o equilbrio da situao: trabalhando com diagnstico correto e indicao de bactericidas, conforme cada caso necessitasse. Nos ltimos anos, mais precisamente desde 1998, quase todas as revendas j contam com tcnicos agrcolas ou agrnomos, prestando assistncia tcnica aos seus clientes. Junto com este fato, as indstrias de defensivos esto, quase que diariamente, com agrnomos trabalhando na regio, colaborando, de modo decisivo, para a melhoria do nvel tecnolgico regional. 12 CLIMA Nos ltimos anos as mudanas climticas tem sido um problema a mais. Em um passado, no muito distante, tnhamos duas situaes bem distintas: um perodo de chuvas regulares entre os meses de dezembro a junho; e um perodo sem chuvas de julho a novembro. Vrios fatores, que aqui no cabem serem discutidos, provocaram mudanas srias. Os perodos com chuvas so muito irregulares: alguns meses com pouca precipitao pluviomtrica, seguidos de meses com muita chuva. Os meses sem chuvas esto com baixa umidade e altas temperaturas diurnas, enquanto no perodo noturno a temperatura cai para 18oC e a umidade relativa muito elevadas superior a 80%. At bem pouco tempo, a incidncia de bactrias estava limitada aos meses de maro, abril e maio. Nos dois ltimos anos, temos registrado a presena de bactrias durante todo o ano, independente de Acreditamos maior ou menor precipitao pluviomtrica. que a irregularidade climtica, esteja, junto com os outros fatores,

contribuindo no s para o aumento das bactrias, mas outras doenas e pragas. 13 QUALIDADE DA GUA Consideramos como sendo um dos mais srios problemas da atualidade, a pssima qualidade da gua. gua utilizada para irrigao, na sua quase totalidade,

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proveniente de crregos, riachos e rios. Com a escassez de chuvas, fato registrados desde o ano de 1997, atingindo os anos de 1998 e 1999, a gua para irrigao tem ficado cada dia em menor volume, restrito a poos amazonas ou buracos cavados nos leitos dos crregos, riachos e rios. A gua que era corrente, portanto, renovada constantemente; passou a ser de uma fonte estagnada, sem renovao. A gua de poos amazonas e/ou buracos, esto, com toda a certeza, com maior probabilidade de estarem contaminadas com bactrias. CONDIES IDEAIS PARA O ATAQUE DE BACTRIAS Muitas e variadas so as condies ideais para ataque de Bactrias. Dentre todas algumas merecem destaque. Vale lembrar que nenhuma condio surge isoladamente. Em geral a soma de vrios fatores favorveis determinam o grau de infestao e de agressividade da (s) bactria (s). O conjunto de condies benficas s bactrias podem promover a incidncia de vrias bactrias ao mesmo tempo. 1 - SOLOS INFECTADOS O solo pode ser contaminado por bactrias de diferentes modos. Causas de contaminao do solo: a) Encharcamento da rea presena natural de bactrias - so de alto riscos os solos que apresentam os problemas de: lavagem pelas guas das chuvas encharcamento peridicos montante ou jusante de barragens baixadas midas permetros de lagoas

Nos casos citados, em geral as bactrias esto presentes em restos de vegetais, transportados e depositados pelas guas (sobrevivendo durante vrios anos). Quando so cultivados com tomateiro as bactrias migram dos restos de vegetais para as plantas cultivadas. Dificilmente o produtor ter sucesso com o cultivo em reas de alto risco. b) Contaminao com restos de culturas - muitos produtores ao erradicarem culturas com bactrias (tomate, pimento, repolho, etc), adotam dois procedimentos errados:

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1- Incorporam os restos das culturas na prpria rea cultivada (em geral com uso de trator) - de tal modo que contaminam toda a rea. 2- Transportam e espalham os restos culturais para outras reas (s vezes despejam os restos das plantas contaminadas em reas dos vizinhos). Em qualquer um dos casos fazem com que reas - antes isentas de bactrias - fiquem imprestveis para o cultivo de tomate por vrios anos. c) Plantas hospedeiras a presena de plantas nativas hospedeiras de bactrias um fato constantemente verificado. rea nunca cultivada pode, mesmo no primeiro plantio, apresentar altssima incidncia de doenas bacterianas. 2 CLIMA Dois fatores do clima favorecem o surgimento ou desenvolvimento de bactrias: a combinao de temperatura e chuva - causa da maior ou menor incidncia das doenas bacterianas. Temperaturas ideais: I Pinta bacteriana 13 a 25 C II Mancha bacteriana 24 a 30 C III Murcha bacteriana 29 a 35 C IV Necrose Medular - 16 a 25 C V - Erwinia 16 a 35 C Para todas as bactrias as temperaturas de 16 a 21 C a faixa ideal . Todas as bactrias so favorecidas pelo perodo chuvoso, onde a umidade relativa do ar permanece acima do 80%. Noites frias , chuvas diurnas e poucas horas de sol (menos de 6 horas de luz solar por dia) formam clima ideal para o aumento de bactrias. Nos perodos de ausncia de chuva, temperaturas noturnas e diurnas entre 22 e 30 C, dias ensolarados (mnimo de 12 horas de luz por dia) so condies climticas no favorveis s bactrias.

3 ADUBAO No que diz respeito nutrio do tomateiro dois aspectos devem ser levados em considerao.FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

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I Excesso de nitrognio favorece o desenvolvimento de bactrias. Existe uma relao muito grande entre a quantidade de Nitrognio e a quantidade de espcies de bactrias e o grau de agressividade com que elas atacam o tomateiro. Quanto maior for a quantidade de nitrognio, maior ser a incidncia. Por diversas vezes podemos constatar que na presena de uma leve incidncia de bactria em tomateiro, aps uma adubao nitrogenada (exclusivamente com adubo nitrogenado ou com esterco de galinha em cobertura), h uma exploso da bactria impossibilitando qualquer controle de modo eficiente. Plantas excessivamente vigorosas (pela adubao nitrogenda) so mais sensveis ao ataque de bactrias e de controle mais difcil. II Desequilbrio nutricional - a relao nitrognio x potssio, quando em desequilbrio, tornam as plantas mais susceptveis s bactrias. O uso de NPK ou NK onde os teores de Nitrognios so superiores aos de Potssio (Exemplos 3-1-1, 4-0-1), sejam adquiridos de Indstrias crescimento das plantas, sem ou preparados no propriedade rural, a necessria promovem o resistncia. o que chamamos de

crescimento vegetativo desproporcional. Nos casos de desequilbiro nutricional de N e K plantas com idade de 30 dias apresentam porte de plantas de 40 dias, as folhas so excessivamente grandes e suculentas, a distncia entre folhas ultrapassa aos 30 cm (o mesmo acontece com os cachos) e as brotaes laterais so muito vigorosas. H a falsa impresso de que o plantio est timo. No entanto, ao primeiro ataque de bactria a verdade aparece. So plantas falsamente vigorosas, muito sensveis ao menor ataque de bactrias. Alm da proporo N x K, relaes Clcio x Boro, Fsforo x Magnsio, Nitrognio x Enxofre e Clcio x Potssio, precisam de equilbrio . Ver mais detalhes no item sobre Adubao. 4 IRRIGAO O fornecimento de gua, por meio da irrigao, pode ser um fator de disseminao de bactrias. Conforme o mtodo utilizado e o volume de gua aplicado as conseqncia danosas do ataque de bactrias ter maior ou menor impacto na produtividade. Irrigao que promove o molhamento das folhas (asperso e microaspersor) e que permite que a gua escorra dentro da rea (sulco e mangueiras) transportam as bactrias de plantas infectadas para as plantas sadias. Para as bactrias de cancro bacteriano, pinta bacteriana, mancha bacteriana e erwinia a gua nas folhas 66FRUTAL2003 - COOPERATIVISMO E AGRONEGCIO CONTROLE DE PRAGAS E DOENAS DE FLORES E HORTALIAS

condio ideal para o desenvolvimento. A bactrias da murcha bacteriana disseminada pela gua quando esta escorre no solo. O volume de gua quando aplicado em excesso ao mesmo tempo que realizada adubao nitrogenada, inviabilizam a eficincia dos bactericdas qumicos. O ataque de bactrias se torna incontrolvel. 5 - PRTICAS DE CULTIVO I - ESPAAMENTO nas pocas de chuva (em condies de alta umidade do solo, temperaturas baixas, umidade do ar elevada, poucas horas de luz solar e pouca ventilao), os espaamentos muito adensados de 1,00m x 0,50 m (com densidade de 18000 a 20000 plantas /ha) , agravam as condies climticas, e favorecem s bactrias. II - MTODO DE ENVARAMENTO - o mtodo de envaramento inclinadonas pocas de chuva, dificulta as pulverizaes (dificilmente as folhas da parte interna sero atingidas plos bactericidas no circula). III - ADUBAO DE COBERTURA - quando a adubao de cobertura realizada manualmente costume abrir uma cova entre as plantas (o que chamamos de adubar no salto). Ao abrir a cova, razes so cortadas, favorecendo a penetrao de bactrias principalmente murcha bacteriana e cancro bacteriano. IV - DESBROTA - a desbrota por si s uma porta de entrada de bactrias. Ao realizar a desbrota tardia com brotas grandes (maiores de 10 cm), o fato mais grave. As feridas abertas com a quebra dos brotos laterais e o fato de trabalhadores terem contato com plantas doentes e sadias ao mesmo tempo, levam bactrias de uma planta para outra. As bactrias erwinia, cancro bacteriana e murcha bacterina so altamente disseminadas pela desbrota. V - USO DE VARAS/ESTACAS/ARAME a reutilizao de varas, arames e estacas de um plantio que foi contaminado por bactrias, um meio de transporte e contaminao de bactrias entre reas . Nem sempre a desinfeco eficiente. O mais aconselhvel no reutilizar material contaminado. o que mais grave quando pulverizado produtos de contato) e cria condies de alta umidade na parte interna (o sol no penetra e o vento

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6 - MUDAS E SEMENTES As de sementes retiradas de plantas de reas contaminadas, podem conter bactrias. Mesmo sendo uma prtica ult


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