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Exmo. Sr.Dr.Juiz da 4 Vara Trabalho de Contagem MG

Processo : 02011-2008-032-03-00-8 Reclamante: Ricardo Jos Lima Reclamada : ICG Garujo Ltda.

ICG GARUJO LTDA, j qualificado nos autos do processo em epgrafe, por seus advogados abaixo assinados, vem, respeitosamente, perante V. Exa., tendo em vista o Recurso Ordinrio apresentado fls. 171/182 apresentar suas anexas CONTRA-RAZES DE RECURSO ORDINRIO, as quais seguem escudadas nos argumentos adiante produzidos. Nestes termos, pede deferimento. Belo 2.010. Aurentino de Souza Colen OAB.MG 74.202 Andr Khattar Porto OAB/MG 122.295 Horizonte, 21 de julho de

Anderson de Souza Rocha OAB.MG 23.056 E

EGRGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3 REGIO MINAS GERAIS

Recorrente: Ricardo Jos Lima Recorrido : ICG GARUJO LTDA

Nobres Sobrejuzes, Colenda Turma Julgadora,

Inconformada com a r. deciso de fls.152/154, interps a recorrente RECURSO ORDINRIO, apelando pela mudana no comando sentencial, conforme razes de fls. 171/182. Entretanto, data venia, razo alguma lhe assiste, seno veja-se:

DO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA/ NULIDADE DO LAUDO PERICIALO reclamante em suas razes de recurso, insiste em atacar a r. Sentena de fls., ao argumento de que o indeferimento da produo de prova testemunhal, a fim de comprovar as alegaes contidas na inicial quanto as verdadeiras condies de trabalho que era submetido o reclamante, sendo que o laudo pericial apresentado aos autos, era imprestvel, pois no condizia com a realidade ftica, portanto, deveria ser a r. Sentena declarada nula, pelo cerceamento do direito de defesa. Todavia, sem razo o recorrente, pois em nenhum momento houve o alegado cerceamento de defesa, haja vista que o juiz no est adstrito ao laudo pericial, mas quando as provas produzidas j forem suficientes para formar o convencimento do mesmo, dever

ser aplicado de forma subsidiaria o que est contido nos art. 130 e 400, I do CPC. Doutos Desembargadores, conforme convencimento do juiz a quo apostos na r. Sentena, o recorrente sequer foi capaz de demonstrar qualquer elemento que configure falha no laudo pericial, bem como no houve impugnao a qualquer fato descrito no laudo que desafiasse prova testemunhal. Em recente julgado, o Egrgio Trabalho 3 Regio, assim se

Tribunal Regional do manifestou, in verbis:

00200-2004-091-03-00-0 RO Data de Publicao:25-06-2009 rgo Julgador: Turma Descentralizada Tema: CERCEAMENTO DE DEFESA - PERCIA Relator: Heriberto de Castro Revisor: Jorge Berg de Mendona EMENTA: CERCEIO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE NOVA PERCIA. INOCORRNCIA. No se constatou o alegado cerceio de defesa, tendo sido determinada a realizao de prova pericial a fim de perquirir acerca da existncia da molstia profissional. Lado outro, tambm no se verificou qualquer irregularidade no procedimento dos trabalhos periciais, que contou com a participao de perito oficial, alm de mais dois profissionais especializados indicados pelas partes. Desse modo, ntido que no havia nenhum fundamento a ensejar o deferimento de nova prova pericial, sobretudo pelo fato de que o laudo foi conclusivo. Deferir a percia diante desse quadro probatrio afrontar o princpio da economia processual que informa o processo do trabalho, posto que estar fadada ao insucesso.

Quanto a alegada nulidade, melhor sorte tambm no acompanha o recorrente, basta a anlise do

laudo apresentado pelo perito que apresenta fundamentao slida e convincente, sendo suficientemente claro e conclusivo para dele se inferir acerca da questo litigiosa e no se verificando na prova tcnica quaisquer elementos que possam infirm-la ou desabon-la. No bastasse, conforme denota-se do Laudo pericial apresentado s fls.109/132, O RECLAMANTE, ACOMPANHOU TODA A DILIGENCIA, INCLUSIVE, PRESTANDO INFORMAES AO ILUSTRE PERITO. Assim, impertinentes as afirmaes do recorrente quanto imprestabilidade do laudo, haja vista inexistir falhas ou inadequao espcie tratada, bem como QUANTO A CONFISSO DO RECLAMANTE QUE NA DILIGENCIA REALIZADA INFORMOU QUE SEMPRE RECEBEU E USOU PROTETOR AURICULAR NO DESENVOLVIMENTO DE SUAS ATIVIDADES, INFORMOU AINDA, QUE O USO ERA OBRIGATRIO E FISCALIZADO, ALM DE TER SIDO TREINADO/ORIENTADO QUANTO AO USO DOS MESMOS. No se pode negar que o recorrente, sempre usou os EPIs necessrios, bem como teve treinamento especfico quanto ao uso correto dos equipamentos de proteo, prova disso, se faz pela anlise dos documentos de fls. 72/73, que comprovam a realizao do treinamento sobre a utilizao adequada dos EPIs. Ademais, tenta o recorrente, de qualquer maneira, convencer os Doutos Desembargadore sobre a existncia do trabalho em condies insalubres, seja na tentativa de desqualificar o Laudo Pericial, seja na alegada falta de entrega dos protetores auriculares, de uso obrigatrio pela empresa, o que desde j fica afastada tal hiptese. Ora! Ilustres Desembargadores, foroso dizer que o protetor auricular fornecido no dia 29/11/07 somente tenha sido trocado no dia 01/08/2008, pois somente a ttulo de exemplo, analisemos os controles de entrega dos EPIs, fls. 56/71, para percebermos que o recorrente fez vistas grossas do contedo ali apresentado, seno veja-se: FLS. 59 - data de entrega: 10/07/08, Prot. Aur. plug; FL 59 - data de entrega: 01/08/08, Prot. aur. Plug; FLS.62- data de entrega: 04/04/08 Prot. Auricular concha; e FLS. 67 data de entrega : 04/02/08, Protetor auricular plug. Portanto, sem razo as alegaes do recorrente, pois como ficou demonstrado na instruo,

bem como o que foi dito pelo reclamante durante a diligencia pericial, o mesmo recebia e fazia uso de todos os EPIs necessrios para a consecuo de seus servios. No mesmo sentido, do que aqui j exposto, o Egrgio TRT 3 Regio assim se posicionou, in verbis:

00509-1999-092-03-00-8 RO Data de Publicao: 22-08-2000 rgo Julgador: Terceira Turma Tema: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - EPI Relator: Gabriel de Freitas Mendes Revisor: Convocada Rosemary de Oliveira Pires EMENTA: INSALUBRIDADE - COMPROVAO DO USO DE EPI INDEPENDENTEMENTE DE LOCALIZAO DA FICHA DE CONTROLE DE ENTREGA DO EQUIPAMENTO AO EMPREGADO - ADICIONAL INDEVIDO - Quando o reclamante, ao acompanhar a diligncia pericial, informa ao perito que usava o mesmo equipamento protetor que est sendo usado, naquele momento pelos empregados envolvidos na mesma atividade, e, alm disso, no comparece audincia em que estava intimado a depor, pena de confisso, a simples formalidade de no apresentao da ficha de fornecimento do equipamento ao empregado no justifica uma condenao. Quem confessa usar o equipamento, comprova t-lo recebido, lgico (grifo nosso)

Dessa forma, no h que se falar em nulidade de sentena, ou cerceamento de defesa, devendo a r. sentena ser mantida in totum, negando-se provimento a presente recurso. DO REAJUSTE SALARIAL OU INDENIZAO DO ARTIGO 09 DA LEI 7.238/84. Ousa o recorrente novamente discordar da r. sentena de fls., quanto ao pleito relativo ao pagamento dos reajustes salariais ao argumento de que os reajustes no foram repassados ao reclamante corretamente,

e que os comprovantes de pagamento no incluam os aludidos reajustes. Quanto indenizao do art. 09 da lei 7.238/84, tambm discorda, ao argumento de que restou abundantemente comprovado nos autos que o reclamante foi demitido em 06 de setembro de 2008, um ms antes que antecede a data base, dessa forma, sendo devido a indenizao pleiteada, requerendo a reforma do Julgado. Data vnia, amparo na norma celetizada tem os argumentos lanados pelo recorrente, seno veja-se: O documento de fl. 52, comprova o pagamento de resciso complementar, atravs da qual foi quitada a diferena decorrente do reajuste salarial concedido atravs da norma de fls 21/37. Alm disso, o recorrente no apontou a existncia de qualquer diferena nos valores transcrita na TRCT complementar, que foi devidamente quitado pela empresa, ora recorrida. Portanto, no que se falar na reforma da sentena quanto a este ponto. Ainda, quanto indenizao adicional, nenhum valor far jus o recorrente, haja vista que o pagamento s fls. 52, decorrente do reajuste da CCT, por si s afasta o recebimento da indenizao adicional tratada pela Lei 7.238/84. Ainda que assim no fosse, contudo, a verba no seria devida. Considerando-se que o aviso prvio foi indenizado e integra o contrato de trabalho para todos os efeitos, verifica-se que o pacto do autor teve termo projetado para o dia 06/10/2008, ou seja, depois da data base da categoria, que se deu no dia 1 de outubro de 2008. Como consabido, a indenizao adicional somente devida nos casos de contrato rescindido, contando-se a projeo ou no, dar-se-ia no prazo de 30 (trinta) dias que antecede a data base da categoria. E esse o entedimento da Egrgia TRT 3 Regio, ao tratar sobre o tema, seno, veja-se:

RO -16933/99 Data de Publicao:29-04-2000 rgo Julgador: Quinta Turma Tema:INDENIZAO ADICIONAL - CABIMENTO Relator:Convocada Tasa Maria Macena de Lima Revisor:Ricardo Antnio Mohallem EMENTA:INDENIZAO DA LEI 7.238/84 PROJEO DO AVISO PRVIO INDENIZADO - Os efeitos do contrato individual do trabalho cessam na data final da projeo do aviso indenizado. Quando a projeo do

aviso ultrapassa a data-base da categoria ou com ela coincide, indevida a indenizao do art. 9 da Lei 7.238/84. (grifo nosso)

Por todo o exposto, no carecer de retoque o r. comando sentencial de fls., eis que por todos os ngulos, os pedidos so totalmente indevidos, conforme ficou devidamente comprovado nos autos, devendo-se negarlhes provimento. E, para no mais alongar as presentes contra-razes, o recorrido espera com serenidade e segurana que este Egrgio Tribunal Regional do Trabalho julgue o recurso interposto pelo reclamante, negando-lhe provimento em todos os seus aspectos. o que se requer, como medida de JUSTIA! Belo Horizonte, 22 de julho de 2.010.

Aurentino de Souza Colen OAB/MG 74.202 Anderson de Souza Rocha OAB/MG 23.056 E

Andr Khattar Porto OAB/MG 122.295


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