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Contedo, Usabilidade e Funcionalidade:trs dimenses para a avaliao
de portais estaduaisde Governo Eletrnico na Web
Renata Moutinho Vilella
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Renata Moutinho Vilella
Contedo, Usabilidade e Funcionalidade:trs dimenses para a avaliao
de portais estaduaisde Governo Eletrnico na Web
Dissertao apresentada ao Curso de Mestrado em
Cincia da Informao da Escola de Cincia da
Informao da Universidade Federal de Minas Gerais,
como requisito parcial obteno do ttulo de Mestre em
Cincia da Informao.
Linha de Pesquisa: Informao Gerencial e Tecnolgica
Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Valadares Cendn
Belo Horizonte
Escola de Cincia da Informao da UFMG
2003
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Vilella, Renata Moutinho
V735c Contedo, usabilidade e funcionalidade: trs dimenses paraavaliao de portais estaduais de Governo Eletrnico na Web / RenataMoutinho Vilella 2003. 263 f. : il., tab.
Orientadora: Beatriz Valadares Cendn Dissertao (mestrado) Universidade Federal de Minas Gerais,Escola de Cincia da Informao. Bibliografia: f.: 214-219. 1. Internet (Redes de computao) - Teses. 2. World Wide Web(Sistema de recuperao da informao) - Avaliao - Teses. 3. Cincia daInformao Teses. 4. Servios de informao Teses. I. Ttulo. II. Cendn,Beatriz Valadares. III. Universidade Federal de Minas Gerais, Escola deCincia da Informao. CDU: 004.738.5
Ficha catalogrfica: Biblioteca Etelvina Lima, Escola de Cincia da Informao daUFMG
memria de minha me, Divina Beatriz Moutinho Vilella.
Porque a alegria e a coragem devem ser eternas.
Saudades e o meu imenso amor.
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Agradeo
professora Dra. Beatriz Valadares Cendn, minha orientadora, que com seu saber, com
sua objetividade e clareza, com sua dedicao e generosidade, me guiou na realizao
deste trabalho.
A todos os professores do Mestrado da Escola de Cincia da Informao, por tudo o que
com eles pude aprender, em especial professora Mnica Nassif, pelo incentivo.
A Goreth e Viviany e a todos os funcionrios da ECI, especialmente ao pessoal da
Biblioteca e ao amigo Neri.
A todos os colegas do Mestrado, pela convivncia rica e estimulante, em especial nova
amiga Vivian Fraiha, que tive a felicidade de encontrar.
Companhia de Processamento de Dados do Estado de Minas Gerais Prodemge
pela oportunidade de mais esta conquista, dentre outras tantas que o trabalho nos
proporciona.
Aos meus colegas da Prodemge e aos meus queridos amigos de l, Guydo, Gisele,
Ronaldo, Soninha, Nilda, Gustavo, Isabela, Nvia, Carla e Tutu. Pelo carinho, apoio,
compreenso, por tudo, obrigada.
Ao colega e amigo Cleber Hostalcio de Melo, pelas ricas discusses e pela ateno.
Ao colega e amigo Jlio Csar Silva pelo desenvolvimento do aplicativo utilizado para
clculo das notas dos portais.
A todos os meus amados amigos, que entenderam minha ausncia e nunca deixaram de
me apoiar.
Vera Valadares, por muitas coisas.
Dona Vera e Seu Arinos, Adriana e Guilherme, pela deliciosa acolhida que sempre tive.
Luisa, Ldia, Lucas e Gabriel, sobrinhos queridos, pelas alegrias, brincadeiras e
traquinagens e, em nome deles, a toda a minha famlia e ao Dunkel tambm.
Ao meu pai, Leonardo Mrcio Vilela Ribeiro, que sempre me mostrou o valor do
conhecimento e me proporcionou toda a condio de continuar nessa busca.
Penha e ao Milton, pelo amor incondicional.
Ao Alexandre, amigo, companheiro e grande amor, por acreditar sempre, por incentivar
sempre, por nunca me deixar esmorecer. Grande campeo da pacincia !!!
Deus, por poder contar com todos eles, obrigada.
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Sumrio
Introduo ............................................................................................................. 15
1. Governo Eletrnico ........................................................................................ 20
1.1- O desafio proposto pelas tecnologias da informao e da comunicao para a
administrao pblica .................................................................................................. 21
1.2 - Governo Eletrnico: a complexidade do tema...................................................... 22
1.3 - Governo Eletrnico: os Governos e a Internet ..................................................... 25
1.4 - Governo Eletrnico: as abordagens internacionais .............................................. 28
1.5 - Os Governos, a Internet e o cidado.................................................................... 30
2. Fontes e servios eletrnicos de informao: a Internet em foco............... 34
2.1 Fontes impressas de informao versus fontes eletrnicas de informao ......... 34
2.2 A Internet: fonte de informao e canal de comunicao .................................... 36
2.2.1 A Web e a revoluo do hipertexto .............................................................................. 38
3. Avaliao de Sistemas de Informao ........................................................... 41
3.1 - A avaliao de recursos informacionais e servios na Internet ............................ 44
3.2 - A avaliao de sites: as abordagens da usabilidade e da anlise do contedo.... 45
3.3 - A avaliao de sites nacionais de Governo Eletrnico ......................................... 55
3.4 - A avaliao de sites internacionais de Governo Eletrnico .................................. 60
3.5 - Servios de avaliao de sites na Web ................................................................ 61
3.6 - Governo Eletrnico e os Portais na Web: um novo conceito................................ 63
3.6.1 - Portais: definies e tipos ............................................................................................. 64
3.6.2 - Os portais e suas funcionalidades ................................................................................ 66
4. Metodologia................................................................................................... 77
4.1 - O carter do estudo e sua unidade de anlise ..................................................... 77
4.2 - Etapas da Pesquisa ............................................................................................. 79
4.2.1 - Composio da amostra ............................................................................................... 79
4.2.2 - Elaborao do instrumento de pesquisa: listagem de critrios..................................... 80
4.2.3 - Operacionalizao de parmetros e critrios para avaliao dos portais estaduais
brasileiros para prestao de servios pblicos e disseminao de informaes na Web ... 100
4.2.3(a) Listagem de parmetros e critrios para avaliao da dimenso Contedo......... 100
4.2.3(b) Listagem de parmetros e critrios para avaliao da dimenso Usabilidade ..... 102
4.2.3(c) Listagem de parmetros e critrios para avaliao da dimenso Funcionalidade 103
4.2.4 Definio da pontuao.............................................................................................. 105
4.2.5 Pr-teste do modelo de avaliao.............................................................................. 108
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4.2.6 Coleta dos dados........................................................................................................ 108
4.3 - Relao dos Estados Brasileiros e seus respectivos portais oficiais .................. 110
5. Apresentao de resultados.......................................................................... 112
5.1 Portal Bahia ...................................................................................................... 113
5.2 Portal do Amap ............................................................................................... 129
5.3 Portal do Estado de Mato Grosso ..................................................................... 146
5.4 Portal do Estado do Paran .............................................................................. 164
5.5 Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro ............................................... 183
6. Discusso de resultados ............................................................................... 202
7. Consideraes finais ..................................................................................... 210
8. Referncias Bibliogrficas............................................................................. 214
9. Anexos .......................................................................................................... 220
ANEXO 1 - Definies diversas acerca do termo Governo Eletrnico .................. 220
ANEXO 2 - Checklist para avaliao de Web Pages Informacionais proposto por
ALEXANDER & TATE (1996) ............................................................................. 221
ANEXO 3 - Poltica de desenvolvimento da coleo adotada pelo NetFirst da OCLC
........................................................................................................................... 222
ANEXO 4 - Critrios de seleo de Websites estabelecidos pela American Library
Association ......................................................................................................... 223
ANEXO 5 - Cinco critrios para avaliao de pginas Web propostos pela Biblioteca
da Southwest State University ............................................................................ 225
ANEXO 6 Critrios de avaliao de sites propostos pelo servio de informao e
bibliotecas da Maryland University College ........................................................ 227
ANEXO 7 Critrios para avaliao de fontes de informao na Internet propostos
pelas bibliotecas da Albany University................................................................ 229
ANEXO 8 Lista de critrios para avaliao de pginas Web propostos pela
Biblioteca da New Mexico State University ......................................................... 231
ANEXO 9 Caixa de ferramentas/critrios de avaliao propostos por SMITH
(1997)................................................................................................................. 232
ANEXO 10 Sumrio do checklist CARS (Credibility, Accuracy, Reasonableness,
Support) proposto por HARRIS (1997) ............................................................... 235
ANEXO 11 Diretrizes para a credibilidade de Websites por FOGG (2002) ........ 236
ANEXO 12 Lista de critrios para avaliao de Websites governamentais
propostos por BARBOZA et.al (2002) ................................................................ 237
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ANEXO 13 Critrios para avaliao de Websites propostos pelo Conip
Congresso Nacional de Informtica Pblica, edio 1999 .................................. 240
ANEXO 14 Critrios para avaliao de Websites propostos por ESCHENFELDER
et al. (1997) ........................................................................................................ 241
ANEXO 15 Critrios para avaliao de sites de governo propostos por EVANS
(2000)................................................................................................................. 244
ANEXO 16 Critrios para avaliao de Websites do governo da Nova Zelndia
propostos por SMITH (2001). ............................................................................. 245
ANEXO 17 Variveis para avaliao do nvel de utilizao da Internet pelos
governos municipais e estaduais dos EUA por STOWERS (1999)..................... 249
ANEXO 18 Indicadores para anlise dos sites do governo de Taiwan por HUANG
& CHAO (2001) .................................................................................................. 251
ANEXO 19 Indicadores para anlise dos portais dos estados americanos por
GANT&GANT (2002).......................................................................................... 252
ANEXO 20 Endereos de Websites: Argus Clearinghouse; FirstSearch; UnCover
........................................................................................................................... 253
ANEXO 21 Decreto que estabelece o plano de desenvolvimento do Programa de
Governo Eletrnico para o Estado de Minas Gerais ........................................... 254
ANEXO 22 Roteiro da entrevista semi-estruturada realizada com especialistas em
Governo Eletrnico durante o Secop Seminrio Nacional de Informtica Pblica,
em setembro de 2002......................................................................................... 255
ANEXO 23 Exemplo de formulrio para atribuio de pesos aos critrios de cada
parmetro/dimenso, distribudos a especialistas, juntamente com a carta de
solicitao endereada a cada um deles ............................................................ 257
ANEXO 24 Listagem de nomes de especialistas consultados para a atribuio de
pesos a cada critrio/parmetro de avaliao..................................................... 260
ANEXO 25 Telas demonstrativas do aplicativo utilizado para lanamento e clculo
das notas dos portais ......................................................................................... 261
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Viso geral de fontes para avaliao de Websites por ESCHENFELDER (1997,
p.181) .......................................................................................................................... 51
TABELA 2 - Gerao dos portais corporativos: quadro proposto por DIAS (2001) e baseado nas
geraes identificadas por ECKERSON (1999) .................................................................. 68
TABELA 3 Uniformizao da linguagem de parmetros segundo autores citados e seu
pertencimento a cada dimenso proposta pela autora ........................................................ 83
TABELA 4 Parmetros iniciais a serem avaliados para cada uma das dimenses propostas 84
TABELA 5 Adequao das heursticas de NIELSEN (2002) para Planejamento Visual/Grfico
s sub-caractersticas da Usabilidade .............................................................................. 89
TABELA 6 Adequao das heursticas de NIELSEN (2002) para Navegao, s sub-
caractersticas da Usabilidade.......................................................................................... 90
TABELA 7 Adequao das heursticas de NIELSEN (2002) para Links, s sub-caractersticas
da Usabilidade ............................................................................................................... 91
TABELA 8 Adequao das heursticas de NIELSEN (2002) para Interface, s sub-
caractersticas da Usabilidade.......................................................................................... 92
TABELA 9 Adequao dos critrios para Acessibilidade, s sub-caractersticas da Usabilidade
.................................................................................................................................... 93
TABELA 10 Adequao dos critrios para Servios s sub-caractersticas da Funcionalidade
.................................................................................................................................... 94
TABELA 11 Adequao dos critrios para Comunicao/Participao/Feedback s sub-
caractersticas da Funcionalidade..................................................................................... 96
TABELA 12 Adequao dos critrios para Privacidade s sub-caractersticas da
Funcionalidade............................................................................................................... 97
TABELA 13 Adequao dos critrios para Personalizao s sub-caractersticas da
Funcionalidade............................................................................................................... 97
TABELA 14 Adequao dos critrios para Interoperabilidade s sub-caractersticas da
Funcionalidade............................................................................................................... 98
TABELA 15 Adequao dos critrios para Esquema de classificao das informaes s sub-
caractersticas da Funcionalidade..................................................................................... 99
TABELA 16 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Contedo, para o
Portal Bahia ................................................................................................................. 114
TABELA 17 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Usabilidade, para o
Portal Bahia ................................................................................................................. 119
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TABELA 18 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Funcionalidade,
para o Portal Bahia ....................................................................................................... 124
TABELA 19 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Contedo, para o
Portal do Amap........................................................................................................... 130
TABELA 20 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Usabilidade, para o
Portal do Amap........................................................................................................... 135
TABELA 21 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Funcionalidade,
para o Portal do Amap................................................................................................. 142
TABELA 22 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Contedo, para o
Portal do Estado de Mato Grosso ................................................................................... 147
TABELA 23 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Usabilidade, para o
Portal do Estado de Mato Grosso ................................................................................... 152
TABELA 24 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Funcionalidade,
para o Portal do Estado de Mato Grosso ......................................................................... 157
TABELA 25 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Contedo, para o
Portal do Estado do Paran ........................................................................................... 165
TABELA 26 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Usabilidade, para o
Portal do Estado do Paran ........................................................................................... 171
TABELA 27 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Funcionalidade,
para o Portal do Estado do Paran ................................................................................. 176
TABELA 28 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Contedo, para o
Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro ............................................................... 184
TABELA 29 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Usabilidade, para o
Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro ............................................................... 190
TABELA 30 Pesos e notas dos critrios, dos parmetros e da dimenso Funcionalidade,
para o Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro ..................................................... 195
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Framework para avaliao de sistemas de informao proposto por SERAFEIMIDIS
(1997) .......................................................................................................................... 43
FIGURA 2 - Estrutura da usabilidade segundo BARBOZA et al., 2000 .................................. 48
FIGURA 3 - O portal corporativo como um espao de trabalho e informao compartilhados por
DETLOR (2000) ............................................................................................................. 68
FIGURA 4 - Elementos de um modelo conceitual de portal corporativo segundo DIAS (2001) . 70
FIGURA 5 - Componentes chave da arquitetura de um portal corporativo por TERRA &
GORDON (2002) ............................................................................................................ 70
FIGURA 6 Homepage do Portal Bahia para anlise do Contedo.................................... 116
FIGURA 7 Homepage do Portal Bahia para anlise da Usabilidade ................................. 121
FIGURA 8 Homepage do site SAC para anlise da Usabilidade ...................................... 122
FIGURA 9 Homepage do site SacNet para anlise da Funcionalidade ............................. 125
FIGURA 10 Pgina interna do SacNet, exibida aps a seleo de um servio, para anlise da
Funcionalidade............................................................................................................. 127
FIGURA 11 Homepage do Portal do Amap para anlise do Contedo............................ 131
FIGURA 12 Homepage do Portal do Amap para anlise do Contedo, aps rolagem vertical
da pgina .................................................................................................................... 134
FIGURA 13 Homepage do Portal do Amap para anlise da Usabilidade......................... 137
FIGURA 14 Homepage de site acessado a partir do Portal do Amap, com aviso da sada das
pginas do Portal.......................................................................................................... 138
FIGURA 15 Tela do retorno exibido pela ferramenta de busca do Portal do Amap........... 139
FIGURA 16 Seo Servios Disponveis do Portal do Amap, para anlise da Funcionalidade
.................................................................................................................................. 144
FIGURA 17 Homepage do Portal do Estado de Mato Grosso para anlise do Contedo .... 148
FIGURA 18 Homepage do Portal do Estado de Mato Grosso para anlise da Usabilidade . 154
FIGURA 19 Homepage do Portal do Estado de Mato Grosso aps rolagem vertical da pgina
.................................................................................................................................. 155
FIGURA 20 Homepage do Portal do Estado de Mato Grosso para anlise da Funcionalidade
.................................................................................................................................. 158
FIGURA 21 Pgina de consulta a uma categoria de servios do Portal do Estado de Mato
Grosso para anlise da Funcionalidade........................................................................... 160
FIGURA 22 Pgina de um rgo/entidade do Estado de Mato Grosso para anlise da
Funcionalidade............................................................................................................. 161
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FIGURA 23 Pgina de retorno de resultados aps uso do mecanismo de busca do Portal do
Estado de Mato Grosso para anlise da Funcionalidade ................................................... 162
FIGURA 24 Pgina de apresentao do Projeto e-Paran, acessada a partir da homepage do
Portal do Estado do Paran, para anlise do Contedo..................................................... 166
FIGURA 25 Homepage do Portal e-Paran para anlise do Contedo ............................. 167
FIGURA 26 Homepage do Portal e-Paran, aps rolagem vertical, para anlise do Contedo
.................................................................................................................................. 169
FIGURA 27 Homepage do Portal e-Paran para anlise da Usabilidade .......................... 173
FIGURA 28 Pgina de retorno de pesquisa a partir do acionamento da ferramenta de busca do
Portal e-Paran ............................................................................................................ 174
FIGURA 29 Pgina de chat, acessada a partir do Portal e-Paran, para anlise da
Funcionalidade............................................................................................................. 178
FIGURA 30 Pgina de servios do Portal e-Paran, na categoria Fazenda Estadual, para
anlise da Funcionalidade ............................................................................................. 179
FIGURA 31 Novidades no Portal do Portal e-Paran, para anlise da Funcionalidade ..... 180
FIGURA 32 Pgina de Servios mais acessados do Portal e-Paran, para anlise da
Funcionalidade............................................................................................................. 181
FIGURA 33 Homepage do Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro para anlise do
Contedo..................................................................................................................... 186
FIGURA 34 Homepage do Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro, na verso em
ingls, para anlise do Contedo.................................................................................... 186
FIGURA 35 Homepage do Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro, aps rolagem
vertical, para anlise do Contedo.................................................................................. 188
FIGURA 36 Homepage do Portal do Governo Estado do Rio de Janeiro para anlise da
Usabilidade.................................................................................................................. 192
FIGURA 37 Pgina com relao de e-mails no Portal do Governo Estado do Rio de Janeiro,
para anlise da Funcionalidade ...................................................................................... 196
FIGURA 38 Recurso de personalizao do Portal do Governo Estado do Rio de Janeiro, para
anlise da Funcionalidade ............................................................................................. 197
FIGURA 39 Pgina acessada a partir da homepage do Portal do Governo Estado do Rio de
Janeiro, para anlise da Funcionalidade.......................................................................... 198
FIGURA 40 Pgina da Estrutura de Governo do Portal do Governo Estado do Rio de Janeiro,
para anlise da Funcionalidade ...................................................................................... 199
FIGURA 41 Pgina de Consultas Diversas , acessadas a partir do assunto Detran , do Portal
do Governo Estado do Rio de Janeiro, para anlise da Funcionalidade............................... 200
FIGURA 42 Pgina de retorno com resultados de busca, para anlise da Funcionalidade.. 201
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LISTA DE QUADROS
QUADRO 01 Listagem de todos os portais governamentais oficiais dos Estados
brasileiros na Web ..................................................................................................... 110
QUADRO 02 Acompanhamento de horrios de acesso para o Portal Bahia, onde Disp.=
Disponvel, ou seja, o Portal estava disponvel para acesso, ou no ar ............................... 123
QUADRO 03 Acompanhamento de horrios de acesso para o Portal do Amap, onde Disp.=
Disponvel, ou seja, o Portal estava disponvel para acesso, ou no ar ............................... 141
QUADRO 04 Acompanhamento de horrios de acesso para o Portal do Estado de Mato
Grosso, onde Disp.= Disponvel, ou seja, o Portal estava disponvel para acesso, ou no ar 156
QUADRO 05 Acompanhamento de horrios de acesso para o Portal do Estado do Paran,
onde Disp.= Disponvel, ou seja, o Portal estava disponvel para acesso, ou no ar ............ 175
QUADRO 06 Acompanhamento de horrios de acesso para o Portal do Governo Estado do
Rio de Janeiro, onde Disp.= Disponvel, ou seja, o Portal estava disponvel para acesso, ou no
ar .............................................................................................................................. 194
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13
RESUMO
O trabalho tem como base uma reviso de literatura sobre o tema Governo Eletrnico, estando seu
foco voltado mais especificamente para avaliao dos portais estaduais brasileiros para prestao
de servios pblicos e disseminao de informaes na Web. Busca-se, a partir da avaliao de
alguns dos portais estaduais brasileiros na Web, verificar se os mesmos esto utilizando, de fato,
as potencialidades da Internet, se esto se constituindo em verdadeiros sistemas de
informao/comunicao, viabilizando a execuo de servios interativos, promovendo a troca e o
compartilhamento de informaes em ambientes cooperativos, o que bastante distinto de seu
funcionamento apenas como repositrios estticos de informao. Trs dimenses so analisadas
de forma a promover a avaliao dos portais estaduais brasileiros para prestao de servios
pblicos e disseminao de informaes na Web: o contedo, a usabilidade e a funcionalidade.
Para tanto, foi utilizado um instrumento de avaliao construdo com base na literatura existente e
na opinio de especialistas em cada uma das dimenses de anlise propostas. Os resultados
obtidos permitiram concluir que, de fato, todos os portais analisados no presente trabalho incluem
um ou mais mecanismos de informao que provem acesso a variados corpos de conhecimento
relacionados aos governos estaduais, com o objetivo de levar informaes aos cidados podendo,
assim, ser considerados como sistemas de informao. Mas quando se pensa, entretanto, que os
sistemas de informao devem tambm ser entendidos como sistemas de comunicao, no
sentido de no serem apenas repositrios estticos de informao, mas tambm canais de
comunicao, percebe-se que os portais estaduais apresentam grandes deficincias, viabilizando
uma comunicao em um nico sentido (Governo ! Cidado), no proporcionando a efetiva
participao dos cidados, fato que seria plenamente vivel levando-se em considerao as
potencialidades trazidas pela tecnologia. O trabalho permitiu perceber claramente que a
subjetividade, to discutida pelos autores que abordam o tema avaliao de sistemas de
informao, mesmo uma questo problemtica e, mais importante ainda, inegvel, tendo sido
claramente sentida durante todo o processo de execuo da presente avaliao. O trabalho
permitiu ainda concluir que os portais estaduais de Governo Eletrnico para prestao de servios
pblicos e disseminao de informaes na Web precisam se constituir em instrumentos a servio
do cidado, viabilizando o fortalecimento da vida democrtica, uma vez que a Internet uma mdia
que propicia um permanente processo de aprendizado, concretizando as possibilidades de
intercmbio, de comunicao e cooperao que caracterizam a sociedade informacional baseada
no conhecimento.
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14
ABSTRACT
Electronic Government is the theme of this work wich aims at creating an evaluation instrument and
evaluating Brazilian States portals for public service delivery and dissemination of information in the
Web. The work intended to verify if Brazilian States portals are utilizing, in fact, the potential of the
Internet, if they are really becoming information and communication systems, making interactive
services viable, promoting the exchange and sharing of information in cooperative environment.
These functions are very distinct from only a static replacement of information. Three dimensions
are analyzed in order to promote the evaluation of the Brazilian State portals as means to deliver
public services and disseminate information on the Web: content, usability and functionality. For this
purpose, an instrument of evaluation was built based on the existing literature and the opinion of
specialists in each dimension of proposed analyses. The results obtained led us to conclude that, in
fact, every single portal analyzed in this present work include one or more mechanisms to provide
access to citizens about different fields of knowledge related to State governments. Therefore, they
can be considered as information systems. However, the State portals show great deficiencies as
channels of communication, making viable communication in only one way (Government!Citizen),
and do not provide the effective participation of the citizens. In addition, the work allowed us to
clearly understand the problem of subjectivity in evaluation, so discussed by the authors that broach
the information system evaluation theme. It is an undeniable fact, being clearly felt throughout the
whole process of the present evaluation. The work furthermore allowed us to conclude that the
State portals for public service delivery and dissemination of information in the Web need to
constitute themselves a tool at citizens service, contributing to strengthen democratic life. These
States portals should take advantage of the possibilities the techonology provides, as it is known
that the Internet is a media that allows a permanent process of learning, and offer the possibilities of
interchange, communication and cooperation that characterize the informational society based on
knowledge.
Keywords: Electronic Government; Portals; Web; Communication; Usability; Functionality; Content;
Evaluation; Information Systems.
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15
Introduo
A prpria vida nos ensina que nada melhor do que o tempo e um certo
distanciamento dos fatos e situaes, para que possam ser melhores sua anlise e
compreenso. Isso no impede, entretanto, que sejam buscadas explicaes e um
entendimento maior dos fenmenos, mesmo que os estejamos vivenciando aqui e agora.
Afinal, como afirma KUHN (2000), o desenvolvimento torna-se o processo gradativo
atravs do qual esses itens (fatos, teorias e mtodos) foram adicionados, isoladamente ou
em combinao, ao estoque sempre crescente que constitui o conhecimento e a tcnica
cientficos (KUHN, 2000, p.20). Tambm CASTELLS (2000) acredita que apesar de uma
longa tradio de alguns eventuais erros intelectuais trgicos, observar, analisar e teorizar
um modo de ajudar a construir um mundo diferente e melhor (CASTELLS, 2000, p.24).
Essa justamente a proposta desse trabalho: buscar compreender um movimento
que vem crescendo enormemente, que toma corpo agora, tendo despontado no mundo
no incio da dcada de 90 e, no Brasil, apenas em meados da dcada de 90. Tratam-se
dos Governos Eletrnicos e de sua anlise a partir da perspectiva do uso que os governos
fazem da Internet. O foco da presente pesquisa estar voltado mais especificamente para
avaliao dos Websites1 ou portais estaduais brasileiros para prestao de servios
pblicos e disseminao de informaes na Web2.
Na realidade, o desafio torna-se ainda maior quando se pensa que para viabilizar
esse estudo, ter que ser empreendida a anlise de uma nova mdia a Internet - que
parece implodir algumas premissas j fortemente estabelecidas e aceitas entre ns. A
Internet, seu contedo, suas possibilidades e potencialidades se constituem em um
conhecimento ainda em processo de construo. Nesse sentido, pode-se afirmar logo de
incio: esse trabalho estar, inegavelmente, em permanente construo.
1 Websites so pginas ou conjuntos de pginas, criadas em linguagem de hipertexto, que podem serlocalizadas por endereos eletrnicos na Internet. Termo genrico que designa uma rea de informaes naInternet (RABAA & BARBOSA, 2001).2 A Web, verso mais simplificada de World Wide Web, ou WWW, um conjunto de documentos, disperso emmilhes de computadores ao redor do mundo, que pode conter textos, imagens, sons e outros tipos de dadose que pode ser caracterizado como um sistema de hipertexto ou hipermdia pelos links, ou seja, pelos vnculoscom outros documentos que contm (CENDN, 2000).
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Se a Internet ainda esse territrio que comea a ser explorado, os Governos
Eletrnicos, analisados aqui a partir da perspectiva do uso que os governos fazem da
Internet, tambm se apresentam como objetos de estudo que precisam ser bastante
observados e avaliados, sendo essa condio bsica para seu aprimoramento.
Nesse momento torna-se importante dizer que, para efeito do presente trabalho, a
Internet entendida como uma fonte de informao e um canal de comunicao,
considerando-se os portais dos governos estaduais brasileiros para prestao de servios
pblicos e disseminao de informaes na Web, cada qual como um sistema de
informao. Para tornar claro o conceito de sistema de informao que aqui est sendo
considerado, cita-se ALLEN (1996):
Um sistema de informao um sistema de entidades relacionadas(incluindo um ou mais mecanismos de informao) que prov acesso a um oumais corpos de conhecimento e atua como um mecanismo atravs do qualindivduos podem informar outras pessoas ou serem informados (ALLEN, 1996,p.05).
Segundo ALLEN (1996), tipicamente pessoas fornecem informaes a outras
pessoas atravs da comunicao que estabelecem com elas. Baseado nisso, o autor
afirma que os mecanismos que possibilitam que as pessoas se informem e forneam
informao podem ser vistos como meios de comunicao.
assim que ALLEN (1996) considera os sistemas de informao como sendo
tambm sistemas de comunicao, segundo ele um importante conceito em
desenvolvimento no campo da Cincia da Informao .
ARAJO (1996) tambm define sistemas de informao como sistemas de
comunicao:
Sistemas de informao so aqueles que, de maneira genrica, objetivama realizao de processos de comunicao. (...). Nesses sistemas, documentoscontm informao potencial e so formalmente organizados, processados erecuperados com a finalidade de maximizar o uso da informao (ARAJO, 1996,p.48).
Como aponta a autora, entende-se que sendo os sistemas de informao, um tipo
de sistema de comunicao, eles se destacam pela possibilidade do uso inteligente da
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tecnologia da informao para maximizar no somente o acesso e uso de documentos,
mas tambm para encontrar novas formas de satisfazer e, at de antecipar, as demandas
da sociedade ps-industrial (ARAJO, 1996).
ento nesse sentido que se buscar analisar do uso da Internet pelos governos
para a prestao de servios e disseminao de informaes para o cidado,
disseminao aqui entendida no sentido da comunicao3. Como ser abordado
posteriormente no captulo que trata da Internet, busca-se verificar se os portais estaduais
brasileiros para prestao de servios pblicos e disseminao de informaes na Web
esto utilizando, de fato, as potencialidades da Internet, se esto se constituindo em
verdadeiros sistemas de informao/comunicao, viabilizando a execuo de servios
interativos, promovendo a troca e o compartilhamento de informaes em ambientes
cooperativos, o que bastante distinto de seu funcionamento apenas como repositrios
estticos de informao.
Nessa perspectiva - da anlise da Web como um grande sistema de comunicao
entre governos e cidados - o objetivo do presente trabalho promover a avaliao de
alguns dos portais estaduais brasileiros para prestao de servios pblicos e
disseminao de informaes na Web, buscando verificar se as potencialidades4
apontadas pela literatura esto, de fato, sendo exploradas.
Para que se possa atingir o objetivo almejado, alguns passos sero necessrios e
eles sero norteados por algumas perguntas, a saber:
1 - Quais so as peculiaridades das fontes eletrnicas de informao e o que isso
significa no processo de estruturao e manuteno desses sistemas de informao?
2 - Quais so as especificidades dos Governos Eletrnicos e o que elas podem
determinar no processo de construo de Websites?
3 - Quais os critrios devem ser adotados para a avaliao de Websites de uma
forma geral?
3 Entenda-se comunicao no sentido etimolgico da palavra, ou seja, o sentido que introduz a idia decomunho, comunidade. Comunicao palavra derivada do latim communicare, cujo significado seria tornarcomum , partilhar , repartir , associar , trocar opinies , conferenciar , o que implica participao, troca demensagens, emisso ou recebimento de informaes novas.4 fundamental que se faa aqui a ressalva de que para efeito do presente trabalho, entende-se porpotencialidades os aspectos estruturais dos sistemas de informao que viabilizam a prestao de servios edisseminao de informaes, e no os aspectos que se referem promoo da cidadania ou da democracia,de reconhecida importncia, porm fora dos objetivos desse trabalho.
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4 - Quais so as peculiaridades de um portal na Web?
5 - Quais os critrios devem ser adotados para a avaliao de portais
governamentais, entendidos como sistemas de informao/comunicao?
Trs dimenses distintas sero analisadas de forma a promover a avaliao dos
portais estaduais brasileiros para prestao de servios pblicos e disseminao de
informaes na Web: o contedo, a usabilidade e a funcionalidade. A anlise da literatura
sobre avaliao de Websites mostra que os aspectos do contedo e da usabilidade
(facilidade de uso) so imprescindveis para uma avaliao, sendo que a bibliografia
consultada se atm, em sua grande maioria, a essas duas nicas dimenses. Como o
presente trabalho estar promovendo a avaliao de alguns dos portais estaduais
brasileiros para prestao de servios pblicos e disseminao de informaes na Web,
buscando mostrar as diferenas existentes entre as peculiaridades de um Website e de
um portal eletrnico na Web, a dimenso da funcionalidade tambm se faz imprescindvel,
pois ela que revelar a existncia ou no existncia de um conjunto de funes e suas
propriedades.
A relevncia do estudo est em seu carter de novidade, uma vez que os estudos
disponveis no pas se incubem de analisar Websites isoladamente, podendo-se observar,
at o momento, a pouca quantidade de estudos sobre portais na Web, mesmo porque a
estruturao de portais governamentais fenmeno bastante recente. Outro fator que
colabora para justificar a realizao de um estudo dessa natureza a necessidade de
divulgar a disponibilidade dos servios e informaes governamentais na Web para os
cidados, porm de forma crtica, isenta e responsvel.
Algumas limitaes j devem ser ressaltadas de imediato, a exemplo da
necessidade de estabelecimento de vrios recortes no objeto de estudo, que se apresenta
com um nvel elevado de complexidade (ao longo do prximo captulo se buscar mostrar
essa complexidade). Uma vez que se estar avaliando mais enfaticamente o Contedo, a
Usabilidade e a Funcionalidade dos portais estaduais brasileiros para prestao de
servios pblicos e disseminao de informaes na Web, o estudo no ter a pretenso
de discutir muito profundamente, como j foi dito, aspectos relacionados ao seu uso para
a promoo da cidadania, da democracia, da relao dos Governos Eletrnicos com o
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conceito de accountability5 do Estado ou mesmo a discusso mais aprofundada do papel
do Estado como prestador de servios.
Outro ponto que merece ser destacado o fato de que houve mudana nos
Governos Estaduais ao longo do perodo de realizao da pesquisa, o que poderia trazer
algum impacto, prevendo-se a possibilidade de alteraes de verso dos portais
eletrnicos na Web. De qualquer forma, os portais no foram desativados ou retirados do
ar, o que realmente inviabilizaria a pesquisa.
De fato, a avaliao de Websites tarefa rdua, com resultados que deterioram-se
facilmente com o tempo, uma vez que os mesmos tm, por caracterstica de sua
natureza, a constante adequao. Essa , de qualquer forma, uma limitao do estudo:
seu carter efmero, com a possibilidade de apenas revelar um retrato dos Governos
Eletrnicos em uma determinada fase. Porm, vale dizer que talvez o resultado final mais
importante da pesquisa seja o processo de avaliao dos portais eletrnicos na Web, com
o estabelecimento de critrios e sua aplicao, e no os resultados em si.
O presente trabalho est dividido em sete partes distintas. Na que se segue
(Captulo 1), ser abordado o tema Governo Eletrnico, buscando-se dar uma definio
ao termo, mostrando-se a complexidade do assunto e as iniciativas em curso no pas e no
exterior. No Captulo 2, a Internet ser abordada como fonte de informao e como canal
de comunicao. Passa-se ento para o Captulo 3, com a avaliao de recursos
informacionais e servios na Web, utilizando-se como base para tal, as dimenses anlise
de Contedo, Usabilidade e Funcionalidade. No Captulo 4, a metodologia adotada
apresentada, assim como a listagem de critrios para avaliao de portais
governamentais na Web, estruturada aps a reviso de literatura. Os resultados obtidos a
partir da aplicao dos critrios de anlise a uma amostra de portais estaduais brasileiros
de Governo Eletrnico na Web esto demonstrados no Captulo 5. A discusso dos
resultados est apresentada no Captulo 6. O Captulo 7 traz as consideraes finais,
assim como sugestes para trabalhos futuros.
5 Citado na forma inglesa por no haver traduo na lngua portuguesa, o termo accountability refere-se aoconjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores governamentais a prestar contas dosresultados de suas aes, garantindo-se maior transparncia e a exposio pblica das polticas pblicas.
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1. Governo Eletrnico
Apesar de se configurar como um fenmeno relativamente novo6, o tema Governo
Eletrnico vem sendo largamente debatido, com uma vasta quantidade de informaes
produzidas a esse respeito, seja pelos prprios organismos governamentais, por
empresas de tecnologia prestadoras de servio e fornecedoras de solues, por
empresas de consultoria e pela comunidade acadmica.
A este cenrio de grande variedade de informaes produzidas por fontes diversas
certamente com interesses tambm bastante diversos soma-se ainda a complexidade
do tema, que apresenta uma srie de facetas, cuja anlise isolada pode contribuir para a
construo de uma viso distorcida do assunto.
com total clareza acerca da complexidade do tema Governo Eletrnico e
conscincia da impossibilidade de abordar, no presente trabalho, todas as suas facetas,
que se buscar trazer algumas breves contribuies para o melhor entendimento do
assunto, focando o uso da Internet e, mais especificamente, dos portais estaduais
brasileiros para prestao de servios pblicos e disseminao de informaes na Web,
por parte dos governos.
importante que se faa, antes de qualquer exposio, uma observao relativa
aos termos utilizados ao longo do trabalho. O termo Governo Eletrnico, em ingls
Electronic Government, possui, na lngua inglesa, uma expresso simplificada e-
government que comumente utilizada. A expresso ganhou uma verso em
portugus e-governo e tambm uma abreviatura freqentemente encontrada tanto
em portugus como em ingls e-gov. Na realidade, para efeito do presente trabalho,
considera-se que todos os termos acima expostos tm o mesmo significado, sendo
apenas verses diferentes para um mesmo conceito.
6 No Brasil e em outros pases a presena de rgos governamentais na Internet, por exemplo, comeou a serefetivamente verificada a partir da dcada de 90.
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1.1- O desafio proposto pelas tecnologias da informao e da
comunicao para a administrao pblica
A acelerada evoluo das tecnologias da informao e comunicao (TIC's) e sua
aplicao nos mais diversos aspectos da realidade social tm se apresentado como
verdadeiros desafios a serem enfrentados nos dias de hoje. Na ltima dcada,
principalmente, tornou-se evidente o desafio proposto pelas TIC's para o gerenciamento
pblico e o governo (FREY, 2000).
No h qualquer dvida acerca da importncia das TICs para os governos e a
administrao pblica, realidade que j impera por longa data. De fato, os recursos
tecnolgicos e sua utilizao so, h muito, parte integrante do setor pblico, sendo a
comprovao mais primria disso, a existncia das empresas pblicas estaduais e
tambm municipais de processamento de dados. Essas empresas, responsveis - no
momento de sua criao - por planejar, desenvolver e administrar os sistemas
governamentais de informtica e informao, j ultrapassaram, em sua maioria, a marca
de trs dcadas de existncia e forte atuao nos Estados e Municpios. O Serpro -
Servio Federal de Processamento de Dados - completou, em 2002, 38 anos de
fundao.
Isto exposto, porque dizer ento que as tecnologias de informao e comunicao
se apresentam como um novo desafio para os governos?
Como afirma CASTELLS (2000), a inovao nas tecnologias de informao criou
o potencial para existncia de fluxos de informao bidirecional, tornando possvel que a
sociedade civil controle o Estado sobre princpios democrticos, sem paralisar
necessariamente sua efetividade como agncia de interesse pblico .
O que parece se caracterizar como um novo desafio , na realidade, a
necessidade de atuao dos governos em um novo cenrio, marcado por novas
exigncias impostas pelos cidados e, de forma muito acentuada, pela prpria
multiplicidade e velocidade de desenvolvimento das solues tecnolgicas, que acabam,
por sua vez, impondo aos gestores pblicos a realizao de uma anlise ainda mais
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criteriosa dos objetivos, estratgias e metas dos governos para o uso das inmeras
possveis solues tecnolgicas.
1.2 - Governo Eletrnico: a complexidade do tema
Segundo JARDIM (2000), a noo de Governo Eletrnico ainda emergente,
derivada mais da experincia de alguns governos de pases centrais que da pesquisa
acadmica, carecendo ainda de verticalizao terica .
Alguns trabalhos, entretanto, j vm sendo produzidos, abordando diversos temas
de extrema importncia que surgem quando se fala sobre Governo Eletrnico. Alm de
invivel, seria tambm pouco produtivo empreender uma tentativa de citar os trabalhos,
nacionais e internacionais, que abordam os muitos aspectos do tema.
LENK & TRAUNMLLER (2000) usam a metfora do iceberg para falar da
complexidade do tema Governo Eletrnico, afirmando que apenas a ponta desse enorme
iceberg analisada quando se aborda e-gov como sendo apenas a oferta de servios
governamentais por meio de recursos eletrnicos ou o favorecimento da prtica
democrtica pelo uso desses instrumentos. Para os autores, Governo Eletrnico se
baseia em um redesenho fundamental das interaes entre os cidados e o governo, que
leva a uma reorganizao dos processos de negcio da administrao pblica. A partir
disso, LENK & TRAUNMLLER (2000) propem um framework, ou seja, uma espcie de
modelo para Governo Eletrnico, que segundo eles, deve ser desenvolvido a partir de
quatro perspectivas:
Perspectiva do destinatrio, na qual a interface com a qual o cidado serelacionar com a administrao pblica particularmente proeminente;
Perspectiva do processo, na qual a reorganizao dos processos, a partirdo uso de todos os recursos, humanos e tecnolgicos, fundamental;
Perspectiva da cooperao, que complementa a perspectiva do processoespecialmente atravs da tele-cooperao e dos esforos colaborativos, aexemplo de reunies, negociaes e deliberaes;
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Perspectiva do conhecimento, que destaca o gerenciamento dainformao e do conhecimento como principal ativo na maior parte das situaesrelativas ao setor pblico (LENK & TRAUNMLLER, 2000, p. 271 - traduonossa).
Definir o exato significado do termo Governo Eletrnico , de fato, tarefa bastante
difcil. Diferentes abordagens puderam ser identificadas a partir da reviso de literatura
realizada sobre o tema e, em cada uma delas, proposta uma definio diferente para o
termo. Talvez justamente por essa complexidade, a tarefa de definir Governo Eletrnico
no tenha sido empreendida neste trabalho at o momento. De qualquer forma, esto
listadas, na seo de Anexos do presente trabalho (Anexo 1), algumas definies para o
termo encontradas nas diversas publicaes consultadas no decorrer do estudo.
Dentre as inmeras definies propostas, so muito freqentes aquelas que se
referem a Governo Eletrnico como sendo a aplicao de mtodos de e-business no setor
pblico:
O e-governo prov uma viso e uma estratgia para a criao de um ambiente detransformao das atividades do governo pela aplicao de mtodos do e-business no mbito do setor pblico . (MENTZAS, APOSTOLOU & ABECKER,2001 traduo nossa).
Essas noes so mais freqentemente encontradas em trabalhos de
pesquisadores oriundos da rea de pesquisa tecnolgica, com ateno voltada
construo de aplicaes e desenvolvimento de sistemas e de ferramentas eletrnicas
que viabilizem as prticas de e-business e de Governo Eletrnico. Porm, mesmo junto a
esses pesquisadores, j se pode notar uma preocupao em perceber as peculiaridades
do setor pblico como nica forma de desenvolver aplicaes que, mesmo que sejam
baseadas nos conceitos de e-business, possam ser teis e apropriadas para os governos
(TRAUNMLLER & LENK, 2001; ASOH, BELARDO & NEILSON, 2002).
No h dvidas de que o e-business no mbito dos Governos necessita deconsideraes prprias e distintas em relao a seu design (TRAUNMLLER &LENK, 2001- traduo nossa).
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A complexa relao entre tecnologia da informao e Governo estcomeando a se tornar um importante foco de pesquisa acadmica em camposcomo o da Administrao Pblica, Comportamento Organizacional, Cincia daInformao e Inovao Tecnolgica. Apesar de que, com base em um primeiroolhar, iniciativas de e-governo, assim como as tecnologias que permeiam a prticagovernamental, possam se assemelhar com aquelas advindas do setor privadosob a denominao de e-Commerce ou e-Business, a agenda de pesquisas parae-governo no pode ser idntica sua contrapartida no setor privado (SCHOLL,2002 traduo nossa).
Aps a verificao das diversas definies propostas por autores distintos,
percebe-se que o termo Governo Eletrnico parece indicar todo um esforo de
modernizao que resulta na multiplicao das formas de acesso aos governos. Nesse
sentido, destaca-se a definio proposta por JARDIM (2000), que utilizada como guia
para o presente trabalho:
Em linhas gerais, o Governo Eletrnico expressa uma estratgia pela qualo aparelho de Estado faz uso das novas tecnologias para oferecer sociedademelhores condies de acesso informao e servios governamentais,ampliando a qualidade desses servios e garantindo maiores oportunidades departicipao social no processo democrtico (JARDIM, 2000).
Como afirma JARDIM (2000), considera-se que o Governo Eletrnico pode
ampliar a efetividade dos governos em quatro aspectos, que seriam: 1) maior facilidade,
por parte da sociedade, de ter suas perspectivas consideradas pelos governos na
(re)definio das polticas pblicas; 2) obteno, tambm por parte da sociedade, de
melhores servios das organizaes governamentais; 3) disponibilidade de servios mais
integrados, j que as diferentes organizaes sero capazes de se comunicar mais
efetivamente entre si; 4) melhores nveis de informao, por parte da sociedade, que
poder obter informao atualizada e compreensvel sobre o governo, leis, regulamentos,
polticas e servios.
Sabe-se, porm, que tudo isto algo que est alm do simples uso da Internet.
Dessa maneira, refora-se aqui a crena de que avaliar as iniciativas dos governos em
projetos de e-gov envolve muito mais do que simplesmente verificar o grau de
implementao de seus Websites ou de seus portais na Web, sua funcionalidade,
usabilidade ou a anlise de seu contedo.
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Contudo, no h dvidas de que, em funo da Internet ter emergido como uma
das mais prevalentes formas de comunicao dentro e entre as organizaes pblicas
(HUANG & CHAO, 2001), e tambm por oferecer condies necessrias para uma
democratizao da vida poltica da sociedade7 (EISENBERG, 1999) e para uma
solidificao da prtica democrtica (FREY, 2000), o estudo do seu uso pelo poder
pblico se reveste de grande importncia nos dias atuais. Como afirma GONZLEZ DE
GOMZ (2002), a Internet estrutura decisiva dos governos eletrnicos .
Dessa forma, estabelece-se aqui um corte, destacando-se que o presente trabalho
estar analisando as iniciativas de Governo Eletrnico nos estados brasileiros, a partir da
perspectiva do uso que fazem da Internet, mais especificamente da avaliao de seus
Websites ou portais na Web.
1.3 - Governo Eletrnico: os Governos e a Internet
Segundo STOWERS (1999), a pesquisa emprica acerca da atividade poltica e
governamental na Internet est ainda em seu incio, mas pode-se perceber claramente
que ambas tm sido utilizadas para promover a comunicao, alm de outros benefcios
internos aos governos. Mais especificamente, a construo e o gerenciamento de
Websites vm se tornando elementos essenciais da moderna administrao pblica
(HUANG & CHAO, 2001).
O fenmeno dos governos na Web promete mudar a forma como osgovernos interagem com os cidados, como eles provem servios aos cidados eat mesmo como o processo democrtico se revela (STOWERS, 1999, p.124 traduo nossa).
STOWERS (1999) afirma que existem vrios elementos comuns presentes no uso
da Web pelos governos. O autor ressalta que so vrias as categorias de uso da Internet
pelos governos, incluindo acesso a informaes (publicao de informaes), acesso a
7 Note-se que, como afirma o autor, o potencial democratizante da Internet no inerente ao meio decomunicao eletrnica, como advogam alguns de seus defensores, mas apenas um potencial que, para serealizar, requer uma interveno ativa daqueles interessados em convert-la em um instrumento dedemocracia (EISENBERG, 2000, p.17).
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documentos (formulrios disponveis para download8), acesso informao interativa
(acesso a bases de dados on-line), preenchimento de formulrios interativos on-line,
comunicao com representantes eleitos e discusses interativas.
Segundo EISENBERG (1999), existem quatro principais formas de o poder pblico
utilizar a Internet e, dentre elas, est a prestao de servios e informaes populao.
Para o autor, do ponto de vista da informao e servios pblicos, a Internet pode
contribuir para a democratizao do Estado tanto no nvel nacional e estadual quanto no
nvel municipal, uma vez que este tipo de atividade no peculiar a nenhum dos nveis de
organizao do poder pblico (EISENBERG, 1999, p.11).
SILVEIRA (2001), baseando-se no documento de lanamento do Programa
Sociedade da Informao (1999), do Governo Federal Brasileiro, afirma que existem trs
tipos de presena de organizaes pblicas na Internet:
- oferecimento apenas de informaes institucionais;
- prestao de servios relevantes de download de informaes para o usurio;
- prestao de servios pblicos em tempo real e de forma interativa com o
cidado (SILVEIRA, 2001, p.82).
Segundo EISENBERG (1999), a Internet permite uma significativa
desburocratizao da relao dos poderes pblicos com os cidados, agilizando o
pagamento de tributos, encargos e servios do poder pblico. O autor lembra que ainda
existem diversos problemas jurdicos para tal, em particular os referentes validade de
documentos e recibos emitidos eletronicamente, mas passos no sentido de adequar a
estrutura jurdica do poder pblico j esto sendo tomados nos diversos nveis
governamentais e locais nos quais esses projetos esto sendo implementados
(EISENBERG, 1999, p.11).
8 Download: transferncia de dados ou programas de um computador para outro - geralmente de umcomputador de grande porte para o computador do usurio, via Internet (RABAA & BARBOSA, 2001).
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Mas ele prprio faz uma crtica, dizendo que o modelo de utilizao da Internet
pelas organizaes pblicas para a prestao de servios est em continuidade com uma
concepo de servios de atendimento ao pblico que reproduz o papel de divulgao de
informao j exercido por outros meios de comunicao impressos e audiovisuais.
A nica real contribuio da Internet a esta concepo refere-se suacapacidade de simplificar e agilizar os servios burocrticos, j que ela capaz deajudar a resolver problemas como o das filas nas reparties pblicas(EISENBERG, 1999, p.13).
Ainda segundo EISENBERG (1999), a Internet tambm permite uma ampliao
significativa do acesso informao governamental, de forma que organizaes pblicas
podem fazer com que a informao sobre suas atividades e decises tomadas chegue de
maneira mais gil ao conhecimento tanto dos meios de comunicao de massa, quanto
dos cidados com acesso rede.
Inmeros experimentos neste sentido apontam para o poder deste novomeio. Atravs da Internet, pode-se acompanhar processos eleitorais ao vivo,permitindo, portanto, um maior controle contra fraudes eleitorais durante a fase deprocessamento dos resultados. Ela tambm permite um acompanhamento dapauta e das decises do Legislativo (...). No mbito do Executivo, a Internet facilitao esclarecimento de dvidas sobre informaes fiscais e burocrticas, assim comoo acompanhamento de obras e consertos agendados pelo poder pblico(EISENBERG, 1999, p.10,11).
Mas como alerta SILVEIRA (2001), a busca por oferecer maior possibilidade de
controle e transparncia no se constitui na nica motivao do governo para oferecer
servios e informaes via Internet.
Em tempos de recursos pblicos escassos e uma demanda crescente dasociedade, a possibilidade de aumentar o atendimento sociedade sem ocorrespondente incremento nos recursos historicamente alocados para esse fim pessoal, instalaes e equipamentos impulsiona e alimenta o esforo dogoverno (SILVEIRA, 2001, p.82).
Alm do aspecto destacado por SILVEIRA (2001), vale citar tambm o aspecto do
potencial de reduo de custos na prestao de servios mediante o uso da Web,
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apontado em estudo realizado pela PriceWaterhouseCoopers9. Nesse estudo foram
analisados seis casos que ilustraram o uso da Web para a prestao de servios e
disseminao de informaes por governos estaduais americanos e, com base nos
resultados obtidos, os autores afirmam:
Alguns analistas de operaes governamentais tm considerado a Webcomo uma fora potencialmente revolucionria na prestao de servios. Estetrabalho denota que o impacto da rede na prestao de servios governamentaisser gradativo e incremental, resultando em melhorias graduais e de pequenaescala nos servios. (...) Em alguns casos, o custo da prestao do serviodiminuir; por outro lado, quando ocorrerem erros ou quando forem oferecidospontos adicionais de acesso a fim de agradar aos cidados, o custo da prestaode servio aumentar . (PriceWaterhouseCoopers, 2001, p.13).
1.4 - Governo Eletrnico: as abordagens internacionais
Segundo a UNDP United Nations Development Programme (2001), podem ser
identificados quatro estgios distintos no movimento dos pases em direo ao Governo
Eletrnico, que seriam:
Estgio 1 Publicao de informaes: Os Websites publicam
informaes gerais e formulrios on-line que podem ser impressos. um
sistema de comunicao em um nico sentido.
Estgio 2 Interao: Os Websites possibilitam a realizao de pesquisas
de informaes e formulrios podem ser completados on-line.
Estgio 3 Troca de valores: Os Websites possibilitam uma troca de
valores, com o pagamento e recebimento de taxas pblicas de maneira on-
line.
Estgio 4 Servios integrados e troca: Portais que integram uma srie
de servios baseados em necessidades e funes, no em departamentos,
rgos ou agncias governamentais.
9 O estudo da PriceWaterhouseCoopers, intitulado A Utilizao da Internet na Prestao de ServiosGovernamentais assinado por Steven Cohen e por William Eimicke, da Escola de Assuntos Pblicos eInternacionais da Columbia University.
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Uma outra classificao para a medio do progresso dos pases dada pela
United Nations Division for Public Economics & Public Administration que, juntamente com
a American Society for Public Administration ASPA, est realizando uma pesquisa
global sobre e-governo10. Para o propsito dessa pesquisa da qual o Brasil j faz parte -
a UN/ASPA (2001) identificaram cinco categorias distintas que so:
Presena na Web Emergente: Um pas precisa ter um nico ou alguns
Websites oficiais em nvel nacional, que ofeream informaes estticas
para o usurio e que sirvam como ferramenta para assuntos pblicos.
Presena na Web Aprimorada: O nmero de pginas Web
governamentais cresce de maneira que as informaes se tornam mais
dinmicas, com os usurios tendo mais opes de informao para acesso.
Presena na Web Interativa: Uma troca mais formal entre usurios e
servios governamentais acontece, com opo de download de
formulrios, e aplicaes sendo submetidas on-line.
Presena na Web Transacional: Usurios podem facilmente acessar
servios priorizados de acordo com suas necessidades, podendo conduzir
transaes formais on-line, como pagamento de taxas.
Presena na Web totalmente Integrada: A completa integrao de todos
os servios governamentais on-line atravs de um portal que seja um ponto
nico de entrada.
Alguns trabalhos j abordam as diferenas de estgios de implantao de
iniciativas de Governo Eletrnico entre os pases. OBERER (2002), em um trabalho sobre
o estado da arte do Governo Eletrnico nos pases da Unio Europia - UE, mostra os
aspectos negativos e positivos das iniciativas em pases como a ustria, tida como um
dos lderes desse movimento na UE. Tambm recebe destaque em seu trabalho a
10 Outras informaes sobre a pesquisa global sobre e-governo podem ser obtidas no endereohttp://www.unpan.org/egov/ .
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Austrlia, que segundo o autor, pode ser considerada um dos pases pioneiros em
Governo Eletrnico no mundo.
O Governo do Canad possui um programa de Governo Eletrnico bastante
avanado e, como afirma DETLOR (2002), planeja ser o governo mais eletronicamente
conectado a seus cidados no mundo, at o ano de 2004 .
De acordo com o relatrio Rhetoric vs Reality Closing the Gap (2001)11, que
avaliou as iniciativas de Governo Eletrnico em 22 pases, o Brasil est entre os 20
pases mais avanados no mundo no que se refere a e-gov. Esse relatrio traz, entre
suas concluses, a emergncia dos portais como o mais marcante esforo de
desenvolvimento dos programas de e-gov no mundo, visto que muitos governos comeam
a reconhecer que no uma estratgia adequada fazer com que os cidados visitem
vrios Websites individuais para requerer um servio ou uma informao. De acordo com
o relatrio, os portais tm crescido em importncia e os pases lderes nos programas de
Governo Eletrnico j comearam a consolidar sua oferta de servios on-line atravs
dessa forma de presena na Web, que o relatrio chama de a prxima gerao de
presena dos governos na Web .
A preocupao em ter a clareza acerca do que, de fato, os cidados querem de
seus governos no tocante sua presena na Web tambm tem movido muitos pases a
realizarem pesquisas12 que possam embasar e dar maior autoridade ao desenvolvimento
de suas iniciativas de Governo Eletrnico.
1.5 - Os Governos, a Internet e o cidado
Segundo SILVEIRA (2001), o governo utiliza a Internet como instrumento de
aproximao com a sociedade por meio da prestao de servio e disponibilizao de
informaes ao mesmo tempo em que amplia sua capacidade operacional e sua rea
de cobertura.
11 Rhetoric vs Reality Closing the Gap pode ser acessado em http://www.accenture.com.12 Pesquisas interessantes so What Citizens Want from E-Government (2000), disponvel emhttp://www.ctg.albany.edu e The rise of E-Citizen How people use government agencies Websites(2002), disponvel em http://www.pewinternet.org/reports/toc.asp?Report=57.
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O que muitos autores ressaltam quando se fala da Internet a sua peculiaridade
no que se refere ao seu potencial de interatividade e de personalizao. Outro aspecto
destacado em relao nova mdia o seu potencial democratizante de acesso
informao:
Atualmente, a Internet vista como o canal de comunicao deinformaes que obteve o maior sucesso dos ltimos tempos, transformando-senum problema relevante para a pesquisa na rea da Cincia da Informao(ARAJO & FREIRE, 1996, p.51-52).
A Web pode ser considerada um meio de comunicao de massamultifacetado, que contm muitas diferentes configuraes de comunicao(MORRIS & ORGAN, 1996).
justamente nesse sentido, da anlise da Web como instrumento de
disseminao de informaes (comunicao) e como ferramenta para a prestao de
servios, que estar sendo promovida a avaliao dos portais dos Governos Estaduais
Brasileiros na Web, buscando-se verificar se as potencialidades apontadas pela literatura
esto, de fato, sendo exploradas.
Mas antes de passar a uma necessria anlise da literatura sobre avaliao de
fontes de informao na Web e sobre a funcionalidade de sistemas de informao para a
prestao de servios on-line, para que se possa ento, empreender a avaliao dos
portais eletrnicos governamentais, fundamental que se aborde a questo da
comunicao na esfera pblica, como proposto por JARDIM (1999). Citando Zemor,
JARDIM (1999) afirma que a comunicao pblica se expressa em trs tipos de
comunicao, que seriam:
- informao e esclarecimento, relacionados prpria legitimidade da
mensagem pblica: informaes sobre o funcionamento institucional
prtico que os servios governamentais devem fornecer aos cidados ou
sobre aspectos gerais da vida social;
- promoo e valorizao tanto das prprias instituies pblicas como
dos servios que estas oferecem, incluindo ainda temas de amplo
interesse social;
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- discusso ou proposio de debates sobre projetos de mudanas
institucionais, escolhas da sociedade e possibilidades polticas. (ZEMOR,
1995 apud JARDIM, 1999, p. 59).
importante ressaltar esses aspectos j que, de acordo com JARDIM (1999), a
transparncia administrativa significa, por princpio, que a administrao vincula-se
lgica da comunicao, engajando-se numa via de troca com o cidado (JARDIM, 1999,
p.60). Destaca-se tambm a importncia e o inter-relacionamento de conceitos como
troca de informaes, cidadania, direito informao e transparncia no campo
informacional governamental13, quando se fala de comunicao pblica:
A comunicao pblica comunicao formal que se aplica troca e aocompartilhamento de informaes de utilidade pblica, assim como manutenodo vnculo social, e cuja responsabilidade incumbe s instituies pblicas(ZEMOR, 1995 apud JARDIM, 1999, p. 59).
Segundo MAIA (2002), as novas tecnologias de comunicao e informao,
incluindo a a Internet, parecem oferecer vantagens diversas sobre os meios de
comunicao tradicionais, proporcionando um ideal para a comunicao democrtica,
uma vez que seus dispositivos interativos e multifuncionais oferecem novas
possibilidades para a participao descentralizada . Como afirma a autora, essas novas
tecnologias permitem colocar diferentes parceiros de interlocuo em contato, atravs de
aes recprocas e vnculos virtuais variados, criando um potencial de interao indito.
Trata-se no apenas da conectividade isolada do usurio da rede em contato com o
Governo, por exemplo, mas sim do potencial de conexo coletiva, aproximando cidados
atravs de chats e grupos de discusso, por exemplo, o que MAIA (2002) chama de uma
verdadeira arena conversacional , capaz de promover um ambiente informacional ainda
mais rico.
Tambm GUIDI (2002) refora a importncia da criao de comunidades
participativas on-line, afirmando que se deve considerar a interatividade e o envolvimento
da sociedade local como os elementos mais importantes na construo de algo que pode
13 Dada a complexidade dos conceitos, eles no sero aqui abordados. Para mais informaes, consultarCEPIK, M. Direito Informao: situao legal e desafios. Revista IP-Informtica Pblica, v.02, p.43-56,dezembro/2000 e CEPIK, M. Informao & Deciso Governamental: Uma Contradio em Termos?In:Anais do Seminrio Informao: Estado e Sociedade, Imap/Prefeitura de Curitiba, 1997. p. 27-43.
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vir a afetar o desenvolvimento do territrio da governana e da vida democrtica (...) A fim
de criar tal ambiente, precisamos de redes cvicas e comunidades conectadas (GUIDI,
2002, p.180).
Segundo GUIDI (2002), na Europa tem havido diversas iniciativas de redes cvicas
diretamente apoiadas pelas administraes locais. Vrias cidades e administraes
europias gerenciam diretamente a presena dessas redes na Internet e esto envolvidas
com tais aplicativos, tanto na elaborao de seu contedo, quanto no seu suporte
financeiro.
Porm, tambm essencial ressaltar o que aponta MAIA (2002):
preciso levar em considerao que, para fortalecer a democracia sonecessrias no apenas estruturas comunicacionais eficientes e instituiespropcias participao, mas tambm devem estar presentes a motivao correta,o interesse e a disponibilidade dos prprios cidados para se engajar em debates (MAIA, 2002, p.48).
Como j colocado anteriormente, o objetivo do presente trabalho no o de
discutir o potencial democratizante da Internet, mas sim de avaliar os portais dos
governos estaduais na Web e os seus mecanismos hoje disponveis de interao entre os
cidados e o Governo. Por isso, mesmo sabendo-se que no basta estarem presentes
mecanismos de interao comunicativa para a efetiva democratizao da vida pblica e
que, como afirma MAIA (2002), as oportunidades oferecidas pela rede devem ser vistas
de modo associado s motivaes dos prprios atores sociais , com o presente trabalho
se estar buscando apenas verificar se os governos tm lanado mo das
potencialidades oferecidas pelas novas tecnologias da informao e comunicao, sem
que se promova uma discusso sobre a apatia poltica ou os entraves para o debate
crtico entre sociedade e Governos, temas abordados com muito mais propriedade pelos
cientistas polticos.
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2. Fontes e servios eletrnicos de informao: a Internet em
foco
2.1 Fontes impressas de informao versus fontes eletrnicas de
informao
Com reconhecida importncia no campo de estudo da Biblioteconomia e da
Cincia da Informao, o tema fontes de informao rene literatura considervel,
abordando aspectos diversos como seleo, organizao, avaliao e gerando
discusses que se perpetuam, a exemplo da atribuio de valor fontes de informao
formais e no-formais.
O estudo das fontes de informao torna-se fundamental, uma vez que atravs
delas que se d a publicidade do conhecimento produzido. essa publicidade, a condio
bsica para a socializao e a validao do conhecimento, bem como para a produo de
novos conhecimentos, em um ciclo contnuo.
Mas o que parece marcar os tempos atuais justamente o aumento da velocidade
com que esse ciclo acontece. CASTELLS (2000), ao caracterizar a Sociedade em Rede
e o seu modo informacional de desenvolvimento, fala de um crculo virtuoso de interao
entre as fontes de conhecimento tecnolgico e a aplicao da tecnologia, gerando novos
conhecimentos e maior processamento da informao.
Na realidade, foi a partir da metade do sculo XX que se verificou a chamada
exploso documental com a publicao e circulao de milhares de peridicos tcnicos,
tambm conhecida como exploso da informao , nascida no contexto da informao
cientfica e tecnolgica. Fala-se ento, do estabelecimento de uma nova era: a era da
informao.
E a partir da, parece inegvel que as tecnologias da informao e comunicao
vm expondo as pessoas a uma avalanche de dados e informaes. Uma edio normal
de meio de semana do The New York Times contm mais informao do que o cidado
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mediano obteria durante toda a sua vida na Inglaterra do sculo XVII. Alm disso, novos
livros saem s dezenas de milhares por ano. A quantidade de informaes cientficas
dobra a cada seis anos e, por isso, no de se espantar que existam mais de cem mil
revistas tcnicas em todo o mundo. Como se no bastasse, a Internet ainda nos coloca a
vastido de informaes disponveis a um clic do mouse 14.
No incio da dcada de 90 (...), a Internet constitua apenas uma palavranova no extenso vocabulrio de siglas do universo da informtica e estavadisponvel a um nmero reduzido de pesquisadores brasileiros. Hoje a rede j fazparte do cotidiano de um nmero significativo de pessoas e est modificandointeiramente o paradigma da comunicao cientfica, incorporando novas prticasao processo e introduzindo novas formas de inter-relao entre os membros dacomunidade de pesquisa (CAMPELLO, 2000, p.17).
A partir da afirmao de CAMPELLO (2000), fica claro que estudar a Internet como
fonte de informao torna-se tarefa qual no podemos nos furtar. A tarefa, entretanto,
deve ser cuidadosamente analisada, e certamente dividida em etapas, devido sua
vastido. Afinal, como afirma MENOU (1999), a Internet est longe de ser um objeto
explcito.
Sabemos que documentos eletrnicos no devem ser imitaes dos documentos
em papel. Os primeiros carros foram chamados de carruagens sem cavalos , e pareciam
ter sido projetados para serem puxados por um cavalo. Passaram-se alguns anos at que
se chegasse concluso de que um bom formato para um carro deveria ser algo
diferente. O rdio foi batizado telgrafo sem fios e levou alguns anos at que se
conclusse que a grande aplicao era a radiodifuso, que nada tinha a ver com a
telegrafia. Do mesmo modo, os livros sem papel devem ter pouca coisa parecida com os
livros, pela forma como foram projetados (MARTIN, 1992). O fato que a informao
tende cada vez mais a migrar de seus suportes tradicionais (livros, jornais, revistas)
passando a uma nova realidade dos bytes, CD ROMs e, com grande destaque, a Internet.
O seu crescimento espantoso e de nada adiantaria tentar ilustr-lo com dados, pois eles
j estariam obsoletos no momento da leitura deste trabalho.
14 Dados extrados do livro Ansiedade da Informao. WURMAN, Richard S. Como transformar informaoem compreenso. So Paulo: Cultura Editores Associados, 1991.
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Todas essas evidncias indicam que o interesse pela Internet no apenas um
modismo, e que ela pode ser um recurso poderoso quando se pensa na quantidade de
informao disponvel atualmente e no fluxo da informao e da comunicao que ela
possibilita.
2.2 A Internet: fonte de informao e canal de comunicao
Apresentar a Internet, o histrico de seu surgimento e desenvolvimento parece ser
dispensvel diante da disponibilidade de tantas publicaes, impressas ou eletrnicas,
que se incumbem dessa tarefa. O que parece ser mais importante para o contexto do
presente trabalho a caracterizao da Internet como fonte de informao e, ao mesmo
tempo, como canal de comunicao. A caracterizao nada mais do que uma tentativa,
agora mais focalizada, de definir sistemas de informao na Internet como sistemas de
comunicao, conforme apresentado na Introduo deste trabalho.
CENDN (2000) descreve a evoluo e consolidao da Internet como fonte de
informao, os principais meios de publicao e os mecanismos de identificao de
recursos, alm de discutir as caractersticas especiais que a diferenciam de outras fontes
e os meios de acesso informao especializada que ela proporciona:
A interconectividade ampla entre os diferentes computadores garantidapelo uso, em toda a rede, de um conjunto de protocolos padro, o TCP/IP(Transmission Control Protocol/Internet Protocol). Dessa forma, recursosinformacionais que anteriormente, apesar de acessveis por redes, eram sistemasilhados, podem, na Internet, ser oferecidos de maneira integrada (CENDN,2000, p.276).
Alm da interconectividade como caracterstica marcante da Internet, destacam-se
tambm a facilidade de criao e acesso aos recursos informacionais e a interatividade.
justamente essa ltima que d Internet seu carter de canal de comunicao.
MOSTAFA & TERRA (1998) afirmam que a Internet, alm de funcionar como um
grande repositrio de informao, com sua infinidade de documentos, tambm se
apresenta como meio de comunicao:
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No apenas como conseqncia do uso de ferramentas especficas decomunicao, como correio, salas de chat e seus comentrios para melhorarnossa pgina, mas principalmente porque esses mecanismos ajudam adesestabilizar o repositrio que ento est sempre em permanente construo (MOSTAFA & TERRA, 1998, p.55).
As autoras reforam a tese de ARAJO (1996), de que a Internet condensa os
dois importantes aspectos da rede - repositrio e comunicao. Segundo elas, esta dupla
funo permite ligaes entre pessoas de forma livre ou em relao a temas de interesse,
ao mesmo tempo em que se torna um repositrio de informaes documentais acessveis
como um sistema de informao.
Vale destacar aqui que a noo de comunicao a qual recorrentemente referida
no presente trabalho, no aquela que reduz a comunicao transmisso. Considerar a
comunicao como transmisso ou como persuaso, so perspectivas bastante fracas do
que, de fato, pode-se considerar comunicao. Para efeito do presente trabalho,
considera-se a abordagem alternativa, proposta, dentre outros autores, por DERVIN
(1989), que considera a comunicao como dilogo.
Segundo DERVIN (1989), as audincias, de forma geral, tm sido tratadas como
comodities, so conceituadas como pessoas s quais as informaes assumidas como
verdades com valores reais devem ser transmitidas . Nesse sentido, a comunicao
entendida como um fluxo de mo nica.
Mas, como ressalta a autora, os modelos que colocam informao como
descrio e comunicao como transmisso encontram srias dificuldades para se
manter, devendo ser substitudos pelas noes de informao como construo
informao que criada pelos observadores humanos, que produto do interesse
humano e que nunca pode ser separada dos observadores que a criaram e
comunicao como dilogo.
justamente essa a idia que d base metodologia proposta por DERVIN,
conhecida como Sense-Making, que busca prover pesquisadores de uma abordagem
quantitativa/qualitativa sistematizada para ouvir suas audincias como elas percebem
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suas situaes, passado, presente e futuro e como elas se movem no processo de
construo de sentido a partir dessas situaes.
A prpria DERVIN (1998) alerta para o fato de que a revoluo propiciada pelas
novas tecnologias, pela realidade do ciberespao, e certamente, pela Internet, viabilizou
uma nova revoluo para a comunicao:
A questo que se coloca se ns vamos finalmente ter uma revoluo dacomunicao que seja real. Se vamos finalmente aprender que a comunicaoenvolve o ato de comunicar e que o ato de comunicar percorre sempre umcaminho de mo dupla (DERVIN & SCHAEFER, 1998 traduo nossa).
Reforada a questo da comunicao, percebe-se que so vrias as facetas a
serem analisadas quando se fala em Internet, tendo em vista as diferentes formas de
acesso a documentos e pessoas, tais como o Telnet, o FTP, o Correio Eletrnico, as
Listas e Grupos de Discusso e a Web15. Mas, como afirma CENDN (2000), a ateno
est na World Wide Web, muito embora o correio eletrnico seja o aplicativo da Internet
que as pessoas utilizam com mais freqncia.
A Web rapidamente dominou a Internet ao combinar simplicidade de uso,facilidade de criar e fornecer documentos e a exibio de documentos em formatosmultimdia, mais aceitveis do que longas pginas ininterruptas de texto(CENDN, 2000, p.288).
2.2.1 A Web e a revoluo do hipertexto
Diferentes definies podem ser encontradas na literatura sobre hipertexto,
relativas s vantagens e desvantagens dessa tecnologia e a seu impacto sobre a
estruturao do conhecimento, apenas para citar alguns dentre vrios aspectos. Todas as
definies, porm, fazem meno origem do delineamento das primeiras idias sobre o
tema e apontam Vannevar Bush (no campo conceitual) e Theodor Nelson (o criador do
termo), como os precursores do hipertexto.
15 Para obter mais informaes sobre esses servios para fornecimento e acesso aos recursos da Internet,ver CENDN (2000), p.275 a 300.
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De uma maneira geral, pode-se entender o hipertexto como sendo uma forma
eminentemente eletrnica de apresentao textual, cuja principal caracterstica a
apresentao da informao de uma maneira no-linear. Nesse sentido, o hipertexto
apresenta uma clara distino em relao aos documentos impressos e, por isso,
representa um verdadeiro desafio no que se refere s noes de autoria e leitura, por
exemplo.
Antes que se passe apresentao da noo aqui utilizada para hipertexto, vale
ressaltar a evoluo das publicaes eletrnicas, traada por Lancaster (1995, p.518-9)16:
a) o uso do computador para gerar publicao (convencional) impressa na
dcada de 60;
b) a distribuio do texto na forma eletrnica quando a verso eletrnica
a exata equivalncia da verso impressa e pode gerar a verso
impressa;
c) distribuio somente na forma eletrnica;
d) a gerao de novas publicaes que exploram a verdadeira capacidade
eletrnica.
Entende-se o conceito de hipertexto como uma forma eletrnica de apresentao
textual, cuja principal caracterstica a apresentao no-linear da informao,
estruturada em rede de forma associativa, atravs do uso de ns e links, acreditando-se
que ele seja um dos caminhos mais viveis para a concretizao do ltimo estgio da
evoluo das publicaes eletrnicas proposto por Lancaster.
Acreditar na idia de que a possibilidade de estabelecer links em um hipertexto
to revolucionria a ponto de aprimorar qualquer texto que esteja sendo escrito um ato
to equivocado quanto achar que, o simples fato de dar a um autor um processador de
textos ser suficiente para melhorar a sua escrita. Fala-se muito que o mero ato de