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Page 1: CONTESTAÇÃO - RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

EXMO SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DA 19ª VARA DO TRABALHO DE SALVADOR/BA.

INDÚSTRIA QUÍMICA DA BAHIA S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. 852.000/0001-07, com sede na Avenida Café Filho, n.17, salvador/BA, vem mui respeitosamente por seu advogado infra-assinado, o qual receberá intimações no endereço sito na Rua Arroz, n. 80, Edf. Bazar, 5º andar, sala 500, CEP- 40.555-555, com fundamento no art. 847 da CLT c/c art. 300 do CPC, apresentar sua

CONSTESTAÇÃO

movida por GETULIO VARGAS, brasileiro, solteiro, operador de equipamentos, portador da CTPS – 067744, Série 00007- BA, CPF- 248.460.885-50, PIS- 111111111111, residente e domiciliado na Rua Jaqueira do Carneiro, nº 4, retiro, Salvador/BA, CEP: 40.353-650, pelos motivos de fato e de direito adiante transcritos:

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DA PRELIMINAR

I- PREJUDICIAL DE MÉRITO - PRESCRIÇÃO

Conforme se verá adiante a relação de emprego entre o reclamante e reclamada perdurou no período de 16/03/1996 à 30/08/2009.

Por conseqüência argúi a reclamada a prescrição qüinqüenal, para que sejam consideradas prescritas as parcelas eventualmente postuladas anteriormente aos últimos cinco anos, nos moldes do art. 7º, XXIX, da CF/1988.

II- DO MÉRITO

Caso ultrapassadas a preliminar argüida supra, o que não acredita a reclamada, passa a reclamada a esclarecer os fatos e repelir os pedidos contidos na peça vestibular.

O reclamante foi admitido pela reclamada em 16/03/1996, na função de operador de máquinas, percebendo como remuneração mensal a importância de R$ 1000 (mil reais) e despedido por justa causa em 30/08/2009.

O autor cumpria jornada de trabalho das 8h ás 18h com duas horas de intervalo, de segunda a sexta-feira, sempre folgando aos domingos, conforme cartões de ponto em anexo, não fazendo jus, portanto, ao pagamento de qualquer hora extra ou mesmo ao pagamento de dobras de domingo, feriados civis e santos, uma vez que o reclamante não era submetido à jornada suplementar, também não laborando nos domingos e feriados.

Neste diapasão, improcede o pedido do pagamento de horas extras, supostamente laboradas como o adicional legal de 80% previsto na Carta Maior, art. 7º, XVI, pois o Reclamante cumpria jornada diária de 8 horas e 44 semanais, sempre folgando aos domingos e feriados, não tendo o autor laborado em jornada suplementar.

O Reclamante foi dispensado por justa causa em 30/08/2009, conforme já aduzido, sendo que as verbas rescisórias não foram pagas em face do não comparecimento do Reclamante perante o Sindicato quanto a homologação da

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rescisão contratual, conforme estabelecido no art. 477, § 1º do diploma consolidado, e por conseqüência, fulminando qualquer pretensão relativo ao pagamento de multa do art. 477, § 8º do diploma consolidado.

No tocante, a dispensa por justa causa, o reclamante foi surpreendido furtando objetos da empresa, configurando a dispensa motivada estabelecida no art. 482, alínea a do diploma consolidado. Tal fato, foi devidamente registrado na Delegacia de Policia, com o Boletim de Ocorrência, nº 549628. Pelo exposto, o reclamante não faz jus ao pagamento das verbas rescisórias, sendo devido apenas saldo de salário e férias vencidas.

As férias relativas aos períodos aquisitivos de 2006/2007 e 2007/2008 foram gozadas pelo reclamante, conforme em anexo o Recibo de Férias. Improcede pleito do pagamento de férias.

Por outro lado, as férias referentes ao período aquisitivo de 2008/2009, não são devidas ao reclamante, pois o mesmo, entrou em gozo de licença previdenciária, sendo indevido tal pedido.

Ademais, considerando a legislação vigente e o entendimento jurisprudencial do TST, nenhum adicional, seja de insalubridade, seja de periculosidade, é devido ao reclamante.

Em relação ao adicional de periculosidade postulado pelo autor com base no fundamento de que laborava como operador de prensa mecânica em contato com inflamáveis, não merece prosperar, uma vez que não laborava nessas condições, sendo indevido o pedido do pagamento do adicional, visto que laborava em operações de máquinas que não utilizava de inflamáveis ou explosivos, e/ou condições insalubres.

No que se refere ao pleito de acidente de trabalho, o mesmo decorreu de imprudência do reclamante, no manuseio e operações das máquinas, visto que o acidente ocorreu por pura e culpa exclusiva do obreiro, que não teve prudência no seu labor. Vale ressaltar, que a reclamada sempre foi rigorosa, no tocante ao controles e cuidados dos seus empregados, como tal, fornecendo os EPIs. Logo, não há qualquer responsabilidade da Reclamada, referente ao acidente de trabalho com o obreiro, pelo que exposto, tal fato ocorreu, por culpa exclusiva do Reclamante.

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É indevido também, o pleito do pagamento de honorários advocatícios, visto que o Reclamante está assistido por Advogado particular, não obedecendo aos requisitos estipulados nas Leis 5.584/1970 e Lei 1.060/1950, como também no terreno jurisprudencial, conforme as Súmulas 219 e 329 do TST.

III – DO REQUERIMENTO FINAL

Por todo o exposto, espera e confia a Reclamada seja acolhida a prejudicial de mérito argüida, para que seja decretada por este Juízo a prescrição qüinqüenal, para que sejam consideradas prescritas as parcelas eventualmente postuladas anteriormente aos últimos cinco anos, nos exatos termos do art. 7º, XXIX, da CF/1988.

Superada a prejudical de mérito argüida, o que sinceramente não acredita a demandada, confia a Reclamada, no mérito, que serão julgados improcedentes todos os pedidos formulados pelo reclamante, em face de toda a fundamentação supra, como a conseqüente condenação do autor ao pagamento das custas judiciais, conforme previsto no art. 789, II, da CLT, requerendo, por cautela, em caso de eventual condenação, a compensação das verbas pagas pelos mesmos títulos no decorrer do contrato, evitando-se, assim, o enriquecimento sem causa do Autor.

Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial prova documental, testemunhal e depoimento pessoal do reclamante.

Termos em que,Espera deferimento.

Salvador, 19 de outubro de 2010

Advogado/OAB n. ..............

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