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Contabilidade Financeira S U M Á R I O

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SUMÁRIO

ABERTURA .................................................................................................................................. 7

APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 7

OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 7

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................. 8

PROFESSOR-AUTOR ................................................................................................................................................................. 10

MÓDULO 1 – IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE ................................................................... 11

O MUNDO SEM A CONTABILIDADE ................................................................................................................................. 11

REGISTRO E CONTROLE DOS DADOS PESSOAIS .......................................................................................................... 11

CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE ........................................................................................................................... 11

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 12

UNIDADE 1 – ESTUDO DA CONTABILIDADE ...................................................................................... 12

1.1 LINGUAGEM DA CONTABILIDADE ............................................................................................................................. 12

1.1.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 12

1.1.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO .................................................................................................................................. 13

1.2 CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE .................................................................................................................... 14

1.3 EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................................ 14

1.3.1 CONTINUAÇÃO DO EXERCÍCIO ................................................................................................................................ 14

1.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 14

UNIDADE 2 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS .................................................................................... 14

2.1 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE ................................................................................................................................. 14

2.2 PROCESSO CONTÁBIL ..................................................................................................................................................... 15

2.3 CICLO CONTÁBIL .............................................................................................................................................................. 15

2.3.1 ETAPAS DO CICLO CONTÁBIL ................................................................................................................................... 16

2.4 DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE ................................................................................................................................ 16

2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS DA CONTABILIDADE ..................................................................................... 17

2.5.1 DESAFIO ............................................................................................................................................................................ 17

2.6 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 17

UNIDADE 3 – CONTABILIDADE SOCIETÁRIA E GERENCIAL ................................................................ 18

3.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE ............................................................................................. 18

3.2 CONSTITUIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................................................................... 18

3.2.1 EQUAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................................... 19

3.2.2 ATIVO ................................................................................................................................................................................. 19

3.2.2.1 BENEFÍCIOS DO ATIVO ............................................................................................................................................. 19

3.2.2.2 EXERCÍCIO ..................................................................................................................................................................... 20

3.3 PASSIVO ................................................................................................................................................................................ 20

3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................................................................................................... 20

3.4.1 CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ....................................................................................................................... 21

3.4.2 RESULTADO ...................................................................................................................................................................... 21

3.5 RECEITA ................................................................................................................................................................................. 21

3.6 DESPESA ............................................................................................................................................................................... 21

3.7 DIVISÃO DA CONTABILIDADE ...................................................................................................................................... 22

3.7.1 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE ..................................................................................................... 24

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3.8 INFORMAÇÕES CONTÁBEIS .......................................................................................................................................... 24

3.9 LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE .............................................................................................................................. 24

3.10 RESULTADO DE UMA EMPRESA ................................................................................................................................ 25

3.11 CONCEITO DE LUCRO ................................................................................................................................................... 25

3.12 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 25

UNIDADE 4 – ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE – CPC .................................. 26

4.1 REGRAS PARA UMA BOA ATUAÇÃO ........................................................................................................................... 26

4.1.1 NOVA ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE ................................................................... 26

4.1.2 CONCEITOS DA NOVA ESTRUTURA ........................................................................................................................ 27

4.2 PRESSUPOSTOS BÁSICOS .............................................................................................................................................. 27

4.2.1 REGIME DE COMPETÊNCIA E CONTINUIDADE ................................................................................................... 27

4.2.2 REGIME DE COMPETÊNCIA ........................................................................................................................................ 27

4.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................................................................................................... 28

4.3.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 28

4.4 PRESSUPOSTO DA CONTINUIDADE ........................................................................................................................... 28

4.4.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 29

4.5 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS ............................................................................................................................... 29

4.5.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS PRIMÁRIAS .................................................................................................... 29

4.6 COMPREENSIBILIDADE ................................................................................................................................................... 30

4.7 RELEVÂNCIA ........................................................................................................................................................................ 30

4.7.1 RELEVÂNCIA .................................................................................................................................................................... 30

4.7.2 NATUREZA DA INFORMAÇÃO ................................................................................................................................... 31

4.7.3 MATERIALIDADE ............................................................................................................................................................. 31

4.7.3.1 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 31

4.8 CONFIABILIDADE .............................................................................................................................................................. 32

4.8.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS SECUNDÁRIAS DA CONFIABILIDADE ................................................. 32

4.8.1.1 INFORMAÇÃO CONFIÁVEL ..................................................................................................................................... 32

4.8.1.2 PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA ....................................................................................................... 33

4.8.1.3 NEUTRALIDADE ........................................................................................................................................................... 33

4.8.1.4 PRUDÊNCIA ................................................................................................................................................................... 34

4.8.1.5 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 34

4.8.1.6 INTEGRIDADE ............................................................................................................................................................... 35

4.9 COMPARABILIDADE ......................................................................................................................................................... 35

4.10 EFETIVAÇÃO DA COMPARABILIDADE ..................................................................................................................... 35

4.11 INFORMAÇÕES DOS USUÁRIOS ................................................................................................................................ 36

4.11.1 COMPARAÇÕES ............................................................................................................................................................ 36

4.11.2 JOGO ................................................................................................................................................................................ 36

4.12 LIMITAÇÕES ÀS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS ............................................................................................ 36

4.12.1 TEMPESTIVIDADE ........................................................................................................................................................ 37

4.13 AVALIAÇÃO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS .............................................................................................................. 37

4.13.1 EXEMPLO ........................................................................................................................................................................ 38

4.13.2 JOGO ................................................................................................................................................................................ 38

4.14 IMPORTÂNCIA DO JULGAMENTO ............................................................................................................................ 38

4.15 DESCRIÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............................................................................................. 38

4.15.1 JOGO ................................................................................................................................................................................ 39

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4.16 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 39

4.17 AVALIAÇÃO ....................................................................................................................................................................... 39

MÓDULO 2 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: MECÂNICA CONTÁBIL ................................... 41

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................ 41

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 41

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 42

1.1 INFORMAÇÕES OBTIDAS DO CICLO CONTÁBIL ................................................................................................... 42

1.2 RELATÓRIOS ........................................................................................................................................................................ 42

1.2.1 OUTROS RELATÓRIOS ................................................................................................................................................... 47

1.2.1.1 EXERCÍCIO ..................................................................................................................................................................... 47

1.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 47

UNIDADE 2 – MECÂNICA CONTÁBIL .................................................................................................. 47

2.1 SISTEMA DAS PARTIDAS DOBRADAS ........................................................................................................................ 47

2.2 REGISTRO DE EVENTOS NA PLANILHA .................................................................................................................... 47

2.2.1 DESAFIO ............................................................................................................................................................................ 48

2.2.2 DESAFIO 2 ........................................................................................................................................................................ 48

2.3 RECEITA E DESPESA .......................................................................................................................................................... 48

2.4 EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................................ 49

2.5 DEMONSTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO ........................................................................................................................... 49

2.5.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 49

2.5.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO .................................................................................................................................. 50

2.6 TABELA ................................................................................................................................................................................. 50

2.7 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 51

UNIDADE 3 – BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................. 51

3.1 BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................................................ 51

3.1.1 CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................... 51

3.1.2 CONCLUSÕES SOBRE O BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................ 52

3.2 ESTRUTURA DE UM BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................................................................... 52

3.2.1 ATIVO ................................................................................................................................................................................. 52

3.2.1.1 CONSTITUIÇÃO DO ATIVO ...................................................................................................................................... 53

3.2.1.2 CONTINUAÇAO ........................................................................................................................................................... 53

3.2.2 CONTAS DO ATIVO ........................................................................................................................................................ 54

3.2.3 ATIVO CIRCULANTE ...................................................................................................................................................... 54

3.2.4 ATIVO NÃO CIRCULANTE ............................................................................................................................................ 55

2.4.1 ATIVO IMOBILIZADO .................................................................................................................................................... 56

3.2.4.2 INVESTIMENTOS ......................................................................................................................................................... 56

3.2.4.3 ATIVO INTANGÍVEL .................................................................................................................................................... 57

3.2.4.4 CONTABILIZAÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO ................................................................................................... 57

3.3 PASSIVO ................................................................................................................................................................................ 58

3.3.1 COMPREENSÃO DO PASSIVO .................................................................................................................................... 58

3.3.1.1 EXERCÍCIO ..................................................................................................................................................................... 59

3.3.2 APRESENTAÇÃO DO PASSIVO ................................................................................................................................... 59

3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................................................................................................... 60

3.4.1 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO ..................................................................................................................................... 61

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3.4.2 CONTINUAÇÃO ............................................................................................................................................................... 61

3.5 GRUPOS CONSTITUINTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ........................................................................................ 62

3.6 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 65

UNIDADE 4 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO ....................................................... 65

4.1 CONCEITUAÇÃO ................................................................................................................................................................ 65

4.2 RECEITAS E DESPESAS ..................................................................................................................................................... 66

4.3 REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO DE BENS ............................................................................................................... 67

4.3.1 REGIME DE COMPETÊNCIA ........................................................................................................................................ 67

4.3.2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................................................... 68

4.3.3 IMPLICAÇÕES DO REGIME DE COMPETÊNCIA ................................................................................................... 68

4.4 REGIME DE CAIXA ............................................................................................................................................................. 69

4.5 CUSTO ................................................................................................................................................................................... 70

4.6 EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................................ 71

4.7 SEQUÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES NA DRE .......................................................................... 72

4.8 EBITDA .................................................................................................................................................................................. 73

4.8.1 CÁLCULO DO EBITDA .................................................................................................................................................. 74

4.9 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 74

UNIDADE 5 – DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................ 74

5.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................... 74

5.2 VARIAÇÕES SOFRIDAS .................................................................................................................................................... 74

5.2.1 EXEMPLOS ........................................................................................................................................................................ 75

5.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 76

UNIDADE 6 – DEMONSTRAÇÕES RELATIVAS AOS FLUXOS DE RECURSOS ....................................... 76

6.1 OBJETIVO DO DFC ............................................................................................................................................................ 76

6.2 NECESSIDADE DA DFC ................................................................................................................................................... 76

6.3 O CONCEITO DE CAIXA .................................................................................................................................................. 77

6.3.1 TIPOS DE ATIVIDADES ................................................................................................................................................. 77

6.3.2 MÉTODO DIRETO E INDIRETO ................................................................................................................................... 78

6.3.3 MÉTODO INDIRETO ...................................................................................................................................................... 79

6.3.4 TABELA .............................................................................................................................................................................. 80

6.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 80

UNIDADE 7 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ............................................................... 81

7.1 CONCEITUAÇÃO ................................................................................................................................................................ 81

7.1.1 EXERCÍCIO ........................................................................................................................................................................ 81

7.2 RELAÇÃO ENTRE VALOR ADICIONADO E PIB ......................................................................................................... 82

7.3 UTILIDADE DO DVA ......................................................................................................................................................... 82

7.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 83

UNIDADE 8 – ESTOQUE E BAIXA DA MERCADORIA VENDIDA .......................................................... 83

8.1 ITENS QUE COMPÕEM O ESTOQUE ........................................................................................................................... 83

8.1.1 COMPOSIÇÃO ................................................................................................................................................................. 83

8.1.2 REGRA ESTABELECIDA PELA LSA ............................................................................................................................. 84

8.1.3 PRUDÊNCIA RELATIVA AOS ESTOQUES ................................................................................................................. 84

8.2 VALOR DO ESTOQUE ....................................................................................................................................................... 85

8.2.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 85

8.2.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO .................................................................................................................................. 85

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8.2.3 MODELO DE CMPM ...................................................................................................................................................... 86

8.2.4 CONCLUSÕES DO EXEMPLO ..................................................................................................................................... 86

8.2.5 MAIS CONCLUSÕES ...................................................................................................................................................... 87

8.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 87

UNIDADE 9 – ATIVO IMOBILIZADO E DEPRECIAÇÃO ........................................................................ 87

9.1 ATIVOS IMOBILIZADOS .................................................................................................................................................. 87

9.2 CONSTITUIÇÃO DOS ATIVOS IMOBILIZADOS ....................................................................................................... 87

9.3 ATIVOS IMOBILIZADOS MAIS USADOS .................................................................................................................... 88

9.4 DESAFIO ............................................................................................................................................................................... 88

9.5 GASTOS DE MANUTENÇÃO .......................................................................................................................................... 88

9.6 DEPRECIAÇÃO .................................................................................................................................................................... 89

9.6.1 CORRELAÇÕES ................................................................................................................................................................ 89

9.7 OBSOLÊNCIA DO ATIVO IMOBILIZADO ................................................................................................................... 90

9.8 CRITÉRIOS DE MENSURAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO ................................................................................................. 90

9.8.1 VIDA .................................................................................................................................................................................... 90

9.9 ESTIMATIVA DE DEPRECIAÇÃO .................................................................................................................................... 90

9.9.1 CÁLCULO DE DEPRECIAÇÃO ..................................................................................................................................... 91

9.9.2 CONTA DEPRECIAÇÃO .................................................................................................................................................. 91

9.10 IMPAIRMENT ..................................................................................................................................................................... 91

9.10.1 EXEMPLO ........................................................................................................................................................................ 92

9.11 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 92

9.12 AVALIAÇÃO ....................................................................................................................................................................... 92

MÓDULO 3 – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................. 93

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................ 93

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 93

UNIDADE 1 – RESULTADOS CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO ............................................... 93

1.1 INSTRUMENTOS PARA A ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ........................................................................ 93

1.2 PROCESSO PARA A ANÁLISE .......................................................................................................................................... 93

1.3 EXPRESSÕES EMPREGADAS .......................................................................................................................................... 94

1.4 ENFOQUES .......................................................................................................................................................................... 94

1.5 DEMONSTRAÇÕES UTILIZADAS .................................................................................................................................. 95

1.6 AJUSTES RECOMENDADOS ........................................................................................................................................... 95

1.7 CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO E PASSIVO CIRCULANTE .......................................................................................... 95

1.8 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 96

UNIDADE 2 – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ............................................................................. 96

2.1 VANTAGENS DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL .......................................................................................... 96

2.2 ANÁLISE VERTICAL ........................................................................................................................................................... 96

2.2.1 ATIVO E PASSIVO TOTAL ............................................................................................................................................. 97

2.2.2 ANÁLISE VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................. 98

2.2.3 RESULTADO ...................................................................................................................................................................... 98

2.3 RESULTADO NA ANÁLISE VERTICAL ........................................................................................................................... 99

2.4 EXERCÍCIO ..........................................................................................................................................................................100

2.5 ANÁLISE HORIZONTAL SEM INFLAÇÃO .................................................................................................................100

2.5.1 CONTINUAÇÃO 1 .........................................................................................................................................................101

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2.5.2 CONTINUAÇÃO 2 ......................................................................................................................................................... 102

2.6 ANÁLISES COMPARATIVAS ........................................................................................................................................... 103

2.7 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 104

UNIDADE 3 – ANÁLISE POR INDICADORES ...................................................................................... 104

3.1 DEFINIÇÃO DO TIPO DE INDICADORES .................................................................................................................. 104

3.2 DIFERENTES INTERESSES ............................................................................................................................................. 104

3.3 ÍNDICE – CONCEITUAÇÃO ........................................................................................................................................... 105

3.3.1 CONTEXTO ..................................................................................................................................................................... 105

3.3.2 INFLUÊNCIA DOS INDICADORES NA ANÁLISE ................................................................................................. 105

3.3.2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ ............................................................................................................................................ 105

3.3.2.1.1 OS MAIS CONHECIDOS ....................................................................................................................................... 106

3.3.2.1.2 TIPOS DE ÍNDICES DE LIQUIDEZ ..................................................................................................................... 106

3.3.2.1.3 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 107

3.3.2.2 ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL ........................................................................................................... 107

3.3.2.2.1 PRINCIPAIS ÍNDICES .............................................................................................................................................. 108

3.3.2.2.2 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 113

3.3.2.3 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE ............................................................................................................................... 114

3.3.2.3.1 DESAFIO ................................................................................................................................................................... 115

3.3.2.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE ............................................................................................................................... 115

3.3.2.4.1 PRINCIPAIS ÍNDICES DE RENTABILIDADE ..................................................................................................... 115

3.3.2.4.2 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 117

3.3.2.5 INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS .................................................................................................................. 117

3.3.2.5.1 PRINCIPAIS INDICADORES .................................................................................................................................. 117

3.3.2.5.2 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 120

3.4 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 120

3.5 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 120

MÓDULO 4 – ENCERRAMENTO .............................................................................................. 121

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................... 121

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ABERTURA

APRESENTAÇÃO

Em uma economia globalizada e altamente competitiva – como a que se instala no mundo atual –, só

sobreviverão as organizações capazes de se adaptar, rapidamente, às transformações do mercado.

É preciso agilidade na tomada de decisões e, para isso, é necessário dispor de informações,

particularmente, de informações contábeis, suficientes, precisas e tempestivas.

Números passados permitem que projetemos resultados e é em função desses resultados que a

sociedade investe seus recursos. Os números passados também tornam possível ao governo

legislar e cobrar impostos, assim como permitem que os funcionários possam discutir sua

participação no lucro da empresa. Nesse sentido, em Contabilidade Financeira, trataremos a

Contabilidade como um instrumento de gestão e controle, que tem por fim mensurar os resultados

de uma organização.

OBJETIVO E CONTEÚDO

Em Contabilidade Financeira, analisaremos o funcionamento da estrutura conceitual básica

da contabilidade por meio de uma abordagem pragmática, a fim de facilitar a interpretação das

diversas informações. Apresentaremos as diferentes demonstrações contábeis, focalizando,

principalmente, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício. Por fim,

abordaremos a análise dos relatórios financeiros, de modo que estejamos habilitados a empregar

essas informações como uma ferramenta útil a nossa atividade profissional.

Sob esse foco, o Contabilidade Financeira foi estruturado em quatro módulos, nos quais foi

inserido o seguinte conteúdo...

Módulo 1 – Importância da contabilidade

Neste módulo, analisaremos os conceitos fundamentais da contabilidade, seus objetivos

e campos de estudos, verificando sua importância nas relações interpessoais e no

mundo dos negócios.

Módulo 2 – Demonstrações contábeis – mecânica contábil

Neste módulo, abordaremos os conceitos de ciclo e mecânica contábil, analisando

também a estrutura e as características dos diferentes tipos de demonstrativos

contábeis, abordando os fatores que interferem em sua composição.

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Módulo 3 – Análise das demonstrações contábeis

Neste módulo, trataremos da análise das demonstrações contábeis, abordando os

enfoques contábil, econômico e financeiro, e os diferentes instrumentos utilizados

para a análise vertical e horizontal dos resultados.

Módulo 4 – Encerramento

Neste módulo – além da avaliação deste trabalho –, você encontrará algumas divertidas

opções para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos

anteriores – caça-palavras, jogo da memória, jogo da caça e jogo do labirinto. Entre

neles e bom trabalho!

BIBLIOGRAFIA

HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.

Neste livro, é empregado um referencial genérico para avaliar áreas da teoria e da

prática da contabilidade financeira em três níveis básicos: o nível estrutural, o de

interpretação semântica e o pragmático. Nessas avaliações, foi dada ênfase aos enfoques

indutivo-dedutivo e da teoria de mercado de capitais. Em alguns casos, os autores

expõem suas opiniões e apresentam evidências baseadas na lógica e em resultados

empíricos, quando disponíveis.

IUDÍCIBUS, Sérgio; et alli. Contabilidade introdutória. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.

O livro parte de uma visão de conjunto dos relatórios emanados pela Contabilidade,

descendo então em nível de detalhes sobre os lançamentos originários. Expõe os

significados da função controladora da Contabilidade e das peças contábeis. Traz em

apêndices explicações sobre a correção monetária do balanço e análise de

demonstrações contábeis.

________. Teoria da contabilidade. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.

Este livro abrange desde os objetivos e a metodologia da Contabilidade até suas mais

recentes tendências e perspectivas futuras. Desde sua primeira publicação em 1979,

esta obra continua como um dos ícones do mercado editorial, contribuindo para o

estudo da disciplina, tanto para estudantes dos cursos avançados de graduação como

dos de pós-graduação em Contabilidade, que poderão utilizá-lo como material de

revisão crítica de conceitos básicos. Adicionalmente, fornece um instrumental de

reflexão extremamente importante para os profissionais das mais variadas

especializações contábeis, na solução dos complexos problemas que enfrentam.

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Contabilidade Financeira A B E R T U R A

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IUDÍCIBUS, Sérgio; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto. Manual de contabilidade das sociedades por

ações. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.

Este manual tem sido também fonte de sugestões para a melhoria da informação

contábil neste país. A Lei n° 6.404/76, das sociedades por ações, bem como as alterações

introduzidas na legislação do imposto sobre a renda, e as emanadas da Comissão de

Valores Mobiliários e outros órgãos não introduziram modificações apenas no âmbito

de apresentação das demonstrações financeiras, mas também quanto às classificações,

formas de apresentação das contas e critérios de avaliação. Observaram-se como

desdobramentos da nova lei inúmeras e significativas mudanças da realidade contábil

do Brasil.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.

Ajustado às mais recentes evoluções conceituais e às novas tendências de utilização

da Contabilidade de Custos para fins decisórios e gerenciais, este livro reúne uma série

de características que o diferenciam positivamente da bibliografia disponível. A primeira

entre as caraterísticas é torná-lo particularmente apropriado para a realidade brasileira,

uma vez que está voltado para as situações típicas observadas no país, para seus institutos

legais, para as condições organizacionais prevalecentes no meio empresarial. Dessa

forma, ao tratar dos critérios técnicos e legais relacionados, por exemplo, à contabilização

dos custos da mão de obra e dos impostos, o livro refere-se explicitamente às condições

brasileiras, destacando os principais aspectos relacionados aos encargos sociais

existentes no país e os dois principais tributos indiretos, o ICMS e o IPI. Ademais, foram

também consideradas pelo autor as regras implícitas na Lei das Sociedades por Ações

relacionadas à operacionalização contábil dos custos.

MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.

Este livro confere uma maior importância à compreensão dos relatórios contábeis do

que à mecânica da escrituração e da elaboração das demonstrações financeiras. Essa

abordagem é justificada por alguns fatores. O emprego generalizado de equipamentos

convencionais e de computadores no processamento de dados contábeis exige que o

ensino superior da Contabilidade esteja voltado mais para a natureza, o significado e as

finalidades dos dados para as práticas tradicionais da escrituração. Outro fator é a

utilização da Contabilidade como instrumento de decisão e de orientação gerencial.

Além disso, a crescente utilização da Contabilidade por não contadores nos mais

diferentes setores da empresa, de Engenharia da Produção até Consultoria Jurídica.

SZUSTER, Natan; et alli. Contabilidade geral. São Paulo: Atlas, 2007.

Este livro contém os itens básicos que devem ser estudados para se adquirir uma base

fundamentada da Contabilidade. Os autores apresentam os lançamentos contábeis

mediante o uso tanto da expressão débito e crédito, como também o da expressão

matriz de lançamentos, em que o aluno deverá se perguntar: onde o dinheiro foi aplicado?

e de onde o dinheiro veio?. Dessa forma, espera-se que o aluno entenda os conceitos de

débito e crédito raciocinando em termos de aplicações e origens dos recursos.

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A B E R T U R A Contabilidade Financeira

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PROFESSOR-AUTOR

Ricardo Lopes Cardoso, Doutor em Ciências Contábeis – FEA-

USP –, Mestre em Ciências Contábeis – FAF-UERJ –, é Contador e

Advogado, Professor Adjunto da EBAPE-FGV e da FAF-UERJ,

Coordenador do Núcleo de Estudos em Contabilidade e Controladoria –

EBAPE-FGV, Chefe-Adjunto do Centro de Formação Acadêmica e

Pesquisa – EBAPE-FGV, Coordenador Editorial, no Brasil, da Revista

Portuguesa e Brasileira de Gestão, publicada em parceria entre a FGV

e o INDEG-ISCTE, de Lisboa. É coautor dos livros Contabilidade geral

e Contabilidade gerencial, é autor do capítulo Reflexos da regulação econômica na informação

contábil prestada pelo ente regulado do livro Regulação no Brasil: desenho, governança, avaliação,

entre outros. Dedica-se à pesquisa aplicada em Informação Contábil: relevância e escolha de

práticas contábeis.

Fortunée Rechtman Szuster é Mestre em Ciências Contábeis pela

UERJ e Pós-Graduada em Gestão de Negócios pela UFRJ. Professora

convidada do FGV Executivo Júnior e do Curso de Gestão de Negócios

da FACC/UFRJ, ministrou cursos e palestras nas empresas Banco do

Brasil, Eletrobras, Petros, PETROBRAS, CVM e em instituições de ensino

como COPPEAD, UFRJ, UERJ, PUC/IAG, UCAM, UGF e UNIPLI. Possui

artigos publicados na Revista de Contabilidade da USP, Boletim IOB e

Pensar Contábil. É coordenadora da ONG Lar da Esperança e coautora

do livro Contabilidade geral.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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MÓDULO 1 – IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE

O MUNDO SEM A CONTABILIDADE

O que seria do mundo sem a contabilidade?

Para responder a essa questão, temos, primeiramente, de pensar em nosso cotidiano...

REGISTRO E CONTROLE DOS DADOS PESSOAIS

Precisamos pensar...

O que fazemos com nosso salário...

Quando pagamos nossas contas...

Quando decidimos comprar alguma coisa, seja uma casa, um carro, seja uma roupa...

Quando investimos nosso dinheiro em ações e fundos...

CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE

Ou seja, tudo o que fazemos tem reflexos em nossa contabilidade!

Poderiam as empresas sobreviver sem qualquer controle?

Como seriam feitas as transações se os agentes financeiros nada soubessem sobre as

empresas?

Que empresa faria empréstimos se não tivesse certeza do retorno?

Quem compraria uma empresa sem conhecer sua saúde financeira?

Haveria compra e venda de ações sem qualquer conhecimento da situação econômico-

financeira das empresas?

Pautadas na realidade e nas normas impostas pelo mundo dos negócios, cada vez mais as pessoas

procuram aprender contabilidade.

Quando queremos fazer qualquer um desses atos, precisamos saber se

podemos ou não fazê-lo.

Para tal, precisamos registrar e controlar nossos gastos pessoais...

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M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira

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APRESENTAÇÃO

Este módulo está dividido em quatro unidades...

1. estudo da contabilidade;

2. conceituação e objetivos;

3. contabilidade societária e gerencial;

4. estrutura conceitual básica da contabilidade (CPC)

UNIDADE 1 – ESTUDO DA CONTABILIDADE

1.1 LINGUAGEM DA CONTABILIDADE

A contabilidade pode ser considerada a linguagem dos negócios.

É por meio dos relatórios elaborados com base no sistema de informações contábeis que

administradores decidem o preço a ser praticado, o mix de produtos a ser fabricado, a tecnologia

a ser utilizada, o nível de endividamento, as opções de aplicações dos recursos...

Acesse, o ambiente on-line, para assistir ao vídeo.

1.1.1 EXEMPLO

Certamente, não conseguiríamos interpretar um texto escrito em um idioma que ainda não

aprendemos...

Tente interpretar o texto que se segue...

Wundervolle, volle Stadt von enchantments tausend

wundervolle Stadt, Herz von meinem Brasilien

Aufnahmevorrichtung der Samba und der

hübschen Songs,daß sie in der Seele der Leute

leben. Sie sind der altar unserer Herzen

daß sie froh singen.

Vamos começar?!

A contabilidade, como toda e qualquer linguagem, utiliza sinais e símbolos

próprios, possui um vocabulário específico e sua própria gramática.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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Wundervolle, volle Stadt von

enchantments tausend

wundervolle Stadt, Herz von meinem Brasilien

Blumiger Garten der Liebe und des homesickness,

Landen Sie das zu allen, die es seduces

Dieser Gott bedeckt Sie des Glückes,

Nest des Traums und des Lichtes

Wundervolle, volle Stadt von enchantments tausend

wundervolle Stadt, Herz von meinem Brasilien

1.1.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO

Cidade maravilhosa

Cheia de encantos mil

Cidade maravilhosa

Coração do meu Brasil

Cidade maravilhosa

Cheia de encantos mil

Cidade maravilhosa

Coração do meu Brasil

Brasil berço do samba e das lindas canções

Que vivem n’alma da gente

És o altar dos nossos corações

Que cantam alegremente

Jardim florido de amor e saudade

Terra que a todos seduz

Que Deus te cubra de felicidade

Ninho de sonho e de luz

Ah! Agora sim!

Trata-se do famoso hino da cidade do Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa*...

Conhecendo a estrutura da linguagem, fica muito mais fácil decodificar um texto. Isso também

ocorre com a contabilidade.

Está difícil? Vamos tentar novamente...

*Cidade Maravilhosa...

Cidade Maravilhosa, Música de André Filho, conforme a Lei nº 5/1960 e a Lei nº

488/1964.

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M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira

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1.2 CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE

Acesse, o ambiente on-line, para entender um pouco mais sobre o estudo da contabilidade...

Se não temos conhecimento formal de contabilidade, como podemos analisar empresas?

Como podemos calcular sua liquidez geral1, sua lucratividade operacional2 ou a rentabilidade de

seupatrimônio líquido3?

Portanto, sem conhecermos a linguagem contábil bem como seus conceitos fundamentais, não

seremos capazes de ler e analisar as demonstrações contábeis de qualquer empresa.

1.3 EXERCÍCIO

Acesse, no Saiba Mais, no ambiente on-line, o texto Subindo pelas paredes.

Após ler o texto, acesse, no ambiente on-line, o exercício proposto.

1.3.1 CONTINUAÇÃO DO EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o exercício proposto.

1.4 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

A contabilidade é a ciência social aplicada1 que dispõe de metodologia especialmente concebida

para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações

patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente2.

1liquidez geral...

Uma medida da capacidade de pagamento de todo o passivo exigível, utilizando-

se todos os ativos realizáveis.

2lucratividade operacional...

Avalia o ganho operacional da empresa em relação a seu faturamento.

3rentabilidade do patrimônio líquido...

Mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa.

Ainda com base no texto Subindo pelas paredes...

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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2.2 PROCESSO CONTÁBIL

Como vimos, a contabilidade é um instrumento para gestão e controle das entidades, podendo

ser vista como  o grande banco de dados de todas as empresas.

Genericamente, a contabilidade é uma indústria que tem como matéria-prima os dados

econômico-financeiros.

2.3 CICLO CONTÁBIL

O ciclo contábil consiste na sequência dos procedimentos contábeis utilizados para identificar,

classificar, mensurar, registrar, acumular, sumarizar e evidenciar a informação contábil.

1contabilidade é a ciência social aplicada...

A contabilidade é a ciência social aplicada, pois sua atuação prática é realizada

através de uma série de julgamentos e definições de valor. A contabilidade

tem como base uma ciência exata por causa de sua estrutura formada por

modelos numéricos. Entretanto, a definição dos valores incluídos nos modelos

decorre de decisões muitas vezes com caráter subjetivo, sendo que tais decisões

podem estar vinculadas a um sistema de crenças e julgamentos individuais.

Dessa forma, dois profissionais atuando em uma mesma empresa, podem

apresentar números diferentes com conceitos plenamente justificados.

2qualquer ente...

Ainda pode ser definida como um sustentáculo da democracia econômica,

pois, por seu intermédio, a sociedade é informada sobre o resultado da aplicação

dos recursos conferidos às entidades.

Embora a atuação da contabilidade seja abrangente – independentemente de

fins lucrativos –, pautaremos os exemplos e as aplicações em entidades que

objetivam o lucro.

O processo contábil consiste em trabalhar os eventos econômico-

financeiros, transformando- os em informações contidas nas demonstrações

contábeis.

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M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira

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Representa o processo executado nas empresas para elaborar as demonstrações contábeis apartir das transações econômicas realizadas. O termo ciclo indica que tais procedimentos devemser repetidos continuamente para possibilitar que se preparem demonstrações contábeis

atualizadas em intervalos razoáveis.

2.3.1 ETAPAS DO CICLO CONTÁBIL

Vejamos as etapas do ciclo contábil...

Captação...

A captação envolve as transações realizadas pela empresa e os demais eventos queafetam seu patrimônio, ou seja, a análise de documentos, como contratos, notas fiscais,recibos e laudos, e de eventos externos que afetam a entidade e que ela não tem

controle, como a taxa de inflação e a variação cambial.

Reconhecimento...

O reconhecimento das transações implica diversas decisões.  

§ A transação será ou não reconhecida?

§ Quando? Ex: Uma empresa vende móveis a serem  entregues em 60 dias

com pagamento antecipado. A venda só pode ser reconhecida na entrega,

não na entrada de caixa.

§ Como? Em que conta? Qual é a classificação adequada? Ativo? Despesa?

Passivo? Patrimônio Líquido? Receita? A classificação inadequada poderá

causar danos à empresa.

§ Por quanto? Qual é o critério adequado de mensuração? Qual é o valor? Em

que montante o evento e a transação afetaram o patrimônio da entidade?

Esse item é tão complexo que é sempre debatido e implementado.

2.4 DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE

Segundo a estrutura conceitual básica1 da contabilidade, definida pela Comissão de Valores

Mobiliários2 – CVM...

Portanto, a Contabilidade Financeira – ou Societária –, tem como objetivo mostrar a

saúde financeira da empresa.

Essas decisões são muito complexas e podem afetar a saúde financeira da

empresa.

A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação

destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza

econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto

de contabilização. Seu propósito básico é prover aos tomadores de decisões –

diretores, gerentes, administradores da empresa ea todos os demais interessados –

informações úties para a tomada de decisões.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

Se existe uma demanda por informações contábeis diferenciadas, os objetivos da contabilidade

também são diferenciados, dependendo dos usuários, e podem ser assim classificados...

§ proprietários – risco e retorno de capital, continuidade da empresa, custos;

§ administradores – otimização das decisões baseadas em dados passados e

presentes para projetar medidas futuras, mix de produtos1, custos, margem de

contribuição2, ponto de equilíbrio, preço;

§ financiadores – capacidade de pagamento, grau de endividamento;

§ governo – tributação e arrecadação de impostos, taxas, contribuições, formulação

de diretrizes da política econômica;

§ acionista minoritário – fluxo regular de dividendos;

§ empregados – capacidade de pagamento dos salários, perspectivas de

crescimento.

2.5.1 DESAFIO

Acesse, no ambiente on-line, o desafio.

2.6 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

1estrutura conceitual básica da contabilidade...

Em linha com o Conceptual Framework for the Preparation and Presentation of

Financial Statements, emitido pelo IASB – Internacional Accounting Standards

Board –, e aprovada pela CVM, por meio da Deliberação n° 539/08.

IASB – International Accounting Standards Board: entidade independente que

objetiva definir critérios universais e padrões contábeis que deverão ser aplicados

por todos os países de maneira idêntica e compreensível.

2Comissão de Valores Mobiliários – CVM ...

Autarquia federal que regula o mercado de capitais brasileiros, inclusive as

empresas cujas ações são negociadas em bolsa de valores.

1’mix’ de produtos...

Combinação de volumes diferenciados para dois ou mais produtos.

2margem de contribuição...

Diferença entre a receita de vendas e os gastos variáveis dos produtos vendidos.

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UNIDADE 3 – CONTABILIDADE SOCIETÁRIA E GERENCIAL

3.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE

Quando visitamos o Japão e não falamos japonês, fica difícil entender o que as pessoas estão nos

transmitindo ou formar uma opinião a respeito do que não entendemos.

O mesmo acontece com a Contabilidade. Para que possa entender melhor as empresas, faz-se

necessário que aprendamos sua linguagem

Neste momento, devemos prestar atenção – as noções básicas que nos darão o passaporte de

entrada ao mundo de negócios.

Vejamos cada um deles a seguir...

§ patrimônio;

§ ativo;

§ passivo;

§ patrimônio líquido;

§ resultado;

§ receita;

§ despesa.

3.2 CONSTITUIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL

Uma informação fundamental apresentada pela contabilidade é a avaliação do patrimônio da

empresa e a quantificação de sua variação ao longo dos anos.

Se compararmos o retrato de nossa família em nossa festa de aniversário durante cinco anos

seguidos, podemos saber quem casou, teve filhos, engordou, emagreceu, e muito mais.

Do mesmo modo, se comparamos três anos do BP de uma empresa, poderemos saber se tem

mais ou menos ativos – e quais –, se comprou outras empresas, e muito mais.

Em síntese, o Balanço Patrimonial é constituído de três componentes – ativo, passivo e

patrimônio líquido.

São conceitos fundamentais da contabilidade...

O termo balanço indica o equilíbrio entre esses três componentes...

Iremos aprofundar esses termos nas seções a seguir.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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3.2.1 EQUAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço patrimonial pode ser evidenciado pela equação...

ativo = passivo + patrimônio líquido

O ativo indica a destinação – aplicações – dos recursos.

O passivo e o patrimônio líquido representam as fontes – origens – de recursos da empresa.   

3.2.2 ATIVO

Os donos da empresa – acionistas – podem comprar máquinas, estoques ou simplesmente

manter seu dinheiro em caixa para futuro investimento. Estes são, assim os ativos da empresa.

O ativo representa, de forma estática, os bens e direitos da entidade. Por exemplo...

...dinheiro e depósitos bancários – disponibilidades...  

...mercadorias disponíveis para serem vendidas – estoque de mercadorias...

...bens destinados ao uso em operações normais, máquinas – imobilizado...

3.2.2.1 BENEFÍCIOS DO ATIVO

Os ativos* representam aplicações de recursos realizadas no passado pela entidade. Deles se

espera a geração de benefícios presentes e futuros, a serem percebidos e controlados por essa

entidade.

Esses benefícios podem...

§ gerar caixa – mercadorias que serão vendidas aos clientes – estoque;

§ evitar a saída de caixa – máquinas de propriedade da entidade, pois não precisarão

ser alugadas – imobilizado.

*ativo...

O ativo aumenta de valor pelo reconhecimento contábil de uma receita, pela

obtenção de recursos com terceiros ou com os sócios da entidade, por meio

de aumento de capital social.

O ativo reduz de valor pelo reconhecimento contábil de uma despesa, pela

liquidação de obrigações ou pela devolução de recursos aos sócios da entidade,

por meio de pagamento de dividendos.

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3.2.2.2 EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.3 PASSIVO

Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação

se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

O passivo* pode ser financiado...

§ pelos fornecedores das mercadorias que vendem a prazo – fornecedores;

§ pelos empregados, uma vez que só irão receber seus vencimentos após o mês

trabalhado – salários a pagar;

§ pelo governo, em função dos tributos a pagar – obrigações fiscais;

§ pelas instituições financeiras – empréstimos a pagar.

3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Assim como o passivo, o patrimônio líquido* – PL – representa a origem de recursos, sendo que

nesse caso corresponde aos recursos financiados pelos sócios da entidade, objeto de contabilização.

 

Representa o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

O PL representa – de forma estática – as obrigações da entidade com seus sócios ou

aquilo que os sócios poderão levar para casa quando a empresa encerrar suas atividades.

Vamos entender agora o conceito de passivo...

É possível notar que todos esses itens têm uma característica comum –

representam obrigações assumidas com terceiros no passado e ainda não pagas.

*passivo...

Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos,

cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar

benefícios econômicos.

*patrimônio líquido...

O patrimônio líquido aumenta pelo aumento de capital social pelos sócios e

pela obtenção de lucros pela entidade.

O patrimônio líquido diminui seu valor, conforme a entidade aufere prejuízo e

distribui dividendos aos sócios.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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3.4.1 CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

As principais contas do patrimônio líquido são representadas...

§ pelas contribuições efetivas dos sócios – capital social;

§ pelos lucros obtidos pela entidade no passado e ainda não distribuídos – reserva de

lucros e lucros acumulados.

3.4.2 RESULTADO

O resultado* representa a riqueza gerada pela empresa durante determinado período.

Essa riqueza, em última análise, pertence aos sócios da entidade – lucro líquido.

O resultado deriva do confronto das receitas com as despesas. Consequentemente...

§ pode ser positivo – lucro, se as receitas forem maiores do que as despesas;

§ pode ser negativo – prejuízo, se as receitas forem menores que as despesas.

3.5 RECEITA

Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de

entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos

do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.

Receita* é a geração de recursos decorrentes...   

§ da venda de estoque – receita de vendas;

§ da prestação de serviços – receita de serviços;

§ das aplicações financeiras – receita financeira.

3.6 DESPESA

Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de

saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em decréscimo

do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.

Estas representam sacrifícios de ativo que a empresa incorre para a obtenção de receitas.

*resultado...

O resultado aumenta de valor pelo reconhecimento de receitas.

O resultado diminui de valor pelo reconhecimento de despesas.

*receita...

Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a receita é

uma das principais responsáveis pelo aumento do ativo e do patrimônio líquido.

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M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira

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Despesa* é o consumo de recursos, decorrentes das mesmas atividades que deram origem às

receitas...

§ a venda de estoque – custo das mercadorias vendidas, CMV;

§ a prestação de serviços – custo dos serviços prestados, CSP;

§ os juros sobre dívidas – despesa financeira.

3.7 DIVISÃO DA CONTABILIDADE

A contabilidade – como ciência da informação – divide-se nas seguintes áreas de estudo...

Contabilidade gerencial...

A contabilidade gerencial utiliza as informações providas pela contabilidade de custos

para identificar que preço deve ser cobrado para cobrir o custo do produto, as despesas

operacionais e ainda remunerar, adequadamente, o capital investido – gerando lucro.

A contabilidade gerencial não está restrita à estrutura receitual básica da contabilidade.

Ela fornece ainda informações aos tomadores de decisão – pessoas internas à

organização, responsáveis em dirigir e controlar suas operações.

Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.

Contabilidade financeira...

A contabilidade financeira fornece informações a pessoas externas à organização –

acionistas, credores, fornecedores...

A contabilidade financeira utiliza as informações geradas pela contabilidade de custos

para...

§ avaliar os estoques – necessário para apurar o balanço patrimonial;

§ mensurar o custo dos produtos vendidos – necessário para apurar o resultado

do período.

A contabilidade financeira – ou societária – está limitada pela estrutura conceitual

básica da contabilidade.

*despesa...

Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a despesa

é uma das principais responsáveis...

§ pela redução do ativo;

§ pela redução do patrimônio líquido;

§ pelo aumento do passivo.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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Essa estrutura restringe o reconhecimento da receita e mensuração de custo e também

os tipos de itens que são classificados como ativos, passivos e patrimônio líquido, no

balanço patrimonial.

Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.

Contabilidade fiscal...

A contabilidade fiscal fornece informações ao órgão tributante – governo –,

principalmente, à Secretaria da Receita Federal.

Inclusive, um fato relevante na atual legislação brasileira foi a inclusão da neutralidade

tributária, frente a mudanças decorrentes das normas internacionais.  

Desse modo, a contabilidade para fins informacionais e societários foi separada do

processo de apuração do lucro tributável.

Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.

Contabilidade de custos...

A contabilidade de custos se localiza em uma área intermediária entre a contabilidade

financeira e a contabilidade gerencial, pois serve às duas.

Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.

A contabilidade fiscal ou tributária não será detalhada aqui. Apenas

demonstramos que ela não deve ser confundida com a contabilidade financeira.

CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL

CONTABILIDADE DE CUSTOS

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M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira

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3.7.1 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE

De modo geral, a contabilidade está inserida em três amplos campos de atuação, orientados pelas

necessidades de seus usuários...

3.8 INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

A contabilidade trabalha com avaliações e todo sistema de mensuração tem limitações – inclusive

de custo-benefício.

A contabilidade deve reproduzir a realidade da empresa em números. Isso se torna de extrema

dificuldade, por inúmeras razões, como a volatilidade dos valores a serem mensurados.

Por exemplo, um apartamento comprado por um elevado valor pode perder grandeparte desse valor se for construído um viaduto em frente à janela.

Por exemplo, Av. Paulo Frontin, na saída do túnel Rebouças, no Rio de Janeiro, RJ.

3.9 LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE

O processo de avaliação é ainda agravado pelo problema da flutuação de preços.

A contabilidade deve conciliar utilidade com os requisitos da praticabilidade

e objetividade.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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O fato de a contabilidade se concentrar na avaliação monetária representa um grande aspecto

positivo, entretanto, enseja limitações, pois a quantificação monetária de todos os eventos

econômicos não é possível.

3.10 RESULTADO DE UMA EMPRESA

O resultado exato de uma empresa – variação do patrimônio investido pelos proprietários – sópode ser apurado no final de sua vida, quando seus ativos forem liquidados.

Entretanto, para proporcionar informações úteis*, a contabilidade tem a missão de calcular o

resultado a intervalos regulares de tempo.

3.11 CONCEITO DE LUCRO

O conceito de lucro é obtido por meio do pressuposto da competência, que representa a alocação

racional do fluxo de caixa durante o desenrolar da vida da empresa.

Acesse, o Saiba Mais, disponível no ambiente on-line, para se aprofundar mais no assunto...

3.12 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

Logo, a informação do lucro líquido não deve ser a única medida de

avaliação do sucesso de uma empresa durante um período.

*informações úteis...

Para aprimorar essa informação, na quantificação do lucro, devem ser

introduzidas variáveis como custo de oportunidade, inovação tecnológica,

qualidade de produtos, satisfação dos clientes, investimentos sociais, ambientais

e treinamento de empregados.

A rigor, esses aspectos são – ou deveriam ser efetivamente – contemplados

pela contabilidade gerencial.

Sobre esse assunto, veja...

CARDOSO; MÁRIO; AQUINO. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2007.

Mais ainda...Na avaliação da gestão da empresa, o conceito de lucro é

superior ao de caixa.

Logo, a diferença entre o conceito de lucro e o de caixa é meramente

temporal pois, no final da vida da empresa, esses conceitos serão idênticos.

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M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira

26

UNIDADE 4 – ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE – CPC

4.1 REGRAS PARA UMA BOA ATUAÇÃO

Quando assistimos a uma partida de futebol, sabemos que os jogadores usam, especialmente, os

pés para realizar suas jogadas, mas em uma partida de vôlei, sabemos que os jogadores usam,

especialmente, as mãos.

4.1.1 NOVA ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE

A partir de 20081, uma nova estrutura conceitual básica da contabilidade2, emitida pelo CPC33, foi

adotada no Brasil.

Quando começamos um novo curso ou um novo emprego, precisamos

conhecer as regras às quais vamos nos submeter para que tenhamos uma boa

atuação.

Para compreender a empresa que pretendemos analisar, é preciso conhecer

as regras de apresentação das informações sobre as empresas, ou seja, é preciso

ter pleno conhecimento da estrutura conceitual básica da empresa.

1a partir de 2008...

Até 2008, no Brasil, eram adotadas duas estruturas básicas...

...uma emitida pela CVM – Deliberação n° 29/86 – revogada a partir de

31/12/2008;

...outra pelo CFC – Resolução n° 750/93 – complementada pela Resolução

n° 774/94 e alterada pela Resolução n° 900/01, que permanece em vigor.

2estrutura conceitual básica da contabilidade...

Em linha com o Conceptual Framework for the Preparation and Presentation of

Financial Statements, emitido pelo IASB – Internacional Accounting Standards

Board –, e aprovada pela CVM, por meio da Deliberação n° 539/08.

IASB – International Accounting Standards Board: entidade independente que

objetiva definir critérios universais e padrões contábeis que deverão ser aplicados

por todos os países de maneira idêntica e compreensível.

3CPC3...

Comitê de Pronunciamentos Contábeis, representa a entidade única de

normatização contábil no país, e que pretende direcionar o país para a

convergência com as normas internacionais. O CPC foi formado em 2005 sob

a égide de seis instituições privadas brasileiras, cada uma representando um

diferente grupo de agentes econômicos. Em suas reuniões, também participam

as entidades reguladoras governamentais.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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Vejamos a estrutura básica estabelecida pelo CPC...

4.1.2 CONCEITOS DA NOVA ESTRUTURA

A nova estrutura conceitual básica da contabilidade estabelece...

§ os pressupostos básicos;

§ as características qualitativas das demonstrações contábeis;

§ as limitações às características qualitativas.

4.2 PRESSUPOSTOS BÁSICOS

Existem dois pressupostos básicos – o regime de competência e a continuidade.

Vejamos, a seguir, esses dois pressupostos com mais detalhes.

4.2.1 REGIME DE COMPETÊNCIA E CONTINUIDADE

Vejamos, mais detalhadamente, esses dois pressupostos a seguir...

4.2.2 REGIME DE COMPETÊNCIA

Segundo o regime de competência, os atos e fatos contábeis devem ser reconhecidos quando

ocorrem as transações e os eventos econômicos, independente de sua realização financeira –

pagamento ou recebimento.

As receitas devem ser reconhecidas quando auferidas, e não quando efetivamente

recebidas.

As despesas devem ser reconhecidas quando incorridas, e não quando efetivamente

pagas.

Esse raciocínio é fundamental para que a contabilidade meça o patrimônio, em sua

dimensão econômica, e o resultado periodicamente.

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M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira

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4.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários...

...dados sobre transações passadas envolvendo o pagamento e o  recebimento de

caixa ou outros recursos financeiros;

...dados sobre as obrigações que vão demandar pagamento futuro e sobre os recursos

que serão recebidos futuramente.

4.3.1 EXEMPLO

As informações conseguidas por meio do regime de competência são muito importantes para a

tomada de decisões.

Por exemplo...

Uma loja vendeu, no mês de janeiro, R$ 220.000.

Metade desse valor foi recebida à vista e a outra metade, mediante cartão de crédito,

mas a loja só receberá o valor do cartão de crédito no mês seguinte às vendas.

A loja deve apurar, em janeiro, de acordo com o regime de competência, a receita no

total de R$ 220.000, porque esse foi o valor vendido, mesmo que a loja ainda não

tenha recebido, efetivamente, o dinheiro.

4.4 PRESSUPOSTO DA CONTINUIDADE

Presume-se que a empresa não tem a intenção nem a necessidade de colocar todas as suas

propriedades à venda, mas, se a intençao ou a necessidade existirem, as demonstrações contábeis

deverão ser preparadas em uma base diferente, que deverá ser divulgada.

O pressuposto da continuidade implica a adoção de determinadas práticas contábeis na avaliaçãoda maioria dos ativos e dos passivos pelo custo histórico.

Quando o pressuposto da continuidade não for válido, isto é, quando a empresa estiver emprocesso de encerramento de atividades e liquidação de seus bens para pagamento de dívidas,

todos os bens deverão ser avaliados pelo valor de venda.

As demonstrações contábeis devem ser feitas tendo-se em mente que a

entidade continuará em operação no futuro.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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4.4.1 EXEMPLO

Por exemplo...

...se uma companhia aérea compra uma nova frota de aviões, o valor registrado em sua

contabilidade deve ser o valor pago – ou devido – pelos aviões.

Isso acontece porque se espera que a empresa continue em operação, oferecendo voos.

Apenas se a empresa estivesse encerrando suas atividades, os aviões seriam reconhecidos pelo

valor de venda.

Essa informação só é útil caso a empresa esteja realmente interessada em vender os aviões.

Qualquer alteração que não aplique os pressupostos modifica toda a concepção da contabilidade

como o grande sistema de informações das empresas.

4.5 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS

As características qualitativas são uma excelente ferramenta para o usuário, pois...

...fornecem informações;

...ajudam no processo decisório;

...facilitam o entendimento da empresa analisada.

4.5.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS PRIMÁRIAS

As características qualitativas primárias das demonstrações contábeis são...

...compreensibilidade;

...relevância;

...confiabilidade;

...comparabilidade.

Características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações

contábeis úteis a seus leitores.

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4.6 COMPREENSIBILIDADE

As informações apresentadas nas demonstrações contábeis devem ser diretas e claras.

Portanto, devem ser prontamente entendidas pelos usuários que conhecem, razoavelmente, os

negócios, as atividades econômicas e a contabilidade.

As demonstrações contábeis devem ser elaboradas de modo que possam ser entendidas por não

contadores, desde que estejam interessados e dispostos a compreender a situação patrimonial e

o desempenho da entidade analisada.

4.7 RELEVÂNCIA

Desse modo, a demonstração contábil também deve conter informações sobre operações

complexas que sejam relevantes para a tomada de decisão.

A demonstração contábil deve ajudar o usuário a conhecer melhor a situação patrimonial e o

desempenho da entidade.

4.7.1 RELEVÂNCIA

Em que as informações da demonstração contábil devem ser relevantes?

As informações da demonstração contábil devem ser relevantes às necessidades dos usuários na

tomada de decisões.

As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários.

As informações relevantes ajudam os usuários a...

...avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros;

...confirmar ou corrigir as avaliações anteriores.

A relevância se justifica por dois aspectos...

...a natureza da informação;

...a materialidade.

O mundo dos negócios é competitivo e envolve operações estruturadas e

sofisticadas, como acontece no mercado financeiro...

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4.7.2 NATUREZA DA INFORMAÇÃO

A ideia de relevância pode ser associada à de utilidade.

Quanto maior a utilidade da informação para o usuário, maior sua importância e, portanto, sua

relevância.

A informação contábil é relevante quando...

§ altera a compreensão do usuário;

§ ajuda a avaliar as operações efetuadas;

§ traz mudança no processo decisório.

4.7.3 MATERIALIDADE

Uma informação é material se sua não apresentação ou distorção nas demonstrações contábeis

puder influenciar as decisões econômicas dos usuários.

A materialidade depende do tamanho do item ou do erro, julgado nas circunstâncias específicas

de sua não apresentação ou distorção.

4.7.3.1 EXEMPLO

Uma informação pode ser extremamente relevante, mas envolver valores pequenos...

Portanto, a relevância não se justifica só pelo valor envolvido mas também pela natureza dainformação.

Já os valores maiores – materiais – são relevantes independente da natureza da informação.

Os conceitos de relevância e materialidade, de uma forma geral, podem ser relativos.

Por exemplo...

...uma perda de R$ 100.000,00 para uma empresa pequena constitui um fatoimportante, mas para uma grande empresa, esse valor pode não ser significativo.

Portanto, nesse caso, a natureza da informação é importante, ou seja, o fato de que há perda na

empresa, mesmo com um valor não muito significativo para ela.   

A natureza da informação diz respeito ao conteúdo informacional, enquanto

a materialidade, ao valor envolvido.

Os conceitos de relevância e materialidade não são sinônimos.

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4.8 CONFIABILIDADE

Um usuário que não tem confiança nas informações apresentadas nas demonstrações contábeistende a julgar negativamente a empresa.

A informação contábil confiável deve ser...§ isenta de erros, representando a realidade, evidenciando apenas as transações que

são verdadeiras;§ não tendenciosa, neutra, não priorizando um usuário em detrimento dos demais;§ completa;

§ não otimista, prudente;§ objetiva, apresentando a substância econômica das transações, priorizando sua

essência econômica, mesmo em detrimento da forma jurídica.

4.8.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS SECUNDÁRIAS DA CONFIABILIDADE

Vejamos as características qualitativas secundárias da confiabilidade...

4.8.1.1 INFORMAÇÃO CONFIÁVEL

A informação confiável deve representar, com propriedade, as transações e os outros eventos

que ela diz retratar.

Por exemplo...

Um balanço patrimonial deve representar, com propriedade, as transações e os outros eventos

que...

...resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade;

...atendam aos critérios de reconhecimento.

Uma informação só é útil se for confiável.

A informação deve estar livre de erros e representar, com propriedade, aquilo a

que se propõe retratar.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

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A maioria das informações contábeis está sujeita a algum risco de não retratar exatamente aquilo

a que se propõe.

Essa inadequação pode acontecer devido a...

  ...dificuldades de identificação das transações a serem avaliadas;

  ...necessidade de se realizar estimativas sobre o futuro.

4.8.1.2 PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA

A informação confiável deve retratar transações e eventos contabilizados e apresentados de

acordo com sua essência.

A informação confiável deve mostrar a verdadeira finalidade das transações e dos eventos; deve

retratar o que realmente aconteceu.

A essência das transações ou dos outros eventos nem sempre corresponde ao que aparenta ser

com base em sua forma legal.

Por exemplo...

Uma entidade pode vender um imóvel a um terceiro.

Em sua contabilidade, a entidade não possui mais esse bem...

...no entanto, a entidade pode continuar exercendo suas atividades nesse imóvel –

mediante locação –, sem que nada mude na realidade – pois na verdade a empresa

pode ter obtido um empréstimo utilizando este imóvel como garantia.

Esta operação é conhecida como lease-back e sempre que ocorrer deve ser efetuada uma análise

para se definir o tratamento contábil mais correto.  

4.8.1.3 NEUTRALIDADE

A informação confiável deve ser neutra, isto é, imparcial.

As demonstrações contábeis não são neutras quando visam atingir um resultado predeterminado.

Isso ocorre pela escolha ou apresentação da informação, de forma que influencie a tomada dedecisão ou o julgamento em determinada direção.

O profissional de contabilidade deve reconhecer uma transação econômica de acordo com a

realidade, e não conforme o interesse de sua empresa.

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Por exemplo...

Uma empresa pode estar em uma fase muito difícil.

É conveniente para essa empresa não reconhecer todos os seus gastos, causando a impressão

que sua situação financeira é melhor.

Nesse sentido, alguns tratamentos contábeis errados podem ser utilizados.

Um deles é quando  a empresa não registra determinadas  despesas, omitindo um passivo.

Outro procedimento seria reconhecer gastos que deveriam ser contabilizados como despesas,

reduzindo o resultado, como ativos, de modo a distorcer o verdadeiro patrimônio.  Esse fato

aconteceu em muitas situações de fraude ocorridas nos Estados Unidos, no início do século.

Atenção!

Suponhamos que uma empresa possua vários processos contra ela na justiça.  A administração

da empresa, junto com os consultores, considera que a perda não é provável, mas sim possível.

Mesmo não sendo obrigada a contabilizar o passivo, a empresa deve mencionar o fato em suas

demonstrações contábeis, através de notas explicativas.

4.8.1.4 PRUDÊNCIA

A informação confiável deve ser prudente.

A prudência consiste no emprego de certa dose de cautela no exercício dos julgamentos

necessários às estimativas em certas condições de incerteza, portanto, os ativos ou as receitas não

podem ser superestimados, nem mesmo os passivos ou as despesas subestimados.

4.8.1.5 EXEMPLO

Por exemplo...

O contador deve...

...calcular a porcentagem dos clientes de uma empresa que têm probabilidade de não

pagar suas dívidas;

...estimar o número de reclamações cobertas por garantias;

...mensurar o número provável de devolução de produtos.

Os contadores se deparam com incertezas durante a elaboração das

demonstrações contábeis.

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35

No processo de reconhecimento contábil, o contador deve ser prudente na avaliação dessas

incertezas, divulgando o risco e as possíveis consequências.

A prudência é muito conhecida na prática pelo termo conservadorismo.

A prudência indica que a empresa deve escolher o maior valor para o passivo e a despesa, e o

menor valor para o ativo e a receita.

4.8.1.6 INTEGRIDADE

A informação confiável deve ser completa, dentro dos limites de materialidade e do custo.

Uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não confiável e deficiente

em termos de sua relevância.

A integralidade das informações contábeis pode ajudar na prevenção de fraudes, pois propicia

um controle amplo das operações da empresa.

Um procedimento errado em uma área da empresa pode ser descoberto por outra.

Por exemplo...

O reflexo de uma compra de estoques de mercadorias a prazo pode ser verificado tanto pela

tesouraria como pela área de controle de suprimentos.

4.9 COMPARABILIDADE

A comparabilidade é a característica qualitativa de mais fácil compreensão...

Afinal, é razoável que o usuário da informação queira comparar a situação patrimonial e o

desempenho de uma entidade por determinado parâmetro.

Para fazer a comparação, é possível utilizar...

§ dados de anos anteriores da mesma empresa – desde que as práticas contábeis

adotadas sejam consistentes ao longo dos períodos;

§ dados de outras empresas do mesmo setor econômico – desde que as práticas

contábeis adotadas pelas empresas sejam semelhantes.

4.10 EFETIVAÇÃO DA COMPARABILIDADE

A comparabilidade só é possível de ser feita quando os usuários conhecem...

§ as práticas contábeis seguidas na elaboração das demonstrações contábeis;

§ quaisquer mudanças nessas práticas;

§ o efeito de tais mudanças.

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36

4.11 INFORMAÇÕES DOS USUÁRIOS

Os usuários precisam ter informações que lhes permitam identificar diferenças entre as práticas

contábeis aplicadas a transações e os eventos semelhantes e os usuários devem saber quando

essas práticas são usadas pela mesma entidade de um período a outro, e por diferentes entidades.

Além disso, é importante que as demonstrações contábeis apresentem as informações de períodos

anteriores.

O ideal é que uma empresa evidencie suas demonstrações contábeis atuais e sua comparação

com as demonstrações dos 3 anos anteriores.

4.11.1 COMPARAÇÕES

Atenção!

É preciso tomar cuidado para se fazer as comparações corretamente.

Por exemplo...

Na análise de uma demonstração trimestral, é importante que os dados sejam comparados com

o mesmo trimestre dos anos anteriores e não com os trimestres anteriores, em função da

sazonalidade.

Exemplo...

Uma empresa que fabrica brinquedos, provavelmente, tem melhores resultados no último trimestre

do ano, de outubro a dezembro, mas é provável que uma empresa que vende material escolar

em geral tenha melhores resultados no primeiro trimestre do ano.

A intenção de comparabilidade é uma das causas da normatização contínua das práticas contábeis.

Se não houvesse normatização, cada empresa poderia usar um tratamento diferenciado, e não

haveria comparação.

4.11.2 JOGO

Acesse, no ambiente on-line, o jogo.

4.12 LIMITAÇÕES ÀS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS

As limitações apresentadas no pronunciamento são quatro...

§ tempestividade;

§ equilíbrio entre custo e benefício;

§ equilíbrio entre características qualitativas;

§ visão verdadeira e adequada.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

37

O texto do pronunciamento apresenta as limitações às características qualitativas como limitações

na relevância e na confiabilidade das informações, mas tais limitações dizem respeito a todas as

características qualitativas, não só às duas sugeridas pela interpretação textual do pronunciamento.

4.12.1 TEMPESTIVIDADE

Qualquer instrumento – uma ferramenta, um medicamento, uma informação – precisa ser

disponibilizado a tempo para que seja utilizado para o fim a que se destina.

Por exemplo...

§ realizar um conserto;

§ curar uma enfermidade;

§ tomar uma decisão.

Quando o instrumento não é disponibilizado a tempo, ele perde sua importância, mas a pressa na

geração da informação não deve ter como consequência o fornecimento de informações precárias

ou duvidosas.

Informações precárias ou duvidosas perdem a confiabilidade.

Cabe à administração da entidade ponderar os méritos relativos entre a tempestividade

da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida.

4.13 AVALIAÇÃO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS

Em nosso dia a dia, encontramos a necessidade de avaliar os pontos positivos

e negativos de inúmeros acontecimentos.

Quando fazemos isso, estamos avaliando se os benefícios esperados superam os

custos de nossas ações.

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A avaliação dos custos e dos benefícios é, em essência, um exercício de julgamento.

A necessidade de equalizar custos e benefícios também ocorre com decisões relacionadas a

escolhas contábeis, portanto, é esperado que os benefícios decorrentes da informação sejam

maiores que o custo de produzi-la.

Além disso, os custos não recaem, necessariamente, sobre aqueles usuários que usufruem dos

benefícios.

4.13.1 EXEMPLO

Por exemplo...

...um analista se beneficia por ter acesso a uma grande quantidade de informações

contábeis...

...no entanto, toda informação divulgada tem um custo, que deve ser pago pela empresa

que evidencia as informações contábeis.

4.13.2 JOGO

Acesse, no ambiente on-line, o jogo.

4.14 IMPORTÂNCIA DO JULGAMENTO

Essa percepção apoia o argumento de que a contabilidade é uma ciência social e que está em

constante evolução...

Afinal, a importância das características qualitativas depende do momento, do contexto e dos

valores dos diversos usuários.

4.15 DESCRIÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As demonstrações contábeis, frequentemente, são descritas apresentando uma visão verdadeira

e adequada...

...da posição patrimonial e financeira;

...do desempenho;

Os benefícios podem também ser aproveitados por outros usuários, além

daqueles para os quais as informações foram preparadas.

O contador, em cada caso, deve julgar qual das características tem maior

valor para os usuários.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1

39

...das mutações na posição financeira de uma entidade.

As demonstrações contábeis só refletem a apresentação verdadeira e adequada das informações

quando aplicam as principais características qualitativas, e de normas e práticas de contabilidade.

4.15.1 JOGO

Acesse, no ambiente on-line, o jogo.

4.16 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

4.17 AVALIAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, a avaliação deste módulo.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2

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MÓDULO 2 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: MECÂNICA CONTÁBIL

INTRODUÇÃO

O ciclo contábil é um processo executado nas empresas para a elaboração de suas demonstrações

contábeis...

Evidenciação...

Este é o momento de tornar a informação pública por meio da publicação em jornais,

site da entidade, envio por correio, e-mail ou fax. Os órgãos reguladores podem exigir

que as entidades por ele reguladas lhe enviem suas demonstrações contábeis.

Captação...

Consiste na identificação das transações realizadas por meio da análise de documentos

como contratos, notas fiscais, recibos, laudos...

Reconhecimento contábil...

Nem tudo o que afeta o patrimônio da entidade é reconhecido. Portanto, este é o

momento de decidir o que será reconhecido, em que data, em que conta e por quanto.

Processo de acumulação...

Consiste na estruturação de um banco de dados processados e organizados pelos

sistemas contábeis.

Sumarização...

Esta etapa é o momento em que as informações são resumidas e transformadas em

informações úteis aos usuários, para então elaborar as demonstrações contábeis –

DRE, DMPL, BP, DFC, DVA, NE – e os demais relatórios contábeis – análises, pareceres,

laudos, planilhas... As demonstrações e os relatórios serão vistos adiante.

APRESENTAÇÃO

Este módulo está dividido em nove unidades...

1. introdução;

2. mecânica contábil;

3. balanço patrimonial – BP;

4. demonstração do resultado do exercício – DRE;

5. demonstração das mutações do patrimônio líquido – DMPL;

6. demonstração dos fluxos de caixa – DFC;

Dessa forma, o ciclo contábil é uma sequência de procedimentos contábeis

que identificam, mensuram, classificam, registram e sumarizam a informação

contábil.

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M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira

42

7. demonstração do valor adicionado – DVA;

8. estoque e baixa da mercadoria vendida;

9. ativo imobilizado e depreciação.

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

1.1 INFORMAÇÕES OBTIDAS DO CICLO CONTÁBIL

Mediante o reconhecimento contábil, é possível obtermos a avaliação patrimonial e a apuração

do resultado do exercício – informações que podem ser obtidas nas Demonstrações Contábeis.

Para melhor compreensão das empresas, faz-se indispensável o conhecimento de como são

elaboradas as  demonstrações contábeis. Ao longo deste módulo, elas serão explicadas .

1.2 RELATÓRIOS

A contabilidade deve apresentar os seguintes relatórios – em termos monetários – com informações

sobre os negócios das entidades...

Balanço patrimonial – BP...

O BP evidencia a situação patrimonial da entidade em determinado momento.

O BP apresenta, em determinada data, a estrutura patrimonial da entidade, como se

fosse uma fotografia de seus bens, seus direitos e suas obrigações.

Vamos começar?!

Por meio do ciclo contábil, são obtidas informações de grande importância...

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2

43

Ou seja...

O BP apresenta como o patrimônio da entidade está aplicado – ativo1 – e como

ele está sendo financiado – passivo2 e patrimônio líquido3 –, o que nos permite

melhor compreensão de sua estrutura financeira.

Demonstração do resultado do exercício – DRE ou DEREX...

A DRE mensura a riqueza gerada pela entidade, evidenciando as receitas e as despesas

de determinado período.

A DRE demonstra o lucro líquido, que, em última análise, pertence aos acionistas, ou o

resultado contábil, isto é...

receitas - despesas = lucro ou prejuízo

Por meio da DRE, poderemos entender se a empresa vende bem seus produtos, se os

mesmos estão adequados ou se seu lucro adveio apenas da venda de um ativo

imobilizado.

DPML ou DEMUT...

O DMPL ou DEMUT evidencia as alterações do patrimônio líquido de uma entidade,

ocorridas em determinado período.

As alterações mais comuns são...

§ aumentos do capital social4;

§ apuração dos lucros5;

§ destinação dos lucros6.

Demonstração dos fluxos de caixa – DFC...

Evidencia as transformações no caixa – caixa + banco + aplicações financeiras de

imediata realização – de uma entidade, ocorridas em determinado período.

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Demonstração do valor adicionado – evidencia a riqueza gerada pela entidade,em

determinado período, pertencente à sociedade e como ela é distribuída entre os

empregados, o governo, os financiadores e os sócios.

Portanto, valor adicionado = receita – insumos adquiridos de terceiros.

Notas explicativas...

As notas explicativas devem complementar – juntamente com outros quadros analíticos

ou outras demonstrações contábeis – os critérios de cálculo dos itens que afetam o

lucro e o patrimônio da entidade.

Esses critérios se referem a, por exemplo...

§ depreciação;

§ avaliação dos estoques;

§ provisionamento para créditos de liquidação duvidosa;

§ detalhamento das obrigações de longo prazo – destacando os credores, a

taxa de juros e as garantias à dívida;

§ composição do capital social por tipo de ações;

§ ajustes de exercícios anteriores.

Parecer dos auditores independentes...

O parecer dos auditores independentes valida as demonstrações contábeis em relação

à adoção das práticas contábeis de aceitação geral e apropriadas às circunstâncias.

Esse parecer sinaliza ainda se as informações estão adequadamente evidenciadas nas

demonstrações contábeis e nas notas explicativas.

Exemplo de um parecer de auditor independente:

 

Vejamos parte do Parecer dos Auditores Independentes do exercício de 2008 da Companhia

Brasileira de Distribuição, disponibilizado no site da empresa:

 

PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES

Aos Administradores, Conselheiros e Acionistas da Companhia Brasileira de Distribuição

São Paulo – SP

 

1. Examinamos os balanços patrimoniais da Companhia Brasileira de Distribuição e os

balanços patrimoniais consolidados da Companhia Brasileira de Distribuição e empresas

controladas, levantados em 31 de dezembro de 2008 e 2007, e as respectivas

demonstrações dos resultados, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de

caixa e do valor adicionado, correspondentes aos exercícios findos naquelas datas,

elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a

de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2

45

(...)

 

2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis

no Brasil e compreenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância

dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábeis e de controles internos da

Companhia e empresas controladas; b) a constatação, com base em testes, das

evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis

divulgados; e c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas

adotadas pela Administração da Companhia e empresas controladas, bem como da

apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.

 

3. Em nossa opinião, com base em nossos exames e nos pareceres de outros auditores

independentes, as demonstrações financeiras referidas no parágrafo 1 representam

adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira

da Companhia Brasileira de Distribuição e a posição patrimonial e financeira consolidada

da Companhia Brasileira de Distribuição e empresas controladas em 31 de dezembro

de 2008 e 2007, os resultados de suas operações, as mutações de seu patrimônio

líquido, os seus fluxos de caixa e os valores adicionados nas operações referentes aos

exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no

Brasil.

 

(...)

 

São Paulo, 26 de Fevereiro de 2009.

1ativo...

Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos

passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos.

2passivo...

Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos,

cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar

benefícios econômicos.

Tais demonstrações contábeis devem ser publicadas em dois jornais – no

Diário Oficial e em um jornal de grande circulação na localidade onde é situada a

sede da empresa.

Pela legislação do Imposto de Renda, as sociedades por quotas de

responsabilidade limitada, que não são de grande porte7, são obrigadas a

apresentar três dessas demonstrações8 à Secretaria da Receita Federal – SRF.

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M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira

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3patrimônio líquido...

O patrimônio líquido aumenta pelo aumento de capital social pelos sócios e

pela obtenção de lucros pela entidade.

O patrimônio líquido diminui seu valor, conforme a entidade aufere prejuízo e

distribui dividendos aos sócios.

4capital social...

Investimento realizado na empresa pelos proprietários.

O capital social pode ser...

capital social autorizado...

(-) a subscrever;

(=) subscrito;

(-) a integralizar;

(=) integralizado.

5apuração dos lucros...

Considera-se "apuração dos lucros", para fins da DMPL – o lucro líquido do

exercício.

6destinação dos lucros...

Considera-se "destinação dos lucros", para fins da DMPL – a distribuição de

dividendos.

7que não são de grande porte...

Segundo a Lei 11.638/07, as sociedades de grande porte são aquelas, que

independe de estrutura societária, possuem ativos superiores a R$240 milhões

e receita bruta anual superior a R$300.000.

8três dessas demonstrações...

De acordo com o Artigo 274 do RIR/99 – Decreto nº 3.000/1999; § 4º do Artigo

7º do Decreto-Lei nº 1.598/1977 e Artigo 18 da Lei nº 7.450/1985, as sociedades

por quotas de responsabilidade limitada são obrigadas a apresentar à Secretaria

da Receita Federal – SRF...

§ Balanço Patrimonial;

§ Demonstração de Resultado do Exercício;

§ Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – uma simplificação

da DMPL.

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1.2.1 OUTROS RELATÓRIOS

O sistema contábil pode ainda fornecer diversos relatórios, alguns padronizados e outros quedevem ser moldados mediante as necessidades...

Demonstração dos Fluxos de Caixa – evidencia as transformações no caixa  – caixa + banco+ aplicações financeiras de imediata realização – de uma entidade, ocorridas em determinado

período.

Demonstração do Valor Adicionado – evidencia a riqueza gerada pela entidade, em

determinado período, pertencente à sociedade e como ela é distribuída entre os empregados, ogoverno, os financiadores e os sócios. Portanto, valor adicionado = receita - insumos adquiridos de

terceiros.

1.2.1.1 EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

1.3 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – MECÂNICA CONTÁBIL

2.1 SISTEMA DAS PARTIDAS DOBRADAS

No sistema das partidas dobradas, para cada transação, o contador precisa identificar onde odinheiro foi aplicado e de onde o dinheiro veio...

aplicação = débitoorigem = crédito

ativo = passivo + patrimônio líquido

Contudo, muitas pessoas que não estão familiarizadas com o sistema o acham confuso.

Para facilitar o entendimento da mecânica contábil, não usaremos os termos débito e crédito.

Vejamos...

2.2 REGISTRO DE EVENTOS NA PLANILHA

Para registrarmos os eventos na planilha baseada na equação fundamental da contabilidade,temos de identificar apenas onde o recurso foi aplicado e de onde ele veio.

ativo = passivo + patrimônio líquido

A contabilidade utiliza uma das maiores convenções da humanidade, o

sistema das partidas dobradas.

Vamos ver se você entendeu?

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48

Acesse, no ambiente on-line, informações sobre o registro de eventos na planilha.

2.2.1 DESAFIO

Vejamos os dados da empresa Felicidade...

No final do mês, o Banco Praça S.A. pagou à Felicidade juros no valor de R$ 300,00, referentes àaplicação financeira...

Nessa transação, a Felicidade...§ não trocou nada;

§ não adquiriu nada;§ ganhou o direito de resgatar R$ 15.300,00 do fundo de investimentos, em vez dos

R$ 15.000,00 depositados.

Os juros correspondem, portanto, a um ganho que a Felicidade teve.

Não é um bem, nem um direito, nem uma obrigação. Trata-se de uma receita.

2.2.2 DESAFIO 2

Continuemos...

Para comemorar e para divulgar o início de suas atividades, a Felicidade ofereceu um coquetel...

Esse coquetel lhe custou R$ 200,00.

Nessa transação, a Felicidade...

§ não trocou nada;§ não adquiriu nada;§ não ganhou nada;

§ gastou parte do dinheiro que possuía.

O coquetel, portanto, corresponde a um gasto que a Felicidade teve.

Não é um bem, um direito, uma obrigação, nem uma receita.

Trata-se de uma despesa.

2.3 RECEITA E DESPESA

Receitas e despesas são computadas em separado pela contabilidade para apurarmos

o resultado, que deve ser incluído no PL.

Se a receita é maior do que a despesa, a empresa gerou lucro.

Se a despesa é maior do que a receita, a empresa gerou prejuízo.

Uma empresa tem lucro ou prejuízo independentemente do patrimônio que possui.

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Vamos ver, então, quando e como o resultado das operações de uma empresa éintegrado a seu patrimônio.

2.4 EXERCÍCIO

Exercício é o período que a contabilidade toma como base para apurar as demonstrações contábeis

de tudo o que a empresa realizou.

2.5 DEMONSTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO

Ao terminar o exercício, a contabilidade apura a situação da empresa, ou seja...§ o que tem/o que deve;§ o que ganhou/o que gastou.

A contabilidade apura a demonstração contábil, para propiciar a análise da situação da empresa. Acontabilidade obtém, dessa forma, o resultado operacional, que é integrado ao patrimônio da

entidade.

Tanto o lucro como o prejuízo apurados devem estar no PL...§ elevando-o, se houver lucro;

§ diminuindo-o, se houver prejuízo.

2.5.1 EXEMPLO

Vejamos agora como fica o balanço patrimonial da Felicidade...

Logo, exercício é o período decorrido entre um balanço e outro.

No caso da Felicidade, vamos supor que......

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M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira

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A contabilidade – por meio de técnica própria – procura demonstrar...

§ o que se tem e o que se deve;§ o que se gasta e o que se ganha.

Ou seja, a contabilidade demonstra a origem e a aplicação dos recursos da empresa...

2.5.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO

Continuemos com o caso... Passado algum tempo, Rosana e Fernanda resolvem encerrar asatividades da Felicidade Com. & Ind. Ltda...

Naturalmente, elas querem o retorno do que investiram no patrimônio da empresa.

Neste momento, o quadro atual da Felicidade Com. & Ind. Ltda. é...

Contudo, a Felicidade Com. & Ind. Ltda. só pode pagar o que deve com o que tem.

Vejamos...

2.6 TABELA

O primeiro passo é liquidar as dívidas com terceiros...

Feito isso, o capital social deve ser devolvido aos sócios, acrescido dos lucros ou diminuído dos

prejuízos.

Assim...

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2

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2.7 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – BALANÇO PATRIMONIAL

3.1 BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço patrimonial – BP – é formado de...

§ ativo – aplicações de recursos;

§ passivo – origens, fontes de terceiros;

§ patrimônio líquido – origens, recursos dos sócios.

Observamos que o IASB considera que a melhor terminologia para o Balanço Patrimonial é

Demosntração da Posição Financeira (Statement of Financial Position).

3.1.1 CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL

As contas do balanço patrimonial são classificadas1...

...no ativo, de acordo com sua ordem decrescente de liquidez2...

...no passivo, de acordo com sua ordem decrescente de exigibilidade3.

1Classificação das contas do balanço patrimonial...

A classificação das contas está definida na Lei das Sociedades Anônimas – Lei n°

11.638/07.

2liquidez...

Capacidade – velocidade – de se transformarem bens e direitos em dinheiro.

3exigibilidade...

Prazo que o devedor tem para honrar seus compromissos.

Vamos agora conhecer as demonstrações contábeis*, começando pelo

balanço patrimonial...

*demonstrações contábeis...

Para ilustrar o conteúdo apresentado, trabalharemos com as demonstrações

contábeis da Natura Cosméticos S/A.

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52

3.1.2 CONCLUSÕES SOBRE O BALANÇO PATRIMONIAL

Portanto...

O BP reflete, em determinado momento, a posição financeira de uma empresa, apresentando, de

forma ordenada...

§ os ativos – recursos aplicados com capacidade de geração de benefícios

    futuros, que geralmente correspondem a bens e direitos;

§ os passivos – obrigações;

§ o patrimônio líquido – diferença entre ativos e passivos.

No BP, o total de bens e direitos é igual ao total das origens de recursos.

Antes de entender cada um desses itens, vamos conhecer a estrutura de um balanço patrimonial...

3.2 ESTRUTURA DE UM BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial é apresentado dessa forma...

Ela representa um exemplo simplificado de um balanço patrimonial...

Do lado esquerdo, estão os ativos e no lado direito, o passivo, e ,o patrimônio líquido.

Vamos então entender os itens desse balanço...

3.2.1 ATIVO

Vamos começar pelo ativo...

Nas próximas seções, analisaremos cada um dos itens que constituem o

balanço patrimonial.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

PASSIVOATIVO

Ativo Circulante

Ativo não circulanteAtivo RLP

Investimentos

Imobilizado

Intangível

Passivo Circulante

Passivo não circulantePassivo ELP

Total do Ativo Total do Passivo + PL

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53

3.2.1.1 CONSTITUIÇÃO DO ATIVO

O ativo é constituído de...

§ aplicações de recursos, normalmente, em bens – máquinas, terrenos, dinheiro,

veículos e instalações;

§ direitos – depósitos bancários, contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber,

ações, outras aplicações financeiras.  

3.2.1.2 CONTINUAÇAO

Os ativos podem ser...

§ tangíveis – corpo, matéria, como os estoques;

§ intangíveis – incorpóreos, como a marca, o ponto comercial.

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Ativo Passivo + Patr imônio líquido

Balanço patr imonial

Ativo Circulante

Caixa

Contas a Receber de clientes

Estoque

Ativo Não Circulante

At ivo Realizável a longo Prazo

Aplicações Financeiras

Invest imentos

Imobilizado

Terreno

Edif icações

Máquinas e equipamentos

Intangível

TOTAL DO ATIVO

Passivo Circulante

Fornecedores

Salár ios a Pagar

Impostos a recolher

Passivo Não Circulante

Empréstimos

Financiamentos

Patr imônio líquido

Capital social

Reservas de capital

Reservas de Lucro

TOTAL do PASSIVO e PL

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Ativo Passivo + Patr imônio líquido

Balanço patr imonial

Ativo Circulante

Caixa

Contas a Receber de clientes

Estoque

Ativo Não Circulante

At ivo Realizável a longo Prazo

Aplicações Financeiras

Invest imentos

Imobilizado

Terreno

Edif icações

Máquinas e equipamentos

Intangível

TOTAL DO ATIVO

Passivo Circulante

Fornecedores

Salár ios a Pagar

Impostos a recolher

Passivo Não Circulante

Empréstimos

Financiamentos

Patr imônio líquido

Capital social

Reservas de capital

Reservas de Lucro

TOTAL do PASSIVO e PL

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3.2.2 CONTAS DO ATIVO

Um ativo é um bem ou direito, controlado pela empresa...

Esse bem ou direito tem de ser mensurável monetariamente...

Esse bem ou direito tem de representar benefício presente ou expectativa de benefício futuro

para a empresa.

Observe que os ativos estão agrupados em ordem decrescente de liquidez, nas seguintes contas...

§ ativo circulante;

§ ativo realizável a longo prazo;

§ ativo permanente.

3.2.3 ATIVO CIRCULANTE

O ativo circulante é composto de...

§ disponibilidades – caixa, bancos e aplicações financeiras;

§ realizáveis ou recebíveis – duplicatas a receber e adiantamentos a fornecedores;

§ estoques – produtos acabados, mercadorias, produtos em processo, matéria-prima,

embalagens, materiais de consumo e adiantamentos a fornecedores;

O dinheiro – que tem mais liquidez – é agrupado com outros itens que

serão transformados em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo – até 12

meses.

Os itens do ativo são agrupados em contas homogêneas – com a mesma

característica –, de acordo com a ordem descrescente de sua liquidez, ou seja, de

acordo com a rapidez com que possam ser convertidos em dinheiro.

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55

§ outros direitos – impostos a recuperar e empréstimos concedidos;

§ despesas antecipadas – despesas pagas não reconhecidas no resultado do período –

DRE – em função do pressuposto do regime da competência*.

Os itens que compõem o ativo circulante aparecem em ordem decrescente de liquidez.

3.2.4 ATIVO NÃO CIRCULANTE

De menor liquidez, cuja realização deverá ocorrer em mais de 12 meses, o ativo realizável a longo

prazo é composto de...

§ contas a receber a longo prazo;

§ despesas antecipadas a longo prazo;

§ empréstimos concedidos para recebimento no longo prazo e empréstimos a sócios

e administradores.

*pressuposto do regime da competência...

As receitas são reconhecidas no exercício em que ocorreu o evento

econômico – venda de bens ou prestação de serviços, por exemplo –, ou

seja, quando do fornecimento de bens ou serviços em troca de outros bens

ou direitos, tal como os títulos a receber.

Assim sendo, esse princípio norteia a contabilização das vendas de bens e da

prestação de serviços, e o consequente registro das contas a receber,

independente da realização financeira.

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2.4.1 ATIVO IMOBILIZADO

O ativo imobilizado compreende os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à

manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade.

Podemos dizer que o ativo imobilizado economiza dinheiro para a empresa, uma vez que utilizando

esse bem próprio, a empresa não precisará alugar ativos necessários para a operação,  como

imóveis e máquinas, de terceiros.

3.2.4.2 INVESTIMENTOS

Participações permanentes no capital social de outras sociedades e outros direitos permanentes

que não se destinem à manutenção das atividades da sociedade.

São exemplos de investimentos que não se destinam à manutenção das atividades da

sociedade...

§ investimentos em ações ou quotas;

§ obras de arte e imóveis para aluguel.

Por exemplo, no ativo imobilizado de uma escola podemos encontrar o

imóvel (próprio) onde a atividade de ensino é exercida, mesas, cadeiras,

computadores, entre outros.

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3.2.4.3 ATIVO INTANGÍVEL

Ativo intangível é um ativo não monetário, identificável, sem substância física.

 

Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de definição de um ativo intangível,

quando...

§ for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido,

transferido,licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com um

contrato ativo ou passivo relacionado, independente da intenção de uso pela

entidade;

§ resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente detais direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos eobrigações.

3.2.4.4 CONTABILIZAÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO

Os itens do imobilizado devem ser considerados pelos valores líquidos de depreciação*.

São exemplos de ativos intangíveis: marca, software – parte não integrante

do respectivo hardware –, ponto comercial, patentes, direitos de exibição.

*depreciação...

Os bens da empresa têm vida útil limitada por deterioração ou por se tornarem

obsoletos – com exceção de terrenos e obras de arte

Ao ser utilizado esse bem, é reconhecida uma despesa – custo – de depreciação

relacionada aos custos de sua aquisição.

O ativo imobilizado é registrado por seu custo de aquisição menos a depreciação

acumulada.

A depreciação acumulada representa o reconhecimento da perda do valor do

ativo, em decorrência do uso, da ação da natureza e da obsolescência

tecnológica.

A depreciação representa também a baixa parcial do ativo imobilizado pela

realização parcial e sistemática dos benefícios econômicos – benefícios futuros

esperados no passado.

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3.3 PASSIVO

Portanto, o passivo são as exigibilidades e obrigações*.

Portanto, o passivo – por ser uma origem em recursos externos – deve ser pago a terceiros,

representando, assim, capital de terceiros.

3.3.1 COMPREENSÃO DO PASSIVO

Segundo o Inciso I do Artigo nº 184 da Lei das Sociedades Anônimas* – Lei nº 6.404/76 –, o passivo

compreende...

...as obrigações, os encargos e os riscos, conhecíveis ou calculáveis – inclusive

imposto de renda a pagar com base no resultado do exercício –, que serão computados

pelo valor atualizado até a data do balanço.

*Inciso I do Artigo 184 da Lei das S/A...

Critérios de Avaliação do Passivo

Art. 184 No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os

seguintes critérios:

I – as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive imposto de

renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor

atualizado até a data do balanço;

[...]

O passivo representa as obrigações de uma pessoa física ou jurídica, derivada

de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de

recursos capazes de gerar benefícios econômicos.

*o passivo são as exigibilidades e obrigações...

O passivo é segregado em dois grupos...

§ passivo circulante;

§ passivo não circulante.

A depreciação pode ser calculada por meio dos seguintes métodos...

§ linha reta ou quotas constantes – método mais utilizado;

§ soma dos dígitos – crescente ou decrescente;

§ benefício gerado.

A conta depreciação acumulada – de natureza credora – é classificada no

balanço patrimonial, no lado do ativo, como uma redução do custo do bem

depreciado, ser chamada conta retificadora.

A conta despesa de depreciação – de natureza devedora – é computada na

demonstração de resultado do exercício – DRE – ou no custo dos produtos.

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3.3.1.1 EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.3.2 APRESENTAÇÃO DO PASSIVO

O passivo é apresentado em ordem decrescente de exigibilidades – agrupa as contas de acordo

com seu vencimento integrando o primeiro grupo, ou seja, as contas que serão mais rapidamente

liquidadas.

Ou seja, o passivo...

§ em sentido restrito = passivo exigível;

§ em sentido amplo* = exigibilidades* + recursos próprios*;

§ A = P + PL*, em que aplicações = origens;

§ A - P = PL, em que patrimônio total - dívidas com terceiros = caítal financiado pelos

sócios.

*Passivo em sentido amplo

O termo passivo – Lei das S.A. – possui conceito amplo, ou seja, todo o lado

direito do balanço patrimonial. O passivo constitui as fontes de recursos de

uma organização...

§ fontes de terceiros – passivo exigível;

§ fonte dos acionistas – patrimônio líquido ou passivo não exigível.

*exigibilidades

Dívidas com terceiros.

*recursos próprios

Recursos financiados pelos proprietários.

*patrimônio líquido

O patrimônio líquido são as obrigações como os proprietários da empresa,

sendo conhecido como não exigível ou capital próprio.

Segundo o pressuposto da continuidade, o PL não será necessariamente

liquidado, já que a quitação do patrimônio líquido perante os acionistas e

investidores pressupõe a extinção e liquidação da entidade.

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3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

O patrimônio líquido é um componente do patrimônio* no qual são indicados os valores do

capital social de todos os sócios.

O patrimônio líquido deve ser acrescido de ágio na colocação de ações e dos lucros –

ou diminuído dos prejuízos – verificados em cada exercício.

Segundo o pressuposto da continuidade, o patrimônio líquido não será necessariamente liquidado,já que a quitação do patrimônio líquido perante os acionistas e investidores pressupõe a extinção

e liquidação da entidade.

O patrimônio líquido deve ser separado das obrigações normais da empresa,

pois ele só é exigido quando a empresa encerra suas atividades ou quando algum

sócio se retira da sociedade.

Ou seja...

patrimônio líquido = bens + direitos - obrigações

*O patrimônio líquido é um componente do patrimônio...

Segundo a Lei 11.638/07, o patrimônio líquido é dividido em...

§ capital social;

§ reserva de capital;

§ ajustes de avaliação patrimonial;

§ reserva de lucros;

§ ações em tesouraria;

§ prejuízos acumulados.

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Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.

3.4.1 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO

Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica.

Logo...

3.4.2 CONTINUAÇÃO

O patrimônio líquido constitui os recursos dos acionistas investidos na empresa.

‘’Patrimônio líquido é o conjunto de bens e direitos de uma pessoa física ou

jurídica, deduzido de suas obrigações com terceiros.’’

Patrimônio líquido é a diferença entre o ativo e o passivo, ou seja, o valor

contábil líquido da empresa.

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3.5 GRUPOS CONSTITUINTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Em conformidade com a Lei n° 11638/071, o patrimônio líquido é composto dos seguintes grupos...

Capital social...

É o investimento realizado na empresa pelos proprietários.

O capital social pode ser...

§ capital social autorizado...

§ (-) a subscrever;

§ (=) subscrito2;

§ (-) a integralizar;

§ (=) integralizado.

Reserva de capital...

Ganhos realizados pela empresa, em transações – realizadas com os proprietários ou

com terceiros –, não evidenciadas na demonstração do resultado do exercício.

A reserva de capital pode ser...

§ ágio na colocação de ações – excesso de valor pago pelo acionista na compra

de ações da empresa;

§ alienação de partes beneficiárias – venda de títulos negociáveis e não

relacionados ao capital social;

§ bônus de subscrição – venda de direitos de participação em aumentos

futuros de capital.

Ajustes de avaliação patrimonial...

Representa a contrapartida de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a saldos

do ativo e do passivo em decorrência de sua avaliação a preço de mercado.

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63

Reserva de lucros...

São lucros auferidos pela empresa e ainda não distribuídos.

A reserva de lucros pode ser...

§ reserva legal3 – retenção de lucros para assegurar a integridade do capital

social e tem sua utilização vinculada ao aumento do capital ou à

compensação de prejuízos.

§ reserva estatutária – retenção de lucros para atender ao disposto no estatuto

da empresa, que define sua constituição, sua aplicação e seus limites.

§ reserva de contingências4 – retenção de lucros para compensar, no futuro,

diminuição do lucro por perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.

§ reserva de lucro para expansão – retenção de lucro para executar um

orçamento de capital previamente aprovado.

§ reserva de lucros a realizar5 – retenção de lucro facultativa para evidenciar

a parte do lucro ainda não realizada financeiramente, de modo a evitar a

distribuição de dividendos sobre essa parcela.

Lucros ou prejuízos acumulados...

É o valor líquido de todo o sucesso ou fracasso da entidade ao longo do tempo, sendo

alterado, período a período, pelo resultado do exercício.

O modo mais comum de crescimento ou diminuição do patrimônio líquido se dá por

meio dos rendimentos do capital aplicado, ou seja, seu lucro ou prejuízo.

Uma parte do lucro é distribuída entre seus acionistas, na forma de dividendos.

Outra parte do lucro é reinvestida na empresa, isto é, fica retida – acumulada –

no negócio. Esta é apropriada nas reservas de lucro.

Para as sociedades por ações, no final do período, o saldo de lucros acumulados deve

ser igual zero.

Ações em tesouraria...

É a recompra6 de ações de emissão da própria entidade, por ela mesma.

Logo, a conta lucros ou prejuízos acumulados representa a interligação

entre o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício.

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64

Para terminar, vejamos algumas variações nas formas de expressar esses conceitos...

ativo passivo patrimônio líquido

bens e direitos obrigações junto a terceirosobrigações juntoa proprietários

investimentos financiamentos – recursosde terceiros

- recursos de terceiros- recursos próprios

aplicacão de recursos origem dosrecursos de terceiros

origem dos recursos próprios

usos de recursos fontes derecursos de terceiros

fontes de recursos próprios

efeitos causas externas causas internas

1Lei n° 11638/07...

Suponha que você tenha ido almoçar num restaurante à la carte próximo aotrabalho.

2subscrito...

Os valores registrados na conta capital social – estando subscritos – podem ou

não estar integralizados, ou seja, entregues à entidade para que esta possa sevaler deles para operar.

A parcela que não tenha sido entregue deve constar como redutora do valortotal do capital social, representando uma pendência dos proprietários emrelação à empresa.

Tão logo o recurso ingresse na entidade, o débito deixa de constar do patrimôniolíquido e passa a existir no ativo, uma vez que a integralização pode ser feita

em dinheiro ou em outros bens e direitos.

3reserva legal...

É obrigatoriamente constituída de 5% do lucro líquido do exercício até queseu saldo atinja 20% do capital social ou que o somatório de seu saldo com osaldo da reserva de capital atinja 30% do capital social – o que ocorrer primeiro.

4reserva de contingências...

Há uma clara distinção entre reserva de contingências e provisão para

contingências...

Na reserva de contingências, o fato gerador ainda não ocorreu, enquanto para

a provisão, já.

A reserva de contingências visa ao disciplinamento da distribuição de dividendos

e à continuidade das operações da entidade – por exemplo, perdas futurascom geadas.

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65

3.6 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 4 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO

4.1 CONCEITUAÇÃO

A demonstração de resultado do exercício – DRE ou DEREX – informa a riqueza

gerada pela empresa, durante determinado período.

Vimos que...

Essa riqueza, no fim das contas, pertence aos acionistas da empresa.

5reserva de lucros a realizar...

Por exemplo, o lucro de venda de imobilizado a longo prazo e a receita de

equivalência patrimonial.

6recompra...

Essa situação somente ocorre em condições excepcionais. Esse valor deve

aparecer no patrimônio líquido, de forma a diminuí-lo e os recursos utilizados

em sua aquisição explicitados.

As ações em tesouraria não participam da distribuição de dividendos.

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66

A demonstração do resultado do exercício é a apresentação – de forma resumida – das operações

realizadas pela empresa, durante o exercício social*, destacando-se o resultado líquido do período.

A geração de resultados positivos é um objetivo das empresas, inclusive das sem fins lucrativos.

4.2 RECEITAS E DESPESAS

A demonstração de resultado do exercício é um resumo ordenado de receitas1 e despesas2 da

empresa em determinado período, para definir o lucro ou prejuízo.

As receitas representam as vendas de produtos – bens e serviços – realizadas no

período de referência, ainda que não recebidas.

As despesas representam o esforço para obter receita do período de referência, ainda

que não haja desembolso3 de recursos nesse período.

*exercício social...

Exercício é o período que a contabilidade toma como base para fazer um

balanço geral de tudo o que a empresa realizou.

1receitas...

Ingresso de recursos para o patrimônio de uma entidade sob a forma de bensou direitos, correspondentes, normalmente, é venda de produtos, podendotambém derivar de remunerações sobre aplicações ou operações financeiras.

A receita é considerada realizada no momento em que ocorre...§ a venda e transferência de um bem a outrem;§ a prestação de um serviço;§ a aquisição de um direito produzido por outro tipo de transação.

Em qualquer dessas alternativas, deve existir o compromisso da outra parte derealizar um pagamento simultâneo ou futuro.

A receita proveniente da venda de bens deve ser reconhecida quando foremsatisfeitas todas as seguintes condições...

§ a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e benefíciosmais significativos inerentes à propriedade dos bens;

§ a entidade não mantenha envolvimento continuado na gestão dosbens vendidos em grau normalmente associado à propriedade nemefetivo controle de tais bens;

§ o valor da receita possa ser confiavelmente mensurado;§ for provável que os benefícios econômicos associados à transação

fluirão para a entidade;§ as despesas incorridas ou a serem incorridas, referentes à transação,

possam ser confiavelmente mensuradas.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 7ª ed., São Paulo: Atlas, 2000.

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67

4.3 REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO DE BENS

Existem dois regimes para contabilizar os bens, os direitos e as obrigações da estrutura patrimonial

das empresas...

§ regime de competência;

§ regime de caixa.

Vejamos cada um...

4.3.1 REGIME DE COMPETÊNCIA

O regime de competência1 é adotado pela contabilidade das empresas, visando dotá-las de uma

fiel expressão monetária de todos os seus bens, seus direitos e suas obrigações representativos

de sua estrutura patrimonial.

Os dois conceitos contábeis que dão suporte ao regime de competência são...

§ conceitos da realização da receita2;

§ conceitos do confronto dasdespesas com as receitas ecom os períodos contábeis3.

2despesas...

Gasto relativo a bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para...

§ obtenção de receitas;

§ manutenção da empresa;

§ remuneração do capital de terceiros.

As despesas incorridas para a obtenção de receitas devem ser contabilizadas

no mesmo período que elas.

3desembolso...

Esforço financeiro associado ao pagamento – saída de caixa –, normalmente,

resultante da aquisição de bem ou serviço.

Desse modo, as receitas e os gastos devem ser contabilizados como tais no

período da ocorrência de seu fato gerador, e não quando são recebidos ou pagos

em dinheiro.

1regime de competência...

A Lei das Sociedades por Ações – Lei 6.404/76 –, em seu Artigo n.º 177, mantido

pela Lei 11.638/07, determina que...

A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com

obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei e aos princípios

de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios

uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime

de competência.

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68

4.3.2 DESENVOLVIMENTO

Se as receitas e os gastos serão contabilizados no período da ocorrência de seu fato gerador, logo,

na determinação do resultado do exercício, são computados...

§ as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua

realização em moeda;

§ despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas

e a esses rendimentos.

4.3.3 IMPLICAÇÕES DO REGIME DE COMPETÊNCIA

Por exemplo, por decorrência do pressuposto do regime da competência e consequentemente,

da realização da receita e do confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis...

§ a receita de venda é contabilizada por ocasião da venda, e não de seu recebimento;

§ a despesa de pessoal – salários e seus encargos – é reconhecida no mês em que se

recebe tal prestação de serviços correspondentes, mesmo sendo paga no mês

seguinte;

2realização da receita...

As receitas são reconhecidas no exercício em que ocorreu o evento econômico

– venda de bens ou prestação de serviços, por exemplo –, ou seja, quando do

fornecimento de bens ou serviços em troca de outros bens ou direitos, tal

como os títulos a receber.

Assim sendo, esse conceito norteia a contabilização das vendas de bens e da

prestação de serviços, e o consequente registro das contas a receber,

independentemente da realização financeira.

3confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis...

Os gastos só devem ser reconhecidos contabilmente como despesas quando

for possível confrontá-los com a receita relacionada, no mesmo período em

que a receita foi reconhecida.

Caso contrário, serão reconhecidos como ativo ou perda da seguinte forma...

§ se o gasto não for confrontado com nenhuma receita no momento,

mas, se esse gasto tiver a capacidade de gerar receita em um período

futuro, será contabilizado como um ativo;

§ se o gasto não for confrontado com nenhuma receita, nem no

momento, nem no futuro, será contabilizado como uma perda.

Dessa forma, o resultado contábil deve ser determinado pela aplicação do

regime de competência, independentemente da movimentação de numerário

ocorrida no período.

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69

§ a compra de matéria-prima é contabilizada – como ativo – quando da transação

que normalmente coincide com o recebimento da mercadoria, não ficando atrelada

a seu pagamento;

§ a despesa do imposto de renda é registrada no mesmo período em que os lucros

foram auferidos, e não no exercício seguinte, quando o tributo é declarado e pago.

Vejamos agora o regime de caixa...

4.4 REGIME DE CAIXA

O regime de caixa consiste em classificar e reconhecer as operações de uma pessoa jurídica pelo

efetivo ingresso e desembolso de bens numerários.

A adoção do regime de caixa está, a rigor, voltada ao fluxo financeiro – fluxo de caixa*

– de um empreendimento.

Por exemplo...

Uma companhia aérea vende, diariamente, centenas de passagens, muitas destas, à vista.

Pelo regime de caixa, o lucro é reconhecido no momento em que o dinheiro

ingressa no caixa.

Pelo regime de competência, o lucro integral só pode ser considerado no momento

em que o dono do bilhete aéreo viaja, mesmo que ainda não tenha pago

integralmente sua passagem.

*fluxo de caixa...

O fluxo de caixa deriva do confronto entre recebimentos e desembolsos de

caixa1 e equivalentes de caixa2.

Portanto, pode ser...

§ positivo – se as entradas forem maiores do que as saídas;

§ negativo – se as entradas forem menores do que as saídas.

1caixa...

Compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.

2equivalentes de caixa...

São aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente

conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um

insignificante risco de mudança de valor.

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70

4.5 CUSTO

Diante do que vimos até aqui, podemos afirmar que o custo1, a despesa2, a perda3 e o investimento4

representam gastos5.

O custo ocorre efetivamente quando a matéria-prima é transformada em produto

acabado, de forma que todos os gastos incorridos no processo fabril representam

custos de produção.

Determinado o custo de um produto, esse se transformará em despesa quando da

efetivação da venda.

A apresentação, na demonstração do resultado do exercício – DRE – do custo dos produtos

vendidos – CPV – é a despesa dos produtos vendidos – DPV –, uma vez que o custo transforma-

se em despesa6 quando da realização da receita7.

1custo...

Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou

serviços.

É o caso, por exemplo, da energia elétrica consumida no parque fabril.

2despesa...

Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a despesa

é uma das principais responsáveis...

§ pela redução do ativo;

§ pela redução do patrimônio líquido;

§ pelo aumento do passivo.

3perdas...

Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária e inesperada,

que não tem a capacidade de gerar benefícios no presente nem no futuro.

Um incêndio ou uma madeira cortada errada são exemplos de perda.

4investimento...

Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos

futuros.

É o caso, por exemplo, da matéria-prima adquirida.

5gastos...

Esforço econômico da entidade na realização de uma atividade ou transação

qualquer, sacrifício esse representado pela entrega ou promessa de entrega

de ativos – normalmente, dinheiro.

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71

4.6 EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o Saiba Mais.

6custo transforma-se em despesa...

Segundo a Alínea b do Parágrafo Primeiro do Artigo 187 da LSA...

Nos mesmos períodos em que forem lançados as receitas e os rendimentos,

deverão estar registrados todos os custos, as despesas, os encargos e os riscos

correspondentes àquelas receitas.

Desse modo, ao ser contabilizada, por exemplo, a receita da venda de um

produto, deverão ser registradas, no mesmo período, todas as despesas relativa

àquela receita, tais como...

§ custo do produto vendido, que engloba material, mão de obra e demais

custos de fabricação;

§ despesas operacionais incorridas, sejam de comercialização ou de

administração.

7receita...

Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a receita é

uma das principais responsáveis pelo aumento do ativo e do patrimônio líquido.

A partir do que vimos até aqui, você saberia apontar o objetivo da

demonstração de resultado do exercício?

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4.7 SEQUÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES NA DRE

A demonstração é iniciada com o valor total da receita apurada nas operações de vendas, das

quais é deduzido o custo das mercadorias vendidas, apurando-se o lucro bruto.

São então apresentadas as despesas operacionais segregadas por subtotais, conforme sua natureza.

Deduzindo-se as despesas operacionais totais do lucro bruto, apresenta-se o lucro operacional.

Esse diz respeito ao lucro antes do Imposto de Renda – LAIR.

Deduz-se, a seguir, a despesa com o imposto de renda.

Finalmente, as participações de terceiros calculáveis sobre o lucro, tais como empregados

administradores, partes beneficiárias, debêntures e contribuições para fundos de benefícios a

empregados, chegando-se, dessa forma, ao lucro – ou prejuízo – líquido do exercício...

...dividido pelo número de ações, chega-se ao lucro – ou prejuízo – por ação, que é o

valor final da demonstração.

Demonstração do resultado do exercício

Receita Bruta – de vendas e de prestação de serviços

Deduções da receita:

Receita Líquida

Custo das Mercador ias Vendidas / Produtos Vendidos / Serviços

Prestados

Resultado Bruto

Despesas Operacionais

Despesas de Vendas

Despesas Financeiras deduzidas das Receitas Financeiras

Despesas Gerais e Administrat ivas

Outras despesas e receitas operacionais

Receitas Financeiras

Outras receitas e despesas

Resultado antes do Imposto de Renda (LAIR)

Imposto de Renda e Contr ibuição Social

Par t icipações Estatutár ias

Resultado Líquido

(- )

(=)

(- )

(=)

(- )

(+)

(+/ - )

(=)

(- )

(- )

(=)

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73

4.8 EBITDA

Da DRE, é extraído o EBITDA1, um parâmetro muito utilizado pelos analistas e que

gera muita polêmica2...

O EBITDA é um parâmetro informativo, utilizado como aproximação do caixa gerado

pela atividade operacional da entidade.

Vejamos um exemplo a partir do caso da Cia. A...

Vale lembrar que, no mercado acionário, o investidor deve estar atento ao lucro líquido e à

capacidade de pagamentos de dividendos...

...os dividendos só serão repassados aos acionistas depois do pagamento de juros e

impostos. Por isso, o EBITDA pode ser muito utilizado por investidores.

1EBITDA...

Earning before interest, taxes, depreciation and amortization – lucro antes do

pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização.

2EBITDA gera muita polêmica...

Apesar de o EBITDA ser bastante difundido, não é isento de críticas como...

§ ignora a despesa de depreciação, que corresponde a uma saída de

caixa, quando o imobilizado foi adquirido;

§ gera o efeito psicológico no gestor, de que não precisa se preocupar

com o nível de investimentos – pois seu desempenho é mensurado

sem levar em consideração a despesa de depreciação;

§ se o analista quer verificar a geração de caixa pela entidade, ele não

precisa calcular o EBITDA, basta ler a DFC.

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74

4.8.1 CÁLCULO DO EBITDA

O EBITDA pode ser calculado de duas formas...

O valor encontrado será mesmo pelos dois caminhos...

4.9 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 5 – DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

5.1 INTRODUÇÃO

A demonstração das mutações do patrimônio líquido informa a movimentação ocorrida nas

contas do patrimônio líquido, a partir do saldo final de cada conta do exercício anterior, ou seja...

§ capital social;

§ reservas de capital;

§ reservas de lucro, lucro ou prejuízo acumulado.

A informação deve ser registrada até chegarmos ao saldo final do exercício em análise, ou seja,

com o aumento ou a diminuição do patrimônio líquido.

5.2 VARIAÇÕES SOFRIDAS

A demonstração das mutações do patrimônio líquido – DMPL ou DEMUT – apresenta as variações*

sofridas pelo patrimônio líquido durante determinado período, bem como seus saldos inicial e

final.

1. de cima para baixo... Receitas (-) Desp. de salários (=) EBITDA

2. de baixo para cima... Lucro Líquido (+) Imposto de renda (+) Despesa financeira (+) Desp. de depreciação (=) EBITDA

300100150200750

1.000

(250)750

Receitas(-) Despesas de salários(-) Despesas de depreciação(-) Despesa financeira

(=) Lucro antes do imposto de renda(-) Imposto de renda

(=) Lucro líquido

1.000(250)(200)(150)

400(100)

300

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75

As principais variações sofridas pelo PL são...

§ aumento do capital social – seja o capital autorizado, seja o subscrito, seja o

integralizado;

§ lucro ou prejuízo apurado no período;

§ distribuição de lucros – para a distribuição de dividendos ou para a constituição de

reservas;

§ realização de reservas;

§ ágio na emissão de ações;

§ alienação de partes beneficiárias ou bônus de subscrição;

§ recebimento de doações e subvenções para investimento;

§ ajustes de exercícios anteriores relativos à retificação de erro imputável a um

exercício já encerrado ou à mudança de critérios contábeis.

Mais ainda...

5.2.1 EXEMPLOS

Veja a estrutura de uma Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido...

As colunas referentes à reserva de capital, reservas de reavaliação e reservas de lucro devem ter

os saldos e a movimentação de suas contas discriminados em notas explicativas*.

*variações...

Eventos que alteram tanto o valor do PL quanto sua estrutura, ou seja, eventos

que afetam, simultânea e simetricamente, contas desse grupo são evidenciados

na DMPL, embora não afetem o saldo do grupo como um todo.

São exemplos de transferências internas de valores aumento de capital com

utilização de reservas, apropriação do resultado do exercício para as reservas de

lucro, compensação de prejuízos com reservas.

savr

sodn

savr

laic

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76

5.3 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 6 – DEMONSTRAÇÕES RELATIVAS AOS FLUXOS DE RECURSOS

6.1 OBJETIVO DO DFC

O objetivo da DFC é evidenciar...

§ a capacidade de a empresa gerar fluxos de caixa operacionais positivos;

§ a habilidade de a empresa pagar suas obrigações e seus dividendos;

§ a capacidade de a empresa atender a suas necessidades de financiamento.

6.2 NECESSIDADE DA DFC

A DFC é necessária em função das diferenças entre o lucro líquido, evidenciado na DRE, e a

variação do saldo de caixa.

*notas explicativas...

As notas explicativas devem complementar – juntamente com outros quadros

analíticos ou outras demonstrações contábeis – os critérios de cálculo dos

itens que afetam o lucro e o patrimônio da entidade.

Esses critérios se referem...

§ à depreciação;

§ à avaliação de estoques;

§ ao provisionamento para créditos de liquidação duvidosa;

§ ao detalhamento das obrigações de longo prazo – destacando os

credores, taxa de juros e garantias à dívida;

§ à composição do capital social por tipo de ações e ajustes de exercícios

anteriores.

A Lei 11.638/07 tornou obrigatória a publicação da demonstração dos fluxos

de caixa para as S.A.s abertas e demais S.A.s com

patrimônio líquido acima de R$ 2 milhões.

Por meio da DFC, os analistas podem verificar também os efeitos das

operações de investimento e de financiamento realizadas pela empresa.

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6.3 O CONCEITO DE CAIXA

A DFC trabalha com a variação do caixa*...

6.3.1 TIPOS DE ATIVIDADES

Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, a variação do saldo de caixa é classificada em três tipos de

fluxo de caixa1...

§ fluxo de caixa das atividades operacionais2...

§ fluxo de caixa das atividades de investimento3...

§ fluxo de caixa das atividades de financiamento4...

*caixa...

Caixa para os fins da DFC...

Caixa = dinheiro guardado na gaveta da caixa registradora + equivalentes de

caixa.

Equivalente à caixa = bancos conta-corrente + aplicações financeiras de

imediata realização.

Aplicações financeiras de imediata realização = são aplicações financeiras de

curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um

montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de

mudança de valor.

Portanto, Cx = caixa + bancos conta-corrente + aplicações financeiras de

imediata realização.

1fluxo de caixa...

O fluxo de caixa deriva do confronto entre recebimentos e desembolsos de

caixa1 e equivalentes de caixa2.

Portanto, pode ser...

§ positivo – se as entradas forem maiores do que as saídas;

§ negativo – se as entradas forem menores do que as saídas.

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6.3.2 MÉTODO DIRETO E INDIRETO

Existem dois métodos de evidenciação da Demonstração dos Fluxos de Caixa, o método direto e

o método indireto.  

A diferença entre o método direto* e o indireto é restrita à apuração do fluxo de caixa gerado –

ou consumido – pelas atividades operacionais.

2fluxo de caixa das atividades operacionais...

Esse fluxo de caixa tem como principais entradas os valores recebidos dos

clientes – quer pelas vendas à vista, quer pelas vendas a prazo – e tem como

principais saídas o pagamento a fornecedores, empregados, impostos, juros e

contas diversas.

3fluxo de caixa das atividades de investimento...

Esse fluxo tem como principais entradas os valores da venda de itens do

imobilizado, das participações acionárias e do resgate dos investimentos não

classificados como equivalentes a caixa.

Tem como principais saídas o pagamento da aquisição de itens para o

imobilizado, a aquisição de participações societárias em outras companhias e

aplicações em investimentos não classificados como equivalentes a caixa.

4fluxo de caixa das atividades de financiamento...

Esse fluxo tem como principais entradas a captação de dinheiro pela entidade,

quer com os sócios – integralização do capital social em dinheiro –, quer com

terceiros – obtenção de empréstimos.

Tem como principais saídas o pagamento de dividendos em dinheiro e o

pagamento do empréstimo.

1caixa...

Compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.

2equivalentes de caixa...

São aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente

conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um

insignificante risco de mudança de valor.

*método direto...

O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais

componentes das atividades.

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6.3.3 MÉTODO INDIRETO

Alguns passos devem ser seguidos no método indireto...

§ verificar as receitas e as despesas que influenciaram na apuração do resultado, mas

que não transitam pelo caixa – como depreciação e resultados não operacionais;

§ somar as despesas que não têm impacto no caixa;

§ subtrair as receitas que não geram caixa.

Ainda é preciso verificar, no balanço patrimonial inicial e final, a variação das contas operacionais

dos ativos operacionais1 e passivos operacionais2.

O método indireto faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado

pelas operações.

O método indireto começa pelo lucro líquido da DRE, ajustando os itens não caixa.

1ativos operacionais...

Clientes, estoques e despesas antecipadas.

É preciso verificar se os ativos operacionais aumentam (-) ou diminuem (+).

2passivos operacionais...

Fornecedores e despesas a pagar.

É preciso verificar se os passivos operacionais aumentam (-) ou diminuem (+).

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80

6.3.4 TABELA

Vejamos a tabela abaixo...

6.4 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

FC atividade operacional...lucro líquido(+ ) despesas que não transitam pelo caixa(= ) lucro ajustado(+ / -) variações nas contas operacionais

FC atividade operacional

FC atividade de investimento...

FC atividade de investimento

FC atividade de financiamento

FC atividade de financiamento saldo final saldo inicialaumento do saldo de caixa

A

B

CDE

A + B + C = D - E

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UNIDADE 7 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

7.1 CONCEITUAÇÃO

A estrutura de apresentação da DVA é a seguinte...

A demonstração do valor adicionado – DVA* – informa a riqueza gerada pela empresa durante

determinado período e a forma como essa riqueza foi distribuída.

A DVA apresenta a distribuição dessa riqueza na sociedade – empregados, governo,financiadores e acionistas.

7.1.1 EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

Receita de Vendas e Prestação de Serviços(-) Insumos adquiridos de terceiros(-) Serviços contratados de terceiros(=) Valor Adicionado Bruto(-) Despesa de Depreciação e Amortização(=) Valor Adicionado Líquido(+) Receitas Financeiras(=) Valor Adicionado a Distribuir

$ %Distribuição do Valor AdicionadoEmpregadosGovernoInvestidores e FinanciadoresAcionistas

*DVA...

A DVA surgiu na França, no final da década de 1960. Seu principal objetivo era

demonstrar os impactos que a empresa gerava à sociedade na qual estava

inserida.

Entretanto, o chamado balanço social francês só passou a ser exigido das

empresas no final da década de 1970, por força da Lei nº 77.769/1977.

Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral

medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de

terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja,

produzido por terceiros e transferido à entidade.

Você saberia diferenciar a DRE e a DVA?

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7.2 RELAÇÃO ENTRE VALOR ADICIONADO E PIB

Existe uma relação entre o valor adicionado e o PIB...

O PIB corresponde à riqueza gerada por uma sociedade durante determinado período.

O PIB está relacionado ao conceito de produção1.

O valor adicionado está relacionado ao conceito de venda2 – receita.

Sendo assim, o valor adicionado pode ser conciliado ao PIB, pois a diferença teórica entre esses

dois conceitos está nos estoques.

7.3 UTILIDADE DO DVA

A utilidade do DVA* é evidenciar o quanto a empresa agrega de valor à economia da sociedade

na qual está inserida e, ainda, como essa riqueza é distribuída entre os principais componentes

dessa sociedade – empregados, governo, financiadores e acionistas.

Portanto, se subtraímos do PIB o valor não realizado relativo aos estoques,

chegamos ao valor adicionado.

1conceito de produção...

Para os economistas, a riqueza gerada pelo Brasil durante o ano de 2007 –

US$1.314.199 milhões, calculados pelo IBGE – foi medida com base no valor

da produção – de bens e serviços – menos os insumos importados de outras

economias.

2conceito de venda...

Para os contadores, a riqueza gerada é medida com base na receita de venda

– de bens e serviços – menos os insumos adquiridos de terceiros.

*utilidade do DVA...

Portanto, é possível apontar potenciais usuários...

§ o poder judiciário, especificamente, as varas do trabalho – o juiz do

trabalho pode utilizar a informação distribuição do valor adicionado

aos empregados quanto ao percentual de aumento salarial – dissídio

coletivo;

§ o poder legislativo, especificamente, a câmara dos deputados e o senado

federal – os deputados e senadores podem utilizar a informação

distribuição do valor adicionado ao governo – impostos, taxas e

contribuições – para debater questões relacionadas à reforma tributária;

§ o poder executivo, especificamente, a secretaria de finanças de

uma prefeitura municipal – o prefeito e seu secretário, ao decidirem

quanto à concessão de um benefício fiscal, poderiam utilizar as

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7.4 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 8 – ESTOQUE E BAIXA DA MERCADORIA VENDIDA

8.1 ITENS QUE COMPÕEM O ESTOQUE

De acordo com o CPC 16*, estoques são ativos...

§ mantidos para venda no curso normal dos negócios;

§ em processo de produção para essa venda;   

§ na forma de materiais ou suprimentos, a serem consumidos ou transformados no

processo de produção ou na prestação de serviços.

8.1.1 COMPOSIÇÃO

De acordo com o princípio do custo como base de valor...

...o custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para colocá-lo em condições

de gerar benefícios para a entidade representa a base de valor para a contabilidade.

Portanto, n estoque, devem ser considerados...§ os preços devidos ou pagos ao fornecedor;

§ todos os demais gastos incorridos pela entidade e necessários para colocar o ativo

em condições de gerar benefícios para a entidade.

informações projetadas sobre a distribuição do valor adicionado

aos empregados segregada em pessoal residente no município e

pessoal trazido pela empresa de outras localidades e distribuição

do valor adicionado ao governo segregada em impostos, taxas e

contribuições do município em questão, de outros municípios, do

estado em questão, de outras UFs e da união;

§ os clientes poderiam analisar a DVA dos fornecedores com o

objetivo de prestigiar aquelas socialmente responsáveis em

detrimento das irresponsáveis – se o baixo preço cobrado for

financiado pela sonegação fiscal e pela exploração de trabalho

infantil, provavelmente, essa empresa apresentará irrisória

distribuição do valor adicionado a empregados e ao governo.

Os itens que compõem o estoque variam de acordo com o ramo de

atividades das entidades...

*CPC 16...

Pronunciamento emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis que diz

respeito a estoques. Esse pronunciamento tem como base o IAS 2.

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Estes incluem o custo de aquisição1 e os custos de transformação2.

8.1.2 REGRA ESTABELECIDA PELA LSA

A regra estabelecida pela LSA concilia...

...o critério básico de avaliação patrimonial pelo custo de aquisição – princípio do

registro pelo valor original;

...a característica qualitativa secundária da prudência – princípio da prudência.

8.1.3 PRUDÊNCIA RELATIVA AOS ESTOQUES

A prudência, relativa aos estoques, deu origem à regra de avaliação pelo valor de custo ou pelo

valor realizábel líquido – dos dois, o menor.

Valor de custo: Deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem

como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização

atuais.

Valor realizável líquido:

Preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzidos dos custos

estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se

concretizar a venda.

1Custo de aquisição...

O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos

de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem

como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis

à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços.

2Custos de transformação...

Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente

relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como

pode ser o caso da mão de obra direta. Também incluem a alocação sistemática

de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para

transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção

fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes

independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a

manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e os

custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis

são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de

produção, tais como materiais indiretos, energia elétrica e certos tipos de mão

de obra indireta.

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Acesse, no ambiente on-line, o exemplo.

8.2 VALOR DO ESTOQUE

Vários métodos podem determinar o valor do estoque quando bens idênticos são adquiridos por

preços diferentes em momentos diferentes.

Por isso, é importante estudar os métodos de mensuração do CMV.

O valor apurado mediante cada um desses critérios pode depender do sistema de controle de

estoques adotado pela entidade.

O sistema de controle dos estoques pode ser periódico ou permanente.

Neste curso, vamos estudar somente o custo médio ponderado móvel.

8.2.1 EXEMPLO

O custo médio ponderado móvel pressupõe o critério permanente dos estoques.

Vejamos os dados que nos servirão de base para a análise do método do custo médio ponderado

móvel...

A Comercial Mineira Ltda. começou determinado período com 10 unidades do produto MILK em

estoque.

O produto do estoque foi adquirido por R$ 20,00 a unidade.

Durante esse período, ocorreram algumas transações.

É preciso determinar o estoque final de produtos MILK, adotando cada um dos critérios.

8.2.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO

Vejamos a tabela que demonstra esses dados...

transação quantidade(unidades)

data

dia 5

dia 10

dia 22

dia 30

comprador&

fornecedor

compra à vista

venda à vista

compra a prazo

venda a prazo

UBA

Carangola

Cachambu

Areal

30

32

5

1

custo deaquisição ($)

25,00

30,00

preço devenda ($)

60,00

60,00

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Quando se controla os estoques permanentemente e se avalia os estoques pelo custo médio,

tem-se o chamado CMPM – custo médio ponderado móvel.

Mediante o CMPM, os estoques são avaliados pelo custo médio das mercadorias compradas,

ponderadas a cada aquisição.

O CMPM demanda o registro permanente das entradas e das saídas de mercadorias no estoque,

afinal, pressupõe o controle permanente.

8.2.3 MODELO DE CMPM

Vejamos um modelo de CMPM...

8.2.4 CONCLUSÕES DO EXEMPLO

O produto do estoque foi adquirido por R$ 20,00 a unidade. Sendo assim, o valor do estoque da

companhia correspondia a R$ 200,00.

A companhia adquiriu mais 30 unidades do mesmo produto, no dia 5, mas, dessa vez, ao preço de

R$ 25,00 a unidade.

O estoque passa, então, a ser avaliado a R$ 950,00, mas o custo unitário do produto* passa a ser de

R$ 23,75.

A Comercial Mineira Ltda. possuía, no início do período, 10 unidades do

produto MILK em estoque.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2

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8.2.5 MAIS CONCLUSÕES

A companhia vendeu 32 unidades do produto MILK, no dia 10.

O custo das mercadorias vendidas será de R$ 760,00, e o estoque fica avaliado em R$ 190,00.

A Companhia Mineira Ltda. efetua uma nova compra do produto MILK, no dia 22, adquirindo mais

5 unidades ao valor de R$ 30,00 cada uma.

O estoque passa a ser avaliado a R$ 340,00, e o valor unitário do produto passa a ser de

R$ 26,154 – arredondado para 3 casas decimais.

A companhia vendeu mais 1 unidade, no dia 30.

O custo das mercadorias vendidas será de R$ 26,154, e o valor do estoque

corresponderá a R$ 313,848.

8.3 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 9 – ATIVO IMOBILIZADO E DEPRECIAÇÃO

9.1 ATIVOS IMOBILIZADOS

O imobilizado corresponde às aplicações de recursos da entidade que...

§ não têm o objetivo de se transformar, diretamente, em dinheiro;

§ são utilizados em sua atividade, evitando a saída de caixa operacional.

Os ativos imobilizados são tangíveis por natureza.

9.2 CONSTITUIÇÃO DOS ATIVOS IMOBILIZADOS

A constituição dos ativos imobilizados em cada empresa vincula-se ao tipo de sua atividade

operacional e à política da administração.

Por exemplo...

Existem empresas que não possuem muitos ativos imobilizados, pois decidem atuar em imóveis

alugados, mas outras empresas só trabalham em imóveis próprios.

*custo unitário do produto...

Obtido a partir da média entre o valor total dos estoques e a quantidade total

das mercadorias em estoque.

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No setor industrial, geralmente, as empresas possuem grandes parques fabris, com

grande número de máquinas e computadores.

Já no setor de prestação de serviços, o tipo de ativo imobilizado mais significativo

relaciona-se à forma de atuação.

9.3 ATIVOS IMOBILIZADOS MAIS USADOS

Cada empresa apresentará suas particularidades, por exemplo, uma empresa aérea possui aviões,

uma empresa de transporte rodoviário possui ônibus e uma empresa transportadora marítima

possui navios.

Os ativos imobilizados mais utilizados são...

§ terrenos;

§ benfeitorias1;

§ instalações2;

§ máquinas e equipamentos;

§ móveis e utensílios;

§ veículos.

9.4 DESAFIO

Acesse, no ambiente on-line, o desafio.

9.5 GASTOS DE MANUTENÇÃO

Após a aquisição, conforme o bem vai se desgastando, é natural que a entidade incorra em gastos

de manutenção.

1benfeitorias...

Obras que a entidade faz em imóveis alugados.

Apesar de o imóvel de terceiros não ser reconhecido como ativo da entidade,

as obras que são feitas nele são reconhecidas no ativo imobilizado.

2instalações...

Correspondem, normalmente, à infraestrutura construída pela empresa, em

seus imóveis próprios.

Os exemplos mais recorrentes de instalações são...

§ cabeamento de internet;

§ fiações de energia elétrica;

§ tubulações de água e gás.

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Contabilmente, esses gastos são reconhecidos como despesa do período no qual o serviço de

manutenção foi executado, salvo se a manutenção tiver a capacidade de aumentar...

§ o tempo de vida útil do ativo;

§ a capacidade produtiva do ativo.

Caso a manutenção consiga gerar esses benefícios, tais gastos são somados ao antigo

custo de aquisição ainda não depreciado.

9.6 DEPRECIAÇÃO

Os bens da empresa, com exceção do terreno* e das obras de arte, têm vida útil limitada por

deterioração ou por se tornarem obsoletos.

Quase todos os ativos só conseguem gerar benefícios para a entidade de forma limitada

e esgotável.

Os custos incorridos na aquisição dos bens devem ser apropriados ao resultado nos

anos relacionados à sua utilização.

O reconhecimento do consumo é denominado depreciação.

9.6.1 CORRELAÇÕES

A depreciação corresponde à redução do valor do ativo imobilizado, em função...

§ do desgaste pelo uso;

§ da ação da natureza;

§ da obsolescência tecnológica.

O desgaste pelo uso e pela ação da natureza estão relacionados à utilização física dos bens do

ativo imobilizado...

...pois estão vinculados com o tempo de vida útil do ativo e sua forma de uso.

Veremos, na tela seguinte, a redução do valor do ativo imobilizado em função da obsolescência

tecnológica.

*terreno...

Terrenos e edifícios são ativos separáveis e são contabilizados separadamente,

mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente. Com algumas exceções,

como as pedreiras e os locais usados como aterro, os terrenos têm vida útil

ilimitada e, portanto, não são depreciados. Os edifícios têm vida útil limitada e,

por isso, são ativos depreciáveis. O aumento de valor de um terreno no qual um

edifício esteja construído não afeta o valor contábil do edifício.

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9.7 OBSOLÊNCIA DO ATIVO IMOBILIZADO

Um ativo imobilizado pode ser considerado obsoleto se o bem não tem mais mercado ou se um

novo ativo puder produzir um bem de qualidade superior ou por um custo muito inferior ao atual.

Um ativo pode estar em um bom estado físico, mas não ter mais utilidade. Essa forma de

depreciação acentua-se com o avanço da tecnologia.

9.8 CRITÉRIOS DE MENSURAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO

O imobilizado é reconhecido no balanço patrimonial por seu custo de aquisição,

subtraindo-se a depreciação acumulada até a data da elaboração do balanço.

A depreciação pode ser calculada por diferentes critérios.

O método das quotas constantes...

§ é um critério conhecido também como método linear ou linha reta;

§ é o mais comum e generalizadamente adotado.

9.8.1 VIDA

O termo depreciação, em contabilidade, significa a alocação sistemática do custo de um ativo

depreciável à despesa no período, ao longo de sua vida útil.

A vida útil de um ativo é definida de acordo com o período de tempo durante o qual a entidade

espera utilizar o ativo.

A política de gestão de ativos da entidade pode considerar a alienação de ativos após um período

determinado ou após o consumo de uma proporção específica de benefícios econômicos futuros

incorporados no ativo. Por isso, a vida útil de um ativo pode ser menor do que a sua vida econômica.

9.9 ESTIMATIVA DE DEPRECIAÇÃO

A depreciação é baseada em uma estimativa.

Não se pode definir com exatidão, no momento da compra de um ativo, como um edifício ou um

equipamento, sua vida útil efetiva.

A estimativa da vida útil do ativo é uma questão de julgamento baseado na

experiência da entidade com ativos semelhantes.

A obsolescência tecnológica está relacionada à depreciação funcional do

ativo.

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Muitos ativos imobilizados não são completamente depreciados, pois não se espera que eles

virem sucata depois do tempo de vida útil estipulado pela tabela.

O ativo possui um valor de venda no final do período de depreciação – esse montante é reconhecido

como valor residual*.

9.9.1 CÁLCULO DE DEPRECIAÇÃO

Quando o ativo imobilizado é comprado, subtrai-se o valor residual do valor original para se apurar

sua base depreciável.

É possível realizar esse cálculo de duas formas...

§ depreciação = (custo – valor residual)/ tempo de vida útil;

§ depreciação = (custo – valor residual) * taxa de depreciação.

As empresas brasileiras, antes da implementação da Lei 11.638, costumavam considerar que o

valor residual de seu imobilizado era nulo, ou seja, consideram que, ao final do tempo de vida útil,

seus ativos imobilizados não possuiriam nenhum valor de mercado.

Quando esse raciocínio é aplicado, o valor depreciável é igual ao valor original.

9.9.2 CONTA DEPRECIAÇÃO

A conta depreciação acumulada é classificada, no balanço patrimonial, no lado do ativo, como

uma redução do custo do bem depreciado, portanto, a depreciação acumulada é uma conta

redutora do imobilizado. Na demonstração de resultado do exercício, a conta despesa de

depreciação é reconhecida a cada ano.

A despesa diz respeito apenas àquele exercício social.

9.10 IMPAIRMENT

O custo histórico de aquisição não será recuperado ser for maior que o maior valor entre:

§ o valor realizável líquido, que se pretende auferir na venda, deduzidas as despesas

estimuladas de venda;

§ o valor presente dos fluxos futuros esperados, que se pretende auferir mediante o

uso.

*valor residual...

Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a

venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já

tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil.

Deve-se assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por

um valor superior àquele passível de ser recuperado.

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9.10.1 EXEMPLO

Fátima é a contadora de uma empresa em uma pequena cidade do Brasil que tem uma limusine

para alugar para casamentos. A empresa comprou a limusine há seis meses por R$90.000 e

espera utilizá- la por 10 anos.

Qual é o valor contábil líquido da limusine, ou seja, qual o valor de custo deduzido da depreciação

acumulada até o momento?.

Valor contábil líquido= 90.000- 4.500= 85.500.

Ao avaliar o mercado, foi verificada a entrada de um novo concorrente, que possui carros mais

luxuosos.  Fátima refez as estimativas de fluxos de caixa futuros relacionados ao uso da limusine.

Através da análise das projeções, verificou que o Valor Presente ( VP) dos Fluxos de Caixa Futuros

= R$70.000. Ela efetuou uma pesquisa de mercado e constatou que o preço de venda da limusine

da forma que ela se encontra é R$76.000.

Para a obtenção do Valor Recuperável, efetuou a comparação entre os dois valores acima e

verificou que o maior entre os dois é o valor líquido de venda no montante de R$ 76.000.

Fátima deve, então, reconhecer o impairment da limusine, já que o maior valor que ela poderá

recuperar será R$76.000. O valor do impairment é comparado com o valor contábil de R$85.500,

sendo então reconhecida uma despesa no valor de R$9.500.

9.11 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

9.12 AVALIAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, a avaliação deste módulo.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3

93

MÓDULO 3 – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

INTRODUÇÃO

Agora que já conhecemos a estrutura e as características das principais demonstrações contábeis,

vamos para o último módulo, em que aprenderemos a realizar a análise dessas demonstrações

contábeis!

APRESENTAÇÃO

Este módulo está dividido em três unidades...

1. resultados contábil, econômico e financeiro;

2. análise vertical e horizontal;

3. análise por indicadores.

UNIDADE 1 – RESULTADOS CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO

1.1 INSTRUMENTOS PARA A ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA

Para a realização da análise econômico-financeira de uma empresa, o analista utiliza, pelo menos...

§ balanço patrimonial – BP;

§ demonstração do resultado do exercício – DRE;

§ montante das compras no período a que se referem às demonstrações;

§ DFC, DMPL e as notas explicativas, quando houver;

§ informações complementares.

1.2 PROCESSO PARA A ANÁLISE

O processo para a análise e tomada de decisões se pauta no seguinte fluxo...

§ obtenção das demonstrações contábeis da empresa;

§ obtenção de informações sobre o segmento econômico da empresa;

§ ajustes e reclassificações das demonstrações contábeis da empresa;

§ cálculo dos indicadores;

Vamos começar?!

As demonstrações contábeis devem conter o título, a data de referência, a

unidade monetária, a assinatura e o número de registro no CRC do contador, a

assinatura e o número da carteira de identidade do responsável pela empresa.

A análise de balanços baseia-se no raciocínio científico...

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M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira

94

§ escolha dos indicadores mais significativos;

§ comparação dos indicadores a padrões;

§ diagnóstico e conclusões;

§ decisões.

Se necessário...

       

Após a análise prévia das informações, os dados devem ser ratificados ou retificados,

mediante verificação e ajuste à realidade da empresa.

1.3 EXPRESSÕES EMPREGADAS

Ter lucro, mas não ter dinheiro... Ter dinheiro, mas não ter lucro...

Essas são expressões muito empregadas no mundo dos negócios...

Contudo, quando falamos em análise de balanços, precisamos definir bem esses

termos...

Logo, o resultado...

Contábil: refere-se ao confronto entre as receitas e as despesas durante determinado período,

reconhecidas em consonância com a estrutura conceitual da contabilidade, destacando-se o

pressuposto da competência.

Econômico: refere-se ao lucro contábil ajustado por eventos de natureza subjetiva*.

Financeiro: refere-se ao confronto entre as entradas e as saídas de caixa durante determinado

período, descontado o custo do dinheiro no tempo.

1.4 ENFOQUES

A rigor, podemos analisar o resultado de uma empresa sob três enfoques...

Resultado contábil...

O resultado contábil deriva do confronto, em um dado período, de receitas e despesas

objetivamente identificáveis.

*eventos de natureza subjetiva...

Alteração de valor da marca, custo de oportunidade, alteração de valor do

capital intelectual.

As receitas e despesas são reconhecidas no momento oportuno, tendo por

norte sua competência e realização, sob o ponto de vista contábil.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3

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Resultado econômico...

Resultado econômico é o resultado contábil ajustado pelas receitas e despesas de

natureza subjetiva.

Resultado financeiro...

O resultado financeiro deriva do confronto, em um dado período, dos ingressos

potenciais ou efetivos de caixa contra as saídas potenciais ou efetivas de caixa, associados

ao custo do dinheiro no tempo.

1.5 DEMONSTRAÇÕES UTILIZADAS

A análise de uma empresa deve considerar tanto a demonstração de resultado, que evidencia o

lucro ou prejuízo, quanto a demonstração do fluxo de caixa – DFC*.

1.6 AJUSTES RECOMENDADOS

De posse das demonstrações financeiras e das informações complementares, são recomendados

os seguintes ajustes nessas demonstrações, de modo a padronizá-las para a análise...

Duplicatas descontadas...

Retirar as duplicatas do ativo circulante e reclassificá-las no passivo circulante.

O desconto de duplicatas é um empréstimo para o capital de giro...

Logo, essa reclassificação possibilita analisar mais adequadamente as fontes de recursos

que a empresa vem utilizando.

1.7 CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO E PASSIVO CIRCULANTE

Além dos ajustes que vimos, as contas do ativo circulante e passivo circulante são classificadas em

dois grupos...

Financeiro...

Ativo circulante financeiro – engloba as contas que representam caixa, equivalente

a caixa e demais aplicações financeiras.

As receitas e despesas de natureza subjetiva são reconhecidas quando da

ocorrência do evento econômico que lhes deu origem.

O resultado financeiro está associado aos fluxos monetários de uma

entidade e seus respectios prazos.

*DFC...

Como vimos, a demonstração do fluxo de caixa evidencia o movimento de

caixa da empresa, mostrando o resultado financeiro de curto prazo.

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Passivo circulante financeiro – engloba as contas que representam as dívidas a

curto prazo que não fazem parte das atividades diárias da empresa.  

Cíclico...

Ativo circulante cíclico – engloba as aplicações de recursos em contas relacionadas

à atividade de compra, transformação e venda, relacionando-se ao ciclo operacional da

empresa1.

Passivo circulante cíclico – engloba as contas que identificam os financiadores

normais da atividade da empresa, constituindo fontes espontâneas de recursos2.

1.8 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

2.1 VANTAGENS DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

As análises vertical e horizontal acumulam duas vantagens...§ desenvolvimento de cálculos;§ interpretação de resultados.

Isso permite ao analista identificar aspectos* a serem melhor explorados no aprofundamento da

investigação.

2.2 ANÁLISE VERTICAL

1ciclo operacional da empresa...

Clientes/duplicatas a receber, estoques, adiantamento a fornecedores...

2fontes espontâneas de recursos...

Fornecedores, salários e encargos a pagar, impostos a recolher...

*identificar aspectos...

Entretanto, a utilização isolada de qualquer dessas metodologias não permite

ao analista tirar conclusões sobre a situação econômico-financeira da entidade

analisada...

Logo, é necessário complementar seu trabalho com a análise por indicadores.

A análise vertical é uma metodologia que mostra a participação percentual

de cada um dos itens das demonstrações financeiras* em relação ao somatório de

seu grupo.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3

97

A análise vertical é de grande importância – principalmente, quando aplicada à DRE –, pois

possibilita detectar a composição percentual das receitas e despesas, evidenciando aquelas que

mais influenciaram na formação do lucro ou prejuízo.

2.2.1 ATIVO E PASSIVO TOTAL

No balanço, verificamos o percentual que representa cada conta ou grupo de contas, em relação

ao ativo ou passivo total.

*participação percentual de cada um dos itens das demonstrações

financeiras...

Com esse instrumento podemos visualizar, de modo objetivo e direto, a

representatividade de cada componente das demonstrações, identificando

aqueles que mais contribuem para a formação do conjunto objeto da análise.

OVITA 00.21.13 10.21.13

latoTovitA 000.005.4 000.057.6

etnalucriC 000.034.1 000.080.2axiaC 000.01 000.01socnaB 000.083 000.004

rebeceRasatnoC 000.055 000.006asodivuD.qiLedsotidérC/P.vorP) 000.5- 000.6-

euqotsE 000.034 000.020.1sadapicetnAsasepseD 000.56 000.65

ozarPognoLalevázilaeR 000.024 000.026seõçacilpA 000.024 000.026etnenamreP 000.056.2 000.050.4sotnemitsevnI 000.008 000.008

adreP/poãsivorP)

odazilibomI 000.000.2 000.005.3vorP) adreP/poãsi

adalumucaoãçaicerpeD) 000.051- 000.052-odirefiD

adalumucaoãçazitromA)

OVISSAP 00.21.13 10.21.13

LP+ovissaP 000.005.4 000.057.6

etnalucriC 000.052.1 000.006.1rodecenroF 000.055 000.008

ragaPasomitsérpmE 000.001 000.001

ragaPasotsopmI 000.006 000.007ozarPognoLalevígixE 000.052 000.051sodalecrapsotsopmI 000.052 000.051

sorutuFsoicícrexEedodatluseR

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98

2.2.2 ANÁLISE VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL

Vejamos a análise vertical do BPFRS...

Sabemos que, na análise vertical do BP, o ativo total, R$6.750.000, representa 100% da estrutura.

Logo...

§ o ativo circulante representa 30,8% da estrutura;

§ o ativo realizável a longo prazo representa 9,18% da estrutura;

§ o ativo permanente representa 60% da estrutura.

2.2.3 RESULTADO

O percentual que representa cada conta ou grupo de contas, em relação ao ativo ou passivo total,

também pode ser verificado na DRE...

Comparamos cada conta de custo, despesa ou subtotal à receita operacional bruta.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3

99

2.3 RESULTADO NA ANÁLISE VERTICAL

Vejamos a análise vertical da DRE da FRS...

Sabemos que, na análise vertical da DRE, a receita, R$10.000.000 representa 100% da estrutura.

Logo...

§ as despesas de vendas representam -6,5% da estrutura;

§ as despesas receitas financeiras representam 0,5% da estrutura;   

§ as despesas gerais e administrativas representam -9,0% da estrutura.

Dessa forma, podemos avaliar a relevância de cada conta ou grupo em

relação aos valores totais da empresa.  

RESULTADO 31.12.00 31.12.01

Receitas de Venda 8.000.000 10.000.000

(–) Impostos s/ vendas (40.000) (50.000)

(–) Devoluções (30.000) 0

(=) Receita Líquida 7.930.000 9.950.000

(–) Custo das Mercadorias Vendidas (5.000.000) (7.000.000)

(=) Lucro Bruto 2.930.000 2.950.000

(–) Despesas de Vendas (620.000) (650.000)

(–) Despesas Receitas Financeiras (30.000) (50.000)

(–) Despesas Gerais e Administrativas (1.100.000) (900.000)

(=) Lucro Operacional 1.180.000 1.350.000

(+) Receitas Despesas Não Operacionais 20.000 0 (=) Lucro antes do Imposto de Renda 1.200.000 1.350.000

(–) Provisão para IR e CSLL (420.000) (472.500)

(=) Lucro Líquido 780.000 877.500

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100

2.4 EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

2.5 ANÁLISE HORIZONTAL SEM INFLAÇÃO

A análise horizontal é efetuada com base em dois ou mais exercícios financeiros – todos expressos

em moeda constante e em valores monetários da mesma data – para verificar evolução ou

involução de seus componentes.

É na análise horizontal que podemos observar o comportamento dos diversos itens do

patrimônio...

É na análise horizontal que podemos observar, principalmente, os índices necessários

à análise de tendência.

RESULTADO Análise 0131.12.01

Receitas de Venda 100%10.000.000

(–) Impostos s/ vendas -0,5%-50.000

(–) Devoluções 0,0%0(=) Receita Líquida 99,5%9.950.000

(–) Custo das Mercadorias Vendidas -70%-7.000.000

(=) Lucro Bruto 29,5%2.950.000

(–) Despesas de Vendas -6,5%-650.000

(–) Despesas – Receitas Financeiras 0,5%-50.000

(–) Despesas Gerais e Administrativas -9,0%-900.000

(=) Lucro Operacional 13,5%1.350.000

(+) Receitas - Despesas Não Operacionais 0,0%0

(=) Lucro antes do Imposto de Renda 13,5%1.350.000

(–) Provisão para IR e CSLL -4,7%-472.500(=) Lucro Líquido 8,8%877.500

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3

101

Vejamos, por exemplo, a análise horizontal dos dados da FRS...

2.5.1 CONTINUAÇÃO 1

Vejamos a análise horizontal da DRE da Natura...

Ao realizarmos a análise horizontal, estamos querendo comparar os saldos para verificar ocomportamento da empresa. Portanto, o próprio saldo que queremos investigar será 100%.

Olhando para os saldos da Natura sem levar em consideração a inflação, temos que...§ a receita de vendas cresceu em 25%1;§ o lucro bruto cresceu em 0,7%2;

§ o lucro líquido cresceu em 12,5%3...

Análise Horizontal sem considerar a inflação

Resultado 31.12.00 31.12.01

(-) Impostos s/ vendas

8.000.000 10.000.000

(-) Devoluções -30.000 0

(=) Receita Líquida 7.930.000 9.950.000

(-) Custo das Mercadorias Vendidas -5.000.000 -7.000.000

(=) Lucro Bruto

(-) Despesas de Vendas

2.930.000

-620.000

(-) Despesas - Receitas Financeiras -30.000 -50.000

(-) Despesas Gerais e Administrativas -1.100.000 -900.000

(=) Lucro Operacional 1.180.000 1.350.000

(+) Receitas - Despesas Não Operac. 20.000 0

(=) Lucro antes do Imposto de Renda 1.200.000 1.350.000

(-) Provisão para IR e CSLL -420.000 -472.500

(=) Lucro Líquido 780.000

Receitas de vendas

-40.000 -50.000

2.950.000

-650.000

877.500

1a receita de vendas cresceu em 25%...

Temos de considerar que a receita de vendas obtida em 2000, R$ 8.000.000,00

é 100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão de que a diferença de

R$ 2.000.000,00 representa um aumento de 25% desse valor.

2lucro bruto cresceu em 0,7%...

Temos de considerar que o lucro bruto obtido em 2000, R$ 2.930.000,00 é

100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença de R$

20.000,00 representa um aumento de 0,7% desse valor.

3o lucro líquido creceu em 12,5%...

Temos de considerar que o lucro líquido obtido em 2000, R$ 780.000,00 é

100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença de R$

97.500,00 representa um aumento de 12,5% desse valor.

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102

Contudo, para que tenhamos um resultado mais próximo da realidade, precisamos considerar a

inflação, isso porque precisamos comparar moedas com o mesmo valor...

Vamos ver como ficará a análise...

2.5.2 CONTINUAÇÃO 2

Considerando que a inflação de 2001 tenha sido de 10%, temos de reajustar os valores de 2000

para fazermos a comparação.

Olhando para os saldos da Natura, notamos que...

§ a receita de vendas cresceu 13,63%, e não 25%, conforme havíamos previsto sem

considerar a inflação1;

§ o lucro bruto diminuiu em 8,47%2;

§ o lucro líquido cresceu em 2,27%3...

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103

Podemos perceber que considerar a inflação pode fazer muita diferença em alguns casos.

O ideal é que a empresa utilize seu próprio índice de preço para realizar o ajuste dos valores.

2.6 ANÁLISES COMPARATIVAS

Com as demonstrações estruturadas da forma apresentada, podemos fazer diversas análises

comparativas...

Podemos comparar tanto a variação dos valores de cada conta ou grupo de contas ao longo dos

exercícios quanto a variação dos índices da empresa* nos períodos analisados.

1a receita de vendas cresceu em 13,63%...

Temos de considerar que a receita de vendas obtida em 2000, R$ 8.800.000,00

é 100%, logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença

representa um aumento de 13,63% deste valor.

2o lucro bruto diminuiu em 8,47%...

Temos de considerar que o lucro bruto obtido em 2000, R$ 3.223.000,00 é

100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença

representa uma diminuição de 8,47% deste valor.

3o lucro líquido creceu em 2,27%...

Temos de considerar que o lucro líquido obtido em 2000, R$ 858.000,00 é

100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença

representa um aumento de 2,27% desse valor.

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104

2.7 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – ANÁLISE POR INDICADORES

3.1 DEFINIÇÃO DO TIPO DE INDICADORES

Para analisar a situação econômico-financeira de uma empresa, com vista à avaliação de sua

capacidade – em termos de segurança, liquidez, lucratividade e rentabilidade...

O analista deve-se valer das demonstrações financeiras de, pelo menos, três exercícios

sucessivos.

O analista deve extrair dessas demonstrações indicadores que lhe forneçam as

informações desejadas.

3.2 DIFERENTES INTERESSES

Ao proprietário da empresa importa, fundamentalmente, detectar problemas e os pontos fortes

existentes para, a partir daí, traçar estratégia no sentido de corrigir as falhas ou aproveitar as

oportunidades.

Ao analista externo interessa saber a viabilidade ou não da aplicação de recursos na empresa.

Por exemplo...

Em um empréstimo de capital de giro de curto prazo, o gerente do banco está interessado,

basicamente, no retomo seguro dos capitais emprestados...

Dessa forma, ele privilegia os aspectos relacionados à liquidez e à segurança.

*variação dos índices da empresa...

A análise vertical dos índices dispensa a preocupação do analista quanto aos

patamares de inflação no período considerado, uma vez que os índices são

resultados de comparações de grandezas de uma mesma data.

Ou seja, é a ótica do analista que determinará os caminhos a serem trilhados.

Essa análise define não só o tipo de indicador a ser utilizado mas também a

postura do analista.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3

105

Contudo, em um empréstimo de longo prazo, o gerente dá também ênfase à capacidade de

geração de lucro e à eficiência operacional da empresa...

Ele privilegia os aspectos relacionados à rentabilidade.

3.3 ÍNDICE – CONCEITUAÇÃO

O principal instrumento utilizado para a análise da situação econômico-financeira das empresas

é o índice, ou seja, o resultado da comparação entre grandezas.

3.3.1 CONTEXTO

O índice não deve ser considerado isoladamente, dinamicamente e em um contexto mais amplo,

em que outros indicadores e outras variáveis devem ser conjugadamente ponderados.

Por exemplo, um elevado grau de endividamento não significa, necessariamente, que

a empresa esteja à beira da insolvência.

Há empresas que convivem com níveis altos de endividamento, sem comprometer

sua solvência, já que há outros fatores que podem atenuar essa condição.

3.3.2 INFLUÊNCIA DOS INDICADORES NA ANÁLISE

A influência de cada indicador na análise econômico-financeira das empresas pode ser feita apartir de cinco grupos...

§ índices de liquidez – medem a posição financeira da empresa, em termos de

capacidade de pagamento;§ índices de endividamento...

§ avaliam a segurança oferecida pela empresa aos capitais alheios;

§ revelam a política de obtenção de recursos da empresa;§ índices de lucratividade – avaliam o desempenho da empresa em termos de

capacidade de gerar lucros;

§ índices de rentabilidade – avaliam o desempenho global da empresa em termosde capacidade de remunerar o capital aplicado;

§ indicadores de prazos médios – revelam a política de compra, estocagem e

venda da empresa.

Vejamos cada grupo...

3.3.2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Os índices de liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da empresa em satisfazer

os compromissos para com terceiros.

Os índices, portanto, servem como termômetro na avaliação da saúde

financeira da empresa.

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106

Os índices de liquidez evidenciam quanto a empresa dispõe de bens e direitos em

relação às obrigações assumidas no mesmo período.

3.3.2.1.1 OS MAIS CONHECIDOS

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.3.2.1.2 TIPOS DE ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Vamos conhecer melhor os principais índices de liquidez...

Liquidez corrente...

A liquidez corrente é um dos índices mais conhecidos e utilizados na análise de

balanços.

A liquidez corrente indica quanto a empresa pode dispor em recursos de curto prazo

– disponibilidades, clientes, estoques... – para pagar suas dívidas circulantes –

fornecedores, empréstimos e financiamentos de curto prazo, contas a pagar...

A fórmula da liquidez corrente é...

AC – ativo circulante;

PC – passivo circulante.

Liquidez seca...

A liquidez seca é uma medida mais rigorosa para avaliação da liquidez da empresa.

A liquidez seca indica o quanto a empresa pode dispor de recursos circulantes – sem

vender seus estoques e sem amortizar as despesas antecipadas – para fazer frente a

suas obrigações de curto prazo.

A fórmula da liquidez seca é...

AC

PC

AC - estoques - despesas antecipadas

PC

Você sabe dizer quais são os índices de liquidez mais conhecidos?

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3

107

AC – ativo circulante;

PC – passivo circulante.

Se a liquidez seca for igual ou maior que 1, podemos dizer que a empresa não depende

da venda de estoques para saldar seus compromissos de curto prazo.

Por outro lado, quanto mais abaixo da unidade, maior é a dependência de vendas para

honrar suas dívidas.

Liquidez geral...

A liquidez geral é uma medida da capacidade de pagamento de todo o passivo exigível

da empresa.

A liquidez geral indica o quanto a empresa pode dispor de recursos circulantes

e de longo prazo para honrar todos os seus compromissos.

A fórmula da liquidez geral é...

AC – ativo circulante;

RLP – ativo realizável a longo prazo;

PC – passivo circulante;

ELP – passivo exigível a longo prazo.

3.3.2.1.3 EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.3.2.2 ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL

Os índices de endividamento avaliam a segurança que a empresa oferece aos capitais alheios e

revelam sua política de obtenção de recursos.

O ativo de uma empresa é financiado pelos capitais próprios – PL – e por capitais de terceiros –

passivo.

Quanto maior for a participação de capitais de terceiros nos negócios de uma empresa,

maior será o risco a que eles – terceiros – estão expostos.

AC + RLP

PC + ELP

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108

Por exemplo, normalmente, são utilizados os seguintes índices....

Todos esses índices são interpretados como quanto maior, pior.

3.3.2.2.1 PRINCIPAIS ÍNDICES

Vamos conhecer melhor os índices de endividamento...

Endividamento geral – EG...

O endividamento geral revela o grau de endividamento total da empresa.

O endividamento geral expressa a proporção de recursos de terceiros

financiando o ativo e, complementarmente, a fração do ativo que está sendo

financiada pelos recursos próprios.

A fórmula do endividamento geral é...

PC – passivo circulante;

ELP – passivo exigível a longo prazo.

composição de passivooneroso

endividamento geral

composição daexigibilidades

imobilização dopatrimônio liquido

passivo onerososobre ativo total

CPO

EG

CE

IPL

EO

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3

109

O endividamento geral pode apresentar diversas situações ...

O endividamento é menor que o PL.

Há predominância de capitais próprios investidos na empresa.

O ativo é financiado em igual proporção por recursos de terceiros e próprios.

O PL é igual às exigibilidades.

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M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira

110

Há predominância de capitais de terceiros investidos na empresa.

A empresa não tem PL.

Todo o ativo é financiado por recursos de terceiros.

Passivo a descoberto.

Insolvente.

As obrigações perante terceiros superam o total de ativo.

Composição das exigibilidades – CE...

A composição das exigibilidades é uma medida da qualidade do passivo da empresa

em termos de prazos.

A composição das exigibilidades compara o montante de dívidas no curto prazo

ao endividamento total.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3

111

A fórmula da composição das exigibilidades é...

         

PC – passivo circulante;

ELP – passivo exigível a longo prazo.

Ou seja...

Quanto mais curto for o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco oferecido

pela empresa.

De outra forma...

Empresas com endividamento concentrado no longo prazo – principalmente,

decorrente de investimentos efetuados – oferecem uma situação mais tranquila

no curto prazo.

EO...

O endividamento oneroso sobre ativo mostra a participação das fontes onerosas de

capital1 no financiamento dos investimentos totais da empresa, revelando sua

dependência a instituições financeiras.

A fórmula do endividamento oneroso é...

PCO – passivo circulante oneroso;

ELPO – exigível a longo prazo oneroso.

Composição do passivo oneroso – CPO...

Apresenta a qualidade do passivo oneroso em termos de prazo de vencimento da

dívida.

Quanto maior for esse índice, maiores serão as despesas financeiras

incorridas, influenciando o resultado do exercício.

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M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira

112

Sua mecânica é semelhante à da composição do endividamento – CE. Entretanto, foca,

exclusivamente, no passivo oneroso.

Sua fórmula é:

PCO = passivo circulante oneroso;

ELPO = exigível a longo prazo oneroso.

Quanto maior o quociente...

...maior a parcela do passivo oneroso exigível  dentro de um ano. Portanto...

...maior o risco a que a empresa expõe seus financiadores...

...consequentemente, pior a situação financeira da empresa, o que pode ensejar

na cobrança de juros mais caros.

Por outro lado, quanto menor o quociente...

...maior a parcela do passivo oneroso exigível a longo prazo.

Isso demonstra que a empresa consegue convencer as instituições financeiras de que

seu projeto é viável e interessante no longo prazo, o que propicia a cobrança de juros

mais baratos. Afinal, menor é o risco incorrido pelo financiador.

Imobilização do patrimônio líquido – IPL...

A imobilização do patrimônio líquido exprime o quanto do ativo imobilizado da empresa

é financiado por seu patrimônio líquido.

A imobilização do patrimônio líquido evidencia a maior ou menor dependência

de aporte de recursos de terceiros2 para a manutenção dos negócios.

Em princípio, o ideal é que as empresas imobilizem a menor parte possível de seus

recursos próprios.

Dessa forma, não ficarão na dependência de capitais alheios para a movimentação

normal de seus negócios.

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Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3

113

A fórmula da imobilização do patrimônio líquido é:

Imob = ativo imobilizado;

PL = patrimônio líquido.

3.3.2.2.2 EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

1fontes onerosas de capital...

Entendemos por passivo oneroso – seja de curto ou longo prazo – as dívidas

com terceiros sobre as quais a entidade paga – deve, incorre – juros – despesas

financeiras. Exemplos de passivos onerosos são empréstimos, financiamentos,

debêntures e impostos parcelados.

Fonte:SZUSTER et al, 2007, p. 358

2maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros...

A correta administração dos recursos de uma empresa pressupõe um adequado

casamento dos prazos das aplicações dos recursos com os prazos de vencimento

das fontes.

Dessa forma, convencionou -se dizer que o ativo imobilizado deve ser financiado

pelo patrimônio líquido- pois são recursos próprios que também estão

imobilizados na empresa ou financiando a empresa por longo prazo.

O analista deve atentar para os casos em que a empresa possui financiamentos

de longo prazo para novos investimentos – expansão, relocalização ou

modernização de seu parque fabril. Nesses casos, o índice IPL – divisão do

Imobilizado pelo Patrimônio Líquido – pode apresentar- se em níveis muito

elevados. Este aspecto deve ser avaliado.

Uma empresa que financia seu imobilizado com passivos de longo prazo revela

uma decisão de administração de gerenciamento de estrutura de capital.

Tal fato deve merecer comentários do analista para melhor subsidiar a decisão

de crédito. Um fato importante é que o ativo deve gerar retorno suficiente em

um prazo adequado para pagamento do passivo e seus encargos.

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M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira

114

3.3.2.3 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE

Para calcular a lucratividade* e os demais indicadores apresentados nesta disciplina, precisamos

acessar informações providas pelo balanço patrimonial e pela demonstração do resultado do

exercício.

A lucratividade é uma medida de eficácia do uso dos recursos colocados à disposição da

administração da empresa. Portanto, quanto maior, melhor.

Os principais índices de lucratividade são...

Margem líquida de lucro – ML...

A margem líquida de lucro mede a lucratividade obtida pela empresa.

A margem líquida de lucro reflete o ganho líquido da empresa em cada unidade

de venda.

A fórmula da margem líquida de lucro é...

Margem operacional de lucro – MOL...

A margem operacional de lucro mede a lucratividade das vendas – lucro sobre as

vendas.  

A margem operacional de lucro avalia o ganho operacional da empresa –

resultado antes das receitas e despesas não operacionais – em relação a seu

faturamento.

A MOL representa a capacidade de a empresa gerar resultado com as vendas.

A fórmula da margem operacional de lucro é...

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3.3.2.3.1 DESAFIO

Acesse, no ambiente on-line, o desafio.

3.3.2.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE

Os índices de rentabilidade* têm por objetivo avaliar o desempenho final da empresa.

A rentabilidade é o reflexo das políticas e das decisões adotadas pelos administradores,

expressando, objetivamente, o nível de eficiência e o grau do êxito econômico-

financeiro atingido.

3.3.2.4.1 PRINCIPAIS ÍNDICES DE RENTABILIDADE

Os principais índices de rentabilidade são…

Rentabilidade do patrimônio líquido – RPL...

A rentabilidade do patrimônio líquido mede a remuneração dos capitais própriosinvestidos na empresa, ou seja, quanto a empresa oferece de riqueza aos sócios, noperíodo.

Do ponto de vista de quem investe em uma empresa, esse deve ser o índice maisimportante.

A RPL permite – além de avaliar a remuneração do capital próprio – analisar se esserendimento é compatível com as alternativas de aplicação.

A fórmula da rentabilidade do patrimônio líquido é...

*lucratividade...

A lucratividade reflete o quanto percentual da receita sobra para compor o

resultado da empresa, a cada período.

(SZUSTER et al, 2008, p. 463).

Todos os índices de rentabilidade devem ser considerados… Ou seja, quanto

maior, melhor.

*índices de rentabilidade...

A partir deste momento, devemos utilizar, para análise, não somente o balanço

patrimonial mas também a demonstração de resultado do exercício – DRE.

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Em que:

    L L = lucro líquido

  PLm = patrimônio líquido médio*

Por exemplo...

Ao avaliar a RPL, um investidor pode optar por uma aplicação no mercado

financeiro em vez de aplicar em uma empresa que está oferecendo baixa

rentabilidade.

Rentabilidade do ativo – RA...

A rentabilidade do ativo indica em que taxa a empresa remunera os investimentos

totais nela aplicados.

Sempre que houver dados de duas demonstrações consecutivas, devemos

utilizar o ativo total médio para comparar com o lucro líquido.

A fórmula da rentabilidade dos investimentos é...

@IR – alíquota do imposto de renda.

*patrimônio líquido médio...

Em que...

PL0 = patrimônio líquido no início do período

PL1 = patrimônio líquido no final do período

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3.3.2.4.2 EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.3.2.5 INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS

Os indicadores de prazos médios – também conhecidos como índices de atividade – refletem a

dinâmica de algumas verbas do patrimônio, isto é, quantos dias elas levam para girar durante o

exercício – rotação.

Não devem ser analisados individualmente, mas sempre em conjunto com outros

indicadores.

A análise dos prazos médios constitui importante instrumento para conhecermos a

política de compra e venda adotada pela empresa.

A partir da análise dos prazos médios, podemos constatar a eficiência com que os recursos estão

sendo administrados – duplicatas a receber, estoques e fornecedores.

3.3.2.5.1 PRINCIPAIS INDICADORES

Todos os indicadores de prazos médios pressupõem que os valores utilizados como numerador –

estoques, clientes e fornecedores – não sofrem grandes alterações durante o exercício.

Por exemplo...

Se a conta estoques apresenta o valor de R$ 300,00 no balanço, pressupõe-se que a

empresa mantém um estoque médio desse valor durante o exercício.

Os prazos médios comumente utilizados são...

Prazo médio de estocagem – PME...

O prazo médio de estoques exprime o número de dias – em média – em que os

estoques são renovados ou vendidos.

O prazo médio de estoques é o número de dias que decorre, em média, entre

a compra e a venda.

O prazo médio de estoques é o número de dias, em média, em que os estoques

ficam parados na empresa.

O ideal é que os estoques girem o mais rápido possível.

Sempre que há dados de duas demonstrações consecutivas, devemos utilizar a média

da conta estoques para comparar com o custo dos produtos vendidos.

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A fórmula do prazo médio de estoques é...

Prazo médio de recebimento de clientes – PMRC...

O prazo médio de recebimentos de clientes demonstra o prazo médio de recebimentos

das vendas totais da empresa, indicando o tempo decorrido entre a venda de seus

produtos e o efetivo ingresso de recursos.

O ideal é que o recebimento das vendas se dê no menor prazo possível.

Sempre que houver dados de duas demonstrações consecutivas, devemos utilizar a

média da conta clientes para comparar com as vendas – receita operacional bruta –,

ROB.

A fórmula do prazo médio de recebimentos é...

Ciclo operacional – CO...

O ciclo operacional indica o tempo decorrido entre o momento em que a empresa

adquire as matérias-primas e mercadorias e o momento em que recebe o dinheiro

relativo às vendas.

A fórmula do ciclo operacional é...

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Graficamente, o ciclo operacional pode ser assim representado...

Neste caso apresentado, a matéria-prima é comprada em d = 0.

A mercadoria é vendida em d = 10. O pagamento é efetuado pelo cliente em d = 15.

Portanto, o clico operacional é de 25 dias.

Prazo médio de pagamento a fornecedores – PMPF...

O prazo médio de pagamento exprime o prazo que a empresa vem obtendo de seus

fornecedores para pagamento das compras de matérias-primas ou mercadorias.

Logo, o prazo médio de pagamento é o número de dias que decorre, em média, entre

a compra e o respectivo pagamento a fornecedores.

Logo, quanto maior for o PMPF, melhor será a situação da empresa, pois estará

financiando seu giro com recursos não onerosos.

Sempre que há dados de duas demonstrações consecutivas, devemos utilizar a média

da conta fornecedores para comparar com montante de compras – compras.

 compras = CPV + estoque final - estoque inicial

A fórmula do prazo médio de pagamento é...

Ciclo financeiro – CF...

O ciclo financeiro é o tempo decorrido entre o instante do pagamento aos fornecedores

pelas mercadorias adquiridas e o recebimento pelas vendas efetuadas.

O ciclo financeiro é o período em que a empresa necessita ou não de financiamento

complementar para seu ciclo operacional.

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A fórmula do ciclo financeiro é...

Graficamente o ciclo financeiro pode ser representado assim...

A diferença entre ciclo operacional – PME + PMRC – e o prazo médio de pagamento –

PMPF – é o ciclo financeiro e corresponde ao período entre o pagamento ao fornecedore o momento em que a empresa recebe do cliente o dinheiro das vendas.        

Para esse período, ou seja, o ciclo financeiro, a empresa precisa conseguirfinanciamento complementar.

Normalmente, o ciclo financeiro é financiado...§ pelo capital próprio;§ por recursos de terceiros, onerosos.

A boa gestão empresarial revela-se muito pela competência na administração dosprazos médios, expressos, finalmente, por meio do ciclo financeiro.

3.3.2.5.2 EXERCÍCIO

Acesse, no ambiente on-line, o exercício.

3.4 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

3.5 AVALIAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, a avaliação deste módulo.

PME + PMRC - PMPF ou CO - PMPF

ciclo financeiro

compra vende recebe

0 dias

PME = 20 dias + PMRC = 25 dias = 45 dias

PMPF = 18 diaspaga CF = CO - PMPF = 45 - 18

CF = 27 dias

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MÓDULO 4 – ENCERRAMENTO

APRESENTAÇÃO

Na unidade 1 deste módulo, você encontrará alguns jogos didáticos para testar seus conhecimentos

sobre o conteúdo desenvolvido em toda disciplina.

A estrutura desses jogos é bem conhecida por todos. Você poderá escolher o jogo de sua preferência

ou jogar todos eles... a opção é sua!

Já na unidade 2, é hora de falarmos sério! Sabemos que o novo – e a disciplina que você terminou

de cursar enquadra-se em uma modalidade de ensino muito nova para todos nós, brasileiros –

tem de estar sujeito a críticas... a sugestões... a redefinições. Por estarmos cientes desse processo,

contamos com cada um de vocês para nos ajudar a avaliar nosso trabalho.

Então? Preparado?


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