Contabilidade Financeira S U M Á R I O
1
SUMÁRIO
ABERTURA .................................................................................................................................. 7
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 7
OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 7
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................. 8
PROFESSOR-AUTOR ................................................................................................................................................................. 10
MÓDULO 1 – IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE ................................................................... 11
O MUNDO SEM A CONTABILIDADE ................................................................................................................................. 11
REGISTRO E CONTROLE DOS DADOS PESSOAIS .......................................................................................................... 11
CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE ........................................................................................................................... 11
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 12
UNIDADE 1 – ESTUDO DA CONTABILIDADE ...................................................................................... 12
1.1 LINGUAGEM DA CONTABILIDADE ............................................................................................................................. 12
1.1.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 12
1.1.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO .................................................................................................................................. 13
1.2 CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE .................................................................................................................... 14
1.3 EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................................ 14
1.3.1 CONTINUAÇÃO DO EXERCÍCIO ................................................................................................................................ 14
1.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 14
UNIDADE 2 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS .................................................................................... 14
2.1 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE ................................................................................................................................. 14
2.2 PROCESSO CONTÁBIL ..................................................................................................................................................... 15
2.3 CICLO CONTÁBIL .............................................................................................................................................................. 15
2.3.1 ETAPAS DO CICLO CONTÁBIL ................................................................................................................................... 16
2.4 DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE ................................................................................................................................ 16
2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS DA CONTABILIDADE ..................................................................................... 17
2.5.1 DESAFIO ............................................................................................................................................................................ 17
2.6 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 17
UNIDADE 3 – CONTABILIDADE SOCIETÁRIA E GERENCIAL ................................................................ 18
3.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE ............................................................................................. 18
3.2 CONSTITUIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................................................................... 18
3.2.1 EQUAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................................... 19
3.2.2 ATIVO ................................................................................................................................................................................. 19
3.2.2.1 BENEFÍCIOS DO ATIVO ............................................................................................................................................. 19
3.2.2.2 EXERCÍCIO ..................................................................................................................................................................... 20
3.3 PASSIVO ................................................................................................................................................................................ 20
3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................................................................................................... 20
3.4.1 CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ....................................................................................................................... 21
3.4.2 RESULTADO ...................................................................................................................................................................... 21
3.5 RECEITA ................................................................................................................................................................................. 21
3.6 DESPESA ............................................................................................................................................................................... 21
3.7 DIVISÃO DA CONTABILIDADE ...................................................................................................................................... 22
3.7.1 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE ..................................................................................................... 24
S U M Á R I O Contabilidade Financeira
2
3.8 INFORMAÇÕES CONTÁBEIS .......................................................................................................................................... 24
3.9 LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE .............................................................................................................................. 24
3.10 RESULTADO DE UMA EMPRESA ................................................................................................................................ 25
3.11 CONCEITO DE LUCRO ................................................................................................................................................... 25
3.12 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 25
UNIDADE 4 – ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE – CPC .................................. 26
4.1 REGRAS PARA UMA BOA ATUAÇÃO ........................................................................................................................... 26
4.1.1 NOVA ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE ................................................................... 26
4.1.2 CONCEITOS DA NOVA ESTRUTURA ........................................................................................................................ 27
4.2 PRESSUPOSTOS BÁSICOS .............................................................................................................................................. 27
4.2.1 REGIME DE COMPETÊNCIA E CONTINUIDADE ................................................................................................... 27
4.2.2 REGIME DE COMPETÊNCIA ........................................................................................................................................ 27
4.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................................................................................................... 28
4.3.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 28
4.4 PRESSUPOSTO DA CONTINUIDADE ........................................................................................................................... 28
4.4.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 29
4.5 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS ............................................................................................................................... 29
4.5.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS PRIMÁRIAS .................................................................................................... 29
4.6 COMPREENSIBILIDADE ................................................................................................................................................... 30
4.7 RELEVÂNCIA ........................................................................................................................................................................ 30
4.7.1 RELEVÂNCIA .................................................................................................................................................................... 30
4.7.2 NATUREZA DA INFORMAÇÃO ................................................................................................................................... 31
4.7.3 MATERIALIDADE ............................................................................................................................................................. 31
4.7.3.1 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 31
4.8 CONFIABILIDADE .............................................................................................................................................................. 32
4.8.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS SECUNDÁRIAS DA CONFIABILIDADE ................................................. 32
4.8.1.1 INFORMAÇÃO CONFIÁVEL ..................................................................................................................................... 32
4.8.1.2 PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA ....................................................................................................... 33
4.8.1.3 NEUTRALIDADE ........................................................................................................................................................... 33
4.8.1.4 PRUDÊNCIA ................................................................................................................................................................... 34
4.8.1.5 EXEMPLO ....................................................................................................................................................................... 34
4.8.1.6 INTEGRIDADE ............................................................................................................................................................... 35
4.9 COMPARABILIDADE ......................................................................................................................................................... 35
4.10 EFETIVAÇÃO DA COMPARABILIDADE ..................................................................................................................... 35
4.11 INFORMAÇÕES DOS USUÁRIOS ................................................................................................................................ 36
4.11.1 COMPARAÇÕES ............................................................................................................................................................ 36
4.11.2 JOGO ................................................................................................................................................................................ 36
4.12 LIMITAÇÕES ÀS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS ............................................................................................ 36
4.12.1 TEMPESTIVIDADE ........................................................................................................................................................ 37
4.13 AVALIAÇÃO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS .............................................................................................................. 37
4.13.1 EXEMPLO ........................................................................................................................................................................ 38
4.13.2 JOGO ................................................................................................................................................................................ 38
4.14 IMPORTÂNCIA DO JULGAMENTO ............................................................................................................................ 38
4.15 DESCRIÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .............................................................................................. 38
4.15.1 JOGO ................................................................................................................................................................................ 39
Contabilidade Financeira S U M Á R I O
3
4.16 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 39
4.17 AVALIAÇÃO ....................................................................................................................................................................... 39
MÓDULO 2 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: MECÂNICA CONTÁBIL ................................... 41
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................ 41
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 41
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 42
1.1 INFORMAÇÕES OBTIDAS DO CICLO CONTÁBIL ................................................................................................... 42
1.2 RELATÓRIOS ........................................................................................................................................................................ 42
1.2.1 OUTROS RELATÓRIOS ................................................................................................................................................... 47
1.2.1.1 EXERCÍCIO ..................................................................................................................................................................... 47
1.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 47
UNIDADE 2 – MECÂNICA CONTÁBIL .................................................................................................. 47
2.1 SISTEMA DAS PARTIDAS DOBRADAS ........................................................................................................................ 47
2.2 REGISTRO DE EVENTOS NA PLANILHA .................................................................................................................... 47
2.2.1 DESAFIO ............................................................................................................................................................................ 48
2.2.2 DESAFIO 2 ........................................................................................................................................................................ 48
2.3 RECEITA E DESPESA .......................................................................................................................................................... 48
2.4 EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................................ 49
2.5 DEMONSTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO ........................................................................................................................... 49
2.5.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 49
2.5.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO .................................................................................................................................. 50
2.6 TABELA ................................................................................................................................................................................. 50
2.7 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 51
UNIDADE 3 – BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................. 51
3.1 BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................................................ 51
3.1.1 CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................... 51
3.1.2 CONCLUSÕES SOBRE O BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................ 52
3.2 ESTRUTURA DE UM BALANÇO PATRIMONIAL ....................................................................................................... 52
3.2.1 ATIVO ................................................................................................................................................................................. 52
3.2.1.1 CONSTITUIÇÃO DO ATIVO ...................................................................................................................................... 53
3.2.1.2 CONTINUAÇAO ........................................................................................................................................................... 53
3.2.2 CONTAS DO ATIVO ........................................................................................................................................................ 54
3.2.3 ATIVO CIRCULANTE ...................................................................................................................................................... 54
3.2.4 ATIVO NÃO CIRCULANTE ............................................................................................................................................ 55
2.4.1 ATIVO IMOBILIZADO .................................................................................................................................................... 56
3.2.4.2 INVESTIMENTOS ......................................................................................................................................................... 56
3.2.4.3 ATIVO INTANGÍVEL .................................................................................................................................................... 57
3.2.4.4 CONTABILIZAÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO ................................................................................................... 57
3.3 PASSIVO ................................................................................................................................................................................ 58
3.3.1 COMPREENSÃO DO PASSIVO .................................................................................................................................... 58
3.3.1.1 EXERCÍCIO ..................................................................................................................................................................... 59
3.3.2 APRESENTAÇÃO DO PASSIVO ................................................................................................................................... 59
3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO .................................................................................................................................................... 60
3.4.1 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO ..................................................................................................................................... 61
S U M Á R I O Contabilidade Financeira
4
3.4.2 CONTINUAÇÃO ............................................................................................................................................................... 61
3.5 GRUPOS CONSTITUINTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ........................................................................................ 62
3.6 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 65
UNIDADE 4 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO ....................................................... 65
4.1 CONCEITUAÇÃO ................................................................................................................................................................ 65
4.2 RECEITAS E DESPESAS ..................................................................................................................................................... 66
4.3 REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO DE BENS ............................................................................................................... 67
4.3.1 REGIME DE COMPETÊNCIA ........................................................................................................................................ 67
4.3.2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................................................... 68
4.3.3 IMPLICAÇÕES DO REGIME DE COMPETÊNCIA ................................................................................................... 68
4.4 REGIME DE CAIXA ............................................................................................................................................................. 69
4.5 CUSTO ................................................................................................................................................................................... 70
4.6 EXERCÍCIO ............................................................................................................................................................................ 71
4.7 SEQUÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES NA DRE .......................................................................... 72
4.8 EBITDA .................................................................................................................................................................................. 73
4.8.1 CÁLCULO DO EBITDA .................................................................................................................................................. 74
4.9 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 74
UNIDADE 5 – DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................ 74
5.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................... 74
5.2 VARIAÇÕES SOFRIDAS .................................................................................................................................................... 74
5.2.1 EXEMPLOS ........................................................................................................................................................................ 75
5.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 76
UNIDADE 6 – DEMONSTRAÇÕES RELATIVAS AOS FLUXOS DE RECURSOS ....................................... 76
6.1 OBJETIVO DO DFC ............................................................................................................................................................ 76
6.2 NECESSIDADE DA DFC ................................................................................................................................................... 76
6.3 O CONCEITO DE CAIXA .................................................................................................................................................. 77
6.3.1 TIPOS DE ATIVIDADES ................................................................................................................................................. 77
6.3.2 MÉTODO DIRETO E INDIRETO ................................................................................................................................... 78
6.3.3 MÉTODO INDIRETO ...................................................................................................................................................... 79
6.3.4 TABELA .............................................................................................................................................................................. 80
6.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 80
UNIDADE 7 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO ............................................................... 81
7.1 CONCEITUAÇÃO ................................................................................................................................................................ 81
7.1.1 EXERCÍCIO ........................................................................................................................................................................ 81
7.2 RELAÇÃO ENTRE VALOR ADICIONADO E PIB ......................................................................................................... 82
7.3 UTILIDADE DO DVA ......................................................................................................................................................... 82
7.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 83
UNIDADE 8 – ESTOQUE E BAIXA DA MERCADORIA VENDIDA .......................................................... 83
8.1 ITENS QUE COMPÕEM O ESTOQUE ........................................................................................................................... 83
8.1.1 COMPOSIÇÃO ................................................................................................................................................................. 83
8.1.2 REGRA ESTABELECIDA PELA LSA ............................................................................................................................. 84
8.1.3 PRUDÊNCIA RELATIVA AOS ESTOQUES ................................................................................................................. 84
8.2 VALOR DO ESTOQUE ....................................................................................................................................................... 85
8.2.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 85
8.2.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO .................................................................................................................................. 85
Contabilidade Financeira S U M Á R I O
5
8.2.3 MODELO DE CMPM ...................................................................................................................................................... 86
8.2.4 CONCLUSÕES DO EXEMPLO ..................................................................................................................................... 86
8.2.5 MAIS CONCLUSÕES ...................................................................................................................................................... 87
8.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 87
UNIDADE 9 – ATIVO IMOBILIZADO E DEPRECIAÇÃO ........................................................................ 87
9.1 ATIVOS IMOBILIZADOS .................................................................................................................................................. 87
9.2 CONSTITUIÇÃO DOS ATIVOS IMOBILIZADOS ....................................................................................................... 87
9.3 ATIVOS IMOBILIZADOS MAIS USADOS .................................................................................................................... 88
9.4 DESAFIO ............................................................................................................................................................................... 88
9.5 GASTOS DE MANUTENÇÃO .......................................................................................................................................... 88
9.6 DEPRECIAÇÃO .................................................................................................................................................................... 89
9.6.1 CORRELAÇÕES ................................................................................................................................................................ 89
9.7 OBSOLÊNCIA DO ATIVO IMOBILIZADO ................................................................................................................... 90
9.8 CRITÉRIOS DE MENSURAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO ................................................................................................. 90
9.8.1 VIDA .................................................................................................................................................................................... 90
9.9 ESTIMATIVA DE DEPRECIAÇÃO .................................................................................................................................... 90
9.9.1 CÁLCULO DE DEPRECIAÇÃO ..................................................................................................................................... 91
9.9.2 CONTA DEPRECIAÇÃO .................................................................................................................................................. 91
9.10 IMPAIRMENT ..................................................................................................................................................................... 91
9.10.1 EXEMPLO ........................................................................................................................................................................ 92
9.11 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 92
9.12 AVALIAÇÃO ....................................................................................................................................................................... 92
MÓDULO 3 – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................. 93
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................ 93
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 93
UNIDADE 1 – RESULTADOS CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO ............................................... 93
1.1 INSTRUMENTOS PARA A ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ........................................................................ 93
1.2 PROCESSO PARA A ANÁLISE .......................................................................................................................................... 93
1.3 EXPRESSÕES EMPREGADAS .......................................................................................................................................... 94
1.4 ENFOQUES .......................................................................................................................................................................... 94
1.5 DEMONSTRAÇÕES UTILIZADAS .................................................................................................................................. 95
1.6 AJUSTES RECOMENDADOS ........................................................................................................................................... 95
1.7 CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO E PASSIVO CIRCULANTE .......................................................................................... 95
1.8 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 96
UNIDADE 2 – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ............................................................................. 96
2.1 VANTAGENS DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL .......................................................................................... 96
2.2 ANÁLISE VERTICAL ........................................................................................................................................................... 96
2.2.1 ATIVO E PASSIVO TOTAL ............................................................................................................................................. 97
2.2.2 ANÁLISE VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................. 98
2.2.3 RESULTADO ...................................................................................................................................................................... 98
2.3 RESULTADO NA ANÁLISE VERTICAL ........................................................................................................................... 99
2.4 EXERCÍCIO ..........................................................................................................................................................................100
2.5 ANÁLISE HORIZONTAL SEM INFLAÇÃO .................................................................................................................100
2.5.1 CONTINUAÇÃO 1 .........................................................................................................................................................101
S U M Á R I O Contabilidade Financeira
6
2.5.2 CONTINUAÇÃO 2 ......................................................................................................................................................... 102
2.6 ANÁLISES COMPARATIVAS ........................................................................................................................................... 103
2.7 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 104
UNIDADE 3 – ANÁLISE POR INDICADORES ...................................................................................... 104
3.1 DEFINIÇÃO DO TIPO DE INDICADORES .................................................................................................................. 104
3.2 DIFERENTES INTERESSES ............................................................................................................................................. 104
3.3 ÍNDICE – CONCEITUAÇÃO ........................................................................................................................................... 105
3.3.1 CONTEXTO ..................................................................................................................................................................... 105
3.3.2 INFLUÊNCIA DOS INDICADORES NA ANÁLISE ................................................................................................. 105
3.3.2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ ............................................................................................................................................ 105
3.3.2.1.1 OS MAIS CONHECIDOS ....................................................................................................................................... 106
3.3.2.1.2 TIPOS DE ÍNDICES DE LIQUIDEZ ..................................................................................................................... 106
3.3.2.1.3 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 107
3.3.2.2 ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL ........................................................................................................... 107
3.3.2.2.1 PRINCIPAIS ÍNDICES .............................................................................................................................................. 108
3.3.2.2.2 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 113
3.3.2.3 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE ............................................................................................................................... 114
3.3.2.3.1 DESAFIO ................................................................................................................................................................... 115
3.3.2.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE ............................................................................................................................... 115
3.3.2.4.1 PRINCIPAIS ÍNDICES DE RENTABILIDADE ..................................................................................................... 115
3.3.2.4.2 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 117
3.3.2.5 INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS .................................................................................................................. 117
3.3.2.5.1 PRINCIPAIS INDICADORES .................................................................................................................................. 117
3.3.2.5.2 EXERCÍCIO ................................................................................................................................................................ 120
3.4 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 120
3.5 AVALIAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 120
MÓDULO 4 – ENCERRAMENTO .............................................................................................. 121
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................... 121
Contabilidade Financeira A B E R T U R A
7
ABERTURA
APRESENTAÇÃO
Em uma economia globalizada e altamente competitiva – como a que se instala no mundo atual –, só
sobreviverão as organizações capazes de se adaptar, rapidamente, às transformações do mercado.
É preciso agilidade na tomada de decisões e, para isso, é necessário dispor de informações,
particularmente, de informações contábeis, suficientes, precisas e tempestivas.
Números passados permitem que projetemos resultados e é em função desses resultados que a
sociedade investe seus recursos. Os números passados também tornam possível ao governo
legislar e cobrar impostos, assim como permitem que os funcionários possam discutir sua
participação no lucro da empresa. Nesse sentido, em Contabilidade Financeira, trataremos a
Contabilidade como um instrumento de gestão e controle, que tem por fim mensurar os resultados
de uma organização.
OBJETIVO E CONTEÚDO
Em Contabilidade Financeira, analisaremos o funcionamento da estrutura conceitual básica
da contabilidade por meio de uma abordagem pragmática, a fim de facilitar a interpretação das
diversas informações. Apresentaremos as diferentes demonstrações contábeis, focalizando,
principalmente, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício. Por fim,
abordaremos a análise dos relatórios financeiros, de modo que estejamos habilitados a empregar
essas informações como uma ferramenta útil a nossa atividade profissional.
Sob esse foco, o Contabilidade Financeira foi estruturado em quatro módulos, nos quais foi
inserido o seguinte conteúdo...
Módulo 1 – Importância da contabilidade
Neste módulo, analisaremos os conceitos fundamentais da contabilidade, seus objetivos
e campos de estudos, verificando sua importância nas relações interpessoais e no
mundo dos negócios.
Módulo 2 – Demonstrações contábeis – mecânica contábil
Neste módulo, abordaremos os conceitos de ciclo e mecânica contábil, analisando
também a estrutura e as características dos diferentes tipos de demonstrativos
contábeis, abordando os fatores que interferem em sua composição.
A B E R T U R A Contabilidade Financeira
8
Módulo 3 – Análise das demonstrações contábeis
Neste módulo, trataremos da análise das demonstrações contábeis, abordando os
enfoques contábil, econômico e financeiro, e os diferentes instrumentos utilizados
para a análise vertical e horizontal dos resultados.
Módulo 4 – Encerramento
Neste módulo – além da avaliação deste trabalho –, você encontrará algumas divertidas
opções para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos
anteriores – caça-palavras, jogo da memória, jogo da caça e jogo do labirinto. Entre
neles e bom trabalho!
BIBLIOGRAFIA
HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
Neste livro, é empregado um referencial genérico para avaliar áreas da teoria e da
prática da contabilidade financeira em três níveis básicos: o nível estrutural, o de
interpretação semântica e o pragmático. Nessas avaliações, foi dada ênfase aos enfoques
indutivo-dedutivo e da teoria de mercado de capitais. Em alguns casos, os autores
expõem suas opiniões e apresentam evidências baseadas na lógica e em resultados
empíricos, quando disponíveis.
IUDÍCIBUS, Sérgio; et alli. Contabilidade introdutória. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.
O livro parte de uma visão de conjunto dos relatórios emanados pela Contabilidade,
descendo então em nível de detalhes sobre os lançamentos originários. Expõe os
significados da função controladora da Contabilidade e das peças contábeis. Traz em
apêndices explicações sobre a correção monetária do balanço e análise de
demonstrações contábeis.
________. Teoria da contabilidade. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
Este livro abrange desde os objetivos e a metodologia da Contabilidade até suas mais
recentes tendências e perspectivas futuras. Desde sua primeira publicação em 1979,
esta obra continua como um dos ícones do mercado editorial, contribuindo para o
estudo da disciplina, tanto para estudantes dos cursos avançados de graduação como
dos de pós-graduação em Contabilidade, que poderão utilizá-lo como material de
revisão crítica de conceitos básicos. Adicionalmente, fornece um instrumental de
reflexão extremamente importante para os profissionais das mais variadas
especializações contábeis, na solução dos complexos problemas que enfrentam.
Contabilidade Financeira A B E R T U R A
9
IUDÍCIBUS, Sérgio; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto. Manual de contabilidade das sociedades por
ações. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Este manual tem sido também fonte de sugestões para a melhoria da informação
contábil neste país. A Lei n° 6.404/76, das sociedades por ações, bem como as alterações
introduzidas na legislação do imposto sobre a renda, e as emanadas da Comissão de
Valores Mobiliários e outros órgãos não introduziram modificações apenas no âmbito
de apresentação das demonstrações financeiras, mas também quanto às classificações,
formas de apresentação das contas e critérios de avaliação. Observaram-se como
desdobramentos da nova lei inúmeras e significativas mudanças da realidade contábil
do Brasil.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Ajustado às mais recentes evoluções conceituais e às novas tendências de utilização
da Contabilidade de Custos para fins decisórios e gerenciais, este livro reúne uma série
de características que o diferenciam positivamente da bibliografia disponível. A primeira
entre as caraterísticas é torná-lo particularmente apropriado para a realidade brasileira,
uma vez que está voltado para as situações típicas observadas no país, para seus institutos
legais, para as condições organizacionais prevalecentes no meio empresarial. Dessa
forma, ao tratar dos critérios técnicos e legais relacionados, por exemplo, à contabilização
dos custos da mão de obra e dos impostos, o livro refere-se explicitamente às condições
brasileiras, destacando os principais aspectos relacionados aos encargos sociais
existentes no país e os dois principais tributos indiretos, o ICMS e o IPI. Ademais, foram
também consideradas pelo autor as regras implícitas na Lei das Sociedades por Ações
relacionadas à operacionalização contábil dos custos.
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.
Este livro confere uma maior importância à compreensão dos relatórios contábeis do
que à mecânica da escrituração e da elaboração das demonstrações financeiras. Essa
abordagem é justificada por alguns fatores. O emprego generalizado de equipamentos
convencionais e de computadores no processamento de dados contábeis exige que o
ensino superior da Contabilidade esteja voltado mais para a natureza, o significado e as
finalidades dos dados para as práticas tradicionais da escrituração. Outro fator é a
utilização da Contabilidade como instrumento de decisão e de orientação gerencial.
Além disso, a crescente utilização da Contabilidade por não contadores nos mais
diferentes setores da empresa, de Engenharia da Produção até Consultoria Jurídica.
SZUSTER, Natan; et alli. Contabilidade geral. São Paulo: Atlas, 2007.
Este livro contém os itens básicos que devem ser estudados para se adquirir uma base
fundamentada da Contabilidade. Os autores apresentam os lançamentos contábeis
mediante o uso tanto da expressão débito e crédito, como também o da expressão
matriz de lançamentos, em que o aluno deverá se perguntar: onde o dinheiro foi aplicado?
e de onde o dinheiro veio?. Dessa forma, espera-se que o aluno entenda os conceitos de
débito e crédito raciocinando em termos de aplicações e origens dos recursos.
A B E R T U R A Contabilidade Financeira
10
PROFESSOR-AUTOR
Ricardo Lopes Cardoso, Doutor em Ciências Contábeis – FEA-
USP –, Mestre em Ciências Contábeis – FAF-UERJ –, é Contador e
Advogado, Professor Adjunto da EBAPE-FGV e da FAF-UERJ,
Coordenador do Núcleo de Estudos em Contabilidade e Controladoria –
EBAPE-FGV, Chefe-Adjunto do Centro de Formação Acadêmica e
Pesquisa – EBAPE-FGV, Coordenador Editorial, no Brasil, da Revista
Portuguesa e Brasileira de Gestão, publicada em parceria entre a FGV
e o INDEG-ISCTE, de Lisboa. É coautor dos livros Contabilidade geral
e Contabilidade gerencial, é autor do capítulo Reflexos da regulação econômica na informação
contábil prestada pelo ente regulado do livro Regulação no Brasil: desenho, governança, avaliação,
entre outros. Dedica-se à pesquisa aplicada em Informação Contábil: relevância e escolha de
práticas contábeis.
Fortunée Rechtman Szuster é Mestre em Ciências Contábeis pela
UERJ e Pós-Graduada em Gestão de Negócios pela UFRJ. Professora
convidada do FGV Executivo Júnior e do Curso de Gestão de Negócios
da FACC/UFRJ, ministrou cursos e palestras nas empresas Banco do
Brasil, Eletrobras, Petros, PETROBRAS, CVM e em instituições de ensino
como COPPEAD, UFRJ, UERJ, PUC/IAG, UCAM, UGF e UNIPLI. Possui
artigos publicados na Revista de Contabilidade da USP, Boletim IOB e
Pensar Contábil. É coordenadora da ONG Lar da Esperança e coautora
do livro Contabilidade geral.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
11
MÓDULO 1 – IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE
O MUNDO SEM A CONTABILIDADE
O que seria do mundo sem a contabilidade?
Para responder a essa questão, temos, primeiramente, de pensar em nosso cotidiano...
REGISTRO E CONTROLE DOS DADOS PESSOAIS
Precisamos pensar...
O que fazemos com nosso salário...
Quando pagamos nossas contas...
Quando decidimos comprar alguma coisa, seja uma casa, um carro, seja uma roupa...
Quando investimos nosso dinheiro em ações e fundos...
CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE
Ou seja, tudo o que fazemos tem reflexos em nossa contabilidade!
Poderiam as empresas sobreviver sem qualquer controle?
Como seriam feitas as transações se os agentes financeiros nada soubessem sobre as
empresas?
Que empresa faria empréstimos se não tivesse certeza do retorno?
Quem compraria uma empresa sem conhecer sua saúde financeira?
Haveria compra e venda de ações sem qualquer conhecimento da situação econômico-
financeira das empresas?
Pautadas na realidade e nas normas impostas pelo mundo dos negócios, cada vez mais as pessoas
procuram aprender contabilidade.
Quando queremos fazer qualquer um desses atos, precisamos saber se
podemos ou não fazê-lo.
Para tal, precisamos registrar e controlar nossos gastos pessoais...
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
12
APRESENTAÇÃO
Este módulo está dividido em quatro unidades...
1. estudo da contabilidade;
2. conceituação e objetivos;
3. contabilidade societária e gerencial;
4. estrutura conceitual básica da contabilidade (CPC)
UNIDADE 1 – ESTUDO DA CONTABILIDADE
1.1 LINGUAGEM DA CONTABILIDADE
A contabilidade pode ser considerada a linguagem dos negócios.
É por meio dos relatórios elaborados com base no sistema de informações contábeis que
administradores decidem o preço a ser praticado, o mix de produtos a ser fabricado, a tecnologia
a ser utilizada, o nível de endividamento, as opções de aplicações dos recursos...
Acesse, o ambiente on-line, para assistir ao vídeo.
1.1.1 EXEMPLO
Certamente, não conseguiríamos interpretar um texto escrito em um idioma que ainda não
aprendemos...
Tente interpretar o texto que se segue...
Wundervolle, volle Stadt von enchantments tausend
wundervolle Stadt, Herz von meinem Brasilien
Aufnahmevorrichtung der Samba und der
hübschen Songs,daß sie in der Seele der Leute
leben. Sie sind der altar unserer Herzen
daß sie froh singen.
Vamos começar?!
A contabilidade, como toda e qualquer linguagem, utiliza sinais e símbolos
próprios, possui um vocabulário específico e sua própria gramática.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
13
Wundervolle, volle Stadt von
enchantments tausend
wundervolle Stadt, Herz von meinem Brasilien
Blumiger Garten der Liebe und des homesickness,
Landen Sie das zu allen, die es seduces
Dieser Gott bedeckt Sie des Glückes,
Nest des Traums und des Lichtes
Wundervolle, volle Stadt von enchantments tausend
wundervolle Stadt, Herz von meinem Brasilien
1.1.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO
Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil
Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil
Brasil berço do samba e das lindas canções
Que vivem n’alma da gente
És o altar dos nossos corações
Que cantam alegremente
Jardim florido de amor e saudade
Terra que a todos seduz
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz
Ah! Agora sim!
Trata-se do famoso hino da cidade do Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa*...
Conhecendo a estrutura da linguagem, fica muito mais fácil decodificar um texto. Isso também
ocorre com a contabilidade.
Está difícil? Vamos tentar novamente...
*Cidade Maravilhosa...
Cidade Maravilhosa, Música de André Filho, conforme a Lei nº 5/1960 e a Lei nº
488/1964.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
14
1.2 CONHECIMENTO DA CONTABILIDADE
Acesse, o ambiente on-line, para entender um pouco mais sobre o estudo da contabilidade...
Se não temos conhecimento formal de contabilidade, como podemos analisar empresas?
Como podemos calcular sua liquidez geral1, sua lucratividade operacional2 ou a rentabilidade de
seupatrimônio líquido3?
Portanto, sem conhecermos a linguagem contábil bem como seus conceitos fundamentais, não
seremos capazes de ler e analisar as demonstrações contábeis de qualquer empresa.
1.3 EXERCÍCIO
Acesse, no Saiba Mais, no ambiente on-line, o texto Subindo pelas paredes.
Após ler o texto, acesse, no ambiente on-line, o exercício proposto.
1.3.1 CONTINUAÇÃO DO EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício proposto.
1.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS
2.1 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
A contabilidade é a ciência social aplicada1 que dispõe de metodologia especialmente concebida
para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações
patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente2.
1liquidez geral...
Uma medida da capacidade de pagamento de todo o passivo exigível, utilizando-
se todos os ativos realizáveis.
2lucratividade operacional...
Avalia o ganho operacional da empresa em relação a seu faturamento.
3rentabilidade do patrimônio líquido...
Mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa.
Ainda com base no texto Subindo pelas paredes...
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
15
2.2 PROCESSO CONTÁBIL
Como vimos, a contabilidade é um instrumento para gestão e controle das entidades, podendo
ser vista como o grande banco de dados de todas as empresas.
Genericamente, a contabilidade é uma indústria que tem como matéria-prima os dados
econômico-financeiros.
2.3 CICLO CONTÁBIL
O ciclo contábil consiste na sequência dos procedimentos contábeis utilizados para identificar,
classificar, mensurar, registrar, acumular, sumarizar e evidenciar a informação contábil.
1contabilidade é a ciência social aplicada...
A contabilidade é a ciência social aplicada, pois sua atuação prática é realizada
através de uma série de julgamentos e definições de valor. A contabilidade
tem como base uma ciência exata por causa de sua estrutura formada por
modelos numéricos. Entretanto, a definição dos valores incluídos nos modelos
decorre de decisões muitas vezes com caráter subjetivo, sendo que tais decisões
podem estar vinculadas a um sistema de crenças e julgamentos individuais.
Dessa forma, dois profissionais atuando em uma mesma empresa, podem
apresentar números diferentes com conceitos plenamente justificados.
2qualquer ente...
Ainda pode ser definida como um sustentáculo da democracia econômica,
pois, por seu intermédio, a sociedade é informada sobre o resultado da aplicação
dos recursos conferidos às entidades.
Embora a atuação da contabilidade seja abrangente – independentemente de
fins lucrativos –, pautaremos os exemplos e as aplicações em entidades que
objetivam o lucro.
O processo contábil consiste em trabalhar os eventos econômico-
financeiros, transformando- os em informações contidas nas demonstrações
contábeis.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
16
Representa o processo executado nas empresas para elaborar as demonstrações contábeis apartir das transações econômicas realizadas. O termo ciclo indica que tais procedimentos devemser repetidos continuamente para possibilitar que se preparem demonstrações contábeis
atualizadas em intervalos razoáveis.
2.3.1 ETAPAS DO CICLO CONTÁBIL
Vejamos as etapas do ciclo contábil...
Captação...
A captação envolve as transações realizadas pela empresa e os demais eventos queafetam seu patrimônio, ou seja, a análise de documentos, como contratos, notas fiscais,recibos e laudos, e de eventos externos que afetam a entidade e que ela não tem
controle, como a taxa de inflação e a variação cambial.
Reconhecimento...
O reconhecimento das transações implica diversas decisões.
§ A transação será ou não reconhecida?
§ Quando? Ex: Uma empresa vende móveis a serem entregues em 60 dias
com pagamento antecipado. A venda só pode ser reconhecida na entrega,
não na entrada de caixa.
§ Como? Em que conta? Qual é a classificação adequada? Ativo? Despesa?
Passivo? Patrimônio Líquido? Receita? A classificação inadequada poderá
causar danos à empresa.
§ Por quanto? Qual é o critério adequado de mensuração? Qual é o valor? Em
que montante o evento e a transação afetaram o patrimônio da entidade?
Esse item é tão complexo que é sempre debatido e implementado.
2.4 DEFINIÇÃO DA CONTABILIDADE
Segundo a estrutura conceitual básica1 da contabilidade, definida pela Comissão de Valores
Mobiliários2 – CVM...
Portanto, a Contabilidade Financeira – ou Societária –, tem como objetivo mostrar a
saúde financeira da empresa.
Essas decisões são muito complexas e podem afetar a saúde financeira da
empresa.
A contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação
destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza
econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto
de contabilização. Seu propósito básico é prover aos tomadores de decisões –
diretores, gerentes, administradores da empresa ea todos os demais interessados –
informações úties para a tomada de decisões.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
17
2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS OBJETIVOS DA CONTABILIDADE
Se existe uma demanda por informações contábeis diferenciadas, os objetivos da contabilidade
também são diferenciados, dependendo dos usuários, e podem ser assim classificados...
§ proprietários – risco e retorno de capital, continuidade da empresa, custos;
§ administradores – otimização das decisões baseadas em dados passados e
presentes para projetar medidas futuras, mix de produtos1, custos, margem de
contribuição2, ponto de equilíbrio, preço;
§ financiadores – capacidade de pagamento, grau de endividamento;
§ governo – tributação e arrecadação de impostos, taxas, contribuições, formulação
de diretrizes da política econômica;
§ acionista minoritário – fluxo regular de dividendos;
§ empregados – capacidade de pagamento dos salários, perspectivas de
crescimento.
2.5.1 DESAFIO
Acesse, no ambiente on-line, o desafio.
2.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
1estrutura conceitual básica da contabilidade...
Em linha com o Conceptual Framework for the Preparation and Presentation of
Financial Statements, emitido pelo IASB – Internacional Accounting Standards
Board –, e aprovada pela CVM, por meio da Deliberação n° 539/08.
IASB – International Accounting Standards Board: entidade independente que
objetiva definir critérios universais e padrões contábeis que deverão ser aplicados
por todos os países de maneira idêntica e compreensível.
2Comissão de Valores Mobiliários – CVM ...
Autarquia federal que regula o mercado de capitais brasileiros, inclusive as
empresas cujas ações são negociadas em bolsa de valores.
1’mix’ de produtos...
Combinação de volumes diferenciados para dois ou mais produtos.
2margem de contribuição...
Diferença entre a receita de vendas e os gastos variáveis dos produtos vendidos.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
18
UNIDADE 3 – CONTABILIDADE SOCIETÁRIA E GERENCIAL
3.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE
Quando visitamos o Japão e não falamos japonês, fica difícil entender o que as pessoas estão nos
transmitindo ou formar uma opinião a respeito do que não entendemos.
O mesmo acontece com a Contabilidade. Para que possa entender melhor as empresas, faz-se
necessário que aprendamos sua linguagem
Neste momento, devemos prestar atenção – as noções básicas que nos darão o passaporte de
entrada ao mundo de negócios.
Vejamos cada um deles a seguir...
§ patrimônio;
§ ativo;
§ passivo;
§ patrimônio líquido;
§ resultado;
§ receita;
§ despesa.
3.2 CONSTITUIÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL
Uma informação fundamental apresentada pela contabilidade é a avaliação do patrimônio da
empresa e a quantificação de sua variação ao longo dos anos.
Se compararmos o retrato de nossa família em nossa festa de aniversário durante cinco anos
seguidos, podemos saber quem casou, teve filhos, engordou, emagreceu, e muito mais.
Do mesmo modo, se comparamos três anos do BP de uma empresa, poderemos saber se tem
mais ou menos ativos – e quais –, se comprou outras empresas, e muito mais.
Em síntese, o Balanço Patrimonial é constituído de três componentes – ativo, passivo e
patrimônio líquido.
São conceitos fundamentais da contabilidade...
O termo balanço indica o equilíbrio entre esses três componentes...
Iremos aprofundar esses termos nas seções a seguir.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
19
3.2.1 EQUAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL
O balanço patrimonial pode ser evidenciado pela equação...
ativo = passivo + patrimônio líquido
O ativo indica a destinação – aplicações – dos recursos.
O passivo e o patrimônio líquido representam as fontes – origens – de recursos da empresa.
3.2.2 ATIVO
Os donos da empresa – acionistas – podem comprar máquinas, estoques ou simplesmente
manter seu dinheiro em caixa para futuro investimento. Estes são, assim os ativos da empresa.
O ativo representa, de forma estática, os bens e direitos da entidade. Por exemplo...
...dinheiro e depósitos bancários – disponibilidades...
...mercadorias disponíveis para serem vendidas – estoque de mercadorias...
...bens destinados ao uso em operações normais, máquinas – imobilizado...
3.2.2.1 BENEFÍCIOS DO ATIVO
Os ativos* representam aplicações de recursos realizadas no passado pela entidade. Deles se
espera a geração de benefícios presentes e futuros, a serem percebidos e controlados por essa
entidade.
Esses benefícios podem...
§ gerar caixa – mercadorias que serão vendidas aos clientes – estoque;
§ evitar a saída de caixa – máquinas de propriedade da entidade, pois não precisarão
ser alugadas – imobilizado.
*ativo...
O ativo aumenta de valor pelo reconhecimento contábil de uma receita, pela
obtenção de recursos com terceiros ou com os sócios da entidade, por meio
de aumento de capital social.
O ativo reduz de valor pelo reconhecimento contábil de uma despesa, pela
liquidação de obrigações ou pela devolução de recursos aos sócios da entidade,
por meio de pagamento de dividendos.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
20
3.2.2.2 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.
3.3 PASSIVO
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação
se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.
O passivo* pode ser financiado...
§ pelos fornecedores das mercadorias que vendem a prazo – fornecedores;
§ pelos empregados, uma vez que só irão receber seus vencimentos após o mês
trabalhado – salários a pagar;
§ pelo governo, em função dos tributos a pagar – obrigações fiscais;
§ pelas instituições financeiras – empréstimos a pagar.
3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Assim como o passivo, o patrimônio líquido* – PL – representa a origem de recursos, sendo que
nesse caso corresponde aos recursos financiados pelos sócios da entidade, objeto de contabilização.
Representa o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
O PL representa – de forma estática – as obrigações da entidade com seus sócios ou
aquilo que os sócios poderão levar para casa quando a empresa encerrar suas atividades.
Vamos entender agora o conceito de passivo...
É possível notar que todos esses itens têm uma característica comum –
representam obrigações assumidas com terceiros no passado e ainda não pagas.
*passivo...
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos,
cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos.
*patrimônio líquido...
O patrimônio líquido aumenta pelo aumento de capital social pelos sócios e
pela obtenção de lucros pela entidade.
O patrimônio líquido diminui seu valor, conforme a entidade aufere prejuízo e
distribui dividendos aos sócios.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
21
3.4.1 CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
As principais contas do patrimônio líquido são representadas...
§ pelas contribuições efetivas dos sócios – capital social;
§ pelos lucros obtidos pela entidade no passado e ainda não distribuídos – reserva de
lucros e lucros acumulados.
3.4.2 RESULTADO
O resultado* representa a riqueza gerada pela empresa durante determinado período.
Essa riqueza, em última análise, pertence aos sócios da entidade – lucro líquido.
O resultado deriva do confronto das receitas com as despesas. Consequentemente...
§ pode ser positivo – lucro, se as receitas forem maiores do que as despesas;
§ pode ser negativo – prejuízo, se as receitas forem menores que as despesas.
3.5 RECEITA
Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de
entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos
do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.
Receita* é a geração de recursos decorrentes...
§ da venda de estoque – receita de vendas;
§ da prestação de serviços – receita de serviços;
§ das aplicações financeiras – receita financeira.
3.6 DESPESA
Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de
saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em decréscimo
do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.
Estas representam sacrifícios de ativo que a empresa incorre para a obtenção de receitas.
*resultado...
O resultado aumenta de valor pelo reconhecimento de receitas.
O resultado diminui de valor pelo reconhecimento de despesas.
*receita...
Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a receita é
uma das principais responsáveis pelo aumento do ativo e do patrimônio líquido.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
22
Despesa* é o consumo de recursos, decorrentes das mesmas atividades que deram origem às
receitas...
§ a venda de estoque – custo das mercadorias vendidas, CMV;
§ a prestação de serviços – custo dos serviços prestados, CSP;
§ os juros sobre dívidas – despesa financeira.
3.7 DIVISÃO DA CONTABILIDADE
A contabilidade – como ciência da informação – divide-se nas seguintes áreas de estudo...
Contabilidade gerencial...
A contabilidade gerencial utiliza as informações providas pela contabilidade de custos
para identificar que preço deve ser cobrado para cobrir o custo do produto, as despesas
operacionais e ainda remunerar, adequadamente, o capital investido – gerando lucro.
A contabilidade gerencial não está restrita à estrutura receitual básica da contabilidade.
Ela fornece ainda informações aos tomadores de decisão – pessoas internas à
organização, responsáveis em dirigir e controlar suas operações.
Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.
Contabilidade financeira...
A contabilidade financeira fornece informações a pessoas externas à organização –
acionistas, credores, fornecedores...
A contabilidade financeira utiliza as informações geradas pela contabilidade de custos
para...
§ avaliar os estoques – necessário para apurar o balanço patrimonial;
§ mensurar o custo dos produtos vendidos – necessário para apurar o resultado
do período.
A contabilidade financeira – ou societária – está limitada pela estrutura conceitual
básica da contabilidade.
*despesa...
Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a despesa
é uma das principais responsáveis...
§ pela redução do ativo;
§ pela redução do patrimônio líquido;
§ pelo aumento do passivo.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
23
Essa estrutura restringe o reconhecimento da receita e mensuração de custo e também
os tipos de itens que são classificados como ativos, passivos e patrimônio líquido, no
balanço patrimonial.
Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.
Contabilidade fiscal...
A contabilidade fiscal fornece informações ao órgão tributante – governo –,
principalmente, à Secretaria da Receita Federal.
Inclusive, um fato relevante na atual legislação brasileira foi a inclusão da neutralidade
tributária, frente a mudanças decorrentes das normas internacionais.
Desse modo, a contabilidade para fins informacionais e societários foi separada do
processo de apuração do lucro tributável.
Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.
Contabilidade de custos...
A contabilidade de custos se localiza em uma área intermediária entre a contabilidade
financeira e a contabilidade gerencial, pois serve às duas.
Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.
A contabilidade fiscal ou tributária não será detalhada aqui. Apenas
demonstramos que ela não deve ser confundida com a contabilidade financeira.
CONTABILIDADE FINANCEIRA CONTABILIDADE GERENCIAL
CONTABILIDADE DE CUSTOS
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
24
3.7.1 CAMPOS DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE
De modo geral, a contabilidade está inserida em três amplos campos de atuação, orientados pelas
necessidades de seus usuários...
3.8 INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
A contabilidade trabalha com avaliações e todo sistema de mensuração tem limitações – inclusive
de custo-benefício.
A contabilidade deve reproduzir a realidade da empresa em números. Isso se torna de extrema
dificuldade, por inúmeras razões, como a volatilidade dos valores a serem mensurados.
Por exemplo, um apartamento comprado por um elevado valor pode perder grandeparte desse valor se for construído um viaduto em frente à janela.
Por exemplo, Av. Paulo Frontin, na saída do túnel Rebouças, no Rio de Janeiro, RJ.
3.9 LIMITAÇÕES DA CONTABILIDADE
O processo de avaliação é ainda agravado pelo problema da flutuação de preços.
A contabilidade deve conciliar utilidade com os requisitos da praticabilidade
e objetividade.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
25
O fato de a contabilidade se concentrar na avaliação monetária representa um grande aspecto
positivo, entretanto, enseja limitações, pois a quantificação monetária de todos os eventos
econômicos não é possível.
3.10 RESULTADO DE UMA EMPRESA
O resultado exato de uma empresa – variação do patrimônio investido pelos proprietários – sópode ser apurado no final de sua vida, quando seus ativos forem liquidados.
Entretanto, para proporcionar informações úteis*, a contabilidade tem a missão de calcular o
resultado a intervalos regulares de tempo.
3.11 CONCEITO DE LUCRO
O conceito de lucro é obtido por meio do pressuposto da competência, que representa a alocação
racional do fluxo de caixa durante o desenrolar da vida da empresa.
Acesse, o Saiba Mais, disponível no ambiente on-line, para se aprofundar mais no assunto...
3.12 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
Logo, a informação do lucro líquido não deve ser a única medida de
avaliação do sucesso de uma empresa durante um período.
*informações úteis...
Para aprimorar essa informação, na quantificação do lucro, devem ser
introduzidas variáveis como custo de oportunidade, inovação tecnológica,
qualidade de produtos, satisfação dos clientes, investimentos sociais, ambientais
e treinamento de empregados.
A rigor, esses aspectos são – ou deveriam ser efetivamente – contemplados
pela contabilidade gerencial.
Sobre esse assunto, veja...
CARDOSO; MÁRIO; AQUINO. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2007.
Mais ainda...Na avaliação da gestão da empresa, o conceito de lucro é
superior ao de caixa.
Logo, a diferença entre o conceito de lucro e o de caixa é meramente
temporal pois, no final da vida da empresa, esses conceitos serão idênticos.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
26
UNIDADE 4 – ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE – CPC
4.1 REGRAS PARA UMA BOA ATUAÇÃO
Quando assistimos a uma partida de futebol, sabemos que os jogadores usam, especialmente, os
pés para realizar suas jogadas, mas em uma partida de vôlei, sabemos que os jogadores usam,
especialmente, as mãos.
4.1.1 NOVA ESTRUTURA CONCEITUAL BÁSICA DA CONTABILIDADE
A partir de 20081, uma nova estrutura conceitual básica da contabilidade2, emitida pelo CPC33, foi
adotada no Brasil.
Quando começamos um novo curso ou um novo emprego, precisamos
conhecer as regras às quais vamos nos submeter para que tenhamos uma boa
atuação.
Para compreender a empresa que pretendemos analisar, é preciso conhecer
as regras de apresentação das informações sobre as empresas, ou seja, é preciso
ter pleno conhecimento da estrutura conceitual básica da empresa.
1a partir de 2008...
Até 2008, no Brasil, eram adotadas duas estruturas básicas...
...uma emitida pela CVM – Deliberação n° 29/86 – revogada a partir de
31/12/2008;
...outra pelo CFC – Resolução n° 750/93 – complementada pela Resolução
n° 774/94 e alterada pela Resolução n° 900/01, que permanece em vigor.
2estrutura conceitual básica da contabilidade...
Em linha com o Conceptual Framework for the Preparation and Presentation of
Financial Statements, emitido pelo IASB – Internacional Accounting Standards
Board –, e aprovada pela CVM, por meio da Deliberação n° 539/08.
IASB – International Accounting Standards Board: entidade independente que
objetiva definir critérios universais e padrões contábeis que deverão ser aplicados
por todos os países de maneira idêntica e compreensível.
3CPC3...
Comitê de Pronunciamentos Contábeis, representa a entidade única de
normatização contábil no país, e que pretende direcionar o país para a
convergência com as normas internacionais. O CPC foi formado em 2005 sob
a égide de seis instituições privadas brasileiras, cada uma representando um
diferente grupo de agentes econômicos. Em suas reuniões, também participam
as entidades reguladoras governamentais.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
27
Vejamos a estrutura básica estabelecida pelo CPC...
4.1.2 CONCEITOS DA NOVA ESTRUTURA
A nova estrutura conceitual básica da contabilidade estabelece...
§ os pressupostos básicos;
§ as características qualitativas das demonstrações contábeis;
§ as limitações às características qualitativas.
4.2 PRESSUPOSTOS BÁSICOS
Existem dois pressupostos básicos – o regime de competência e a continuidade.
Vejamos, a seguir, esses dois pressupostos com mais detalhes.
4.2.1 REGIME DE COMPETÊNCIA E CONTINUIDADE
Vejamos, mais detalhadamente, esses dois pressupostos a seguir...
4.2.2 REGIME DE COMPETÊNCIA
Segundo o regime de competência, os atos e fatos contábeis devem ser reconhecidos quando
ocorrem as transações e os eventos econômicos, independente de sua realização financeira –
pagamento ou recebimento.
As receitas devem ser reconhecidas quando auferidas, e não quando efetivamente
recebidas.
As despesas devem ser reconhecidas quando incorridas, e não quando efetivamente
pagas.
Esse raciocínio é fundamental para que a contabilidade meça o patrimônio, em sua
dimensão econômica, e o resultado periodicamente.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
28
4.3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência informam aos usuários...
...dados sobre transações passadas envolvendo o pagamento e o recebimento de
caixa ou outros recursos financeiros;
...dados sobre as obrigações que vão demandar pagamento futuro e sobre os recursos
que serão recebidos futuramente.
4.3.1 EXEMPLO
As informações conseguidas por meio do regime de competência são muito importantes para a
tomada de decisões.
Por exemplo...
Uma loja vendeu, no mês de janeiro, R$ 220.000.
Metade desse valor foi recebida à vista e a outra metade, mediante cartão de crédito,
mas a loja só receberá o valor do cartão de crédito no mês seguinte às vendas.
A loja deve apurar, em janeiro, de acordo com o regime de competência, a receita no
total de R$ 220.000, porque esse foi o valor vendido, mesmo que a loja ainda não
tenha recebido, efetivamente, o dinheiro.
4.4 PRESSUPOSTO DA CONTINUIDADE
Presume-se que a empresa não tem a intenção nem a necessidade de colocar todas as suas
propriedades à venda, mas, se a intençao ou a necessidade existirem, as demonstrações contábeis
deverão ser preparadas em uma base diferente, que deverá ser divulgada.
O pressuposto da continuidade implica a adoção de determinadas práticas contábeis na avaliaçãoda maioria dos ativos e dos passivos pelo custo histórico.
Quando o pressuposto da continuidade não for válido, isto é, quando a empresa estiver emprocesso de encerramento de atividades e liquidação de seus bens para pagamento de dívidas,
todos os bens deverão ser avaliados pelo valor de venda.
As demonstrações contábeis devem ser feitas tendo-se em mente que a
entidade continuará em operação no futuro.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
29
4.4.1 EXEMPLO
Por exemplo...
...se uma companhia aérea compra uma nova frota de aviões, o valor registrado em sua
contabilidade deve ser o valor pago – ou devido – pelos aviões.
Isso acontece porque se espera que a empresa continue em operação, oferecendo voos.
Apenas se a empresa estivesse encerrando suas atividades, os aviões seriam reconhecidos pelo
valor de venda.
Essa informação só é útil caso a empresa esteja realmente interessada em vender os aviões.
Qualquer alteração que não aplique os pressupostos modifica toda a concepção da contabilidade
como o grande sistema de informações das empresas.
4.5 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS
As características qualitativas são uma excelente ferramenta para o usuário, pois...
...fornecem informações;
...ajudam no processo decisório;
...facilitam o entendimento da empresa analisada.
4.5.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS PRIMÁRIAS
As características qualitativas primárias das demonstrações contábeis são...
...compreensibilidade;
...relevância;
...confiabilidade;
...comparabilidade.
Características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações
contábeis úteis a seus leitores.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
30
4.6 COMPREENSIBILIDADE
As informações apresentadas nas demonstrações contábeis devem ser diretas e claras.
Portanto, devem ser prontamente entendidas pelos usuários que conhecem, razoavelmente, os
negócios, as atividades econômicas e a contabilidade.
As demonstrações contábeis devem ser elaboradas de modo que possam ser entendidas por não
contadores, desde que estejam interessados e dispostos a compreender a situação patrimonial e
o desempenho da entidade analisada.
4.7 RELEVÂNCIA
Desse modo, a demonstração contábil também deve conter informações sobre operações
complexas que sejam relevantes para a tomada de decisão.
A demonstração contábil deve ajudar o usuário a conhecer melhor a situação patrimonial e o
desempenho da entidade.
4.7.1 RELEVÂNCIA
Em que as informações da demonstração contábil devem ser relevantes?
As informações da demonstração contábil devem ser relevantes às necessidades dos usuários na
tomada de decisões.
As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários.
As informações relevantes ajudam os usuários a...
...avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros;
...confirmar ou corrigir as avaliações anteriores.
A relevância se justifica por dois aspectos...
...a natureza da informação;
...a materialidade.
O mundo dos negócios é competitivo e envolve operações estruturadas e
sofisticadas, como acontece no mercado financeiro...
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
31
4.7.2 NATUREZA DA INFORMAÇÃO
A ideia de relevância pode ser associada à de utilidade.
Quanto maior a utilidade da informação para o usuário, maior sua importância e, portanto, sua
relevância.
A informação contábil é relevante quando...
§ altera a compreensão do usuário;
§ ajuda a avaliar as operações efetuadas;
§ traz mudança no processo decisório.
4.7.3 MATERIALIDADE
Uma informação é material se sua não apresentação ou distorção nas demonstrações contábeis
puder influenciar as decisões econômicas dos usuários.
A materialidade depende do tamanho do item ou do erro, julgado nas circunstâncias específicas
de sua não apresentação ou distorção.
4.7.3.1 EXEMPLO
Uma informação pode ser extremamente relevante, mas envolver valores pequenos...
Portanto, a relevância não se justifica só pelo valor envolvido mas também pela natureza dainformação.
Já os valores maiores – materiais – são relevantes independente da natureza da informação.
Os conceitos de relevância e materialidade, de uma forma geral, podem ser relativos.
Por exemplo...
...uma perda de R$ 100.000,00 para uma empresa pequena constitui um fatoimportante, mas para uma grande empresa, esse valor pode não ser significativo.
Portanto, nesse caso, a natureza da informação é importante, ou seja, o fato de que há perda na
empresa, mesmo com um valor não muito significativo para ela.
A natureza da informação diz respeito ao conteúdo informacional, enquanto
a materialidade, ao valor envolvido.
Os conceitos de relevância e materialidade não são sinônimos.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
32
4.8 CONFIABILIDADE
Um usuário que não tem confiança nas informações apresentadas nas demonstrações contábeistende a julgar negativamente a empresa.
A informação contábil confiável deve ser...§ isenta de erros, representando a realidade, evidenciando apenas as transações que
são verdadeiras;§ não tendenciosa, neutra, não priorizando um usuário em detrimento dos demais;§ completa;
§ não otimista, prudente;§ objetiva, apresentando a substância econômica das transações, priorizando sua
essência econômica, mesmo em detrimento da forma jurídica.
4.8.1 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS SECUNDÁRIAS DA CONFIABILIDADE
Vejamos as características qualitativas secundárias da confiabilidade...
4.8.1.1 INFORMAÇÃO CONFIÁVEL
A informação confiável deve representar, com propriedade, as transações e os outros eventos
que ela diz retratar.
Por exemplo...
Um balanço patrimonial deve representar, com propriedade, as transações e os outros eventos
que...
...resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade;
...atendam aos critérios de reconhecimento.
Uma informação só é útil se for confiável.
A informação deve estar livre de erros e representar, com propriedade, aquilo a
que se propõe retratar.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
33
A maioria das informações contábeis está sujeita a algum risco de não retratar exatamente aquilo
a que se propõe.
Essa inadequação pode acontecer devido a...
...dificuldades de identificação das transações a serem avaliadas;
...necessidade de se realizar estimativas sobre o futuro.
4.8.1.2 PRIMAZIA DA ESSÊNCIA SOBRE A FORMA
A informação confiável deve retratar transações e eventos contabilizados e apresentados de
acordo com sua essência.
A informação confiável deve mostrar a verdadeira finalidade das transações e dos eventos; deve
retratar o que realmente aconteceu.
A essência das transações ou dos outros eventos nem sempre corresponde ao que aparenta ser
com base em sua forma legal.
Por exemplo...
Uma entidade pode vender um imóvel a um terceiro.
Em sua contabilidade, a entidade não possui mais esse bem...
...no entanto, a entidade pode continuar exercendo suas atividades nesse imóvel –
mediante locação –, sem que nada mude na realidade – pois na verdade a empresa
pode ter obtido um empréstimo utilizando este imóvel como garantia.
Esta operação é conhecida como lease-back e sempre que ocorrer deve ser efetuada uma análise
para se definir o tratamento contábil mais correto.
4.8.1.3 NEUTRALIDADE
A informação confiável deve ser neutra, isto é, imparcial.
As demonstrações contábeis não são neutras quando visam atingir um resultado predeterminado.
Isso ocorre pela escolha ou apresentação da informação, de forma que influencie a tomada dedecisão ou o julgamento em determinada direção.
O profissional de contabilidade deve reconhecer uma transação econômica de acordo com a
realidade, e não conforme o interesse de sua empresa.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
34
Por exemplo...
Uma empresa pode estar em uma fase muito difícil.
É conveniente para essa empresa não reconhecer todos os seus gastos, causando a impressão
que sua situação financeira é melhor.
Nesse sentido, alguns tratamentos contábeis errados podem ser utilizados.
Um deles é quando a empresa não registra determinadas despesas, omitindo um passivo.
Outro procedimento seria reconhecer gastos que deveriam ser contabilizados como despesas,
reduzindo o resultado, como ativos, de modo a distorcer o verdadeiro patrimônio. Esse fato
aconteceu em muitas situações de fraude ocorridas nos Estados Unidos, no início do século.
Atenção!
Suponhamos que uma empresa possua vários processos contra ela na justiça. A administração
da empresa, junto com os consultores, considera que a perda não é provável, mas sim possível.
Mesmo não sendo obrigada a contabilizar o passivo, a empresa deve mencionar o fato em suas
demonstrações contábeis, através de notas explicativas.
4.8.1.4 PRUDÊNCIA
A informação confiável deve ser prudente.
A prudência consiste no emprego de certa dose de cautela no exercício dos julgamentos
necessários às estimativas em certas condições de incerteza, portanto, os ativos ou as receitas não
podem ser superestimados, nem mesmo os passivos ou as despesas subestimados.
4.8.1.5 EXEMPLO
Por exemplo...
O contador deve...
...calcular a porcentagem dos clientes de uma empresa que têm probabilidade de não
pagar suas dívidas;
...estimar o número de reclamações cobertas por garantias;
...mensurar o número provável de devolução de produtos.
Os contadores se deparam com incertezas durante a elaboração das
demonstrações contábeis.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
35
No processo de reconhecimento contábil, o contador deve ser prudente na avaliação dessas
incertezas, divulgando o risco e as possíveis consequências.
A prudência é muito conhecida na prática pelo termo conservadorismo.
A prudência indica que a empresa deve escolher o maior valor para o passivo e a despesa, e o
menor valor para o ativo e a receita.
4.8.1.6 INTEGRIDADE
A informação confiável deve ser completa, dentro dos limites de materialidade e do custo.
Uma omissão pode tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não confiável e deficiente
em termos de sua relevância.
A integralidade das informações contábeis pode ajudar na prevenção de fraudes, pois propicia
um controle amplo das operações da empresa.
Um procedimento errado em uma área da empresa pode ser descoberto por outra.
Por exemplo...
O reflexo de uma compra de estoques de mercadorias a prazo pode ser verificado tanto pela
tesouraria como pela área de controle de suprimentos.
4.9 COMPARABILIDADE
A comparabilidade é a característica qualitativa de mais fácil compreensão...
Afinal, é razoável que o usuário da informação queira comparar a situação patrimonial e o
desempenho de uma entidade por determinado parâmetro.
Para fazer a comparação, é possível utilizar...
§ dados de anos anteriores da mesma empresa – desde que as práticas contábeis
adotadas sejam consistentes ao longo dos períodos;
§ dados de outras empresas do mesmo setor econômico – desde que as práticas
contábeis adotadas pelas empresas sejam semelhantes.
4.10 EFETIVAÇÃO DA COMPARABILIDADE
A comparabilidade só é possível de ser feita quando os usuários conhecem...
§ as práticas contábeis seguidas na elaboração das demonstrações contábeis;
§ quaisquer mudanças nessas práticas;
§ o efeito de tais mudanças.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
36
4.11 INFORMAÇÕES DOS USUÁRIOS
Os usuários precisam ter informações que lhes permitam identificar diferenças entre as práticas
contábeis aplicadas a transações e os eventos semelhantes e os usuários devem saber quando
essas práticas são usadas pela mesma entidade de um período a outro, e por diferentes entidades.
Além disso, é importante que as demonstrações contábeis apresentem as informações de períodos
anteriores.
O ideal é que uma empresa evidencie suas demonstrações contábeis atuais e sua comparação
com as demonstrações dos 3 anos anteriores.
4.11.1 COMPARAÇÕES
Atenção!
É preciso tomar cuidado para se fazer as comparações corretamente.
Por exemplo...
Na análise de uma demonstração trimestral, é importante que os dados sejam comparados com
o mesmo trimestre dos anos anteriores e não com os trimestres anteriores, em função da
sazonalidade.
Exemplo...
Uma empresa que fabrica brinquedos, provavelmente, tem melhores resultados no último trimestre
do ano, de outubro a dezembro, mas é provável que uma empresa que vende material escolar
em geral tenha melhores resultados no primeiro trimestre do ano.
A intenção de comparabilidade é uma das causas da normatização contínua das práticas contábeis.
Se não houvesse normatização, cada empresa poderia usar um tratamento diferenciado, e não
haveria comparação.
4.11.2 JOGO
Acesse, no ambiente on-line, o jogo.
4.12 LIMITAÇÕES ÀS CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS
As limitações apresentadas no pronunciamento são quatro...
§ tempestividade;
§ equilíbrio entre custo e benefício;
§ equilíbrio entre características qualitativas;
§ visão verdadeira e adequada.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
37
O texto do pronunciamento apresenta as limitações às características qualitativas como limitações
na relevância e na confiabilidade das informações, mas tais limitações dizem respeito a todas as
características qualitativas, não só às duas sugeridas pela interpretação textual do pronunciamento.
4.12.1 TEMPESTIVIDADE
Qualquer instrumento – uma ferramenta, um medicamento, uma informação – precisa ser
disponibilizado a tempo para que seja utilizado para o fim a que se destina.
Por exemplo...
§ realizar um conserto;
§ curar uma enfermidade;
§ tomar uma decisão.
Quando o instrumento não é disponibilizado a tempo, ele perde sua importância, mas a pressa na
geração da informação não deve ter como consequência o fornecimento de informações precárias
ou duvidosas.
Informações precárias ou duvidosas perdem a confiabilidade.
Cabe à administração da entidade ponderar os méritos relativos entre a tempestividade
da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida.
4.13 AVALIAÇÃO DOS CUSTOS E BENEFÍCIOS
Em nosso dia a dia, encontramos a necessidade de avaliar os pontos positivos
e negativos de inúmeros acontecimentos.
Quando fazemos isso, estamos avaliando se os benefícios esperados superam os
custos de nossas ações.
M Ó D U L O 1 Contabilidade Financeira
38
A avaliação dos custos e dos benefícios é, em essência, um exercício de julgamento.
A necessidade de equalizar custos e benefícios também ocorre com decisões relacionadas a
escolhas contábeis, portanto, é esperado que os benefícios decorrentes da informação sejam
maiores que o custo de produzi-la.
Além disso, os custos não recaem, necessariamente, sobre aqueles usuários que usufruem dos
benefícios.
4.13.1 EXEMPLO
Por exemplo...
...um analista se beneficia por ter acesso a uma grande quantidade de informações
contábeis...
...no entanto, toda informação divulgada tem um custo, que deve ser pago pela empresa
que evidencia as informações contábeis.
4.13.2 JOGO
Acesse, no ambiente on-line, o jogo.
4.14 IMPORTÂNCIA DO JULGAMENTO
Essa percepção apoia o argumento de que a contabilidade é uma ciência social e que está em
constante evolução...
Afinal, a importância das características qualitativas depende do momento, do contexto e dos
valores dos diversos usuários.
4.15 DESCRIÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As demonstrações contábeis, frequentemente, são descritas apresentando uma visão verdadeira
e adequada...
...da posição patrimonial e financeira;
...do desempenho;
Os benefícios podem também ser aproveitados por outros usuários, além
daqueles para os quais as informações foram preparadas.
O contador, em cada caso, deve julgar qual das características tem maior
valor para os usuários.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 1
39
...das mutações na posição financeira de uma entidade.
As demonstrações contábeis só refletem a apresentação verdadeira e adequada das informações
quando aplicam as principais características qualitativas, e de normas e práticas de contabilidade.
4.15.1 JOGO
Acesse, no ambiente on-line, o jogo.
4.16 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
4.17 AVALIAÇÃO
Acesse, no ambiente on-line, a avaliação deste módulo.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
41
MÓDULO 2 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: MECÂNICA CONTÁBIL
INTRODUÇÃO
O ciclo contábil é um processo executado nas empresas para a elaboração de suas demonstrações
contábeis...
Evidenciação...
Este é o momento de tornar a informação pública por meio da publicação em jornais,
site da entidade, envio por correio, e-mail ou fax. Os órgãos reguladores podem exigir
que as entidades por ele reguladas lhe enviem suas demonstrações contábeis.
Captação...
Consiste na identificação das transações realizadas por meio da análise de documentos
como contratos, notas fiscais, recibos, laudos...
Reconhecimento contábil...
Nem tudo o que afeta o patrimônio da entidade é reconhecido. Portanto, este é o
momento de decidir o que será reconhecido, em que data, em que conta e por quanto.
Processo de acumulação...
Consiste na estruturação de um banco de dados processados e organizados pelos
sistemas contábeis.
Sumarização...
Esta etapa é o momento em que as informações são resumidas e transformadas em
informações úteis aos usuários, para então elaborar as demonstrações contábeis –
DRE, DMPL, BP, DFC, DVA, NE – e os demais relatórios contábeis – análises, pareceres,
laudos, planilhas... As demonstrações e os relatórios serão vistos adiante.
APRESENTAÇÃO
Este módulo está dividido em nove unidades...
1. introdução;
2. mecânica contábil;
3. balanço patrimonial – BP;
4. demonstração do resultado do exercício – DRE;
5. demonstração das mutações do patrimônio líquido – DMPL;
6. demonstração dos fluxos de caixa – DFC;
Dessa forma, o ciclo contábil é uma sequência de procedimentos contábeis
que identificam, mensuram, classificam, registram e sumarizam a informação
contábil.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
42
7. demonstração do valor adicionado – DVA;
8. estoque e baixa da mercadoria vendida;
9. ativo imobilizado e depreciação.
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
1.1 INFORMAÇÕES OBTIDAS DO CICLO CONTÁBIL
Mediante o reconhecimento contábil, é possível obtermos a avaliação patrimonial e a apuração
do resultado do exercício – informações que podem ser obtidas nas Demonstrações Contábeis.
Para melhor compreensão das empresas, faz-se indispensável o conhecimento de como são
elaboradas as demonstrações contábeis. Ao longo deste módulo, elas serão explicadas .
1.2 RELATÓRIOS
A contabilidade deve apresentar os seguintes relatórios – em termos monetários – com informações
sobre os negócios das entidades...
Balanço patrimonial – BP...
O BP evidencia a situação patrimonial da entidade em determinado momento.
O BP apresenta, em determinada data, a estrutura patrimonial da entidade, como se
fosse uma fotografia de seus bens, seus direitos e suas obrigações.
Vamos começar?!
Por meio do ciclo contábil, são obtidas informações de grande importância...
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
43
Ou seja...
O BP apresenta como o patrimônio da entidade está aplicado – ativo1 – e como
ele está sendo financiado – passivo2 e patrimônio líquido3 –, o que nos permite
melhor compreensão de sua estrutura financeira.
Demonstração do resultado do exercício – DRE ou DEREX...
A DRE mensura a riqueza gerada pela entidade, evidenciando as receitas e as despesas
de determinado período.
A DRE demonstra o lucro líquido, que, em última análise, pertence aos acionistas, ou o
resultado contábil, isto é...
receitas - despesas = lucro ou prejuízo
Por meio da DRE, poderemos entender se a empresa vende bem seus produtos, se os
mesmos estão adequados ou se seu lucro adveio apenas da venda de um ativo
imobilizado.
DPML ou DEMUT...
O DMPL ou DEMUT evidencia as alterações do patrimônio líquido de uma entidade,
ocorridas em determinado período.
As alterações mais comuns são...
§ aumentos do capital social4;
§ apuração dos lucros5;
§ destinação dos lucros6.
Demonstração dos fluxos de caixa – DFC...
Evidencia as transformações no caixa – caixa + banco + aplicações financeiras de
imediata realização – de uma entidade, ocorridas em determinado período.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
44
Demonstração do valor adicionado – evidencia a riqueza gerada pela entidade,em
determinado período, pertencente à sociedade e como ela é distribuída entre os
empregados, o governo, os financiadores e os sócios.
Portanto, valor adicionado = receita – insumos adquiridos de terceiros.
Notas explicativas...
As notas explicativas devem complementar – juntamente com outros quadros analíticos
ou outras demonstrações contábeis – os critérios de cálculo dos itens que afetam o
lucro e o patrimônio da entidade.
Esses critérios se referem a, por exemplo...
§ depreciação;
§ avaliação dos estoques;
§ provisionamento para créditos de liquidação duvidosa;
§ detalhamento das obrigações de longo prazo – destacando os credores, a
taxa de juros e as garantias à dívida;
§ composição do capital social por tipo de ações;
§ ajustes de exercícios anteriores.
Parecer dos auditores independentes...
O parecer dos auditores independentes valida as demonstrações contábeis em relação
à adoção das práticas contábeis de aceitação geral e apropriadas às circunstâncias.
Esse parecer sinaliza ainda se as informações estão adequadamente evidenciadas nas
demonstrações contábeis e nas notas explicativas.
Exemplo de um parecer de auditor independente:
Vejamos parte do Parecer dos Auditores Independentes do exercício de 2008 da Companhia
Brasileira de Distribuição, disponibilizado no site da empresa:
PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES
Aos Administradores, Conselheiros e Acionistas da Companhia Brasileira de Distribuição
São Paulo – SP
1. Examinamos os balanços patrimoniais da Companhia Brasileira de Distribuição e os
balanços patrimoniais consolidados da Companhia Brasileira de Distribuição e empresas
controladas, levantados em 31 de dezembro de 2008 e 2007, e as respectivas
demonstrações dos resultados, das mutações do patrimônio líquido, dos fluxos de
caixa e do valor adicionado, correspondentes aos exercícios findos naquelas datas,
elaborados sob a responsabilidade de sua Administração. Nossa responsabilidade é a
de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
45
(...)
2. Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria aplicáveis
no Brasil e compreenderam: a) o planejamento dos trabalhos, considerando a relevância
dos saldos, o volume de transações e os sistemas contábeis e de controles internos da
Companhia e empresas controladas; b) a constatação, com base em testes, das
evidências e dos registros que suportam os valores e as informações contábeis
divulgados; e c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas
adotadas pela Administração da Companhia e empresas controladas, bem como da
apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.
3. Em nossa opinião, com base em nossos exames e nos pareceres de outros auditores
independentes, as demonstrações financeiras referidas no parágrafo 1 representam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira
da Companhia Brasileira de Distribuição e a posição patrimonial e financeira consolidada
da Companhia Brasileira de Distribuição e empresas controladas em 31 de dezembro
de 2008 e 2007, os resultados de suas operações, as mutações de seu patrimônio
líquido, os seus fluxos de caixa e os valores adicionados nas operações referentes aos
exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no
Brasil.
(...)
São Paulo, 26 de Fevereiro de 2009.
1ativo...
Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos
passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos.
2passivo...
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos,
cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos.
Tais demonstrações contábeis devem ser publicadas em dois jornais – no
Diário Oficial e em um jornal de grande circulação na localidade onde é situada a
sede da empresa.
Pela legislação do Imposto de Renda, as sociedades por quotas de
responsabilidade limitada, que não são de grande porte7, são obrigadas a
apresentar três dessas demonstrações8 à Secretaria da Receita Federal – SRF.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
46
3patrimônio líquido...
O patrimônio líquido aumenta pelo aumento de capital social pelos sócios e
pela obtenção de lucros pela entidade.
O patrimônio líquido diminui seu valor, conforme a entidade aufere prejuízo e
distribui dividendos aos sócios.
4capital social...
Investimento realizado na empresa pelos proprietários.
O capital social pode ser...
capital social autorizado...
(-) a subscrever;
(=) subscrito;
(-) a integralizar;
(=) integralizado.
5apuração dos lucros...
Considera-se "apuração dos lucros", para fins da DMPL – o lucro líquido do
exercício.
6destinação dos lucros...
Considera-se "destinação dos lucros", para fins da DMPL – a distribuição de
dividendos.
7que não são de grande porte...
Segundo a Lei 11.638/07, as sociedades de grande porte são aquelas, que
independe de estrutura societária, possuem ativos superiores a R$240 milhões
e receita bruta anual superior a R$300.000.
8três dessas demonstrações...
De acordo com o Artigo 274 do RIR/99 – Decreto nº 3.000/1999; § 4º do Artigo
7º do Decreto-Lei nº 1.598/1977 e Artigo 18 da Lei nº 7.450/1985, as sociedades
por quotas de responsabilidade limitada são obrigadas a apresentar à Secretaria
da Receita Federal – SRF...
§ Balanço Patrimonial;
§ Demonstração de Resultado do Exercício;
§ Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – uma simplificação
da DMPL.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
47
1.2.1 OUTROS RELATÓRIOS
O sistema contábil pode ainda fornecer diversos relatórios, alguns padronizados e outros quedevem ser moldados mediante as necessidades...
Demonstração dos Fluxos de Caixa – evidencia as transformações no caixa – caixa + banco+ aplicações financeiras de imediata realização – de uma entidade, ocorridas em determinado
período.
Demonstração do Valor Adicionado – evidencia a riqueza gerada pela entidade, em
determinado período, pertencente à sociedade e como ela é distribuída entre os empregados, ogoverno, os financiadores e os sócios. Portanto, valor adicionado = receita - insumos adquiridos de
terceiros.
1.2.1.1 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.
1.3 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – MECÂNICA CONTÁBIL
2.1 SISTEMA DAS PARTIDAS DOBRADAS
No sistema das partidas dobradas, para cada transação, o contador precisa identificar onde odinheiro foi aplicado e de onde o dinheiro veio...
aplicação = débitoorigem = crédito
ativo = passivo + patrimônio líquido
Contudo, muitas pessoas que não estão familiarizadas com o sistema o acham confuso.
Para facilitar o entendimento da mecânica contábil, não usaremos os termos débito e crédito.
Vejamos...
2.2 REGISTRO DE EVENTOS NA PLANILHA
Para registrarmos os eventos na planilha baseada na equação fundamental da contabilidade,temos de identificar apenas onde o recurso foi aplicado e de onde ele veio.
ativo = passivo + patrimônio líquido
A contabilidade utiliza uma das maiores convenções da humanidade, o
sistema das partidas dobradas.
Vamos ver se você entendeu?
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
48
Acesse, no ambiente on-line, informações sobre o registro de eventos na planilha.
2.2.1 DESAFIO
Vejamos os dados da empresa Felicidade...
No final do mês, o Banco Praça S.A. pagou à Felicidade juros no valor de R$ 300,00, referentes àaplicação financeira...
Nessa transação, a Felicidade...§ não trocou nada;
§ não adquiriu nada;§ ganhou o direito de resgatar R$ 15.300,00 do fundo de investimentos, em vez dos
R$ 15.000,00 depositados.
Os juros correspondem, portanto, a um ganho que a Felicidade teve.
Não é um bem, nem um direito, nem uma obrigação. Trata-se de uma receita.
2.2.2 DESAFIO 2
Continuemos...
Para comemorar e para divulgar o início de suas atividades, a Felicidade ofereceu um coquetel...
Esse coquetel lhe custou R$ 200,00.
Nessa transação, a Felicidade...
§ não trocou nada;§ não adquiriu nada;§ não ganhou nada;
§ gastou parte do dinheiro que possuía.
O coquetel, portanto, corresponde a um gasto que a Felicidade teve.
Não é um bem, um direito, uma obrigação, nem uma receita.
Trata-se de uma despesa.
2.3 RECEITA E DESPESA
Receitas e despesas são computadas em separado pela contabilidade para apurarmos
o resultado, que deve ser incluído no PL.
Se a receita é maior do que a despesa, a empresa gerou lucro.
Se a despesa é maior do que a receita, a empresa gerou prejuízo.
Uma empresa tem lucro ou prejuízo independentemente do patrimônio que possui.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
49
Vamos ver, então, quando e como o resultado das operações de uma empresa éintegrado a seu patrimônio.
2.4 EXERCÍCIO
Exercício é o período que a contabilidade toma como base para apurar as demonstrações contábeis
de tudo o que a empresa realizou.
2.5 DEMONSTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO
Ao terminar o exercício, a contabilidade apura a situação da empresa, ou seja...§ o que tem/o que deve;§ o que ganhou/o que gastou.
A contabilidade apura a demonstração contábil, para propiciar a análise da situação da empresa. Acontabilidade obtém, dessa forma, o resultado operacional, que é integrado ao patrimônio da
entidade.
Tanto o lucro como o prejuízo apurados devem estar no PL...§ elevando-o, se houver lucro;
§ diminuindo-o, se houver prejuízo.
2.5.1 EXEMPLO
Vejamos agora como fica o balanço patrimonial da Felicidade...
Logo, exercício é o período decorrido entre um balanço e outro.
No caso da Felicidade, vamos supor que......
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
50
A contabilidade – por meio de técnica própria – procura demonstrar...
§ o que se tem e o que se deve;§ o que se gasta e o que se ganha.
Ou seja, a contabilidade demonstra a origem e a aplicação dos recursos da empresa...
2.5.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO
Continuemos com o caso... Passado algum tempo, Rosana e Fernanda resolvem encerrar asatividades da Felicidade Com. & Ind. Ltda...
Naturalmente, elas querem o retorno do que investiram no patrimônio da empresa.
Neste momento, o quadro atual da Felicidade Com. & Ind. Ltda. é...
Contudo, a Felicidade Com. & Ind. Ltda. só pode pagar o que deve com o que tem.
Vejamos...
2.6 TABELA
O primeiro passo é liquidar as dívidas com terceiros...
Feito isso, o capital social deve ser devolvido aos sócios, acrescido dos lucros ou diminuído dos
prejuízos.
Assim...
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
51
2.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – BALANÇO PATRIMONIAL
3.1 BALANÇO PATRIMONIAL
O balanço patrimonial – BP – é formado de...
§ ativo – aplicações de recursos;
§ passivo – origens, fontes de terceiros;
§ patrimônio líquido – origens, recursos dos sócios.
Observamos que o IASB considera que a melhor terminologia para o Balanço Patrimonial é
Demosntração da Posição Financeira (Statement of Financial Position).
3.1.1 CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL
As contas do balanço patrimonial são classificadas1...
...no ativo, de acordo com sua ordem decrescente de liquidez2...
...no passivo, de acordo com sua ordem decrescente de exigibilidade3.
1Classificação das contas do balanço patrimonial...
A classificação das contas está definida na Lei das Sociedades Anônimas – Lei n°
11.638/07.
2liquidez...
Capacidade – velocidade – de se transformarem bens e direitos em dinheiro.
3exigibilidade...
Prazo que o devedor tem para honrar seus compromissos.
Vamos agora conhecer as demonstrações contábeis*, começando pelo
balanço patrimonial...
*demonstrações contábeis...
Para ilustrar o conteúdo apresentado, trabalharemos com as demonstrações
contábeis da Natura Cosméticos S/A.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
52
3.1.2 CONCLUSÕES SOBRE O BALANÇO PATRIMONIAL
Portanto...
O BP reflete, em determinado momento, a posição financeira de uma empresa, apresentando, de
forma ordenada...
§ os ativos – recursos aplicados com capacidade de geração de benefícios
futuros, que geralmente correspondem a bens e direitos;
§ os passivos – obrigações;
§ o patrimônio líquido – diferença entre ativos e passivos.
No BP, o total de bens e direitos é igual ao total das origens de recursos.
Antes de entender cada um desses itens, vamos conhecer a estrutura de um balanço patrimonial...
3.2 ESTRUTURA DE UM BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial é apresentado dessa forma...
Ela representa um exemplo simplificado de um balanço patrimonial...
Do lado esquerdo, estão os ativos e no lado direito, o passivo, e ,o patrimônio líquido.
Vamos então entender os itens desse balanço...
3.2.1 ATIVO
Vamos começar pelo ativo...
Nas próximas seções, analisaremos cada um dos itens que constituem o
balanço patrimonial.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PASSIVOATIVO
Ativo Circulante
Ativo não circulanteAtivo RLP
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Passivo Circulante
Passivo não circulantePassivo ELP
Total do Ativo Total do Passivo + PL
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
53
3.2.1.1 CONSTITUIÇÃO DO ATIVO
O ativo é constituído de...
§ aplicações de recursos, normalmente, em bens – máquinas, terrenos, dinheiro,
veículos e instalações;
§ direitos – depósitos bancários, contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber,
ações, outras aplicações financeiras.
3.2.1.2 CONTINUAÇAO
Os ativos podem ser...
§ tangíveis – corpo, matéria, como os estoques;
§ intangíveis – incorpóreos, como a marca, o ponto comercial.
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Ativo Passivo + Patr imônio líquido
Balanço patr imonial
Ativo Circulante
Caixa
Contas a Receber de clientes
Estoque
Ativo Não Circulante
At ivo Realizável a longo Prazo
Aplicações Financeiras
Invest imentos
Imobilizado
Terreno
Edif icações
Máquinas e equipamentos
Intangível
TOTAL DO ATIVO
Passivo Circulante
Fornecedores
Salár ios a Pagar
Impostos a recolher
Passivo Não Circulante
Empréstimos
Financiamentos
Patr imônio líquido
Capital social
Reservas de capital
Reservas de Lucro
TOTAL do PASSIVO e PL
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Ativo Passivo + Patr imônio líquido
Balanço patr imonial
Ativo Circulante
Caixa
Contas a Receber de clientes
Estoque
Ativo Não Circulante
At ivo Realizável a longo Prazo
Aplicações Financeiras
Invest imentos
Imobilizado
Terreno
Edif icações
Máquinas e equipamentos
Intangível
TOTAL DO ATIVO
Passivo Circulante
Fornecedores
Salár ios a Pagar
Impostos a recolher
Passivo Não Circulante
Empréstimos
Financiamentos
Patr imônio líquido
Capital social
Reservas de capital
Reservas de Lucro
TOTAL do PASSIVO e PL
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
54
3.2.2 CONTAS DO ATIVO
Um ativo é um bem ou direito, controlado pela empresa...
Esse bem ou direito tem de ser mensurável monetariamente...
Esse bem ou direito tem de representar benefício presente ou expectativa de benefício futuro
para a empresa.
Observe que os ativos estão agrupados em ordem decrescente de liquidez, nas seguintes contas...
§ ativo circulante;
§ ativo realizável a longo prazo;
§ ativo permanente.
3.2.3 ATIVO CIRCULANTE
O ativo circulante é composto de...
§ disponibilidades – caixa, bancos e aplicações financeiras;
§ realizáveis ou recebíveis – duplicatas a receber e adiantamentos a fornecedores;
§ estoques – produtos acabados, mercadorias, produtos em processo, matéria-prima,
embalagens, materiais de consumo e adiantamentos a fornecedores;
O dinheiro – que tem mais liquidez – é agrupado com outros itens que
serão transformados em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo – até 12
meses.
Os itens do ativo são agrupados em contas homogêneas – com a mesma
característica –, de acordo com a ordem descrescente de sua liquidez, ou seja, de
acordo com a rapidez com que possam ser convertidos em dinheiro.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
55
§ outros direitos – impostos a recuperar e empréstimos concedidos;
§ despesas antecipadas – despesas pagas não reconhecidas no resultado do período –
DRE – em função do pressuposto do regime da competência*.
Os itens que compõem o ativo circulante aparecem em ordem decrescente de liquidez.
3.2.4 ATIVO NÃO CIRCULANTE
De menor liquidez, cuja realização deverá ocorrer em mais de 12 meses, o ativo realizável a longo
prazo é composto de...
§ contas a receber a longo prazo;
§ despesas antecipadas a longo prazo;
§ empréstimos concedidos para recebimento no longo prazo e empréstimos a sócios
e administradores.
*pressuposto do regime da competência...
As receitas são reconhecidas no exercício em que ocorreu o evento
econômico – venda de bens ou prestação de serviços, por exemplo –, ou
seja, quando do fornecimento de bens ou serviços em troca de outros bens
ou direitos, tal como os títulos a receber.
Assim sendo, esse princípio norteia a contabilização das vendas de bens e da
prestação de serviços, e o consequente registro das contas a receber,
independente da realização financeira.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
56
2.4.1 ATIVO IMOBILIZADO
O ativo imobilizado compreende os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade.
Podemos dizer que o ativo imobilizado economiza dinheiro para a empresa, uma vez que utilizando
esse bem próprio, a empresa não precisará alugar ativos necessários para a operação, como
imóveis e máquinas, de terceiros.
3.2.4.2 INVESTIMENTOS
Participações permanentes no capital social de outras sociedades e outros direitos permanentes
que não se destinem à manutenção das atividades da sociedade.
São exemplos de investimentos que não se destinam à manutenção das atividades da
sociedade...
§ investimentos em ações ou quotas;
§ obras de arte e imóveis para aluguel.
Por exemplo, no ativo imobilizado de uma escola podemos encontrar o
imóvel (próprio) onde a atividade de ensino é exercida, mesas, cadeiras,
computadores, entre outros.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
57
3.2.4.3 ATIVO INTANGÍVEL
Ativo intangível é um ativo não monetário, identificável, sem substância física.
Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de definição de um ativo intangível,
quando...
§ for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido,
transferido,licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com um
contrato ativo ou passivo relacionado, independente da intenção de uso pela
entidade;
§ resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente detais direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos eobrigações.
3.2.4.4 CONTABILIZAÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO
Os itens do imobilizado devem ser considerados pelos valores líquidos de depreciação*.
São exemplos de ativos intangíveis: marca, software – parte não integrante
do respectivo hardware –, ponto comercial, patentes, direitos de exibição.
*depreciação...
Os bens da empresa têm vida útil limitada por deterioração ou por se tornarem
obsoletos – com exceção de terrenos e obras de arte
Ao ser utilizado esse bem, é reconhecida uma despesa – custo – de depreciação
relacionada aos custos de sua aquisição.
O ativo imobilizado é registrado por seu custo de aquisição menos a depreciação
acumulada.
A depreciação acumulada representa o reconhecimento da perda do valor do
ativo, em decorrência do uso, da ação da natureza e da obsolescência
tecnológica.
A depreciação representa também a baixa parcial do ativo imobilizado pela
realização parcial e sistemática dos benefícios econômicos – benefícios futuros
esperados no passado.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
58
3.3 PASSIVO
Portanto, o passivo são as exigibilidades e obrigações*.
Portanto, o passivo – por ser uma origem em recursos externos – deve ser pago a terceiros,
representando, assim, capital de terceiros.
3.3.1 COMPREENSÃO DO PASSIVO
Segundo o Inciso I do Artigo nº 184 da Lei das Sociedades Anônimas* – Lei nº 6.404/76 –, o passivo
compreende...
...as obrigações, os encargos e os riscos, conhecíveis ou calculáveis – inclusive
imposto de renda a pagar com base no resultado do exercício –, que serão computados
pelo valor atualizado até a data do balanço.
*Inciso I do Artigo 184 da Lei das S/A...
Critérios de Avaliação do Passivo
Art. 184 No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os
seguintes critérios:
I – as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive imposto de
renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor
atualizado até a data do balanço;
[...]
O passivo representa as obrigações de uma pessoa física ou jurídica, derivada
de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de
recursos capazes de gerar benefícios econômicos.
*o passivo são as exigibilidades e obrigações...
O passivo é segregado em dois grupos...
§ passivo circulante;
§ passivo não circulante.
A depreciação pode ser calculada por meio dos seguintes métodos...
§ linha reta ou quotas constantes – método mais utilizado;
§ soma dos dígitos – crescente ou decrescente;
§ benefício gerado.
A conta depreciação acumulada – de natureza credora – é classificada no
balanço patrimonial, no lado do ativo, como uma redução do custo do bem
depreciado, ser chamada conta retificadora.
A conta despesa de depreciação – de natureza devedora – é computada na
demonstração de resultado do exercício – DRE – ou no custo dos produtos.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
59
3.3.1.1 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.
3.3.2 APRESENTAÇÃO DO PASSIVO
O passivo é apresentado em ordem decrescente de exigibilidades – agrupa as contas de acordo
com seu vencimento integrando o primeiro grupo, ou seja, as contas que serão mais rapidamente
liquidadas.
Ou seja, o passivo...
§ em sentido restrito = passivo exigível;
§ em sentido amplo* = exigibilidades* + recursos próprios*;
§ A = P + PL*, em que aplicações = origens;
§ A - P = PL, em que patrimônio total - dívidas com terceiros = caítal financiado pelos
sócios.
*Passivo em sentido amplo
O termo passivo – Lei das S.A. – possui conceito amplo, ou seja, todo o lado
direito do balanço patrimonial. O passivo constitui as fontes de recursos de
uma organização...
§ fontes de terceiros – passivo exigível;
§ fonte dos acionistas – patrimônio líquido ou passivo não exigível.
*exigibilidades
Dívidas com terceiros.
*recursos próprios
Recursos financiados pelos proprietários.
*patrimônio líquido
O patrimônio líquido são as obrigações como os proprietários da empresa,
sendo conhecido como não exigível ou capital próprio.
Segundo o pressuposto da continuidade, o PL não será necessariamente
liquidado, já que a quitação do patrimônio líquido perante os acionistas e
investidores pressupõe a extinção e liquidação da entidade.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
60
3.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O patrimônio líquido é um componente do patrimônio* no qual são indicados os valores do
capital social de todos os sócios.
O patrimônio líquido deve ser acrescido de ágio na colocação de ações e dos lucros –
ou diminuído dos prejuízos – verificados em cada exercício.
Segundo o pressuposto da continuidade, o patrimônio líquido não será necessariamente liquidado,já que a quitação do patrimônio líquido perante os acionistas e investidores pressupõe a extinção
e liquidação da entidade.
O patrimônio líquido deve ser separado das obrigações normais da empresa,
pois ele só é exigido quando a empresa encerra suas atividades ou quando algum
sócio se retira da sociedade.
Ou seja...
patrimônio líquido = bens + direitos - obrigações
*O patrimônio líquido é um componente do patrimônio...
Segundo a Lei 11.638/07, o patrimônio líquido é dividido em...
§ capital social;
§ reserva de capital;
§ ajustes de avaliação patrimonial;
§ reserva de lucros;
§ ações em tesouraria;
§ prejuízos acumulados.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
61
Acesse o ambiente on-line para assistir a um vídeo.
3.4.1 DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica.
Logo...
3.4.2 CONTINUAÇÃO
O patrimônio líquido constitui os recursos dos acionistas investidos na empresa.
‘’Patrimônio líquido é o conjunto de bens e direitos de uma pessoa física ou
jurídica, deduzido de suas obrigações com terceiros.’’
Patrimônio líquido é a diferença entre o ativo e o passivo, ou seja, o valor
contábil líquido da empresa.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
62
3.5 GRUPOS CONSTITUINTES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Em conformidade com a Lei n° 11638/071, o patrimônio líquido é composto dos seguintes grupos...
Capital social...
É o investimento realizado na empresa pelos proprietários.
O capital social pode ser...
§ capital social autorizado...
§ (-) a subscrever;
§ (=) subscrito2;
§ (-) a integralizar;
§ (=) integralizado.
Reserva de capital...
Ganhos realizados pela empresa, em transações – realizadas com os proprietários ou
com terceiros –, não evidenciadas na demonstração do resultado do exercício.
A reserva de capital pode ser...
§ ágio na colocação de ações – excesso de valor pago pelo acionista na compra
de ações da empresa;
§ alienação de partes beneficiárias – venda de títulos negociáveis e não
relacionados ao capital social;
§ bônus de subscrição – venda de direitos de participação em aumentos
futuros de capital.
Ajustes de avaliação patrimonial...
Representa a contrapartida de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a saldos
do ativo e do passivo em decorrência de sua avaliação a preço de mercado.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
63
Reserva de lucros...
São lucros auferidos pela empresa e ainda não distribuídos.
A reserva de lucros pode ser...
§ reserva legal3 – retenção de lucros para assegurar a integridade do capital
social e tem sua utilização vinculada ao aumento do capital ou à
compensação de prejuízos.
§ reserva estatutária – retenção de lucros para atender ao disposto no estatuto
da empresa, que define sua constituição, sua aplicação e seus limites.
§ reserva de contingências4 – retenção de lucros para compensar, no futuro,
diminuição do lucro por perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.
§ reserva de lucro para expansão – retenção de lucro para executar um
orçamento de capital previamente aprovado.
§ reserva de lucros a realizar5 – retenção de lucro facultativa para evidenciar
a parte do lucro ainda não realizada financeiramente, de modo a evitar a
distribuição de dividendos sobre essa parcela.
Lucros ou prejuízos acumulados...
É o valor líquido de todo o sucesso ou fracasso da entidade ao longo do tempo, sendo
alterado, período a período, pelo resultado do exercício.
O modo mais comum de crescimento ou diminuição do patrimônio líquido se dá por
meio dos rendimentos do capital aplicado, ou seja, seu lucro ou prejuízo.
Uma parte do lucro é distribuída entre seus acionistas, na forma de dividendos.
Outra parte do lucro é reinvestida na empresa, isto é, fica retida – acumulada –
no negócio. Esta é apropriada nas reservas de lucro.
Para as sociedades por ações, no final do período, o saldo de lucros acumulados deve
ser igual zero.
Ações em tesouraria...
É a recompra6 de ações de emissão da própria entidade, por ela mesma.
Logo, a conta lucros ou prejuízos acumulados representa a interligação
entre o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
64
Para terminar, vejamos algumas variações nas formas de expressar esses conceitos...
ativo passivo patrimônio líquido
bens e direitos obrigações junto a terceirosobrigações juntoa proprietários
investimentos financiamentos – recursosde terceiros
- recursos de terceiros- recursos próprios
aplicacão de recursos origem dosrecursos de terceiros
origem dos recursos próprios
usos de recursos fontes derecursos de terceiros
fontes de recursos próprios
efeitos causas externas causas internas
1Lei n° 11638/07...
Suponha que você tenha ido almoçar num restaurante à la carte próximo aotrabalho.
2subscrito...
Os valores registrados na conta capital social – estando subscritos – podem ou
não estar integralizados, ou seja, entregues à entidade para que esta possa sevaler deles para operar.
A parcela que não tenha sido entregue deve constar como redutora do valortotal do capital social, representando uma pendência dos proprietários emrelação à empresa.
Tão logo o recurso ingresse na entidade, o débito deixa de constar do patrimôniolíquido e passa a existir no ativo, uma vez que a integralização pode ser feita
em dinheiro ou em outros bens e direitos.
3reserva legal...
É obrigatoriamente constituída de 5% do lucro líquido do exercício até queseu saldo atinja 20% do capital social ou que o somatório de seu saldo com osaldo da reserva de capital atinja 30% do capital social – o que ocorrer primeiro.
4reserva de contingências...
Há uma clara distinção entre reserva de contingências e provisão para
contingências...
Na reserva de contingências, o fato gerador ainda não ocorreu, enquanto para
a provisão, já.
A reserva de contingências visa ao disciplinamento da distribuição de dividendos
e à continuidade das operações da entidade – por exemplo, perdas futurascom geadas.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
65
3.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 4 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO
4.1 CONCEITUAÇÃO
A demonstração de resultado do exercício – DRE ou DEREX – informa a riqueza
gerada pela empresa, durante determinado período.
Vimos que...
Essa riqueza, no fim das contas, pertence aos acionistas da empresa.
5reserva de lucros a realizar...
Por exemplo, o lucro de venda de imobilizado a longo prazo e a receita de
equivalência patrimonial.
6recompra...
Essa situação somente ocorre em condições excepcionais. Esse valor deve
aparecer no patrimônio líquido, de forma a diminuí-lo e os recursos utilizados
em sua aquisição explicitados.
As ações em tesouraria não participam da distribuição de dividendos.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
66
A demonstração do resultado do exercício é a apresentação – de forma resumida – das operações
realizadas pela empresa, durante o exercício social*, destacando-se o resultado líquido do período.
A geração de resultados positivos é um objetivo das empresas, inclusive das sem fins lucrativos.
4.2 RECEITAS E DESPESAS
A demonstração de resultado do exercício é um resumo ordenado de receitas1 e despesas2 da
empresa em determinado período, para definir o lucro ou prejuízo.
As receitas representam as vendas de produtos – bens e serviços – realizadas no
período de referência, ainda que não recebidas.
As despesas representam o esforço para obter receita do período de referência, ainda
que não haja desembolso3 de recursos nesse período.
*exercício social...
Exercício é o período que a contabilidade toma como base para fazer um
balanço geral de tudo o que a empresa realizou.
1receitas...
Ingresso de recursos para o patrimônio de uma entidade sob a forma de bensou direitos, correspondentes, normalmente, é venda de produtos, podendotambém derivar de remunerações sobre aplicações ou operações financeiras.
A receita é considerada realizada no momento em que ocorre...§ a venda e transferência de um bem a outrem;§ a prestação de um serviço;§ a aquisição de um direito produzido por outro tipo de transação.
Em qualquer dessas alternativas, deve existir o compromisso da outra parte derealizar um pagamento simultâneo ou futuro.
A receita proveniente da venda de bens deve ser reconhecida quando foremsatisfeitas todas as seguintes condições...
§ a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e benefíciosmais significativos inerentes à propriedade dos bens;
§ a entidade não mantenha envolvimento continuado na gestão dosbens vendidos em grau normalmente associado à propriedade nemefetivo controle de tais bens;
§ o valor da receita possa ser confiavelmente mensurado;§ for provável que os benefícios econômicos associados à transação
fluirão para a entidade;§ as despesas incorridas ou a serem incorridas, referentes à transação,
possam ser confiavelmente mensuradas.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 7ª ed., São Paulo: Atlas, 2000.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
67
4.3 REGIMES DE CONTABILIZAÇÃO DE BENS
Existem dois regimes para contabilizar os bens, os direitos e as obrigações da estrutura patrimonial
das empresas...
§ regime de competência;
§ regime de caixa.
Vejamos cada um...
4.3.1 REGIME DE COMPETÊNCIA
O regime de competência1 é adotado pela contabilidade das empresas, visando dotá-las de uma
fiel expressão monetária de todos os seus bens, seus direitos e suas obrigações representativos
de sua estrutura patrimonial.
Os dois conceitos contábeis que dão suporte ao regime de competência são...
§ conceitos da realização da receita2;
§ conceitos do confronto dasdespesas com as receitas ecom os períodos contábeis3.
2despesas...
Gasto relativo a bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para...
§ obtenção de receitas;
§ manutenção da empresa;
§ remuneração do capital de terceiros.
As despesas incorridas para a obtenção de receitas devem ser contabilizadas
no mesmo período que elas.
3desembolso...
Esforço financeiro associado ao pagamento – saída de caixa –, normalmente,
resultante da aquisição de bem ou serviço.
Desse modo, as receitas e os gastos devem ser contabilizados como tais no
período da ocorrência de seu fato gerador, e não quando são recebidos ou pagos
em dinheiro.
1regime de competência...
A Lei das Sociedades por Ações – Lei 6.404/76 –, em seu Artigo n.º 177, mantido
pela Lei 11.638/07, determina que...
A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com
obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei e aos princípios
de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios
uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime
de competência.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
68
4.3.2 DESENVOLVIMENTO
Se as receitas e os gastos serão contabilizados no período da ocorrência de seu fato gerador, logo,
na determinação do resultado do exercício, são computados...
§ as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua
realização em moeda;
§ despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas
e a esses rendimentos.
4.3.3 IMPLICAÇÕES DO REGIME DE COMPETÊNCIA
Por exemplo, por decorrência do pressuposto do regime da competência e consequentemente,
da realização da receita e do confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis...
§ a receita de venda é contabilizada por ocasião da venda, e não de seu recebimento;
§ a despesa de pessoal – salários e seus encargos – é reconhecida no mês em que se
recebe tal prestação de serviços correspondentes, mesmo sendo paga no mês
seguinte;
2realização da receita...
As receitas são reconhecidas no exercício em que ocorreu o evento econômico
– venda de bens ou prestação de serviços, por exemplo –, ou seja, quando do
fornecimento de bens ou serviços em troca de outros bens ou direitos, tal
como os títulos a receber.
Assim sendo, esse conceito norteia a contabilização das vendas de bens e da
prestação de serviços, e o consequente registro das contas a receber,
independentemente da realização financeira.
3confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis...
Os gastos só devem ser reconhecidos contabilmente como despesas quando
for possível confrontá-los com a receita relacionada, no mesmo período em
que a receita foi reconhecida.
Caso contrário, serão reconhecidos como ativo ou perda da seguinte forma...
§ se o gasto não for confrontado com nenhuma receita no momento,
mas, se esse gasto tiver a capacidade de gerar receita em um período
futuro, será contabilizado como um ativo;
§ se o gasto não for confrontado com nenhuma receita, nem no
momento, nem no futuro, será contabilizado como uma perda.
Dessa forma, o resultado contábil deve ser determinado pela aplicação do
regime de competência, independentemente da movimentação de numerário
ocorrida no período.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
69
§ a compra de matéria-prima é contabilizada – como ativo – quando da transação
que normalmente coincide com o recebimento da mercadoria, não ficando atrelada
a seu pagamento;
§ a despesa do imposto de renda é registrada no mesmo período em que os lucros
foram auferidos, e não no exercício seguinte, quando o tributo é declarado e pago.
Vejamos agora o regime de caixa...
4.4 REGIME DE CAIXA
O regime de caixa consiste em classificar e reconhecer as operações de uma pessoa jurídica pelo
efetivo ingresso e desembolso de bens numerários.
A adoção do regime de caixa está, a rigor, voltada ao fluxo financeiro – fluxo de caixa*
– de um empreendimento.
Por exemplo...
Uma companhia aérea vende, diariamente, centenas de passagens, muitas destas, à vista.
Pelo regime de caixa, o lucro é reconhecido no momento em que o dinheiro
ingressa no caixa.
Pelo regime de competência, o lucro integral só pode ser considerado no momento
em que o dono do bilhete aéreo viaja, mesmo que ainda não tenha pago
integralmente sua passagem.
*fluxo de caixa...
O fluxo de caixa deriva do confronto entre recebimentos e desembolsos de
caixa1 e equivalentes de caixa2.
Portanto, pode ser...
§ positivo – se as entradas forem maiores do que as saídas;
§ negativo – se as entradas forem menores do que as saídas.
1caixa...
Compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.
2equivalentes de caixa...
São aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente
conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um
insignificante risco de mudança de valor.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
70
4.5 CUSTO
Diante do que vimos até aqui, podemos afirmar que o custo1, a despesa2, a perda3 e o investimento4
representam gastos5.
O custo ocorre efetivamente quando a matéria-prima é transformada em produto
acabado, de forma que todos os gastos incorridos no processo fabril representam
custos de produção.
Determinado o custo de um produto, esse se transformará em despesa quando da
efetivação da venda.
A apresentação, na demonstração do resultado do exercício – DRE – do custo dos produtos
vendidos – CPV – é a despesa dos produtos vendidos – DPV –, uma vez que o custo transforma-
se em despesa6 quando da realização da receita7.
1custo...
Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou
serviços.
É o caso, por exemplo, da energia elétrica consumida no parque fabril.
2despesa...
Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a despesa
é uma das principais responsáveis...
§ pela redução do ativo;
§ pela redução do patrimônio líquido;
§ pelo aumento do passivo.
3perdas...
Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária e inesperada,
que não tem a capacidade de gerar benefícios no presente nem no futuro.
Um incêndio ou uma madeira cortada errada são exemplos de perda.
4investimento...
Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos
futuros.
É o caso, por exemplo, da matéria-prima adquirida.
5gastos...
Esforço econômico da entidade na realização de uma atividade ou transação
qualquer, sacrifício esse representado pela entrega ou promessa de entrega
de ativos – normalmente, dinheiro.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
71
4.6 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o Saiba Mais.
6custo transforma-se em despesa...
Segundo a Alínea b do Parágrafo Primeiro do Artigo 187 da LSA...
Nos mesmos períodos em que forem lançados as receitas e os rendimentos,
deverão estar registrados todos os custos, as despesas, os encargos e os riscos
correspondentes àquelas receitas.
Desse modo, ao ser contabilizada, por exemplo, a receita da venda de um
produto, deverão ser registradas, no mesmo período, todas as despesas relativa
àquela receita, tais como...
§ custo do produto vendido, que engloba material, mão de obra e demais
custos de fabricação;
§ despesas operacionais incorridas, sejam de comercialização ou de
administração.
7receita...
Em condições normais de continuidade das atividades da entidade, a receita é
uma das principais responsáveis pelo aumento do ativo e do patrimônio líquido.
A partir do que vimos até aqui, você saberia apontar o objetivo da
demonstração de resultado do exercício?
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
72
4.7 SEQUÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES NA DRE
A demonstração é iniciada com o valor total da receita apurada nas operações de vendas, das
quais é deduzido o custo das mercadorias vendidas, apurando-se o lucro bruto.
São então apresentadas as despesas operacionais segregadas por subtotais, conforme sua natureza.
Deduzindo-se as despesas operacionais totais do lucro bruto, apresenta-se o lucro operacional.
Esse diz respeito ao lucro antes do Imposto de Renda – LAIR.
Deduz-se, a seguir, a despesa com o imposto de renda.
Finalmente, as participações de terceiros calculáveis sobre o lucro, tais como empregados
administradores, partes beneficiárias, debêntures e contribuições para fundos de benefícios a
empregados, chegando-se, dessa forma, ao lucro – ou prejuízo – líquido do exercício...
...dividido pelo número de ações, chega-se ao lucro – ou prejuízo – por ação, que é o
valor final da demonstração.
Demonstração do resultado do exercício
Receita Bruta – de vendas e de prestação de serviços
Deduções da receita:
Receita Líquida
Custo das Mercador ias Vendidas / Produtos Vendidos / Serviços
Prestados
Resultado Bruto
Despesas Operacionais
Despesas de Vendas
Despesas Financeiras deduzidas das Receitas Financeiras
Despesas Gerais e Administrat ivas
Outras despesas e receitas operacionais
Receitas Financeiras
Outras receitas e despesas
Resultado antes do Imposto de Renda (LAIR)
Imposto de Renda e Contr ibuição Social
Par t icipações Estatutár ias
Resultado Líquido
(- )
(=)
(- )
(=)
(- )
(+)
(+/ - )
(=)
(- )
(- )
(=)
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
73
4.8 EBITDA
Da DRE, é extraído o EBITDA1, um parâmetro muito utilizado pelos analistas e que
gera muita polêmica2...
O EBITDA é um parâmetro informativo, utilizado como aproximação do caixa gerado
pela atividade operacional da entidade.
Vejamos um exemplo a partir do caso da Cia. A...
Vale lembrar que, no mercado acionário, o investidor deve estar atento ao lucro líquido e à
capacidade de pagamentos de dividendos...
...os dividendos só serão repassados aos acionistas depois do pagamento de juros e
impostos. Por isso, o EBITDA pode ser muito utilizado por investidores.
1EBITDA...
Earning before interest, taxes, depreciation and amortization – lucro antes do
pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização.
2EBITDA gera muita polêmica...
Apesar de o EBITDA ser bastante difundido, não é isento de críticas como...
§ ignora a despesa de depreciação, que corresponde a uma saída de
caixa, quando o imobilizado foi adquirido;
§ gera o efeito psicológico no gestor, de que não precisa se preocupar
com o nível de investimentos – pois seu desempenho é mensurado
sem levar em consideração a despesa de depreciação;
§ se o analista quer verificar a geração de caixa pela entidade, ele não
precisa calcular o EBITDA, basta ler a DFC.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
74
4.8.1 CÁLCULO DO EBITDA
O EBITDA pode ser calculado de duas formas...
O valor encontrado será mesmo pelos dois caminhos...
4.9 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 5 – DEMONSTRAÇÕES DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
5.1 INTRODUÇÃO
A demonstração das mutações do patrimônio líquido informa a movimentação ocorrida nas
contas do patrimônio líquido, a partir do saldo final de cada conta do exercício anterior, ou seja...
§ capital social;
§ reservas de capital;
§ reservas de lucro, lucro ou prejuízo acumulado.
A informação deve ser registrada até chegarmos ao saldo final do exercício em análise, ou seja,
com o aumento ou a diminuição do patrimônio líquido.
5.2 VARIAÇÕES SOFRIDAS
A demonstração das mutações do patrimônio líquido – DMPL ou DEMUT – apresenta as variações*
sofridas pelo patrimônio líquido durante determinado período, bem como seus saldos inicial e
final.
1. de cima para baixo... Receitas (-) Desp. de salários (=) EBITDA
2. de baixo para cima... Lucro Líquido (+) Imposto de renda (+) Despesa financeira (+) Desp. de depreciação (=) EBITDA
300100150200750
1.000
(250)750
Receitas(-) Despesas de salários(-) Despesas de depreciação(-) Despesa financeira
(=) Lucro antes do imposto de renda(-) Imposto de renda
(=) Lucro líquido
1.000(250)(200)(150)
400(100)
300
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
75
As principais variações sofridas pelo PL são...
§ aumento do capital social – seja o capital autorizado, seja o subscrito, seja o
integralizado;
§ lucro ou prejuízo apurado no período;
§ distribuição de lucros – para a distribuição de dividendos ou para a constituição de
reservas;
§ realização de reservas;
§ ágio na emissão de ações;
§ alienação de partes beneficiárias ou bônus de subscrição;
§ recebimento de doações e subvenções para investimento;
§ ajustes de exercícios anteriores relativos à retificação de erro imputável a um
exercício já encerrado ou à mudança de critérios contábeis.
Mais ainda...
5.2.1 EXEMPLOS
Veja a estrutura de uma Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido...
As colunas referentes à reserva de capital, reservas de reavaliação e reservas de lucro devem ter
os saldos e a movimentação de suas contas discriminados em notas explicativas*.
*variações...
Eventos que alteram tanto o valor do PL quanto sua estrutura, ou seja, eventos
que afetam, simultânea e simetricamente, contas desse grupo são evidenciados
na DMPL, embora não afetem o saldo do grupo como um todo.
São exemplos de transferências internas de valores aumento de capital com
utilização de reservas, apropriação do resultado do exercício para as reservas de
lucro, compensação de prejuízos com reservas.
savr
sodn
savr
laic
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
76
5.3 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 6 – DEMONSTRAÇÕES RELATIVAS AOS FLUXOS DE RECURSOS
6.1 OBJETIVO DO DFC
O objetivo da DFC é evidenciar...
§ a capacidade de a empresa gerar fluxos de caixa operacionais positivos;
§ a habilidade de a empresa pagar suas obrigações e seus dividendos;
§ a capacidade de a empresa atender a suas necessidades de financiamento.
6.2 NECESSIDADE DA DFC
A DFC é necessária em função das diferenças entre o lucro líquido, evidenciado na DRE, e a
variação do saldo de caixa.
*notas explicativas...
As notas explicativas devem complementar – juntamente com outros quadros
analíticos ou outras demonstrações contábeis – os critérios de cálculo dos
itens que afetam o lucro e o patrimônio da entidade.
Esses critérios se referem...
§ à depreciação;
§ à avaliação de estoques;
§ ao provisionamento para créditos de liquidação duvidosa;
§ ao detalhamento das obrigações de longo prazo – destacando os
credores, taxa de juros e garantias à dívida;
§ à composição do capital social por tipo de ações e ajustes de exercícios
anteriores.
A Lei 11.638/07 tornou obrigatória a publicação da demonstração dos fluxos
de caixa para as S.A.s abertas e demais S.A.s com
patrimônio líquido acima de R$ 2 milhões.
Por meio da DFC, os analistas podem verificar também os efeitos das
operações de investimento e de financiamento realizadas pela empresa.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
77
6.3 O CONCEITO DE CAIXA
A DFC trabalha com a variação do caixa*...
6.3.1 TIPOS DE ATIVIDADES
Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, a variação do saldo de caixa é classificada em três tipos de
fluxo de caixa1...
§ fluxo de caixa das atividades operacionais2...
§ fluxo de caixa das atividades de investimento3...
§ fluxo de caixa das atividades de financiamento4...
*caixa...
Caixa para os fins da DFC...
Caixa = dinheiro guardado na gaveta da caixa registradora + equivalentes de
caixa.
Equivalente à caixa = bancos conta-corrente + aplicações financeiras de
imediata realização.
Aplicações financeiras de imediata realização = são aplicações financeiras de
curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um
montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de
mudança de valor.
Portanto, Cx = caixa + bancos conta-corrente + aplicações financeiras de
imediata realização.
1fluxo de caixa...
O fluxo de caixa deriva do confronto entre recebimentos e desembolsos de
caixa1 e equivalentes de caixa2.
Portanto, pode ser...
§ positivo – se as entradas forem maiores do que as saídas;
§ negativo – se as entradas forem menores do que as saídas.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
78
6.3.2 MÉTODO DIRETO E INDIRETO
Existem dois métodos de evidenciação da Demonstração dos Fluxos de Caixa, o método direto e
o método indireto.
A diferença entre o método direto* e o indireto é restrita à apuração do fluxo de caixa gerado –
ou consumido – pelas atividades operacionais.
2fluxo de caixa das atividades operacionais...
Esse fluxo de caixa tem como principais entradas os valores recebidos dos
clientes – quer pelas vendas à vista, quer pelas vendas a prazo – e tem como
principais saídas o pagamento a fornecedores, empregados, impostos, juros e
contas diversas.
3fluxo de caixa das atividades de investimento...
Esse fluxo tem como principais entradas os valores da venda de itens do
imobilizado, das participações acionárias e do resgate dos investimentos não
classificados como equivalentes a caixa.
Tem como principais saídas o pagamento da aquisição de itens para o
imobilizado, a aquisição de participações societárias em outras companhias e
aplicações em investimentos não classificados como equivalentes a caixa.
4fluxo de caixa das atividades de financiamento...
Esse fluxo tem como principais entradas a captação de dinheiro pela entidade,
quer com os sócios – integralização do capital social em dinheiro –, quer com
terceiros – obtenção de empréstimos.
Tem como principais saídas o pagamento de dividendos em dinheiro e o
pagamento do empréstimo.
1caixa...
Compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis.
2equivalentes de caixa...
São aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente
conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um
insignificante risco de mudança de valor.
*método direto...
O método direto explicita as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais
componentes das atividades.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
79
6.3.3 MÉTODO INDIRETO
Alguns passos devem ser seguidos no método indireto...
§ verificar as receitas e as despesas que influenciaram na apuração do resultado, mas
que não transitam pelo caixa – como depreciação e resultados não operacionais;
§ somar as despesas que não têm impacto no caixa;
§ subtrair as receitas que não geram caixa.
Ainda é preciso verificar, no balanço patrimonial inicial e final, a variação das contas operacionais
dos ativos operacionais1 e passivos operacionais2.
O método indireto faz a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado
pelas operações.
O método indireto começa pelo lucro líquido da DRE, ajustando os itens não caixa.
1ativos operacionais...
Clientes, estoques e despesas antecipadas.
É preciso verificar se os ativos operacionais aumentam (-) ou diminuem (+).
2passivos operacionais...
Fornecedores e despesas a pagar.
É preciso verificar se os passivos operacionais aumentam (-) ou diminuem (+).
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
80
6.3.4 TABELA
Vejamos a tabela abaixo...
6.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
FC atividade operacional...lucro líquido(+ ) despesas que não transitam pelo caixa(= ) lucro ajustado(+ / -) variações nas contas operacionais
FC atividade operacional
FC atividade de investimento...
FC atividade de investimento
FC atividade de financiamento
FC atividade de financiamento saldo final saldo inicialaumento do saldo de caixa
A
B
CDE
A + B + C = D - E
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
81
UNIDADE 7 – DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
7.1 CONCEITUAÇÃO
A estrutura de apresentação da DVA é a seguinte...
A demonstração do valor adicionado – DVA* – informa a riqueza gerada pela empresa durante
determinado período e a forma como essa riqueza foi distribuída.
A DVA apresenta a distribuição dessa riqueza na sociedade – empregados, governo,financiadores e acionistas.
7.1.1 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.
Receita de Vendas e Prestação de Serviços(-) Insumos adquiridos de terceiros(-) Serviços contratados de terceiros(=) Valor Adicionado Bruto(-) Despesa de Depreciação e Amortização(=) Valor Adicionado Líquido(+) Receitas Financeiras(=) Valor Adicionado a Distribuir
$ %Distribuição do Valor AdicionadoEmpregadosGovernoInvestidores e FinanciadoresAcionistas
*DVA...
A DVA surgiu na França, no final da década de 1960. Seu principal objetivo era
demonstrar os impactos que a empresa gerava à sociedade na qual estava
inserida.
Entretanto, o chamado balanço social francês só passou a ser exigido das
empresas no final da década de 1970, por força da Lei nº 77.769/1977.
Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral
medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de
terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja,
produzido por terceiros e transferido à entidade.
Você saberia diferenciar a DRE e a DVA?
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
82
7.2 RELAÇÃO ENTRE VALOR ADICIONADO E PIB
Existe uma relação entre o valor adicionado e o PIB...
O PIB corresponde à riqueza gerada por uma sociedade durante determinado período.
O PIB está relacionado ao conceito de produção1.
O valor adicionado está relacionado ao conceito de venda2 – receita.
Sendo assim, o valor adicionado pode ser conciliado ao PIB, pois a diferença teórica entre esses
dois conceitos está nos estoques.
7.3 UTILIDADE DO DVA
A utilidade do DVA* é evidenciar o quanto a empresa agrega de valor à economia da sociedade
na qual está inserida e, ainda, como essa riqueza é distribuída entre os principais componentes
dessa sociedade – empregados, governo, financiadores e acionistas.
Portanto, se subtraímos do PIB o valor não realizado relativo aos estoques,
chegamos ao valor adicionado.
1conceito de produção...
Para os economistas, a riqueza gerada pelo Brasil durante o ano de 2007 –
US$1.314.199 milhões, calculados pelo IBGE – foi medida com base no valor
da produção – de bens e serviços – menos os insumos importados de outras
economias.
2conceito de venda...
Para os contadores, a riqueza gerada é medida com base na receita de venda
– de bens e serviços – menos os insumos adquiridos de terceiros.
*utilidade do DVA...
Portanto, é possível apontar potenciais usuários...
§ o poder judiciário, especificamente, as varas do trabalho – o juiz do
trabalho pode utilizar a informação distribuição do valor adicionado
aos empregados quanto ao percentual de aumento salarial – dissídio
coletivo;
§ o poder legislativo, especificamente, a câmara dos deputados e o senado
federal – os deputados e senadores podem utilizar a informação
distribuição do valor adicionado ao governo – impostos, taxas e
contribuições – para debater questões relacionadas à reforma tributária;
§ o poder executivo, especificamente, a secretaria de finanças de
uma prefeitura municipal – o prefeito e seu secretário, ao decidirem
quanto à concessão de um benefício fiscal, poderiam utilizar as
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
83
7.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 8 – ESTOQUE E BAIXA DA MERCADORIA VENDIDA
8.1 ITENS QUE COMPÕEM O ESTOQUE
De acordo com o CPC 16*, estoques são ativos...
§ mantidos para venda no curso normal dos negócios;
§ em processo de produção para essa venda;
§ na forma de materiais ou suprimentos, a serem consumidos ou transformados no
processo de produção ou na prestação de serviços.
8.1.1 COMPOSIÇÃO
De acordo com o princípio do custo como base de valor...
...o custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para colocá-lo em condições
de gerar benefícios para a entidade representa a base de valor para a contabilidade.
Portanto, n estoque, devem ser considerados...§ os preços devidos ou pagos ao fornecedor;
§ todos os demais gastos incorridos pela entidade e necessários para colocar o ativo
em condições de gerar benefícios para a entidade.
informações projetadas sobre a distribuição do valor adicionado
aos empregados segregada em pessoal residente no município e
pessoal trazido pela empresa de outras localidades e distribuição
do valor adicionado ao governo segregada em impostos, taxas e
contribuições do município em questão, de outros municípios, do
estado em questão, de outras UFs e da união;
§ os clientes poderiam analisar a DVA dos fornecedores com o
objetivo de prestigiar aquelas socialmente responsáveis em
detrimento das irresponsáveis – se o baixo preço cobrado for
financiado pela sonegação fiscal e pela exploração de trabalho
infantil, provavelmente, essa empresa apresentará irrisória
distribuição do valor adicionado a empregados e ao governo.
Os itens que compõem o estoque variam de acordo com o ramo de
atividades das entidades...
*CPC 16...
Pronunciamento emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis que diz
respeito a estoques. Esse pronunciamento tem como base o IAS 2.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
84
Estes incluem o custo de aquisição1 e os custos de transformação2.
8.1.2 REGRA ESTABELECIDA PELA LSA
A regra estabelecida pela LSA concilia...
...o critério básico de avaliação patrimonial pelo custo de aquisição – princípio do
registro pelo valor original;
...a característica qualitativa secundária da prudência – princípio da prudência.
8.1.3 PRUDÊNCIA RELATIVA AOS ESTOQUES
A prudência, relativa aos estoques, deu origem à regra de avaliação pelo valor de custo ou pelo
valor realizábel líquido – dos dois, o menor.
Valor de custo: Deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem
como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização
atuais.
Valor realizável líquido:
Preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzidos dos custos
estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se
concretizar a venda.
1Custo de aquisição...
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos
de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem
como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis
à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços.
2Custos de transformação...
Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente
relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como
pode ser o caso da mão de obra direta. Também incluem a alocação sistemática
de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para
transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção
fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes
independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a
manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e os
custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis
são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de
produção, tais como materiais indiretos, energia elétrica e certos tipos de mão
de obra indireta.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
85
Acesse, no ambiente on-line, o exemplo.
8.2 VALOR DO ESTOQUE
Vários métodos podem determinar o valor do estoque quando bens idênticos são adquiridos por
preços diferentes em momentos diferentes.
Por isso, é importante estudar os métodos de mensuração do CMV.
O valor apurado mediante cada um desses critérios pode depender do sistema de controle de
estoques adotado pela entidade.
O sistema de controle dos estoques pode ser periódico ou permanente.
Neste curso, vamos estudar somente o custo médio ponderado móvel.
8.2.1 EXEMPLO
O custo médio ponderado móvel pressupõe o critério permanente dos estoques.
Vejamos os dados que nos servirão de base para a análise do método do custo médio ponderado
móvel...
A Comercial Mineira Ltda. começou determinado período com 10 unidades do produto MILK em
estoque.
O produto do estoque foi adquirido por R$ 20,00 a unidade.
Durante esse período, ocorreram algumas transações.
É preciso determinar o estoque final de produtos MILK, adotando cada um dos critérios.
8.2.2 CONTINUAÇÃO DO EXEMPLO
Vejamos a tabela que demonstra esses dados...
transação quantidade(unidades)
data
dia 5
dia 10
dia 22
dia 30
comprador&
fornecedor
compra à vista
venda à vista
compra a prazo
venda a prazo
UBA
Carangola
Cachambu
Areal
30
32
5
1
custo deaquisição ($)
25,00
30,00
preço devenda ($)
60,00
60,00
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
86
Quando se controla os estoques permanentemente e se avalia os estoques pelo custo médio,
tem-se o chamado CMPM – custo médio ponderado móvel.
Mediante o CMPM, os estoques são avaliados pelo custo médio das mercadorias compradas,
ponderadas a cada aquisição.
O CMPM demanda o registro permanente das entradas e das saídas de mercadorias no estoque,
afinal, pressupõe o controle permanente.
8.2.3 MODELO DE CMPM
Vejamos um modelo de CMPM...
8.2.4 CONCLUSÕES DO EXEMPLO
O produto do estoque foi adquirido por R$ 20,00 a unidade. Sendo assim, o valor do estoque da
companhia correspondia a R$ 200,00.
A companhia adquiriu mais 30 unidades do mesmo produto, no dia 5, mas, dessa vez, ao preço de
R$ 25,00 a unidade.
O estoque passa, então, a ser avaliado a R$ 950,00, mas o custo unitário do produto* passa a ser de
R$ 23,75.
A Comercial Mineira Ltda. possuía, no início do período, 10 unidades do
produto MILK em estoque.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
87
8.2.5 MAIS CONCLUSÕES
A companhia vendeu 32 unidades do produto MILK, no dia 10.
O custo das mercadorias vendidas será de R$ 760,00, e o estoque fica avaliado em R$ 190,00.
A Companhia Mineira Ltda. efetua uma nova compra do produto MILK, no dia 22, adquirindo mais
5 unidades ao valor de R$ 30,00 cada uma.
O estoque passa a ser avaliado a R$ 340,00, e o valor unitário do produto passa a ser de
R$ 26,154 – arredondado para 3 casas decimais.
A companhia vendeu mais 1 unidade, no dia 30.
O custo das mercadorias vendidas será de R$ 26,154, e o valor do estoque
corresponderá a R$ 313,848.
8.3 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 9 – ATIVO IMOBILIZADO E DEPRECIAÇÃO
9.1 ATIVOS IMOBILIZADOS
O imobilizado corresponde às aplicações de recursos da entidade que...
§ não têm o objetivo de se transformar, diretamente, em dinheiro;
§ são utilizados em sua atividade, evitando a saída de caixa operacional.
Os ativos imobilizados são tangíveis por natureza.
9.2 CONSTITUIÇÃO DOS ATIVOS IMOBILIZADOS
A constituição dos ativos imobilizados em cada empresa vincula-se ao tipo de sua atividade
operacional e à política da administração.
Por exemplo...
Existem empresas que não possuem muitos ativos imobilizados, pois decidem atuar em imóveis
alugados, mas outras empresas só trabalham em imóveis próprios.
*custo unitário do produto...
Obtido a partir da média entre o valor total dos estoques e a quantidade total
das mercadorias em estoque.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
88
No setor industrial, geralmente, as empresas possuem grandes parques fabris, com
grande número de máquinas e computadores.
Já no setor de prestação de serviços, o tipo de ativo imobilizado mais significativo
relaciona-se à forma de atuação.
9.3 ATIVOS IMOBILIZADOS MAIS USADOS
Cada empresa apresentará suas particularidades, por exemplo, uma empresa aérea possui aviões,
uma empresa de transporte rodoviário possui ônibus e uma empresa transportadora marítima
possui navios.
Os ativos imobilizados mais utilizados são...
§ terrenos;
§ benfeitorias1;
§ instalações2;
§ máquinas e equipamentos;
§ móveis e utensílios;
§ veículos.
9.4 DESAFIO
Acesse, no ambiente on-line, o desafio.
9.5 GASTOS DE MANUTENÇÃO
Após a aquisição, conforme o bem vai se desgastando, é natural que a entidade incorra em gastos
de manutenção.
1benfeitorias...
Obras que a entidade faz em imóveis alugados.
Apesar de o imóvel de terceiros não ser reconhecido como ativo da entidade,
as obras que são feitas nele são reconhecidas no ativo imobilizado.
2instalações...
Correspondem, normalmente, à infraestrutura construída pela empresa, em
seus imóveis próprios.
Os exemplos mais recorrentes de instalações são...
§ cabeamento de internet;
§ fiações de energia elétrica;
§ tubulações de água e gás.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
89
Contabilmente, esses gastos são reconhecidos como despesa do período no qual o serviço de
manutenção foi executado, salvo se a manutenção tiver a capacidade de aumentar...
§ o tempo de vida útil do ativo;
§ a capacidade produtiva do ativo.
Caso a manutenção consiga gerar esses benefícios, tais gastos são somados ao antigo
custo de aquisição ainda não depreciado.
9.6 DEPRECIAÇÃO
Os bens da empresa, com exceção do terreno* e das obras de arte, têm vida útil limitada por
deterioração ou por se tornarem obsoletos.
Quase todos os ativos só conseguem gerar benefícios para a entidade de forma limitada
e esgotável.
Os custos incorridos na aquisição dos bens devem ser apropriados ao resultado nos
anos relacionados à sua utilização.
O reconhecimento do consumo é denominado depreciação.
9.6.1 CORRELAÇÕES
A depreciação corresponde à redução do valor do ativo imobilizado, em função...
§ do desgaste pelo uso;
§ da ação da natureza;
§ da obsolescência tecnológica.
O desgaste pelo uso e pela ação da natureza estão relacionados à utilização física dos bens do
ativo imobilizado...
...pois estão vinculados com o tempo de vida útil do ativo e sua forma de uso.
Veremos, na tela seguinte, a redução do valor do ativo imobilizado em função da obsolescência
tecnológica.
*terreno...
Terrenos e edifícios são ativos separáveis e são contabilizados separadamente,
mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente. Com algumas exceções,
como as pedreiras e os locais usados como aterro, os terrenos têm vida útil
ilimitada e, portanto, não são depreciados. Os edifícios têm vida útil limitada e,
por isso, são ativos depreciáveis. O aumento de valor de um terreno no qual um
edifício esteja construído não afeta o valor contábil do edifício.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
90
9.7 OBSOLÊNCIA DO ATIVO IMOBILIZADO
Um ativo imobilizado pode ser considerado obsoleto se o bem não tem mais mercado ou se um
novo ativo puder produzir um bem de qualidade superior ou por um custo muito inferior ao atual.
Um ativo pode estar em um bom estado físico, mas não ter mais utilidade. Essa forma de
depreciação acentua-se com o avanço da tecnologia.
9.8 CRITÉRIOS DE MENSURAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO
O imobilizado é reconhecido no balanço patrimonial por seu custo de aquisição,
subtraindo-se a depreciação acumulada até a data da elaboração do balanço.
A depreciação pode ser calculada por diferentes critérios.
O método das quotas constantes...
§ é um critério conhecido também como método linear ou linha reta;
§ é o mais comum e generalizadamente adotado.
9.8.1 VIDA
O termo depreciação, em contabilidade, significa a alocação sistemática do custo de um ativo
depreciável à despesa no período, ao longo de sua vida útil.
A vida útil de um ativo é definida de acordo com o período de tempo durante o qual a entidade
espera utilizar o ativo.
A política de gestão de ativos da entidade pode considerar a alienação de ativos após um período
determinado ou após o consumo de uma proporção específica de benefícios econômicos futuros
incorporados no ativo. Por isso, a vida útil de um ativo pode ser menor do que a sua vida econômica.
9.9 ESTIMATIVA DE DEPRECIAÇÃO
A depreciação é baseada em uma estimativa.
Não se pode definir com exatidão, no momento da compra de um ativo, como um edifício ou um
equipamento, sua vida útil efetiva.
A estimativa da vida útil do ativo é uma questão de julgamento baseado na
experiência da entidade com ativos semelhantes.
A obsolescência tecnológica está relacionada à depreciação funcional do
ativo.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 2
91
Muitos ativos imobilizados não são completamente depreciados, pois não se espera que eles
virem sucata depois do tempo de vida útil estipulado pela tabela.
O ativo possui um valor de venda no final do período de depreciação – esse montante é reconhecido
como valor residual*.
9.9.1 CÁLCULO DE DEPRECIAÇÃO
Quando o ativo imobilizado é comprado, subtrai-se o valor residual do valor original para se apurar
sua base depreciável.
É possível realizar esse cálculo de duas formas...
§ depreciação = (custo – valor residual)/ tempo de vida útil;
§ depreciação = (custo – valor residual) * taxa de depreciação.
As empresas brasileiras, antes da implementação da Lei 11.638, costumavam considerar que o
valor residual de seu imobilizado era nulo, ou seja, consideram que, ao final do tempo de vida útil,
seus ativos imobilizados não possuiriam nenhum valor de mercado.
Quando esse raciocínio é aplicado, o valor depreciável é igual ao valor original.
9.9.2 CONTA DEPRECIAÇÃO
A conta depreciação acumulada é classificada, no balanço patrimonial, no lado do ativo, como
uma redução do custo do bem depreciado, portanto, a depreciação acumulada é uma conta
redutora do imobilizado. Na demonstração de resultado do exercício, a conta despesa de
depreciação é reconhecida a cada ano.
A despesa diz respeito apenas àquele exercício social.
9.10 IMPAIRMENT
O custo histórico de aquisição não será recuperado ser for maior que o maior valor entre:
§ o valor realizável líquido, que se pretende auferir na venda, deduzidas as despesas
estimuladas de venda;
§ o valor presente dos fluxos futuros esperados, que se pretende auferir mediante o
uso.
*valor residual...
Valor residual de um ativo é o valor estimado que a entidade obteria com a
venda do ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já
tivesse a idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil.
Deve-se assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por
um valor superior àquele passível de ser recuperado.
M Ó D U L O 2 Contabilidade Financeira
92
9.10.1 EXEMPLO
Fátima é a contadora de uma empresa em uma pequena cidade do Brasil que tem uma limusine
para alugar para casamentos. A empresa comprou a limusine há seis meses por R$90.000 e
espera utilizá- la por 10 anos.
Qual é o valor contábil líquido da limusine, ou seja, qual o valor de custo deduzido da depreciação
acumulada até o momento?.
Valor contábil líquido= 90.000- 4.500= 85.500.
Ao avaliar o mercado, foi verificada a entrada de um novo concorrente, que possui carros mais
luxuosos. Fátima refez as estimativas de fluxos de caixa futuros relacionados ao uso da limusine.
Através da análise das projeções, verificou que o Valor Presente ( VP) dos Fluxos de Caixa Futuros
= R$70.000. Ela efetuou uma pesquisa de mercado e constatou que o preço de venda da limusine
da forma que ela se encontra é R$76.000.
Para a obtenção do Valor Recuperável, efetuou a comparação entre os dois valores acima e
verificou que o maior entre os dois é o valor líquido de venda no montante de R$ 76.000.
Fátima deve, então, reconhecer o impairment da limusine, já que o maior valor que ela poderá
recuperar será R$76.000. O valor do impairment é comparado com o valor contábil de R$85.500,
sendo então reconhecida uma despesa no valor de R$9.500.
9.11 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
9.12 AVALIAÇÃO
Acesse, no ambiente on-line, a avaliação deste módulo.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3
93
MÓDULO 3 – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
INTRODUÇÃO
Agora que já conhecemos a estrutura e as características das principais demonstrações contábeis,
vamos para o último módulo, em que aprenderemos a realizar a análise dessas demonstrações
contábeis!
APRESENTAÇÃO
Este módulo está dividido em três unidades...
1. resultados contábil, econômico e financeiro;
2. análise vertical e horizontal;
3. análise por indicadores.
UNIDADE 1 – RESULTADOS CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO
1.1 INSTRUMENTOS PARA A ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
Para a realização da análise econômico-financeira de uma empresa, o analista utiliza, pelo menos...
§ balanço patrimonial – BP;
§ demonstração do resultado do exercício – DRE;
§ montante das compras no período a que se referem às demonstrações;
§ DFC, DMPL e as notas explicativas, quando houver;
§ informações complementares.
1.2 PROCESSO PARA A ANÁLISE
O processo para a análise e tomada de decisões se pauta no seguinte fluxo...
§ obtenção das demonstrações contábeis da empresa;
§ obtenção de informações sobre o segmento econômico da empresa;
§ ajustes e reclassificações das demonstrações contábeis da empresa;
§ cálculo dos indicadores;
Vamos começar?!
As demonstrações contábeis devem conter o título, a data de referência, a
unidade monetária, a assinatura e o número de registro no CRC do contador, a
assinatura e o número da carteira de identidade do responsável pela empresa.
A análise de balanços baseia-se no raciocínio científico...
M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira
94
§ escolha dos indicadores mais significativos;
§ comparação dos indicadores a padrões;
§ diagnóstico e conclusões;
§ decisões.
Se necessário...
Após a análise prévia das informações, os dados devem ser ratificados ou retificados,
mediante verificação e ajuste à realidade da empresa.
1.3 EXPRESSÕES EMPREGADAS
Ter lucro, mas não ter dinheiro... Ter dinheiro, mas não ter lucro...
Essas são expressões muito empregadas no mundo dos negócios...
Contudo, quando falamos em análise de balanços, precisamos definir bem esses
termos...
Logo, o resultado...
Contábil: refere-se ao confronto entre as receitas e as despesas durante determinado período,
reconhecidas em consonância com a estrutura conceitual da contabilidade, destacando-se o
pressuposto da competência.
Econômico: refere-se ao lucro contábil ajustado por eventos de natureza subjetiva*.
Financeiro: refere-se ao confronto entre as entradas e as saídas de caixa durante determinado
período, descontado o custo do dinheiro no tempo.
1.4 ENFOQUES
A rigor, podemos analisar o resultado de uma empresa sob três enfoques...
Resultado contábil...
O resultado contábil deriva do confronto, em um dado período, de receitas e despesas
objetivamente identificáveis.
*eventos de natureza subjetiva...
Alteração de valor da marca, custo de oportunidade, alteração de valor do
capital intelectual.
As receitas e despesas são reconhecidas no momento oportuno, tendo por
norte sua competência e realização, sob o ponto de vista contábil.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3
95
Resultado econômico...
Resultado econômico é o resultado contábil ajustado pelas receitas e despesas de
natureza subjetiva.
Resultado financeiro...
O resultado financeiro deriva do confronto, em um dado período, dos ingressos
potenciais ou efetivos de caixa contra as saídas potenciais ou efetivas de caixa, associados
ao custo do dinheiro no tempo.
1.5 DEMONSTRAÇÕES UTILIZADAS
A análise de uma empresa deve considerar tanto a demonstração de resultado, que evidencia o
lucro ou prejuízo, quanto a demonstração do fluxo de caixa – DFC*.
1.6 AJUSTES RECOMENDADOS
De posse das demonstrações financeiras e das informações complementares, são recomendados
os seguintes ajustes nessas demonstrações, de modo a padronizá-las para a análise...
Duplicatas descontadas...
Retirar as duplicatas do ativo circulante e reclassificá-las no passivo circulante.
O desconto de duplicatas é um empréstimo para o capital de giro...
Logo, essa reclassificação possibilita analisar mais adequadamente as fontes de recursos
que a empresa vem utilizando.
1.7 CLASSIFICAÇÃO DO ATIVO E PASSIVO CIRCULANTE
Além dos ajustes que vimos, as contas do ativo circulante e passivo circulante são classificadas em
dois grupos...
Financeiro...
Ativo circulante financeiro – engloba as contas que representam caixa, equivalente
a caixa e demais aplicações financeiras.
As receitas e despesas de natureza subjetiva são reconhecidas quando da
ocorrência do evento econômico que lhes deu origem.
O resultado financeiro está associado aos fluxos monetários de uma
entidade e seus respectios prazos.
*DFC...
Como vimos, a demonstração do fluxo de caixa evidencia o movimento de
caixa da empresa, mostrando o resultado financeiro de curto prazo.
M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira
96
Passivo circulante financeiro – engloba as contas que representam as dívidas a
curto prazo que não fazem parte das atividades diárias da empresa.
Cíclico...
Ativo circulante cíclico – engloba as aplicações de recursos em contas relacionadas
à atividade de compra, transformação e venda, relacionando-se ao ciclo operacional da
empresa1.
Passivo circulante cíclico – engloba as contas que identificam os financiadores
normais da atividade da empresa, constituindo fontes espontâneas de recursos2.
1.8 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
2.1 VANTAGENS DA ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
As análises vertical e horizontal acumulam duas vantagens...§ desenvolvimento de cálculos;§ interpretação de resultados.
Isso permite ao analista identificar aspectos* a serem melhor explorados no aprofundamento da
investigação.
2.2 ANÁLISE VERTICAL
1ciclo operacional da empresa...
Clientes/duplicatas a receber, estoques, adiantamento a fornecedores...
2fontes espontâneas de recursos...
Fornecedores, salários e encargos a pagar, impostos a recolher...
*identificar aspectos...
Entretanto, a utilização isolada de qualquer dessas metodologias não permite
ao analista tirar conclusões sobre a situação econômico-financeira da entidade
analisada...
Logo, é necessário complementar seu trabalho com a análise por indicadores.
A análise vertical é uma metodologia que mostra a participação percentual
de cada um dos itens das demonstrações financeiras* em relação ao somatório de
seu grupo.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3
97
A análise vertical é de grande importância – principalmente, quando aplicada à DRE –, pois
possibilita detectar a composição percentual das receitas e despesas, evidenciando aquelas que
mais influenciaram na formação do lucro ou prejuízo.
2.2.1 ATIVO E PASSIVO TOTAL
No balanço, verificamos o percentual que representa cada conta ou grupo de contas, em relação
ao ativo ou passivo total.
*participação percentual de cada um dos itens das demonstrações
financeiras...
Com esse instrumento podemos visualizar, de modo objetivo e direto, a
representatividade de cada componente das demonstrações, identificando
aqueles que mais contribuem para a formação do conjunto objeto da análise.
OVITA 00.21.13 10.21.13
latoTovitA 000.005.4 000.057.6
etnalucriC 000.034.1 000.080.2axiaC 000.01 000.01socnaB 000.083 000.004
rebeceRasatnoC 000.055 000.006asodivuD.qiLedsotidérC/P.vorP) 000.5- 000.6-
euqotsE 000.034 000.020.1sadapicetnAsasepseD 000.56 000.65
ozarPognoLalevázilaeR 000.024 000.026seõçacilpA 000.024 000.026etnenamreP 000.056.2 000.050.4sotnemitsevnI 000.008 000.008
adreP/poãsivorP)
odazilibomI 000.000.2 000.005.3vorP) adreP/poãsi
adalumucaoãçaicerpeD) 000.051- 000.052-odirefiD
adalumucaoãçazitromA)
OVISSAP 00.21.13 10.21.13
LP+ovissaP 000.005.4 000.057.6
etnalucriC 000.052.1 000.006.1rodecenroF 000.055 000.008
ragaPasomitsérpmE 000.001 000.001
ragaPasotsopmI 000.006 000.007ozarPognoLalevígixE 000.052 000.051sodalecrapsotsopmI 000.052 000.051
sorutuFsoicícrexEedodatluseR
M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira
98
2.2.2 ANÁLISE VERTICAL DO BALANÇO PATRIMONIAL
Vejamos a análise vertical do BPFRS...
Sabemos que, na análise vertical do BP, o ativo total, R$6.750.000, representa 100% da estrutura.
Logo...
§ o ativo circulante representa 30,8% da estrutura;
§ o ativo realizável a longo prazo representa 9,18% da estrutura;
§ o ativo permanente representa 60% da estrutura.
2.2.3 RESULTADO
O percentual que representa cada conta ou grupo de contas, em relação ao ativo ou passivo total,
também pode ser verificado na DRE...
Comparamos cada conta de custo, despesa ou subtotal à receita operacional bruta.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3
99
2.3 RESULTADO NA ANÁLISE VERTICAL
Vejamos a análise vertical da DRE da FRS...
Sabemos que, na análise vertical da DRE, a receita, R$10.000.000 representa 100% da estrutura.
Logo...
§ as despesas de vendas representam -6,5% da estrutura;
§ as despesas receitas financeiras representam 0,5% da estrutura;
§ as despesas gerais e administrativas representam -9,0% da estrutura.
Dessa forma, podemos avaliar a relevância de cada conta ou grupo em
relação aos valores totais da empresa.
RESULTADO 31.12.00 31.12.01
Receitas de Venda 8.000.000 10.000.000
(–) Impostos s/ vendas (40.000) (50.000)
(–) Devoluções (30.000) 0
(=) Receita Líquida 7.930.000 9.950.000
(–) Custo das Mercadorias Vendidas (5.000.000) (7.000.000)
(=) Lucro Bruto 2.930.000 2.950.000
(–) Despesas de Vendas (620.000) (650.000)
(–) Despesas Receitas Financeiras (30.000) (50.000)
(–) Despesas Gerais e Administrativas (1.100.000) (900.000)
(=) Lucro Operacional 1.180.000 1.350.000
(+) Receitas Despesas Não Operacionais 20.000 0 (=) Lucro antes do Imposto de Renda 1.200.000 1.350.000
(–) Provisão para IR e CSLL (420.000) (472.500)
(=) Lucro Líquido 780.000 877.500
M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira
100
2.4 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.
2.5 ANÁLISE HORIZONTAL SEM INFLAÇÃO
A análise horizontal é efetuada com base em dois ou mais exercícios financeiros – todos expressos
em moeda constante e em valores monetários da mesma data – para verificar evolução ou
involução de seus componentes.
É na análise horizontal que podemos observar o comportamento dos diversos itens do
patrimônio...
É na análise horizontal que podemos observar, principalmente, os índices necessários
à análise de tendência.
RESULTADO Análise 0131.12.01
Receitas de Venda 100%10.000.000
(–) Impostos s/ vendas -0,5%-50.000
(–) Devoluções 0,0%0(=) Receita Líquida 99,5%9.950.000
(–) Custo das Mercadorias Vendidas -70%-7.000.000
(=) Lucro Bruto 29,5%2.950.000
(–) Despesas de Vendas -6,5%-650.000
(–) Despesas – Receitas Financeiras 0,5%-50.000
(–) Despesas Gerais e Administrativas -9,0%-900.000
(=) Lucro Operacional 13,5%1.350.000
(+) Receitas - Despesas Não Operacionais 0,0%0
(=) Lucro antes do Imposto de Renda 13,5%1.350.000
(–) Provisão para IR e CSLL -4,7%-472.500(=) Lucro Líquido 8,8%877.500
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3
101
Vejamos, por exemplo, a análise horizontal dos dados da FRS...
2.5.1 CONTINUAÇÃO 1
Vejamos a análise horizontal da DRE da Natura...
Ao realizarmos a análise horizontal, estamos querendo comparar os saldos para verificar ocomportamento da empresa. Portanto, o próprio saldo que queremos investigar será 100%.
Olhando para os saldos da Natura sem levar em consideração a inflação, temos que...§ a receita de vendas cresceu em 25%1;§ o lucro bruto cresceu em 0,7%2;
§ o lucro líquido cresceu em 12,5%3...
Análise Horizontal sem considerar a inflação
Resultado 31.12.00 31.12.01
(-) Impostos s/ vendas
8.000.000 10.000.000
(-) Devoluções -30.000 0
(=) Receita Líquida 7.930.000 9.950.000
(-) Custo das Mercadorias Vendidas -5.000.000 -7.000.000
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas de Vendas
2.930.000
-620.000
(-) Despesas - Receitas Financeiras -30.000 -50.000
(-) Despesas Gerais e Administrativas -1.100.000 -900.000
(=) Lucro Operacional 1.180.000 1.350.000
(+) Receitas - Despesas Não Operac. 20.000 0
(=) Lucro antes do Imposto de Renda 1.200.000 1.350.000
(-) Provisão para IR e CSLL -420.000 -472.500
(=) Lucro Líquido 780.000
Receitas de vendas
-40.000 -50.000
2.950.000
-650.000
877.500
1a receita de vendas cresceu em 25%...
Temos de considerar que a receita de vendas obtida em 2000, R$ 8.000.000,00
é 100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão de que a diferença de
R$ 2.000.000,00 representa um aumento de 25% desse valor.
2lucro bruto cresceu em 0,7%...
Temos de considerar que o lucro bruto obtido em 2000, R$ 2.930.000,00 é
100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença de R$
20.000,00 representa um aumento de 0,7% desse valor.
3o lucro líquido creceu em 12,5%...
Temos de considerar que o lucro líquido obtido em 2000, R$ 780.000,00 é
100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença de R$
97.500,00 representa um aumento de 12,5% desse valor.
M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira
102
Contudo, para que tenhamos um resultado mais próximo da realidade, precisamos considerar a
inflação, isso porque precisamos comparar moedas com o mesmo valor...
Vamos ver como ficará a análise...
2.5.2 CONTINUAÇÃO 2
Considerando que a inflação de 2001 tenha sido de 10%, temos de reajustar os valores de 2000
para fazermos a comparação.
Olhando para os saldos da Natura, notamos que...
§ a receita de vendas cresceu 13,63%, e não 25%, conforme havíamos previsto sem
considerar a inflação1;
§ o lucro bruto diminuiu em 8,47%2;
§ o lucro líquido cresceu em 2,27%3...
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3
103
Podemos perceber que considerar a inflação pode fazer muita diferença em alguns casos.
O ideal é que a empresa utilize seu próprio índice de preço para realizar o ajuste dos valores.
2.6 ANÁLISES COMPARATIVAS
Com as demonstrações estruturadas da forma apresentada, podemos fazer diversas análises
comparativas...
Podemos comparar tanto a variação dos valores de cada conta ou grupo de contas ao longo dos
exercícios quanto a variação dos índices da empresa* nos períodos analisados.
1a receita de vendas cresceu em 13,63%...
Temos de considerar que a receita de vendas obtida em 2000, R$ 8.800.000,00
é 100%, logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença
representa um aumento de 13,63% deste valor.
2o lucro bruto diminuiu em 8,47%...
Temos de considerar que o lucro bruto obtido em 2000, R$ 3.223.000,00 é
100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença
representa uma diminuição de 8,47% deste valor.
3o lucro líquido creceu em 2,27%...
Temos de considerar que o lucro líquido obtido em 2000, R$ 858.000,00 é
100%. Logo, pela regra de três, chegamos à conclusão que a diferença
representa um aumento de 2,27% desse valor.
M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira
104
2.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – ANÁLISE POR INDICADORES
3.1 DEFINIÇÃO DO TIPO DE INDICADORES
Para analisar a situação econômico-financeira de uma empresa, com vista à avaliação de sua
capacidade – em termos de segurança, liquidez, lucratividade e rentabilidade...
O analista deve-se valer das demonstrações financeiras de, pelo menos, três exercícios
sucessivos.
O analista deve extrair dessas demonstrações indicadores que lhe forneçam as
informações desejadas.
3.2 DIFERENTES INTERESSES
Ao proprietário da empresa importa, fundamentalmente, detectar problemas e os pontos fortes
existentes para, a partir daí, traçar estratégia no sentido de corrigir as falhas ou aproveitar as
oportunidades.
Ao analista externo interessa saber a viabilidade ou não da aplicação de recursos na empresa.
Por exemplo...
Em um empréstimo de capital de giro de curto prazo, o gerente do banco está interessado,
basicamente, no retomo seguro dos capitais emprestados...
Dessa forma, ele privilegia os aspectos relacionados à liquidez e à segurança.
*variação dos índices da empresa...
A análise vertical dos índices dispensa a preocupação do analista quanto aos
patamares de inflação no período considerado, uma vez que os índices são
resultados de comparações de grandezas de uma mesma data.
Ou seja, é a ótica do analista que determinará os caminhos a serem trilhados.
Essa análise define não só o tipo de indicador a ser utilizado mas também a
postura do analista.
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3
105
Contudo, em um empréstimo de longo prazo, o gerente dá também ênfase à capacidade de
geração de lucro e à eficiência operacional da empresa...
Ele privilegia os aspectos relacionados à rentabilidade.
3.3 ÍNDICE – CONCEITUAÇÃO
O principal instrumento utilizado para a análise da situação econômico-financeira das empresas
é o índice, ou seja, o resultado da comparação entre grandezas.
3.3.1 CONTEXTO
O índice não deve ser considerado isoladamente, dinamicamente e em um contexto mais amplo,
em que outros indicadores e outras variáveis devem ser conjugadamente ponderados.
Por exemplo, um elevado grau de endividamento não significa, necessariamente, que
a empresa esteja à beira da insolvência.
Há empresas que convivem com níveis altos de endividamento, sem comprometer
sua solvência, já que há outros fatores que podem atenuar essa condição.
3.3.2 INFLUÊNCIA DOS INDICADORES NA ANÁLISE
A influência de cada indicador na análise econômico-financeira das empresas pode ser feita apartir de cinco grupos...
§ índices de liquidez – medem a posição financeira da empresa, em termos de
capacidade de pagamento;§ índices de endividamento...
§ avaliam a segurança oferecida pela empresa aos capitais alheios;
§ revelam a política de obtenção de recursos da empresa;§ índices de lucratividade – avaliam o desempenho da empresa em termos de
capacidade de gerar lucros;
§ índices de rentabilidade – avaliam o desempenho global da empresa em termosde capacidade de remunerar o capital aplicado;
§ indicadores de prazos médios – revelam a política de compra, estocagem e
venda da empresa.
Vejamos cada grupo...
3.3.2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Os índices de liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da empresa em satisfazer
os compromissos para com terceiros.
Os índices, portanto, servem como termômetro na avaliação da saúde
financeira da empresa.
M Ó D U L O 3 Contabilidade Financeira
106
Os índices de liquidez evidenciam quanto a empresa dispõe de bens e direitos em
relação às obrigações assumidas no mesmo período.
3.3.2.1.1 OS MAIS CONHECIDOS
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.
3.3.2.1.2 TIPOS DE ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Vamos conhecer melhor os principais índices de liquidez...
Liquidez corrente...
A liquidez corrente é um dos índices mais conhecidos e utilizados na análise de
balanços.
A liquidez corrente indica quanto a empresa pode dispor em recursos de curto prazo
– disponibilidades, clientes, estoques... – para pagar suas dívidas circulantes –
fornecedores, empréstimos e financiamentos de curto prazo, contas a pagar...
A fórmula da liquidez corrente é...
AC – ativo circulante;
PC – passivo circulante.
Liquidez seca...
A liquidez seca é uma medida mais rigorosa para avaliação da liquidez da empresa.
A liquidez seca indica o quanto a empresa pode dispor de recursos circulantes – sem
vender seus estoques e sem amortizar as despesas antecipadas – para fazer frente a
suas obrigações de curto prazo.
A fórmula da liquidez seca é...
AC
PC
AC - estoques - despesas antecipadas
PC
Você sabe dizer quais são os índices de liquidez mais conhecidos?
Contabilidade Financeira M Ó D U L O 3
107
AC – ativo circulante;
PC – passivo circulante.
Se a liquidez seca for igual ou maior que 1, podemos dizer que a empresa não depende
da venda de estoques para saldar seus compromissos de curto prazo.
Por outro lado, quanto mais abaixo da unidade, maior é a dependência de vendas para
honrar suas dívidas.
Liquidez geral...
A liquidez geral é uma medida da capacidade de pagamento de todo o passivo exigível
da empresa.
A liquidez geral indica o quanto a empresa pode dispor de recursos circulantes
e de longo prazo para honrar todos os seus compromissos.
A fórmula da liquidez geral é...
AC – ativo circulante;
RLP – ativo realizável a longo prazo;
PC – passivo circulante;
ELP – passivo exigível a longo prazo.
3.3.2.1.3 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.
3.3.2.2 ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL
Os índices de endividamento avaliam a segurança que a empresa oferece aos capitais alheios e
revelam sua política de obtenção de recursos.
O ativo de uma empresa é financiado pelos capitais próprios – PL – e por capitais de terceiros –
passivo.
Quanto maior for a participação de capitais de terceiros nos negócios de uma empresa,
maior será o risco a que eles – terceiros – estão expostos.
AC + RLP
PC + ELP
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Por exemplo, normalmente, são utilizados os seguintes índices....
Todos esses índices são interpretados como quanto maior, pior.
3.3.2.2.1 PRINCIPAIS ÍNDICES
Vamos conhecer melhor os índices de endividamento...
Endividamento geral – EG...
O endividamento geral revela o grau de endividamento total da empresa.
O endividamento geral expressa a proporção de recursos de terceiros
financiando o ativo e, complementarmente, a fração do ativo que está sendo
financiada pelos recursos próprios.
A fórmula do endividamento geral é...
PC – passivo circulante;
ELP – passivo exigível a longo prazo.
composição de passivooneroso
endividamento geral
composição daexigibilidades
imobilização dopatrimônio liquido
passivo onerososobre ativo total
CPO
EG
CE
IPL
EO
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O endividamento geral pode apresentar diversas situações ...
O endividamento é menor que o PL.
Há predominância de capitais próprios investidos na empresa.
O ativo é financiado em igual proporção por recursos de terceiros e próprios.
O PL é igual às exigibilidades.
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Há predominância de capitais de terceiros investidos na empresa.
A empresa não tem PL.
Todo o ativo é financiado por recursos de terceiros.
Passivo a descoberto.
Insolvente.
As obrigações perante terceiros superam o total de ativo.
Composição das exigibilidades – CE...
A composição das exigibilidades é uma medida da qualidade do passivo da empresa
em termos de prazos.
A composição das exigibilidades compara o montante de dívidas no curto prazo
ao endividamento total.
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A fórmula da composição das exigibilidades é...
PC – passivo circulante;
ELP – passivo exigível a longo prazo.
Ou seja...
Quanto mais curto for o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco oferecido
pela empresa.
De outra forma...
Empresas com endividamento concentrado no longo prazo – principalmente,
decorrente de investimentos efetuados – oferecem uma situação mais tranquila
no curto prazo.
EO...
O endividamento oneroso sobre ativo mostra a participação das fontes onerosas de
capital1 no financiamento dos investimentos totais da empresa, revelando sua
dependência a instituições financeiras.
A fórmula do endividamento oneroso é...
PCO – passivo circulante oneroso;
ELPO – exigível a longo prazo oneroso.
Composição do passivo oneroso – CPO...
Apresenta a qualidade do passivo oneroso em termos de prazo de vencimento da
dívida.
Quanto maior for esse índice, maiores serão as despesas financeiras
incorridas, influenciando o resultado do exercício.
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Sua mecânica é semelhante à da composição do endividamento – CE. Entretanto, foca,
exclusivamente, no passivo oneroso.
Sua fórmula é:
PCO = passivo circulante oneroso;
ELPO = exigível a longo prazo oneroso.
Quanto maior o quociente...
...maior a parcela do passivo oneroso exigível dentro de um ano. Portanto...
...maior o risco a que a empresa expõe seus financiadores...
...consequentemente, pior a situação financeira da empresa, o que pode ensejar
na cobrança de juros mais caros.
Por outro lado, quanto menor o quociente...
...maior a parcela do passivo oneroso exigível a longo prazo.
Isso demonstra que a empresa consegue convencer as instituições financeiras de que
seu projeto é viável e interessante no longo prazo, o que propicia a cobrança de juros
mais baratos. Afinal, menor é o risco incorrido pelo financiador.
Imobilização do patrimônio líquido – IPL...
A imobilização do patrimônio líquido exprime o quanto do ativo imobilizado da empresa
é financiado por seu patrimônio líquido.
A imobilização do patrimônio líquido evidencia a maior ou menor dependência
de aporte de recursos de terceiros2 para a manutenção dos negócios.
Em princípio, o ideal é que as empresas imobilizem a menor parte possível de seus
recursos próprios.
Dessa forma, não ficarão na dependência de capitais alheios para a movimentação
normal de seus negócios.
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A fórmula da imobilização do patrimônio líquido é:
Imob = ativo imobilizado;
PL = patrimônio líquido.
3.3.2.2.2 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.
1fontes onerosas de capital...
Entendemos por passivo oneroso – seja de curto ou longo prazo – as dívidas
com terceiros sobre as quais a entidade paga – deve, incorre – juros – despesas
financeiras. Exemplos de passivos onerosos são empréstimos, financiamentos,
debêntures e impostos parcelados.
Fonte:SZUSTER et al, 2007, p. 358
2maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros...
A correta administração dos recursos de uma empresa pressupõe um adequado
casamento dos prazos das aplicações dos recursos com os prazos de vencimento
das fontes.
Dessa forma, convencionou -se dizer que o ativo imobilizado deve ser financiado
pelo patrimônio líquido- pois são recursos próprios que também estão
imobilizados na empresa ou financiando a empresa por longo prazo.
O analista deve atentar para os casos em que a empresa possui financiamentos
de longo prazo para novos investimentos – expansão, relocalização ou
modernização de seu parque fabril. Nesses casos, o índice IPL – divisão do
Imobilizado pelo Patrimônio Líquido – pode apresentar- se em níveis muito
elevados. Este aspecto deve ser avaliado.
Uma empresa que financia seu imobilizado com passivos de longo prazo revela
uma decisão de administração de gerenciamento de estrutura de capital.
Tal fato deve merecer comentários do analista para melhor subsidiar a decisão
de crédito. Um fato importante é que o ativo deve gerar retorno suficiente em
um prazo adequado para pagamento do passivo e seus encargos.
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3.3.2.3 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
Para calcular a lucratividade* e os demais indicadores apresentados nesta disciplina, precisamos
acessar informações providas pelo balanço patrimonial e pela demonstração do resultado do
exercício.
A lucratividade é uma medida de eficácia do uso dos recursos colocados à disposição da
administração da empresa. Portanto, quanto maior, melhor.
Os principais índices de lucratividade são...
Margem líquida de lucro – ML...
A margem líquida de lucro mede a lucratividade obtida pela empresa.
A margem líquida de lucro reflete o ganho líquido da empresa em cada unidade
de venda.
A fórmula da margem líquida de lucro é...
Margem operacional de lucro – MOL...
A margem operacional de lucro mede a lucratividade das vendas – lucro sobre as
vendas.
A margem operacional de lucro avalia o ganho operacional da empresa –
resultado antes das receitas e despesas não operacionais – em relação a seu
faturamento.
A MOL representa a capacidade de a empresa gerar resultado com as vendas.
A fórmula da margem operacional de lucro é...
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3.3.2.3.1 DESAFIO
Acesse, no ambiente on-line, o desafio.
3.3.2.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Os índices de rentabilidade* têm por objetivo avaliar o desempenho final da empresa.
A rentabilidade é o reflexo das políticas e das decisões adotadas pelos administradores,
expressando, objetivamente, o nível de eficiência e o grau do êxito econômico-
financeiro atingido.
3.3.2.4.1 PRINCIPAIS ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Os principais índices de rentabilidade são…
Rentabilidade do patrimônio líquido – RPL...
A rentabilidade do patrimônio líquido mede a remuneração dos capitais própriosinvestidos na empresa, ou seja, quanto a empresa oferece de riqueza aos sócios, noperíodo.
Do ponto de vista de quem investe em uma empresa, esse deve ser o índice maisimportante.
A RPL permite – além de avaliar a remuneração do capital próprio – analisar se esserendimento é compatível com as alternativas de aplicação.
A fórmula da rentabilidade do patrimônio líquido é...
*lucratividade...
A lucratividade reflete o quanto percentual da receita sobra para compor o
resultado da empresa, a cada período.
(SZUSTER et al, 2008, p. 463).
Todos os índices de rentabilidade devem ser considerados… Ou seja, quanto
maior, melhor.
*índices de rentabilidade...
A partir deste momento, devemos utilizar, para análise, não somente o balanço
patrimonial mas também a demonstração de resultado do exercício – DRE.
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Em que:
L L = lucro líquido
PLm = patrimônio líquido médio*
Por exemplo...
Ao avaliar a RPL, um investidor pode optar por uma aplicação no mercado
financeiro em vez de aplicar em uma empresa que está oferecendo baixa
rentabilidade.
Rentabilidade do ativo – RA...
A rentabilidade do ativo indica em que taxa a empresa remunera os investimentos
totais nela aplicados.
Sempre que houver dados de duas demonstrações consecutivas, devemos
utilizar o ativo total médio para comparar com o lucro líquido.
A fórmula da rentabilidade dos investimentos é...
@IR – alíquota do imposto de renda.
*patrimônio líquido médio...
Em que...
PL0 = patrimônio líquido no início do período
PL1 = patrimônio líquido no final do período
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117
3.3.2.4.2 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.
3.3.2.5 INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS
Os indicadores de prazos médios – também conhecidos como índices de atividade – refletem a
dinâmica de algumas verbas do patrimônio, isto é, quantos dias elas levam para girar durante o
exercício – rotação.
Não devem ser analisados individualmente, mas sempre em conjunto com outros
indicadores.
A análise dos prazos médios constitui importante instrumento para conhecermos a
política de compra e venda adotada pela empresa.
A partir da análise dos prazos médios, podemos constatar a eficiência com que os recursos estão
sendo administrados – duplicatas a receber, estoques e fornecedores.
3.3.2.5.1 PRINCIPAIS INDICADORES
Todos os indicadores de prazos médios pressupõem que os valores utilizados como numerador –
estoques, clientes e fornecedores – não sofrem grandes alterações durante o exercício.
Por exemplo...
Se a conta estoques apresenta o valor de R$ 300,00 no balanço, pressupõe-se que a
empresa mantém um estoque médio desse valor durante o exercício.
Os prazos médios comumente utilizados são...
Prazo médio de estocagem – PME...
O prazo médio de estoques exprime o número de dias – em média – em que os
estoques são renovados ou vendidos.
O prazo médio de estoques é o número de dias que decorre, em média, entre
a compra e a venda.
O prazo médio de estoques é o número de dias, em média, em que os estoques
ficam parados na empresa.
O ideal é que os estoques girem o mais rápido possível.
Sempre que há dados de duas demonstrações consecutivas, devemos utilizar a média
da conta estoques para comparar com o custo dos produtos vendidos.
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A fórmula do prazo médio de estoques é...
Prazo médio de recebimento de clientes – PMRC...
O prazo médio de recebimentos de clientes demonstra o prazo médio de recebimentos
das vendas totais da empresa, indicando o tempo decorrido entre a venda de seus
produtos e o efetivo ingresso de recursos.
O ideal é que o recebimento das vendas se dê no menor prazo possível.
Sempre que houver dados de duas demonstrações consecutivas, devemos utilizar a
média da conta clientes para comparar com as vendas – receita operacional bruta –,
ROB.
A fórmula do prazo médio de recebimentos é...
Ciclo operacional – CO...
O ciclo operacional indica o tempo decorrido entre o momento em que a empresa
adquire as matérias-primas e mercadorias e o momento em que recebe o dinheiro
relativo às vendas.
A fórmula do ciclo operacional é...
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Graficamente, o ciclo operacional pode ser assim representado...
Neste caso apresentado, a matéria-prima é comprada em d = 0.
A mercadoria é vendida em d = 10. O pagamento é efetuado pelo cliente em d = 15.
Portanto, o clico operacional é de 25 dias.
Prazo médio de pagamento a fornecedores – PMPF...
O prazo médio de pagamento exprime o prazo que a empresa vem obtendo de seus
fornecedores para pagamento das compras de matérias-primas ou mercadorias.
Logo, o prazo médio de pagamento é o número de dias que decorre, em média, entre
a compra e o respectivo pagamento a fornecedores.
Logo, quanto maior for o PMPF, melhor será a situação da empresa, pois estará
financiando seu giro com recursos não onerosos.
Sempre que há dados de duas demonstrações consecutivas, devemos utilizar a média
da conta fornecedores para comparar com montante de compras – compras.
compras = CPV + estoque final - estoque inicial
A fórmula do prazo médio de pagamento é...
Ciclo financeiro – CF...
O ciclo financeiro é o tempo decorrido entre o instante do pagamento aos fornecedores
pelas mercadorias adquiridas e o recebimento pelas vendas efetuadas.
O ciclo financeiro é o período em que a empresa necessita ou não de financiamento
complementar para seu ciclo operacional.
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A fórmula do ciclo financeiro é...
Graficamente o ciclo financeiro pode ser representado assim...
A diferença entre ciclo operacional – PME + PMRC – e o prazo médio de pagamento –
PMPF – é o ciclo financeiro e corresponde ao período entre o pagamento ao fornecedore o momento em que a empresa recebe do cliente o dinheiro das vendas.
Para esse período, ou seja, o ciclo financeiro, a empresa precisa conseguirfinanciamento complementar.
Normalmente, o ciclo financeiro é financiado...§ pelo capital próprio;§ por recursos de terceiros, onerosos.
A boa gestão empresarial revela-se muito pela competência na administração dosprazos médios, expressos, finalmente, por meio do ciclo financeiro.
3.3.2.5.2 EXERCÍCIO
Acesse, no ambiente on-line, o exercício.
3.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
3.5 AVALIAÇÃO
Acesse, no ambiente on-line, a avaliação deste módulo.
PME + PMRC - PMPF ou CO - PMPF
ciclo financeiro
compra vende recebe
0 dias
PME = 20 dias + PMRC = 25 dias = 45 dias
PMPF = 18 diaspaga CF = CO - PMPF = 45 - 18
CF = 27 dias
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MÓDULO 4 – ENCERRAMENTO
APRESENTAÇÃO
Na unidade 1 deste módulo, você encontrará alguns jogos didáticos para testar seus conhecimentos
sobre o conteúdo desenvolvido em toda disciplina.
A estrutura desses jogos é bem conhecida por todos. Você poderá escolher o jogo de sua preferência
ou jogar todos eles... a opção é sua!
Já na unidade 2, é hora de falarmos sério! Sabemos que o novo – e a disciplina que você terminou
de cursar enquadra-se em uma modalidade de ensino muito nova para todos nós, brasileiros –
tem de estar sujeito a críticas... a sugestões... a redefinições. Por estarmos cientes desse processo,
contamos com cada um de vocês para nos ajudar a avaliar nosso trabalho.
Então? Preparado?