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Page 1: Construir a greve da educação neste novo ciclo de lutas

Tendência [email protected] e Luta!

Construir a greve da educação neste novo ciclo de lutas

Estamos vivendo desde a jornada de lutas que atravessou o Brasil em 2013, um momento bastante importante para avançar nas conquistas. As recentes greves que foram exemplo em todo o país como a dos rodoviários em Porto Alegre e a dos garis no Rio de Janeiro, enfrentaram realidades bastante difíceis, mas que foram superadas pela atitude e organização de base no enfrentamento aos patrões, governos e direções sindicais pelegas. Esse cenário de importantes vitórias é um referente para nos fortalecermos na luta sindical posicionando os trabalhadores como protagonistas nas mobilizações que iniciaram o ano de 2014.

Fortalecer o sindicato para retomar a confiança dos trabalhadores

As semanas de greve r e a l i z a d a s p e l o magistério estadual no a n o d e 2 0 1 3 n ã o aglutinaram a força s u f i c i e n t e p a r a conquistarmos nossas p r i n c i p a i s reivindicações, porém também tampouco pode

ser dito que saímos derrotados. O que acabou derrotado foi um tipo de sindicalismo, pois, mesmo que modestamente, novas práticas e uma importante determinação para a luta esteve presente nos grevistas que assumiram com unhas e dentes a necessidade da mobilização.

É importante fazermos memória de que esse ímpeto combativo é fruto da jornada de lutas que derrotou o aumento da tarifa dos ônibus em Porto Alegre e se espalhou pelo interior do estado e restante do Brasil f a z e n d o h i s t ó r i a n e s t e p a í s .Porém, se apesar desses novos elementos a greve do ano passado não alcançou forte adesão, neste ano de devemos resgatar a confiança na nossa capacidade de mobilização. Diante dos diversos problemas que podem ser apontados ao sindicato, nossa resposta sempre deve ser com participação e luta para que a crítica seja coerente e não cúmplice da burocracia.

A o l e v a n t a r m o s a b a n d e i r a d a g r e v e defendemos ao mesmo tempo que ela seja c o n s t r u í d a c o m protagonismo de base. Uma greve de fato jamais s e r á p o r d e c r e t o , t a m p o u c o e s t a m o s dizendo que virá por simples espontaneidade. Pelo contrário, requer esforço, convencimento e principalmente a descentralização do poder. Esse último detalhe é importantíssimo, pois o sindicato não se resume aos núcleos e a sede centralizada, ele deve ser na verdade o punho fechado de todas as escolas deste Estado. Mas, para isso, é importante reforçarmos os critérios de independência de classe em relação aos partidos e governos, pois a condução política que reforça o personalismo é a mesma que afasta a participação e iniciativa da base.

Independência de classe comprotagonismo de base

Na luta pelo piso, 1/3 de hora atividadee condições reais de trabalho e estudo

Os motivos que nos levam a fazer greve, ainda são motivos de muitas greves passadas, porém, em 2013 podemos ver uma aposta de organização da greve com todos os segmentos da educação pública: estudantes, funcionários e professores. A força e disposição que os estudantes injetaram nessa greve foi fundamental para dinamizar o seu processo, bem como alcançar a redução dos períodos de Seminário Integrado. Devemos resgatar e potencializar essa experiência. Nossas demandas só serão atingidas com a união de todos aqueles que vivem cotidianamente com o sucateamento e a precarização da Educação e, claro, contar com o apoio das comunidades escolares. Vamos construir uma greve com os 3 segmentos! Para conquistar o piso que é LEI, que segue sendo desrespeitado desde sua aprovação (uma perda de cerca de R$600,00 por 20h), e faz com que os trabalhadores da educação continuem sendo desvalorizados; pelo 1/3 hora atividade que também faz parte da lei do piso e também segue sendo ignorado, a fim de mascarar a já enorme falta de professores; por condições de trabalho e estudo, com reais investimento em infra-estrutura.

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Rodear de solidariedade os que lutam:contra a criminalização das greves

e do protesto!

A partir das lutas de 2013, a criminalização dos que lutam vem aumentando proporcionalmente com a capacidade organizativa e combativa d@s trabalhador@s. A luta por direitos sociais e melhores condições de vida virou, à moda do velho terrorismo de Estado, um assunto de polícia (que, inclusive, segue o mesmo modelo da ditadura militar). Prisões arbitrárias, difamação, enquadramento em processo criminal de lutadores, perseguições politicas são alguns exemplos de um projeto político que busca criminalizar a luta, calar a voz e gerar o medo. Instrumentos de poder dos de cima, como a Polícia e a Mídia, são fontes constantes de repressão e deslegitimação da organização dos de baixo. Porto Alegre exemplifica muito bem a situação: a desinformação durante a greve dos rodoviários contra a categoria e a violência contra o Bloco de Luta pelo Transporte Público.

Companheiros professores, do Bloco de Luta, por exemplo, vêm sofrendo com essa difamação e repressão, por manifestarem sua tomada de posição por um transporte realmente popular e público, contra máfias e fraudes, e a favor dos oprimidos. A criminalização das lutas é tão evidente que querem torna-la lei (Projeto-lei Anti-Terrorismo 499/2013). Tal projeto prevê tanto o enquadramento dos movimentos sociais como organizações terroristas quanto legitimará o autoritarismo das forças de segurança. Nesse sentido, reafirmamos a importância fundamental da solidariedade aos que lutam!

Solidariedade é, antes de tudo, uma atitude de tomada de posição. Dizer que, por princípio, somos e que estamos ao lado dos trabalhadores, independente dos partidos e dos governos, nos posicionamos junto na trincheira dos de baixo, dos oprimidos e oprimidas que dia-a-dia lutam contra as diversas formas de opressão do mundo capitalista.

Sobre a Tendência Sindical

Acreditamos que a luta sindical é a nossa ferramenta para alcançar conquistas, por isso nos unimos e lutamos! A ação sindical se mantém como grande instrumento de luta na busca de resultados concretos e duráveis para todos os trabalhadores. Tanto é verdade que muitas são as tentativas que visam desacreditar essa organização para impedir nossa união e imediata retomada do controle da nossa vida política. O Sindicalismo que acreditamos é aquele organizado pela base, em cada lugar de trabalho, onde a categoria seja protagonista da sua luta. Os sindicatos são espaços de organização, articulação e ação; apenas com a participação ativa dos trabalhadores podemos enfrentar a burocratização e o personalismo que os espaços sindicais apresentam. Um sindicalismo com solidariedade de classe, que apoie e fortaleça a luta de outras categorias, pois APRENDEMOS NA PRÁTICA QUE SOMENTE UNIDOS PODEMOS ALCANÇAR NOSSOS OBJETIVOS. Combativo e independente, que enfrente patrões e governos pela pressão, mobilização e ação direta dos trabalhadores.

Sindicalizar-se é unir-se para construir o sindicato que se deseja. Unir-se contra qualquer pretensão de monopólio da organização da vida política dos trabalhadores. Unir-se contra práticas autoritárias e politiqueiras que visam somente o fim eleitoral. Unir-se com o propósito de descentralizar as relações de poder. Somente unidos e organizados no sindicato podemos nos apropriar das ferramentas que juntos nos trarão as condições ideais de trabalho. Unir-se é a prática que fará com que todo o poder acima de nós trema. Unir-se mesmo na divergência, por uma mobilização na defesa de todos os trabalhadores.

A Tendência Sindical Resistência Popular é um coletivo de trabalhadores de diferentes áreas e setores que tem como objetivo comum criar uma têndencia no movimento sindical - um estilo de trabalho e de luta - que defenda os direitos historicamente conquistados a partir do fortalecimento de cada trabalhador em seu lugar de inserção, de cada categoria e da solidariedade de classe entre todos os trabalhadores. Acreditamos que é apenas pela organização e luta dos próprios trabalhadores que será possível arrancar os direitos que nos são negados, rompendo com a exploração e enfrentado de frente a opressão a que estamos expostos cotidianamente.

CONVIDAMOS A TODOS OS TRABALHADORES A ABANDONAR O DESÂNIMO E O

REFORMISMO, QUE NOS É APRESENTADO COMO ÚNICA VIA. REFORÇAMOS A NECESSIDADE DE PARTICIPAR DOS

SINDICATOS, SINDICALIZAR-SE, ORGANIZAR-SE, E LUTAR

COTIDIANAMENTE EM CADA LOCAL DE TRABALHO. RESISTIR, LUTAR E AVANÇAR!


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