Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Ana Paula Ferreira [email protected]
Conservação da Pedra
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
“A degradação da pedra”
“Caracterização das rochas”
“Tratamento da pedra”
“As acções de conservação no património arquitectónico”
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
“Caracterização das rochas”
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Classificação das rochas quanto à sua génese:
• rochas magmáticas ou ígneas
• rochas sedimentares
• rochas metamórficas
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Magma
Rochas ígneas
arrefecimentoconsolidação
acção físico-química e biológicados agentes atmosféricos
sedimentos
Rochas sedimentares
acção fluxo da água, ar, erosão
Rochas metamórficas
fusão
metamorfismo
erosãotransportesedimentação
araltas pressõestemperatura
fusão
metamorfismo
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Classificação das rochas quanto à sua génese:
• rochas magmáticas ou ígneas
• rochas que se obtêm por solidificação de substâncias que se encontravam em fusão e formavam o magma
• A velocidade de arrefecimento do magma, e por conseguinte a sua solidificação, condiciona a textura do material resultante
• Quanto mais lenta for a velocidade de arrefecimento, mais perfeita será a cristalização
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Classificação das rochas quanto à sua génese:
• rochas magmáticas ou ígneas
• intrusivas - consolidação do magma no interior da crosta terrestre, a grande profundidade, arrefecimento lento - condições para o crescimento cristalino
•ex: granito, sienito
• extrusivas ou vulcânicas - consolidação do magma através de rápido arrefecimento - tempo insuficiente para o desenvolvimento de crescimento cristalino
•ex: basalto, tufos
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Classificação das rochas quanto à sua génese:
• rochas sedimentares• 75% da crosta terrestre está coberta por rochas sedimentares ,
embora em termos de volume apenas representam 5%
• formadas por:
• deposição de detritos provenientes da desagregação de rochas preexistentes
• acumulação de substâncias orgânicas animais ou vegetais
• precipitação química de sais dissolvidos nas águas
• são geralmente estratificadas - anisotrópicas
• ex: arenitos, brechas, calcários, dolomias
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Sedimentares
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Classificação das rochas quanto à sua génese:
•rochas metamórficas
• metamorfismo - alterações ou metamorfoses no estado sólido da composição mineralógica, textura e/ou estrutura das rochas pré-existentes
• agentes de metamorfismo
• temperatura, pressão, fluídos
• redução da porosidade, desaparecimento de fósseis, aparecimento de
minerais mais densos
• ex: ardósia, mármore, xisto
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Rochas metamórficas
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
“A degradação da pedra”
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Degradaçãoda pedra
Factores intrínsecos
Factores extrínsecos
•composição mineralógica•textura e estrutura•porosidade•permeabilidade (gases, água)•dureza•resistência mecânica
climamicroclima
•temperatura•humidade relativa•exposição solar•chuva (quantidade, composição, pH)•características da atmosfera
•gases (CO2, SO2, etc.)•partículas sólidas
construção
•orientação face•vento, chuva, sol•escorrências•secagem/molhagem
•acabamento superfície (lisa, rugosa, lavrada, etc.•sais solúveis
aleatórios
físicos •Vibrações (tráfego, máquinas, sinos, etc.)
químicos
•oxidação•dissolução e recristalização•hidrólise silicatos
biológicas •Micro e macro-organismos
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Formas de manifestação da humidade:
• humidade de construção
• humidade do terreno
• humidade de precipitação
• humidade de condensação
• humidade devida a fenómenos de higroscopicidade
• humidade devida a causas fortuitas
Nota - o habitual é que dois ou mais fenómenos apareçam associados
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
• Cristalização de sais
• Os sais:
• acumulam-se nos materiais devido à presença de iões solúveis
• são transportados em soluções aquosas diluídas, penetram nos materais e percolam através do seu sistema poroso
• quando a solução atinge a sobressaturação em relação a determinada fase salina, esta precipita
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
criptoflorescênciaseflorescências
• os sais existentes no terreno e na construção são dissolvidos pela água e transportados através dos materiais para outros locais
• quando a água atinge as superfícies evapora
• os sais cristalizam
• Eflorescências• Normalmente formam um depósito branco, que pode ser:
• brando e pulverulento (eflorescências pulverulentas)• compacto (crostas)
• Criptoflorescências
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
• Os fenómenos de cristalização de sais:• Contribuem para a degradação das pedras devido às pressões geradas
por cristalização e exercidas sobre o espaço poroso
• Danos dependem:• estrutura porosa• características mecânicas do material• tipo de sal• localização da cristalização de sais
• Cristalização de sais
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
ConstruçãoMeio ambiente
• temperatura• humidade relativa• chuva• qualidade do ar• sais solúveis
Características do material
= ambiente ≠ pedras
= pedras
≠ Comportamentos
≠ ambiente
- causas extrínsecas versus causas intrínsecas
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Terminologia das formas de alteração e degradação
Henriques, F. M. A.; Delgado Rodrigues, J.; Aires-Bairros, L.; Proença, N.,2004 –
“Materiais Pétreos e Similares. Terminologia das formas de alteração e
degradação”. ICT, Informação Técnica, Patologia e Reabilitação das Construções,
ITPRC2, LNEC.
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
“As acções de conservação no Património Arquitectónico”
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Acção de conservação
Objectivo - prolongar a vida de um objecto para a sua utilização no presente e no futuro
• interrupção/redução da intensidade dos processos de alteração
• redução da probabilidade de surgimento de novas manifestações
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Acção de conservação
Selecção das acções de conservação necessárias obriga ao adequado conhecimento:
• objecto - materiais, técnicas construtivas, estado de conservação, fenómenos de degradação e suas causas
• meio ambiente
• intervenções anteriores
• princípios “éticos”
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Acção de conservação
Princípios “éticos”:
• Autenticidade
• Reversibilidade
• Intervenção Mínima
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Ambiente Objecto
• alteração condições
microclimáticas
• drenagem de águas
• desvio tráfego
• etc.
• Limpeza• Tratamento com biocidas• Consolidação• Hidrofugação• Substituição• Reintegração• Reforço• Pintura• etc.
Intervençãosobre
Conservação
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
“Tratamento da pedra”
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
•Colagem / Fixação
• Reintegração
• Substituição
• Tratamento de juntas
• etc.
Acções de conservação sobre materiais pétreos
• Limpeza
• Protecção
• Consolidação
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Capacidade imediata da acção de conservação dar
resposta aos objectivos estabelecidos
Avaliação do desempenho
• eficácia inicial
• nocividade potencial
• durabilidade
Possibilidade da acção de conservação ser responsável
por acelerar processos de degradação em curso ou
pelo desenvolvimento de novos processos
Estabilidade da acção de conservação no tempo
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Limpeza
Acção levada a efeito com o objectivo de remover os produtos de alteração e depósitos presentes sobre as superfícies pétreas que possam:
• prejudicar a sua futura conservação
• ser responsáveis pela sua degradação
Requisitos:
• acção suficientemente lenta de modo a permitir o seu controle
• ausência de subprodutos nocivos
• acção reactiva mínima em relação à pedra
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Limpeza
Pode envolver:
• Meios mecânicos, micro-abrasão, água, pastas químicas, lazer
• Recurso a herbicidas e biocidas
• Remoção de depósitos calcários
• Sais solúveis
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Tratamento da biocolonização
A prática recomendada passa pela aplicação de:
– Produtos tóxicos para os microorganismos,
– Aplicação de doses letais de radiação,
– Ocultação da luz.
O uso de biocidas é a prática mais comum na conservação de superfícies arquitectónicas
• Sais de amónio quaternário,
• Sais de cobre, zinco, estanho,
• etc.
• Ex: Preventol, Algophase
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Tratamento com produtos hidrófugos
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Redução / eliminação de processos de degradação associados à presença de
água (chuva):
•criar condições para que a construção drene, de modo eficaz e rápido, as
águas pluviais
•tratamento das superfícies pétreas de modo a alterar o seu comportamento
face à água:
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Tratamentos hidrófugos
Hidrofugação - redução da penetração de água sem obstrução dos poros
reduzindo características hidrófilas
• superfície - redução aptidão de molhagem das superfícies
• capilares - redução absorção de água
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Consolidação
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Consolidação
Consolidação:
Tratamento em profundidade que tem como principal objectivo incrementar as características de coesão entre os constituintes da pedra.
Em consequência, o material consolidado deverá apresentar-se mais:
• coeso / maior resistência mecânica
• resistente às agressões ambientais
Situações:
• Pré-consolidação (consolidação “superficial”)
• Consolidação
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
Tratamentos consolidantes
Avaliação do desempenho
• acção em profundidade
• incremento coesão superficial
• incremento de resistência em profundidade
• profundidade acção consolidante
Ana Paula Ferreira Pinto
Ciclo 3R – Reabilitar / Reutilizar / Reciclar 18 Outubro 2008
0
10
20
30
40
0 5 10 15 20Profundidade [mm]
Forç
a [N
]
Profundidade da acção consolidante = 15mm
após tratamento, T
antes tratamento, NT
• incremento de coesão interna
•profundidade da acção consolidante