INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS POLICIAIS E SEGURANÇA INTERNA
JÉSSICA RIBEIRO MIRANDA
Aspirante a Oficial de Polícia
Dissertação de Mestrado em Ciências Policiais
XXVIII Curso de Formação de Oficiais de Polícia
Comércio tradicional: contributos para a
prevenção situacional de comportamentos
antissociais
Orientador:
Professor Doutor Paulo Machado
Lisboa, 22 de abril de 2016
i
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS POLICIAIS E SEGURANÇA INTERNA
JÉSSICA RIBEIRO MIRANDA
Aspirante a Oficial de Polícia
Dissertação de Mestrado em Ciências Policiais
XXVIII Curso de Formação de Oficiais de Polícia
Comércio tradicional: contributos para a
prevenção situacional de comportamentos
antissociais
Dissertação apresentada no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança
Interna, com vista à obtenção do grau de Mestre em Ciências Policiais, elaborada sob
orientação do Professor Doutor Paulo Machado.
ii
DEDICATÓRIA
Aos meus avós!
Aos meus pais e irmã,
Ao Carlos,
Pelo carinho e apoio ao longo destes anos!
iii
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Doutor Paulo Machado, por ter aceitado o convite para me orientar na
presente dissertação de mestrado em Ciências Policiais e pelo apoio incansável ao longo
deste percurso,
Ao Intendente Curva, 2º Comandante do Comando Distrital de Viana do Castelo, por
sempre auxiliar no que fosse preciso,
Ao Subintendente Fortes, pela forma célere com que providenciou as informações
criminais essenciais a esta investigação,
Ao Subcomissário Vieira, pelos ensinamentos transmitidos ao longo do estágio
prático e pela ajuda na fase empírica desta investigação,
Ao Chefe Vicente e aos elementos do MIPP da 31.ª Esquadra da 5.ª Divisão do
Cometlis, pelos conhecimentos e disponibilidade para o acompanhamento na aplicação
dos questionários,
À Mestre Ana Verónica, pelos livros que forneceu e que se revelaram fulcrais na
fundamentação teórica desta temática,
Ao Dr. Carlos Fogaça, pelo testemunho e apoio no presente estudo,
À minha família, que sempre me apoiou e esteve presente nos melhores e piores
momentos,
Aos meus pais, pelo amor e princípios que me transmitiram, fundamentais ao longo
da minha vida e que me permitiram chegar até ao presente momento,
À minha irmã Mónica, pelos momentos de confidencialidade e amizade,
Ao Carlos, meu amigo e companheiro, pelo amor e carinho, e por nunca duvidares
de mim. Obrigada por seres quem és,
À Ana, pela grande amizade criada ao longo destes cinco anos, pela ajuda, por
estares sempre presente quando mais preciso. Obrigada por esta amizade incrível!
Às meninas do 28.º CFOP, pelos momentos vividos e inesquecíveis, pela diversão e
pela camaradagem que sempre demonstraram,
Ao 28.º CFOP, por ser o curso que é, pelas formidáveis pessoas que o compõem,
pelos momentos e união que nos caracterizam. Mais do que um curso, somos uma
família que se apoia e olha uns pelos outos. Com a força e perseverança conseguimos
chegar a este momento tão desejado.
A todos aqueles com quem me cruzei ao longo desta jornada e criei grandes
amizades,
O meu mais sincero agradecimento!
iv
RESUMO
Enquanto atividade económica, o comércio tradicional é um elemento fundamental
de sustentabilidade da cidade. No entanto, enfrenta hoje novos desafios decorrentes do
alargamento da concorrência, da alteração do perfil do consumidor ou da necessidade do
uso de tecnologias. Assim, importa intervir no comércio tradicional, pois enquanto espaço
com características facilitadoras da prática de crimes, uma vez que convergem num
mesmo local e tempo alvo, infrator e guardião (capaz ou não), é essencial implementar
medidas de segurança de modo a reduzir as vulnerabilidades. Cientes desta fragilidade,
considera-se pertinente recorrer à prevenção situacional do crime e a estratégias de
Crime Prevention Through Environmental Design, que permitam dificultar a prática
criminal, aumentar a vigilância e controlo na área, e aumentar o risco do infrator. Face ao
exposto, o presente estudo procura perceber como é refletida a prevenção nos espaços
de comércio tradicional, qual o sentimento de segurança dos comerciantes, quais as
estatísticas criminais nestes locais e qual a atuação da Polícia de Segurança Pública
neste âmbito, tendo por base o programa Comércio Seguro. Para atingir os objetivos
propostos, recorremos a um estudo exploratório, aplicando um questionário aos
comerciantes, realizando observação não participante, reportagem fotográfica das lojas e
analisando dados da criminalidade. Conclui-se que a segurança é essencial no comércio
tradicional, pois, tendo em conta os desafios atuais, o controlo do espaço e do crime
permite evitar quebras e potenciar o sentimento de segurança dos comerciantes e
clientes.
Palavras-chave: comércio tradicional, segurança, crime, prevenção situacional,
Crime Prevention Through Environmental Design.
v
ABSTRACT
As an economic activity, traditional trade is a fundamental element of the city’s
sustainability. Nevertheless it is facing new challenges due to competition’s widening,
the change in consumer’s profile, and the need to adapt to the use of technologies.
Therefore it’s essential to uphold traditional trade as it is constituted of spaces with
characteristics that potentiate crime. They allow the convergence in the same place
and time, of suitable targets/victims, offenders and guardian (capable or not), so it is
essential to implement security measures in order to diminish place’s vulnerabilities.
Aware of this fragility it reveals appropriate to approach this issue through the
situational prevention of the criminal act and strategies of Crime Prevention Through
Environmental Design, in order to make crime difficult to happen, increase the
surveillance and control in the areas, and increase the risk to the offenders. All things
considered, the current investigation seeks to understand the prevention mechanisms
adopted in the commercial trade spaces, how merchants perceive the security
feeling, the evolution of criminal statistics in this spaces and what is the Public
Security Police role in this through the “Safe Commerce” program. In order to achieve
the proposed goals, an exploratory study was conducted, by applying the merchants
an inquiry, through non-participant observation, carrying out photographic reports of
the shops and analysing criminal data. The results allow to conclude that security
plays a major role in traditional trade, due to the challenges they are facing,
controlling space and crime in these spaces may allow to avoid shrinkages and bust
merchants and clients sense of security.
Keywords: traditional trade, security, crime, situational prevention, Crime
Prevention Through Environmental Design.
vi
ÍNDICE GERAL
Dedicatória ...................................................................................................................... ii
Agradecimentos ..............................................................................................................iii
Resumo ...........................................................................................................................iv
Abstract ........................................................................................................................... v
Índice Geral .....................................................................................................................vi
Índice de Figuras .......................................................................................................... viii
Índice de Tabelas .......................................................................................................... viii
Índice de gráficos ...........................................................................................................xi
Índice de fotografias ......................................................................................................xii
Lista de siglas e abreviaturas ...................................................................................... xiii
Introdução ....................................................................................................................... 1
Capítulo 1 – Enquadramento teórico ............................................................................. 5
1. Comércio e Crime ................................................................................................. 5
1.1. Conceptualização: Comércio e Comércio Tradicional .................................. 5
1.2. Comportamentos Antissociais - Crime e Incivilidades .................................10
1.3. Sentimento de (in)segurança ......................................................................12
2 – A prevenção aplicada ao comércio ........................................................................16
2.1. Prevenção criminal ............................................................................................16
2.2.Escola de Chicago .............................................................................................18
2.3. CPTED – evolução histórica ..............................................................................22
2.3.1. Soluções arquitetónicas e de utilização do espaço - Elizabeth Wood .........22
2.3.2. Os olhos postos na rua – Jane Jacobs .......................................................24
2.3.3. Modelo de prevenção situacional – Ray Jeffery ..........................................26
2.3.4. Espaço defensável – Oscar Newman .........................................................28
2.3.5. 2.ª Geração – Diane Zahm e Timothy Crowe .............................................30
2.4. Prevenção situacional nos espaços comerciais .................................................36
2.5. Problema de investigação .................................................................................42
Capítulo 2 – Metodologia da investigação ...................................................................44
2.1. Opção metodológica .............................................................................................44
3. Participantes ............................................................................................................45
4. Corpus .....................................................................................................................46
5. Instrumentos de recolha de dados ...........................................................................46
5.1. Dados Estatísticos da criminalidade ..................................................................46
5.2. Inquérito por questionário ..................................................................................47
6. Análise de dados .....................................................................................................49
vii
7. Procedimento ...........................................................................................................49
Capítulo 3 – Análise e discussão de resultados ..........................................................51
3.1. Localização e caracterização Geográfica ..............................................................51
3.2. Caracterização da criminalidade ...........................................................................52
3.3. Análise dos resultados dos questionários .............................................................55
3.4 Considerações finais ..............................................................................................63
Conclusão ......................................................................................................................66
Lista de referências bibliográficas ...............................................................................72
ANEXOS .........................................................................................................................85
Anexo A – Índice de paz global e europeia 2015 .........................................................85
Anexo B – Níveis de hierarquia do espaço defensável de Newman - Demarcação entre
espaços públicos, semipúblicos e privados ..................................................................87
Anexo C – Processo SARA: resolução de problemas através do CPTED ....................88
Anexo D – As 25 técnicas de prevenção situacional do crime ......................................89
Anexo E – Níveis de intervenção das Forças de Segurança ........................................90
Anexo F – Estrutura orgânica do Policiamento de Proximidade ...................................91
APÊNDICES ....................................................................................................................92
Apêndice A – Autorização de recolha de dados criminais ............................................92
Apêndice B – Criminalidade Geral registada na área em estudo (NO/COMETLIS/PSP)
....................................................................................................................................93
Apêndice C – Criminalidade registada por rua: roubos e furtos ....................................95
Apêndice D – Questionário aplicado aos comerciantes ................................................98
Apêndice E – Modelo de Análise ............................................................................... 106
Apêndice F – Livro de códigos do questionário .......................................................... 108
Apêndice G – Resultados do questionário ................................................................. 146
Apêndice H – Fotografias das ruas ............................................................................ 174
Apêndice I – Fotografias dos dispositivos de segurança ............................................ 177
Apêndice J – Fragilidades evidenciadas nas lojas ..................................................... 179
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - CPTED com sustentação social.. .....................................................................31
Figura 2 - Área da freguesia de Avenidas Novas com as ruas do estudo assinaladas. ....51
Figura 3 - Índice de Paz mundial......................................................................................85
Figura 4 - Índice de Paz europeia.. ..................................................................................86
Figura 5 - Demarcação de espaços.. ...............................................................................87
Figura 6 - Níveis de intervenção.. ....................................................................................90
Figura 7 - Hierarquia do MIPP. .......................................................................................91
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Formas de Controlar a Criminalidade. .............................................................27
Tabela 2 - Índice de vulnerabilidade dos estabelecimentos face à distância do balcão
principal. ..........................................................................................................................58
Tabela 3 - Matriz de vulnerabilidades e propostas de implementação. ............................64
Tabela 4 - Processo SARA. .............................................................................................88
Tabela 5 - Estratégias de prevenção situacional. .............................................................89
Tabela 6 - Registo da criminalidade nas Avenidas Novas entre 2011 e 2015. .................93
Tabela 7 - Número de furtos e roubos por rua. ................................................................95
Tabela 8 - Modelo de análise. ........................................................................................ 107
Tabela 9 - Localização da loja. ...................................................................................... 146
Tabela 10 - Área da loja. ................................................................................................ 147
Tabela 11 - Número de divisões. ................................................................................... 147
Tabela 12 - Área da loja e número de divisões. ............................................................. 147
Tabela 13 - Número de gerentes/funcionários por turno. ............................................... 148
Tabela 14 - Horário à semana. ...................................................................................... 148
Tabela 15 - Tempo de exposição à semana. ................................................................. 149
Tabela 16 - Horário ao fim de semana. .......................................................................... 149
Tabela 17 - Tempo de exposição ao fim-de-semana. .................................................... 150
Tabela 18 - Localização da caixa registadora. ............................................................... 150
Tabela 19 - Tipo de loja e localização da caixa registadora. .......................................... 150
Tabela 20 - Distância do balcão principal à loja. ............................................................ 151
Tabela 21 - Área da loja e distância à porta. .................................................................. 152
Tabela 22 - Tempo de chegada do lojista à porta. ......................................................... 153
Tabela 23 - Distância percorrida pelo perpetrador do furto ou roubo. ............................ 154
Tabela 24 - Índice de vulnerabilidade e videovigilância. ................................................. 155
Tabela 25 - Inventário. ................................................................................................... 155
ix
Tabela 26 - Seguro. ....................................................................................................... 155
Tabela 27 - Género. ....................................................................................................... 155
Tabela 28 - Idade. .......................................................................................................... 156
Tabela 29 - Habilitações literárias. ................................................................................. 156
Tabela 30 - Funções. ..................................................................................................... 156
Tabela 31 - Experiência profissional. ............................................................................. 156
Tabela 32 - Alvo de furto ou roubo. ................................................................................ 157
Tabela 33 - Furtos e roubos. .......................................................................................... 157
Tabela 34 - Roubo dia porta aberta. .............................................................................. 157
Tabela 35 - Furto dia. ..................................................................................................... 157
Tabela 36 - Furto noite. .................................................................................................. 158
Tabela 37 - Produtos mais furtados. .............................................................................. 158
Tabela 38 - Frequência do furto e roubo. ....................................................................... 158
Tabela 39 - Frequência roubo dia com porta aberta....................................................... 158
Tabela 40 - Frequência furto dia. ................................................................................... 159
Tabela 41 - Frequência furto noite. ................................................................................ 159
Tabela 42 - Impacto seguro. .......................................................................................... 159
Tabela 43 - Impacto danos de produtos. ........................................................................ 160
Tabela 44 - Impacto danos nas instalações. .................................................................. 160
Tabela 45 - Impacto reputação da loja. .......................................................................... 160
Tabela 46 - Impacto na disposição dos produtos. .......................................................... 160
Tabela 47 - Impacto na alteração do design da loja. ...................................................... 161
Tabela 48 - Impacto segurança. .................................................................................... 161
Tabela 49 - Impacto no sentimento de insegurança. ...................................................... 161
Tabela 50 - Impacto a contratar funcionários. ................................................................ 162
Tabela 51 - Impacto época de saldos. ........................................................................... 162
Tabela 52 - Impacto épocas festivas. ............................................................................. 162
Tabela 53 - Impacto sobre os lucros. ............................................................................. 162
Tabela 54 - Reportar roubos. ......................................................................................... 163
Tabela 55 - Reportar furtos. ........................................................................................... 163
Tabela 56 - Motivos para reportar. ................................................................................. 163
Tabela 57 - Motivos para não reportar.. ......................................................................... 163
Tabela 58 - Características/rouba. ................................................................................. 164
Tabela 59 - Características/ furta. .................................................................................. 164
Tabela 60 - Género/furta.. .............................................................................................. 164
Tabela 61 - Idade/furta.. ................................................................................................. 164
Tabela 62 - Modus operandi/furta. ................................................................................. 164
x
Tabela 63 - Dispositivos de segurança. ......................................................................... 165
Tabela 64 - Análise técnica. ........................................................................................... 165
Tabela 65 - Dispositivos de segurança e imagem da loja. ............................................. 165
Tabela 66 - Dispositivos de segurança incomodam os clientes. .................................... 165
Tabela 67 - Dispositivos de segurança e diminuição do crime. ...................................... 166
Tabela 68 - Dispositivos de segurança e sentimento de segurança. .............................. 166
Tabela 69 - Alarme. ....................................................................................................... 166
Tabela 70 - Videovigilância. ........................................................................................... 166
Tabela 71 - Sinais de aviso. ........................................................................................... 166
Tabela 72 - Grades. ....................................................................................................... 167
Tabela 73 - Espelhos. .................................................................................................... 167
Tabela 74 - Dispositivos de segurança para os produtos mais caros. ............................ 167
Tabela 75 - Dispositivos de segurança para os produtos mais furtados/roubados. ........ 167
Tabela 76 - Alarmes em todos os produtos. ................................................................... 167
Tabela 77 - Detetor de alarmes. .................................................................................... 167
Tabela 78 - Detetor de movimento. ................................................................................ 167
Tabela 79 - Outro dispositivo.. ....................................................................................... 168
Tabela 80 - Motivos para não usar (mais) dispositivos de segurança. ........................... 168
Tabela 81 - Alvo de furto ou roubo e dispositivos de segurança. ................................... 169
Tabela 82 - Sentimento de segurança dos funcionários/gerentes. ................................. 169
Tabela 83 - Sentimento de segurança dos clientes. ....................................................... 169
Tabela 84 - Sentimento de insegurança e seguro. ......................................................... 171
Tabela 85 - Sentimento de insegurança e número de anos no estabelecimento. ........... 171
Tabela 86 - A polícia consegue controlar o crime no comércio. ..................................... 171
Tabela 87 - A polícia coopera com os lojistas. ............................................................... 172
Tabela 88 - Os lojistas cooperam com a polícia. ............................................................ 172
Tabela 89 - A polícia dá conselhos de segurança.. ........................................................ 172
Tabela 90 - Comércio Seguro. ....................................................................................... 172
Tabela 91 - Opinião sobre o programa Comércio Seguro.. ............................................ 173
Tabela 92 - Programa Comércio Seguro ajuda para a segurança.. ................................ 173
Tabela 93 - Sugestões de melhoria da atuação policial. ................................................ 173
xi
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Crime em função da intensidade de uso do espaço.. .....................................26
Gráfico 2- Motivos para reportar à polícia. .......................................................................59
Gráfico 3 - Motivos para não reportar à polícia. ...............................................................59
Gráfico 4 - Dispositivos de segurança. .............................................................................61
Gráfico 6 - Número de Ocorrências nos espaços comerciais, entre 2011 a 2015, nas
Avenidas Novas. ..............................................................................................................93
Gráfico 7 - Número de ocorrências por mês nos espaços comerciais, entre 2011 a 2015,
nas Avenidas Novas. .......................................................................................................93
Gráfico 8 - Número de ocorrências por dia da semana em estabelecimentos comerciais,
entre 2011 e 2015, na freguesia de Avenidas Novas. ......................................................93
Gráfico 9 - Número de ocorrências por período horário nos estabelecimentos comerciais,
entre 2011 a 2015, nas Avenidas Novas. .........................................................................94
Gráfico 10 - Tipos de crime registados nos estabelecimentos comerciais das Avenidas
Novas, entre 2011 e 2015. ...............................................................................................94
Gráfico 11 - Ocorrências por tipo de estabelecimento comercial, entre 211 e 2015, nas
Avenidas Novas. ..............................................................................................................94
Gráfico 12 - Ocorrências criminais totais por rua. ............................................................95
Gráfico 13 - Furtos e roubos, entre 2011 e 2015. ............................................................95
Gráfico 14 - Furtos e roubos, distribuição por ano e rua. .................................................95
Gráfico 15 - Furto e roubo, distribuição por mês e rua. ....................................................96
Gráfico 16 - Furto e roubo, distribuição por dia da semana e rua .....................................96
Gráfico 17 - Roubos e furtos, distribuídos por rua e período temporal. ............................96
Gráfico 18 - Número de ocorrências por loja, nas ruas em estudo da freguesia de
Avenidas Novas. ..............................................................................................................97
xii
ÍNDICE DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 1 - Avenida João Crisóstomo.. ...................................................................... 174
Fotografia 2 - Avenida Ressano Garcia... ...................................................................... 174
Fotografia 3 - Rua da Beneficência.. .............................................................................. 174
Fotografia 4 - Rua Rodrigo da Fonseca.. ....................................................................... 175
Fotografia 5 - Avenida Fontes Pereira de Melo.. ............................................................ 175
Fotografia 6 - Avenida 5 de Outubro. ............................................................................. 175
Fotografia 7- Avenida Defensores de Chaves. ............................................................... 176
Fotografia 9 - Videovigilância ......................................................................................... 177
Fotografia 10 - Sinais de aviso. ...................................................................................... 177
Fotografia 11 - Grades. .................................................................................................. 158
Fotografia 12 - Detetor sonorode movimento. ............................................................... 177
Fotografia 13 - Detetor de alarmes. ............................................................................... 178
Fotografia 14 - Dispositivos de segurança para os produtos mais caros (óculos atrás do
vidro fechado).. .............................................................................................................. 178
Fotografia 15 - Dispositivos de segurança para os produtos mais furtados (tabaco atrás
do balcão). ..................................................................................................................... 179
Fotografia 16 - Espelho.. ................................................................................................ 179
Fotografia 17 - Alarme. .................................................................................................. 179
Fotografia 18 - Visibilidade para o exterior da loja comprometida. ................................. 180
Fotografia 19 - Produtos no exterior da loja.. ................................................................. 180
Fotografia 20 - Observação obstruída para o corredor. Vigilância e controlo deficitária..
...................................................................................................................................... 181
Fotografia 21 - Distância do balcão à porta extensa e com escadas no percurso. Controlo
deficitário.. ..................................................................................................................... 181
xiii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
Art. – Artigo
CCTV – Closed-Circuit Television
Cometlis – Comando Metropolitano de Lisboa
CP – Código Penal Português
CPTED – Crime Prevention Through Environmental Design
CRAVED – Concealable, Removable, Available, Valuable, Enjoyable, Disposable
CRP – Constituição da República Portuguesa
DE – Diretiva Estratégica
DGAI – Direção Geral da Administração Interna
DN/PSP – Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública
DUDH – Declaração Universal dos Direitos do Homem
EPAV – Equipas de Proximidade e de Apoio à Vítima
EPES – Equipas do Programa Escola Segura
FS – Forças de Segurança
INE – Instituto Nacional de Estatística
INV – Inquérito Nacional de Vitimação
MIPP – Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade
NO – Núcleo de Operações
NPCI – Instituto Nacional de Prevenção Criminal
PIPP – Programa Integrado de Policiamento de Proximidade
PSP – Polícia de Segurança Pública
RASI – Relatório Anual de Segurança Interna
SARA – Scanning; Analysis; Response; Assessment
UC – Unidade de Conta
A presente dissertação obedece ao novo acordo ortográfico da língua portuguesa e
adota as normas APA, 6.ª edição.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
1
INTRODUÇÃO
Enquanto elemento dinamizador do espaço urbano, o comércio é um espaço de
encontro e interação, que apresenta uma grande variedade de produtos. O comércio
tradicional é uma forma de comércio de proximidade entre cliente e vendedor, de
pequena/média dimensão e tipicamente propriedade de pessoas individuais, onde, num
ambiente familiar, dispõe de produtos para o mais variado tipo de clientes.
Muitos dos espaços comerciais, ainda que em condições distintas, de loja para loja,
são facilmente passíveis de serem furtados com sucesso, pois os clientes observam e
analisam os produtos, seguram-nos e transportam-nos pela loja, impossibilitando
distinguir os legítimos clientes dos transgressores. Assim, o espaço comercial interior (o
estabelecimento) revela-se um local propício para o crime, pois faz convergir no mesmo
espaço de interação social os potenciais delinquentes e os seus alvos. Na ausência de
controlo, criam-se oportunidades para a ocorrência de crimes, essencialmente furtos,
com o baixo risco de ser detetado.
O fenómeno criminal foi ao longo dos anos estudado por vários autores (Dias &
Andrade, 2013; Friedrichs, 2013; Morrison, 2004;Tappan, 1947). Suportada nas teorias
ecológicas e do comportamento, a Escola de Chicago foi pioneira no desenvolvimento de
estudos neste âmbito, refletindo sobre a relação entre as características físicas do
espaço, enquanto elementos facilitadores da prática delituosa, e o crime. Neste enlace,
esses estudos apontam para uma correta manipulação do desenho do espaço de modo a
torná-lo mais seguro, potencia o seu uso e bem-estar do cidadão, aumentando a
qualidade de vida urbana. Um espaço sem segurança é um local indesejado e evitável,
pelo que este fator torna-se essencial ao comércio, devendo-se olhar a segurança como
um elemento de atração de clientes, levando estes a sentirem-se seguros dentro do
espaço.
Concomitantemente com o fator da segurança, a globalização tem um grande
impacto no comércio, em especial, no comércio tradicional. O fenómeno da globalização
tem a sua influência nos mais diversos fatores, quer económicos, financeiros, culturais,
sociais e securitários. Atualmente é possível fixar uma empresa comercial em qualquer
parte do mundo e expandi-la por todo o globo. Pelo que, o pequeno comércio revela-se,
cada vez mais, um elemento de diversidade comercial. Não obstante, devido à forte
concorrência das grandes empresas, este comércio sofre grandes dificuldades em fazer
frente às grandes cadeias comerciais.
Os seus empresários vêem-se frequentemente obrigados a baixar os preços dos
seus produtos para tentar combater a concorrência das grandes empresas. No entanto,
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
2
esta baixa de preços, aliada aos desvios, através dos furtos e/ou extravios de produtos,
culmina na falência deste tipo de comércio. Assim, torna-se pertinente combater estas
quebras, principalmente no que concerne à segurança do espaço, de modo a evitar os
furtos e/ou roubos e atrair mais clientes.
Dos diversos tipos de prevenção criminal existentes, a prevenção situacional surge
no sentido de orientar o comerciante com estratégias de segurança, não dependentes
necessariamente dos sistemas policial e judiciário, e assim prevenir o crime através do
endurecimento do alvo ou aumentando a vigilância. Esta prevenção pode ser executada
por qualquer cidadão que pretenda impedir furtos ou roubos nas lojas de comércio
tradicional, ou outros espaços.
Agregando o fator humano ao uso e desenho do espaço físico, a prevenção no
comércio assume os princípios estruturantes elencados na prática de desenho
urbanístico conhecida por Crime Prevention Through Environmental Design (CPTED). A
CPTED (Jeffery, 1971) tem a sua aplicabilidade nos mais variados espaços, de entre os
quais os espaços comerciais, evidenciados nos guias de boas práticas espalhados por
vários países de todo o mundo. Esta prática, para além das estratégias de segurança,
salvaguarda o fator da imagem que uma loja deve assumir de modo a apelar a
curiosidade aos clientes.
O guia de boas práticas da CPTED (DGAI, 2013) é uma ferramenta de orientação
para os profissionais de arquitetura e para os profissionais de segurança, em especial os
elementos policiais de proximidade. Estes elementos policiais, pela relação próxima com
a comunidade local, criam laços de confiança, fomentados pelo contacto direto e
individual, que possibilitam obter e dar informações essenciais para a segurança. Os
elementos de proximidade adstritos ao Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade
(MIPP), da Polícia de Segurança Pública (PSP), observam e agem em primeira linha
relativamente aos problemas existentes na sua área de atuação. No que concerne ao
comércio, os elementos do MIPP, através do programa Comércio Seguro, devem detetar
os problemas potenciadores de crime e sugerir medidas de prevenção, fáceis de
implementar e sem grandes custos para os comerciantes, fazendo um controlo do crime
através do local (Sherman, 1995).
A escolha da presente temática resulta numa aposta que as Forças de Segurança
(FS), particularmente a PSP, devem fazer na prevenção criminal e na segurança dos
espaços comerciais, em especial, no comércio tradicional. Torna-se cada vez mais
essencial, à semelhança de outros países do globo, recorrer e aplicar a prevenção
situacional e a CPTED às mais diversificadas realidades espaciais, com o intuito de
promover a segurança e o bem-estar da população, assim como incentivar e proteger o
comércio tradicional, que cada vez mais se torna raro. A presente abordagem, de adoção
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
3
dos princípios CPTED e de prevenção situacional no espaço comercial revela-se ainda
embrionária em Portugal, pelo que se deve fomentar a investigação e a aplicação prática
neste âmbito.
Com a presente investigação visamos verificar como é executada a prevenção nos
espaços comerciais, através de que meios e como surgiu, e de que forma se repercute
no sentimento de (in)segurança dos lojistas e clientes. Propomos, assim, o seguinte
problema de investigação:
Como se pensa a prevenção criminal no comércio tradicional em meio urbano?
A clarificação, nesta questão de partida, de se tratar do comércio em meio urbano
decorre do nosso entendimento de que fora das cidades as questões da segurança e da
prevenção não se colocam do mesmo modo, quer pela natureza e intensidade das
ameaças, quer pela existência de um controlo primário do espaço público que é bastante
mais acentuado do que nas cidades, funcionando esse controlo social como factor
dissuasor da criminalidade.
Com o intuito de responder à questão de partida da nossa investigação delineamos
como objetivo geral perceber quais as práticas preventivas do comportamento antissocial
no interior dos estabelecimentos comerciais tradicionais, a sua justificação por parte dos
comerciantes, assim como conhecer o nível de insegurança sentido por estes.
Partindo do objetivo geral estabelecemos alguns objetivos operacionais específicos
para esta pesquisa:
1. Verificar se os estabelecimentos tradicionais de comércios recorrem a estratégias
CPTED ou outras que visem a proteção dos seus bens e dos utilizadores (funcionários e
clientes) desses espaços comerciais;
2. Aquilatar o sentimento de (in)segurança dos empregados (proprietários ou
funcionários) em estabelecimentos de comércio tradicional;
3. Conhecer as estatísticas policiais relacionadas com os crimes praticados contra o
comércio tradicional;
4. Perceber a importância e pertinência da participação da PSP na avaliação e
conceção do espaço;
5. Recomendar possíveis soluções que invalidem as oportunidades para o crime,
garantindo uma vigilância eficaz.
Para apoiar o desenvolvimento da investigação, foram desenhadas as seguintes
hipóteses:
H1 – No comércio tradicional, e por força das suas características intrínsecas
(económicas e sociais), prevalecem as situações de prevenção situacional
acomodatícia do sentimento de segurança dos comerciantes e que resultam menos
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
4
vezes da avaliação técnica da vulnerabilidade (exposição ao risco criminal) do espaço
comercial;
H2 – As ocorrências criminais incidentes sobre o espaço comercial tradicional não
variam na relação direta com a vulnerabilidade desses espaços.
Para responder à pergunta de partida do presente projeto de dissertação, respetivos
objetivos operacionais e hipóteses, recorreu-se a um estudo do tipo exploratório (Lakatos
& Marconi, 2003). No desenvolver dos trabalhos, primeiramente elaborou-se o
enquadramento teórico obtido através de uma revisão da literatura que nos forneceu o
estado da arte do presente objeto de estudo, e no qual se verteu a nossa própria
reflexão. Após conhecer o objeto de estudo e as teorias inerentes a esse, procedeu-se a
uma abordagem de estudos mistos na qual o desenho da investigação privilegiou o
estudo do comércio tradicional na freguesia de Avenidas Novas, da cidade de Lisboa,
incidindo a observação direta não participante e reportagem fotográfica dos
estabelecimentos e recolha de dados através de um inquérito por questionário a 60
estabelecimentos dessa área urbana. O tratamento estatístico dos dados obtidos
traduziu-se em procedimentos de análise descritiva simples, uni e bivariada, com criação
de medidas-resumo (indicadores), e no desenvolvimento de uma escala numérica de
sentimento de insegurança. Ademais, recorreu-se a dados sociodemográficos e criminais
da área em análise para enquadrar o objeto do presente estudo.
Estruturalmente a presente investigação está organizada em três capítulos:
- Capítulo 1: Enquadramento teórico – Aduz-se a revisão da literatura com apoio
bibliográfico, focando os conceitos-chave como o comércio, o crime e as incivilidades, o
sentimento de insegurança e a prevenção criminal, numa abordagem orientada para a
prevenção situacional e princípios CPTED.
- Capítulo 2: Metodologia de investigação – Expõe-se o método utilizado na
elaboração do estudo empírico. Aborda-se os participantes, o corpus, os instrumentos de
recolha e de análise de dados, e o procedimento adotado no estudo.
- Capítulo 3: Análise e discussão dos resultados – Apresenta-se a localização e a
caracterização sociodemográfica da área em estudo, bem como a criminalidade
registada. Demonstra-se os resultados obtidos dos questionários, interpretando-os face
às teorias desenvolvidas no enquadramento teórico.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
5
CAPÍTULO 1 – ENQUADRAMENTO TEÓRICO
No sentido de contextualizar a temática da presente investigação, neste primeiro
capítulo desenvolvem-se e fundamentam-se conceitos relacionados com o comércio
tradicional, o crime e incivilidades, e o sentimento de insegurança. Posteriormente,
salientam-se algumas teorias ambientais de prevenção criminal, dando enfoque ao Crime
Prevention Through Environmental Design (CPTED) e à prevenção situacional.
Sistematicamente, visa-se conhecer o estado da arte sobre a relação entre o espaço e a
segurança, no sentido de verificar se uma correta manipulação dos espaços no ramo
comercial, aliado a medidas de endurecimento do alvo, pode prevenir as ocorrências
criminais. Com efeito, pretende-se a integração do presente tema na missão da PSP, no
âmbito da prevenção criminal, mais especificamente, em espaços de comércio
tradicional.
1. COMÉRCIO E CRIME
1.1. CONCEPTUALIZAÇÃO: COMÉRCIO E COMÉRCIO TRADICIONAL
Desde que nasce, o Homem está em constante interação, quer com outros
indivíduos quer com o próprio meio onde se insere. Para essas interações sociais
quotidianas, as pessoas procuram um espaço aprazível e seguro que transmita
vitalidade, sensação, adequação, acesso e controlo (Lynch, 2007), de modo a alcançar o
sentimento pleno de bem-estar. Por conseguinte, as questões relativas à conceção do
espaço e as securitárias assumem especial importância em contexto urbano, aplicando-
se aos mais diversos espaços, de entre os quais os espaços comerciais.
A segurança, enquanto direito consagrado na Constituição da República Portuguesa
(CRP) e na Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH)1, é condição primordial
para a vivência do Homem em sociedade e para o seu próprio desenvolvimento pleno.
Segundo o Triângulo das Necessidades de Maslow (1943), a segurança é uma das
necessidades básicas do ser humano, de tal modo que, numa vertente comercial,
constitui condição sine qua non para um lojista investir em determinado local ou para um
cliente comprar em determinada loja.
A envolvente de um local ou estabelecimento constitui um fator fundamental na sua
avaliação como espaço seguro ou não. Pelo que o desenho arquitetónico, as medidas de
autoproteção e os focos criminais têm forte impacto no sentimento de (in)segurança dos
lojista e clientes, que por conseguinte se repercute na saúde do negócio e no
1 Atualmente, o direito à segurança está tipificado no artigo 27º da Constituição da República
Portuguesa (CRP) e salvaguardado na Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH) no seu artigo 3º.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
6
desenvolvimento do tecido comercial empresarial. Assim, torna-se fundamental que os
lojistas detenham ferramentas securitárias ou estratégias de gestão do espaço de modo a
garantir condições de segurança ao estabelecimento e dirimir os crimes e a sua
probabilidade de ocorrência nesse local, com o intuito de o cliente percecionar
determinado estabelecimento como seguro e considerá-lo como um local para fazer as
suas compras.
A imagem de uma cidade (Lynch, 1960) está fortemente relacionada com a
arquitetura das suas componentes físicas. No entanto, os elementos móveis como as
pessoas e as suas atividades são igualmente importantes. A atividade comercial,
enquanto fator de diversificação do uso do espaço e de atração à cidade, é “uma parte
extremamente importante e consensualmente aceite da organização e qualificação do
espaço urbano, com implicações e ligações profundas a outras vertentes
necessariamente contempladas pela política urbana no seu todo [através da] reabilitação
de espaços públicos, habitação, transportes, dinamização cultural e turismo” (União de
Associações do Comércio e Serviços (UACS), s.d.).
Cada vez mais, a atividade comercial é vista como um elemento essencial ao
contexto urbano, pois, enquanto indicador de dinamismo de um centro urbano (UACS,
s.d.), está intimamente relacionado com o desenvolvimento da cidade, com diversas
valências e dinâmicas que extravasam por si só a mera função económica. Atualmente, ir
às compras representa para muitas pessoas um dos grandes prazeres da vida, pois, tal
como qualquer espaço público, os espaços comerciais congregam várias dinâmicas, quer
comerciais, sociais, culturais. Esta atividade combina “a emoção de um negócio, a
emoção da perseguição, novas experiências, cálculos mentais, deceções, sucessos, os
prazeres das várias interações com outras pessoas, a oportunidade de renovar velhos
conhecidos, trabalho manual e, muitas vezes, exaustão” (Bamfield, 2012, p. 1).
O comércio é um local de frequência das mais variadas categorias de pessoas,
atingindo um número elevado de população, com seus serviços, produtos e espaços. É
nesse espaço, muitas vezes impreparado para a prevenção, que muitos comportamentos
antissociais se despoletam (Bondaruk, 2008). Neste sentido, “a estrutura padrão de
arquitetura utilizada em muitos estabelecimentos comerciais, baseados na aplicação
lógica pura, por vezes facilita a ação dos delinquentes” (Bondaruk, 2008, p.173).
O “comércio é a actividade através da qual se realizam trocas de valor entre
compradores (procura) e vendedores (oferta) e em que os preços das transacções
exprimem o ponto de equilíbrio entre o valor da oferta e o valor percebido da procura,
segundo uma determinada referência monetária” (Paixão, 2008, p. 13). Considerando as
características espácio-funcionais dos estabelecimentos, as formas de venda, o perfil dos
comerciantes, as estratégias de gestão das empresas, a localização entre outras
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
7
características, o setor de comércio possui diversas classes2 como comércio por grosso
(ou grossista), comércio a retalho e comércio virtual.
O comércio por grosso é "a actividade de compra e venda de [grandes quantidades
de] bens novos ou usados, sem transformação que altere a identidade económica destes
bens, efectuada a [diversos fornecedores] e exercida em estabelecimentos comerciais ou
de forma não sedentária nos locais previstos na lei" (DGCC, IAPMEI, 1999 cit. in Paixão,
2008, p.14). O objetivo desta classe de comércio é a revenda da mercadoria a outro
comerciante ou empresa.
O comércio virtual3 tem conhecido a sua expansão do número de vendas nos últimos
anos. Este consiste na negociação de compra e venda de uma mercadoria através de um
meio eletrónico de dados, como a internet (Paixão, 2008). Este tipo de comércio é muitas
vezes preferido pelos clientes em relação à compra presencial, obtendo o produto de
forma mais rápida.
No comércio a retalho os produtos são vendidos directamente ao consumidor final,
geralmente em quantidades relativamente pequenas (Lextec, s.d.). É nesta classificação
que o comércio tradicional se insere.
Segundo os dados estatísticos do INE de 2012, a nível nacional existiam 253835
empresas de atividade comercial, das quais 30143 do setor do “Comércio e manutenção
automóvel” (representando 11,9%), 66988 empresas do Comércio por Grosso (com peso
relativo de 26,4%) e, por último, 156704 do Comércio a Retalho (61,7% do total). O
comércio a retalho assume-se o mais representativo no que respeita ao número de
unidades empresariais. A atividade comercial e a prestação de serviços para além de
dinamizadores do turismo nacional têm elevado impacto ao nível económico interno4,
pelo que se torna pertinente salvaguardar a segurança nestes espaços de modo a
sustentar o incremento destas atividades, pois “um ambiente inseguro é propício à
decadência económica” (Pereira, Pires, Miranda, Oliveira, & Santos, 2015, p. 7).
O comércio tradicional (de natureza independente5) está intrinsecamente relacionado
com todas as atividades de venda de bens ou serviços diretamente aos consumidores
finais/clientes, e é formado por pequenos estabelecimentos de venda a retalho,
2 Outra distinção que se pode fazer sobre o comércio é considerá-lo comércio interno ou comércio
externo. O comércio interno é a atividade realizada dentro de um mesmo país, pelo contrário o comércio externo é desenvolvido em diferentes países, como é o caso das atividades de exportação e importação de mercadorias.
3 Hoje em dia muitas pessoas recorrem à compra online. Não possui espaço físico, é meramente virtual, pelo que as medidas de prevenção neste tipo de comércio não se identificam com as do comércio físico, embora também existam (segurança eletrónica e da identidade).
4 Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de 2012, o comércio por grosso e a retalho, a reparação de veículos automóveis e motociclos e as atividades de alojamento e restauração, tiveram um peso relativo no PIB nacional de 17,26%.
5O comércio independente é constituído na maioria das vezes por empresas familiares, de dimensões relativamente pequenas, onde empregam um reduzido número de trabalhadores.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
8
especializados na transação de um tipo de produtos afetos a ramos de atividade
específicos, tipicamente propriedade de pessoas individuais (Fernandes, Cachinho &
Ribeiro, 2000). Este tipo de atividade económica distingue-se dos grandes centros
comerciais que são entendidos como “empreendimentos de comércio integrado num
edifício ou em edifícios contíguos, planeado, construído e gerido como uma única
entidade, compreendendo unidades de comércio a retalho e áreas comuns” (Associação
Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), s.d.). O comércio tradicional desempenha
uma importante função dentro do espaço urbano, uma vez que para além de humanizar,
fomenta a dinamização social, económica e cultural.
A internacionalização da economia, as regras da concorrência e novas lógicas de
consumo têm ditado dificuldades progressivas a certos tipos de comércio tradicional. Está
à vista de todos uma certa decadência de determinadas zonas comerciais, em benefício
de outras que retiram um benefício direto da concentração em grandes áreas comerciais,
muitas delas fora do perímetro urbano tradicional, mas que beneficiam de novas
centralidades e polaridades. Aliado a estes motivos, o comércio tradicional não detém
capacidade de instalação de medidas de segurança tecnológicas que possibilitem
dissuadir o crime, pelo que, para melhorar a segurança no espaço, é necessário adotar
outras estratégias menos onerosas que erradiquem as oportunidades do crime.
Muitos estudos (como Crowe & Zham, 1994; Geason & Wilson, 1989; Newman,
1996; entre outros) apontam que “aspetos arquitetónicos e de desenho ambiental
contribuem para a redução das vulnerabilidades do alvo e a vigilância revela-se mais
eficaz” (Cohen & Felson, 1979, p. 592), elevando o sentimento de segurança tanto dos
comerciantes como dos clientes.
O comércio tradicional6 é aquele que apresenta maiores problemas estruturais de
segurança e, aquando da ocorrência de crimes, em especial crimes contra a propriedade,
é aquele que sofre maior impacto em termos de dinheiro, clientes e segurança. O furto
em estabelecimentos comerciais é considerado uma das maiores adversidades do setor
de vendas e a principal fonte de quebras7 e de investimento para os retalhistas (Cardone,
6 O Município de Lisboa está a desenvolver o denominado Programa “Lojas com História", aprovado
pela Deliberação n.º 99/CM/2015, de 25 de fevereiro de 2015, com o propósito de preservar e promover o comércio local e tradicional da cidade de Lisboa, posicionando-o enquanto marca diferenciadora da capital portuguesa. Com o objetivo de proteger a sua integridade e autenticidade, através de medidas que potenciem o seu crescimento e que sejam geradoras de novos modelos de negócio e de emprego, procurou-se uma alteração ao regime de arrendamento urbano de modo a trazer benefícios ao comércio local, garantindo a sua sustentabilidade.
7 Segundo Beck & Champan (2003), o elevado número de perdas em determinadas lojas deve-se a uma má gestão, falta de cumprimento dos procedimentos e ao ambiente em que a loja está inserida.
O Global Retail Theft Barometer (GRTB) é um instrumento internacional sobre o custo de quebras, compreendido por furtos de clientes, de funcionários, fraudes de fornecedores ou por erros administrativos. Este estudo visa auxiliar os comerciantes a nível mundial, de modo a entender as tendências de criminalidade nos espaços de comércio a retalho e suas causas, para que se adote métodos de prevenção adequados ao espaço e aos comportamentos antissociais registados (Bamfield, 2012, 2013).
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
9
2006). No que concerne ao comércio tradicional, os furtos representam uma erosão
significativa da sustentação do comércio e da própria qualidade de vida dos proprietários
e clientes da loja.
O furto, previsto e punido no art.º 203.º do Código Penal Português (CP), consagra
que “quem, com ilegítima intenção de apropriação para si ou para outra pessoa, subtrair
coisa móvel alheia, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa”. O
furto é um crime semipúblico, ou seja, para haver procedimento criminal é necessário
queixa do seu titular.
Não obstante, se a sua prática “ocorrer em estabelecimento comercial, durante o
período de abertura ao público, [e] a subtração de coisas móveis expostas [for] de valor
diminuto e desde que tenha havido recuperação imediata destas, salvo quando cometida
por duas ou mais pessoas” (art.º. 207º n.º 2, CP), o furto é de natureza particular, isto é
para haver procedimento criminal, é necessário que o ofendido se queixe, deduza
acusação particular e se constitua assistente no processo. Implica, assim, o pagamento
de uma taxa de justiça (1 unidade de conta – 102€) para que o processo judicial tenha
início, o que em muitas situações revela-se um valor muito superior ao valor do produto
furtado, fazendo com que, muitas vezes, o ofendido evite comunicar os factos às
autoridades policiais.
A não comunicação do delito deve-se, para além do valor suportado para o
procedimento criminal ser, não raras as vezes, superior ao valor da coisa furtada, pelo
facto de a justiça ser onerosa, morosa e, por vezes ineficaz. Há que acrescentar o facto
de os próprios proprietários dos estabelecimentos comerciais não desejarem que o seu
comércio seja entendido como um local inseguro. A insegurança das pessoas face a
determinado espaço comercial contribui para que esse local seja evitado, repercutindo-se
negativamente no total de vendas.
Muitos fatores contribuem para a insegurança da população, desde a afluência do
crime, a presença de ambientes escuros, edifícios abandonados e deteriorados, a
atividade de prostituição, a mendicidade, entre ouros (Carvalho, 2015; Cunha, 2013;
Fernandes, 2009; Guerra, 2007; Moreira, 2008). Os lojistas devem estruturar o seu
espaço comercial, de modo a que seja atrativo para os clientes, mas arquitetonicamente
eficaz para a deteção e prevenção dos delitos, uma vez que, segundo Shapland (1995 in
Ramos, 2012, p. 23), “a diferente distribuição do crime de furto está relacionada com
caraterísticas da própria loja, como a dimensão, o layout ou o número de funcionários,
que constituem elementos capazes de alterar a probabilidade de furto ou roubo daquele
espaço”.
É importante no comércio tradicional fazer uma boa gestão do espaço de modo a
transmitir controlo e vigilância, pois torna-se cativador para os clientes assim como para
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
10
os proprietários uma vez que a loja, ao ser considerada segura, constitui um elemento
propiciador à sua utilização, com vantagens no exercício financeiro destas empresas,
esmagadoramente micro-empresas ou unipessoais.
.
1.2. COMPORTAMENTOS ANTISSOCIAIS - CRIME E INCIVILIDADES
As práticas delituosas, de caráter criminal ou não, estão fortemente intrincadas com
o meio onde ocorrem e as atividades rotineiras. Assim, “alterações nos quadros sociais e
ambientais em que os processos de interacção ocorrem, e nos quais os comportamentos
anti-sociais se manifestam (e pelos quais se definem), podem gerar alterações na própria
natureza do desvio social” (Machado, 2008, p.4).
O meio esconde ao olhar distraído uma complexidade inerente, mas inteligível
(Cusson, 2006). Arroga-se como um suporte físico de toda e qualquer rede de relações,
assim como todos os aspetos da atividade social. Constituem o meio não apenas as
características subjetivas da população, como atitudes, comportamentos e valores, mas
também as objetivas, como a densidade populacional, a estrutura etária, as classes
sociais, o nível de desemprego, entre outras. Facilmente se depreende que o crime e a
incivilidade são fenómenos que dependem de um contexto social e cultural, assim como
da forma política de cada sociedade.
No que ao crime concerne, existem várias abordagens teóricas, procurando a partir
de um conhecimento situacional e ambiental das áreas urbanas, obter respostas para
conseguir entendê-lo. O crime é um “fenómeno endógeno na sociedade, porquanto, não
há crime sem sociedade, nem sequer sociedade sem crime” (Clemente, 2000, p. 60).
Assim, as influências do meio sobre o Homem, no que aos comportamentos respeita,
estão devidamente comprovadas através de diversos estudos, sobretudo com o
desenvolvimento da Escola de Chicago. Esta escola estudou a ecologia social das
cidades, tendo vários pesquisadores investigado as forças sociais que atuavam nas
zonas urbanas, gerando ações criminosas e estabelecendo uma relação entre a
organização do espaço e a criminalidade (Machado, 2004).
Ao contrário do que sucede com os juristas, no que concerne à classificação dos
termos crime, delinquência, delito e infração há, por parte dos criminólogos uma maior
flexibilidade no que toca às mesmas limitações de vocabulário, fazendo um uso de forma
menos indistinta dos termos (Cusson, 2006). Segundo Durkheim (1895, p. 35),
“designamos por crime todo o ato punido e fazemos do crime assim definido o objeto de
uma ciência especial, a Criminologia”. Por sua vez, Sutherland (in Dias & Andrade, 2013)
entende por crime todo o comportamento previsto como tal pela lei (proibição), dando
lugar à aplicação de uma pena (sancionamento legal).
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
11
A noção de crime numa sociedade encontra-se limitada a determinadas formas de
conduta, definidas por lei, que atacam ou põem em perigo valores vitais, tanto para o
indivíduo, como para a sociedade8. O crime encontra-se conotado como um fenómeno
com efeitos socialmente negativos e assoladores. Em Portugal, o tema do crime
despertou especial atenção ao longo da segunda metade do século XIX, sendo a
criminalidade vista como um mal intrínseco na sociedade liberal, fortemente urbanizada e
industrializada. Por um lado surgia num contexto de progresso industrial, de crescimento
económico, de igualdade perante a lei e de liberdade de trabalho; por outro, fazia
sobressair o sentimento de insegurança e de medo sentidos pelo grosso da população
(Vaz, 1998).
Se por um lado, o conceito de crime é entendido como o ato típico, ilícito e culposo,
de violação de deveres morais e sociais, ao qual corresponde a aplicação de uma pena
(Cusson, 2006), o mesmo não se verifica relativamente aos comportamentos incívicos ou
incivilidades. O termo incivilidade, devido à complexidade de atos que engloba e as
diversidades aliadas à sua perceção, faz com que seja um conceito carregado de
subjetividade e difícil de definir. Porém, alguns autores resolveram deambular pelos
neighbourhoods à procura de significado para uma expressão que tanto demonstra a
crise da modernidade. Segundo Roché (2002), as incivilidades consistem em atos e
comportamentos considerados sem gravidade e que têm carácter essencialmente
público.
Já para Debarbieux (1996), as incivilidades são, em suma, atos que rompem as
regras elementares da vida social, as quais apesar de se darem no nível micro da vida
em sociedade, quebram o pacto social de relações humanas e as regras de convivência.
Realce ainda que a incivilidade permite pensar as microviolências que, se acumulando,
tornam inabitável o mundo dos homens. Assim, o que se revela insuportável não é a
desordem em si, mas a sua repetição cumulativa e ilimitada, sem a devida punição penal,
que acarreta consequências negativas.
Besma Loukil (2009) definiu incivilidades como um conjunto de atitudes e
comportamentos contra as normas estabelecidas, que se manifestam no espaço público,
caracterizando-se pela ausência de respeito pelos costumes sociais e pela falta de regras
de bom senso e de cortesia. “As incivilidades são entendidas como sinais de ameaça que
criam sentimentos de rejeição e receio, são o resíduo social, as condutas que contrariam
as regras e esquemas da vida social e marcam a degradação” (Cunha, 2013, p. 13).
Parece, assim, consensual que incivilidades sejam entendidas como
comportamentos desviantes ou impróprios que ocorrem no espaço público, de forma
8 São disto exemplo os bens jurídicos vida, integridade física e moral e a propriedade.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
12
repetitiva, sem punição alguma e que de uma forma geral incrementam, no seio da
sociedade, um sentimento de insegurança. Nestes termos, uma incivilidade é
reconhecida como uma conduta que corrói a harmonia em sociedade e,
consequentemente, rompe com as normas e valores sociais convencionais.
As incivilidades podem perpetrar-se na sociedade por duas formas. Assumindo uma
vertente social ou psicológica, na qual a incivilidade em si se prende no comportamento
do ser humano, e uma vertente física, onde este fenómeno se verifica através da
degradação do meio envolvente.
Segundo Oliveira (2006 cit in Moreira, 2008, p.10), as incivilidades são uma “outra
explicação para o aumento do crime e do sentimento de insegurança”, consistem
essencialmente num conceito sociológico, de ordem prática, tendo em conta os efeitos
psicológicos na comunidade onde ocorrem, não existindo por isso um conceito jurídico e,
correspondentemente, uma sanção (Roché, 1996 in Moreira, 2008).
Tanto o crime como as incivilidades provocam tensões sobre a ocupação dos
espaços, sobre as relações entre indivíduos, e uma deterioração da comunidade, fazendo
com que haja um sentimento de perda de controlo social, que leva as pessoas a
perceberem um determinado local como perigoso e com alta incidência criminal.
(Spelman, 2004; Debarbieux,1996, 2001). Como corolário, o sentimento de insegurança
provém não só do crime mas também das incivilidades, verificando-se que a degradação
do meio ambiente associada a comportamentos antissociais induz a que as pessoas se
sintam inseguras.
Entende-se como comportamentos antissociais os problemas de vizinhança
(neighbourhood occurences), que resultam de problemas de intimidação, perseguição,
assédio e discriminação, bem como de violência verbal, e ruído; os comportamentos
antissociais com impacto envolvente, como atos de vandalismo, degradação do espaço
público ou bens privados, carros abandonados ou mal estacionados, dejetos animais,
abandono de lixo, quer seja proveniente de explorações comerciais ou casas privadas, ou
atos isolados de pessoas que circulam nas vias públicas, afixação de pósters e pinturas
ou graffitis, utilização de animais perigosos de forma a criar medo ou clima de
insegurança, condução perigosa ou utilização dos espaços públicos para reparação e
venda de automóveis, utilização de linguagem obscena, gritos ou situações de desordem
habitual, participação em rixas ou atitudes impróprias como urinar nas ruas; e os
comportamentos antissociais tipificados como crime (Machado, 2008). Assim, os
comportamentos antissociais traduzem-se nas incivilidades e no crime.
1.3. SENTIMENTO DE (IN)SEGURANÇA
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
13
Desde o primeiro momento em que o homem vive em comunidade e consegue
atribuir alguma ordem ao caos que o rodeia, através da retribuição, num primeiro
momento, e da legis, num segundo, que qualquer ameaça a essa estabilidade é olhada
com aversão, com medo do elemento desestabilizador, criador de um sentimento de
insegurança (Fernandes & Carvalho, 2000). O sentimento de insegurança9é traduzido na
literatura anglo-saxónica como fear of crime, ou seja, “medo do crime”, apesar de serem
dois conceitos muito similares, não o são na sua definição. O primeiro termo, de acordo
com Oliveira (2006), engloba a perceção que os cidadãos têm a respeito do impacto da
criminalidade sobre a sua qualidade de vida. Por sua vez, a expressão “medo do crime”
“surge por forma a designar o medo como consequência direta do crime, expressão esta
que posteriormente se veio a revelar insuficiente para explicar um fenómeno plurifacetado
que brota de diversos factores, como as incivilidades e outros fenómenos sociais” (Leite,
2015, p. 8), isto é, advém do impacto direto da ocorrência de crimes e que gera um
sentimento de perigo e consequentemente medo e inquietação (Garofalo, 1981).
O sentimento de insegurança para Garofalo (1981) consiste numa reação emocional
caracterizada pelo sentimento de perigo e ansiedade produzido pela ameaça de um dano
físico, alimentada por certas fragilidades percecionadas no ambiente, que se relacionam
com o crime. O sentimento de insegurança resulta de “um processo de leitura do meio
ambiente que [resulta de diversos fatores psicossociológicos e se configura numa]
síndroma de emoções (medo, ódio, inveja) cristalizadas no crime e nos seus autores”
(Roché, 1993, p.20).
Segundo Roché (1991), o sentimento de insegurança decorre da combinação do
aumento da criminalidade com um procedimento de edificação e seleção do crime como
risco. Por sua vez, o sentimento de insegurança é entendido como “um conjunto de
manifestações de inquietação, de perturbação ou de medo, quer individuais, quer
colectivas, cristalizadas sobre o crime” (Lourenço, 2010, p.7).
A cristalização do sentimento de insegurança no crime é simplificada pela sua
exclusiva natureza, na medida em que o delito fere o indivíduo nos seus bens mais
preciosos, a vida, o corpo, a propriedade, os seus direitos e liberdades. Para a sociedade
o crime é assimilado como um componente perturbador da ordem estabelecida, ou seja,
possui aptidão para colocar em risco os instrumentos disseminados e institucionais do
controlo social. Ferreira (1998, p.2) infere que “o crime constitui, sem dúvida, um dos
fenómenos contemporâneos que mais têm contribuído para um aumento dos níveis de
ansiedade e de insegurança existentes na sociedade portuguesa”. Neste aspeto, Ferraro
9 O sentimento de insegurança é, muitas vezes, incrementado pelos mass media, pois divulgam informação sobre a
criminalidade e essa repercute-se na população, fazendo com que esta percecione o meio como sendo inseguro. A
comunicação social tem um papel potenciador na emergência do sentimento de insegurança e do medo do crime.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
14
(1995, cit. in Fernandes, 2006, p.34), afirma que o sentimento de insegurança “é uma
resposta emocional de medo ou ansiedade relativamente ao crime”.
O sentimento de insegurança é, assim, definido como a expressão de uma
representação social do meio, em que estão presentes lógicas culturais e identitárias e
lógicas situacionais, ligadas à experiência do ator. Para a comunidade, o crime, tal como
outras formas de violência, apresenta-se como um desafio, um elemento perturbador da
ordem (Lourenço, 2010). Nesta senda, o sentimento de insegurança é dotado de
subjetividade, resultando da perceção do indivíduo relativamente às questões
provocadoras de desordem e de quebra do controlo informal.
Para a construção do sentimento de insegurança devem ser considerados, para além
do crime, muitos outros factores sociais causadores de perturbações na ordem social e
atentam contra os valores e práticas de sociabilidade e solidariedade social. Advogam
esta tese vários autores, mencionando que o crime não agrega toda a insegurança
(Matias, 2008; Roché, 1991, 1993; Valério, 2009). O sentimento de insegurança pode ser
individual, coletivo e geral, de caráter objetivo ou subjetivo, e consiste no resultado das
perturbações materiais que emergem num contexto social, através dos crimes, mas
também através de situações de delinquência e incivilidades (Leal, 2011; Leitão, 2000).
Segundo Leitão (2000), a perspetiva individual do sentimento de insegurança diz
respeito ao que faz perigar um indivíduo e aos que o rodeiam; a vertente coletiva consiste
na preocupação de um conjunto de pessoas, enquanto comunidade, face aos problemas
sociais ou ilícitos que podem perturbar de forma geral as mesmas; por último, a
perspetiva geral está relacionada com a segurança em geral, consiste numa preocupação
nacional.
O sentimento de insegurança compreende duas vertentes – objetivo e subjetivo. O
sentimento de insegurança pode ser percecionado pelo cidadão de forma objetiva,
quando ocorrem crimes que diretamente o possam afetar, bem como aos seus familiares
e amigos. Este sentimento é baseado na taxa de criminalidade existente numa
determinada área, suportado por crimes concretos e reais que criam uma perturbação no
seio de uma comunidade. Por outro lado, o sentimento de insegurança pode ser
subjetivo, quando o cidadão sabe por outros que determinadas ameaças se
concretizaram ou mesmo quando assiste a condutas que, não sendo ameaçadoras para
a população em geral, fazem com que as pessoas se sintam inseguras em determinados
lugares. Este sentimento recai sobre factos que são sentidos como frequentes e
causadores de grande agitação da ordem social. Desta forma, o sentimento de
insegurança subjetivo corresponde ao juízo pessoal que cada indivíduo constrói da
realidade que o envolve. O sentimento de insegurança subjetivo pode ser entendido
como forma de vitimação. Este é medido através dos Inquéritos Nacionais de Vitimação
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
15
(INV), não obstante os valores contêm cifras negras pelo que não é possível obter o valor
real de vitimização.
Na esteira de Guerra (2007, pág. 35), “o sentimento de insegurança é a composição
indissociável de medos e preocupações de natureza social, patrimonial, cívica,
emocional, de integridade e dignidade pessoal”. “A insegurança é consequência de uma
multiplicidade de factores com que a maioria das sociedades se debate: a
toxicodependência, o desemprego, a quebra de laços familiares, da proximidade, da
tradição e da solidariedade, a criminalidade (…), cujo controle se procura
permanentemente, sem no entanto a sua resolução ser efectiva (…) [sendo que] a leitura
que o indivíduo faz de toda esta complexidade do meio onde se insere, e a consequente
tomada de consciência de que o mesmo enferma de alguma periculosidade, origina a
inquietação que abala a convivência em sociedade” (Diogo, 2000, p.69, cit. in Moreira,
2008).
O contexto e a perceção da segurança que o indivíduo tem sobre o mesmo
contribuem ou não para o incremento do sentimento de insegurança. O meio envolvente
fornece sinais propiciadores do sentimento de insegurança, através da existência de
“equipamentos vandalizados, estruturas físicas em más condições, má iluminação
noturna, entre outros, alimentam o sentimento de insegurança” (Fernandes & Pinto, 2008,
p. 12), que “levam os habitantes de uma área a sentirem-se inseguros e desprotegidos e
[por sua vez] podem agrupar-se em três conjuntos: condições de habitação do bairro,
comportamentos sociais condenáveis por parte de alguns elementos da comunidade e o
grau de coesão entre os vizinhos” (Esteves,1999, p.46). Na cidade a insegurança instala-
se mais facilmente, pois é “vivida como um palco onde pululam actores perigosos e
possibilidades de maus encontros e torna-se cada vez mais um lugar de evitamentos”
(Fernandes, 2004, p. 95).
O crime, as incivilidades e o sentimento de insegurança mantêm uma relação de
reciprocidade. Neste sentido, Wilson e Kelling (1982) apresentaram, na década de 80 do
século passado, a teoria Broken Windows (Teoria das Janelas Partidas). Os autores
fizeram uma experiência de psicologia social, na qual verificaram que se atuais
degradações ou vandalismos não forem alvo de intervenção, posteriormente irão gerar
mais degradação. Pois cria-se a sensação de falta de controlo e segurança nesses
espaços, levando a que potenciais infratores vejam aí uma oportunidade para o delito,
que, inicialmente, pode ser uma “bagatela penal” e evoluir para níveis superiores de
criminalidade (Wagers, Sousa e Kelling, 2011).
Assim, “a teoria «broken windows» apresentada por Wilson e Kelling (…) evidencia a
ligação entre o crime, as incivilidades e a insegurança dos cidadãos” (Ribeiro, 2006, pp.2-
3), demonstrando que os sinais de abandono, como as “janelas partidas”, tornam-se
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
16
propícios a comportamentos desviantes e, por isso, tornam-se locais a evitar pela
comunidade. Com efeito, assume-se que a existência de fenómenos de desordem ou
comportamentos antissociais, gera a sensação que o crime aumentou e,
consequentemente, leva a que a população se sinta mais insegura, evitando certos locais
onde é comum haver problemas sociais (Bland & Read, 2000, in Ribeiro, 2006; Machado,
2008).
O crime é maior em áreas onde o desleixo, a conspurcação e a negligência são
maiores. Assim, se uma pequena desordem ou incivilidade não for controlada ou
reprimida em tempo útil, poder-se-á entrar numa espiral de declínio social, resultando daí
o sentimento de insegurança e o enfraquecimento do controlo social informal, sendo que
estes factores constituem um estímulo para a prática criminal mais grave (Wilson &
Kelling, 1982, in Costa, 2002). Enfatizando, desta forma, a sensação de insegurança para
o cidadão.
O sentimento de insegurança centra-se no agravamento da criminalidade e no
aparecimento de incivilidades, culminando num impacto sobre a ordem pública e sobre o
controlo social informal (Clemente, 2000; Machado, 2006). De acordo com Wilson e
Kelling (1982) a quebra de controlo social não induz necessariamente o aumento do
crime, contudo a perceção dos residentes na comunidade relativamente ao crime
modifica, promovendo o sentimento de insegurança face à verificação de
comportamentos antissociais. Não obstante, o enfraquecimento dos laços de controlo
informal gera um acréscimo nas oportunidades para os comportamentos delinquentes e
criminais (Leitão, 2000).
“A percepção de segurança e o sentimento de vulnerabilidade na vivência do espaço
colectivo constituem dimensões subjectivas críticas do bem-estar do indivíduo e na sua
relação com a cidade e com os outros aspectos determinantes na construção da sua
satisfação sócio-afectiva e pessoal” (Machado, 2011, p. 18). A necessidade de colmatar o
sentimento de insegurança, causador de mal-estar numa sociedade, tornou-se uma
questão essencial para Forças de Segurança, de tal forma que despoletou a necessidade
de criar estratégias de prevenção dos ilícitos criminais e incívicos.
2 – A PREVENÇÃO APLICADA AO COMÉRCIO
2.1. PREVENÇÃO CRIMINAL
No Estado de Direito Democrático o saber criminológico tem como orientação a
prevenção, que visa evitar o delito e não em puni-lo. O conceito de prevenção significa
evitar resultados futuros indesejáveis, encerrando nele a necessidade de antecipar
acontecimentos ponderáveis. Oliveira (2006) define a prevenção como sendo o “conjunto
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
17
de medidas, cuja intenção é minimizar as infracções (a sua frequência, a sua gravidade e
as suas consequências), sejam de natureza criminal ou outras, e sobretudo quando
ocorram antes da prática do acto delinquente” (p.79).
A prevenção pode ser distinguida como primária, secundária ou terciária, que sendo
distintas tornam-se complementares. No que concerne à prevenção primária, esta surge
quando se atua diretamente nas causas do problema, antes que o mesmo ocorra, através
de estratégias preventivas cujos efeitos se verificam, normalmente, a médio/longo prazo
e que exigem intervenção direta do Estado, nomeadamente com a garantia de condições
mínimas financeiras, acesso à educação, acesso à saúde, trabalho, segurança, enfim,
àqueles direitos fundamentais para a população que melhoram a sua qualidade de vida.
Na prevenção secundária atua-se após a ocorrência ou na iminência do fenómeno
criminal, incidindo em grupos específicos da sociedade, vítimas ou perpetradores.
Encontra-se fortemente orientada pela política legislativa penal e relaciona-se com a ação
policial, podendo os seus efeitos ser verificados a curto/médio prazo. A prevenção
terciária age após o cometimento do crime, incidindo sobre o indivíduo que pratica o
delito e não sobre as causas do delito. Esta prevenção tem caráter punitivo e
ressocializante, com o propósito de reabilitar o delinquente. Não obstante, este tipo de
prevenção revela-se, por si só, muito insuficiente, pois atua unicamente sobre o indivíduo,
assim como sobre o meio prisional, não oferece propriamente condições para que o
indivíduo se reabilite (Júnior, 2015).
O termo prevenção criminal encontrava-se muitas vezes associado ao conceito loss
prevention (“prevenção das perdas”), não obstante estes dois termos assumem distintos
significados. Segundo o Instituto Nacional de Prevenção Criminal (NPCI) (cit. in Crowe,
2013, p. 122) loss prevention é a “antecipação, reconhecimento, e apreciação do risco de
quebras e o início de alguma ação para reduzir essas quebras”. Assim, o significado de
loss prevention é mais amplo que prevenção criminal, pois inclui um largo espetro de
comportamentos para além do criminal (Crowe, 2009). As quebras resultam do “crime
[praticado por clientes ou funcionários], baixa produtividade, incompetência, ineficiência
ou falta de atenção da administração” (Crowe, 2013, p. 122).
O NPCI (cit. in Crowe, 2013, p. 121) define prevenção criminal como “a antecipação,
reconhecimento e apreciação de um risco de crime e o início de alguma ação para
eliminar ou reduzir”. A noção de prevenção do crime tem olhado de forma crescente para
além do sistema de justiça penal para incluir estratégias baseadas na comunidade e
métodos situacionais para diminuir a oportunidade de cometer delitos (Oliveira, 2006).
Figueiredo Dias e Costa Andrade (2013) propõem uma visão global de métodos não
repressivos de prevenção do crime, segundo os quais é mais importante evitar o
desenvolvimento de impulsos criminais que contrariá-los com penas criminais.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
18
Advogaram os métodos “substitutivos penais”10, adotando uma prevenção social ou
indireta, que consiste em prevenir o crime antes que algum crime fosse praticado.
Nesta perspetiva, a prevenção criminal tem ganho cada vez mais ênfase na
criminologia. Esta ciência procurou, inicialmente, estudar o homem delinquente e as suas
características. Não obstante, passou a olhar para as motivações do sujeito perpetrador e
a causa do crime, assim como para o contexto onde se insere (Dias & Andrade, 2013).
Assim, é pertinente atuar sobre as causas que geram os comportamentos antissociais,
com o intuito de conseguir uma eficaz prevenção e fortalecer o sentimento de segurança
objetivo e subjetivo (ou quantitativo e qualitativo).
A intervenção pró-ativa da polícia tem um peso decisivo no que concerne aos
domínios da criminalidade (Dias & Andrade, 2013), cabendo-lhe a tarefa de antever os
delitos criminais de modo a detetar os infratores e prevenir os comportamentos
antissociais (Clemente, 2012). No encalce da prevenção é pertinente, para além da
atuação policial, que o próprio espaço (no presente estudo o espaço comercial) possua
sistemas que colmatem as vulnerabilidades securitárias do local, que reduzam as
oportunidades para o ilícito e permitam um aumento da vigilância, com o fim último de
melhorar a segurança nos espaços.
2.2.ESCOLA DE CHICAGO
A preocupação da criminologia nos fatores individuais e sociais do crime revelou-se
insuficiente para a compreensão e prevenção da atividade delituosa, pelo que, somente a
partir dos anos 70, se tornou mais evidente a necessidade de considerar as componentes
espácio-temporais do crime através do desenvolvimento da criminologia ambiental
(Andresen, 2010). A criminologia ambiental é um conjunto de teorias que partilham um
interesse comum nos episódios criminais e nas circunstâncias imediatas em que
ocorrem, procurando, assim, padrões criminais e explicações dos mesmos nos fatores
ambientais (Wortley & Mazerolle, 2011, p.1). Foca-se, sobretudo, na “interação e inter-
relações humanas e o seu meio e como o meio pode alterar o comportamento humano”
(Cozens, 2014, p. 49).
Esta leitura teórica é herdeira de uma tradição que remonta aos trabalhos de
sociologia urbana norte-americana que se desenvolveram na chamada Escola de
Chicago, na transição do séculos XIX para o XX e durante várias décadas. A linha
orientadora das teses de Chicago resulta fortemente da constatação de importantes
10Entre os vários exemplos de substitutos penais figuram a iluminação e o alargamento das ruas
públicas para evitar assaltos, a eliminação de bairros sociais problemáticos e o uso de meios técnicos para tornar mais difícil a prática de delitos.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
19
mudanças sociais ocorridas nos Estados Unidos no final do século XIX11 e foi, por sua
vez, a primeira escola criminológica “onde se referenciou a reflexão sistemática e
coerente sobre o problema do crime” (Dias & Andrade, 1997 in Fernandes, 2010, p. 5),
encarando o crime como um “fenómeno ligado a uma «área natural»” (Dias & Andrade,
2013, p. 34). Esta orientação teórica paradigmática, recorrendo a métodos científicos,
naturalistas e estatísticos, com largo suporte teórico, constitui um exemplo de ligação
entre a teoria criminal e a prática (Dias & Andrade, 2013), na medida em que motivou
reformas legislativas e programas de intervenção social baseados nos princípios teóricos
da ecologia criminal12.
Os princípios ecológicos, aplicado aos problemas humanos e sociais, postulam um
“equilíbrio entre a comunidade humana e o seu ambiente natural” (Dias & Andrade, 2013,
p. 35), e defendem que as condicionantes ambientais são fatores preponderantes e
impulsionadores para a prática criminal (Crawford, 1998).Os fatores sociais assumem um
maior enfoque na explicação do crime, relacionando deste modo o espaço físico com os
comportamentos antissociais. Segundo Clifford Shaw e Henry McKay13 (in Cozens,
2014), o sujeito atua num dado contexto sendo influenciado pelo mesmo, e a sua ação
poderá influenciar o comportamento dos outros. Segundo Figueiredo Dias e Costa
Andrade (2013, p. 271), o homem cria o seu próprio ambiente, isto é, “o ambiente do
homem é em grande parte um produto cultural, que influencia o homem mas sofre a sua
acção”.
Para prevenir ou colmatar o número de delinquentes é necessário “alterar aspetos da
vida da comunidade que fornecem as condições de que se alimentam as carreiras
delinquentes, ou lhes asseguram o sancionamento e a aprovação de que todo o
comportamento social depende” (Shaw & McKay, cit. in Dias & Andrade, 2013, p. 287).
Nesta perspetiva, verifica-se que os trabalhos da Escola de Chicago assentam no
estabelecimento da relação entre as características do espaço físico e as oportunidades
que o mesmo oferece, dela resultando índices de criminalidade congruentes (ou
expectáveis) (McCord & Ratcliffe, 2009). Inspiradas na Escola de Chicago, com o
11 “Para uma melhor compreensão do aparecimento histórico da teoria ecológica do crime deverão
recordar-se as implicações do crescimento vertiginoso do espaço urbano provocado pelo processo de industrialização que colocou a cidade e os seus modelos de convivência e interacção no centro das preocupações dos teóricos dos fins do século XIX e princípios do século XX. Pelas suas dimensões e atomismo da sua interacção, a cidade moderna caracteriza-se pela ruptura dos mecanismos tradicionais de controlo (família, vizinhança, religião, escola) e pela pluralidade, praticamente sem limites, das alternativas de conduta”. (Dias & Andrade, 2013, p. 269)
12As expressões “ecologia criminal” e “desorganização social” com que habitualmente se designa a primeira das grandes teorias sociológicas do crime revelam-se muito redutoras, pelo que muitos autores
preferem a designação mais abrangente de “Escola de Chicago”, local onde foram feitas as primeiras experiências das referidas teorias (Dias & Andrade, 2013).
13Outro expoente da Escola de Chicago, Ernest Burgess propõe um modelo concêntrico da cidade, evidenciando que o crime é mais concentrado no centro da cidade e tende a diminuir gradualmente para os arredores da mesma (Cozens, 2014; Gomes, 2007).
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
20
propósito de perceber a influência do meio na ação do delinquente, surgiram
posteriormente três abordagens essenciais, sendo elas a teoria das atividades rotineiras,
a teoria da escolha racional e a teoria dos padrões criminais.
A teoria das atividades rotineiras desenvolvida por Cohen e Felson (1979),
inicialmente para crimes predatórios, considera que a “probabilidade de um crime
acontecer num determinado local e num determinado momento pode ser percecionada
como uma função da convergência de potenciais criminosos e alvos adequados na
ausência de guardiões capazes” (Cohen & Felson, 1979, p.590). A convergência destes
três pressupostos, que constituem o Triângulo do Crime ou Triângulo do Problema,
possibilita a ocorrência de um crime, não obstante a falta ou alteração de um dos três
elementos impede que o crime ocorra, prevenindo-o (Cohen & Felson, 1979; Cozens,
2014).
Não obstante, Felson (2011) afirma que o crime só pode ocorrer com a convergência
de três elementos: o potencial ofensor (com inclinações criminosas e capacidade de as
concretizar), o alvo do crime (pode ser pessoa ou objeto) e o local. Advoga, ainda, a
existência de três supervisores: o controlador14 (e.g. familiar do ofensor, amigo, ou
alguém por quem tenha estima), o guardião (não é exclusivamente a polícia, pode ser
qualquer pessoa ou objeto que pela presença ou proximidade possam desencorajar à
prática do crime) e o gestor do espaço (e.g. o proprietário do espaço). Assim, “o
controlador supervisiona o ofensor, o guardião supervisiona o alvo/vítima e o gestor
supervisiona a possibilidade de ocorrência de crime no local” (Felson, 2011, p.74).
Percebe-se que esta teoria assenta no pressuposto de que o ofensor procura obter algum
proveito evitando qualquer dano ou consequência para ele, e as atividades quotidianas é
que permitem ou não a oportunidade de crime, pelo que uma alteração nos padrões de
hábitos previne o crime (Felson, 2002).
A teoria da escolha racional de Cornish e Clarke (1987) está intrinsecamente
relacionada com a tomada de decisão do delinquente, tendo em consideração os
desejos, preferências e motivações do ofensor, ao invés do próprio comportamento
criminal. Segundo esta teoria, o potencial delinquente analisa as possibilidades do risco
que corre antes de decidir cometer o crime, avaliando as hipóteses de ser detetado, a
facilidade de acesso e poder escapar sem consequências (Bondaruk, 2008). “Os
delinquentes são atores racionais que procuram obter uma variedade de satisfação com
os seus crimes pelo menor risco e esforço para si mesmos” (Cornish & Clarke, 2003, p.
57).
14 O controlador é uma ou mais pessoas que devido ao conhecimento que têm do potencial ofensor
supervisionam e controlam-no.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
21
A teoria da escolha racional assume que o ofensor “reconhece, avalia e responde às
influências do meio, decidindo, conforme o risco, a recompensa e o esforço na prática do
crime” (Cozens, 2014, p. 58). O indivíduo faz assim uma análise custo-benefício, onde
compara o desejo e a necessidade do produto (benefício) em relação à probabilidade de
ser detetado e punido (custo) (Cornish & Clarke, 2003; Cozens, 2014). Acresce que as
decisões criminais alteram-se conforme os fatores situacionais do ambiente assim como
fatores inerentes ao próprio indivíduo, como a inteligência, a educação, a experiência e a
personalidade do agressor (Cozens, 2014; Cornish & Clarke, 2011).
Na abordagem a estes estudos da escolha racional, Becker (1974) cria a teoria
económica do crime em “Crime and Punishment: an Economic Approach”. No modelo de
Becker, o indivíduo calcula os ganhos com a atividade ilegal comparando-os com os
ganhos no mercado legal, assim como analisa a sua disposição para cometer o crime.
Assim, o indivíduo visa a maximização do seu interesse individual, pelo que se o valor no
“mercado de trabalho for inferior aos custos-benefícios, determinados segundo estas
variáveis, o indivíduo optará pelo crime” (Campos, 2008, p. 97).
Inerentemente a estas duas teorias está a teoria dos padrões criminais, que se foca
numa análise dos padrões dos crimes em escalas distintas - macro (cidade); meso
(vizinhança) e micro (edifício) -, relacionando o ofensor e o alvo no espaço e tempo
(Cozens, 2014). Esta teoria assenta a sua análise na distribuição dos episódios criminais,
geográfica e temporalmente, assim como nas atividades rotineiras dos alvos. Nesta linha,
os autores Brantingham e Brantingham (2011) afirmam que alterações nos hábitos de
rotina permitem prevenir o crime.
“Os crimes não ocorrem aleatoriamente ou uniformemente no tempo ou espaço ou
sociedade” (Brantingham & Brantingham, 2011, p. 79). O crime concentra-se em
específicos lugares e hiatos temporais, gerando hotspots (lugar), hot times (tempo) e hot
products (produto/alvo) (Clarke, 1999; Cozens, 2014; Sherman, 1995). Isto resulta de
uma introspeção que o indivíduo faz sobre as características do meio e sobre as
atividades e rotina do alvo, com o intuito de, racionalmente, optar pela prática ou não do
delito face às oportunidades que vislumbra. Os dados espácio-temporais, o tipo de crime,
o tipo de alvos e suas características, o modus operandi, as características do infrator, as
atividades rotineiras da vitima, são dados pertinentes que, com a criação de padrões,
possibilitam prevenir uma possível (re)vitimação.
Estas teorias são complementares entre si, pois analisam o crime de oportunidade
focando objetos distintos: a sociedade em sentido amplo (teoria das atividades rotineiras),
o local (teoria dos padrões criminais) e o indivíduo (teoria da escolha racional). Segundo
Felson e Clarke (1998), estas teorias procuram evidenciar que o crime advém da
oportunidade de ser praticado com sucesso, logo é necessário atuar nos fatores
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
22
propiciadores de oportunidades criminais de modo a controlá-los ou eliminá-los pois, e
segundo a teoria “Broken Windows”, se um crime ocorrer e nada se fizer, o mesmo irá
fomentar a ocorrência de mais crimes.
Felson e Clarke (1998) estabelecem 10 princípios que regulam a oportunidade para o
crime: (1) as oportunidades desempenham um papel na causa de todos os crimes – o
design e a gestão do local desempenham um papel relevante na prevenção dos ilícitos;
(2) as oportunidades de crime são altamente específicas; (3) as oportunidades para o
crime estão concentrados no tempo e no espaço; (4) as oportunidades de crime
dependem da forma como as atividades ocorrem diariamente; (5) um crime produz
oportunidades para outro; (6) alguns produtos são mais tentadores conforme as
oportunidades para o crime; (7) mudanças sociais e tecnológicas produzem novas
oportunidades para o crime; (8) o crime pode ser prevenido através da redução de
oportunidades; (9) reduzir o crime normalmente não o desloca, mas cada esforço para
reduzir o crime pode originar algum ganho real; (10) a redução acentuada de
oportunidades pode produzir amplos decréscimos nos índices de crime.
Neste ensejo, a Escola de Chicago e suas teorias no estudo dos fatores sociais da
criminalidade foram a base primordial da prevenção situacional dos comportamentos
antissociais, atuando não só sobre as oportunidades criminais mas também no desenho
do próprio espaço, de modo a fortalecer a segurança do mesmo.
2.3. CPTED – EVOLUÇÃO HISTÓRICA
O CPTED, também conhecido como “designing out crime”, é um acrónimo para
Crime Prevention Through Environmental Design15, que defende que o desenho e o
eficaz uso dos espaços permite reduzir o medo e o índice de criminalidade, conjugado
com um melhoramento da qualidade de vida (Crowe, 2000). Não obstante, as
preocupações com o espaço e as técnicas utilizadas para prevenir o crime foram
evoluindo ao longo dos tempos, pelo que só a partir de a partir de 1971 é que se adotou o
termo CPTED, nascendo a perspetiva ambiental moderna. Alguns das mais recentes
origens do CPTED podem ser atribuídas a Jane Jacobs, em 1961; C. Ray Jeffery, em
1971; e Oscar Newman, em 1972, entre outros.
2.3.1. SOLUÇÕES ARQUITETÓNICAS E DE UTILIZAÇÃO DO ESPAÇO - ELIZABETH
WOOD
Desde os pré-históricos homens-das-cavernas até às primeiras cidades medievais e
modernas, o homem sempre tentou garantir a segurança e o bem-estar dos cidadãos
15 Isto é, prevenção criminal através do desenho do espaço construído.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
23
com recurso ao design e à sua localização, permanecendo perto de recursos vitais
essenciais à sua sobrevivência. Os desenvolvimentos no âmbito do desenho ambiental
têm uma longa história, o desenho arquitetónico influencia o comportamento humano,
pelo que uma má conceção pode gerar problemas de segurança e, por sua vez,
comportamentos desviantes.
“O estudo da relação entre o comportamento humano, o ambiente16, o crime e a
insegurança têm merecido cada vez mais maior atenção de vários setores profissionais
(criminólogos, arquitectos, autoridades policiais, etc)” (Fernandes, 2007, p. 35). O estudo
entre a relação do meio, comportamentos ilícitos e insegurança tem evidenciado que “ o
espaço influencia efectivamente comportamentos e deve ser considerado numa
perspectiva de redução de oportunidades para atos ilícitos ou indesejados, tanto pelo
desenho urbano como pelos comportamentos dos legítimos utilizadores dos espaços,
que podem também exercer um controlo social” (Neves, 2012, p. 5).
A partir da década de 1950, advogava-se “a introdução de soluções arquitetónicas e
de utilização do espaço” (Fernandes, 2007, p. 36), pois uma intervenção sobre os pontos
propiciadores de oportunidades no espaço assegura uma maior segurança nos locais e,
consequentemente, promove o sentimento de segurança dos utilizadores. Seguindo este
pensamento, Elizabeth Wood, em 1961, desenvolveu algumas orientações estratégicas
de segurança enquanto estava a trabalhar na Chicago Housing Authority, nas quais
defendeu que as características do desenho arquitetónico devem-se ajustar de modo a
reforçar a vigilância natural dos espaços.
Percursora do que mais tarde se viria a denominar de CPTED, Wood enfatiza as
características do desenho urbano e da vigilância natural do espaço, afirmando que
“melhoramentos físicos dos espaços públicos e semi-públicos de forma a terem maior
utilização e consequentemente uma maior vigilância” (Fernandes, 2007, p. 36) permite
prevenir ocorrências de crimes. Ademais, os espaços arquitetonicamente vulneráveis e
inutilizados geram insegurança (Carvalho, 2015), para Wood a utilização do espaço
promove a sua vigilância natural e é assim inibidora de comportamentos antissociais,
assumindo, desta forma, um controlo social dos pares. Assim, “áreas sem visibilidade e
inutilizadas estão simplesmente fora de controlo” (Fernandes, 2010, p.7).
Sucintamente, a teoria de Wood, segundo Machado et al. (2011 in Cerqueira, 2012,
p. 8), alude “medidas de segurança a implementar em espaços habitacionais; aumento
da visibilidade, localização e equipamentos; e por último a utilização de materiais
antivandalismo, conceção de instalações e gestão de áreas habitacionais.” O “desenho e
a vigilância devem ser considerados simultaneamente” (Cozens, 2011, p. 154).
16 Entenda-se ambiente enquanto meio físico e social.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
24
2.3.2. OS OLHOS POSTOS NA RUA – JANE JACOBS
Explorando os contributos do desenho urbano, os estudos de Jane Jacobs incidiram
sobre o planeamento urbano, criticando, na sua obra intitulada The Death and Life of
Great American Cities17, publicada em 1961, os princípios e os objetivos, modernos e
ortodoxos, que moldaram o planeamento urbano e a reurbanização das cidades
americanas. Nesta obra, relaciona a degradação urbana e o crime, afirmando que a
deterioração dos edifícios contribui para a “desordem e declínio urbano” (Carvalho, 2015,
p. 20).
Enquanto especialista americana em assuntos de arquitetura, é a “primeira a
questionar a forma como a inter-relação entre os factores físicos e sociais afecta os
indivíduos e as suas interacções” (Fernandes, 2007, pp. 57-58). Neste enlace,
recomenda a demarcação vincada dos espaços, públicos e privados, e a sua função,
contribuindo para a noção de territorialidade e o sentido de apropriação dos espaços
(Cozens, 2011).
Segundo Jacobs, para garantir a segurança nos espaços é necessário “eyes on the
street”18. A autora defende que não basta a polícia para garantir a segurança em
determinada rua, bairro ou distrito, cabe aos proprietários naturais da rua19 vigiarem os
espaços (Maricato, 2001). A segurança das cidades deriva de um autopoliciamento das
ruas por parte dos residentes e população itinerante, pois “ao olharem umas para as
outras, [conseguem] providenciar inter-vigilância” (Cozens, 2011, p. 154).
Jacobs criticou a monotonia do homogéneo e a assepsia dos espaços modernistas
(Brandão, 2014), pois não existia funcionalidades nos espaços e de interação social. As
ruas ocupadas por diversos utilitários, atraídos pelas diversas funcionalidades que os
espaços devem ter, providenciam maior controlo e asseguram a sua “segurança natural”
(Fernandes, 2007, p. 38), conseguindo, desta forma, reduzir potencialmente as
oportunidades do crime (Cozens, 2011). Assim, verifica-se que os lojistas assumem
especial importância neste aspeto, pois garantem a segurança no seu estabelecimento e
contribuem para a vigilância natural da sua rua.
A dinâmica dos espaços e da interação dos seus utilizadores enquanto elementos
dissuasores do crime foi o cerne do estudo de Jacobs, afirmando que é necessário
pensar as cidades de modo a trazer vitalidade, movimento e interação social (Fernandes,
2007). Segundo Jacobs, os espaços da cidade para serem capazes de prevenir
comportamentos antissociais e serem considerados seguros, devem ter três qualidades
principais: primeiro, deve haver uma demarcação clara entre espaço público e privado;
17 Tradução: Morte e vida de grandes cidades. 18 Tradução: Os olhos postos na rua. 19 Por exemplo, os donos de padarias, mercearias, lojas, pequenos serviços, entre outros, constituem
vigilantes naturais eficazes na prevenção de delitos nos locais passíveis de serem observados por estes.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
25
segundo, deve haver vigilância natural dos proprietários naturais da rua; e, por último, a
rua deve ser ocupada continuamente pelos usuários, e os residentes devem promover o
controlo da sua rua, aumentando assim a sua vigilância (Cozens, 2014; Jacobs, 1992).
Com efeito, a segurança das cidades depende da vigilância natural e controlo natural
dos “estranhos” na rua por parte dos moradores, comerciantes e até mesmo população
itinerante, e é reforçada por uma utilização diversificada dos espaços. Estes proprietários
naturais da rua interagem entre si e comungam de um “um sentimento de apropriação e
identidade com o espaço” (Carvalho, 2015, p. 21).
Embora as ideias de Jacobs fossem inovadoras para a sua altura e tivessem
influenciado significativamente o CPTED e as políticas e práticas de planeamento urbano,
as suas observações foram descredibilizadas, pois como a autora apenas estudou a
influência dos “olhos postos na rua” sobre os crimes contra as pessoas (“personal atacks”
- Cozens, 2014, p.192) isso não justifica que o aumento da vigilância natural consiga
reduzir todos os tipos de crime; acresce-se outros pontos fracos à sua teoria, como o
facto de não ser possível as pessoas manterem-se na rua ou vigiarem as suas ruas se
assim não o intenderem (Cozens, 2011, 2014). Acresce-se que a afluência de população
às ruas pode trazer vigilância, assim como mais oportunidades criminais, pois, segundo o
triângulo das oportunidades, para o mesmo alvo existem mais ofensores ou existem mais
alvos; assim como essa afluência de olhos na rua tem o reverso nas ruas de onde se
deslocaram essas pessoas, reduzindo o número de olhos na rua e aumentando as
oportunidades criminais (Cozens, 2014).
Neste contexto, em 1968, Angel relaciona o conceito de crime em função da
intensidade do uso do espaço, defendendo que a baixa intensidade de uso resulta em
baixos níveis de crime uma vez que existem oportunidades limitadas para o infrator.
Quando a intensidade de uso aumenta, o número de potenciais vítimas aumenta
suficientemente para atrair os infratores, existindo um número insuficiente de "olhos na
rua" para desencorajar os potenciais ofensores. Este cenário foi identificado como zona
de intensidade crítica e é quando a maioria dos crimes ocorrem. Quando a intensidade do
uso aumenta para além deste limite, o número de guardiões capazes é suficiente para
dissuadir os criminosos, diminuindo os níveis de criminalidade (Hirt & Zahm, 2012;
Cozens, 2011), conforme Gráfico 1.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
26
Gráfico 1 - Crime em função da intensidade de uso do espaço.
Fonte: Adaptado de Wortley e Mazerolle (2011).
2.3.3. MODELO DE PREVENÇÃO SITUACIONAL – RAY JEFFERY
Ray Jeffery na sua obra Crime Prevention through Environmental Design (CPTED),
em 1971, apresenta pela primeira vez a designação CPTED, e evidencia novas formas
de prevenção dos comportamentos antissociais. Jeffery aduz que “a forma dos edificados
pode ser desenhada, manipulada e utilizada de forma a reduzir as oportunidades
criminais” (Cozens, 2014, p. 62).
O acrónimo CPTED, introduzido por este autor, é uma teoria da criminologia
ambiental baseada na premissa de que “um projeto adequado e eficaz utilização do
ambiente construído pode levar a uma redução do medo e incidência de crime, e uma
melhoria na qualidade de vida” (Crowe, 2000, p.46). “A CPTED surge de uma base
multidisciplinar de conhecimento para criar o seu próprio quadro teórico” (Sorensen,
Hayes & Atlas, 2008, p.53). Jeffery, criminólogo e sociologista, avançou com os seus
estudos, inspirado no trabalho de Jacobs, assumindo que os crimes são afetados, de
diferentes formas, por fatores ambientais. Segundo este autor, “quase todo o tipo de
crime de rua, crimes contra pessoas ou propriedade, é influenciado de alguma forma pelo
desenho físico, a disposição ou por fatores situacionais, tais como a presença de uma
vítima ou alvo, a falta de tutela, e a falta de oportunidades de vigilância” (Sorensen,
Hayes & Atlas, 2008, p. 54).
As componentes biológicas e ambientais assumem-se como determinantes na
construção do crime, tendo as causas sociais sido empoladas pelos sociologistas, pelo
que Jeffery (2000) aponta para duas vertentes: o homem criminoso e o espaço onde
ocorre o crime (cfr. Tabela 1). Assim, Jeffery (1971) defende que é possível impedir ou
diminuir o crime alterando o organismo e/ou meio físico. Desta forma, assume que “o
ambiente interno do cérebro é tão importante quanto o ambiente físico externo na
determinação da criminalidade” (Cozens & Love, 2015, p. 2). Não obstante, o ambiente
influencia o comportamento do sujeito, atuando enquanto elemento facilitador ou redutor
dos comportamentos delituosos, pois segundo Neves (2012, p. 5) o espaço “influencia
efectivamente comportamentos e deve ser considerado numa perspectiva de redução de
oportunidades para atos ilícitos ou indesejados, tanto pelo desenho urbano como pelos
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
27
comportamentos dos legítimos utilizadores dos espaços, que podem também exercer um
controlo social”.
Características Físicas do Meio Criminoso
Controlo direto Controlo Indireto
Controlo direto
Controlo Indireto
Antes do
crime
Redução de oportunidades pela ciência e tecnologia
Redução de oportunidades pelo planeamento do desenho urbano
Nenhum Nenhum Aumento de oportunidades legais:
emprego; formação atividade comunitária
Depois do
crime Nenhum Nenhum Nenhum
Sistema de justiça: investigação criminal; detenção; julgamento; condenação; cumprimento de pena
Reabilitação ou proteção da sociedade: encarceramento; pagamento de multas; liberdade condicional; terapia de grupo
Tabela 1 - Formas de Controlar a Criminalidade.
Fonte: Jeffery, 1971, in Neves, 2012.
Para a criação da CPTED, Jeffery teve as seguintes premissas: (1) a criminalidade
não pode ser controlada através de medidas orientadas para o criminoso, mas com uma
gestão do meio onde os crimes ocorrem; (2) a prevenção criminal é menos dispendiosa
que a reabilitação do indivíduo; (3) dificuldade em saber como reabilitar os criminosos,
face ao conhecimento científico que se detém do comportamento humano; (4) o
comportamento humano pode ser controlado através da punição; (5) as causas da
criminalidade surgem das oportunidades criminais e do benefício que se pode obter sem
ser detetado ou punido; (6) o comportamento criminal pode ser controlado com certas
medidas que influenciam o próprio (por exemplo, medidas de endurecimento do alvo); (7)
optar pela prevenção ao invés da repressão; (8) e a criminologia deve ser sustentada
cientificamente (Neves, 2012).
A CPTED tem por objetivo “identificar e intervir sobre as vulnerabilidades decorrentes
das condições físicas e sociais do ambiente que criam oportunidades para a
manifestação de comportamentos anti-sociais ou criminosos” (Fernandes, 2007, pp. 50-
51). Nesta linha de pensamento, as características físicas do meio são fulcrais na
“facilitação ou inibição da ocorrência de actos criminosos, pelo que a redução da
criminalidade pode ser obtida pela gestão e manipulação do ambiente onde os crimes
ocorrem, centrando-se na redução das vulnerabilidades e das oportunidades de cometer
crimes existentes em certos locais” (Fernandes, 2007, p.51).
Este tipo de prevenção criminal parte do princípio que o ator do crime age com base
num processo racional, pelo que a perceção do individuo quanto ao risco pode ser
manipulada induzindo a uma sensação de elevado risco na prática do delito criminal. Esta
noção pode influenciar a decisão do potencial criminoso, assim se o delinquente
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
28
considerar que os potenciais riscos de ser detetado e punido pela sua ação são
superiores aos potenciais benefícios obtidos da sua ação ilícita, esta racionalidade irá
dissuadir-lo da sua ação. Segundo a teoria da escolha racional (Cornish & Clarke, 1987),
a decisão advém de um balanceamento entre os riscos, custos e benefícios da ação
delituosa, conforme o ambiente e as oportunidades criminais. “Certas características
físicas do ambiente potenciam as oportunidades de cometer crimes pois afectam as
percepções do criminoso e, consequentemente, a avaliação que fazem sobre os riscos,
explorando as oportunidades em que o cometimento do crime requeira o menor esforço
possível, permita retirar os maiores benefícios e apresente o menor risco” (Fernandes,
2007, p. 51).
“Jeffery utiliza o desenho urbano para tornar os espaços menos apelativos, quer
seja no âmbito das incivilidades ou vandalismo ou da criminalidade, numa tentativa de
colmatar as falhas das abordagens clássica20 e positivista21 da criminologia que visavam
reduzir o crime pela punição ou pela reabilitação” (Neves, 2012, pp. 6-7). Assim, é
necessário apostar numa conceção e utilização adequada do espaço construído de modo
a reduzir as oportunidades para comportamentos incitadores de insegurança, bem como
para a redução do sentimento de segurança e, por sua vez, melhorar a qualidade de vida
(DGAI, 2013).
Embora inovadores e pertinentes para o desenvolvimento no âmbito das teorias de
prevenção criminal através do desenho do espaço construído, os trabalhos de Jeffery
tiveram meramente uma componente teórica pelo que faltou a aplicação prática da sua
teoria no cerne da relação entre indivíduo e meio, e a adoção de medidas concretas
aplicáveis ao espaço de modo a prevenir os comportamentos antissociais.
2.3.4. ESPAÇO DEFENSÁVEL – OSCAR NEWMAN
O autor Oscar Newman, na sua obra Defensible Space: Crime Prevention Through
Urban Design22, em 1972, “argumentou que o crime pode ser influenciado pelo espaço
construído” (Cozens, 2014, p. 63), defendendo que a arquitetura do espaço constitui um
fator preponderante na explicação do crime e um elemento promotor de segurança.
20 Na obra Dos delitos e das penas, Cesare Beccaria (1764) afirma que se deve criar obstáculos de
modo prevenir as ocorrências dos delitos. Para tal, deve haver uma transparência das leis de modo a perceber o que qualifica o comportamento como crime e qual a pena adequada à mesma conduta. A punição penal serve como elemento dissuador à prática do delito.
21 Na obra The criminal man, Lombroso (2006) procurou estudar as características físicas do indivíduo criminoso de modo a criar uma tipologia de características que os indivíduos mais propensos ao crime assumem. Também tentou explicar o comportamento delinquente e encontrar novas formas de prevenção.
22 Tradução: “Espaço defensável: Prevenção do crime através do desenho urbano”.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
29
Na obra deste autor surge o termo espaço defensável23 que é considerado uma
estratégia, desenvolvida no âmbito da reestruturação de ambientes e estruturas
residenciais, que visa tornar o espaço habitável e, partilhando dos ideais de Jacobs,
controlado não pela polícia mas pela comunidade (Cozens, 2014; Crowe, 2013; Newman,
1973). Consiste num conjunto de mecanismos, como barreiras reais e simbólicas, áreas
fortemente definidas e com melhores oportunidades para a vigilância, que quando
combinados promovem um ambiente controlado e seguro pelos próprios residentes.
Newman (1973, p. 3) designa esta Teoria do Espaço Defensável como “um modelo que
inibe o crime por criar a expressão física de uma fábrica social que se defende”.
Os espaços, entenda-se como espaço defensável, devem adotar as características
básicas de vigilância natural, controlo natural de acessos, territorialidade, imagem e
justaposição geográfica (milieu) (Crowe, 2013; Fernandes, 2007). Para criar um ambiente
urbano seguro é necessário “o meio criar percetíveis zonas de influência territorial [isto é,
áreas que promovem o controle e o aumento o sentido de posse dos legítimos
utilizadores]; capacidade do espaço construído providenciar oportunidades de vigilância
natural pela população residente e itinerante; capacidade do desenho influenciar a
perceção da singularidade, isolamento e estigma; e, a influência da justaposição
geográfica com zonas seguras sobre a segurança de zonas de uso adjacentes” (Cozens,
2014, p. 63).
Segundo Cozens (2011, p. 156), “o espaço defensável defende o uso do design com
o intuito de melhorar a territorialidade e promover o sentimento de pertença através da
delimitação entre o espaço público e privado com barreiras reais e simbólicas” 24. A
população, através do seu sentido de territorialidade e senso de comunidade, garante a
segurança no seu espaço de modo a que o potencial criminoso perceba que o espaço é
controlado pelos residentes e se sinta um intruso, inibindo-o para a prática de
comportamentos antissociais (Newman, 1973). Denota-se, assim, que a população
adquire um sentimento de propriedade e territorialidade, que se expressa em termos de
segurança no aumento da vigilância e controlo local, permitindo detetar ou dissuadir
comportamentos desviantes. Os residentes sentem, assim, a responsabilidade da
segurança pela vizinhança, potenciando a “interajuda ao invés da intervenção estatal”
(Newman, 1996, p.9).
A comunidade adota uma atuação defensiva nos seus espaços, de modo a orientar o
seu “policiamento” para resolver os problemas locais e, assim, prevenir o crime. Desta
23 O termo Defensible Space foi inventado e desenvolvido primeiramente por John Calhoun, em 1947.
Este autor mencionou os efeitos negativos das zonas com grande aglomeração de pessoas e a necessidade do espaço privado estar definido, que rotulou de espaço defensável (Cozens, 2014).
24 Newman abordou a graduação tipológica do espaço: espaço público, semipúblico e privado. Defende que o espaço torna-se mais seguro se existirem demarcações claras entre estes tipos de espaços (Neves, 2012). Ver Anexo B.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
30
forma, com o aumento da consciencialização da comunidade para a segurança, estas
“têm vindo a fornecer mais recursos para a redução da criminalidade” (Atlas, 2008, p. 99),
contribuindo para uma prevenção criminal ao invés da repressão e para o aumento do
sentimento de segurança. “Newman defende que a concepção física das áreas tem uma
forte influência tanto na ocorrência do crime, como no «medo do crime»” (Fernandes,
2007, p.43).
Em suma, Oscar Newman procurou estabelecer uma relação entre os índices de
criminalidade com soluções arquitetónicas em zonas residenciais, com o propósito de os
espaços urbanos eram capazes de serem defendidos por residentes, porém Merry, em
1981, discordou alegando que nem sempre era possível os residentes defenderem o
espaço, pelo que designou de espaços indefensáveis (Cozens, 2014). Atlas, em 1991,
acrescenta que apesar de o espaço não poder ser sempre controlado pelos residentes, o
mesmo pode ser vigiado e defendido por outros, como os traficantes de droga,
designando esses espaços como espaços ofensivos (Atlas, 2013).
A teoria de Newman foi alvo de críticas em termos de método, amostra do estudo, a
ambiguidade do próprio conceito espaço defensável, e por não considerar dois aspetos
essenciais, o criminoso e os fatores sociais. Não obstante, as ideias de Newman foram
relevantes no âmbito da prevenção criminal através do desenho do espaço,
apresentando novas estratégias de segurança. De tal forma que os princípios
fundamentais de garantia e manutenção de um espaço seguro que abordou, como a
vigilância natural, o controlo natural de acessos e a territorialidade, foram adaptados por
outros estudiosos, como Crowe.
Muitos outros autores contribuíram para o desenvolvimento da CPTED, como
Brantingham e Brantingham,1975, ao estudar a distribuição de roubos na Florida; o UK
Home Office, pois promoveu vários estudos na década de 70 sobre prevenção criminal,
Merry e Atlas, 1981, ao introduzir o conceito de espaço indefensável; Wilson e Kelling,
1982, com a teoria Broken Windows; Coleman, 1985, com a obra Utopia on Trial: Vision
and Reality in Planned Housing apresentou 16 características desfavoráveis no desenho
urbano; Poyner e Webb, 1991, apresentaram 12 características fundamentais para
prevenir o crime em residências; Zham e Crowe forneceram fortes pilares no estudo da
CPTED na década de 90 e posteriormente, como se vê a seguir (Crowe, 2013).
2.3.5. 2.ª GERAÇÃO – DIANE ZAHM E TIMOTHY CROWE
A CPTED foi desenvolvida mais tarde de forma pragmática nos anos 90 por Timothy
Crowe e Diane Zahm, e contou com os contributos de Oscar Newman através do
conceito de defensible space desenvolvidos nos anos 70. Com o propósito de colmatar
algumas lacunas da geração anterior, a 2.ª geração de CPTED surgiu porque foi
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
31
necessário, nos estudos da prevenção situacional do crime, agregar não só a dimensão
situacional do espaço físico mas também a dimensão social. “CPTED tem desenvolvido
para além da abordagem inicial do espaço físico sobre problemas situacionais e passou a
incluir medidas sociais” (Cozens, 2014, p.81), ver Figura 1. Assim, com a nova geração
passou-se a relacionar os fatores sociais com o meio, o crime e o indivíduo.
Figura 1 - CPTED com sustentação social.
Fonte: Cozens, 2014, p. 86.
As pesquisas da 2.ª Geração dão um caráter probabilístico à ocorrência de crime em
ambientes urbanos, ao contrário da 1.ª Geração, em relação aos perfis socioeconómicos
e demográficos em vez de considerar apenas os atributos físicos do ambiente construído
(Kamalipour, Faizi & Memarian, 2014).
A 2.ª Geração de CPTED evoluiu a partir da tese oportunidade-redução da 1.ª
Geração e acrescenta o papel dos fatores sociais de modo a melhorar os resultados de
prevenção situacional. Perceber os indicadores socioeconómicos e demográficos do
crime é essencial para uma boa conceção e planeamento dos edificados de modo a
reduzir a motivação do ofensor e minimizar o crime (Cozens, 2014). A estratégia desta
nova geração CPTED assenta em gerir as oportunidades e reduzir a motivação. Para o
trabalho estratégico da polícia estes fatores são cruciais para uma eficaz prevenção do
crime, através da criação de padrões criminais associado aos fatores económicos, sociais
e demográficos da população.
A CPTED focaliza-se na “identificação das circunstâncias do ambiente físico e social
que fornecem oportunidades para actos criminais e na alteração dessas circunstâncias
de modo a que nenhum crime ocorra” (Brantingham & Faust, 1976, p. 289), bem como
em locais onde os crimes ocorrem e em técnicas para reduzir a vulnerabilidade desses
locais (Taylor & Harrell, 1996), porque a sua premissa central é que o crime pode ser
facilitado ou bloqueado por características do ambiente físico (Clarke, 1997).
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
32
Segundo o NPCI (cit. in Crowe, 2013, p. 38), a CPTED defende que “um adequado
design e efetivo uso do edificado ambiental pode levar à diminuição do medo e incidência
do crime, e melhorar a qualidade de vida e aumentar a rentabilidade [que é importante no
comércio] ”. Esta é uma ferramenta de segurança positiva, pois melhora as decisões de
planeamento e conceção do espaço orientados para reduzir ou prevenir a incidência de
crime (Alcohol Advisory Council of New Zealand (ALAC), 2012).
Os aspetos situacionais da CPTED resultam em alterações no planeamento e
desenho do espaço físico onde as atividades rotineiras se desenrolam e nos espaços
urbanos frequentados pela população. Nesta senda, Tim Crowe (2009) redefiniu as ideias
de Newman e estabeleceu um sistema por forma a categorizar soluções de CPTED, com
o propósito de reduzir ou eliminar essas oportunidades. Assim, e com recurso às teorias
de Jacobs, Jeffery e Newman, a CPTED defende a utilização de elementos do meio no
sentido de fomentar a territorialidade, vigilância natural, controlo de acessos,
endurecimento do alvo, utilização do território, manutenção da imagem e justaposição
geográfica (Cozens, 2014; Crowe, 2013; Wilson & Kelling, 1982; Sorensen, Hayes &
Atlas, 2008; Zham, 2007). Não obstante, existem quatro destas estratégias que são
enfatizadas na CPTED: controlo natural de acessos, vigilância natural, reforço da
territorialidade e manutenção e gestão do espaço (Clarke, 1997; Cozens, 2005; Crowe,
2009; Crowe & Zham, 1994; DGAI, 2013; Geason & Wilson, 1989; Hein, 2006; Parto &
Ziabakhsh, 2015; United Nations Office on Drugs and Crime, 2011).
O controlo natural de acessos consiste em impedir o acesso ao alvo do crime e
aumentar a sensação de risco nos ofensores (Bondaruk, 2008), ou seja, trata-se de
utilizar barreiras físicas ou simbólicas que limitem o acesso, potenciando dessa forma o
risco do delinquente ser detetado. O potencial infrator face às condições que o meio
oferece delibera, balanceando os prós e contras da sua ação, optando pela realização ou
não da prática criminal. Se existir obstáculos à sua ação, muito provavelmente o infrator
irá decidir pela não realização do ato. As estratégias de controlo de acessos são
tipicamente classificadas como organizadas (i.e. guardas, porteiros, vigilantes),
mecânicas (i.e. fechaduras, correntes, portões) e naturais (i.e. definição do espaço)
(Crowe, 2009).
A vigilância natural é um dos conceitos essenciais, simples e eficazes quando se fala
da prevenção do crime através do desenho do espaço. Esta estratégia visa manter os
intrusos sobre o olhar atento dos utilizadores do espaço, para tal é necessário criar não
só edificados estruturalmente orientados nesse sentido, mas também criar atividades que
levem ao uso do espaço. Assim, existe mais olhos na rua que possibilitem a observação
e, por sua vez, o controlo dos locais (Jacobs, 1992).
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
33
A vigilância aumenta a perceção do risco por parte dos delinquentes, neste sentido e
tendo em consideração que ação do sujeito surge após uma análise do risco, o potencial
delinquente ao ter a sensação que está a ser observado, inibe-se na maioria das vezes e
não dá lugar à prática do delito. Com efeito, o objetivo da vigilância natural é “promover a
melhor visibilidade dos ambientes, facilitando a observação, ainda que por simples
pessoas, [uma vez que esta técnica revela-se] mais eficiente no aspecto da segurança,
que uma viatura policial em patrulhamento esporádico” (Bondaruk, 2008, p. 76). Pelo que
percebe-se que locais frequentados por menos pessoas e com obstáculos que impeçam
a observação são considerados preferenciais para a prática do delito. Neste ensejo, o
comércio assume especial importância, pois segundo DGAI (2013, p. 21) “a frequência de
locais de comércio dá uma ideia de segurança pelo controlo natural que os comerciantes
fazem sobre o uso da rua e pelo idêntico controlo exercido pelos seus próprios utentes”.
A vigilância natural difere do controlo natural de acessos porque não pretende
manter longe os potenciais infratores, esta estratégia visa mantê-los sobre controlo visual
(DGAI, 2013). A vigilância natural é tradicionalmente classificada como organizada (e.g.
patrulha policial), mecânica (e.g. iluminação, videovigilância) e natural (e.g. janelas,
portas de vidro) (Crowe, 2009). Esta estratégia exige uma participação ativa da
população, uma cultura orientada para a prevenção, pois sem a intervenção da
comunidade torna-se impraticável a vigilância natural.
O reforço territorial ou territorialidade significa que “cada pessoa deve abranger as
áreas próximas ao seu domicílio ou residência, cuidando, vigiando, coibindo atitudes anti-
sociais ao seu alcance, ou acionando a polícia para fazê-lo” (Bondaruk, 2008, p. 82).
Logo, não deve existir um abandono do espaço, pois se for percetível que determinado
espaço não está sob controlo isso constitui numa oportunidade para a prática delituosa.
Fortemente relacionada com o conceito de “espaço defensável” de Newman, esta
estratégia sugere que o espaço físico pode contribuir para a sensação de propriedade
dos seus utilizadores. Os utilizadores do espaço assumem-no como sua propriedade e
sentem responsabilidade sobre ele, de tal forma que acabam por cuidar, vigiar e controlar
os acessos desse espaço, acabando por transmitir a sensação de influência territorial e
controlo aos potenciais ofensores (Crowe, 2009). Como os ofensores percebem que o
local está controlado é mais difícil a prática do crime sem que o sujeito seja detetado,
assim a territorialidade revela-se uma eficaz técnica de prevenção do crime (Cozens,
2014).
A manutenção e gestão do espaço está relacionada com o reforço territorial e a
teoria Broken Windows, uma vez que demonstra o sentimento de pertença e cuidado que
os utilizadores assumem relativamente ao espaço. A falta de cuidado com os espaços
gera a noção de ausência de controlo, podendo ser atrativa de comportamentos
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
34
indesejados (DGAI, 2013). A imagem que se transmite do local é não só identificadora
dos utilizadores do mesmo espaço assim como pode ser um fator fundamental em termos
de segurança.
A 2.ª Geração de CPTED aborda, para além destes princípios já abordados na 1.ª
Geração, avaliações de risco, fatores socioeconómico e perfil demográfico bem como a
participação ativa da comunidade (Cozens, Saville & Hillier 2005). Visualiza-se um
aumento da importância das dimensões sociais (Saville & Cleveland, 2008), focando a
atenção em programas sociais e na participação da comunidade para promover o seu
autopoliciamento (Cozens & Love, 2015). Assim, Saville & Cleveland (2008) introduzem
quatro conceitos fundamentais como a coesão social, a conectividade da comunidade, a
cultura da comunidade e a capacidade limiar 25.
“A coesão social é sobre nutrir um ambiente onde existe um respeito mútuo e
apreciação das semelhanças e as diferenças entre as pessoas e grupos dentro de uma
comunidade” (Cozens & Love, 2015). Esta estratégia visa reconhecer, apoiar e celebrar a
diversidade da comunidade, pois uma comunidade socialmente coesa valoriza a
diversidade, partilha uma visão comum e possui um sentimento de pertença (Cozens,
2014).
A conetividade significa que a população possui uma relação positiva entre si e
interage com outros organismos externos, ou seja, visa a realização de parcerias. Estas
conexões são a base para a coordenação de atividades e programas com e entre
governo e agências não-governamentais (Saville & Cleveland, 2008). Esta conectividade
pode ajudar a encorajar e manter a comunidade autopoliciada, de modo a dirimir a
criminalidade (Cozens, 2014).
O terceiro conceito da 2.ª Geração CPTED é a cultura da comunidade, este está
fortemente relacionado com a territorialidade, pois “um forte senso de pertença pode
incentivar a vizinhança a adotar perspetivas e comportamentos positivos, incluindo
autopoliciamento” (Cozens & Love, 2015, p. 5). Se a população orientar a sua ação em
conjunto no sentido de fomentar a segurança nos espaços, isso cria a sensação no
ofensor de controlo, dissuadindo-o da prática delituosa.
Finalmente, “os espaços podem ser considerados como ecossistemas com uma
capacidade de carga finita para certas atividades e usos da terra” (Cozens & Love, 2015,
p. 5). É importante reconhecer e gerir essa capacidade limiar do espaço para que não
seja excedida, referido como o “ponto de inflexão” (Saville & Cleveland, 2008, p. 84). No
momento em que se ultrapassa a capacidade limite, a funcionalidade do espaço é
afetada, podendo resultar em aumentos dos níveis de crime e insegurança.
25 São as quatro novas estratégias CPTED, conhecidas como os 4’Cs: Social Cohesion, Connectivity,
Community Culture e Threshold Capacity.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
35
Face ao exposto, é necessário que o espaço adote certas características de modo a
ser minimamente seguro, como é o caso da iluminação, portas e janelas, incentivo ao uso
do espaço (com atividades como o comércio), o local estar limpo e cuidado. Devem,
também, os potenciais alvos estar sujeitos a técnicas que dificultem a ação delituosa,
como fechaduras, grades, entre outros. Com efeito, Crowe (2009, 2013) defende que no
momento da conceção dos espaços é necessário ter em atenção as questões relativas à
segurança, nesse sentido criou The Three-D Aproach (“Abordagem 3D”) que consiste nas
três dimensões ou funções de todo o espaço ocupado pelo homem: designação,
definição e desenho (enquanto projeto)
Para Crowe (2009, p.39), “todo o espaço humano tem algum propósito designado;
todo o espaço humano tem definições sociais, culturais, legais ou físicas que lhe
prescrevem comportamentos desejados e aceites; e todo o espaço humano é designado
para suportar e controlar comportamentos desejados”. Estas questões, de redução das
oportunidades criminais e a motivação do ofensor, aliadas a uma sociedade coesa, com
fortes relações entre si e com uma cultura orientada para a prevenção, conduz para uma
segurança eficaz nos espaços.
No sentido de criar espaços seguros, existe um método que possibilita avaliar os
espaços de forma a identificar e colmatar os problemas de segurança, ao qual se designa
de SARA26 (Scott, Eck, Knutsson & Goldstein, 2011; Zahm, 2007). Assim, tendo por base
os princípios CPTED e de forma faseada, faz-se um diagnóstico do local no sentido de
identificar-se os problemas, com vista a uma compreensão aprofundada da situação, de
modo a orientar a resposta com base numa estratégia adequada de prevenção criminal
(Clarke, 1997; United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), 2011). Para tal,
devem intervir especialistas, quer em termos de segurança quer em termos de arquitetura
e urbanismo, de modo a que este processo seja feito com maior rigor.
Esta temática de prevenção criminal através do desenho de espaço tomou interesse
em vários países27. Foram desenvolvidas experiências em diversos países relativamente
à CPTED, por exemplo no Canadá, Safer Cities (cidades mais seguras); Reino Unido,
Secured by Design (seguro pelo design); Holanda, Certificado de Casas Seguras; e Chile,
Programa Comunas Seguras (Ricardo, Siqueira & Marques, 2013).
26 Acrónimo para as palavras: Scanning (Sondagem), Analysis (Análise), Response (Resposta),
Assessment. (Avaliação). Consultar Anexo C. 27 Relativamente à conceção ambiental e desenho do espaço urbano, a nível europeu criou-se uma
norma, EN 14383- 1, preparada pelo Comité técnico CEN / TC 325 - "Prevenção do crime pelo planeamento e construção do desenho urbano "-, que apresenta algumas terminologias respeitantes ao planeamento urbano, habitações, lojas e escritórios, bem como as definições (EN 14383-1, 2006a). Acresce-se que esta norma, na sua Parte 4, apresenta um conjunto de “orientações e estratégias aconselháveis para o combate contra o roubo, furto, incêndio e outros crimes praticados contra retalhistas [sendo que] se aplica a lojas e a escritórios tanto novos como preexistentes” (EN 14383-1, 2006b).
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
36
Á semelhança, Portugal em 2010 reuniu um grupo de trabalho no MAI, com diversos
profissionais relacionados com o urbanismo e segurança, no sentido de orientar e ajustar
guia de boas práticas da CPTED (2013) em inglês para a realidade portuguesa, assim
surgiu a tradução de Prevenção Criminal Através do Espaço Construído. Este documento
apresenta um conjunto de estratégias de avaliação dos espaços, através de uma
checklist, com vista a “dar maior conforto ao espaço, reduzindo o sentimento de
insegurança dos cidadãos, bem como as oportunidades para comportamentos
indesejáveis, perturbadores, desenquadrados ou ilícitos” (DGAI, 2013, p. V). Não
obstante, a implementação em Portugal da CPTED não se tem aplicado, pois não existe
apoio financeiro, nem legislação sobre a matéria, assim como a formação deve ser
orientada neste âmbito para as FS e urbanistas (Machado, 2006; Neves, 2012).
A CPTED visa a redução das oportunidades para o crime aplicada ao design e layout
do espaço (Monchuk, 2011), com o intuito de alterar o ambiente (estímulo) e assim
eliminar as oportunidades que o meio oferece, de modo a alterar o comportamento do
ofensor (resposta). Esta ferramenta tem-se evidenciado como uma solução de prevenção
criminal eficaz e, por isso, torna-se relevante associar os seus princípios estruturantes a
espaços como o comércio tradicional.
2.4. PREVENÇÃO SITUACIONAL NOS ESPAÇOS COMERCIAIS
A prevenção do crime pode ser vista numa dupla dimensão, através de uma
prevenção social ou prevenção situacional. A prevenção social centra-se nas motivações
do ofensor, ou seja, dá especial atenção às causas do crime. “Com base na premissa de
que o crime é causado pelos males sociais da sociedade, a prevenção social concentra-
se em programas e políticas de desenvolvimento para melhorar a vida de saúde, família,
educação, habitação, oportunidades de trabalho e atividades no bairro de potenciais
infratores " (Rosenbaum, Lurigio & Davis, 1998, p. 201). Esta prevenção desenvolveu-se
especialmente em França, por outro lado a prevenção situacional foi aceite sobretudo
pelos anglo-saxónicos (Gomes, 1998).
Desenvolvida na década de 1970 na Grã-Bretanha, a prevenção situacional é “um
meio prático e efetivo de reduzir problemas criminais específicos” (Clarke, 2011). Esta
estratégia parte de uma análise das circunstâncias que deram origem à prática de tipos
específicos de crime e introduz uma série de métodos e mudança no ambiente em que o
crime é cometido, com o intuito de reduzir as oportunidades criminais.
O conceito de prevenção situacional foi influenciado pelas abordagens de Newman
(1972), sobre o espaço defensável, e de Jeffery (1971), sobre a CPTED (Clarke, 1997).
Se por um lado estas teorias “focavam-se no desenho do edifícios e dos espaços, por
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
37
outro a prevenção situacional do crime procura reduzir as oportunidades criminais em
todos os contextos comportamentais” (Sorensen, Hayes & Atlas, 2008, p.73).
No sentido de “orientar os esforços práticos para reduzir as oportunidades ao ofensor
da prática do crime” (Cornish & Clarke, 2003, p.42), a prevenção situacional28 suporta-se
na teoria da escolha racional, na teoria das atividades rotineiras e na teoria dos padrões
criminais, no sentido de antever os comportamentos dos delinquentes e, assim, prevenir.
O conceito de prevenção situacional não vê o Estado como responsável único em
termos de segurança, esta estratégia enaltece a importância da responsabilidade
individual do cidadão enquanto promotor de segurança, assim tanto a sociedade civil
como os órgãos do Estado competentes pela segurança são responsáveis pela
manutenção e melhoramento das condições securitárias. A prevenção situacional
assume que o controlo informal é mais ativo e eficaz que o controlo formal como forma de
prevenir o crime (Carvalho, 2009). Assim, o controlo informal, as atividades e modo de
vida da população e a arquitetura do edificado e espaços, podem contribuir para tornar
mais difícil a prática delituosa, impedindo a confluência dos três fatores necessários para
a ocorrência do crime: ofensor motivado, alvo atrativo e ausência de guardião capaz.
A prevenção situacional procura alterar os fatores determinantes para o crime de
modo a tornar o alvo menos atrativo (Cozens, 2011). Esta prevenção envolve uma
gestão, desenho e manipulação do espaço de forma sistemática e permanente, com o
intuito de aumentar o esforço e o risco ao ofensor, assim como reduzir as recompensas
da possível prática do ilícito criminal (Gomes, 2006; Sorensen, Hayes & Atlas, 2008).
Contando que a existência de crime é sempre uma possibilidade, é possível tornar essa
possibilidade menos provável, pois os potenciais criminosos atuam de uma forma
racional e preferem cometer crimes que requeiram menor esforço e risco, e maiores
proveitos.
A prevenção situacional consiste num conjunto de mecanismos pelos quais as
oportunidades criminais podem ser minimizadas. Clarke (1992) contribuiu para a
prevenção situacional ao desenvolver 25 técnicas específicas de prevenção do crime,
criadas no sentido de reduzir as oportunidades que levam à execução do ato criminoso,
ademais estas podem ser aplicadas praticamente a qualquer situação. As técnicas de
prevenção situacional do crime estão organizadas em 5 categorias: aumentar o esforço,
aumentar o risco, reduzir as recompensas, reduzir provocações e eliminar as desculpas
(cfr. Anexo D). Estas técnicas podem ser facilmente aplicadas às instalações comerciais,
industriais e governamentais, uma vez que são eficazes, práticas, de baixo custo e
28 Ver Wortley (2011) sobre os tipos de ofensores situacionais do crime.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
38
fomentam alterações permanentes ao ambiente físico de modo a prevenir o crime
(Sorensen, Hayes & Atlas, 2008).
Através da gestão do espaço construído (físico e social), a prevenção situacional
procura, à semelhança da CPTED, reduzir o sentimento de insegurança dos cidadãos,
bem como as oportunidades para comportamentos indesejáveis, perturbadores,
desenquadrados ou ilícitos (DGAI, 2013). Assim, os princípios inerentes a este tipo de
prevenção “aplicam-se a diversos contextos de espaços públicos como: zonas
residenciais, espaços comerciais, centros da cidade, centros históricos, estabelecimentos
hoteleiros, locais de trabalho como escritórios, estabelecimentos de ensino, zonas
industriais, parques de estacionamentos e áreas de lazer em zonas urbanas, parques
infantis, instalações sanitárias, passagens subterrâneas e paragens de transportes
públicos, entre outros” (DGAI, 2013, p. V).
Com o propósito de avaliar estes espaços, a DGAI (2013) desenvolveu um manual
com orientações de conceção e gestão do espaço construído, dando particular ênfase
para as questões da segurança nos diferentes contextos. A CPTED pode ser visto como
uma extensão do conceito de espaço defensável e com aplicabilidade nos espaços de
comércio (Crowe, 2013).
As orientações da DGAI (2013) estão sustentadas nos princípios da CPTED,
particularmente o controlo de acessos e a vigilância natural, pelo que advoga que o
controlo de acessos nos espaços comerciais pode ser efetuado “através da utilização
adequada de fechaduras, cadeados, portas ou janelas que produzem o efeito de barreira”
(p. 3). A vigilância natural pode ser conseguida com a junção de usos comerciais e
residenciais, aumentando os olhares postos na rua (vigilância informal). A vigilância
informal impõe-se face à vigilância formal, concretizada por elementos policiais,
seguranças privados ou CCTV, pois esta última tem custos acrescidos face à vigilância
feita pelos comerciantes e residentes. “O valor social conferido pela frequência de locais
de comércio dá uma ideia de segurança pelo controlo natural que os comerciantes fazem
sobre o uso da rua e pelo idêntico controlo exercido pelos seus próprios utentes” (DGAI,
2013, p. 21).
As áreas comerciais devem adotar um conjunto de estratégias no sentido de
fortalecer a segurança nos espaços. Assim, os/as rececionistas nestes espaços devem
ter campos de visão livres ou desobstruídos, se não for possível evitar a conceção de
áreas escondidas que dificultem ou impeçam a vigilância, pode-se colmatar esta falha de
segurança ao colocar portas de vidro, janelas de vidro, espelhos, de modo a melhorar a
visibilidade. Quanto à vigilância formal, deve existir vigilância mecânica formal (CCTV)
em áreas e acessos a lojas que funcionam durante horários mais alargados de modo a
prevenir comportamentos antissociais. Ademais, deve-se promover a redução de áreas
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
39
vulneráveis, como as áreas traseiras, de carga e descarga dos edifícios, através de uma
boa iluminação.
Estas estratégias surgem porque os criminosos decidem se cometem ou não um
crime num determinado local após determinarem os seguintes aspetos (Taylor & Harvell,
1996): se é fácil entrar no local; até que ponto o objeto é atraente e fácil de apropriação;
quais as hipóteses de ser visto; se visto, que farão as pessoas do local; e se há no local
uma via rápida de escape para deixar o local após o ato. Com efeito o uso de técnicas
como as mencionadas pode dissuadir o infrator e prevenir o crime, como se percebe o
meio físico pode propiciar um ato criminal e reduzir as possibilidades de vigilância e
deteção ou pode dificultar esse ato e aumentar as naturais condições de vigilância.
A prevenção engloba observar e analisar as novas realidades que passam sobretudo
por aspetos como o espaço, a iluminação, o tempo, o acesso, a vigilância e a tecnologia
(Cusson, 2006). No comércio, é importante ter em consideração as características dos
alvos/produtos. Segundo os estudos de Chaplin, Flatley e Smith (2011), os dez produtos
mais furtados são: (1) carteiras e dinheiro; (2) computador e seu equipamento; (3) objetos
eletrónicos29; (4) joias; (5) telemóveis; (6) chaves de viatura; (7) móveis; (8) malas; (9)
CDs, vídeos, DVDs; (10) comida, cigarros.
Considera-se hot product, alvo propício a ser sujeito a furto, se obedecer a quatro
dimensões que constituem o acrónimo VIVA: (1) valor ou a desejabilidade do alvo
planeado a partir da perspetiva do ofensor; (2) inércia do alvo, isto é, tudo que pode
facilitar ou dificultar o transporte do objeto (peso, dimensões e existência de fechaduras);
(3) visibilidade do alvo; (4) acessibilidade do alvo e a facilidade de fuga. (Cohen & Felson,
1979; Felson & Clarke, 1998). Outro acrónimo muito utilizado e aplicável às
características dos objetos é o CRAVED: conceable (alvo facilmente ocultável);
removable (removível, tendo em consideração por exemplo tamanho e peso), available
(disponível, isto é, fácil de aceder); valuable (alvo valioso); enjoyable (alvo usufruível); e
disposable (dispensável, isto é, fácil de revenda) (Cozens, 2014). Sobre este assunto,
Ekblom (2011) afirma que o “design against crime” visa prevenir o crime através da
alteração de características dos alvos.
A polícia poderá ser, no âmbito da prevenção situacional, uma entidade de essencial
preponderância, pois, pressupondo-se que terá um conhecimento mais abrangente dos
problemas da área onde atua, encontra-se em posição de determinar a forma como os
crimes são cometidos e a estratégia e técnicas de prevenção propícias a dificultar a
repetição dos delitos. A prevenção situacional pode ser utilizada dentro de qualquer
29 Inclui televisões, vídeos, aparelhos rádio, câmaras, leitores de DVD e MP3.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
40
estrutura organizacional ou de gestão, não apenas para a polícia, mas para quem pode
reunir os recursos para resolver o problema em questão (Clarke, 1997).
A matéria da prevenção situacional e da CPTED é importante na formação dos
elementos adstritos ao Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade (MIPP). A
Polícia de Segurança Pública (PSP) com a criação do MIPP30, anteriormente denominado
de Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP), através da Diretiva
Estratégica (DE) n.º 10/2006, de 15 de maio, procurou uma Polícia mais próxima,
presente e ao serviço do cidadão de forma a, juntamente com a participação ativa da
sociedade, prevenir o crime. Este modelo de policiamento é utilizado em vários países,
como os Estados Unidos da América com o team policing, Inglaterra com London
Metropolitan Police31, França com o policiamento de proximidade32 (Ferreira, 2014).
Com a missão da prevenção criminal, a PSP age de forma integral com as várias
valências33, de modo a dar uma resposta estratégica e tática para enfrentar os
fenómenos criminais e incívicos cada vez mais complexos e desafiadores do Estado de
Direito (Elias, 2014). Não obstante, a comunidade também assume um papel interventivo,
atuando enquanto coprodutora de segurança (Skolnick, & Bayley, 2006), no sentido de
identificar as causas da criminalidade, em prol da sua resolução ou prevenção.
A PSP adota, cada vez mais, uma intervenção policial próxima do cidadão, com o
intuito de, numa posição «lado a lado» entre Polícia e comunidade, dirimir os focos de
criminalidade e, por sua vez, fomentar o sentimento de segurança (Mintzberg, 2004).
Esta proximidade consiste numa orientação genérica do policiamento de rotina com o
intuito de promover a segurança, através da participação proactiva da comunidade e, por
sua vez, na melhoria da qualidade de vida do cidadão (Durão, 2008).
A DE n.º 10/2006 de 15 de maio, que cria o MIPP e elenca os seus programas de
proximidade especiais, evidencia que “as Polícias devem apostar cada vez mais na
prevenção da criminalidade e delinquência, em especial, na prevenção dos crimes contra
as pessoas e contra o património que mais afectam os sentimentos de segurança dos
cidadãos, apostando no desenvolvimento de modelos de policiamento que privilegiem a
proximidade, o reforço da visibilidade, a dissuasão e a interacção com as comunidades e
com os actores sociais mais relevantes” (DE n.º 10/2006, de 15 de maio, p.1). Assim, o
30 A Of. OP n.º 4822 de 12 julho 2010 do Departamento de Operações altera a denominação de
Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP) para o Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade (MIPP), não obstante as atribuições funcionais mantêm-se.
31 Sir Robert Peel criou, através do Metropolitan Police Act, estabelecido em 1829, a London Metropolitan Police. Peel estabeleceu 9 princípios de atuação policial baseados num policiamento mais próximo do cidadão (Carvalho, 2015).
32 Em francês, proximité. Esta terminologia foi adotada nos países da Europa como Portugal, Espanha, Itália, entre outros, por influência francesa.
33 Como o policiamento de proximidade, as informações policiais, a investigação criminal e a ordem pública.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
41
policiamento de proximidade, enquanto primeiro nível de intervenção das FS34, constitui
uma estratégia da PSP na forma de policiamento com vista à prevenção criminal e,
inerentemente, às demais atribuições da instituição. A parceria entre a PSP e a
comunidade permite estabelecer laços de confiança e de proximidade, envolvendo a
comunidade relativamente a questões de prevenção da criminalidade (Atlas, 2013).
O MIPP é composto pelas Equipas de Proximidade e de Apoio à Vítima (EPAV), que
são “responsáveis pela prevenção e vigilância em áreas comerciais, vigilância em áreas
residenciais maioritariamente habitadas por cidadãos idosos, prevenção da violência
doméstica, apoio às vítimas de crime e acompanhamento pós-vitimação, identificação de
problemas que possam interferir na situação de segurança dos cidadãos e pela deteção
de cifras negras” (RASI, 2013, p.147); e pelas Equipas do Programa Escola Segura
(EPES)35, que são “responsáveis pela segurança e vigilância nas áreas escolares,
prevenção da delinquência juvenil, deteção de problemas que possam interferir na
situação de segurança dos cidadãos e pela deteção de cifras negras no seio das
comunidades escolares” (RASI, 2013, p.147).
O policiamento de proximidade é um “modelo de policiamento que se pretende
inovador, através dos programas que lhe dão uma certa definição organizacional: «escola
em segurança», «idosos seguros» e «comércio seguro» e «apoio à vítima»” (Durão,
2008, p. 139). Através desta proximidade, a PSP pretende, em cooperação com outros
organismos de regulação social e com a própria população, combater o crime e as
causas sociais da delinquência, procurando assim uma melhor qualidade de vida com a
segurança.
No âmbito do comércio, surge o programa Comércio Seguro criado pelo MAI nos
finais do ano de 1998, com o intuito de fomentar o sentimento de segurança junto dos
comerciantes, através de conselhos de segurança que devem adotar nos seus espaços
comerciais. Os elementos policiais pertencentes a este programa especial atuam
diretamente com o comerciante, com o propósito de o alertar para questões essenciais
sobre potenciais criminosos (como perfis, modus operandi) e sensibilizar para adoção de
medidas de autoproteção nos estabelecimentos (como sistema de videovigilância,
grades, iluminação, disposição dos expositores de modo a garantir uma vigilância
permanente dos clientes) essenciais para a prevenção do crime, assim como cabe ao
Agente de Proximidade analisar e avaliar as condições de segurança dos
estabelecimentos e, consequentemente, averiguar as situações de risco e sinaliza-las.
34 Cfr. DE n.º 16/2006 de 26 julho. O primeiro nível de intervenção das FS corresponde a uma situação
normal, pelo que o policiamento de proximidade é exercido pelo patrulhamento apeado, pelo carro de patrulha e pelos agentes de proximidade adstritos ao MIPP. Ver Anexo E.
35 Cfr. Anexo F relativamente à estrutura orgânica do policiamento de proximidade.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
42
Os Agentes de Proximidade, no âmbito do programa Comércio Seguro, fornecem
conselhos sustentados nos princípios fundamentais de prevenção situacional e de
CPTED, relativamente a uma gestão e manipulação do espaço no sentido de reduzir as
oportunidades e recompensas ao criminoso, aliado ao aumento dos riscos de ser
detetado e punido. Esta prevenção é eficaz nos espaços comerciais, pois tem
evidenciado resultados positivos nos crimes contra o património (Clarke, 2011; Sento-Sé,
2011). Assim, é pertinente que atuação policial se direcione neste sentido da prevenção,
em especial no que concerne aos espaços comerciais.
A arquitetura dos espaços revela-se, para além da presença policial (não
ostentada), um fator essencial para a segurança efetiva e para o sentimento de
segurança (Valente, 2007). Como a atuação policial visa estes dois fatores e uma vez
que a Polícia é conhecedora da área, da criminalidade e da segurança em sentido lato, é
importante uma intervenção policial a montante no urbanismo e desenho dos espaços,
pois permite “alertar para pormenores quer no âmbito dos equipamentos (tipologias a
implementar) quer no âmbito da movimentação da massa humana para habitação, para
comércio, para exercício de profissões liberais ou para divertimento nocturno” (Valente,
2007, pp. 125-126), assim os espaços promoveriam qualidade e bem-estar bem como
“um ar de segurança imposto pela arquitectónica e pela presença física dos elementos
policiais” (Valente, 2007, p. 126). O urbanismo deve ser preventivo, ou seja, os espaços
devem ser pensados com o propósito de evitar os comportamentos antissociais (Caiado,
2013).
A prevenção situacional, assim como a CPTED, apresentam vantagens evidentes,
não obstante têm algumas limitações como o facto de existirem crimes sobre os quais
esta prevenção não é eficaz, como a violência doméstica e os crimes com motivação
racista; assim como esta prevenção leva à deslocação o crime e não à sua eliminação
(Fernandes, 2007; Gomes, 1998). Outro aspeto incide no facto destas técnicas
evidenciarem o uso de dispositivos de proteção onerosos, como o CCTV, pelo que este
tipo de prevenção só pode ser utilizado por alguns e não a população em geral, tal facto
evidencia-se no comércio tradicional face aos grandes centros comerciais.
Concluindo, cada vez mais a ação tanto da polícia como do próprio cidadão deve
incidir na prevenção, no sentido de avaliar previamente os espaços e aplicar técnicas
práticas que reduzam as oportunidades criminais e recompensas, e aumentem a
vigilância para detetar um possível infrator, de modo a dissuadi-lo da prática ilícita e,
assim, promover a segurança nesse espaço.
2.5. PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
43
Na abordagem à presente temática verificamos que se as condições propiciadores
para o crime se mantiverem torna-se irrelevante retirar os transgressores do meio, pois o
próprio meio irá fomentar que novos criminosos se formem. Assim, torna-se pertinente o
recurso ao acervo de conhecimento disponibilizado, entre outras publicações, pela DGAI
(2013) com o propósito de, através da aplicação de princípios estruturantes da prevenção
situacional e da prevenção pelo exercício de conceção e organização do espaço, suprimir
o crime e aumentar o sentimento de segurança nos espaços comerciais tradicionais.
No nosso estudo aplicamos um inquérito inspirado nos princípios da CPTED e de
prevenção situacional aos comerciantes do comércio tradicional, no sentido de avaliar as
condições securitárias que o espaço apresenta, detetar possíveis falhas na segurança e
verificar como foi pensada a prevenção do local. No âmbito da prevenção criminal nos
espaços comerciais, embora seja um trabalho de corresponsabilização e cooperação
entre comerciante e a polícia, a polícia pode detetar os problemas potenciadores de
crime e sugerir medidas de prevenção, fáceis de implementar e sem grandes custos para
os comerciantes, fazendo um controlo do crime através do local (Sherman, 1995).
Ademais, uma outra perspetiva que abordamos reside no sentimento de
(in)segurança, definido como “um conjunto de manifestações de inquietação, de
perturbação ou de medo, quer individuais, quer colectivas, cristalizadas sobre o crime”
(Lourenço, 2010, p.7), dos funcionários/gerentes do comércio tradicional e a perceção do
sentimento de (in)segurança dos clientes. As características do espaço comercial podem
potenciar ou dirimir os comportamentos antissociais e, consequentemente, o sentimento
de insegurança, por isso importa identificar, através de reportagem fotográfica, as
vulnerabilidades e dispositivos de segurança adotados para controlo do espaço.
Relativamente à atuação policial, através do programa de proximidade “Comércio
Seguro”, a PSP mantém uma relação estreita com este tipo de comércio, assegurando a
vigilância no local, contribuindo para a prevenção dos delitos, assim como para o
sentimento de segurança da população. Neste sentido, assume um papel importante no
diagnóstico da segurança do espaço comercial, assim através desta relação próxima com
o lojista, o Agente de Proximidade identifica as vulnerabilidades e dá conselhos de
segurança de modo a reduzir as oportunidades criminais e, assim, manter a loja mais
segura.
A presente investigação tem como finalidade perceber como é pensada a prevenção
nos espaços de comércio tradicional, averiguar a utilização de medidas de segurança e
falhas securitárias existentes que podem potenciar a ocorrência de crimes nesse espaço,
bem como aquilatar o sentimento de insegurança no interior dos espaços de comércio
tradicional e a verificar qual a intervenção policial nestes espaços.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
44
CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO
Neste capítulo faz-se uma abordagem ao método utilizado na presente investigação,
mencionando os intrumentos de obtenção de dados e o procedimento adotado na
aplicação dos questionários. Esta secção visa elucidar o leitor sobre o caminho seguido
na via da empiria, de modo a atingir os objetivos propostos, testar as hipóteses elencadas
e, por fim, responder à pergunta de partida da investigação.
2. OPÇÃO METODOLÓGICA
“O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior
segurança e economia, permitem alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e
verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista” (Lakatos & Marconi, 2003, p. 83). No âmago desta investigação
científica está a relação do comportamento com o espaço, no presente caso concreto,
com os espaços de comércio tradicional. Assim, pretende-se averiguar metodicamente
como é que os lojistas pensam a prevenção criminal nos seus espaços. Neste sentido,
procura-se estudar os fenómenos inseridos num contexto natural da vida real (Yin, 2001),
como o comércio, com o intuito de perceber se os comerciantes adotam medidas de
segurança, de modo a obter um espaço mais seguro e, ainda, aquilatar o sentimento de
(in)segurança dos empregados (proprietários ou funcionários) em estabelecimentos de
comércio tradicional.
Para responder à pergunta de partida da presente dissertação, respetivos objetivos
operacionais e hipóteses, sugerimos um estudo do tipo exploratório, com o intuito de
analisar as características de estabelecimentos de comércio tradicional relacionando-as
com a prevenção do comportamento antissocial. Assim, após o enquadramento da
temática, procedeu-se a uma abordagem prática quantitativa na qual o desenho da
investigação privilegiará o estudo do comércio tradicional na freguesia das Avenidas
Novas, da cidade de Lisboa. A escolha deste local de estudo deveu-se às suas próprias
características, designadamente a de ser um espaço comercial alargado, com
diversidade de comércio tradicional, algum dele muito consolidado. Por outro lado,
também pesou o facto de a investigadora ter aí realizado a sua primeira fase de estágio
prático de Aspirante a Oficial de Polícia, correspondendo à área de responsabilidade da
31.ª Esquadra – Praça de Espanha, da 5.ª Divisão do Cometlis.
Quanto às características da amostra, nomeadamente em relação ao tipo e
dimensão, optou-se por amostra não probabilística, de tipo intencional (na qual os
elementos da amostra são escolhidos pela investigadora), com uma dimensão de 60
lojas. A escolha intencional das lojas deveu-se à circunstância destas integrarem o
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
45
coração comercial da freguesia, uma espécie de quarteirão alargado em que o comércio
tem uma expressão muito relevante. Em todo o caso, para que tivéssemos obtido uma
amostra probabilística, com um erro amostral de 10% e um nível de confiança de 90%,
bastaria ter selecionado, aleatoriamente, 58 espaços comerciais desta Freguesia. Por
conseguinte, a amostra não é probabilística por opção do desenho da pesquisa, pelo
facto dos estabelecimentos terem sido escolhidos intencionalmente, mas não pela sua
dimensão.
A abordagem prática quantitativa é acompanhada por uma observação direta não
participante dos estabelecimentos e recolha de dados através de um inquérito por
questionário aplicado a 60 estabelecimentos dessa área urbana. A presente investigação
adota uma dupla dimensão, prática e teórica, com o intuito de relacionar os resultados e
conclusões de ambas e, assim, conseguir responder à pergunta de partida deste estudo.
Foi intenção averiguar se os estabelecimentos de comércio tradicional adotam
medidas de segurança, com recurso aos princípios CPTED ou outras ferramentas, assim
como verificar se os comerciantes consideram importantes as questões securitárias
aplicadas ao seu estabelecimento comercial.
3. PARTICIPANTES
Os participantes neste estudo são os lojistas do comércio tradicional situado na
freguesia das Avenidas Novas, aos quais, através de questionários, aplicados aos
gerentes ou funcionários dos estabelecimentos de comércio tradicional, foi possível fazer
uma “análise de um fenómeno [como o comércio tradicional, e] apreender melhor as
informações relativas aos indivíduos da população em questão” (Quivy & Campenhoudt,
1998, p. 189) e, por sua vez, no caso em apreço, perceber o sentimento de insegurança
através da aplicação de uma escala de segurança, incluída no referido questionário.
Segundo a publicação oficial da Junta de Freguesia das Avenidas Novas (2015), o
universo de estudo é constituído por 41536 estabelecimentos comerciais. Assim, optou-se
por analisar 60 estabelecimentos de comércio tradicional nas Avenidas Novas, que
correspondem a 16% do total de estabelecimentos desta Freguesia, distribuídos por 7
ruas. As ruas em apreço foram escolhidas tendo em consideração o número de comércio
existente, constituindo, por assim dizer, como anteriormente se referiu, o seu coração
comercial.
Foram participantes neste estudo os seis elementos afetos ao MIPP da 31.ª
Esquadra – Praça de Espanha, da 5.ª Divisão do COMETLIS, pois também se
36 Desse total, 9 são centros comerciais e 19 supermercados.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
46
deslocaram aos espaços comerciais que foram objeto de estudo e fizeram observação
direta não participante aos mesmos.
4. CORPUS
O corpus é “o conjunto dos documentos tidos em conta para serem submetidos aos
procedimentos analíticos” (Bardin, 2011, p. 122), pelo que devem ser documentos
suscetíveis de fornecer informação sobre a problemática em questão.
Para a presente investigação, o corpus da presente dissertação é constituído pelos
resultados obtidos do inquérito por questionário aplicado aos estabelecimentos de
comércio tradicional e pela observação não participante acompanhado por reportagem
fotográfica37.
5. INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS
Para o processo de análise dos dados foi necessário proceder à recolha dos dados
em fontes primárias e secundárias. As fontes primárias são os inquéritos por questionário
que permitem aferir quanto aos sistemas de segurança, frequência de furtos e roubos e
sentimento de segurança nos espaços comerciais em estudo; assim como a observação
direta não participante com reportagem fotográfica. Quanto à informação obtida através
de fontes secundárias destacam-se as estatísticas da criminalidade da PSP e os censos
da população do INE.
5.1. DADOS ESTATÍSTICOS DA CRIMINALIDADE
Os dados estatísticos da criminalidade praticada na área em estudo são referentes
ao período compreendido entre 2011 e 2015 e demonstram todo o tipo de crimes
praticado em espaços comerciais. Os dados foram fornecidos pelo Núcleo de Operações
do Cometlis (NO/Cometlis) conforme solicitação e autorização expostas em Apêndice A.
Para o presente estudo deu-se maior ênfase aos crimes contra a propriedade38
praticados nos espaços em análise pois são os que apresentam maior frequência neste
âmbito, ver Apêndice B, assim como têm impacto económico, que é fundamental na
sobrevivência do comércio, e fomentam o sentimento de insegurança. No leque de
crimes contra a propriedade apresentam-se os crimes de furto e roubo39.
As estatísticas criminais foram utilizadas como um instrumento de medição da
criminalidade, aceitando-se que a criminalidade registada nas estatísticas oficiais
37 A reportagem fotográfica foi possível nos estabelecimentos que forneceram a respetiva autorização. 38 Enquadrados no Título II do CP – Dos crimes contra o património, mais especificamente no Capítulo II
do CP – Dos crimes contra a propriedade. 39 Art. n.º 203º do CP.e art. n.º 210º do CP, respetivamente.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
47
corresponde à criminalidade aparente, ou seja, à única que verdadeiramente se pode
conhecer (Almeida, 1984). As estatísticas criminais são meramente “um indicador de
propensão dos particulares para recorrerem às instâncias oficiais de controlo, mas não
um indicador de dimensão do fenómeno criminal” (Pepinsky & Jesilow,1985 cit. in
Esteves, 1999, p. 25). Hoje assume-se a existência de cifras negras40, pois nem todos os
crimes ocorridos são reportados ou conhecidos pelas entidades judiciais ou policiais.
Neste sentido, verificam-se discrepâncias entre a criminalidade real e a registada (ou
aparente).
5.2. INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO
Enquanto método de obtenção de informação, o inquérito permite “recolher os dados,
os quais após a sua introdução na base de dados e a aplicação adequada de métodos de
análise, originam informação que se consubstanciam em resultados” (Sarmento, 2013, p.
67). Este método possibilita perceber o fenómeno em estudo, isto é, através da
informação recolhida é possível compreender a situação, no caso em concreto, dos
estabelecimentos de comércio tradicional na freguesia de Avenidas Novas.
Com o inquérito por questionário pretendeu-se apurar se o estabelecimento foi alvo
de algum furto ou roubo, saber que medidas de segurança têm, saber se a distribuição e
colocação dessas medidas foi através de especialistas na área, averiguar qual a
perceção do sentimento de segurança dos gerentes ou funcionários e dos clientes na
loja, e, por fim, perceber a intervenção da polícia nesta área e se contribuiu, segundo a
perceção dos inquiridos, para um maior grau de segurança nos estabelecimentos. Assim,
este instrumento permitiu à investigadora conhecer as dificuldades e os problemas
nesses espaços. Tendo um conhecimento mais abrangente do que os dados estatísticos
oferecem, possibilita, face às circunstâncias, propor alternativas ao espaço no sentido de
o tornar mais seguro.
Para reforçar a sua aplicabilidade, o questionário necessita de ser validado e testado.
Com efeito, após a validação, em termos de forma e conteúdo, o questionário foi alvo de
um pré-teste efetuado a cinco estabelecimentos de comércio tradicional na área em
estudo, com intuito de averiguar se as questões eram claras e percetíveis aos inquiridos
e apurar possíveis falhas aquando do preenchimento do respetivo questionário, e assim
proceder à sua alteração. Com o pré-teste foi necessário fazer algumas alterações em
algumas questões, de modo a estarem melhor enquadradas e esclarecedoras, dando
origem ao inquérito por questionário final, após testado novamente ao mesmo número de
lojistas que no pré-teste inicial e verificado que as falhas estavam solucionadas.
40 Os Inquéritos Nacionais de Vitimação (INV) possibilitam conhecer algumas das cifras negras.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
48
No inquérito por questionário, conforme Apêndice D, é feita inicialmente a
apresentação do estudo e os objetivos pretendidos com a aplicação do referido
questionário, salvaguardando o anonimato dos inquiridos e expondo a necessidade de
autorização para efeitos da reportagem fotográfica dos estabelecimentos. Este
questionário é composto por seis grupos: I) Identificação do estabelecimento; II)
Identificação do inquirido; III) Criminalidade no estabelecimento; IV) Impacto do crime e
dispositivos de segurança na loja; V) Sentimento de (in)segurança; VI) Intervenção da
policial nos espaços comerciais. Os dois primeiros grupos do questionário fazem o
enquadramento da loja em termos de distribuição espacial e de localização, e dos
inquiridos quanto ao género, idade, habilitações literárias e experiência profissional. Os
grupos seguintes são direcionados para a temática da investigação, sendo compostos no
total por 17 questões.
As questões do questionário são maioritariamente de resposta fechada; apenas três
são de resposta aberta. Algumas questões são de resposta múltipla, isto é, de entre as
alternativas expostas os inquiridos optavam pelas mais adequadas. O inquérito termina
com questões de atuação policial nos espaços de comércio, culminando numa questão
aberta, opcional, onde os inquiridos dão a sua opinião sobre a melhoria da ação da
polícia.
5.3. OBSERVAÇÃO DIRETA NÃO PARTICIPANTE COM REPORTAGEM
FOTOGRÁFICA
A observação é um processo que, de forma voluntária e racional, tendo em
consideração os objetivos, permite obter informações do objeto observado (Ketele &
Roegiers, 1993). A técnica da observação permite estudar os fenómenos em contexto
natural, verificando pormenores e tendo acesso a informação que técnicas como o
questionário não conseguem. Com efeito, a investigadora, através do contacto direto,
recolhe mais informação do contexto através dos sentidos.
“Do ponto de vista metodológico, a melhor maneira para se captar a realidade é
aquela que possibilita ao pesquisador «colocar-se no papel do outro», vendo o mundo
pela visão dos pesquisados” (Godoy, 1995, p. 61). Assim, investiga-se o fenómeno tal
como ele se apresenta.
Para o presente estudo, adotou-se a técnica de observação direta não participante,
complementada com a aplicação questionários. A primeira permite avaliar os espaços de
comércio tradicional em contexto natural, sem haver intervenção ou manipulação por
parte do observador. Este processo visa perceber, de forma mais próxima da realidade,
os fenómenos inerentes ao comércio, ou seja, perceber os mecanismos adotados para
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
49
garantir uma maior segurança e controlo do espaço. Para auxiliar esta observação
recorreu-se à reportagem fotográfica dos espaços, bem como dos sistemas de segurança
adotados, conforme Apêndice I e J. A segunda, o questionário, já mencionado na Secção
5.2., permite a generalização da aplicação de uma bateria de questões.
Assim, e em rigor, a opção recaiu sobre a prossecução de uma pesquisa com
métodos mistos (Brannen, 2005).
6. ANÁLISE DE DADOS
Com a recolha de dados obtidos nos questionários é necessário fazer o seu
tratamento, no sentido de obter informação e conhecimento sobre a realidade em estudo
e relacionar os resultados obtidos com as teorias vigentes sobre a temática. O tratamento
estatístico visa demonstrar uma realidade que servirá de suporte às considerações e
conclusões finais. Neste enlace, após o enquadramento temático e análise dos dados
obtidos com os questionários pretende-se fazer uma correlação entre as duas vertentes,
teórica e prática, no sentido de responder ao problema de investigação (Gil, 1999; Lund,
2005).
O tratamento estatístico dos dados obtidos, precedido da necessária codificação,
traduziu-se em procedimentos de análise descritiva simples, uni e bivariada, com criação
de medidas-resumo (indicadores), e ao desenvolvimento de uma escala numérica de
sentimento de insegurança. Esses dados, maioritariamente provenientes de respostas
fechadas, são apresentados em termos de frequências absolutas ou relativas em tabelas
e/ou gráficos, garantindo a transparência e percetibilidade dos mesmos. No que concerne
às questões de resposta aberta, procedeu-se a uma catalogação das respostas que
apresentavam características comuns e dominantes, com criação de categorias. Para o
tratamento estatístico dos dados recorreu-se ao software Statistical Package of Social
Sciences (IBM,@ SPSS), versão 23.0 para Windows. Para a criação prévia do ficheiro de
dados (inserção), recorreu-se ao Microsoft Office Excel. O tratamento estatístico dos
dados da criminalidade disponibilizados pela PSP, bem como a produção de todos os
gráficos foram efetuados igualmente em Excel.
7. PROCEDIMENTO
Para a materialização do estudo, promoveu-se um conjunto de iniciativas no sentido
de obter informação das diversas fontes, no sentido de palmilhar o trilho com vista à
resolução da problemática e alcance dos objetivos propostos.
Após autorização, cfr. Apêndice A, foi possível o acesso às estatísticas criminais
ocorridas em espaços comerciais na área da freguesia das Avenidas Novas, referentes
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
50
ao período entre 2011 e 2015. Com a delimitação da área de estudo procedeu-se a uma
caracterização sociodemográfica da população e da região, com recurso aos dados
obtidos nos Censos 2011 (INE, 2011). Com o auxílio dos elementos adstritos ao MIPP da
31.ª Esquadra – Praça de Espanha foi possível fazer um estudo da área no sentido de
averiguar as ruas que detinham mais comércio tradicional. Após esta análise procedeu-se
à aplicação do pré-teste, aplicado entre os dias 5 e 7 de janeiro, no período entre as
10H00 e as 17H00. Após validação do pré-teste começou-se a aplicar os questionários
aos lojistas, gerentes ou funcionários. Assim, numa primeira fase aplicaram-se 30
questionários entre o dia 10 ao dia 22 de janeiro, e numa segunda fase aplicaram-se os
restantes 30 questionários entre o dia 1 e 14 de março.
Primeiramente, fez-se uma apresentação da temática e objetivos do questionário aos
inquiridos, ademais informou-se sobre a finalidade da aplicação dos mesmos, assim
como os pressupostos do anonimato e confidencialidade das respostas. Acresce que foi
solicitada a autorização aos responsáveis da loja para a aplicação dos inquéritos e da
reportagem fotográfica ao espaço e dispositivos de segurança.
Com a autorização dos responsáveis, procedeu-se à aplicação dos inquéritos na
Avenida João Crisóstomo (10), na Avenida Ressano Garcia (10), na Avenida 5 de
Outubro (11), na Avenida Defensores de Chaves (9), na Avenida Fontes Pereira de Melo
(4), na Rua Rodrigo da Fonseca (6) e na Rua da Beneficência (10)41. A aplicação dos
inquéritos foi feita pela investigadora e preenchidos pela mesma, assim como a
reportagem fotográfica. De realçar que se respeitou o não consentimento por parte dos
lojistas para responder ao questionário e/ou fazer o registo fotográfico da loja.
Registaram-se 20 recusas no consentimento ao registo fotográfico.
Importa, ainda, salientar que durante todo o processo se procurou, ativamente, fazer
a aplicação, recolha e análise dos dados obtidos com os questionários, assim como a
reportagem fotográfica, cuidando de não olvidar a necessidade de registar alguns
pormenores obtidos através da observação e diálogo com os inquiridos, com o intuito de
completar o inquérito com informação adicional.
41 Ver Apêndice G.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
51
CAPÍTULO 3 – ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
O presente capítulo pretende apresentar os dados, recolhidos através das diferentes
fontes de informação, respeitantes ao enquadramento espacial e sóciodemográfico das
Avenidas Novas, à criminalidade ocorrida em estabelecimentos comerciais nessa urbe e
às respostas do questionário dirigido para os comerciantes. Faz-se, ainda, uma análise
dos dados, correlacionando-os, de modo a obter conclusões face ao enquadramento
teórico, que possibilitem responder aos objetivos, hipóteses e pergunta de partida desta
investigação.
3.1. LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA
A cidade de Lisboa, capital de Portugal, é a mais populosa do país. Na área
metropolitana de Lisboa residem 2821697 pessoas (INE, 2011), das quais 547733
pessoas na cidade de Lisboa. Esta cidade é um importante centro económico,
contribuindo para o desenvolvimento do País em termos financeiros, comerciais,
artísticos, educacionais, mediáticos e turísticos42.
Relativamente à sua localização, Lisboa é a capital mais ocidental da Europa. A
cidade de Lisboa é delimitada por Loures, Odivelas, Amadora e Oeiras; sendo que a sul
encontra-se a sub-região Península de Setúbal, separado de Lisboa pelo Tejo, Almada,
Seixal e Barreiro. Analisando em termos demográficos, verifica-se que as mulheres são
em maior número (54%) em relação aos homens, com idades compreendidas,
maioritariamente, entre os 25 e os 64 anos de idade (53%). A cidade de Lisboa tem um
índice de população idosa muito elevado (cerca de
23%) (INE, 2011), e este é um dos mais elevados em
termos das cidades europeias
O presente estudo tem como área de aplicação a
freguesia de Avenidas Novas, da cidade de Lisboa,
cfr. ilustra a figura 2. A denominação desta freguesia
resultou da reorganização administrativa de Lisboa
em 2012 (Lei n.º 85/2015, de 7 de agosto), com a
agregação das antigas freguesias de Nossa Senhora
de Fátima e de São Sebastião da Pedreira.
Esta freguesia tem 2,99Km2 de área com um
aglomerado populacional de 21625 habitantes, 9569
homens (44%) e 12056 mulheres (56%), resultando
numa densidade populacional de 7232,4 hab/km² (INE, 2011). A população é
marcadamente envelhecida, apresentado um índice de dependência de idosos de 41%,
42 Segundo Sousa (2015), Lisboa é a 11.ª cidade turística mais popular do mundo,
Figura 2 - Área da freguesia de Avenidas Novas com as ruas do
estudo assinaladas. Fonte: Google Maps.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
52
superior ao da cidade, e um índice de dependência de jovens de 20% (Aires, 2016). Não
obstante, as famílias e indivíduos desta freguesia apresentam um elevado grau
académico - 40% possui ensino superior. Em termos de edificado, existem prédios não
muito altos, com alojamentos cujas áreas serão relativamente grandes, porque a maioria
(60%) estão divididos em 5 ou mais divisões.
Importa referir que é uma zona com população economicamente díspar, pois existe
uma faixa da população favorável economicamente e, por outro lado, existe população
com maiores dificuldades económicas. Este último caso é evidenciado no Bairro de
Santos, separado arquitetonicamente da restante freguesia pela linha férrea, parte do
qual tem população realojada pela Câmara Municipal.
As Avenidas Novas tem como principais pontos de interesse a Fundação Calouste
Gulbenkian, a Praça de Touros Campo Pequeno, o El Corte Inglés, o Saldanha, o Palácio
das Galveias, o Parque Eduardo VII. De evidenciar, que constitui uma zona palco de
várias embaixadas e ministérios do governo. Tem, por isso, várias infraestruturas palco
de preocupações securitárias.
Nas Avenidas Novas coexistem as funções residencial e não residencial. De realçar
que representa uma área com cerca de 1850 edifícios habitacionais, mas, por outro lado,
possui uma componente comercial muito alargada, que não serve apenas os seus
moradores, motivo pelo qual foi considerada como área de estudo desta investigação.
3.2. CARACTERIZAÇÃO DA CRIMINALIDADE
A criminalidade em Portugal tem-se revelado ao longo do tempo uma realidade
sensivelmente constante. Atendendo ao Global Peace Index43 (2015), Portugal assume a
7.ª posição dos países mais seguros face à Europa44 e a 11.ª posição a nível mundial45,
num total de 162 países. Assim, Portugal foi o país que melhor se desenvolveu face aos
índices de paz, subindo cinco posições tanto no ranking mundial como europeu. Não
obstante, de acordo com o Eurobarómetro (2015), no “Public Opinion in the European
Union”, os portugueses assumem o crime como um dos problemas mais importantes
atualmente, ocupando a 9.ª posição (4%), similarmente à média da Europa que ocupa a
mesma posição (9%).
Analisando o Relatório Anual de Segurança Interna (2015), verifica-se que foram
registados 356032 participações de natureza criminal o que, relativamente a 2014,
43 O Global Peace Index mede o índice de paz que cada país ocupa, relacionando com os restantes
países a nível mundial e europeu. Consultar o Anexo A. 44 Ver figura 4, do Anexo A. 45 Ver figura 3, do Anexo A.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
53
representa um aumento de 12264 participações46, ou seja, aumentou 3,6%. De registar
que a categoria dos crimes contra o património continua, face anos transatos, a destacar-
se das restantes categorias criminais, representando 55,7% do total de crimes registados.
O crime de furto continua a ser o crime mais participado. No entanto, importa realçar que
um dos crimes mais registados, com 9208 ocorrências, é o furto em edifício comercial ou
industrial com arrombamento, escalamento ou chaves falsas.
A presente investigação logrou estudar a criminalidade registada em áreas
comerciais na freguesia de Avenidas Novas, correspondendo à área de responsabilidade
da 31.ª Esquadra da 5.ª Divisão do Cometlis. Neste aspeto, com os dados obtidos do
Núcleo de Operações do Cometlis, denota-se uma diferença acentuada dos dados
criminais nos espaços comerciais da área de estudo. Assim, conforme Apêndice B
Tabela 5, foram registados 384 ocorrências criminais no período compreendido entre
2011 e 2015, sendo que o ano de 2011 teve 2 ocorrências, os anos 2012 e 2013 tiveram
4 ocorrências cada, o ano de 2014 teve 133 ocorrências e o ano de 2015 teve 241
ocorrências. De realçar que a variação entre 2015 e 2011 é de 239 ocorrências criminais.
A diferença dos dados obtidos pode ter várias justificações. Pode dever-se à
reorganização administrativa em 2012, que agregou as freguesias de São Sebastião da
Pedreira e Nossa Senhora de Fátima, que gerou uma área das Avenidas Novas mais
extensa e com mais estabelecimentos comerciais. Uma segunda justificação pode ser a
alteração legislativa de 2013, tornando o crime de furto quando praticado “em
estabelecimento comercial, durante o período de abertura ao público, relativamente à
subtracção de coisas móveis expostas de valor diminuto e desde que tenha havido
recuperação imediata desta” (art. 207º, nº 2, do CP), desde que não seja cometido em
coautoria, crime particular, o que implica o pagamento de uma taxa de justiça (1 UC -
€102,00) para que o processo judicial tenha início, implicando custos elevados quando
comparados ao valor do produto furtado, não sendo apelativa a sua denúncia. Pode,
ainda, dever-se a uma má introdução ou tratamento dos dados, entre outras possíveis
razões.
Como podemos observar, o número de crimes em estabelecimentos tem assumido
um crescimento nos últimos anos, avaliando pelos dados disponibilizados do
NO/Cometlis. Tendo em consideração esses dados, analisou-se a frequência das
ocorrências face ao hiato temporal mês, dia da semana e período diário, quais são os
espaços temporais com maior incidência de crimes nos estabelecimentos comerciais.
46 Este número resulta do aumento de crimes registados de incêndio posto em floresta, mata, arvoredo
ou seara e da introdução do crime de maus tratos a animais de companhia e abandono, em setembro de 2014.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
54
Verificando os gráficos 6-11 do Apêndice B, os crimes, maioritariamente crimes
contra a propriedade47 (86% - 330 ocorrências), foram mais frequentes no mês de
dezembro, com 55 ocorrências, facilmente justificado pela grande afluência às lojas nas
épocas festivas de Natal e passagem de ano. Durante a semana verifica-se que a
segunda-feira (71 ocorrências) e a quinta-feira (68 ocorrências) são os dias prediletos
para o crime, e o dia com menos registo é domingo (22 ocorrências). Podemos pensar
que estabelecimentos comerciais fechados, como é o caso ao domingo, dificultam a
prática criminal, pois requerem técnicas de intrusão em estabelecimento mais
habilidosas, assim como a sua prática pode ser mais facilmente detetada. Por outro lado,
no período laboral recorre-se muitas vezes nas lojas ao furto de oportunidade, podendo
ser mais dissimulado tendo em consideração as características do espaço e do alvo,
assim como pelo número de pessoas no espaço. O período diário mais crítico é o das
14h00-15h59, com 72 ocorrências.Todavia, numa lógica agregada verifica-se que o
período da tarde e o início da noite constituem um arco temporal mais crítico, que se situa
entre as 12h00 e as 22h00.
Indubitavelmente, segundo o gráfico 11 do Apêndice B, os centros comerciais são os
mais afetados pelo crime, justificado, muitas vezes, pela grande afluência de população a
esses espaços, deixando, por outro lado, o comércio tradicional desertificado. Apesar do
elevado número de furtos, os grandes centros comerciais conseguem subsistir, uma vez
que ao adquirir produtos em grandes quantidades, conseguem obter margens de lucro
que ajudam a cobrir estas quebras. No comércio tradicional, a aquisição de produtos é
menor, assim como o número de vendas, pelo que um crime nestes espaços tem
repercussões maiores. Parece existir um efeito paradoxal da concorrência dos centros
comerciais sobre o comércio tradicional: por um lado, afastam a pequena criminalidade
(que se concentra nos primeiros); por outro, amplificam as perdas dos segundos pela
diminuição das suas margens.
Fazendo uma análise nas ruas onde foram aplicados os questionários aos espaços
comerciais na freguesia de Avenidas Novas, verifica-se, segundo o Apêndice C, que a
Avenida 5 de Outubro e a Avenida Fontes Pereira de Melo foram zonas com maior
incidência no período entre 2011 e 2015, com 15 ocorrências cada, e com menor
incidência verificada foi a Rua Rodrigo da Fonseca. De realçar que as duas primeiras
ruas possuem uma grande afluência de pessoas, tanto pedonal como de trânsito, assim
como são muito extensas. Ao invés, a Rua Rodrigo da Fonseca é menos movimentada e
extensa e importa realçar que no período noturno tem atividade associada à prostituição,
pelo que fornece algum controlo à rua nesses períodos.
47 Nos crimes contra a propriedade incluem-se os crimes de furto e roubo.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
55
Quanto aos furtos e roubos, foram registados 38 furtos e 3 roubos no período em
análise, sendo que das ruas em análise a Avenida 5 de Outubro (10 furtos e 1 roubo) e a
Avenida Fontes Pereira de Melo (11 furtos) foram os hot spots no que respeita a esta
criminalidade em espaços comerciais. Analisando a distribuição temporal destes crimes
nas ruas alvo deste estudo, verificou-se que a maior incidência destes crimes está em
2015, principalmente em meses como julho e outubro. De realçar que estes crimes
ocorrem mais frequentemente à segunda-feira, no período das 12h00-15h59, verificando-
se que à tarde, entre as 12h00-20h00, o número de furtos e roubos é superior. Os
espaços comerciais mais afetados são os centros comerciais, os supermercados e lojas
(não especificado), com 5 ocorrências cada destes crimes.
Após conhecer a criminalidade em estabelecimentos comerciais na freguesia de
Avenidas Novas da cidade de Lisboa, importa agora conhecer a realidade de alguns
estabelecimentos de comércio tradicional, no sentido de averiguar como reagem para
combater a criminalidade e como se sentem nesse espaço. É relevante perceber qual a
perceção dos comerciantes face à intervenção policial nestas lojas, e se de alguma forma
a sua atuação contribui para a segurança no comércio ou se deve melhorar em alguns
aspetos. Com efeito, recorreu-se à aplicação de questionários aos lojistas desta
freguesia.
3.3. ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS
3.3.1. CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA
Os indivíduos escolhidos para a aplicação do questionário foram os comerciantes
das lojas de comércio tradicional da freguesia de Avenidas Novas da cidade de Lisboa.
Este tipo de comércio é aquele que apresenta maiores dificuldades, pois tem vindo a
atravessar uma crise crescente com a proliferação nas áreas urbanas de centros
comerciais e grandes empresas de comércio48. O comércio tradicional não consegue
fazer face a esta concorrência, pelo que verifica-se que cada vez mais este comércio se
vê com menos clientes, e, por sua vez, com menos lucro, surgindo assim a necessidade
de controlar as quebras, em termos de segurança, com medidas preferencialmente
menos custosas mas eficazes.
Quanto às características dos lojistas inquiridos, estas podem influenciar o
conhecimento da criminalidade e aspetos securitários da loja, o sentimento de segurança
no espaço e a sua posição face à atuação policial, definiu-se algumas categorias
identificativas do inquirido. Na amostra (N=60) em análise foram inquiridos indivíduos de
48 Segundo os resultados obtidos por Guerra (2007), os comerciantes assumem como principais
problemas a falta de poder de compra dos clientes, o IVA demasiado elevado, a concorrência, a falta de segurança, e os vendedores ambulantes.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
56
ambos os géneros (n= 39, 65% do género feminino; n= 21, 35% do género masculino), cf.
Tabela 27. No que concerne à idade e percebendo que pode ser um fator fundamental na
perceção do espaço e do crime, verifica-se que a média de anos dos inquiridos encontra-
se nos 49 anos, sendo que a idade mínima se encontra nos 25 anos e a máxima nos 85
anos (cf. Tabela 28). Relativamente às habilitações literárias, de acordo com a Tabela 29,
a maioria possui o ensino secundário, representando 40% dos inquiridos (n= 24),
seguindo-se o 2.º ciclo (6.º ano) e 3.º ciclo (9.º ano) com 26,7% (n= 16), o ensino superior
com 23,3% (n= 14), e o ensino primário com 10% (n= 6).
Foram também analisadas as funções que desempenham na loja e experiência
profissional, uma vez que são fatores essenciais no que respeita ao conhecimento que
possui da loja e das medidas de prevenção que adotam. Assim foram inquiridos gerentes
(37; 61,7%), funcionários (22; 36,7 %) e subgerentes (1; 1,7%), com uma média de 22
anos de experiência no ramo comercial e uma média de 14 anos na loja observada (cf.
Tabelas 30-31).
3.3.2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL
Os 60 estabelecimentos de comércio tradicional observados e analisados estão
distribuídos por sete ruas da freguesia de Avenidas Novas, cf. Tabela 6 e Apêndice H,
sendo que 11 são da Avenida 5 de Outubro, 10 da Avenida João Crisóstomo, 10 da
Avenida Ressano Garcia, 10 da Rua da Beneficência, 9 da Avenida Defensores de
Chaves, 6 da Rua Rodrigo da Fonseca, e 4 da Avenida Fontes Pereira de Melo.
Entende-se por área comercial espacio-funcional, cf. Apêndice E, o espaço físico
onde a atividade comercial ocorre (loja) e a que corresponde um conjunto previamente
definido de regras de funcionamento e a disposição dos bens à venda, de cuja
combinatória resulta o ambiente da loja tal como uma pessoa exterior a essa organização
o pode captar.
Espacialmente verifica-se que os estabelecimentos analisados, cf. Tabelas 10-12,
possuem os atributos do comércio tradicional, pois mais de 55% das lojas têm uma área
até 40 m2, e 50% dos espaços observados tem 1 ou 2 divisões. A área da loja e o número
de divisões importam para perceber a dimensão do espaço que deve ser controlado,
assim como as divisões que, muitas vezes, não são observáveis a partir do balcão
principal e que, por isso, devem ser sujeitas uma especial atenção. Para caracterizar a
área, criou-se três categorias: loja tipo 1 (pequena) com menos de 20m2, loja tipo 2
(média) com uma área ente 20 a 40 m2, e uma loja tipo 3 (grande) com mais de 40m2.
Verificou-se que, para controlar o espaço as lojas, em 50% dos casos apenas existe 1
funcionários/gerentes por turno (cf. Tabela 13).
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
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A atividade laboral dos lojistas inquiridos inicia-se, geralmente, às 10h e termina às
19h, com um período de interrupção, em alguns casos (25% das lojas analisadas), em
regra de 60 minutos, cf. Tabela 14 e 15. Assim, verifica-se que 50% labora até 9h diárias.
Os lojistas que trabalham ao fim-de-semana, na sua maioria sábados, fazem o horário,
em regra, das 10h às 13h, sem interrupção, cf. Tabelas 16 e 17, com um tempo de
exposição em 50% dos casos de 4 horas.
Quanto ao ramo comercial das lojas, 30% são de vestuário, 21,7% são outros49,
18,3% são equipamentos, 15% são decoração e 15% são alimentares. No questionário
esta questão foi deixada com resposta aberta, no sentido de, posteriormente, proceder à
sua codificação para melhor análise dos resultados.
Um dos aspetos essenciais numa loja é a localização da caixa registadora e a
distância que esta assume em relação à porta de entrada. De realçar que a localização
da caixa registadora não assume uma tendência expressiva e relacionando com a área
da loja verifica-se que não há distinção da localização da caixa registadora face às
dimensões da loja, o que pode resultar numa vulnerabilidade, em especial para os
estabelecimentos de maiores dimensões. Quanto à distância entre o balcão principal e
porta, é importante o balcão principal estar perto da porta de entrada, pois possibilita
fazer um controlo de acessos mais eficaz e ao mesmo tempo observar a loja. Assim,
dificulta o furto de oportunidade uma vez que o seu ator pode ser detetado à saída do
estabelecimento ou então inibir-se da prática do crime perante esse controlo.
As lojas em análise têm uma distância média do balcão principal à porta de,
aproximadamente, 6 metros. Assumindo que o tempo de reação do lojista é de 2
segundos e que num espaço de 5 metros demoraria 3,16 segundos50 em passada rápida,
verifica-se que em média o lojista demoraria 5,72 segundos a chegar à porta, cf. Tabela
22. Neste hiato temporal, um delinquente que furtasse algum produto junto à porta já teria
percorrido 39,35 metros51, cf. Tabela 23. Face ao exposto, criou-se um índice de
vulnerabilidade face à distância do balcão à porta, considerando “baixa vulnerabilidade”
para distâncias inferiores a 29 metros, “média vulnerabilidade” para distâncias
compreendidas entre 29 e 44 metros, e “alta vulnerabilidade” para distâncias superiores a
44 metros. De acordo com a Tabela 2, 50% das lojas assume um índice de
vulnerabilidade entre o médio-alto, pelo que é importante intervir nestas.
49 Os ramos comerciais foram organizados em categorias, que tendo em conta a diversidade de
estabelecimentos, resultou na categoria outros, onde se inserem estabelecimentos como papelarias, tabacarias, cosmética, perfumarias, floristas e fotografia.
50 Calculado pela autora. 51 Assumiu-se o valor para percorrer 60 metros é 8,72 segundos para o género masculino e 9,97
segundos para o género feminino, conforme estudo de Gomes (2014). Como os infratores no comércio, face aos resultados do questionário, são maioritariamente do género masculino, assume-se então o valor 8,72 segundos.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
58
índice de vulnerabilidade
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid
baixa vulnerabilidade 30 50,0 50,0 50,0
média vulnerabilidade 11 18,3 18,3 68,3
alta vulnerabilidade 19 31,7 31,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 2 - Índice de vulnerabilidade dos estabelecimentos face à distância do balcão principal. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Face a esta vulnerabilidade, os lojistas após os 30 metros terão mais dificuldade em
identificar características do sujeito, para posteriormente as descrever à polícia. Apesar
de não ser estatisticamente significativa (p>0,05), muitos dos lojistas que estão no índice
de vulnerabilidade média ou alta recorrem à videovigilância. Por outro lado, os lojistas
que apresentam um índice de vulnerabilidade baixo, poucos são os que recorrem à
videovigilância, cf. Tabela 24.
Uma forma de identificar as quebras é através do inventário, pois dá informação dos
produtos adquiridos e sabendo os lucros e registo dos produtos vendidos, consegue-se
detetar certos extravios, furtos ou danos de produtos. Dos inquiridos, 88,3% afirma ter
inventário.
Verificou-se que 95% detêm seguro para questões de furtos ou roubos, ou outros
danos nas instalações. O seguro é importante para reduzir o impacto que o crime pode
provocar, os comerciantes (5%) que não o possuem estão expostos a uma
vulnerabilidade agravada aquando ocorrência de um crime no seu estabelecimento.
3.3.3. CRIMINALIDADE NO ESTABELECIMENTO
Para saber qual a frequência dos crimes de furto e roubo em estabelecimentos de
comércio tradicional, a perceção da problematização, consequências do crime de furto na
loja e detetar cifras negras, foram elaboradas 9 questões atinentes a esta temática.
Assim, verificou-se que 56,7% foi alvo de furto ou roubo, sendo que das ocorrências
apontadas 19 são primárias e pelo menos 8652 são furtos reincidentes na loja, cf. Tabelas
da 32-36. Do total de 105 ocorrências, 3 foram roubo, pelo que verifica-se que o comércio
tradicional é vítima essencialmente de furtos, sem intervenção de ameaça pelo agressor.
Analisando a frequência dos furtos e roubos foi criada uma escala ordinal, onde
consideraram-se os números de 1 a 5, em que 1 corresponde a “aumentaram muito, 2
“aumentaram”, 3 “são sensivelmente os mesmos”, 4 “diminuíram ligeiramente” e 5
“diminuíram bastante”. Com base nestes critérios, os comerciantes afirmam que o furto
diurno e o roubo têm-se mantido sensivelmente constantes ao longo dos anos: não
52 Como uma das categoria é “4 ou mais vezes” relativamente ao número de ocorrências, não é possível
quantificar exatamente o total de ocorrências.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
59
obstante o furto noturno tem aumentado muito o número de ocorrências (Tabelas 38-41).
Estes resultados evidenciam a necessidade de uma intervenção preventiva ao nível das
estruturas de segurança das lojas para combater o furto à noite, por exemplo através da
colocação de grades resistentes.
No que concerne aos alvos dos crimes no comércio tradicional, destacam-se os
furtos dos artigos mais pequenos (25%) seguindo o furto dos produtos mais caros (15%),
cf. Tabela 37. Estes resultados corroboram a teoria de Clarke (in Ekblom, 2011), sobre os
“Hot products”, pois de acordo com o acrónimo CRAVED, os produtos mais passíveis de
serem furtados são os que possuem as características: ocultável; removível; disponível;
valioso; usufruível; e descartável. Pode-se atender, também, ao acrónimo VIVA, ou seja,
para a realização do furto tem de se ter em consideração os fatores valor, inércia,
visibilidade e acessibilidade do alvo.
Numa tentativa de avaliação do impacto do crime, recorreu-se à utilização de uma
escala de 4 pontos, em que 1 significa nenhum impacto e 5 muito impacto. Verificou-se
que os crimes ocorridos nos estabelecimentos não representam impactos significativos.
Na maioria das respostas a esta questão, o crime não provoca nenhum impacto face às
afirmações respeitantes ao seguro, medidas de segurança, sazonalidade e sentimento de
insegurança. De realçar que existem alguns missing’s por não ser do conhecimento do
inquirido, como é o caso de aumentos de custos de seguro, assim como por não ser
aplicável ao estabelecimento em si, relativamente à época de saldos por exemplo (cf.
Tabelas 42-53).
Face ao fenómeno criminal, os lojistas reportaram a maioria dos roubos à polícia
(66,7%), não obstante relativamente aos furtos, que são mais predominantes, 54,5% das
respostas afirmaram que não reportaram nenhum furto ou apenas reportaram alguns
daqueles que ocorreram, cf. Tabelas 54-55. Assim, resultam as cifras negras que não
permitem ter o conhecimento efetivo da criminalidade, pois o crime registado é diferente
do crime real. Como motivos para reportar ou não as ocorrências de furto e roubo,
apontaram as seguintes:
Gráfico 2- Motivos para reportar à polícia. Gráfico 3 - Motivos para não reportar à polícia. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Elaboração própria. Face ao exposto, o lojista do comércio tradicional adota como motivos para reportar,
essencialmente, a necessidade de ser reportado/seriedade e por questões de seguro.
0 5 10 15
Necessidade de ser…
Recuperar bens
Terminar com os furtos
Questões de seguro
Obter ajuda
Outra
Motivos para reportar
0 2 4 6 8 10
Sem importância
Resolvido pelo próprio
A polícia não poderia…
Outra
Motivos para não reportar
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
60
Porém, existem algumas ocorrências que não chegam ao conhecimento da polícia,
porque assume que o crime não teve importância e/ou já foi resolvido no local. As
questões do questionário atinentes a esta temática evidenciam um conjunto de
possibilidades de resposta, dando abertura para o inquirido considerar mais do que um
motivo para reportar ou não.
Questionados os comerciantes sobre as características dos delinquentes, referiram
que não reconhecem os indivíduos que roubam e relativamente aos furtos metade dos
inquiridos vítimas admitem que reconhecem os perpetradores do crime como sendo,
essencialmente, do género masculino, com idade superior a 21 anos e atua sozinho, cf.
Tabelas 58-62.
3.3.4. MEDIDAS E DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA
Nesta secção pretende-se apresentar as medidas utilizadas para a prevenção do
crime nos estabelecimentos de comércio tradicional, qual perceção dos lojistas e que
motivos apontam para não utilizar (mais) dispositivos de segurança. O comércio é cada
vez mais adepto da utilização das medidas e dispositivos de segurança (Chambel, 2000),
tal é comprovado nas respostas dos inquiridos, pois cerca de 87% dos estabelecimentos
utilizam medidas ou dispositivos de segurança para prevenir o crime. Importa realçar que
a maioria dos estabelecimentos não foi sujeito a uma análise técnica (63%) que
permitisse fazer uma avaliação do espaço de modo a distribuir os dispositivos de
segurança face às vulnerabilidades do espaço, assim como face ao desenho e utilização
do mesmo. Para um comércio como o tradicional requerer uma avaliação técnica do
espaço representaria um encargo demasiado elevado face aos eventuais lucros que
conseguiria obter, pelo que muitos abstêm-se de o comportar.
Relativamente aos dispositivos de segurança, os lojistas consideram que não
incomodam os clientes nem afetam a imagem da loja, e, por outro lado, contribuem para
a redução da criminalidade no espaço, assim como, e consequentemente, fomentam o
sentimento de segurança dos funcionários e gerentes. No que concerne aos dispositivos
da loja, evidenciou-se, em conversa com os comerciantes, que muitos dos dispositivos
presentes na loja foram resultado da ocorrência de crimes anteriores, ou já existiam na
loja, ou por uma análise prévia que o lojista fez do espaço e das características do meio
envolvente. De realçar que, perante a Tabela 81, 87% dos estabelecimentos que não têm
dispositivos de segurança não foram alvo de furto ou roubo, e 63,5% tem dispositivos de
segurança e foi alvo de furto ou roubo. Parece controverso, mas pode ser explicado
porque muitos dos estabelecimentos que foram de crime introduzem a posteriori medidas
de segurança. Revela-se uma tendência para a prevenção pós vitimação.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
61
Quanto às medidas e dispositivos de segurança nos estabelecimentos observados,
verifica-se que os quatro dispositivos mais utilizados são os alarmes de segurança, a
videovigilância53, os sinais de aviso e as grades nas montras e portas, cf. Gráfico 4.
Gráfico 4 - Dispositivos de segurança.
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Na categoria “outro dispositivo/medida” salientam-se as seguintes medidas de
segurança utilizadas: colocação de um pilar no passeio em frente da montra para evitar
danos na montra com viaturas, vidro de montra resistente, redução do número dos
produtos mais atrativos para o furto, porta constantemente fechada (aberta apenas ao
toque de campainha), criação de zonas de acesso restrito, portas resistentes e grades
nos locais de acesso restrito.
Em resultado, procurou-se averiguar uma justificação de não utilização de (mais)
dispositivos de segurança, assim, a partir das três opções disponíveis, verificou-se que
cerca de 60% das respostas assume que a loja não precisa porque os que possui são
suficientes para prevenir o crime, cf. Tabela 78. A segunda resposta mais frequente é
muito característica do tipo de comércio em estudo, pois 25% dos comerciantes admitem
que não têm capacidade financeira para colocar ou ter mais dispositivos de segurança.
3.3.5. SENTIMENTO DE (IN)SEGURANÇA
O sentimento, enquanto fenómeno emocional, radicado na individualidade de cada
ator social tem origem numa estrutura cultural condicionada socialmente (Leal, 2010). O
sentimento de insegurança está fortemente relacionada com o crime e os sentimentos de
perturbação e inquietação que despoleta. Segundo Roché (1993), uma das razões para o
sentimento de insegurança resulta do facto de o crime atingir os indivíduos num aspeto
íntimo, ligado ao seu corpo, à sua casa e aos seus bens; assim como pode ser o
resultado de uma sociedade cujo controle social se demonstra cada vez mais frágil (Frias,
2004). Neste âmbito, importa perceber o sentimento de insegurança dos funcionários ou
gerentes e clientes dentro do espaço comercial.
Com os questionários foi possível apurar que os inquiridos se sentem
maioritariamente seguros (53%), assim como são da opinião que os clientes também se
53 Sobre as questões da videovigilância ver Chambel (2000), Guedes Valente (2000) e Vieira (2011).
Alarmes de segurança
videovigilância (CCTV)
Sinais de aviso
Grades nas portas e montras
Espelhos para vigiar os clientes
Dispositivos de segurança…
Dispositivos de segurança…
Alarmes em todos os produtos
Detetor de alarmes
Detetor de movimento
Outro dispositivo/medida
37
27
25
23
7
8
5
9
5
5
6
Dispositivos de segurança
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
62
sentem assim (50%). Apesar de não percecionarem qualquer tipo de insegurança nos
clientes o mesmo não ocorre relativamente aos funcionários, pois verifica-se que 10%
dos inquiridos se sentem inseguros dentro do estabelecimento.
O sentimento de insegurança não estabelece, de acordo com os resultados do
questionário, relações com o género, idade ou habilitações literárias. Assim, conclui-se
que a insegurança é transversal a todos os indivíduos, independentemente dos atributos
do sujeito. Não obstante, percebe-se que os lojistas que trabalham mais tempo na loja
sentem-se mais seguros, a correlação é positiva (p<0,05), cf. Tabela 85.
Apesar de se verificar que não existe relação entre ter sido vítima de furto ou roubo
com o sentimento de insegurança, revela-se que os lojistas que não possuem seguro
sentem-se mais inseguros, pois aquando o crime o impacto é maior, cf. Tabela 84.
3.3.6. INTERVENÇÃO POLICIAL EM ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS
Tendo em vista avaliar perceção dos gerentes e funcionários relativamente ao
trabalho e atuação da polícia, os inquiridos foram questionados sobre um conjunto de
itens medidos numa escala de 1 a 4, sendo que 1 é “Discordo totalmente” e 4 é
“Concordo totalmente”. Com efeito foi possível apurar que relativamente à questão sobre
se a polícia consegue controlar o crime que ocorre no comércio, 55% respondeu que
concorda, não obstante é importante ter em consideração que 45% discorda, cf. Tabela
86. Esta percentagem permite refletir que a atuação policial não se revela, face à
perceção dos comerciantes, eficaz, pelo que no questionário foi deixado um espaço livre
para o funcionário ou gerente sugerir alguma solução de melhoria da atuação policial, cf.
Tabela 93. Conclui-se que os comerciantes gostariam de um maior policiamento e
vigilância nas ruas (n=25), pois consideram importante enquanto elementos dissuasores
dos comportamentos antissociais e, consequentemente, geradores de segurança.
Gráfico 5 - Sugestões de melhoria de atuação policial Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
No combate à criminalidade, verifica-se que os lojistas estão dispostos a trabalhar
com a polícia, assim como consideram que a polícia está disposta a auxiliar com o lojista
com conselhos de autoproteção que o permitam ter o estabelecimento mais seguro,
assim como o próprio comerciante, cf. Tabelas 86-89.
A PSP com a criação do MIPP, através da Diretiva Estratégica n.º 10/2006, de 15 de
maio, procurou uma Polícia mais próxima e visível no sentido de combater os
Brevidade na resolução de participações…
Mais capacidade e autoridade policial
Mais formação pedagógica e de cidadania
Mais policiamento e vigilância policial
Mais prevenção
1
2
1
25
1
S U G E S T Õ E S D E M E L H O R I A D E A T U A Ç Ã O P O L I C I A L
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
63
comportamentos ilícitos. Para tal, o MIPP tem sob a sua alçada vários programas
especiais, de entre os quais o Comércio Seguro. O programa Comércio Seguro, entre
outras, tem como valência estabelecer contactos com os gerentes/funcionários dos
estabelecimentos comerciais e proporcionar conselhos de segurança aos mesmos de
modo a prevenir o crime e incivilidades, e por sua vez fomentar o sentimento de
insegurança. As repostas dos inquiridos face a esta temática revelam que 73% conhece
este programa, considerando-o uma iniciativa muito positiva e eficaz, pois 63% dos
lojistas admitem que o Comércio Seguro ajudou, efetivamente, a ter os seus
estabelecimentos comerciais mais seguros, cf. Tabelas 90-92.
3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo permitiu recolher algumas considerações relativas à forma como os
lojistas pensam a prevenção dos crimes nos estabelecimentos comerciais. A prevenção
deve ser olhada a dois níveis: (1) o que é comum a todas as lojas, ou seja, os elementos
de segurança base; (2) as medidas de segurança que advêm do contexto onde está
inserida a loja.
As medidas de segurança variam conforme as características que o próprio meio
oferece, pelo que se torna necessário fazer uma avaliação de risco. Assim, devem-se
considerar três níveis de risco nas lojas, por ordem de gravidade: (1) o furto por clientes,
eventual ou profissional, que corresponde à maior parte dos desvios no comércio; (2) o
furto por funcionário; e (3) o roubo, este tem um reduzido número de incidência nestes
espaços, pelo que o nível de risco acaba por ser mínimo. Pode admitir-se, ainda, um
quarto nível, que consiste no furto perpetrado por funcionários responsáveis. Estes têm,
por delegação de competências, a responsabilidade de controlar e efetuar os depósitos
do dinheiro em caixa, pelo que exige alguma confiança do proprietário.
A resposta a estes níveis de risco advém do uso de sistemas de segurança. Numa
abordagem contingencial, as medidas de segurança, influenciadas pelas circunstâncias,
são encargos que devem prevenir encargos superiores. O comércio visa sempre o lucro,
logo para os lojistas se a prevenção for mais custosa que as quebras geradas pelo crime,
estes aceitam o crime. Muitas vezes, para ter a vertente dissuasora aliado a menos
encargos, os comerciantes recorrem a câmaras de vídeo e sinais de aviso falsos.
As medidas de segurança tendem a ser meramente dissuasoras. Os comerciantes
vêm um apoio policial e judiciário reduzido, pois apesar das evidências demonstradas
pelos dispositivos de segurança, como a videovigilância, tendo em consideração as leis,
que muitas vezes limitam a atuação policial, e as penas judiciais (ausentes muitas vezes),
os delinquentes reincidem na prática criminal.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
64
Quanto às características dos indivíduos que praticam o furto eventual, que é o mais
predominante nestes estabelecimentos, percebe-se não há diferenças significativas face
ao nível social e escalão etário. Assim, o furto pontual é completamente transversal.
Relativamente aos alvos do furto, geralmente são produtos mais pequenos ou mais
caros. Com a livre circulação na loja e manuseio dos produtos, os produtos com estas
características são facilmente dissimuláveis. Estas ocorrências são facilitadas, também,
face às vulnerabilidades dos espaços comerciais, cf. Apêndice J. Assim, apresentamos
algumas sugestões de medidas de segurança a adotar no espaço, ver Tabela 3:
Vulnerabilidades Propostas de implementação Visibilidade do interior do
estabelecimento para a rua deficitária (ausência de vigilância
natural)
Reduzir o número de produtos na montra de modo a aumentar a vigilância natural para o exterior da loja. Evitar colocar os produtos
mais caros ou apetecíveis na montra (diminuir a atratividade ao ilícito)
Falta de organização do espaço (territorialidade comprometida)
Reorganização do espaço, com menos quantidade de produtos disponíveis (cria a noção de territorialidade e reduz o número de
potenciais alvos)
Existência de ângulos mortos (ausência de guardião capaz)
Eliminação de ângulos mortos através da colocação de espelhos, que permitam vigiar clientes e produtos
Balcões principais de atendimento distantes das portas
(controlo de acessos deficitário)
Colocação dos balcões de atendimento mais próximos das portas de acesso à loja, para controlar os acessos e para o funcionário ser visto pelo cliente ou potencial delinquente (cria a ideia de risco para
o crime). Ou, então, instalar dispositivos sonoros controlo de acessos, que sinalizem a entrada de clientes.
Expositores altos impedem a vigilância dos funcionários sobre
clientes, produtos e portas
Diminuir altura dos expositores de modo a aumentar a vigilância natural do espaço
Produtos fora do espaço comercial, sem vigilância
Posicionar os produtos em locais facilmente observáveis pelo funcionário. Colocar os produtos mais caros ou facilmente furtáveis
perto do balcão de atendimento.
Inexistência de dispositivos de segurança
Utilizar medidas de segurança dissuasoras do ilícito, por exemplo através de sinais de aviso. Assim, o perpetrador assume o potencial
risco de ser detetado e punido, e desiste da prática criminal.
Tabela 3 - Matriz de vulnerabilidades e propostas de implementação.
Fonte: Elaboração própria.
Portugal é visto internacionalmente como um país seguro, cf. Anexo A. O sentimento
de segurança nos espaços advém da sensação de controlo que o mesmo oferece, ou
seja, um espaço comercial com dispositivos de autoproteção fornecem maior conforto e
segurança tantos aos funcionários como aos clientes, como é comprovado nos
questionários.
Os lojistas do comércio tradicional demonstram a necessidade de um maior
policiamento e vigilância nas ruas. Como se constatou, esta solicitação não advém de um
sentimento de insegurança do funcionário ou gerente nem de uma vitimação, no entanto
pode dever-se a outro tipo de influências. O Comércio Seguro da PSP pretende garantir
uma atuação próxima do comerciante deixando alguns conselhos de segurança a adotar
na loja e consegue uma presença mais constante nas ruas, deixando-as mais policiadas.
Face ao exposto, é importante ter em consideração as questões de segurança no
espaço, tendo em análise as características do meio envolvente. Face às noções de risco
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
65
deve-se criar medidas alternativas de segurança, preferencialmente menos custosas,
para criar um ambiente seguro e, consequentemente, fomentar o sentimento de
segurança dos clientes e funcionários.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
66
CONCLUSÕES
Em contexto urbano, o comércio tradicional revela-se um elemento económico
fundamental à vitalidade das cidades, ao seu dinamismo e atração de pessoas. Contudo,
com a globalização e o aparecimento das grandes empresas comerciais, este comércio
tem sentido dificuldades em acompanhar e fazer concorrência ao grande comércio, pelo
que cada vez mais se vê abandonado e sem grandes capacidades de subsistência.
Uma cidade que pretende viva e em movimento, que se quer para as pessoas e para
a interação interpessoal, que se quer fixar jovens e com uma atividade comercial, precisa
de ser um local seguro. Sem segurança as pessoas não se fixam, os comércios não são
eficazes e sem segurança a cidade pode começar a definhar.
No âmbito da segurança, o comércio revela-se um alvo atrativo para a prática
delituosa, pois convergem, em tempo e espaço, os potenciais ofensores, os alvos e os
guardiões (Cohen & Felson, 1979). Assim, se o ofensor estiver motivado para o crime e
não existir um guardião capaz, surge a oportunidade para o crime. A esmagadora maioria
dos furtos em espaços de comércio tradicional advém desta cláusula, a oportunidade,
pelo que, sabendo que atuar sobre um agente motivado é difícil, é pertinente intervir nos
alvos e na vigilância.
Com o propósito de evitar as oportunidades criminais e provocar o endurecimento
dos alvos surge a prevenção situacional. Este tipo de prevenção assenta na teoria sobre
a racionalidade da atuação criminosa, embora não seja aplicada a todos os crimes, que
considera que o autor age de acordo com a oportunidade que se lhe oferece e concretiza
ou não a ação criminosa perante a sua análise simplificada de custo-benefício (Gil, 2007).
Aliada à prevenção situacional encontra-se a CPTED, enquanto estratégia de conceção
do espaço, com o mesmo propósito de redução das oportunidades criminais, visando a
criação de espaços seguros, incentivar ao sentimento de segurança, promover a
qualidade de vida e bem-estar do cidadão.
A prevenção situacional é conseguida numa atitude de corresponsabilização entre
lojista e polícia. A redução do crime não advém, somente, do reforço da atuação policial,
é necessário uma atuação a montante das FS (Valente, 2007), no que concerne
conselhos de segurança e gestão do espaço, assim como fazer o acompanhamento e
policiamento nas áreas comerciais, e é importante uma intervenção diária do lojista no
sentido de adotar medidas de segurança eficazes que previnam o crime nesse espaço e
detetar e informar as FS competentes aquando a prática de algum delito na sua loja, com
o intuito de a polícia ter o conhecimento, mais aproximado, do fenómeno criminal e adotar
estratégias mais direcionadas.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
67
A integração dos comerciantes e outros atores sociais nas questões da segurança,
enquanto missão conjunta, surge como uma nova estratégia de policiamento de
proximidade. Assim, sustentado na troca de informações, o policiamento de proximidade
orientado pelas informações - Intelligence-Led Policing (Ekblom, 2011; Silva, 2014)
procura averiguar os padrões de ocorrências criminais, observando relações entre
diferentes crimes, de modo a fomentar o uso de medidas de segurança eficazes para a
prevenção do crime. Esta estratégia cria um conhecimento sobre o fenómeno criminal
global e melhora a atuação preventiva a um nível micro, como numa loja de comércio
tradicional.
Na freguesia das Avenidas Novas da cidade de Lisboa, local onde se aplicou o
estudo empírico, apurou-se a realidade de 60 estabelecimentos comerciais dessa urbe. A
realidade da criminalidade nos estabelecimentos comerciais não assume uma relação
direta com o sentimento de insegurança dos comerciantes, esta repercute-se muito mais
face às fragilidades e impacto que pode advir para o comerciante (e.g. ausência de
seguro).
Neste ensejo, os comerciantes, enquanto criadores de segurança na sua loja,
intervêm através da adoção de medidas específicas de autoproteção, procurando
prevenir o crime, através da redução das oportunidades e aumento do risco, e,
simultaneamente, fomentar o sentimento de segurança e bem-estar dos funcionários e
clientes. Apesar do anseio pelo reforço de policiamento e vigilância nas ruas, como forma
de solução para o crime e elemento criador de segurança, defende-se que a prevenção
no comércio não passa por uma intervenção solitária das FS, mas sim um trabalho
conjunto entre comerciante e polícia.
Assume-se que a polícia deve intervir a priori sobre os locais de comércio, fazendo
uma primeira avaliação e sinalizando aspetos que tornem o local mais vulneráveis, de
modo a propor soluções, alvo de posterior avaliação, que possibilitem construir um local
seguro. Este processo, designado de SARA, fornece um diagnóstico do local, apontando
o problema e identificando possíveis soluções. Neste sentido, a PSP, no âmbito do
programa de proximidade Comércio Seguro, tem como valências fomentar o sentimento
de segurança, alertar para questões essenciais sobre o criminoso (como perfis, modus
operandi) e sensibilizar para adoção de medidas de autoproteção nos estabelecimentos
(como sistema de videovigilância, grades, iluminação, disposição dos expositores de
modo a garantir uma vigilância permanente dos clientes). A PSP, através dos princípios
da CPTED e da prevenção situacional, pode fornecer orientações ao comerciante de
gestão do espaço e controlo do mesmo, de modo a promover a segurança através de
medidas de segurança mais eficazes, preferencialmente menos onerosas.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
68
O comércio tradicional, cada vez mais, tem aderido à introdução, para além das
medidas informais (e.g. vigilância natural), de dispositivos de segurança formais.
Verificou-se que muitos dos estabelecimentos analisados recorrem a medidas como os
alarmes de intrusão, videovigilância, sinais de aviso e grades, de modo a prevenir o crime
fora do horário de exposição ao público e detetar ou inibir potenciais infratores no período
laboral. Os comerciantes recorrem a medidas preventivas assentes em princípios da
CPTED e de prevenção situacional. Não obstante, existem diversas vulnerabilidades nos
estabelecimentos de comércio tradicional que viabilizam o crime, como a disposição do
espaço ou produtos, em alguns casos, que impossibilita a vigilância natural ou o controlo
de acessos.
Culminada a investigação, deu-se por cumpridos os objetivos traçados, sustentados
nos diversos patamares deste estudo, com recurso de estatísticas da criminalidade e do
questionário orientado para os lojistas do comércio tradicional, com o intuito de obter a
perceção dos mesmos sobre a criminalidade e dispositivos de segurança, com o intuito
de verificar se procuram a prevenção do crime no espaço comercial e de que forma
orientam essa prevenção. Esta ferramenta de recolha de dados possibilitou aquilatar
sobre o sentimento de insegurança dos comerciantes e sobre a atuação policial neste
ramo. Como já referido, verificou-se que o sentimento de insegurança não surge de uma
relação causa-efeito das ocorrências criminais, mas percebe-se que certos fatores como
contextuais e vulnerabilidades inerentes podem fomentar esse sentimento. A atuação
policial neste ramo é vista numa dupla dimensão: primeiro, há uma consciencialização
dos comerciantes que a polícia não consegue controlar todo o crime, pelo que o
programa Comércio Seguro, apesar de não eliminar o crime, auxilia o comerciante com
conselhos de segurança e permite a visibilidade policial. Neste ensejo, percebe-se que a
proximidade policial é entendida como algo positivo e vantajoso.
Depois de cumpridos os objetivos propostos, importa responder ao problema desta
investigação:
Como se pensa a prevenção criminal no comércio tradicional em meio urbano?
Perante os resultados obtidos neste estudo, percebe-se que a prevenção é pensada,
mesmo que sucintamente, tendo por base dois tipos de segurança: a segurança informal
e a segurança formal influenciada pelo local onde o estabelecimento está inserido. Neste
enlace, como primeira conclusão retira-se que a prevenção e a introdução de medidas de
segurança variam, resultando de uma avaliação das características do contexto, ou seja,
qual o controlo e segurança que o meio oferece.
A avaliação do meio é feita por fatores de risco a que o estabelecimento possa estar
sujeito, em primeiro lugar, percebe-se que uma atividade comercial pode ser alvo de furto
por clientes. Na maioria das situações, o furto por clientes é executado pontualmente,
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
69
resultando das oportunidades que o espaço ou o guardião/funcionário oferece. Em
segundo lugar, assume-se o furto por funcionário (designado de abuso de confiança), que
aproveitando uma situação privilegiada, ausência de controlo, aproveita para fazer
desvios e obter lucro próprio. Por último, existe o roubo que assume um nível de risco
mínimo, pois a incidência desta tipologia de crime nos espaços de comércio tradicional é
muito reduzida.
Os comerciantes defendem o uso de dispositivos de segurança como medida
dissuasória e consequencialista de comportamentos antissociais. Como se sabe, uma
das regras do mercado é a obtenção de lucro, ora se o lojista, numa avaliação custo-
benefício, verificar que a introdução de dispositivos de autoproteção correspondem a um
custo superior ao suportado com os desvios resultantes do crime, o comerciante
conforma-se com a existência de crime no seu espaço. Desta leitura, conclui-se que a
introdução de medidas de segurança (formal) são encargos que visam suportar encargos
superiores, pelo que, muitas vezes, se verifica o uso sistemas de segurança falsos para
reduzir o custo associado e, simultaneamente, consegue-se a mesma função que é
dissuadir o potencial ofensor do ato criminal. Ademais, admite-se que os comerciantes
instalam dispositivos de segurança aquando vitimação de crime, ou seja, são medidas
preventivas com algum caráter reativo, pois surgem da consequência de um crime.
Aliado à ideia que os dispositivos de segurança são respostas contingenciais
exclusivamente dissuasórias surge a questão da resposta judicial face à deteção e
detenção dos praticantes deste tipo de furtos. Percebe-se que existe um
descontentamento geral pois, apesar das provas evidenciadas pelos dispositivos de
segurança (e.g. videovigilância) e os custos inerentes ao processo que o lesado tem de
suportar, verifica-se que os autores do crime, muitas vezes, não vêm uma sanção para o
seu comportamento. Desta feita, o uso de sistemas de segurança tão onerosos revela-se
irrelevante.
Relativamente à segurança do espaço e do uso dos sistemas de segurança, o
comerciante tem em consideração os aspetos elencados. Importa, também, referir que
existe alguma preocupação na disposição dos produtos, não obstante, nesta matéria o
comércio tradicional ainda revela muitas fragilidades. Os produtos mais pequenos e os
produtos mais caros devem ser colocados em locais facilmente controláveis ou em locais
de acesso condicionado. Desta forma, garante-se um maior controlo e vigilância sobre os
possíveis alvos.
Perante as conclusões evidenciadas, percebe-se que a prevenção tem por base uma
análise custo-benefício e, em muitas situações, aliada a uma vitimação prévia de um
crime. Com efeito, percebe-se que uma avaliação técnica do espaço corresponde a um
encargo muito elevado para um comércio como o tradicional, pelo que verifica-se um
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
70
acomodar dos comerciantes perante as vulnerabilidades dos espaços, ou seja, só
adotam medidas de autoproteção quando são alvo de crime e essas não se mostrem
mais onerosas que o crime. Assim, corrobora-se a hipótese 1 seguidamente
demonstrada:
H1 – No comércio tradicional, e por força das suas características intrínsecas
(económicas e sociais), prevalecem as situações de prevenção situacional
acomodatícia do sentimento de segurança dos comerciantes e que resultam menos
vezes da avaliação técnica da vulnerabilidade (exposição ao risco criminal) do
espaço comercial.
Conforme evidenciado nos resultados do questionário, corrobora-se a hipótese 2,
pois não se verificou uma relação, estatisticamente significativa, entre o estabelecimento
ser alvo de furto e ter ou não dispositivos ou medidas de segurança. Pelo que percebe-se
que a prevenção situacional e os princípios CPTED são pertinentes para a segurança dos
estabelecimentos comerciais, no entanto não os previne na sua totalidade. Isto porque
atendemos à teoria da racionalidade do perpetrador do crime, embora aplicável a muitos
autores do crime, em especial relativamente ao furto de oportunidade, não o é em termos
globais. Importa reter que é uma ferramenta essencial para a prevenção, mas não evita
todos os crimes.
H2 – As ocorrências criminais incidentes sobre o espaço comercial tradicional
não variam na relação direta com a vulnerabilidade desses espaços.
Desta forma, e no âmbito do Comércio Seguro, a PSP deve estar sensibilizada para
as questões de conceção dos espaços e de prevenção situacional dos comportamentos
sociais, aconselhando os comerciantes para a adoção de medidas de segurança
eficazes, tendo em consideração as características do comércio assim como os
elementos contextuais em que está inserido. Com efeito, apesar da PSP intervir em
primeira linha, importa trazer à responsabilidade os comerciantes no que concerne às
questões de segurança dos seus espaços e incentivá-los à cooperação com polícia no
sentido de fomentar a segurança e promover o bem-estar e qualidade nos espaços de
comércio tradicional.
No presente estudo reconhece-se como limitações a dimensão da amostra dos
questionários que se deveria aumentar de forma a obter resultados mais sustentáveis e
reflexos da realidade do comércio tradicional num todo. Outra limitação apontada
consiste na recusa dos lojistas quanto à aplicação dos questionários como ao registo
fotográfico.
Como sugestões para futuras investigações sugere-se a aplicação de um estudo
idêntico com o intuito de perceber como é pensada a prevenção nos centros comerciais,
tanto lojas como espaços comuns do edificado, e comparar com o comércio tradicional.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
71
Assim como sugere-se para trabalhos futuros, comparar a realidade comercial de uma
metrópole com uma pequena cidade, de modo a percecionar a influência do contexto no
comércio tradicional.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
72
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Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
84
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
85
ANEXOS
ANEXO A – ÍNDICE DE PAZ GLOBAL E EUROPEIA 2015
Figura 3 – Índice de Paz mundial. Fonte: Global Peace Index, 2015, p.8-9.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
86
Figura 4 – Índice de Paz europeia.
Fonte: Global Peace Index, 2015, p. 10.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
87
ANEXO B – NÍVEIS DE HIERARQUIA DO ESPAÇO
DEFENSÁVEL DE NEWMAN - DEMARCAÇÃO ENTRE ESPAÇOS
PÚBLICOS, SEMIPÚBLICOS E PRIVADOS
Figura 5 - Demarcação de espaços. Fonte: Cozens & Love, 2015.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
88
ANEXO C – PROCESSO SARA: RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS ATRAVÉS DO CPTED
O PROCESSO
SARA Resolução de problemas através CPTED
EXPLORAÇÃO
1. Identificar, definir e investigar um problema existente ou emergente.
2. Identificar as partes interessadas que devem ser envolvidas na
resolução do problema.
3. Decidir sobre a combinação de reuniões e atividades que serão
necessárias para a resolução do problema e criar uma agenda para o
desenvolvimento dos trabalhos ao longo do processo.
ANÁLISE
4. Reunir com as partes interessadas para clarificar o problema e para
definir os objetivos pretendidos com o processo.
5. Recolher e analisar os dados e as Informações acerca do problema.
6. Avaliar quaisquer ligações ou relações existentes entre o(s) problema(s)
e as condições ambientais.
RESPOSTA
7. Estabelecer os objetivos a serem alcançados através da implementação
da prevenção criminal pela conceção ambiental, ou outras estratégias.
8. Identificar estratégias alternativas para conseguir alcançar os objetivos
propostos.
9. Avaliar a praticabilidade social, política, legal, financeira, ou tecnológica
da implementação de cada estratégia.
10. Selecionar as estratégias mais promissoras e criar e adotar um plano
para o melhoramento daquelas estratégias específicas identificadas, definir
as necessidades financeiras e de outros recursos, atribuir
responsabilidades pela implementação e supervisão, destacar uma agenda
para a implementação do planeado, e estabelecer os indicadores do
sucesso.
11. Colocar em ação a(s) medida(s) mais promissora(s). Poderá ser
necessário uma combinação de respostas imediatas, melhoramentos a
curto prazo, e investimentos a longo prazo.
AVALIAÇÃO
12. Monitorizar o progresso relativo aos indicadores de sucesso
especificados no passo n.º 10.
13. Decidir se o processo necessita de ser repetido devido à falta de
progresso, ou à emergência de novos problemas.
Tabela 4 - Processo SARA. Fonte: “A Manual for Crime Prevention Through Planning and Design”, Kruger, Landman, e Liebermann
(2001). Retirado de Zham (2007, p. 13).
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
89
ANEXO D – AS 25 TÉCNICAS DE PREVENÇÃO SITUACIONAL
DO CRIME
Aumentar o esforço
Aumentar o risco
Reduzir as recompensas
Reduzir provocações
Eliminar as desculpas
1. Reforço dos alvos
Fechaduras e imobilizadores
Métodos antirroubo
Embalagens à prova de violação
6. Ampliar a proteção
Tomar precauções de rotina
Vigilância do bairro
11. Esconder os alvos
Estacionamento na rua
Transporte de ouro não marcado
16. Redução de frustração e stress
Serviço eficiente e educado
Aumentar o número de lugares sentados
Música e luzes suaves
21. Definir regras
Contratos de locação
Códigos de assédio
Registo de Hotel
2. Controlo de acessos a Instalações
Telefones à entrada
Acesso por cartão eletrónico
Triagem de bagagem
7. Assistência à vigilância natural
Melhorar a iluminação
Desenho para um espaço defensável
12. Remover os alvos
Remover o rádio do carro
17. Evitar disputas
Separar balneários de jogadores rivais
Reduzir a aglomeração de pessoas em bares
Fixar tarifas de táxis
22. Afixar instruções
“Não estacionar”
“Propriedade privada”
“Apagar fogueiras”
3. Controlo de saídas
Bilhetes para sair
Exportar de documentos
Etiquetas de mercadorias eletrónicas
8. Reduzir o anonimato
Uniformes escolares
13. Identificar a propriedade
Licença de viatura
Marcar a propriedade
18. Reduzir a ativação emocional
Encorajar o bom comportamento no campo de futebol
23. Alertar a consciência
Sinalização da velocidade na estrada
“Furto em lojas é crime”
4. Afastamento dos ofensores
Fecho de ruas
Pubs dispersos
9. Recorrer à vigilância informal
CCTV em autocarros de dois andares
Dois funcionários em lojas de conveniência
14. Dificultar as transações de mercado
Monitorização de lojas de penhores
Controlo sobre anúncios classificados
19. Neutralizar a pressão de pares
“Idiotas bebem e conduzem”
“É normal dizer não”
Dispersar os problemáticos na escola
24. Ajudar à conformidade
Sanitários públicos
Caixotes do lixo na rua
5. Controlo de ferramentas e armas
Desativar telemóveis furtados
Restringir venda de tinta spray a menores
10. Aumentar a vigilância formal
Alarmes
Seguranças privados
15. Negar benefícios
Marcadores/Identificadores de tinta em mercadorias
Limpar grafitis
Lombas
20. Desencorajar a imitação
Rápida reparação do vandalismo
Censurar a atuação ilícita
25. Controlar drogas e álcool
Eventos sem álcool
Extratores de fumo em bares
Tabela 5 - Estratégias de prevenção situacional. Fonte: Adaptado de Cornish & Clarke, 2003.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
90
ANEXO E – NÍVEIS DE INTERVENÇÃO DAS FORÇAS DE
SEGURANÇA
Figura 6 - Níveis de intervenção. Fonte: Diretiva Operacional n.º 01/2011, de 31 de Janeiro, da DN/PSP.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
91
ANEXO F – ESTRUTURA ORGÂNICA DO POLICIAMENTO
DE PROXIMIDADE
Figura 7 - Hierarquia do MIPP. Fonte: DE n.º 10/2006 de 15 de maio, da DN/PSP.
- segurança a estabelecimentos de
ensino
- delinquência juvenil
- identificação de problemas
- idosos em segurança
- comércio seguro
- violência familiar
- apoio à vítima
- acompanhamento pós-vítima
- deficientes
- identificação de problemas
- detecção de cifras negras
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
92
APÊNDICES
APÊNDICE A – AUTORIZAÇÃO DE RECOLHA DE DADOS CRIMINAIS
De: DN DEPFORM
Enviada: quarta-feira, 27 de Janeiro de 2016 16:08
Para: ISCPSI - Direcção Ensino
Cc: COMETLIS - Núcleo de Formação
Assunto: Pedido de Colaboração em Trabalho de Dissertação de Mestrado Integrado em
Ciências Policiais
Importância: Alta
Email n.º 105/JF Proc.º: 3F05 – E141/2016 Sua Referência: Oficio n.º50/SECDE/2016 Sua Comunicação: 2016.01.19 Exmo Senhor DIRETOR do ISCPSI Na sequência do pedido de colaboração em Trabalho de Dissertação de Mestrado Integrado em Ciências Policiais apresentado pelo Sr. AOP Jéssica Miranda, constante no v/Ofício em referência, encarrega-me o Exmo Senhor Diretor do Departamento de Formação de informar V.EX.ª de que, por despacho de S. Ex.º o DNA/UORH datado de 27.01.2016, está autorizada a recolha dos dados, nos moldes propostos, conforme documento, descriminados na al. a) e b) do ponto 3. do documento em anexo. Neste sentido, para efeitos de operacionalização, a interessada deverá contactar diretamente o COMETLIS. Com os melhores cumprimentos, Jorge Freitas Chefe Departamento de Formação Direcção Nacional da PSP Largo Penha de França, n.º 1 Lisboa
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
93
APÊNDICE B – CRIMINALIDADE GERAL REGISTADA NA
ÁREA EM ESTUDO (NO/COMETLIS/PSP)
2011 2012 Var. 2013 Var. 2014 Var. 2015 Var
Número de Ocorrências
2 4 2 4 0 133 129 241 112
Total de ocorrências
384 Ocorrências
Tabela 6 - Registo da criminalidade nas Avenidas Novas entre 2011 e 2015. Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
Gráfico 6 – Número de Ocorrências
nos espaços comerciais, entre 2011 a 2015, nas Avenidas
Novas. Fonte: PSP, NO/Cometlis.
Elaboração própria.
Gráfico 7 - Número de ocorrências por mês nos espaços comerciais, entre 2011 a 2015, nas Avenidas Novas. Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
Gráfico 8 - Número de ocorrências por dia da semana em estabelecimentos comerciais, entre 2011 e 2015, na freguesia de Avenidas Novas.
Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
19 23 1331 36
29 33 30 34 3645
55
N.º OCORRÊNCIAS/MÊS
Segunda-feira
Terça-feira
Quarta-feira
Quinta-feira
Sexta-feira
Sábado
Domingo
7160
5168
6448
22
Ocorrências
2 4 4
133
241
0
50
100
150
200
250
300
2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5
N.º OCORRÊNCIAS/ANO
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
94
Gráfico 9 - Número de ocorrências por período horário nos estabelecimentos comerciais, entre 2011 a 2015, nas Avenidas Novas.
Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
Gráfico 10 - Tipos de crime registados nos estabelecimentos comerciais das Avenidas Novas, entre 2011 e 2015.
Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
Gráfico 11 - Ocorrências por tipo de estabelecimento comercial, entre 211 e 2015, nas Avenidas Novas. Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
10
2
5
6
19
33
58
72
52
59
43
25
00H00-01H59
02H00-03H59
04H00-05H59
06H00-7H59
08H00-09H59
10H00-11H59
12H00-13H59
14H00-15H59
16H00-17H59
18H00-19H59
20H00-21H59
22H00-23H59
3% - 12 crimes 10% (40 crimes)
1% (2 crimes)
86% (330 crimes)
N.º Ocorrências
Crimes contra a vida em sociedade Crime contra as pessoas
Crimes contra o Estado Crimes contra a propriedade
1 2 5 1 1 1 10 10
137
1 1 1 1 2 25 2 2 7 1 1 17 4 2 11 6 1 17 3 4 1 5 3 29 2 1
66
020406080
100120140
Agê
nci
a B
ancá
ria
Arm
eiro
Dec
ora
ção
Bal
cão
Co
mer
cial
Bar
Bin
goC
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adar
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om
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téti
caC
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linic
a d
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lto
res
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smét
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Gin
ásio
Ho
tel
Lava
gem
au
toLo
jaLo
ja in
form
átic
aLo
ja C
hin
êsLo
ja m
od
aÓ
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Min
imer
cad
oA
uto
mó
veis
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Pap
elar
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mar
iaQ
uio
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eSa
pat
aria
Sup
erm
erca
do
Tab
acar
iaTa
lho
NU
LL
N.º Ocorrências
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
95
APÊNDICE C – CRIMINALIDADE REGISTADA POR RUA:
ROUBOS E FURTOS
Gráfico 12 – Ocorrências criminais totais por rua.
Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
Gráfico 13 - Furtos e roubos, entre 2011 e 2015. Tabela 7 - Número de furtos e roubos por rua. Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria. Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
Gráfico 14- Furtos e roubos, distribuição por ano e rua.
Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
8
5
6
15
15
1
6
Av. João Crisóstomo
Av. Ressano Garcia
Rua da Beneficência
Av Fontes Pereira de Melo
Av. 5 Outubro
Rua Rodrigo da Fonseca
Av. Defensores de Chaves
O C O R R Ê N C I A S / R UA
2011 2012 2013 2014 2015
Furtos 0 2 2 94 155
Roubos 0 0 0 2 7
0
2040
60
80
100
120140
160
Furtos e Roubos
23
11
32
1
1
55
46
1
1
11
2
1
0 5 10 15 20 25
2011
2013
2015
2012
2014
Furt
os
Ro
ub
os
F U R T O S E R O U B O S
Av. João Crisóstomo Av. Ressano Garcia Rua da Beneficência
Av Fontes Pereira de Melo Av. 5 Outubro Rua Rodrigo da Fonseca
Av. Defensores de Chaves
Rua Furtos Roubos
Av. João Crisóstomo 5
Av. Ressano Garcia 5
Rua da Beneficência 2 1
Av. Fontes Pereira de Melo
11
Av. 5 Outubro 10 1
Rua Rodrigo da Fonseca
1
Av. Defensores de Chaves
4 1
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
96
Gráfico 15 - Furto e roubo, distribuição por mês e rua. Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
Gráfico 16 - Furto e roubo, distribuição por dia da semana e rua Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
Gráfico 17 - Roubos e furtos, distribuídos por rua e período temporal. Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
1
12
1
11
12 1
1
1
11
4
1
13
12
11
1
31
1
1
1
2
1
1
Jan
Mar
Mai
Jul
Set
Nov
Jul
Dez
Furt
oR
ou
bo
Furto e roubo/mês
Av. João Crisóstomo Av. Ressano Garcia Rua da Beneficência
Av Fontes Pereira de Melo Av. 5 Outubro Rua Rodrigo da Fonseca
-3
2
7
12
Av. JoãoCrisóstomo
Av. RessanoGarcia
Rua daBeneficência
Av FontesPereira de
Melo
Av. 5 Outubro Rua Rodrigoda Fonseca
Av.Defensores de
Chaves
Total
Ocorrências
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo
0
2
4
6
8
10
12
Av. JoãoCrisóstomo
Av. RessanoGarcia
Rua daBeneficência
Av FontesPereira de Melo
Av. 5 Outubro Rua Rodrigo daFonseca
Av. Defensoresde Chaves
Total
Furtos e roubos/hiato temporal
00H00 - 03H59 04H00-07H59 08H00-11H59 12H00-15H59 16H00-19H59 20H00-23H59
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
97
Gráfico 18 - Número de ocorrências por loja, nas ruas em estudo da freguesia de Avenidas Novas. Fonte: PSP, NO/Cometlis. Elaboração própria.
012345
Ocorrências/loja
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
98
APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS
COMERCIANTES
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
99
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
100
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
101
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
102
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
103
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
104
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
105
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
106
APÊNDICE E – MODELO DE ANÁLISE
DIMENSÕES VARIÁVEIS QUESTÕES INDICADORES
Área comercial espacio-funcional
- Localização - Área - Divisões - N.º funcionários/gerentes por turno - Horário à semana - Horário ao fim de semana - Ramo comercial - Localização da caixa registadora - Distância do balcão principal à porta - Inventário - Seguro
Grupo I Q1-Q10
- Frequência por rua - Média de área - Caracterização da área:
o loja tipo 1 (pequena): < 20m2, o loja tipo 2 (média): 20 <área <40 m2, o loja tipo 3 (grande): > 40m2.
- Média do número de divisões - Média de funcionários por turno - Média da hora de início e fecho, e interrupção (à semana e fim de semana) - Média do total de horas de abertura ao público (à semana e fim de semana) - Distribuição por ramo comercial - Localização da caixa registadora em relação à área da loja - Distância média do balcão principal à porta - Índice de vulnerabilidade (relação entre a distância do balcão à porta e a distância percorrida pelo criminoso nesse instante)
o baixa vulnerabilidade: < 29 metros, o média vulnerabilidade: 29 < distância do balcão à
porta < 44 metros, o alta vulnerabilidade: > 44 metros
- Frequência do uso de inventário - Índice de vulnerabilidade agravada (percentagem de estabelecimentos sem seguro)
Sociodemográfica
- Género -Idade - Habilitações literárias - Funções - Anos no ramo comercial - Anos na loja
Grupo II Q1-Q6
- Distribuição por género - Média de Idades -Distribuição por grau académico - Distribuição por funções - Média de anos no ramo comercial - Média de anos na loja
Criminalidade - Alvo Grupo III - Frequência de vitimação
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
107
- Número do furto e roubo - Produtos mais furtados - Frequência do furto e roubo - Impacto do crime - Reportar à polícia - Motivos para reportar - Motivos para não reportar - Perfil do criminoso
Q1-Q9.1.c) - Frequência de revitimação -Características dos produtos mais furtados/roubados - Evolução do crime - Impacto do crime na loja - Índice de cifras negras - Distribuição dos motivos para reportar - Distribuição dos motivos para não reportar - Características do criminoso
Dispositivos de segurança
- Uso de dispositivos de segurança - Intervenção técnica - Impacto dos dispositivos de segurança na loja - Que dispositivos de segurança tem - Motivos para não utilizar (mais) dispositivos de segurança
Grupo IV Q1-Q5
- Índice de autoproteção - Relação entre o uso de dispositivos de segurança e a vitimação - Frequência da análise técnica em espaços comerciais - Distribuição de dispositivos de segurança - Frequência dos motivos para não usar (mais) dispositivos de segurança.
Sentimento de (in)segurança - Sentimento de segurança do lojista -Sentimento de segurança do cliente
Grupo V Q1 e Q2
- Nível de segurança do lojista - Relacionar a segurança do lojista com as suas características (género, idade, habilitações, experiência profissional) - Relacionar a segurança do lojista com índice de vulnerabilidade agravada (sem seguro) - Nível de segurança do cliente (perceção)
Intervenção policial no comércio
- Perceção dos lojistas sobre a atuação policial - Conhecimento do Programa Comércio Seguro - Opinião do Programa Comércio Seguro - Ajudou o Programa Comércio Seguro - Sugestões (opcional)
Grupo VI Q1-Q2.b)
- Perceção do lojista sobre a capacidade da polícia controlar o crime - Nível de cooperação lojista-polícia - Índice de reconhecimento do programa - Perceção sobre o programa - Índice de eficácia do programa - Frequência de sugestões de melhoria da atuação policial
Tabela 8 - Modelo de análise.
Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
108
APÊNDICE F – LIVRO DE CÓDIGOS DO QUESTIONÁRIO
Quest
Value
Standard Attributes Position 1
Label Número do questionário
Type Numeric
Format F5
Measurement Scale
N Valid 60
Missing 0
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Grupo I - Identificação do Estabelecimento
Locali
Value Count
Standard Attributes Position 2
Label Localização do estabelecimento GI-2
Type String
Format A26
Measurement Nominal
Valid Values Av. 5 Outubro 11
Av. Defensores de Chaves 9
Av. Fontes Pereira de Melo 4
Av. João Crisóstomo 10
Av. Ressano Garcia 10
Rua da Beneficência 10
Rua Rodrigo da Fonseca 6
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
109
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
N_gerentes
Value
Standard Attributes Position 5
Label Número de gerentes
GI-5
Type Numeric
Format F10
Measurement Scale
N Valid 60
Missing 0
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Area_Loja
Value
Standard Attributes Position 3
Label Área da loja GI-3
Type Numeric
Format F10
Measurement Scale
N Valid 60
Missing 0
N_divisoes
Value
Standard Attributes Position 4
Label Número de divisões
GI-4
Type Numeric
Format F10
Measurement Scale
N Valid 60
Missing 0
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
110
Hora_abertura
Value
Standard Attributes Position 6
Label Horário de início GI-6
Type Numeric
Format F13.2
Measurement Scale
N Valid 60
Missing 0
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Hora_break
Value
Standard Attributes Position 7
Label Horário de
interrupção GI-6
Type Numeric
Format F11.2
Measurement Scale
N Valid 15
Missing 45
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Hora_fecho
Value
Standard Attributes Position 8
Label Horário de
encerramento GI-6
Type Numeric
Format F15.2
Measurement Scale
N Valid 60
Missing 0
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
111
Hora_aberturFS
Value
Standard Attributes Position 9
Label Horário de abertura
ao fim de semana GI-
6
Type Numeric
Format F15.2
Measurement Scale
N Valid 43
Missing 17
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Hora_breakFS
Value
Standard Attributes Position 10
Label Horário de
interrupção ao fim de
semana GI-6
Type Numeric
Format F15.2
Measurement Scale
N Valid 1
Missing 59
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Hora_fechoFS
Value
Standard Attributes Position 11
Label Horário de
encerramento ao fim
de semana GI-6
Type Numeric
Format F15.2
Measurement Scale
N Valid 43
Missing 17
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
112
ramo_comercial
Value Count
Standard Attributes Position 77
Label Ramo comercial GI-6
Type String
Format A1
Measurement Nominal
Valid Values A Alimentar 9
D Decoração 9
E Equipamento 11
O Outros 13
V Vestuário 18
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Caixa_regis
Value Count
Standard Attributes Position 12
Label Localização da caixa
registadora GI-7
Type String
Format A100
Measurement Nominal
Valid Values Entrada da loja 23
Fundo da loja 21
Meio da loja 16
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Dist_bal
Value
Standard Attributes Position 13
Label Distância do balcão
principal à porta GI-8
Type Numeric
Format F8
Measurement Scale
N Valid 60
Missing 0
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
113
Invent
Value Count
Standard Attributes Position 14
Label Tem inventário GI-9
Type String
Format A6
Measurement Nominal
Valid Values Não 7
Sim 53
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Seguro
Value Count
Standard Attributes Position 15
Label Tem seguro GI-10
Type String
Format A9
Measurement Nominal
Valid Values Não 3
Sim 57
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Grupo II - Identificação do inquirido
Gener
Value Count
Standard Attributes Position 16
Label Género do inquirido
GII-1
Type String
Format A5
Measurement Nominal
Valid Values Femin 39
Mascu 21
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
114
Idade
Value
Standard Attributes Position 17
Label Idade do Inquirido
GII-2
Type Numeric
Format F23
Measurement Scale
N Valid 60
Missing 0
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Habilita
Value Count
Standard Attributes Position 18
Label Habilitações literárias
do inquirido GII-3
Type String
Format A24
Measurement Nominal
Valid Values Ensino do 2º/3º ciclo 16
Ensino Primário 6
Ensino Secundário 24
Ensino Superior 14
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Funcoes
Value Count
Standard Attributes Position 19
Label Funções do inquirido
na loja GII-4
Type String
Format A9
Measurement Nominal
Valid Values Funcionário 22
Gerente 37
Subgerente 1
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
115
Anos_ramo
Value
Standard Attributes Position 20
Label Número de anos no
ramo comercial GII-5
Type Numeric
Format F15
Measurement Scale
N Valid 60
Missing 0
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Anos_estabeleci
Value
Standard Attributes Position 21
Label Número de anos no
estabelecimento GII-6
Type Numeric
Format F15
Measurement Scale
N Valid 60
Missing 0
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Grupo III – Criminalidade no Estabelecimento
alvo_roubofurto
Value Count
Standard Attributes Position 22
Label Foi alvo de furto ou
roubo GIII-1
Type String
Format A22
Measurement Nominal
Valid Values não 26
sim 34
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
116
Roubo_diaPA
Value Count
Standard Attributes Position 23
Label Roubo dia com a
porta aberta GIII-1.1
Type Numeric
Format F13
Measurement Ordinal
Valid Values 1 1 vez 3
2 2 vezes 0
3 3 vezes 0
4 4 ou mais vezes 0
Missing Values System 57
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
roubo_noitePA
Value Count
Standard Attributes Position 24
Label Roubo noite com
porta aberta GIII-1.1
Type Numeric
Format F25
Measurement Ordinal
Valid Values 1 1 vez 0
2 2 vezes 0
3 3 vezes 0
4 4 ou mais vezes 0
Missing Values System 60
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
117
roubo_diaPF
Value Count
Standard Attributes Position 25
Label Roubo dia com porta fechada GIII-1.1
Type Numeric
Format F14
Measurement Ordinal
Valid Values 1 1 vez 0
2 2 vezes 0
3 3 vezes 0
4 4 ou mais vezes 0
Missing Values System 60
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
roubo_noitePF
Value Count
Standard Attributes Position 26
Label Roubo noite com porta fechada GIII-1.1
Type Numeric
Format F9
Measurement Ordinal
Valid Values 1 1 vez 0
2 2 vezes 0
3 3 vezes 0
4 4 ou mais vezes 0
Missing Values System 60
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
furto_dia
Value Count
Standard Attributes Position 27
Label Furto dia GIII-1.1
Type Numeric
Format F11
Measurement Ordinal
Valid Values 1 1 vez 5
2 2 vezes 5
3 3 vezes 6
4 4 ou mais vezes 8
Missing Values System 36
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
118
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
furto_noite
Value Count
Standard Attributes Position 28
Label Furto noite GIII-1.1
Type Numeric
Format F15
Measurement Ordinal
Valid Values 1 1 vez 11
2 2 vezes 6
3 3 vezes 2
4 4 ou mais vezes 1
Missing Values System 40
produtos_maisfurtados
Value Count
Standard Attributes Position 78
Label Quais os produtos mais
furtados GIII-2
Type String
Format A1
Measurement Nominal
Valid Values 26
A Alimentares 3
C Artigos mais caros 9
D Dinheiro 4
O Outros 1
P Artigos mais pequenos 15
T Tabaco/lotaria/raspadinhas 2
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
119
roubo_diaPAfreq
Value Count
Standard Attributes Position 29
Label Frequência do roubo
dia com porta aberta
GIII-3
Type Numeric
Format F17
Measurement Ordinal
Valid Values 1 Diminuíram bastante 0
2 Diminuíram
ligeiramente
0
3 São sensivelmente as
mesmas
3
4 Aumentaram 0
5 Aumentaram muito 0
Missing Values System 57
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
roubo_noitePAfr
Value Count
Standard Attributes Position 30
Label Frequência do roubo
noite com porta
aberta GIII-3
Type Numeric
Format F15
Measurement Ordinal
Valid Values 1 Diminuíram bastante 0
2 Diminuíram
ligeiramente
0
3 São sensivelmente as
mesmas
0
4 Aumentaram 0
5 Aumentaram muito 0
Missing Values System 60
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
120
roubo_diaPFfreq
Value Count
Standard Attributes Position 31
Label Frequência do roubo
dia com porta fechada
GIII-3
Type Numeric
Format F18
Measurement Ordinal
Valid Values 0 Aumentaram 0
1 Diminuíram bastante 0
2 Diminuíram
ligeiramente
0
3 São sensivelmente as
mesmas
0
5 Aumentaram muito 0
Missing Values System 60
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
roubo_noitePFfreq
Value Count
Standard Attributes Position 32
Label Frequência do roubo
noite com porta
fechada GIII-3
Type Numeric
Format F13
Measurement Ordinal
Valid Values 0 Aumentaram 0
1 Diminuíram bastante 0
2 Diminuíram ligeiramente 0
3 São sensivelmente as mesmas 0
5 Aumentaram muito 0
Missing Values System 60
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
121
furto_diafreq
Value Count
Standard Attributes Position 33
Label Frequência furto dia
GIII-3
Type Numeric
Format F15
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Diminuíram bastante 5
2 Diminuíram ligeiramente 5
3 São sensivelmente as mesmas 7
4 Aumentaram 4
5 Aumentaram muito 2
Missing Values System 37
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
furto_noitefreq
Value Count
Standard Attributes Position 34
Label Frequência furto noite
GIII-3
Type Numeric
Format F12
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Diminuíram bastante 8
2 Diminuíram ligeiramente 6
3 São sensivelmente as mesmas 5
5 Aumentaram muito 1
Missing Values System 40
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
122
custo
Value Count
Standard Attributes Position 35
Label Impacto custo do
seguro GIII-4
Type Numeric
Format F5
Measurement Ordinal
Valid Values 1 Nenhum impacto 19
2 Pouco impacto 3
3 Algum impacto 8
4 Muito impacto 2
Missing Values System 28
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
danos
Value Count
Standard Attributes Position 36
Label Impacto danos de
produtos GIII-4
Type Numeric
Format F17
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 23
3 Algum impacto 9
4 Muito impacto 2
Missing Values System 26
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
123
danos_inst
Value Count
Standard Attributes Position 37
Label Impacto danos nas
instalações GIII-4
Type Numeric
Format F9
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 16
3 Algum impacto 11
4 Muito impacto 7
Missing Values System 26
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Reputação
Value Count
Standard Attributes Position 38
Label Impacto reputação da
loja GIII-4
Type Numeric
Format F16
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 31
2 Pouco impacto 1
3 Algum impacto 2
Missing Values System 26
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
124
Alter_dispos
Value Count
Standard Attributes Position 39
Label Impacto alteração da
disposição dos
produtos GIII-4
Type Numeric
Format F12
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 16
2 Pouco impacto 1
3 Algum impacto 7
4 Muito impacto 10
Missing Values System 26
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Alter_design
Value Count
Standard Attributes Position 40
Label Impacto alteração no design da
loja GIII-4
Type Numeric
Format F16
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 24
2 Pouco impacto 1
3 Algum impacto 3
4 Muito impacto 6
Missing Values System 26
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
125
custos_seguranca
Value Count
Standard Attributes Position 41
Label Impacto custos em segurança
GIII-4
Type Numeric
Format F26
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 22
2 Pouco impacto 1
3 Algum impacto 6
4 Muito impacto 4
Missing Values System 27
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
sentim_inseguranc
Value Count
Standard Attributes Position 42
Label Impacto no sentimento de
insegurança dos
funcionários/gerentes GIII-4
Type Numeric
Format F17
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 32
3 Algum impacto 1
4 Muito impacto 1
Missing Values System 26
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
126
dificul_cont
Value Count
Standard Attributes Position 43
Label Impacto dificuldades em
contratar funcionários GIII-4
Type Numeric
Format F12
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 30
2 Pouco impacto 1
3 Algum impacto 2
4 Muito impacto 1
Missing Values System 26
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
epoca_saldos
Value Count
Standard Attributes Position 44
Label Impacto na época de saldos
GIII-4
Type Numeric
Format F15
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 22
3 Algum impacto 2
4 Muito impacto 2
Missing Values System 34
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
127
epoca_festivas
Value Count
Standard Attributes Position 45
Label Impacto nas épocas festivas
GIII-4
Type Numeric
Format F20
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 26
3 Algum impacto 1
4 Muito impacto 4
Missing Values System 29
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
lucros
Value Count
Standard Attributes Position 46
Label Impacto sobre os lucros GIII-4
Type Numeric
Format F6
Measurement Ordinal
Valid Values 0 0
1 Nenhum impacto 22
4 Muito impacto 9
Missing Values System 29
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
128
roubos
Value Count
Standard Attributes Position 47
Label Reportou à polícia os roubos
GIII-5.1
Type Numeric
Format F6
Measurement Ordinal
Valid Values 1 Nenhum roubo foi reportado 1
2 Alguns roubos foram
reportados
0
3 A maioria dos roubos foram
reportados
0
4 Os roubos foram sempre
reportados
2
Missing Values System 57
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
furtos
Value Count
Standard Attributes Position 48
Label Reportou à polícia os
furtos GIII-5.2
Type Numeric
Format F40
Measurement Ordinal
Valid Values 1 Nenhum furto foi
reportado
9
2 Alguns furtos foram
reportados
9
3 A maioria dos furtos
foram reportados
3
4 Os furtos foram
sempre reportados
12
Missing Values System 27
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
129
necess_denuncia
Value
Standard Attributes Position 79
Label Necessidade de ser
denunciado/Seriedad
e GIII-6
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 15
Missing 45
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
recup_bens
Value
Standard Attributes Position 80
Label Recuperar bens GIII-
6
Type Numeric
Format F39
Measurement Scale
N Valid 6
Missing 54
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
term_furtos
Value
Standard Attributes Position 81
Label Terminar com os
furtos GIII - 6
Type Numeric
Format F22
Measurement Scale
N Valid 2
Missing 58
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
130
quest_segu
Value
Standard Attributes Position 82
Label Questões de seguro
GIII-6
Type Numeric
Format F23
Measurement Scale
N Valid 10
Missing 50
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
obter_ajuda
Value
Standard Attributes Position 83
Label Obter ajuda GIII-6
Type Numeric
Format F11
Measurement Scale
N Valid 5
Missing 55
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Outra
Value
Standard Attributes Position 84
Label Outra GIII-6
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 3
Missing 57
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
131
sem_importância
Value
Standard Attributes Position 49
Label Sem importância GIII-
7
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 9
Missing 51
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
resolvido_próprio
Value
Standard Attributes Position 50
Label Resolvido pelo
próprio GIII-7
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 6
Missing 54
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
polícia_naofazernada
Value
Standard Attributes Position 51
Label A polícia não poderia
fazer nada GIII-7
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 4
Missing 56
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
132
outras_razoes
Value
Standard Attributes Position 52
Label Outras razões GIII-7
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 1
Missing 59
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
profile_rouba
Value Count
Standard Attributes Position 53
Label Conhece as
características de
quem rouba GIII-8
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid Values 57
não 3
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
profile_furta
Value Count
Standard Attributes Position 54
Label Conhece as
características de
quem furta GIII-9
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid Values 29
Não 15
Sim 16
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
133
Genero_rouba
Value Count
Standard Attributes Position 55
Label Género de quem
rouba GIII-8.1a
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid Values 60
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Idade_rouba
Value Count
Standard Attributes Position 56
Label Idade de quem rouba
GIII-8.1b
Type Numeric
Format F40
Measurement Ordinal
Valid Values 1 Menos de 16 anos 0
2 Entre 16 e 21 anos 0
3 Mais de 21 anos 0
Missing Values System 60
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Modus_operandirouba
Value Count
Standard Attributes Position 57
Label Modus operandi de
quem rouba GIII-8.1c
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid Values 60
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
134
Genero_furta
Value Count
Standard Attributes Position 58
Label Género de quem furta
GIII-9.1a
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid Values 44
Feminino 4
Masculino 12
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Idade_furta
Value Count
Standard Attributes Position 59
Label Idade de quem furta
GIII-9.1b
Type Numeric
Format F40
Measurement Ordinal
Valid Values 1 Menos de 16 anos 1
2 Entre 16 e 21 anos 2
3 Mais de 21 anos 14
Missing Values System 43
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Modus_operandifurta
Value Count
Standard Attributes Position 60
Label Modus operandi de
quem furta GIII-9.1c
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid Values 44
Em grupo 5
Sozinho 11
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
135
Grupo IV – Dispositivos de segurança
disposit_seguranca
Value Count
Standar
d
Attribute
s
Position 61
Label Tem dispositivos de segurança GIV-1
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid
Values
Não 8
Sim 52
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
analist_tecnica
Value Count
Standard
Attributes
Position 62
Label Foi sujeito a uma análise técnica GIV-2
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid
Values
9
Não 38
Sim 13
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
afeta_imagem
Value Count
Standard
Attributes
Position 63
Label Os dispositivos de segurança
afetam a imagem da loja GIV-3
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid
Values
9
Concordo 2
Concordo totalmente 2
Discordo 2
Discordo totalmente 45
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
136
incomoda_clientes
Value Count
Standard
Attributes
Position 64
Label Os dispositivos de segurança
incomodam os clientes GIV-3
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid
Values
9
Concordo 1
Discordo 6
Discordo totalmente 44
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
diminui_crime
Value Count
Standard
Attributes
Position 65
Label Os dispositivos de segurança contribuem
para a diminuição do crime GIV-3
Type String
Format A27
Measurement Nominal
Valid Values 8
Concordo totalmente 32
Concordo 15
Discordo 1
Discordo totalmente 4
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
137
fomenta_sentimentoseguranca
Value Count
Standard
Attributes
Position 66
Label Os dispositivos de segurança fomentam o
sentimento de segurança dos funcionários GIV-3
Type String
Format A52
Measurement Nominal
Valid Values 8
Concordo 14
Concordo totalmente 21
Discordo 6
Discordo totalmente 11
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
alarme
Value
Standard Attributes Position 86
Label Alarme de segurança
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 37
Missing 23
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
CCTV
Value
Standard Attributes Position 87
Label CCTV
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 27
Missing 33
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
138
sinais_aviso
Value
Standard Attributes Position 88
Label Sinais de aviso
Type Numeric
Format F28
Measurement Scale
N Valid 25
Missing 35
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Grades
Value
Standard Attributes Position 89
Label Grades nas portas e/ou montra
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 23
Missing 37
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Espelho
Value
Standard Attributes Position 90
Label Espelhos para vigiar os clientes
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 7
Missing 53
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
139
disp_caros
Value
Standard
Attributes
Position 91
Label Dispositivos de segurança adicionais
para os produtos mais caros
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 8
Missing 52
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
disp_furtadosroubados
Value
Standard
Attributes
Position 92
Label Dispositivos de segurança adicionais
para os produtos mais furtados/roubados
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 5
Missing 55
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
alarmes_todoprod
Value
Standard Attributes Position 93
Label Alarmes em todos os produtos
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 9
Missing 51
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
140
detet_alarm
Value
Standard Attributes Position 94
Label Detetor de alarmes
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 5
Missing 55
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
detet_movim
Value
Standard Attributes Position 95
Label Detetor de movimento
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 5
Missing 55
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Outro
Value
Standard Attributes Position 96
Label Outro dispositivo/medida
Type Numeric
Format F40
Measurement Scale
N Valid 6
Missing 54
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
141
motiv_sistemas
Value Count
Standard
Attributes
Position 67
Label Motivos para não utilizar (mais)
sistemas de segurança GIV-5
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid
Values
A loja não precisa de dispositivos de segurança 8
Não precisa, porque os que possui são suficientes. 37
Não tem capacidade financeira 15
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Grupo V- Sentimento de (in)segurança
sente_dentroestabelec
Value Count
Standard
Attributes
Position 68
Label Sentimento de (in)segurança dos funcionários/gerentes GV-1
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid
Values
Missing 1
6 Completamente Seguro
10
3 Inseguro
6
5 Muito Seguro
11
4 Seguro
32
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
sente_dentroestabeleccliente
Value Count
Standard
Attributes
Position 69
Label Sentimento de (in)segurança dos clientes GV- 2
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid
Values
Missing 1
6 Completamente Seguro
17
5 Muito Seguro
12
4 Seguro
30
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
142
Grupo VI – Intervenção policial
policia_control
Value Count
Standard Attributes Position 70
Label A polícia consegue
controlar o crime GVI-1
Type String
Format A19
Measurement Nominal
Valid Values 3 Concordo
22
4 Concordo totalmente
11
2 Discordo
11
1 Discordo totalmente
16
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
policia_cooper
Value Count
Standard Attributes Position 71
Label A polícia coopera com
os lojistas GVI-1
Type String
Format A19
Measurement Nominal
Valid Values 3 Concordo
21
4 Concordo Totalmente
28
2 Discordo
5
1 Discordo totalmente
6
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
143
lojistas_cooper
Value
Coun
t
Standard
Attributes
Position 72
Label Os lojistas cooperam com a polícia GVI-1
Type String
Format A19
Measurement Nominal
Valid
Values
3 Concordo
14
4 Concordo Totalmente
44
1 Discordo totalmente
2
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
conselh_seguranca
Value Count
Standard
Attributes
Position 73
Label A polícia dá conselhos de segurança GVI-1
Type String
Format A18
Measurement Nominal
Valid
Values
3 Concordo
16
3 Concordo Totalmente
34
2 Discordo
3
1 Discordo totalmente
7
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
144
Conhec_ComerSe
Value Count
Standard
Attributes
Position 74
Label Conhece o programa Comércio Seguro da PSP GVI-2
Type String
Format A14
Measurement Nominal
Valid
Values
Não 16
Sim 44
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
opini
Value Count
Standard Attributes Position 75
Label Qual a sua opinião GVI-2a
Type String
Format A5
Measurement Nominal
Valid Values 16
Menos Positiva 3
Muito Positiva 21
Positiva 20
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
145
ajuda
Value Count
Standard
Attributes
Position 76
Label Ajudou a ter o estabelecimento seguro GVI-2b
Type String
Format A5
Measurement Nominal
Valid
Values
16
Não 6
Sim 38
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
sugest_atuacaopolicial
Value Count
Standard
Attributes
Position 97
Label Sugestões de melhoria da
atuação policial
Type String
Format A80
Measurement Nominal
Valid
Values
30
Brevidade na resolução de participações feitas 1
Mais capacidade e autoridade policial 2
Mais formação pedagógica e de cidadania policial 1
Mais policiamento e vigilância policial 25
Mais prevenção 1
Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
146
APÊNDICE G – RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO
Grupo I - Identificação do estabelecimento
Frequency
Valid Av. 5 Outubro 11
Av. Defensores de Chaves 9
Av. Fontes Pereira de Melo 4
Av. João Crisóstomo 10
Av. Ressano Garcia 10
Rua da Beneficência 10
Rua Rodrigo da Fonseca 6
Total 60
Tabela 9 - Localização da loja. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Área da loja GI-3
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 5 1 1,7 1,7 1,7
9 1 1,7 1,7 3,3
10 2 3,3 3,3 6,7
11 1 1,7 1,7 8,3
12 2 3,3 3,3 11,7
15 5 8,3 8,3 20,0
17 1 1,7 1,7 21,7
18 1 1,7 1,7 23,3
20 4 6,7 6,7 30,0
25 5 8,3 8,3 38,3
30 4 6,7 6,7 45,0
35 1 1,7 1,7 46,7
40 5 8,3 8,3 55,0
43 1 1,7 1,7 56,7
45 1 1,7 1,7 58,3
50 5 8,3 8,3 66,7
60 3 5,0 5,0 71,7
80 1 1,7 1,7 73,3
85 1 1,7 1,7 75,0
100 2 3,3 3,3 78,3
120 1 1,7 1,7 80,0
150 2 3,3 3,3 83,3
160 1 1,7 1,7 85,0
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
147
200 5 8,3 8,3 93,3
300 1 1,7 1,7 95,0
400 1 1,7 1,7 96,7
500 1 1,7 1,7 98,3
1700 1 1,7 1,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 10 - Área da loja. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Número de divisões GI-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 10 16,7 16,7 16,7
2 20 33,3 33,3 50,0
3 17 28,3 28,3 78,3
4 6 10,0 10,0 88,3
5 4 6,7 6,7 95,0
6 1 1,7 1,7 96,7
7 1 1,7 1,7 98,3
8 1 1,7 1,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 11- Número de divisões. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Área da loja GI-3 Número de divisões GI-4
N Válido 60 60
Omisso 0 0
Média 101,70 2,77
Mediana 40,00 2,50
Moda 15a 2
Desvio Padrão 230,520 1,477
Mínimo 5 1
Máximo 1700 8
a. Há várias modas. O menor valor é mostrado Tabela 12 - Área da loja e número de divisões. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
148
Número de gerentes GI-5
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 30 50,0 50,0 50,0
2 18 30,0 30,0 80,0
3 3 5,0 5,0 85,0
4 3 5,0 5,0 90,0
5 3 5,0 5,0 95,0
6 1 1,7 1,7 96,7
15 2 3,3 3,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 13 - Número de gerentes/funcionários por turno. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Horário de
início GI-6
Horário de
interrupção GI-6
Horário de
encerramento
GI-6
N Válido 60 60 60
Omisso 0 0 0
Média 9,3792 ,28 19,1833
Mediana 9,3000 ,00 19,0000
Moda 10,00 0 19,00
Mínimo 7,00 0 17,00
Máximo 10,30 2 26,00
Tabela 14 - Horário à semana. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
tempo de exposição nos dias úteis
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 7,70 1 1,7 1,7 1,7
8,00 13 21,7 21,7 23,3
8,30 1 1,7 1,7 25,0
8,70 1 1,7 1,7 26,7
9,00 15 25,0 25,0 51,7
9,70 3 5,0 5,0 56,7
10,00 16 26,7 26,7 83,3
10,15 1 1,7 1,7 85,0
10,30 1 1,7 1,7 86,7
11,00 4 6,7 6,7 93,3
11,30 1 1,7 1,7 95,0
12,70 1 1,7 1,7 96,7
13,00 1 1,7 1,7 98,3
17,00 1 1,7 1,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
149
Estatísticas
tempo de exposição nos dias úteis
N Válido 60
Omisso 0
Média 9,5208
Mediana 9,0000
Moda 10,00
Mínimo 7,70
Máximo 17,00
Tabela 15 - Tempo de exposição à semana. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Horário de abertura ao
fim de semana GI-6
Horário de
interrupção ao fim
de semana GI-6
Horário de
encerramento ao fim
de semana GI-6
N Válido 43 60 43
Omisso 17 0 17
Média 9,3128 ,02 15,4907
Mediana 9,3000 ,00 13,3000
Moda 10,00 0 13,00
Mínimo 7,00 0 13,00
Máximo 10,30 1 26,00
Tabela 16 - Horário ao fim de semana. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
tempo de exposição no fim-de-semana
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 2,70 1 1,7 2,3 2,3
3,00 8 13,3 18,6 20,9
3,70 1 1,7 2,3 23,3
4,00 12 20,0 27,9 51,2
4,70 1 1,7 2,3 53,5
4,85 1 1,7 2,3 55,8
5,00 2 3,3 4,7 60,5
5,30 1 1,7 2,3 62,8
5,70 1 1,7 2,3 65,1
8,00 2 3,3 4,7 69,8
9,00 5 8,3 11,6 81,4
10,00 5 8,3 11,6 93,0
13,00 1 1,7 2,3 95,3
14,70 1 1,7 2,3 97,7
17,00 1 1,7 2,3 100,0
Total 43 71,7 100,0
Missing System 17 28,3
Total 60 100,0
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
150
tempo de exposição no fim-de-semana
N Valid 43
Missing 17
Mean 6,1547
Median 4,0000
Mode 4,00
Minimum 2,70
Maximum 17,00
Tabela 17 - Tempo de exposição ao fim-de-semana. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Localização da caixa registadora GI-7
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Entrada da loja 23 38,3 38,3 38,3
Fundo da loja 21 35,0 35,0 73,3
Meio da loja 16 26,7 26,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 18 - Localização da caixa registadora. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
tipo de loja * Localização da caixa registadora GI-7 Crosstabulation
Localização da caixa registadora GI-7
Total Entrada da loja Fundo da loja Meio da loja
tipo de
loja
loja
pequena
Count 5 9 4 18
% within tipo
de loja
27,8% 50,0% 22,2% 100,0%
loja média Count 6 3 6 15
% within tipo
de loja
40,0% 20,0% 40,0% 100,0%
loja grande Count 12 9 6 27
% within tipo
de loja
44,4% 33,3% 22,2% 100,0%
Total Count 23 21 16 60
% within tipo
de loja
38,3% 35,0% 26,7% 100,0%
Tabela 19 - Tipo de loja e localização da caixa registadora. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
151
Distância do balcão principal à porta GI-8
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 6 10,0 10,0 10,0
2 13 21,7 21,7 31,7
3 11 18,3 18,3 50,0
4 2 3,3 3,3 53,3
5 9 15,0 15,0 68,3
7 6 10,0 10,0 78,3
8 1 1,7 1,7 80,0
10 5 8,3 8,3 88,3
15 3 5,0 5,0 93,3
20 3 5,0 5,0 98,3
30 1 1,7 1,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 20 - Distância do balcão principal à loja. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Distância do balcão principal à porta GI-8 * tipo de loja Crosstabulation
tipo de loja
Total
loja
pequena
loja
média
loja
grande
Distância
do balcão principal
à porta GI-8
1 Count 2 2 2 6
Expected Count 1,8 1,5 2,7 6,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 33,3% 33,3% 33,3% 100,0%
Adjusted Residual ,2 ,5 -,6
2 Count 7 5 1 13
Expected Count 3,9 3,3 5,9 13,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 53,8% 38,5% 7,7% 100,0%
Adjusted Residual 2,1 1,3 -3,1
3 Count 6 0 5 11
Expected Count 3,3 2,8 5,0 11,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 54,5% 0,0% 45,5% 100,0%
Adjusted Residual 2,0 -2,1 ,0
4 Count 0 1 1 2
Expected Count ,6 ,5 ,9 2,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 0,0% 50,0% 50,0% 100,0%
Adjusted Residual -,9 ,8 ,1
5 Count 0 3 6 9
Expected Count 2,7 2,3 4,1 9,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 0,0% 33,3% 66,7% 100,0%
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
152
Adjusted Residual -2,1 ,6 1,4
7 Count 2 3 1 6
Expected Count 1,8 1,5 2,7 6,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 33,3% 50,0% 16,7% 100,0%
Adjusted Residual ,2 1,5 -1,5
8 Count 0 1 0 1
Expected Count ,3 ,3 ,5 1,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 0,0% 100,0
%
0,0% 100,0%
Adjusted Residual -,7 1,7 -,9
1
0
Count 1 0 4 5
Expected Count 1,5 1,3 2,3 5,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 20,0% 0,0% 80,0% 100,0%
Adjusted Residual -,5 -1,3 1,6
1
5
Count 0 0 3 3
Expected Count ,9 ,8 1,4 3,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 0,0% 0,0% 100,0
%
100,0%
Adjusted Residual -1,2 -1,0 2,0
2
0
Count 0 0 3 3
Expected Count ,9 ,8 1,4 3,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 0,0% 0,0% 100,0
%
100,0%
Adjusted Residual -1,2 -1,0 2,0
3
0
Count 0 0 1 1
Expected Count ,3 ,3 ,5 1,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 0,0% 0,0% 100,0
%
100,0%
Adjusted Residual -,7 -,6 1,1
Total Count 18 15 27 60
Expected Count 18,0 15,0 27,0 60,0
% within Distância do balcão principal à porta GI-8 30,0% 25,0% 45,0% 100,0%
Chi-Square Tests
Value df Asymp. Sig. (2-sided)
Pearson Chi-Square 34,683a 20 ,022
Likelihood Ratio 44,987 20 ,001
Linear-by-Linear Association 10,557 1 ,001
N of Valid Cases 60
a. 32 cells (97,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is ,25. Tabela 21 - Área da loja e distância à porta. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
153
Tempo de chegada à porta
N Valid 60
Missing 0
Mean 5,7183
Median 4,2120
Mode 3,26
Minimum 2,63
Maximum 20,96
Percentiles 25 3,2640
50 4,2120
75 6,4240
Tempo de chegada à porta
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 2,63 6 10,0 10,0 10,0
3,26 13 21,7 21,7 31,7
3,90 11 18,3 18,3 50,0
4,53 2 3,3 3,3 53,3
5,16 9 15,0 15,0 68,3
6,42 6 10,0 10,0 78,3
7,06 1 1,7 1,7 80,0
8,32 5 8,3 8,3 88,3
11,48 3 5,0 5,0 93,3
14,64 3 5,0 5,0 98,3
20,96 1 1,7 1,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 22 - Tempo de chegada do lojista à porta. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
154
fuga
Frequen
cy Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid 18,11 6 10,0 10,0 10,0
22,46 13 21,7 21,7 31,7
26,81 11 18,3 18,3 50,0
31,16 2 3,3 3,3 53,3
35,50 9 15,0 15,0 68,3
44,20 6 10,0 10,0 78,3
48,55 1 1,7 1,7 80,0
57,25 5 8,3 8,3 88,3
78,99 3 5,0 5,0 93,3
100,7
3
3 5,0 5,0 98,3
144,2
2
1 1,7 1,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 23 - Distância percorrida pelo perpetrador do furto ou roubo. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
índice de vulnerabilidade * CCTV Crosstabulation
CCTV
Total sim não
índice de
vulnerabilidade
baixa
vulnerabilidade
Count 9 13 22
Expected Count 11,9 10,1 22,0
% within índice de vulnerabilidade 40,9% 59,1% 100,0%
% within CCTV 33,3% 56,5% 44,0%
% of Total 18,0% 26,0% 44,0%
Adjusted Residual -1,6 1,6
média
vulnerabilidade
Count 7 3 10
Expected Count 5,4 4,6 10,0
% within índice de vulnerabilidade 70,0% 30,0% 100,0%
% within CCTV 25,9% 13,0% 20,0%
% of Total 14,0% 6,0% 20,0%
Adjusted Residual 1,1 -1,1
alta
vulnerabilidade
Count 11 7 18
Expected Count 9,7 8,3 18,0
% within índice de vulnerabilidade 61,1% 38,9% 100,0%
% within CCTV 40,7% 30,4% 36,0%
Fuga
N Valid 60
Missing 0
Mean 39,3459
Median 28,9817
Mode 22,46
Minimum 18,11
Maximum 144,22
Percent
iles
25 22,4587
50 28,9817
75 44,2018
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
155
% of Total 22,0% 14,0% 36,0%
Adjusted Residual ,8 -,8
Total Count 27 23 50
Expected Count 27,0 23,0 50,0
% within índice de vulnerabilidade 54,0% 46,0% 100,0%
% within CCTV 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 54,0% 46,0% 100,0%
Tabela 24 - Índice de vulnerabilidade e videovigilância. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Tem inventário GI-9
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid não 7 11,7 11,7 11,7
sim 53 88,3 88,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 25 - Inventário. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Tem seguro GI-10
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid não 3 5,0 5,0 5,0
sim 57 95,0 95,0 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 26- Seguro. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Grupo II - Identificação do inquirido
Género do inquirido GII-1
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Feminino 39 65,0 65,0 65,0
Masculino 21 35,0 35,0 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 27 - Género. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
156
Idade do Inquirido GII-2
N Válido 60
Omisso 0
Média 49,35
Mediana 49,50
Moda 48a
Mínimo 25
Máximo 85
a. Ha várias modas. O menor
valor é mostrado Tabela 28- Idade. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Habilitações literárias do inquirido GII-3
Frequency Percent Valid Percent
Cumulativ
e Percent
Valid Ensino do 2º/3º ciclo 16 26,7 26,7 26,7
Ensino Primário 6 10,0 10,0 36,7
Ensino Secundário 24 40,0 40,0 76,7
Ensino Superior 14 23,3 23,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 29 - Habilitações literárias. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Funções do inquirido na loja GII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Funcionário 22 36,7 36,7 36,7
Gerente 37 61,7 61,7 98,3
Subgerente 1 1,7 1,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 30 - Funções. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Número de
anos no ramo
comercial GII-5
Número de
anos no
estabeleciment
o GII-6
N Válido 60 60
Missing 0 0
Média 22,18 14,38
Mediana 23,50 10,50
Moda 30 2
Mínimo 1 1
Máximo 58 58
Tabela 31 - Experiência profissional. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Grupo III – Criminalidade no Estabelecimento
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
157
Foi alvo de furto ou roubo GIII-1
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid não 26 43,3 43,3 43,3
sim 34 56,7 56,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 32 - Alvo de furto ou roubo. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Roubo dia
com a porta
aberta GIII-
1.1
Roubo noite
com porta
aberta
GIII-1.1
Roubo dia
com porta
fechada GIII-
1.1
Roubo noite
com porta
fechada GIII-
1.1
Furto dia GIII-
1.1
Furto noite
GIII-1.1
N Valid 3 0 0 0 24 20
Missing 57 60 60 60 36 40
Tabela 33 - Furtos e roubos. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Tabela 34 - Roubo dia porta aberta. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Furto dia GIII-1.1
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid 1 vez 5 8,3 20,8 20,8
2 vezes 5 8,3 20,8 41,7
3 vezes 6 10,0 25,0 66,7
4 ou mais vezes 8 13,3 33,3 100,0
Total 24 40,0 100,0
Missing System 36 60,0
Total 60 100,0
Tabela 35- Furto dia. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Roubo dia com a porta aberta GIII-1.1
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 vez 3 5,0 100,0 100,0
Missing System 57 95,0
Total 60 100,0
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
158
Furto noite GIII-1.1
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid 1 vez 11 18,3 55,0 55,0
2 vezes 6 10,0 30,0 85,0
3 vezes 2 3,3 10,0 95,0
4 ou mais vezes 2 1,7 5,0 100,0
Total 20 33,3 100,0
Missing System 40 66,7
Total 60 100,0
Tabela 36 - Furto noite. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Quais os produtos mais furtados GIII-2
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 26 43,3 43,3 43,3
Alimentares 3 5,0 5,0 48,3
Artigos mais caros 9 15,0 15,0 63,3
Dinheiro 4 6,7 6,7 70,0
Outros 1 1,7 1,7 71,7
Artigos mais pequenos 15 25,0 25,0 96,7
Tabaco/lotaria/raspadinhas 2 3,3 3,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 37 - Produtos mais furtados. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Frequência do
roubo dia com
porta aberta GIII-
3
Frequência do
roubo noite
com porta
aberta GIII-3
Frequência do
roubo dia com
porta fechada
GIII-3
Frequência do
roubo noite
com porta
fechada GIII-3
Frequência
furto dia GIII-3
Frequência
furto noite GIII-
3
N Valid 3 0 0 0 24 20
Missing 57 60 60 60 36 40
Tabela 38 - Frequência do furto e roubo. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Frequência do roubo dia com porta aberta GIII-3
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid 3 3 5,0 100,0 100,0
Missing System 57 95,0
Total 60 100,0
Tabela 39 - Frequência roubo dia com porta aberta. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Frequência furto dia GIII-3
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
159
Valid 1 5 8,3 20,8 20,8
2 5 8,3 20,8 41,7
3 7 11,7 29,2 70,8
4 5 8,3 20,8 91,7
5 2 3,3 8,3 100,0
Total 24 40,0 100,0
Missing System 36 60,0
Total 60 100,0
Tabela 40- Frequência furto dia. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Frequência furto noite GIII-3
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 8 13,3 40,0 40,0
2 6 10,0 30,0 70,0
3 5 8,3 25,0 95,0
5 1 1,7 5,0 100,0
Total 20 33,3 100,0
Missing System 40 66,7
Total 60 100,0
Tabela 41 - Frequência furto noite. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Impacto custo do seguro GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Nenhum impacto 19 31,7 59,4 59,4
Pouco impacto 3 5,0 9,4 68,8
Algum impacto 8 13,3 25,0 93,8
Muito impacto 2 3,3 6,3 100,0
Total 32 53,3 100,0
Missing System 28 46,7
Total 60 100,0
Tabela 42 - Impacto seguro. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
160
Impacto danos de produtos GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 23 38,3 67,6 67,6
3 9 15,0 26,5 94,1
4 2 3,3 5,9 100,0
Total 34 56,7 100,0
Missing System 26 43,3
Total 60 100,0
Tabela 43 - Impacto danos de produtos. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Impacto danos nas instalações GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 16 26,7 47,1 47,1
3 11 18,3 32,4 79,4
4 7 11,7 20,6 100,0
Total 34 56,7 100,0
Missing System 26 43,3
Total 60 100,0
Tabela 44 - Impacto danos nas instalações. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Impacto reputação da loja GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 31 51,7 91,2 91,2
2 1 1,7 2,9 94,1
3 2 3,3 5,9 100,0
Total 34 56,7 100,0
Missing System 26 43,3
Total 60 100,0
Tabela 45 - Impacto reputação da loja. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Impacto alteração da disposição dos produtos GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 16 26,7 47,1 47,1
2 1 1,7 2,9 50,0
3 7 11,7 20,6 70,6
4 10 16,7 29,4 100,0
Total 34 56,7 100,0
Missing System 26 43,3
Total 60 100,0
Tabela 46 - Impacto na disposição dos produtos. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
161
Impacto alteração no design da loja GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 24 40,0 70,6 70,6
2 1 1,7 2,9 73,5
3 3 5,0 8,8 82,4
4 6 10,0 17,6 100,0
Total 34 56,7 100,0
Missing System 26 43,3
Total 60 100,0
Tabela 47 - Impacto na alteração do design da loja. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Impacto custos em segurança GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 22 36,7 66,7 66,7
2 1 1,7 3,0 69,7
3 6 10,0 18,2 87,9
4 4 6,7 12,1 100,0
Total 33 55,0 100,0
Missing System 27 45,0
Total 60 100,0
Tabela 48 - Impacto segurança. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Impacto no sentimento de insegurança dos funcionários/gerentes GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 32 53,3 94,1 94,1
3 1 1,7 2,9 97,1
4 1 1,7 2,9 100,0
Total 34 56,7 100,0
Missing System 26 43,3
Total 60 100,0
Tabela 49 - Impacto no sentimento de insegurança. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
162
Impacto dificuldades em contratar funcionários GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 30 50,0 88,2 88,2
2 1 1,7 2,9 91,2
3 2 3,3 5,9 97,1
4 1 1,7 2,9 100,0
Total 34 56,7 100,0
Missing System 26 43,3
Total 60 100,0
Tabela 50 - Impacto a contratar funcionários. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Impacto na época de saldos GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 22 36,7 84,6 84,6
3 2 3,3 7,7 92,3
4 2 3,3 7,7 100,0
Total 26 43,3 100,0
Missing System 34 56,7
Total 60 100,0
Tabela 51 - Impacto época de saldos. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Impacto nas épocas festivas GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 26 43,3 83,9 83,9
3 1 1,7 3,2 87,1
4 4 6,7 12,9 100,0
Total 31 51,7 100,0
Missing System 29 48,3
Total 60 100,0
Tabela 52 - Impacto épocas festivas. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Impacto sobre os lucros GIII-4
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 22 36,7 71,0 71,0
4 9 15,0 29,0 100,0
Total 31 51,7 100,0
Missing System 29 48,3
Total 60 100,0
Tabela 53 - Impacto sobre os lucros. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
163
Reportou à polícia os roubos GIII-5.1
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid Nenhum roubo foi reportado 1 1,7 33,3 33,3
Os roubos foram sempre
reportados
2 3,3 66,7 100,0
Total 3 5,0 100,0
Missing System 57 95,0
Total 60 100,0
Tabela 54 - Reportar roubos. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Reportou à polícia os furtos GIII-5.2
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid Nenhum furto foi reportado 9 15,0 27,3 27,3
Alguns furtos foram reportados 9 15,0 27,3 54,5
A maioria dos furtos foram
reportados 3 5,0 9,1 63,6
Os furtos foram sempre
reportados 12 20,0 36,4 100,0
Total 33 55,0 100,0
Missing System 27 45,0
Total 60 100,0
Tabela 55 - Reportar furtos. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Motivos para reportar
Necessidade de
ser denunciado/
Seriedade GIII-6
Recuperar
bens GIII-6
Terminar com
os furtos GIII -
6
Questões de
seguro GIII-6
Obter ajuda
GIII-6 Outra GIII-6
N Valid 15 6 2 10 5 3
Missing 45 54 58 50 55 57 Tabela 56 - Motivos para reportar. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Motivos para não reportar
Sem
importância
GIII-7
Resolvido pelo
próprio GIII-7
A polícia não
poderia fazer
nada GIII-7
Outras razões
GIII-7
N Valid 9 6 4 1
Missing 51 54 56 59
Tabela 57 - Motivos para não reportar. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Conhece as características de quem rouba GIII-8
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 57 95,0 95,0 95,0
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
164
não 3 5,0 5,0 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 58 – Características/rouba. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Conhece as características de quem furta GIII-9
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 29 48,3 48,3 48,3
não 15 25,0 25,0 73,3
sim 16 26,7 26,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 59 – Características/ furta. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Género de quem furta GIII-9.1a
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 44 73,3 73,3
Feminino Feminino 4 6,7 6,7
Masculino Masculino 12 20,0 20,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 60 - Género/furta. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Idade de quem furta GIII-9.1b
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Menos de 16 anos 1 1,7 5,9 5,9
Entre 16 e 21 anos 2 3,3 11,8 17,6
Mais de 21 anos 14 23,3 82,4 100,0
Total 17 28,3 100,0
Missing System 43 71,7
Total 60 100,0
Tabela 61 - Idade/furta. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Modus operandi de quem furta GIII-9.1c
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 44 73,3 73,3 73,3
Em grupo 5 8,3 8,3 81,7
Sozinho 11 18,3 18,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 62 - Modus operandi/furta. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Grupo IV – Dispositivos de segurança
Tem dispositivos de segurança GIV-1
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid não 8 13,3 13,3 13,3
sim 52 86,7 86,7 100,0
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
165
Total 60 100,0 100,0
Tabela 63 - Dispositivos de segurança. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Foi sujeito a uma análise técnica GIV-2
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 9 15,0 15,0 15,0
Não 38 63,3 63,3 78,3
Sim 13 21,7 21,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 64 - Análise técnica. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Os dispositivos de segurança afetam a imagem da loja GIV-3
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid 9 15,0 15,0 15,0
Concordo 2 3,3 3,3 18,3
Concordo totalmente 2 3,3 3,3 21,7
Discordo 2 3,3 3,3 25,0
Discordo totalmente 45 75,0 75,0 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 65 - Dispositivos de segurança e imagem da loja. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Os dispositivos de segurança incomodam os clientes GIV-3
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 9 15,0 15,0 15,0
Concordo 1 1,7 1,7 16,7
Discordo 6 10,0 10,0 26,7
Discordo totalmente 44 73,3 73,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 66 - Dispositivos de segurança incomodam os clientes. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
166
Os dispositivos de segurança contribuem para a diminuição do crime GIV-3
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 8 13,3 13,3 13,3
Concordo 15 25,0 25,0 38,3
Concordo totalmente 32 53,3 53,3 91,7
Discordo 1 1,7 1,7 93,3
Discordo totalmente 4 6,7 6,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 67 - Dispositivos de segurança e diminuição do crime. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Os dispositivos de segurança fomentam o sentimento de segurança dos funcionários GIV-3
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 8 13,3 13,3 13,3
Concordo 14 23,3 23,3 36,7
Concordo totalmente 21 35,0 35,0 71,7
Discordo 6 10,0 10,0 81,7
Discordo totalmente 11 18,3 18,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 68 - Dispositivos de segurança e sentimento de segurança. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Alarme de segurança
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 37 61,7 100,0 100,0
Missing System 23 38,3
Total 60 100,0
Tabela 69 - Alarme. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Videovigilância (CCTV)
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 27 45,0 100,0 100,0
Missing System 33 55,0
Total 60 100,0
Tabela 70 - Videovigilância. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Sinais de aviso
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 25 41,7 100,0 100,0
Missing System 35 58,3
Total 60 100,0
Tabela 71 - Sinais de aviso. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Grades nas portas e/ou montra
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 23 38,3 100,0 100,0
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
167
Missing System 37 61,7
Total 60 100,0
Tabela 72 – Grades. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Espelhos para vigiar os clientes
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 7 11,7 100,0 100,0
Missing System 53 88,3
Total 60 100,0
Tabela 73 - Espelhos. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Dispositivos de segurança adicionais para os produtos mais caros
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 8 13,3 100,0 100,0
Missing System 52 86,7
Total 60 100,0
Tabela 74 - Dispositivos de segurança para os produtos mais caros. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Dispositivos de segurança adicionais para os produtos mais furtados/roubados
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 5 8,3 100,0 100,0
Missing System 55 91,7
Total 60 100,0
Tabela 75 - Dispositivos de segurança para os produtos mais furtados/roubados. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Alarmes em todos os produtos
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 9 15,0 100,0 100,0
Missing System 51 85,0
Total 60 100,0
Tabela 76 - Alarmes em todos os produtos. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Detetor de alarmes
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 5 8,3 100,0 100,0
Missing System 55 91,7
Total 60 100,0
Tabela 77 - Detetor de alarmes. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Detetor de movimento
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 5 8,3 100,0 100,0
Missing System 55 91,7
Total 60 100,0
Tabela 78 - Detetor de movimento. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Outro dispositivo/medida
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
168
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 6 10,0 100,0 100,0
Missing System 54 90,0
Total 60 100,0
Tabela 79 - Outro dispositivo. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Motivos para não utilizar (mais) sistemas de segurança GIV-5
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid A loja não precisa de dispositivos
de segurança
8 13,3 13,3 13,3
Não precisa, porque os que
possui são suficientes.
37 61,7 61,7 75,0
Não tem capacidade financeira 15 25,0 25,0 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 80 - Motivos para não usar (mais) dispositivos de segurança. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Tem dispositivos de segurança GIV-1 * Foi alvo de furto ou roubo GIII-1 Crosstabulation
Foi alvo de furto ou roubo
GIII-1
Total não sim
Tem dispositivos
de segurança GIV-
1
não Count 7 1 8
Expected Count 3,5 4,5 8,0
% within Tem dispositivos de
segurança GIV-1
87,5% 12,5% 100,0%
% within Foi alvo de furto ou
roubo GIII-1
26,9% 2,9% 13,3%
% of Total 11,7% 1,7% 13,3%
Adjusted Residual 2,7 -2,7
sim Count 19 33 52
Expected Count 22,5 29,5 52,0
% within Tem dispositivos de
segurança GIV-1
36,5% 63,5% 100,0%
% within Foi alvo de furto ou
roubo GIII-1
73,1% 97,1% 86,7%
% of Total 31,7% 55,0% 86,7%
Adjusted Residual -2,7 2,7
Total Count 26 34 60
Expected Count 26,0 34,0 60,0
% within Tem dispositivos de
segurança GIV-1
43,3% 56,7% 100,0%
% within Foi alvo de furto ou
roubo GIII-1
100,0% 100,0% 100,0%
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
169
% of Total 43,3% 56,7% 100,0%
Tabela 81 - Alvo de furto ou roubo e dispositivos de segurança. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Grupo V- Sentimento de (in)segurança
Sentimento de (in)segurança dos funcionários/gerentes GV-1
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 1,7 1,7 1,7
Completamente Seguro 10 16,7 16,7 18,3
Inseguro 6 10,0 10,0 28,3
Muito Seguro 11 18,3 18,3 46,7
Seguro 32 53,3 53,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 82 - Sentimento de segurança dos funcionários/gerentes. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Sentimento de (in)segurança dos clientes GV- 2
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 1 1,7 1,7 1,7
Completamente Seguro 17 28,3 28,3 30,0
Muito Seguro 12 20,0 20,0 50,0
Seguro 30 50,0 50,0 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 83 - Sentimento de segurança dos clientes. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
170
Sentimento de (in)segurança dos funcionários/gerentes GV-1 * Tem seguro GI-10 Crosstabulation
Tem seguro GI-10
Total não sim
Sentimento de
(in)segurança dos
funcionários/gerentes GV-
1
inseguro Count 2 4 6
Expected Count ,3 5,7 6,0
% within Sentimento de
(in)segurança dos
funcionários/gerentes GV-1
33,3% 66,7% 100,0%
% within Tem seguro GI-10 66,7% 7,1% 10,2%
% of Total 3,4% 6,8% 10,2%
Adjusted Residual 3,3 -3,3
seguro Count 0 32 32
Expected Count 1,6 30,4 32,0
% within Sentimento de
(in)segurança dos
funcionários/gerentes GV-1
0,0% 100,0% 100,0%
% within Tem seguro GI-10 0,0% 57,1% 54,2%
% of Total 0,0% 54,2% 54,2%
Adjusted Residual -1,9 1,9
muito
seguro
Count 1 10 11
Expected Count ,6 10,4 11,0
% within Sentimento de
(in)segurança dos
funcionários/gerentes GV-1
9,1% 90,9% 100,0%
% within Tem seguro GI-10 33,3% 17,9% 18,6%
% of Total 1,7% 16,9% 18,6%
Adjusted Residual ,7 -,7
Completa
mente
seguro
Count 0 10 10
Expected Count ,5 9,5 10,0
% within Sentimento de
(in)segurança dos
funcionários/gerentes GV-1
0,0% 100,0% 100,0%
% within Tem seguro GI-10 0,0% 17,9% 16,9%
% of Total 0,0% 16,9% 16,9%
Adjusted Residual -,8 ,8
Total Count 3 56 59
Expected Count 3,0 56,0 59,0
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
171
% within Sentimento de
(in)segurança dos
funcionários/gerentes GV-1
5,1% 94,9% 100,0%
% within Tem seguro GI-10 100,0% 100,0% 100,0%
% of Total 5,1% 94,9% 100,0%
Chi-Square Tests
Value df Asymp. Sig. (2-sided)
Pearson Chi-Square 12,536a 3 ,006
Likelihood Ratio 9,378 3 ,025
N of Valid Cases 59
a. 4 cells (50,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count
is ,31. Tabela 84 - Sentimento de insegurança e seguro. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração
própria.
Número de anos no
estabelecimento GII-6
Spearman's rho Sentimento de (in)segurança dos
funcionários/gerentes GV-1
Correlation Coefficient ,285*
Sig. (2-tailed) ,029
N 59
Sig. (2-tailed) ,213
*. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed). Tabela 85 - Sentimento de insegurança e número de anos no estabelecimento. Fonte: SPSS 23, ficheiro
jessica4.sav. Elaboração própria.
Grupo VI – Intervenção policial
A polícia consegue controlar o crime GVI-1
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Concordo 22 36,7 36,7 36,7
Concordo totalmente 11 18,3 18,3 55,0
Discordo 11 18,3 18,3 73,3
Discordo totalmente 16 26,7 26,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 86 - A polícia consegue controlar o crime no comércio. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
172
A polícia coopera com os lojistas GVI-1
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid Concordo 21 35,0 35,0 35,0
Concordo totalmente 28 46,7 46,7 81,7
Discordo 5 8,3 8,3 90,0
Discordo totalmente 6 10,0 10,0 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 87 - A polícia coopera com os lojistas. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Os lojistas cooperam com a polícia GVI-1
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid Concordo 14 23,3 23,3 23,3
Concordo totalmente 44 73,3 73,3 96,7
Discordo totalmente 2 3,3 3,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 88 - Os lojistas cooperam com a polícia. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
A polícia dá conselhos de segurança GVI-1
Frequency Percent Valid Percent
Cumulative
Percent
Valid Concordo 16 26,7 26,7 26,7
Concordo totalmente 34 56,7 56,7 83,3
Discordo 3 5,0 5,0 88,3
Discordo totalmente 7 11,7 11,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 89 - A polícia dá conselhos de segurança. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Conhece o programa Comércio Seguro da PSP GVI-2
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid não 16 26,7 26,7 26,7
sim 44 73,3 73,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 90 - Comércio Seguro. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
173
Qual a sua opinião GVI-2a
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 16 26,7 26,7 26,7
Menos Positiva 3 5,0 5,0 31,7
Muito Positiva 21 35,0 35,0 66,7
Positiva 20 33,3 33,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 91 - Opinião sobre o programa Comércio Seguro. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Ajudou a ter o estabelecimento seguro GVI-2b
Frequency Percent Valid Percent Cumulative Percent
Valid 16 26,7 26,7 26,7
não 6 10,0 10,0 36,7
sim 38 63,3 63,3 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 92 - Programa Comércio Seguro ajuda para a segurança. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Sugestões de melhoria da atuação policial
Frequency Percent
Valid
Percent
Cumulative
Percent
Valid 30 50,0 50,0 50,0
Brevidade na resolução de
participações feitas
1 1,7 1,7 51,7
Mais capacidade e autoridade
policial
2 3,3 3,3 55,0
Mais formação pedagógica e de
cidadania
1 1,7 1,7 56,7
Mais policiamento e vigilância
policial
25 41,7 41,7 98,3
Mais prevenção 1 1,7 1,7 100,0
Total 60 100,0 100,0
Tabela 93 - Sugestões de melhoria da atuação policial. Fonte: SPSS 23, ficheiro jessica4.sav. Elaboração própria.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
174
APÊNDICE H – FOTOGRAFIAS DAS RUAS
Fotografia 1 - Avenida João Crisóstomo.
Fonte: Foto da autora.
Fotografia 2 - Avenida Ressano Garcia.
Fonte: Foto da autora..
Fotografia 3 - Rua da Beneficência.
Fonte: Foto da autora.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
175
Fotografia 4 - Rua Rodrigo da Fonseca. Fonte: Foto da autora.
Fotografia 5 - Avenida Fontes Pereira de Melo.
Fonte: Foto da autora.
Fotografia 6 - Avenida 5 de Outubro. Fonte: Foto da autora.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
176
Fotografia 7- Avenida Defensores de Chaves. Fonte: Foto da autora.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
177
APÊNDICE I – FOTOGRAFIAS DOS DISPOSITIVOS DE
SEGURANÇA
Fotografia 8 - Videovigilância.
Fonte: Foto da autora.
Fotografia 9 - Sinais de aviso. Fonte: Foto da autora.
Fotografia 10 - Grades. Fotografia 11 - Detetor sonorode movimento.
Fonte: Foto da autora. Fonte: Foto da autora.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
178
Fotografia 12 - Detetor de alarmes. Fonte: Foto da autora.
Fotografia 13 - Dispositivos de segurança para os produtos mais caros (óculos atrás do vidro fechado). Fonte: Foto da autora.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
179
Fotografia 14 - Dispositivos de segurança para os produtos mais furtados (tabaco atrás do balcão). Fonte:
Foto da autora.
Fotografia 15 - Espelho. Fonte: Foto da autora.
Fotografia 16 - Alarme. Fonte: Foto da autora.
APÊNDICE J – FRAGILIDADES EVIDENCIADAS NAS LOJAS
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
180
Fotografia 17 - Visibilidade para o exterior da loja comprometida. Fonte: Foto da autora.
Fotografia 18 - Produtos no exterior da loja. Fonte: Foto da autora.
Comércio tradicional: contributos para a prevenção situacional de comportamentos antissociais
181
Fotografia 19 - Observação obstruída para o corredor. Vigilância e controlo deficitária.
Fonte: Foto da autora.
Fotografia 20 - Distância do balcão à porta extensa e com escadas no percurso. Controlo deficitário. Fonte: Foto da autora.