COLÉGIO ESTADUAL LÉO FLACH
NRE FRANCISCO BELTRÃO
PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO
FRANCISCO BELTRÃO
2010
1
SUMÁRIO
I- APRESENTAÇÃO......................................................................3
II - CARACTERIZAÇÃO..................................................................5
III - MARCO SITUACIONAL..........................................................14
IV- MARCO CONCEITUAL............................................................22
V - MARCO OPERACIONAL..........................................................36
VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................47
VII – ANEXOS............................................................................51
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I - APRESENTAÇÃO
Elaborar o Projeto Político Pedagógico é expressar a autonomia e a
identidadde do estabelecimento de ensino, sendo este documento
amparado pelas legislações vigentes e pelas necessidaddes históricas da
escola pública.
O projeto Político Pedagógico fundamenta e organiza toda prática
pedagógica através das quais são subsidiadas as decisões e a condução
das ações desenvolvidas no estabelecimento de ensino, permitindo
planejar ações a curto, médio e longo prazo de forma a subsidiar e avaliar
a prática pedagógica.
Quanto a legalidade e legitimidade do Projeto Político:
A- A elaboração do Projeto pedagógico, da Proposta Pedagógica
está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº
9394/1996, artigos 13, 14 e 15:
B- O projeto Político Pedagógico deverá ser discutido aprovado e
acompanhado pelo conselho escolar conforme previsto no artigo 06 da
Deliberação nº16 de 1999- conselho Estadual de educação-CEE.
O presente documento foi construído em consonância com o
princípio da gestão democrática, com a participação da comunidade
Escolar do Colégio Estadual Léo Flach – Ensino Fundamental e Médio,
através de pesquisas realizadas com as famílias e alunos,
grupos de estudos, debates realizados entre os profissionais da escola
coordenado pela direção, direção-auxiliar e equipe pedagógica, construído
coletivamente e aprovado pelo Conselho Escolar.
O projeto Politico Pedagógico do Colégio Estadual Léo Flach tem
como concepção teórica uma visão de educação voltada à emancipação
humana, tendo a escola como transmissora do conhecimento científico
que desenvolva nos indivíduos a conscientização dos fenômenos sociais
preparando o ser humano para o mundo do trabalho a partir das
concepções Gramiscianas, ou seja, trabalho como princípio educativo.
3
Foi elaborado para expressar como o coletivo escolar se organizará
em torno da intencionalidadde da escola pública a partir de um olhar
crítico sobre a realidadde da escola, que principalmente no Brasil, na
década de 90 configurou-se como espaço de criação do capital humano,
a serviço do mercado de trabalho, reproduzindo o pensamento neoliberal.
Elaborar então, o Projeto Político Pedagógico remete-nos a consciência de
que as relações entre educação e sociedade só poderá ser alterada
através da emancipação das classes populares e de uma escola que seja
voltada para formação dos cidadãos autônomos e críticos, conscientes de
seu papel na sociedade.
Temos como objetivo emancipar através do conhecimento
historicamente sistematizado, desenvolvendo nos educandos pensamento
crítico para que possam questionar, agir e recriar a realidade, lutando
assim contra esse modelo social vigente. Queremos uma educação que
proporcione o entendimento quanto ao significado do estudo e do papel
do trabalho intelectual.
Elaborar o Projeto Político Pedagógico resgata a unidade do
trabalho escolar e garante que haja coesão entre o planejamento e a
execução. Elaborado de forma coletiva, possui caráter esclarecedor
quanto a função social da escola e fundamenta o grau de participação e
comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo.
Pretendemos ao elaborar nosso Projeto Político Pedagógico, o
conhecimento do processo educativo como um todo.
A partir do Projeto Político Pedagógico aqui exposto, almeja-se que
a escola transforme-se em espaço de mudança colocando o conhecimento
como ferramenta de análise para compreender além das aparências
superficiais impostas pela sociedade capitalista, quebrando assim o
processo de mera reprodução, que todos os envolvidos participem e
cumpram seus papéis específicos sem torná-los estanques e
fragmentados. A garantia da unidade do trabalho escolar é condição para
uma educação emancipadora, por consequência democrática e de
qualidade.
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II - CARACTERIZAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O Colégio Estadual Léo Flach - Ensino Fundamental e Médio -
01159, está localizado à rua Marília nº 190, no bairro Padre Ulrico, CEP
85604-400, no município de Francisco Beltrão - 0850, no Estado do
Paraná, Fone/ Fax: (046)3524-2835, e-mail: [email protected] e
site: www.fnbleoflach.seed.pr.gov.br. Pertence ao Núcleo Regional de
Educação–12, com sede no município. A distância aproximadamente do
colégio ao centro do município é de 05km e do NRE é de 05 Km.
Foi criado e autorizado a funcionar pela Resolução nº 266/98, de
29/01/98, publicada no Diário Oficial do Estado em 05/03/98, com a
denominação de Escola Estadual Léo Flach - Ensino de 1º Grau,
oferecendo o curso de 5ª a 8ª série do 1º Grau, com implantação
gradativa, no governo Jaime Lerner.
Passou a denominar-se Escola Estadual Léo Flach - Ensino
Fundamental, pela Resolução nº 3120/98 de 31/08/98. Foi reconhecida
oficialmente como instituição Estadual sob a Resolução nº 106/04, de
14/01/04, no governo de Roberto Requião de Mello e Silva. É mantida pelo
Governo do Estado do Paraná. Seu Regimento Escolar está fundamentado
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei 9394/96 e foi
aprovado pelo Parecer nº 487/2001, de 20/12/2001, com alterações 1 e 2
do dia 31/03, Parecer 255 referente a matrícula e a média de aprovação.
A escola foi criada para facilitar o acesso à escolarização aos
moradores do bairro Padre Ulrico, em face da distância existente entre o
local de moradia e os Estabelecimentos de Ensino localizados em outros
bairros e dos riscos da travessia da PR 180. Devido ao processo de
urbanização acelerado que resultou na formação de novas comunidades:
os Conjuntos Esperança, São Luis , Francisco Beltrão I e Francisco Beltrão
ll.
A escola foi assim denominada em tributo ao professor Léo Flach
(falecido em 1994), pelos relevantes serviços prestados à educação de
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Francisco Beltrão e do Paraná. Léo Flach lutou contra os regimes
autoritários sendo presidente da então APP-Sindicato liderando as
primeiras greves no sudoeste em pleno regime militar. Foi o primeiro
Chefe do Núcleo Regional de Educação de Francisco Beltrão de 1983 a
1986 e Diretor do Departamento de Ensino do 2º Grau da Secretaria de
Estado da Educação (1988). Alguns dados de sua biografia estão
registrados em fotos, reportagens publicadas em jornais (O Estado do
Paraná e Jornal de Beltrão, 1994) e na revista Veja Paraná (1994).
Sob a direção da professora Valderez Donatti, a escola iniciou suas
atividades educacionais com três (03) turmas de 5ª série totalizando 85
alunos, em 08 de fevereiro de 1998. Como não possuía instalações
próprias, ocupou até o ano de 2008, parte do espaço físico da Escola
Municipal Sagrado Coração – Educação Infantil e Ensino Fundamental,
sendo: 11 salas de aula e 01 para a biblioteca, 01 espaço de 12 m² para a
direção e secretaria, 01 espaço de 8 m² para a Supervisão Escolar, 02
banheiros femininos, 02 banheiros masculinos, 01 banheiro para
professores, área livre interna coberta e área livre externa sem cobertura.
Em 2007, a escola recebeu a denominação de Colégio Estadual Léo
Flach sob a folha de despacho de número 17 de 22 de novembro de 2006,
protocolo 9236.840-8 do departamento de infra-estrutura da Secretaria de
Estado de Educação, onde autoriza a escola Léo Flach a abrir matrículas
para a 1ª série do ensino médio de forma gradativa, no período noturno.
A Autorização de Funcionamento do curso de Ensino Médio nesta
escola, veio atender as necessidades dos educandos, possibilitando que
todos estudem de acordo com a política de universalização de ensino da
Secretaria de Estado de Educação. As famílias do bairro Padre Ulrico e dos
Conjuntos Habitacionais Esperança, Francisco Beltrão I e II manifestaram
interesse na continuidade dos estudos de seus filhos, adolescentes na
faixa de 14 anos ou mais, visto que, esses necessitam trabalhar nas
indústrias locais, razão de optarem pelo ensino noturno.
Em 2009, o Colégio Estadual Léo Flach passou a funcionar em nova
unidade, localizado na Rua Marília nº 190 no Bairro Padre Ulrico. O projeto
6
de implantação arquitetônica com utilização do projeto padrão elaborado
pela FUNDEPAR está situado em terreno de 7.231,66 m ². Possui 12 salas
de aulas totalizando 699,84 m², quatro salas de administração com 174,96
m², área de serviços 233,28 m², biblioteca, laboratório de informática,
laboratório de ciências e sala de múltiplo uso totalizando 349,92 m². Nosso
colégio possui uma cozinha moderna com depósitos de merenda, lavabo,
vestiários e banheiros, bem como amplo refeitório. Há também uma
passarela coberta com 428,60 m², escadas e área de circulação com
130,24 m², rampas de acesso e elevador para cadeirantes, bem como
acessibilidade para deficientes visuais. Há sete banheiros sendo três para
deficientes físicos. O ginásio de esportes possui 723,00 m² e contamos
com a casa do zelador com 36,69 m² totalizando assim 2779,53 m² de
área construída.
A inauguração do novo prédio aconteceu no dia 1º de abril de
2009, contou com a presença do Governador Roberto Requião de Mello e
Silva, a Secretária de Estado da Educação Yvelise Freitas de Souza Arco-
Verde e autoridades.
Atualmente ocupa o cargo de diretor o professor Lauri Luiz Toassi e
Vladimir Gomes no cargo de diretor-auxiliar. A instituição escolar conta
com APMF (Associação de Pais, Mestres e Funcionários), Conselho Escolar
e Grêmio estudantil – GELF (Grêmio Estudantil Léo Flach), devidamente
constituídos.
A escola possui 782 alunos oficialmente matriculados e distribuídos
em 22 turmas sendo 14 de Ensino Fundamental/Séries Finais, 06 de
Ensino Médio e 02 do Programa Viva Escola.
O Colégio Estadual Léo Flach funciona nos períodos: matutino,
vespertino e noturno, e o quadro funcional é formado por 73 profissionais
da educação, sendo: 51 professores efetivos e/ou contratados; 04
professoras pedagogas com especialização na equipe pedagógica; 02
professores efetivos, com pós-graduação na direção escolar e na Direção
Auxiliar; 06 Agentes Educacionais II e 10 Agentes Educacionais I.
7
O colégio tem como finalidade ministrar o Ensino
Fundamental/Séries Finais e Ensino Médio, em regime seriado. Busca
efetivar o processo de apropriação do conhecimento, respeitando ao
disposto nas Constituições Federal e Estadual e na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), o Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA, Lei nº 8.069/90 e a Legislação do Sistema Estadual de
Ensino.
O processo de classificação é o procedimento que o
estabelecimento de ensino adota para posicionar o aluno na etapa de
estudos compatível com a idade, experiência e desenvolvimento
adquiridos por meios formais ou informais, tem caráter pedagógico
centrado na aprendizagem com o objetivo de resguardar os direitos dos
alunos, das escolas e dos profissionais, conforme previsto nos artigos 75 e
76 do Regimento Escolar.
A reclassificação é o processo pelo qual o estabelecimento de
ensino avalia o grau de experiência do aluno matriculado, a fim de
encaminhá-lo à etapa de estudos compatível com sua experiência e
desenvolvimento, independentemente do que registre o seu Histórico
Escolar.
A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar
do aluno, aliada à apuração da sua frequência, os alunos que
apresentarem frequência mínima de 75% do total de horas letivas e média
anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina, serão
considerados aprovados ao final do ano letivo.
Progressão Parcial é aquela por meio da qual o aluno, não obtendo
aprovação final em até três disciplinas em regime seriado, poderá cursá-
las subsequente e concomitantemente às séries seguintes.
Os índices de violência apresentaram uma significatica diminuição
nos últimos anos devido ao investimento na qualidade de vida da
comunidade, e, em função do trabalho educacional realizado pela escola
estadual, escola municipal e e pelos dois centros de educação infantil,
pela assistência sócio-educacional proporcionada pelo Estado e Município.
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O bairro possui um distrito industrial com doze (12) novas
indústrias situadas no bairro Padre Ulrico e São Luis, entre elas, têxtil,
alumínio e reciclagem de plástico, o que gera um número considerável de
empregos formais.
A escola, como uma das principais instituições sociais, tem sido
desafiada cotidianamente em articular o conhecimento que é trabalhado
no contexto escolar com a realidade social do aluno, ou seja, seus
problemas e necessidades sociais. Neste sentido, se torna essencial e
fundamental que a escola conheça a realidade social dos seus alunos,
podendo também encurtar a distância que a separa do universo familiar.
Para que a escola possa desempenhar o seu papel político, ela
deve desenvolver o senso crítico do aluno, precisando estar em sintonia
não só com a realidade do aluno, como também com a realidade da
comunidade na qual ela se encontra inserida. Deve, assim, respeitar a
realidade social, cultural e econômica dos seus alunos e, partindo dela, a
iniciativa de propiciar uma maior participação da família na vida escolar e
consequentemente no trabalho sócio pedagógico da escola. Para tanto,
realizamos um questionário socioeconômico para conhecer melhor o perfil
do alunado. Constatamos que 89,3% de nossos alunos moram em casa
própria, devido ao fato de o bairro ser composto, na sua maioria, por
conjuntos habitacionais.
89,3%
10,7%
MORADIA
Casa PrópriaCasa Alugada
Quanto ao nível de instrução dos pais, 42,4% possuem Ensino
Fundamental incompleto, 15,1% possuem Ensino Fundamental, 14%
9
possuem Ensino Médio incompleto, 11,5% possuem Ensino Médio, 1%
Ensino Superior, 1% Superior Incompleto e 15% não souberam informar.
42,4%
15,1%
14,0%
11,5%
1,0%
1,0%
15,0%
NIVEL DE ESCOLARIDADE DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS.
Ensino Fundamental Incompleto.Ensino Fundamental.Ensino Médio Incompleto.Ensino Médio.
Ensino Superior Incompleto.
Ensino Superior.
Não informado
Quanto ao uso das tecnologias, 70,3% não possuem computadores
em suas casas, 22,2% possuem computador sem acesso a internet e
7.5% possuem computador com acesso a internet.
70,3%
22,2%
7,5%
ACESSO À COMPUTADORES E A INTERNET.
Não possuem computador.Computador sem acesso a internet.Computador com acesso a internet.
Quanto a renda familiar, 39% recebem até um salário mínimo,
48,2% de um a três salários mínimos, 9,2% de três a cinco salários
mínimos, 1,4% mais de cinco salários mínimos e 2,2% não souberam
informar.
10
39,0%
48,2%
9,2%
1,4%2,2%
RENDA FAMILIAR MENSAL
Até 1 salário mínimo.De 1 a 3 salários mínimos.De 3 a 5 salários mínimos.Mais de 5 salários mínimos.Não informado.
Ao serem questionados se contribuem com a renda familiar, 48,5%
dos alunos responderam que contribuem; 48,8% responderam que não
contribuem e 3,3% não informaram.
48,5%
48,8%
2,7%
CONTRIBUIÇÃO DO ALUNO NA RENDA FAMILIAR
Sim.Não.Não informado.
Em relação as atividades desenvolvidas pelos alunos no tempo
livre: 41% assistem televisão; 15,3% ouvem música; 21,3% praticam
esportes; 3,7% praticam atividades relacionadas à religião; 3,1% fazem
leitura; 2,8% ouvem rádio; 8% navegam na internet e 4,8% praticam
outras atividades.
11
41,0%
15,3%
8,0%
21,3%
3,7%
2,8%3,1%4,8%
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELOS ALUNOS EM SEU TEMPO LIVRE
TelevisãoMúsica.Internet.Esportes.Religião.Rádio.Leitura.Outras
Em relação aos meios de comunicação, mais utilizados pelos alunos
para manterem-se informados, 60% usam a televisão; 3,5% usam jornal
escrito; 10,5% usam internet; 10% usam rádio; 1,1% usam revistas; 7,7%
usam outros e 7,2% responderam nenhum.
60,0%
3,5%
10,5%
1,1%
10,0%
7,7%
7,2%MEIOS DE COMUNICAÇÃO USADOS PELOS ALUNOS
TelevisãoJornal escrito.Internet.Revistas.RádioOutros.Nenhum.
Em relação a presença dos pais na escola durante o ano letivo de
2010: 10,2% dos pais vieram uma vez na escola, 17% dos pais vieram
duas vezes à escola, 58% dos pais vieram três vezes à escola e 14.8% dos
pais não vieram à escola.
12
A comunidade escolar acredita ser possível a transformação social,
através da preparação de pessoas comprometidas com a realidade
histórica, a cultura e a educação, tornando-as pessoas íntegras, capazes
de intervir e melhorar a sociedade de maneira democrática, responsável e
solidária. Para esse crescimento vem desenvolvendo uma caminhada
contínua que envolve análise das tendências das novas políticas
educacionais. Esse repensar da educação tem motivado os educadores a
participar de cursos de aperfeiçoamento, encontros, seminários,
conferências e a enriquecer o trabalho pedagógico com projetos
experimentais em laboratório de ciências, de campo, de vídeo e de
biblioteca.
13
10,2%
17,0%
58,0%
14,8%
PRESENÇA DOS PAIS NA ESCOLA EM 2010
Uma vez.Duas Vezes.Três vezes.Nenhuma.
III - Marco Situacional
3.1 Por uma avaliação crítica, transformadora, a serviço da
educação.
A situação atual do País apresenta-se num processo de transição
marcado por mudanças significativas na sociedade. Essas mudanças na
sociedade capitalista contemporânea reafirmam o papel do mercado, do
lucro e da acumulação, ao mesmo tempo que intensificam a divisão social
do trabalho, aprofundando as desigualdades na sua forma mais cruel.
Dessa forma, o caráter excludente da nova organização privilegia o capital
financeiro, a privatização, terceirização e o indivíduo como capital
humano, caracterizando assim um modelo que prevalece uma política
liberal para setor produtivo e a ideologia da qualidade total, ou seja o
modelo neoliberal, que atribui a exclusão social como fator natural
isentando a política e seus representes das responsabilidades sociais.
“Em nosso País os efeitos da globalização, como se apresenta na atualidade fazem-se presente com maior ênfase a partir de 1964 quando o Brasil é levado a adaptar-se as novas exigências do capital internacional, daí inúmeros projetos econômicos e sociais foram desenvolvidos considerando as diretrizes norte americanas...” (Dalarosa, 2001, p. 204).
Em nosso país, com o modelo econômico comprometido com o
capitalismo, com o quadro de desigualdade e injustiça social e com a falta
de compromisso de parte classe política, em crise, multiplicam-se os
problemas como: desintegração familiar, o salário insuficiente, a miséria, a
fome, a falta de moradia, o desemprego, o atendimento precário à saúde,
o consumo de drogas, a prostituição, a corrupção, a violência.
Nessas condições, a educação inserida nesse quadro converge-se
em favor do capital atuando como mecanismo de formação do trabalhador
sob os moldes do capital, a escola nesse sentido tem reproduzido essa
14
cultura dominante induzindo a submissão disciplinada e a aceitação das
escandalosas diferenças, com mecanismos formais de participação
democrática apenas para garantir o equilíbrio instável de uma
comunidade assolada pela desigualdade, segundo Gamboa “Semelhantes
as fábricas que produzem mercadorias o sistema educativo produz outra
mercadoria denominada: capital humano”. (Gamboa, 2001)
Percebendo-se que o progresso social com avanços científicos e
tecnológicos é discriminatório, privilegiando a minoria e colocando a
marginalidade as classes populares brasileiras e frente a essa realidade
percebida, o Colégio Estadual Léo Flach concebe uma visão de sociedade
e indivíduo que deve orientar a sua proposta educacional, visão estas
destacadas no marco conceitual do referido projeto, em que predomine o
ser humano como ser de transformação social para interagir em seu meio.
Analisando então, a realidade dos alunos de nossa escola, percebe-
se que a maioria apresentam-se passivos e acomodados em relação a
aprendizagem, dependentes e pouco questionadores em relação ao
trabalho educativo e à forma de como lhes é transmitido o conhecimento,
indiferentes a qualquer tipo de mudança. Percebe-se também essas
características em seus familiares que quando procuram a escola
apresentam-se da mesma forma, com isso nossos alunos ao chegarem na
escola já possuem concepções pré determinadas concebidas no seio
familiar, ressaltando a força da ideologia dominante e o quanto nós
enquanto profissionais da educação precisamos trabalhar para resgatar a
escola enquanto transmissora do conhecimento científico a favor das
classes menos favorecidas para que nossos alunos sejam os pais do
futuro que acreditam na escola, e a colocam como fator de
desenvolvimento cognitivo, social e intelectual. Precisamos conceber o
ensino como mudança de conceitos.
Em 2005, a renda média das famílias era de um salário mínimo,
dificultando o acesso dos alunos a outras formas de atividades culturais e
aquisição de diferentes meios de informações. Atualmente a renda
familiar mensal da maioria dos familiares varia entre um e três salários
15
mínimos, o que deveria facilitar o acesso ao conhecimento científico e a
informação através de revistas, livros, internet e outros meios. No entanto,
conforme levantamento feito, a maioria de nossos alunos ainda tem a
televisão como principal meio de acesso a informação e também como
principal atividade em seu tempo livre. Sendo assim, a escola é, para
muitos deles, o único meio de acesso às informações e ao conhecimento
científico.
Conforme pesquisa realizada através de questionário, os pais de
nossos alunos, na sua maioria não concluíram o Ensino Fundamental, e
apenas 1% possui nível de escolarização Ensino Superior completo,
reforçando assim nossa percepção quanto a exclusão existente nos bairros
de classe baixa, bem como a falta de comprometimento por parte de
alguns pais, que não entendem a escola como processo de formação
humana.
Percebemos que, muitos de nossos alunos apresentam
significativas dificuldades de aprendizagem e com sérios problemas de
frequência, pelos mais diferentes motivos como: desmotivação, baixa
auto-estima, problemas de saúde, problemas familiares, alguns priorizam
o trabalho para ajudar no orçamento familiar, ao serem questionados se
contribuiam com a renda familiar, 48,5% dos alunos responderam que
trabalhavam para auxiliar no orçamento familiar.
Importante ressaltar também, que muitos pais não valorizam a
escola em relação à transmissão do conhecimento, mas como forma de
assistência no momento de necessidade. Há também os que entendem a
função da escola apenas como instrumento de preparo ao mercado de
trabalho, não percebem a importância da transmissão do conhecimento
científico, alegando que não há associação entre ambos, esses
condicionamentos deterministas, reforçam o desinteresse de alguns
alunos.
Os motivos acima citados, contribuem para índices preocupantes
de evasão, reprovação e indisciplina. Conforme dados expostos na tabela
abaixo, no ano de 2008, aproximadamente 19,8% dos alunos ativos não
16
conseguiram alcançar o aprendizado necessário para ser promovido para
a série seguinte, e 4,8% dos alunos matriculados na escola desistiram
durante o decorrer do ano.
Em 2009, aproximadamente 25,6% dos alunos não concluíram a
série que iniciaram, sendo que destes, 20,4% não conseguiram alcançar o
aprendizado necessário para ser aprovado para a série seguinte e 5,2%
dos alunos desistiram da escola sem perspectiva de retorno, percebendo
assim a urgência de uma unidade dialética entre a organização de planos
gerais e a construção do Projeto Pedagógico de nossa escola priorizando a
ação-reflexão-ação.
RELATÓRIO ESTATÍSTICO 2008/2009
ANO LETIVO 2008 2009
TOTAL DE ALUNOS MATRICULADOS 684 869
ATIVOS 448 598
APROVADOS 359 476
REPROVADOS 89 122
TRANSFERIDOS 175 133
DESISTENTES 23 46
REMANEJADOS 38 80
SEM FREQUÊNCIA NI 12
Trabalhamos em prol do bom relacionamento entre professores e
alunos, no entanto nem sempre há o equilíbrio desejado, em alguns casos
falta respeito, gerando conflitos, manifestando-se em situações de
indisciplina, que na sua maioria são resolvidos por intermédio de diálogos
entre a direção, equipe pedagógica, aluno e professor, percebendo assim
a necessidade de diálogos esclarecedores que valorizem o aluno
enquanto pessoa, e a sua falta de atenção por parte dos adultos.
Constata-se que a desestruturação familiar e o consequente desvio de
comportamento interferem na produção do conhecimento e no
relacionamento entre alunos, professores e pais.
17
No relacionamento entre os alunos, muitas vezes há violência por
motivos banais, trazem para escola pequenos conflitos que acontecem
fora da escola por morarem próximos e as famílias não se entenderem
entre vizinhos, porém basta que haja interferência por parte da equipe
que esses conflitos se resolvem, percebendo que os alunos são muito
receptivos ao serem aconselhados, demonstrando respeito ao se tratar de
problemas externos à escola.
Frente às dificuldades cotidianas sentimos que há em nossa Escola,
entre alguns professores manifestações de desestímulo e desmotivação
ao trabalho, porém esses apresentam-se disponíveis às mudanças,
analisando a realidade, oferecendo sugestões e propondo-se a engajar à
novas alternativas de trabalho, inclusive participando dos grupos de
estudo e a efetivação deste documento.
Os nossos professores são de formação técnica, fruto da LDB
5692/71, no qual havia pretensa exigência de rigor e de racionalização,
sem ênfase na pesquisa, e no padrão intelectual, sobrepondo a
racionalidade a qualquer opção de ordem política e de inovação, por isso
percebe-se com relação à metodologia que existem várias tendências,
inclusive falta de esclarecimento por parte de alguns, em relação à forma
metodológica adequada para trabalhar a realidade na qual estamos
inseridos.
No que se refere aos conteúdos, esses são universais e estão
elencados nas Diretrizes Curriculares Estaduais, buscamos adequá-los a
realidade da escola e relacioná-los com a realidade dos alunos. Entende-
se que alguns conteúdos se apresentam desinteressantes, com pouca
relação com a realidade, havendo dificuldades da integração dos mesmos
entre as diferentes disciplinas, concordamos com Sacristan (1998) quando
enfatiza que “a escolaridade, o currículo, os professores e os materiais
didáticos tenderão a reproduzir a cultura hegemônica e favorecer uns
mais que os outros”, porém sabemos com certeza que são imposições da
sociedade atual e sentimos em nosso corpo docente, a partir dos nossos
18
encontros, predisposição a mudar, usando metodologias diferenciadas, e
relacionando os conteúdos com a realidade de nossa escola.
Percebe-se que a avaliação nem sempre se efetiva como processo,
preocupando-se com a quantidade e não a qualidade. Muitas vezes formal,
restrita e tradicional, limitando-se a poucos instrumentos de medidas, os
registros são feitos através de notas ( 0 a 10 ) trimestralmente e cada
professor estabelece de acordo com sua prática e sua disciplina seus
próprios critérios avaliativos.
Na recuperação paralela, são retomados pelos professores em sala
de aula, os conteúdos não apropriados pelos alunos, através de atividades
diferenciadas que priorizará o conhecimento obtido através das atividades
realizadas de forma escrita e oral, ou seja, para o professor diagnosticar
se realmente houve catarse (passagem da ação-prática-social-inicial para
a conscientização prática-social-final ou retorno a uma nova prática).
Em nossa Instituição existe a sala de apoio a aprendizagem, que
funciona duas manhãs por semana com aulas geminadas; e os alunos que
frequentam são de 5ª série, com dificuldades de aprendizagem
principalmente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
O trabalho com esses alunos é realizado com material pedagógico
e didático específico, com metodologias diferenciadas e atendimento
individual. Há acompanhamento da equipe Pedagógica e do NRE (Núcleo
Regional de Educação), obtendo-se resultados satisfatórios.
O Conselho de Classe acontece com a presença da maioria dos
professores, direção e equipe pedagógica onde são discutidas as
dificuldades de apropriação de conteúdos pelos alunos e estratégias para
melhorar a aquisição do conhecimento científico.
Percebe-se que a gestão da escola está empenhada na
descentralização e em preservar um clima favorável ao desenvolvimento
do trabalho educativo.
Na escola são realizados encontros entre a direção, APMF, Conselho
Escolar, Grêmio Estudantil, Associação de Moradores e funcionários. A
APMF e o Conselho Escolar são órgãos atuantes na escola colaborando
19
com a melhoria, levantamento e solução de problemas existentes na
comunidade escolar.
O Grêmio Estudantil da escola, apesar de ser o órgão máximo de
representação dos estudantes do estabelecimento de ensino, não “está”
atuante como deveria ser, pois não tem defendido os interesses
individuais e coletivos dos alunos e, também não vem incentivando a
cultura literária, artística e desportiva de seus membros.
Sentimos a necessidade de que nossa escola desenvolva o papel
de construir uma sociedade justa e democrática, prevalecendo o respeito
à vida, sem qualquer tipo de discriminação. Queremos que ela sirva a
todos e que dê direitos e oportunidades iguais, que cada um assuma os
seus deveres, trabalhando solidariamente e com responsabilidade coletiva
no sentido de sensibilização quanto aos problemas referente à saúde, à
alimentação, à moradia, ou seja, entender o processo que caracteriza as
relações humanas e sociais.
Neste sentido, nossa escola procura propiciar ao aluno experiências
de que nesta sociedade se conceba a educação escolar como base para a
estruturação de novos tempos. Por isso, a necessidade do fortalecimento
da família, da escola e da comunidade, a fim de que se desenvolvam
valores como liberdade, responsabilidade, senso crítico, verdade,
honestidade, respeito, fraternidade, justiça e igualdade.
Na hora atividade, os professores utilizam para estudos, avaliação
e planejamento de suas aulas, os recursos disponíveis no laboratório de
informática e biblioteca. Sendo que alguns já utilizam com frequência a TV
Pendrive e com menos frequência a TV Paulo Freire. Devido a fatores
relacionados principalmente a indisciplina de alunos, que necessitam de
atendimento individualizado, a equipe pedagógica não faz
acompanhamento necessário aos professores neste momento, pois
mantém-se bastante “atarefada” resolvendo problemas de indisciplina que
acabam atrapalhando o desenvolvimento do trabalho educativo em sala
de aula.
20
O laboratório de Ciências possui materiais e equipamentos
necessários para aulas práticas de Ciências, Química, Física e Biologia. A
biblioteca tem no acervo diversas coleções, livros de pesquisa, revistas,
livros de literatura, desde os clássicos à literatura juvenil e infanto-juvenil.
Considerando que todos os espaços da escola, além da sala de
aula, são importantes espaços educativos, os agentes educacionais
contribuem para o processo ensino-aprendizagem e para a formação
integral do aluno. Ainda no desenvolvimento de suas funções, atuam
oferecendo condições, geralmente materiais, para que o processo ocorra
de maneira satisfatória, organizando e orientando sobre materiais
disponíveis na escola, deixando o espaço físico organizado e limpo para a
realização das aulas, organizando toda a documentação escolar do aluno e
auxiliando professores e alunos no uso das tecnologias.
Quanto ao papel dos agentes educacionais na construção e na
efetivação da gestão democrática da educação, esses buscam conhecer
os documentos legais que regem o funcionamento da escola, e
envolvendo-se no processo de tomada de decisões, contribuindo através
de sugestões que possam melhorar a gestão da escola.
Sentimos que a formação de alguns agentes educacionais está em
defasagem para que no desenvolvimento de sua função, possam agir
tendo em vista uma participação mais efetiva e consciente no processo
educativo e assim serem reconhecidos e valorizados como educadores.
21
IV - Marco Conceitual
4.1 A busca por uma teoria libertadora das classes
populares
Pedagogia Histórico-Crítica
Frente a realidade descrita e analisada, a escola Léo Flach percebe
que a concepção de educação que mais se adapta para atingir o que
pretendemos deva partir de pressupostos em que privilegie o ser humano
na sua essência enquanto ser histórico, perceba os problemas
contemporâneos e desigualdades causadas pelo capital. Torna-se urgente
trabalhar uma pedagogia que seja resistente a “onda” que altere as
relações sociais determinantes e a ideologia que centra ao fracasso em
causas individuais isentando a classe dominante dos problemas da
marginalidade e exclusão, portanto, “trata-se de uma dialética histórica
que expressa o materialismo histórico, que é justamente a concepção
que procura compreender e explicar o todo desse processo abrangendo
como são produzidas as relações sociais” (Saviani 2003 p. 144)
A partir do materialismo histórico que tem como base a mudança a
partir da prática social e enfatizando que “A História pode promover
mudanças tanto mais profundas quanto maior for a participação das
amplas massas populares nas ações históricas” ( Konder 1998 p. 55 ) é
que analisaremos quais as condições essenciais para conceber uma
educação que privilegie o resgate do saber emancipatório, pois sabe-se
que a visão do “todo” está associada no conjunto das relações humanas,
portanto imprescindível para que se entenda as partes.
Nesse sentido desejamos um mundo sem divisões de
conhecimentos, onde o capital não seja parte fundamental na formação
das nações, mundo esse em que as organizações culturais, artísticas,
políticas, econômicas, religiosas e jurídicas sejam igualitárias para todos
22
os povos, que a distribuição da riqueza seja reorganizada de forma que
nenhum ser humano passe necessidade do que lhe é essencial e de direito
para manter a dignidade e não ser discriminado pelo que não possui.
Que a igualdade entre as pessoas no planeta beneficie a natureza,
contribuindo para preservação do meio onde a consciência prevaleça em
primeiro plano, visto que, com a competitividade, ganância e a própria
luta desigual pela sobrevivência vem destruindo culturas, e ecossistemas
extinguindo a flora e a fauna. No Mundo ideal, almejado, o capitalismo
deve passar por profundas transformações, Marx afirma:
A Propriedade privada tornou-nos tão estúpidas e unilaterais, que um objeto só é nosso quando o temos, quando existe para nós como capital, ou quando é possuído, comido ou bebido, vestido, habitado (...) Em lugar de todos os sentidos físicos e espirituais apareceu assim simples alienação de todos esses sentidos: o sentido de ter. ( Marx apud NUNES p. 169).
Nesse sentido é que percebemos a necessidade de rever algumas
práticas, em que nossas mentes e ações não privilegiem o material,
delegando valores morais em segundo plano como se o capitalismo e suas
doutrinas político-econômicas fossem incontestáveis e naturais, onde a
divisão do trabalho que separa o pensar do agir gera a alienação do
trabalho.
“Marx verifica, contudo que no mundo atual o trabalho assumiu
características desumanas: Os trabalhadores que produzem os bens
materiais e indispensáveis a vida não se realizam como seres humanos”
(Konder 2000, p. 38)
A sociedade então inserida nesse contexto deve partir da
democracia, priorizando o respeito a vida sem qualquer tipo de
discriminação, com direitos e oportunidades iguais, sociedade em que a
saúde, trabalho, educação e lazer sejam direito
das famílias para que essas continuem sendo a base social e, instituição
primeira, fundamental para o indivíduo na sua formação.
23
Almejamos uma sociedade que aprimore as interações políticas e
econômicas. Que essas políticas não sejam desenvolvidas a partir de
interesses “globais”, para que diminua a violência e a luta desigual pela
sobrevivência.
Que nessa sociedade o poder político seja verdadeiramente o
representante do povo somando esforços na busca do bem comum, seja
concebida a educação escolar como base para estruturação de novos
tempos, com isso, a necessidade de fortalecimento da família e da escola
para que valores como liberdade, honestidade, responsabilidade e senso
crítico estejam presentes nos indivíduos que a constituem, para que
nossos filhos e alunos sintam orgulho de a essa sociedade pertencer.
Para a construção da sociedade almejada percebemos que o
homem deve ser integrado a grupos, questionador e observador e
consciente na construção do saber que nas suas relações sociais tenha
espírito cooperativo e solidário visando assegurar direitos e deveres e
assumindo o papel de agente de transformação, pois segundo Gramsci :
“é imprescindível negar com firmeza a dicotomia entre necessidade e liberdade: se, na fase da sociedade de classe,os dois momentos estão “dicotomizados” pela força, pela violência, pois não encontram sua recíproca organicidade, cabe ao processo político educativo torná-los orgânicos e unitários de tal forma que a necessidade seja humana e racional e a liberdade concreta e objetiva” (Nosella, 2004, p.179)
O conhecimento não pode ser fragmentado, por isso deve partir da
teoria que encara o objeto do ponto de vista histórico. As ciências como
parte do todo contribuem para “a passagem” da ignorância ao
conhecimento. Portanto, é a partir da associação entre conhecimento e
ciência que se produz o processo universal de desenvolvimento, processo
esse em que a tecnologia torna-se extensão da mente humana. Porém
precisa ser aliada do homem, como afirma Lênnin(1913) “A tecnologia,
diz Marx, pôs a nú o modo de ação do homem perante a natureza... ”.
24
“Desta maneira o conhecimento deve ser uma expressão
complexa da vida material, intelectual e espiritual dos
homens, os conhecimentos científicos devem ser
redimensionados de acordo com as novas condições de
produção da vida humana, seja de forma teórica ou prática,
deve responder aos desafios”. (Gasparin 2003, p. 3)
Portanto inserida nessa nova forma de ação, nos conhecimentos
humanísticos científicos, como fator histórico e social, a escola pública
ideal é a que se torna o berço de toda essa dialética, pois é ela que
segundo Gasparin (...) dá unidade a todos os elementos que compõem o
processo educativo escolar...(Gasparin 2005, p.5) e o mais importante é
que no cerne da escola pública situa-se a massa que precisa fazer a
diferença através do conhecimento que lhe esta sendo negado, ou seja, a
escola pública almejada precisa explicar a realidade bem como os
conceitos científicos e universais, devem estar articulados com educação,
com o homem, com a sociedade e com o trabalho, pois a história da
realização do ser social objetiva-se através da produção e reprodução da
existência do ato social que se efetiva pelo trabalho. Através do trabalho,
diz Lukács (apud Antunes, 2000, p.125) “tem lugar uma dupla
transformação, por um lado o próprio homem que trabalha é transformado
pelo seu trabalho, ele atua sobre a natureza, subordina as forças da
natureza ao seu próprio poder e desenvolve as potencias nela ocultas”
,portanto a escola pública almejada precisa ser uma arma ideológica a
favor dos que dela necessitam, que cada adolescente nela inserido saiba
de seus respectivos espaços, compreendendo a realidade atual, que sejam
conscientes de uma auto-organização para romper com certas
subordinações .
Uma escola pública de qualidade e democrática deve concentrar
meios para proporcionar recursos materiais e simbólicos para os jovens
que tem sua qualidade de vida diminuída em função da alta qualidade
desfrutada por outros grupos, enfim que prevaleça na nossa escola a
25
opção de luta e de uma educação que subverta as dimensões da presente
organização.
A Lei de Diretrizes e Bases da educação no seu artigo 14 estabelece;
“Aos docentes incumbir-se-ão”
III - Zelar pela aprendizagem dos alunos;
A escola Léo Flach tem consciência do quanto a aprendizagem deve
se estender além desse parágrafo, visto que a escola deve entender a
aprendizagem como o conjunto de todas as relações internas e externas
ao ambiente escolar. Queremos a aprendizagem inserida na concepção
dialética, histórica, dinâmica e contínua, onde o indivíduo aprenda por
interações coletivas e de forma ativa. Cabe ao professor (...) “provocar
conflitos cognitivos no aluno impulsionando-o a criação de novos
conhecimentos” (Bussman,2004, p.49)
4.2 CONCEPÇÃO DE ESCOLA, EDUCAÇÃO, ENSINO E
APRENDIZAGEM
Na perspectiva filosófica baseada na visão histórico-crítica fica
claro que o objetivo da escola e formar um cidadão completo.
Nesse contexto vale lembrar que o ser humano não é um ser
sociável naturalmente “ele não nasce sabendo a ser homem ” (SAVIANI
p.7).Portanto cabe a escola desempenhar seu papel no sentido de
formação completa do cidadão, pois:
...para saber pensar e sentir; para saber querer, agir ou avaliar é preciso aprender, o que implica o trabalho educativo (SAVIANI 2003, p.7).
Para tanto devemos nos centrar no saber, ou seja, no processo
educativo, em que sua primordial função é o acesso ao conhecimento
científico, (o clássico), tendo como ponto de partida o conhecimento
historicamente produzido, visto que “o saber é objeto específico do
trabalho escolar” (SAVIANI, 2003, p.9).
26
A escola existe, pois para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilite o acesso ao saber elaborado (ciência), bem como o próprio acesso aos rudimentos desse saber. ( SAVIANI 2003, p.15).
A escola deve portanto, dar suporte ao aluno, no sentido que ele
possa, passar do conhecimento espontâneo, próprio do meio que está
inserido, para o conhecimento científico, tendo posse do mesmo, que
possa intervir e transformar ambiente que está em volto.
Partindo dessa perspectiva é mister definir o objetivo real da
escola, e qual tipo de homem, de cidadão que a escola vai buscar formar,
qual caminho vamos trilhar para chegar ao objetivo final da escola que é a
formação integral do homem.
[...] dar uma educação tal, que ao deixar as salas de aula com a idade de dezoito ou vinte anos, os jovens de ambos os sexos estariam dotados de um cabedal de conhecimentos científicos que lhes permitisse trabalhar com proveito para a ciência, e que ao mesmo tempo tivessem um conhecimento geral das bases do ensino técnico [...](BAKUNIN apud Scalcon et al., 2002, p.81).
Para a direção que queremos levar a escola faz-se necessário a
integração de todas as partes da escola, seja ela o corpo docente e
discente, conselho escolar, grêmio estudantil, a equipe de serviço gerais,
a equipe administrativa, ou seja, os órgãos colegiados. Com isso,
precisamos deixar explícito que somente quando todos caminharem rumo
ao mesmo objetivo é que teremos uma educação emancipatória que
forme o homem na esfera omnilateral, ou seja, a formação do homem
completo.
Diante do exposto, quanto ao papel da escola, faz-se necessário
mostrar o real objetivo da educação, ou seja, qual a intenção específica da
educação pois:
...o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens. (SAVIANI 2003, p. 13).
27
Humanizar-se e educar-se deve ser direito de todos, pois o
conhecimento é construído historicamente pelos cidadãos.
Procuramos na pedagogia histórico-crítica um meio, em que o
ensino e aprendizagem, ou seja, a educação escolar, possa propiciar o
conhecimento científico elaborado e desenvolvido no processo histórico,
permitindo que o indivíduo possa analisar a realidade com base no
conhecimento para assim poder intervir no meio em que está inserido.
Diante do que foi exposto, podemos afirmar que a pedagogia
histórico-crítica acredita que o conhecimento escolar é construído através
do trabalho educativo, em que prioriza-se a formação humana, pois o
trabalho é a mediação do “eu “ com o mundo, ou seja, a integração entre
teoria e prática.
... para atingir esse resultado a educação tem que partir, tem que tomar como referência, como matéria-prima de sua atividade, o saber objetivo produzido historicamente (SCALCON, 2002, p.17).
Podemos salientar que existe a necessidade de interação do
homem com o meio social para que este adquira o conhecimento
histórico–cultural transmitido historicamente. Pois essa é a única forma de
transformação social, partindo da aquisição do conhecimento científico e
das relações sociais herdadas durante o processo histórico.
Vê-se que a pedagogia nesta orientação, será voltada para a
libertação do indivíduo, pois o mesmo não vive de uma forma isolada no
mundo, vive conhecendo seu lugar e papel na sociedade. E a partir do
momento que compreender seu lugar na sociedade e o meio que o rodeia
poderá agir sobre ele na direção de uma transformação.
Almejamos então a aprendizagem como o móvel fundamental da
prática pedagógica, resultando então a nossa necessidade em romper com
aprendizagens voltadas especificamente para o mercado de trabalho,
aprender para transformar.
28
A escola almejada não tem o direito de conceber uma formação
estreita limitando se a inculcar em seus alunos alguns hábitos técnicos
que lhes apenas permitam ganhar a vida. Aprendizagem conduz a
emancipação, portanto, a aprendizagem escolar consiste em sujeitos
diferenciados na busca de se entenderem sobre si e sobre o mundo,
realiza-se nas inter-relações, na palavra alicerçada na experiência de vida,
na capacidade e no compromisso.
4.3 Avaliação
Sendo a aprendizagem coletiva e histórica, a prática avaliativa
deve levar a reflexão com base em dados concretos. A avaliação nesse
contexto precisa ser considerada como elemento de diagnóstico
permanente auxiliando professores e alunos no acompanhamento do
processo de ensino, sem a função classificatória, engajada no
conhecimento real em todas as dimensões do saber: cognitivas, afetivas e
intelectuais considerando as possibilidades e limites de cada turma e a
individualidade de cada aluno.
Observamos que a avaliação tem sido tema de muitas discussões,
e a questão levantada é. O que avaliar?... Como avaliar? pois na história
podemos observar que avaliação avalia o que o aluno não sabe, ou seja o
aluno não sabe cinquenta por cento da prova, da avaliação então merece
nota cinco.
Como diz Luckesi a avaliação nada mais é do que:
“Uma prática hierárquica; o educador, na situação escolar como representante do sistema, decide o que vai examinar, o conteúdo, a forma de examinar, as questões, corrige o que o estudante escreveu, atribui notas, aprova ou reprova o educando. Através desses mecanismos, inclui ou exclui os
29
educandos. Usualmente, mais exclui do que inclui. Como o principal elemento da cadeia de profissionais que se relacionam com o educando, o educador representa o sistema de poder da sociedade. Ao educando, no sistema, cabe submeter-se a esse ritual e temer a exclusão”.(LUCKESI, 2005, p.27).
Buscamos um sistema de avaliação contrário a essa prática
hierárquica, pois queremos um suporte de análise do conhecimento do
aluno. Entendemos que cada aluno possui particularidades tanto na parte
biológica, parte psicológica e também no que se refere ao meio onde se
insere. Precisamos conhecer a historicidade de cada aluno, só assim
poderemos perceber seu crescimento.
Se estivermos atentos, vamos verificar que cada ser humano, na sua trajetória de vida, rompe múltiplas vezes o equilíbrio entre as qualidades das camadas germinativas, mas, também, de alguma forma, busca restaurá-las.(LUCKESI, 2005, p.81)
Assim sendo, pretendemos consolidar uma avaliação
emancipatória, para o real crescimento do nosso aluno, pois a avaliação
deverá ser constante, ou seja, permanente, a função primeira desta
avaliação será diagnóstica, a análise constante do educando.
Através dessa observação, poderemos obter todas as informações
necessárias para que o professor possa intervir na ação pedagógica,
buscando resultados positivos, para a transformação no resultado da
prática educativa.
Precisamos estar cientes que o resultado dessa forma de avaliação
se dará para o nosso educando em uma nova prática social, pois ele é um
ser em constante transformação. “Os conceitos só fazem sentido quando
se transformam em vida vivida”.(LUCKESI, 2005, p.86).
4.4 Gestão democrática
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo
14 diz:
30
Art.14- os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I- Participação dos profissionais de educação na
elaboração do projeto pedagógico da escola;
II- Participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares e equivalentes.
Visto que na L.D.B no artigo 14, apresenta apenas dois princípios (I,
II) quanto a gestão democrática acreditamos ser fundamental uma gestão
sob a égide de preceitos de democracia que rompam com a estrutura
hierarquizante e autoritária que inibe o exercício das relações
verdadeiramente pedagógicas. É preciso lutar para que a gestão não
esteja associadas a interesses paralelos desvinculados ao compromisso
com a educação de qualidade. Por isso o artigo 12 traz as seguintes
determinações;
VI- Articular com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola;
VII- Informar os pais e responsáveis sobre a frequência e
rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta
pedagógica;
Essas determinações tendem a produzir importantes reflexos sobre
a gestão democrática da escola pública, deve-se cada vez mais afirmar a
participação da comunidade, não apenas como direito de controle
democrático sobre os serviços do Estado, mas também como necessidade
do acompanhamento pedagógico, para dar continuidade a todo processo
de formação do cidadão. Com isso faz-se necessário levar em conta a
comunidade, integrando as atividades escolares na mesma direção, o art.
13 ao estabelecer a obrigação dos professores de colaborar com essa
articulação:
31
Art.13- Os docentes incumbir-se-ão de:
(...)
VI-colaborar com as atividades de articulação da escola com as
famílias e a comunidade.
Portanto, concordamos com Paro ao dizer que “A gestão
democrática na escola deve estar intrinsecamente oposta às relações de
mando e submissão que são admitidas, hoje nas escolas” (PARO,
2001.p.81).
Para ser oposta a essas relações de mando e submissão é preciso
possuir algumas características como: compartilhamento de decisões e
informações, a preocupação com a qualidade da educação, e com a
transparência. Gestão Democrática discute propostas e implementa ações
conjuntas por meio de parcerias locais, como universidades, bibliotecas e
centros culturais, para oferecer sempre boa formação a todos que fazem
parte da comunidade escolar. Uma boa gestão sabe lidar com conflitos e
opiniões diferentes dialogando e respeitando as particularidades de cada
pessoa.
4.5 Hora atividade
A lei Estadual 13.807 de 30 de setembro de 2002 instituiu 20% de
hora atividade emitindo assim a instrução 02/2004 considerando que:
1- A hora atividade é o tempo reservado ao professor em exercício
de docência para estudos, avaliação e planejamento;
2- A organização deve favorecer o trabalho coletivo dos
professores priorizando-se:
• o coletivo dos que atuam na mesma área do conhecimento, tendo
em vista a implementação das diretrizes curriculares para a rede
pública estadual de educação básica;
• o coletivo dos professores que atuam nas mesmas turmas e
séries;
32
• a formação de grupos de professores para o planejamento e para
o desenvolvimento de ações necessárias ao enfrentamento de
problemáticas diagnosticadas no interior da escola;
• a correção de atividades discentes, estudos e reflexões a respeito
de atividades que envolvam a elaboração e implementação de
projetos e ações que visem a melhoria da qualidade de ensino.
3- A organização da hora atividade deverá garantir, também carga
horária que permita ao professor a realização de atividades pedagógicas
inerentes ao exercício da docência.
4- Cabe ao conjunto de professores, sob orientação da equipe
pedagógica ou direção do estabelecimento, planejar, executar e avaliar as
ações a serem desenvolvidas durante o cumprimento da hora atividade.
5- Cabe a equipe pedagógica coordenar as atividades coletivas e
acompanhar as atividades individuais.
6- Cabe a direção do estabelecimento sistematizar o quadro de
hora atividade, permitindo o seu acompanhamento e informando a
comunidade escolar.
7- É de responsabilidade do diretor a distribuição e verificação do
cumprimento da hora atividade.
8- Serão atribuídos 20% de hora atividade sobre o total de horas
aulas assumidas pelo professor em regência de classe.
9- Comprovada a impossibilidade de cumprimento da hora
atividade no turno em que o professor ministra aulas, o diretor deverá
apresentar ao NRE a justificativa e encaminhamento que será adotado
pelo estabelecimento de ensino, assegurando o acompanhamento pela
equipe pedagógica no horário estabelecido.
A hora atividade pode ser considerada como um avanço
significativo para o professor que comprometido com a educação saberá
usar esse momento para reflexões e estudos relacionados as práticas
pedagógicas bem como interar-se dos desafios e problemas existentes na
comunidade e com isso a hora atividade deixa de ser uma atividade
abstrata para transformar-se em propostas concretas.
33
Nossa escola dentro da perspectiva crítica percebe a importância
fundamental da liberdade de expressão dos alunos e da comunidade,
democraticamente sabemos que um dos meios em que os estudantes
defendem seus direitos e aprendem a ser cidadãos éticos e críticos é
através do Grêmio estudantil.
O Grêmio Estudantil é uma organização sem fins lucrativos que
representa os interesses dos estudantes com objetivos culturais, cívicos e
sociais, é o órgão máximo de representação dos estudantes, com isso
possui estatuto próprio. A representação do Grêmio Estudantil feita de
forma democrática por eleição delegando assim, poderes amparados pela
Lei Estadual 11057 de 17 de janeiro de 1995 assegurando aos
estabelecimentos de ensino públicos ou privados a livre organização de
grêmios estudantis.
4.6 Agentes educacionais I e II
O aluno não aprende apenas na sala de aula, mas na escola como
um todo, pela maneira como a mesma é organizada e como funciona,
pelas ações que promove, pelo modo como as pessoas nela se relacionam
e como a escola se relaciona com a comunidade, pela atitude expressa em
relação às pessoas, pelo modo como nela se trabalha, dentre outros
aspectos. A educação acontece em todos os espaços escolares, assim
sendo, todos os profissionais que atuam na escola estão educando através
do desenvolvimento de seu trabalho.
Aos professores compete o papel de garantir a aprendizagem dos
alunos, por meio das atividades de ensino. Às merendeiras, a educação
alimentar, aos responsáveis pelo meio-ambiente e infra-estrutura escolar
a educação ambiental, aos responsáveis pela biblioteca, laboratórios e
multimeios, a educação para a cultura, para a comunicação, para a leitura,
aos que trabalham nas secretarias, a educação para a gestão democrática
e para a responsabilidade cidadã.
34
A alimentação fornecida na escola propicia ao aluno bem-estar,
ânimo, atenção e condições físicas ideais à aprendizagem, além de
contribuir para manter a sua saúde e nutrição. Então considera-se cada
vez mais necessário aos profissionais ligados à produção de refeições,
incorporarem à sua prática diária um conjunto de ações voltadas para o
controle de qualidade dos alimentos.
Os funcionários que gerem o espaço escolar em sua manutenção e
conservação necessariamente são educadores e, para tanto, devem estar
atualizados quanto a alguns conceitos que lhes propiciarão uma visão
crítica e criteriosa a respeito da educação escolar e dos espaços escolares.
O Agente Educacional II que atua na secretaria deve conhecer os
dispositivos legais que prevêem direitos dos educandos e de outros
envolvidos no processo escolar. Do conhecimento e da aplicação desses
dispositivos depende o bom andamento do trabalho da secretaria.
35
V - Marco Operacional
A partir das concepções que temos de sociedade, de escola, ser
humano e de educação expressas no Marco Conceitual, elaboramos o
projeto Educativo de nossa Escola.
Queremos um aluno crítico, transformador e comprometido com
uma sociedade justa e igualitária. Para isso é necessário estabelecer que a
metodologia seja a pedagogia histórico crítica, por entender que é uma
pedagogia que trata da dialética histórica expressa no materialismo
histórico.
Pelos problemas apresentados no marco situacional, a nossa escola
necessita superar as visões não críticas de sociedade e reprodução social
inserido no contexto educacional.
A prática pedagógica então acontecerá na interação entre
conhecimento e realidade concreta. Para que isso aconteça, nossa escola
tem como objetivo elaborar um grupo de estudo com toda a equipe, no
decorrer do ano letivo. Serão estudadas as práticas pedagógicas, os cinco
passos da pedagogia histórico-Crítica tendo como referência bibliográfica
os autores Demerval Saviani, Gasparim, e Gaudêncio Frigotto, com
enfoque no conteúdo da produção histórico social.
Para que o nosso professor seja capaz de perceber a realidade que
o cerca e entender o porquê dos problemas com os alunos enfatizados no
marco situacionais, partiremos dos seguintes princípios:
• a relação entre aluno-professor deverá ser ativa, ambos sujeitos e
seres concretos, com isso na hora atividade serão elaborados
conteúdos que sejam significativos ao aluno, que partam da sua
prática cotidiana, para que o professor tenha meios de conhecê-lo e
como autoridade competente criar as condições necessárias à
apropriação do conhecimento;
36
• cabe ao professor, transmitir o conhecimento historicamente
produzido pela humanidade, com isso as relações de trabalho, têm
que priorizar a apropriação do conhecimento enquanto
especificidade na relação pedagógica e para isto terá o
acompanhamento da equipe pedagógica da Escola;
• os conteúdos de ensino deverão revelar a realidade concreta de
forma crítica e explicar ao aluno as possibilidades de transformação
da realidade;
• durante o ano letivo, os professores acompanharão os alunos, em
projetos interdisciplinares, juntamente com a equipe, para que, no
trabalho coletivo haja construção da práxis. Trabalho esse planejado
na hora atividade com todos os envolvidos;
• no início do ano letivo, professores e funcionários farão um passeio
pelo bairro, com objetivo de conhecer como vive o nosso aluno, suas
condições econômicas e culturais;
• trabalhar o método de ensino decorrente das relações estabelecidas
entre conteúdo-método-concepção de mundo.
Acreditamos que as técnicas de ensino, aliadas às mudanças na
relação professor e aluno, são fundamentais para o bom andamento do
trabalho pedagógico e também contribuem para que diminua o
desinteresse em sala de aula, portanto nossa escola terá como prioridade:
discussão, debates, leituras, trabalhos coletivos, tendo sempre como
prioridade a leitura, interpretação e produção.
Percebemos a importância da participação dos nossos alunos em
sala de aula e na Escola como um “todo”, tendo um permanente interesse
pelas atividades propostas, questionando e buscando soluções
individualmente e em grupo, num clima de respeito, cooperação e
responsabilidade.
Com relação ao professor, firmamos ainda a necessidade de que o
mesmo busque o seu crescimento pessoal, com isso nossa escola
estabeleceu em conjunto, que sua formação deve ser continuada e
37
permanente. Durante o ano, além do grupo de estudo citado
anteriormente, destacamos que será realizado leituras coletivas sobre:
• Práticas pedagógicas;
• Didática em sala de aula;
• Questões relativas ao comportamento dos adolescentes;
• Relacionamento pessoal;
• Teorias educacionais, concepções e história da escola pública.
Os textos serão selecionados pela equipe pedagógica, de acordo
com as necessidades apresentadas pelo coletivo da escola. Importante
ressaltar que os representantes de turma, funcionários, órgãos colegiados
(Grêmio Estudantil, APMFs, Conselho Escolar) serão convidados para
momentos de leitura e estudos sobre questões sociais e temas que os
levem a intervir na escola de forma socializadora. Caberá ao Grêmio
estudantil a confecção de mural que auxilie os outros alunos a
entenderem tais reflexões.
É necessário que direção, pedagogos e agentes educacionais
comprometam-se com as atividades desenvolvidas pela Escola. É
imprescindível que todos exerçam os seus deveres e empenhem-se
permanentemente nas reivindicações dos seus direitos e no resgate da
valorização profissional. É básico que busquemos sempre, na relação
humana, uma postura baseada no diálogo, incentivando-se o respeito a
valorização do outro, a convivência com a verdade, a solidariedade e a
integração efetiva entre todos os membros da comunidade escolar.
Com isso a equipe pedagógica, direção e funcionários também se
empenham orientações e aconselhamentos relativo aos conflitos e
problemas de ordem emocional (direção-pedagogos), quando for preciso,
envolvendo alunos equipe e professor abordando assuntos referentes a
prevenção do uso de drogas, sexualidade, relacionamento pessoal entre
colegas, namoro, trabalho.
Os funcionários da biblioteca, terão como prioridade durante todo o
ano letivo:
38
• Orientar os alunos em relação à importância da leitura;
• Selecionar o material adequado à faixa etária compatível ao tema
abordado no livro e ou orientações sugeridas pelo professor;
• Trabalhar em conjunto com professores e equipe pedagógica na
confecção de materiais didáticos pedagógicos;
• Orientar pesquisas;
• Orientar no processo de conscientização do aluno quanto a
preservação dos materiais da biblioteca, a conservação dos
mesmos;
• Auxiliar os professores e equipe em sessões culturais.
O Administrador Local cuidará do bom funcionamento e manterá
a organização do Laboratório de Informática. Esse profissional será um
estimulador e disseminador da cultura do uso responsável e consciente
das tecnologias à disposição de professores, alunos e toda a comunidade
escolar.
Os profissionais da escola, responsáveis pelo ambiente e infra-
estrutura escolar, além de seu trabalho, também estarão engajados no
processo pedagógico, sempre que for necessário, farão orientações
relacionadas à preservação e valorização do espaço escolar, higiene,
aconselhamento sobre a limpeza das salas e pátios.
A escola proporcionará condições favoráveis para que os agentes
educacionais possam buscar formação profissional, principalmente através
do Profuncionário, para que no desenvolvimento de sua função, atuem
tendo em vista uma participação mais efetiva e consciente no processo
educativo e assim serem reconhecidos e valorizados como educadores.
Quanto à prática pedagógica, a metodologia deve ser ativa,
exigindo a participação efetiva dos alunos. É importante que ao invés de
dar o raciocínio pronto, de fazer para e pelo aluno, o professor passe a ser
o mediador da relação educando - objeto do conhecimento. Assim poder
se superar aquela ilusão de falsidade que o educando tem ao assistir
passivamente a explicação do professor. É importante que sejam
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levantados questionamentos que estimulem o raciocínio, não
sobrecarregando a memória com uma série de informações desconexas.
O professor, através do planejamento organizará atividades
diversificadas, com recursos apropriados, buscando a interação e a
problematização, num processo dialético, estará incentivando a
participação ativa do aluno na construção do seu conhecimento e
consequentemente no desenvolvimento da autonomia, como uma das
importantes metas do trabalho educativo. A proposta de trabalho do
professor deverá ser significativa para o aluno, buscando–se um
conhecimento vinculado às necessidades, interesse e problemas oriundos
do educando e da realidade social mais ampla.
O processo educativo deve estar articulado com a realidade no
sentido de sua transformação. Portanto, todos os conteúdos selecionados
e trabalhados devem estar voltados para apropriação crítica da realidade,
tendo-se a preocupação permanente com o equilíbrio entre a quantidade e
a qualidade destes conteúdos e uma postura interdisciplinar na
operacionalização dos mesmos.
Com o objetivo de dinamizar e diversificar o processo ensino
aprendizagem, os professores deverão usar os mais variados recursos
didáticos: revistas, jornais, livro didático e paradidático, TV Pen drive,
laboratório PrDigital, laboratório de Ciências e biblioteca, fitas de vídeo e
DVDs educativos, mapas, jogos didáticos, entre outros.
O método de ensino da nossa escola é o da prática social, por
decorrer das relações estabelecidas entre conteúdo–método e concepção
de mundo e confrontar saberes trazidos pelos alunos e o saber elaborado,
por buscar coerência com fundamentos da ciência, entendida como
processo através do qual o homem se humaniza.
A fim de acompanhar o desenvolvimento da nossa proposta de
trabalho, pensamos que o processo de avaliação deve ser revisado e
ajustado. Temos que valorizar a qualidade do conhecimento, a sua
construção e o desenvolvimento do aluno como um todo. Para isso
entendemos que, ao longo das atividades, devemos continuamente
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observar o desempenho dos alunos, reunindo dados com instrumentos
apropriados e diversificados, para que possamos expressar o nível de
aproveitamento dos mesmos e propor ajustamentos no processo ensino –
aprendizagem.
A avaliação terá função diagnóstica e de prática emancipadora,
será o meio de obter informações para intervenção/reformulação desta
prática.
A média de cada trimestre será obtida através de :
1. Trabalhos individuais, trabalhos em grupos, atividades extra classe,
participação em debates e seminários, oficinas, sendo obrigatório
dois trabalhos por trimestre com peso de 0 a 10;
2. Prova escrita individual sem consulta (obrigatória), teste, avaliação
oral, avaliação em grupo, a critério de cada docente, com peso de
0 a 10 para cada avaliação.
Mt= MT + MP
2
Mt= média trimestral
MT= média dos trabalhos
MP= média das provas
A recuperação de estudos acontecerá paralelamente ao
desenvolvimento do conteúdo, ou seja, a recuperação dar-se-á no
processo, quando o professor perceber a dificuldade de compreensão de
determinado assunto, é o momento de retomar com metodologia
diferenciada, bem como exercícios diferenciados para o aprendizado. A
retomada dos conteúdos visará a recuperação da aprendizagem e
consequentemente da nota.
A hora atividade será realizada com acompanhamento da equipe
pedagógica e será o momento de por em prática o planejamento das
ações almejadas acima citadas. Será o momento em que professores e
equipe terão para estudo, análise e planejamento. Buscaremos tornar a
Hora Atividade do professor mais produtiva, com efetivo acompanhamento
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pedagógico, sugerindo metodologias diversificadas, recursos didáticos,
textos informativos, entre outros, para melhorar as aulas ministradas.
A escola ofertará Progressão Parcial ao aluno que não obter
aprovação final em até três disciplinas. A disciplina em dependência, no
Ensino Médio, será cursada em turno contrário ao da série em que foi
matriculado.
► Conselho de classe
• Fazer um Pré-conselho com os alunos e regente da turma e equipe
pedagógica, a cada 3 meses ou sempre que se fizer necessário,
diagnosticar problemas de ordem pedagógica, de relacionamento
entre colegas, algo que o aluno gostaria de expor e levantar
possíveis soluções;
• O Conselho de Classe trimestral deverá ocorrer nas datas previstas
no calendário escolar, com a presença de professores, direção,
equipe pedagógica e representante de sala. O conselho de classe
deve ser visto como o momento de avaliação de toda a prática
pedagógica, tanto de atuação do professor como de aprendizagem
dos alunos. Onde serão tomadas decisões para o trimestre
seguinte, através do planejamento de ações coletivas e norteadoras.
Ações Pedagógicas para o enfrentamento da indisciplina
A indisciplina é um fator que preocupa toda a sociedade, em
função da heterogeneidade os alunos vem para escola com muitos
problemas, entre eles desestrutura familiar, alcoolismo/drogas, miséria,
resultando em desinteresse, um dos fatores que determina a indisciplina.
• atendimento individual ao aluno, conversa com direção, equipe
pedagógica, e quando necessário com o professor, para que o aluno
através de diálogos, entenda o objetivo e a função da escola, mas
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principalmente sua função na sociedade e na escola, como agente
de transformação;
• convite aos pais para virem à escola e apontar os aspectos positivos
dos filhos;
• convocação aos pais, para que se certifiquem do problema e juntos
tentem uma solução (equipe, pais, direção e professores);
• roda de conversa entre pequenos grupos de alunos e pedagoga, na
sala da equipe pedagógica;
• parceria com projetos sociais: Formando Cidadão, Escola Oficina,
Amarbem.
• conscientização e estudo de todos profissionais da educação sobre o
ECA.
• promover efetiva integração entre a família e a escola através de
reuniões formativas que possibilitem aos pais discutirem juntamente
com a comunidade escolar, baseados em documentos legais, qual a
função de cada instituição na relação família – escola e também
difundir a ideia de que a escola precisa do apoio da família para
garantir a eficácia do processo de ensino e aprendizagem. Ainda
neste momento, os pais conhecerão todas as dependências da
escola, sendo que serão os alunos que apresentarão aos pais os
espaços da escola.
Em relação aos alunos que apresentam grande número de faltas,
será feito anotação no caderno pedagógico. Posteriormente, os pais
deverão ser convocados, ou será feita uma visita na casa do aluno, para
conscientizar os pais quanto a importância da frequência na escola e
também entender quais os motivos que levaram esse aluno ao abandono
escolar.
Se não obtivermos resultados positivos com esse esclarecimento
será feita a ficha do programa FICA e encaminhada ao Conselho Tutelar
para posteriores providências.
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Sendo a escola um espaço democrático e de conhecimento, um dos
principais desafios da nossa escola é fazer com que os adolescentes nela
permaneçam e consigam concluir seus níveis de ensino em idade
adequada e que eles também tenham seus direitos educativos atendidos.
Entendemos que para integrar realmente nossos alunos, algumas
atividades são importantes, tanto para o aluno, como para a família, com
isso no inicio do ano letivo elaboramos nosso cronograma de eventos que
contará com a participação de todos e no período determinado de acordo
com o calendário escolar interno.
ATIVIDADES PEDAGÓGICAS DESENVOLVIDAS NO COLÉGIO ESTADUAL LÉO FLACH
PROJETO UNIVERSIDADE SEM FRONTEIRAS: Nosso colégio
possui parceria com a Unioeste campus de Francisco Beltrão pelo projeto
Universidade Sem Fronteiras onde visa a elaboração de material didático,
que servirá de apoio para as práticas metodológicas dos professores do
Ensino Médio.
PROJETO DE LEITURA: Esse projeto visa uma integração
interdisciplinar onde o aluno deverá fazer a leitura de quatro livros por
trimestre e preencher uma ficha de leitura de avaliação do livro, em
seguida professor de Língua Portuguesa e pedagogo analisam as fichas
fazendo correções e comentários e uma nota será dada compartilhando
num processo interdisciplinar com as demais disciplinas.
PROGRAMA VIVA ESCOLA – CURSO PRÉ-VESTIBULAR: Este
programa se desenvolve na escola duas vezes por semana, sendo duas
aulas em cada dia. Existe um professor responsável que faz o trabalho de
coordenação do curso, onde os alunos assistem a tele aulas do Projeto
Eureka, que contempla todas as disciplinas do Ensino Médio.
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PROGRAMA VIVA ESCOLA – VIVA O ESPORTE NA ESCOLA:
Este programa (esporte) objetiva propiciar a participação de crianças e
adolescentes em situação de risco, através de atividades esportivas,
recreativas, lúdicas e sócio-formativas. Formando hábitos saudáveis,
senso crítico e de responsabilidade nos alunos, transformando-os em
cidadãos críticos com condições dignas de integrarem-se a sociedade.
Este Programa é desenvolvido duas vezes por semana, em turno contrário
pelo professor responsável.
PROGRAMA VIVA ESCOLA – DESENVOLVENDO O
CONHECIMENTO CIENTÍFICO ATRAVÉS DE PRÁTICAS
LABORATORIAIS: Visa tratar os conteúdos disciplinares de forma a
enfatizar no aluno a importância da disciplina de Química. Despertando
neste aluno um caráter crítico e investigativo, fazendo com que a
construção de seu conhecimento se forme a partir do seu cotidiano,
através da experimentação e descoberta.
Busca promover uma transformação emancipadora dos alunos,
capacitando-o de forma efetiva para que se tornem agentes
transformadores, agindo e interagindo para promover mudanças no
ambiente em que vive.
Este programa busca atender adolescentes que apresentam
condições sócio-econômicas mais desfavoráveis, ou seja encontram-se em
condição de vulnerabilidade social. E é desenvolvido duas vezes por
semana, em turno contrário pelo professor responsável.
TRABALHO DE INTERDISCIPLINARIDADE: As aulas são
elaboradas pelos professores a partir das DCES, e no período de hora-
atividade os professores são orientados pelos pedagogos a fazer a relação
dos conteúdos com as disciplinas de áreas afins para que haja uma
contemplação de todos os conteúdos, ocorrendo assim a melhor maneira
de ensino-aprendizagem.
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FESTA JUNINA: Atividades realizadas em parceira com APMF e
comunidade escolar envolvendo danças, teatro, apresentações culturais
desenvolvidas por alunos e professores com objetivo de integrar família e
escola.
JOGOS INTERSÉRIES: Atividades esportivas e recreativas
realizadas em parceria com o Grêmio estudantil (GELF) e professores de
Educação Física, realizadas na quadra esportiva do colégio.
OFICINA QUALIDADE DE VIDA: Atividades desenvolvidas pelos
alunos do Ensino Médio, na disciplina de Educação Física, onde os alunos
pesquisam sobre temas relacionados a prevenção de doenças e drogas,
elaboram o material de apoio e posteriormente apresentam nas turmas de
Ensino Médio.
Eventos Estaduais►
FERA COM CIÊNCIA;
Jogos escolares.
Enfatizamos que nossos diagnósticos educacionais surgiram de
uma situação concreta que explicitou o perfil educacional em sua
conjuntura econômica, política e social e, como o homem e a sociedade
estão em constante transformação e que esse movimento tem que se
pautar em bases dialéticas, nosso Projeto Político Pedagógico também não
está acabado, mas em constante mudanças, para que o mesmo contribua
para transformação da sociedade e da superação do nosso aluno
enquanto ser histórico.
Percebemos que até a conclusão momentânea do referido projeto,
muitas ações almejadas já obtiveram êxito, reforçando assim nossa teoria
de que estamos no caminho certo e que muito ainda há para se fazer.
Este projeto será reavaliado nas reuniões pedagógicas
estabelecidas no calendário escolar, por toda comunidade escolar.
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VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FREITAG, Bárbara. Escola Estado e Sociedade, 4ª ed., SP, Moraes, 1980.
FRIGOTTO, Gaudêncio. A Produtividade da escola – Improdutiva. 6º ED. São Paulo, Cortez, 2001.
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KONDER, Leandro. Marx Vida e Obra. Editora Expressão Popular, 1998.
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LUCKESI, Cipriano Carlos , Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. 2ª ed. 2005.
47
MÉSZÁROS, István. A Educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005
MINTO, César Augusto; OLIVEIRA, Romualdo Portela de ADRIAO, Teresa, (orgs) - Gestão, financiamento e direito a educação: análise da LDB e da Constituição Federal, Xama , 2001.
NOSELLA, Paolo. A escola de Gramsci/Paolo Nosella. - 3. ed. Rev. E atual. - São Paulo, Cortez, 2004.
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VEIGA, Ilma Passos - (Org.) - Projeto Político Pedagógico da Escola Uma Construção possível. Campinas, SP, PAPIRUS, 1995
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Aprovado pelo Conselho Escolar de acordo com a ata, em anexo, nº 04/2010, em 11 de novembro de 2010.
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