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Art. 151: Violao de CorrespondnciaObjeto Jurdico: A inviolabilidade do sigilo da correspondncia.Objeto Material: a correspondncia (carta, bilhete, telegrama etc.).Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, no exigindo nenhuma condio particular.Sujeitos Passivos: O remetente e o destinatrio da correspondncia.O eventual anonimato do remetente no ter idoneidade para descaracterizar o crime de violao de correspondncia.Tipo Objetivo: 1) Violao de correspondncia (caput):

Ncleo do Tipo: Devassar= descobrir, olhar, perscrutar, etc..

necessrio que a correspondncia esteja fechada, isto , no tenha sido violada ou devassada por algum.Independe da abertura da correspondncia; basta, por qualquer meio, que o agente tome conhecimento de seu contedo.

2) Apossamento de correspondncia (1 I):

Apossar-se significa apoderar-se, reter, tomar posse da correspondncia; mas o apossamento deve ser indevido.O apossamento parcial suficiente para configurar o crime.

3) Violao de comunicao telegrfica, radioeltrica ou telefnica (1, II, III e IV):-Divulgar:significa dar publicidade, tornar pblico,propagar,difundir o contedo da comunicao.- Transmitir: fazer chegar a nmero indeterminado de pessoas, no entanto, como o tipo pune a transmisso a outrem; logo, suficiente que uma s pessoa tome conhecimento da comunicao.-Utilizar: fazer o uso, empregar, tirar proveito.-Impedir: significa barrar, no permitir, opor-se a comunicao ouconversao referidas no tipo penal.-Instalar: significa alojar, acomodar, montar.

Tipo Subjetivo: o dolo + a conscincia (atual) de que a correspondncia destina-se a outrem e que essa devassa indevida + fim de soneg-la ou destru-la (este ltimo ser necessrio apenas no 1, I). Elemento Normativo: indevidamente. Exige que a devassa seja ilegtima, sem autorizao.Consumao: Com o conhecimento do contedo da correspondncia, que no precisa ser total nem ser, na sua essncia, segredo.No caso do 1,I, a consumao ocorrer com e efetivo apossamento (crime formal).Tentativa: possvel.Ex1: O agente interrompido por terceiro enquanto tentava violar o lacre de uma correspondncia.Ex.2: O agente no conseguiu se apossar da correspondncia por situaes alheias a sua vontade.Causa de aumento (2): Trata de aumento obrigatrio, aplicvel quando houver dano para algum com a infrao.O dano pode ser material ou moral, desde que, seja comprovado.Qualificadora (3): com abuso de funo em servio postal, telegrfico, radioeltrico ou telefnico.Incidir em funcionrio de empresa postal, telegrfica ou radioeltrica que tenha abusado de sua funo para cometer o crime.Art. 152: Correspondncia ComercialObjeto Jurdico: A inviolabilidade do sigilo da correspondncia comercial.Objeto Material: a correspondncia comercial.Sujeito Ativo: Somente o scio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial (crime prprio).O scio ou empregado de qualquer outro estabelecimento que no seja comercial ou industrial, ainda que execute as condutas descritas no tipo, no infringir a proibio nele contida.Sujeito Passivo: o estabelecimento comercial ou industrial e os demais scios.O eventual anonimato do remetente no ter idoneidade para descaracterizar o crime de violao de correspondncia.Tipo Objetivo: Ncleo do Tipo: alternativo.-Desviar: desencaminhar.-Sonegar: esconder, no entregar.-Subtrair: tirar-Suprimir: fazer desparecer-Revelar: divulgar.O verboabusar est relacionado prtica de qualquer das condutas acima em desacordo com a condio de scio ou empregado.Tipo Subjetivo: o dolo + o conhecimento de que a correspondncia destina-se ao estabelecimento (comercial ou industrial) + dever de zelar pela inviolabilidade.Consumao: Com a prtica efetiva das aes de desviar, sonegar, subtrair ou suprimir a correspondncia.Consuma-se tambm, quando revelado seu contedo a estranho.Tentativa: possvel, pois as condutas descritas admitem fracionamento.Art. 153: Divulgao de SegredoObjeto Jurdico: A preservao do sigilo de atos ou fatos secretos ou confidenciais cuja divulgao pode causar dano a outrem.Objeto Material: O documento particular ou a correspondncia que contm o segredo divulgado.Sujeito Ativo: O destinatrio ou detentor de documento particular ou correspondncia confidencial, cuja revelao possa causar dano a algum.Embora o destinatrio seja o proprietrio do documento ou correspondncia confidencial, desde o dia em que recebe, no pode dar-lhe publicidade sem autorizao do remetente.No pratica o crime a pessoa que teve conhecimento do segredo em razo de divulgao feita pelo agente, salvo se tiver concorrido de algum modo para o crime.Sujeito Passivo: Qualquer pessoa que possa ser prejudicada com a divulgao do segredo, incluindo- se o remetente e o destinatrio.Tipo Objetivo: Ncleo do Tipo: Divulgar= Tornar pblico o contedo de documento particular ou de correspondncia confidencial, isto , tornar pblico ou do conhecimento de um nmero indeterminado de pessoas.O carter sigiloso, por si s, insuficiente para tipificar o crime, por isso, necessrio que se vincule ao dano, efetivo ou potencial.Documento particular qualquer escrito, instrumento ou papel que no seja pblico.Elemento Normativo: sem justa causaSomente a divulgao injusta, contra legis, caracterizar o crime.Havendo justa causa para divulgao de segredo, (Ex: a delatio criminis prevista no art. 5,3, do CPP) o fato ser atpico.Tipo Subjetivo: o dolo + a conscincia de que se trata de contedo sigiloso e que pode causar dano a algum +a conscincia da ilegitimidade da conduta.Consumao: Com o ato de divulgar, independentemente da ocorrncia efetiva de dano (crime formal).Faz-se necessria uma difuso extensiva, algo que torne possvel o conhecimento de vrias pessoas.Tentativa: possvel.Ex: Terceiro impede a afixao do segredo, em local pblico, pelo agente.Art. 154: Violao do Segredo ProfissionalObjeto Jurdico: A inviolabilidade do sigilo profissional.Objeto Material: A informao sigilosa confiada ao profissional. Sujeito Ativo: Quem tem cincia de segredo em razo de funo, ministrio, ofcio ou profisso.Sujeito Passivo: o titular do segredo, que pode ser pessoa fsica ou jurdica a quem pertencem os dados secretos.Tipo Objetivo: Ncleo do Tipo: Revelar= Contar a algum segredo profissional.A proteo legal inclui o segredo oral e no apenas o documental.Elemento Normativo: sem justa causaDeve encontrar fundamento direto ou indireto em norma jurdica.Somente a divulgao injusta, contra legis, caracterizar o crime.Tipo Subjetivo: o dolo + ter conhecimento em razo de funo, ministrio, ofcio ou profisso + a conscincia de que se trata de segredo profissional + a conscincia da ilegitimidade da conduta.Consumao: Quando o sujeito ativo revela a terceiro contedo de segredo de que teve cincia nas circunstncias definidas no tipo penal; consumase com o simples ato de revelar, independentemente da ocorrncia efetiva de dano. suficiente a comunicao a uma s pessoa.Tentativa: possvel, especialmente atravs de meio escrito.Art. 160: Extorso IndiretaObjetos Jurdicos: O patrimnio e a liberdade de autodeterminao da pessoa humana.Objetos Materiais: O documento incriminador e a pessoa humana. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa que, para garantir um crdito, mesmo no usurio, abuse da situao de outrem, exija documento que possa resultar em procedimento criminal. Sujeito Passivo: a vtima e o terceiro mencionado no tipo.Tipo Objetivo: Ncleos do Tipo: -Exigir: Impor vtima a entrega do documento incriminador. H imposio de uma situao.-Receber: Atitude passiva do agente, que apenas aceita o documento. O sujeito ativo aquiesce em receber o documento que o prprio devedor toma iniciativa de entregar-lhe.Documento incriminador: um documento pblico ou particular com contedo criminalmente comprometedor, capaz de dar margem a procedimento criminal.Exemplos de documentos incriminadores: a confisso de um crime efetivamente praticado, a delao de algum de sua famlia, cheque sem fundos recebido dolosamente, etc..A existncia da dvida ou sua legitimidade no exclui o crime, pois sua ilicitude reside na natureza criminalmente comprometedora do documento exigido, concomitante com a situao difcil em que a vtima se encontra.No necessrio que o documento se refira prtica de crime inexistente, cuja autoria a vtima atribua a si ou a terceiro.Tipo Subjetivo: o dolo + a conscincia de que o agente est abusando da condio financeira aflitiva da vtima.Consumao: Basta a simples exigncia ou o efetivo recebimento do documento (crime formal).Tentativa: possvel.No verbo exigir: somente na forma escrita; no verbo receber: no h restries.Observao: Pode haver concurso formal entre este crime e o delito contra a economia popular (art.4, alnea a, da Lei n 1521/51).Art. 161: Usurpao (alterao de limites, usurpao de guas, esbulho possessrio).Caput: Alterao de limites.Objetos Jurdicos: A posse e a propriedade imobiliria.Objeto Material: o tapume,marco, ou qualquer outro sinal indicativo delinha divisria. Sujeitos Ativos: Os proprietrios e possuidores de imveisque praticam a ao alteradora de limites imobilirios. Sujeitos Passivos:Os proprietrios e possuidores de imveis que sofrem os efeitos da ao alteradora.Tipo Objetivo: Ncleos do Tipo:-Suprimir: Eliminar, destruir, fazer desaparecer por completo a demarcao.-Deslocar: Afastar, mudar de um local para outro. Nesse caso a linha divisria outra que no a real.A simples colocao de novos marcos, sem supresso dos anteriores, em princpio no tipifica o crime.Os sinais divisrios podem ser:-Tapume: Cerca, muro ou qualquer meio fsico utilizado para cercar ou separar imveis.-Marcos: Sinais materiais, tocos, pedras, estacas, piquetes indicativos da divisria.-Qualquer outro sinal indicativo de linha divisria: Abrange qualquer meio, modo ou forma de sinais divisrios de imveis.Elemento Normativo: alheia. necessrio comprovar que o imvel pertence a algum.Tipo Subjetivo: o dolo + a conscincia da ao + conscincia da existncia e funo dos marcos divisrios e de suas funes + o fim de apropriar-se, no todo ou em parte, de imvel alheio.Consumao: Com a efetiva supresso ou deslocamento do marco, tapume ou qualquer outro sinal indicativoda linha divisria.Tentativa: possvel.Ex: Quando o agente surpreendido retirando os sinais indicativos da linha divisria.1, inciso I: Usurpao de guas.Objetos Jurdicos: A posse e a propriedade imobiliria.Objeto Material: As guas. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, no se exigindo nenhuma qualidade ou condio particular. Sujeito Passivo: quem (pessoa fsica ou jurdica) pode sofrer prejuzo em decorrncia dos desvio ou represamento do curso d gua.Tipo Objetivo: Ncleos do Tipo: -Desviar: Alterar ou mudar o curso das guas.-Represar: Conter ou interromper o curso das guas.Elemento Normativo: alheias.As guas que no pertencem ao agente e aquelas sobre as quais todos tem direito.Tipo Subjetivo: o dolo + fim de obter o proveito para si ou para outrem.Consumao: No exato momento em que o sujeito ativo efetua o desvio ou o represamento, ainda que no obtenha o proveito desejado.Tentativa: Ser possvel se o iter criminis for fracionado.1, inciso II: Esbulho Possessrio.Objetos Jurdicos: A posse e a propriedade imobiliria.Objeto Material: O terreno ou edifcio alheio .Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, com exceo do proprietrio ou condmino. Sujeito Passivo: quem se encontra na posse do terreno ou edifcio invadido, seja o proprietrio ou o possuidor do imvel.Tipo Objetivo: Ncleo do Tipo: -Invadir: Penetrar, ingressar, introduzir-se violenta ou hostilmente.Esbulho a perda da posse, o desalojamento do possuidor.O esbulho pode ser executado com violncia real (fsica) ou moral (grave ameaa) ou com a participao de duas ou mais pessoas (a jurisprudncia exige no mnimo quatro pessoas). Se o imvel esbulhado foi ou objeto de financiamento do Sistema Financeiro da Habitao, incorrer no esbulho possessrio da Lei n 5.471/71.Tipo Subjetivo: o dolo + o propsito de colocar a vtima para fora do imvel e ocup-lo.Consumao: Com a simples invaso, ainda que o esbulho no se concretize (crime formal).Tentativa: Ser possvel quando o sujeito ativo no conseguir entrar no imvel por circunstncias alheias a sua vontade.Observao: O fato de quatro ou mais posseiros sem-terra invadirem terreno alheio, para fim de esbulho possessrio tpico e antijurdico, mas no ser culpvel, tendo em vista que a maioria quase desprovida de cultura, e, por isso, incorrem em erro de proibio, salvo os mentores intelectuais.2: Crimes de usurpao praticados com violncia.Uma corrente doutrinaria entende que nos crimes do art.161 do CP praticados com violncia que constitua em si mesma, crime, haver concurso material; outra entende que haver concurso formal. Art. 162: Supresso ou Alterao de Marca em Animais.Objeto Jurdico: A posse e a propriedade de semoventes.Objeto Material: A marca ou sinal indicativo de propriedade. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, no se exigindo nenhuma qualidade ou condio particular. Sujeito Passivo:Qualquer pessoa (fsica ou jurdica), desde que dona dos animais objeto da ao.Tipo Objetivo: Ncleos do Tipo:-Suprimir: Fazer desaparecer, retirar.-Alterar: Modificar, transformar, mudar, em gado ou rebanho alheios, indevidamente, marca ou sinal indicativos de propriedade.Marca o distintivo caracterizador da propriedade.Sinal todo e qualquer distintivo oficial, que no se confunda com a marca.A conduta incrimina a supresso ou alterao somente de animais j marcados.Elementos Normativos: indevidamente e alheio.Indevidamente se refere alterao ou supresso sem a permisso ou autorizao.Alheios so os animais que no pertencem ao sujeito ativo.Tipo Subjetivo: o dolo + conscincia de que se trata de animal pertencente a outrem + que ao indevida + fim de provocar dvida sobre a propriedade do animal.Consumao: Com a simples supresso ou alterao de marca ou sinal.Tentativa: Ser possvel quando o sujeito ativo no conseguir realizar a figura tpica por circunstncias alheias a sua vontade.Art. 163: Dano.Objeto Jurdico: a propriedade.Objeto Material: a coisa (mvel ou imvel). Semovente tambm pode ser objeto material.Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, sem qualquer condio especial, com exceo do proprietrio (dono) da coisa mvel ou imvel. Sujeito Passivo: o proprietrio, mas parte da doutrina entende que o possuidor no est excludo.Tipo Objetivo: Ncleos do Tipo:- Destruir: Eliminar totalmente, fazer com que o bem deixe de existir em sua individualidade substancial. Exs: Matar um animal, estilhaar uma vidraa.-Inutilizar: Tornar imprestvel, intil ou inadequado para o fim a que se destina. Ex: Borrar um livro com tinta indelvel, de maneira que torne impossvel sua leitura. -Deteriorar: Estragar, arruinar um bem, quer privando-o de uma parte de seu todo, quer retirando-lhe, de forma parcial, a utilidade especfica para a qual foi criado.Ex: Arrancar a cabea de uma esttua.O dano deve ser sempre de natureza patrimonial, representado pela perda ou diminuio de valor econmico ou de utilidade.-Observao:As condutas de fazer desaparecer, pichar ou conspurcar so atpicas perante a norma incriminadora atual.O eventual desaparecimento que pode decorrer da destruio no se confunde com o fazer desaparecer (Nelson Hungria comparava o fazer desaparecer com a destruio).Elemento Normativo: alheia.Significa a coisa que pertence a outrem.Tipo Subjetivo: o dolo, puro e simples.Consumao: Quando a coisa total ou parcialmente danificada (crime material).Consuma-se com o efetivo dano causado (prejuzo), por isso, faz-se necessria a comprovao pericial do resultado danoso.Tentativa: Quando o agente interrompido na ao executiva objetivando a deteriorao, inutilizao ou destruio da coisa alheia.Dano qualificado( nico):I- Com violncia pessoa ou grave ameaa:A violncia ou a grave ameaa tanto podem ser utilizadas para a consumao do crime como para assegurar a consumao. Somente a empregada aps a consumao do dano no o qualifica.A violncia pode ser exercida contra pessoa que no a proprietria do bem danificado.No se pode reconhecer essa qualificadora quando evidente que a violncia praticada Com emprego de substncia inflamvel ou explosiva, se o fato no constitui crime mais grave:A utilizao de substncia inflamvel ou explosiva deve ser meio para a prtica do crime de dano.Se a substncia inflamvel ou explosiva for utilizada para a prtica de crime mais grave, este absorver o dano.II- Contra o patrimnio da Unio, Estado, Municpio, empresa concessionria de servios pblicos ou sociedade de economia mista:Somente aqueles bens efetivamente pertencentes ao patrimnio pblico podem ser objeto dessa qualificadora, inclusive as coisas de uso pblico, comum ou especial.O fundamento poltico criminal dessa qualificadora decorre da prpria natureza desses bens.IV -Por motivo egostico ou com prejuzo considervel para a vtima:Egostico somente o motivo que se prende a futuro interesse, econmico ou moral.O prejuzo considervel deve ser aferido em relao ao patrimnio do ofendido, pois o que no tem relevo para uma pessoa abastada, pode ser considervel para um operrio.Ao Penal:-No caput e no inciso IV do nico: Ao penal privada.-Nos incisos I, II e III do nico: Ao penal pblica incondicionada.Art.164:Introduo ou abandono de animais em propriedade alheia.Objeto Jurdico: o direito ao patrimnio.Objeto Material: A propriedade urbana ou rural.Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, com exceo, em princpio, do proprietrio.Sujeito Passivo: o proprietrio.Tipo Objetivo: Ncleos do Tipo:-Introduzir: Fazer entrar, fazer penetrar.-Deixar: Abandonar, soltar, largar. irrelevante que os animais estejam sozinhos, acompanhados pelo sujeito ativo ou por algum a seu mando.Na primeira hiptese, os animais so levados ou lhes facilitado o ingresso em propriedade alheia; na segunda, seu abandono que caracteriza o crime. Elementares Tpicas: sem o consentimento de quem de direito e resultar prejuzo.Se o sujeito passivo consentir na introduo dos animais, a conduta do sujeito ativo ser atpica.A inteno do agente no deve ser o dano, mas introduzir ou abandonar animais em propriedade alheia, cuja consequncia a produo de prejuzo.Tipo Subjetivo: o dolo.Elemento Normativo: alheia.Significa a coisa que pertence a outrem.Consumao: Com o efetivo prejuzo.Tentativa: O simples introduzir ou deixar animais em propriedade alheia pode, em princpio, caracterizar a tentativa.Ao Penal:O art. 167 determina que nos casos do art. 163, do inciso IV do seu pargrafo e do art. 164, somente ser possvel ingressar com uma ao penal mediante queixa.Arts. 165 e 166: Dano em coisa de valor artstico, arqueolgico ou histrico e Alterao de local especialmente protegido.Estes dois dispositivos foram revogados tacitamente pelos artigos 62 e 63 da Lei n 9.605/98.Art.168: Apropriao Indbita.Objeto Jurdico: o direito ao patrimnio.Objeto Material: a coisa mvel.Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, no exigindo nenhuma condio particular, exceto o proprietrio.Sujeitos Passivo: Em regra, o proprietrio, e, excepcionalmente, o mero possuidor, quando a posse direta decorra de direito real.Tipo Objetivo: Ncleo do Tipo: Apropriar-se= tomar para si, isto , inverter a natureza da posse, passando agir como se dono fosse da coisa alheia de que tem posse ou deteno:1)Na apropriao indbita propriamente dita: alienando, doando, consumindo ou ocultando a coisa.2)Na negativa de restituio: o agente diz a vtima que no vai devolver o objeto.A posse e a deteno devem ser desvigiadas; se se tratar de deteno vigiada, como no caso, por exemplo, do patro e do empregado, haver furto.Observao: O pressuposto do crime de apropriao indbita a anterior posse lcita da coisa alheia.Tipo Subjetivo: o dolo.O dolo subsequente, pois a apropriao segue-se posse da coisa.Observao: No existe apropriao indbita-negativa de restituio por culpa; por exemplo: quando a pessoa esquece de devolver o objeto material.Elemento Normativo: alheia.A posse, que deve preexistir ao crime, deve ser exercida pelo agente em nome alheio, isto , nome de outrem.Consumao: a)Na apropriao indbita propriamente dita: momento em que o agente passa a comportar-se como dono da coisa, invertendo a posse e praticando atos como: vender, doar, consumir e ocultar o objeto material.b)Na negativa de restituio: no momento em que o agente diz claramente vtima que no devolver a coisa.A recusa em devolver a coisa somente se caracteriza por algum ato externo, tpico de domnio, com o nimo de apropriar-se dela.Se o agente no manifesta inteno ficar com a coisa e, ao contrrio, a restitui vtima to logo possvel, o dolo da apropriao indbita no se aperfeioa.Tentativa: possvel na apropriao indbita propriamente dita. Ex: O proprietrio surpreende o possuidor efetuando a venda de coisa que lhe pertence e somente a interveno daquele impede a tradio da coisa ao comprador.Causas de aumento de pena (1):I-Coisa recebida em depsito necessrio:O depsito necessrio pode ser legal ou miservel. legal quando decorre de expressa previso normativa. Ser miservel quando feito por ocasio de calamidades comoo incndio, a inundao, o naufrgio ou o saque.O depsito necessrio, disciplinado no inciso I do 1 do art. 168, apenas o miservel (art.647 do CC).II-Coisa recebida na qualidade de tutor, curador, sndico, liquidatrio, inventariante, testamenteiro ou depositrio judicial:-Tutor: algum que, devidamente compromissado, assume o dever de orientar, reger e educar menor no sujeito ao poder familiar, alm de administrar seus bens.-Curador: quem exerce funes semelhantes a do tutor, mas em relao a pessoas maiores declaradas incapazes.-Sndico: Era a denominao do encarregado da administrao da falncia no revogado Decreto-lei n7.661/45.-Inventariante: o administrador do esplio at o final julgamento da partilha.-Testamenteiro: O incumbido de promover as disposies de ltima vontade do de cujus.-Depositrio judicial: O encarregado de receber em depsito a guarda de mveis, joias, objetos de aes ou processos judiciais.No se pode equiparar o sndico ou comissrio da antiga Lei de Falncias (Decreto-lei n7.661/45) ao administrador judicial do atual diploma legal (art.52, I, da Lei n 11.101/05)= a interpretao extensiva no possvel.O rol do inciso II numerusclausus, no se admitindo a incluso de qualquer outra hiptese semelhante.O depositrio judicial no o funcionrio pblico, pois, se o fosse, responderia por peculato e no pelo art.168, 1, inciso II.III-Recebeu a coisa em razo de ofcio, emprego ou profisso:-Ofcio: Refere-se arte, mecnica ou manual, exigindo certo grau de habilidade ou conhecimento.-Emprego: a relao de ocupao em atividade ou servio particular e, como regra, implica um vnculo de subordinao ou dependncia entre as partes.-Profisso: toda e qualquer atividade habitualmente desenvolvida pelo indivduo com fim lucrativo. indispensvel que a apropriao se concretize por meio de ato caracterstico de ofcio, emprego ou profisso. Ex: art.649 do CC.Art.168-A: Apropriao Indbita PrevidenciriaObjeto Jurdico: A Seguridade Social.Objeto Material: A contribuio recolhida.Sujeito Ativo: No caput: o substituto tributrio, que, por lei, tem o dever de recolher do contribuinte e repassar as contribuies previdncia social.Nas figuras do 1: o titular de firma individual, os scios solidrios, os gerentes, diretores ou administradores que efetivamente hajam participado da administrao da empresa, concorrendo efetivamente na prtica da conduta criminalizada.Sujeito Passivo: o Estado, representado pelo INSS.Tipo Objetivo: Ncleo do Tipo: No caput: Deixar de repassar= No transferir, no recolher ou no pagar previdncia social as contribuies recolhidas ou descontadas dos contribuintes.No 1: -Deixar de recolher: No efetivar o pagamento de contribuio ou outra importncia destinada previdncia social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do pblico.-Deixar de pagar: No efetivar o pagamento de benefcio devido a segurado, cujos valores ou cotas j tenham sido reembolsados empresa pela previdncia.Tipo Subjetivo: o dolo + o fim de apropriar-se dos valores pertencentes previdncia social.Consumao: Com a inverso da natureza da posse, caracterizada por ato demonstrativo de disposio da coisa alheia ou pela negativa em devolv-la.Tentativa: impossvel.Observao: O 2 do art.168-A prev a extino de punibilidade com adeclarao, confisso e o pagamento das contribuies devidas, desde que obedecidos os requisitos legais.A ao fiscal somente pode ser considerada iniciada a partir da cientificao pessoal do contribuinte de sua instaurao.

Perdo Judicial ou Multa (3):As hipteses so negativas, mas os requisitos so cumulativos.Os requisitos so: 1)Primrio:nunca sofreu qualquer condenao irrecorrvel; 2)Bons antecedentes: no tem antecedentes negativos (no tem condenao irrecorrvel, fora das hipteses de reincidncia); 3)Pagamento integral do dbito: contribuio previdenciria e acessrios; 4)Pequeno valor da dvida: no seja superior ao mnimo exigido pela prpria previdncia social para o ajuizamento de execuo fiscal.Art.169: Apropriao de coisa havida por erro, caso fortuito ou fora da natureza.Objeto Jurdico: o direito ao patrimnio.Objeto Material: A coisa.No caput: A coisa desviada acidentalmente.No inciso I do nico: O tesouro.No inciso II do nico: a coisa perdida; no podem ser objetos acoisa abandonada ou a coisa de ningum.Trata-se de crime de conduta mista: comea com uma ao (de achar) e termina com uma omisso (no entregar).Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, sem qualquer condio especial, exceto o proprietrio.Sujeito Passivo: Qualquer pessoa, fsica ou jurdica, titular do direito patrimonial atingido pelas aes tipificadas.Na hiptese de apropriao de tesouro, pode ser o proprietrio do imvel, bem como o enfiteuta.Tipo Objetivo:Ncleo do Tipo: Apropriar-se= tomar para si, isto , inverter a natureza da posse, passando agir como se dono fosse da coisa alheia de que tem posse ou deteno.A coisa alheia vem ao poder do agente por erro, caso fortuito ou fora maior.1)Erro: Pode incidir sobre a coisa, sobre a pessoa a quem se entrega ou sobre a razo da entrega.No pode ser provocado pelo agente, mas deve advir da vtima espontaneamente.2)Caso fortuito: Fora humana ou de animais; exemplo: cavalo rompe a cerca de seu proprietrio e vai para a propriedade de seu vizinho, que se apodera do animal.3)Fora maior: Fora da natureza; exemplo: um vendaval faz com que as roupas penduradas no varal do vizinho sejam arrancadas e atiradas no terreno do agente.

Tipo Subjetivo: Em qualquer das trs hipteses ser o dolo + o fim de obter vantagem em proveito prprio ou alheio.Consumao: Com a inverso da natureza da posse, caracterizada por ato demonstrativo de disposio da coisa alheia ou pela negativa em devolv-la.A consumao da apropriao de tesouro ou de coisa achada no ocorre no momento em que o tesouro ou a coisa foram encontrados, mas sim no momento em que o agente se apropria de tais objetos.Na denncia apropriao de coisa achada deve constar que foi superado o prazo para a entrega da coisa.Tentativa: possvel.Privilegiadora nos crimes de apropriao indbita (art.170): Ser possvel aplicar a privilegiadora do art. 1552 do CP nos crimes previstos nos art. 168/169 do CP, desde que presentes os requisitos (primariedade, bons antecedentes e pequeno valor).Art. 171: Estelionato.O termo vem do Latim stellio, que significa camaleo.Objeto Jurdico: o direito ao patrimnio.Objeto Material: a coisa representativa da vantagem e a pessoa humana. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, no se exigindo nenhuma qualidade ou condio particular (crime comum). Quando a vantagem for destinada a uma terceira pessoa, esta ser coautora ou partcipe, salvo se for estranha ou insciente do crime.Sujeito Passivo:Qualquer pessoa (fsica ou jurdica). aquele que enganado e quem sofre o prejuzo.Haver dois sujeitos passivos quando a pessoa enganada for diversa da que sofreu o prejuzo.O sujeito passivo deve, necessariamente, ser pessoa(s) determinada(s).Tipo Objetivo: Ncleos do Tipo:-Obter: Conseguir, etc..-Induzir: Levar a erro.-Manter: Fazer com que a vtima no perceba e continue no erro.Observao:Para a vtima ser enganada indispensvel que tenha capacidade de discernimento, pois, se o sujeito no tem capacidade de entender e querer, no pode ser ludibriado.Para a configurao do estelionato so exigidos os seguintes requisitos:1)Emprego de artifcio, ardil ou qualquer outro meio fraudulento:-Artifcio: toda simulao ou dissimulao idnea para induzir uma pessoa a erro, levando-a percepo de uma falsa aparncia da realidade, em outras palavras, uma forma de enganar atravs de encenao ou aparato material.-Ardil: a trama sentimental, o estratagema, a astcia.-Qualquer outro meio fraudulento: qualquer fraude que possa enganar a vtima.Sendo relativamente inidneo o meio fraudulento para enganar a vtima, poder configura-se tentativa de estelionato.2)Induzimento ou manuteno da vtima em erro:-Induzir: Incutir ou persuadir algum, em outras palavras, suscitar o surgimento de uma ideia.O agente coloca ou mantm a vtima numa situao enganosa, fazendo parecer realidade o que efetivamente no .No induzimento, a vtima, em razo do estratagema, elevada a erro pelo agente.No caso da manuteno, o sujeito ativo apenas mantm a vtima, que j encontra em erro, na situao equivocada em que se apresenta.3)Obteno de vantagem ilcita em prejuzo alheio: Elemento Normativo.O tipo penal exige a vantagem ilcita e o prejuzo alheio para configurar o estelionato.-Ilcita: Refere-se a toda e qualquer vantagem ou benefcio contrrio ordem jurdica.-Alheio: Trata de qualquer perda, dano, diminuio de lucro ou de patrimnio pertencente a outrem.Indevidamente se refere alterao ou supresso sem a permisso ou autorizao. vantagem ilcita deve corresponder, simultaneamente, um prejuzo alheio, sob pena de no configurar o crime de estelionato.Tipo Subjetivo: o dolo + fim de obter vantagem patrimonial ilcita, para si ou para outrem. necessrio que o agente tenha conscincia de que obtm uma vantagem indevida.Consumao: Com a obteno da vantagem ilcita.Consuma-se no momento e no lugar em que o agente obtm o proveito a que corresponde o prejuzo alheio.Trata-se de crime com resultado duplo, uma vez que para se consumar exige a obteno de vantagem ilcita, de um lado, e a ocorrncia efetiva de um prejuzo para a vtima, de outro.Tentativa: possvel, sendo o meio iludente idneo; se for inidneo, h crime impossvel.Quando agente no consegue enganar a vtima, o simples emprego de ardil ou artifcio caracteriza apenas a prtica de atos preparatrios, no se podendo cogitar de tentativa de estelionato.Estelionato privilegiado(art.171, 1):No furto privilegiado a lei exige pequeno valor da res furtiva; no estelionato privilegiado, pequeno valor do prejuzo sofrido.A admisso ser obrigatria se estiverem presentes os seguintes requisitos: primariedade e pequeno prejuzo.Figuras especiais de estelionato( art.1712):I- Disposio de coisa alheia como prpria:Nessa figura o sujeito passivo acredita que a coisa que lhe oferecida pertence ao estelionatrio.Consiste em realizar qualquer dos atos jurdicos mencionados no tipo tendo por objeto a coisa alheia como se fosse prpria. Exige-se a m-f do sujeito ativo e correspondente boa-f do sujeito passivo.O sujeito passivo ser o comprador de boa-f, enganado pelo vendedor e o proprietrio da coisa.II- Alienao ou onerao de coisa fraudulenta:Nesse tipo o objeto material a coisa prpria, impedida, por alguma razo, de ser alienada.A coisa no poder ser alienada por fora da lei, contrato ou testamento ou quando estiver gravada de nus.Quem recebe alguma coisa desconhecendo a impossibilidade de alienao, lesado em seu direito e fraudado em sua expectativa; sofre prejuzo patrimonial e vtima de estelionato.A proibio refere-se expressamente ao ato de vender, o que no se confunde com o mero compromisso.O sujeito ativo apenas o dono da coisa que est impedido de alien-la (crime prprio).Observao: Nos casos dos inciso I e II do 2 do art .171 do CP, o silncio usado como meio iludente.III-Defraudao de penhor:Ocorre quando feita a alienao do objeto empenhado sem o consentimento do credor, independentemente de a espcie de depsito ser regular ou irregular.A penhora destinada a servir de garantia da execuo no se equipara a hiptese desse inciso.O sujeito ativo o devedor dono do objeto empenhado, que est na coisa; o sujeito passivo o credor pignoratcio.IV-Fraude na entrega de coisa:A fraude deve ter por objeto substncia(essncia), qualidade(espcie), ou quantidade (nmero, peso ou dimenso).Essa forma de estelionato depende da defraudao e da efetiva tradio da coisa ao destinatrio.O sujeito ativo quem tem a obrigao de entregar a coisa, e com a obrigao de faz-lo. O sujeito passivo o destinatrio da coisa, isto , quem tem o direito de receb-la. V-Fraude para recebimento de indenizao ou valor de seguro:O dano produzido deve ser idneo para o recebimento da indenizao ou valor do seguro.A autoleso em si fato atpico, mas, se realizada com o fim de receber seguro, configura-se este artigo e inciso; aqui, o resultado (obteno de vantagem) no necessrio, bastando que o agente atue com o intuito de haver indenizao ou valor de seguro, pois se trata de crime formal.O emprego de meio fraudulento necessrio e suficiente para a caracterizao do crime, desde que sua finalidade seja o recebimento da indenizao do seguro.O sujeito ativo o proprietrio da coisa ocultada ou destruda, ou o paciente da mutilao. O sujeito passivo o segurador.VI-Fraude no pagamento por meio de cheque:Emitir tem o sentido de colocar em circulao o cheque sem suficiente proviso de fundos. No se confunde com o simples ato de preench-lo ou assin-lo.Frustrar significa obstar o pagamento, bloqueando, retirando o saldo existente ou dando contraordem e, dessa forma, evitar o pagamento do cheque.A frustrao do pagamento de cheque ps-datado no configura crime, pois esse tipo de cheque no ordem de pagamento.O crime s pode ser cometido pelo correntista (crime prprio), titular de uma conta- corrente ativa e dolosamente (no com culpa).Ser sujeito passivo a pessoa fsica ou jurdica que for beneficiria do cheque e que pela ausncia de fundos, sofreu dano patrimonial.- Smula 246 do STF: Comprovado no ter havido fraude, no se configura o crime de emisso de cheque sem fundos.-Smula 554 do STF: O pagamento de cheque emitido sem proviso de fundos, aps o recebimento da denncia, no obsta ao prosseguimento da ao penal.Se se tratar de cheque furtado, fora de uso, de firma extinta ou de conta encerrada, aplica-se o art.171, caput.Observao final: O 3 do art.171 prev uma causa de aumento de pena nos casos em que o estelionato praticado em prejuzo de entidade de direito pblico ou de instituto de economia popular, assistncia social ou beneficncia.Art.180: Receptao. um delito acessrio que depende da existncia do principal ou antecedente (Ex: furto, roubo, estelionato, etc.).Objeto Jurdico: o direito ao patrimnio.Objeto Material: A doutrina e a jurisprudncia majoritria considera apenas coisa mvel, h quem considere tambm a coisa imvel.O objeto material da receptao h de ser o produto do crime.No pode ser objeto de receptao: res nullius, res derelictae res communeomnium. Semovente tambm pode ser objeto material. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, sem qualquer condio especial, inclusive o proprietrio (dono) da coisa mvel ou imvel. Ex: O dono de um relgio, dado em penhor, recebe-o de um ladro que o furtou do credor pignoratcio.No 1 somente pode ser praticado por comerciante ou industrial, mesmo que a atividade seja irregular ou clandestina.Sujeito Passivo: o mesmo sujeito passivo do crime anterior (furto, roubo, estelionato, etc.), ou seja, a vtima do crime principal.Espcies de Receptao:a)Receptao dolosa prpria: caput, 1figura= verbos adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar.Consiste na realizao de qualquer desses verbos, em proveito prprio ou alheio, sobre coisa que sabe ser produto do crime.b)Receptao dolosa imprpria: caput, 2figura= verbo influir.Consiste em convencer terceiro de boa-f a adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar o produto do crime.c)Receptao qualificada: 1.d)Receptao culposa: 2.Tipo Objetivo: Ncleos do Tipo:1)No caput:-Adquirir: comprar, permutar, receber de herana etc..-Receber: receber para uso.-Transportar: levar de um lugar para outro.-Conduzir: dirigir (veculo automotor: carro, moto, caminho, etc.).-Ocultar: esconder fraudulentamente alguma coisa de algum, isto , dissimulara posse ou a deteno de coisa de origem criminosa, escondendo-a.-Influir: incentivar, estimular, aliciar, convencer.Observao: Os verbos adquirir, receber e ocultar so indicativos de crime material; os verbos transportar e conduzir consistem em delito de mera conduta; por fim, o verbo influir crime formal (basta a influncia do agente, sendo desnecessrio o resultado).Se o agente praticar as duas espcies de receptao (prpria e imprpria), ou seja, primeiro adquirir coisa que sabe ser produto de crime e depois influenciar para que terceiro de boa-f faa o mesmo, cometer dois crimes.Quem influir para que terceiro pratique qualquer das aes elencadas no dispositivo legal no ser partcipe, mas autor do crime de receptao, na modalidade imprpria.Tanto produto do crime o resultado do crime originrio como aquele que provm de intercorrente receptao, sendo assim, possvel a receptao de receptao.2)No 1: Alm dos previstos no caput:-Ter em depsito: receber o produto do crime, retendo-o e conservando-o, em proveito prprio ou de terceiro.-Desmontar: desarmar determinado mecanismo, inveno, veculo, computador ou qualquer outro aparato, separando-lhe as respectivas peas.-Montar: encaixar ou arrumar determinados componentes, cada qual em sua posio funcional.-Remontar: montar novamente.-Vender: comerciar, negociar o produto do crime.-Expor venda: colocar em exposio o produto do crime para atrair o comprador.-Qualquer forma utilizar: empreg-la de qualquer modo. 3) No 3: apenas o verbos adquirir e receber.Tipo Subjetivo: a)No caput: o dolo direto (plena conscincia de que a coisa produto de crime, com base na expresso sabe ser produto do crime) + o intuito de proveito (prprio ou alheio).Aqui, o dolo eventual descaracterizado para culpa consciente.b)No 1: o dolo eventual (contido na expresso deve saber ser produto do crime) + o intuito de proveito (prprio ou alheio).Neste caso, se ocorrer dolo direto, aplica-se igualmente o 1: se a lei pune o menos (dolo eventual), lgico que, se vier a acontecer o mais (dolo direto) no se pode aplicar o caput, que tem pena menor.Contrariando o entendimento majoritrio, Cezar Roberto Bittencourt diz que no possvel a existncia de dolo eventual no caso do 1 do art.180.c)No 3: culpa stricto sensu, na modalidade imprudncia, sendo esta medida pelos seguintes fatores:-Natureza da coisa: Ex: Algum oferece faris destacados de um veculo, meia-noite, para o receptador.-Desproporo entre o valor de mercado e o preo pago pela coisa.-Condio de quem oferece a coisa: Ex: Menor, indivduo com caracterstica de bandido, etc..Esses fatores exigem ateno do adquirente, cuja desconsiderao ou m avaliao pode levar presuno de culpa.Na dvida no exame desses fatores, impe-se o dever de abster-se da realizao da conduta, pois quem se arrisca, nesses casos, age com imprudncia.Elementos Normativos: prprio e alheio.Elemento Normativo na Receptao Qualificada (2): no exerccio de atividade comercial ou industrial.Com essa previso, no caso do 1, que exige a condio especial de ser comerciante ou industrial, alarga-se o tipo para admitir, como sujeito ativo, tambm aquele que prtica comrcio irregular e at clandestino.O legislador, ao ampliar a abrangncia desse crime, esqueceu-se de incluir quem exerce atividade industrial de natureza clandestina ou irregular. Assim, quem praticar qualquer das condutas descritas no 1, no exerccio de atividade industrial, mas em carter irregular ou clandestino, no incorrer nas sanes da receptao qualificada.Consumao: a)Na receptao dolosa prpria: Com a aquisio, o recebimento, o transporte, a conduo ou a ocultao da coisa.b)Na receptao dolosa imprpria: Com a simples influncia (crime formal). O CP no exige que o terceiro de boa-f acabe praticando a conduta que o autor pretendeu induzi-lo.c)No 1: Aos moldes da receptao dolosa prpria.d)No 3: Com a aquisio ou recebimento da coisa.Tentativa: a) Na receptao dolosa prpria: admitida nos verbos adquirir, receber e ocultar, pois nesses casos ser possvel o fracionamento da fase executria.b) Na receptao dolosa imprpria: No possvel.c) No 1: possvel nos verbos adquirir, receber, ocultar, desmontar, montar, remontar e vender.d) No 3: inadmissvel.Receptao quando for desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa (4):Mesmo que o autor do crime antecedente (furto, roubo, estelionato, etc.) for desconhecido ou inimputvel, a receptao permanece punvel ( considerada crime); em outras palavras: mesmo que o fato antecedente for apenas tpico e antijurdico, por uma exceo, a receptao, que depende da existncia de crime anterior, considerada crime.Entretanto, se o fato antecedente for atpico (furto de uso) ou no for antijurdico (furto famlico), a receptao restar descaracterizada.Perdo Judicial e Receptao Privilegiada (5):Na receptao culposa (3), sendo o acusado primrio (nunca sofreu qualquer condenao irrecorrvel), e considerando as circunstncias - como o pequeno prejuzo- o juiz conceder o perdo judicial.A privilegiadora prevista no 5, desde que presentes os requisitos legais, poder ser aplicada a qualquer das espcies de receptao dolosa.Os requisitos exigidos para a aplicao da privilegiadora so os mesmos do art. 155, 2, isto , primariedade, bons antecedentes e pequeno valor do objeto (at um salrio mnimo).Crime cometido em detrimento do patrimnio pblico (6):Na receptao dolosa, quando o objeto material constituir-se de bens e instalaes do patrimnio da Unio, Estado, Municpio, empresa concessionria de servios pblicos ou sociedade de economia mista, a pena mnima ser elevada de um para dois anos e a mxima de quatro para oito anos de recluso.Arts.181/183: Disposies gerais dos crimes contra o patrimnio.Imunidade penal absoluta (art.181):Trata-se de causas pessoais de excluso de pena (escusas absolutrias).A escusa absolutria pessoal no exclui o crime: impede somente a aplicao de pena s pessoas relacionadas no dispositivo.O fato no perde sua ilicitude, sendo punveis, por essa razo, eventuais estranhos que dele participarem.I-Cnjuge, na constncia da sociedade conjugal: A vigncia do casamento considerada ao tempo do crime e no ao tempo da ao penal ou julgada em primeiro ou segundo grau. A imunidade permanecer, porque ao tempo do fato havia a causa extintiva.Exclui-se o concubinato, a unio estvel, cnjuges separados ou divorciados e o companheirismo. II-Ascendente ou descendente, seja o parentesco legtimo ou ilegtimo, civil ou natural:Dirige-se aos crimes praticados por ascendente contra descendente e vice-versa, seja qual for a natureza do parentesco(civil, natural, legtimo ou ilegtimo).O parentesco afim, como sogro, nora e genro, no alcanado por essa imunidade.Imunidade penal relativa (art.182):No afastam a punibilidade do fato praticado, mas criam determinado obstculo ao exerccio da ao penal.I-Cnjuge desquitado ou judicialmente separado:Essa condio de procedibilidade exigida quando o crime patrimonial for praticado por ex-cnjuges, um contra o outro, que se encontrem separados ou divorciados.Para Cezar Roberto Bittencourt a separao de fato est excluda dessa relao, pois, nessa hiptese, estar configurada a imunidade do art.181.II-Irmo legtimo ou ilegtimo:Se o dano for alm do irmo, atingindo tambm algum estranho, desaparecer a condio de procedibilidade, mantendo a ao penal sua natureza jurdica normal de pblica incondicionada.III-Tio ou sobrinho com quem o agente coabita:A exigncia legal para condicionar a ao penal representao do ofendido, nessa hiptese, de que a vtima e infrator coabitem sob o mesmo teto, com animus duradouro.Excluso das imunidades (art.183):No sero aplicados os arts.181 e 182: se o crime de roubo ou de extorso, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaa ou violncia pessoa; ao estranho que participa do crime; se o crime praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.Art.184: Violao de direito autoral.Objeto Jurdico:A propriedade intelectual.Objeto Material: A obra literria, artstica ou cientfica.Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, sem qualquer condio especial.Sujeito Passivo: O titular do direito autoral, isto , o criador da obra intelectual, ou, na ausncia do criador, seus herdeiros e sucessores.Pode ser tambm quem apresenta direito conexo.Tipo Objetivo:Ncleo do Tipo:No caput=Violar: Transgredir, falsificar ou ofender o direito do autor.Direitos conexos so direitos anlogos ao de autor, direitos afins aos de autor.Ex: gravao, reproduo, transmisso, retransmisso, etc.).Nos 1 e2:-Reproduzir, por meio de qualquer processo, obra intelectual, total ou parcialmente, com o intuito de lucro, sem autorizao expressa do detentor de direito .-Distribuir, vender, expor venda, alugar, introduzir no Pas, adquirir, ocultar, ter em depsito, com o fim de lucro, original ou cpia de obra intelectual ou fonograma, produzidos ou reproduzidos com violao de direito autoralTipo Subjetivo:No caput: o dolo.Nos 1,2 e 3: o dolo + o fim de lucro direto ou indireto.Consumao: Com a efetiva prtica das aes incriminadas, com a publicidade de obra indita ou reproduzida; tratando-se de pintura ou escultura, com a exposio pblica; no caso de obra musical ou teatral consuma-se com a publicao, com sua execuo ou retribuio em lugar onde se exija retribuio.Tentativa: possvel em qualquer das figuras por apresentar iter criminis fracionvel.Art.208: Ultraje a culto e impedimento ou perturbao de ato a ele relativo.Objeto Jurdico: A liberdade de culto e de crena.Objeto Material: depender da conduta perpetrada pelo agente delituoso, ou seja,pode ser a pessoa que foi escarnecida publicamente, por motivo de crena ou funo, que foi impedida(o) ou perturbada(o); ou, ainda, o ato ou objeto de culto religioso.Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, independentemente de sua crena religiosa ou qualquer outra qualidade ou condio especial.Sujeito Passivo: No caso de ultraje, a pessoa de quem se zomba (sacerdote, ministro, crente).No impedimento ou turbao de prtica de culto religioso, o sujeito passivo pode ser aquele que sofre diretamente a ao ou, dependendo das circunstncias, a coletividade religiosa.No vilipndio de culto, a ofendida a coletividade religiosa atendida.Tipo Objetivo:Ncleos do Tipo:-Escarnecer: Zombar, troar de algum.-Impedir: Evitar que comece ou paralisar cerimnia j em andamento.-Perturbar: Tumultuar, embaraar ou atrapalhar culto ou cerimnia religiosa (ex: vaias, rudos).-Vilipendiar: alvitar, menosprezar, ultrajar ato ou objeto de culto religioso e ao mesmo tempo a liberdade de culto.Crena a f que algum tem em determinada religio, cujos postulados so aceitos e respeitados incondicionalmente. Funo a atividade exercida pelos padres, pastores, freiras ou rabinos no desempenho da misso religiosa que escolheram. irrelevante o local onde a cerimnia ou culto se realiza.Cerimnia a realizao de culto religioso praticado solenemente. Ex: missa, batizado, casamento, procisso.Prtica de culto religioso o ato religioso no solene.Ex: uma reza.Objetos de culto religioso so todos aqueles que servem para a celebrao dos atos, porm, esto excludos aqueles que no integram a essncia do culto, como bancos, instrumentos musicais, lmpadas, etc..Tipo Subjetivo:Na primeira parte: o dolo + a expresso por motivo de crena ou funo religiosa.Na segunda parte: o dolo.Na terceira parte: o dolo + o propsito de ofender o sentimento religioso.Consumao:Na primeira parte: Com o escarnecimento de pessoa determinada.Na segunda parte: Com o efetivo impedimento ou perturbao (crime material).Na terceira parte: Com o menosprezo de ato ou objeto de ato ou objeto de culto religioso. Tentativa:Na primeira parte: admissvel na forma escrita.Na segunda parte: admissvel.Na terceira parte: admissvel, salvo quando praticado oralmente.Observao: Quando da violncia aplicada resultarem leses corporais, haver a aplicao cumulativa de penas correspondentes ao crime contra o sentimento religioso e as decorrentes da violncia.Art.209: Impedimento ou perturbao de cerimnia funerria.Objeto Jurdico: o sentimento de respeito aos mortos.Objeto Material: O enterro ou cerimnia funerria.Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, independentemente de qualidade ou condio especial.Sujeito Passivo: A coletividade.Tipo Objetivo:Ncleos do Tipo:-Impedir: Evitar que comece ou paralisar cerimnia j em andamento.-Perturbar: Tumultuar, embaraar ou atrapalhar culto ou cerimnia religiosa (ex: vaias, rudos). irrelevante o local em que o enterro ou a cerimnia se realiza.Enterro o transporte do corpo do falecido at o local de sepultamento ou cremao.Cerimnia funerria o ato religioso ou civil de encomendao e despedida que se realiza em homenagem ao defunto.Tipo Subjetivo: o dolo + o fim de violar o sentimento de respeito ao morto.Consumao: Com o efetivo impedimento ou perturbao de enterro ou cerimnia fnebre.Tentativa: possvel.Art.210: Violao de sepultura.Objeto Jurdico: o sentimento de respeito aos mortos.Objeto Material: A sepultura ou urna funerria.Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, independentemente de qualidade ou condio especial, inclusive os familiares do defunto.Sujeito Passivo: Os familiares, amigos do defunto e a coletividade.Tipo Objetivo: Ncleos do Tipo:-Violar: Abrir, devassar, alterar a urna ou sepultura.-Profanar: Ultrajar, vilipendiar ou macular sepultura/urna funerria. Ex: Remover pedras, apagar inscries, escrever palavras injuriosas. Tipo Subjetivo: o dolo.Consumao: Consuma-se com a violao ou profanao efetiva da sepultura ou urna funerria.Tentativa: possvel, pois sua execuo passvel de fracionamento.Art. 211: Destruio, subtrao ou ocultao de cadver.Objeto Jurdico: o sentimento de respeito aos mortos.Objeto Material: O cadver ou suas partes.Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, independentemente de qualidade ou condio especial, inclusive os familiares do defunto.Sujeito Passivo: Os familiares, amigos do defunto e a coletividade.Tipo Objetivo: Ncleos do Tipo:-Destruir: Demolir, destroar, fazer desaparecer.-Subtrair: Retir-lo do local em que se encontrava, sob a proteo e vigilncia de algum.-Ocultar: fazer desaparecer o cadver de algum, sem destru-lo, esconder temporariamente.Para Cezar Roberto Bittencout, no se compreendem na expresso cadver os ossos nem as cinzas.Tipo Subjetivo: o dolo.Consumao: Com a destruio do cadver, que no precisa ser total.Tambm pode ser consumado com a retirada do corpo da esfera de vigilncia de quem de direito ou com sua ocultao.Tentativa: admissvel nas trs figuras.Art.212: Vilipndio a cadver.Objeto Jurdico: o sentimento de respeito aos mortos.Objeto Material: O cadver ou suas cinzas.Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, independentemente de qualidade ou condio especial, inclusive os familiares do defunto.Sujeito Passivo: Os familiares, amigos do defunto e a coletividade.Tipo Objetivo: Ncleo do Tipo= Vilipendiar: alvitar, menosprezar, ultrajar.Tipo Subjetivo: o dolo.Consumao: Com o ato ultrajante, quando material, ou simplesmente com o vilipndio verbal junto ou sobre o cadver ou suas cinzas.Tambm pode ser consumado com a retirada do corpo da esfera de vigilncia de quem de direito ou com sua ocultao.Tentativa: admissvel, salvo quando praticado oralmente.

Bibliografia:BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte especial, volume 2: dos crimes contra a pessoa 14.ed. So Paulo: Saraiva, 2014.-____________. Tratado de direito penal: parte especial, volume 3: dos crimes contra o patrimnio at dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos - 10.ed. So Paulo: Saraiva, 2014.


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