CLAYTON AUGUSTO FONTANA IZOTON
A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIREA IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
2020
2020 Uniedusul Editora
Copyright da Uniedusul EditoraEditor Chefe: Profº Me. Welington Junior Jorge
Diagramação e Edição de Arte: André Oliveira VazRevisão: O/s autor/es
Conselho EditorialAdriana Mello
Alexandre António Timbane Aline Rodrigues Alves Rocha
Angelo Ferreira Monteiro Carlos Antonio dos Santos
Cecilio Argolo Junior Cleverson Gonçalves dos Santos
Delton Aparecido Felipe Fábio Oliveira Vaz
Gilmara Belmiro da Silva Izaque Pereira de Souza
José Antonio Kelly Jackelini Jorge Lucas Araujo Chagas
Marcio Antonio Jorge da Silva Ricardo Jorge Silveira Gomes
Sandra Cristiane Rigatto Thiago Coelho Silveira
Wilton Flávio Camoleze Augusto Yohans De Oliveira Esteves
DOI: 10.29327/514124
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Clayton Augusto Fontana Izoton
Graduado em Gestão de Recursos Humanos pelo Centro Universitá-
rio Unicesumar. Graduado em Administração pela Faculdade Fama. Licen-
ciado em Administração pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas.
Licenciado em Pedagogia pela Faculdade Alfamérica. Licenciado em Filo-
sofia pelo Instituto de Ciências Sociais e Humanas. Licenciado em Sociolo-
gia pelo Instituto de Ensino Superior do Cruzeiro. Cursando Graduação em
Psicologia pelo Centro de Ensino Superior Cesufoz. MBA em Gestão com
Pessoas pelo Centro Universitário Unicesumar. MBA Executivo em Desenvolvimento de Pessoas
pela Faculdade São Luís. MBA em Coaching e Gestão por Competências pela Universidade Cândido
Mendes. Especialista em Pedagogia Empresarial e Educação Corporativa pelo Centro Universitário
Barão de Mauá. Especialista em Comunicação e Informação Educacional e Empresarial pelo Centro
Universitário Barão de Mauá. Especialista em Psicanálise pela Faculdade Futura. Possui Formação,
Profissionalização e Certificação Internacional em Coaching, Mentoring e Holomentoring® do Siste-
ma ISOR® pelo Instituto Holos e Formação em Psicanálise pela Associação Brasileira de Psicanálise
Insigth. Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela Academia Brasileira de Ciências da
Educação. Especialista em Tecnologias e Educação a Distância pela Universidade Cidade de São
Paulo. Especialista em EaD e Tecnologias pela Faculdade Fael. Especialista em Coordenação Peda-
gógica e Supervisão Escolar pelo Centro Universitário Faveni; Mestrando em Ciências da Educação
pela Universidade Internacional das Três Fronteiras - PY. Atua profissionalmente como: Professor
no Ensino Médio e em Cursos Técnicos na Secretaria do Estado do Paraná. Professor em Cursos de
Pós Graduação na Facel - IBPGE. Psicanalista, Mentor, Coach e Holomentor do Sistema ISOR®
junto a Pessoas, Profissionais e Organizações. Palestrante em Temas de Desenvolvimento Pessoal e
Educação. Consultor na área de Recursos Humanos nos Subsistemas de Recrutamento e Seleção e
Treinamento - Desenvolvimento de Pessoas. CEO na Fontana Desenvolvimento Humano.
“Dedico este trabalho a minha mãe, que sempre acre-ditou no meu sucesso, me apoiando para que eu pu-desse concretizar mais uma etapa da minha vida”.
A Deus e ao Espírito Santo, que cada dia me fizeram perceber a vida em uma perspectiva diferente através do seu amor.
Aos meus pais e familiares, por entenderem tantas renúncias em família, para focalizar a busca de mais uma formação acadêmica.
Aos meus professores que dividiram seus conheci-mentos com responsabilidade, transformando estes momentos em grandiosos saberes.
“O que é ensinado em escolas e universidades não representa educação, mas são meios para obtê-la”.
RALPH EMERSON
RESUMO
A presente monografia tem o objetivo de mostrar a análise feita sobre as possíveis relações
entre professor e aluno, com o intuito de contribuir para o processo ensino-aprendizagem, através da
identificação dos pontos significantes, na concepção, que possa estimular o professor e o aluno para
uma convivência de afetividade no processo educativo. O estudo apresentará uma revisão das teorias
de aprendizagem de Piaget, Freire e outros seguidores que citam o desenvolvimento da afetividade e
sua influência na aprendizagem. O estudo mostra que a afetividade tem grande valia no desenvolvi-
mento psíquico do ser humano, que os vinculos emocionais estabelecidos desde o nascimento do ser
humano, tem um papel muito importante na construção da personalidade, do auto conhecimento e da
auta estima do sujeito.
Palavras-chaves: aprendizagem, afetividade, desenvolvimento, auto-estima, relação profes-
sor-aluno.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................10
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 11
2 TEORIA DA APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET, PAULO FREIRE E OUTROS SE-GUIDORES DO DESENVOLVIMENTO DA AFETIVIDADE. .................................................13
2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 132.2 O QUE É APRENDIZAGEM ............................................................................................ 132.3 AFETIVIDADE .................................................................................................................. 14
2.3.1 Afeto e Autoridade ................................................................................................. 172.3.2 Auto-estima: questões conceituais ( Em andamento de pesquisa) ......................... 17
2.4 A APRENDIZAGEM COM JEAN PIAGET ..................................................................... 172.5 A APRENDIZAGEM COM PAULO FREIRE .................................................................. 242.6 APROXIMAÇÕES ENTRE A TEORIA DE PIAGET E PAULO FREIRE ...................... 28
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................30
REFERENCIAS ...............................................................................................................................31
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa Mental .......................................................................................................................21
A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno 11
1 INTRODUÇÃO
As relações humanas são rotuladas como complexas, mas indispensável na realização com-
portamental e profissional de um indivíduo. Não é de hoje que a participação do professor é obser-
vada em relação ao comportamento e desenvolvimento da aprendizagem do aluno em sala de aula.
O dialogo entre o professor e o aluno é um ponto muito importante no processo da aprendizagem, os
elos afetivos geram um despertar por parte do aluno, criando motivação e maior vontade em executar
suas atividades escolares.
Com o aumento da demanda em relação à educação, os educadores têm se preocupado com
as práticas pedagógicas utilizadas em sala de aula e com os fatores que contribuem para o desenvol-
vimento do aluno. O individuo precisa se reconhecer como pessoa única e singular, que se aceita e
sinta confiante e apto a enfrentar as complexidades do aprender. Claret (1995) citado por (SOBRAL,
2007, p.11) relata que “a auto-estima é uma necessidade humana, que contribui essencialmente para
o processo vital.
A educação valoriza a psicologia do desenvolvimento e a psicologia da aprendizagem devido
à busca da organização didática e da prática pedagógica. No entanto, questões educacionais não de-
vem se restringir apenas à dimensão psicológica do ato de ensinar e aprender. Não podemos desvalo-
rizar a relação do sujeito com o meio em que vive, ou seja, a psicologia descontextualizada que tem
pouco ou nenhum valor para o processo educacional.
Neste contexto, o objetivo desta monografia é descrever a importância da relação entre pro-
fessor e aluno, como um vínculo mais próximo e afetivo. Paulo Freire em sua obra relata que “o bom
professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pen-
samento”. (1996, p.96). Já Polity diz que um professor que não age com amor em relação aos seus
alunos é incapaz de enxergá-los.
A aprendizagem humana não é um ato mecânico, ou controlado, mas sim cognitivo, pois en-
volve aspectos emocionais e sociais constituindo uma dinâmica que não acontece de forma estanque.
12A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem é um processo integrado que provoca uma transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformação se dá através da alteração de conduta de um indivíduo, seja por Condicionamento operante, experiência ou ambos,de uma forma razoavelmente permanente. As informações podem ser absorvidas através de técnicas de ensino ou até pela simples aquisição de hábitos. O ato ou vontade de aprender é uma característica essencial do psiquismo humano, pois somente este possui o caráter intencional, ou a intenção de aprender; dinâmico, por estar sempre em mutação e procurar informações para o aprendizagem; criador, por buscar novos métodos visando a melhora da própria aprendizagem, por exemplo, pela tentativa e erro.(WIKIPÉDIA, 2011)
Piaget em sua teoria, explica que o desenvolvimento intelectual, partiu da idéia que os atos
biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, a procura do equi-
líbrio. Jean Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvi-
mento biológico (WADSWORTH, 1996).
O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Há aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturação física, psicológica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se dá no meio social e temporal em que o indivíduo convive; sua conduta muda, normalmente, por esses fatores, e por predisposições genéticas. (WIKIPÉDIA, 2011)
Diante desse contexto, a pesquisa que resultou nessa monografia é justificada pelo interesse
do autor em compreender a significância entre a aprendizagem e a afetividade entre professor-aluno,
através da teoria de Piaget, Paulo Freire entre outros estudiosos abordando a eficácia desses proces-
sos.
O estudo foi realizado através da metodologia de dados secundários, com pesquisas bibliográ-
ficas, cujo método se conduz através de livros, revistas, monografias e sites da internet.
Nas Considerações Finais são apresentadas concepções sobre a aprendizagem e a afetividade
em relação ao professor-aluno, como ocorre e a importância desse elemento essencial na vida pessoal
e profissional dos indivíduos.
Percebeu-se que a relação estabelecida entre a afetividade e a educação sendo essa um com-
ponente vital que deverá permear os processos de educação tanto formal como informal.
A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno 13
2 TEORIA DA APRENDIZAGEM SEGUNDO PIAGET, PAULO FREIRE E OUTROS SEGUIDORES DO
DESENVOLVIMENTO DA AFETIVIDADE.
2.1 INTRODUÇÃO
O objetivo deste capítulo é analisar a teoria de Piaget, Paulo Freire e pensadores da literatura
educacional, abordando a importância da relação entre o professor e o aluno, e qual a influência sobre
o processo de aprendizagem.
Inicialmente, trataremos o conceito de aprendizagem e da afetividade em sala de aula e sua
importância. Em seguida é feitas considerações sobre o ensino e suas diferentes nuances.
2.2 O QUE É APRENDIZAGEM
Será que é possível uma definição precisa de um termo tão abrangente como o conceito da
aprendizagem? Utilizaremos a teoria de diversos autores da área da educação para tentarmos respon-
der a está pergunta que muitos consideram simples, mas que não foi totalmente esclarecida.
A verdade é que, até o momento, a ciência não foi capaz de responder a uma pergunta, aparentemente simples: o que acontece no cérebro de uma pessoa quando ela aprende alguma coisa? Mas, supõe-se que deve haver uma modificação qualquer no sistema nervoso, cuja natureza ainda não foi totalmente esclarecida. Assim, pela impossibilidade de observação direta, a aprendizagem é constatada e estudada indiretamente, através de seus efeitos sobre comportamento. Para conceituar aprendizagem, portanto, é preciso referir-se às suas consequências sobre a conduta. A aprendizagem promove uma modificação no comportamento. Quando alguém aprende alguma coisa, seu comportamento fica alterado em algum aspecto, mesmo que a mudança não se evidencie imediatamente. Por isso, definir aprendizagem simplesmente como uma mudança no comportamento não é satisfatória. (SANTOS, 2007, p.01)
Entendemos que a aprendizagem está relacionada às mudanças do comportamento humano,
mudanças que são obtidas através das novas experiências e aprender está relacionado com o meio em
que vivemos.
O processo de aprendizagem ou aprender pode ser definido de forma sintética como o modo como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o comportamento. Contudo, a complexidade desse processo dificilmente pode ser explicada
14A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
apenas através de recortes do todo. Por outro lado, qualquer definição está, invariavelmente, impregnada de pressupostos político-ideológicos, relacionados com a visão de homem, sociedade e saber.(WIKIPÉDIA, 2011)
A experiência de vida e de conhecimento adquirida em um determinado tempo é o que permite
o ser humano a enfrentar novas situações, assimilando sempre a experiências anteriores, de maneira
que venha permitir a criação de novos conceitos e novas idéias.
As novas aprendizagens baseiam-se nas anteriores assim, a inteligência humana desenvolve-se: aprendizagens simples servem de base a outras aprendizagens mais complexas. Quando transformamos o conhecimento assimilado em uma nova forma de ação, realizamos uma acomodação entre o nosso organismo nos aspectos físico e mental e o ambiente no qual vivemos. Através de assimilações e acomodações constantes e contínuas, cada indivíduo organiza sua noção da realidade, seu próprio conhecimento. (VALENTE, 2008, 01)
No contexto atual sabe-se que o mercado de trabalho tem exigido cada vez mais das pessoas
e tem buscado profissionais preparados para enfrentar os desafios básicos da vida. As mudanças são
cada vez mais aceleradas e as descobertas no campo da ciência e da tecnologia ocorrem sucessiva-
mente, ocasionando um nível de competição mais elevado. As consequências afetam diretamente as
áreas da educação e formação, pois a própria sociedade passou a exigir mais conhecimentos e mais
qualificação de mão-de-obra, e é a partir deste argumento que tem surgido à preocupação entre os
educadores, de como preparar os jovens alunos para o mercado de trabalho.
Quando a educação é construída pelo sujeito da aprendizagem, no cenário escolar prevalecem a resignificação dos sujeitos, novas coreografias, novas formas de comunicação e a construção de novas habilidades, caracterizando competências e atitudes significativas. Nos bastidores da aprendizagem há a participação, mediação e interatividade, porque há um novo ambiente de aprendizagem, remodelização dos papéis dos atores e co-autores do processo, desarticulação de incertezas e novas formas de interação mediadas pela orientação, condução e facilitação dos caminhos a seguir. (CHAFIC, 2008, p.01)
O professor é o mediador do processo de conhecimento do aluno, um instrumento que precisa
promover mudanças na vida do aluno. Como mediador, o professor passa a o comunicador e cola-
borador e deve exercer o seu papel com criatividade e co-autor do processo de aprender dos alunos.
2.3 AFETIVIDADE
Fala-se tanto em afetividade, mas muitas pessoas têm dificuldade em se aproximar do próxi-
mo, em demonstrar um gesto de carinho. Segundo Piaget (1979), o estado psicológico é de grande
influência no comportamento e no aprendizado das pessoas juntamente com o desenvolvimento cog-
15A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
nitivo. Faz-se presente em sentimentos, desejos, interesses, tendências, valores e emoções, ou seja,
em todos os campos da vida.
Paulo Freire em a pedagogia da Autonomia trata a afetividade na extensão do cuidado, interes-
se, da empatia, amorosidade, proteção, amizade e até mesmo da convivência, do contato cara-a-cara
com o aluno. Para Freire não há docência sem discência, o professor VECCHIA (2005, p.03) ao estu-
dar a obra de Freire argumentou o seguinte:
A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação Teoria/Prática, porque Ensinar é criar a possibilidade da produção do conhecimento ou da sua construção. “Quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. Não há docência sem discência. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Ao desenvolver inicialmente esta ideia Paulo Freire permite compreender que o processo de conhecer como ato de aprender e de criar, se fundamenta na metafísica do inacabamento humano, mas que se realiza, integradamente e com um comprometimento ético, estético, afetivo, científico iterativo edcuador-educando.
Na educação, a preocupação com o a forma de ensinar passa a ser tão importante quanto o
conteúdo a ser ensinado. E por este motivo, faz-se necessário intensificar as relações, os aspectos
afetivos emocionais, a dinâmica das manifestações e as formas de comunicação passam a ser pressu-
postos para o processo de construção do conhecimento.
Educar exige respeito aos saberes dos educandos. Respeito é uma dimensão do afeto. Em palavras mais simplificadas pensar certo exige respeito aos saberes com os quais os educandos chegam na escola e também discutir com eles a razão desses saberes em relação com o ensino de conteúdos. É valorizar e qualificar a experiência dos educandos e aproveitar para discutir os problemas sociais e ecológicos, a realidade concreta a que se deva associar a disciplina, estudar as implicações sociais nefastas do descaso dos mandantes, a ética de classe embutida nesse descaso (FREIRE, 1999:33-34 apud VECCHIA 2005, p.03)
A afetividade pode ser construída através da vivência, não se restringindo ao contato físico,
mas à interação que se estabelece entre as partes envolvidas, na qual todos os atos comunicativos,
por demonstrarem comportamentos, intenções, crenças, valores, sentimentos e desejos, afetam as
relações e, consequentemente, o processo de aprendizagem.
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. Essa abordagem está recheada das dimensões afetivas do comprometimento ético do professor com seus alunos. O pensar certo tem como próprio a disponibilidade ao risco. Assim como o útero fecundo, a dimensão dialogal de aceitação do novo é uma atitude nutritiva e afetiva, mais profundamente ativa que o falar. Sem esquecer que o velho que preserva sua validade, que encarna uma tradição ou marca presença no tempo, continua novo. “A rejeição decidida a qualquer forma de discriminação” é outra explicitação da ética e do amor em Paulo Freire. (VECCHIA 2005, p.03)
16A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
Perceber o sujeito como um ser intelectual e afetivo, que pensa e sente simultaneamente, e
reconhecer a afetividade como parte integrante do processo de construção do conhecimento, implica
um outro olhar sobre a prática pedagógica, não restringindo o processo ensino-aprendizagem apenas
à dimensão cognitiva.
Segundo Siqueira (2004, p.01)
O ser humano é social por natureza. Desde muito jovens vivemos em sociedade, fazemos parte e formamos grupos com pessoas das mais diversificadas crenças, origens e personalidades. Graças a esse convívio no decorrer de nossas vidas, vivemos situações que nos constrangem ou enaltecem, sofremos desilusões, aprendemos com nossos erros e acertos e, através de comparações, conseguimos construir a nossa personalidade e interagir com o universo. Nesse referencial, nossos melhores amigos, aqueles que com suas críticas e conselhos, muitas vezes, melhoram certos aspectos e comportamentos negativos que apresentamos, conseguem nos sensibilizar, pois conquistaram nossa confiança, nosso respeito, são exemplos de companheirismo e demonstram um sincero interesse pelo nosso bem-estar. Se as relações humanas, embora complexas, são peças fundamentais na realização de mudanças em nível profissional e comportamental, como podemos ignorar a importância de tal interação entre professores e alunos?
Para se colocar em prática toda essa questão de afetividade sem perder o respeito dos alunos,
o educador precisa saber “aprender a combinar autoridade, respeito e afetividade; isto é, ao mesmo
tempo que estabelece normas, deixando bem claro o que espera dos alunos” (SIQUEIRA, 2004, p.01).
Cabe tanto ao professor quanto ao aluno a “respeitar a individualidade e a liberdade que esses trazem
com eles, para neles poder desenvolver o senso de responsabilidade”. (SIQUEIRA, 2004, p.01).
Segundo a (LDBEN 9394/96, Art. 2º, p.05) A educação tem como finalidade a preparação do
educando para o exercício da cidadania. A escola em geral tem a função de preparar o aluno para ser
um cidadão critico e sistematizado, mas levando em conta o contexto atual, percebeu-se a importân-
cia de assumir habilidades sociais, que antes eram apenas exercidas pelas famílias. A escola muitas
vezes é vista como extensão de lar, devido à busca pelo afeto e segurança.
MELLO (2004, p.18 apud SOBRAL, 2007,p.02) afirma que “no contexto atual , é necessário
que a escola procure comprometer-se não apenas com o desenvolvimento cognitivo do educando,
mas principalmente com seu desenvolvimento socioemocional”.
Para fim, a afetividade não pode ser esquecida, pois é um fator essencial no processo da apren-
dizagem do aluno, “visto que, funciona como elo de sedução entre educando e educador”. (SOBRAL,
2007,p.02)
17A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
2.3.1 Afeto e Autoridade
Em andamento de pesquisa
2.3.2 Auto-estima: questões conceituais ( Em andamento de pesquisa)
• Cognitivo
• Emotivo
• Comportamental
2.4 A APRENDIZAGEM COM JEAN PIAGET
Jean Piaget Especialista em psicologia evolutiva e epistemologia genética, filósofo e educa-
dor, Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 09 de agosto de 1886, e morreu em Genebra a 16 de
setembro de 1980. Jean Piaget foi responsável por uma das mais respeitadas contribuições no campo
da psicologia científica contemporânea, na área do comportamento cognitivo. As aplicações de sua
teoria do desenvolvimento encontram-se no campo pedagógico e na explicação da evolução da con-
duta cognitiva.
Sua teoria pode ser classificada em duas áreas principais: a que procura explicar a formação
da estrutura cognitiva, tema central em sua psicologia evolutiva, e a que se desenvolve em torno da
epistemologia genética.
Um estudioso respeitado e que influenciou a educação brasileira com contribuições extrema-
mente significativas. Mas suas teorias tão utilizadas não deixaram de ser superficialmente criticadas.
Apesar de todas as criticas que Piaget possa merecer, sobretudo a de excessivo estruturalismo, certo positivismo, exagerada confiança construtiva e cognitiva extremado, não se pode retirar o mérito de que sua tese construtivista está cada vez mais vitoriosa (FREITAG, 1997, apud DEMO,2001, p.296)
É importante lembrar que o campo teórico de Piaget é o da psicogenética cuja perspectiva em
relação a aprendizagem é conceituada nesta área de conhecimento. Piaget defendia suas ideias com a
intenção de valorizar o ser humano e suas faculdades intelectuais. Jean Piaget demonstrou sua capa-
18A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
cidade de observação, com 11 anos de idade, Piaget percebeu um albino em uma praça de sua cidade,
tal observação gerou seu primeiro trabalho científico.
Formado em Biologia interessou-se por pesquisar sobre o desenvolvimento do conhecimento nos seres humanos. As teorias de Jean Piaget, portanto, tentam nos explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos. Daí o nome dado a sua ciência de Epistemologia Genética, que é entendida como o estudo dos mecanismos do aumento dos conhecimentos. (BAMPI, 2006, p.19).
Podemos perceber através das leituras realizadas sobre o autor, uma característica que se fez
muito presente, a de “problematizar as questões clássicas do conhecimento e buscar uma resposta à
luz de uma epistemologia fundamentada nos fatos”. (MARTIN, 2007, p.11).
Os estudos teóricos de Jean Piaget é extensa e um tanto complexa, suas teorias estão relatadas
em noventa e seis livros, Piaget estudou e explorou a mente humana e grande parte do seu trabalho foi
e é utilizado na educação e na psicologia educacional. A priori ressaltaremos que o material estudado
apenas trata o tema de modo geral e superficial, dada sua grande complexidade.
Objetivamente interessava-lhe então saber como nasce à inteligência no ser humano e como se passa de um estado de menor conhecimento para um de maior conhecimento. Por isto, sua recusa em estudar exclusivamente as formas naturais e finais do conhecimento encontradas já no adulto, bem como estudar as ciências em sua última fase de elaboração. (BAMPI, 2006, p.19)
Piaget deixou claro em muitos momentos a importância do individuo na sociedade. Piaget
apud Taille (1992) citado por (MARTIN, 2007, p.12) afirma que “a inteligência humana somente se
desenvolve no individuo em função de interações sociais que são, em geral, demasiadamente negli-
genciadas”. O individuo apenas se socializa se houver um equilíbrio entre os sujeitos, pensamentos
parecidos, idades semelhantes, é necessário “o reconhecimento do eu e do outro”. (MARTIN, 2007,
p.12).
A epistemologia caminha nesta linha de pensamento e através da análise da maturação bioló-
gica, mas o autor deixa claro que não considera apenas esse tipo de maturação, da seguinte maneira:
“... a aprendizagem não se confunde necessariamente com o desenvolvimento, e que, mesmo da hipótese segundo a qual as estruturas lógicas não resultam da maturação de mecanismos inatos somente, o problema subsiste em estabelecer se sua formação se reduz a uma aprendizagem propriamente dita ou depende de processos de significação ultrapassando o quadro do que designamos habitualmente sob este nome”. (PIAGET, 1974, p.34)
19A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
Piaget define a inteligência como uma forma de adaptação. Sua teoria organizou-se através
de observações, experimentações e conclusões sobre o desenvolvimento da inteligência humana co-
locando-a como a capacidade individual de sobrevivência ao meio, tendo início desde o nascimento.
“Com efeito, a vida é uma criação contínua de formas cada vez mais complexas e o estabelecimento
de um equilíbrio progressivo entre estas formas e o meio” (PIAGET, 1978, p. 46).
“Para Piaget não haveria pessoas mais inteligentes ou menos inteligentes. O que ele pergunta
é se há pessoas mais adaptadas ou pessoas menos adaptadas por este processo de assimilação e aco-
modação”. (BAMPI, 2006, p.35)
Becker (2001, p. 79 apud BAMPI, 2006, p.35) contribui para este entendimento sobre estes
enfoques fundamentais de Jean Piaget, citando Piaget:
Nesta verdadeira obra-prima que é o Nascimento da inteligência da criança (p. 386), as relações entre o sujeito e o meio consistem numa interação radical, de modo tal que a consciência não começa pelo conhecimento dos objetos nem pelo da atividade do sujeito, mas por um estado indiferenciado; e é deste estado que derivam dois movimentos complementares, um de incorporação das coisas ao sujeito, o outro de acomodação às próprias coisas. A organização de uma atividade assimiladora é testemunha, é essencialmente, construção e, assim, é de fato invenção, desde o princípio (p. 389). Isto é, a novidade emerge da própria natureza do processo de desenvolvimento do conhecimento humano.
BAMPI (2006, p.35) cita em seu estudo sobre Piaget quatro fases do desenvolvimento do
individuo, desde a adaptação até os esquemas que o organismo utiliza para o desenvolvimento da
aprendizagem.
Adaptação
Define-se aqui como a conservação, pela sobrevivência, isto é equilíbrio entre o organismo e
o meio.
Assimilação
Pode ser compreendida objetivamente como a incorporação pela modificação do meio, que
pode ser de forma física ou psíquica.
20A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
Acomodação
Seria objetivamente, a modificação do organismo em decorrência da assimilação.
Esquemas
Podem ser compreendidas como pré-formas de ação, já bem sucedidas, que o organismo tende
a repeti-las nas diversas situações, enquanto não encontre uma situação em que seja necessário adqui-
rir novos esquemas de ação, por aqueles não darem mais resultado.
Reflete-se aqui se a ação pela ação levaria a uma mudança para níveis superiores da inteligência. Em 1950, Jean Piaget fazia uma distinção entre “abstração empírica” e a “abstração reflexionante”. A abstração empírica seria o resultado da exploração do objeto físico ou os resultados da própria ação como empurrões, manuseio, movimentos ao objeto. Porém para abstrair qualquer atributo deste objeto, como peso, tamanho, seria necessário pela assimilação, estabelecer relações conceituais, provenientes dos esquemas sensório-motores, construídos anteriormente por este sujeito. Entretanto, “[...] por mais necessários que sejam estes esquemas, a título experimental, à abstração empírica, ela não se refere a eles mais busca atingir um dado que lhes é exterior, isto é, visa a um conteúdo em que os esquemas se limitam a enquadrar formas que possibilitarão captar tal conteúdo” (PIAGET, 1995).Enquanto a abstração reflexionante, além de apoiar-se sobre o resultado da exploração do objeto físico, apóia-se sobre esquemas, operações, estruturas, enfim, atividades cognitivas do sujeito, extraindo dali, certos caracteres para utilizá-los em novas situações cognitivas. (BAMPI, 2006, p.39)
A seguir iremos visualizar o mapa mental (FIG 1), que trata do processo de adaptação, as-
similação, equilibração e acomodação do sujeito, de forma clara e objetiva. A figura foi extraída da
dissertação de mestrado da pesquisadora (BAMPI, 2006, p.39)
21A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
Figura 1 – Mapa Mental
O desenvolvimento da inteligência sendo regida pelos mesmos processos biológicos no indi-
víduo é claramente explicada pelas palavras de Delval (apud SUBSTRATUM, 1997, p. 96), citado
por (BAMPI, 2009, p.21)
Os organismos tentam se adaptar ao meio e por isto o modificam e incorporam (assimilação), ao mesmo tempo em que eles mesmos se modificam (acomodação). O organismo está dotado de capacidades internas que lhe permitem dar sentido ao seu conhecimento e modificá-lo (organização e equilibração). A equilibração permite reorganizar o conhecimento por razões puramente internas, sem necessidade de que exista uma pressão externa, embora tenha um papel central na gênese dos conhecimentos (atividade do sujeito).
22A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
Piaget insiste em admitir que embora haja condições externas que favoreçam o desenvolvi-
mento, o que se constrói é no interior do indivíduo, e se não ocorrer desta maneira, não poderá ser
identificado como mudança construtiva em relação ao entendimento da realidade.
Delval (apud SUBSTRATUM, 1997, p. 97) citado por (BAMPI, 2009, p.21) deixa bem clara
esta questão:
Piaget interessa-se muito menos pelas condições externas nas quais o conhecimento se produz porque seu ponto de vista sustenta que o conhecimento é produto da atividade do sujeito e não da pressão da realidade, como defendem os empiristas que colocam o peso da formação do conhecimento nas condições externas. Devemos repetir que para ele o importante é como o sujeito constrói as suas estruturas de conhecimento e o seu conhecimento sobre diferentes parcelas da realidade. As condições externas podem facilitar ou dificultar a formação de determinados conhecimentos, mas, de alguma forma, não o produzem sem a atividade do sujeito.
E por esta questão tão óbvia é que Jean Piaget foi muitas vezes criticado, ou seja, mal inter-
pretado. O raciocínio de Piaget foi firmado a partir das atividades reflexas. Afirmou “que é inato o
modo de funcionamento do organismo nas suas trocas com o meio, para que aconteça a adaptação,
assimilação e acomodação e a partir daí, a equilibração, até que um novo desequilíbrio aconteça”.
(BAMPI, 2009, p.21)
[...] é constante nos seres vivos em seus diferentes níveis de organização e, portanto é compartilhado com o restante dos seres vivos. Essa forma de funcionamento constate põe em movimento a dotação inicial do recém–nascido, levando-o a construir formas ou estruturas variáveis que tem por objetivo facilitar a adaptação do organismo ao meio. As estruturas e formas permitirão que o sujeito adquira o conhecimento e o moldarão. Tais formas se tornarão, ao longo do desenvolvimento, necessárias. Além disso, Piaget sustenta que existem duas formas de construção a partir da atividade do sujeito: pela abstração reflexionante e pela abstração simples. A abstração reflexionante produz a partir das ações do sujeito, enquanto que a simples ou física permite construir as propriedades dos objetos (DELVAL apud SUBSTRATUM, 1997. p. 98) citado por (BAMPI, 2009, p.21)
É relevante ainda transcrever algumas palavras de Piaget, para esclarecer ainda mais a sua
“posição sobre as questões biológica, por ser ela alvo de tantas polêmicas” (BAMPI, 2009, p.21):
O organismo é um ciclo de processos físico-químicos e cinéticos que, em relação constante com o meio, engendram-se mutuamente […] o funcionamento do organismo não destrói, mas conserva o ciclo de organização e coordena os dados do meio, de modo a incorporá-los nesse ciclo […] o corpo vivo apresenta uma estrutura organizada, um sistema de relações interdependentes; […] trabalha para conservar a sua estrutura definida e, para fazê-lo, incorpora-lhe os alimentos químicos e energéticos necessários, retirados do meio ambiente; por consequência reage sempre às ações do meio em função desta estrutura particular e tende, afinal de contas, a impor ao universo inteiro uma forma de equilíbrio dependente desta organização (PIAGET apud SEBER, 1997, p. 51) citado por (BAMPI, 2009, p.21).
23A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
Saindo do aspecto biológico, aborda-se a questão desta realidade na qual é inserido este or-
ganismo. O construtivismo, sujeito e objeto associam-se a uma unidade “pois o sujeito faz-se a si
próprio por meio da sua ação sobre a realidade e esta somente é conhecida pelas ações do sujeito, e
não em si mesma” (DELVAL, 1997, p.97 apud (BAMPI, 2009, p.21)
Na teoria de Piaget há duas maneiras de conduzirmos o processo de aprendizagem. A primei-
ra está relacionada ao desenvolvimento da inteligência, ou seja, é um processo de desenvolvimento
espontâneo e contínuo, que está relacionada à maturidade e a transmissão social e o desenvolvimento
do equilíbrio do indivíduo. Em segundo, de uma forma menos ampla, Piaget relaciona a aprendiza-
gem através da aquisição de novas respostas a situações específicas, ou seja, conforme vivenciamos
os acontecimentos, é natural assimilamos mentalmente as informações obtidas e transformamos os
novos conhecimentos em formas de agir sobre o meio social. A assimilação ocorre quando o sujeito
incorpora os dados externos aos esquemas que possui. A acomodação é a modificação necessária dos
esquemas para poder incorporar esses dados externos. (PIAGET, 1973).
Segundo ainda Piaget, o processo de adaptação a aprendizagem é a essência do funciona-
mento intelectual, assim como a essência do funcionamento biológico. Primeiro a tendência básica
inerentes a todas as espécies. Em segundo a organização, responsável pela habilidade de integrar as
estruturas físicas e psicológicas em sistemas coerentes. Piaget relata que adaptação acontece através
da organização, e assim, o organismo discrimina entre a miríade de estímulos e sensações com os
quais é bombardeado e as organiza em alguma forma de estrutura. Esse processo de adaptação é então
realizado sob duas operações, a assimilação e a acomodação.
Piaget (1973, p.14) diz que:
A importância da noção assimilação é dupla. Deu um lado, implica, como acabamos de ver, a noção de significação, o que é essencial, pois todo conhecimento refere-se a significações (índices de sinais perceptivos, tão importante desde o nível dos instintos, até a função simbólica dos antropóides e do homem, sem falar das abelhas e dos golfinhos).Por outro lado, exprime o fato fundamental de que todo conhecimento está ligado a uma ação e que conhecer um objeto ou acontecimento é utilizá-los, assimilando-os a esquemas de ação.
A assimilação não atinge por si só a equilibração, deste modo assimilação e acomodação an-
dam lado a lado, sendo assim Piaget define com clareza a relação entre assimilação e acomodação.
Por exemplo, o esquema de preensão é modificado pelo esquema de puxar. Isto pode levar a descobertas inesperadas, daí sua relevância para a aprendizagem. Pois a impossibilidade de estender a tendência à assimilação para além de certos limites, corresponde ao início da aprendizagem. (PIAGET, 1974, p.62)
24A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
No processo de adaptação observamos a evidencia dos mecanismos indissociáveis entre a
acomodação e a assimilação, independe de ser biológica ou relacionada ao intelecto do individuo. Na
adaptação biológica Piaget cita as seguintes palavras: “[...] um equilíbrio entre a assimilação do meio
ao organismo e a acomodação deste aquele”. Na adaptação intelectual temos “o equilíbrio entre a
assimilação da experiência às estruturas dedutivas e a acomodação dessas estruturas aos dados da
experiência. (PIAGET, 1976, apud MARIN, 2007, p.16).
Em relação ao conhecimento, é importante deixar claro que há dois tipos: o primeiro refere-se
ao conhecimento sobre a realidade em si, seja física, biológica, social, psicológica, etc.
Segundo Piaget (1985, p. 51) o resultado do seu trabalho é reafirmado através dos seus estudos
de pesquisa:
Cinquenta anos de experiências fizeram-nos saber que não existem conhecimentos resultantes de um registro simples de observações, sem uma estruturação devida às atividades do sujeito. Mas também não existem (no homem) estruturas cognitivas a priori ou inatas: só o funcionamento da inteligência é hereditário e só engendra estruturas por uma organização de ações sucessivas exercidas sobre objetos. Daqui resulta que uma epistemologia conforme com os dados da psicogênese não poderia ser nem empirista nem pré-formista, mas consiste apenas num construtivismo, com a elaboração contínua de operações e de estruturas novas. 0 problema central é, então, compreender como se efetuam estas criações e por que razão, visto resultarem de construções não pré-determinadas, se podem tomar logicamente necessárias, durante o desenvolvimento.
O que foi estudado e citado são definições imprescindíveis para compreensão da origem da
aprendizagem na concepção de Piaget. Em seguida exploraremos os conhecimentos de Paulo Freire
em relação à aprendizagem.
2.5 A APRENDIZAGEM COM PAULO FREIRE
Paulo Freire é um respeitado e conceituado educador brasileiro. Autor do método alfabetiza-
ção popular conhecido como “Método Paulo Freire” entre outros programas, Freire é conhecido pela
sua inteligência e seu tino senso critico.
Para se falar de Paulo Freire é preciso alguns requisitos fundamentais. É preciso amar a vida, acreditar nas utopias, na transformação, numa sociedade mais justa e igualitária. Do mesmo modo, é preciso ter dentro de si a esperança, a ousadia, a coragem de enfrentar as adversidades do dia a dia e as repentinas; é preciso, igualmente, acreditar na integridade, na beleza, e no poder de transformação dentro do ser humano, principalmente daqueles a quem a vida fecha as portas, dos “demitidos da vida”, dos “esfarrapados do mundo”.
25A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
A caminhada de Paulo Freire na educação é longa e diversos são os seus trabalhos que ex-
pressam o “seu sentimento de transformação da realidade opressora em realidade igualitária, sua luta
é a favor dos menos favorecidos, os marginalizados da sociedade” (MARIN, 2007, p.32).É possível
perceber através das palavras anteriores a grandeza e a nobreza dos sentimentos de Paulo Freire.
Antes, porém, de falar da sua obra, é preciso, primeiro, entendê-lo enquanto homem, não um homem qualquer, mas um ser humano ímpar, capaz de amar sem pedir nada em troca. “Capaz de ter raiva porque capaz de amar”. É preciso “assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto”. É preciso compreendê-lo simplesmente por ser apaixonado pela vida; por ser capaz de acreditar num ideal e persegui-lo, sem tréguas por 76 anos a fio. Capaz de amar por entender que os homens apesar de toda a irracionalidade, um dia, ainda, podem tornar-se racionais. Freire foi um homem apaixonado, pelas pessoas que o cercaram e as que não o fizeram, apaixonado pela natureza, pelas paisagens, pelos bichos, enfim, apaixonado pelo “belo”, mas às vezes também pelo “feio”, pois, acreditava que para entender o “belo” é preciso compreender o “feio”. Durante toda sua vida, tentou compreender o homem, procurou estuda-lo sem vaidades, na sua forma simples, na nudez de sua hipocrisia. Ele tentou compreender os homens como “sujeitos inacabados”, pois, não acreditava na verdade absoluta, nos dogmas, nas premonições, nas “bruxarias”, pelo contrário, acreditava no homem enquanto ser em constante formação, em transformação, que poderia ser mudado em cada etapa da vida. Acreditava que “o pau que nasce torto, pode morrer reto”. (FONSECA, 1995-2007, p.01)
Paulo freire através de suas obras busca demonstrar que o individuo pode se transformar, ou
seja se regenerar. O autor acredita que o conhecimento pode ser adquirido através da coletividade, sua
pedagogia é caracterizada através da forma dialógica e dialética.
Dialética porque não podemos dicotomizar os fundamentos da educação que são: ação-reflexão, subjetivo-objetivo, homem-mundo, educador-educando, nestas relações não há o que é mais importante e o menos importante, não há a hierarquia de um sobre o outro. Neste parâmetros a educação não é via de mão única, mas via de mão dupla, não é assimétrica, mas é simétrica. Dialógica porque é através da comunicação que estabelecemos relações com o outro, que edificamos a dialética em nossa vida. (FREIRE, 2005 apud MARIN, 2007, p.33)
Paulo Freire é um critico em relação ao ensino tradicional. Defende uma pedagogia fundada
na ética, no respeito, na dignidade e na autonomia do educando. Freire não é a favor do educador
autoritário e conservador, pois acha que o educador tradicional não permite a participação dos alunos,
de forma que os conhecimentos não são explorados. O autor aborda que somos seres inacabados, em
constante aprendizado e que todo indivíduo seja professor ou aluno devem estar abertos a curiosida-
de, ao aprendizado durante seu percurso de vida.
Paulo Freire lutou enquanto vivo pela libertação dos marginalizados, ou seja, de sua condição
explorado e alienado, dizendo que estes precisavam se comunicar, agir e pensar. Veja as palavras de
Freire (1997, p.118):
26A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
Na realidade, na medida em que esta modalidade educativa se reduz a um conjunto de métodos e de técnicas com as quais educandos e educadores observam a realidade social (quando a observam), simplesmente para descrever, esta educação é tão domesticada como qualquer outra. A educação para libertação não pode ser a que procura libertar os educandos das pirraças para lhes oferecer projetores. Pelo contrário, é a que se propõem como práxis social, contribuir para libertar os seres humanos da opressão que se encontram na realidade objectiva. Por isto mesmo, é uma educação, tão política como aquela que, servindo as elites do poder, se proclama apesar de tudo neutra. Daí que esta educação não possa ser posta em prática, em termos sistemáticos, antes da transformação radical da sociedade.
Esta citação passa a mensagem de que o próprio Paulo Freire nega as práticas que se conhe-
cem como educativas, que não podemos apenas olhar a realidade, mas ter uma postura à frente a esta
realidade, um transformação radical como ele mesmo diz. Em relação à política educativa, Freire
“explica a sua perspectiva, pois nada mais político que defender um posicionamento, um ideal” (MA-
RIN, 2007, p.34)
Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto ou aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. Não posso ser professor a favor simplesmente do Homem ou da Humanidade, frase de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda.
Freire analisa a problemática do ensino- aprendizagem através dos interesses políticos, cultu-
rais, sociais e econômicos, relacionando a nossa realidade. “Por isso que suas obras são uma denúncia
aos modos que constituem a educação oferecida aos homens de camada populares” (MARIN, 2007,
p.35). “Minha presença de professor, não pode passar despercebida dos alunos na classe e na escola,
é uma presença em si política.” (FREIRE, 2007, p.98).
Paulo Freire em sua obra publicada em (2005, p.46) defende a seguinte pedagogia:
A pedagogia do oprimido, como pedagogia humanista e libertadora, terá dois momentos distintos. O primeiro que os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão comprometendo-se, na práxis, como sua transformação; o segundo, em que transformada a realidade opressora, esta pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser pedagogia dos homens em processo permanente de libertação.
E é neste sentido que Freire destaca a importância dos educadores e suas práticas na vida dos
alunos, é através das atitudes, das palavras, de simples fatos que podemos contribuir e formar cida-
dãos críticos e observadores. Assim estaremos contribuindo com o desenvolvimento da aprendiza-
gem. Mas é preciso ser cauteloso, quando o assunto é educar, pois educar é formar.
27A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
...Procurávamos uma metodologia que fosse um instrumento do educando, e não somente do educador, e que identificasse – como fazia notar acertadamente um sociólogo brasileiro – o conteúdo da aprendizagem com o processo mesmo de aprender. (FREIRE, 1979, p.22)
Freire ressalta que o professor deve estar aberto também a aprender e trocar experiências com
os alunos, “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina, ensina
alguma coisa a alguém.” (FREIRE, 2007, p.23)
Para Paulo Freire, ensinar é algo profundo e em seus métodos atuais enfatiza que a curiosidade
dos educandos é um aspecto positivo para o aprendizado, “Sem a curiosidade que me move, que me
inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino” (FREIRE, 2007, p.85).
Freire destaca a necessidade do respeito, compreensão, humildade e o equilíbrio das emoções
entre educadores e educandos em seus métodos de ensino. “Como professor devo saber que sem a
curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino.” (FREI-
RE, 2007, p. 85).
“Para ser válida, toda educação, toda ação educativa deve necessariamente estar procedida de
uma reflexão sobre o homem e de uma análise do meio de vida concreto do homem concreto a quem
queremos educar”. (FREIRE, 1979, p.34)
Freire deixa claro em questão “a concepção bancária” (FREIRE, 1983, p. 66), distinguiu a ação do
educador em dois momentos. Primeiro colocando o professor como fonte de pesquisa, ou seja, obtêm
o conhecimentos através dos livros. Segundo, o professor em frente aos alunos relata o resultado dos
seu estudo, cabendo aos educandos arquivar o que ouviram ou copiaram método tradicional.
Quando os alunos não participam do processo de conhecimento, ou seja, não são chamados a
conhecer, apenas memorizam ou decoram a s informações que recebem e pronto. Freire coloca esta
atitude como marcante na educação, onde o professor não passa de um deposito de informações.
Em resumo, o educador é que educa, sabe, pensa, diz a palavra, disciplina, opta e prescreve a opção, atua, escolhe o conteúdo programático, identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, e finalmente, é o sujeito do processo. Os educandos, ao contrário, são educados, não sabem, são pensados, escutam docilmente, são disciplinados, seguem a prescrição, têm papel passivo, não são ouvidos, devem adaptar-se às determinações do educador, e são meros objetos (cf. ibid, p. 66-67). Por isso, nessa visão distorcida de educação os homens são seres de adaptação e ajustamento. O problema é que quanto mais são tratados como depósitos, menos serão capazes de consciência crítica e de libertarem-se da situação de opressão. Essa educação autoritária inibe a capacidade de perguntar, poda a curiosidade (cf. FREIRE e FAUNDEZ, 1986, p. 46), gera um homem passivo, ingênuo, que não é capaz de um pensar autêntico. Assim, há a aceitação passiva das estruturas que tornam os homens seres para outro, heterônomos. Ela, em vez de transformar o homem em ser autônomo, de
28A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
realizar sua vocação de Ser Mais, o torna autômato, o que é uma forma de heteronomia. (ZATTI, 2007, p.01)
2.6 APROXIMAÇÕES ENTRE A TEORIA DE PIAGET E PAULO FREIRE
No capítulo anterior, descrevemos a teoria de Piaget e Paulo Freire em relação à aprendiza-
gem. Neste capítulo vamos abordar as semelhanças existentes entre as duas teorias, ou seja, a teoria
de Piaget X a teoria de Paulo Freire sobre a educação, em especial o processo de aprendizagem.
A capacidade de aprendizagem humana é uma evidência. A compreensão dos estágios cogni-
tivos do individuo torna-se um imperativo âmbito pedagógico.
O que ficou claro é que tanto Piaget como Paulo Freire, não são adeptos do ensino tradicional.
Piaget apresenta o tradicionalismo como empirista, Paulo Freire coloca como pedagogia bancária, a
critica dos dois autores quanto à educação tradicional é a sua ineficácia em relação ao ensino- apren-
dizagem.
Os dois estudiosos abordam a importância da conscientização, do despertar do aluno, enfim
um método que conduza o individuo a autonomia, a curiosidade e a criatividade. Freire propõe o
processo do diálogo para a educação libertadora, a relação com o meio social. Já Piaget acredita que a
reestruturação está na pedagogia ativa na educação das crianças “incluindo a psicologia na educação
como forma de organizar e orientar o trabalho do educador” (MARTIN, 2007, p, 44).
Jean Piaget e Paulo Freire também descrevem em suas obras a importância de uma boa forma-
ção para os professores. “o quê se deseja é que o professor deixe de ser apenas um conferencista e que
estimule a pesquisa e o esforço, ao invés de se contentar com a transmissão de soluções já prontas”.
(PIAGET, 2007, P. 15).
É importante que os educadores tenham um conhecimento amplo e geral do que está aconte-
cendo no mundo, em relação à política, a cultura e ao social, para saber orientar para eu o educando
descubra como ser criativo e produtor de informações. Paulo Freire se convence que a educação esta
relacionada com a prática da liberdade do individuo, vejamos:
[Estou] convencido de que a educação, como prática da liberdade, é um ato de conhecimento, uma aproximação critica da realidade [...] a conscientização não consiste em “estar frente a realidade” assumindo uma posição falsamente intelectual. A conscientização não pode existir fora da práxis, ou melhor, sem o ato ação-reflexão. Esta unidade dialética constitui, de
29A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno
maneira permanente, o modo de ser ou de transformar o mundo que caracteriza os homens. (FREIRE, 1980, p.25)
Piaget (1971) afirma que a estrutura cognitiva é construída em etapas, dando-se a construção
do conhecimento através da ação recíproca do sujeito com o meio, através do pensamento, do proces-
so de adaptação, através da relação dialética entre a maturação biológica e do ambiente social.
Desse modo, Piaget e Freire expõem uma das capacidades do professor que é a de contextu-
alizar o conhecimento, tornando o seu processo dinâmico e ativo. Rejeitando a forma de ensinar que
aliena e molda os alunos para ordem econômica e social.
Para formar cidadão críticos é necessário que as relações na sociedade sejam reestruturada. Na perspectiva de Freire temos a defesa por uma educação baseada na relação dialógica e dialética entre educador e educando. Em Piaget temos a relação simétrica e o respeito mútuo entre os sujeitos da educação. Negam, portanto, o modelo tradicional que coloca o professor como o grande sábio e o aluno como o ignorante, pelo qual a comunicação se caracteriza pelos monólogos do possuidor de conhecimentos aos seres ignorantes. Educador e educando são os sujeitos da educação aprendem e ensinam ao mesmo tempo.
As teorias de Piaget e Paulo Freire são semelhantes em alguns aspectos, principalmente quan-
do dizem que a ação tem que ser colocada em prática como condição ao processo de aprendizagem de
qualidade. Piaget lutou pela escola inovadora e ativa, com o intuito de despertar o individuo ao novo,
a realização de novas descobertas. Diz Piaget (1974, p.48).
O interesse não é outra coisa, com efeito, senão o aspecto dinâmico da assimilação. Como foi mostrado profundamente por Dewey, o interesse verdadeiro surge quando o eu se identifica como uma ideia ou objeto, quando encontra neles um meio de expressão e eles se tornam alimento necessário à sua atividade. Quando a escola ativa exige que o esforço do aluno venha dele mesmo sem ser imposto, e que sua inteligência trabalhe sem receber os conhecimentos já todos preparados de fora, ela pede simplesmente que sejam respeitadas as leis de toda inteligência.
Para finalizar podemos dizer que tanto Piaget como Paulo Freire eram otimistas em relação à
educação, expondo que para a transformação dos paradigmas educacionais é necessária uma mudan-
ça na postura do educador e na sua formação.
A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno 30
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando as pesquisas feitas para a apresentação deste trabalho com o intuito de alcançar
os objetivos propostos pelo mesmo, adquirimos conhecimentos relacionados à teoria de Piaget e Pau-
lo Freire em relação à aprendizagem do educando e como elas podem repercutir em nossa realidade
como docente.
Verificamos que Piaget e Freire explicam de modos diferentes o processo de aprendizagem,
mas com uma essência semelhante. Piaget parte dos termos biológicos, o qual considera importante
para a construção do conhecimento e das experiência a serem adquiridas, resultados que são obtidos
através da adaptação do individuo ao meio social. A intenção dos autores é superar o modelo de edu-
cação tradicional e autoritária, aonde o professor é o único a ter voz ativa.
Paulo Freire considera importante as relações dialéticas intrínsecas na educação, propondo
uma reflexão a respeito para a busca da mudança social.
Ambos buscam uma mudança, ou uma nova prática para a educação, com características cria-
tivas, conscientes e significativas. Em relação a tomada de consciência Piaget se dedicou a formula-
ção de uma nova epistemologia genética que pudesse entender o conhecimento como uma construção
histórica e social.
A APRENDIZAGEM SEGUNDO JEAN PIAGET E PAULO FREIRE A importância da relação professor-aluno 31
REFERÊNCIAS
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