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Aula Nº 14 – Relações Custo-Volume-Lucro
Objetivos da aula:
Nesta aula, estudaremos as relações existentes entre custo, volume de
produção e vendas e lucro. Você encontrará mais uma importante aplicação
do conceito de Margem de Contribuição. Essas relações seriam estáveis,
se as empresas trabalhassem somente com custos variáveis, pois, assim,
a cada ponto percentual de aumento na quantidade, corresponderia um
ponto percentual de aumento no lucro.
No entanto, as empresas trabalham com custos fixos e esta é a alavanca do
lucro. Quanto mais diluídos forem os custos fixos, maior será o aumento
percentual de lucro.
Tenha uma ótima aula!
Introdução
O lucro é o fator mais importante para as empresas, e a utilização dos
custos é fundamental para fins de tomada de decisão e gestão estratégica
empresarial. Nesta aula, serão apresentados conceitos imprescindíveis, tais
como a margem de contribuição.
1. Conceito de Margem de Contribuição
Representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do
produto e os custos e despesas variáveis por unidade do produto. Significa
que, em cada unidade vendida, a empresa lucrará determinado valor.
Multiplicado pelo total vendido, teremos a contribuição marginal total do
produto para a empresa.
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1.1. Vantagens do custeio variável:
Margem de contribuição é a margem bruta obtida pela venda de um
produto e excedente de seus custos variáveis unitários. Em outras palavras,
a margem de contribuição é o mesmo que o lucro variável unitário, ou seja,
o preço de venda unitário do produto deduzido dos custos e despesas
variáveis necessários para produzi-lo e vendê-lo.
Vejamos o seguinte exemplo:
Custos e Despesas Variáveis
Matéria-prima: 200 unidades x $ 2,30 por unidade 460,00
Materiais auxiliares: 0,10 unidades a $ 360,00 por unidade 36,00
Mão-de-Obra Direta: 4 horas a $ 50,00 por hora 200,00
Comissões: 12% s/ $1.700,00 (p.venda unitário) 204,00
Total Custo Variável 900,00
PRODUTO A
Preço de Venda Unitário do Produto A $ 1.700 100,00%
Custo Variável Unitário $ 900 52,94%
Margem de Contribuição Unitária $ 800 47,06%
Isso significa que, a cada unidade do “Produto A” vendida pela empresa, esta
tem um lucro unitário de $ 800. É a contribuição unitária que o “Produto A”
dá para a empresa, a fim de cobrir todos os custos e despesas fixas (custos
de capacidade) e, também, propiciar a margem de lucratividade desejada.
2. Ponto de Equilíbrio
Evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa
produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas
fixas, além dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente
que incorrer para fabricar/vender o produto.
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No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes
adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros.
A informação do ponto de equilíbrio da empresa, tanto do total global, como
por produto individual, é importante porque identifica o nível mínimo de
atividade em que a empresa ou cada divisão deve operar.
2.1. Quantidade no Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e Financeiro
Ponto de Equilíbrio Contábil = Custos e Despesas Fixas
Margem de Contribuição Unitária
Ponto de Equilíbrio = Custos e Despesas Fixas + Lucro Desejado
Econômico Margem de Contribuição Unitária
(sem amortização de dívidas)
Ponto de Equilíbrio = Custos e Despesas Fixas + Depreciação
Financeiro Margem de Contribuição Unitária
(com amortização de dívidas)
Ponto de Equilíbrio = Custos e Desp. Fixas + Deprec. + Amortização
Financeiro Margem de Contribuição Unitária
Para obter a receita no Ponto de Equilíbrio, basta multiplicar a quantidade
pelo preço de venda.
3. Margem de Contribuição e Volume de Produção/Vendas
Partindo do pressuposto de que a venda de cada unidade de produto
propicia uma contribuição unitária para cobrir os custos e despesas fixas e
possibilitar valores de lucro, podemos fazer uma simulação de como seria
o lucro líquido em algumas situações de quantidade vendida:
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UnidadeQUANTIDADE VENDIDA
1 2 700 701
Venda = 1.700,00 1.700 3.400 1.190.000 1.191.700
Custos Variáveis = 900,00 900 1.800 630.000 630.900
Contribuição Marginal = 800,00 800 1.600 560.000 560.000
Custos Fixos 560.000 560.000 560.000 560.000
Resultado Líquido (559.200) (558.400) - 0 - 800
Quando vendemos 700 unidades, a empresa tem um resultado líquido
igual a zero. Denominamos essa situação de estrutura de equilíbrio, ou
ponto de equilíbrio das vendas.
4. Estrutura de Custos
Denominamos estrutura de custos a proporção relativa entre o total
de custos fixos e variáveis dentro da empresa. Cada empresa tem uma
estrutura de custos e, portanto, tem seu próprio ponto de equilíbrio em
determinado momento. É possível que empresas que trabalham no mesmo
setor com os mesmos produtos tenham estruturas de custos diferentes,
provavelmente montadas em razão de processo diferente de produção,
tendência de vendas de longo prazo e atitudes dos administradores diante
do risco.
Exemplo: Vejamos duas estruturas de custos diferentes:
Empresa A % Empresa B %
Vendas 1.700.000 100 1.700.000 100
Custos Variáveis 900.000 53 500.000 29
Margem de Contribuição 800.000 47 1.200.000 71
Custos e Despesas Fixas 560.000 960.000
Lucro Líquido Total 240.000 240.000
Se as vendas forem 100 unidades a mais, temos o seguinte resultado
líquido para cada empresa:
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Empresa A % Empresa B %
Vendas 1.870.000 100 1.870.000 100
Custos Variáveis 990.000 53 550.000 29
Margem de Contribuição 880.000 47 1.320.000 71
Custos e Despesas Fixas 560.000 960.000
Lucro Líquido Total 320.000 360.000
Assim, a Empresa A tende a ter flutuações menores em seus lucros, porque
possui uma contribuição marginal mais baixa do que a Empresa B, que
tem uma margem de contribuição percentual mais alta, mas também
possui custos fixos em maior volume. A Empresa A tem estrutura mais
conservadora, enquanto a Empresa B tem estrutura de custos com maior
risco operacional.
5. Alavancagem Operacional
Significa a possibilidade de acréscimo do lucro total pelo incremento da
quantidade produzida e vendida, buscando a maximização do uso dos
custos e despesas fixas.
É dependente da margem de contribuição, ou seja, do impacto dos custos
e despesas variáveis sobre o preço de venda unitário, e dos valores dos
custos e despesas fixas. Alguns produtos têm alavancagem maior que
outros, em virtude dessas variáveis.
Alavancagem operacional é a medida do volume de quanto os custos fixos
estão sendo usados dentro da organização. O termo alavancagem vem da
possibilidade de levantar lucros líquidos em proporções maiores do que o
normalmente esperado, por meio da alteração correta da proporção dos
custos fixos na estrutura de custos da empresa.
O uso potencial dos custos operacionais serve para aumentar os efeitos
das mudanças nas vendas sobre os lucros da empresa antes dos juros e
impostos (LAJIR). O aumento nas vendas resulta em aumento mais que
proporcional no LAJIR e vice-versa.
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Exemplo: Dados p = $10; v = $5; F = $2.500. Calcular LAJIR para aumento
nas vendas de 50% e redução de 50%.
Caso 1 Atual Caso 2
- 50% + 50%
Vendas (unidades) 500 1.000 1.500
Receita $ 5.000 $ 10.000 $ 15.000
Custos Variáveis ($ 2.500) ($ 5.000) ($ 7.500)
Custos Fixos ($ 2.500) ($ 2.500) ($ 2.500)
LAJIR 0 $ 2.500 $ 5.000
Fórmula do Grau Alavancagem Operacional
GAO = Variação % do lucro
Variação % da quantidade
Variação % do Lucro = Lucro Adicional
Lucro Atual
Variação% da Quantidade = Quantidade Adicional
Quantidade Atual
Exercício: A seguinte previsão financeira é baseada nos registros da Cia.
Corado:
Vendas (1.000 unidades x $ 500,00) ........................................$ 500.000,00
(-) Custo dos produtos Vendidos:
Material Direto .......................................$ 140.000,00
Mão-de-obra direta ................................$ 80.000,00
Custos indiretos variáveis ......................$ 40.000,00
Custos indiretos fixos ......................... $ 20.000,00 ($ 280.000,00)
(=) Lucro Bruto ............................... ...................................................$ 220.000,00
(-) Despesas administrativas e de vendas:
Variáveis ..............................................$ 90.000,00
Fixas .....................................................$ 80.000,00 ($ 170.000,00)
(=) Lucro Operacional ............................................................... $ 50.000,00
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Calcule:
a)Ponto de Equilíbrio Contábil, em quantidade e valor, se as despesas fixas
dobrarem.
b)Ponto de Equilíbrio Financeiro, em quantidade e valor, sabendo que a
depreciação representa 30% dos custos fixos.
c)Ponto de Equilíbrio Econômico, sabendo que o lucro esperado pela
empresa é de $ 75.000,00.
d) Lucro Operacional, se as vendas diminuírem 30%.
e)Grau de Alavancagem Operacional.
f)Gráfico do Ponto de Equilíbrio, destacando: quantidade e receita no
ponto de equilíbrio contábil e financeiro, Lucro Atual e Lucro Esperado.
Síntese
Nesta aula, vimos mais uma utilidade do conceito de Margem de
Contribuição, por meio da qual conseguimos saber quanto a empresa
deverá produzir e vender para manter-se em equilíbrio. Esse equilíbrio
pode ser com lucro zero, com um certo lucro desejado pelo empresário
ou com uma folga de caixa.
Podemos, então, planejar o volume de produção e vendas para que a
empresa possa produzir determinado volume de lucro ou para que consiga
pagar seus custos, despesas e dívidas.
Na próxima aula, estudaremos Decisões Utilizando a Margem de
Contribuição.
Não perca!
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Referências
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos.
São Paulo: Atlas, 2005.
LEONE, George S. G. Curso de Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas,
1997.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.