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30 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC IV - Florianópolis/SC
ADNano – Advanced NanosystemsADVANCED NANOSYSTEMS LTDA ME
Soluções avançadas com nanotecnologia sustentável
A ADNano (Advanced Nanosystems), é uma empresa de Florianópolis
fundada através da Operação IV do Sinapse da Inovação, em 2014. A partir de
sua plataforma tecnológica – o NANO-MR, um fluido nanoestruturado –, a startup
busca soluções em nanotecnologia mais sustentáveis para o mercado e para a
sociedade.
Produzido através de um processo ambientalmente amigável e com
matérias-primas brasileiras que não geram resíduos tóxicos, o NANO-MR
(Nanofluido Magnetoreológico) possui características vantajosas para o controle
e gerenciamento de amortecimento e vibrações. No caso de amortecedores,
por exemplo, o fluído proporciona maior controle, mais conforto e segurança,
economia de combustível e consequentemente redução das emissões de CO2 e
da necessidade de manutenção do veículo.
“Hoje existem apenas três empresas fora do Brasil que produzem e
comercializam materiais semelhantes, mas não são baseados em Nanotecnologia
O Sinapse foi o primeiro e mais importante passo que possibil itou
transformar nossas ideias inovadoras em realidade de mercado.
Leandro Antunes BertiDiretor ADNano
EMPRESA
Operação SC IV
31ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Advanced NanosystemsFlorianópolis/SC - [email protected] | + 55 48 9801 8850
e o processo não é ambientalmente amigável. Além disso, a tecnologia NANO-MR é 100% brasileira, pois utilizamos somente insumos nacionais” afirma Leandro
Antunes Berti, diretor executivo da ADNano.
Atualmente, a empresa possui duas versões do produto: NANO-MR-A, aditivo nanocerâmico, com melhor fluidez e resposta de ação rápida; e o NANO-MR-C,
aditivo de nanoestruturas carbonosas, com melhor condutividade, rigidez e robustez.
HistóriaUma equipe multidisciplinar está à frente da ADNano. Leandro, doutor em Nanotecnologia, já em 2010 tinha em mente a ideia de desenvolver uma solução
nacional para produtos MR (magnetoreológicos). Após ser eleito Secretário Executivo do Arranjo Promotor de Inovação em Nanotecnologia (API.nano), da Fundação
CERTI, em 2013, conheceu Carlos Renato Rambo, doutor em Física e especialista em Nanoeletrônica, e Leila Cottet, doutoranda em Química especialista em química
de superfície e tecnologias de plasma.
Juntos, começaram a trabalhar por conta própria no material, nas horas vagas e fins de semana,
até que em 2014, com o impulso do Sinapse, fundaram a ADNano.
Próximos passosO foco inicial de mercado da ADNano é o setor automotivo, com a aplicação do NANO-MR em
amortecedores inteligentes. Mas a tecnologia desenvolvida pela empresa pode ser aplicada também
nos setores aeroespacial, naval, ferroviário, de robótica, mineração, próteses ortopédicas e até mesmo
de transmissão e distribuição de energia, devido às propriedades elétricas, magnéticas, térmicas e
reológicas do nanofluído.
Para ingressar no mercado automotivo, a ADNano conta com a parceria da Off-Limits, empresa
catarinense que produz amortecedores diferenciados. Juntas, trabalham no desenvolvimento e produção
de amortecedores inteligentes com fluído nanoestruturado. A ADNano pretende trabalhar, também, com
o fornecimento do nanomaterial diretamente para empresas do setor automotivo.
O plano da equipe para o futuro inclui o desenvolvimento, a partir da tecnologia NANO-MR,
de outros dois produtos inovadores: o ONI-T, Óleo Nanoestruturado Isolante para transformadores que
pode aumentar o desempenho do sistema em até 40%, aumentar a segurança de operação, redução
perdas elétricas, diminuição do custo de distribuição e redução do impacto ambiental – uma vez que
substitui óleos tóxicos, como o ascarel; e o hflNC – Nanocarbono Hidrofílico, material nanoestruturado
hidrofílico (mistura-se com facilidade à água), produzido a partir de rejeitos da indústria e ideal para
a aplicação como aditivo de reforço em cimentos, plásticos, cerâmicos e produção de novas ligas
metálicas.
32 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC I - São Francisco do Sul e Joinville/SC
BIA TechnologyBIA TECHNOLOGY INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS CLÍNICOS- LTDA
Equipamento de análise da qualidade do leite
Um equipamento inovador para análise da qualidade e rastreabilidade do
leite está em desenvolvimento pela BIA Technology, empresa de São Francisco
do Sul com laboratório incubado no Parque de Inovação Tecnológica de Joinville
(Inovaparq). O produto tem como diferenciais a portabilidade, o baixo custo, a
rapidez no resultado e o uso da tecnologia de georreferenciamento. Essas
características facilitam o controle do leite in natura pelas indústrias de laticínios
durante a coleta entre os produtores rurais. Além disso, beneficia o consumidor
final, com padrões de segurança alimentar.
A BIA – sigla em inglês para análise da impedância bioelétrica – foi
contemplada na operação I do programa Sinapse da Inovação, em 2009. “Esse foi
o primeiro degrau para firmarmos o pé e construirmos o nosso próprio negócio”,
enfatiza o administrador e mestrando em Engenharia de Processos pela Univille,
Roberto Carlos Valicheski, que fundou a empresa de equipamentos clínicos em
2009, junto com a sua esposa, Ana Silvia Jacques. Ambos são de Concórdia,
município do Oeste Catarinense onde a pecuária leiteira é expressiva na economia.
“O Biamilk surgiu da necessidade de uma empresa de laticínios da região”, conta
O Programa Sinapse da Inovação foi o primeiro degrau para firmarmos o pé
e construirmos o nosso próprio negócio.
Roberto Carlos ValicheskiSócio da BIA Technology
33ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
BIA TECNOLOGYSão Francisco do Sul e Joinville/SC - www.ctbia.com - www.bia.ind.br
[email protected] | + 55 47 3444 7061 | +55 47 3461 9255
o empreendedor.
Valicheski começou sua pesquisa no mestrado em Engenharia Elétrica na Udesc. Com peso
de apenas 800 gramas, o aparelho faz a quantificação de células somáticas (CCS) presentes no
leite. Essas células são originárias do úbere da vaca, onde defendem o organismo de doenças. A
tecnologia utilizada é a espectroscopia por impedância elétrica, que, em termos simplificados, consiste
na aplicação de uma corrente elétrica ao leite. Conforme o tempo e a frequência da resposta, pode-
se estimar a concentração de CCS. Quando esse número é alto, indica a existência de um processo
inflamatório no animal.
BenefíciosEm apenas dez segundos o laudo fica pronto e pode ser impresso e transmitido de imediato ao
banco de dados, via sinais de telefonia celular. A vantagem é evidente em comparação com o processo
convencional de remeter amostras a um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura e
aguardar até duas semanas pelo resultado. Outro benefício da nova tecnologia é que, graças ao uso
do Sistema de Posicionamento Global (GPS), é possível fazer o mapeamento geográfico da cadeia de
fornecedores e replanejar as rotas de visita às propriedades rurais, se necessário.
Mais que uma ferramenta para identificar a presença de agentes patogênicos, o Biamilk também
pode auxiliar no combate às fraudes, ao informar instantaneamente se o leite estiver adulterado.
“Estamos padronizando o processo e fazendo testes para que ele possa identificar, por exemplo,
soda, água e água oxigenada, entre outros”, informa Valicheski. Três pedidos de patente estão sendo
requeridos ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Os clientes em potencial do aparelho
são laticínios, produtores, transportadores de leite, órgãos fiscalizadores e demais interessados no
ramo lácteo.
Além de conquistar o Sinapse da Inovação, a BIA Technology ganhou em 2012 o edital Pappe,
Programa de Subvenção à inovação da FAPESC-Finep que destina recursos não-reembolsáveis para
pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos. Em 2013, a empresa foi contemplada pelo
Programa InovAtiva Brasil, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),
o que culminou com sua participação em um evento de startups
no Vale do Silício. Uma equipe de seis pesquisadores trabalha no
produto, que deve ser lançado comercialmente em 2015.
34 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC IV - Itajaí/SC
BrastaxBRASTAX – TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS DE SANEAMENTO COM MICROALGAS LTDA
Geração de biomassa com microalgas em abatedouros de aves
Uma pesquisa inovadora desenvolvida por quatro estudantes de
Oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) transformou-se em
um premiado empreendimento de biotecnologia que utiliza como combustível
a energia do sol. A ideia nasceu em 2012 quando os colegas Murilo Canova
Zeschau, Ariel Rinnert, Lucas Marder e Juliana Pellizzaro Correia montaram um
grupo de estudo sobre a ação de microalgas. Eles perceberam que seria possível
dar aplicabilidade ao conhecimento científico em processos industriais. Surgia
assim a Brastax, empresa dedicada a produzir biomassa a partir do tratamento de
efluentes líquidos produzidos pela indústria abatedora de frangos.
O diferencial dessa tecnologia é permitir o reaproveitamento do material
descartado, gerando um aditivo para a ração das aves. Isso é possível porque a
biomassa de microalgas é rica no antioxidante astaxantina, considerado o mais
forte na natureza, bem como em proteínas, minerais e ômega 3 e 6. Quando
adicionada ao alimento dos frangos, ela contribui com a sua nutrição e também dá
à carne uma coloração mais avermelhada, visualmente mais atrativa. O processo
reaproveita água para reuso industrial – consome-se em média 20 litros de água
potável por ave abatida – e capta gás carbônico, credenciando a indústria avícola
a vender créditos de carbono.
O Programa Sinapse fez com que nosso projeto fosse mais reconhecido e alavancado acima das projeções previstas na estratégia
da empresa.Lucas Marder
Sócio da Brastax
35ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
BRASTAXItajaí/SC - [email protected] | + 55 47 9605 9632
Patente verdeEm 2013, a empresa depositou o pedido de patente no Instituto
Nacional de Propriedade Industrial (INPI), na categoria de patente
verde, por atender requisitos como o tratamento de efluentes e o
uso de luz solar. “O projeto visa adequar o abatedouro ao status de
empresa sustentável”, diz Lucas Marder. “Ao adotar um ‘sistema verde’
de produção que concilia saúde, bem-estar animal e responsabilidade
socioambiental, é possível obter certificações de sustentabilidade, com
o consequente destaque no mercado e a conquista da preferência de
clientes exigentes”. Ele acrescenta que a biomassa possui aplicabilidade
em outros setores, como o mercado de salmão e truta, pássaros, peixes
ornamentais, animais de estimação e até a suplementação humana.
O Brasil é o terceiro maior produtor e o primeiro exportador
mundial de frango, com 12,3 milhões de toneladas de carne produzidas
em 2013, segundo a União Brasileira de Avicultura. Desse volume,
31,6% se destinam ao mercado externo. Essa produção gera 130
bilhões de litros de efluentes por ano, que podem provocar problemas
ambientais como a poluição de rios. Esse contexto garante uma grande
demanda para soluções inovadoras de tratamento como a da Brastax.
Quase dois terços da produção brasileira de frango se concentram na
região Sul do país, o principal foco geográfico de atuação da empresa
no momento. Futuramente os sócios pretendem atuar no mercado
externo.
A atuação da Brastax foi reconhecida em várias premiações
nacionais e internacionais, que juntas renderam ao empreendimento
em torno de R$ 200 mil em fomento. Em 2012 a empresa ganhou
o Prêmio Santander de Empreendedorismo na categoria Biotecnologia
e Saúde. No ano seguinte, conquistou o Prêmio Ibero-Americano de
Inovação e Empreendedorismo e o Concurso Nacional de Plano de
Negócios, do Sebrae. A Associação Brasileira de Proteína Animal enviou
carta aos sócios, destacando a importância da pesquisa para o cenário
futuro do setor. Em 2014 a empresa foi contemplada pelo Sinapse da
Inovação.
36 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC I - Florianópolis/SC
Cafundó Estúdio CriativoCAFUNDÓ ESTÚDIO CRIATIVO LTDA. ME
Tecnologia aplicada à arte e ao design
O Cafundó Estúdio Criativo, criado em 2008 pelo designer Leonardo
Minozzo em sociedade com dois amigos, é um bom exemplo de como o apoio na
hora certa pode fazer a diferença no rumo de uma empresa. De início, o foco era
apenas a prestação serviços em computação gráfica para produtoras de televisão
e agências de publicidade. Ele teve então a ideia de desenvolver aplicações
educacionais, publicitárias e de entretenimento usando realidade aumentada,
tecnologia que insere elementos virtuais no ambiente real. Com a aprovação de
seu projeto na Sinapse da Inovação, o negócio decolou e vem crescendo em
média 50% ao ano.
“O Sinapse permitiu que a gente começasse a pegar gosto por tecnologia
e não parasse mais”, diz o empreendedor. “Testamos novas formas de atuação
O Sinapse permitiu que a gentecomeçasse a pegar gosto por
tecnologia e não parasse mais.
Leonardo MinozzoSócio do Cafundó Estúdio Criativo
37ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
e percebemos que, tendo um produto desenvolvido, seria possível conseguir receita recorrente e derivar para outras atividades”. O prêmio qualificou o Cafundó para
ganhar um edital do Programa Primeira Empresa Inovadora (Prime), realizado pela Finep pela FAPESC, que faz investimentos não-reembolsáveis para a consolidação
de novos negócios. Com os recursos, a empresa contratou uma consultoria que a ajudou a definir aspectos como precificação e estratégia de marketing.
Três pilares sustentam as atividades do Cafundó: computação gráfica e animação, a origem da empresa; design, para dar refinamento estético aos produtos;
e tecnologia para viabilizar as ideias. Mais da metade do faturamento vem de fontes distintas da televisão – internet, games, aplicativos de entretenimento para
dispositivos móveis, e mídias offline. Um dos projetos realizados pela empresa foi a série de animação infantil Bruxinha Catarina, voltada à faixa etária de um a quatro
anos de idade. Outra série de animação está sendo negociada com investidores.
Interatividade “Focamos muito na interação do usuário com a mídia”, ressalta Minozzo. A maioria das demandas por produtos vem de agências de publicidade de médio e
grande porte. “Praticamente não atuamos mais no mercado catarinense, porque os nossos principais clientes, que nos possibilitam experimentar novas tecnologias e
aplicações, estão em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro”. No portfólio de clientes constam companhias do porte de LG, Electrolux e Boticário, entre outras.
O ambiente informal e acolhedor é uma característica da
empresa, a começar pela nova sede situada na Avenida das Rendeiras,
com vista privilegiada da Lagoa da Conceição. Nos amplos salões sem
divisórias, os computadores dividem espaço com diversos estímulos
sensoriais como pinturas, fotos e cartazes. Duas redes convidam a um
cochilo. Uma mesa de pingue-pongue e um espaço para a happy hour
compõem o conjunto de amenidades que estimulam os 20 membros da
“trupe cafundólica” a aproveitar o melhor de seu talento. O expediente
só começa a partir do meio-dia, mas engana-se quem pensa que isso
significa menos trabalho, pois há muitos desafios pela frente.
Em 2012 o Cafundó abriu escritório de atendimento em São
Paulo e no primeiro semestre de 2014, outro em Curitiba. Em setembro,
a empresa foi contemplada em mais um edital de inovação: o Programa
de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE), do
CNPq. Para os próximos dois anos, Minozzo ensaia voos mais altos:
“Pretendemos buscar o mercado externo, principalmente Estados Unidos
e Europa, um passo natural para quem produz séries de animação”. Cafundó Estúdio Criativo Ltda. MEFlorianópolis/SC - [email protected] | +55 48 3235 1030
38 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação Piloto na Grande Florianópolis - Florianópolis/SC
ChaordicCHAORDIC SYSTEMS SA
Software de recomendações personalizadas para e-commerce
Quando uma ideia inovadora é valorizada, financiada
e acolhida em ambiente propício para amadurecer, os
resultados podem superar as melhores expectativas.
Essa conjunção de incentivos foi fundamental para o
desenvolvimento da Chaordic, startup nascida em 2009
na incubadora Celta – Centro Empresarial para Laboração
de Tecnologias Avançadas, da Fundação Certi, em
Florianópolis. Oito anos depois de tomar forma a partir de
um projeto desenvolvido na UFSC, a empresa hoje é líder
no mercado brasileiro de recomendações personalizadas
para comércio eletrônico, atendendo 17 dos 20 maiores
varejistas da internet.
Em 2006, o engenheiro de controle e automação
João Bernartt cursava um mestrado sobre mineração
de dados (data mining em inglês), processo que busca
identificar padrões em grandes quantidades de informação,
quando se deparou com o desafio de buscar dados reais
para trabalhar. Ele e seu parceiro de pesquisas João
Bosco Pereira Filho, graduado em ciência da computação,
decidiram então montar uma equipe de acadêmicos para
disputar o Netflix Prize, concurso da locadora de filmes
norte-americana que premiaria com US$ 1 milhão quem
melhorasse em 10% o seu sistema de recomendação. A
equipe catarinense chegou a 6%, melhor colocação na
América Latina.
A empresa nasceu a partir de um projeto de mestrado e hoje l idera o mercado nacional de recomendaçõespersonalizadas para o
comércio eletrônico de varejo.
João Bernartt, sócio da Chaordic
39ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Chaordic Systems SAFlorianópolis/SC - [email protected] | + 55 48 3232 3200
“Depois do concurso, fomos atrás de recursos para transformar nossos
algoritmos em produtos e conseguimos captar R$ 1 milhão em investimentos
públicos”, lembra Bernartt. O plano de negócios da Chaordic contou com o apoio de
editais de inovação do CNPq, da Finep, do Sebrae e da FAPESC. Em seguida, a startup
catarinense se transformou em sociedade anônima ao vender 20% de participação
ao grupo DLM Invista. A aposta dos investidores no seu potencial de crescimento se
mostrou acertada.
ResultadosCom os recursos do novo sócio, a Chaordic dobrou o tamanho do time – hoje
são 110 pessoas em Florianópolis e São Paulo – e se preparou para conquistar o
mercado brasileiro de recomendações personalizadas. O primeiro grande cliente veio
em 2010. Ao integrar o sistema Chaordic Onsite em seu portal, a Livraria Saraiva
obteve crescimento de 40% na taxa de conversão, isto é, a divisão entre o número de
compras e o número de visitantes únicos. Esse é um dos indicadores mais relevantes
de desempenho no comércio eletrônico. O tíquete médio – valor total das vendas,
dividido pelo número de clientes atendidos – e a diversidade de produtos vendidos
também aumentaram.
Atualmente a solução Chaordic OnSite é utilizada por grandes varejistas da
internet como Walmart, Ponto Frio, Extra, Casas Bahia, Fastshop e Centauro. Por
meio de cálculos matemáticos, ela consegue identificar padrões de navegação de
cada usuário dos portais e combiná-los com outras informações de perfil, como faixa
etária e gênero. A partir do cruzamento desses dados, uma vitrina virtual é montada
automaticamente com produtos que têm alto potencial de venda para aquela pessoa.
Quanto mais frequente for o uso do software, mais refinadas e precisas vão se tornando
as recomendações.
A Chaordic tem crescido em média 70% ao ano e a meta de seus sócios
é manter o ritmo de dois dígitos por um bom tempo, pois entendem que ainda há
bastante espaço a ocupar. Para isso, pretendem ampliar as atividades em duas frentes:
o desenvolvimento de novos produtos mais acessíveis a pequenas e médias empresas
e a internacionalização. Argentina, Chile e México são as prioridades para os próximos
anos.
40 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC II - Jaraguá do Sul/SC
DREI KDREI K ELETRÔNICA LTDA ME
Sistemas para iluminação inteligente
A Drei K foi fundada em abril de 2011 em Jaraguá do Sul, com
o objetivo de criar produtos eletroeletrônicos inovadores para iluminação e
monitoramento ambiental. Seus três sócios, o engenheiro eletricista João
Marcio Buttendorff, o tecnólogo em eletroeletrônica Eduardo Giese e o
engenheiro mecânico Wanderley Kneubuhler, montaram o empreendimento
a partir da ideia inicial de criar um relê fotoelétrico que reduzisse a potência
nas lâmpadas de rua depois da meia-noite para economizar energia elétrica.
No mesmo ano, a empresa ganhou o Sinapse da Inovação com outro projeto:
a chave-relê com acionamento na passagem por zero da tensão da rede
elétrica, que aciona diversas lâmpadas simultaneamente.
“Nossa chave-relê é barata, compacta e tem apenas um sexto do
volume da peça convencional”, explica Buttendorff, que aplicou na empresa
os conhecimentos adquiridos no seu mestrado em eletrônica de potência na
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O equipamento pode controlar
o acionamento e o desligamento de lâmpadas numa rua inteira, incorporando
em um único produto o relê fotoeletrônico e a chave relê.
A chave é fabricada em três versões que suportam correntes de 30,
40 e 60 amperes. Ela também pode ser aplicada em pontes, praças e outros
locais onde haja necessidade de controlar simultaneamente uma grande
quantidade de lâmpadas. O equipamento começou a ser comercializado
em 2012. Outra linha de equipamentos elétricos que tem encontrado boa
receptividade do mercado é a de sensores de presença para acionamento
automático de lâmpadas e alarmes.
Patente “O Sinapse foi fundamental para o desenvolvimento da empresa, pois
nos ajudou a investir em pesquisa, criar os invólucros e requerer a patente
da chave-relê”, diz o empreendedor. A Drei K concentra as vendas em
Santa Catarina e tem representantes comerciais em outros cinco estados:
Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Toda
a produção é terceirizada, para que os sócios e um funcionário possam se
dedicar aos projetos, compras e vendas.
Buttendorff conta que a estratégia dos sócios para a ampliação do
41ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
O Sinapse foi fundamental para o desenvolvimento da empresa, pois nos ajudou a investir em pesquisa, criar os
invólucros e requerer a patente da chave-relê.
João Marcio ButtendorffSócio da Chaordic
negócio é agregar mais valor aos produtos. Um
dos destaques no portfólio é uma placa que faz a
comunicação de dados climáticos entre estações
meteorológicas e os computadores dos centros de
controle. Assim, informações como temperatura,
umidade, quantidade de chuva e nível da água do rio
podem ser monitoradas com mais eficácia. Quatro
estações com o equipamento já estão instaladas
em Jaraguá do Sul. O acompanhamento do clima é
fundamental no Vale do Itajaí, uma região sujeita a
enchentes, pois permite a rápida tomada de ações
preventivas.
A Drei K também está desenvolvendo um sistema de monitoramento de temperatura e umidade
em ambientes que precisam ser controlados, como salas refrigeradas para servidores, câmaras frigoríficas
e locais para armazenamento de vacinas. Ele irá enviar sinais de alarme através de mensagem (SMS),
e-mail ou chamada telefônica e também poderá ser acessado em tempo real pela internet. “Existem
equipamentos importados que fazem isso, mas eles custam caro”, diz o empresário. “Nossa ideia é
fabricar um similar nacional por um valor acessível”. O primeiro protótipo está em testes e o produto
deve ser lançado comercialmente em 2015.
DREI K ELETRÔNICA Jaraguá do Sul/SC - www.dreik.ind.br
[email protected] | + 55 47 3058 4694
42 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC I - Chapecó/SC
Edege HatchEDEGE EQUIPAMENTOS AGROPECUÁRIOS LTDA
Eletrônica de precisão na avicultura
Um nicho de mercado praticamente inexplorado no Brasil,
a revitalização de equipamentos de incubação em agroindústrias
avícolas, estimulou os colegas Alexandre Duarte Guarizo e Alexandre
Shiguetoshi Dohi a criar um negócio inovador. Eles trabalhavam
juntos em uma fabricante de equipamentos do ramo e, em maio
de 2008, decidiram montar o próprio empreendimento, com apoio
da incubadora de tecnologia da Universidade Comunitária da Região
de Chapecó (Unochapecó). Criada a partir da associação com a
fabricante de equipamentos Edege, de propriedade de Bento Zanoni,
a Edege Hatch ganhou o edital do Sinapse da Inovação.
Incubadoras avícolas são equipamentos de precisão que
regulam a temperatura e a umidade dos ovos férteis colocados
para chocar. Como a atualização tecnológica é fundamental para a
competitividade desse setor, os sócios perceberam que poderiam
reduzir os custos das empresas, atualizando as máquinas antigas que
já não atendessem as necessidades de produção. Os recursos foram
aplicados para desenvolver equipamentos de automação e custear a
sua instalação.
“Essas subvenções foram importantes para a consolidação
de nossa empresa como fornecedora de uma tecnologia inédita no
mercado”, reconhece Guarizo. Entre os clientes da empresa estão
grandes corporações como a BRF, fusão da Sadia com a Perdigão,
que abate 1,8 bilhão de aves por ano; a JBS Foods, controladora
As subvenções do Sinapse da Inovação foram importantes para consolidarmos a empresa como fornecedora de uma
tecnologia inédita no mercado.”
Alexandre Duarte GuarizoSócio da Edege Hatch
43ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
das marcas Seara e Frangosul; e a Aurora Alimentos. A Edege Hatch também
presta serviços para companhias de porte médio e regionais no Norte e Nordeste.
Seus contratos incluem não só instalação dos equipamentos como também
manutenção preventiva e corretiva, cursos e atendimento de emergência.
Produtos O primeiro equipamento desenvolvido pelos sócios foi um termostato
eletrônico com controlador incorporado, que dá precisão e confiabilidade no
controle da temperatura e umidade dos ovos. Nessa atividade, o desvio máximo
possível que pode ocorrer sem afetar os embriões é de 0,1°C. O termostato
pode ainda ser utilizado como sistema de alarme, calibrador de temperatura e
monitor de ambientes climatizados. Outro equipamento que a empresa fornece
é um controlador dedicado para incubadoras. Ele serve para diversas funções,
entre elas a automatização da contagem de pintos e a desinfecção de salas de
produção.
No Brasil, a avicultura emprega 3,6 milhões de pessoas e responde por
quase 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a Associação Brasileira de
Proteína Animal (ABPA). Desde 2004 o país é o maior exportador mundial de
frango, com clientes em mais de 150 países. Em 2009, a Edege Hatch dava os
primeiros passos quando enfrentou uma conjuntura internacional desfavorável,
pois a atividade sofreu os impactos da crise econômica de 2008 e da gripe
aviária na Ásia.
“Na época isso nos fez perder grandes negócios porque as indústrias
adiaram investimentos, mas o mercado já sinaliza uma boa melhora”, diz o
empreendedor. Os sócios têm como foco a consolidação da empresa no mercado
interno, onde há boas perspectivas de crescimento.
Edege Hatch Chapecó/SC - www.edegehatch.com.br
[email protected] | +55 49 3329 2351
44 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC III - Caçador/SC
EXPRESS HAIREXPRESS HAIR MACHINE LTDA. ME
Equipamentos inovadores para aplicação de megahair
Os treinamentos via internet do Sinapse, com dicas de como
crescer e se organizar, deram um direcionamento muito importante
para a empresa.
Adolfo Sorgato
Um notável aspecto da inovação é o fato de ela poder ser cultivada e trabalhada nas mais diversas áreas da economia – do agronegócio à robótica – e, no caso
da Express Hair, equipamentos para o setor cosmético. Contemplada na Operação III do Sinapse da Inovação, a empresa tem uma história que serve como inspiração
para qualquer empreendedor.
Em meados de 2006, José Adolfo Sorgato trabalhava com seu pai em uma
fazenda de lavoura e gado no interior do Mato Grosso do Sul. Quando o gado da
propriedade foi vendido, ele passou a ajudar a esposa em seu salão de beleza na
cidade. “Fui literalmente de peão a salão. Fiz um curso para cabeleireiros iniciantes
e aprendi de tudo”. No entanto, alguns serviços
lhe pareciam desnecessariamente trabalhosos e
demorados – como o aplique de mega-hair para
alongar os fios de cabelo, serviço muito procurado
e que levava até oito horas para ser feito. Já de
volta a Caçador, no oeste do estado, Sorgato decidiu
desenvolver um equipamento que facilitasse o
processo.
Invenção e persistênciaCom seu apurado instinto de inventor, juntou um ferro de passar roupas
a um cortador de batatas e, muitas adaptações e 40 protótipos depois, chegou a
uma máquina que separava e preparava as mechas de cabelo para a colocação
do aplique. As peças necessárias para a montagem do equipamento iam sendo
produzidas por um amigo dono de uma oficina. Foram três anos e meio dedicados
ao desenvolvimento e mais um ano de testes, mas apesar do esforço, ao entrar
no mercado Sorgato não teve sucesso. O trabalho que a máquina executava era
feito nos salões manualmente e com um custo baixo de mão de obra baixo. Os
profissionais não estavam dispostos a investir na automatização do processo.
Persistente, o empreendedor apostou em uma máquina que agilizasse o
processo na etapa de aplique do mega-hair. A ideia era que essa segunda máquina
ficasse vinculada à primeira, de preparar as mechas, e que as duas funcionassem
com a queratina desenvolvida por Sorgato. Partindo da primeira máquina, em seis
meses o empreendedor chegou a um protótipo que, curiosamente, funcionava com
um sistema mecânico semelhante às pistolas de gatilho usadas para vacinar gado.
O equipamento aumenta consideravelmente a eficiência do processo
45ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
tradicional: ao aplicar sete mechas de uma só vez, em menos de um minuto, reduz
o tempo de aplicação total de oito para pouco mais de uma hora. Com a máquina
é possível aplicar as mechas de maneira distribuída – dando uniformidade ao
mega-hair – e no sentido de crescimento do cabelo, o que evita volume na raiz.
E apesar de as mechas poderem ser fixadas mais próximas ao couro cabelo, o
cliente não sente dor durante ou após o procedimento.
Aos poucos, e a custo de muito trabalho de divulgação, as duas máquinas
desenvolvidas pela Express Hair conquistaram espaço e fama no mercado. Uma
aparição no programa de televisão Mais Você, em que Sorgato aplicou um mega
hair ao vivo em uma modelo e que foi ao ar até mesmo na Globo Internacional,
alavancou ainda mais os produtos. Através da internet, clientes de outros países
encontraram a empresa e adquiriram as máquinas. Em 2010, Sorgato conheceu
o Sinapse e se inscreveu no programa. “Em especial os treinamentos que fizemos
via internet, com dicas de como crescer e organizar o negócio, deram um
direcionamento muito importante para a empresa”, relembra.
SucessoEm 2014, a Express Hair já havia ultrapassado o número de 500
máquinas vendidas. A empresa possui clientes em diversos estados brasileiros
e em 16 países pelo mundo. O equipamento de aplique de mechas já está em
seu 9º modelo, e é disponibilizado em uma versão de gatilho e outra eletrônica,
desenvolvida em parceria com o SENAI e com as empresas Kintechnik e Máquinas
Kramer.
Sorgato registrou três patentes: a máquina de preparação de mechas,
a máquina de aplicação e a queratina utilizada no processo, desenvolvida
especialmente para os equipamentos da empresa. Os três produtos são vendidos
juntos, e todos os clientes que os adquirem passam por um curso de três dias
para aprender a manipular as máquinas. A fabricação das peças, o acabamento e
a pintura das máquinas é terceirizado, e na Express Hair é feita a montagem. Cada
vez menos peão e mais empreendedor, José Adolfo Sorgato segue revolucionando
salões pelo mundo.EXPRESS HAIR MACHINE Ltda. ME
Caçador/SC - [email protected] | +55 49 3567 5660
46 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC III - Brusque/SC
Feelclean AbsoluteGRUPO FW - MARCELO ECCEL ME
Higiênico umedecido pioneiro e líder no mercado
Se Brusque, no norte do estado, é conhecida pela tradição no setor
de confecção de roupas, Marcelo Eccel preferiu o papel ao pano. Já com
experiência no beneficiamento de papel para produção de papel higiênico
e tolhas, ele queria inovar. Em
2003, a partir da observação no
dia a dia e da experiência com
os filhos pequenos, percebeu no
mercado a necessidade de um
produto que proporcionasse um
nível de higiene superior ao que o
papel higiênico tradicional oferece.
De outro lado havia o
Grupo FW, empresa em Blumenau especializada no segmento de lenços
e toalhas umedecidos, que precisava melhorar um dos seus processos
internos. Marcelo e Grupo FW, juntos, formaram uma parceria que resultaria
no Feelclean Absolute, cujo projeto inicial havia sido contemplado na
Operação III do Sinapse da Inovação.
Algo entre o papel higiênico e o lenço umedecido, o Feelclean é
feito de TNT (tecido não tecido com tecnologia spunlace) umedecido com
uma solução líquida higienizante, hipoalergênica e hidratante. Pode ser
usado por pessoas de todas as idades, inclusive recém-nascidos, e em
qualquer parte do corpo. Marcelo desenvolveu não só o produto em si, um
rolo de 10 cm de altura e comprimento variável (20 a 60 metros), mas
também um dispenser, recipiente que mantém o rolo úmido e protegido
e que pode ser encaixado no mesmo espaço de um rolo tradicional de
papel higiênico, garantido uso mais prático. Ainda em 2003 ele patenteou
as duas criações. O Grupo FW, por sua vez, dedicou-se ao projeto com
investimentos na melhoria do produto, compra de maquinário de última
geração, criação de uma embalagem sofisticada e investimento em mídia
e em feiras pelo Brasil e Mercosul.
Apesar da ótima aceitação do Feelclean no mercado atualmente,
o empresário percorreu um longo caminho até aperfeiçoar o produto. Ele
havia participado da Operação II do Sinapse da Inovação, mas não foi
O programa fez a diferença na viabil ização da minha ideia. Foi
através do Sinapse que cheguei ao Grupo FW, parceiro que tornou o
produto realidade.
Marcelo Eccel, inventor da solução para desenvolvimento do Feelclean Absolute
47ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
selecionado. Com cerca de 90% do produto já desenvolvido, fez protótipos e tentou lançá-lo no mercado – tudo com recursos próprios. Sem parceiros, plano de
negócios ou estratégia de marketing, não obteve resultados positivos. Em 2011, aperfeiçoou o projeto e chegou à fase final do Sinapse.
“O programa fez a diferença na viabilização da minha ideia e das ideias de outras pessoas ‘fora da caixa’ como eu. Foi através do Sinapse que cheguei ao Grupo
FW, parceiro que tornou o produto realidade”.
Parceria que fez a diferençaNo fim de 2012, procurado pelo Grupo FW, Marcelo Eccel firmou uma parceria com a empresa. Terceira maior fabricante de lenços e toalhas umedecidos do
país, a FW acreditou no projeto e encontrou no Feelclean uma inovação interessante e com excelente potencial. Os parceiros trabalharam unidos para encontrar uma
matéria prima e loção mais elaborada e para resolver problemas no processo industrial, buscando gerar conforto, praticidade e segurança ao cliente.
Hoje o Feelclean é comercializado em todo o território nacional. O
Grupo FW possui mais de 200 clientes ativos no país e já negocia expansão
para o mercado internacional. Marcelo Eccel segue explorando sua vontade
de inovar. Trabalha em outros produtos de higiene pessoal, com foco no
público feminino e também em ciclistas, que em breve devem chegar às
prateleiras.
Fellclean Absolute - Grupo FWBrusque/SC - www.grupofw.com.br
[email protected] | +55 47 9178 7946
48 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC III - Florianópolis/SC
Háptica TecnologiaHAPTICA PESQUISA E DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO EIRELI - ME
Bengala eletrônica para cegos
Um projeto desenvolvido na Universidade
do Vale do Itajaí (Univali), em parceria com outras
instituições, pode revolucionar a maneira como os
cegos se locomovem, dando-lhes mais autonomia e
segurança. A Bengala Longa Eletrônica funciona como
uma extensão do tato de seus usuários, por meio de
um sistema instalado dentro do punho do dispositivo.
O princípio é semelhante ao utilizado pelos morcegos
para se orientar. Quando o cego se aproxima de um
obstáculo localizado acima da linha da cintura, o eco
das ondas ultrassônicas emitidas pelo aparelho aciona vibrações e sons de alerta,
que se tornam mais frequentes à medida que aumenta o risco de colisão.
“Represento uma equipe de sete pesquisadores de design, física e engenharia
que trabalham na bengala desde 2002”, diz o coordenador do projeto, Alejandro
Rafael Garcia Ramirez, professor do curso de Mestrado em Computação Aplicada
da Univali. Este é primeiro aparelho do gênero do país, com patente requerida
em 2006. Entre as instituições que reconheceram sua relevância com prêmios e
subvenções estão Finep, CNPq, Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil), Museu da
Casa Brasileira e FAPESC.
“O Sinapse da Inovação nos abriu o caminho do mercado, de forma similar
ao apoio que uma criança precisa nos primeiros anos de vida”, afirma. O projeto será
viabilizado comercialmente pela empresa Háptica Tecnologia, cujo nome originário
do grego significa “sensível ao tato”.
AprovaçãoTodo o ciclo de desenvolvimento tem participação ativa dos usuários. O
presidente da Associação Catarinense para Integração do Cego (Acic), Jairo da Silva,
aprovou a tecnologia com entusiasmo e avalia que sua eficácia é indiscutível: “Aqui
nós recebemos muitos projetos mirabolantes e não é qualquer um que apoiamos”,
diz. Ele conta que, quando caminha pela rua com uma bengala comum, fica sempre
tenso: “Já esbarrei em orelhão, lixeira, bicicleta, carro de polícia estacionado na
calçada... Este equipamento vai ajudar muito no dia a dia das pessoas com deficiência
visual, porque nos dá mais proteção”.
O Sinapse da Inovação nos abriu o caminho do mercado, de forma similar ao apoio que uma criança precisa nos
primeiros anos de vida.
Alejandro Rafael Garcia Ramirez, sócio da HápticaSócio da BIA Technology
49ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
O presidente da Acic destaca como diferencial da bengala eletrônica
o uso da tecnologia de ultrassom, que detecta obstáculos transparentes
como portas de vidro. Um dos ajustes sugeridos pelos usuários foi a redução
no alcance do aparelho: inicialmente era de quatro metros, mas, durante
os testes, chegou-se à conclusão de que apenas era necessário detectar
obstáculos a pouco mais de um metro de distância – aproximadamente a
mesma medida da haste de uma bengala. Com isso, evita-se excesso de
informação e a bateria de íon-lítio dura mais tempo, podendo funcionar alguns
dias sem recarga.
Outra instituição parceira na pesquisa está localizada em São Paulo:
a Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual
(Laramara), que contribui com os testes e doa as hastes das bengalas
produzidas. Desde 2006, participaram do estudo 30 voluntários das duas
associações e três professores de Orientação e Mobilidade. No final de 2014,
três usuários cegos estavam testando a terceira versão da bengala eletrônica,
produzida com o auxílio do Sinapse: um homem no Paraná, uma menina em
Santa Catarina e uma mulher em Angola. A intenção dos pesquisadores é
elevar esse número para 20 em 2015.
Atualmente o custo de produção está em torno de R$ 2 mil, porque
os componentes eletrônicos são importados e a produção não é seriada, mas
esse valor pode ser reduzido em até cinco vezes, calcula o empreendedor.
Ele lembra que a bengala brasileira se diferencia dos similares importados
pela ergonomia e simplicidade da solução, adequada à realidade do país. Sua
distribuição comercial está prevista para 2016.
Háptica TecnologiaFlorianópolis/SC
[email protected] | +55 48 9102 9107
50 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC II - Camboriú/SC
Incorpore Foods - AllproxINCORPORE FOODS LTDA - ME
Allprox, bebida proteica para nutrição esportiva e clínica
De uma pesquisa desenvolvida no Departamento
de Engenharia de Alimentos da UDESC – Universidade
do Estado de Santa Catarina nasceu o Allprox, bebida
proteica voltada para a nutrição esportiva e clínica. Sob
coordenação do professor Juliano De Dea Lindner,
o protótipo do produto foi desenvolvido na própria
universidade, com apoio da FAPESC.
O Allprox é a primeira proteína líquida límpida
sem conservantes no mercado brasileiro. Os 17 gramas
de proteínas presentes na bebida são 100% isoladas e
purificadas a partir do soro de leite, o que garante maior
valor biológico e absorção mais rápida pelo organismo.
Apesar da proteína como ingrediente ser originária do
soro de leite, a bebida não contém lactose, podendo
ser consumida por intolerantes. A bebida também não
apresenta restrições para gestantes ou diabéticos e é
adequada para o consumo por vegetarianos e crianças.
Diferentemente da maioria das proteínas no mercado,
apresenta gosto e odor agradáveis – está disponível
nos sabores laranja, limão e morango.
Além do mercado de nutrição esportiva para a
Iniciativas como o Sinapse dão o apoio ne-cessário para que a inovação proveniente da
universidade seja transferida e convertida em oportunidade para novas empresas geradoras
de empregos.
Juliano Dea LindnerConsultor e responsável técnico da Incorpore Foods
51ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
suplementação alimentar, desde o início de 2012 o Allprox é utilizado
também em dietas especiais nos hospitais. O Hospital Dona Helena,
em Joinville, identificou no produto uma alternativa para pacientes com
necessidades nutricionais especiais. Antes, era preciso diluir a proteína
em pó, mas a bebida resultante tinha gosto desagradável e era pouco
aceita pelos pacientes.
Em 2010, antes ainda de ser contemplado na Operação II do
Sinapse da Inovação, Juliano buscou parceria para produzir a bebida
e encontrou Anderson Adenio dos Santos, empresário que geria uma
empresa de bebidas energéticas em Balneário Camboriú. Iniciaram
desta forma a produção do primeiro lote teste de mercado do Allprox e
distribuíram a bebida incialmente em academias de ginástica.
Consolidação no mercadoEm 2011, com a subvenção recebida pelo Sinapse, os sócios
puderam transformar o protótipo do Allprox em um produto comercial
e fundaram a Incorpore Foods. “Iniciativas como o Sinapse dão o apoio
necessário para que a inovação produzida pela universidade possa ser
transferida e convertida em oportunidade para novas indústrias geradoras
de empregos”, opina Juliano. “Se não fosse pelo programa, teríamos que
ter buscado recursos de outras fontes, como bancos, mas não teríamos
feito pesquisas de campo e de mercado”, completa Anderson.
A Incorpore Foods atende a maioria dos estados brasileiros,
distribuindo para desde pequenos negócios até grandes redes, mas o
produto ainda se concentra em Santa Catarina. Um dos objetivos para os
próximos anos é, justamente, expandir o mercado no território nacional.
O processo de produção do Allprox é terceirizado, feito por uma empresa
de bebidas lácteas, assim como a produção das embalagens do produto.
A Incorpore Foods controla a compra da matéria-prima, a gestão do
processo e da qualidade e trabalha em inovações de produto. Incorpore Foods - AllproxCamboriú/SC - www.allprox.com.br
[email protected] | +55 47 3365 6272
52 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC II - Florianópolis/SC
InPulsePNP SOLUÇÕES EM BIOENGENHARIA LTDA/ME
Soluções inovadoras de alto grau tecnológico para as áreas médica e veterinária
O trio de sócios da InPulse, Gabriel Veloso Paim, Jonatas Pavei e Lucas
Casagrande Neves, se conheceram na Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) enquanto cursavam a graduação em Engenharia de Controle e Automação.
Ali nasceu uma parceria que, de amizade, virou vontade de empreender juntos. A
ideia de negócio, no entanto, só veio alguns anos depois, a partir de conversas
com um amigo da área da medicina: um marca-passo gástrico que, implantado no
organismo, induz a produção de hormônios que controlam a saciedade, resultando
na perda de peso e contribuindo para o combate da obesidade.
O Sinapse foi o impulso de que precisávamos, fundamental na transformação da ideia
inicial em um negócio.
Lucas Casagrande Neves, sócio/diretor financeiro
53ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Os três começaram, então, a se aprofundar no tema, fazendo uma
verdadeira imersão na área da saúde e buscando o conhecimento necessário para
desenvolver o dispositivo. Com a ideia já estruturada, enxergaram no Sinapse da
Inovação um caminho para concretizar o PNPulse – inibidor implantável de apetite.
Em 2011, após aprovação na operação II do programa, fundaram a InPulse. O
dispositivo foi sendo aperfeiçoado e está fase de estudos pré-clínicos e em
aprovação nos órgãos governamentais responsáveis. O funcionamento se baseia
em eletroestimulação – plataforma que pode ser aplicada também em soluções
para o tratamento de outras doenças, tais como epilepsia, mal de Parkinson e dor
crônica.
ExpansãoCom o tempo os empresários avistaram mercado para outros produtos na
área da engenharia biomédica. Desenvolveram, então, o InCardio for Vets, solução
de eletrocardiograma para uso veterinário que inclui um equipamento portátil, um
software para aquisição e análise de dados e um sistema de telemedicina para a
troca de exames e laudos entre clínicos e cardiologistas. A principal diferencial do
produto é a praticidade – o dispositivo é sem fio, pequeno e portátil, e o sistema
de telemedicina possibilita a realização do exame em clínicas onde o veterinário
especialista em cardiologia não esteja presente. A InPulse possui clientes do
InCardio em diferentes estados do país, como Santa Catarina, Rio grande do Sul,
Rio de Janeiro, São Paulo, entre outros.
Também ainda em validação e em teste em hospitais, o AFTscan – detector
de neuropatia diabética é o terceiro produto desenvolvido pela empresa. O sistema
capta os sinais biomédicos do paciente, como ECG, respiração e pressão arterial e,
utilizando algoritmos avançados de análise, é capaz de identificar o quadro clínico
de um diabético em três estágios diferentes – inclusive a neuropatia subclínica,
que não consegue ser detectada pelos métodos atuais utilizados pelos médicos.
A equipe da InPulse já conta com 12 componentes, a maioria com
formação em engenharia, e com a colaboração de diversos parceiros: o Instituto
de Engenharia Biomédica da UFSC, universidades nacionais e internacionais,
médicos e veterinários que atuam como consultores, e o MIDI Tecnológico, onde
estão incubados virtualmente há dois anos.
Subvenções, prêmios e investimentosAlém dos recursos concedidos pelo Sinapse da Inovação,
a InPulse foi contemplada no edital PAPPE – Programa de Apoio à
Pesquisa em empresas da FAPESC em 2013 e no RHAE do CNPq –
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em
2014. Em 2013, o projeto do AFTscan foi o mais bem avaliado do
país, entre outros mil, pelo programa Startup Brasil, tendo atingido nota
máxima pelo comitê avaliador. A empresa busca sua primeira rodada
de investimentos privados.
InPulseFlorianóppolis/SC - www.inpulse.med.br
[email protected] | +55 48 3721 8758
54 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC II - Joinville/SC
MéderisMEDERIS SISTEMA LTDA ME
Sistema de suporte à medicina diagnóstica
Um software especializado na gestão de laboratórios de patologia é o
principal produto da Méderis, empresa de Joinville premiada em 2011 no edital do
Programa Sinapse da Inovação. Viabilizar a ideia demandou tempo e perseverança
a dois cientistas da computação, Márcio Clóvis Schaefer Filho e Rodrigo Bernardi.
Tudo começou em 2003 com uma sugestão dada por um amigo, o médico Hercílio
Fronza Júnior: criar um sistema que servisse ao mesmo tempo de suporte para
atividades gerenciais e de referência científica aos profissionais de saúde, com
base nas melhores práticas preconizadas pela associação profissional College of
American Pathologists (CAP).
“Na época, nós éramos assalariados e tínhamos somente a noite para
dedicar ao projeto”, conta Schaefer. Em 2009, o trabalho dos parceiros já havia
evoluído para um pré-produto que pôde ser aperfeiçoado na Softville, uma
incubadora de empresas de base tecnológica. “Isso foi um divisor de águas para
que a nossa startup pudesse crescer, pois nos permitiu ter acesso a treinamentos,
ambiente de trabalho inovador, incentivos para projetos, apoio jurídico e
jornalístico”. Dois anos depois, os pesquisadores receberam fomento do Sinapse
e abriram a empresa.
O sistema Méderis é bem mais que um emissor de laudos, explica o
empreendedor: “Nosso grande diferencial é dar agilidade na busca de informações
que facilitam a vida dos profissionais de medicina diagnóstica”. Estatísticas sobre
a ocorrência de doenças por período, região ou faixa etária, tabelas de pagamento
de planos de saúde, gráficos de produção e datas de recebimento de valores por
55ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
exames realizados, entre outras referências úteis, podem
ser acessadas não apenas do consultório ou laboratório.
Por meio de uma senha individual, os pacientes também
podem visualizar os dados via internet. A empresa pretende
lançar em breve um aplicativo para dispositivos móveis.
IntegraçãoA interface foi construída no mesmo padrão
adotado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de
Santa Catarina (Dive-SC), o que facilita a notificação
obrigatória de patologias como o adenocarcinoma – câncer
originário do tecido glandular. Outra vantagem do software
é a compatibilidade com a Troca de Informações na Saúde
Suplementar (TISS), protocolo padrão para as trocas
eletrônicas de dados de atenção à saúde dos beneficiários
de planos privados. Assim, o faturamento pode ser enviado
de imediato à fonte pagadora, em substituição ao moroso
procedimento tradicional de digitar as informações em uma
planilha e enviá-la impressa pelo correio.
O Méderis é integrado ao Sistema de Informação
do Câncer do Colo do Útero (SisColo), dispensando a
redigitação de dados enviados para o Departamento de
Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus). Ele
também pode trabalhar em conjunto com softwares de
hospitais, o que permite agilizar a entrega de resultados de
exames aos pacientes. “Temos um módulo de captura de
imagem das lâminas, importante para a pesquisa científica e
para a apresentação de trabalhos em congressos médicos,
por exemplo”, informa Schaefer. Em um mercado potencial
de mil laboratórios de patologia no Brasil, a Méderis tem
20 clientes e sua meta é chegar a cem no prazo de cinco
anos.
O Sinapse da Inovação nos trouxe consultoria e recursos que foram aplicados no desenvolvimento e na manutenção de códigos para proporcionar um
ganho de produção no sistema.
Márcio Clóvis Schaefer FilhoSócio da Méderis
MéderisJoinville/SC - www.mederis.com.br
[email protected] | +55 47 3422 8700
56 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC IV - Florianópolis/SC
MinsulinTechMINSULIN TECNOLOGIA LTDA-ME
Aplicativos para controle de glicemia por diabéticos
Milhares de diabéticos brasileiros estão ganhando mais saúde e
independência, graças à inventividade de dois médicos que agregaram tecnologia
de ponta à versatilidade dos dispositivos móveis. O endocrinologista Fábio Rogério
Copette e o anestesiologista Diógenes de Oliveira Silva desenvolvem produtos
para que os pacientes com diabetes dos tipos 1 e 2 possam controlar os níveis
de glicemia e se alimentar melhor. Seus projetos deram origem à MinsulinTech,
empresa selecionada em 2013 na quarta operação do programa Sinapse da
Inovação.
O diabetes acomete 134 milhões de pessoas no mundo, 13 milhões no
Brasil. Destas, em torno de 10% têm diabetes tipo 1, mais frequente em crianças,
adolescentes e jovens. A doença ocorre quando o pâncreas produz pouca ou
nenhuma insulina, hormônio que quebra as moléculas glicose, transformando-as
em energia. Os diabéticos do tipo 1 precisam tomar injeções diárias de insulina
para manter o nível normal de glicose do sangue. Caso contrário, estão sujeitos
a desmaios, cegueira, infartos e outras complicações que podem levar à morte.
Essas pessoas são o principal público-alvo do aplicativo Minsulin, que informa
quantas doses são necessárias a cada refeição.
Sem medoO software realiza um cálculo complexo a partir de informações disponíveis
em uma tabela com mais de 1.500 alimentos caseiros e industrializados, que
pode ser editada pelo usuário. Outras funcionalidades são o registro da glicemia –
o nível de glicose medido através da picada na ponta do dedo – e a transmissão
dos dados em tempo real para o médico. Os empreendedores se inspiraram no
epicurismo, sistema filosófico criado pelo ateniense Epicuro no século IV a.C.,
que prega a vivência do prazer tranquilo e sem excessos através da libertação
do medo.
“Nosso produto dá qualidade de vida a quem nasceu sem produzir insulina
e também para o diabético tipo 2, que é acometido pela doença depois dos 40
anos, por obesidade ou sedentarismo”, diz Diógenes Silva. Ele explica que as
doses do hormônio continuam sendo diárias, mas não precisam ser fixas e variam
conforme o que se comeu. O software interativo permite atualizar facilmente a
tabela: “Se um cupcake de banana, por exemplo, não estiver registrado, o usuário
pede e nós incluímos”.
57ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Lançado em meados de 2013 na Apple Store, o aplicativo já
tem mais de 3 mil usuários e a meta da Minsulin é triplicar esse número
em 2015. “Com a subvenção do Sinapse, conseguimos engatinhar na
versão para a plataforma Android, que tem um desenvolvimento 25%
mais caro”, diz o médico. A empresa adota o modelo de negócio
freemium, em que o produto ou serviço é oferecido gratuitamente e
o usuário paga apenas por funcionalidades adicionais, como o acesso
ao banco de dados pelo nutricionista. Ao longo do tempo, o objetivo
é gerar renda por meio de big data que possa ser utilizado para
melhorar campanhas de prevenção e auxiliar em novos tratamentos.
A empresa também trabalha no Minsulin Web, que armazena
dados em nuvem. Outro dispositivo inovador que está na prancheta
dos pesquisadores é um sensor e transmissor de glicemia por meio
do fluido intersticial. A proposta é implantar sob a pele do paciente
um dispositivo que envia automaticamente medições de glicemia ao
médico, por meio de sinais de wi-fi. “Estamos buscando novas fontes
de financiamento”, informa o empreendedor.
MinsulinTechFlorianópolis/SC - [email protected] | +55 48 8833 1447
Iniciativas como o Sinapse dão o apoio ne-cessário para que a inovação proveniente da
universidade seja transferida e convertida em oportunidade para novas empresas geradoras
de empregos.
Diógenes Silva, sócio da Minsulin Tech
58 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC II - Caçador/SC
NAS EletrotécnicaN.A.S ELETROTÉCNICA LTDA
Sistemas de automação industrial
Em 2010, o engenheiro eletricista Ricardo Schneider acabara de
retornar de um curso de especialização na Austrália quando identificou e
decidiu explorar um nicho de mercado no entorno de seu município de origem,
Caçador, no Meio-Oeste Catarinense. Apresentado por um amigo ao programa
Sinapse da Inovação, ele inscreveu o projeto de um sistema inteligente de
irrigação para a agricultura. A ideia foi aprovada e, um ano depois, nascia a NAS
Eletrotécnica, hoje uma referência em automação industrial.
“A vivência na Austrália e o trabalho na Sony como engenheiro de
produto me permitiram ter uma boa vivência em ambientes industriais e
processos produtivos, o que posteriormente me possibilitou prestar consultorias
e desenvolver um produto”, conta o empreendedor. “O Sinapse catalisou o
processo de criação da startup, ao dar o subsídio financeiro para investirmos
em pesquisa e desenvolvimento”.
O Sinapse catalisou o processo de criação da startup, ao dar o subsídio financeiro parainvestirmos em pesquisa e desenvolvimento.
Ricardo Schneider, sócio da NAS Eletrotécnica
59ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Caçador tem economia agrícola e industrial, com empresas de plástico,
fios de cobre, metalúrgico e de transporte. Em um ambiente propício a ideias
inovadoras, a empresa diversificou seus negócios para atender indústrias
alimentícias, automobilísticas e de mineração. “Passamos a atuar na melhoria de
processos industriais, desenvolvendo projetos e sistemas como os de combate
a incêndios e de iluminação de emergência”, recorda. “Hoje o nosso forte não
é mais o agronegócio, e sim projetos elétricos e de automação industrial para
empresas de médio e grande porte”.
Linhas robotizadas A empresa desenvolve materiais, serviços e sistemas que tornam as
atividades industriais mais eficazes, diminuindo a demanda por recursos e
trazendo diferenciais produtivos. Esse tipo de investimento tem sido bastante
demandado por empresas que precisam se manter competitivas no mercado
internacional. Seus produtos incluem linhas automáticas, robotizadas,
ferramentas e equipamentos que integram diferentes ambientes e tarefas
industriais.
Com atuação em dez estados, a NAS tem entre seus clientes grandes
corporações como a BRF, uma das maiores empresas globais do ramo
alimentício; a Vale, líder global em atividades de mineração; e indústrias
automobilísticas como Volkswagen, Ford, Fiat e Troller. Atender necessidades
específicas das plantas industriais é um diferencial do negócio. A montadora
Caoa Hyundai, por exemplo, utiliza um sistema para tráfego de informações e
automação de processos que foi desenvolvido sob medida para a sua fábrica.
A equipe inicial da NAS, que era de apenas quatro pessoas no início,
saltou para 28 e deve chegar em breve a 40, além dos terceiros que se somam
à execução dos trabalhos. Em 2014, o faturamento dobrou em relação ao ano
anterior e a meta é manter um ritmo anual de 30% a 40% de crescimento.
Para melhor atender o mercado, a empresa abriu uma filial em Goiás e um
escritório em São Paulo. Uma sede própria de mil metros quadrados está sendo
construída em Caçador.
Os planos de expansão não param por aí: “Nossa meta é abrir mais um
escritório avançado em Goiás ou Mato Grosso, pois estamos percebendo que
o Centro-Oeste possui posicionamento geográfico favorável e bom potencial para
negócios em fase de maturação”, diz Schneider. A confiança do empreendedor
de que está no rumo certo é expressa pelo lema da política institucional da NAS:
“Deixar que nossos produtos, clientes, serviços e mercado falem por si próprios!”
NAS EletrotécnicaCaçador/SC - www.nas.ind.br
[email protected] | +55 49 3567 9617
60 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC III - Criciúma/SC
Nexxus Evolution SystemsNEXXUS EVOLUTION SYSTEMS LTDA ME
Softwares para gestão de indústrias alimentícias
Assim, em novembro de 2011, em uma sala de 17 metros quadrados
no município catarinense de Criciúma, nascia a Nexxus Evolution Systems.
“Percebemos que havia bastante demanda por esse tipo de solução, mas o
mercado só era atendido por empresas internacionais, com custo elevado e
sem adequação à realidade brasileira”, conta Deise Portal. No ano seguinte, a
empresa conquistou o edital do Programa Sinapse da Inovação, que viabilizou a
estruturação do negócio e o desenvolvimento do primeiro sistema.
O ES-MES é voltado para o setor alimentício, especialmente o de
esmagamento de sementes para produção de óleo vegetal de consumo humano
e margarina, bem como para indústrias de biodiesel. Deise explica que a principal
vantagem do sistema é auxiliar na tomada de decisões estratégicas com maior
precisão e agilidade, integrando o chão de fábrica com as informações gerenciais:
“É incrível como muitas empresas ainda fazem isso utilizando planilhas do Excel
ou mesmo anotações em papel”.
Os amigos Danilo Preve Menegaz, Deise Regina Portal, Leonardo Tasca
e Rodrigo Fernandes trabalhavam juntos havia dez anos em uma empresa de
automação industrial quando encontraram uma oportunidade de mercado que
os convenceu a trocar a segurança de seus empregos pelo desafio de montar
o próprio empreendimento. Eles decidiram apostar na ideia de criar um sistema
de computação que integrasse softwares de controle industrial aos de gestão
empresarial.
A participação no Programa Sinapse da Inovação foi de extrema
importância para dar o pontapé inicial no nosso negócio.
Deise Regina PortalSócia da Nexxus
61ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
ParceriaUma parceria estratégica com uma empresa do Rio Grande do
Sul possibilitou a implantação do software para testes funcionais e a
adoção de ideias para dois novos módulos, o de tarefa e o de produção,
que não estavam previstos no projeto inicial. O sistema está funcionando
há dois anos na empresa gaúcha e é utilizado na realização de auditorias
tanto internas quanto as do Ministério da Agricultura.
Como complemento à subvenção, o Sinapse também viabilizou a
participação dos sócios em cursos de qualificação no Senai e contribuiu
para divulgar a Nexxus como empresa inovadora. Logo surgiram novas
oportunidades de mercado e a solução passou a ser demandada por
indústrias de outros estados. Outros dois sistemas fazem parte do
portfólio de produtos: o ES-FMS, dedicado ao controle e gerenciamento
de fábricas de nutrição animal, e o NX-EOS, para fábricas de óleos
vegetais e biodiesel.
Atualmente a Nexxus está instalada em uma sala de 75 metros
quadrados, conta com uma equipe de 11 pessoas e atende mais de
30 clientes em todo o país. Em sua maioria, são indústrias de médio
e grande porte, como a Bunge, uma das principais corporações de
agronegócios e alimentos do mundo, com presença em 40 países; a
Syngenta, uma das líderes globais de biotecnologia e sementes, e a
Petrobrás, maior empresa brasileira.
A startup catarinense tem recebido propostas de clientes da
América do Sul, em especial Argentina e Uruguai. Seus sócios pretendem
investir em breve na construção de uma sede própria. “Temos trabalho
garantido por bastante tempo”, garante a empreendedora.
Nexxus Evolution SystemsCriciúma/SC - www.nexxus-es.com
[email protected] | +55 48 3411 5047
62 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC I - Luzerna/SC
OdemeODEME EQUIPAMENTOS MÉDICOS E ODONTOLÓGICOS
Soluções customizadas para pesquisa em Odontologia
Da universidade para universidades.
A Odeme Dental Research nasceu com um
bolsista de iniciação científica do CNPq,
Rafael Tiago Patzlaff, e hoje beneficia centenas
de outros pesquisadores pelo mundo.
Contemplada na Operação I do Sinapse da
Inovação, em 2009, a empresa desenvolve
soluções inovadoras e customizadas em
assessórios, dispositivos e equipamentos
para pesquisa odontológica. Já patenteou
sete produtos e tem outras duas patentes em
processo de depósito.
Os equipamentos desenvolvidos pela Odeme são utilizados para os
mais diversos testes de materiais odontológicos, isto é, auxiliam pesquisadores
a entender o comportamento de diferentes materiais em diferentes condições,
a fim de predizer se eles são bons ou não para uso nos consultórios de
dentistas. Um exemplo é o “Aparelho de permeabilidade dentinária”, que
auxilia os pesquisadores a realizarem estudos sobre a sensibilidade dentária.
O produto tem um papel importante no desencadeamento e no entendimento
de como ocorre a dor e/ou sensibilidade dos dentes. Outro produto de
destaque é o dispositivo e garra para teste de microtração, que auxilia na
avaliação da durabilidade das restaurações dentárias, isto é, o tempo que uma
restauração irá durar no dente.
Além de desenvolver os equipamentos, a empresa também já
desenvolveu soluções para consultórios odontológicos que foram licenciadas
a outras empresas do setor.
HistóriaO desenvolvimento de tecnologias para a pesquisa é um ramo pouco
explorado no Brasil. Quando de sua fundação, a Odeme era uma das únicas
empresas do país com soluções customizadas para pesquisadores e, ainda
hoje, entender e atender as reais necessidades desses pesquisadores segue
sendo uma prioridade.
Com o Sinapse veio a oportunidade de capitalizar recursos para
desenvolver protótipos, ganhar projeção e fazer parte de uma rede de
empreendedorismo.
Rafael Tiago PatzlaffDiretor da Odeme
63ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Enquanto cursava Engenharia de Produção Mecânica, Rafael
T. Patzlaff trabalhou buscando soluções para problemas técnicos e
auxiliando na pesquisa em um laboratório do curso de Odontologia da
Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). A Odeme foi fundada
em 2005, com Rafael ainda na universidade. Os primeiros anos foram
dedicados ao desenvolvimento dos produtos. Nesse período, um dentista
se juntou ao projeto. Em 2008 a empresa começou efetivamente a
comercializar.
Com o Sinapse da Inovação, veio a oportunidade de capitalizar
recursos para desenvolver protótipos, ganhar projeção e fazer parte de
uma rede de empreendedorismo. Em 2011 a empresa se instalou na
Incubadora Tecnológica de Luzerna, onde segue até hoje.
Sucesso e perspectivas para o futuroO mercado foco da Odeme são faculdades de Odontologia que
possuem programas de mestrado e doutorado. A empresa mantém
pareceria com universidades nacionais e internacionais e possui clientes
em 11 países da América Latina, América do Norte, Europa e Ásia.
Além do Sinapse, a Odeme também foi contemplada em três
editais RHAE do CNPq, no PAPPE Subvenção da FAPESC/FINEP, no
programa Tecnova FAPESC/FINEP e no Edital Ciência, Tecnologia e
Inovação para o Desenvolvimento Regional do Estado de Santa Catarina
da FAPESC. Também venceu, em 2012, o Prêmio Stemmer de Inovação
na categoria micro-pequena empresa.
Em 2013 recebeu seu primeiro aporte de capital anjo para
organizar a produção. Os próximos passos são buscar ampliar o parque
fabril, a presença internacional e desenvolver novas linhas de trabalho.
OdemeLuzerna/SC - www.odeme.com.br
[email protected] | +55 49 3521 4016
64 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC I - Lages/SC
Pratyko - Proeza AutomotivaPROEZA AUTOMOTIVA S/A
Veículo para uso autônomo por cadeirantes
A proposta de criar um meio de transporte prático, seguro e de baixo
custo para uso cotidiano de cadeirantes surgiu em 2005, a partir da necessidade
do técnico em informática Márcio David, morador de Lages. Ele usa cadeira de
rodas desde a infância e desejava ter mais autonomia nos deslocamentos. Assim,
em coautoria com João Francisco Gil, Sérgio Murilo Schütz e Gilberto Mesquita,
idealizou um veículo facilmente acessível pelo condutor, sem a ajuda de terceiros.
O Sinapse da Inovação é essencial para a operacionalização de projetos
inovadores e no nosso caso foi o start de uma grande ideia.
Márcio David, sócio da Proeza Automotiva
65ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Em 2009, o projeto Pratyko foi contemplado pelo programa
Sinapse da Inovação, o que possibilitou a construção do primeiro
protótipo. Desde então, o sonho não para de evoluir. Com a subvenção,
David e Mesquita criaram em sociedade a empresa Proeza Soluções
Mercadológicas. Quatro meses depois, eles haviam concluído a montagem
de um carro completo. “Era artesanal, com motor de motocicleta, mas
funcionava”, recorda David. “Logo começaram a surgir pedidos de
entrevistas e propostas para levar o carro a exposições, feiras e eventos”.
Em 2011, o Pratyko foi exposto em São Paulo na Reatech,
maior feira de acessibilidade da América Latina, onde obteve grande
repercussão. No mesmo ano, a Proeza estabeleceu acordo com a Santa
Catarina Participações e Parcerias (SCPar), braço empreendedor do
governo do estado. Em 2012, a empresa se tornou sociedade anônima,
rebatizada como Proeza Automotiva. Dois novos parceiros se somaram
à iniciativa: a Weg, multinacional de origem catarinense que é referência
global em motores elétricos; e a Moura, de Pernambuco, uma das
maiores fornecedoras de baterias da América Latina.
Esses apoios viabilizaram a evolução do conceito de um carro
a combustão para o de um carro elétrico. No novo protótipo em
desenvolvimento, a entrada do motorista no veículo ocorre por meio
de um elevador na porta lateral, em vez da porta traseira como antes.
A aceleração e a frenagem irão funcionar em uma única alavanca, para
facilitar a manutenção de uma velocidade constante. Outra evolução é
que o carro terá dois lugares, em vez de apenas um. O projeto prevê
ainda um sistema de direção hidráulica para facilitar as manobras dos
condutores que tiverem perda de força muscular.
Baixo custo é um dos principais balizadores que orientam a
construção do carro, para torná-lo acessível a um número maior de
cadeirantes. Ele foi concebido para uso urbano diário, no asfalto ou em
estradas sem pavimentação, em velocidades entre 40 e 50 km/h. Nos
testes, a autonomia da bateria chegou a 100 quilômetros. Em 2012,
o Pratyko recebeu um prêmio da Associação Brasileira de Engenharia
Automotiva, na categoria responsabilidade social.
Apesar dos reconhecimentos, a empresa ainda enfrenta dificuldades para captar
recursos, o que não impede os sócios de continuar incorporando inovações ao projeto.
Eles estudam, por exemplo, a opção de fazer um veículo híbrido, com um pequeno gerador
de emergência a gasolina para recarregar o sistema elétrico. “Temos uma estimativa
plausível de produzir cem carros por ano”, afirma David. “Nossa ideia é construir a fábrica
aqui mesmo em Lages, para gerar empregos locais”.
Pratyko - Proeza AutomotivaLages/SC - www.pratyko.com.br
[email protected] | +55 49 9982 6595
66 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC II - Florianópolis/SC
Séston BiotecnologiaSÉSTON BIOTECNOLOGIA /MEI
Produção e comercialização de biomassa de microalgas e seus derivados
A Séston Biotecnologia, empresa contemplada na Operação II do
Sinapse da Inovação, é pioneira no Brasil na produção e comercialização de
biomassa de microalgas e seus derivados. Na prática, a empresa aproveita um
processo que as microalgas já fazem naturalmente há milhões de anos para
transformar resíduos em bioprodutos de forma renovável e sustentável.
Microalgas são fotossintéticas, ou seja, usam a energia luminosa do
Sol para gerar compostos orgânicos a partir de dióxido de carbono (CO2)
e outros insumos. Elas são colocadas em reatores com água – Séston, na
Ecologia, significa “partículas em suspensão” – e em poucos dias é possível
obter a biomassa, que, processada, pode se transformar em cápsulas de
suplementos alimentares ricas em ômega 3; pigmentos de alto valor nutricional
como a astaxantina; óleos; concentrados proteicos; entre outros compostos de
interesse das indústrias de alimentos humano e animal. A biomassa também tem
o importante potencial de se transformar em biocombustível e em insumo para
a indústria de cosméticos.
A Séston Biotecnologia nasceu de uma verdadeira sinapse que Fábio de
Farias Neves teve em meados de 2006. Durante sua graduação em Engenharia
de Aquicultura na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele trabalhou
com produção de peixes que utilizava microalgas como alimento para os
animais. Certa vez, ao observar as chaminés de uma termelétrica, lembrou-se
que o cultivo de microalgas utilizava CO2 artificial. Então veio a ideia: por que
não utilizar as emissões da indústria, ricas em CO2, para produzir microalgas?
Consolidação Após pesquisar sobre o assunto, Fábio descobriu que o processo que
ele havia imaginado já era feito por algumas empresas de fora do Brasil, mas
tudo ainda era bem incipiente. Para ajudá-lo na empreitada, buscou um parceiro
especialista em algas, outro especialista em emissões atmosféricas, e deu
início a um doutorado na área de Engenharia Ambiental, se dedicando ao tema
“fixação de carbono através do cultivo de microalgas nativas de Santa Catarina”.
Em 2010 a Séston foi fundada e no mesmo ano Fábio e os sócios
Bernardo Garrozi Cardoso e Rafael Silvério se inscreveram na Operação II do
Sinapse da Inovação. “O programa foi fundamental para incentivar e encorajar
O programa foi fundamental para incentivar e encorajar o empreendedorismo de nossa equipe.
Além dos recursos, recebemos capacitação e aumentamos nossas chances de sucesso.
Quem disse? Quem é?
67ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
o empreendedorismo de nossa equipe. Além dos recursos, recebemos capacitação e
aumentamos nossas chances de sucesso”, opina.
A empresa firmou parceria com a UFSC para o desenvolvimento da planta piloto,
localizada em Florianópolis, e hoje mantém parcerias também com a ADD Studio para o
desenvolvimento de sistemas de produção de microalgas integrados à arquitetura, com a
EMBRAPA Suínos e Aves para o desenvolvimento de tecnologia de saneamento agrícola
através do cultivo de microalgas e com a Welle Laser para desenvolvimento de negócios.
O ano de 2014 foi o ano de início de faturamento da Séston. Em curto prazo, o
mercado da empresa são as indústrias de alimentação humana e animal, de suplementos
alimentares e de cosméticos. No entanto, os empreendedores possuem planos de, em médio
e longo prazo, expandir a atuação para a área de saneamento e para os segmentos de
biocombustíveis, biofertilizantes, bioplásticos e lubrificantes.
Prêmios e destaquesEm 2013 um projeto da Séston com foco em produção do pigmento astaxantina por
microalgas nativas foi aprovado no edital RHAE Pesquisador na Empresa, do CNPq e MCTI.
Através de seus parceiros, a empresa participou, ainda, de um projeto para a produção de
óleo renovável em fermentadores, aprovado na Operação III do Sinapse da Inovação, e em
outro que prevê a integração de sistemas de fotobiorreatores de microalgas a ambientes
urbanos contruídos, este aprovado na Operação IV do programa.
A Séston Biotecnologia já foi por diversas vezes notícia em veículos midiáticos locais
e destaque em reportagem da revista Veja sobre startups de sucesso no Brasil, publicada no
fim de 2013.
Séston BiotecnologiaFlorianópolis/SC - [email protected] | +55 48 9670 3300
68 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC IV - Praia Grande/SC
Simples DentalONSYX INFORMÁTICA LTDA ME
Software odontológico que pode ser manipulado por meio de gestos e movimentos, sem contato físico com qualquer dispositivo
A tecnologia pode facilitar o dia a dia de profissionais de diferentes áreas,
mas para isso precisa se adaptar às particulares de cada uma delas. No setor da
saúde, por exemplo, a biossegurança é primordial. Para os criadores do software
Simples Dental, projeto contemplado na Operação IV do Sinapse da Inovação, em
2014, a preocupação com o risco de contaminação não só foi levada em conta,
como tornou-se o combustível para a principal inovação do produto.
Além da ajuda financeira, o Sinapse trouxe visibil idade para o produto,
criando uma série de novas oportunidade para a empresa.
Ramon da Silva MacielCo-founder
69ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
O Simples Dental é um software odontológico que pode
ser manipulado apenas por gestos e movimentos, diminuindo
consideravelmente o risco de contaminação. Os profissionais da saúde
encontram dificuldade em utilizar sistemas durante o atendimento, devido
à contaminação de luvas e instrumentos quando tocam em objetos não
esterilizados como mouse, teclado ou telas touch screen.
Com o sistema, o profissional pode manipular imagens,
radiografias e tomografias dos pacientes, além de organizar e armazenar
todos os dados do atendimento e gerenciar os aspectos burocráticos e
financeiros da clínica e/ou consultório.
A sinapse e o SinapseA equipe de jovens empreendedores da Onsyx Sistemas,
empresa responsável pelo Simples Dental, é hoje formada por quatro
amigos: Lucas da Silva Carlessi e Gélio José da Silva Júnior dois
desenvolvedores de software, Marcos Cesar do Canto, designer, e um
dentista, Ramon da Silva Maciel, que assume também a gestão de
negócios. E foi justamente da experiência deste sócio que surgiu a ideia
para o Simples Dental. A empresa já havia, em 2012, desenvolvido um
software para despachantes – que não deslanchou no mercado, mas
trouxe experiências valiosas para os jovens empresários.
Durante sua graduação, Ramon Maciel conheceu alguns
softwares odontológicos, e ao perceber que os disponíveis no mercado
eram defasados, enxergou uma grande oportunidade para a empresa. Em
2013 desenvolveram o Simples Dental, e no mesmo ano se inscreveram
no Sinapse da Inovação.
“O programa foi muito importante pelo conhecimento adquirido
com os cursos e consultorias e pelos contatos e visibilidade que o
produto ganhou”, afirma Ramon. O Simples Dental também participou
da 3ª turma do Startup SC - programa do SEBRAE - o que garantiu ainda
mais suporte à iniciativa.
Mercado potencialHoje no Brasil existem aproximadamente 220 mil dentistas atuantes, o que
representa pelo menos 19% do mercado mundial. É esse mercado que estes jovens
empreendedores pretendem atingir com o Simples Dental. Outros possíveis clientes são
faculdades de Odontologia. Desde o início de 2013 o curso da Unesc – Universidade do
Extremo Sul Catarinense utiliza o sistema.
Instalada na Incubadora Insite, em Criciúma, a empresa busca seguir aperfeiçoando
o Simples Dental e com ele se tornar referência no mercado odontológico tanto nacional
quanto mundial.
Simples DentalPraia Grande/SC - [email protected] | +55 48 3532 1674
70 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação Piloto na Grande Florianópolis - Florianópolis/SC
TNS NanotecnologiaTNS NANOTECNOLOGIA LTDA.
Nanotecnologia antibacteriana para uso industrial
A TNS Nanotecnologia surgiu em 2009 na incubadora Celta, da
Fundação Certi, a partir de projetos de pesquisa e desenvolvimento na área de
sustentabilidade. Contemplada pelo Sinapse da Inovação, hoje a empresa é
referência em nanotecnologia. Seu principal produto é um composto antibacteriano
com inúmeras aplicações industriais, utilizado no processo de produção de roupas,
calçados, utensílios domésticos e instrumentos hospitalares, entre outros.
“Nossa tecnologia utiliza apenas água como solvente e polímeros que dão
estabilidade a uma fórmula baseada em nanopartículas de prata”, explica Nunes,
que tem como sócios o engenheiro mecânico Gilberto Heinzelmann e o químico
César Franco. A fórmula, inspirada no uso milenar da prata como antimicrobiano,
dispensa o uso de amônia, arsênio e compostos clorados, que causam fortes
impactos ambientais. Um estudo do Instituto Hohenstein, da Alemanha, demonstrou
não haver risco dessas partículas à saúde nem ao ambiente.
A empresa atua em seis áreas distintas: médico-hospitalar, veterinária, têxtil,
cerâmica, tintas e polímeros – por exemplo, em maçanetas de portas, proteção
para colchões, utensílios domésticos e punhos para carrinhos de aeroporto. Alguns
71ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
usos específicos ainda estão em análise pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelos clientes, tais como em
equipamentos de hemodiálise e em UTIs. “Sem o Sinapse, nada
teria sido criado”, afirma Nunes. “O prêmio foi a centelha que
motivou meus sócios a criarem a empresa e nos permitiu partir
para o mercado”.
Presença internacionalA TNS já abastece regularmente 14 clientes e está em
negociação com mais uma dezena. Uma multinacional que lidera a produção brasileira de tintas em pó já
utiliza o antimicrobiano. Peças de cama, mesa e banho tratadas com o produto são exportadas por uma
companhia catarinense para Portugal, Espanha e França. No Rio Grande do Sul, uma empresa utiliza a
nanotecnologia nos calçados e confecções que vende para Bolívia e Guatemala. Uma fabricante alemã de
interruptores elétricos está substituindo o antimicrobiano de origem americana pelo brasileiro.
Outras fontes de subvenção que apoiaram a expansão dos negócios da empresa foram os
programas Primeira Empresa Inovadora (Prime), da Finep; Recursos Humanos para Áreas Estratégicas
(RHAE), do CNPq e MCTI (duas vezes); Pappe Inovação, da FAPESC, e o edital Senai/Sesi de Inovação.
O caso da TNS Nanotecnologia foi selecionado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) como
destaque entre 22 empresas brasileiras que são modelos de inovação no país.
Em 2014, o faturamento do negócio cresceu em torno de 500% em relação ao ano anterior. A meta
dos sócios para os próximos quatro anos é tornar a TNS líder nacional no segmento de antimicrobianos.
“É preciso ser versátil e ter visão de futuro, pois só assim aplicaremos todas as potencialidades do nosso
produto”, ressalta Nunes. “Por exemplo, ainda não exploramos a nanotecnologia na agricultura, mas
sabemos do seu grande potencial”.
TNS Nanotecnologia Florianópolis/SC - [email protected] | +55 48 3239 2269
O prêmio foi a centelha que motivou meus sócios a criarem a empresa e nos permitiu partir para o mercado.
Gabriel Nunes, Sócio da TNS
72 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC IV - Joinville/SC
VIRIDISEDUARDO DE MACEDO ARGENTA ME
Soluções para ampliar o uso de papel em substituição ao plástico nos processos de embalagem
Ao perceber a grande procura do mercado mundial por alternativas
“verdes” e sustentáveis, Ilson Argenta e Eduardo de Macedo Argenta partiram de
experiências na área de empacotamento para desenvolver um processo inovador
que substitui embalagens de plástico por versões de papel. Contemplados na
Operação IV do Sinapse da Inovação, em 2014 fundaram a VIRIDIS – “verde”,
em latim.
A empresa criou duas soluções inovadoras: um novo processo para a
fabricação de bobinas técnicas de papel soldável por calor e empacotadoras
verticais e horizontais capazes de embalar desde alimentos a granel até produtos
industriais utilizando papel.
Hoje, aproximadamente 1 trilhão de pacotes plásticos equivalentes a 1
kg são produzidos no mundo, sem contar pacotes maiores. O número impactante
indica a necessidade de se buscar soluções que afetem menos o meio ambiente
e que consumam matéria-prima diferente do petróleo. As projeções da VIRIDIS,
baseadas em pesquisas dos diversos segmentos envolvidos, indicam que será
possível substituir pelo menos 30% do plástico utilizado para empacotamento por
embalagens de papel.
O projeto da empresa prevê que a fabricação das bobinas possa vir a ser
feita nas unidades fabris de Santa Catarina e Paraná da empresa parceira Iguaçu
Celulose, e que o empacotamento, segunda etapa do processo, seja executado
no espaço do cliente final. As empacotadoras em desenvolvimento fazem tanto
o enchimento quanto o fechamento dos pacotes de papel. Os dois processos já
foram testados com ótimos resultados, e a expectativa é de que em meados de
2015 a empresa esteja estruturada e com os equipamentos prontos para entrar
no mercado.
ExperiênciaFormado em Engenharia Mecânica e com mestrado em Automação,
Ilson já havia trabalhado com a Iguaçu Celulose e com empresas do ramo de
empacotamento em Joinville, com foco justamente na busca pela inovação e no
desenvolvimento de tecnologias. Eduardo, com formação em Administração na
EBAPE-FGV, assume a gestão da empresa. Sempre atentos a programas de apoio
a novos negócios, já conheciam o Sinapse e enxergaram nele o melhor caminho
para colocar seu projeto em prática.
Com o Sinapse os empreendedores receberam não só recursos para
trabalhar no desenvolvimento das máquinas. Ilson destaca a importância da
qualificação em gestão oferecida e ainda a visibilidade que o programa traz
aos projetos contemplados. O objetivo dos sócios é chegar às indústrias que
utilizam empacotamento automático e cujos produtos permitam a migração da
embalagem de plástico para o papel. Isso engloba indústrias de diversos setores
e de qualquer canto do mundo. A VIRIDIS pretende já nascer como um negócio
de abrangência global.
73ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Parcerias e próximos passosAlém da Iguaçu Celulose, a VIRIDIS
firmou parcerias com o SENAI, que vai
contribuir para a fabricação dos protótipos
das máquinas e na execução dos testes
de enquadramento às normas NR-10 e
NR-12, que dizem respeito à segurança
no trabalho em máquinas. A Poli-Sac
Máquinas e Serviços, com unidades em
Santa Catarina e no Paraná, colabora no
desenvolvimento dos equipamentos para a
fabricação de bobinas técnicas.
Desde fevereiro de 2014 a empresa
está incubada na Softville, em Joinville. A
experiência, de acordo com Ilson Argenta,
é bastante positiva. “A integração com a
comunidade que pensa a inovação, a troca
de experiências e também as facilidades
estruturais são muito benéficas para uma jovem empresa”, comenta.
Após a consolidação da tecnologia os empreendedores pretendem partir para a busca de
investidores para a estruturação da empresa e implantação da unidade de fabricação das empacotadoras.
Daí em diante, a ideia é contribuir para uma verdadeira mudança de paradigma no ramo de embalagens.
VIRIDISJoinville/SC
[email protected] | +55 47 9701 1943
Com o Sinapse recebemos não só recursos para trabalhar no desenvolvimento das máquinas. Consideramos muito importantes também a
orientação em gestão e a visibil idade para o projeto.
Ilson Argenta, diretor da VIRIDIS
74 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação Piloto na Grande Florianópolis - Florianópolis/SC
Welle LaserWELLE TECNOLOGIA LAZER LTDA
Manufatura de máquinas e equipamentos de precisão para marcação e gravação a laser
Os gêmeos Gabriel e Rafael Bottós estão à frente da Welle Laser com,
pode-se dizer, empreendedorismo em dobro. O interesse dos irmãos por tecnologia
já se manifestava na infância, especialmente quando passavam horas observando
os equipamentos a laser do consultório oftalmológico do pai. Mais tarde, eles
ingressaram juntos na faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC), onde fundaram um laboratório de processamento a
laser e se envolveram em um projeto de solda a laser considerado inovador na
época.
A experiência com laser na faculdade inspirou os Bottós a estudar em
uma das instituições mais importantes do mundo na área – o Instituto Fraunhofer,
em Aachen, na Alemanha, atualmente parceiro da Welle. Depois de trabalhar
com máquinas de corte e solda de alta potência em grandes empresas como
RollsRoyce e Audi, quando retornaram ao Brasil, em 2008, o passo seguinte foi
começar um negócio próprio.
No mesmo ano, Gabriel e Rafael Bottós foram contemplados na Operação
Piloto do Sinapse da Inovação. A empresa recebeu apoio também do Fundo Criatec,
e se tornou empresa incubada do CELTA – Centro Empresarial Para Laboração
de Tecnologias Avançadas, onde está instalada até hoje. Atualmente é apoiada
pelo fundo de investimentos em empresas de tecnologia do BNDES. A Welle aos
poucos foi se especializando na manufatura de máquinas e equipamentos de
maior precisão e durabilidade para marcação, gravação, micro usinagem, limpeza
e soldagem, tendo se tornado, hoje, líder absoluta nesse mercado.
Diferenciais A Welle tem ditado fortes tendências baseadas na tecnologia laser no
país, como a rastreabilidade industrial, em que é líder absoluta de mercado. Os
produtos da empresa utilizam prioritariamente laser de fibra, a tecnologia mais
robusta do mercado, e contam com soluções diferenciadas, como um painel de
comunicação instantânea e a possibilidade de assistência remota.
As soluções tecnológicas desenvolvidas internamente suprem gargalos de
produção antes não atendidos, como é o caso de uma máquina para gravação
de fogões da Brastemp, desenvolvida pela empresa para o cliente Whirlpool. É
o primeiro equipamento do mundo capaz de gravar 40 diferentes tamanhos de
tampos de fogão, com diferentes curvaturas.
“Não vendemos somente máquinas, mas o casamento de robustez,
eficiência e qualidade. Pensamos nestes pilares desde o projeto até a assistência
técnica”, afirma Gabriel Bottós, Diretor Técnico da empresa.
Em seu setor de P&D, a empresa está finalizando projetos de soluções
em inovação de alto impacto para mercados como os de corte e solda laser, e
Programas de incentivo como o Sinapse são ferramentas interessantes para auxil iar na formação
de bases empresariais. Se seguidas pela junção de outros fatores, como a formação de uma equipe competente, podem gerar resultados como os que
obtivemos na Welle Laser.
Gabriel BottósDiretor Técnico da empresa
75ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
busca cada vez mais se posicionar como desenvolvedor da tecnologia laser nacional e
internacionalmente. Além do Instituto Fraunhofer IPT, são parceiros da Welle o Instituto
Europeu de Laser (LZH) e a unidade de Manufatura Laser do SENAI.
Crescimento e internacionalizaçãoEm 2012, a Welle foi apontada pelo BNDES como um dos 25 empreendimentos
com maior potencial de crescimento do Brasil. Naquele ano, a empresa registrou um
crescimento de 370%, que a colocou entre os cinco maiores crescimentos do ano no
país. Em 2013, manteve um crescimento muito acima do comumente registrado no
Brasil, passando do número de 100 máquinas de marcação entregues.
A empresa é hoje líder nacional em inovação laser no Brasil, atendendo às
indústrias metal mecânica, automobilística, de linha branca, naval, e empresas na área
de petróleo, joias, polímeros, tecidos e de metais. É responsável por equipar os parques
fabris de empresas e grupos como Bosch, GE, Docol, Weg, Whirlpool, Tramontina, entre
outras.
Em 2014, a Welle foi aprovada por unanimidade com a maior nota da história
do processo seletivo da Endeavor, uma das maiores organizações de fomento ao
empreendedorismo do mundo. No mesmo ano, foi eleita a empresa que mais cresceu
de 2011 a 2013 em todo o país, em avaliação feita pela consultoria Deloitte e pela
revista Exame PME, considerando pequenas e médias empresas.
Welle LaserFlorianópolis/SC - www.wellelaser.com.br
[email protected] | +55 48 3025 0700
76 ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
Operação SC I - Lages/SC
WLM Systems / Sistema MobWLM DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARES LTDA ME
Sistemas para pecuária e logística de transportes
Um sistema que auxilia no rastreamento e controle de rebanhos bovinos
deu origem à WLM Systems, empresa apoiada pelo Programa Sinapse da Inovação.
O projeto nasceu em 2008, durante a sétima fase da graduação de Wagner
Lusa Mendes no curso de Sistemas de Informação na Universidade do Planalto
Catarinense (Uniplac), em Lages –município do Planalto Serrano Catarinense com
forte tradição pecuária. Informações como vacinação, pesagem, cobertura de
As subvenções do Sinapse e do Prime foram primordiais para o desenvolvimen-to do projeto, pois possibil itaram que eu saísse da condição de empregado para a
de empresário empreendedor.
Wagner Lusa MendesSócio da Sistema Mob
77ESTRATÉGIA CATARINENSE NA GERAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES
vacas, parto e nascimento de bezerros são monitoradas pelo software,
que possibilita ao proprietário rural calcular com precisão suas despesas
e receitas e assim obter melhor rentabilidade.
“Já existem produtos semelhantes, mas no nosso é inovador, pois
tem custo bem menor para o usuário e pode ser instalado em qualquer
plataforma de computação”, diz Mendes. Em 2009 ele abriu a empresa
dentro da incubadora Midilages, vinculada à Uniplac. “As subvenções
do Sinapse e do Prime foram primordiais para o desenvolvimento do
projeto, pois possibilitaram que eu saísse da condição de empregado
para a de empresário empreendedor”, afirma. Em torno de 70 licenças
já foram vendidas e o sistema está sendo avaliado no projeto Produção
de Carne nos Campos de Araucária, realizado pelo Centro de Ciências
Agroveterinárias da Udesc em conjunto com o Sindicato Rural de Lages.
Mobilidade Entretanto, a empresa enfrentou um obstáculo: houve resistência
dos pecuaristas, pois o sistema introduz mudanças significativas na rotina
de trabalho de uma atividade tradicional. Por causa dessa dificuldade
em disseminar a nova tecnologia, a WLM precisou abrir caminhos
alternativos, atuando como fábrica de software. Em meados de 2013,
mudou o foco de atuação para a área de transporte e logística. “Fizemos
uma parceria com a Sistema Informática Empresarial, de Criciúma,
que fornece soluções para gestão do transporte a mais de mil clientes
no Brasil”, conta. “Passamos então a investir mais em sistemas de
mobilidade, uma área em que já atuávamos”.
Depois de firmada a parceria, o nome da WLM foi alterado
para Sistema Mob. O novo carro-chefe da empresa é uma central
de informações embarcada no caminhão, que se comunica com o
telefone celular do motorista e com uma central de controle na sede da
transportadora. Além da função de georreferenciamento, que fornece
a localização precisa do veículo, o equipamento faz o diagnóstico do
funcionamento de diversos sistemas, como freios, motor e câmara
frigorífica, quando há. A ideia é oferecer não apenas uma alternativa
para aumentar a segurança contra assaltos, como também garantir a
realização de manutenções preventivas e corretivas, evitando acidentes. Um protótipo está
em testes na estrada e o produto deve ser lançado em 2015.
A Sistema Mob passou a atuar também no mercado internacional, pois sua
parceira de Criciúma é desenvolvedora da plataforma SAP, um software alemão de gestão
corporativa adotado por mais de 183 mil empresas. “Agora contamos com mais de cem
parceiros no ecossistema SAP e os produtos e serviços desenvolvidos aqui em Lages
estão disponíveis em diversas partes do mundo”, comemora.
WLM Systems / Sistema MobLages/SC - www.wlmsystems.com.br
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