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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CÂMPUS MEDIANEIRA

TECNOLOGIA EM ALIMENTOS

LECINA GOMES COSTA PIVOTTO

CAROTENÓIDES: inovações e tendências em alimentos

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MEDIANEIRA

2011

LECINA GOMES DA COSTA PIVOTTO

CAROTENÓIDES: inovações e tendências em alimentos

Medianeira

2011

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de Trabalho de Diplomação, do Curso Superior de Tecnologia em Alimentos – câmpus Medianeira Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, como requisito parcial à obtenção do título de Tecnólogo.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ornella Maria Porcu

Dedico este trabalho à minha família e a todos que contribuíram e me

apoiaram nesta caminhada.

AGRADECIMENTOS

À Deus por ser onipresente, onisciente e onipotente em todos os momentos.

Agradeço ao meu esposo Vilnei, pela compreensão e ajuda participativa,

companheirismo, motivação e muita cooperação.

Agradeço aos meus filhos, Paulo Henrique e Arthur que contribuíram e

colaboraram muito nos momentos de ausência nesse percurso.

Agradeço a minha mãe Donezina, pelo apoio. Obrigada por tudo mãe!

À minhas irmãs Lecilei, Josefina e meus irmãos Olavi e Olair.

À toda minha família que me apoiaram com muito e todo carinho.

Agradeço à minha orientadora Ornella pela dedicação, sabedoria,

compreensão, que me orientou, compreendeu-me e, com muita paciência e carinho,

transmitiu-me ensinamentos, para meu crescimento intelectual e profissional.

Obrigada profe pela amizade!

Aos membros da banca examinadora, Prof. Dr. Valdemar Padilha Feltrin e a

Drª. Sirlei da Rosa, pelas críticas e sugestões que possa me estimular a busca da

perfeição.

Aos colegas de sala por anos decorridos os quais trarão saudades.

À Cooperativa Lar e Frimesa que foram os suportes de meus conhecimentos:

onde estagiei e trabalhei agregando conhecimento da teoria à prática.

À minha amiga Daiany que não esquecerei nunca, pela sua parceria,

amizade, e muito companheirismo. Obrigada amiga...

Aos professores que colaboraram ao conhecimento recebido, essa partilha foi

muito valiosa e acima de tudo suas amizades marcaram esse caminho.

À UTFPR, em especial a todos os professores (Tecnologia em Alimentos)

pela formação e aprendizado que me oportunizaram.

À todos que de uma forma ou de outra, contribuíram e incentivaram para a

conclusão deste trabalho, o meu muito obrigada! Pois mesmo não estando presente

nestas palavras, podem ter certeza que em meus pensamentos estarão.

O meu reconhecimento a todos que por algum motivo contribuíram para com

as pesquisas, e percurso do curso. Sem Deus e todos não teria chegado até aqui.

“A cura está ligada ao tempo e às vezes também as circunstâncias”.

(Hipócrates).

RESUMO

PIVOTTO, Lecina. Carotenóides: inovações e tendências em alimentos. 2011. 66 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnologia em Alimentos) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira, 2011.

No desenvolvimento de produtos alimentícios destaca-se a adição de ingredientes funcionais para potencializar o valor nutricional visando a redução e prevenção de doenças crônico-degenerativas. Neste contexto, incluem-se os carotenóides, uma classe de pigmentos naturais cuja cor pode variar do amarelo ao laranja e até vermelho. Estes compostos assumem importância não só pela sua ação corante como também antioxidante. Alguns carotenóides são denominados de próvitamínicos A e uma vez na dieta atuam sobre a deficiência de vitamina A. Diversas pesquisas destacaram e quantificaram os carotenóides em alimentos in natura e processados, e neste trabalho, exibem-se estudos de caso. Dessa forma verificaram-se avanços e inovações na aplicação destes na indústria de alimentos.

Palavras-chave: Pigmento. Alimento Funcional. Lácteos. Cárneos.

ABSTRACT

PIVOTTO, Lecina. Carotenoids: innovations and trends in food. 2011. 66 f. Completion of Course Work (Food Technology) – Graduate Program in Food Technology at Federal Technology University - Paraná. Medianeira, 2011.

On development of food products stands out the addition of functional ingredients to enhance the nutritional value aiming at the reduction and prevention of chronic degenerative. In this context, the carotenoids include a class of natural pigments whose color can range from yellow to orange and even red. These compounds are important not only for its antioxidant action as well as dye. Some carotenoids are called provitamin A and in the diet they work on the deficiency of vitamin A. several researches highlightd and quantified carotenoids in fresh and processed foods, and in this work, we showed some studies. Thus, there have been advances and innovations in the application of these in the food industry.

Keywords: Pigment. Functional Food. Dairy. Meat.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura química dos principais carotenóides.................................. 15

Figura 2 - Estrutura do β-caroteno..................................................................... 16

Figura 3 - Fórmula estrutural da molécula de isopreno..................................... 16

Figura 4 - Ciclização e formação da xantofilas.................................................. 18

Figura 5 - Formação do ácido mevalônico e do licopeno.................................. 19

Figura 6 - Principais isômeros cis do β-caroteno............................................... 20

Figura 7- Epoxicarotenóides derivados do β-caroteno...................................... 21

Figura 8- Apocarotenóides derivados do β-caroteno......................................... 22

Figura 9- Cromatografia em camada delgada de carotenóides........................ 23

Figura 10- Cromatografia Líquida de Alta Resolução (HPLC)........................... 24

Figura 11- Equação 1 e 2, processo químico, reações de adição..................... 27

Figura 12- Equação 3 demonstra a redução do ânion superóxido.................... 27

Figura 13- Estrutura química e clivagem do β-caroteno.................................... 29

Figura 14- Absorção metabólica de carotenóides............................................. 30

Figura 15- Degeneração macular...................................................................... 31

Figura 16- Patê de frango Enriquecido com Carotenóides pela adição da

Polpa de Cenoura e Polpa de Goiaba...............................................................

45

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 -Perfil espectral do teor de carotenóides totais presentes nas polpas de cenoura, goiaba e mix (cenoura+goiaba)...............................................

48

Gráfico 2 - Perfil espectral do teor de carotenóides totais presentes nos patês de frango elaborados com polpa de cenoura, goiaba e mix........................................

49

Gráfico 3 - Perfil espectral do teor de carotenóides totais presentes na polpa de cenoura e no patê de frango elaborado com polpa de cenoura...................................................................................................................

49

Gráfico 4 - Perfil espectral do teor de carotenóides totais presentes na polpa de goiaba e no patê de frango elaborado com polpa de goiaba....................................................................................................................

50

Gráfico 5 - Perfil espectral do teor de carotenóides totais presentes na polpa mix (cenoura+goiaba) e no patê de frango elaborado com polpa mix...........................................................................................................................

50

Gráfico 6 - Médias obtidas do teste de escala hedônica aplicado na análise sensorial dos patês de cenoura, goiaba e mix......................................................

51

Gráfico 7 - Índice de aceitabilidade calculado a partir das médias obtidas da análise sensorial dos patês de cenoura, goiaba e mix...........................................

51

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição (percentual do valor total) de carotenóides dietéticos, séricos e teciduais orais de pacientes com cânceres da cavidade oral e da orofaringe .............................................................................................................

38

Tabela 2 – Valores de ingestão alimentar diária de carotenóides de pacientes com cânceres da cavidade oral e da orofaringe.....................................................

39

Tabela 3 - Valores séricos de carotenóides de pacientes com cânceres da cavidade oral e da orofaringe................................................................................................

40

Tabela 4 - Conteúdo Total de Carotenóides encontrados nas polpas e nos produtos elaborados...............................................................................................

47

Tabela 5 - Mobilidade relativa (Rf) no extrato carotenóide de cada marca de pasta de tomate comercial.....................................................................................

53

Tabela 6 - Absorbância a diferentes concentrações de licopeno (padrão)............

53

Tabela 7 - Concentração de licopeno na pasta de tomate comercial B.................

54

Tabela 8- Efeito do tratamento térmico a 130ºC/72h no óleo de soja..................

56

Tabela 9 - Efeito do β-caroteno na formação de peróxidos (meq/kg) e de malonaldeido (10-8 moles/100µl) no óleo de soja mantido a 50ºC.........................

56

Tabela 10- Efeito do acetato de retinol na formação de peróxidos (meq/kg) e de malonaldeido (10-8 moles/100µL) no óleo de soja mantido a 50ºC........................

57

Tabela 11 - Efeito de 100 ppm do butilhidroxitolueno (BHT) na formação de peróxidos (meq/kg) e de malonaldeido (10-8 moles/100µL) no óleo de soja mantido a 50ºC.......................................................................................................

57

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11

2 OBJETIVOS...................................................................................................... 12

2.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................ 12

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................... 12

3 METODOLOGIA............................................................................................... 13

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 13

4.1 CAROTENÓIDES .......................................................................................... 13

4.2 BIOSSÍNTESE DE CAROTENÓIDES............................................................ 14

4.3 PROPRIEDADES .......................................................................................... 20

4.4 AÇÃO ANTIOXIDANTE.................................................................................. 26

4.5 LEGISLAÇÃO REFERENTE AOS CAROTENÓIDES................................... 28

5 FUNÇÕES E BENEFÍCIOS À SAÚDE........................................................... 29

6 ABRANGÊNCIA FUNCIONAL DOS CAROTENÓIDES................................ 33

7 PRODUTOS DIRECIONADOS A DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL................. 35

8 ESTUDOS DE CASO..................................................................................... 36

8.1 ESTUDO DA INFLUÊNCIA DOS CAROTENÓIDES ................................... 36

8.1.1 Ingestão Dietética Versus Concentrações Séricas..................................... 36

8.1.2 Iogurte com Adição de Luteína e Avaliação de Riboflavina........................ 41

8.1.3 Iogurte Sabor Goiaba.................................................................................. 44

8.1.4 Patê de Frango – Enriquecido com Carotenóides pela Adição da Polpa

de Cenoura e Polpa de Goiaba............................................................................

45

8.1.5 Avaliação do Licopeno em Pasta de Tomate Comercial ............................ 52

8.1.6 Avaliação Antioxidante em Óleo de soja..................................................... 55

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 56

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 59

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1 INTRODUÇÃO

A composição dos alimentos tem sido uma das principais causas do

consumo de alimentos, pois os seus valores nutricionais podem reduzir e/ou prevenir

doenças crônico-degenerativas auxiliando na longevidade de vida com qualidade.

A alternativa de incorporar os carotenóides na dieta se dá pela

suplementação, mas isto tem sido limitante devido aos resultados das pesquisas que

ainda não oferecem margem de segurança científica quanto à dosagem ingerida

correlacionada à toxicidade em diferentes organismos. Com isso favorece-se a

ingestão de alimentos com alto teor de carotenóides, na diversidade de frutas,

hortaliças e outros alimentos. A maioria das tabelas de composição de alimentos

informam dados nutricionais na forma in natura e, portanto, a obtenção da

composição de alimentos na forma em que são consumidos deve ser enfatizada.

Considerando a importância nutricional e suas propriedades físicas,

químicas, atividades biológicas e benefícios à saúde, os carotenóides são

investigados amplamente na área de alimentos.

Os carotenóides são os principais responsáveis pelos pigmentos coloridos de

alimentos sendo de grande importância alimentícia, pois influenciam na saúde

quando ingerido, uma vez que, o organismo humano não sintetiza essa classe de

compostos. Encontramos comumente no plasma humano -caroteno, -caroteno, -

criptoxantina, luteína, zeaxantina e licopeno. E, mesmo em produtos processados,

ainda encontramos teores importantes e significativos.

Ainda são encontrados em vegetais, animais, aves, crustáceos entre outros.

Os carotenóides abrangem dois grupos de acordo com suas estruturas químicas

(carotenos e xantofilas) e possuem várias classificações.

Na indústria de alimentos assumem grande aplicação como agentes

antioxidantes além da ação corante. Os carotenóides são altamente instáveis,

podendo ser perdidos durante o preparo, processamento e estocagem de alimentos.

Neste contexto, este trabalho destacará alguns estudos já realizados no

desenvolvimento de produtos considerando a presença de carotenóides, os avanços

e inovações alcançados na aplicação destes na indústria de alimentos.

12

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Realizar uma abordagem qualitativa, que busca o desenvolvimento e

produtos elaborados com carotenóides, e a sua importância na composição de

alimentos através de estudos de caso.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conceituar carotenóides quanto a síntese, caracterização, estrutura,

propriedades, legislação, funções e benefícios à saúde

Realizar um levantamento das fontes principais de alimentos in natura e

processados;

Verificar o processo industrial: as perdas de carotenóides pelo processamento

e armazenamento.

Apresentar produtos desenvolvidos direcionados a deficiência nutricional.

Relatar estudos de caso;

Considerar novos rumos para a pesquisa em carotenóides.

13

3 METODOLOGIA

O enfoque da pesquisa é qualitativo, uma vez que este permite ao

pesquisador ter um contato direto e interativo com o objeto de sua pesquisa,

ampliando a compreensão da realidade estudada.

Foram consultadas bases de dados de periódicos, bancos de teses e

dissertações, periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior

(Capes) e acervos das bibliotecas digitais.

As palavras chaves utilizadas para a busca bibliográfica foram: carotenóides,

licopeno, radicais livres e antioxidantes.

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 CAROTENÓIDES

Os carotenóides representam o grupo mais amplamente distribuído de

pigmentos naturais na natureza, com mais de 700 compostos já identificados, e

estão presentes em plantas superiores, micro-organismos e animais. Além de

pigmentos, estes compostos possuem ações anticarcinogênicas,

imunomoduladoras, preventivas das doenças cardiovasculares e da degeneração

macular relacionada à idade, e alguns podem ser precursores de vitamina A

(KRINSKY, 1994; MAYNE, 1996 apud MANDELLI; MERCADANTE, 2010).

A quantidade de compostos bioativos presentes naturalmente nos alimentos

varia de acordo com a espécie, maturidade, clima, práticas de cultivo, incidência

solar e região onde a planta foi cultivada, e no caso do licopeno, também varia de

acordo com o tratamento térmico a que foi submetido (RODRIGUEZ et al., 2006

apud PAES; VIOTTO, 2011).

Os carotenóides compõem a classe conhecida de antioxidantes naturais que

podem atuar como seqüestradores de radicais livres inibindo a propagação da

14

reação em cadeia tanto in vitro quanto in vivo (VANDENBERG et al., 2000 apud

SOUZA; TAVARES, 2008). Os efeitos sequestrantes de radicais são proporcionais

a quantidade de ligações duplas conjugadas, contidas nas moléculas dos

carotenóides que reagem com os radicais livres peróxidos e oxigênio. O mecanismo

pelo qual os carotenóides protegem os sistemas biológicos dos radicais depende da

transferência de energia do oxigênio excitado para a molécula do carotenóide, em

que a energia é dissipada por meio de rotações e vibrações do carotenóide no meio

solvente (STAHL, 1999 apud SHAMI; MOREIRA, 2004).

Carotenóides como o β-caroteno, licopeno, zeaxantina e luteína, exercem

funções antioxidantes em fases lipídicas, bloqueando os radicais livres que

danificam as membranas lipoprotéicas (SIES, 1995 apud SHAMI; MOREIRA, 2004).

A norbixina é um caroteno das sementes de urucum (Bixa orellana), utilizado pelos

índios como corante alimentar desde a antiguidade. Estudos demonstram que a

norbixina possui grande potencial antioxidante por ser capaz de seqüestrar os

radicais superóxidos e neutralizar o oxigênio singlete (DI MASCIO et al., 1990;

ZHAO et al.,1998 apud SOUZA; TAVARES, 2008).

Por outro lado, segundo Mandelli; Mercadante (2010) a produção de

carotenóides por processos biológicos apresenta várias razões que tornam este tipo

de abordagem muito atrativa, destacando-se a grande diversidade biológica para

produção destes pigmentos. A presença em vários alimentos estima grande

vantagem que facilita a ingestão dos mesmos em quantidades significativas.

4.2 BIOSSÍNTESE DE CAROTENÓIDES

Os carotenóides geralmente são compostos de 40 átomos de carbono, tendo

uma série de duplas ligações conjugadas, que constituem o cromóforo responsável

pela absorção de luz na região visível. Podem ser acíclicos ou ciclizados em uma ou

ambas as extremidades (PORCU; RODRIGUEZ – AMAYA, 2004).

15

Figura 1 – Estrutura química dos principais carotenóides Fonte: PORCU (2009)

De acordo com o tipo de carotenóides, surgem as várias cores características

de muitos alimentos, que podem variar desde o amarelo pálido até o vermelho

intenso.

Nos alimentos os carotenóides são tetraterpenóides C40 formados pela

união de oito unidades isoprenóides C5, exceto na posição central, onde a junção

ocorre no sentido cauda-cauda, invertendo assim a ordem e resultando numa

molécula simétrica como apresentado na Figura 3, podendo ser divididos em

carotenos, que são hidrocarbonetos, e seus derivados oxigenados, xantofilas ou

carotenóides oxigenados (NAGY; SHAW; VELDHUIS, 1977 apud PAES; VIOTTO,

2011).

A principal característica dos carotenóides é um sistema de ligações duplas

conjugadas, que corresponde ao cromóforo, e que permite a estes compostos

Licopeno

-Caroteno

-Caroteno

-Caroteno

16

absorver luz na região do visível, como pode ser observado na Figura 1 e 2, na

estrutura do β-caroteno, o qual possui 11 duplas ligações conjugadas.

Figura 2 - Estrutura do β-caroteno Fonte: MIKI (1991 apud SANTOS; MEIRELES, 2011)

Os grupos metila centrais estão separados por seis carbonos, ao passo que

os demais, por cinco. O sistema extenso de duplas ligações conjugadas

caracterizam maior destaque nestas moléculas. Este sistema é o cromóforo que

confere aos carotenóides as suas cores (RODRIGUEZ-AMAYA; KIMURA; AMAYA-

FARFAN, 2008 apud PAES; VIOTTO, 2011).

Figura 3 - Fórmula estrutural da molécula de isopreno

Fonte: GROSS (1987 apud PAES; VIOTTO, 2011).

O caminho biossintético pode ser resumido em: (1°) formação do ácido

mevalônico (MVA); (2°) formação de fitoeno; (3º) dessaturação; (4°) ciclização; (5º)

formação de xantofilas como mostra a Figura 4 (BRITTON, 1989; GODOI, 1989

apud PORCU; RODRIGUEZ-AMAYA, 2004).

17

Como primeira etapa ocorre à fusão de três moléculas de acetil-CoA para formar 3-hidroxi-3-metilglutaril-CoA (HMG-CoA) que é convertido por ação de HMG-CoA redutase a ácido mevalônico, que pode ser observada na figura 5. O ácido mevalônico é fosforilado sequencialmente pelas enzimas mevalonato quinase e depois por mevalonato-5-pirofosfato quinase, produzindo 5-mevalonato pirofosfato. Este composto sofre decarboxilação catalisada por pirofostomevalonato decarboxilase que requer adenosina trifosfato (ATP) e cátion divalente (Mn

+2). O ácido mevalônico dá origem ao

isopenil pirofosfato (IPP) que é o principal precursor de muitos compostos isoprenóides de cadeia longa (BRITTON, 1989; GODOI, 1989 apud PORCU; RODRIGUEZ-AMAYA, 2004 pag. 07).

As sequências de transformações bioquímicas citadas por (BRITTON, 1989; GODOI, 1989 apud PORCU,RODRIGUEZ-AMAYA).

Para iniciar a elongação da cadeia, o IPP (C5) é isomerizado ao seu isômero alílico, dimetilalil pirofosfato (DMAPP). A condensação de IPP e DMAPP leva a formação de uma molécula de 10 carbonos, geranil pirofosfato (GPP). Uma adição de IPP a GPP resulta em farnesil pirofosfato (FPP, C 15) que com outra adição de uma molécula de IPP origina geranil geranil pirofosfato (GGPP, C20 ). Por de GGPP surge o intermediário prefitoeno pirofosfato que por subseqüente eliminação do grupo pirofosfato e abstração específica de próton leva a formação de fitoeno (C40). Esta etapa é catalizada por fitoeno sintase (BRITTON, 1989; GODOI, 1989 apud PORCU; RODRIGUEZ - AMAYA, 2004 pag.07).

O fitoeno, incolor com três duplas ligações conjugadas, por uma série de

reações forma com a introdução sequêncial de duplas ligações: fitoflueno, β-

caroteno, neurosporeno e licopeno, com 11 duplas ligações conjugadas e coloração

vermelho intensa (PORCU; RODRIGUEZ-AMAYA, 2004).

18

Figura 4 - Ciclização e formação de xantofilas Fonte BRITTON, 1989; GODOI (1989 apud PORCU; RODRIGUÉZ-AMAYA, 2004)

19

Figura 5 - Formação do ácido mevalônico e do licopeno Fonte BRITTON, 1989; GODOI (1989 apud PORCU; RODRIGUÉZ-AMAYA, 2004)

20

4.3 PROPRIEDADES

A transformação mais comum que os carotenóides sofrem em alimentos é a

oxidação, reação esta que altera a cor e pode ser eliminada. Devido a instabilidade

ao pH e aquecimento dos alimentos, podendo ocorrer transformação dos trans-

carotenóides para a forma cis, o que resulta uma leve perda de cor (BOBBIO;

BOBBIO, 2001 apud PAES; VIOTTO, 2011). A Figura 6 apresenta alguns isômeros

do β-caroteno na forma cis.

A exposição dos alimentos à luz durante o processamento ou pelo uso de

embalagens transparentes é muitas vezes inevitável, podendo ocorrer perdas de

compostos fotossensíveis, como os carotenóides (BARBOSA; MERCADANTE,

2009).

Figura 6 - Principais isômeros cis do β-caroteno Fonte: RIBEIRO; BARRETO (2008)

As duplas ligações conjugadas na estrutura os tornam susceptíveis à ação da

luz acarretando perda da coloração original dos alimentos, devido à isomerização da

forma trans para cis, oxidação ou degradação a compostos incolores (PESEK;

WARTHESEN 1990; LEE; CHEN, 2002; AMAN et al., 2005; MELÉNDEZ-MARTINEZ

et al., 2004; MONTENEGRO et al., 2005 apud BARBOSA; MERCADANTE, 2009).

21

Os principais derivados da degradação de carotenóides são os

epoxicarotenóides (Figura 7), apocarotenóides (Figura 8) e compostos voláteis, que

apesar de terem sua atividade pró-vitamímica A muito reduzida, ainda podem ser

aproveitados como corantes alimentícios, no caso de alguns apocarotenóides, ou

como aromatizantes naturais, no caso dos compostos voláteis (RODRIGUEZ;

RODRIGUEZ-AMAYA, 2007; UENOJO et al, 2007 apud RIBEIRO; BARRETO,

2008).

Figura 7- Epoxicarotenóides derivados do β-caroteno Fonte: RIBEIRO; BARRETO (2008)

22

Figura 8 - Apocarotenóides derivados do β-caroteno

Fonte: RIBEIRO; BARRETO (2008)

Os carotenóides apresentam muitas possibilidades de ocorrência isomérica

geométrica (induzida por temperatura) e ótica. Para fins quantitativos, um extrato

organossolvente (clorofórmio; acetona; etanol) apresentando uma absorbância de

0,25 unidades de absorbância corresponde, aproximadamente, a uma concentração

de 1 mg de carotenóide / mL em função do coeficiente de extinção A1% 1cm= 2500

(FONTANA et al., 1997).

A determinação de carotenóides é uma análise inerentemente complexa

devido à existência de um grande número de carotenóides conhecidos de ocorrência

natural, suas composições de carotenóides nos alimentos diferem quali e

quantitativamente, as concentrações variam sobre uma faixa muito grande em um

alimento e as moléculas altamente insaturadas dos carotenóides são susceptíveis a

isomerização e oxidação (TAWATA; RODRIGUEZ – AMAYA, 2010).

Investigações em bioquímica e biologia molecular avançam no sentido de

isolar e caracterizar as enzimas responsáveis pela degradação de carotenóides

(UENOJO et al., 2007).

23

Condições brandas de processo e tempos curtos de reação tornam as

culturas livres de células promissoras para a produção de compostos de aroma

noroisoprenóides (UENOJO et al., 2007).

Com o advento da cromatografia gasosa e da cromatografia gasosa

acoplada à espectrometria de massas, o número de noroisoprenóides identificados

aumentou drasticamente durante as décadas de 60 a 80 (UENOJO et al., 2007).

Entre as metodologias alternativas para monitoramento do isolamento,

purificação e determinação quantitativa de carotenóides estão à cromatografia em

camada delgada (TLC) (Figura 9) acoplada a densitometria e a cromatografia líquida

de alta pressão ou performânce (HPLC ou CLAE) (figura 10) cujo limite de

sensibilidade se situa na faixa de 5 a 10 mg de carotenóide por litro. Um estudo

analítico realizado no LQBB-UFPR tem indicado que na levedura rósea-alaranjada

Xanthophyllomyces dendrorhous (antes Phaffiarhodozyma) a astaxantina varia de 27

% a 63 % dos carotenóides totais. Como pode observar na Figura 9, (TLC em

cromatoplaca de sílica gel 60 Merck) corrida com tolueno: acetato de etila: acetona

(85 : 8 : 7), inicialmente fotografada para as cores naturais (A) e depois nebulizada

com o reagente de p-anisaldeído: metanol : ácido sulfúrico (1 : 94 : 5) a quente (B)

para revelação de todos componentes lipídicos (FONTANA et al., 1997).

Figura 9 - Cromatografia em camada delgada de carotenóides Fonte: FONTANA et al (1997)

24

A figura 10 permite observar um cromatograma obtido por Cromatografia

Líquida de Alta Resolução (HPLC) em coluna Supelcosil LC-18 com solvente

isocrático acetonitrila: clorofórmio: metanol: água (60: 25: 10: 5,v/v/v) a 0,5 mL/min e

pressão de 650 psi. (Notar a dominância de astaxantina e de β-caroteno

respectivamente nos extratos organosolventes da levedura X. dendrohous e do

fungo P. blaskeleeanus).

Figura 10 – Cromatograma Fonte: FONTANA et al (1997)

Uma fração enzimática obtida de carambola foi testada quanto à clivagem de

β-caroteno. O maior produto de reação isolado foi a β-ionona, obtido da clivagem da

dupla ligação 9-10 (9’-10’). A importância da ação enzimática de carotenóides na

carambola está relacionada com o amadurecimento da fruta (FLEISCHAMANN et

al., apud UENOJO et al., 2007) citaram:

O produto extra-celular do fungo Lepista irina foi capaz de degradar eficientemente o β,β-caroteno gerando quatro compostos: β-ionona, β-ciclocitral, diidroactinidiolida e 2-hidróxi-2,6,6-trimetilciclohexanona. O β-apo-10’-carotenal foi identificado como produto de degradação não-volátil. A enzima chave (peroxidase) para a clivagem do β,β-caroteno foi caracterizada por possuir massa molecular de 50,5 kDa e ponto isoelétrico

25

de 3,75. A degradação mais rápida ocorreu a 34°C com pH entre 3,5 e 4. Esta peroxidase representa a primeira enzima microbiana com capacidade degradadora do carotenóide caracterizada molecularmente (ZORN, 2003 apud UENOJO et al., 2007 p. 622).

O avanço tecnológico e as metodologias se aprimoram na busca de métodos

que agreguem valor com pouco ou isento de resíduos químicos, como pode-se

observar conforme o método (LOPES FILHO; CABRAL, 2007) que cita:

Mendes et al. (1995) avaliaram a viabilidade da extração de carotenóides e lipídeos da microalga Chlorella vulgaris com CO2 supercrítico. Os resultados mostraram que extrações em altas pressões permitiam uma maior eficiência da extração no que diz respeito ao rendimento total e que pequenos aumentos na temperatura, a elevadas pressões, proporcionavam leves aumentos no rendimento. Enquanto que a baixas pressões a temperatura exercia um efeito oposto sobre o total de carotenóides extraído quando comparado à altas pressões ( LOPES FILHO; CABRAL, 2007 p. 21).

A tabela brasileira de composição de carotenóides em alimentos apresenta

os dados avaliados, dando ênfase especial aos carotenóides considerados

importantes à saúde humana. Essa disponibilidade de dados apresenta as melhores

médias atuais, sendo considerada a adequação de amostragem, preparo da amostra

analítica e método empregado. A análise exata dos carotenóides tem sido uma das

metas perseguidas durante anos, com objetivo de culminar no refino dos métodos

analíticos, identificação das fontes de erros e os meios adequados para evitá-los,

assim como na implantação de sistemas de garantia da qualidade (RODRIGUEZ-

AMAYA et al., 2008).

Entres os métodos analíticos citados em diversas literaturas, os mais

utilizados são as cromatografias: cromatografia de coluna aberta (CCA) e HPLC.

Segundo Domingos; Viotto (2010) a espectroscopia de fluorescência é um método

rápido, não destrutivo, com alta sensibilidade e especificidade, cada vez mais

utilizado em análise de carotenóides.

26

4.4 AÇÃO ANTIOXIDANTE

As lesões causadas pelos radicais livres nas células podem ser prevenidas

ou reduzidas por meio da atividade de antioxidantes, sendo estes encontrados em

muitos alimentos (PAPAS,1999 apud SHAMI; MOREIRA, 2004).

Ação Antioxidante de Carotenóides contra Radicais de oxigênio (ânion

superóxido e radical hidroxila) peróxido de hidrogênio e o oxigênio singlete, são

moléculas que podem ocasionar um estresse oxidativo que conduz a danos no

Ácido Desoxirribonucleico (DNA) e oxidação lipídica (MARTIN et al.,1999 apud RIOS

et al., 2009).

Os carotenóides são conhecidos como excelentes desativadores de

espécies reativas de oxigênio e seqüestradores de radicais livres (EDGE et al.,1997

apud RIOS et al., 2009). A desativação de oxigênio singlete ocorre através da

transferência de energia, podendo tal processo ser físico ou químico

(STRATTON,1993 apud RIOS et al., 2009).

A desativação física envolve a transferência de energética de excitação do

oxigênio singlete O2 (1∆g) para o carotenóide (1CAR), resultando em formação de

oxigênio no seu estado fundamental O2 (3Ʃ-g) e estado triplete excitado do

carotenóide (3CAR*). A energia do (1CAR*) é dissipada através de interações

rotacionais e vibracionais entre o carotenóide e o solvente, para recuperar o estado

fundamental do mesmo, sem ocorrer degradação (STHAL,1993 apud RIOS et al.,

2009). Em contraste com a desativação física (kq), a Figura 11 apresenta a Equação

1, o processo químico (kr) da Equação 2 que resulta em destruição do cromóforo e

na formação de produtos de oxidação com a possibilidade de reações de adição

(STRATTON,1993 apud RIOS et al., 2009).

27

Figura 11- Equação 1 e 2, processo químico, reações de adição Fonte: STRATTON (1993 apud RIOS et al., 2009)

Radicais de oxigênio, como por exemplo na Figura 12, o ânion superóxido

(O2-), pode ser reduzido pelo β-caroteno devido à capacidade do carotenóide em

doar elétrons para espécies reativas de oxigênio (Equação 3) (CONN et al., 2001

apud RIOS et al., 2009).

Figura 12 - Equação 3 demonstra a redução do ânion superóxido Fonte: STRATTON (1993 apud RIOS et al., 2009)

O número de ligações duplas conjugadas e a presença de grupos

substituintes no carotenóide são parâmetros eficientes para quantificar a capacidade

de desativação das espécies reativas. Comparação entre a estrutura e a capacidade

de desativação entre β-caroteno, licopeno e criptoxantina revelaram que a abertura

do anel β-ionona aumenta o potencial seqüestrante, como no caso do licopeno.

Substituições por grupos hidroxilas apresentam-se menos efetivos como

desativadores. Similarmente, grupos epóxidos e metílicos possuem menor efeito,

sugerindo que as propriedades dos carotenóides residem não apenas sobre o

comprimento do sistema conjugado de ligações duplas, mas também sobre os

grupos funcionais (HIROYAMA, 1994 apud RIOS et al., 2009).

Em humanos, assim como em plantas, acredita-se que a luteína apresenta

duas grandes funções protetoras: (1) como filtro de luz azul e (2), como inativador e

sequestrador de espécies reativas de oxigênio foto-induzidas (ALVES-RODRIGUES;

28

SHAO, 2004 apud DOMINGOS; VIOTTO, 2010). A luz azul (de comprimento de

onda de aproximadamente 450 nm) é a forma de luz visível de maior energia, e é

conhecida por induzir dano foto-oxidativo pela geração de espécies reativas de

oxigênio (DOMINGOS; VIOTTO, 2010).

4.5 LEGISLAÇÃO REFERENTE AOS CAROTENÓIDES

As alegações aprovadas relacionam a propriedade funcional e ou de saúde

de um nutriente ou não nutriente do alimento, conforme o item 3.3 da Resolução nº

18/1999 (ANVISA, 1999) . A mesma especifica a obrigatoriedade, quanto a extração

dos carotenóides ao consumo humano. No entanto, são classificados como

substâncias bioativas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 1999).

As substâncias bioativas estão associadas às propriedades funcionais dos

alimentos, que são capazes de fornecer benefícios fisiológicos adicionais, tais como

adiar o estabelecimento de doenças crônico-degenerativas e promover melhora da

qualidade e expectativa de vida, além de atender aos requerimentos nutricionais

básicos (COSTA et al., 2010b).

Segundo a ANVISA (1999) os carotenóides LICOPENO / LUTEÍNA /

ZEAXANTINA são reconhecidos pela legislação, porém é obrigatório a

especificação de Alegação: “O carotenóide tem ação antioxidante que protege as

células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado a uma

alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”. É exigido que se acrescente

os requisitos específicos: A quantidade de carotenóide, contida na porção do

produto pronto para consumo, deve ser declarada no rótulo, próximo à alegação.

No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e

similares, deve-se declarar a quantidade do carotenóide na recomendação diária do

produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Ainda

apresentar o processo detalhado de obtenção e padronização da substância,

incluindo solventes e outros compostos utilizados. Apresentar laudo com o teor do(s)

resíduo(s) do(s) solvente(s) utilizado(s). Apresentar laudo com o grau de pureza do

produto (BRASIL, 1999).

29

5 FUNÇÕES E BENEFÍCIOS À SAÚDE

O suprimento inadequado de vitaminas no Brasil, ainda enfrenta o problema

de carência de vitamina A, problema muito sério e principal responsável pela perda

de visão de parte da população.

Em praticamente todas as culturas, os alimentos sempre foram relacionados

com a saúde, não apenas porque a sua abundância ou escassez colocam em

questão a sobrevivência humana (CARNEIRO, 2005).

Os vegetais fornecem provitaminas A, como o β-caroteno e a β-criptoxantina,

que podem ser biologicamente transformadas em vitamina A em organismos animais

(PAHO, 2001 apud CAMPOS e ROSADO 2005). Como pode ser visualizado na

Figura 13, a estrutura e clivagem do β-caroteno à provitamínico A (AMBROSIO et

al., 2006). Sendo também, o mais distribuído em alimentos, como o menor ou como

o maior constituinte carotenogênico (RODRIGUEZ-AMAYA, 1993 apud CAMPOS;

ROSADO 2005).

Figura 13 - Estrutura química e clivagem do β-caroteno Fonte: AMBRÓSIO et al (2006)

30

A importância dos carotenóides não é somente atribuída à cor que eles

conferem a alguns vegetais, mas também aos benefícios à saúde que alguns destes

compostos apresentam bem como suas ações antioxidantes e imunomoduladoras

(SGARBIERI; PACHECO, 1999; RODRIGUEZ-AMAYA, 2002a; SANJINEZ

ARGANDOÑA, 2005 apud PAES, 2011). Estudos mostram que há relação entre o

aumento no consumo de alimentos ricos em carotenóides e a diminuição no risco de

várias doenças (OLSON, 1999; SGARBIERI; PACHECO, 1999; GARDNER et al.,

2000 apud PAES, 2011).

O consumo de lipídios, paralelo ao consumo de carotenóides, parece ser de

extrema importância para a absorção dos últimos (VAN, 2000 apud CAMPOS;

ROSADO 2005). Uma vez que os carotenóides são lipossolúveis e são absorvidos,

em geral, de maneira semelhante aos demais lipídios da dieta, eles necessitam da

formação de micelas na luz intestinal para garantir sua solubilização, e a presença

de fatores que interferem na formação das micelas podem influenciar na absorção

dos carotenóides (CAMPOS; ROSADO 2005). A figura 14, demonstra a absorção de

carotenóides.

Figura 14 - Absorção metabólica de carotenóide Fonte: (CONDE, 2011)

31

Os carotenóides estão presentes em alimentos com pigmentação amarela,

laranja ou vermelha (tomate, abóbora, pimentão, laranja). Seus principais

representantes são os carotenos, precursores da vitamina A e o licopeno (GAZZONI,

2003 apud MORAES; COLLA, 2006). As xantofilas são sintetizadas a partir dos

carotenos, por meio de reações de hidroxilação e epoxidação. O β-caroteno e o

licopeno são exemplos de carotenos, enquanto a luteína e a zeaxantina são

xantofilas. Entre os carotenóides, o β-caroteno é o mais abundante em alimentos e o

que apresenta a maior atividade de vitamina A. Tanto os carotenóides precursores

de vitamina A como os não precursores, como a luteína, a zeaxantina e o licopeno,

parecem apresentar ação protetora contra o câncer, inibição da proliferação celular,

aumento da diferenciação celular via retinóides, estimulação da comunicação entre

as células e aumento da resposta imune. O β-caroteno é um potente antioxidante

com ação protetora contra doenças cardiovasculares. A oxidação do LDL (low

density lipoprotein) é fator crucial para o desenvolvimento da aterosclerose e o β-

caroteno atua inibindo o processo de oxidação da lipoproteína. Estudos apontam

que a luteína e a zeaxantina, que são amplamente encontradas em vegetais verdes

escuros, parecem exercer uma ação protetora contra degeneração macular e

catarata (AMBRÓSIO, et al., 2006 apud MORAES; COLLA, 2006).

Figura 15 – Degeneração macular Fonte: www.google.imagens

32

A significância dos carotenóides não é somente devido às suas propriedades

corantes, como já foi evidenciado anteriormente, eles também são muito importantes

para a saúde. Estes compostos também desempenham importante papel nutricional

como precursores de vitamina A, além de outras ações, tais como proteção contra

alguns tipos de câncer, doenças cardiovasculares, cataratas, degeneração macular

e melhoria do sistema imunológico (GOUVEIA; EMPIS, 2003; ROBERT et al., 2003

apud SANTOS, 2011).

33

6 ABRANGÊNCIA FUNCIONAL DOS CAROTENÓIDES

O Comitê de Alimentos e Nutrição do Instituto de Medicina da FNB

(Federação Náutica de Brasília) define alimentos funcionais como qualquer alimento

ou ingrediente que possa proporcionar um benefício à saúde, e garante os nutrientes

tradicionais que eles contêm (HASLER, 1998 apud MORAES; COLLA, 2006).

O termo "alimento funcional" é tema de estudo e discussão por muitos

autores (LAJOLO; ANGELIS, 2001; ARAÚJO, 2005; MORAES; COLLA, 2006 apud

ZERAIK, 2010).

Os alimentos funcionais incluem os alimentos integrais, fortificados,

enriquecidos ou melhorados que causam efeitos potencialmente benéficos à saúde

quando consumidos regularmente como parte de uma dieta variada em níveis

efetivos (COSTA, 2003).

Os alimentos e ingredientes funcionais podem ser classificados de dois

modos: quanto à fonte, de origem vegetal ou animal, ou quanto aos benefícios que

oferecem, atuando em determinadas áreas do organismo: sistema gastrointestinal;

sistema cardiovascular; metabolismo de substratos; no crescimento, no

desenvolvimento e diferenciação celular; no comportamento das funções fisiológicas

e como antioxidantes (SOUZA et al., 2003 apud MORAES; COLLA, 2006).

Para Kruger; Mann (2003 apud Moraes; Colla 2006) definem os ingredientes

funcionais como um grupo de compostos que apresentam benefícios à saúde.

Alimentos funcionais são todos os alimentos que consumidos na alimentação

cotidiana, podem trazer benefícios fisiológicos específicos, graças à presença de

ingredientes fisiologicamente saudáveis (CÂNDIDO; CAMPOS, 2005 apud

MORAES; COLLA 2006). Os alimentos funcionais se caracterizam por oferecer

vários benefícios à saúde, além do valor nutritivo inerente à sua composição

química, pode ou deve desempenhar um papel potencialmente benéfico na redução

do risco de doenças crônico-degenerativas (NEUMANN, et al., 2000; TAIPINA, et al.,

2002, apud MORAES; COLLA, 2006).

Estes nutrientes devem ser ingeridos juntamente com o produto de sua

origem in natura ou processado, sendo estes alimentos considerados alimentos

funcionais. Devem ter adequado perfil de segurança, demonstrando a segurança

34

para o consumo humano. Não devem apresentar risco de toxicidade ou efeitos

adversos de drogas medicinais (BAGCHI, et al., 2004 apud MORAES; COLLA,

2006).

A busca por corantes alimentícios que atendam aos requisitos considerados

saudáveis aumenta gradualmente e para satisfazer o cliente, a substituição dos

corantes alimentícios sintéticos está sendo feita, na medida do possível, por

corantes naturais (MARCOLINO, 2008).

Os alimentos não são mais visualizados meramente como uma fonte de

saciar a fome. A dieta vem sendo reconhecida como primeira linha de defesa na

prevenção de diversas doenças não transmissíveis (HASLER, 2000 apud COSTA,

2003).

Os conteúdos de carotenóides podem diminuir durante o processamento e de

certa forma reduzir a funcionalidade. Como foram demonstrados os resultados de

Gonçalves; Menegalli (2010) após a secagem e durante o armazenamento de

carambola, a maior retenção de carotenóides foi obtida nas amostras revestidas com

pectina e suco de uva.

35

7 PRODUTOS DIRECIONADOS A DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL

Além do uso dos carotenóides como corantes para colorir os alimentos

incolores, realçar e uniformizar a cor de alguns produtos alimentícios e repor a cor

dos alimentos durante o processamento e armazenamento estes que também são

utilizados como aditivos em rações para aquicultura com o objetivo de promover a

pigmentação adequada de alguns animais, como exemplo, o uso de astaxantina na

ração de salmão e de camarão segundo Aksu; Eren (2007 apud Moraes; Colla 2006)

e, o uso de luteína e zeaxantina na pigmentação de gema de ovos de galinha

(ALCÂNTARA E SANCHEZ, 1999 apud MORAES; COLLA, 2006).

Os carotenóides podem ser produzidos biotecnologicamente mediante cultivo

de micro-organismos que expressam altas quantidades de carotenóides (BRENES;

SARDIVAR, 2003). Mediante a engenharia genética se desenvolveu o denominado

arroz dourado rico em carotenóides, com o objetivo de combate a cegueira

endêmica nas zonas subdesenvolvidas do continente Asiático (NASH, 2000 apud

BRENES; SARDIVAR, 2003).

Os pesquisadores suíços introduziram no genoma do arrroz, genes

produtores de β-caroteno (provitamina A) procedente de uma flor. Os genes foram

introduzidos mediante o uso de Erwinia uredora. Os genes produtores e promotores

foram insertados em plásmidios que ocorre dentro da bactéria Agrobacterium

tumefacies que foram cultivadas in vitro junto com o embrião do cereal (BRENES;

SARDIVAR, 2003). O consumo de arroz pode beneficiar quando milhares de

crianças morrem anualmente por debilidade e carência de vitamina A e mais de mil

crianças desenvolvem cegueira permanente (BRENES; SARDIVAR, 2003).

Nessa mesma linha de desenvolvimento de produtos alimentícios foram

citados estudos de caso visando avaliação dos resultados alcançados.

36

8 ESTUDOS DE CASO

A ingestão dos alimentos é a principal fonte dos nutrientes essenciais ao

organismo, por isso a importância das avaliações no contexto geral. As

interferências na biodisponibilidade são consideráveis, diante das dietas que atuam

na prevenção. No entanto se faz necessário avaliar o consumo, a disposição e a

quantidade, selecionar os alimentos saudáveis e agregar tecnologias e métodos

para enriquecer o consumo, caracterizar considerável elevação de teores da

composição de alimentos.

8.1 ESTUDO DA INFLUÊNCIA DOS CAROTENÓIDES

8.1.1 Ingestão Dietética Versus Concentrações Séricas

Maio et al.,(2009) estudou as características de um grupo de pacientes com

carcinoma epidermóide da cavidade oral e da orofaringe quanto à ingestão alimentar

e às concentrações dos carotenóides no soro e nos tecidos (normal e neoplásico).

Descreveram o estado nutricional deste grupo relacionado aos carotenóides.

Os autores realizaram um estudo transversal, foram incluídos 48 pacientes

com cânceres da cavidade oral e da orofaringe atendidos pelo Serviço de Cirurgia

de Cabeça e Pescoço do Hospital Amaral Carvalho em Jaú (SP). Os dados foram

coletados no período de maio de 2001 a novembro de 2002. A participação

voluntária dos pacientes no estudo, com obtenção do consentimento de todos (MAIO

et al., 2009).

A pesquisa foi conduzida após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP (Ofício n°234/2000), em obediência

à Resolução 196/96 sobre “Pesquisa envolvendo Seres Humanos”, do Conselho de

Saúde do Ministério da Saúde. Todos os pacientes participantes do estudo

37

realizaram avaliação laboratorial geral. Os critérios de exclusão foram considerados:

presença concomitante de insuficiência renal crônica terminal, cardiopatia,

hepatopatia e pneumopatia grave, glicemia de jejum ≥126 mg/dL e pacientes em uso

recente de polivitamínicos. Dos pacientes estudados, 37 foram do sexo masculino e

11, do feminino. A faixa etária foi de 39 a 77 anos, sendo a média 56 anos de idade

e comparação ao consumo de fumo e álcool (MAIO et al., 2009).

Para avaliação da ingestão alimentar habitual, individual no período de seis

meses, utilizaram o questionário de frequência alimentar quantitativo (QFAq). O

QFAq é uma modificação existente do Questionário de Frequência Alimentar (QFA),

utilizado para avaliar a ingestão habitual de grupos específicos de alimentos, no qual

o indivíduo relata a quantidade dos alimentos ingeridos para definir o tamanho das

porções (MAIO et al., 2009).

Os dados foram convertidos em quantidades de consumo diárias

(gramas/dia do alimento) para avaliar à análise da ingestão alimentar, que foi feita

usando o cálculo: da quantidade diária de licopeno (Li), luteína/zeaxantina (L/Z), β-

criptoxantina (BCr), α-caroteno (AC), β-caroteno (BC), e total dos carotenóides (TC).

A ingestão total de carotenóides foi obtida pela soma das ingestões dos

carotenóides individuais (Li+L/Z+BCr+AC+BC). A estimativa da ingestão de

carotenóides foi baseada em dados brasileiros de composição alimentar para a

maioria dos alimentos (MAIO, 2005 apud MAIO et al., 2009).

A comparação da proporção de carotenóides individuais na dieta, no soro e

nos tecidos orais dos pacientes estudados é demonstrada na Tabela 1. O licopeno

predominou na dieta e no soro, enquanto a luteína/zeaxantina foi o segundo

carotenóide no soro e o terceiro na dieta. Nos tecidos, a luteína/zeaxantina

representou 64 % – 65 % dos carotenóides totais no tecido oral. Não foram

encontradas diferenciações estatísticas entre as proporções de licopeno e

luteína/zeaxantina presentes no soro e nos tecidos (MAIO et al., 2009). Também não

foram verificadas diferenças estatísticas significantes entre as proporções de

licopeno e β-caroteno na dieta (Tabela 1). Quanto à distribuição dos carotenóides,

no tecido oral, não foram verificadas diferenças estatísticas entre os carotenóides

predominantes no tecido normal (luteína/zeaxantina 64 % e licopeno 25 %) e no

tecido neoplásico (luteína/zeaxantina 65 % versus licopeno 26 %) (Tabela 1). Este

resultado sugeriu que há maior consumo no tecido, visando à proteção antioxidante,

38

ou menor taxa de captação tecidual de licopeno, ou captação seletiva ou acúmulo de

luteína/zeaxantina no tecido (EL-SOHEMY et al. 2002; PAIVA, 1999 apud MAIO et

al., 2009).

Tabela 1- Composição (percentual do valor total) de carotenóides dietéticos, séricos e

teciduais orais de pacientes com cânceres da cavidade oral e da orofaringe

Dieta* (n=46)

Soro* (n=46)

Tecido normal* (n=46)

Tecido neoplásico* (n=46)

Li 53 (33-65)c 45 (36-55)b 25 (18-33)b 26 (20-36)b

L/Z 14 (7-22)b 28 (21-38)b 64 (52-73)b 65 (49-72)b

BCr 2 (1-7)a 9 (4-16)a 3 (0,3-8)a 3 (0-6)a

AC 3 (1-7)a 4 (2-6)c 0 (0-3)a 0 (0-4)a

BC 26 (18-36)bc 7 (5-12)a 3 (1-50a 3 (1-4)a

Li=licopeno; L/Z=luteína e zeaxantina; BCr=β-criptoxantina; AC=α-caroteno; BC=β-caroteno *Os dados foram expressos como porcentagem (mediana) do total de carotenóides; números em parênteses representam os percentis 25 e 75. Testes estatísticos usados: Kruskal-Wallis (mediana); comparações das proporções de carotenóides em cada grupo (dieta, soro e tecidos): método de Dunn [letras diferentes mostram diferenças significativas (P>0,05)] Obs.: n=46, uma vez que ocorreram perdas de amostras: uma de tecido normal e uma de tecido neoplásico de pacientes diferentes. Fonte: MAIO et al., (2009)

O World Cancer Research Fund/American Institute for Cancer Research,

1997 apud MAIO (2009) recomenda que nível prudente para a prevenção do câncer,

aproximadamente 9.000 a 18.000 mg/dia de carotenóides dietéticos (WORLD

CANCER RESEARCH FUND, 1997 apud MAIO 2009). No estudo, o grupo de

pacientes apresentou valor mediano de ingestão total de carotenóides inferior à

recomendação (3.859 mg/dia). Em relação ao licopeno, o valor de 35.000 mg/dia é

sugerido como ingestão média diária apropriada deste nutriente para proteção

antioxidante (MAIO, 2005 apud MAIO et al., 2009). Com base neste nível, os valores

de ingestão de licopeno foram inferiores (MAIO et al., 2009).

Por outro lado, o estudo amplo do United States Third National Health and

Nutrition Examination Survey (NHANES III) (1988-1994; Institute of Medicine, 2008

apud Maio et al., 2009) tem sido utilizado como dado populacional de referência para

o consumo de carotenóides. Sendo assim, os valores de ingestão verificados no

39

presente estudo são menores dos que os valores médios relatados pelo NHANES III

(Tabela 2). A ingestão alimentar diminuída de carotenóides pode estar associada à

própria doença, por interferência na mastigação e deglutição dos alimentos, bem

como pela anorexia (MAIO et al., 2000 apud MAIO et al., 2009). Outro fator que

pode ter contribuído para a reduzida ingestão de carotenóides é a má qualidade da

dieta entre os alcoolistas crônicos e indivíduos fumantes. Os valores médios e

desvios-padrão ou as medianas e os percentis 25 e 75 da ingestão habitual diária

(mg/dia) de carotenóides são apresentados na Tabela 2. Os valores de ingestão

habitual de carotenóides foram menores do que os valores de ingestão da

população no estudo do NHANES III. Não foram observadas diferenças significativas

entre as ingestões dos carotenóides entre os pacientes do sexo masculino e

feminino (MAIO et al., 2009).

Tabela 2 – Valores de ingestão alimentar diária de carotenóides de pacientes com cânceres da

cavidade oral e da orofaringe

Variáveis (MG/dia)

Resultados Valores médios*

De referência NHANES III

(mg/dia Homens (n=37)

Mulheres

(n=11)

Total

(n=48)

Li

2.023 (1.032–2.823)

2.500±2.064 1.994 (1.144–3.114) 9.378

L/Z 446 (252–786)

713±488 508 (269–848) 1.719

BCr 83 (19–326) 93 (42–244) 78 (17–288) 145

AC

107 (47–271)

93 (42–244)

102 (47–265) -

BC 1.279±1.016

1.602±1.059 1.345±1.013 1.985

TC

3.469 (2.371–6.728)

5.139±3.526 3.859 (2.565–7.266) -

Os valores são apresentados na forma de médias e desvios-padrão, e medianas e percentis 25 e 75. Li=licopeno; L/Z=luteína e zeaxantina; BCr= β-criptoxantina; AC=α-caroteno; BC=β-caroteno; TC=total dos carotenóides (Li+L/Z+BCr+AC+BC); - = sem dado. *Valores médios (ingestão habitual) de todos indivíduos, independente do sexo e da faixa etária (NHANES III, 1988-1994); Fonte: Institute of Medicine (IOM, 2000 apud MAIO et al., (2009)

40

Os valores médios e desvios-padrão ou medianos (percentis 25 e 75) das

concentrações séricas (µmol/L) dos carotenóides estão apresentados na Tabela 3.

Os carotenóides presentes em maiores concentrações no soro foram o licopeno e a

luteína/zeaxantina. Não foram observadas diferenças significativas entre as

concentrações séricas dos carotenóides entre os pacientes do sexo masculino e

feminino:

Tabela 3 - Valores séricos de carotenóides de pacientes com cânceres da cavidade oral e da orofaringe

Variáveis

(µmol/L)

Resultados Valores médios* De referência NHANES III

(µmol/L)

Homens (n=37)

Mulheres

(n=11)

Total

(n=48)

Li 0,56±0,31 0,48±0,33 0,54±0,32 0,44

L/Z 0,31(0,28–0,35) 0,33±0,05 0,31 (0,28–0,36) 0,37

BCr 0,09 (0,04–0,16) 0,08 (0,06–0,13) 0,09 (0,05–0,16) 0,17

AC 0,04 (0,02–0,06) 0,06±0,05 0,04 (0,02–0,07) 0,09

BC 0,07 (0,05–0,10) 0,21±0,21 0,09 (0,05–0,13) 0,35

Os valores são apresentados na forma de médias e desvios-padrão, e medianas e percentis 25 e 75. Li=licopeno; L/Z=luteína e zeaxantina; BCr=β-criptoxantina; AC=α-caroteno; BC=β-caroteno. *Valores médios de todos indivíduos, independente do sexo e da faixa etária (NHANESIII, 1988-1994) transformados de mg/dLpara µmol/L; Fonte: INSTITUTE OF MEDICINE (IOM) 2000 apud MAIO et al., (2009)

As relações de consumo entre fumo, álcool e carotenóides podem refletir o

efeito específico sobre os carotenóides, o próprio padrão alimentar do indivíduo, ou

a combinação destes fatores (MAYNE, 1999 apud Maio et al.,2009).

Esses níveis de valores das correlações entre os valores da ingestão e as

concentrações séricas de carotenóides podem depender da influência de vários

fatores, como a variação da biodisponibilidade entre as fontes alimentares de

carotenóides, a diferença de absorção devida à composição da dieta e a estimativa

41

errônea da ingestão alimentar (INSTITUTE OF MEDICINE, 2008 apud MAIO et al.,

2009).

8.1.2 Iogurte com Adição de Luteína e Avaliação de Riboflavina

O leite e seus derivados constituem-se em uma das melhores fontes de

cálcio, vitaminas, e proteínas, com inúmeras funções no organismo. As tendências

representadas pelo aumento na proporção de idosos na população e pela busca por

hábitos alimentares mais saudáveis (DOMINGOS; VIOTTO, 2010) destacam os

produtos lácteos entre os mais consumidos.

Os produtos lácteos vêm sendo um dos principais veículos para a adição de

substâncias benéficas à saúde (DOMINGOS; VIOTTO, 2010). No Brasil, o iogurte

foi o produto que vem crescendo em consumo no ano de 2007, com aumento de

32% das vendas em relação a 2006 (NECNETWORK, 2008 apud DOMINGOS;

VIOTTO, 2010). Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado

de São Paulo (FIESP) e Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE,

2010) indica que o iogurte é o produto que mais desperta o desejo no consumidor

quando lançado no mercado, à frente dos demais produtos.

A adição de luteína nos alimentos apresenta funcionalidades específicas

com as devidas alegações estimadas pela legislação. Em humanos, assim como em

plantas, acredita-se que a luteína apresenta grandes funções protetoras (ALVES;

RODRIGUES; SHAO, 2004 apud DOMINGOS; VIOTTO, 2010). Estudos mostraram

que o consumo de luteína é inversamente proporcional ao risco de doenças

oculares, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) (SEDDON et al.,

1994 apud DOMINGOS; VIOTTO, 2010). Além disso, alguns estudos indicam que a

luteína pode contribuir para redução do risco de aterosclerose (MARES-PERLMAN

et al., 2002 apud DOMINGOS, 2010) e manutenção da saúde da pele, uma vez que

reduz danos provocados pela incidência de luz Ultra violeta (UV) (CHEN et al., 2002

apud DOMINGOS; VIOTTO, 2010).

Entretanto, a absorção da luteína e da zeaxantina pelo organismo relaciona-

se com o conteúdo de lipídios presentes na dieta. Em estudo de (ROODENBURG et

42

al., apud DOMINGOS; VIOTTO, 2010). O iogurte é definido como produto resultante

da fermentação do leite viabilizada pela cultura inicial mista composta por

Streptococcus salivarius subsp thermophilus e do Lactobacillus delbruechii subsp

bulgaricus. Caracteriza-se por ser um gel viscoso e por apresentar sabor

característico (TAMIME; DEETH, 1980 apud DOMINGOS; VIOTTO, 2010).

O sabor característico do iogurte é resultante da ação simbiótica das culturas

lácteas, as quais levam à produção de ácido lático, acetaldeído, diacetil, ácido

acético dentre outras substâncias voláteis. O Streptococcus thermophilus promove o

crescimento do Lactobacillus bulgaricus, o qual remove o oxigênio e promove

liberação de substâncias estimulantes para o Streptococcus, como glicina e histidina

provenientes da degradação das proteínas do leite (TAMIME; ROBINSON, 1999

apud DOMINGOS; VIOTTO, 2010).

Os produtos lácteos são sensíveis à foto-oxidação devido à presença de

riboflavina (vitamina B2) que é forte sintetizador e é capaz de absorver luz e emitir

fluorescência (emissão máxima em aproximadamente 525 nm), e transferir essa

energia para formar espécies altamente reativas de oxigênio, como o oxigênio

singlete e radicais livres (DOMINGOS; VIOTTO, 2010).

Os autores relataram que a iluminação e a alta temperatura promoveram a

degradação da luteína, enquanto que a estocagem em freezer manteve a

concentração de luteína praticamente inalterada.

Durante o processo de fermentação utilizado em alguns alimentos ocorre

diminuição do pH, o que não afetou a concentração de luteína (MINGUEZ-

MOSQUERA ; GALLARDO-GUERRERO, 1995 apud DOMINGOS; VIOTTO, 2010).

O tratamento térmico apresenta importância nos produtos in natura, onde

após a aplicação de temperatura elevada, a luteína fica mais disponível. Até o

momento, poucos estudos sobre a adição de luteína em produtos lácteos foram

encontrados (DOMINGOS; VIOTTO, 2010).

Jones et al. (2005 apud Domingos; Viotto, 2010) estudaram a estabilidade

da luteína durante a maturação de queijo Cheddar. As amostras tinham diferentes

concentrações de luteína: 1, 3 e 6 mg/28 g (porção de queijo), foram acondicionadas

em embalagens a vácuo e maturadas durante 24 dias a 4,5°C, ao abrigo da luz.

Foram analisados a cor, o pH, a contagem microbiana, as características sensoriais

e a estabilidade durante o processo de maturação. Os atributos de cor diferiram

43

significativamente entre as amostras adicionadas de luteína e o controle. Em relação

às características sensoriais, foram relatados que os queijos adicionados de luteína

apresentaram um sabor amargo, mas não diferiram quanto à textura e aparência. A

quantificação de luteína durante o período de estocagem mostrou que não houve

degradação de luteína.

Aryana et al. (2006 apud Domingos; Viotto, 2010, 2010) verificaram a

estabilidade da luteína adicionada em iogurte de morango. Foram adicionadas

concentrações de 0,5; 1,5; e 3,0 mg por 170 g de iogurte, e os parâmetros

analisados foram pH, sinérese, viscosidade, cor, contagem microbiana,

características sensoriais, e quantificação da luteína durante 5 semanas a 5°C. Os

resultados mostraram que a luteína não afetou os parâmetros anteriormente

descritos. Entretanto houve diminuição de aproximadamente 10% da concentração

de luteína durante o período de estocagem refrigerada. Essa diminuição da luteína

foi mais acentuada principalmente na quinta semana.

Em um estudo realizado com cream cheese, Tokusoglu (2008 apud

Domingos; Viotto, 2010) adicionou 0,5; 0,75; 1,5 e 3,0 mg de luteína para cada

porção de 170g. De forma semelhante aos trabalhos citados acima, os parâmetros

analisados durante 6 semanas de estocagem refrigerada foram estabilidade da

luteína, pH, sinérese, cor, viscosidade, contagem microbiana e características

sensoriais. Os resultados mostraram que as amostras adicionadas da maior

quantidade de luteína apresentaram diferença significativa em relação ao parâmetro

de cor, o conteúdo de luteína se apresentou inalterado durante o período estudado.

Segundo Domingos; Viotto, 2010, a partir dos estudos citados acima, é

possível afirmar que até o momento não há pesquisas que avaliam a interação entre

a luteína e a foto-oxidação que ocorre em produtos lácteos durante estocagem

refrigerada na presença de luz ou em condições similares às encontradas no

supermercado em decorrência da ação da riboflavina sintetizada pela luz.

44

8.1.3 Iogurte Sabor Goiaba

Diante da importância de uma dieta a base de frutas e a tendência cada vez

maior de se consumir alimentos processados, como por exemplo derivados lácteos,

desenvolveu-se um iogurte contendo licopeno como carotenóide majoritário

(PORCU, 2009).

Porcu (2004) elaborou duas formulações, designadas de Formulação A (iogurte

produzido de forma convencional) e Formulação B (iogurte produzido do tipo

“congelado”). A preferência sensorial foi de 86 % para o iogurte convencional,

enquanto que o iogurte obtido pelo processo congelado obteve 75 %. Esta

formulação preferida (A) foi analisada quanto ao teor de carotenóides totais através

de dois procedimentos analíticos: (a) com saponificação, (b) sem saponificação. Os

teores encontrados para o extrato saponificado e não saponificado foram de 2,7 µg/g

e 3,0 µg/g, respectivamente. A formulação convencional foi novamente elaborada

utilizando-se polpa de goiaba industrializada. O produto de formulação A reduziu os

níveis de carotenóides totais de 5,7 ± 0,1 g/g para 5,2 ± 0,2 g/g, enquanto que a

formulação B reduziu de 3,8 ± 0,1 g/g para 1,7 ± 0,1 g/g após um período de 15

dias. O produto de formulação A apresentou conteúdo total de carotenóides duas

vezes maior que a B (PORCU, 2009).

A análise sensorial forneceu nota de 6,5 ± 1,3 para cor; 7,1 ± 2,1 para sabor e

7,5 ± 2,1 para textura, de acordo com a escala hedônica aplicada a 30 julgadores

não treinados. Os atributos foram um valor médio igual a 7,0, o que pode ser

considerado dentro do índice de aceitabilidade esperado para o produto alimentício.

Para melhoria do produto alguns ajustes tecnológicos foram sugeridos tais como a

cor poderia ser realçada com o acréscimo de um corante ou com a adição de maior

proporção de polpa de goiaba, e consequente melhoria do sabor (PORCU, 2009).

45

8.1.4 Patê de Frango – Enriquecido com Carotenóides pela Adição da

Polpa de Cenoura e Polpa de Goiaba

Para Giraldi et al., (2007 apud Porcu, 2009) a carne de aves ou frango, assim

como seus produtos processados, se destaca por ser uma das mais consumidas

pela população brasileira, principalmente por se tratar de um alimento de ótima

qualidade nutricional. É uma carne rica em proteínas de alto valor biológico e

também fonte importante de energia e de outros nutrientes como vitaminas, minerais

e lipídios. Apresenta quantidade considerável de ferro e vitaminas do complexo B,

em especial niacina (músculo escuro) e riboflavina (músculo claro). Seus músculos

apresentam baixos teores de gordura, já a pele é rica em colesterol e seu consumo

deve ser limitado.

Entretanto, toda essa qualidade nutricional da carne de aves não faz dos

produtos derivados da carne de frango um produto funcional, apenas saudável

GIRALDI et al., (2007 apud PORCU, 2009).

É necessária a incorporação de ingredientes que possuam nutrientes

essenciais, capazes de atuar beneficamente no organismo humano, para que este

seja considerado como um alimento funcional (GIRALDI; PORCU, 2007).

Figura 16 – Patê de frango enriquecido com carotenóides pela adição da polpa de cenoura e polpa de goiaba

Fonte: GIRALDI et al.; PORCU (2007)

46

No Brasil, entre os produtos mais consumidos, derivados de carne de aves,

estão os produtos emulsionados também denominados de produtos curados de

massa fina, como por exemplo, os patês. Atualmente os consumidores têm se

preocupado muito com a qualidade dos alimentos por eles consumidos e cada vez

mais exigentes e a procura de produtos saudáveis a fim de alcançar uma boa

qualidade de vida (GIRALDI; PORCU, 2007 apud PORCU, 2009).

Buscando atender a demanda do mercado e seguindo as novas tendências

do setor alimentício, ocorre a necessidade de inovações no setor de tecnologia de

carnes, tais como a fabricação de produtos cárneos funcionais. Portanto, neste

trabalho de Giraldi et al (2007) foi proposto a elaboração de um patê de peito de

frango, adicionado de polpa de cenoura, outro de polpa de goiaba, bem como a

mistura das mesmas, que traz a combinação de uma carne rica em nutrientes com

vegetais que naturalmente apresentam propriedades funcionais benéficas à saúde.

Procedeu-se a elaboração das formulações baseando-se na Portaria Nº1004

(BRASIL 1998) e no Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Patê

(BRASIL, 2000). As formulações tradicionais de Patê de peito de frango de acordo

com a legislação foram adicionadas 25 % de polpa de cenoura, goiaba 25 % e o mix

(cenoura e goiaba) 25 %respectivamente (GIRALDI; PORCU, 2007 apud PORCU,

2009).

A Tabela 4 apresenta os teores totais de carotenóides presentes nas polpas

de cenoura, goiaba e mix e em seus respectivos patês.

Esse teor indica o caráter funcional que os patês elaborados apresentam. No

caso do patê constituído de polpa de cenoura, este tem como carotenóide

majoritário o β-caroteno. Considerando o patê formulado com polpa de goiaba, este

apresenta o licopeno como carotenóide principal, sendo a concentração de

carotenóides totais dos mesmos, calculados em função de seu pigmento majoritário

(GIRALDI; PORCU, 2007 apud PORCU, 2009).

Analisando o patê produzido com adição de polpa mix na proporção de 1:1

(cenoura: goiaba) temos neste produto a viabilização da presença dos dois

carotenóides (β-caroteno e licopeno), os quais são abundantemente citados em

literatura pela ação benéfica à saúde (GIRALDI; PORCU, 2007 apud PORCU, 2009).

Nos resultados obtidos observou-se que houve diferença nos teores de

carotenóides totais entre a polpa e o produto. A polpa de cenoura durante sua

47

elaboração sofreu um processo de cocção durante cerca de 40 minutos à

temperatura de 100 ºC. No processo de industrialização do patê de cenoura e mix,

estes sofreram um novo cozimento até atingir 72 ºC internamente (GIRALDI;

PORCU, 2007 apud PORCU, 2009).

Apesar do cozimento proporcionar um aumento na disponibilidade dos

carotenóides por provocar um rompimento inicial do tecido celular do alimento,

observou-se no presente trabalho que condições extremas de tempo e temperatura

causaram a diminuição ou degradação do teor dos carotenóides totais tanto para o

patê de cenoura (25,90 µg/g de β-Caroteno) quanto para o patê mix (27,00 de

licopeno e 34,55 µg/g de β-Caroteno) em relação as suas polpas (GIRALDI;

PORCU, 2007 apud PORCU, 2009).

O patê de goiaba passou pelo mesmo processo de industrialização que os

demais patês, porém sofreu apenas uma etapa de cocção. No entanto, também

apresentou diminuição no seu teor de carotenóides totais (14,17 µg/g de licopeno).

O decréscimo pode ser decorrente da adição de outros ingredientes, o que leva a

uma diluição desse constituinte presente no produto a uma concentração de apenas

25 %, a qual verifica-se também para os demais patês (GIRALDI; PORCU, 2007

apud PORCU, 2009).

De maneira geral os maiores conteúdos de licopeno e β-Caroteno foram

encontrados no patê mix com 27,00 µg/g e 34,55 µg/g de carotenóides totais,

respectivamente.

Tabela 4 - Conteúdo Total de Carotenóides encontrados nas polpas e nos produtos elaborados

Amostras Carotenóide

majoritários

Carotenóides

Totais (µg/g)

Polpa de Cenoura β-Caroteno 64,96

*Patê de Cenoura β-Caroteno 25,90 + 7,49

Polpa de Goiaba Licopeno 60,61

*Patê de Goiaba Licopeno 14,17 + 4,27

Polpa Mix (goiaba + cenoura) Licopeno

β-Caroteno

51,96

61,93

48

Tabela 4 - Conteúdo Total de Carotenóides encontrados nas polpas e nos produtos elaborados

continua

Amostras Carotenóide

majoritários

Carotenóides

Totais (µg/g)

*Patê Mix (goiaba + cenoura) Licopeno

β-Caroteno

27,00 + 1,12

34,55 + 1,49

* Os resultados expressam a média e o desvio padrão de duas repetições. Fonte: GIRALDI; PORCU (2007 apud PORCU, 2009)

Nos gráficos 1, 2, e 3 estão ilustrados o perfis espectrais do teor de

carotenóides totais obtidos das polpas e dos patês elaborados, na faixa de 300 a

600 nm. No gráfico 4 e 5 podem ser observados os teores comparativos de

carotenóides totais presentes nas polpas e em seus respectivos patês(GIRALDI;

PORCU, 2007 apud PORCU, 2009).

Gráfico 1 - Perfil espectral do teor de carotenóides totais presentes nas polpas de cenoura, goiaba e mix (cenoura+goiaba) Fonte: GIRALDI; PORCU (2007 apud PORCU, 2009)

TEOR DE CAROTENÓIDES TOTAIS PRESENTES NAS

POLPAS DE CENOURA, GOIABA E MIX

-0,1

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

COMPRIMENTO DE ONDA (ג)

AB

SO

RB

ÂN

CIA

( n

m)

-0,1

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

POLPA DE CENOURA POLPA DE GOIABA POLPA MIX

600 450 300

49

Gráfico 2 - Perfil espectral do teor de carotenóides totais presentes nos patês De frango elaborados com polpa de cenoura, goiaba e mix

Fonte: GIRALDI; PORCU (2007 apud PORCU, 2009)

Gráfico 3 - Perfil espectral do teor de carotenóides totais presentes na polpa de cenoura e no patê de frango elaborado com polpa de cenoura Fonte: GIRALDI; PORCU (2007 apud PORCU, 2009)

TEOR DE CAROTENÓIDES TOTAIS PRESENTES NOS

PATÊS DE CENOURA, GOIABA E MIX

-0,15

-0,1

-0,05

0

0,05

0,1

0,15

0,2

COMPRIMENTO DE ONDA (ג)

AB

SO

RB

ÂN

CIA

(n

m)

-0,15

-0,1

-0,05

0

0,05

0,1

0,15

0,2

PATÊ DE CENOURA PATÊ DE GOIABA PATÊ MIX

600 450 300

COMPARAÇÃO DO TEOR DE CAROTENÓIDES

TOTAIS PRESENTES NA POLPA DE CENOURA E

NO PATÊ DE CENOURA

-0,15

-0,05

0,05

0,15

0,25

0,35

0,45

0,55

COMPRIMENTO DE ONDA (ג)

AB

SO

RB

ÂN

CIA

(n

m)

-0,15

-0,05

0,05

0,15

0,25

0,35

0,45

0,55

POLPA DE CENOURA PATÊ DE CENOURA

600 450 300

50

Gráfico 4 - Perfil espectral do teor de carotenóides totais presentes na polpa de goiaba e no patê de frango elaborado com polpa de goiaba Fonte: GIRALDI; PORCU (2007 apud PORCU, 2009)

Gráfico 5 - Perfil espectral do teor de carotenóides totais presentes na polpa mix (cenoura+goiaba) e no patê de frango elaborado com polpa mix

Fonte: GIRALDI; PORCU (2007 apud PORCU, 2009)

COMPARAÇÃO DO TEOR DE CAROTENÓIDES

TOTAIS PRESENTES NA POLPA DE GOIABA E

NO PATÊ DE GOIABA

-0,1

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

COMPRIMENTO DE ONDA (ג)

AB

SO

RB

ÂN

CIA

(n

m)

-0,1

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

POLPA DE GOIABA PATÊ DE GOIABA

600 450 300

COMPARAÇÃO DO TEOR DE CAROTENÓIDES

TOTAIS PRESENTES NA POLPA MIX E NO PATÊ

MIX

-0,1

0,1

0,3

0,5

0,7

0,9

COMPRIMENTO DE ONDA (ג)

AB

SO

RB

ÂN

CIA

(n

m)

-0,3

-0,1

0,1

0,3

0,5

0,7

0,9

POLPA MIX PATÊ MIX

600 450 300

51

Gráfico 6 - Médias obtidas do teste de escala hedônica aplicado na análise sensorial dos patês de cenoura, goiaba e mix

Fonte: GIRALDI; PORCU (2007 apud PORCU, 2009)

Gráfico 7 - Índice de aceitabilidade calculado a partir das medias obtidas da analise sensorial dos patês de cenoura, goiaba e mix Fonte: GIRALDI; PORCU (2007 apud PORCU, 2009)

MÉDIAS DOS PATÊS ELABORADOS

7,6

7,2

7,3

7

7,1

7,2

7,3

7,4

7,5

7,6

7,7

PATE DE CENOURA PATE DE GOIABA PATE MIX

AMOSTRAS

DIA

S

ÍNDICE DE ACEITABILIDADE DOS PATÊS

ELABORADOS

84%

80%

81%

78%

79%

80%

81%

82%

83%

84%

85%

PATE DE CENOURA PATE DE GOIABA PATE MIX

AMOSTRAS

PO

RC

EN

TA

GE

M

52

8.1.5 Avaliação do Licopeno em Pasta de Tomate Comercial

O estilo de vida das pessoas as obrigam, a consumir alimentos processados

que não possuem a mesma característica nutricional que os alimentos frescos, o

correto é elaborar produtos fáceis de preparar com alta qualidade nutricional

(FERNANDEZ, 2007). Os carotenóides são de grande importância devido a ação

antioxidante principalmente do licopeno que possuem ação mais potente que os

demais carotenos (CANDELAS et al., 2005 apud FERNANDEZ, 2007). Este

carotenóide se encontra no tomate fresco, mas também nos produtos processados,

como nos tomates desidratados, pasta de tomate e em pó (CLINTON, 1998 apud

FERNANDEZ, 2007). O conhecimento dos benefícios demonstrados no licopeno

motivou a investigação do estudo e avaliação de tomate em pasta do nível de

licopeno de três diferentes marcas nacionais e uma importada, permitindo

estabelecer comparação entre as mesmas a fim de verificar os níveis de licopeno

(FERNANDEZ, 2007).

Os critérios para seleção das pastas por métodos convencionais, duplicatas

para cada marca. A separação dos pigmentos de carotenóides foram avaliados por

processo conhecido como cromatografia de capa fina (TLC). As distâncias

percorridas pelo sistema com diluente éter de petróleo relacionadas com os valores

obtidos, diferentes componentes de cada pasta de tomate comercial representada

na cromatografia de capa fina, na Tabela 5, se observa a mobilidade relativa (Rf) por

média de cada marca de pasta de tomate, onde o licopeno apresenta uma

mobilidade relativa (Rf) teórica de 0,15 (MINGUEZ, 1997 apud FERNANDÉZ, 2007);

por que se calculam os valores obtidos a cerca destes valores de Rf obtidos abaixo

de 0,15 se acerca dos valores de Rf demonstrados teoricamente (MINGUEZ,1997

apud FERNANDEZ, 2007); para o Fitoflueno que é de 0,12. Essa probabilidade que

o “Fitoflueno” possui, constitui parte dos carotenóides presentes na marca comercial

“A” como se pode observar na Tabela 6, os outros componentes separados na

cromatografia de capa fina apresentaram valores de Rf que estão acima dos valores

demonstrados na bibliografia trabalhando com éter de petróleo como sistema

diluente por que não pode identificar o tipo de carotenóide aplicando esse método

(MINGUEZ, 1997apud FERNANDEZ, 2007 ).

53

Tabela 5 - Mobilidade relativa (Rf) no extrato carotenóide de cada marca de pasta de tomate comercial.

Marca A B C D

Rf

(adim)

0,06 ------ ------ ------

0,12 ------ 0,10 0,10

0,14 0,15 0,15 0,15

0,43 0,41 0,39 0,34

------ ------ 0,42 0,38

Fonte: FERNANDEZ (2007).

Uma vez realizada a curva de calibração Y= 0, 2386X – 0,0718, se procede

a tomar as absorbâncias das amostras de licopeno para cada pasta de tomate

comercial, a um valor de longitude de onda (λ) aproximadamente a 450 (nm), valor

teórico demonstrado na bibliografia para o licopeno quando se trabalha no

espectrofotômetro com hexano como solvente (MINGUEZ, 1997 apud FERNANDEZ,

2007) e calcular a concentração experimental. No espectro de absorbância se

demonstra três picos um a 450 nm e outros picos a longitudes de onda muito longe

470 y 654 nm, que indica a possível presença de outros compostos.

Tabela 6 - Absorbância a diferentes concentrações de licopeno (padrão)

Concentração (ppm ± *E-5)

Absorbância (Au ± 5*E-5)

1 0,12688

2 0,46976

3 0,63454

4 0,86713

Fonte: FERNANDEZ, 2007.

A estabilidade do licopeno observada teve uma diferença de sua

concentração expressa em ppm. Na Tabela 7 se demonstra no estudo realizado

num período de 4 semanas a concentração de licopeno para os 4 extratos obtidos

de pasta de tomate selecionada B, apresentou o mais alto nível de licopeno com

54

respeito as amostras posteriormente, isto se deve a condições que é submetida o

produto como, atividade de água, temperatura, luz, isomerização e oxidação

(MINGUEZ, 1997; NGUYEN; SCHWARTZ, 1999; ANGELOVA, WARTHESEN,

2000a apud FERNANDÉZ, 2007).

Tabela 7 - Concentração de licopeno na pasta de tomate comercial B

Concentração

(ppm ± *E-5) Tempo

(semanas)

0,12710 1

0,11790 2

0,10590 3

0,09350 4

Fonte: FERNANDEZ, 2007.

A evidente degradação do licopeno indicou que existência de fatores físico-

químicos que altera na amostra, o qual foi visualizado nas análises.

8.1.6 Avaliação Antioxidante em Óleo de Soja

Um dos principais problemas na conservação dos alimentos lipídicos é o

desencadeamento do processo oxidativo, que resulta na produção de odores e

sabores desagradáveis, tornando os alimentos inadequados para o consumo

(PASSOTTO et al., 1998). A produção de compostos de baixo peso molecular,

advindos das reações dos ácidos graxos insaturados resultam, em odores

indesejáveis e consequente redução no valor nutricional, pois sua composição de

ácidos graxos insaturados são extremamente sensíveis a oxidação (PASSOTTO et

al., 1998).

Segundo Passotto et al. (1998) antioxidantes sintéticos como o

butilhidroxianisol (BHA) e o butilhidroxitolueno (BHT) são normalmente utilizados nas

indústria de óleos e de derivados lipídicos. Entretanto, estes compostos podem

55

apresentar alguns inconvenientes (TAKAHASHI; HIRAGA,1978 PASSOTTO et al.,

1998). Como alta toxicidade. Os ácidos graxos insaturados também podem ser

oxidados por ação direta do oxigênio singleto, formando peróxidos e hidroperóxidos

(KAREL, 1992; FOOTE; DENNY, 1968 apud PASSOTTO et al., 1998), atribuíram ao

β-caroteno a capacidade de reprimir a formação de oxigênio singleto. O β-caroteno

mostrou ação supressora dos radicais ativos pelo bloqueio do oxigênio singleto,

quando adicionado em sistema contendo óleo de soja, reduzindo o nível da oxidação

(KAREL, 1992, WARNER; FRANKEL, 1987 apud PASSOTTO et al., 1998). Das;

Pereira,1990, Burton, 1989 apud Passotto et al., 1998) estudaram o uso de

antioxidantes naturais em óleos comestíveis, puderam observar que a vitamina A e

seus análogos, retinal, ácido retinóico, acetato e palmitato de retinol, mostraram

efeitos antioxidantes expressivos, podendo ser usados como uma alternativa na

inibição da peroxidação lipídica. Passotto et al. 1995 apud Passotto et al. (1998)

verificou a atividade antioxidante do β -caroteno e da vitamina A quando adicionados

ao óleo de soja, comparando a eficiência de suas atividades antioxidantes a um

antioxidante sintético, o butilhidroxitolueno (BHT).

A quantificação da vitamina A e seu principal precursor efetuada por Passotto

et al. (1998) foi a partir de absorbâncias, através da quantificação evaporaram os

solventes (éter de petróleo ou o hexano), em rotaevaporador para estabelecerem

concentração do β-caroteno e da vitamina A.

O óleo de soja sem antioxidantes, ativado por 24 horas quando adicionado,

tornava se miscível com o β-caroteno e com o acetato de retinol por possuírem

características hidrofóbicas. O BHT, que é obtido em forma cristalina, onde

adicionaram diretamente ao óleo de soja. Com base nos resultados de Passotto et

al. (1998). O óleo de soja foi submetido a tratamento térmico para inativar os

interferentes como os tocoferóis totais, interferentes no estudo como é apresentado

na Tabela 8. Com isso pode-se verificar que não houve alteração expressiva do

percentual dos ácidos graxos do óleo de soja tratado e não tratado termicamente

(PASSOTTO et al., 1998).

56

Tabela 8– Efeito do tratamento térmico a 130ºC/72h no óleo de soja

Perfil dos ácidos graxos (%) Óleo não tratado* Óleo tratado*

C16:0 11,3 11,5

C18:0 3,4 3,5

C18:1 25,6 25,9

C18:2 53,7 53,3

C18:3 6,0 5,8

*medias aritméticas de duas determinações. Fonte: PASSOTTO et al., (1995).

O óleo de soja adicionado de β-caroteno apresentou os índices de peróxidos

reduzidos em relação ao respectivo controle, considerando o tempo de 72 horas.

Quanto aos teores de malonaldeído, a Tabela 9 demonstra que não houve

diferenças significativas entre as soluções adicionadas de β-caroteno com as

soluções controle (PASSOTTO et al., 1998)..

Tabela 9 - Efeito do β-caroteno na formação de peróxidos (meq/kg) e de malonaldeido (10-8

moles/100µL) no óleo de soja mantido a 50ºC

Tempo

(h)*

Índice de Peróxidos *** Malonaldeido***

Controle* β-caroteno* Controle* β-caroteno*

24 47,5±3,7 46,9±3,7 3,42±0,51 3,03±0,23

48 61,3±4,7 52,6±4,8 9,57±2,52 7,64±1,76

72 151,3±4,3 131,3±8,1 21,80±2,96 19,93±1,50

*Erro-padrão, **p < 0,01, *** Média de 5 determinações Fonte: PASSOTTO et al., (1995).

Os resultados sugeriram que a eficiência do β-caroteno neste sistema não foi

muito expressiva, embora que apresentou atividade antioxidante no intervalo de 48

horas (PASSOTTO et al., 1998). A Tabela 10 apresenta quanto o acetato de retinol

reduziu de forma acentuada o nível da oxidação nos dois experimentos.

57

Tabela 10 - Efeito do acetato de retinol na formação de peróxidos (meq/kg) e de malonaldeido

(10-8

moles/100µL) no óleo de soja mantido a 50ºC

Tempo (h)

Índice de Peróxidos *** Malonaldeido***

Controle Retinol Controle Retinol

24 44,05±2,52 41,65±0,80 3,85±0,05 2,55±0,25

48 82,90±4,20 32,05±6,25 12,50±0,80 5,65±0,015

72 245,5±21,80** 53,15±1,65 31,20±2,20 14,20±0,60**

*Erro-padrão **p < 0,01 *** Média de 5 determinações Fonte: PASSOTTO et al., (1995).

O BHT na concentração de 100 ppm reprimiu de forma mais eficiente a

formação de peróxidos e de malonaldeído (Tabela 11). Os resultados apresentados

na Tabela 8 demonstram que o acetato de retinol reduziu a formação de peróxidos e

malonaldeído já no início da adição no óleo de soja havendo, no entanto uma rápida

interação com os radicais ativos (PASSOTTO et al., 1998).

Tabela 11 - Efeito de 100 ppm do butihidroxitoluno (BHT) na formação de peróxidos (meq/kg) e

de malonaldeido (10-8

moles/100µL) no óleo de soja mantido a 50ºC

Tempo

(h)

Índice de Peróxidos *** Malonaldeido***

Controle BHT Controle BHT

24 48,45±0,02* 44,70±0,05 47±0,00 3,5±0,05

48 85,80±1,20 24,25±0,02 11,30±0,00 2,90±0,05

72 228,10±0,05** 25,00±0,05 27,50±0,04 2,55±0,05**

*Erro-padrão

**p < 0,01 *** Média de 5 determinações Fonte: PASSOTTO et al., (1995).

Em estudos anteriores com outros carotenóides foi possível caracterizar

interação dos carotenóides com os radicais ativos formados, e quanto menor o nível

de degradação, maior a capacidade de interação (PASSOTTO et al., 1995 apud

PASSOTTO,1998). A estabilidade dos carotenóides também foi estudada por

(KOPAS-LANE; WARTHENSEN, 1995 apud PASSOTTO,1998) que analisaram a

58

foto sensibilidade dos carotenóides durante o armazenamento à baixas

temperaturas. Os resultados apresentados, demonstram que o acetato de retinol

reduziu a formação de peróxidos e malonaldeído já no início da adição no óleo de

soja, havendo portanto, uma rápida interação com os radicais ativos. Foram

analisadas as amostras do óleo de soja apenas para os ácidos linoléico e linolênico,

por serem os mais susceptíveis à oxidação (LABUZA, 1971 apud PASSOTTO,1998).

Os resultados do autor apresentou contrariações as afirmações de outros autores,

que apresentam o número de duplas ligações relacionado com a capacidade

antioxidante (FOOTE,1970; JUNG; MIN, 1991 apud PASSOTTO,1998 ).

Em comparação com o BHT observou-se que o retinol apresenta atividade

antioxidante superior ao β-caroteno, possivelmente pela maior sensibilidade deste

carotenóide frente ao aquecimento. O acetato de retinol retardou a degradação dos

ácidos graxos, as composições dos ácidos linoléicos e linolênicos são diferenciadas

em relação aos respectivos controles as quais foram observadas na (Tabela 6). O

BHT, a exemplo das análises de peróxidos e malonaldeído, mostrou-se com melhor

eficiência antioxidante (PASSOTTO et al., 1998).

Os ácidos graxos linoléicos e linolênicos, como o esperado pelo grau de

insaturação, apresentam maior sensibilidade ao processo oxidativo. Embora a

vitamina A não tenha a mesma eficiência dos antioxidantes sintéticos, pode ser uma

alternativa na inibição da peroxidação lipídica, assim como outros componentes de

origem naturais já estudados. O β-caroteno não apresentou ação antioxidante

marcante, degradando-se facilmente neste sistema. A possível antioxidação que

algumas literaturas relatam como antioxidantes biológicos não apresentam

coerência frente às análises de Passotto et al., (1998). O acetato de retinol também

apresentou expressiva eficiência antioxidante em relação ao β-caroteno, sendo a

atividade antioxidante destes compostos proporcionais a resistência de degradação

no sistema contendo óleo de soja ativado. O acetato de retinol interagiu rapidamente

com os radicais ativos, a exemplo do BHT, no início de sua adição no sistema

(PASSOTTO et al., 1998).

59

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os carotenóides estão presentes naturalmente em muitas variedades de

alimentos in natura tais como frutas, hortaliças, lácteos e cárneos. Uma inovação é

acrescentá-los como ingredientes funcionais no desenvolvimento de produtos

alimentícios. Os diferentes métodos de processamentos, caseiros ou industriais,

causam alterações na composição de carotenóides. Como vários autores citaram

outros fatores também influenciam as mesmas, tais como a localização geográfica, o

clima e diferenças de cultivares, produção e estado de maturação.

A estimativa da demanda global no mercado para carotenóides é de

crescimento em torno de 2,3 % ao ano e espera-se atingir R$ 919 milhões em 2015.

O desenvolvimento de novos produtos com diferentes funcionalidades enfatizará

essa tendência de mercado. As inovações e pesquisas ainda é foco e se faz

necessário ao crescimento determinante de suas funcionalidades nutricionais a

diversas classes sociais, favorecendo longevidade com qualidade e saúde.

Esses resultados direcionam a importantes pesquisas voltadas a composição

integra dos componentes do alimento a ser estudado, devido à complexa estrutura

bioquímica que os compõem.

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