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CAP. 23 – REGIÃO SUDESTE

Prof. Clésio Farrapo

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1. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA REGIÃO SUDESTE

A Regiāo Sudeste ocupa 924.573,82 km², equivalente a 10,86% do território nacional.

Grande parte desse território é dominada por formações planálticas, com destaque para os Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, constituídos pelos cinturões Orogenéticos, e os Planaltos da Bacia Sedimentar do Paraná.

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Em direção à calha do Rio Paraná, a superfície do Planalto Atlântico foi bastante desgastada pelos processos erosivos, formando um relevo dominante de morros com topos convexos, denominados mares de morros.

Entre os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná e o Planalto Atlântico, encontram-se as depressões periféricas, superfícies bastante erodidas entre o Terciário e o Quaternário (há cerca de 70 milhões de anos).

Nesses compartimentos do relevo da Região Sudeste, os terrenos apresentam altitudes menores, sendo delimitados pelos Planaltos Sedimentares da Bacia do Paraná por escarpas denominadas frentes de Cuestas.

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Do norte do Espírito Santo ao sul do estado de São Paulo, há um conjunto diversificado de ambientes Costeiros. Nesse trecho do litoral brasileiro, de formação terciária e quaternária, existem inúmeras restingas, baías e ilhas costeiras.

O clima tropical predomina na Região Sudeste.

No oeste paulista, parte do Triângulo Mineiro e na porção centro-norte de Minas Gerais, o padrão climático tropical apresenta duas estações bem demarcadas.

Na faixa litorânea, o volume e a freqüência das chuvas são maiores. Ao contrário, no norte de Minas Gerais, as chuvas são escassas e irregulares.

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O clima tropical de altitude abrange as regiões serranas de São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.

Por fim, o clima subtropical ocorre no extremo meridional do território paulista, ao sul do Trópico de Capricórnio.

Originalmente, a mata tropical era a cobertura de vegetação dominante no Sudeste, refletindo o padrão climático regional.

Na depressão periférica e nas regiões mineiras com a estação seca mais acentuada, predominavam os cerrados. Tanto a Mata Atlântica como o cerrado foram amplamente devastados no processo de ocupação e formação territorial da Região Sudeste.

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2. A FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL E AS RUGOSIDADES

O Sudeste é, provavelmente, a região brasileira que apresenta os maiores exemplos de rugosidades.

A ocupação portuguesa nas terras habitadas pelos povos indígenas formou as bases territoriais dos atuais estados da Regiāo Sudeste.

No entanto, foram os investimentos na infraestrutura de transporte da economia cafeeira e os empreendimentos estatais no setor industrial que possibilitaram a concentração da riqueza nacional nesses estados, combinando formas espaciais de diferentes épocas em um mesmo lugar.

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CONEXÕES - POLÍTICAS

A preservação da Mata Atlântica

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2.1. A mineração e os primeiros núcleos urbanos no interior

A descoberta de ouro provocou a rápida ocupação das regiões produtoras, dinamizando e aumentando as atividades comerciais e de serviços, o que impulsionou o desenvolvimento urbano.

Pela primeira vez, depois de mais de dois séculos de colonização, áreas do interior tornaram-se povoadas, além de chamarem a atenção da metrópole em razão das oportunidades de enriquecimento da atividade de mineração.

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CONEXÕES - LINGUAGEM

Traços urbanísticos de cidades da América Portuguesa.

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2.2. A configuração das fronteiras e os novos caminhos rumo ao interior

Algumas transformações políticas como: 1708 e 1709: Guerra dos Emboabas.

1709: separação territorial das capitanias de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

1759: o Marquês de Pombal substituiu as Capitanias Hereditárias pelas Capitanias da Coroa.

Foram reforçadas pela transferência da sede do Vice—Reino de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763. A nova capital permitiu melhorar a articulação do território.

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Mais próxima das regiões mineradoras, facilitava o controle do comércio do ouro e das pedras preciosas e a administração do fluxo cada vez mais intenso do tráfico de escravizados africanos.

Dessa forma, rapidamente o Rio de Janeiro assumiu o estatuto de centro articulador de uma vasta rede territorial. Posicionada estrategicamente mais perto da zona de fronteira luso-espanhola, em permanente conflito, a nova capital do Vice—Reino possuía vários caminhos para as Minas Gerais.

A transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808, veio reforçar o papel do Rio de Janeiro como o grande centro econômico do território colonial.

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2.3. O desenvolvimento econômico e a integração dos estados

A expansão da cafeicultura pelo Vale do Paraíba, no período de 1830 a 1880, integrou ainda mais a economia do Rio de Janeiro e São Paulo.

A riqueza gerada pelo comércio do café permitiu o investimento em grandes obras de infraestrutura portuária, primeiro com a construção de ferrovias e depois com a modernização dos portos, tornando Santos uma área portuária tão importante como a do Rio de Janeiro.

Em 1890, o Vale do Paraíba já não era a principal região cafeeira do país, substituída pelo oeste paulista.

Mas a marcha do café para o oeste deixou um rastro de povoamento, formando novos núcleos urbanos nas margens das ferrovias.

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A infraestrutura e o capital gerado pela economia cafeeira também foram importantes para o desenvolvimento industrial do Rio de Janeiro e, principalmente, de São Paulo.

Em primeiro lugar, as redes bancária e comercial organizadas para os negócios do mercado de exportaçāo formaram um sistema financeiro com recursos para novos investimentos.

As redes elétrica e de transporte ferroviário, que interligavam as cidades paulistas e fluminenses, criaram as condições para a instalação de indústria de bens de consumo em núcleos urbanos com grande crescimento populacional.

No decorrer do século XX, a atividade industrial concentrou-se cada vez mais em São Paulo.

O investimento na indústria de base durante a era Vargas (1930-1945) reforçou ainda mais o papel de São Paulo como centro da economia nacional.

Ao mesmo tempo, os investimentos realizados no setor siderúrgico próximo aos centros de extração do minério de ferro e dos portos marítimos, integraram Minas Gerais e Espírito Santo aos circuitos produtivos industriais.

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3. MOBILIDADE E DINÂMICA POPULACIONAL

0 Sudeste é a região brasileira mais populosa do Brasil.

Em 2007, contava com 77.873.120 habitantes, o que representava 42% do total da população brasileira.

No entanto, esse contingente populacional está desigualmente distribuído pelo território.

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A partir de 1940, São Paulo tornou·se o estado mais povoado do Brasil.

Esse crescimento foi provocado pelos fluxos internos de migrantes em busca de trabalho, principalmente do Nordeste.

Na década de 1990, apesar do registro de fluxos de regresso de São Paulo para os estados de origem o saldo ainda foi positivo, indicando que o território paulista ainda exercia forte atração da população migrante ao mesmo tempo, aumentaram-se os fluxos de saída da metrópole para cidades do interior do estado, onde o custo de vida é menor.

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Entre as regiões brasileiras, o Sudeste foi a que apresentou o ritmo de urbanização mais intenso.

Enquanto o cruzamento das curvas de crescimento das populações rural e urbana no Brasil ocorreu na década de 1960, essa reversão de proporcionalidade no Sudeste ocorreu já nos anos 1950, quando fluxos migratórios provocaram o crescimento da população urbana da região e houve aceleração do crescimento vegetativo.

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As cidades com mais de 500 mil habitantes que não são capitais concentram-se no Sudeste; com exceção apenas de Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana de Recife, e Feira de Santana, na Bahia.

Embora esses grandes núcleos urbanos conectem o mercado brasileiro à economia mundial, a desigualdade social e a degradaçāo ambiental - causada, por exemplo, pela emissão de poluentes - são cada vez maiores e tendem, de forma irreversível, a agravar-se nos próximos anos.

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4. TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO ECONÔMICO REGIONAL

Entre 1985 e 2001, a participação do estado de São Paulo no valor da produção industrial nacional reduziu-se de quase 52% para 44%.

A desconcentração ocorreu também em escala estadual, pela transferência de investimentos da metrópole paulista para o interior do estado.

Contudo, a produção industrial paulista é maior que a do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, juntos.

O Rio de Janeiro é a segunda maior economia do Brasil, sendo responsável por 11,5% do PIB.

Primeira capital da República, a cidade do Rio de Janeiro, agora capital do estado, é sede de alguns dos principais órgãos federais e empresas estatais, como BNDES e Petrobras.

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Em termos de produção industrial e economia, o Espírito Santo pode ser dividido em quatro regiões: Metropolitana, Norte, Noroeste e Sul. As grandes empresas exportadoras de aço, minérios aglomerados, celulose e café são responsáveis por mais de 80% das exportações do estado.

Minas Gerais é o terceiro maior parque industrial do Brasil, com destaque na produção de automóveis (30% do valor da produção nacional); aço (38% da produção nacional); ferro gusa (53%); cimento (25%).

Belo Horizonte pode ser considerado o pólo de biotecnologia mais importante do país, concentrando 1/5 das mais de 300 empresas brasileiras do setor.


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