Capitanias Hereditárias Governo Geral Economia Colonial Escravidão
As Capitanias Hereditárias • Grandes faixas de terra doadas
pelo rei à nobreza e pessoas de confiança.
• Os Capitães Donatários eram os homens que recebiam as capitanias e tinham a responsabilidade de colonizar e produzir nas terras recebidas.
• Essa medida tomada pela Coroa reflete a transmissão da responsabilidade da ação colonizadora para o setor privado.
• Devido às inúmeras dificuldades enfrentadas pelos capitães donatários o sistema de capitanias hereditárias acabou fracassando, com exceção das capitanias de Pernambuco (Duarte Coelho) e São Vicente (Martim Afonso de Souza).
Governo Geral • Devido ao fracasso do sistema
de capitanias hereditárias, a Coroa Portuguesa centralizou a administração colonial, reduzindo o poder dos donatários, através da criação do Governo Geral.
• O primeiro governador foi Tomé de Souza, que chegou no Brasil em 1549.
• O Governo foi instalado na capitania da Bahia, retomada pela coroa através do pagamento de indenização para o donatário Francisco Pereira Coutinho. A capital da colônia passou a ser a cidade de Salvador.
A cidade de Salvador
• A cidade de Salvador foi fundada para se tornar a sede administrativa da colônia.
• Ao longo de quatro meses, construiu-se uma muralha de taipa dotada de quatro torres com artilharia e, em seu interior, uma centena de casas que abrigariam os moradores e os órgãos governamentais e eclesiásticos.
A conversão dos indígenas
• Os jesuítas, liderados por Manuel da Nóbrega, chegaram com o primeiro governador geral para iniciar a conversão dos índios.
• Os índios recebiam a catequese, com prioridade na conversão das crianças.
• Os índios eram agrupados em “reduções”, que eram uma espécie de comunidade liderada pelos jesuítas. Foram criadas para reformular o padrão cultural dos índios e reforçar o processo de conversão.
ECONOMIA COLONIAL
PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
PECUÁRIA / DROGAS DO SERTÃO
MINERAÇÃO
EXPORTAÇÕES DA COLÔNIA
SÉCULO XVI
A PRODUÇÃO AÇUCAREIRA - projeto agrícola de exploração colonial -
Por que o açúcar? açúcar tinha grande aceitação no mercado europeu -
alto preço Portugal tinha experiência com a produção de açúcar
nas ilhas do Atlântico
Problemas iniciais: ausência de capitais para investimentos na produção
(mão-de-obra e equipamentos) Portugal não conseguia fazer a distribuição do produto
na Europa questão da mão-de-obra
Participação do capital flamengo (holandês)
financiamento
transporte
refinação
distribuição na Europa
Sistema de Produção: plantation
tripé: latifúndio, monocultura e escravidão foi substituído pelo termo plantation
plantation: setor agrícola + setor fabril
ENGENHO: unidade de produção
escravaria
animais
terras para o plantio
casa-grande, capela, senzala
fábrica: moenda, casa das caldeiras e casa de purgar
uso de técnicas rudimentares
grande quantidade de escravos
relativo desenvolvimento de especialização
produção: entre 45 e 150 toneladas por ano
SÉCULO XVII
INTERIORIZAÇÃO DA COLONIZAÇÃO
- século XVII -
SÉCULO XVIII
OURO NA COLÔNIA - garantir sobrevivência financeira da Metrópole -
desorganização da área de produção do açúcar e concorrência com o açúcar das Antilhas
pequena rentabilidade das outras atividades econômicas da colônia
dependência em relação à Inglaterra:
tratados de 1641, 1652 e 1661
Tratado de Methuen - 1703
TRATADO DE METHUEN
Deslocamento da população:
outras regiões da colônia
imigração portuguesa
Minas Gerais: pólo econômico central da colônia
ESTRUTURA SOCIAL
DINÂMICA DO MERCADO - SÉCULO XVIII -
PRODUÇÃO DO OURO
MUDANÇAS NA COLÔNIA
Caráter urbano da atividade: surgimento de cidades
Formação de um mercado interno
Surgimento de novos grupos sociais e ampliação do trabalho livre
Mudança do eixo econômico do Nordeste para o Centro-Sul: transferência da capital - Salvador - Rio de Janeiro
Desenvolvimento cultural:
arte: Barroco Mineiro
primeira elite intelectualizada da Colônia
idéias francesas influenciariam movimentos de oposição à exploração metropolitana – Conjuração Mineira
ESCRAVIDÃO NO BRASIL
- RESISTÊNCIA E TRABALHO -
ANTECEDENTES DA IMPLANTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL
África: comércio de escravos entre as sociedades africanas
Portugal no século XV:
cultivo da cana-de-açúcar e refino do açúcar desenvolveram-se em Algarves e nas ilhas do Atlântico
penetração comercial de portugueses no litoral da África Ocidental: associação entre produção açucareira e escravidão negra foi se consolidando
Colonização portuguesa: transferência da produção de açúcar e do trabalho escravo para o Brasil foi uma questão de tempo
Início da colonização: escravidão indígena
guias, coletores de ervas, lavoura da cana-de-açúcar
algumas dificuldades:
guerras entre nativos e colonos
proteção dos missionários jesuítas aos índios
baixa resistência do indígena às doenças de origem européia
difícil controle das fugas do indígena para os sertões
Opção pela mão-de-obra escrava negra – razões
tráfico negreiro: vantagens econômicas para comerciantes portugueses e para a Metrópole
Conheciam a agricultura, pecuária, técnicas de trabalho com o ferro.
ESCRAVIZAÇÃO INDÍGENA CONTINUOU ATÉ O SÉCULO XVIII
ENTRADA DE ESCRAVOS
duração das viagens: 40 a 60 dias
pelo menos 20% dos negros morriam durante a viagem
DIVERSIDADE
Simbolismos acompanharam
os africanos que vieram
escravizados para o Brasil
MARCAS TRIBAIS
E
CORTES DE CABELO
RESISTÊNCIA
“ O HOMEM NEGRO NÃO QUERIA A ESCRAVIDÃO. DENTRO DELA, ENTRETANTO, NÃO SE TORNOU MERO FANTOCHE NAS MÃOS DE SEUS SENHORES. OS ESCRAVOS PORTAVAM LÓGICAS INDIVIDUAIS, COLETIVAS E ATIVAS DE RESPOSTAS AO CATIVEIRO.”
RELAÇÕES ESCRAVO-SENHOR
paternalismo / patriarcalismo: senhor agia como pai que disciplinava, castigava e protegia os seus escravos. Estes deveriam retribuir com trabalho, obediência e fidelidade.
disciplina do trabalho
castigos físicos – garantir a obediência uso de instrumentos de tortura injustiças, humilhações, mutilações físicas e problemas
psicológicos
NÃO HÁ COMO NEGAR A NATUREZA VIOLENTA DA ESCRAVIDÃO
INSTRUMENTOS DE TORTURA
ACORDOS E CONFLITOS JOGO DE EQUILÍBRIOS: SENHORES MANIPULAVAM
SEUS ESCRAVOS MAS TAMBÉM ERAM POR ELES MANIPULADOS
Alforrias: reconstruindo as pequenas
histórias de libertação descobrimos que elas são cheias de enormes esforços por parte dos escravos
Acordos acertados entre escravos e proprietários
No dia-a-dia: desobediência
diminuição deliberada do ritmo de trabalho
sabotagem
pequenos roubos de mantimentos, bebidas, roupas e animais domésticos
Formas declaradas de resistência: rebeliões
autodestruição por suicídio
abortos
matança de filhos recém-nascidos
ataques físicos contra senhores e seus familiares, administradores e feitores
fuga individual ou coletiva participação nas irmandades leigas
“Um dos expedientes largamente usados foram os intercursos sexuais mantidos com os senhores ou com outros proprietários. Estratégia quase exclusiva das mulheres, a intimidade amorosa sofreu variações e resultou em situações bastante diversas. Os contatos foram efêmeros, ocorreram periodicamente ou transformaram-se em uniões duradouras; foram mantidos em segredo ou assumidos pelos parceiros; caracterizaram-se pela presença de filhos e ensejaram um número de alforrias, das mães e dos rebentos bastardos. Eles podiam propiciar, também, uma vivência menos penosa no período de cativeiro”.
(PAIVA, Eduardo França. Escravos e libertos em Minas Gerais do século XVIII. São Paulo, Annablume, 1995)
TRABALHO ESCRAVO
ESCRAVISMO ASSOCIADO À AGRICULTURA DE EXPORTAÇÃO
No engenho, intenso ritmo de trabalho:
6 meses do ano (fev-jul):
plantar canaviais, cortar lenha a ser usada na produção do melaço;
consertos diversos;
pequenas plantações de alimentos;
durante a safra, o engenho funcionava 24 horas por dia.
ESCRAVISMO ASSOCIADO A OUTRAS ATIVIDADES E À MINERAÇÃO
Fumo
Farinha e cereais
Mineração
Abastecimento da região mineradora – presença do trabalho escravo.
DIVERSIDADE DE ATIVIDADES
Salvador - escravos mais numerosos que livres: escravos domésticos, de aluguel e de ganho
Carregadores
Pescadores
Estivadores
Vendedoras
Barqueiros
Serviços domésticos
Ofícios artesanais: aprendizes, ajudantes e mestres
Rio de Janeiro, Olinda e Recife e nas regiões da mineração (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) apresentaram o mesmo quadro.
E MAIS ... construção de navios negreiros – indústria
naval do século XVII;
pesca e refino do óleo de baleia;
mulheres escravas produziam panos em roupas – indústria doméstica;
Minas Gerais: indústria do ferro;
Rio de Janeiro do século XIX – setor manufatureiro:
luvas, meias, chapéus, cerâmicas e charutos
ESCRAVOS TRABALHANDO PARA SI
Meio rural: “ brecha camponesa” - concessão de dias livres foi acompanhada pelo plantio de pequenas roças; excedentes entravam nos mercados locais;
Centros urbanos: escravos de ganho estavam livres para embolsar a renda excedente;
Minas Gerais – século XVIII: mineradores escravos trabalhavam aos domingos e encontravam os veios mais ricos de ouro.
Nos núcleos urbanos:
escravos artesãos e prestadores de serviços entregavam uma quantia fixa aos seus senhores
escravos e escravas estiveram
envolvidos com atividades comerciais – convívio com pessoas livres, alforriadas e escravas
ESCRAVOS DE GANHO