Transcript
  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAR

    NUCLEO DE CINCIAS AGRRIAS E DESENVOLVIMENTO RURAL EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA -

    AMAZNIA ORIENTAL UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZNIA

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM CINCIA ANIMAL

    SUZETE DUARTE DA COSTA

    VARIAO ESPAO-TEMPORAL DO MICROFITOPLNCTON NA REGIO DA FOZ DO RIO GUAM (ESTURIO AMAZNICO), BELM - PA

    Belm-PA

    2008

  • SUZETE DUARTE DA COSTA VARIAO ESPAO-TEMPORAL DO MICROFITOPLNCTON NA REGIO DA FOZ

    DO RIO GUAM (ESTURIO AMAZNICO), BELM-PA

    Dissertao apresentada para obteno do grau de Mestre em Cincia Animal. Programa de Ps-Graduao em Cincia Animal. Ncleo de Cincias Agrrias e Desenvolvimento Rural. Universidade Federal do Par. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Amaznia Oriental. Universidade Federal Rural da Amaznia. rea de concentrao: Ecologia Aqutica e Aquicultura. Orientador (a): Dr

    a. Luiza Nakayama

    Belm-PA 2008

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Biblioteca Ncleo de Cincias Agrrias e Desenvolvimento Rural / UFPA, Belm-PA

    Suzete Duarte Da Costa

    Variao espao-temporal do microfitoplncton na regio da foz do Rio Guam (esturio amaznico), Belm-PA / Suzete Duarte Da Costa; orientadora, Luiza Nakayama 2008.

    Dissertao (mestrado) Universidade Federal do Par, Ncleo de Cincias Agrrias e

    Desenvolvimento Rural, Programa de Ps-Graduao em Cincia Animal, Belm, 2008.

    1. Fitoplancto de gua doce - Guam, Rio (PA). 2. Organismos aquticos - Guam, Rio (PA). I. Ttulo.

    CDD 22.ed. 579.8176

  • SUZETE DUARTE DA COSTA VARIAO ESPAO-TEMPORAL DO MICROFITOPLNCTON NA REGIO DA FOZ

    DO RIO GUAM (ESTURIO AMAZNICO), BELM, PA Dissertao apresentada para obteno do grau de Mestre em Cincia Animal. Programa de Ps-Graduao em Cincia Animal. Ncleo de Cincias Agrrias e Desenvolvimento Rural. Universidade Federal do Par. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Amaznia Oriental. Universidade Federal Rural da Amaznia. rea de concentrao: Ecologia Aqutica e Aquicultura.

    Data da aprovao. Belm - PA: ______/_______/_______

    Banca Examinadora

    ________________________________________ Profa. Dra. Luiza Nakayma (Presidente) Instituio: Universidade Federal do Par (UFPA).

    ________________________________________ Profa. Dra. Regina Clia Viana Martins da Silva Instituio: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Amaznia Oriental (EMBRAPA).

    ________________________________________ Prof. Dr. Maurcio Camargo Zorro Instituio: Universidade Federal do Par (UFPA).

  • Dedico

    Aos meus pais, Miguel e Samaritana e

    Aos meus amores, Matheus e Eli Reis.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus, por tudo que me tem concedido, sempre me fortalecendo,

    mostrando a cada dia que a pacincia, a perseverana e, principalmente, o amor e a f,

    so elementos essenciais para conseguirmos seguir em frente.

    Agradeo Prof. Dr. Luiza Nakayama por me orientar desde a graduao, pela

    correo do manuscrito, pela pacincia, amizade e dedicao que foram fundamentais

    para que eu chegasse ao final de mais uma etapa.

    Aos amigos Alan Rawietsch, Diego Zacardi, Jaime Carvalho, Luciane Rocha,

    Mrcia Bezerra, Suzana Bittencourt e Vanessa Costa do Laboratrio de Biologia de

    Organismo Aquticos da Universidade Federal do Par (UFPA), pela maravilhosa

    convivncia, que muito contribuiu para o meu aprendizado.

    Universidade Federal do Par pela concesso de bolsa atravs do Programa

    Integrado de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extenso (PROINT 2001) com o projeto:

    Biologia Aqutica como linha integradora para o ensino, pesquisa e extenso-parte II.

    Essa pesquisa, que resultou em meu trabalho de concluso, propiciou a avaliao

    preliminar do fitoplncton da regio.

    Ao projeto Diagnstico da qualidade ambiental da baa do Guajar (Belm-PA)

    utilizando indicadores qumicos e biolgicos (CT-Hidro/GAEA- Estudo dos processos

    de mudana no esturio amaznico pela ao antrpica e gerenciamento ambiental),

    na pessoa do coordenador Prof. Dr. Jos Souto Rosa Filho, pelo apoio logstico durante

    as amostragens em campo.

    Ao Instituto Nacional de Meteorologia - 2 Distrito de Meteorologia / INMET-PA,

    na pessoa do coordenador Dr. Jos Raimundo Abreu de Sousa, pela cesso dos dados

    meteorolgicos utilizados neste trabalho.

    Ao Laboratrio de Ps-graduao em Hidrogeoqumica do Instituto de

    Geocincias da Universidade Federal do Par (UFPA), pelo registro dos fatores

    abiticos durante as amostragens em campo.

    Ao Dr. Maurcio Camargo Zorro por autorizar o uso dos equipamentos do seu

    Laboratrio, que possibilitaram o trmino desta dissertao.

  • Ao meu filho Matheus, por apesar de sua pouca idade, compreender a minha

    ausncia em alguns momentos de sua vida.

    Ao meu amado Eli, por aceitar mesmo que s vezes impaciente, a minha

    ausncia, principalmente na etapa final do trabalho. Obrigada pelo seu amor e por ser

    meu maior incentivador, me fazer acreditar que sou capaz.

    A minha famlia que fundamental em minha vida: a minha me Samaritana e ao

    meu pai Miguel que sempre acreditaram na minha capacidade. Obrigada pelo carinho,

    ateno e amor. Amo vocs!

    A Juliana Santos (Jukiba), por cuidar com muito carinho do meu reizinho.

    A todos os amigos e amigas que de alguma forma me ajudaram com palavras de

    esperana, f, amor e solidariedade.

    MUITO OBRIGADA A TODOS!!!!!

  • "H homens que lutam um dia e so bons. H outros que lutam um ano e so melhores.

    H os que lutam muitos anos e so muito bons. Porm, h os que lutam toda a vida.

    Esses so os imprescindveis."

    Bertolt Brecht

  • RESUMO

    O sistema hidrogrfico de Belm constitudo por dois grandes corpos hdricos: a baa

    do Guajar e o rio Guam, cujo divisor de guas quase imperceptvel. A importncia

    do rio Guam para a cidade de Belm deve-se ao fato de que esse juntamente com os

    lagos gua Preta e Bolonha, faz parte do Complexo Hdrico do Utinga, manancial que

    abastece a cidade. O estudo visou caracterizar a variao espao-temporal da

    comunidade microfitoplanctnica nessa regio, durante um ciclo anual, em perodo de

    maior e menor precipitao pluviomtrica, em cinco estaes de coleta. As amostras

    qualitativas foram coletadas com rede de plncton de 20 m. Para o estudo

    quantitativo, foram coletadas diretamente na sub-superfcie da gua com frascos de

    polietileno de 250 ml. O material biolgico foi fixado com soluo Transeau.

    Simultaneamente, foram registrados os parmetros abiticos na superfcie da gua. Os

    fatores hidrolgicos no apresentaram variaes relevantes entre as estaes e os

    perodos sazonais. Foram identificadas 173 espcies, destacando-se as diatomceas

    como grupo de maior densidade e que caracteriza o ambiente. No foram observadas

    espcies dominantes durante o perodo estudado. Atravs da abundncia relativa,

    constatou-se que a maioria dos organismos foi considerada rara. A diversidade

    especfica variou de muito baixa a alta, sendo observados baixos ndices de diversidade

    no perodo menos chuvoso, destacando-se a ocorrncia das espcies Aulacoseira

    granulata (Ehrenb.) Ralfs, Actinoptychus sp. e Cyclotella sp. J a densidade

    fitoplanctnica apresentou variao temporal definida, sendo registrados os maiores

    florescimentos durante o perodo mais chuvoso. Quanto variao espacial, no houve

    um padro em relao aos perodos sazonais. As euglenofceas foram pouco

    freqentes ou espordicas e se restringiram ao perodo menos chuvoso, j os

    dinoflagelados estiveram presentes nos dois perodos, embora considerados

    organismos marinhos, foram registradas duas espcies do gnero Peridinium. A

    comunidade fitoplanctnica no apresentou diferenas significativas entre as estaes

    de coleta, provavelmente devido hidrodinmica e forte drenagem fluvial do rio

    Guam.

    Palavras-chave: Densidade. Diatomceas. Fitoplncton. Variao sazonal.

  • ABSTRACT

    The hydrographic system of Belm is formed by two large bodies of water: the Bay of

    Guajar and the Guama River, whose meeting point is almost unnoticeable. The Guam

    River importance to the city of Belm is due to the fact that together with Lakes gua

    Preta e Bolonha, they form the Hydric Complex of Utinga, the water source which

    supplies the city. The study aimed to characterize the temporal and space variation of

    the Microphytoplankton community in that region, during the annual cycle, in a period of

    greater or lesser rainfall, in five collecting stations. The qualitative samples were

    collected with a 20 m plankton net. For a quantitative study, the samples were

    collected directly from the under-surface of water with 250 ml polyethylene flasks. The

    biological material was fixed in Transeau solution. At the same time, the abiotic

    parameters were recorded in the water surface. Hydrologic factors did not present

    relevant variations between the seasons and seasonal periods. One hundred and

    seventy and three (173) species were identified, with the diatoms standing out as a

    group of greater intensity and thus, characterizing the environment. No dominant

    species were observed during the period under study. Through the relative abundance,

    it was verified that most organisms were considered rare. The specific diversity ranged

    from low to high, being observed low rates of diversity during periods of low rainfall, with

    the surge of species such as, Aulacoseira granulata (Ehrenb.) Ralfs, Actinoptychus sp.

    and Cyclotella sp. Meanwhile, the phytoplanktonic density presented defined temporal

    variation, being registered the moments when plants bloomed mostly during the rainy

    season. As for the spatial variation, there was not a pattern in relation to other seasonal

    periods. The euglenophyceae were not very frequent, and were restricted to the rainy

    season, meanwhile the dinoflagellates were present on both seasonal periods and,

    although considered marine organisms, two species of the Peridinium genus were

    registered. The phytoplanktonic community did not present any significant difference

    between the seasons when the collections were made, probably due to the

    hydrodynamic and the strong fluvial drainage of the Guama River.

    KEYWORDS: Density. Diatoms. Phytoplankton. Seasonal variation.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 01. Nmero de publicaes inerentes ao microfitoplncton no Estado do

    Par.......................................................................................................................

    19

    Figura 02. Imagem de satlite mostrando a rea de estudo (Fonte: MIRANDA et al.,

    2004).........................................................................................................................

    21

    Figura 03. Localizao da rea e estaes de coleta na regio da foz do rio Guam. 26

    Figura 04. Precipitao total mensal durante o ano de 2005 para regio da foz do rio

    Guam, segundo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), 2 Distrito de

    Meteorologia/PA..........................................................................................................

    32

    Figura 05. Temperatura da gua (C) medida na foz do rio Guam e baa de

    Guajar, no perodo de maro a dezembro/2005.........................................................

    33

    Figura 06. Distribuio do potencial hidrogeninico (pH) na foz do rio Guam e baa

    de Guajar, no perodo de maro a dezembro/2005....................................................

    34

    Figura 07. Distribuio da salinidade na foz do rio Guam e baa de Guajar, no

    perodo de maro a dezembro/2005.............................................................................

    35

    Figura 08. Distribuio da condutividade eltrica (S/cm) medida na foz do rio

    Guam e baa de Guajar, no perodo de maro a dezembro/2005.............................

    35

    Figura 09 Distribuio percentual das classes do microfitoplncton identificado na

    regio da foz do rio Guam (Belm/Par), no perodo de maro a dezembro de

    2005..............................................................................................................................

    37

    Figura 10 Abundncia relativa das espcies do microfitoplncton identificado na

    foz do rio Guam (Belm/Par), no perodo de maro a dezembro de 2005...............

    39

    Figura 11 Diversidade especfica do microfitoplncton (bits.cel-1) na foz do rio

    Guam (Belm-PA), no perodo de maro a dezembro de 2005..................................

    43

    Figura 12 Equitabilidade do microfitoplncton na foz do rio Guam (Belm-PA), no

    perodo de maro a dezembro de 2005........................................................................

    44

    Figura 13 Densidade microfitoplanctnica total (cel.l-1 x 103) na foz do rio Guam

    (Belm-PA), no perodo de maro a dezembro de 2005...............................................

    46

    Figura 14 Dendograma de similaridade do microfitoplncton da foz do rio Guam

    (Belm-PA), no perodo de maro a dezembro de 2005. Continuao.......................

    47

  • SUMRIO

    1. INTRODUO................................................................................................ 12

    2. OBJETIVOS.................................................................................................... 14

    2.1. OBJETIVO GERAL....................................................................................... 14

    2.2. OBJETIVOS ESPECFICOS......................................................................... 14

    3. REVISO DE LITERATURA........................................................................... 15

    3.1. FITOPLNCTON DA REGIO NORTE....................................................... 15

    4. REA DE ESTUDO......................................................................................... 20

    4.1. HIDROGRAFIA E REGIME DE MARS....................................................... 21

    4.2. CARACTERIZAO CLIMTICA................................................................. 22

    4.3. GEOMORFOLOGIA E VEGETAO........................................................... 23

    5. MATERIAL E MTODOS................................................................................ 25

    5.1. METODOLOGIA........................................................................................... 25

    5.1.1. Campo....................................................................................................... 25

    5.1.1.1. rea de Coleta........................................................................................ 25

    5.1.1.2. Parmetros Hidrolgicos........................................................................ 26

    5.1.1.3. Parmetros Biolgicos............................................................................ 27

    5.1.2. Laboratrio............................................................................................... 27

    5.1.2.1. Anlise Qualitativa.................................................................................. 27

    5.1.2.2. Anlise Quantitativa................................................................................ 28

    5.2. ANLISE DOS DADOS................................................................................ 29

    5.2.1. Freqncia de Ocorrncia ( F )............................................................... 29

    5.2.2. Abundncia Relativa ( AR )..................................................................... 29

    5.2.3. ndice de Diversidade Especfica ( 'H )................................................... 30

    5.2.4. ndice de Equitabilidade ( 'J ).................................................................. 31

    5.2.5. Anlises Multivariadas............................................................................ 31

    6. RESULTADOS E DISCUSSO....................................................................... 32

    6.1 VARIVEIS ABITICAS................................................................................ 32

    6.2. COMPOSIO FLORSTICA NA REGIO DA FOZ DO RIO GUAM......... 36

    6.3. NDICE DE DIVERSIDADE (H) ................................................................... 43

  • 6.4. NDICE EQUITABILIDADE (J) .................................................................... 44

    6.5. DENSIDADE FITOPLANCTNICA.............................................................. 45

    6.6. ANLISE MULTIVARIADA........................................................................... 46

    6.6.1. Associao das espcie......................................................................... 46

    7. CONSIDERAES FINAIS............................................................................. 48

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................... 50

  • 12

    1. INTRODUO

    A comunidade fitoplanctnica constituda por algas microscpicas,

    fotossintetizantes, unicelulares ou coloniais que vivem preferencialmente na camada

    superficial da gua (GROSS; GROSS, 1996), podendo ser estudadas sob o ponto de

    vista qualitativo, no qual so abordados aspectos taxonmicos, e quantitativos, para

    definir padres de distribuio espacial e temporal em relao aos parmetros abiticos

    e condies climatolgicas (CALIJURI et al., 2006).

    Alteraes em qualquer uma dessas caractersticas podem provocar variao

    qualitativa e/ou quantitativa, podendo causar desaparecimento ou substituio das

    comunidades. Medidas capazes de detectar essas alteraes, como ndices de

    diversidade, ndices biticos e percentuais de organismos indicadores, tm sido

    ferramentas teis ao diagnstico precoce da qualidade dos habitats aquticos

    (SANTANNA et al., 1997; BRANCO; CAVALCANTE, 1999; WETZEL, 2000;

    MATSUZAKI et al., 2004).

    A capacidade seletiva do ambiente e o ciclo de vida intrnseco de cada espcie

    tambm so responsveis pela distribuio das populaes fitoplanctnicas, em funo

    do tempo e do espao (MARGALEF, 1978).

    A estrutura e dinmica do fitoplncton dependem diretamente das caractersticas

    hidrogrficas das massas de gua e de suas variaes regionais e sazonais (BRANDINI

    et al., 1997; YONEDA, 1999). Nos trpicos, onde a luz e a temperatura so

    relativamente constantes ao longo do ano, as variaes estacionais do fitoplncton so

    mais dependentes dos perodos de chuva e seca, e do regime dos ventos (SIPABA-

    TAVARES; ROCHA, 2003; LACERDA, 2004).

    Alm do importante papel ecolgico que exercem atravs da produo primria

    em ecossistemas aquticos, como a base das cadeias alimentares (RAYMONT, 1980),

    as microalgas planctnicas so excelentes bioindicadores da qualidade das guas,

    sendo utilizadas para indicar o grau de trofia que o ecossistema apresenta (ESTEVES,

    1998; SIPABA-TAVARES; ROCHA, 2003; CALIJURI et al., 2006).

  • 13

    Desta forma, o estudo taxonmico e da diversidade dos organismos

    fitoplanctnicos so utilizados para avaliar o ambiente e inferir sobre as provveis

    causas de danos ecolgicos (STEVENSON; SMOL, 2003).

    Dentre os grupos de microalgas comumente encontrados em ecossistemas

    estuarinos destacam-se: diatomceas, cianofceas, euglenofceas e clorofceas (BOLD;

    WYNNE, 1985; MELO-MAGALHES, 2005).

    A ocorrncia e a distribuio desses grupos so diretamente influenciadas por

    fatores hidrolgicos, sendo as cianofceas, as clorofceas e as euglenofceas

    relativamente mais importantes em ambientes hiposalinos (SMAYDA, 1983), enquanto

    que as diatomceas dominam quali-quantitativamente em regies onde se encontram

    condies eutrficas, que favorecem seu desenvolvimento (LACERDA et al., 2004).

    Assim, o conhecimento da distribuio espao-temporal do fitoplncton torna-se

    imprescindvel para uma adequada compreenso da estrutura e funcionamento dos

    ecossistemas aquticos (HUSZAR, 1996).

  • 14

    2. OBJETIVOS

    2.1. OBJETIVO GERAL

    Caracterizar a composio fitoplanctnica da regio da foz do rio Guam,

    durante um ciclo anual, relacionando suas variaes aos principais parmetros

    hidrolgicos.

    2.2. OBJETIVOS ESPECFICOS

    Determinar a composio especfica, a freqncia de ocorrncia e a abundncia

    relativa do microfitoplncton da regio da foz do rio Guam;

    Determinar a densidade populacional, a diversidade especfica e a equitabilidade da

    flora planctnica da regio estudada;

    Relacionar as mudanas sazonais na comunidade fitoplanctnica com os

    parmetros ambientais (transparncia da gua, temperatura, condutividade eltrica,

    potencial hidrogeninico e oxignio dissolvido).

  • 15

    3. REVISO DE LITERATURA

    3.1. FITOPLNCTON DA REGIO NORTE

    Apesar da dimenso, da importncia econmica e da peculiar hidrodinmica que

    a regio norte brasileira apresenta, estudos sobre o fitoplncton ainda so poucos e,

    uma parcela significativa destes aborda principalmente organismos presentes em

    esturios e reas sob influncia da descarga do rio Amazonas (PAIVA, 2001).

    Assim, com o intuito de fornecer um panorama do status atual do conhecimento

    sobre o fitoplncton na regio Norte, foi realizado um levantamento bibliogrfico com

    base em informaes contidas em relatrios tcnicos, monografias, resumos, teses ou

    artigos cientficos de divulgao limitada, para o perodo de 1996 a 2008.

    Um total de 27 publicaes que fazem referncia s algas de gua doce no Par

    foi catalogado por Martins-da-Silva (1996), iniciando com os dados de Bailey (1861).

    Gessner (1958) catalogou diatomceas coletadas no trapiche de Icoaraci (distrito

    administrativo da cidade de Belm, situado na confluncia dos rios Guajar e Maguari)

    e observou que apesar da baixa salinidade, o fitoplncton da regio

    predominantemente marinho.

    A dominncia das diatomceas Coscinodiscus concinnus W. Smith,

    Coscinodiscus oculus-iridis (Ehrenb.) Ehrenb. e Nitzschia pungens var. atlantica Cleve

    prximas foz do rio Amazonas foi relatada por Mller-Melchers (1957).

    Um total de 280 espcies, distribudas entre dinoflagelados (51%), diatomceas

    (42%), euglenas (5%), cianobactrias (1%) e clorofceas (1%) foram identificadas por

    Wood (1966) desde a regio das Guianas at as proximidades de Fortaleza - CE.

    Diatomceas (Bacillariophyceae) marinhas e estuarinas dos estados de

    Pernambuco, Paraba, Rio Grande do Norte, Cear, Piau, Maranho, Par e Amap

    foram inventariadas por Moreira-Filho et al. (1999), reconhecendo 347 txons, destes

    85 espcies foram registrados no Par.

  • 16

    Smith et al. (2002) identificaram 44 espcies na baa do esturio do rio Caet,

    distribuidas entre as divises Cyanophyta e Bacillariophyta, com destaque para

    Skeletonema costatum (Grev.) Cleve como a espcie mais representativa para a rea,

    tendo sido classificada como dominante e abundante ao longo do perodo estudado.

    Soares; Paiva (2002) e Soares (2002) analisaram o fitoplncton da zona costeira

    bragantina, identificando um total de 70 txons, divididos entre cianofceas (1 sp.),

    dinoflagelados (12 spp.) e diatomceas (57 spp.).

    Pinheiro; Mendona (2002), realizando o levantamento da diatomoflrula no

    esturio de Marapanim, identificaram 98 espcies, com maior representatividade os

    gneros Coscinodiscus (17 spp.), Biddulphia (11 spp.), Melosira (8 spp.), Rhizosolenia

    (7 spp.) e Triceratium (7 spp.).

    Carmona et al. (2003) estudaram a estrutura populacional do microfitoplncton

    do furo da Ostra (Bragana/Par), listando um total de 89 espcies, das quais 99%

    pertenciam ao grupo das diatomceas. Carmona et al. (2004) identificaram um total de

    112 txons, em amostras coletadas no furo Grande (Bragana/Par), no perodo de

    outubro/2002 a maro/2003.

    Shimpo (2003), ao estudar o esturio do rio Guajar-Mirim e o furo da Laura

    (Vigia/Par), citou a ocorrncia de 102 txons microfitoplanctnicos para esta rea.

    Santana et al. (2003) e Santana (2004) descreveram a composio florstica e a

    variao espao-temporal dos parmetros ambientais do esturio do rio Marapanim

    (Par/Brasil), tendo registrado um total de 181 txons, dentre os quais 140 foram

    diatomceas (77%).

    Silva et al. (2004a) registraram a ocorrncia de um total de 207 espcies

    fitoplanctnicas para os esturios dos rios Curu e Mocajuba, em amostras coletadas

    entre os meses de abril a setembro de 2003. Silva et al. (2004b) coletaram amostras de

    gua em quatro estaes de coleta ao longo do rio Paracuri, identificando 70 txons,

    pertencentes ao grupo das diatomceas (representando 91% das espcies

    identificadas) e das clorofceas.

    Avaliando a variao nictemeral e a variao espacial do microfitoplncton no

    esturio do rio Guajar-Miri (PA), Cardoso et al. (2005a,b) identificaram um total de 74

    txons distribudos entre as divises Bacillariophyta, Dinophyta e Chlorophyta.

  • 17

    Ao estudar a composio e a abundncia relativa do microfitoplncton no mesmo

    esturio, Costa et al. (2005a) ampliaram o nmero de txons identificados para 102,

    dos quais 85% foram representados por diatomceas. Costa et al. (2005b), estudando a

    variao nictemeral do fitoplncton no esturio do rio Curu PA, observaram que o

    microfitoplncton da rea estudada esteve constitudo por 158 txons distribudos em

    cinco divises (Cyanophyta, Bacillariophyta, Pyrrophyta, Rhodophyta e Chlorophyta).

    Sousa et al. (2005a) identificaram 80 txons na Ilha Canela, litoral nordeste

    paraense, dos quais 93% pertenciam a diviso Bacillariophyta. Sousa et al. (2005b), em

    estudo da vario nictemeral do microfitoplncton da mesma ilha, observaram as

    divises: Cyanophyta (1%), Bacillariophyta (92%) e Dinophyta (7%), as quais somaram

    um total de 124 txons.

    Estudando o microfitoplncton da praia de Ajuruteua - PA, coletado no perodo

    chuvoso dos anos de 2003 e 2005, Costa et al. (2005c) registraram em 2003 um total

    de 61 txons, distribudos entre as classes Bacillariophyceae (89%) e Dinophyceae

    (11%); e em 2005, estes dados foram ampliados para 75 txons, sendo:

    Bacillariophyceae (90%), Dinophyceae (7%) e Cyanophyceae (3%).

    Soares et al. (2005) e Soares et al. (2006), para o esturio do rio Taperau

    (Bragana-PA), identificaram 106 txons pertencentes as divises Bacillariophyta

    (66%), Dinophyta (25%), Chlorophyta (6%) e Cyanophyta (3%).

    Melo et al. (2005) estudaram a variao diurna da densidade planctnica na

    praia de Ajuruteua (PA), observando a ocorrncia de diatomceas, euglenofceas,

    cianofceas e fitoflagelados, os quais ocorreram em maior densidade. Na mesma praia,

    Santana et al. (2005), estudando as diatomceas cntricas da regio de entre mars,

    registraram 44 espcies, das quais 93% foram consideradas muito freqentes. Costa

    (2006) realizou estudo quali-quantitativo do microfitoplncton dessa rea, identificando

    123 txons, distribudos entre diatomceas (92,5%), dinoflagelados (6,5%) e

    cianofceas (1%), destacando-se as espcies Asterionellopsis glacialis (Castracane)

    Round, Dimeregramma minor (W. Greg.) Ralfs, Skeletonema spp. e Thalassiosira

    subtilis (Ostenf.) Gran por estarem presentes nas trs estaes de coleta, em ambos os

    perodos sazonais.

  • 18

    Silva (2006), estudando a variao sazonal da composio e da densidade

    fitoplanctnica do esturio do rio Curu, citou a ocorrncia de um total de 180 espcies

    classificadas entre diatomceas, dinoflagelados, clorofceas e euglenas. Destacando-se

    as diatomceas com 86% do total de espcies identificadas.

    Dentre os trabalhos, relacionados comunidade fitoplanctnica na regio da foz

    do rio Guam, baa do Guajar e proximidades, podem ser citados os de:

    Moreira-Filho et al. (1974) que determinaram 47 espcies de diatomceas,

    distribudas em 25 gneros, com predomnio de Coscinodiscus (8 spp.); Biddulphia (5

    spp.); Cyclotella, Navicula e Nitzschia (3 spp.); Actinella, Actinocyclus e Surirella (2

    spp.) e os demais gneros com uma espcie cada, na foz do rio Guam.

    Paiva et al. (2006) apresentaram dados sobre a composio, densidade e

    biomassa fitoplanctnica da baa de Guajar (Belm-PA), citando a ocorrncia de 116

    txons, pertencentes s divises Bacillariophyta (56%), Chlorophyta (39%) e

    Cyanophyta (5%).

    Ribeiro (1992) avaliou a qualidade das guas dos lagos Bolonha e gua Preta e

    em um trecho do rio Guam nas proximidades da rea de captao da COSANPA

    (Companhia de Saneamento do Par), no Parque Ambiental de Belm, identificando 51

    espcies constituintes da flora planctnica, distribudas entre as divises: Cyanophyta,

    Euglenophyta, Chlorophyta e Chrysophyta para os lagos mencionados.

    Martins-da-Silva (1996, 1997) realizou estudos no lago gua Preta, registrando a

    ocorrncia de dez famlias pertencentes classe Chlorophyceae, identificando 46

    taxns, destes, 24 foram considerados como primeira ocorrncia no Par. A famlia

    Chlorellaceae esteve representada por 12 espcies, merecendo destaque os gneros

    Ankistrodesmus (5 spp.), Kirchneriella (3 spp.), Monoraphidium (2 spp.) e Tetraedron (2

    spp.). No mesmo local, no perodo mais chuvoso de 2007, Baltazar et al. (2007)

    identificaram 68 espcies sendo consideradas como mais representativas: Aulacoseira

    granulata (Ehrenb.) Ralfs, Rhizosolenia eriensis Smith e Rhizosolenia setigera Brightw.

    J no perodo menos chuvoso desse ano, Baltazar et al. (2008) identificaram 76

    espcies, tendo a Chlorophyta a maior representatividade (26 spp.) e a Cyanophyta

    maior abundncia relativa.

  • 19

    Costa (2002) e Costa (2003a,b) realizaram estudos em duas estaes margem

    direita do campus da Universidade Federal do Par (na foz do rio Guam), identificando

    a presena de 77 espcies fitoplanctnicas, sendo 54 diatomceas.

    Paiva et al. (2004) determinaram a composio e biomassa primria do

    microfitoplncton do igarap Tucunduba, registrando 159 espcies distribudas em

    quatro divises: Bacillariophyta, Chlorophyta, Cyanophyta e Euglenophyta. As

    diatomceas constituram qualitativamente como a diviso mais representativa, com

    102 espcies.

    Na presente reviso foram registradas 41 publicaes distribudas entre resumos

    simples (29%), resumos expandidos (20%), artigos (24,5%), monografias (12%),

    dissertaes (7%), tese (2,5%), relatrios tcnicos (2,5%) e captulo de livro (2,5%)

    constando-se, assim, a carncia de informaes a respeito da comunidade

    fitoplanctnica, na regio Norte brasileira (Figura 01).

    Figura 01. Nmero de publicaes inerentes ao microfitoplncton no Estado do Par.

    0 2 4 6 8 10 12

    Nmero de publicaes

    Resumos simples

    Artigos

    Resumos expandidos

    Monografias

    Dissertaes

    Tese

    Capitulo de livro

    Relatrio tcnico

  • 20

    4. REA DE ESTUDO

    O municpio de Belm, no estado do Par, localiza-se no quadrante entre os

    paralelos 110S e 130S e os meridianos 48 25W e 48 35W, a uma altitude mdia de

    15 m em relao ao nvel do mar (MAZZEO, 1991). Ocupa uma rea de

    aproximadamente 1.064,92 km2, e se encontra administrativamente constitudo por uma

    regio continental, com 1.819,5 km2 (84,82%) de extenso e outra insular (39 ilhas),

    com 325,66 km2, marcada por uma complexa rede hidrogrfica formada por inmeros

    rios, igaraps, furos e canais que configuram os ecossistemas, com reas de vrzeas,

    mangues e terras firmes (RELATRIO DO PROJETO MEGAM, 2004).

    Belm banhada ao sul pelo rio Guam, que desemboca na baa do Guajar,

    formada pelos rios Guam e Acar, sendo o primeiro de maior vazo. O rio Guam

    mede entre 1.360 e 2.000 m de largura, enquanto a baa de Guajar tem largura de 3 a

    4 km (RAMOS, 2004), tendo como principais caractersticas de suas guas: 1) a

    elevada turbidez, a qual confere a mesma o aspecto barrento e a colorao amarelo-

    esverdeada; e 2) a pouca penetrao de luz, devido ao elevado contedo de material

    em suspenso (RIBEIRO, 1992).

    A baa de Guajar (Lat. 012803S, Long. 482918W) est localizada numa

    regio estuarina influenciada pela gua doce, parte integrante de outro esturio

    denominado de Golfo Marajoara, situado na foz do rio Amazonas (Figura 02).

  • 21

    Figura 02. Imagem de satlite evidenciando a rea de estudo (Fonte: MIRANDA et al., 2004. Adaptado).

    4.1. HIDROGRAFIA E REGIME DE MARS

    Sob influncia do rio Guam, destacam-se as bacias Murutucu, Tucunduba e

    Estrada Nova. No entorno da baa do Guajar, fazem parte as bacias de Tamandar,

    Comrcio, Reduto, Armas, Una, Val-de-Ces, Caj, Tapan e Paracuri (SEGEP, 1997).

    Estudos realizados na dcada de 1990 revelaram que a maior parte dos cursos dgua,

  • 22

    que fazem parte destas bacias, esto seriamente comprometidos pela quantidade de

    substncias qumicas, lixo e efluentes domsticos e industriais que so lanados nos

    rios e igaraps, sem nenhum tratamento ou controle de preservao (RIBEIRO, 2001).

    Segundo Sioli (1965), o rio Guam classificado como de guas brancas,

    devido a grande quantidade de sedimento em suspenso, ocasionando assim guas

    pouco transparentes.

    Nos esturios amaznicos, o regime de mars considerado do tipo semi-diurno

    com subida e descida ocorrendo duas vezes ao dia. Nas quadraturas, o tempo de

    durao das mars enchente e vazante so aproximadamente iguais, enquanto que

    nas sizgias observam-se mars vazantes com durao de 8h e enchentes com apenas

    5h (PINHEIRO, 1987).

    Lima; Santos (2001) consideram a rea como estuarina atpica, por serem

    registradas baixas salinidades, mesmo em perodos de menor intensidade

    pluviomtrica, quando ocorre, segundo eles, uma inconfundvel penetrao das guas

    ocenicas do Atlntico.

    4.2. CARACTERIZAO CLIMTICA

    O clima da regio pode ser classificado como do tipo Af do sistema de

    classificao climtico de Kppen, sendo quente e mido, com baixas amplitudes

    trmicas e sem estao seca muito bem definida (PINHEIRO, 1987).

    A pluviosidade elevada, com o trimestre mais chuvoso correspondente aos

    meses de janeiro, fevereiro e maro e com o menos chuvoso em agosto, setembro e

    outubro. O ndice pluviomtrico oscila de 2500 a 3000 mm anuais (NECHET, 1984;

    WATRIN et al., 1998; MORAES et al., 2005). Quanto umidade relativa do ar, de

    acordo com Nechet (1984), superior a 80%, favorecendo chuvas de conveco local,

    mais freqentes aps insolao mxima diria ( tarde e incio da noite).

    A variao sazonal da precipitao no Estado do Par caracterizada por uma

    estao chuvosa, que na maioria das localidades compreende os meses de dezembro

  • 23

    a maio, e por uma estao menos chuvosa (estao seca) que corresponde geralmente

    ao perodo de junho a novembro (MORAES et al., 2005).

    Em reas tropicais e subtropicais, o regime pluviomtrico um dos principais

    fatores controladores da distribuio, abundncia e dinmica sazonal do fitoplncton

    estuarino (LACERDA et al., 2004), pois modifica as caractersticas fsicas e qumicas da

    gua, atravs do aporte de sais nutrientes, e altera a qualidade ptica da gua

    (BASTOS et al., 2005).

    A temperatura mdia anual de 26C. As menores temperaturas mdias do ar

    ocorreram em fevereiro, um ms tpico da estao chuvosa com elevada nebulosidade,

    e as mais elevadas ocorreram em outubro, que representa a transio entre o fim do

    perodo menos chuvoso e o incio do perodo mais chuvoso (MORAES et al., 2005).

    4.3. GEOMORFOLOGIA E VEGETAO

    A geologia das margens estuarinas assume uma coluna estratigrfica para a

    regio de Belm e adjacncias, onde aproximadamente a 100-120 m da superfcie

    encontram-se sedimentos Oligo-Miocnicos atribudos Formao Pirabas.

    Sobrepostos, em profundidades entre 100-150 m encontram-se sedimentos Tercirios

    correlacionveis ao Grupo Barreiras. Em seguida, no Quaternrio, estaria repousando

    uma unidade atribuda ao Pleistoceno/Holoceno Mdio-Inferior correlacionada aos

    "Sedimentos Ps-Barreiras". Finalmente, no topo da seo, estariam os sedimentos

    recentes. Estas unidades estratigrficas estariam estruturadas de modo interdigitado,

    sem que as camadas apresentem, aparentemente, grandes continuidades (IBGE,

    1995).

    A vegetao das margens estuarinas, segundo Lima (1956), desempenha

    importante papel no contexto geomorfolgico e hidrodinmico do ambiente, onde, em

    conjunto com os fatores sedimentolgicos, segue uma tendncia de colmatao dos

    canais e das regies de vrzea. A composio florstica das margens depende

  • 24

    fundamentalmente da relao entre o relevo e o regime das mars, estabelencendo-se,

    assim, um equilbrio dinmico.

    A vegetao das margens do rio Guam pode distinguir-se em trs tipos

    predominantes (LIMA, 1956; PINHEIRO, 1987):

    a) vegetao de vrzea (trechos de floresta temporariamente inundveis, sob

    controle peridico das mars);

    b) vegetao de terra firme (terrenos situados fora do alcance das inundaes);

    c) floresta secundria (associadas a reas desmatadas, distribuidas em

    considerveis propores na regio).

  • 25

    5. MATERIAL E MTODOS

    5.1. METODOLOGIA

    5.1.1. Campo

    5.1.1.1. rea de Coleta

    Para o estudo do microfitoplncton foram realizadas coletas trimestrais de maro

    a dezembro de 2005, na vazante em dois perodos: 1) de maior precipitao

    pluviomtrica - perodo mais chuvoso, que corresponde aos meses de maro e de

    dezembro e 2) de menor precipitao - perodo menos chuvoso, correspondente a

    junho e setembro, representando um ciclo anual de amostragem; em cinco pontos

    georeferenciados, ao longo do rio Guam e baa do Guajar (Figura 03; Tabela 01),

    atravs do projeto Diagnstico da qualidade ambiental na baa do Guajar (Belm-PA)

    utilizando indicadores qumicos e biolgicos, financiado pelo CNPq/Programa CT-

    HIDRO.

    Os horrios e datas das coletas foram selecionados, com o auxlio das Tbuas-

    das-Mars para o Porto de Belm (DHN, 2005).

    Tabela 01. Coordenadas geogrficas dos pontos de coleta, ao longo do rio Guam e baa do Guajar, Belm-PA.

    Pontos Latitude Longitude Localizao

    R1 0128827S 4825486W Linho de Transmisso de Energia

    C2 0128597S 4827222W Foz do Igarap Tucunduba

    C3 0128562S 4828284W Porto da Palha

    C4 0127416S 4830424W Porto do Arapari

    C5 0127167S 4830258W Mercado Ver-o-peso

    R1. Referncia 1; C2. Controle 2; C3. Controle 3; C4. Controle 4; C5. Controle 5.

  • 26

    Figura 03. Localizao da rea e pontos de coleta (R1. Referncia 1; C2. Controle 2; C3. Controle 3; C4. Controle 4; C5. Controle 5) na regio da foz do rio Guam. (Fonte: Google Earth, 2006, com adaptaes).

    5.1.1.2. Parmetros Hidrolgicos

    Foram registrados in situ na superfcie da gua os seguintes parmetros

    hidrolgicos: temperatura expressa em C e pH atravs de um peagmetro porttil

    (Handylab 1-Schott Glaswerke Mainz); condutividade eltrica (S/cm-1) e salinidade,

    com a utilizao de um condutivmetro porttil (Handylab LF1-Schott Glaswerke Mainz);

    transparncia da gua e coeficiente de extino da luz, medida pelo disco de Secchi,

    com base na leitura da transparncia da gua em funo da profundidade do

    desaparecimento do disco, calculou-se o coeficiente de extino da luz, de acordo com

    Poole; Atkins (1929).

    Dados mensais de precipitao pluviomtrica, de velocidade e de direo do

    vento para a regio, durante o perodo amostrado, foram registrados pela estao

    82191 - Belm/PA, localizada latitude 01 27 S e longitude 48 28 W e cedidos pelo

    Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

  • 27

    5.1.1.3. Parmetros Biolgicos

    As amostras qualitativas foram coletadas com rede de plncton cnica, com

    dimetro de boca de 30 cm e abertura de malha de 20 m, atravs de arrastos

    horizontais na sub-superfcie da gua, durante cinco minutos, e, em seguida,

    armazenadas em frascos de polietileno de 250 ml, devidamente etiquetados e fixados

    em soluo de Transeau, conforme metodologia descrita por Bicudo; Menezes (2005).

    Para as anlises quantitativas do fitoplncton, o material biolgico foi coletado

    diretamente na superfcie da gua com frascos de polietileno de 250 ml contendo o

    fixador Transeau.

    Simultaneamente, foram realizadas as coletas dos dados abiticos.

    5.1.2. Laboratrio

    5.1.2.1. Anlise Qualitativa

    Foram preparadas lminas-lamnulas e observadas em microscpio ptico

    binocular Zeiss com aumento de 200 e 400X. Para cada amostra, foram examinadas

    cinco lminas. As amostras analisadas encontram-se depositadas no acervo do

    Laboratrio de Biologia de Organismos Aquticos (LABIO) / Universidade Federal do

    Par.

    A identificao dos txons foi realizada at o nvel especfico, quando possvel,

    de acordo com as seguintes literaturas: Pragallo; Pragallo (1897-1908), Cupp (1943),

    Cleve-Euler (1951, 1952, 1953a,b), Husted (1930, 1959, 1961, 1966), Desikachary

    (1959), Hendey (1964), Wood (1966), Bourrelly (1972, 1981, 1988), Prescott (1978),

    Simonsen (1979), Dodge (1982), Silva-Cunha; Eskinazi-Lea (1990), Round et al.

    (1990), Tomas (1996) e Bicudo; Menezes (2005).

  • 28

    D = (A x a) x f/(V x F)

    O posicionamento sistemtico dos txons identificados esteve baseado na

    classificao parcialmente modificada de Round et al. (1990) para as diatomceas; de

    Bourrelly (1972) para as clorofceas; de Bourrelly (1981) para as crisofceas, de

    Bourrelly (1988) para as euglenofceas, de Steindinger; Tangen (1997) para os

    dinoflagelados e de Desikachari (1959) para as cianofceas.

    5.1.2.2. Anlise Quantitativa

    Para calcular a densidade do microfitoplncton total, as amostras foram

    homogeneizadas e em seguida retiradas alquotas para sedimentar durante 24h em

    cmaras com capacidade de 20 ml. Para cada amostra, foram preparadas trs cmaras

    e adicionada 5 a 10 gotas de corante Rosa de Bengala para distinguir as clulas

    fitoplanctnicas dos detritos e partculas de sedimentos.

    A anlise dos organismos foi determinada, segundo a tcnica de Uthermhl

    (1958), em microscpio invertido (Quimis - Motic AE31) com aumento de 400X. Os

    valores obtidos foram convertidos em cl.l-1 pela frmula:

    D = clulas por litro

    A - rea da cmara

    a - rea do campo contado

    V - Volume analisado

    F - nmero de campos contados

    f - fator de converso (1000)

  • 29

    5.2. ANLISE DOS DADOS

    5.2.1. Freqncia de Ocorrncia ( F )

    A freqncia de ocorrncia ( F ) das espcies foi determinada pela seguinte

    equao:

    100*)(P

    PAF

    Onde:

    F = freqncia da espcie A nas amostras;

    PA= nmero de amostras onde a espcie A ocorreu;

    P = nmero total de amostras analisadas.

    Em funo do valor de F , e, de acordo com Mateucci; Colma (1982)

    consideraram-se os seguintes critrios para representao desta varivel: F >70%

    (espcies muito freqentes); F 70% e >40% (espcies freqentes); F 40% e >10%

    (espcies pouco freqentes) e F 10% (espcies espordicas).

    5.2.2. Abundncia Relativa ( AR )

    A abundncia relativa ( AR ) das espcies identificadas foi obtida atravs da

    contagem dos 100 primeiros organismos encontrados nas sub-amostras extradas da

    coleta de rede. Para espcies coloniais, foi contado cada fragmento encontrado,

    independente do nmero de clulas da colnia.

    N

    nAR *100

  • 30

    Onde:

    AR = abundncia relativa;

    in = nmero de indivduos de cada espcie encontrada e;

    N = nmero total de indivduos na amostra.

    Os valores obtidos de abundncia relativa foram classificados, de acordo com

    Lobo; Leighton (1986), nas seguintes categorias: >70% (espcies dominantes); 70% e

    >40% (espcies abundantes); 40% e > 10% (espcies pouco abundantes) e 10%

    (espcies raras).

    5.2.3. ndice de Diversidade Especfica ( 'H )

    O ndice de diversidade especfica ( 'H ) foi calculado a partir da matriz de dados

    de densidade (cl.l-1), segundo a frmula de Shannon (1948):

    s

    i

    ii

    N

    n

    N

    nH

    1 2log*'

    Onde:

    'H = ndice de diversidade de Shannon;

    ni = nmero de clulas de cada espcie;

    N = nmero total de clulas.

    Os valores obtidos foram apresentados, de acordo com Valentin et al. (2000),

    nas seguintes categorias: 3,0 bits.cl.l-1 (alta diversidade); < 3,0 e 2 bits.cl.l-1

    (mdia diversidade); < 2,0 e 1 bits.cl.l-1 (baixa diversidade); < 1,0 bits.cl.l-1 (muito

    baixa diversidade).

  • 31

    5.2.4. ndice de Equitabilidade ( 'J )

    O ndice de equitabilidade ( 'J ) foi calculado pela equao de Pielou (1966):

    S

    HJ

    2log

    ''

    Onde:

    'J = ndice de equitabilidade;

    'H = ndice de diversidade de Shannon;

    S = nmero total de espcies de cada amostra.

    Os valores foram expressos em escala de 0 a 1, quanto mais prximo a 0 (zero),

    a equitabilidade baixa e acima de 0,5 considerado alto ou eqitativo, representando

    uma distribuio uniforme das espcies na amostra.

    5.2.5. Anlises Multivariadas

    Foram realizadas com base em uma matriz de densidade fitoplanctnica (cl.l-1)

    das espcies com mais de 10% de freqncia de ocorrncia e abundncia relativa

    superiores a 25%. Para a anlise de agrupamento, utilizou-se o clculo de similaridade

    de Bray-Curtis (1957), e a construo do dendrograma foi baseada no mtodo WPGMA

    (Weighted Pairs Group Method Average Arithmethics).

    Todos estes clculos foram realizados empregando-se o programa estatstico

    PRIMER v6.

  • 32

    6. RESULTADOS E DISCUSSO

    6.1. VARIVEIS ABITICAS

    As mdias da precipitao pluviomtrica obtidas no ano de 2005, para o estado

    do Par oscilaram entre o mnimo de 103 mm registrado no ms de agosto e o mximo

    de 565 mm no ms de abril. Os resultados apresentados pelo INMET para a varivel

    precipitao mostram diferenas entre os dois perodos de estudo, com maior

    ocorrncia de chuvas nos meses de abril e dezembro/2005, como descrito por Moraes

    et al. (2005), para o estado do Par.

    Nos meses em que foram realizadas as coletas no perodo mais chuvoso, a

    precipitao mais elevada ocorreu em dezembro em relao a maro (pluviosidade

    mdia de 459 mm) e no menos chuvoso, a menor precipitao ocorreu em setembro em

    relao a junho, sendo a mdia mensal de 141 mm (Figura 04).

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    450

    500

    550

    600

    Pre

    cip

    itao

    plu

    vio

    mtr

    ica

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    Meses

    Figura 04. Precipitao total mensal durante o ano de 2005 para regio da foz do rio Guam, segundo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), 2 Distrito de Meteorologia/PA.

  • 33

    A transparncia da gua foi baixa com variao de 0,25 m (setembro) a 0,62 m

    (dezembro), pois o rio Guam pode ser classificado como de guas brancas, que de

    acordo com Sioli (1965), entre outras caractersticas possui pouca transparncia.

    Verificou-se tambm que no perodo mais chuvoso, nos pontos analisados,

    houve aumento da profundidade de desaparecimento do disco de Secchi, que Granado

    (2004) sugeriu ser ocasionado pelo efeito diluidor das chuvas.

    A temperatura da gua apresentou ao longo do perodo estudado pequenas

    variaes, com amplitude de 4,5 C. O valor mnimo foi de 28,5 C, no ponto C3

    (dezembro) e o mximo de 33,0 C, no ponto C5 (maro), ambos no perodo mais

    chuvoso (Figura 05) estando de acordo com Paiva et al. (2006). Essas pequenas

    variaes, de uma forma geral, no exercem controle sobre o crescimento e a

    abundncia do fitoplncton nem determinam um padro anual em guas tropicais

    (AGAWIN; DUARTE, 2002; ESKINAZI-LEA et al., 1984; KOENING; MACEDO, 1999).

    26,0

    27,0

    28,0

    29,0

    30,0

    31,0

    32,0

    33,0

    34,0

    Te

    mp

    era

    tura

    (c

    )

    R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5

    MAR JUN SET DEZ

    Meses

    Figura 05. Temperatura da gua (C) medida na foz do rio Guam e baa de Guajar, no perodo de maro a dezembro/2005.

    Os valores de pH foram ligeiramente cidos, variando de 4,92 no ponto C5, no

    ms de dezembro, a 6,44 no ponto C3, em setembro (Figura 06). O maior valor

    registrado ocorreu durante o perodo menos chuvoso, estando de acordo com Paiva et

    al. (2006) e Rawietsch (2006).

  • 34

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    pH

    R1 C2 C3 C4 C5

    Pontos de coleta

    MAR DEZ JUN SET

    Figura 06. Distribuio do potencial hidrogeninico (pH) na foz do rio Guam e baa de Guajar, no perodo de maro a dezembro/2005.

    A salinidade apresentou baixos teores, estando dentro do esperado para os

    padres dos esturios amaznicos, variando de 0-0,1 no ms de setembro, perodo

    menos chuvoso, nos pontos C3, C4 e C5 as quais esto mais prximas a baa de

    Guajar (Figura 07). Yamaguti (2006) e Paiva et al. (2006) apresentaram valores

    maiores de salinidade (0,6) e (0-4,5) respectivamente, devido a maior influncia das

    guas costeiras que seus pontos de coleta sofrem, j que esto localizadas em uma

    parte mais externa do esturio, na baa do Guajar.

  • 35

    0

    0,02

    0,04

    0,06

    0,08

    0,1

    0,12

    R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5

    MAR JUN SET DEZ

    Pontos de coleta

    Sa

    lin

    ida

    de

    Figura 07. Distribuio da salinidade na foz do rio Guam e baa de Guajar, no perodo de maro a dezembro/2005.

    Os valores registrados para a condutividade eltrica oscilaram entre o mnimo de

    12,50 S/cm, no ponto C3, ao mximo de 119,60 S/cm, no ponto C5, ambos no ms

    de setembro, perodo menos chuvoso (Figura 08). Embora estes dados estejam dentro

    dos parmetros esperados para a regio, os maiores valores registrados por Cordeiro

    (1987) e Lima; Santos (2001) foram 86 Scm-1 e 93 Scm-1, respectivamente.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    Co

    nd

    uti

    vid

    ad

    e

    S/c

    m

    R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5

    MAR JUN SET DEZ

    Pontos de coleta

    Figura 08. Distribuio da condutividade eltrica (S/cm) medida na foz do rio Guam e baa de Guajar, no perodo de maro a dezembro/2005.

  • 36

    6.2. COMPOSIO FLORSTICA NA REGIO DA FOZ DO RIO GUAM

    A comunidade microfitoplanctnica na regio da foz do rio Guam, esteve

    constituda por 173 espcies, pertencentes a 76 gneros, 51 famlias, 29 ordens e 13

    classes.

    O levantamento florstico realizado na regio de estudo evidenciou a

    predominncia de diatomceas (55%), com as classes Bacillariophyceae,

    Coscinodiscophyceae e Fragillariophyceae. O predomnio dessas algas, j foi citado

    anteriormente por Paiva et al. (2006) que constataram as diatomceas como o grupo de

    maior representao, as quais apresentaram 56% na composio florstica.

    As diatomceas compreendem o maior grupo do fitoplncton, chegando muitas

    vezes a representar mais de 80% de todos os grupos presentes na flora planctnica

    estuarina. A dominncia destas microalgas decorre principalmente de sua alta taxa de

    crescimento em relao aos demais grupos fitoplanctnicos, como tambm devido a

    sua natureza eurialina e a sua preferncia por ambientes eutrficos, peculiares a estes

    ecossistemas (PATRICK, 1967; EGGE; AKSNES, 1992; SILVA-CUNHA, 2001).

    A classe mais representativa em relao riqueza foi Bacillariophyceae (47

    spp.), seguidas das classes Coscinodiscophyceae (45 spp.), Zygnemaphyceae (25

    spp.), Chlorophyceae (22 spp.), Cyanophyceae (13 spp.), Euglenophyceae (7 spp.),

    Trebouxiophyceae (5 spp.), Fragilariophyceae (4 spp.), Dinophyceae (2 spp.). As

    demais classes (Oedogoniophyceae, Chlamydophyceae, Chrysophyceae e

    Dictyochophyceae) contriburam com apenas uma espcie cada (Figura 09).

  • 37

    Coscinodiscophyceae

    25,9%

    Fragilariophyceae

    2,3%

    Cyanophyceae

    7,5%

    Euglenophyceae

    4,0%

    Dinophyceae

    1,1%

    Outros

    2,3%Chlorophyceae

    12,6%

    Zygnematophyceae

    14,4%

    Trebouxiophyceae

    2,9%

    Bacillariophyceae

    27,0%

    Figura 09 Distribuio percentual das classes do microfitoplncton identificado na regio da foz do rio Guam (Belm-PA), no perodo de maro a dezembro de 2005.

    As famlias predominantes em nmero de txons foram: Surirellaceae (12),

    Coscinodiscaceae (12), Triceratiaceae (6), Naviculaceae (5), Pinnulariaceae (5) e

    Stephanodiscaceae (5), destacando-se os gneros Surirella e Coscinodiscus (ambos

    apresentaram 12 espcies).

    As clorofceas representadas pelas classes Zygnemaphyceae, Chlorophyceae,

    Trebouxiophyceae, Oedogoniophyceae e Chlamydophyceae, contriburam para o

    incremento da composio florstica da rea estudada com 31% constituindo-se no

    segundo grupo mais importante com relao riqueza de espcies. Destacando-se as

    classes Zygnemaphyceae e Chlorophyceae como predominantes, representadas

    respectivamente pelas famlias Desmidiaceae (19 spp.) e Scenedesmaceae (12 spp.),

    sobressaindo-se os gneros Staurastrum com oito espcies e Scenedesmus com nove.

    Semelhantemente aos estudos realizados por Paiva et al. (2006), que

    observaram as clorofceas como o segundo grupo melhor representado

    qualitativamente com 39% da flora, com destaque para as desmdias. Melo; Huszar

    (2000), tambm confirmaram que nos estudos conhecidos para a Amaznia, as

    desmdias tm freqentemente, apresentado o maior nmero de txons.

    O terceiro grupo melhor representado foi as cianofceas, contribuindo com 7,5%.

    A famlia Oscillatoriaceae destacou-se por apresentar maior nmero de txons do

    gnero Oscillatoria (cinco spp.). Estas cianobactrias so comumente encontradas em

    sistemas estuarinos, principalmente aqueles com marcada influncia de guas fluviais.

  • 38

    Vrios autores ressaltam a importncia qualitativa destas microalgas na composio do

    plncton estuarino como Melo-Magalhes et al. (2004), Silva-Cunha (2001) e

    Matthiensen et al. (1999).

    Os demais grupos foram pouco representativos, totalizando 6,3% da flora

    planctnica local. Destacando-se dentre esses, os dinoflagelados, organismos

    caracteristicamente marinho-ocenicos, que apesar dos baixos teores de salinidade do

    rio Guam, estiveram presentes com duas espcies do gnero Peridinium.

    Merece destaque tambm, as euglenofceas, organismos com ampla

    distribuio, em especial em ambientes continentais, ricos em matria orgnica

    (ALVES-DA-SILVA; BRIDI, 2004). As espcies encontradas na foz do rio Guam, foram

    restritas ao perodo menos chuvoso (junho e setembro), as quais foram pouco

    freqentes ou espordicas, corroborando com Paiva et al. (2004), que em estudo sobre

    a composio e biomassa primria da foz do Igarap Tucunduba observaram que a

    maioria das espcies de euglenceas ocorreu durante o perodo menos chuvoso.

    No foram observadas espcies dominantes durante o perodo estudado. A

    abundncia relativa mostrou que a maioria dos organismos foi considerada rara. As

    espcies cuja abundncia relativa oscilou entre abundante e pouco abundante foram:

    Aulacoseira granulata (Ehrenb.) Ralfs, Cyclotella striata (Ktz.) Grun., Coscinodiscus

    spp., Polymyxus coronalis L.W. Bail., Coscinodiscus excentricus Ehrenb., Actinoptychus

    splendens (Shadbolt) Ralfs e Rhizosolenia setigera Brightw. (Figura 10). Sobressaindo-

    se quanto freqncia de ocorrncia A. granulata, C. striata e P. coronalis, as quais se

    apresentaram como muito freqentes nas amostras analisadas.

  • 39

    Figura 10 Abundncia relativa das espcies do microfitoplncton identificado na foz do rio Guam (Belm/Par), no perodo de maro a dezembro de 2005.

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100 A

    bu

    nd

    n

    cia

    Re

    lati

    va

    (%

    )

    (%)

    R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5 R1 C2 C3 C4 C5

    MAR DEZ JUN SET

    Mais chuvoso Menos chuvoso

    Outros Aulacoseira granulata Cyclotella striata Coscinodiscus spp. Polymyxus coronalis Coscinodiscus excentricus Actinoptychus splendens Rhizosolenia setigera

  • 40

    Tabela 02. Composio florstica do microfitoplncton na regio da foz do rio Guam (Belm, Par, Brasil), durante o perodo de maro a dezembro de 2005.

    TXON TXON

    Diviso: CYANOPHYTA Diviso: CHLOROPHYTA Classe: CYANOPHYCEAE Classe: CHLOROPHYCEAE Ordem: CHROOCOCCALES Ordem: CHLOROCOCCALES Famlia: GOMPHOSPHAERIACEAE Famlia: CHLOROCOCCACEAE Gnero: Gomphosphaeria Ktz. Gnero: Schroederia Lemm. Gomphosphaeria sp. Schroederia nitzschioides (West) Korschikov Famlia: SPIRULINACEAE Schroederia setigera (Schreder) Lemm. Gnero: Spirulina Turp. ex Gomont Gnero: Tetradron Ktz. Spirulina sp. Tetraedron lobatum (Ng.) Hansgirg Ordem: OSCILLATORIALES Famlia: DICTYOSPHAERIACEAE Famlia: OSCILLATORIACEAE Gnero: Dictyosphaerium Ng. Gnero: Oscillatoria Vaucher ex Gomont Dictyosphaerium puchellum Wood Oscillatoria lauterbornii Schmidle Dictyosphaerium sp. Oscillatoria sp. 1 Famlia: HYDRODICTYACEAE Oscillatoria sp. 2 Gnero: Pediastrum Meyen Oscillatoria sp.3 Pediastrum duplex Meyen Oscillatoria sp.4 Pediastrum simplex Meyen Ordem: NOSTOCALES Famlia: OOCYSTACEAE Famlia: NOSTOCACEAE Gnero: Monoraphidium Kom.-Legn. Gnero: Anabaena Bory ex Bornet & Flahault Monoraphidium contortum (Thur.) Kom.-Legn. Anabaena constricta (Szafer) Geitler Gnero: Oocystis A. Braun Anabaena sp. Oocystis sp. Ordem: SYNECHOCOCCALES Famlia: SCENEDESMACEAE Famlia: MERISMOPEDIACEAE Gnero: Coelastrum Ng. Gnero: Aphanocapsa Ng. Coelastrum pulchrum Schmidle Aphanocapsa delicatissima West & West Coelastrum microporum Ng. Aphanocapsa sp. Gnero: Crucigenia Morren Gnero: Coelomoron Buell Crucigenia tetrapedia (Kirchner) West & West Coelomoron sp. Gnero: Scenedesmus Meyen Gnero: Merismopedia Meyen Scenedesmus acuminatus (Lagerheim) Chodat Merismopedia sp. Scenedesmus acutus Meyen Diviso: DINOPHYTA Scenedesmus arcuatus Lemm. Classe: DINOPHYCEAE Scenedesmus armatus Chodat Ordem: PERIDINIALES Scenedesmus denticulatus Lagerheim Famlia: PERIDINIACEAE Scenedesmus ecornis (Ehrenb.) Chodat Gnero: Peridinium Ehrenb. Scenedesmus perforatus Lemm. Peridinium sp.1 Scenedesmus quadricauda (Turp.) Brb. Peridinium sp.2 Scenedesmus spp. Diviso: CHRYSOPHYTA Famlia: ULOTRICHACEAE Classe: CHRYSOPHYCEAE Gnero: Radiofilum Schmidle Ordem: CHROMULINALES Radiofilum sp. Famlia: DINOBRYACEAE Classe: ZYGNEMAPHYCEAE Gnero: Dinobryon Ehrenb. Ordem: ZYGNEMATALES Dinobryon sp. Famlia: CLOSTERIACEAE Classe: DICTYOCHOPHYCEAE Gnero: Closterium Nitzch ex Ralfs Ordem: DICTYOCHALES Closterium kuetzingii Brb. Famlia: DICTYOCHACEAE Closterium parvulum Ng. Gnero: Dictyocha Ehrenb. Closterium pronum Brb. Dictyocha fibula Ehrenb. Closterium setaceum Ehrenb. Diviso: EUGLENOPHYTA Closterium sp. Classe: EUGLENOPHYCEAE Famlia: DESMIDIACEAE Ordem: EUGLENALES Gnero: Cosmarium Ralfs Famlia: EUGLENACEAE Cosmarium margaritiferum Meneghini ex Ralfs Gnero: Euglena Ehrenb. Cosmarium redimitum Borge Euglena acus Ehrenb. Cosmarium sp.1 Euglena caudata Hbner Cosmarium spp. Euglena sp. Gnero: Spondylosium Brb. ex Ktz. Gnero: Phacus Dujardin Spondylosium sp. Phacus longicauda (Ehrenb.) Dujardin Gnero: Staurastrum Meyen Phacus pleuronectes (Mller) Dujardin Staurastrum lepthacantum Nordst. Gnero: Trachelomonas Ehrenb. Staurastrum longipes (Nordst.) Teil. Trachelomonas robusta (Swirenko) Deflandre Staurastrum paradoxum Meyen ex Ralfs Trachelomonas sp. Staurastrum pseudosebaldi Wille

  • 41

    Tabela 02. Composio florstica do microfitoplncton na regio da foz do rio Guam (Belm, Par, Brasil), durante o perodo de maro a dezembro de 2005. Continuao.

    TXON TXON

    Staurastrum rotula Nordst. Nitzschia obtusa W. Smith

    Staurastrum sebaldi Reinsch Nitzschia sp.

    Staurastrum stelliferum Borge Famlia: CYMBELLACEAE

    Staurastrum sp. Gnero: Cymbella C. Agardh

    Gnero: Staurodesmus Teil. Cymbella sp.

    Staurodesmus extensus (Borge) Teil. Famlia: GOMPHONEMATACEAE

    Staurodesmus mamilatus (Nordst.) Teil. Gnero: Gomphonema Ehrenb.

    Staurodesmus subulatus (Ktz.) Thomas. Gomphonema sp.1

    Staurodesmus sp. Gomphonema sp.2

    Gnero: Triploceras Bailey Gomphonema sp.3

    Triploceras gracile Bailey Ordem: MASTOGLOIALES

    Gnero: Xanthidium Ehrenb. ex Ralfs Famlia: MASTOGLOIACEAE

    Xanthidium sp. Gnero: Mastogloia Thwaites ex W. Smith

    Famlia: ZIGNEMATACEAE Mastogloia sp.

    Gnero: Mougeotia C. Agardh Ordem: SURIRELLALES

    Mougeotia delicata Famlia: SURIRELLACEAE

    Classe: TREBOUXIOPHYCEAE Gnero: Surirella Turp.

    Ordem: CHLORELLALES Surirella guatimalensis Ehrenb.

    Famlia: CHLORELLACEAE Surirella biseriata Brb.

    Gnero: Ankistrodesmus Corda Surirella capronii Brb. ex F. Kitton

    Ankistrodesmus fusiformis Corda Surirella fastuosa (Ehrenb.) Ktz.

    Ankistrodesmus bribraianus Korsh Surirella linearis W. Smith

    Ankistrodesmus sp. Surirella ovata Ktz.

    Famlia: TREUBARIACEAE Surirella robusta Ehrenb.

    Gnero: Echinosphaerella G.M. Smith Surirella sp.1

    Echinosphaerella limnetica G.M. Smith Surirella sp.2

    Gnero: Treubaria C. Bernard Surirella sp.3

    Treubaria triappendiculata C. Bernard Surirella spp.

    Classe: OEDOGONIOPHYCEAE Surirella tenera W. Gregory

    Ordem: OEDOGONIALES Ordem: THALASSIOPHYSALES

    Famlia: OEDOGONIACEAE Famlia: CATENULACEAE

    Gnero: Oedogonium Link ex Hirn Gnero: Amphora Ehrenb. ex Ktz.

    Oedogonium sp. Amphora sp.

    Classe: CHLAMYDOPHYCEAE Ordem: EUNOTIALES

    Ordem: VOLVOCALES Famlia: EUNOTIACEAE

    Famlia: VOLVOCACEAE Gnero: Actinella F.W. Lewis

    Gnero: Eudorina Ehrenb. Actinella mirabilis

    Eudorina elegans Ehrenb. Gnero: Eunotia Ehrenb.

    Diviso: BACILARIOPHYTA Eunotia flexuosa (Brb.) Ktz.

    Classe: BACILLARIOPHYCEAE Eunotia praerupta Ehrenb.

    Ordem: ACHNANTHALES Eunotia sp.1

    Famlia: ACHNANTHACEAE Eunotia sp.2

    Gnero: Achnanthes Bory de Saint-Vincent Ordem: NAVICULALES

    Achnanthes sp. Famlia: DIPLONEIDACEAE

    Famlia: COCCONEIDACEAE Gnero: Diploneis Ehrenb. ex. Cleve

    Gnero: Campyloneis Grun. Diploneis bombus (Ehrenb.) Cleve

    Campyloneis sp. Diploneis sp.

    Famlia: COCCONEIDACEAE Famlia: AMPHIPLEURACEAE

    Gnero: Cocconeis Ehrenb. Gnero: Frustulia Rabenhorst

    Cocconeis sp.1 Frustulia rhomboides (Ehrenb.) De Toni

    Cocconeis sp.2 Famlia: NAVICULACEAE

    Ordem: BACILLARIALES Gnero: Haslea Simonsen

    Famlia: BACILLARIACEAE Haslea sp.

    Gnero: Bacillaria J.F. Gmelin Gnero: Navicula Bory de Saint-Vincent

    Bacillaria paxillifer (Mller) Hendey Navicula sp.1

    Gnero: Hantzschia Grun. Navicula sp.2

    Hantzschia sp. Navicula sp.3

    Gnero: Nitzschia Hassall Navicula sp.4

  • 42

    Tabela 02. Composio florstica do microfitoplncton na regio da foz do rio Guam (Belm, Par, Brasil), durante o perodo de maro a dezembro de 2005. Continuao.

    TXON TXON

    Famlia: PINNULARIACEAE Coscinodiscus janischii A. Schmidt

    Gnero: Pinnularia Ehrenb. Coscinodiscus jonesianus (Grev.) Ostenf.

    Pinnularia sp.1 Coscinodiscus lineatus Ehrenb.

    Pinnularia sp.2 Coscinodiscus oculus-iridis Ehrenb.

    Pinnularia sp.3 Coscinodiscus radiatus Ehrenb.

    Pinnularia sp.4 Coscinodiscus spp.

    Pinnularia viridis (Nitzsch) Ehrenb. Famlia: HEMIDISCACEAE

    Famlia: PLEUROSIGMATACEAE Gnero: Hemidiscus Wallich

    Gnero: Gyrosigma Hassall Hemidiscus sp.

    Gyrosigma balticum (Ehrenb.) Rabenhorst Ordem: PARALIALES

    Gyrosigma sp. Famlia: PARALIACEAE

    Gnero: Pleurosigma Wm. Smith Gnero: Paralia Heiberg

    Pleurosigma sp. Paralia sulcata (Ehrenb.) Cleve

    Classe: COSCINODISCOPHYCEAE Famlia: HELIOPELTACEAE

    Ordem: BIDDULPHIALES Gnero: Actinoptychus Ehrenb.

    Famlia: BIDDULPHIACEAE Actinoptychus senarius (Ehrenb.) Ehrenb.

    Gnero: Terpsinoe Ehrenb. Actinoptychus sp.

    Terpsinoe musica Ehrenb. Actinoptychus splendens (Shadbolt) Ralfs

    Famlia: PLAGIOGRAMMACEAE Gnero: Polymyxus Bailey ex Bailey

    Gnero: Dimeregramma Ralfs Polymyxus coronalis J.W. Bailey

    Dimeregramma sp. Ordem: CYMATOSIRALES

    Famlia: TRICERATIACEAE Famlia: CYMATOSIRACEAE

    Gnero: Cerataulus Ehrenb. Gnero: Campylosira Grun. ex Van Heurck

    Cerataulus smithii Ralfs ex Pritchard Campylosira sp.

    Gnero: Eupodiscus J.W. Bailey Ordem: RHIZOSOLENIALES

    Eupodiscus radiatus J.W. Bailey Famlia: RHIZOSOLENIACEAE

    Gnero: Odontella C.A. Agardh Gnero: Rhizosolenia Brightwell

    Odontella aurita (Lyngbye) C.A. Agardh Rhizosolenia eriensis H.L. Smith

    Odontella longicruris (Greville) Hoban Rhizosolenia longiseta O. Zacharias

    Odontella mobiliensis (J.W. Bailey) Grun. Rhizosolenia setigera Brightwell

    Odontella regia (Schultze) Simonsen Ordem: THALASSIOSIRALES

    Odontella sinensis (Greville) Grun. Famlia: STEPHANODISCACEAE

    Odontella sp. Gnero: Cyclotella (Ktz.) Brb.

    Gnero: Triceratium C.G. Ehrenb. Cyclotella meneghiniana (Ktz.) Grun.

    Triceratium antediluvianum (Ehrenb.) Grun. Cyclotella radiosa (Grun.) Lemm.

    Triceratium favus (Ehrenb.) Wallich Cyclotella striata (Ktz.) Grun.

    Triceratium sp.1 Cyclotella sp.1

    Triceratium sp.2 Cyclotella spp.

    Ordem: AULACOSEIRALES Famlia: THALLASSIOSIRACEAE

    Famlia: AULACOSEIRACEAE Gnero: Thalassiosira Cleve

    Gnero: Aulacoseira Thwaites Thalassiosira sp.

    Aulacoseira granulata (Ehrenb.) Simonsen Classe: FRAGILARIOPHYCEAE

    Aulacoseira sp. Ordem: FRAGILARIALES

    Ordem: COSCINODISCALES Famlia: FRAGILLARIACEAE

    Famlia: COSCINODISCACEAE Gnero: Diatoma Bory de St-Vincent

    Gnero: Actinocyclus Ehrenb. Diatoma sp. Actinocyclus octonarius Ehrenb. Gnero: Synedra Ehrenb. Gnero: Coscinodiscus C.G. Ehrenb. Synedra acus Ktz. Coscinodiscus apiculatus Ehrenb. Synedra ulna (Nitzsch) Ehrenb. Coscinodiscus argus Ehrenb. Ordem: THALASSIONEMATALES Coscinodiscus concinnus W. Smith Famlia: THALASSIONEMATACEAE Coscinodiscus decrescens Grun. Gnero: Thalassionema M. Peragallo Coscinodiscus excentricus Ehrenb. Thalassionema nitzschioides (Grun.) V.Heurck Coscinodiscus fimbriatus Ehrenb.

  • 43

    6.3. NDICE DE DIVERSIDADE (H)

    Na foz do rio Guam, o ndice de diversidade especfica (H) variou de 0,88

    (ponto R1, setembro) a 3,25 bits.cel-1 (ponto C5, dezembro) (Figura. 11). O perodo

    mais chuvoso foi caracterizado por ndices de diversidade significativamente mais

    elevados (p< 0,05) que os obtidos no perodo menos chuvoso, variando entre 1,50 e

    3,25, com mdia e desvio padro respectivamente de 2,31 e 0,48.

    Em ambos os perodos, os ndices de diversidade especfica indicaram que a

    comunidade microfitoplanctnica est caracterizada por uma mdia diversidade, em

    torno de 2,0 a 3,0 bits.cel-1 (70% das amostras), e apenas 5% apresentaram alta

    diversidade (superior a 3 bits.cel-1). Do restante das amostras, 20% foram consideradas

    como baixa diversidade entre 1,0 a 2,0 bits.cel-1 e 5% abaixo de 1,0 bit.cel-1 (muito baixa

    diversidade).

    0,0

    0,5

    1,0

    1,5

    2,0

    2,5

    3,0

    3,5

    nd

    ice d

    e d

    ivers

    idad

    e

    Mar Dez Jun Set

    Mais chuvoso Menos chuvoso

    Perodo sazonal

    R1 C2 C3 C4 C5

    Figura 11 Diversidade especfica do microfitoplncton (bits.cel-1

    ) na foz do rio Guam (Belm-PA), no perodo de maro a dezembro de 2005.

  • 44

    6.4. NDICE EQUITABILIDADE (J)

    A equitabilidade (J) variou de 0,20 no ms de setembro (ponto R1) a 0,72 no

    ms de dezembro (ponto C5) (Figura. 12).

    No perodo mais chuvoso, os valores de equitabilidade abaixo de 0,5

    demonstraram que no h uma distribuio uniforme da comunidade fitoplanctnica em

    30% das amostras. Enquanto que os valores acima de 0,5 apresentaram uma

    uniformidade em 70% das amostras estudadas, ou seja, houve uma distribuio

    eqitativa dos txons.

    Nos valores de equitabilidade abaixo de 0,5, durante o perodo menos chuvoso

    constatou-se que no h uma distribuio uniforme em 60% das amostras. J nas

    amostras com valores acima de 0,5, apresentaram uniformidade em 40%.

    Os valores de equitabilidade foram significativamente mais elevados no perodo

    chuvoso (p

  • 45

    6.5. DENSIDADE FITOPLANCTNICA

    A densidade microfitoplanctnica na regio de estudo variou de 11,4 x 103 cel.l-1

    no ms de maro (ponto C4) a 260,6 x 103 cel.l-1 no ms de dezembro (ponto R1),

    ambas no perodo mais chuvoso (Figura 10). Enquanto, no perodo menos chuvoso a

    densidade oscilou entre 22,4 x 103 cel.l-1 (ponto C3) a 207,8 x 103 cel.l-1(ponto C5).

    As diatomceas predominaram sobre os demais grupos com 96,35% da

    densidade total, sobressaindo-se a classe Coscinodiscophyceae, com destaque para as

    espcies Aulacoseira granulata (Ehrenb.) Ralfs, Actinoptychus sp. e Cyclotella sp. para

    as quais foram registradas densidades respectivas de 1103,4 x 103 cel.l-1, 82,6 x 103

    cel.l-1 e 47,8 x 103 cel.l-1.

    Aulacoseira granulata (Ehrenb.) Ralfs apresentou o maior valor de densidade no

    perodo menos chuvoso, quando alcanou mximo de 381,2 x 103 cel.l-1 (setembro), e o

    menor valor (141,0 x 103 cel.l-1) foi observado no ms de maro, perodo mais chuvoso.

    Os maiores valores de densidade registrados para clorofceas (20,2 x 103 cel.l-1)

    e cianobactrias (21,2 x 103 cel.l-1) ocorreram no perodo mais chuvoso. As crisofceas

    foram exclusivas do perodo mais chuvoso, apresentando-se com densidade de 0,4 x

    103 cel.l-1. Enquanto que para os dinoflagelados observou-se maior densidade (1,0 x 103

    cel.l-1) durante o perodo menos chuvoso e menor 0,2 x 103 cel.l-1no mais chuvoso.

    De acordo com Paerl (1988), particularmente as crisofceas e clorofceas se

    desenvolvem sob condies cidas, fato este observado no presente trabalho, quando

    no perodo mais chuvoso foi registrado o menor valor de pH. Melo; Huszar (2000)

    tambm observaram aumento das clorofceas durante o perodo de chuvas.

  • 46

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    Den

    sid

    ad

    e (

    cl.

    l-1

    x 1

    03)

    MAR DEZ JUN SET

    Mais chuvoso Menos chuvoso

    Perodo sazonal

    R1 C2 C3 C4 C5

    Figura 13 Densidade microfitoplanctnica total (cel.l-1

    x 103) na foz do rio Guam (Belm-PA), no

    perodo de maro a dezembro de 2005.

    6.6. ANLISE MULTIVARIADA

    6.6.1. Associao das espcies

    Atravs da anlise de agrupamento das unidades amostrais, baseando-se na

    densidade especfica, verificou-se que no existe um padro de similaridade (figura 14),

    sugerindo que os pontos amostrados podem ser considerados como nico. No entanto,

    no projeto do CT-Hidro 2007, a hiptese era de que pelo menos o ponto R1 (Linho),

    considerado como referencial, apresentaria uma diferena na diversidade

    fitoplanctnica em relao aos demais.

  • 47

    Group average

    E4

    MC

    +

    E3

    SC

    -

    E1

    DC

    +

    E5

    SC

    -

    E1

    SC

    -

    E1

    JC

    -

    E4

    JC

    -

    E2

    DC

    +

    E2

    JC

    -

    E5

    JC

    -

    E5

    MC

    +

    E1

    MC

    +

    E2

    MC

    +

    E3

    MC

    +

    E4

    SC

    -

    E3

    DC

    +

    E4

    DC

    +

    E5

    DC

    +

    E3

    JC

    -

    E2

    SC

    -

    Samples

    100

    80

    60

    40

    20S

    imila

    rity

    Transform: Fourth root

    Resemblance: S17 Bray Curtis similarity

    Figura 14 Dendograma de similaridade do microfitoplncton da foz do rio Guam (Belm-PA), no perodo de maro a dezembro de 2005.

  • 48

    7. CONSIDERAES FINAIS

    1) A transparncia da gua foi maior no perodo mais chuvoso, fato

    provavelmente ocasionado pelo efeito diluidor das chuvas. Os pontos apresentaram,

    independentemente do perodo, temperatura sem grandes variaes, baixos teores de

    salinidade, condutividade eltrica e pH dentro dos valores esperados para os padres

    dos esturios amaznicos.

    2) A estrutura da comunidade microfitoplanctnica na regio da foz do rio Guam

    foi representada por 174 espcies distribudas entre diatomceas, clorofceas,

    cianofceas, euglenofceas, crisofceas e dinoflagelados. As diatomceas constituram o

    grupo de maior riqueza taxonmica.

    3) A flora planctnica da regio de estudo no apresentou uma variao espacial

    definida, no sendo observadas diferenas significativas entre os parmetros abiticos

    e biticos analisados nos cinco pontos amostrados.

    4) A variao temporal da comunidade fitoplanctnica foi caracterizada pela

    predominncia das diatomceas em ambos os perodos estudados, sendo a classe

    Bacillariophyceae a mais representativa em relao riqueza, destacando-se as

    famlias Surirellaceae e Coscinodiscaceae com o maior nmero de txons.

    5) A diversidade especfica variou de muito baixa a alta, sendo observados

    baixos ndices de diversidade no perodo menos chuvoso, destacando-se a ocorrncia

    das espcies Aulacoseira granulata, Actinoptychus sp. e Cyclotella sp.

    6) A pluviosidade influenciou nos valores de equitabilidade, sendo o perodo mais

    chuvoso aquele em que se pde observar uma maior uniformidade de distribuio da

    comunidade fitoplanctnica.

    7) A densidade fitoplanctnica apresentou variao temporal definida, sendo

    registrados os maiores florescimentos durante o perodo mais chuvoso. Quanto

    variao espacial, no houve um padro em relao aos perodos sazonais.

    8) No foram observadas espcies dominantes durante o perodo estudado. A

    abundncia relativa mostrou que a maioria dos organismos foi considerada rara.

  • 49

    9) As euglenofceas foram pouco freqentes ou espordicas e se restringiram ao

    perodo menos chuvoso. Os dinoflagelados estiverem presentes nos dois perodos e

    embora considerados organismos caracteristicamente marinhos ocenicos, foram

    observadas duas espcies do gnero Peridinium, na rea em estudo.

    10) Devido hidrodinmica e forte drenagem fluvial do rio Guam, os pontos

    de coleta no apresentaram diferenas na comunidade fitoplanctnica.

  • 50

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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