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Professora: Cristiana Mendes
Pós-Graduação em Direito das Famílias e Sucessões
Profa. Cristiana Mendes.
Bibliografia:
1. Acesso à Justiça. Mauro Cappelletti e Bryan Garth. Sergio Antonio Fabris Editor.
2. Manual de direito processual civil, NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Volume único. Salvador: Ed.
JusPodivm, 2019.O Novo Processo Civil Brasileiro. CÂMARA, Alexandre Freitas. São Paulo: Atlas,
2019.
3. Liberdade e Família. Renata Vilela Multedo. Rio de Janeiro: Editora Processo, 2018.
4. Processo Civil no Direito de Família. Fernanda Tartuce. Teoria e Prática. São Paulo: Editora Gen,
2019.
FAMÍLIA, ESTADO E O PROCESSO
• O “caráter transubstancial” do processo (Fernanda Tartuce)
• O perfil dos conflitos familiares
• Realidade processual em harmonia com a realidade da relação familiar
• Afeto e Direito não estão dissociados
• Direito de Família e intervenção estatal
• Sistema adversarial “suavizado” (Clinton Guimarães dos Santos)
NOÇÃO DA JURISDIÇÃO. “DIZER O DIREITO”. PODER-FUNÇÃO-ATIVIDADE. PRINCÍPIO
CONSTITUCIONAL DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS.
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Professora: Cristiana Mendes
JURISDIÇÃO NOS CONFLITOS FAMILIARES. DO CONTENCIOSO FAMILISTA. O ESTADO DEVE
INTERVIR EM TODA A QUESTÃO FAMILIAR?
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. CONDENAÇÃO
EM FAVOR DE MENOR DE IDADE. LEVANTAMENTO DO VALOR POR SUA REPRESENTANTE. Ação de
responsabilidade civil em decorrência de atraso de voo nacional. Acordo realizado entre as partes.
Homologação em sentença que, no entanto, determinou que fosse aberta conta poupança judicial para transferir
a quantia devida ao menor. Desnecessidade. Reforma que se impõe. No caso dos autos, não há notícia acerca
de eventual conflito de interesses entre a menor e sua genitora. Do mesmo modo, não há notícia de discussão
quanto à correção do exercício do poder familiar, daí porque inexiste motivo plausível ou justificado que
imponha restrição a mãe, titular do poder familiar, de dispor dos valores recebidos por menor de idade. Art.
1.689 CC. Precedentes do Eg. STJ e desta Corte Estadual. RECURSO PROVIDO. Íntegra do Acórdão - Data
de Julgamento: 17/09/2019 - Data de Publicação: 19/09/2019 (*) TJRJ 0026261-30.2015.8.19.0209 –
APELAÇÃO Des(a). DENISE NICOLL SIMÕES - Julgamento: 17/09/2019 - QUINTA CÂMARA CÍVEL.
Vida sem conflitos existe?
NÃO
MARIA TEREZA MALDONADO afirma que como as pessoas diferem entre si, divergências podem surgir com
posteriores conflitos, na medida em que: a) os envolvidos acham que não há como satisfazer suas necessidade
simultaneamente; b) há diferenças de valores, visões de certo/errado, diferentes estilos de vida, religiões,
culturas, etc; c) comunicação ruim, emoções fortes, comportamentos, falta de confiança, etc; d) desigualdade
na distribuição de recursos, de poder, de autoridade; ( TARTUCE, Fernanda apud MALDONADO, Maria Tereza.
O bom conflito, 2008, p.19).
- NAMORO QUALIFICADO. Conceito em evolução. Mais de 30 citações no STJ. Vide
REsp.1.454.643/2015.
- POLIAMOR ou POLIAFETIVIDADE. CITAÇÃO no STJ (AREsp 1008399)
- CONCUBUNATO IMPURO. Mais de 100 citações no STJ.
- REPRODUÇÃO ASSISTIDA. 3 citações no STJ.
ESCOPOS DA JURISDIÇÃO
ESCOPO JURÍDICO
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ESCOPO SOCIAL
ESCOPO EDUCACIONAL (PARCELA DA DOUTRINA)
ESCOPO POLÍTICO
PRINCIPAIS OBSTÁCULOS:
A) ELIMINAÇÃO CONCRETA E REAL DAS DESAVENÇAS FAMILIARES.
B) ELIMINAÇÃO DE ATOS EMULATIVOS. OBSERVÂNCIA DA TEORIA DO ABUSO DE
DIREITO NAS RELAÇÕES FAMILIARES.
C) ELIMINAÇÃO DA LIDE SOCIOLÓGICA E NÃO APENAS DA LIDE JURÍDICA.
Trechos de entrevistas Ministro Luís Roberto Barroso
"Parte do problema do Judiciário é uma litigância espantosa". A lentidão do Judiciário
brasileiro está ligada a uma “visão romântica de que não se deve impedir a parte de postular até o limite
do possível”. Mas pondera: “a avalanche de processos que imobiliza o Judiciário também frustra
direitos”. Site: Consultor Jurídico.
O Poder Judiciário finalizou o ano de 2018 com 78,7 milhões de processos em tramitação,
aguardando alguma solução definitiva. Desses, 14,1 milhões, ou seja, 17,9%, estavam suspensos,
sobrestados ou em arquivo provisório, aguardando alguma situação jurídica futura. Dessa forma,
desconsiderados tais processos, tem-se que, em andamento, ao final do ano de 2018 existiam 64,6
milhões ações judiciais. Fonte: CNJ.
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Eram 95 milhões de processos no Brasil, significando que existiam 2,1 processos para cada
brasileiro (CNJ, 2014). Em torno de 80% dos processos e recursos que tramitam nos tribunais
superiores tratam de interesses dos governos (RENAULT, 2005). O setor público (federal, estadual e
municipal), bancos e empresas de telefonia representam 95% do total de processos dos 100 maiores
litigantes do Brasil (CNJ, 2011).
CRISE DA JURISDIÇÃO
• EXCLUSÃO SOCIAL E OBSTÁCULOS AO ACESSO À JUSTIÇA
• SUPERPOPULAÇÃO DE ADVOGADOS NO MERCADO
• EXPLOSÃO DA LITIGIOSIDADE
• ESGOTAMENTO DAS TRADICIONAIS FORMAS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS DENOTA UMA
CRISE DE LEGITIMAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO (INOPERÂNCIA DO SISTEMA ADVERSARIAL
TRADICIONAL BINÁRIO).
• INEFICIENTE SISTEMA PROCESSUAL
• A DESJUDICIALIZAÇÃO (OU INFORMALIZAÇÃO) NO CPC/2015 E AS DEMANDAS CONSENSUAIS
DE FAMÍLIA. É preciso “dessacralizar o acesso à justiça” (Rodolfo de Camargo Mancuso).
• CRÍTICA DOUTRINÁRIA ACERCA DO CAPÍTULO NO CPC/2015 DE DEMANDAS CONSENSUAIS DE
FAMÍLIA.
• LUIZ GUILHERME MARINONI leciona que jurisdição voluntária não seria jurisdição, mas verdadeira
atividade administrativa de interesses privados.
O Judiciário é um poder que presta um serviço
“lento, caro e difícil de utilizar” (FGV Relatório ICJ Brasil).
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Um novo “sistema” que comportou:
A) SIMPLIFICAÇÃO E ORGANICIDADE DO SISTEMA;
B) HARMONIZAÇÃO DA LEI ORDINÁRIA EM RELAÇÃO À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA REPÚBLICA.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NA SUA VERSÃO PROCESSUAL.
C) AMPLIAÇÃO DOS ESPAÇOS DE CONVENCIONALIDADE;
D) CRIAÇÃO DE MAIORES CONDIÇÕES PARA QUE O JUIZ POSSA PROFERIR DECISÃO DE FORMA
MAIS RENTE À REALIDADE FÁTICA SUBJACENTE À CAUSA;
E) FIXAÇÃO DO PAPEL DOS TRIBUNAIS DE SUPERPOSIÇÃO NA APLICAÇÃO JURISDICIONAL
ISONÔMICA PELAS INSTÂNCIAS INFERIORES: A JURISPRUDÊNCIA DO STF E DOS TRIBUNAIS
SUPERIORES DEVE NORTEAR AS DECISÕES DE TODOS OS TRIBUNAIS E JUÍZOS SINGULARES DO
PAÍS;
F) NOVOS INSTITUTOS INSERIDOS NO SISTEMA PROCESSUAL CIVIL, TAIS COMO COOPERAÇÃO
INTERNACIONAL, INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, INTERVENÇÃO
DO AMICUS CURIAE, AÇÕES DE FAMÍLIA, INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS,
ETC;
G) ELIMINAÇÃO DE INSTITUTOS PROCESSUAIS DESNECESSÁRIOS, COMO A EXCEÇÃO DE
INCOMPETÊNCIA, AÇÃO DECLARATÓRIA INCIDENTAL, NOMEAÇÃO À AUTORIA, PROCEDIMENTO
SUMÁRIO, DENTRE MUITOS OUTROS.
DESAPARECE O FORO PRIVILEGIADO DA MULHER
O CPC/2015 acertou?
“O novo CPC traz uma visão de futuro e não de presente. Ainda que a situação da mulher frente ao homem
tenha evoluído para se afastarem discriminações e injustiças, ainda, em termos de remuneração, a mulher
ganha menos que o homem e tem situação econômica menos favorável. Ademais, não se pode esquecer,
que em parte sensível da população, cabem apenas à mulher os serviços domésticos, o que reduz seu tempo
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de trabalho fora do lar conjugal. Assim, o novo CPC antecipa uma nova tendência, mas não espelha uma
realidade em que a igualdade é formal, mas não material”. ( J. Fernando Simão)
Em 13 anos, lei Maria da Penha passou por diversas alterações
- LEI Nº 13.827, DE 13 DE MAIO DE 2019
Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para autorizar, nas hipóteses que
especifica, a aplicação de medida protetiva de urgência, pela autoridade judicial ou policial, à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, ou a seus dependentes, e para determinar o registro da medida
protetiva de urgência em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça.
- LEI Nº 13.894, DE 29 DE OUTUBRO DE 2019
Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para prever a competência dos Juizados
de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher para a ação de divórcio, separação, anulação de
casamento ou dissolução de união estável nos casos de violência e para tornar obrigatória a informação
às vítimas acerca da possibilidade de os serviços de assistência judiciária ajuizarem as ações
mencionadas; e altera a Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), para prever a
competência do foro do domicílio da vítima de violência doméstica e familiar para a ação de divórcio,
separação judicial, anulação de casamento e reconhecimento da união estável a ser dissolvida, para
determinar a intervenção obrigatória do Ministério Público nas ações de família em que figure como
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parte vítima de violência doméstica e familiar, e para estabelecer a prioridade de tramitação dos
procedimentos judiciais em que figure como parte vítima de violência doméstica e familiar.
Art. 2º A Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), passa a vigorar com as
seguintes alterações:
"Art. 53. ..........................................................................................................................
I - ......................................................................................................................................
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006
(Lei Maria da Penha);
................................................................................................................................." (NR)
"Art. 698. .......................................................................................................................
Parágrafo único. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas ações de família em que figure como
parte vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria
da Penha)." (NR)
"Art. 1.048. .............................................................................................................
...........................................................................................................................................
III - em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de
agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
RELEMBRANDO:
1. CAPÍTULO INÉDITO SOBRE NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL.
CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL. MELHORA SIGNIFICATIVA DAS
MEDIDAS DE URGÊNCIA NO DIREITO DAS FAMÍLIAS.
CPC/2015 Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as
normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se
as disposições deste Código.
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a) Força normativa da Constituição. Konrad Hesse. HESSE, Konrad. A Força Normativa da Constituição. Die
Normative Kraft der Verfassung. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris,
1991, p. 11-12.
b) A Constituição necessita de existência vinculada à realidade? NEOCONSTITUCIONALISMO E PÓS-
POSITIVISMO JURÍDICO.
c) Mutação constitucional do conceito de família. Novos arranjos familiares não previstos no seio
constitucional. Do papel do STF no processo informal de mudança na interpretação da lei maior. Famílias
plurais eudemonistas?
PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO
CPC/2015 Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa.
CPC/2015 Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RAZOAVEL DURAÇÃO DO PROCESSO COMO COROLÁRIO DO
ESTADO DE DIREITO.
CRFB Art. 5º, inciso LXXVIII EC 45/2004 - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
PROCESSOS CONTENCIOSOS DE FAMÍLIA
Apuração do significado da expressão: “razoável duração do processo”.
Critérios de definição:
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1. OTIMIZAÇÃO NO TRÂMITE PROCESSUAL. SIMPLIFICAÇÃO E ORGANICIDADE DO SISTEMA
PROCESSUAL. CRIAÇÃO DE UM RITO-PADRÃO PARA AS AÇÕES DE FAMÍLIA. PROCESSO MAIS
CÉLERE ATRAVÉS DO JULGAMENTO CONJUNTO DE DEMANDAS QUE GRAVITAM EM TORNO DA
MESMA QUESTÃO DE DIREITO.
2. COMPLEXIDADE DA CAUSA LEVADA AO CONHECIMENTO E JULGAMENTO DOS MAGISTRADOS. O
DESAFIO NA PACIFICAÇÃO DAS LIDES SOCIOLÓGICAS, POIS O CONTEXTO FAMILIAR EXTRAPOLA
AS FRONTEIRAS DO PROCESSO JUDICIAL.
Leading Case
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Em decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), um homem terá de pagar aluguel à ex-mulher
pelo uso exclusivo de imóvel pertencente a ambos. Inicialmente, o Tribunal de segunda instância havia
decidido pela inviabilidade da compensação financeira, sob a justificativa de que, para tal, seria
primordial a realização da partilha de bens.
Entretanto, a decisão foi reformada pelo STJ, que, por meio do relator, ministro Raul Araújo,
afirmou que “admitir a indenização antes da partilha tem o mérito de evitar que a efetivação dessa seja
prorrogada por anos a fio, relegando para um futuro incerto o fim do estado de permanente litígio que pode
haver entre os ex-cônjuges, senão, até mesmo, aprofundando esse conflito, com presumíveis consequências
adversas para a eventual prole”. STJ Segunda Seção. Ministro Relator Raul Araújo. Processo em segredo
de justiça.
3. NECESSÁRIA OBEDIÊNCIA ÀS GARANTIAS PROCESSUAIS E CONSTITUCIONAIS QUE VINCULAM O
CASO CONCRETO. Devido processo “adequado” na concepção pós- positivista e neoconstitucional.
Princípio constitucional do contraditório no seu aspecto substancial e na sua versão processual. Essa
é a dimensão consagrada pelo CPC/2015.
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CPC/2015 Artigo 7º “É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório”.
CPC/2015 Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
CONTRADITÓRIO (CPC/1973) =
INFORMAÇÃO + POSSIBILIDADE DE REAÇÃO
CONTRADITÓRIO (CPC/2015) =
PARTICIPAÇÃO + PODER DE INFLUÊNCIA
O contraditório se justifica a partir do: a) direito de informação, que obriga o julgador a informar
a parte contrária todo o ato praticado no processo, com explicação de seus elementos; b) direito de
manifestação, que assegura ao litigante a possibilidade de manifestar-se sobre os elementos fáticos e
jurídicos constantes do processo; c) direito de ver seus argumentos considerados, que exige do julgador
a capacidade, apreensão e isenção de ânimo para contemplar as razões apresentadas.
PRECEDENTES STJ 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça: LOCAL DE JULGAMENTO PODE SER
MUDADO NO MEIO DA AÇÃO SE BENEFICIAR MENOR. PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA
CRIANÇA OU DO ADOLESCENTE. FLEXIBILIZAÇÃO DA REGRA DA PERPETUATIO
JURISDICTIONIS QUE IMPÕE A ESTABILIZAÇÃO DA COMPETÊNCIA.
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Parte da doutrina aponta a inconstitucionalidade do artigo 695, § 1º CPC/2015 sobre regras especiais
da citação nas ações de família. Violação dos princípios da ampla defesa, contraditório, igualdade
e publicidade.
• O mandado desacompanhado de cópia da petição inicial.
• O direito do réu de examinar o conteúdo da petição inicial a qualquer tempo.
4. RACIONALIZAÇÃO DO TEMPO. REPÚDIO AOS DITOS “TEMPOS MORTOS” (períodos que nada acontece
no processo). EFICIÊNCIA E A EFETIVIDADE DO PROCESSO (ARTIGOS 4º e 6º DO CPC/15).
4.1) A TÉCNICA DAS MEDIDAS JUDICIAIS ATÍPICAS PARA GARANTIR A EFETIVIDADE PROCESSUAL
NAS AÇÕES DE FAMÍLIA E NOS ENCARGOS ALIMENTARES.
Vide artigo 139, IV CPC. Incumbe ao juiz “determinar todas as medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária”. Exemplos: (1) SUSPENSÃO DO
DIREITO DE DIRIGIR; (2) PROIBIÇÃO PARA TIRAR PASSAPORTE; (3) RECOLHIMENTO DE
PASSAPORTE; (4) A PENHORA DA RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA; (5) PROIBIÇÃO DE
PARTICIPAÇÃO EM CONCURSOS PÚBLICOS OU LICITAÇÕES.
STJ (04/2019) NÃO é possível adotar meios executivos atípicos contra devedor sem sinais de ocultação
patrimonial.
• O juiz deve intimar previamente o executado para pagar o débito ou apresentar bens destinados a
saldá-lo, seguindo-se aos atos de expropriação típicos.
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• A fundamentação a partir das circunstâncias específicas do caso, como a observância da boa-fé (art.
5º), cooperação voltada à obtenção de decisão de mérito justa e efetiva (art. 6º), isonomia e contraditório (art.
7º) e proporcionalidade (art. 8º), sem prejuízo da vedação das decisões-surpresa (arts. 8º e 9º);
• ESGOTAMENTO PRÉVIO DOS MEIOS TÍPICOS DE SATISFAÇÃO DO CRÉDITO EXEQUENDO.
• Além disso, a decisão deve atender aos fins sociais do ordenamento jurídico, resguardando e
promovendo a dignidade da pessoa humana, como exige o artigo 8° do CPC.
“Respeitado esse contexto, portanto, o juiz está autorizado a adotar medidas que entenda adequadas,
necessárias e razoáveis para efetivar a tutela do direito do credor em face de devedor que, demonstrando
possuir patrimônio apto a saldar o débito em cobrança, intente frustrar sem razão o processo executivo”,
explicou Nancy Andrighi. Leia os acórdãos do Superior Tribunal de Justiça no REsp 1.782.418 e no REsp
1.788.950.
ENUNCIADO Nº 48 DA ENFAM – SISTEMÁTICA APLICÁVEL APENAS AO CHAMADO “DEVEDOR
PROFISSIONAL” QUE, POSSUINDO CONDIÇÕES FINANCEIRAS, CONSEGUE BLINDAR SEU
PATRIMÔNIO CONTRA OS CREDORES – ELEMENTOS INDICIÁRIOS NO SENTIDO DE QUE O PADRÃO
DE VIDA E NEGÓCIOS REALIZADOS PELO DEVEDOR SE CONTRAPÕEM À UMA POSSÍVEL SITUAÇÃO
DE PENÚRIA FINANCEIRA – EVIDENTE MÁ-FÉ DO COMPORTAMENTO ADOTADO PELO DEVEDOR.
AGRAVO DE INSTRUMENTO - CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - ALIMENTOS - PEDIDO DE
RECOLHIMENTO DA CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO DO EXECUTADO COMO FORMA DE
COMPELI-LO A PAGAR A DÍVIDA ALIMENTAR - DEFERIMENTO - IRRESIGNAÇÃO DO EXECUTADO -
ACOLHIMENTO - INOBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE
- INADEQUAÇÃO DA MEDIDA COERCITIVA PARA O FIM ALMEJADO - RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. - Cuida a hipótese de Agravo de Instrumento, com pedido de atribuição de efeito suspensivo,
interposto contra a decisão proferida nos autos da Execução de Alimentos, que determinou a expedição de
ofício ao DETRAN visando ao recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação do Executado, aqui Agravante.
- Pretensão de desconstituição da decisão agravada. Acolhimento. - Em que pese o Código de Processo
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Civil, em seu artigo 139, IV, autorize a adoção de medidas coercitivas atípicas para assegurar o
cumprimento da prestação pecuniária, a providência requerida pela Exequente não se revela adequada
ao fim almejado, tendo em vista que o Executado exerce a atividade de taxista e a retenção de sua CNH
obstaculizará o exercício de sua atividade laborativa, inviabilizando, via de consequência, a satisfação
do seu crédito. - Violação aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. - Julgados do E.
Superior Tribunal de Justiça nesse sentido. - Recurso conhecido e provido. TJRJ 0009818-
10.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). CAETANO ERNESTO DA FONSECA COSTA -
Julgamento: 21/08/2019 - SÉTIMA CÂMARA CÍVEL.
4.2) A TÉCNICA DA RESOLUÇÃO PARCIAL DE MÉRITO NAS AÇÕES DE FAMÍLIA. Artigo 356 CPC.
- Observância do Princípio da Celeridade “o intervalo de tempo entre a propositura da ação e a sua
decisão”.
- Os meios dissolutivos da união estável e do casamento não exigem tempo ou causa.
Veja Enunciado n. 18 do IBDFAM, aprovado no seu X Congresso Brasileiro, in verbis: “nas ações de divórcio
e de dissolução da união estável, a regra deve ser o julgamento parcial do mérito (art. 356 do Novo CPC),
para que seja decretado o fim da conjugalidade, seguindo a demanda com a discussão de outros temas”.
TJRJ 0068747-70.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des (a). CLEBER GHELFENSTEIN -
Julgamento: 10/07/2019 - DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO
DE DIVÓRCIO LITIGIOSO. SENTENÇA PARCIAL DE MÉRITO, DECRETANDO O DIVÓRCIO DAS PARTES.
ALEGAÇÃO DE NECESSIDADE DE APRECIAÇÃO CONJUNTA DO DIVÓRCIO A DA PARTILHA DE BENS.
COM O ADVENTO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, ESTE PASSOU A AUTORIZAR O
JULGAMENTO PARCIAL DO PEDIDO, PERMITINDO A DECRETAÇÃO DO DIVÓRCIO, CASO NÃO HAJA
ACORDO SOBRE A PARTILHA DOS BENS DO EX-CASAL, NOS TERMOS DO ARTIGO 731, PARÁGRAFO
ÚNICO DO NCPC. POR CERTO, A DECRETAÇÃO DO DIVÓRCIO ANTES DA APRECIAÇÃO DA PARTILHA
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DOS BENS NÃO POSSUI O CONDÃO DE ESVAZIAR A PARTILHA, NÃO CAUSANDO QUALQUER
PREJUÍZO A AGRAVANTE. NESTE DIAPASÃO, NÃO SE VISLUMBRA QUALQUER ILEGALIDADE NA
DECRETAÇÃO DO DIVÓRCIO, COM O PROSSEGUIMENTO DO FEITO EM RELAÇÃO A PARTILHA DOS
BENS. QUANTO AO PLEITO DE EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO PARA A OBTENÇÃO DE SALDOS E EXTRATOS
ÀS ENTIDADES BANCÁRIAS EM NOME DAS EMPRESAS DAS QUAIS O AGRAVADO PARTICIPA COMO
SÓCIO, MELHOR SORTE NÃO ACOMPANHA AGRAVANTE. EM VERDADE, COM O ADVENTO DO NOVO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, LEI NACIONAL Nº 13.105/2015, O CABIMENTO DE AGRAVO DE
INSTRUMENTO PASSOU A TER ROL TAXATIVO, CONFORME PREVISÃO EXPRESSA NO ARTIGO 1.015,
SEUS INCISOS E PARÁGRAFO ÚNICO. COM EFEITO, NÃO SE ENCONTRA PRESENTE NO ALUDIDO
ELENCO A DECISÃO ORA AGRAVADA, QUANTO TAL QUESTÃO. INSTA SALIENTAR QUE A DECISÃO
RECORRIDA NÃO SE ENCONTRA ABARCADA PELA DECISÃO DO STJ NO RESP Nº 1.704.520/MT QUE
MITIGOU A TAXATIVIDADE DO ARTIGO EM QUESTÃO, MOTIVO PELO QUAL NÃO CABE AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONTRA TAL PONTO. ENTENDIMENTO DESTE E. TRIBUNAL ACERCA DO TEMA.
CONHECIMENTO PARCIAL. DESPROVIMENTO. Íntegra do Acórdão em Segredo de Justiça - Data de
Julgamento: 10/07/2019 - Data de Publicação: 11/07/2019 (*)
4.3) A IMPORTÂNCIA DA TÉCNICA PROCESSUAL DIFERENCIADA.
- Modelos de procedimentos diferentes do comum ou da via processual ordinária.
- O futuro do processo civil: o emprego das técnicas diferenciadas dentro do próprio procedimento comum
(ALEXANDRE FREITAS CÂMARA).
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre
eles não haja conexão.
(...) § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se
o autor empregar o procedimento comum, SEM PREJUÍZO DO EMPREGO DAS TÉCNICAS PROCESSUAIS
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DIFERENCIADAS PREVISTAS NOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS A QUE SE SUJEITAM UM OU MAIS
PEDIDOS CUMULADOS, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
Assunto Interessante!
Julgamento Recente STJ
MOROSIDADE DO JUDICIÁRIO E A ESCUSA ABSOLUTÓRIA DA INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS
HUMANOS E MATERIAL
RESPONSABILIDADE CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO. LESÃO.
DESPACHO DE CITAÇÃO. DEMORA DE DOIS ANOS E SEIS MESES. INSUFICIÊNCIA DOS RECURSOS
HUMANOS E MATERIAIS DO PODER JUDICIÁRIO. NÃO ISENÇÃO DA RESPONSABILIDADE ESTATAL.
CONDENAÇÕES DO ESTADO BRASILEIRO NA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS.
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
CARACTERIZADA. 1. Trata-se de ação de execução de alimentos, que por sua natureza já exige maior
celeridade, esta inclusive assegurada no art. 1º, c/c o art. 13 da Lei n. 5.478/1968. Logo, mostra-se excessiva
e desarrazoada a demora de dois anos e seis meses para se proferir um mero despacho citatório. O ato, que é
dever do magistrado pela obediência ao princípio do impulso oficial, não se reveste de grande complexidade,
muito pelo contrário, é ato quase que mecânico, o que enfraquece os argumentos utilizados para amenizar a
sua postergação. 2. O Código de Processo Civil de 1973, no art. 133, I (aplicável ao caso concreto, com norma
que foi reproduzida no art. 143, I, do CPC/2015), e a Lei Complementar n. 35/1979 (Lei Orgânica da
Magistratura Nacional), no art. 49, I, prescrevem que o magistrado responderá por perdas e danos quando, no
exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude. A demora na entrega da prestação jurisdicional, assim,
caracteriza uma falha que pode gerar responsabilização do Estado, mas não diretamente do magistrado atuante
na causa. 3. A administração pública está obrigada a garantir a tutela jurisdicional em tempo razoável, ainda
quando a dilação se deva a carências estruturais do Poder Judiciário, pois não é possível restringir o alcance e
o conteúdo deste direito, dado o lugar que a reta e eficaz prestação da tutela jurisdicional ocupa em uma
sociedade democrática. A insuficiência dos meios disponíveis ou o imenso volume de trabalho que pesa sobre
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determinados órgãos judiciais isenta os juízes de responsabilização pessoal pelos atrasos, mas não priva os
cidadãos de reagir diante de tal demora, nem permite considerá-la inexistente. 4. A responsabilidade do Estado
pela lesão à razoável duração do processo não é matéria unicamente constitucional, decorrendo, no caso
concreto, não apenas dos arts. 5º, LXXVIII, e 37, § 6º, da Constituição Federal, mas também do art. 186 do
Código Civil, bem como dos arts. 125, II, 133, II e parágrafo único, 189, II, 262 do Código de Processo Civil de
1973 (vigente e aplicável à época dos fatos), dos arts. 35, II e III, 49, II, e parágrafo único, da Lei Orgânica da
Magistratura Nacional, e, por fim, dos arts. 1º e 13 da Lei n. 5.478/1965. 5. Não é mais aceitável hodiernamente
pela comunidade internacional, portanto, que se negue ao jurisdicionado a tramitação do processo em tempo
razoável, e também se omita o Poder Judiciário em conceder indenizações pela lesão a esse direito previsto
na Constituição e nas leis brasileiras. As seguidas condenações do Brasil perante a Corte Interamericana de
Direitos Humanos por esse motivo impõem que se tome uma atitude também no âmbito interno, daí a
importância de este Superior Tribunal de Justiça posicionar-se sobre o tema. 6. Recurso especial ao qual se dá
provimento para restabelecer a sentença". STJ REsp 1.383.776/AM, ocorrido em 6/9/2018, 2ª Turma do
Superior Tribunal de Justiça, em acórdão relatado pelo Ministro Og Fernandes.
CAPÍTULO X
DAS AÇÕES DE FAMÍLIA
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela provisória,
o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o disposto
no art. 694.
TUTELAS PROVISÓRIAS DE URGÊNCIA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
a) UNIFICAÇÃO DAS TUTELAS DE URGÊNCIA
b) DESAPARECIMENTO DAS CAUTELARES ESPECÍFICAS RETIRANDO-LHE A AUTONOMIA
CONSAGRADA NO CPC 1973.
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c) JUÍZO DE PROBABILIDADE E NÃO DE SIMPLES PLAUSIBILIDADE
d) COGNIÇÃO SUMÁRIA (NÃO EXAURIENTE): “TUTELA SUMÁRIA DE DIREITOS” (Luiz Fux)
LIVRO V
DA TUTELA PROVISÓRIA
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter
antecedente ou incidental.
O Código de Processo Civil (Lei 13.105, de 16 de março de 2015) que entrou em vigor em 18.03.2016 trouxe
significativas mudanças nas Tutelas Provisórias (art. 294 a 311) que devem ser compreendidas por um tríplice
aspecto.
PRIMEIRO ASPECTO: análise do objeto da tutela provisória
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i. Providência de natureza cautelar ou conservativa (resguardo para a futura realização do direito).
Ex: PEDIDO CAUTELAR DE SEQUESTRO DE ATIVOS FINANCEIROS SONEGADOS NA CONSTÂNCIA DO
CASAMENTO. Vale a pena a leitura acerca de PEDIDO DE SOBREPARTILHA no Resp 1.525.501, STJ.
ii. Providência de natureza satisfativa (realiza o próprio direito).
Ex: PEDIDO DE SEPARAÇÃO DE CORPOS INCIDENTALMENTE NA PRETENSÃO DE DIVÓRCIO PARA
FIM DO CASAMENTO. DESARTICULAÇÃO OU RUÍNA DO AFETO. IMPOSSIBILIDADE DE
RECONSTITUIÇÃO DA VIDA EM COMUM.
CASO PRÁTICO-PROFISSIONAL
TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA OU CAUTELAR?
1“Separação de corpos” (CPC 1939/1973) – pretensão cautelar
2 “Afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do casal”. (CPC 2015) - pretensão de
antecipação da tutela pretendida
- Previsão no Código Civil, art. 1.562 sem correspondente no CPC 2015 (tratado no CPC 1973 como
procedimento cautelar no artigo 888, VI “o afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do casal”).
- Precedentes judiciais na aplicação da medida provisória urgente na união estável, pois os valores éticos que
a medida visa proteger estão presentes no casamento e fora dele.
A separação de corpos é reconhecida como medida satisfativa, consequentemente, antecipa-se um
dos efeitos da tutela principal baseado no dever de coabitação que cessa na separação judicial ou divórcio (o
cônjuge agredido pode pedir para sair do lar conjugal ou a retirada do cônjuge agressor).
CAPÍTULO VIII
Da Invalidade do Casamento
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(CC 1.562): Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de separação judicial, a de
divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, comprovando sua necessidade, a
separação de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível brevidade.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE SEPARAÇÃO DE CORPOS. RECURSO INTERPOSTO CONTRA
A DECISÃO QUE INDEFERIU O PEDIDO CAUTELAR DE AFASTAMENTO DA AGRAVADA DO LAR
CONJUGAL. RECURSO PROVIDO. 1. Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão proferida
pelo Juízo da Segunda Vara de Família Regional da Barra da Tijuca que, em ação de separação de corpos,
proferiu decisão indeferindo o pedido cautelar de afastamento da agravada do lar conjugal. 2. Necessários três
requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência, a saber: (I) quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito; (II) perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo; (III)
reversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300, incisos c/c parágrafo 3º). 3. A probabilidade do direito resta
consubstanciada nas alegações das partes e documentos acostados ao feito que evidenciam o clima bélico
existente no lar devido as constantes desavenças entre as partes e a impossibilidade de convívio mútuo,
notadamente em virtude da alegada violação aos deveres conjugais por parte da agravada, ocasionando uma
situação insustentável entre o ex-casal. 4. Cotejo probatório coligido aos autos que revela evidente a ruptura
da relação conjugal. 5. Sabe-se que o pedido cautelar de afastamento temporário de um dos cônjuges da
morada do casal visa resguardar a integridade física, moral e psíquica do requerente e/ou de seus filhos, de
forma a impedir que o outro permaneça coabitando com o beneficiário da tutela a residência do ex-casal. 6.
Desse modo, restando comprovada a impossibilidade de manutenção da convivência entre as partes e,
sobretudo, da coabitação sob o mesmo teto, podendo comprometer inclusive a integridade psíquica e física das
partes, assim como o bem-estar dos filhos do ex-casal, mostra-se impositiva a concessão da medida de
urgência. 7. De outro turno, vislumbra-se o perigo de dano a justificar o deferimento da antecipação da tutela
recursal com base na narrativa dos fatos e documentos colacionados aos autos, preservando-se, assim, a
integridade física, mental e moral das partes e dos filhos do ex-casal. 8. Possibilidade de reversibilidade dos
efeitos da tutela concedida, acaso seja julgado improcedente o pedido autoral. 9. Recurso provido. TJRJ
0062782-82.2016.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). MÔNICA MARIA COSTA DI PIERO -
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Julgamento: 30/05/2017 - OITAVA CÂMARA CÍVEL. Íntegra do Acórdão em Segredo de Justiça - Data de
Julgamento: 30/05/2017 (*)
SEGUNDO ASPECTO: análise da fundamentação (razões que autorizam sua concessão)
i. DE URGÊNCIA (perigo de dano- periculum in mora OU ato ilícito (tempo) + probabilidade do direito).
Vide artigos 300 c/c 497, § único CPC.
ii. DE EVIDÊNCIA (probabilidade do direito - realização imediata mesmo não havendo perigo,
dispensando-se a demonstração de urgência)
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido,
concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a
continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da
existência de culpa ou dolo.
ATENÇÃO:
No CPC/2015, o juiz pode conceder a tutela cautelar ou antecipada em razão de elementos
meramente argumentativos da parte, sem a necessidade, portanto, de provas que corroborem tais
alegações. Dispensou-se na nova legislação a “prova inequívoca”.
TERCEIRO ASPECTO: análise do momento processual em que é requerida
i. INCIDENTE: QUANDO JÁ FORMULADO O PEDIDO DE TUTELA FINAL
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ii. ANTECEDENTE: QUANDO O PEDIDO DE TUTELA FINAL É ADIADO
O CPC 2015 traz duas novidades:
a) O reconhecimento do instituto do dano processual nas tutelas provisórias (art. 79).
b) Exigência de caução real ou fidejussória idônea, o que pode ser dispensado se a parte for
hipossuficiente economicamente e não puder oferecê-la (art. 300, § 1º). Caução de contracautela.
TÍTULO II
DA TUTELA DE URGÊNCIA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória
idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se
a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
(...)
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a
efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
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II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do
requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que
possível.
TUTELA DE URGÊNCIA
A) Requisitos positivos: probabilidade de existência do direito + perigo de dano iminente.
B) Requisito negativo: tutela antecipada que seja capaz de gerar efeitos irreversíveis, diante da sua
provisoriedade /art. 300, § 3º)
Exceção: tutela provisória de urgência satisfativa com efeitos irreversíveis. Fixação de alimentos provisórios.
FPPC, Enunciado 419: “Não é absoluta a regra que proíbe a tutela provisória com efeitos irreversíveis”.
- Situação jurídica chamada “irreversibilidade recíproca”.
Dispensa da caução de contracautela.
FPPC, Enunciado 497: (art. 297, parágrafo único; art. 300, §1º; art. 520, IV) As hipóteses de exigência de
caução para a concessão de tutela provisória de urgência devem ser definidas à luz do art. 520, IV, CPC.
(Grupo: Tutela de urgência e tutela de evidência).
FPPC, Enunciado 498: (art. 297, parágrafo único; art. 300, §1º; art. 521) A possibilidade de dispensa de caução
para a concessão de tutela provisória de urgência, prevista no art. 300, §1º, deve ser avaliada à luz das
hipóteses do art. 521. (Grupo: Tutela de urgência e tutela de evidência)
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TJRJ 0010804-61.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). RENATA MACHADO COTTA -
Julgamento: 29/05/2019 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. REVISIONAL DE ALIMENTOS. DECISÃO QUE INDEFERIU TUTELA DE
URGÊNCIA. INCIDÊNCIA DO VERBETE Nº 59 DESTE TRIBUNAL. MANUTENÇÃO DO DECISUM. A
antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional foi consolidada em nosso ordenamento jurídico, a partir do
advento da Lei nº 8.952/94 em resposta aos anseios dos doutrinadores e da jurisprudência pátria, como uma
das formas de celeridade e garantia da efetividade da prestação jurisdicional. O artigo 273 do Código de
Processo Civil/73, de maneira prudente, estabeleceu os pressupostos para a sua concessão. Em que pesem
as alterações realizadas pelo NCPC sobre a matéria, com inovações de procedimento e a previsão da tutela
de evidência, os requisitos de concessão da tutela antecipada de urgência permanecem íntegros, ex vi do art.
300 ("a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito
e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo"). Logo, a referida prova deve levar o julgador
ao convencimento da verossimilhança da alegação. Ademais, é imprescindível que haja receio de dano
irreparável ou de difícil reparação. No caso em apreço, a decisão agravada não se afigura teratológica,
contrária à lei ou à prova dos autos. Como destaquei na decisão de indeferimento do efeito suspensivo,
mostra-se temerária a pronta redução da verba alimentar, considerando que um dos alimentados sofre de
autismo severo, o que demanda altas despesas mensais, não servindo a priori a constituição de nova
família como fundamento suficiente para a acolhida da pretensão autoral. Nessa esteira, afirma o art.
1.636 do Código Civil que o pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável não
perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar. Em contrapartida,
tampouco os deveres inerentes à autoridade parental, conforme nomeado pela doutrina
contemporânea, sofrem interferência do novo cônjuge, companheiro ou mesmo da nova prole. Se assim
não fosse, o nascimento de novos descendentes configuraria incentivo à paternidade irresponsável, o
que afrontaria a Magna Carta, como se depreende do art. 226, § 7 do referido diploma. No caso em
comento, aliás, como bem notou a Douta Procuradoria de Justiça, muito embora o alimentante sustente ter
perdido uma fonte de renda ao deixar de prestar serviços para HAPVIDA, também afirma que percebe
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mensalmente cerca de 20 mil reais, de modo que a manutenção da verba alimentar, 8 salários mínimos a Pedro
e 4 salários mínimos a Luana, não compromete toda sua renda. Nessa esteira, oportuno consignar, ainda, que
a verba alimentar nos moldes perseguidos pelo recorrente - 4 salários mínimos a Pedro e 1,5, a Luana - além
de não ser compatível com as necessidades de menores de 14 e 17 anos, respectivamente, especialmente
considerando a condição de autista severo de Pedro, não pode ser comparada com as despesas de uma
criança recém-nascida, como o filho do novo enlace, nascido em janeiro do ano corrente. Por tais motivos,
impõe-se a manutenção da decisão agravada, cabendo reiterar que, nos termos do verbete nº 59, deste TJRJ,
não é possível a reforma de decisão antecipatória dos efeitos da tutela se o r. decisum encontra-se em
consonância com prova dos autos, o que se verifica na hipótese em tela. Recurso desprovido.
1) Antecedente
• Primeiro pede-se a tutela e indica-se o pedido final (art.303, CPC)
• Após a concessão, adita-se a inicial para arrazoá-la (15 dias ou mais).
• Se não aditar, extinção!
• Possibilidade de estabilização da tutela provisória (CPC art. 304)
CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode
limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição
da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos
documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o
juiz fixar;
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II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem
resolução do mérito.
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência
de novas custas processuais.
§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve
levar em consideração o pedido de tutela final.
§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo.
§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional
determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo
ser extinto sem resolução de mérito.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a
conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela
antecipada estabilizada nos termos do caput.
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de
mérito proferida na ação de que trata o § 2o.
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para
instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após
2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o.
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será
afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos
termos do § 2o deste artigo.
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Estabilização da Tutela Antecipada de Caráter Antecedentes se compatibiliza com os processos
contenciosos de família?
ENFAM Enunciado n. 500. (art. 304) O regime da estabilização da tutela antecipada antecedente aplica-se
aos alimentos provisórios previstos no art. 4º da Lei 5.478/1968, observado o §1º do art. 13 da mesma lei.”
TJRJ 0009632-84.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). MÔNICA MARIA COSTA DI PIERO
- Julgamento: 25/04/2019 - OITAVA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECEDENTE.
INFÂNCIA E JUVENTUDE. FALTA DE INSUMO (GÁS DE COZINHA) QUE IMPEDE A PREPARAÇÃO DE
ALIMENTAÇÃO. CASA DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL VILA SORRISO, LOCALIZADA NO MUNICÍPIO
DE NOVA FRIBURGO. PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS. DESPROVIMENTO DO RECURSO. 1.
Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra decisão do Juízo da Primeira Vara de Família,
Infância, Juventude e Idoso da Comarca de Nova Friburgo que, em requerimento de tutela provisória de
urgência em caráter antecedente formulado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, acolheu
o pleito antecipatório para determinar que Município de Nova Friburgo disponibilize, no prazo de vinte e quatro
horas, gás de cozinha o suficiente para atender a demanda da Casa de Acolhimento Institucional Vila do Sorriso.
2. A decisão recorrida acolheu o pleito antecipatório para determinar que Município de Nova
Friburgo disponibilize, no prazo de vinte e quatro horas, gás de cozinha o suficiente para atender a
demanda da Casa de Acolhimento Institucional Vila do Sorriso. 3. De acordo com o novo regramento
processual, a tutela provisória poderá ser consubstanciada em urgência, que se subdivide em satisfativa ou
cautelar, ou em evidência (art. 294). 4. Necessários três requisitos para a concessão da tutela provisória
de urgência, a saber: (i) quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito; (ii) perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo; (iii) reversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300,
incisos c/c parágrafo 3º). 5. A jurisprudência é majoritária no sentido da possibilidade da antecipação dos
efeitos da tutela em face da Fazenda Pública, desde que preenchidos os requisitos legais. Entendimento este
sumulado no verbete 60 deste Egrégio Tribunal de Justiça. 6. De outro lado, afasta-se a preliminar de
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nulidade da decisão recorrida, por inobservância à disciplina estabelecida no artigo 2° da Lei nº 8.437/92, tendo
em vista que o conteúdo do disposto nesse dispositivo pode ser mitigado na hipótese de motivo relevante,
quando presentes os requisitos legais para conceder medida liminar em Ação Civil Pública. 7. O novo CPC
permite que a tutela antecipada, com base na urgência, seja requerida de forma contemporânea à propositura
da ação, veiculada de forma simplificada, que será complementada (ou aditada) depois da análise da tutela de
urgência, procedendo-se à juntada de novos documentos e à confirmação do pedido de tutela final, sob pena
de extinção do feito sem resolução do mérito (art. 303, §2º, do CPC/2015). 8. Não há, portanto, que se falar
em inépcia da petição inicial, tendo em vista que se encontram devidamente preenchidos os requisitos previstos
no art.319, do CPC, estando a causa de pedir devidamente especificada, sendo o pedido certo e determinado
quanto ao gênero e dos fatos trazidos decorre logicamente a postulação, na medida em que o autor afirma a
existência do fato constitutivo do direito alegado, bem como o evento violador desse direito. 9. Ademais, de
acordo com a orientação do e. Superior Tribunal de Justiça, a petição inicial só deve ser considerada inepta
quando ininteligível e incompreensível. 10. Exsurge presentes os requisitos para a concessão da tutela
provisória de urgência em caráter antecedente, eis que demonstrados a probabilidade do direito e o risco ao
resultado útil do processo, nos termos dos artigos 300 e 303, do CPC. 11. De certo que a criança e o
adolescente não podem ficar privados do seu mínimo existencial ¿ núcleo essencial do princípio da dignidade
da pessoa humana ¿ dentro do qual, inquestionavelmente, inclui-se o direito à alimentação, intimamente ligado
ao direito à vida. 12. Na forma da Lei 8069/96, em seu art. 4º, se constitui dever da família, da comunidade, da
sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 13. Preceitua, ainda, o art.5º, do referido ato
normativo, que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão,
aos seus direitos fundamentais. 14. Não há dúvidas de que a falta de disponibilização de gás de cozinha pelo
Município de Nova Friburgo de forma suficiente para atender a demanda da Casa de Acolhimento Institucional
Vila do Sorriso viola frontalmente a ordem constitucional e legal vigentes, notadamente quando se constitui um
dever do ente político assegurar à efetivação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente, conferindo
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proteção e mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e seu
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. 15. A dignidade da pessoa
humana se constitui fundamento do Estado Democrático de Direito, servindo de parâmetro de interpretação e
orientação para todo o ordenamento jurídico. 16.Nesse passo, a conduta do município não se mostra legítima,
cabendo ao Poder Judiciário zelar pela efetivação dos direitos fundamentais. 17.Assim, não há que se falar em
invasão do Poder Judiciário na esfera do Poder Executivo na hipótese de conflito que envolva o direito
fundamental, incluso no conceito de mínimo existencial. 18. O perigo de dano resta consubstanciado
na situação de risco e nos danos gravíssimos e irreversíveis à saúde e ao bem-estar das crianças e
adolescentes advindos da demora na satisfação das necessidades basilares dos acolhidos submetidos
à tutela estatal. 19. Noutro passo, a imposição de multa diária por inadimplemento da obrigação estipulada
encontra-se revestida de caráter coercitivo e, por isso, deve ser fixada em valor pecuniário expressivo,
notadamente quando o seu cumprimento envolve providências que resvalam no comprometimento do direito à
vida. 20. Inexiste, de outro lado, receio de dano de difícil reparação aos interesses do agravante, uma vez que
a prioridade dentro de um Estado de Direto é a efetivação dos direitos fundamentais do cidadão. 21.
Irreversibilidade da medida se opera contra os infantes que necessitam do atendimento médico
e arcam com suas obrigações tributárias para o fornecimento de um serviço adequado e que não é
prestado, sendo certo que a vida ou saúde devem se sobrepor a eventual antecipação econômica do
ente estatal. 22. Desprovimento do recurso. Íntegra do Acórdão em Segredo de Justiça - Data de Julgamento:
25/04/2019 - Data de Publicação: 02/05/2019 (*)
Cautelar ( Conservativa)
1) Antecedente
• Lide e seu fundamento (art. 303)
• Exposição sumária do direito
• o perigo de dano ou risco ao resultado processual
• Contestação em 5 dias
• Em 30 dias deverá ser formulado o pedido principal, distribuído por dependência, sem recolhimento de custas
complementares.
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CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a
lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará
o disposto no art. 303.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas que pretende
produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como
ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta)
dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não
dependendo do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou de mediação,
na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu.
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
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III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução
de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido,
salvo sob novo fundamento.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no
julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.
TJRJ 0016581-27.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). CEZAR AUGUSTO RODRIGUES
COSTA - Julgamento: 25/06/2019 - OITAVA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO CAUTELAR INOMINADA. TUTELA DE
URGÊNCIA. AFASTAMENTO DO LAR CONJUGAL. ANIMOSIDADE ENTRE AS PARTES. INDÍCIOS DE
AGRESSÕES MÚTUAS. INVIABILIZADA A CONVIVÊNCIA HARMÔNICA DAS PARTES NO MESMO
ENDEREÇO. PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE FÍSICA E PSICOLÓGICA DO EX-CASAL. MANUTENÇÃO
DA DECISÃO PARA QUE O CÔNJUGE VARÃO SE AFASTE DA MORADA. Cinge-se a controvérsia recursal
sobre o afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do ex-casal considerando as dificuldades de
convívio, os intensos conflitos e alegações de agressões mútuas, extensivas a familiares. Considerando a
gravidade dos eventos alegados pelo cônjuge virago, que vão desde abuso sexual a ameaças de morte, assim
como a declaração própria de situação de desemprego e de consequente fragilidade econômica e que,
aparentemente, detém o marido a administração das finanças do casal, podendo alojar-se em outra residência,
por cautela, a medida mais adequada é, de fato, o afastamento temporário do marido, ora agravante, do lar
conjugal. CONHECIMENTO e DESPROVIMENTO do recurso.
TJRJ 0016581-27.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). CEZAR AUGUSTO RODRIGUES
COSTA - Julgamento: 25/06/2019 - OITAVA CÂMARA CÍVEL
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AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO CAUTELAR INOMINADA. TUTELA DE
URGÊNCIA. AFASTAMENTO DO LAR CONJUGAL. ANIMOSIDADE ENTRE AS PARTES. INDÍCIOS DE
AGRESSÕES MÚTUAS. INVIABILIZADA A CONVIVÊNCIA HARMÔNICA DAS PARTES NO MESMO
ENDEREÇO. PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE FÍSICA E PSICOLÓGICA DO EX-CASAL. MANUTENÇÃO
DA DECISÃO PARA QUE O CÔNJUGE VARÃO SE AFASTE DA MORADA. Cinge-se a controvérsia recursal
sobre o afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do ex-casal considerando as dificuldades de
convívio, os intensos conflitos e alegações de agressões mútuas, extensivas a familiares. Considerando a
gravidade dos eventos alegados pelo cônjuge virago, que vão desde abuso sexual a ameaças de morte, assim
como a declaração própria de situação de desemprego e de consequente fragilidade econômica e que,
aparentemente, detém o marido a administração das finanças do casal, podendo alojar-se em outra residência,
por cautela, a medida mais adequada é, de fato, o afastamento temporário do marido, ora agravante, do lar
conjugal. CONHECIMENTO e DESPROVIMENTO do recurso.
Íntegra do Acórdão em Segredo de Justiça - Data de Julgamento: 25/06/2019 - Data de Publicação: 27/06/2019
(*)
TJRJ 0037127-06.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). MÔNICA MARIA COSTA DI PIERO
- Julgamento: 27/06/2019 - OITAVA CÂMARA CÍVEL
AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE INDEFERIDA. AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE. 1. Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra a decisão do juízo
da Segunda Vara de Família Regional da Barra da Tijuca que, em arrolamento de bens com pedido de tutela
cautelar antecedente, indeferiu a medida pleiteada, por entender ausente fundado receio de dano irreparável
ou outra circunstância que justifique a postergação do contraditório. 2. Os atos judiciais de conteúdo
decisório devem ser motivados, consoante estabelecem os artigos 489, §1º, I, III, do CPC/15 e 93, X, da
CRFB/1988. 3. O provimento jurisdicional recorrido encontra-se desprovido de motivação, o que resulta
em violação ao direito a ampla defesa, constitucionalmente assegurado. Precedentes do Superior
Tribunal de Justiça. 4. Decisão que se anula, de ofício, determinando-se que nova seja proferida,
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devidamente fundamentada. 5. Recurso prejudicado. Decisão monocrática - Data de Julgamento: 27/06/2019
- Data de Publicação: 02/07/2019 (*)
TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA
“Tutela antecipada não urgente” (ALEXANDRE FREITAS CÂMARA)
“ ÓBVIO ULULANTE” (Nelson Rodrigues, 1950)
HIPÓTESES DE CABIMENTO
PROCEDIMENTO
HIPÓTESES NÃO CUMULATIVAS
TÍTULO III
DA TUTELA DA EVIDÊNCIA
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano
ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso
em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a
que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA: DÚVIDA RAZOÁVEL NO NOVO CPC
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- Ônus da impugnação específica, incumbe ao réu se manifestar especificamente sobre os fatos articulados
pelo autor, sob pena de vê-los considerados como verdadeiros (assim ontem, artigo 302 do CPC/1973, e hoje,
art. 342 do CPC/2015.
- NOVIDADE: a impugnação deve opor prova capaz de gerar dúvida razoável (reasonable doubt).
SEGUNDA PARTE
1) RESSIGNIFICAÇÃO DO ACESSO À JUSTIÇA
2) Antecedentes históricos:
2.1) O devido processo legal que tem sua origem como due process of law no direito
medieval inglês e tem sua origem mais remota na Magna Carta de João Sem Terra
(1215).
2.2) O Estado de Direito (1789);
a.2) O Projeto Florença. Relatório de Acesso à Justiça, sob coordenação de Mauro Cappelletti e
Bryan Garth (1978-1979) por meio de um diálogo internacional da comunidade jurídica.
Elemento constitutivo do próprio exercício da cidadania. Ondas renovatórias.
a.2.1) Novos rumos do Acesso à Justiça. Lançamento do Global Access do Justice Project com
o surgimento de uma nova pesquisa mundial sobre acesso à justiça. Revisitando algumas premissas
do projeto Florença conduzido pelos Professores Mauro Cappelletti e Bryant Garth. Participação
de importantes juristas brasileiros.
a.3) Estado de arte no “plano internacional” sobre Acesso à Justiça em matéria de direitos
humanos fundamentais. Novo Estudo de Francisco Francioni (Instituto Universitário Europeu), em
2007.
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a.4) Estudo desenvolvido na ONU com a participação de países desenvolvidos e em
desenvolvimento. Legal Empowerment of the Poor (empoderamento legal do pobre). Em
matéria de educação fundamental, existem decisões determinando (i) a efetiva realização do
investimento mínimo em educação exigido pela Constituição (que é de 25% da receita de impostos,
no caso dos Municípios), (ii) a obrigatoriedade da matrícula de crianças em creches e em pré-escolas
próximas da residência ou do trabalho dos pais ou responsáveis, (iii) o oferecimento de transporte
da residência até a escola, (iv) a contratação de professores e (v) a realização de obras de
recuperação de prédios de escolas (LUIS ROBERTO BARROSO. JUSTIÇA, EMPODERAMENTO
JURÍDICO E DIREITOS FUNDAMENTAIS).
ACESSO À JUSTIÇA
REFORMA DO JUDICIÁRIO NO BRASIL
1. ACESSO À JUSTIÇA: GRATUIDADE DA JUSTIÇA, ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA E ASSISTÊNCIA
JURÍDICA
2. Da Justiça “coexistencial” na visão de Mauro Cappelletti. MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE
CONFLITOS. Fortalecimento dos métodos autocompositivos de solução de conflitos no Direito de Família
(troca-se o “bate-boca” pelo “bate-papo”/ Rodrigo da Cunha Pereira. Presidente do IBDFAM). Sistema
multiportas com verdadeira política pública.
3. A pluralização do fenômeno de carência (José Augusto Garcia de Souza): consumidor vulnerável, idoso,
criança e adolescente, vítimas de violência e deficientes abordados por leis especiais (CRFB, arts. 1º, III e 3º,
III)
4. A gratuidade de justiça. Benefício ou direito fundamental?
4.1 Gratuidade nas ações de família
4.1.1 Ação de alimentos, de revisão de alimentos e de oferta de alimentos, as quais continuarão a ser
regulamentadas pela Lei 5.478/68.
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4.1.2 LA 1º e parágrafos 2º e 3º / não subsiste a determinação de que a impugnação à assistência judiciária
seja feita em autos apartados (LA 1º parágrafo 4º). Deve ser veiculada como preliminar da contestação
(CPC/2015 337 III).
O Superior Tribunal de Justiça vem adotando o entendimento de que na análise dos elementos dos
autos para a concessão da gratuidade de justiça, não cabe ao magistrado apenas averiguar a renda da
parte solicitante, mas a real condição econômico-financeira do requerente.
GRATUIDADE DE JUSTIÇA. CRITÉRIO JURÍDICO PARA CONCESSÃO. CAPACIDADE FINANCEIRA
ECONÔMICA. ANÁLISE DO CONJUNTO DE ELEMENTOS DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.
1. A ausência de particularização do dispositivo de lei federal a que os acórdãos - recorrido e paradigma - teriam
dado interpretação discrepante consubstancia deficiência
bastante a inviabilizar a abertura da instância especial. Súmula 284/STF. 2. O critério jurídico para avaliação
de concessão do benefício da gratuidade de justiça se perfaz com a análise de elementos dos autos,
considerando que o magistrado pode analisar a real condição econômico-financeira do requerente.
Verificar se a parte é realmente hipossuficiente de modo a obter tal benefício não limita o magistrado a
averiguar apenas a renda da parte solicitante da benesse. 3. Inviabilidade de incursão na seara fático-
probatória para afastar a conclusão do tribunal de origem de que a parte recorrente não revelou hipossuficiência
que permita ser beneficiária da gratuidade de justiça. Incidência da súmula 7/STJ. 4. Agravo interno não provido.
(AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.022.432 – RS (2016/0310352-2) RELATOR: MINISTRO
LUIS FELIPE SALOMÃO. QUARTA TURMA. DJe 19/05/2017) (grifo nosso).
SÚMULA TJRJ Nº 39 (2002)
"É FACULTADO AO JUIZ EXIGIR QUE A PARTE COMPROVE A INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS, PARA
OBTER CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA (ART. 5º, INCISO LXXIV, DA CF),
VISTO QUE A AFIRMAÇÃO DE POBREZA GOZA APENAS DE PRESUNÇÃO RELATIVA DE
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VERACIDADE."
RELEMBRANDO:
• CPC/39 trazia um capítulo próprio sobre gratuidade de justiça (art. 72) em que a parte postulante
deveria apontar na petição inicial, o rendimento ou vencimentos que percebia e os encargos
pessoais e de família.
• Lei 1060/1950 trouxe regramento equivalente sobre a necessidade de informar a parte sobre sua
renda.
• Lei 7510/86 modificou o artigo 4º da Lei 1060/1950 para simples declaração de que o requerente
não tinha condições para pagar custas ds processo e honorários de advogado, sem prejuízo próprio
e de sua família, presumindo-se verdadeira a declaração, até prova em contrário.
• CRFB art. 5º, LXXIV “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos”.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁRIO. INDEFERIMENTO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
AFERIÇÃO DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO ESPÓLIO. HIPOSSUFICIÊNCIA DOS HERDEIROS QUE NÃO
AUTORIZA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO, UMA VEZ QUE AS DESPESAS COM O INVENTÁRIO DEVEM
SER ARCADAS PELO ESPÓLIO. GARANTIA DE ACESSO À JUSTIÇA. DEFERIMENTO DE CUSTAS AO
FINAL. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Interposição de recurso contra decisão do juízo a quo,
fundamentada no alto valor do monte, que indeferiu o pedido de gratuidade de justiça, ainda que exclusivamente
para pagamento da taxa judiciária. 2. A declaração de hipossuficiência financeira da parte constitui
presunção relativa, passível de aferição judicial específica, sob a ótica das condições pessoais da
requerente. 3. Em se tratando de inventário, deve ser analisado também o patrimônio inventariado,
constatando-se, no caso, que esse não corresponde à situação de miserabilidade jurídica que justifique
a concessão da gratuidade. Todavia, deve-se assegurar ao agravante o direito de acesso à justiça que lhe é
constitucionalmente garantido, uma vez que alega dificuldades para arcar com a despesa referente à taxa
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judiciária. 4. A jurisprudência deste Tribunal, há algum tempo, passou a mitigar a obrigatoriedade de
antecipação das despesas processuais, permitindo o pagamento das custas ao final do processo,
conforme o Enunciado nº 27 do Fundo Especial deste Tribunal de Justiça. 5. Autorização de
recolhimento da taxa judiciária ao final do processo. 6. Recurso parcialmente provido. TJRJ 0009642-
31.2019.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). ELTON MARTINEZ CARVALHO LEME -
Julgamento: 10/04/2019 - DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL.
CPC/2015 Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da
justiça, na forma da lei.
"A gratuidade da justiça passou a poder ser concedida a estrangeiro não residente no Brasil após a entrada
em vigor do CPC/2015". (Informativo nº 0622, de 20.4.2018). STJ, Pet 9.815-DF, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, por unanimidade, julgado em 29/11/2017, DJe 15/03/2018.
SÚMULA STJ Nº 481
FAZ JUS AO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA A PESSOA JURÍDICA COM OU SEM FINS LUCRATIVOS
QUE DEMONSTRAR SUA IMPOSSIBILIDADE DE ARCAR COM OS ENCARGOS PROCESSUAIS
O uso das expressões “benefício” e “favor legal”, para designar a justiça gratuita, e dos vocábulos
“beneficiário” e “miserável”, para indicar aqueles que fazem jus ao exercício deste direito, são incompatíveis
com a norma estabelecida no art. 5º, inciso LXXIV, da Constituição da República, porque retratam locuções
impregnadas pelo culto ao assistencialismo, às políticas clientelistas típicas dos períodos eleitorais e ao
paternalismo estatal. OLIVEIRA, Rogério Nunes de. Assistência jurídica gratuita. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2006.
CPC/2015 Artigo 98 § 1º
A gratuidade da justiça compreende:
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I - as taxas ou as custas judiciais;
II - os selos postais;
III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios;
IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário integral,
como se em serviço estivesse;
V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames considerados
essenciais;
VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para
apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira;
VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução;
VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de
outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou
qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial
no qual o benefício tenha sido concedido.
Lei Estadual RJ 3.350/1999
Art. 10 - Consideram-se custas ou despesas judiciais, a serem contadas para efeitos processuais, o valor
monetário correspondente:
(...)
X - a taxa judiciária;
Art. 17 – São isentos do pagamento de custas judiciais:
I - o beneficiário da justiça gratuita, observado o que dispuser a legislação federal e estadual específica;
(...)
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X – os maiores de 60 (sessenta) anos que recebam até 10 salários mínimos.
1ª POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL:
A ISENÇÃO SE RESTRINGE AS CUSTAS PROCESSUAIS E NÃO ALCANÇA A TAXA JUDICIÁRIA.
A) Diferença entre custas e taxa judiciária.
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. GRATUIDADE DE JUSTIÇA INDEFERIDA. AUTOR
AGRAVANTE IDOSO, QUE RECEBE PROVENTOS LÍQUIDOS INFERIORES A 10 (DEZ) SALÁRIOS
MÍNIMOS. ARTIGO 17, X, DA LEI ESTADUAL 3.350/1999. ISENÇÃO QUE NÃO SE ESTENDE À TAXA
JUDICIÁRIA (ARTIGO 112 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO ESTADUAL)” TJRJ OITAVA CÂMARA CÍVEL DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Agravo de Instrumento nº. 0035681-
36.2017.8.19.0000.
2ª POSIÇÃO JURISPRUDENCIAL:
STF Reclamação 24.575/TJRJ 19 CC. Violação do princípio da reserva de plenário. TESE DE
INCONSTITUCIONALIDADE DO DISPOSITIVO ESTADUAL.
* Assim, segundo a Lei Estadual 3.350/1999, os maiores de 60 anos, que recebam até 10 salários mínimos,
estão isentos de custas ou despesas judiciais, aí incluída a taxa judiciária.
A Lei Estadual 3.350/99 não preenche nenhum dos requisitos previstos no art. 150, § 6º da CF para
conceder validamente isenção da taxa judiciária, eis que não é lei específica que regule exclusivamente
a isenção ou regulamente a taxa judiciária, como tributo que é. Muito ao revés, a Lei Estadual 3350/99
trata de custas judiciais, cuidando, en passant, de incluir a taxa judiciária como despesa processual.
Em verdade, o estatuto da taxa judiciária encontra-se no Código Tributário Estadual e nele não se
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encontra a referida isenção que aqui se pretende ver concedida ao agravante. Ademais, se isenção
houvesse, ali deveria estar contida, segundo o comando constitucional do art. 150, § 6º, e não escondida
em obscuros dispositivos de outra lei, estranha à matéria.
CPC/2015
Artigo 98 § 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas
processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva
de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em
julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência
de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do
beneficiário.
§ 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais
que lhe sejam impostas.
§ 5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na
redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do
procedimento.
§ 6o Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas processuais que o
beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
(...)
§ 8º Na hipótese do § 1º, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao preenchimento atual dos
pressupostos para a concessão de gratuidade, o notário ou registrador, após praticar o ato, pode
requerer, ao juízo competente para decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial
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do benefício ou a sua substituição pelo parcelamento de que trata o § 6º deste artigo, caso em que o
beneficiário será citado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se sobre esse requerimento.
SOBRE CARTÓRIOS EXTRAJUDICIAIS
Leading Case:
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 1800, a outra é a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC)
5. A ADI 1800 foi ajuizada pela Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg) contra a edição da
lei, sob o argumento de que houve ofensa ao princípio da proporcionalidade. A entidade alegou que os cartórios,
entes pertencentes à esfera privada, terão que arcar com o ônus da gratuidade, fato que ensejaria o trabalho
forçado e a ofensa ao princípio da liberdade profissional. Assim, estaria configurada “ilegítima intervenção
estatal nos serviços exercidos em caráter privado”, conforme prevê o artigo 236 da Constituição Federal. Por
outro lado, a ADC 5 visou a declaração de constitucionalidade dos mesmos artigos pelo Supremo.
A possibilidade de parcelamento de custas se encontra prevista no Enunciado Nº 27 do Aviso 57/2010.
Em relação ao recolhimento de custas ao final, deve-se observar a previsão estipulada no art. 22, caput, da Lei
Estadual Nº 3350/99, para o recolhimento de custas a final nos processos de natureza orfanológica.
TJRJ 0010325-40.2016.8.19.0011 - APELAÇÃO - 1ª Ementa Des(a). MÔNICA DE FARIA SARDAS -
Julgamento: 25/07/2018 – VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL
APELAÇÃO CÍVEL. INVENTÁRIO. INDEFERIMENTO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA. SENTENÇA DE
EXTINÇÃO SEM EXAME DO MÉRITO POR AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO DAS CUSTAS.
IMPOSSIBILIDADE. INCABÍVEL A EXTINÇÃO DO FEITO POR INÉRCIA DO INVENTARIANTE. APLICAÇÃO
DO ART. 622 DO CPC/15. INTERESSE PÚBLICO NO RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS. VERBETE Nº 297
DA SÚMULA DO TJRJ. ERROR IN PROCEDENDO. SENTENÇA ANULADA. ILIQUIDEZ DO PATRIMÔNIO
VERIFICADA, MEDIANTE O EXAME DAS PRIMEIRAS DECLARAÇÕES. DEFERIMENTO DO
RECOLHIMENTO DAS CUSTAS AO FINAL, NA FORMA DO ENUNCIADO Nº 27 DO FETJ. PRECEDENTES
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DESTA CORTE. 1. Em se tratando de inventário, a inércia do inventariante não resulta em extinção,
devendo, se for o caso, ser nomeado outro representante do espólio em substituição ao inventariante
desidioso. 2. Flagrante interesse público na ultimação do inventário e recolhimento dos impostos aos cofres
estaduais. Aplicação do Verbete nº 297 do TJRJ. 3. Gratuidade de Justiça. O autor da demanda é o Espólio,
sendo deste o ônus das custas e honorários. A hipossuficiência dos herdeiros e/ou inventariante não se
confunde com a do espólio. 4. Jurisprudência do STJ que confirma a extensão do direito à assistência
judiciária ao espólio, desde que verificada a reduzida expressão do monte, todavia o espólio apelante
possui patrimônio incompatível com a condição de hipossuficiência afirmada. 5. Contudo, ante o
patrimônio do espólio e, mediante sua dificuldade momentânea em arcar com as despesas processuais,
deve ser deferida a possibilidade de efetuar o pagamento ao final do processo, todavia, antes da
prolação da sentença, na forma do Enunciado n.º 27 do FETJ. PROVIMENTO DO RECURSO. Íntegra do
Acórdão - Data de Julgamento: 25/07/2018. (grifo nosso)
TJRJ 014471-89.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª Ementa
Des(a). ALCIDES DA FONSECA NETO - Julgamento: 27/06/2018 - VIGÉSIMA
CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DE FAMÍLIA. PARTILHA DE BENS. DIFERIMENTO
DO RECOLHIMENTO DAS CUSTAS JUDICIAIS PARA A FASE FINAL DO PROCESSO. POSSIBILIDADE.
ENUNCIADO 27 DO FUNDO ESPECIAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. COMPROVADA IMPOSSIBILIDADE
MOMENTÂNEA DO AGRAVANTE DE ARCAR COM O ADIANTAMENTO DAS DESPESAS PROCESSUAIS.
REFORMA DA DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. Agravo de instrumento interposto em face da decisão de
primeiro grau que indeferiu o diferimento do recolhimento das custas para o final do processo ou, ao menos, o
parcelamento dos valores devidos, no processo em que pretendeu a partilha de bens adquiridos na constância
do casamento. Irresignação acolhida. Enunciado 27 do Fundo Especial do Tribunal de Justiça que prevê a
possibilidade de recolhimento das custas ao final do processo ou o parcelamento do valor apurado, caso a
parte comprove a impossibilidade de
antecipar o pagamento, como forma de se prestigiar o princípio do acesso à Justiça. In casu, a despeito dos
fundamentos apresentados pelo magistrado a quo para o indeferimento da gratuidade de Justiça ao agravante,
-
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infere-se dos documentos anexados ao feito que não possui ele, atualmente, condições financeiras de adiantar
o recolhimento das despesas processuais sem comprometer o próprio sustento. Agravante aposentado pelo
INSS, que aufere proventos da ordem de R$3.438,35, além do que é portador de grave doença cerebral e
necessita fazer uso contínuo de medicamentos de alto custo. Simples fato de o agravante possuir patrimônio
pouco mais relevante do que a maioria da população que não elide a presunção que gravita em seu favor, razão
pela qual o indeferimento do referido pedido deve ser calca