Download - Buda - Dhammapada
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Editora Shu apresenta
DHAMMAPADA
As palavras da Doutrina
Max Muller
Rio de Janeiro, 2002.
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O DHAMMAPADA
Introduo
O DHAMMAPADA, ou "Palavras da Doutrina", um livro de aforismos budistas em 423 versos, mas
dizer isso ser menosprez-lo. No uma coleo de ditados sbios dispostos ao acaso e sim um
trabalho raro de literatura, de forma original e contnua, de ritmo, estilo, tema e tratamento
unificado e inspirado de alto sentimento moral. As palavras so atribudas ao prprio Buda;
enquanto os letrados discordam nesse ponto, como devem faz-lo, o leigo afirma, convencido, que
os pensamentos representam com toda correo e verdade os prprios ensinamentos de Buda. O
autor dos versos desconhecido. Quem quer que tenha escrito esse livro deve ter sentido um
apelo ardente para a vida religiosa e a alegria espiritual que ns associamos a Thomas de Kempis.
A evidente concluso do bom senso que, se o prprio Buda no falou nesse tom valioso, no
podia t-lo comunicado a seu discpulo, o autor desconhecido. Devemos dar graas porque ainda
a voz de Buda que podemos distinguir perfeitamente atravs esse trabalho que devemos ler sem
parar do princpio' ao fim. O fato dos ditados serem muitas vezes agudos e engenhosos como
aforismos qualidade literria acidental deste trabalho; por trs de todos eles ouvimos a voz de
algum que tinha algo de grande importncia a dizer. uma voz convincente, poucos trabalhos
partilham esse sentimento moral puro.
, em resumo, um chamado bem claro para que nos elevemos da vida de indolncia, negligncia e
inconsiderao do homem comum, para alcanarmos aquela meta, a maior de todas as
conquistas, a conquista do eu, para fugirmos das redes das paixes condenveis, da luxria, do
dio e da clera e para atingirmos a mais elevada das liberdades humanas, a liberdade moral de
quem se superou a si mesmo.[...]
A seguinte traduo foi feita por Max Muller em 1870. Foram feitos numerosos esforos felizes
para traduzir novamente o Dhammapada, por F. L. Woodward (1921) e por Wagiswara e Saunders
(1920) em prosa, e por A. L. Edmunds em verso (Hinos de F, 1902), porque este trabalho tem
atrado a ateno de vrios letrados. A traduo do falecido Irving Babbitt baseia-se na verso de
Max Muller (republicada em Oxford, 1936) e seu interesse no Budismo estava na nfase do auto-
controle, ou freio interior. Alguns tradutores podem ter sobrepujado Max Muller quanto
fidelidade letra, mas duvido muito quanto s expresses indicadas ou em produzir o ritmo
fluente, pois tanto quanto deve ser evidente para o leitor, o grande tradutor preocupava-se no
somente com as palavras, como fazem os letrados, mas tinha uma familiaridade agradvel com o
seu sentido das mesmas. A verso chinesa do Dhammapada foi feita para o ingls por Samuel
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Beal (Textos do Cnon Budista conhecido como Dhammapada, Londres, 1878). Sua aproximao
aos ensinamentos confucionistas e taostas (por exemplo, opinies sobre bons amigos, distino
entre os prudentes e os nscios, nfase no auto-exame, libertao do medo, fora moral e
repouso ntimo) explica porque o Budismo to facilmente aceito pelo povo chins.
O Dhammmapada um grande testemunho espiritual, uma das poucas obras-primas religiosas do
mundo, combinando pureza de paixo espiritual com um dom feliz de expresso literria. Est
mais afeito ao homem moderno do que o Bhagavad Gita; o ltimo, com toda sua sublime moral,
destina-se a ferir mais profundamente um esprito hindu do que um esprito no-hindu, enquanto
o Dhammapada fala diretamente com termos ticos comuns, tal como um homem que se fez por
si gostaria de falar de seu filho de vida licenciosa, mas comumente no tem coragem de faz-lo
por ser seu prprio pai. O Dhammapada , por conseguinte, pertence ao mundo e a todo o tempo.
Lin Yutang, 1941
1o Captulo: Versos Gmeos
Tudo o que somos o resultado daquilo que pensamos: funda-se em nossos pensamentos, feito
de nossos pensamentos. Se um homem fala ou age com um mau pensamento, o sofrimento o
segue, assim como a roda segue o boi que puxa o carro.
Tudo o que somos o resultado daquilo que pensamos: funda-se em nossos pensamentos, feito
de nossos pensamentos. Se um homem fala ou age com um pensamento puro, a felicidade o
segue tal como a sombra que jamais o abandona.
- Ele me insultou, ele me bateu, ele me abandonou, ele me roubou - os que no agasalharem tais
pensamentos, deixaro de odiar.
Porque o dio no cessa pelo dio em nenhum tempo: o dio cessa pelo amor - uma lei antiga.
O mundo no sabe que ns todos devemos ter um fim aqui mesmo; mas os homens que o sabem
cessam as disputas de uma vez.
Aquele que vive procura de prazeres apenas, os sentidos sem controle, alimentando-se
imoderadamente, preguioso e fraco, Mara (o tentador) certamente o vencer tal como o vento
derruba uma rvore fraca.
Aquele que vive sem procurar prazeres, os sentidos bem controlados, alimentando-se
moderadamente, fiel e forte, a este Mara certamente no vencer do mesmo modo que o vento
no consegue derrubar uma montanha rochosa.
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Aquele que deseja usar as roupagens amarelas sem se ter purificado dos pecados, que despreza
tanto a temperana como a verdade. indigno das vestes amarelas.
Mas aquele que se purificou de todo pecado, que virtuoso e tambm dotado de temperana e
sinceridade: este , na verdade, digno das vestes amarelas.
Os que imaginam a verdade onde no existe, e vem falsidade na verdade, jamais chegam
verdade e sim perseguem desejos vos.
Os que percebem a verdade onde ela existe, a falsidade na falsidade, chegam verdade e
perseguem desejos verdadeiros.
Assim como a chuva penetra nas casas mal cobertas de olmo, assim a paixo penetra num esprito
que no reflete.
Assim como a chuva no penetra numa casa bem coberta de olmo, a paixo no penetrar num
esprito cheio de reflexo.
O que faz mal se lamenta neste mundo e lamentar-se- no outro; padece em ambos. Ele se
lamenta e sofre quando v o mau resultado de sua prpria obra.
O homem virtuoso acha prazer neste mundo e achar prazer no outro; acha ambos deleitveis. Ele
acha prazer e se alegra quando v a pureza de sua prpria obra.
O que faz o mal sofre neste mundo e sofrera no outro; padece em ambos. Ele sofre quando pensa
no mal que fez; sofre ainda mais, quando se v preso ao caminho do mal.
O homem virtuoso feliz neste mundo e feliz no outro; feliz em ambos. feliz quando pensa
no bem que fez; sente-se ainda mais feliz quando palmilha o caminho do bem.
O insensato, mesmo que possa recitar enorme trecho da lei, mas que no a cumpre, no tem
direito ao sacerdcio e como um pastor que conta as vacas dos outros.
O que segue lei, mesmo que s possa recitar uma pequena parte. mas, tendo abandonado a
paixo, o dio e a estupidez, possui verdadeiro saber e serenidade de esprito, este, no se
importando com coisa nenhuma deste mundo ou do que est para vir, tem, na verdade, direito ao
sacerdcio.
2o Captulo: Sobre o Zelo
O Zelo a estrada da imortalidade (Nirvana), e o descuido a estrada da morte. Os que so
zelosos no morrem, os que so descuidados so como se j estivessem mortos.
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Tendo compreendido isto claramente, os que progridem no zelo nele se deleitam e alegram-se no
conhecimento do eleito.
Essas pessoas prudentes, meditativas, constantes, sempre possuindo poderes fortes, atingem o
Nirvana, a mais alta das felicidades.
Se Uma pessoa zelosa se eleva, se ela no for esquecida, se suas aes forem puras, se ela agir
consideradamente, se ela moderar-se a si mesma e viver segundo a lei - ento sua glria
aumentar.
Elevando-se, por meio de seu zelo, pela moderao e controle, homem prudente pode fazer de si
mesmo uma ilha que nenhuma Inundao consegue cobrir.
Os nscios vo atrs da vaidade. O prudente guarda o zelo como :sua mais preciosa jia.
No sigas atrs da vaidade, nem em busca de prazeres de amor -e de luxria! Aquele que
cuidadoso e meditativo obtm enorme alegria.
Quando o homem erudito expulsa a vaidade por meio do zelo, este, o sbio, subindo s alturas
estveis da sabedoria olha para baixo para os loucos; livre de pesares olha para a multido triste
como se estivesse sobre uma montanha olhando para baixo para os que ficam na plancie.
Ativo no meio dos indolentes, desperto no meio dos que dormem, o homem prudente avana
como um cavalo corredor deixando atrs o de aluguel.
Por meio do zelo Maghavan (Indra) chegou ao imprio dos deuses. Louva-se a atividade; a
indolncia sempre censurada.
Um Bhikshu (monge mendicante) que se deleita na atividade, que v com medo a indolncia,
move-se de um lado para outro como o fogo, queimando todos os seus grilhes, pequenos ou
grandes.
Um Bhikshu (monge mendicante) que acha prazer na reflexo, que olha receoso para a indolncia,
no pode desviar-se de seu estado perfeito - ele est perto do Nirvana.
3o Captulo: Pensamento
Assim como o que faz flechas e arcos cuida que a flecha saa direita, um homem prudente corrige
o pensamento instvel e trmulo, que difcil de conservar, difcil de reter.
Como um peixe tirado de seu "habitat" aquoso e lanado sobre o solo seco, nossos pensamentos
tremem todos a fim de escapar ao domnio de Mara, o tentador.
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bom domar o esprito, que difcil de manter em sujeio e inconstante, vagando por onde bem
entende; um esprito domado traz felicidade.
Deixe o homem prudente manter guarda a seus pensamentos, pois eles so difceis de perceber,
muito astuciosos e se vo para onde querem: o pensamento bem guardado traz felicidade.
Os que refreiam seus pensamentos que divagam longe, andam por toda parte s, no tm corpo e
se escondem no fundo do corao, estaro livres da escravido de Mara, o tentador.
Se a f de um homem instvel, se ele no conhece a verdadeira lei, se a paz de seu esprito se
turva, seu saber jamais ser perfeito.
Se os pensamentos de um homem no se dissipam, se seu esprito no est perplexo, se ele
deixou de pensar no bem ou no mal, ento, no h receio para ele enquanto est atento.
Sabendo que este corpo frgil como um vaso, e fazendo o pensamento ser forte como uma
fortaleza, pode-se atacar Mara, o tentador, com a arma do saber, pode-se v-lo quando vencido e
sem descansar jamais.
Muito em breve, ai de mim! este corpo jazer sobre a terra, desprezado, sem compreenso, tal
como um lenho intil.
O que quer que seja que um homem possa fazer a um seu desafeto, ou um inimigo a um inimigo,
um esprito erradamente dirigido far-lhe- maior mal ainda.
Nem uma me, nem um pai, faro tanto, nem qualquer outro parente: um esprito bem dirigido
far-nos- o maior bem.
4o Captulo: Flores
Quem superar esta terra e o mundo de Yama, o senhor dos que partem e o mundo dos deuses?
Quem descobrir o caminho da virtude, que est claramente vista, como um homem inteligente
encontra a verdadeira flor?
O discpulo superar a terra e o mundo de Yama e o mundo dos deuses. O discpulo descobrir o
caminho da virtude, que est claramente vista, como o homem inteligente encontra a verdadeira
flor.
Aquele que sabe que este corpo como escuma e que aprendeu que ele to sem substncia
como uma miragem, quebrar a flor de Mara e jamais ver o rei da morte.
A morte arrasta um homem que est colhendo flores e cujo esprito est distrado, como a
inundao arrasta uma aldeia adormecida.
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A morte subjuga um homem que est colhendo flores e cujo esprito est distrado antes que ele
se tenha saciado em seus prazeres.
Assim como a abelha colhe o nctar e parte sem magoar a flor, ou tirar-lhe a cor ou perfume,
assim deixe um sbio morar em sua aldeia.
Um sbio no repara nem nas perversidades dos outros, nem em seus pecados cometidos ou
descuidos e sim em suas prprias ms aes e descuidos.
Tal como uma linda flor, bem viva de cor mas sem perfume, so as palavras delicadas, mas
inteis, daquele que no age de acordo com o que diz.
Mas, tal como uma linda flor, cheia de cor e cheia de perfume, so as palavras delicadas e teis
daquele que age segundo o que prega.
Como muitas espcies de grinaldas podem ser feitas com um punhado de flores, assim muitas
coisas boas podem ser alcanadas por um mortal desde que ele nasce.
O perfume das flores no anda contra o vento, nem tampouco o do sndalo, ou o das flores
Tagara e Mallika; mas o cheiro dos bons se sente mesmo contra o vento; um homem bom entra
em todo lugar.
Sndalo ou Tagara, flor de ltus, ou uma Vassiki, entre essas espcies de perfumes, o perfume da
virtude inexcedvel.
Medocre o perfume que vem de Tagara e do sndalo; o perfume daqueles que possuem virtude
sobe at os deuses como os mais puros.
Entre as pessoas que possuem essas virtudes, que vivem sem indolncia e que esto emancipadas
por meio do verdadeiro saber, Mara ,o tentador, jamais se insinuar.
Assim como sobre um monte de lixo lanado na estrada, o lrio crescer cheio de perfume e
beleza, assim, entre os que so meros cascalhos, o discpulo do verdadeiro Buda iluminado
brilhar por seu saber acima do humano deslumbrado.
5o Captulo: O Nscio
Longa a noite para aquele que est acordado; longa a distncia para aquele que est cansado;
longa a vida para o nscio que no conhece a verdadeira lei.
Se um viajante no se encontra com algum que lhe seja superior, ou igual, deix-lo continuar
firmemente sua viagem solitria; no h companhia na de um nscio.
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"Esses filhos me pertencem, e esses bens tambm me pertencem" - com tais idias um nscio se
atormenta. Ele mesmo no se pertence a si mesmo; como lhe pertencero os filhos e a riqueza?
O tolo que percebe sua futilidade, um tanto sbio. Mas um tolo que se julga sbio, este deve ser
chamado de verdadeiramente tolo.
Se um tolo associar-se a um sbio mesmo que seja durante a vida inteira, ele perceber to pouco
a verdade como a colher sente o gosto da sopa.
Se um homem inteligente associar-se, por um minuto que seja, com um sbio, ele depressa
perceber a verdade, assim como a lngua sente logo o gosto da sopa.
Os tolos de compreenso pobre tm-se a si mesmos como os seus maiores inimigos, pois eles
cometem ms aes que do frutos mais amargos ainda.
No uma boa ao aquela da qual um homem pode arrepender-se, e cuja recompensa ele
recebe chorando e com expresso pesarosa.
No, a boa ao aquela da qual o homem no se arrepende e cuja recompensa ele recebe
alegre e satisfeito.
Enquanto a m ao no produz frutos, o tolo pensa que ela
como mel; mas quando amadurece, ento, o tolo sofre aflies. Mesmo que um tolo, ms aps
ms, coma sua comida (como um asceta) com a extremidade do talo cortante da erva Kusa, ainda
assim ele no vale a dcima - sexta parte daquele que ponderou bem a lei.
A m ao, como o leite recm - ordenhado, no se transforma subitamente; abafada, como fogo
coberto pelas cinzas, ela segue o tolo.
E quando a m ao, aps ter se tornado conhecida, se transforma em tristeza para o tolo, ento
ela destri sua brilhante sorte, mais ainda, racha-lhe a cabea. Deixe o tolo desejar uma reputao
falsa, a precedncia entre os Bhikshus, o domnio nos conventos, a venerao entre outras
pessoas!
- "Que o leigo e aquele que abandonou o mundo possam pensar que isto foi feito por mim;
possam eles sujeitar-se a mim em tudo o que deve ser feito ou no deve ser feito", - tal o
esprito do tolo e o seu desejo e orgulho crescem.
- "Uma a estrada que leva riqueza, outra a estrada que leva ao Nirvana" - se o Bhikshu, o
discpulo de Buda, aprendeu isto, ele no ansiar por honras, ele se esforar mesmo aps sua
separao do mundo.
6o Captulo: O Homem Prudente
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Se voc vir um homem que lhe mostra o que deve ser evitado, que administra repreenses e
inteligente, siga esse homem sbio como seguiria aquele que lhe falasse de tesouros escondidos;
ser melhor, no pior, para aquele que o segue.
Deix-lo admoestar, deix-lo ensinar, deix-lo proibir o que imprprio! - ele ser amado pelos
bons e ser odiado pelos maus.
No tenha por amigos os que praticam aes ms, no faa amigos entre as pessoas de
sentimentos baixos: faa amigos entre os virtuosos, tenha amigos entre os melhores homens.
Aquele que vai fonte da lei vive feliz com o esprito tranqilo: o sbio alegra-se sempre na lei, tal
como foi pregada pelo eleito.
Os que distribuem gua levam a gua para onde quer que queiram; os que fazem arcos e flechas
curvam o arco a seu gosto; os carpinteiros trabalham num tronco de lenha;. os sbios moldam-se
a si mesmos.
Assim como uma rocha slida no sacudida pelo vento, as pessoas sbias no vacilam entre a
censura e a lisonja.
Os sbios, aps terem ouvido as leis, tornam-se serenos, tais como um lago profundo, parado e
calmo.
OS homens bons, na verdade, agem prudentemente sob todas as circunstncias; os bons no
exprimem um desejo de recompensa sensual; sejam tocados pela felicidade ou pelos pesares, os
prudentes jamais parecem ensoberbecidos nem deprimidos.
Se, seja por amor a si mesmo, ou por amor aos outros, um homem no deseja nem um filho, nem
riqueza, nem poderes, e se ele no deseja seu prprio sucesso por meios injustos, ento ele
bom, prudente e virtuoso.
So poucos entre os homens os que chegam outra margem (tornam-se Arhats); os demais
correm praia abaixo, praia acima.
Mas aqueles que, quando a lei lhes foi bem pregada, a seguem, passaro por cima dos poderes da
morte, embora difceis de atravessar.
Um sbio deixaria o estado de ignorncia da vida ordinria e seguiria o estado brilhante do
Bhikshu. Aps ir de sua casa para a condio de um sem lar, ele, em seu isolamento, encontraria
diverso onde ela parecesse difcil. Deixando paro trs todos os prazeres e nada tendo para
chamar de seu, o sbio se purificar de todas as preocupaes espirituais.
Aqueles cujo esprito est firmemente baseado nos sete elementos do saber, que sem apegar-se a
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coisa alguma, alegram-se na falta de afeies, cujos apetites foram dominados, e que esto cheios
de luz, esses so livres at neste mundo.
7o Captulo: O Venervel
No h sofrimento para aquele que terminou a viagem, e abandonou o pesar, que se libertou de
todos os lados e lanou fora todo os grilhes.
Eles se apuram com os pensamentos bem coligidos, eles no permanecem em sua morada; tal
como cisnes que abandonam o lago em que nasceram, eles deixam sua casa e seu lar.
Os homens que no tm riquezas, que perceberam o vcuo e a liberdade sem condies
(Nirvana), seu caminho de difcil compreenso, tal como o dos pssaros no ar.
Aquele cujos apetites esto entorpecidos, que no se absorve em diverses, que percebeu o vcuo
e a liberdade incondicional (Nirvana), seu caminho de compreenso difcil, tal como o dos
pssaros no ar.
At os deuses invejam aquele cujos sentidos, como os cavalos bem dominados pelo cavaleiro,
foram subjugados, que vive livre de orgulho e livre de desejos; um tal homem, que cumpre seu
dever, tolerante como a terra, ou como uma soleira de porta; ele como um lago sem lama, no
nascer outra vez.
Seu pensamento calmo, calmas so suas palavras e aes, quando obteve a liberdade por meio
do verdadeiro conhecimento.
O homem que est livre da credulidade, mas que conhece o que- no foi criado, que cortou todos
os laos, removeu todas as tentaes, renunciou a todos os desejos, ele o maior dos homens.
Numa aldeia ou numa floresta, no mar ou em terra firme, em qualquer lugar em que vivam as
pessoas venerveis (Arahanta), este lugar delicioso.
As florestas so encantadoras; onde o mundo no encontra prazer, ali os indiferentes encontraro
prazeres, pois eles no andam atrs de gozos.
8o Captulo: As Mil
Mesmo que um discurso contenha mil (palavras), mas feito de palavras sem sentido, melhor
uma s palavra de senso, pois se um homem a ouvir acalmar-se-.
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Mesmo que um Gatha (poema) tenha mil (palavras), mas que sejam palavras sem sentido, uma s
palavra de um Gatha ser melhor, pois se um homem a ouvir, acalmar-se-.
Embora um homem recite cem Gathas feitos com palavras sem sentido, uma s palavra da lei ser
melhor, pois se um homem a ouvir acalmar-se-.
Se um homem vencer numa batalha mil vezes mil homens, e se- um outro vencer-se a si mesmo,
este ser o maior dos vencedores.
A conquista do prprio eu bem melhor do que a de qualquer outro ser; nem mesmo um deus,
um Gandharva, nem Mara (com Brahman), podem transformar em derrota a vitria de um homem
que venceu a si mesmo, e sempre vive sob sujeio.
Se um homem durante centenas de anos faz sacrifcios todos os meses junto com mil outros, e se
ele, apenas por um minuto, presta: homenagem a um homem cuja alma baseia-se no verdadeiro
saber, melhor essa homenagem do que os sacrifcios prestados durante centenas de anos.
Mas aquele que vive centenas de anos, vicioso e sem freios, a vida de um s dia melhor caso
seja virtuoso e refletido.
E aquele que vive uma centena de anos, ignorante e sem freio, a vida de um s dia ser melhor se
for um homem prudente e refletido.
E aquele que vive centenas de anos, preguioso e fraco, a vida de um s dia a melhor se o
homem alcanou fora verdadeira.
E aquele que vive centenas de anos, sem ver o princpio e o fim, a vida de um s dia a melhor
caso o homem veja o princpio e o fim
E aquele que vive cem anos, sem ver o lugar imortal, a vida de um s dia melhor quando um
homem v o lugar imortal.
E aquele que vive uma centena de anos sem ver a mais alta das leis, a vida de um s dia melhor
quando o homem v a mais alta das leis.
9o Captulo: O Mal
Um homem deve apressar-se em direo ao bem e deve guardar o pensamento longe do mal; se
um homem faz o que bom indolentemente. seu esprito se compraz do mal.
Se um homem comete um pecado, no o deixe comet-lo outra vez; no o deixe deleitar-se no
pecado: o acmulo de mal doloroso.
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Se um homem faz o que bom, deixe-o faz-lo novamente; deixe-o deleitar-se com o bem: o
acmulo de boas obras delicioso.
At um homem que pratica o mal v a felicidade enquanto os frutos de sua m ao no
amadurecem; mas quando eles ficam maduros, ento o que pratica o mal v o mal.
At o homem bom v dias maus enquanto suas boas aes no amadurecem; mas quando os
frutos dessas boas aes amadurecem, ento ele, o homem bom, v as coisas boas.
Que nenhum homem pense levianamente sobre o mal dizendo no fundo do corao - "Ele no
penetrar em mim." Assim como a gua caindo em gotas enche um pote, assim o tolo se enche de
mal embora ele o v recolhendo pouco a pouco.
Que nenhum homem pense levianamente sobre o bem dizendo no fundo do corao - "Ele no
penetrar em mim." At o pote se enche com a gua que cai gota a gota; o homem sbio acaba
se enchendo de bem mesmo que o colha pouco a pouco.
Que um homem evite as ms aes, assim como o mercador, que tem poucos companheiros e
leva consigo muita riqueza, evita a estrada perigosa; pois o homem que ama a vida evita o
veneno.
Aquele que no tem ferimento na mo pode tocar o veneno: o veneno no afeta aquele que no
tem ferimento; tampouco h mal para aquele que no o comete.
Se um homem durante centenas de anos adora Agni (fogo) - na floresta, e se ele apenas por um
momento presta homenagem a um homem cuja alma baseia-se no verdadeiro saber, melhor
esta homenagem do que o sacrifcio de centenas de anos.
Tudo o que um homem sacrificar neste mundo como uma oferenda ou uma oblao durante um
ano inteiro a fim de obter mrito, tudo o que fizer no valer um quarto de vintm; a reverncia
demonstrada para o justo a melhor.
Aquele que sempre sada e constantemente respeita os idosos, quatro coisas sempre lhe
prosperaro: a vida, a beleza, a felicidade.- e o poder.
Se um homem ofender uma pessoa inofensiva, pura e inocente, o mal cair de volta sobre aquele
nscio, tal como a poeira leve lana da para trs pelo vento.
Alguns homens nascem outra vez; os que praticam o mal vo para o inferno; os virtuosos vo para
os cus; aqueles que esto livres de todas as ambies deste mundo atingem o Nirvana.
Nem no cu, nem no meio das ondas do oceano, nem se entrarmos nas fendas das montanhas,
no h nenhum lugar conhecido no mundo inteiro onde um homem possa livrar-se de uma m
ao cometida.
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Nem no cu, nem no meio das ondas do oceano, nem se entrarmos nas fendas das montanhas,
no h lugar conhecido em todo o mundo onde a morte no v em busca do mortal.
10o Captulo: Castigo
Todos os homens tremem ante o castigo, todos os homens receiam a morte; lembre-se de que
voc como eles, e no mate, nem cause carnificina.
Todos os homens tremem ante o castigo, todos os homens amam a vida; lembre-se de que feito
como eles e no mate nem cause matanas.
Aquele que, procurando a prpria felicidade, pune ou mata seres que tambm anseiam pela
felicidade, no encontraro felicidade aps a morte.
Aquele que, procurando sua prpria felicidade, no pune ou mata seres que tambm anseiam pela
felicidade, encontraro a felicidade aps a morte.
No fale asperamente com ningum: aqueles com quem voc fala lhe respondero do mesmo
modo. Um modo de falar spero aflitivo: golpe por golpe e sentir-se- tocado.
Se, tal como um prato de metal partido (gongo), no profere uma palavra, ento voc chegou ao
Nirvana; voc desconhece a clera.
Assim como o pastor, que com o seu cajado, guia as vacas para o estbulo, assim a Idade e a
Morte guiam a vida dos homens.
Um tolo no sabe quando comete suas ms aes: mas o perverso se queima com suas prprias
aes, como se se queimasse no fogo.
Aquele que inflige sofrimento a pessoas inocentes e inofensivas, em breve ter chegado a um
desses dez estados:
Ter sofrimentos cruis, perda, injria fsica, pesadas aflies ou perda de memria.
Uma infelicidade proveniente do rei, ou uma terrvel acusao, ou perda de relaes, ou destruio
de tesouros.
O raio destruir sua casa; e quando o corpo estiver destrudo tambm, o tolo ir para o inferno.
Nem a nudez, nem o cabelo entranado, nem o sujo, nem o jejum, ou o deitar sobre a terra, nem
se esfregar no P, nem o sentar-se sem fazer movimento, podem purificar um mortal que no
dominou as ambies.
Aquele que, embora vestido com apuro, vive tranqilamente, calmo, submetido, refreado, casto
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e deixou de achar defeito em todos os outros seres, ele na verdade um brmane, um asceta
(sramana) , um frade (bhikshu).
Haver neste mundo algum homem to moderado pela vergonha que no provoque censura,
assim como o cavalo nobre com o chicote?
Tal como um cavalo de sangue quando tocado pelo chicote, seja tenaz e ardente, e pela f, pela
virtude, pela energia, pela meditao, pelo discernimento da lei, superar este grande sofrimento,
perfeito no saber e no comportamento, e jamais esquecido.
Os que distribuem a gua levam-na para onde querem; os que fazem arcos e flechas do forma s
setas; os carpinteiros do forma aos lenhos; os bons moldam-se segundo eles mesmos.
11o Captulo: Velhice
Como h risos, como h alegria, e este mundo est sempre em fogo? No procurais a luz, vs que
estais cercados pelas trevas?
Olhai para esse estpido bem vestido, coberto de feridas, doentio, cheio de muitos planos, mas
que no tem nem fora nem influncia.
Este corpo est gasto, cheio de doenas e frgil; esse monte de corrupo quebra-se em pedaos,
a vida na verdade termina com a morte.
Depois que se olhou para aqueles ossos acinzentados, postos fora como abboras no outono, qual
o prazer que tm na vida!
Depois que foi feita com os ossos uma fortaleza, foi coberta com carpe e sangue e nela ficaram
vivendo at a velhice e a morte, o orgulho e a impostura.
As brilhantes carruagens dos reis so destrudas, o corpo tambm chega destruio, mas a
virtude dos bons jamais destruda - assim dizem os bons aos bons.
Um homem que pouco aprendeu, cresce como um boi; sua carne cresce, mas seu saber no
aumenta.
Em procura do construtor deste tabernculo, percorri vrias famlias, sem encontr-lo; e
dolorosamente a descendncia uma e duas vezes. Mas agora, construtor de tabernculo, foste
visto; no terminars este tabernculo outra vez. Todas as tuas vigas esto quebradas, a tua serra
est partida; o esprito, aproximando-se do Eterno (visankhara, nirvana) alcanou a extino de
todos os desejos.
Os homens que no observaram uma disciplina determinada e que no 9btiveram fortuna durante
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a mocidade, morrem como velhas garas num lago sem peixes.
Os homens que no observaram disciplina determinada e que no obtiveram fortuna na mocidade,
jazem, como arcos partidos, suspirando pelo passado.
12o Captulo: O Eu
Se um homem se tem em alta conta, deix-lo observar-se cuidadosamente; ao menos numa de
trs auto-observaes um homem prudente se sentir atento.
Que cada homem se dirija primeiro para o que indicado, depois que ele ensine aos outros, assim
um homem prudente no sofrer.
Se um homem age como ele ensina os outros a agirem, ento, sendo ele mesmo bem moderado,
pode moderar os outros; porque o prprio eu difcil de sujeio.
O eu o senhor do eu, quem mais podia ser o senhor? Com o prprio eu bem dominado, um
homem encontra um senhor como bem poucos podem achar.
Aquele cuja perversidade muita pe-se naquele estado em que os inimigos desejam v-lo, como
um rptil faz com a rvore ao p da qual se acha.
Ms aes e atos que depois nos ferem so fceis de fazer: o que benfico e bom, eis o que
difcil de levar a cabo.
O nscio que despreza a lei do venervel (Arhat) , do eleito (Ariya) , do virtuoso, e segue uma
doutrina falsa, alimenta motivos para sua prpria destruio, tal como os frutos do canio
Katthaka.
Por meio do prprio eu se faz o mal, por causa do prprio eu se sofre; por causa do prprio eu o
mal obstado, por causa do prprio eu chega-se purificao. O puro e o impuro erguem-se e
caem por si mesmos, ningum pode purificar outrem.
O nscio que despreza a lei do venervel (Arhat) , do eleito Outros, embora importantes; que um
homem, aps discernir seu prprio dever, se mostre sempre atento a seu cumprimento.
13o Captulo: O Mundo
No sigais a lei do mal! No vivas na ociosidade! No sigas a falsa doutrina! No sejas amigo do
mundo.
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Ergue-te! no sejas preguioso! Segue a lei da virtude! Os virtuosos descansam na bem-
aventurana neste mundo e no outro.
Segue a lei da virtude; no sigas a do pecado. Os virtuosos descansam abenoados neste mundo
e no outro.
Olha e considera o mundo como farias com a gua borbulhando olha e considera-o como farias
com uma miragem: o rei da morte no v aquele que assim olha e considera o mundo.
Vem, olha para este mundo, brilhando como uma carruagem real, os tolos nele imergem, mas os
sbios nem a tocam.
Aquele que antes era sem cuidados e que depois fica grave, Ilumina este mundo tal como a luz
quando livre de nuvens.
Aquele cujos maus atos so cobertos com boas aes, ilumina este mundo tal como a luz quando
livre de nuvens.
Este mundo escuro, poucos apenas conseguem ver nele; so poucos os que vo para o cu tais
como pssaros que figuram da armadilha.
Os cisnes prosseguem no caminho do sol, milagrosamente atravessam o ter: os sbios so
levados para fora deste mundo quando venceram Mara e seu squito.
Se um homem transgrediu a nica lei e fala mentiras e zomba do outro mundo, no h mal que
no seja capaz de fazer.
Os que no so caridosos no vo ao mundo dos deuses; apenas os tolos no elogiam a
liberalidade; um sbio se rejubila com liberalidade e por meio dela se torna um dos abenoados no
outro mundo.
Melhor do que a sabedoria na terra, melhor do que ir para o cu, melhor do que o poderio sobre
todos os mundos, a recompensa do Sotapatti, o primeiro passo na santidade.
14o Captulo: Buda O Desperto
Aquele que faz conquistas que no podem ser feitas outra vez e as quais ningum deste mundo
empreende, por que caminho voc pode gui-lo, o Desperto, o Onisciente, ou o no percorrido?
Aquele a quem nenhum desejo com suas armadilhas e venenos consegue desviar, por que trilha
voc pode gui-lo, o Desperto, o Onisciente, ou o no percorrido?
At os deuses invejam os que esto despertos e no so esquecidos, que so dados meditao,
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que so prudentes e que acham prazer no repouso do isolamento do mundo.
Difcil de obter a concepo dos homens, difcil a vida dos mortais, difcil ouvir a Verdadeira
Lei, difcil a origem do Desperto (aproximao de Buda).
No cometer nenhum pecado, fazer o bem e purificar o prprio esprito, eis o ensinamento de
todos os Despertos.
O Desperto sofre pacientemente o mais severo castigo, suportando muito tempo o mais alto
Nirvana; porque ele no um anacoreta (pravragita) que fere os outros, ele no como um
asceta (sramana) que insulta os outros.
No censurar, no ferir, viver moderadamente sob a lei, ser sbrio em comer, dormir e sentar-se
s e viver com os mais elevados pensamentos - eis o que ensina o Desperto.
No h luxria que satisfaa, mesmo para um homem que possua muitas peas de ouro; aquele
que sabe que a luxria tem gosto de pequena durao e que causa sofrimentos, este sbio; at
nos prazeres celestes ele no encontra satisfao, o discpulo que est completamente desperto
acha prazer apenas na destruio de todos os desejos.
Os homens, levados pelo medo, procuram muitos refgios, desde a montanha s florestas, dos
bosques s rvores sagradas.
Mas no h um refgio seguro, no h um refgio melhor; um homem no se livra de todos os
sofrimentos aps ter procurado aquele refgio.
Aquele que se refugia em Buda, na Lei e na Comunidade; aquele que, com compreenso ntida, v
as quatro verdades sagradas: sofrimento, a origem do sofrimento, a destruio do sofrimento e o
oito vezes santo caminho que leva ao apaziguamento da dor - eis o , refgio seguro, eis o melhor
refgio; tendo ido para esse refgio, um homem se livra de todo o sofrimento.
Um ser sobrenatural (um Buda) no facilmente encontrado; ele no nasce em qualquer parte.
Onde quer que um tal sbio nasa, tal raa prospera.
Feliz o levantar do Desperto, feliz o ensino da Verdadeira Lei, feliz a paz na Comunidade,
feliz a devoo dos que esto em paz.
Aquele que presta homenagem queles que a merecem, seja o desperto (Buda) ou seus
discpulos, os que superaram a hoste de males e atravessaram a inundao de pesares, aquele
que presta homenagem a tais coisas como se tivesse encontrado a libertao e no conhecesse o
medo, seu mrito jamais pode ser medido por ningum.
15o Captulo: A Felicidade
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Vivemos muito felizes na verdade, sem odiar aqueles que nos odeiam entre os homens que nos
odeiam vivemos livres de dios! Vivemos felizes na verdade, livres de sofrimentos entre os que
sofrem! entre homens que sofrem deixe-nos viver livres de sofrimentos!
Vivemos felizes na verdade, livres de ambio entre os ambiciosos! entre os homens ambiciosos
deixe-nos viver livres de ambies!
Vivemos felizes na verdade, embora nada tenhamos que possa- mos chamar nosso! Seremos
como os deuses radiosos, alimentando-se de felicidade!
A vitria alimenta o dio, porque os vencidos so infelizes. Aquele que abandona tanto a vitria
como a derrota, este, o tranqilo, feliz.
No h fogo igual paixo; no h esforo perdido como o dio; no h dor como a deste corpo;
no h felicidade maior do que o repouso.
A fome o pior dos males, os elementos do corpo o maior mal; se algum souber disso
verdadeiramente, eis o Nirvana, a mais elevada das felicidades.
A riqueza o maior dos dons, a satisfao a melhor riqueza; a confiana o melhor dos
parentescos, Nirvana, a mais alta felicidade.
Aquele que provou a doura da solido e da tranqilidade, est livre do medo e livre do pecado,
enquanto prova a doura de beber na fonte da lei.
A vista dos eleitos (Ariya) boa, viver com eles sempre motivo de felicidade; se um homem no
v nscios, ser verdadeiramente feliz.
Aquele que anda na companhia dos tolos padece o caminho todo; a companhia dos tolos, assim
como a do inimigo, sempre difcil de suportar; a companhia dos sbios d prazer tal como
encontrar-se com a parentela.
Por conseguinte, deve-se seguir os sbios, os inteligentes, os prudentes, O muito paciente, o
cumpridor dos deveres e o eleito;
deve-se seguir um homem to bom e sbio assim como a lua segue o caminho das estrelas.
16o Captulo: Prazer
Aquele que se entrega vaidade e no se d meditao, esquecendo-se do verdadeiro alvo da
vida e apegando-se a todo prazer, no devido tempo invejar aquele que se exercitou na
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meditao.
Que nenhum homem jamais se apegue ao agradvel, ou ao que desagradvel. No ver o que
agradvel sofrimento, e sofrimento ver o que desagradvel.
Portanto, que nenhum homem ame coisa alguma; a perda do que se ama um mal. Os que nada
amam e nada detestam, no tm grilhes.
Do prazer decorre o pesar, dos prazeres vem o medo; aquele que est livre de prazeres no
conhece nem o pesar nem o medo.
Da afeio decorre o pesar, da afeio vem o medo; aquele que est livre da afeio no conhece
nem o pesar nem o medo.
Do luxo vem o pesar, do luxo vem o medo; aquele que est livre do luxo no conhece nem o pesa.
nem o medo.
Do amor decorre o pesar, do amor decorre o medo; aquele que est livre do amor desconhece o
pesar e o medo.
Da ambio vem o pesar, da ambio vem o medo; aquele que est livre da ambio desconhece
o pesar e o medo.
Aquele que possui virtude e inteligncia, que justo, fala a verdade e cuida do que de sua
conta, este o mundo ter em apreo.
Aquele em quem brotou um desejo por alcanar o Inefvel (Nirvana), que em esprito est
satisfeito, e cujos pensamentos no so transportados pelo amor, este chamado urdhvamsrotas
(levado para cima pela corrente).
Parentes, amigos e amantes saudai um homem que esteve muito tempo longe e que volta de
longe so e salvo.
Do mesmo modo suas boas obras recebem aquele que as fez e que foi deste mundo para o outro -
assim como um parente recebe um amigo ao voltar.
17o Captulo: Clera
Que um homem ponha de lado a clera, que ele esquea o orgulho, que se livre de toda a
escravido! Nenhum sofrimento cai sobre o homem que no se apega ao nome e forma e que a
coisa nenhuma chama de sua.
Aquele que domina uma clera nascente tal como uma carruagem desabalada, a este eu chamo
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d'e verdadeiro condutor; aos outros considero apenas como seguradores de rdeas.
Que um homem domine a clera por meio do amor, que do- mine o mal com o bem; que domine
a avareza com a liberalidade, a mentira com a verdade!
Fala a verdade, no cedas clera; d, se te pedirem um pouco; por meio desses trs passos
chegars perto dos deuses.
Os sbios que no injuriam ningum e que sempre controlam seus corpos, esses iro para o lugar
que no muda nunca (Nirvana), onde, se tiverem ido, no sofrero mais.
Aqueles que esto sempre observando, que estudam noite e dia e que se esforam em prol de
Nirvana, tero posto um fim a suas paixes.
Eis um velho ditado, Atula, no como hoje - "Eles censuram-no porque fica calado, eles o
censuram porque fala muito, tambm censuram o que pouco diz; no h ningum no mundo que
no seja censurado."
Nunca houve, nunca haver, nem h agora, um homem que sempre seja censurado, ou um outro
que seja sempre elogiado.
Mas aquele a quem os que sabem distinguir louvam continua- mente dia aps dia como sem
mcula, como prudente e rico em saber e virtude, quem ousaria censur-lo, sendo ele semelhante
a uma moeda feita de ouro tirado do rio Gambu? At os deuses o louvam ele louvado at pelo
Brahman.
Toma cuidado com a clera do teu corpo e controla o corpo! Deixa os pecados do corpo e pratica
a virtude com o teu corpo!
Cuida da clera da lngua e controla tua lngua! Deixa os pecados da lngua e pratica a virtude com
tua lngua!
Toma cuidado com a clera do esprito e controla teu esprito! Abandona os pecados do esprito e
pratica a virtude com teu esprito!
Os sbios que controlam o corpo, que controlam a lngua, os sbios que controlam o esprito so
na verdade bem controlados.
18o Captulo: Impureza
s agora como a folha murcha, os mensageiros da morte (Yama) chegaram-se para perto de ti;
ests de p porta da tua partida e no tens provises para tua jornada.
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Faze de ti mesmo uma ilha, trabalha muito, s prudente! Quando tuas impurezas forem expulsas,
estars livre de culpa, entrars no mundo celestial dos eleitos (Ariya).
Tua vida chegou ao fim, ests perto da morte (Yama), no h lugar de repouso tua espera na
estrada, e no tens provises para tua jornada.
Faze de ti mesmo uma ilha, trabalha muito, s prudente! Quando tuas impurezas forem lanadas
fora, estars livre de culpa, no entrars novamente no nascimento e no declnio.
Deixa o sbio lanar fora suas prprias impurezas, assim como o ferreiro lana fora as impurezas
da prata, uma a uma, pouco a pouco, e de vez em quando.
Assim como a impureza que sai do ferro, quando dele brota, o destri; assim as prprias aes do
transgressor o levam para o mau caminho.
A ndoa dos que rezam a no repetio; a ndoa das casas, a falta de reparo; a ndoa da pele
negligncia; a ndoa do sentinela, o descuido.
A m conduta a ndoa da mulher, a mesquinharia a ndoa do benfeitor; os que tm ndoas so
todos os que seguem os maus caminhos, tanto neste mundo como no outro.
Mas h uma ndoa pior do que todas as outras - a ignorncia a maior das ndoas. mendigos!
Lancem fora essa ndoa e tornem-se imaculados!
A vida fcil de viver para um homem que no tem vergonha; um heri gabola, um homem que
causa prejuzos, um insolente, um atrevido e um infeliz. Mas a vida difcil de viver para um
homem modesto que sempre procura o que puro, que desinteressado, calmo, sem mculas e
inteligente.
Aquele que destri a vida, que fala inverdades, que no mundo toma para si o que no lhe
devido, que procura a mulher de outro; e o homem que se entrega bebida de licores
entorpecentes, este, at neste mundo, desenterra suas prprias razes.
homem, sabe o seguinte, que os que no tm freios ficam em mau estado; cuida que a avareza
e o vcio no lhe tragam pesares para muito tempo!
O mundo d de acordo com a f ou de acordo com o prazer: se um homem se aborrece por causa
da comida e da bebida dadas a outros, ele no encontrar repouso nem de dia nem dos noite.
Aquele em quem este sentimento est destrudo e o expurga at mesmo raiz, encontra descanso
dia e noite.
No h fogo que se compare paixo, no h fraude como o dio, no h armadilha como a
estupidez, no h torrente como a avareza. A falta dos outros facilmente percebida, mas a de si
prprio difcil de perceber; um homem esquadrinha as culpas do vizinho como coisa de pouco
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valor, mas suas prprias culpas ele esconde, como um embusteiro esconde o dado viciado do
outro jogador.
Se um homem procura as faltas dos outros e est sempre disposto a ofender-se, suas prprias
paixes crescero e ele est longe da destruio de paixes.
No h caminho atravs o ar, um homem no um Samana exteriormente. O mundo se compraz
na vaidade, os Tathagatas (os Budas) esto livres de vaidade.
No h caminhos no cu, um homem no exteriormente um Samana. Nenhum ser eterno; mas
os despertos (Buda) nunca se debilitam.
19o Captulo: O Justo
Um homem no justo desde que resolve um assunto pela violncia; no, aquele que distingue
tanto o direito como o errado, que preparado e guia os outros, no pela violncia, mas pela
mesma lei, sendo um guarda da lei e inteligente, este chamado justo.
Um homem no sbio porque fala muito; aquele que paciente, livre de dios e medo, este
chamado sbio.
Um homem no um sustentculo da lei porque fala muito;. mesmo que um homem tenha
aprendido pouco, mas v a lei corporificada, ele um sustentculo da lei, um homem que jamais
negligncia a lei.
Um homem no um ancio porque tem a cabea grisalha; pode ter a idade madura, mas
chamado "Velho em vo".
Naquele em que h a verdade, a piedade, a moderao, o freio, aquele que est livre da
impureza, este chamado um ancio.
Um homem invejoso, mesquinho e desonesto no fica sendo respeitvel por meio de muito falar
somente ou pela beleza de sua pele.
Aquele em que tudo isto est destrudo e extirpado at as razes, este quando livre do dio,
chamado respeitvel.
No pela tonsura que um homem indisciplinado que fala falsidades se torna um Samana; pode
ser um Samana um homem que ainda est cativo dos desejos e da avareza?
Aquele que sempre apazigua o mal, seja pequeno ou grande, chamado um Samana (um homem
calmo) porque acalmou todo o mal.
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Um homem no um mendigo (Bhikshu) simplesmente por- que pede esmolas a outros; aquele
que adota toda a lei um Bhikshu, e no aquele que apenas suplica.
Aquele que est acima do bem e do mal, que casto, que passa pelo mundo com cuidado, este na
verdade chamado um Bhikshu.
Um homem no um Muni porque observa silncio caso seja tolo e ignorante; mas o sbio que,
como com a balana, escolhe o bem e evita o mal, este Muni e ser um Muni por meio disso;
aquele que neste mundo pesa ambos os lados chamado um Muni.
Um homem no um eleito (Ariya) porque injuria criaturas que vivem; portanto um homem
chamado Ariya.
No somente com disciplina e votos no apenas pelo muito saber, no por entrar em xtases, no
por dormir s, eu obtenho a felicidade da libertao que nenhum mundano pode conhecer. O
Bhikshu, aquele que obteve a extino dos desejos, este obteve a confiana.
20o Captulo: O Caminho
O melhor dos caminhos o de oito estradas; a melhor das verdades, as quatro palavras; a melhor
das virtudes, a indiferena; o melhor dos homens o que tem olhos para ver.
este o caminho, no h outro que leve purificao da inteligncia. V por este caminho! Eis a
confuso de Mara, o tentador.
Se voc seguir este caminho, voc por fim dor! Eis o caminho que eu aconselhei, quando
compreendi a remoo dos espinhos na carne.
Voc mesmo deve fazer um esforo. Os Tathagatas (Budas) so pregadores apenas. O meditativo
que entra nesse caminho fica livre da escravido de Mara.
- "Todas as coisas criadas perecem" - aquele que sabe e v isso torna-se passivo no sofrimento;
eis o caminho para a purificao.
- "Todas as coisas criadas so pesares e dores" - aquele que sabe e v isto torna-se passivo na
dor; eis o caminho que leva purificao.
- "Todas as formas so irreais" - aquele que sabe e v isto torna-se passivo na dor; eis o caminho
que conduz purificao.
Aquele que no se levanta quando tempo de levantar-se, que, embora jovem e forte,
indolente, cuja vontade e pensamento so fracos, esse homem preguioso e indolente jamais
encontra o caminho do saber.
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Observando suas palavras, com o esprito bem domado, que um homem jamais cometa qualquer
erro com o seu corpo! Que um homem apenas guarde essas trs veredas de ao bem
desimpedidas e alcanar o caminho que os sbios indicam.
Por meio do zelo ganha-se o saber, por meio da falta de zelo ns o perdemos; deixemos que um
homem que conhea esse caminho duplo de ganho e perda assim se coloque a fim de que o
conhecimento possa crescer.
Abate uma floresta inteira de desejos, e no apenas uma rvore! O perigo provm da floresta de
desejos. Quando tiverem abatido tanto a floresta de desejos como as plantas rasteiras, ento,
Bhikshu, estareis livres da floresta e dos desejos!
Enquanto houver o desejo do homem pelas mulheres, mesmo que seja menor, sem ter destrudo,
seu esprito estar escravizado, assim como o bezerro que mama est escravizado sua me.
Extirpa o amor-prprio, como um ltus outonal, com tua mo! Tem em alta conta a estrada da
paz. O Nirvana foi mostrado por Sugata (Buda).
- "Aqui viverei na chuva, aqui ficarei inverno e vero" - assim medita o tolo, e no pensa na morte.
A morte vem e faz desaparecer aquele homem, respeitado pelos filhos e parentes, seu esprito se
separa, assim como a inundao faz desaparecer uma aldeia adormecida.
Os filhos nada adiantam, sem um pai, nem os parentes; no h auxlio da parte dos parentes que
valha para aquele de quem a morte se apossou.
Um homem sbio e de bom comportamento que compreenda o significado disto, depressa
desbravar o caminho que leva ao Nirvana.
21o Captulo: Miscelnea
Se, ao deixar um pequeno prazer, algum procura um prazer maior, deixe um homem sbio
abandonar o pequeno prazer e olhar para o grande.
Aquele que, causando sofrimento a outrem, deseja obter prazer para si mesmo, enredado nos
liames do dio, jamais se livrar do
dio.
O que deve ser feito negligenciado, o que no deve ser feito feito; os desejos das pessoas
desregradas e levianas esto sempre crescendo.
Mas aqueles cuja vigilncia est sempre dirigida para seu corpo, que no seguem o que deve no
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ser feito e que prontamente fazem o que deve ser feito, os desejos de tais pessoas vigilantes e
prudentes chegaro a um fim.
Um verdadeiro Brmane anda intacto, embora tenha matado pai e me, e dois valentes reis,
embora tenha destrudo um reino com todos os vassalos;
Um verdadeiro Brmane prossegue intacto, embora tenha matado pai e me e dois reis sagrados e
um homem eminente ainda mais. Os discpulos do Gotama (Buda) esto sempre bem acordados e
seus pensamentos noite e dia esto sempre fixos em Buda.
Os discpulos de Gotama esto sempre bem acordados e seus pensamentos dia e noite esto
sempre fixos na lei.
Os discpulos de Gotama esto sempre bem despertos e seus pensamentos dia e noite esto
sempre fixos na igreja.
Os discpulos de Gotama esto sempre bem despertos e seus pensamentos dia e noite esto
sempre fixos nos seus corpos.
Os discpulos de Gotama esto sempre bem despertos e seus espritos dia e noite sempre se
comprazem na compaixo.
Os discpulos de Gotama esto sempre bem despertos e seus espritos dia e noite se deleitam na
meditao.
difcil abandonar o mundo para tornar-se um frade, difcil gozar o mundo; rduo o mosteiro,
dolorosas as casas; doloroso morar com iguais, partilhar tudo em comum e o mendigo errante
assaltado pela dor. Por conseguinte no deixe nenhum homem ser um mendigo errante e ele no
ser assaltado pela dor.
Um homem cheio de f, caso dotado de virtude e glria, respeitado qualquer que seja o local
que escolha.
As pessoas boas despedem cintilaes de longe tal como as montanhas cobertas de neve; as
pessoas ms no so vistas, tais como setas desferidas noite.
Sentado sozinho, deitado sozinho, andando sozinho sem cessar e sozinho se mortificando, deixe
um homem ser feliz perto da orla da floresta.
22o Captulo: Conduta Indigna
Aquele que dia o que no verdade, vai para o inferno; tambm aquele que, tendo feito uma
coisa, afirma no t-la feito. Aps a morte ambos so iguais: so homens de ms aes no
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prximo mundo.
Muitos homens cujos ombros esto cobertos pelas roupagens amarelas (monges) so de ndole
m e sem moderao; tais homens por suas aes condenveis vo para o inferno.
Melhor seria engolir uma bala de ferro incandescente, Como fogo vivo, do que um homem que
no sabe moderar-se viver da caridade da terra.
Quatro coisas ganha um homem descuidado que cobia a mulher do prximo - desmerecimento,
uma cama sem conforto, em terceiro lugar, castigo, e finalmente o inferno.
H desmerecimento e o caminho do mal para o inferno; h pouco prazer para o atemorizado nos
braos do que no est com a conscincia tranqila, e o rei impe um castigo pesado; por
conseguinte, que nenhum homem pense na mulher do prximo.
Assim como a folha do capim em lmina, se agarrada de mau jeito, fere o brao, o ascetismo mal
praticado conduz ao inferno.
Um ato feito com descuido, um voto quebrado, uma obedincia hesitante disciplina (Brahma-
karlyam), tudo isso no traz grande recompensa.
Se algo deve ser feito, deixe um homem faz-lo, deixe-o faz-lo com ardor! Um peregrino
descuidado apenas espalha mais longe a poeira de suas paixes.
Uma ao m melhor ficar por fazer, porque um homem dela se arrepender depois; uma boa
ao ser melhor ser feita, pois desse modo, ningum se arrepende.
Tal como uma fortaleza da fronteira bem guarnecida, com defesas internas e externas, assim
deixe um homem guardar-se a si mesmo. Nem um momento escaparia, porque aqueles que
deixarem o momento exato passar, sofrero castigo quando estiverem no inferno.
Aqueles que se envergonham daquilo de que no devem envergonhar-se e no se envergonham
daquilo de que devem envergonhar-se, tais homens, abraando doutrinas falsas, entram no
caminho do mal.
Aqueles que tm medo do que no devem recear, e no tm medo aquilo que devem recear, tais
homens, abraando falsas dou- trinas, entram no caminho do mal.
Aqueles que vem pecados onde no h, e no vem pecados. onde os h, abraando falsas
doutrinas, entram no caminho do mal.
Aqueles que vem pecado onde h pecado; e nenhum pecado onde no os h, tais homens,
abraando a verdadeira doutrina entram no bom caminho.
23o Captulo: O Elefante
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Silenciosamente sofri os ataques, como o elefante nas batalhas suporta a seta desferida pelo arco:
porque o mundo perverso.
Eles levaram um elefante domado para batalhar, o rei monta um elefante domado; os domados
so os melhores entre os homens, porque, silenciosamente, suportam os ataques.
As mulas so boas, quando domadas, o mesmo se d com os nobres cavalos Sindhu e os elefantes
de enormes presas; mas aquele que se domina a si mesmo ainda melhor.
Pois com aqueles animais o homem no alcana as regies no percorridas (Nirvana) onde um
homem domado entra sobre um animal domado - sobre o seu bem domado eu.
O elefante chamado Dhanapalaka, seus templos ruindo com dolorosa sapa, e que difcil de
domar, no come nem um pouco quando preso; o elefante anseia pelo bosque dos elefantes.
Se um homem se torna gordo e um grande comedor, se ele est adormecido e rola de um lado
para outro, este louco, tal como um porco alimentado de gros, tem que nascer uma e duas
vezes.
O meu esprito anteriormente errava por todo o lado a seu bel - prazer; como lhe aprazia, como
lhe apetecia; mas agora eu o cingirei s rdeas completamente, assim como o domador que
mantm o freio que subjuga o elefante furioso.
No sejas inconsiderado, observa e guarda teus pensamentos! Sai do mau caminho, tal como o
elefante quando se afunda na lama.
Se um homem encontra um companheiro prudente que com ele passeia, sbio e vive
sobriamente, pode passear com ele, superior a todos os perigos, feliz e considerado.
Se um homem no encontra um companheiro prudente para andar com ele, que seja sbio e viva
sobriamente, deix-la andar s, tal como um rei que deixou para trs o pas conquistado - tal um
elefante na floresta.
melhor viver s: no h amizade com um nscio; que um homem ande s, que ele no cometa
pecados, com poucas ambies, como um elefante na floresta.
Se surge a ocasio, os amigos so agradveis; a diverso agradvel qualquer que seja ela; uma
boa obra agradvel na hora da morte; o abandono de todo o pesar agradvel.
O mundo agradvel para quem me, agradvel para quem pai, agradvel para quem
Samana, e agradvel para quem Brmane.
Agradvel a virtude que vai at a velhice, agradvel a f que tem razes profundas; agradvel
o limite mximo da inteligncia, agradvel o evitar dos pecados.
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24o Captulo: Sede
A sede de um homem descuidado cresce como uma trepadeira; ele corre de vida em vida, tal
como um macaco procura de fruto na floresta.
Quem quer que vena esta sede ardente e venenosa neste mundo, ter seus sofrimentos
duplicados tal como a abundante erva Birana.
Mas da parte daquele que vena esta sede ardente, difcil de ser dominada neste mundo, os
sofrimentos desaparecero, tais como gotas dgua que caem de uma folha de ltus.
Dir-vos-ei uma palavra salutar - "Deveis, como muitos que aqui esto reunidos, extirpar as razes
da sede, como aquele que deseja a raiz doce e perfumada da Usira deve extirpar a erva Birana,
para que Mara, o tentador, no o possa esmagar uma e duas vezes. como a corrente esmaga os
canios."
Como uma rvore, mesmo embora tenha sido cortada, mantm-se firme e ereta enquanto as
razes estiverem boas e torna a crescer, assim, a menos que os fomentadores da sede ,sejam
destru dos, esse sofrimento da vida voltar uma e duas vezes.
Aquele cujas trinta e seis correntes fluem com fora para os canais do prazer, as ondas - seus
desejos que se fixam na paixo. - levaro embora esse homem extraviado.
Os canais correm por toda a parte, a trepadeira da paixo sobe brotando; se voc vir a trepadeira
subindo, corte suas razes por meio do saber.
Os prazeres de uma criatura so extravagantes e luxuriosos; renunciando aos prazeres e
procurando a felicidade, os homens sofrem uma e duas vezes o nascimento e o declnio.
Rodeados de luxo, os homens andam de um lado para outro como lebres que caem em
armadilhas; presos aos cadeados e correntes, sofrem a dor por muito tempo, uma e duas vezes.
Rodeados de luxo, os homens correm de um lado para outro como uma lebre que cai numa
armadilha; deixe, portanto, que o mendigo se livre da sede, por meio do esforo em busca da sua
Indiferena s paixes.
Aquele que, tendo se libertado da floresta do luxo (aps ter alcanado o Nirvana), entrega-se
floresta da vida (ao luxo), e que, -quando livre da floresta (do luxo), corre para ela (o luxo),
cuidado com este homem! embora livre, corre para a escravido.
Os sbios no chamam de grilhes fortes os que so feitos de ferro, madeira ou cnhamo;
apaixonadamente forte a preocupao pelas pedras preciosas e pelos anis, pelos filhos e pela
-
29
esposa.
Os grilhes que os sbios chamam fortes, que arrastam para baixo, cedem, mas so difceis de
desfazer-se; aps t-los cortado finalmente, deixamos o mundo, livres de cuidados e deixando
para trs os prazeres do amor.
Os que so escravos das paixes, correm para baixo em busca da torrente de desejos, tal como a
aranha desce pela teia que ela mesma fez; quando a tiverem cortado, finalmente, os sbios
prosseguiro, livres de cuidados, deixando para trs todas as dores.
Abandona o que est adiante, abandona o que est atrs, abandona o que est no meio, quando
fores para a outra margem da vida; se teu esprito est completamente livre, no entrars
novamente no nascimento e no declnio.
Se um homem se preocupa com dvidas, cheio de paixes fortes e ansiando apenas pelo que
agradvel, sua sede aumentar cada vez mais e ele na verdade faz seus grilhes ficarem mais
fortes.
Se um homem se apraz em acalmar dvidas e, sempre refletindo, paira sobre o que agradvel,
ele certamente remover, ainda mais, desfar os grilhes de Mara.
Aquele que tenha alcanado a consumao, que no treme, que esto tem sede nem pecados,
este destruiu todos os espinhos da vida: este ter sido seu ltimo corpo.
Aquele que no tem sede nem afeio, que compreende as palavras e lhes d interpretao, que
conhece a ordem das letras (as que esto antes e que esto depois), este recebeu seu ltimo
corpo,- este chamado o grande sbio, o grande homem.
- "Venci tudo, sei tudo, em todas as condies da vida estou livre de ndoas; abandonei tudo, e
por meio da extino da sede estou livre; tendo ensinado a mim mesmo, a quem indicarei como
tendo sido meu guia ?"
O dom da lei excede todos os dons; a doura da lei excede todas as douras; o prazer na lei
excede todos os prazeres; a extino da sede supera todo o sofrimento.
As riquezas destroem os nscios se eles no procuram a outra praia; os nscios por causa da sua
sede pelos bens se destroem a si mesmos, como se estivessem destruindo os outros.
Os campos so danificados pelas ervas daninhas, a humanidade pelas paixes: portanto uma
ddiva dispensada aos indiferentes traz grandes recompensas.
Os campos so danificados pelas ervas daninhas, a humanidade ' danificada pelo dio: portanto
uma ddiva dispensada queles que no odeiam traz grandes recompensas.
Os campos so danificados pelas ervas daninhas, a humanidade prejudicada pela vaidade: por
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conseguinte uma ddiva dispensada aos que esto livres de vaidade traz grandes recompensas.
Os campos so prejudicados pelas ervas daninhas, a humanidade pelo luxo; portanto um bem
dispensado queles que esto livres da luxria traz grandes recompensas.
25o Captulo: O Bhikshu
Moderao nos olhos bom, bom a moderao nos ouvidos; no nariz a moderao boa, boa
a moderao da lngua.
No corpo a moderao boa, boa a moderao do falar, no pensamento a moderao boa,
boa a moderao em tudo. Um Bhikshu, moderado em tudo, est livre de sofrimentos. .
Aquele que controla a mo, aquele que controla os ps, aquele que controla a fala, aquele que
bem controlado, aquele que acha prazer na vida interior, aquele que recolhido, que solitrio e
satisfeito, a este chamam Bhikshu.
O Bhikshu que controla a boca, que fala com prudncia e calma, que ensina o que a lei significa,
sua palavra doce.
Aquele que vive na lei, que acha prazer na lei, que medita na lei, que se recolhe na lei: este
Bhikshu jamais se afastar da verdadeira lei.
Deixe-o no desprezar o que recebeu, nem jamais invejar os outros: um mendigo que inveja
outrem no alcana a paz de esprito.
Um Bhikshu que, embora receba pouco, no despreza o que recebeu, at os deuses o louvaro, se
tiver a vida pura e no for indolente.
Aquele que jamais se identifica, com nome e forma, e no se aflige pelo que no mais existe, este
na verdade chamado um Bhikshu.
Um Bhikshu que se porta com bondade, que feliz na doutrina de Buda, alcanar o lugar da
calma (Nirvana), a felicidade surge da cessao das inclinaes naturais.
Bhikshu, esvazia este barco! quando vazio ele ir mais depressa; tendo extirpado a paixo e o
dio, irs para o Nirvana.
Despedaa os cinco grilhes, pe-nos de lado, eleva-te acima dos cinco. Um Bhikshu que fugiu dos
cinco grilhes chamado Oghatinna - "salvo da inundao".
Medita, Bhikshu e no sejas imprudente! No dirijas teu pensamento para o que d prazer, a
fim de que no possas por tua imprudncia ter de engolir a bala de ferro do inferno e para que
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no possas gritar, quando estiveres queimando - "Eis a dor".
Sem saber no h meditao, sem meditao no h saber; aquele que tem saber e meditao
est perto do Nirvana.
Um Bhikshu que entrou em sua casa vazia e cujo esprito se acha tranqilo sente mais do que um
deleite humano quando v a lei claramente.
Assim que ele considerou a origem e destruio dos elementos do corpo encontra felicidade e
alegria que pertencem queles que conhecem o imortal (Nirvana).
E este o comeo de um Bhikshu sbio: observao sobre os sentidos, satisfao, moderao s
leis; conservao de amigos nobres cuja vida seja pura e que no sejam indolentes.
Deix-lo viver na caridade, deix-lo ser perfeito em seus deveres; ento na plenitude do deleite,
por fim aos sofrimentos.
Assim como a planta Vassika deixa cair suas flores fanadas, os homens devem abandonar as
paixes e os dios, vs, Bhikshus!
O Bhikshu que tenha o corpo e a lngua e o esprito aquietados, que refletido e que rejeitou os
atrativos do mundo, este chamado calmo.
Eleva-te por ti mesmo, examina-te por ti mesmo, assim com tua auto-proteo e ateno vivers
feliz, Bhikshu!
Porque o eu o senhor do eu, o eu o refgio do eu; por conseguinte, domina-te como o
mercador domina um cavalo nobre.
O Bhikshu cheio de deleite, que feliz na doutrina de Buda, alcanar o lugar de repouso
(Nirvana), a felicidade consistindo na cessao das inclinaes naturais.
Aquele que, mesmo como um jovem Bhikshu, aplica a si mesmo a doutrina de Buda, ilumina este
mundo tal como a luz quando livre de nuvens.
26o Captulo: Brmane
Corajosamente faze parar a corrente, pe de lado os desejos, Brmane! Quando tiveres
compreendido a destruio de tudo o que foi feito, compreenders aquilo que no foi feito.
Se o Brmane alcanou a outra margem em ambas as leis, na moderao e na contemplao,
todos os liames desaparecero daquele que obteve o saber.
Aquele para quem no h nem margem de c nem margem de l, nem ambas, este, sem medo e
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sem grilhes, eu chamo de Brmane na verdade.
Aquele que meditativo, que no merece censuras, ordenado, cumpridor dos deveres, sem
paixes e que alcanou a mais alta meta, a este eu chamo na verdade de Brmane.
O sol brilha durante o dia, a lua brilha noite, o guerreiro mostra-se brilhante em sua armadura, o
Brmane brilhante em sua meditao; mas Buda, o Desperto, radiante de brilho dia e noite.
Porque um homem est livre do mal, chamado Brmane; por- que passeia calmamente,
chamado Samana; porque desembaraou- se de todas as suas impurezas, chamado Pravragita.
Ningum deveria atacar um Brmane, mas nenhum Brmane, quando atacado permitir-se-ia fugir
do agressor! Desgraa para aquele que fere um Brmane, mais desgraa para aquele que foge
diante do agressor!
No de pouca vantagem para um Brmane se ele mantm o esprito longe dos prazeres da vida;
quanto mais toda a vontade de injuriar tenha desaparecido, tanto mais cessar todo o sofrimento.
Chamo na verdade de Brmane aquele que no ofende pelo corpo, por palavra ou pensamento, e
mostra-se controlado nesses trs pontos.
Aquele de quem se pode aprender a lei, como ensinada pelo Bem-desperto (Buda), deix-lo
adorar com assiduidade, como o Brmane adora o fogo do sacrifcio.
Um homem no se torna um Brmane por causa de seus cabelos tranados, por causa de sua
famlia, ou pelo nascimento; naquele em que houver verdade e justia, este abenoado, este
um Brmane.
O que adianta o cabelo tranado, nscio! o que adianta a roupa de pele de cabra? Dentro de ti
h voracidade, mas exteriormente ests limpo .
O homem que veste roupas sujas, que fraco e coberto de veias, que medita solitrio na floresta,
a este eu chamo, na verdade, um Brmane.
No chamo de Brmane um homem por causa de sua origem ou a de sua me. Ele na verdade
arrogante e rico; mas o pobre, que no tem nenhuma afeio terrestre, a este eu chamo na
verdade um Brmane.
Eu chamo na verdade um Brmane quele que, depois de ter despedaado todos os grilhes,
nunca treme, no tem liames nem grilhes.
Chamo na verdade de Brmane quele que, aps ter cortado a correia e as tiras, a corda com tudo
o que dela faz parte, destruiu todos os obstculos e est desperto.
Chamo na verdade um Brmane quele que, embora no tenha cometido nenhuma ofensa, sofre a
censura, os liames e os grilhes: aquele que tem pacincia para sua firmeza e fora para seu
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exrcito.
Chamo na verdade um Brmane quele que est livre de clera que cumprido r dos deveres,
virtuoso, sem ambies, que controlado e que recebeu seu ltimo corpo.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que no se apega a prazeres sensuais, como a gua
sobre a folha do ltus, como a semente de mostarda na ponta de uma agulha.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que, mesmo aqui, sabe o fim de seu prprio sofrimento,
deps seu fardo e tirou os grilhes.
Chamo, na verdade, um Brmane quele cujo saber profundo, que possui sabedoria, que
distingue o caminho direito e o errado e que alcanou a mais alta meta.
Eu chamo, na verdade, Um Brmane quele que se conserva longe tanto dos leigos como dos
mendigos, que no freqenta casa nenhuma e que no tem seno poucos desejos.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que sem ferir criatura nenhuma, seja fraco ou forte, no
mata nem motiva carnificina.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que tolerante com o intolerante, suave para com o
violento e livre de avareza entre os avarentos.
Chamo, na verdade, um Brmane quele de quem a clera e o dio, o orgulho e a hipocrisia
caram como a semente de mostarda cai da ponta da agulha.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que cita palavras verdadeiras, instrutivas e livres de
aspereza, de modo a no ofender ningum.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que nada leva no mundo que lhe no tenha sido dado,
seja comprido ou curto, pequeno ou grande, bom ou mau.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que no nutre desejos para este mundo ou para o
prximo, que no tem inclinaes e que no tem grilhes.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que no tem interesses e que quando compreende a
verdade, no pergunta - "Como? como ?" e que alcanou a profundeza do Imortal. Na verdade,
chamo de Brmane quele que neste mundo elevou - se acima tanto dos liames, como do bem e
do mal, que est livre de pesares, do pecado e da impureza.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que brilhante como a lua, puro, sereno, imperturbvel
e em quem a alegria se extinguiu.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que atravessou esta estrada lamacenta, o mundo
intransitvel, difcil de atravessar, e sua vaidade, que desapareceu por completo, e alcanou a
outra margem, atento, firme, livre de dvidas, livre de afeioes e satisfeito.
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Chamo, na verdade, um Brmane quele que neste mundo, tendo abandonado todos os desejos,
erra sem um lar, e em que toda concupiscncia est extinta.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que, depois de ter deixado toda a escravido aos
homens, se elevou acima de toda a escravido aos deuses. e est livre de toda e qualquer
escravido.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que deixou o que d prazer e o que d sofrimento, que
indiferente e livre de todos os germens de uma vida renovada: o heri que conquistou todos os
mundos.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que percebe a destruio e a volta dos seres por toda a
parte, que livre de escravido vive na felicidade (Sugata) e desperto (Buda).
Chamo, na verdade, um Brmane quele cujo caminho os deuses no conhecem, nem os espritos
(Gandharvas) nem os homens, cujas paixes esto extintas e que um Arhat.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que no tem nada que chame de seu mesmo, seja
adiante, por trs ou no meio; que pobre e livre do amor do mundo.
Chamo, na verdade, um Brmane, o msculo, o nobre, o heri, o grande sbio, o conquistador, o
indiferente, o cheio de qualidades, o desperto.
Chamo, na verdade, um Brmane quele que conhece suas moradas primitivas, que v o cu e o
inferno, que chegou ao fim dos nascimentos, tem saber perfeito, um sbio e cuja perfeio no
tem mcula.
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Ficha tcnica:
O presente texto uma verso produzida com base na traduo do Dhammapada feita por Max
Muller e presente no livro de LIN YUTANG. Sabedoria da ndia e da China. RJ: Pongetti, 1945.
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