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  1. 1. Novembro de 201110BrasilPresbiterianoBP LEGALoc j ouviu algumdizer que igreja no empresa? verdadeque a igreja no desenvol-ve atividade econmicaorganizada, mas a ideiade atividade organizada,presente no conceito deempresa, bem que mere-ceria maior ateno dasigrejas. que, entre outrosaspectos, essa ideia refleteo zelo, o cuidado e o res-peito s leis e aos contratosque regem as atividadesorganizacionais em geral.Apenas para ilustrar umaspecto da vida organiza-cional das igrejas, vejam-se a questes legais envol-vidas na contratao deprofissionais ligados srotinas administrativas,limpeza, segurana oumanuteno. Se tais con-tratos forem celebradoscom pessoas fsicas, foremremunerados, contnuos eestiver presente a subor-dinao, forma-se o cha-mado vnculo empregat-cio que ser regido pelasregras da Consolidao dasLeis do Trabalho (CLT).De acordo com o artigo3 da CLT: Considera-se empregado toda pessoafsica que prestar serviosde natureza no eventual aempregador, sob a depen-dncia deste e mediantesalrio.Na contra-parte darelao de emprego esto empregador, defini-do pelo artigo 2, daCLT, da seguinte forma:Considera-se emprega-dor a empresa, individualou coletiva, que, assumin-do os riscos da atividadeeconmica, admite, assa-laria e dirige a prestaopessoal de servio.Poderamos afirmar quetais definies no se apli-cam s igrejas, pois elasfazem meno expres-sa s empresas, com asquais as organizaesreligiosas no se confun-dem. Ocorre que o 1 doartigo 2, da CLT, cuidoude ampliar o conceito deempregador, exatamente,para conferir s organi-zaes no empresrias apossibilidade de estabele-cerem relaes de empre-go sob o regime celetista. Diz o 1 do artigo 2,CLT: Equiparam-se aoempregador, para os efei-tos exclusivos da relaode emprego, os profissio-nais liberais, as institui-es de beneficncia, asassociaes recreativasou outras instituies semfins lucrativos, que admi-tirem trabalhadores comoempregados. importante observarcada um dos elementosque formam um contratoempregatcio, para que sepossa distingui-lo de outrasfiguras afins, tambm utili-zadas pelas igrejas. Veja-seo caso da onerosidade, que essencial na relao deemprego. Por outro lado,uma contratao pessoal,no-eventual de servios,mas desprovida da remu-nerao, afasta o vnculoempregatcio, podendo ocaso ser entendido comotrabalho voluntrio, quepossui regras prprias eespecificadas pela Lei9.608/98.Outro elemento essen-cial ao contrato de trabalho a subordinao. Do deverde subordinao do empre-gado, decorre o poder dedireo do empregadorsobre a forma do servioprestado. Assim, no tmvnculo empregatcio osprofissionais autnomos,prestadores de servio, quetrabalham sob sua prpriadireo, cujas regras so ascontidas nos artigos 593 a609 do Cdigo Civil.Reconhecidos os casosde contrataes formado-ras de vnculo emprega-tcio, o que se espera que as regras concernen-tes a esses contratos sejamrespeitados pelas igrejas.Citem-se, por exemplo,alguns dos direitos sociaisprevistos no art. 7 daConstituio Federal e naCLT: registro e anotaodo contrato em Carteirado Trabalho e PrevidnciaSocial; FGTS; irredutibi-lidade do salrio; dcimoterceiro salrio; duraodo trabalho normal nosuperior a oito horas di-rias e quarenta e quatrosemanais; repouso sema-nal remunerado; horasextras; frias anuais remu-neradas com, pelo menos,um tero a mais do queo salrio normal; licen-a gestante; licena-paternidade; aviso prvioproporcional ao tempo deservio; seguro-desem-prego; reduo dos riscosinerentes ao trabalho, pormeio de normas de sade,higiene e segurana; apo-sentadoria, dentre outros.Recomenda-se, portan-to, em nome do bom tes-temunho cristo, que asigrejas zelem pela ordeme pelo cumprimento irres-trito da lei e dos contratos,em todas as esferas de suaatuao. Enfatiza-se aqui aesfera jurdico-trabalhista.Igrejas e EmpresasRicardo BarbosaVRicardo de Abreu Barbosa, advogado e presbtero da 1 IP deSo Bernardo do Campo, SPA ideia de ativi-dade organizada,presente no con-ceito de empresa,bem que merece-ria maior atenodas igrejas.

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