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29 A BIENAL DE SÃO PAULO

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INSTITUTO MOREIRA SALLES

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Fundação Bienal

Longe do circuito de museus e centros culturais europeus e norte-americanos, cabe ainda hoje à Bienal de São Paulo a missão de irradiar por todo o Brasil, e mesmo pela América Latina, o melhor da produção artística atual, a ponta mais avançada da expressão e da sensibilidade do nosso tempo. Nesse sentido, a Bienal de São Paulo, consciente do seu compromisso de oferecer subsídios estéticos, essenciais para a formação espiritual de uma nação, afirma-se como uma instituição eminentemente educativa.

Apoiada numa respeitável tradição do nosso país que ela própria ajudou a desenvolver e em rede com instituições culturais, escolas públicas e privadas, ONGs, associações de bairro e organizações comunitárias, a Fundação Bienal de São Paulo encampa a educação da arte e pela arte – seja pelo contato direto com as obras expostas, seja pelo uso de mídias variadas, da impressa à digital, transmitindo os insu-mos artísticos sob forma dinâmica, atraente e instigante.

A proposta curatorial de tomar a relação entre arte e política como o cerne desta 29ª Bienal de São Paulo faz com que a preocupação assinalada ganhe proporção ainda maior. No intuito de incentivar a relação dos visitantes com as obras de arte e entre si, criará espaços de convívio e de reflexão. Do mesmo modo, o site da Fundação Bienal de São Paulo foi projetado para ser não apenas um difusor de informações, mas um catalisador de discussões, um lugar aberto à interação do público.

O recém-criado São Paulo Polo de Arte Contemporânea é mais um resultado do empenho da Fundação Bienal em estimular a formação de redes entre as diversas associa-ções ligadas à arte e à cultura em São Paulo. No mesmo espírito, o Projeto Educativo da 29ª Bienal congrega agora 22 instituições culturais da cidade em torno de seu pro-grama de formação de educadores. A presente publicação vem contribuir para divulgar o perfil de cada uma dessas instituições parceiras, bem como as ações que desenvolvem para promover o ensino e a difusão da arte.  

Heitor MartinsPresidente da Fundação Bienal de São Paulo

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Ministério da Cultura

“Isso é arte?” é uma pergunta que já deve ter passado, alguma vez, pela cabeça de alguém ao estar diante de uma obra que não corresponde às suas expectativas sobre o que deseja presenciar como arte. Arte, e principalmente arte contemporânea, não é assunto simples de ser tratado depois de Marcel Duchamp nos ter legado a falsa sensação de que tudo pode ser arte, ou de Joseph Beuys ter afirmado que todos podem ser artistas.

As experiências com as várias expressões artísticas, principalmente com as artes visuais contemporâneas, tornam-se essenciais para indicar possibilidades de novas visões e oportunidades de comunicação e percepção. Determinada pelo contexto histórico-social, a obra de arte inspira modos de vida, olhares, sentimentos que se fixam nos canais de seu diálogo com o espectador.

Já a percepção envolta pela vivência cultural de cada um pode liberar sensações de pertencimento e identidade, além de resgatar tradições que poderiam estar esquecidas ou ignoradas. Tais impressões podem minimizar a diluição cultural, estimular diferenciações que delimitam territórios específicos de cada sociedade e transformar as culturas globalizadas em manifestações heterogêneas.

As instituições culturais e educacionais, somadas às ações da Funarte e do Ministério da Cultura, têm papel importante na convocação de todos para a empreitada social e política da educação e da arte no país. Ao provocarem o estar/ficar em locais projetados para a convivência, essas instituições convidam o público a compartilhar histórias, dividir o tempo e o espaço em relações sociais que reforçam seu sentimento de inserção perante tudo o que emana das expressões e viveres constituídos histórica e socialmente.

 

Juca FerreiraMinistro da Cultura

Sérgio MambertiPresidente da Funarte  

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Patrocinador do Projeto Educativo

É isso o que encontramos no Projeto Educativo da 29ª Bienal de São Paulo. Além da quebra de barreiras eco-nômicas e sociais para permitir aos diversos segmentos da sociedade acessarem o espaço da exposição, há a realiza-ção de ações consistentes e contínuas junto a professores, estudantes, novos visitantes e toda a comunidade interes-sada, para proporcionar a melhor experiência estética. Com o apoio a este Projeto, esperamos que um número cada vez maior de pessoas possa descobrir no contato com a arte novos significados e sentidos para suas vidas. Desejamos a todos uma boa experiência!

Instituto Votorantim

O contato com a arte transforma o ser humano. Por isso, a Votorantim apoia e investe em projetos culturais compro-metidos em tornar esta experiência acessível ao maior número de pessoas. E isso não requer apenas ampliar as oportunidades de contato da população com a obra de arte, mas toda uma estratégia de mediação que permita a sua melhor fruição.

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O trabalho educativo da 29ª Bienal foi concebido para se desenvolver em equipe numa rede de colaborações. A partir da troca de ideias e experiências – entre profissionais de instituições culturais e educativas, bem como de ONGs e comunidades –, criam-se diálogos e debates mobilizado-res em torno das relações entre arte e política. São essas reflexões que alimentam o Projeto Educativo desta edição e estão na base da formação oferecida aos educadores que atenderão o público durante a mostra.

A educação, assim como a arte, possui uma dimensão política. Tem a capacidade de estimular outras maneiras de compreender e se relacionar com o mundo. É nesse sentido que o educador pode atuar como provocador, encorajando as pessoas a se aventurar por caminhos desconhecidos, já que, no contato com a arte, muitas vezes é necessário despojar-se de certezas para abrir espaço a novas leituras e vivências.

Os estudantes que receberão o público durante a exposição assumem o papel de educadores na medida em que participam de uma formação constante e mantêm um espírito investigador, combinado a uma postura flexível, onde não existem verdades absolutas. Acreditamos no educador que dialoga e orienta, desarma, mas informa, acolhe, mas também provoca, num território onde pergun-tas são mais frequentes que respostas. A ideia é favorecer a conversa entre os visitantes e as obras, incentivando-os a acreditar em suas próprias percepções e buscando incitar experiências instigantes e significativas.

Foi pensando na diversidade dos públicos e das possibi-lidades de aproximação com a arte que elaboramos a forma-ção em parceria com 22 instituições culturais de São Paulo [veja a lista completa na contracapa]. Ao longo do curso, os alunos entrarão em contato com essas instituições, seus modos de trabalho e concepções sobre o papel do educador. Poderão compartilhar suas experiências e especificidades, como o atendimento a diferentes públicos, as ações poéticas e ateliês práticos, os cursos para professores etc.

Queremos proporcionar aos participantes diferentes maneiras de perceber o mundo e a arte, bem como a ação educativa. A formação é oferecida a quinhentos estudantes de áreas como artes visuais, arquitetura, história e filosofia, dos quais trezentos serão contratados para atuar na 29ª Bienal. Agradecemos as instituições que generosamente abriram espaço para nos receber e conosco compartilharam seu trabalho. Acreditamos que este seja o início de um longo caminho de parcerias e colaborações.

Stela BarbieriCuradora Educacional da 29ª Bienal de São Paulo

Agnaldo Farias e Moacir dos AnjosCuradores da 29ª Bienal de São Paulo

Entre movimentos

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O Instituto Moreira Salles (IMS) é uma associação civil sem fins lucrativos que tem por finalidade exclusiva a promoção e o desenvolvimento de programas culturais. Seu acervo reúne mais de 550 mil fotografias, 100 mil músicas (25 mil gravações digitalizadas), uma biblioteca com 500 mil títulos (mais de 80 mil catalogados) e uma pinacoteca com mais de 3 mil obras.

Entre as coleções, mantidas por meio das mais modernas técnicas de restauração e conservação, destacam-se: na área de fotografia, as de Marc Ferrez, Marcel Gautherot, José Medeiros, Hildegard Rosenthal, Otto Stupakoff e Hans Gunter Flieg; na área de música, as de José Ramos Tinhorão, Hum-berto Franceschi e Pixinguinha; e na de literatura, Decio de Almeida Prado, Ana Cristina Cesar, Mario Quintana, Rachel de Queiroz, Otto Lara Resende, Paulo Autran, Clarice Lispector, Erico Verissimo e Lygia Fagundes Telles. Na área editorial, além de livros e catálogos de arte, o IMS publica a série Cadernos de literatura brasileira e a revista de ensaios serrote.

O IMS possui três centros culturais localizados no Rio de Janeiro, São Paulo e Poços de Caldas, onde promove exposi-ções, palestras, apresentações musicais, ciclos de cinema, cursos e ações educativas, além de três galerias de arte dispos-tas no Rio de Janeiro (Cinema Artplex), São Paulo e Curitiba.

Instituto Moreira Salles – IMS

Educativo IMS

Os projetos oferecidos pelo Educativo do Instituto Moreira Salles possuem duas vertentes principais: as visitas de escolas e outros grupos, e os projetos especiais. No primeiro caso, as visitas podem ter formatos variados, de acordo com o perfil e a faixa etária do público, contemplando exposições em geral ou assumindo um recorte e roteiro específicos. Nas visitas escolares, também é possível realizar um trabalho em conjunto com o professor, que é então convidado a conhecer o espaço antes de trazer seus alunos. Já os projetos espe-ciais são trabalhos contínuos desenvolvidos com escolas parceiras. A partir de um planejamento feito com o professor a fim de determinar como as artes visuais podem se relacio-nar com os conteúdos trabalhados em sala de aula, os alunos participam, durante todo o ano, de encontros mensais no IMS e em outros espaços da cidade, como parques, a própria escola ou mesmo outras instituições culturais.

Durante as visitas, o público participa de uma série de atividades que visam estimular a interação e o conhe-cimento sobre os espaços e acervos do IMS, ampliar sua capacidade de observação crítica e fazê-lo ir além do papel de mero espectador para se tornar agente atuante, através de exercícios lúdicos e/ou criativos. Essas ativida-des valorizam a participação do visitante, cujas falas são usadas como “ganchos” para a abordagem dos conteúdos

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específicos da exposição. Isso ajuda o público a encontrar, nas obras, significados que eventualmente tenham conexão com o seu mundo e suas vivências. Promover experimenta-ções com os trabalhos amplia as possibilidades de interação com os visitantes e transforma o momento de apreciação das obras em um ato de investigação.

O foco das ações do Educativo do IMS é estimular o público a se relacionar de modo autônomo com os trabalhos de arte, a fim de desenvolver um pensamento reflexivo sobre eles, enxergando as exposições como um espaço que lhes permite viver experiências enriquecedoras, capazes de ampliar seus conhecimentos e depurar sua sensibilidade. Para que isso aconteça, os profissionais desenvolvem diver-sas pesquisas a partir de seus próprios interesses e também dos professores, que se tornam nossos colaboradores, bem como das demandas da instituição. Esses estudos geram debates que se refletem na prática educativa e a enrique-cem. Muita conversa, reflexão e diferentes experiências resultaram no texto a seguir, com o qual acreditamos for-necer elementos para a discussão sobre ações educativas, trazendo, em negrito, palavras e expressões consideradas “chave” para essa atividade.

Visitante utilizando a lupa para investigar também o espaço expositivo, 2008Foto: Equipe educativo IMSColeção: Acervo educativo IMS

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Algumas considerações sobre a prática educativa em exposições

Em uma exposição, mais do que estar entre a obra de arte e o público, o educador deve estar com a obra de arte e o público. Afinal, o educador não é um transformador de linguagens, um tradutor de imagens cuja função seria explicar as obras aos visitantes, mas alguém que pode estimular uma possível experiência1 a partir do contato do visitante com a obra. A diferença das preposições “entre” e “com” está no lugar que cada uma designa ao educador. Quando o imaginamos entre a obra e o visitante, pensamos num caminho de mão única em que o relacionamento do público com a obra é necessariamente mediado pelo educador. Mas quando o vemos como um terceiro elemento dessa relação, os caminhos se multiplicam e os movimentos ocorrem em variados sentidos e direções. É como se esse relacionamento se estabelecesse num formato de rede, cujas conexões partem de todos os envolvidos.

A possibilidade de o visitante ter ou não uma experi-ência com uma obra depende de muitos fatores que nem sempre o educador pode controlar ou atingir por meio de suas ações. São questões extremamente pessoais ou fortuitas: o gosto individual, o humor do momento, a vontade de estar naquele lugar naquela hora... Além disso, o educador não pode fazer com que o visitante tenha uma experiência. Ele só pode tentar propiciar essa experiência, criar uma atmosfera estimulante para que ela aconteça, se não naquele instante, em outro momento.

Cada pessoa se relaciona de um modo diferente com uma obra ou exposição, pois cada um é afetado de maneira distinta, de acordo com os seus conhecimentos, referências, personalidade e história de vida. As propostas do educador são determinantes, porque ajudam o visitante a construir pontes entre aquilo que ele está vendo (a obra) e suas referências pessoais, e podem também ensejar experiências para o próprio educador, já que este lida com as múltiplas percepções, reflexões e abordagens do público,

as quais são capazes de despertar nele novos sentimentos em relação a uma obra ou mesmo modificar suas concep-ções sobre ela. Por isso, é importante que o educador tenha uma formação sólida e contínua, já que ele precisa estar atualizado e sintonizado com o público para estabelecer amarrações em diferentes contextos sobre o conteúdo exposto. Isso permitirá que a visita seja não apenas informa-tiva e discursiva, como um texto pronto a ser reproduzido, mas aberta e reflexiva.

Uma visita é um ato criativo do educador, e o ideal é que ela possa ser um ato criativo também para o visitante. Criar espaços e situações para a interação do público com a obra permite que haja autonomia nessa relação e deve ser parte daquilo que se busca em uma visita educativa. Demonstrar ao visitante que ele pode ser autônomo é ampliar suas perspectivas de vivência em exposições. É diferente ver um trabalho com e sem um educador, e se o visitante perceber essa diferença e se der conta de que o educador e suas propostas não são imprescindíveis para que ele se relacione com os objetos expostos, talvez retorne a essa ou outras exposições com um novo olhar sobre o seu próprio papel enquanto espectador. Ao escutar e valorizar a fala do visitante, o educador o estimula a se aproximar da obra por si só, sem que tenha de ser conduzido por ele. Além disso, abrem-se novos horizontes para o educador durante a visita, que podem representar uma resposta a essa ação compartilhada entre ele, o público e a obra.

É necessário planejar as visitas, levando em conside-ração o perfil do grupo e suas expectativas, assim como os objetivos do educador. Mas é importante também enca-minhá-las de acordo com os interesses e o envolvimento de ambos, percebidos no ato da visita, o que conferirá organicidade ao encontro. Em outras palavras, é inte-ressante desenvolver uma estrutura-base para as visitas, mas somente uma postura flexível permitirá atender às

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especificidades de cada grupo. Para a criação de propostas educativas, é importante pensar sobre o que seria desafia-dor o suficiente para instigar a curiosidade dos visitantes e sua vontade de investigar o objeto observado. Apreciar uma exposição, um conjunto de obras ou apenas um trabalho é ativar, aguçar e ampliar nossos repertórios. Entender, estimular, nomear, compartilhar e estabelecer múltiplas relações são algumas das diversas formas de interagir com o espaço expositivo e com as obras nele presentes. É possível realizar atividades orais, com exercícios de leitura; lúdicas, com jogos e brincadeiras; ou atividades criativas, de construção poética. O importante é que a atividade seja sempre uma proposição e que não traga respostas prontas,

mas permita que elas sejam construídas em conjunto ao longo do processo, para fazer com que o grupo as perceba como múltiplas e não únicas.

A reflexão e a investigação propostas aos visitantes são também essenciais à prática do educador, seja em seu con-tato com as obras, seja ao desenvolver atividades e ferramen-tas para interagir com o público. Alguns questionamentos, como os sugeridos a seguir, podem ser úteis nesse momento, mas cada educador possui suas próprias inquietações e interesses, que enriquecem e norteiam seu modo de traba-lhar, e é importante que ele tenha em vista esses aspectos para a formulação de questões que sejam relevantes para si e que dialoguem com suas ações e intenções.

Em encontro para professores, atividade de desenho de observação da paisagem feita em acetato através da janela do ônibus, 2008Foto: Equipe educativo IMSColeção: Acervo educativo IMS

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Grupo de alunos usa lupa como ferramenta de observação das fotografias, 2008Foto: Equipe educativo IMSColeção: Acervo educativo IMS

Grupo observa a exposição utilizando visores, 2009Foto: Equipe educativo IMS

Coleção: Acervo educativo IMS

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Tópicos para reflexão

Abaixo são propostos alguns tópicos para reflexão, seguidos não por respostas, mas por comentários que podem ajudar a desenvolvê-los.

Que ações podem favorecer o acontecimento de uma experiência?Não é só com uma obra de arte ou dentro de uma exposição que é possível ter uma experiência. Ela pode acontecer em qualquer lugar e em qualquer situação: ao saborearmos uma sobremesa, ao observarmos pombos em uma praça, ao caminharmos pela rua. Só é preciso estar aberto, disposto a ser afetado pelas coisas. No caso das exposições, elas já possuem um tempo e um espaço protegidos do dia a dia, do caos e da correria das cidades. Mas como não é possível isolar-se completamente de tudo, pois nem sempre se consegue desligar do que é deixado de fora da exposição (tampouco é interessante que isso ocorra, pois tudo serve de material para as interlocuções entre o público e a obra), o educador deve estruturar o encontro de modo a permitir que o visitante usufrua dessa suspensão, e não só para que ele experiencie “as duas horas de visita que pareceram trinta minutos” ou “vista casaco em pleno verão porque no museu faz 17° C”, mas também para que possa estar em contato direto com as obras e experimentando os tempos e espaços que cada uma constrói.

De que maneira posso tornar o contato com esta obra significativo? O que nesta obra pode ser desafiador para o grupo que vou atender? Que assuntos podem estar relacionados a esse trabalho? Que recursos e/ou ferramentas posso utilizar para instigar o interesse por esta obra?Tornar uma obra de arte significativa para um espectador é fazer com que ela ative sua memória e desperte sua ima-ginação. Algumas vezes, apenas sua forma já é o bastante para causar uma impressão profunda. Para uma pessoa de idade, por exemplo, ela pode ser marcante por remeter à sua infância, e para uma criança, por lhe parecer assus-tadora. Pensar sobre o que as leva a ter essas percepções potencializa seus significados. Além daqueles que amam ou odeiam uma obra à primeira vista, há quem só se envolva com ela por meio de um “detonador” de interesse, algo que desperte a sua atenção.

A dinâmica da visita pode influenciar muito nesse sentido. Como já mencionado, ela deve estar adequada ao perfil do grupo para que as propostas sejam coerentes e os objetivos possam ser alcançados. Mas para que se torne significativa, ela precisa provocar um deslocamento no visitante, ou seja, precisa mexer com suas concepções, tirá-lo do lugar-comum. Trazer algo realmente desafiador para o grupo pode ajudar a mantê-lo interessado na proposta, mas não deve ser algo nem tão difícil que provoque desistência, nem tão fácil que desestimule a participação.

A própria obra pode dar dicas de conteúdos potenciais, e ao pensá-los de forma expandida, podemos articulá-los com os mais diversos contextos, encontrando muitas vezes excelentes recursos e ferramentas para a desejada interação com o visitante. Frutas podem ajudar a discutir as formas de uma escultura, um barbante pode auxiliar na percepção das distâncias, fotos podem servir para explicar um processo de composição, entre outras infinitas possibilidades.

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De que maneiras podemos nos relacionar com um objeto artístico em uma exposição?Em primeiro lugar, o próprio objeto e sua forma determinam como podemos nos relacionar com ele. O espaço onde é exposto também influencia, por conta da configuração da montagem e pelos elementos de segurança utilizados, como faixas e vitrines. Porém, durante uma visita, podemos propor outros tipos de dinâmica que vão além da apreciação de uma obra. Quando propomos a montagem de um quebra-cabeça com a reprodução de uma pintura, por exemplo, estamos tra-zendo um novo significado para a experiência que o visitante tem com essa imagem, porque lhe damos a possibilidade de sair do lugar do espectador e de reconstruir a obra ele próprio. O mesmo acontece quando pedimos que os visitantes imitem a posição dos personagens de uma foto, ou pensem numa nova configuração para uma instalação, ou ainda escrevam sobre uma performance a que acabaram de assistir.

O caminho a ser percorrido pelo grupo na exposição já é em si uma estratégia de trabalho, pois permite estabelecer um novo recorte, criando diferentes conexões entre os trabalhos que serão vistos, algumas das quais podendo ir além daquelas concebidas pela curadoria. Um possível des-dobramento é imaginar um mesmo objeto em outro local, diferente da mostra, e perguntar aos visitantes para onde o deslocariam, por que e para quê, discutindo em seguida como isso alteraria sua relação com a obra.

Exercícios de leitura

Como mais uma proposta de reflexão sobre o trabalho do educador, seguem sugestões de exercício de leitura sobre duas fotografias pertencentes ao acervo do Instituto Moreira Salles, ambas da artista Maureen Bisilliat. Após analisar cada uma, a ideia é que você pense em como desenvolveria essa proposta, levando em conta as suas próprias referên-cias pessoais e profissionais: O que seria relevante para você? Você partiria de alguma das abordagens levantadas ou traria um ponto de vista totalmente diferente? Trabalharia com algum material de apoio para enriquecer a discussão?

Para a leitura da fotografia à direita, poderíamos, a princípio, observar separadamente alguns de seus elemen-tos. Pensemos na imagem desconstruída, ou seja, analise-mos primeiro os objetos isolados e depois a imagem como um todo. Voltemos agora o olhar para o menino, notando sua pose, seu corpo, suas vestes e adereços.

Que informações eles nos passam? Observemos agora o cenário − o cômodo e os objetos nele contidos. Como estão dispostos? Por fim, analisemos a luz, sua direção, sua intensi-dade e seu comportamento em relação ao espaço. Uma vez feita a leitura desses itens, é possível contextualizar o tempo e o espaço em questão? Existem informações que permitem identificar a cultura e a condição social reproduzidas?

Em que circunstâncias a fotografia foi tirada? Ela foi produzida, montada? Ou será que capturou um momento espontâneo? Quais as diferenças e semelhanças entre a captura de um momento espontâneo, um momento produzido e um momento que mescla ambos? A artista se inseriu no ambiente e fotografou o menino dentro de sua casa? A partir da fotografia, é possível discutir o olhar da artista, isto é, o modo como ela se posiciona diante da cultura retratada?

Maureen Bisilliat (1931- )

Menino-anjo 1963negativo pb 6 x 6 cm

São José do Rio Pardo/SPColeção: Acervo Instituto Moreira Salles

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Maureen Bisilliat (1931- ) Estrutura de oca em construção 1973-1977negativo pb 35 mm Xingu Acervo: Instituto Moreira Salles

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Inicialmente, percebemos que a imagem ao lado é com-posta por dois elementos: um em primeiro plano e outro em segundo. Do objeto em primeiro plano, vemos apenas um recorte. Que elementos a fotógrafa privilegiou no enquadra-mento? É possível deduzir a posição da artista no momento em que tirou a foto?

Ao observar a composição da imagem, percebemos uma sobreposição de formas. O que permite a visualização de ambos os elementos? Quais são as semelhanças e diferenças entre eles? Se a imagem retratasse somente a estrutura em primeiro plano, seria possível identificarmos sua função? Nesse caso, poderíamos considerá-la uma fotografia abs-trata? E se a imagem capturada fosse apenas a do segundo plano, que termo poderíamos usar para denominá-la?

Podemos deduzir as dimensões da construção (largura e altura) e os materiais utilizados em sua confecção? Por que tais materiais? Será que o projeto é baseado em cálculos arquitetônicos?

Quantas pessoas poderiam habitar a construção e de que forma elas se organizariam nesse espaço? Será que essas construções são resistentes? Quanto tempo leva para serem construídas? E quanto tempo duram?

O que esse objeto representa para os membros da cultura local? E para a artista? Podemos ainda estabelecer comparações entre o objeto retratado e seus equivalen-tes arquitetônicos nas grandes cidades. Em que eles se assemelham? Em que se distinguem?

Analisemos agora as duas imagens juntas, a fim de estabelecer conexões entre elas.

As fotografias fornecem elementos para compreen-dermos a poética de Maureen? O que caracterizaria tal poética? Em que sentidos as imagens dialogam entre si? O que podemos dizer sobre seus aspectos formais? A artista explora elementos como linha e perspectiva? Como são os enquadramentos? Em que altura está a linha do horizonte? Como a fotógrafa trabalha a profundidade em cada imagem? Ambas as fotografias são capturadas em preto e branco. Essa escolha influencia o modo como lemos as imagens? Como seriam essas mesmas imagens coloridas? Que cores elas teriam? Será que as interpretaríamos da mesma maneira? É possível classificar as fotografias por algum gênero (por exemplo, artístico ou documental)? Quais são as diferenças entre fotografar figuras humanas e paisagens? O que um fotógrafo deve levar em conta em cada caso?

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Sobre a fotógrafa

Conhecer um pouco a vida do artista não é imprescindível para se relacionar com o seu trabalho, mas pode ajudar a compreender suas influências, referências e inspirações, revelando os caminhos que o levaram a construir sua trajetória e poética.

Após realizar estudos de pintura em Paris e Nova York, Maureen Bisilliat desenvolveu uma obra fotográfica que transcende a intenção plástica. Por meio dela, a artista busca apreender aspectos profundos da cultura brasileira. Seus temas relacionam-se com a antropologia, ao tratar de lugares inexplorados, do estabelecido como “exótico” no imaginário coletivo, e incorporam também referências de outras artes, como a literatura.

Maureen nasceu em Englefields Green (Surrey, Inglaterra) em 1931, mas vive no Brasil desde a década de 1950. Sua vinda para o país representa simbolicamente uma busca por raízes − o que, em suas próprias palavras, sendo filha de diplomata, ela nunca teria tido. Seu trabalho come-çou a se destacar na Editora Abril, onde atuou até o início dos anos 1970 como fotojornalista nas revistas Quatro rodas e Realidade. Nesta última, publicou ensaios célebres, como o que registrava o cotidiano das coletoras de caranguejo de um mangue em Pernambuco.

Ainda nessa década, no âmbito de várias iniciativas de resgate da cultura indígena brasileira, Maureen viajou diversas vezes ao Parque Indígena do Xingu, onde captou imagens consideradas históricas e antológicas, reunidas nos livros Xingu, de 1978, e Xingu/Território tribal, de 1979. Paralelamente, a fotógrafa notabilizou-se pelos ensaios inspirados nas obras literárias de autores como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Adélia Prado, Jorge Amado e Mário de Andrade.

Premiada em diversas oportunidades, a partir dos anos 1980 Maureen passou a se dedicar principalmente ao vídeo. Em 1988, foi convidada pelo antropólogo Darcy Ribeiro para formar um acervo de arte popular latino-americana para a Fun-dação Memorial da América Latina. Com esse fim, viajou para o México, Guatemala, Equador, Peru e Paraguai, recolhendo peças para a coleção permanente do Pavilhão da Criatividade, um dos espaços desta instituição, da qual hoje é curadora.

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Notas 1 Utilizamos a palavra experiência em um sentido específico,

para além daqueles que os dicionários registram. Simplificada-mente, pode-se dizer que ter uma experiência é relacionar-se com algo de um modo que nos “transforme” de alguma maneira. O contato com uma obra de arte pode ser bastante propício para se obter esse tipo de experiência, e é este viés que abordamos aqui. Alguns autores comentam essa noção de experiência, entre os quais John Dewey (em A arte como experiência), Jorge Larrosa (especialmente em Nota sobre a experiência e o saber da experiência) e Imanol Aguirre (Hacia un nuevo imaginario para la educación artística, sem tradução para o português).

Visitante utiliza visor em atividade de observação da exposição, 2009Foto: Equipe educativo IMSColeção: Acervo educativo IMS

Visitante em atividade com câmera obscura, 2009Foto: Equipe educativo IMSColeção: Acervo educativo IMS

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CONSELHO FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO

FundadorFrancisco Matarazzo Sobrinho (1898–1977) Presidente perpétuo

Conselho de HonraOscar P. Landmann † Presidente

Membros do Conselho de Honra composto de Ex-PresidentesAlex PeriscinotoCarlos BratkeCelso Neves †Edemar Cid FerreiraJorge Eduardo StocklerJorge WilheimJulio LandmannLuiz Diederichsen VillaresLuiz Fernando Rodrigues Alves †Maria Rodrigues Alves †Manoel Francisco Pires da CostaOscar P. Landmann †Roberto Muylaert Conselho de AdministraçãoElizabeth Machado, PresidenteMembros vitalíciosAlex PeriscinotoÁureo BonilhaBenedito José Soares de Mello PatiErnst Guenther LipkauGiannandrea MatarazzoGilberto ChateaubriandHélène MatarazzoJoão de ScantimburgoJorge WilheimManoel Ferraz Whitaker SallesPedro Franco PivaRoberto DuailibiRoberto Pinto de SouzaRubens José Mattos Cunha LimaThomaz Farkas

MembrosAdolpho LeirnerAlberto Emmanuel WhitakerAlfredo Egydio SetubalAluizio Rebello de Araujo

Álvaro Augusto VidigalAngelo Andrea MatarazzoAntonio Bias Bueno GuillonAntonio Henrique Cunha BuenoArnoldo Wald FilhoBeatriz Pimenta CamargoBeno SuchodolskiCacilda Teixeira da CostaCarlos Alberto FredericoCarlos BratkeCarlos Francisco Bandeira LinsCarlos JereissatiCesar GiobbiDavid FefferDecio TozziEleonora RossetElizabeth MachadoEmanoel Alves de AraújoEvelyn IoschpeFábio MagalhãesFernando GreiberGian Carlo GasperiniGustavo HalbreichJens OlesenJosé Olympio da Veiga PereiraJulio LandmannManoel Francisco Pires da CostaMarcos ArbaitmanMaria Ignez Corrêa da Costa BarbosaMiguel Alves PereiraPaulo Sérgio Coutinho GalvãoPedro Aranha Corrêa do LagoPedro CuryPedro Paulo de Sena MadureiraRené ParriniRoberto MuylaertRubens Murillo MarquesSusana SteinbruchTito Enrique da Silva NetoWolfgang Sauer Conselho FiscalManoel Ferraz Whitaker SallesCarlos Francisco Bandeira LinsTito Enrique da Silva Neto

SuplentesPedro Aranha Corrêa do LagoCarlos Alberto FredericoGustavo Halbreich

DIRETORIA EXECUTIVAHeitor Martins, Presidente

Eduardo Vassimon, 1º Vice-PresidenteJusto Werlang, 2º Vice-Presidente

DiretoresJorge FergieLaymert Garcia dos SantosLucas MeloLuis TerepinsMiguel ChaiaPedro BarbosaSalo Kibrit

Diretores RepresentantesEmbaixador Celso Amorim, Ministro das Relações ExterioresJuca Ferreira, Ministro da CulturaJoão Sayad, Secretário de Estado da Cultura Carlos Augusto Calil, Secretário Municipal de Cultura

29ª BIENAL DE SÃO PAULO CuradoriaCuradores-chefes Moacir dos AnjosAgnaldo Farias Curadores ConvidadosChus MartinezFernando AlvinRina CarvajalSarat MaharajYuko Hasegawa

Assistentes Curatoriais Ana Maria MaiaDiego MatosPaulo MiyadaPesquisadorasDorothee AlbrechtStina Edblon Isabel Teixeira, Secretária da Curadoria

Produção ExecutivaEmilio Kalil, Diretor Yumi Watari, Assistente

Coordenadoras Dora Silveira Corrêa Cláudia Vendramini Felipe Isola, Assistente

ProdutoresAna Francisca BarrosCarolina VendraminiLuciana SoaresRenato SilvaMarília Arantes Loureiro, Assistente

Editorial Cristina Fino, Coordenação Editorial

Museografia Marta Bogéa Arquitetura Colaboradores Tiago Guimarães Laura Bigliassi Marcus Vinicius Santos Projeto EducativoStela Barbieri, Curadora EducacionalAngela Castelo Branco, Assistente de CuradoriaLaura Barboza Pinto, Supervisão Geral e Coordenação do Curso de Formação de EducadoresMariana Serri Francoio , Coordenação do Curso de Formação de EducadoresCarlos Barmak, Coordenação das Ações nas ComunidadesMarisa Szpigel, Coordenação Geral do Curso de Formação a DistânciaBruno Fischer Dimarch, Coordenação Técnica do Curso de Formação a DistânciaDenise Teixeira, Coordenadora de Oficinas, Workshops e PalestrasStella Gomes dos Santos (Guga), Secretária

Relações ExternasHelena Kavaliunas, CoordenaçãoJúlia Milaré GropoPedro Milaré Gropo Veridiana Simons

ProfessoresDeborah PaivaDiogo de MoraesGuilherme Teixeira

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Documentação FotográficaDenise AdamsMariana Galender

Edição do Site e Produção de TextosFernanda Albuquerque

ProduçãoMelina Borba, CoordenaçãoAna Carolina Magalhães Gustavo MeloMarcelo Tamassia Fernandes Pinto

Supervisores dos EducadoresAdriana Miranda AguiarAffonso Prado Valladares AbrahãoAnita LimuljaCarlota MazonElaine FontanaEmmanuela Tolentino SantosFabíola de Almeida Salles MarianoFernanda SimionatoGiuliano Tierno Julia GoeldiLarissa GlebovaMagno Rodrigues FariaMaíra Ribeiro SpilakMaralice Antunes CamilloMatheus LestonMaurício André da SilvaMayra Oi SaitoOtávio Zani TeixeiraPablo Talavera Patrícia Marchesoni QuiliciPaula Yurie Torelli HijoRoberta Fialho de AbreuTalita Sousa Pedrosa PaesTiago Lisboa De Mendonça Athayde

VoluntáriosIsabela GiugnoLeticia SabbatiniNatália Braga TondaRadamés Rocha

Programas EspeciaisHelmut Batista (Projeto Capacete), Coordenador do Programa de Residências Pedro França, Coordenador da Programação dos Terreiros

FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO

AdministrativoDiretor Administrativo FinanceiroFlávio Camargo Bartalotti

Gerência de Recursos Humanos e Manutenção Mário Rodrigues, Gerente Felipe Araújo MachadoRodrigo MartinsValdemiro Rodrigues da SilvaVinícius Robson da Silva Araújo

Gerência Financeira Kátia Marli Silveira Marante, Gerente Amarildo Firmino Gomes Lisânia Praxedes dos Santos Thatiane Pinheiro Ribeiro

Gerência de Secretaria Geral Maria Rita Marinho, Gerente Angélica de Oliveira DivinoMaria da Glória do Espírito Santo de Araújo Josefa Gomes

Tecnologia e Inovação Marcos Machuca, Assessor Especial Anderson de Andrade Valdemiro Rodrigues da Silva

Arquivo Histórico Wanda SvevoAdriana Villela, Coordenadora Natália Leoni, Pesquisadora Jorge Lody, Administrador de Banco de Dados José Leite de A. Silva (Seu Dedé), Auxiliar Administrativo Ana Paula Andrade Marques, Estagiária

Bienal DigitalLaymert Garcia dos Santos, Coordenador Elton Corbanezi, Assessor Adriana Villela Ana Maria Maia André StolarskiÂngela Castelo Branco Chico Caminati Diana Dobranszky

Diego Matos Marcos Machuca Paulo Miyada Pedro Weingärtner Rony Rodrigues Stela BarbieriVictor Bergmann

Design BienalAndré Stolarski, Diretor Ana Elisa de Carvalho SilvaFelipe KaizerVictor Bergmann, Webdesigner Estagiários Fernando Laranjeira PetrichJoão Paulo Parenti Ceban Relações Institucionais e Projetos EspeciaisFlávia Abbud, CoordenadoraMarina Terepins, Assistente

Programa Brasil Arte Contemporânea,convênio com Ministério da CulturaElton Corbanezi, Coordenação Marina Scaramuzza, Assistente

Projeto Setorial Integrado – Brasil Arte Contemporânea, convênio com Apex-BrasilTêra Queiroz, Gerente

Marketing e Captação de RecursosCoordenadorasAlessandra EfforiMarta DelpoioAssistentesBruna Azevedo Glaucia Ribeiro

ProduçãoCoordenação Administrativa Vânia Mamede C. Shiroma, Coordenadora Mônica Shiroma de Carvalho, Produtora Cultural Viviane Teixeira, Assistente

Produção EditorialDiana Dobranszky

PUBLICAÇÃO ConcepçãoStela BarbieriAngela Castelo Branco Coordenação EditorialCristina Fino Edição dos TextosFernanda AlbuquerqueFernanda LopesCristina Fino Design Gráfico André StorlarskiAna de CarvalhoFelipe KaizerFernando Petrich

Produção Editorial Diana Dobranszky

Revisão TécnicaAngela Castelo BrancoLaura Barboza PreparaçãoCarla Mello Moreira RevisãoRegina Stocklen

Page 22: Bienal de Arte 2010

INSTITUTO MOREIRA SALLES

FundadorWalther Moreira Salles (1912-2001)

Diretoria ExecutivaPresidenteJoão Moreira Salles

Vice-PresidenteGabriel Jorge Ferreira

Diretores ExecutivosMauro AgonilhaRaul Manuel Alves

Conselho de AdministraçãoPresidenteJoão Moreira Salles

Vice-PresidenteFernando Roberto Moreira Salles

ConselheirosGabriel Jorge FerreiraPedro Moreira SallesWalther Moreira Salles Junior

AdministraçãoSuperintendente ExecutivoFlávio Pinheiro

Coordenadores ExecutivosJânio GomesSamuel Titan Jr.

Coordenadora Executiva de ApoioOdette Vieira

Coordenadora – LiteraturaElvia Maria de Sá Bezerra

Coordenador EditorialSamuel Titan Jr.

Coordenador – InternetMichel Laub

Coordenadora – MúsicaBeatriz Paes Leme

Coordenador – FotografiaSergio Burgi

Coordenadora – ArtesHeloisa Espada

Coordenadoras – Centros CulturaisElizabeth Pessoa TeixeiraOdette J. Cabral VieiraVera Regina Magalhães Castellano

EducativoCoordenadora ResponsávelOdete J. Cabral Vieira

Supervisora e Educadora – São PauloRoseli M. Evangelista

Assistente Cultural e Educadora – São PauloLuciana Nobre

Educadora – São PauloLorena Botti

Educadoras – Rio de JaneiroGabriela da Silva LimaJoana P. de Moraes

Educadora – Poços de CaldasMariza Aparecida Pereira

Instituto Moreira Salles IMS / SPRua Piauí, 844 , 1º andar, Higienópolishttp://ims.uol.com.br/ims

Educativo [email protected] 3825-2560

TextoEquipe Educativo IMS-SPLorena BottiLuciana NobreRoseli M. Evangelista

Edição e RevisãoCide Piquet

Fotos2ª CapaAlunos realizam desenhos para construir narrativas a partir das fotografias expostas, 2009Foto: Equipe educativo IMSColeção: Acervo educativo IMS

3ª CapaFachada do Centro Cultural IMS-SP, em Higienópolis, São Paulo/SP, 1998Foto: Edu SimõesColeção: Acervo IMS

Page 23: Bienal de Arte 2010
Page 24: Bienal de Arte 2010

INSTITUTO MOREIRA SALLES

INSTITUIÇÕES

CULTURAIS PARCEIRAS

Associação Cultural Videobrasil

Caixa Cultural

Centro Cultural Banco do Brasil

Centro Cultural São Paulo

Centro da Cultura Judaica

FIESP/SESI-SP

Instituto de Arte Contemporânea

Instituto Arte na Escola

Instituto Moreira Salles

Instituto Tomie Ohtake

Itaú Cultural

Memorial da América Latina

Museu Afro Brasil

Museu Brasileiro da Escultura

Museu da Casa Brasileira

Museu da Cidade de São Paulo

Museu da Imagem e do Som

Museu de Arte Brasileira da FAAP

Museu de Arte Contemporânea da USP

Museu de Arte Moderna de São Paulo

Museu de Arte de São Paulo

Museu Lasar Segall

Paço das Artes

Pinacoteca do Estado de São Paulo

SESCSP

UNIVERSIDADES

PARCEIRAS

Centro Universitário

Belas Artes de São Paulo

Escola de Comunicações e Artes

da Universidade de São Paulo

Faculdade Santa Marcelina

Fundação Armando Alvares Penteado

Universidade Estadual Paulista

APOIO

CIEE

Projeto Educativo 29ª Bienal

Fundação Bienal de São Paulo

Apoio institucionalPatrocínio masterPatrocínio projeto educativo


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