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1Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ISSN 0100-6460

Circ

ular

Teacutec

nica

Campina Grande PBMaio 2005

Autores

Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo BiologiaAmostragem e Taacuteticas de Controle

Cristina Schetino BastosDSc Engordm Agrordm da Embrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio

Campina Grande PB 58107-720e-mail cristinacnpaembrapabr

Monica Josene B PereiraDSc Engordm Agrordm Universidade do

Estado de Mato Grosso(UNEMAT)Tangaraacute da Serra MT

e-mail monicainsectaufvbr

Evaldo Kazushi TakizawaEngordm Agrordm Consultoria Agronocircmica

Ceres Primavera do Leste MTe-mail etakizawaterracombr

Guilherme OhlEngordm Agrordm Consultoria Agronocircmica

Ceres Primavera do Leste MTe-mail guiohluolcombr

Valmir Rodrigues de AquinoEngordm Agrordm Consultoria Agronocircmica

Ceres Primavera do Leste MTe-mail vaquinoterracombr

Ateacute a safra 20012002 oBrasil era considerado oseacutetimo produtor dealgodatildeo algo quecorrespondia a cerca de368 da produccedilatildeomundial de algodatildeo Aprodutividade brasileiraentretanto apresenta-seproacutexima agravequelasalcanccediladas pelosprincipais paiacuteses

produtores situando-se em torno de 1045 Kg de algodatildeo em plumahaO Mato Grosso eacute considerado o principal Estado produtor do paiacutes etambeacutem o que alcanccedila as maiores produtividades (AMPA 2004CONAB 2004)

Um dos fatores que limitam a expansatildeo do algodoeiro no paiacutes satildeo asperdas advindas do ataque de pragas O algodoeiro eacute uma culturaaltamente atacada por uma ampla variedade de insetos-praga queocasionam perdas agrave produccedilatildeo aleacutem de gerarem gastos adicionais paraseu controle Dentre as pragas que infestam a cultura existem aquelasdenominadas pragas indiretas (que atacam outras partes da planta quenatildeo aquela que seraacute comercializada) e as pragas diretas (que atacamdiretamente a estrutura que seraacute comercializada ndash o fruto) Dependendoda severidade do ataque destas pragas diretas perdas consideraacuteveis agraveproduccedilatildeo podem ser verificadas

Uma das pragas diretas que possui um grande potencial causador deinjuacuteria agrave cultura eacute o bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis Boh(Coleoptera Curculionidae) Em regiotildees altamente infestadas por estapraga e onde o controle adequado natildeo eacute realizado o inseto podeinviabilizar o cultivo do algodoeiro a longo prazo

A ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro no Estado do Mato Grosso naseveridade com que vem sendo constatada eacute relativamente recenteSegundo dados do INDEA na safra 20012002 a distribuiccedilatildeo do insetono Estado seguia o padratildeo descrito na Figura 1 onde a porccedilatildeo laranja domapa corresponde a aacuterea infestada [municiacutepios de Alto Araguaia AltoGarccedilas Barra do Garccedilas Caacuteceres Campo Novo do Parecis (FazendaSanta Isabel) Campo Verde Cocalinho (parte infestada) CurvelacircndiaDom Aquino Guiratinga Jaciara Juscimeira Mirassol DrsquoOeste NovaXavantina Pedra Preta Pontes e Lacerda Porto Esperediatildeo PortoEstrela Poxoreacuteo Primavera do Leste Ribeiratildeozinho RondonoacutepolisSanto Antocircnio do Leste Tangaraacute da Serra (parte infestada) Torixoreacuteo

2 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Vila Bela da Santiacutessima Trindade] a parte amarela eacutede proteccedilatildeo e a aacuterea verde aquela em processo decaracterizaccedilatildeo como livre do bicudo Atualmentecom a dispersatildeo do inseto no estado a aacuterea laranjapode ser ampliada contribuindo para o agravamentodo problema Outro fato que pode estar piorando asituaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao ataque da praga eacute a falta deaccedilotildees de parte da cadeia produtiva que vemsubestimando o potencial causador de injuacuteria doinseto algo que muitas vezes anula ou limita asaccedilotildees tomadas pela outra parcela do sistemaprodutivo Apesar da existecircncia de uma legislaccedilatildeoespeciacutefica (Anexo I) que regulamenta as accedilotildees aserem tomadas pelos produtores de algodatildeo a fim deevitar o estabelecimento e dispersatildeo da praga naregiatildeo boa parte dessas accedilotildees natildeo satildeo adotadas ouquando implementadas satildeo realizadas tardiamentequando seus efeitos sobre a praga jaacute natildeo satildeo osmesmos caso as accedilotildees fossem tomadas no prazoprevisto

Analisando-se o comportamento da praga em outrasregiotildees de ocorrecircncia dentro ou fora do paiacutescompreende-se a magnitude do problema queestamos prestes a enfrentar Sendo assim esse eacutemomento de teacutecnicos repensarem suas accedilotildees eatuarem conscientizando os integrantes do sistemaprodutivo para que a sustentabilidade da cultura noEstado natildeo seja ameaccedilada

Portanto o objetivo deste documento eacute fornecerinformaccedilotildees baacutesicas sobre a identificaccedilatildeo do bicudodo algodoeiro aspectos de sua biologia sistema de

amostragem e taacuteticas de controle visando subsidiaras accedilotildees de conviacutevio com a praga

2 Histoacuterico de ocorrecircncia da praga nosEUA

Historicamente existem registros de um tipo debicudo que atacava algodatildeo antes de 1890 Umespeacutecime adulto foi encontrado em algodatildeoGossypium hirsutum L em um fragmento de maccedilatildeoriunda de Oaxaca Meacutexico em escavaccedilotildees datadasde 900 DC Natildeo existem registros do potencialcausador de injuacuteria do bicudo na literatura antes demeados de 1800 O bicudo do algodoeiro foi descritopor C H Boheman em 1843 como Anthonomusgrandis a partir de um adulto coletado entre 1831 e1835 e denominado ldquoVeracruzrdquo sem hospedeiroregistrado

Jaacute em 1893 agricultores do Sul do Texas relatarama existecircncia de uma nova praga do algodoeiro epediram assistecircncia ao Departamento de Agriculturados Estados Unidos (USDA) O USDA enviou umentomologista para examinar as aacutereas infestadas daregiatildeo e aacutereas adjacentes no Meacutexico Os relatoacuteriosresultantes deste exame inicial enfatizavam que apraga em questatildeo era o bicudo do algodoeiro ealertavam para os riscos decorrentes da ampladispersatildeo da praga pelas as aacutereas de cultivo doalgodoeiro localizadas no Sul daquele paiacutes

O bicudo do algodoeiro jaacute vinha ocasionando danosconsideraacuteveis ao algodoeiro em algumas partes dolower rio grande valley na eacutepoca em que foidetectado em 1892 Investigaccedilotildees preliminaresdescreviam a aacuterea infestada histoacuteria de vida ehaacutebitos do inseto e sugeriam recomendaccedilotildees paraseu controle que incluiacuteam a destruiccedilatildeo de soqueirasao fim do cultivo (visando reduzir a populaccedilatildeomigrante) e a necessidade de se estabeleceremzonas sem o cultivo de algodatildeo em torno da aacutereainfestada visando prevenir a expansatildeo geograacuteficaadicional da praga A medida que o bicudo doalgodoeiro se dispersou pelos algodoais dos EstadosUnidos outras alternativas que permitissem oconviacutevio com a praga foram recomendadas O USDAsugeria a destruiccedilatildeo antecipada de soqueirasdurante o outono a fim de privar o inseto desuprimento alimentar e de siacutetios de oviposiccedilatildeoforam desenvolvidos equipamentos para coleta deadultos alguns agricultores buscaram alternativaspara tentar destruir a praga utilizando cinzascalcaacuterio caldas como London purple Paris greenaleacutem de iscas contendo melaccedilo mais uma substacircnciatoacutexica Vaacuterias comunidades do Texas promoveramcataccedilatildeo manual de bicudos chegando a pagar-se 10a 50 centavos de doacutelar100 bicudos capturados

Fig 1 Aacutereas de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boh Coleoptera Curculionidae)no Estado do Mato GrossoFonte Indea (2004)

3Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Muitos entomologistas acreditavam que o bicudo doalgodoeiro eventualmente alcanccedilaria o norte dosEstados Unidos Em 1903 foi implementado umplano visando estabelecer uma aacuterea sem o cultivo dealgodatildeo em torno do oeste da Louisiana Nestaeacutepoca 32 da regiatildeo do cotton belt dos EstadosUnidos jaacute se encontrava infestada pela praga e obicudo do algodoeiro havia se tornado a principalpraga do algodatildeo naquele paiacutes Em 1903 foramestabelecidos programas demonstrativosdirecionados aos agricultores visando fomentar aadoccedilatildeo de controle efetivo contra o bicudo doalgodoeiro sendo que estes programaspossibilitaram mais tarde a geraccedilatildeo dos sistemasdesenvolvidos pelo Serviccedilo Cooperativo de Extensatildeoos quais satildeo utilizados ateacute hoje

Em 1906 a dispersatildeo do bicudo do algodoeiroultrapassou o limite oeste do estado do MississipiAlguns entomologistas acreditavam que o RioMississipi representava uma barreira natural agravedispersatildeo do bicudo poreacutem em 1907 umentomologista do USDA descobriu que o bicudohavia suplantado esta barreira em vaacuterios pontos Em1922 foram encontradas populaccedilotildees de bicudo emaacutereas de produccedilatildeo de algodatildeo localizadas no Nortedos Estados Unidos (como por exemplo no estado daVirginia)

Alguns autores relataram que apoacutes 1894 o bicudodo algodoeiro aumentava sua faixa de ocorrecircncia emtorno de 40 a 160 milhasano apesar de em muitoscasos as condiccedilotildees predominantes de invernoocasionarem uma grande reduccedilatildeo na densidadepopulacional da praga Em 1922 87 da regiatildeo docotton belt que contribuiacutea com 96 do total defibra produzida naquele local estava infestada peloinseto

A dispersatildeo do bicudo pelo Sul dos Estados Unidosocasionou uma desvalorizaccedilatildeo das terras localizadasna regiatildeo Muitas aacutereas com tradiccedilatildeo de cultivo natildeoconseguiram mais alcanccedilar produtividadesemelhante agravequela obtida antes da ocorrecircncia doinseto Apoacutes a dispersatildeo do bicudo para o Sul dosEstados Unidos onde se concentravam aacutereas dealtas produtividades alguns centros de produccedilatildeodesapareceram enquanto outros foram substituiacutedospor novas aacutereas A medida que o inseto migrava emdireccedilatildeo ao Atlacircntico os estados que se localizavama Leste da infestaccedilatildeo se beneficiavam da reduzidaproduccedilatildeo de algodatildeo nos estados do Centro-Sul Asporccedilotildees semi-aacuteridas do Texas e de Oklahoma setornaram as maiores produtoras de algodatildeo nestaeacutepoca jaacute que nestas aacutereas o bicudo era menosdestrutivo aleacutem da cultura demandar menor

comprometimento de tempo e recursos para seucultivo Apoacutes a infestaccedilatildeo generalizada das lavourasalgodoeiras localizadas no Sul dos Estados Unidosmuitas mudanccedilas no sistema produtivo da culturaocorreram Enquanto no Oeste do paiacutes a presenccedila desolos feacuterteis e menores danos ocasionados pelobicudo em decorrecircncia do clima mais seco favoreciao cultivo as menores temperaturas associadas aoinverno do Norte do paiacutes atuava suprimindo aspopulaccedilotildees de bicudo na entressafra Comoconsequecircncia a distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de algodatildeofoi totalmente alterada nos Estados Unidos fazendocom que regiotildees anteriormente sem tradiccedilatildeo decultivo se tornassem importantes produtoras Essefoi o caso por exemplo do vale do Tennesselocalizado no Norte de Alabama que alcanccedilou anona posiccedilatildeo dentre 10 aacutereas de produccedilatildeo entre1904 a 1914 tornando-se contudo o terceiroprodutor entre 1914 a 1924

A alteraccedilatildeo no ranking de produccedilatildeo de algodatildeo aniacutevel estadual foi ainda mais pronunciada com 27municiacutepios localizados na regiatildeo do delta e aacutereasadjacentes do Noroeste do Mississippi dobrando suaposiccedilatildeo meacutedia em relaccedilatildeo agrave anteriormenteverificada Os fardotildees produzidos nesta regiatildeoaumentaram de 585000 durante 1905-1909 para12 milhotildees durante 1943-1947 A produccedilatildeo dorestante do Estado decresceu agrave metade no mesmoperiacuteodo caindo de 718000 para 350000 fardotildeesproduzidos

Muito provavelmente o centro de produccedilatildeoalgodoeira dos Estados Unidos teria sido alterado emdireccedilatildeo ao Oeste com o tempo poreacutem a ocorrecircnciado bicudo acelerou este processo As aacutereas deproduccedilatildeo de algodatildeo do Texas e de Oklahoma foramduplicadas no periacuteodo compreendido entre 1910 e1930 Adicionalmente verificou-se um aumentocombinado da ordem de 40 no cultivo realizadopelos Estados do Mississippi Arkansas e Louisianaenquanto as aacutereas de cultivo do Alabama daGeoacutergia da Carolina do Sul e da Carolina do Norteaumentaram somente em 5

Novas aacutereas passaram a ser colonizadas pela pragaa partir de 1953 quando foram detectadasinfestaccedilotildees iniciais de bicudo no Texas A partir de1961 ocorreu uma notaacutevel disseminaccedilatildeo do insetopara aacutereas localizadas nos high plains do Texas(planiacutecies elevadas ou de maior altitude) Essesrelatos indicaram ter havido uma possiacutevel adaptaccedilatildeodo bicudo agraves aacutereas mais secas do oeste algo queocorreu durante o iniacutecio dos anos 80 quando asinfestaccedilotildees tornaram-se estabelecidas no sudestedos vales deseacuterticos do Arizona Califoacuternia e Meacutexico

4 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

21 Histoacuterico das fases de controle do bicudo nosEUA

a) Biologia e Manejo

A principal medida decorrente das investigaccedilotildeesiniciais envolvendo a biologia e manejo do bicudo foia implementaccedilatildeo de um sistema de supressatildeo multi-componente No iniacutecio de 1920 os cientistasenvolvidos com o problema do bicudo jaacute haviamgerado informaccedilatildeo suficiente para formar o nuacutecleode um programa multifacetado de manejo do bicudobaseado em princiacutepios de ecologia aplicada Astaacuteticas especiacuteficas empregadas para favorecer oescape da cultura do ataque do bicudo envolviam autilizaccedilatildeo de variedades precoces associadas agravedestruiccedilatildeo dos restos culturais medidas que aindasatildeo consideradas como componentes-chave nossistemas atuais de manejo da praga O conceito deldquocultura armadilhardquo foi introduzido mais tarde poralguns cientistas e objetivava obter controle sobre obicudo no iniacutecio da estaccedilatildeo de cultivo A pesquisacientiacutefica demonstrou ainda que a queima controladae a limpeza dos locais de oviposiccedilatildeo que pudessemser favoraacuteveis a diapausa do inseto constituiacuteam-seem medidas eficientes na reduccedilatildeo das populaccedilotildees dapraga A uacuteltima medida eacute provavelmente a quemais contribuiu para um decliacutenio nos niacuteveispopulacionais do bicudo no Delta do Mississippi apartir de 1950

b) Periacuteodo do Arseniato de Caacutelcio

A descoberta de que o poacute do arseniato de caacutelciopossibilitava controle efetivo de populaccedilotildees dobicudo foi considerada um grande avanccedilo emrelaccedilatildeo ao controle de insetos do algodoeiro Vaacuteriosexperimentos demonstraram que a aplicaccedilatildeo dearseniato de caacutelcio a cada 4 a 5 dias a partir daconstataccedilatildeo de 15-20 de bototildees danificados ateacute amaturidade das maccedilatildes protegeria o algodoeiro dosdanos impostos pela praga A descobertasubsequente de que o arseniato de caacutelcio poderia serrapidamente aplicado atraveacutes de aviotildees sem quehouvesse perda da efetividade de controle do insetodeu iniacutecio a uma fase na qual o controle de insetosque atacavam o algodoeiro foi estabelecido combase no excessivo uso de inseticidas Comoconsequumlecircncia dessas accedilotildees o uso intensivo doarseniato de caacutelcio levou a constataccedilatildeo de efeitosindesejaacuteveis tais como destruiccedilatildeo de inimigosnaturais de insetos-praga com consequumlenteerupccedilotildeesressurgecircncias mais frequumlentes de pragascomo Helicoverpa (Heliothis) zea (Boddie)(Lepidoptera Noctuidae) e Aphis gossypii (Glover)(Hemiptera Aphididae)

c) Introduccedilatildeo do Conceito de Niacutevel de Controle (NC)

Logo apoacutes a demonstraccedilatildeo da efetividade doarseniato de caacutelcio alguns cientistas sugeriram quea amostragem seguida do tratamento quandonecessaacuterio forneceria um meacutetodo mais econocircmicode utilizaccedilatildeo da nova tecnologia de controle quiacutemicoSendo assim a amostragem tornou-se chave nomanejo de pragas do algodoeiro O advento dosurgimento dos inseticidas clorados e asconsequumlentes erupccedilotildees decorrentes do ataque dobicudo que ocorreram entre 1949 e 1950facilitaram o uso generalizado da amostragem noalgodoeiro A utilizaccedilatildeo de amostragens paraavaliaccedilatildeo das populaccedilotildees de pragas e a adoccedilatildeo doconceito de NC pelos agricultores da regiatildeo docotton belt levaram a disseminaccedilatildeo do conceito demanejo integrado de pragas (MIP) a partir de 1970

d) Inseticidas Orgacircnicos Sinteacuteticos

O uso generalizado desses inseticidas logo apoacutes asegunda guerra mundial revolucionou rapidamenteas atitudes predominantes agrave eacutepoca e as praacuteticasadotadas por agricultores e entomologistas emrelaccedilatildeo ao controle de insetos-praga do algodoeiroPela primeira vez a partir da introduccedilatildeo do DDTseguida pela disponibilizaccedilatildeo do benzeno hexacloridotoxafeno clordane aldrin heptaclor dieldrin endrine outros inseticidas considerados baratos ealtamente efetivos eram disponibilizados para ocombate de pragas do algodoeiro

O sucesso inicial obtido a partir do uso dessa novaclasse de quiacutemicos foram considerados tatildeo bons queos sistemas de produccedilatildeo de algodatildeo foramradicalmente modificados a fim de obter-se omaacuteximo de vantagem da nova tecnologia Em tornodo iniacutecio de 1950 muitos dos agricultores do Sul dosEstados Unidos jaacute haviam adotado um programa deaplicaccedilatildeo de inseticidas a intervalos regulares ouconstantes Os tratamentos iniciavam-se a partir daemergecircncia das placircntulas e prolongavam-se ateacute amaturidade da cultura Logo a adoccedilatildeo de umtratamento intensivo da cultura atraveacutes da utilizaccedilatildeode inseticidas funcionava como a aquisiccedilatildeo de umldquosegurordquo para o cultivo o qual possuiacutea acaracteriacutestica de ser barato confiaacutevel e favorecer oalto retorno Os princiacutepios ecoloacutegicos de regulaccedilatildeodas populaccedilotildees de insetos que haviam sido efetivoscontra o bicudo e outras pragas por vaacuterios anosforam rapidamente esquecidos ou completamenteignorados por quase duas deacutecadas pela maioria dosagricultores e entomologistas

Subsequumlentemente compostos fosforados tais comoparathion parathion metiacutelico azinphosmethyl

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demeton e compostos carbamatos tais comocarbaryl (Sevin) foram desenvolvidos e largamenteutilizados sempre em combinaccedilatildeo comorganoclorados A filosofia que prevalecia entatildeo eraa de exploraccedilatildeo da tecnologia de controle quiacutemico amedida que novos e mais complexos problemasenvolvendo as pragas do algodoeiro surgiam

Alguns autores haviam observado jaacute na eacutepoca dautilizaccedilatildeo do arseniato de caacutelcio a ocorrecircncia deerupccedilotildees de pragas secundaacuterias do algodoeiro emresposta ao uso intensivo desse composto Osproblemas decorrentes do ataque de H zea porexemplo eram muito mais frequentes em lavourastratadas com arseniato de caacutelcio do que naquelasnatildeo tratadas Mais tarde ficou comprovado que ouso de inseticidas podia ocasionar o aumento dainfestaccedilatildeo de H zea devido a mortalidade deinimigos naturais da praga Similarmente aressurgecircncia do pulgatildeo do algodoeiro que ocorria emdecorrecircncia do uso do arseniato de caacutelcio para ocontrole de bicudo era devido a mortalidade deagentes de controle bioloacutegico

Muitas observaccedilotildees sugeriam que os novosinseticidas orgacircnicos eram altamente toacutexicos a umaampla variedade de artroacutepodes inclusive agraves espeacuteciesnatildeo-praga Logo apoacutes a sua utilizaccedilatildeo em largaescala verificou-se a ressurgecircncia de populaccedilotildees depragas bem como a emergecircncia de novas pragasAlguns anos apoacutes a introduccedilatildeo e uso em larga escalados inseticidas orgacircnicos sinteacuteticos em lavourasalgodoeiras H zea teve seu status de pragaalterado de ocorrecircncia ocasional (secundaacuteria) parapraga-chave infestando anualmente lavouraslocalizadas na regiatildeo do cotton belt Durante omesmo periacuteodo Heliothis virescens (Fabricius)(Lepidoptera Noctuidae) saiu da relativa obscuridadepara tornar-se a principal praga do algodoeiroAacutecaros ateacute entatildeo desconhecidos como pragas doalgodoeiro na maior parte do cotton belt tambeacutemadquiriram o status de praga em vaacuterios pontosdaquela regiatildeo Outros artroacutepodes-praga tambeacutemseguiram o mesmo padratildeo como consequumlecircncia douso indiscriminado de inseticidas orgacircnicossinteacuteticos

O uso de misturas de inseticidas resolveutemporariamente os problemas resultantes damudanccedila no status de praga de vaacuterias espeacutecies deartroacutepodes A filosofia predominante no controle depragas nesta eacutepoca era a de adicionar outroinseticida ao tanque de pulverizaccedilatildeo a medida queum novo problema em relaccedilatildeo a alguma pragasurgisse

Cerca de cinco anos apoacutes a adoccedilatildeo dos inseticidasdo grupo dos organoclorados nas lavourasalgodoeiras um problema ainda mais seacuterio comeccediloua ser verificado a evoluccedilatildeo de populaccedilotildeesresistentes do curuquerecirc do algodoeiro e do pulgatildeodo algodoeiro Natildeo se atribuiu importacircncia a estefenocircmeno ateacute a constataccedilatildeo de resistecircncia ainseticidas do grupo dos organoclorados empopulaccedilotildees do bicudo oriundas da Louisiana em1955 No caso do bicudo a principal mudanccedilaocorrida em decorrecircncia da constataccedilatildeo deresistecircncia foi o aumento no uso de misturas deinseticidas ou a substituiccedilatildeo total dos organocloradospara os organofosforados Cabe ressaltar que nuncahouve detecccedilatildeo de linhagens resistentes do bicudodo algodoeiro a inseticidas do grupo dosorganofosforados sendo que esse eacute o motivo peloqual representantes dessa classe de inseticidas aindasatildeo largamente empregados no manejo dessa pragaateacute hoje

e) Evoluccedilatildeo do conceito de MIP

O conceito enfatizava a integraccedilatildeo de taacuteticas decontrole bioloacutegico e quiacutemico a fim de contornar oproblema advindo do ataque de pragas Ele recebeuespecial atenccedilatildeo a partir da constataccedilatildeo dofenocircmeno da resistecircncia de pragas a inseticidasressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias aleacutem dos problemas ambientaisA proposta inicial do manejo de pragas consideravaque todas as possiacuteveis taacuteticas disponiacuteveis ao conviacuteviocom as pragas deveriam ser avaliadas sendoposteriormente consolidadas em programasunificados delineados para manejar as populaccedilotildees depragas de tal forma que o dano econocircmico fosseevitado e os efeitos adversos sobre o ambienteminimizados

f) Introduccedilatildeo dos inseticidas piretroacuteides

Os piretroacuteides foram introduzidos como uma novaclasse de inseticidas no mercado algodoeiro dosEstados Unidos em 1978 Eles ofereciam boasperspectivas ao controle de pragas por seremaltamente efetivos particularmente contra H zea eH virescens aleacutem de natildeo possuiacuterem os problemasambientais associados a outras classes de pesticidasorgacircnicos A partir da introduccedilatildeo destes compostosobteve-se pela primeira vez na histoacuteria do cultivo doalgodoeiro controle altamente efetivo de pragasassociado a ausecircncia de efeitos ambientais dversos

Devido aos muitos atributos positivos dos piretroacuteidesaumentou-se a dependecircncia nessa classe dequiacutemicos natildeo somente para o controle de pragas no

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agroecossistema algodoeiro como tambeacutem emoutros agroecossistemas cujas culturas eramhospedeiras de pragas do algodatildeo Aleacutem disso asimplicidade do manejo de pragas condicionada aouso de piretroacuteides levou ao retorno da situaccedilatildeo deaplicaccedilatildeo de inseticidas por todo o ciclo de cultivocomo prevalecia entre 1950 e 1960 O uso em largaescala ameaccedilou a existecircncia a longo prazo dessaclasse de pesticidas como ferramentas efetivas domanejo de pragas do algodoeiro Linhagens de H zearesistentes aos piretroacuteides surgiram em muitasregiotildees produtoras dos Estados Unidos em respostaa intensiva pressatildeo de seleccedilatildeo dos programas demanejo de pragas O retorno a alternativas decontrole de pragas que fossem eficientes incluindoestrateacutegias de manejo de resistecircncia a piretroacuteidestornou-se uma necessidade devido ao pequenoarsenal de inseticidas disponiacuteveis ao manejo depragas naquela eacutepoca

g) Erradicaccedilatildeo do bicudo

A eliminaccedilatildeo do bicudo da regiatildeo do cotton belt dosEstados Unidos tornou-se o principal objetivo dosentomologistas e da induacutestria cotoniacutecola apoacutes apraga ter entrado no Texas no final de 1800 Asprimeiras tentativas de erradicaccedilatildeo falharam pois atecnologia necessaacuteria natildeo estava disponiacutevel naquelaeacutepoca Sendo assim o conceito de erradicaccedilatildeo dobicudo permaneceu em estado latente por cerca de50 anos

O sucesso na erradicaccedilatildeo da praga Cochliomyiahominovorax (Coquerel) (Diptera Calliphoridae) dosudeste dos Estados Unidos e a detecccedilatildeo delinhagens de bicudo resistentes resistentes aclorados e oriundas do meio-sul dos Estados Unidosfez com que o conceito de erradicaccedilatildeo ressurgissemais uma vez Em 1958 durante o encontro anualdo Conselho Nacional de Algodatildeo declarou-se obicudo como inimigo nuacutemero um da produccedilatildeo dealgodatildeo assinalando-se a necessidade de um esforccediloredobrado para a erradicaccedilatildeo da praga Essaresoluccedilatildeo resultou em investimento para acontruccedilatildeo do Laboratoacuterio de Pesquisa do Bicudo(Estado de Mississipi Mississipi) Esse laboratoacuteriodesenvolveu e refinou vaacuterias tecnologias as quaisforam implementadas atraveacutes de testes deerradicaccedilatildeo-piloto

Oslash O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudo(PBWEE)

O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudoteve duraccedilatildeo de trecircs anos (1971-1973) e foidelineado para determinar a efetividade da teacutecnica

empregada e a facilidade operacional em se eliminaruma populaccedilatildeo de bicudo de uma aacuterea preacute-determinada atraveacutes do uso de teacutecnicas desupressatildeo populacionais O PBWEE foi conduzidoconjuntamente por entidades estaduais e federais noSul do Mississipi Os resultados obtidos a partir daimplantaccedilatildeo do PBWEE foram inconclusivos jaacute queadultos do bicudo foram encontrados em armadilhascontendo feromocircnio dentro da aacuterea coberta peloprograma e natildeo havia uma forma de garantir aorigem destes insetos A conclusatildeo geral foi que atecnologia baacutesica necessaacuteria para se alcanccedilar aerradicaccedilatildeo requeria melhorias em vaacuterias aacutereas eque demonstraccedilotildees adicionais deveriam serconduzidas em uma regiatildeo com maior isolamento

Oslash A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET)

A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET) foiconduzida no norte da Carolina do Norte e aacutereasadjacentes da Virginia de 1978 a 1980 parademonstrar conclusivamente que a erradicaccedilatildeo dobicudo era tecnicamente possiacutevel A aacuterea escolhidapossibilitava o grau de isolamento desejado O BWETfoi um programa que obteve ecircxito uma vez que osresultados indicaram que era altamente provaacutevel(niacutevel de probabilidade de 09983) que a populaccedilatildeonativa de bicudo tivesse sido erradicada da aacuterea sobavaliaccedilatildeo Apesar do algodatildeo da Carolina do Norte edo Sul ser considerado atualmente livre de bicudoele eacute continuamente monitorado de tal forma amanter este status O programa foi implementadotambeacutem em outras aacutereas tais como na Geoacutergia nosul do Alabama e na Floacuterida estando atualmentenos estaacutegios finais de erradicaccedilatildeo do bicudo comouma praga econocircmica

Oslash Programa de Erradicaccedilatildeo do Bicudo do Beltwide

O sucesso alcanccedilado com a tentativa de erradicaccedilatildeodo bicudo forneceu um incentivo a ampliaccedilatildeo doprograma de erradicaccedilatildeo da Carolina do Norte paraoutras regiotildees O programa passou pelas Carolinasatingiu a Georgia Floacuterida e o sudeste do AlabamaEnquanto a eliminaccedilatildeo total (erradicaccedilatildeo) dasespeacutecies parece improvaacutevel os resultados ebenefiacutecios obtidos da tentativa de erradicaccedilatildeo dobicudo confirmam que o manejo total da populaccedilatildeoem uma ampla regiatildeo geograacutefica pode constituir-seem uma excelente estrateacutegia de manejo a serempregada

Programas de erradicaccedilatildeo do bicudo tambeacutem foraminiciados no oeste dos Estados Unidos ao mesmotempo em que se promovia a ampliaccedilatildeo dosprogramas jaacute existentes As populaccedilotildees do bicudo

7Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

foram dramaticamente reduzidas no oeste (Arizonae Califoacuternia) e o inseto natildeo eacute mais visto como umapraga econocircmica nestas regiotildees

3 Histoacuterico de ocorrecircncia da praga noBrasil

31 Introduccedilatildeo da praga no paiacutes

No Brasil a ocorrecircncia inicial de bicudo foiconstatada nas proximidades de Jaguariuacutena eCampinas em fevereiro de 1983 sendoposteriormente detectada sua presenccedila na Paraiacutebaem julho do mesmo ano Alguns autores sugeremque o bicudo presente no Brasil pode ter sidointroduzido a partir dos Estados Unidos nordeste doMeacutexico Haiti Repuacuteblica Dominicana Venezuela ouColocircmbia Todavia algumas evidecircncias sugerem queo bicudo introduzido no Brasil em Satildeo Paulo sejaproveniente do sudeste dos Estados Unidos tendosido introduzido no paiacutes possivelmente por aviatildeo enatildeo por expansatildeo natural do inseto jaacute que ainfestaccedilatildeo inicial foi localizada em algodoaisproacuteximos ao Aeroporto Internacional de Cumbicaem Satildeo Paulo Jaacute a infestaccedilatildeo que ocorreu noNordeste (em Ingaacute na Paraiacuteba) foi provavelmenteresultado de uma importaccedilatildeo acidental de aacutereasinfestadas de Satildeo Paulo e natildeo da expansatildeo naturaldo inseto

32 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Meridionaldo Brasil

Os primeiros campos infestados no Brasil quando daintroduccedilatildeo da praga em Satildeo Paulo foramconstatados nos municiacutepios de CampinasJaguariuacutena Santo Antocircnio da Posse AmericanaPiracicaba Tietecirc e Tatuiacute No final da safra 19831984 o bicudo jaacute ocorria em quase todas as regiotildeesprodutoras de algodatildeo de Satildeo Paulo e no iniacutecio dasafra de 198485 todos os campos de algodatildeo de 83municiacutepios paulistas estavam infestados pelo bicudo(aacuterea infestada de aproximadamente 100000 ha)Apoacutes quatro anos da introduccedilatildeo da praga no Estadode Satildeo Paulo (safra 198788) todos os municiacutepiosprodutores de algodatildeo se encontravam infestadospelo bicudo

Em Minas Gerais as primeiras infestaccedilotildees foramdetectadas no final da safra 198485 nosmuniciacutepios vizinhos ao Estado de Satildeo Paulo Comona safra seguinte o governo do Estado proibiu oplantio de algodatildeo nestes municiacutepios essa medidalimitou a disseminaccedilatildeo da praga para o sul norte enordeste de Minas Gerais

As primeiras infestaccedilotildees de bicudo detectadas noParanaacute ocorreram em Barra do Jacareacute e Maringaacuteem maio de 1987 Trecircs anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(safra 199091) mais de 90 da aacuterea cultivadacom algodatildeo no Paranaacute estava infestada pela praga

Em Mato Grosso do Sul os primeiros focos do insetoforam detectados em Taquarussu e Bataipora emfevereiro de 1990 dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(1992) o bicudo jaacute se encontrava disseminado portodas as regiotildees produtoras do Estado

No Mato Grosso o bicudo foi constatadoinicialmente em junho de 1993 em MirassolDrsquoOeste e Caacuteceres sendo disseminadoposteriormente para os municiacutepios da regiatildeo deRondonoacutepolis por intermeacutedio do intercacircmbio desacarias usadas na regiatildeo de Satildeo Paulo e reutilizadasno Estado de Mato Grosso Mesmo decorridos vaacuteriosanos apoacutes sua introduccedilatildeo no Estado sua ocorrecircnciapermaneceu restrita ateacute 2001 agravequeles municiacutepiospioneiros no cultivo do algodatildeo A partir daiacuteconstatatou-se sua expansatildeo para dois novosmuniciacutepios Campo Verde e Dom Aquinodisseminando-se posteriormente e de forma muitoraacutepida para Primavera do Leste Poxoreacuteo SantoAntocircnio do Leste e Novo Satildeo Joaquim

Em Goiaacutes a ocorrecircncia inicial do bicudo foidetectada nos municiacutepios de Itumbiara CachoeiraDourada Inaciolacircndia e Panamaacute em 20 de maio de1996 Dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial (safra 199899) a aacuterea infestada jaacute correspondia a 85 da aacutereacultivada

Com isso verifica-se que de 1983 a 1993 mais de90 das aacutereas localizadas na Regiatildeo Meridional doBrasil foram infestadas pelo bicudo

33 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Setentrionaldo Brasil

As infestaccedilotildees iniciais do bicudo na aacutereaSetentrional do Brasil foram verificadas no Estadoda Paraiacuteba municiacutepio de Ingaacute em 4 de julho de1983 Em dezembro do mesmo ano mais de 90da aacuterea cultivada com o algodoeiro no agreste daParaiacuteba jaacute se encontrava infestada pelo bicudo

Jaacute em Pernambuco a primeira constataccedilatildeo doinseto deu-se em julho de 1983 no municiacutepio deToritama Acredita-se que estas infestaccedilotildees foramdecorrentes da dispersatildeo natural do inseto a partirde aacutereas infestadas do agreste da Paraiacuteba Dois anos

8 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

apoacutes em 1985 o inseto jaacute ocorria em lavouras detodo o Estado

No Rio Grande do Norte as primeiras infestaccedilotildeespor bicudo foram constatadas em 23 de julho de1984 um ano apoacutes a constataccedilatildeo inicial do insetona Paraiacuteba A ocorrecircncia foi associada agraves aacutereaslocalizadas no seridoacute do Rio Grande do Norteacreditando-se que a introduccedilatildeo nestas aacutereas foifeita a partir do seridoacute da Paraiacuteba No final de 1985todas as regiotildees produtoras de algodatildeo do Estado jaacutese encontravam infestadas Neste mesmo anoverificou-se a presenccedila irrestrita do inseto em aacutereaslocalizadas no sul do Cearaacute possivelmente oriundosdo sertatildeo da Paraiacuteba ou do Rio Grande do NorteDois anos apoacutes (1987) o inseto jaacute ocorria em todosos municiacutepios produtores de algodatildeo do Estado

Em 1986 detectou-se a presenccedila do bicudo naregiatildeo agreste do Estado de Alagoas no municiacutepiode Juazeiro na Bahia nas regiotildees sul e norte do Piauiacutee no Maranhatildeo Um ano apoacutes sua introduccedilatildeo nestesEstados detectou-se que o inseto havia sedisseminado por todas as aacutereas produtoras dosEstados do Piauiacute e do Maranhatildeo

No Paraacute a infestaccedilatildeo de cultivos do algodoeiro pelobicudo soacute ocorreu na deacutecada de 90 possivelmenteintroduzidos por imigrantes nordestinos quando daimplantaccedilatildeo de algumas aacutereas agriacutecolas

4 Identificaccedilatildeo e Biologia

O adulto do bicudo eacute um besouro de coloraccedilatildeomarrom avermelhado a cinza escuro variando suacoloraccedilatildeo de acordo com a idade do inseto Bicudoscom tegumento (pele) de cor preta podem ocorrerporeacutem essa linhagem natildeo eacute comum no campo Obesouro mede em torno de 7 mm de comprimentovariando de 4 a 8 mm O tamanho do inseto eacuteinfluenciado pela condiccedilatildeo nutricional do alimento(bototildees florais ou maccedilatildes)

O rostro (bico) alcanccedila cerca de metade do tamanhodo resto do seu corpo estando as peccedilas bucaislocalizadas no aacutepice do rostro com mandiacutebulasbastante desenvolvidas Lateralmente ao bico ficamlocalizadas as antenas Pode-se distinguir o bicudode outros curculioniacutedeos atraveacutes de um par deespinhos localizado em cada perna dianteira (Figura2) O bicudo eacute frequumlentemente encontrado nosbototildees florais e com grande atividade alimentar ereprodutiva entre no periacuteodo das 9 horas da manhatildeagraves 17 horas ou seja nas horas mais quentes do dia

As fecircmeas receacutem-emergidas precisam se alimentarpor 3 a 5 dias antes de iniciarem a postura Apoacuteseste periacuteodo ovipositam preferencialmente embototildees florais flores e maccedilatildes do algodatildeo Sendoassim considera-se como o periacuteodo de maiorsuscetibilidade da cultura ao ataque da praga aquelecompreendido pelo aparecimento do primeiro botatildeofloral (em torno de 60 a 70 dias apoacutes a emergecircncia)ateacute a colheita (entre 180 a 200 dias da emergecircncia)(Figura 3) A fecircmea deposita apenas um ovo pororifiacutecio feito com o bico sendo a cavidadeposteriormente fechada por uma secreccedilatildeogelatinosa (Figura 4 a) Os ovos satildeo brilhantes emedem cerca de 08 mm de comprimento por 05mm de largura Cada fecircmea coloca cerca de 6 ovospor dia totalizando 100 a 300 ovos colocadosdurante seu ciclo de vida O periacuteodo de incubaccedilatildeovaria de 3 a 4 dias sendo que proacuteximo agrave eclosatildeo eacutepossiacutevel perceber a cabeccedila da larva atraveacutes dacasca do ovo As larvas satildeo brancas de cabeccedilamarron-clara e sem pernas apresentando de 5 mm a

Fig 2 Adulto do bicudo com seta indicandocaracteriacutestica diferenciadora da espeacutecie presenccedila deespinhos nas pernas anteriores (fecircmur)Fonte Insectimages 2004

Fig 3 Estaacutegios de desenvolvimento do algodoeiroFonte Nakano et al 1981

9Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

10 mm de comprimento (Figura 4 b) e formato deldquoCrdquo A ausecircncia de pernas permite distinguir a larvadeste inseto de outros insetos que tambeacutem atacam amaccedilatilde A fase larval dura de 7 a 12 dias periacuteodo emque as larvas alimentam-se de todo o interior dobotatildeo que cai ao solo em uma semana A larvaconstroacutei uma cacircmara com as proacuteprias estruturasatacadas onde se transforma em pupa (Figura 4 c)Esta eacute semelhante ao adulto podendo visualizar-se obico e os outros apecircndices ligados ao corpo atraveacutesde uma membrana transparente Apoacutes 3 a 5 diastransformam-se em adultos que apresentam umalongevidade de 20 a 40 dias O ciclo de ovo a adultovaria de 11 a 67 dias e dependendo das condiccedilotildeesde temperatura podem ocorrer ateacute 7 geraccedilotildees

adultos necessaacuterios para causar dano econocircmico eacuterelativamente baixo alguns autores detectaram quepopulaccedilotildees de 14 25 50 e 100 bicudos receacutem-saiacutedos da diapausaacre (04 ha) eram capazes dedanificar 0 28 46 66 e 83 dos bototildeesdisponiacuteveis respectivamente enquanto adultos desegunda geraccedilatildeo danificaram de 84 a 96 dosbototildees Outros estudos relatam que mais de 50dos bototildees apresentavam puncturas quando apopulaccedilatildeo F1 excedia 1000 indiviacuteduosacre (04ha) e que mais de 80 dos bototildees apresentavampuncturas quando a populaccedilatildeo excedia 2000indiviacuteduosacre (04 ha) O bicudo do algodoeiro sealimenta e oviposita do botatildeo floral e fruto doalgodatildeo sendo sua injuacuteria facilmente detectaacutevel

durante o ano Durante o periacuteodo de entressafra osadultos migram para abrigos naturais e entram emdiapausa por um periacuteodo de 150 a 180 dias

5 Danos

Quando os bicudos entram em uma lavouraalgodoeira colonizando-a a partir de locais onde osinsetos estavam em diapausa ou atraveacutes damigraccedilatildeo o nuacutemero necessaacuterio de indiviacuteduos paracausar dano econocircmico depende de fatores taiscomo condiccedilotildees fisioloacutegicas da planta hospedeiraestaacutegio fenoloacutegico e condiccedilotildees ambientais Afecundidade (nuacutemero de ovosfecircmea) eacute maior nasfecircmeas de primeira geraccedilatildeo do que nas fecircmeas maistardias principalmente devido a maturidade daplanta e a reduccedilatildeo no nuacutemero de bototildees disponiacuteveisagrave oviposiccedilatildeo das fecircmeas acasaladas tardiamente Astaxas de incremento da populaccedilatildeo por geraccedilatildeo temsido estimadas em torno de 1 a 96 vezesdependendo das condiccedilotildees ambientais O nuacutemero de

Fig 5 Detalhe da alimentaccedilatildeo dos adultos do bicudomostrando ldquofezes amarelicidasrestos de gratildeo de poacutelenrdquoao redor do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo Fonte Insectimages2004

Fig 6 Adulto do bicudo perfurando do botatildeo floralatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 4 Fases do ciclo de vida do bicudo (a) botatildeo comsintoma de oviposiccedilatildeo (b) larva (c) pupa (d) adultoperfurando botatildeo floralFonte Insectimages 2004

10 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Periacuteodos chuvosos favorecem o desenvolvimento dapraga uma vez que a umidade existente conserva osbototildees atacados por um periacuteodo maior permitindomelhor desenvolvimento das larvas em seu interiorPor outro lado se ocorre seca os bototildees ao caiacuteremsatildeo expostos agrave dessecaccedilatildeo e as altas temperaturasdo solo ocorrendo elevadas taxas de mortalidadelarval elevadas Um outro fator que prejudica odesenvolvimento larval sob condiccedilotildees de estiagemeacute a falta de alimento adequado uma vez que osubstrato torna-se ressecado

6 MonitoramentoAmostragem e Tomadade Decisatildeo

O meacutetodo de monitoramento utilizado paraamostragem do bicudo do algodoeiro varia de acordocom o estaacutegio de desenvolvimento da cultura e visaauxiliar na tomada de decisatildeo de controlar ou natildeo apopulaccedilatildeo da praga presente no campo No iniacutecio docultivo as armadilhas de feromocircnio satildeo usadas paradetectar os adultos do bicudo que venham acolonizar a lavoura A eficiecircncia da armadilha eacuteinversamente proporcional ao niacutevel populacional epode ser de 100 antes dos bototildees estaremdisponiacuteveis e com populaccedilotildees de menos que 1bicudo4 ha Deve-se instalar as armadilhascontendo o feromocircnio do bicudo (glandlure) o maiscedo possiacutevel e no maacuteximo por ocasiatildeo do plantioApoacutes a instalaccedilatildeo das armadilhas deve-seinspecionaacute-las semanalmente e determinar o nuacutemero

Fig 7 Adulto do bicudo perfurando base de uma maccedilatildeatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 8 Botatildeo danificado contendo larva emdesenvolvimento em seu interiorFonte Insectimages 2004

Ambos os sexos realizam pequenos orifiacutecios nobotatildeo floral e no fruto sendo que fezes amareladasnormalmente satildeo detectadas em torno da aacuterea dealimentaccedilatildeo (Figura 5 6 e 7) As fecircmeasovipositam dentro dos orifiacutecios que eacute selado com asfezes solidificadas e o fluiacutedo do seu trato excretor Amaioria dos bototildees contendo puncturas deoviposiccedilatildeo raramente abriratildeo e muitos sofreratildeoabcisatildeo da planta em cerca de oito dias enquantomaccedilatildes mais desenvolvidas podem permanecer naplanta e apresentar loacuteculos danificados (Figuras 8 e9) onde os ovos foram depositados e as larvas sedesenvolveram

Fig 9 Maccedilatilde contendo loacuteculo danificado onde larva eoupupa do bicudo-do-algodoeiro se desenvolvemFonte Insectimages 2004

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

Foto

C

S

Bas

tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 2: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

2 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Vila Bela da Santiacutessima Trindade] a parte amarela eacutede proteccedilatildeo e a aacuterea verde aquela em processo decaracterizaccedilatildeo como livre do bicudo Atualmentecom a dispersatildeo do inseto no estado a aacuterea laranjapode ser ampliada contribuindo para o agravamentodo problema Outro fato que pode estar piorando asituaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao ataque da praga eacute a falta deaccedilotildees de parte da cadeia produtiva que vemsubestimando o potencial causador de injuacuteria doinseto algo que muitas vezes anula ou limita asaccedilotildees tomadas pela outra parcela do sistemaprodutivo Apesar da existecircncia de uma legislaccedilatildeoespeciacutefica (Anexo I) que regulamenta as accedilotildees aserem tomadas pelos produtores de algodatildeo a fim deevitar o estabelecimento e dispersatildeo da praga naregiatildeo boa parte dessas accedilotildees natildeo satildeo adotadas ouquando implementadas satildeo realizadas tardiamentequando seus efeitos sobre a praga jaacute natildeo satildeo osmesmos caso as accedilotildees fossem tomadas no prazoprevisto

Analisando-se o comportamento da praga em outrasregiotildees de ocorrecircncia dentro ou fora do paiacutescompreende-se a magnitude do problema queestamos prestes a enfrentar Sendo assim esse eacutemomento de teacutecnicos repensarem suas accedilotildees eatuarem conscientizando os integrantes do sistemaprodutivo para que a sustentabilidade da cultura noEstado natildeo seja ameaccedilada

Portanto o objetivo deste documento eacute fornecerinformaccedilotildees baacutesicas sobre a identificaccedilatildeo do bicudodo algodoeiro aspectos de sua biologia sistema de

amostragem e taacuteticas de controle visando subsidiaras accedilotildees de conviacutevio com a praga

2 Histoacuterico de ocorrecircncia da praga nosEUA

Historicamente existem registros de um tipo debicudo que atacava algodatildeo antes de 1890 Umespeacutecime adulto foi encontrado em algodatildeoGossypium hirsutum L em um fragmento de maccedilatildeoriunda de Oaxaca Meacutexico em escavaccedilotildees datadasde 900 DC Natildeo existem registros do potencialcausador de injuacuteria do bicudo na literatura antes demeados de 1800 O bicudo do algodoeiro foi descritopor C H Boheman em 1843 como Anthonomusgrandis a partir de um adulto coletado entre 1831 e1835 e denominado ldquoVeracruzrdquo sem hospedeiroregistrado

Jaacute em 1893 agricultores do Sul do Texas relatarama existecircncia de uma nova praga do algodoeiro epediram assistecircncia ao Departamento de Agriculturados Estados Unidos (USDA) O USDA enviou umentomologista para examinar as aacutereas infestadas daregiatildeo e aacutereas adjacentes no Meacutexico Os relatoacuteriosresultantes deste exame inicial enfatizavam que apraga em questatildeo era o bicudo do algodoeiro ealertavam para os riscos decorrentes da ampladispersatildeo da praga pelas as aacutereas de cultivo doalgodoeiro localizadas no Sul daquele paiacutes

O bicudo do algodoeiro jaacute vinha ocasionando danosconsideraacuteveis ao algodoeiro em algumas partes dolower rio grande valley na eacutepoca em que foidetectado em 1892 Investigaccedilotildees preliminaresdescreviam a aacuterea infestada histoacuteria de vida ehaacutebitos do inseto e sugeriam recomendaccedilotildees paraseu controle que incluiacuteam a destruiccedilatildeo de soqueirasao fim do cultivo (visando reduzir a populaccedilatildeomigrante) e a necessidade de se estabeleceremzonas sem o cultivo de algodatildeo em torno da aacutereainfestada visando prevenir a expansatildeo geograacuteficaadicional da praga A medida que o bicudo doalgodoeiro se dispersou pelos algodoais dos EstadosUnidos outras alternativas que permitissem oconviacutevio com a praga foram recomendadas O USDAsugeria a destruiccedilatildeo antecipada de soqueirasdurante o outono a fim de privar o inseto desuprimento alimentar e de siacutetios de oviposiccedilatildeoforam desenvolvidos equipamentos para coleta deadultos alguns agricultores buscaram alternativaspara tentar destruir a praga utilizando cinzascalcaacuterio caldas como London purple Paris greenaleacutem de iscas contendo melaccedilo mais uma substacircnciatoacutexica Vaacuterias comunidades do Texas promoveramcataccedilatildeo manual de bicudos chegando a pagar-se 10a 50 centavos de doacutelar100 bicudos capturados

Fig 1 Aacutereas de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boh Coleoptera Curculionidae)no Estado do Mato GrossoFonte Indea (2004)

3Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Muitos entomologistas acreditavam que o bicudo doalgodoeiro eventualmente alcanccedilaria o norte dosEstados Unidos Em 1903 foi implementado umplano visando estabelecer uma aacuterea sem o cultivo dealgodatildeo em torno do oeste da Louisiana Nestaeacutepoca 32 da regiatildeo do cotton belt dos EstadosUnidos jaacute se encontrava infestada pela praga e obicudo do algodoeiro havia se tornado a principalpraga do algodatildeo naquele paiacutes Em 1903 foramestabelecidos programas demonstrativosdirecionados aos agricultores visando fomentar aadoccedilatildeo de controle efetivo contra o bicudo doalgodoeiro sendo que estes programaspossibilitaram mais tarde a geraccedilatildeo dos sistemasdesenvolvidos pelo Serviccedilo Cooperativo de Extensatildeoos quais satildeo utilizados ateacute hoje

Em 1906 a dispersatildeo do bicudo do algodoeiroultrapassou o limite oeste do estado do MississipiAlguns entomologistas acreditavam que o RioMississipi representava uma barreira natural agravedispersatildeo do bicudo poreacutem em 1907 umentomologista do USDA descobriu que o bicudohavia suplantado esta barreira em vaacuterios pontos Em1922 foram encontradas populaccedilotildees de bicudo emaacutereas de produccedilatildeo de algodatildeo localizadas no Nortedos Estados Unidos (como por exemplo no estado daVirginia)

Alguns autores relataram que apoacutes 1894 o bicudodo algodoeiro aumentava sua faixa de ocorrecircncia emtorno de 40 a 160 milhasano apesar de em muitoscasos as condiccedilotildees predominantes de invernoocasionarem uma grande reduccedilatildeo na densidadepopulacional da praga Em 1922 87 da regiatildeo docotton belt que contribuiacutea com 96 do total defibra produzida naquele local estava infestada peloinseto

A dispersatildeo do bicudo pelo Sul dos Estados Unidosocasionou uma desvalorizaccedilatildeo das terras localizadasna regiatildeo Muitas aacutereas com tradiccedilatildeo de cultivo natildeoconseguiram mais alcanccedilar produtividadesemelhante agravequela obtida antes da ocorrecircncia doinseto Apoacutes a dispersatildeo do bicudo para o Sul dosEstados Unidos onde se concentravam aacutereas dealtas produtividades alguns centros de produccedilatildeodesapareceram enquanto outros foram substituiacutedospor novas aacutereas A medida que o inseto migrava emdireccedilatildeo ao Atlacircntico os estados que se localizavama Leste da infestaccedilatildeo se beneficiavam da reduzidaproduccedilatildeo de algodatildeo nos estados do Centro-Sul Asporccedilotildees semi-aacuteridas do Texas e de Oklahoma setornaram as maiores produtoras de algodatildeo nestaeacutepoca jaacute que nestas aacutereas o bicudo era menosdestrutivo aleacutem da cultura demandar menor

comprometimento de tempo e recursos para seucultivo Apoacutes a infestaccedilatildeo generalizada das lavourasalgodoeiras localizadas no Sul dos Estados Unidosmuitas mudanccedilas no sistema produtivo da culturaocorreram Enquanto no Oeste do paiacutes a presenccedila desolos feacuterteis e menores danos ocasionados pelobicudo em decorrecircncia do clima mais seco favoreciao cultivo as menores temperaturas associadas aoinverno do Norte do paiacutes atuava suprimindo aspopulaccedilotildees de bicudo na entressafra Comoconsequecircncia a distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de algodatildeofoi totalmente alterada nos Estados Unidos fazendocom que regiotildees anteriormente sem tradiccedilatildeo decultivo se tornassem importantes produtoras Essefoi o caso por exemplo do vale do Tennesselocalizado no Norte de Alabama que alcanccedilou anona posiccedilatildeo dentre 10 aacutereas de produccedilatildeo entre1904 a 1914 tornando-se contudo o terceiroprodutor entre 1914 a 1924

A alteraccedilatildeo no ranking de produccedilatildeo de algodatildeo aniacutevel estadual foi ainda mais pronunciada com 27municiacutepios localizados na regiatildeo do delta e aacutereasadjacentes do Noroeste do Mississippi dobrando suaposiccedilatildeo meacutedia em relaccedilatildeo agrave anteriormenteverificada Os fardotildees produzidos nesta regiatildeoaumentaram de 585000 durante 1905-1909 para12 milhotildees durante 1943-1947 A produccedilatildeo dorestante do Estado decresceu agrave metade no mesmoperiacuteodo caindo de 718000 para 350000 fardotildeesproduzidos

Muito provavelmente o centro de produccedilatildeoalgodoeira dos Estados Unidos teria sido alterado emdireccedilatildeo ao Oeste com o tempo poreacutem a ocorrecircnciado bicudo acelerou este processo As aacutereas deproduccedilatildeo de algodatildeo do Texas e de Oklahoma foramduplicadas no periacuteodo compreendido entre 1910 e1930 Adicionalmente verificou-se um aumentocombinado da ordem de 40 no cultivo realizadopelos Estados do Mississippi Arkansas e Louisianaenquanto as aacutereas de cultivo do Alabama daGeoacutergia da Carolina do Sul e da Carolina do Norteaumentaram somente em 5

Novas aacutereas passaram a ser colonizadas pela pragaa partir de 1953 quando foram detectadasinfestaccedilotildees iniciais de bicudo no Texas A partir de1961 ocorreu uma notaacutevel disseminaccedilatildeo do insetopara aacutereas localizadas nos high plains do Texas(planiacutecies elevadas ou de maior altitude) Essesrelatos indicaram ter havido uma possiacutevel adaptaccedilatildeodo bicudo agraves aacutereas mais secas do oeste algo queocorreu durante o iniacutecio dos anos 80 quando asinfestaccedilotildees tornaram-se estabelecidas no sudestedos vales deseacuterticos do Arizona Califoacuternia e Meacutexico

4 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

21 Histoacuterico das fases de controle do bicudo nosEUA

a) Biologia e Manejo

A principal medida decorrente das investigaccedilotildeesiniciais envolvendo a biologia e manejo do bicudo foia implementaccedilatildeo de um sistema de supressatildeo multi-componente No iniacutecio de 1920 os cientistasenvolvidos com o problema do bicudo jaacute haviamgerado informaccedilatildeo suficiente para formar o nuacutecleode um programa multifacetado de manejo do bicudobaseado em princiacutepios de ecologia aplicada Astaacuteticas especiacuteficas empregadas para favorecer oescape da cultura do ataque do bicudo envolviam autilizaccedilatildeo de variedades precoces associadas agravedestruiccedilatildeo dos restos culturais medidas que aindasatildeo consideradas como componentes-chave nossistemas atuais de manejo da praga O conceito deldquocultura armadilhardquo foi introduzido mais tarde poralguns cientistas e objetivava obter controle sobre obicudo no iniacutecio da estaccedilatildeo de cultivo A pesquisacientiacutefica demonstrou ainda que a queima controladae a limpeza dos locais de oviposiccedilatildeo que pudessemser favoraacuteveis a diapausa do inseto constituiacuteam-seem medidas eficientes na reduccedilatildeo das populaccedilotildees dapraga A uacuteltima medida eacute provavelmente a quemais contribuiu para um decliacutenio nos niacuteveispopulacionais do bicudo no Delta do Mississippi apartir de 1950

b) Periacuteodo do Arseniato de Caacutelcio

A descoberta de que o poacute do arseniato de caacutelciopossibilitava controle efetivo de populaccedilotildees dobicudo foi considerada um grande avanccedilo emrelaccedilatildeo ao controle de insetos do algodoeiro Vaacuteriosexperimentos demonstraram que a aplicaccedilatildeo dearseniato de caacutelcio a cada 4 a 5 dias a partir daconstataccedilatildeo de 15-20 de bototildees danificados ateacute amaturidade das maccedilatildes protegeria o algodoeiro dosdanos impostos pela praga A descobertasubsequente de que o arseniato de caacutelcio poderia serrapidamente aplicado atraveacutes de aviotildees sem quehouvesse perda da efetividade de controle do insetodeu iniacutecio a uma fase na qual o controle de insetosque atacavam o algodoeiro foi estabelecido combase no excessivo uso de inseticidas Comoconsequumlecircncia dessas accedilotildees o uso intensivo doarseniato de caacutelcio levou a constataccedilatildeo de efeitosindesejaacuteveis tais como destruiccedilatildeo de inimigosnaturais de insetos-praga com consequumlenteerupccedilotildeesressurgecircncias mais frequumlentes de pragascomo Helicoverpa (Heliothis) zea (Boddie)(Lepidoptera Noctuidae) e Aphis gossypii (Glover)(Hemiptera Aphididae)

c) Introduccedilatildeo do Conceito de Niacutevel de Controle (NC)

Logo apoacutes a demonstraccedilatildeo da efetividade doarseniato de caacutelcio alguns cientistas sugeriram quea amostragem seguida do tratamento quandonecessaacuterio forneceria um meacutetodo mais econocircmicode utilizaccedilatildeo da nova tecnologia de controle quiacutemicoSendo assim a amostragem tornou-se chave nomanejo de pragas do algodoeiro O advento dosurgimento dos inseticidas clorados e asconsequumlentes erupccedilotildees decorrentes do ataque dobicudo que ocorreram entre 1949 e 1950facilitaram o uso generalizado da amostragem noalgodoeiro A utilizaccedilatildeo de amostragens paraavaliaccedilatildeo das populaccedilotildees de pragas e a adoccedilatildeo doconceito de NC pelos agricultores da regiatildeo docotton belt levaram a disseminaccedilatildeo do conceito demanejo integrado de pragas (MIP) a partir de 1970

d) Inseticidas Orgacircnicos Sinteacuteticos

O uso generalizado desses inseticidas logo apoacutes asegunda guerra mundial revolucionou rapidamenteas atitudes predominantes agrave eacutepoca e as praacuteticasadotadas por agricultores e entomologistas emrelaccedilatildeo ao controle de insetos-praga do algodoeiroPela primeira vez a partir da introduccedilatildeo do DDTseguida pela disponibilizaccedilatildeo do benzeno hexacloridotoxafeno clordane aldrin heptaclor dieldrin endrine outros inseticidas considerados baratos ealtamente efetivos eram disponibilizados para ocombate de pragas do algodoeiro

O sucesso inicial obtido a partir do uso dessa novaclasse de quiacutemicos foram considerados tatildeo bons queos sistemas de produccedilatildeo de algodatildeo foramradicalmente modificados a fim de obter-se omaacuteximo de vantagem da nova tecnologia Em tornodo iniacutecio de 1950 muitos dos agricultores do Sul dosEstados Unidos jaacute haviam adotado um programa deaplicaccedilatildeo de inseticidas a intervalos regulares ouconstantes Os tratamentos iniciavam-se a partir daemergecircncia das placircntulas e prolongavam-se ateacute amaturidade da cultura Logo a adoccedilatildeo de umtratamento intensivo da cultura atraveacutes da utilizaccedilatildeode inseticidas funcionava como a aquisiccedilatildeo de umldquosegurordquo para o cultivo o qual possuiacutea acaracteriacutestica de ser barato confiaacutevel e favorecer oalto retorno Os princiacutepios ecoloacutegicos de regulaccedilatildeodas populaccedilotildees de insetos que haviam sido efetivoscontra o bicudo e outras pragas por vaacuterios anosforam rapidamente esquecidos ou completamenteignorados por quase duas deacutecadas pela maioria dosagricultores e entomologistas

Subsequumlentemente compostos fosforados tais comoparathion parathion metiacutelico azinphosmethyl

5Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

demeton e compostos carbamatos tais comocarbaryl (Sevin) foram desenvolvidos e largamenteutilizados sempre em combinaccedilatildeo comorganoclorados A filosofia que prevalecia entatildeo eraa de exploraccedilatildeo da tecnologia de controle quiacutemico amedida que novos e mais complexos problemasenvolvendo as pragas do algodoeiro surgiam

Alguns autores haviam observado jaacute na eacutepoca dautilizaccedilatildeo do arseniato de caacutelcio a ocorrecircncia deerupccedilotildees de pragas secundaacuterias do algodoeiro emresposta ao uso intensivo desse composto Osproblemas decorrentes do ataque de H zea porexemplo eram muito mais frequentes em lavourastratadas com arseniato de caacutelcio do que naquelasnatildeo tratadas Mais tarde ficou comprovado que ouso de inseticidas podia ocasionar o aumento dainfestaccedilatildeo de H zea devido a mortalidade deinimigos naturais da praga Similarmente aressurgecircncia do pulgatildeo do algodoeiro que ocorria emdecorrecircncia do uso do arseniato de caacutelcio para ocontrole de bicudo era devido a mortalidade deagentes de controle bioloacutegico

Muitas observaccedilotildees sugeriam que os novosinseticidas orgacircnicos eram altamente toacutexicos a umaampla variedade de artroacutepodes inclusive agraves espeacuteciesnatildeo-praga Logo apoacutes a sua utilizaccedilatildeo em largaescala verificou-se a ressurgecircncia de populaccedilotildees depragas bem como a emergecircncia de novas pragasAlguns anos apoacutes a introduccedilatildeo e uso em larga escalados inseticidas orgacircnicos sinteacuteticos em lavourasalgodoeiras H zea teve seu status de pragaalterado de ocorrecircncia ocasional (secundaacuteria) parapraga-chave infestando anualmente lavouraslocalizadas na regiatildeo do cotton belt Durante omesmo periacuteodo Heliothis virescens (Fabricius)(Lepidoptera Noctuidae) saiu da relativa obscuridadepara tornar-se a principal praga do algodoeiroAacutecaros ateacute entatildeo desconhecidos como pragas doalgodoeiro na maior parte do cotton belt tambeacutemadquiriram o status de praga em vaacuterios pontosdaquela regiatildeo Outros artroacutepodes-praga tambeacutemseguiram o mesmo padratildeo como consequumlecircncia douso indiscriminado de inseticidas orgacircnicossinteacuteticos

O uso de misturas de inseticidas resolveutemporariamente os problemas resultantes damudanccedila no status de praga de vaacuterias espeacutecies deartroacutepodes A filosofia predominante no controle depragas nesta eacutepoca era a de adicionar outroinseticida ao tanque de pulverizaccedilatildeo a medida queum novo problema em relaccedilatildeo a alguma pragasurgisse

Cerca de cinco anos apoacutes a adoccedilatildeo dos inseticidasdo grupo dos organoclorados nas lavourasalgodoeiras um problema ainda mais seacuterio comeccediloua ser verificado a evoluccedilatildeo de populaccedilotildeesresistentes do curuquerecirc do algodoeiro e do pulgatildeodo algodoeiro Natildeo se atribuiu importacircncia a estefenocircmeno ateacute a constataccedilatildeo de resistecircncia ainseticidas do grupo dos organoclorados empopulaccedilotildees do bicudo oriundas da Louisiana em1955 No caso do bicudo a principal mudanccedilaocorrida em decorrecircncia da constataccedilatildeo deresistecircncia foi o aumento no uso de misturas deinseticidas ou a substituiccedilatildeo total dos organocloradospara os organofosforados Cabe ressaltar que nuncahouve detecccedilatildeo de linhagens resistentes do bicudodo algodoeiro a inseticidas do grupo dosorganofosforados sendo que esse eacute o motivo peloqual representantes dessa classe de inseticidas aindasatildeo largamente empregados no manejo dessa pragaateacute hoje

e) Evoluccedilatildeo do conceito de MIP

O conceito enfatizava a integraccedilatildeo de taacuteticas decontrole bioloacutegico e quiacutemico a fim de contornar oproblema advindo do ataque de pragas Ele recebeuespecial atenccedilatildeo a partir da constataccedilatildeo dofenocircmeno da resistecircncia de pragas a inseticidasressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias aleacutem dos problemas ambientaisA proposta inicial do manejo de pragas consideravaque todas as possiacuteveis taacuteticas disponiacuteveis ao conviacuteviocom as pragas deveriam ser avaliadas sendoposteriormente consolidadas em programasunificados delineados para manejar as populaccedilotildees depragas de tal forma que o dano econocircmico fosseevitado e os efeitos adversos sobre o ambienteminimizados

f) Introduccedilatildeo dos inseticidas piretroacuteides

Os piretroacuteides foram introduzidos como uma novaclasse de inseticidas no mercado algodoeiro dosEstados Unidos em 1978 Eles ofereciam boasperspectivas ao controle de pragas por seremaltamente efetivos particularmente contra H zea eH virescens aleacutem de natildeo possuiacuterem os problemasambientais associados a outras classes de pesticidasorgacircnicos A partir da introduccedilatildeo destes compostosobteve-se pela primeira vez na histoacuteria do cultivo doalgodoeiro controle altamente efetivo de pragasassociado a ausecircncia de efeitos ambientais dversos

Devido aos muitos atributos positivos dos piretroacuteidesaumentou-se a dependecircncia nessa classe dequiacutemicos natildeo somente para o controle de pragas no

6 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agroecossistema algodoeiro como tambeacutem emoutros agroecossistemas cujas culturas eramhospedeiras de pragas do algodatildeo Aleacutem disso asimplicidade do manejo de pragas condicionada aouso de piretroacuteides levou ao retorno da situaccedilatildeo deaplicaccedilatildeo de inseticidas por todo o ciclo de cultivocomo prevalecia entre 1950 e 1960 O uso em largaescala ameaccedilou a existecircncia a longo prazo dessaclasse de pesticidas como ferramentas efetivas domanejo de pragas do algodoeiro Linhagens de H zearesistentes aos piretroacuteides surgiram em muitasregiotildees produtoras dos Estados Unidos em respostaa intensiva pressatildeo de seleccedilatildeo dos programas demanejo de pragas O retorno a alternativas decontrole de pragas que fossem eficientes incluindoestrateacutegias de manejo de resistecircncia a piretroacuteidestornou-se uma necessidade devido ao pequenoarsenal de inseticidas disponiacuteveis ao manejo depragas naquela eacutepoca

g) Erradicaccedilatildeo do bicudo

A eliminaccedilatildeo do bicudo da regiatildeo do cotton belt dosEstados Unidos tornou-se o principal objetivo dosentomologistas e da induacutestria cotoniacutecola apoacutes apraga ter entrado no Texas no final de 1800 Asprimeiras tentativas de erradicaccedilatildeo falharam pois atecnologia necessaacuteria natildeo estava disponiacutevel naquelaeacutepoca Sendo assim o conceito de erradicaccedilatildeo dobicudo permaneceu em estado latente por cerca de50 anos

O sucesso na erradicaccedilatildeo da praga Cochliomyiahominovorax (Coquerel) (Diptera Calliphoridae) dosudeste dos Estados Unidos e a detecccedilatildeo delinhagens de bicudo resistentes resistentes aclorados e oriundas do meio-sul dos Estados Unidosfez com que o conceito de erradicaccedilatildeo ressurgissemais uma vez Em 1958 durante o encontro anualdo Conselho Nacional de Algodatildeo declarou-se obicudo como inimigo nuacutemero um da produccedilatildeo dealgodatildeo assinalando-se a necessidade de um esforccediloredobrado para a erradicaccedilatildeo da praga Essaresoluccedilatildeo resultou em investimento para acontruccedilatildeo do Laboratoacuterio de Pesquisa do Bicudo(Estado de Mississipi Mississipi) Esse laboratoacuteriodesenvolveu e refinou vaacuterias tecnologias as quaisforam implementadas atraveacutes de testes deerradicaccedilatildeo-piloto

Oslash O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudo(PBWEE)

O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudoteve duraccedilatildeo de trecircs anos (1971-1973) e foidelineado para determinar a efetividade da teacutecnica

empregada e a facilidade operacional em se eliminaruma populaccedilatildeo de bicudo de uma aacuterea preacute-determinada atraveacutes do uso de teacutecnicas desupressatildeo populacionais O PBWEE foi conduzidoconjuntamente por entidades estaduais e federais noSul do Mississipi Os resultados obtidos a partir daimplantaccedilatildeo do PBWEE foram inconclusivos jaacute queadultos do bicudo foram encontrados em armadilhascontendo feromocircnio dentro da aacuterea coberta peloprograma e natildeo havia uma forma de garantir aorigem destes insetos A conclusatildeo geral foi que atecnologia baacutesica necessaacuteria para se alcanccedilar aerradicaccedilatildeo requeria melhorias em vaacuterias aacutereas eque demonstraccedilotildees adicionais deveriam serconduzidas em uma regiatildeo com maior isolamento

Oslash A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET)

A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET) foiconduzida no norte da Carolina do Norte e aacutereasadjacentes da Virginia de 1978 a 1980 parademonstrar conclusivamente que a erradicaccedilatildeo dobicudo era tecnicamente possiacutevel A aacuterea escolhidapossibilitava o grau de isolamento desejado O BWETfoi um programa que obteve ecircxito uma vez que osresultados indicaram que era altamente provaacutevel(niacutevel de probabilidade de 09983) que a populaccedilatildeonativa de bicudo tivesse sido erradicada da aacuterea sobavaliaccedilatildeo Apesar do algodatildeo da Carolina do Norte edo Sul ser considerado atualmente livre de bicudoele eacute continuamente monitorado de tal forma amanter este status O programa foi implementadotambeacutem em outras aacutereas tais como na Geoacutergia nosul do Alabama e na Floacuterida estando atualmentenos estaacutegios finais de erradicaccedilatildeo do bicudo comouma praga econocircmica

Oslash Programa de Erradicaccedilatildeo do Bicudo do Beltwide

O sucesso alcanccedilado com a tentativa de erradicaccedilatildeodo bicudo forneceu um incentivo a ampliaccedilatildeo doprograma de erradicaccedilatildeo da Carolina do Norte paraoutras regiotildees O programa passou pelas Carolinasatingiu a Georgia Floacuterida e o sudeste do AlabamaEnquanto a eliminaccedilatildeo total (erradicaccedilatildeo) dasespeacutecies parece improvaacutevel os resultados ebenefiacutecios obtidos da tentativa de erradicaccedilatildeo dobicudo confirmam que o manejo total da populaccedilatildeoem uma ampla regiatildeo geograacutefica pode constituir-seem uma excelente estrateacutegia de manejo a serempregada

Programas de erradicaccedilatildeo do bicudo tambeacutem foraminiciados no oeste dos Estados Unidos ao mesmotempo em que se promovia a ampliaccedilatildeo dosprogramas jaacute existentes As populaccedilotildees do bicudo

7Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

foram dramaticamente reduzidas no oeste (Arizonae Califoacuternia) e o inseto natildeo eacute mais visto como umapraga econocircmica nestas regiotildees

3 Histoacuterico de ocorrecircncia da praga noBrasil

31 Introduccedilatildeo da praga no paiacutes

No Brasil a ocorrecircncia inicial de bicudo foiconstatada nas proximidades de Jaguariuacutena eCampinas em fevereiro de 1983 sendoposteriormente detectada sua presenccedila na Paraiacutebaem julho do mesmo ano Alguns autores sugeremque o bicudo presente no Brasil pode ter sidointroduzido a partir dos Estados Unidos nordeste doMeacutexico Haiti Repuacuteblica Dominicana Venezuela ouColocircmbia Todavia algumas evidecircncias sugerem queo bicudo introduzido no Brasil em Satildeo Paulo sejaproveniente do sudeste dos Estados Unidos tendosido introduzido no paiacutes possivelmente por aviatildeo enatildeo por expansatildeo natural do inseto jaacute que ainfestaccedilatildeo inicial foi localizada em algodoaisproacuteximos ao Aeroporto Internacional de Cumbicaem Satildeo Paulo Jaacute a infestaccedilatildeo que ocorreu noNordeste (em Ingaacute na Paraiacuteba) foi provavelmenteresultado de uma importaccedilatildeo acidental de aacutereasinfestadas de Satildeo Paulo e natildeo da expansatildeo naturaldo inseto

32 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Meridionaldo Brasil

Os primeiros campos infestados no Brasil quando daintroduccedilatildeo da praga em Satildeo Paulo foramconstatados nos municiacutepios de CampinasJaguariuacutena Santo Antocircnio da Posse AmericanaPiracicaba Tietecirc e Tatuiacute No final da safra 19831984 o bicudo jaacute ocorria em quase todas as regiotildeesprodutoras de algodatildeo de Satildeo Paulo e no iniacutecio dasafra de 198485 todos os campos de algodatildeo de 83municiacutepios paulistas estavam infestados pelo bicudo(aacuterea infestada de aproximadamente 100000 ha)Apoacutes quatro anos da introduccedilatildeo da praga no Estadode Satildeo Paulo (safra 198788) todos os municiacutepiosprodutores de algodatildeo se encontravam infestadospelo bicudo

Em Minas Gerais as primeiras infestaccedilotildees foramdetectadas no final da safra 198485 nosmuniciacutepios vizinhos ao Estado de Satildeo Paulo Comona safra seguinte o governo do Estado proibiu oplantio de algodatildeo nestes municiacutepios essa medidalimitou a disseminaccedilatildeo da praga para o sul norte enordeste de Minas Gerais

As primeiras infestaccedilotildees de bicudo detectadas noParanaacute ocorreram em Barra do Jacareacute e Maringaacuteem maio de 1987 Trecircs anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(safra 199091) mais de 90 da aacuterea cultivadacom algodatildeo no Paranaacute estava infestada pela praga

Em Mato Grosso do Sul os primeiros focos do insetoforam detectados em Taquarussu e Bataipora emfevereiro de 1990 dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(1992) o bicudo jaacute se encontrava disseminado portodas as regiotildees produtoras do Estado

No Mato Grosso o bicudo foi constatadoinicialmente em junho de 1993 em MirassolDrsquoOeste e Caacuteceres sendo disseminadoposteriormente para os municiacutepios da regiatildeo deRondonoacutepolis por intermeacutedio do intercacircmbio desacarias usadas na regiatildeo de Satildeo Paulo e reutilizadasno Estado de Mato Grosso Mesmo decorridos vaacuteriosanos apoacutes sua introduccedilatildeo no Estado sua ocorrecircnciapermaneceu restrita ateacute 2001 agravequeles municiacutepiospioneiros no cultivo do algodatildeo A partir daiacuteconstatatou-se sua expansatildeo para dois novosmuniciacutepios Campo Verde e Dom Aquinodisseminando-se posteriormente e de forma muitoraacutepida para Primavera do Leste Poxoreacuteo SantoAntocircnio do Leste e Novo Satildeo Joaquim

Em Goiaacutes a ocorrecircncia inicial do bicudo foidetectada nos municiacutepios de Itumbiara CachoeiraDourada Inaciolacircndia e Panamaacute em 20 de maio de1996 Dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial (safra 199899) a aacuterea infestada jaacute correspondia a 85 da aacutereacultivada

Com isso verifica-se que de 1983 a 1993 mais de90 das aacutereas localizadas na Regiatildeo Meridional doBrasil foram infestadas pelo bicudo

33 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Setentrionaldo Brasil

As infestaccedilotildees iniciais do bicudo na aacutereaSetentrional do Brasil foram verificadas no Estadoda Paraiacuteba municiacutepio de Ingaacute em 4 de julho de1983 Em dezembro do mesmo ano mais de 90da aacuterea cultivada com o algodoeiro no agreste daParaiacuteba jaacute se encontrava infestada pelo bicudo

Jaacute em Pernambuco a primeira constataccedilatildeo doinseto deu-se em julho de 1983 no municiacutepio deToritama Acredita-se que estas infestaccedilotildees foramdecorrentes da dispersatildeo natural do inseto a partirde aacutereas infestadas do agreste da Paraiacuteba Dois anos

8 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

apoacutes em 1985 o inseto jaacute ocorria em lavouras detodo o Estado

No Rio Grande do Norte as primeiras infestaccedilotildeespor bicudo foram constatadas em 23 de julho de1984 um ano apoacutes a constataccedilatildeo inicial do insetona Paraiacuteba A ocorrecircncia foi associada agraves aacutereaslocalizadas no seridoacute do Rio Grande do Norteacreditando-se que a introduccedilatildeo nestas aacutereas foifeita a partir do seridoacute da Paraiacuteba No final de 1985todas as regiotildees produtoras de algodatildeo do Estado jaacutese encontravam infestadas Neste mesmo anoverificou-se a presenccedila irrestrita do inseto em aacutereaslocalizadas no sul do Cearaacute possivelmente oriundosdo sertatildeo da Paraiacuteba ou do Rio Grande do NorteDois anos apoacutes (1987) o inseto jaacute ocorria em todosos municiacutepios produtores de algodatildeo do Estado

Em 1986 detectou-se a presenccedila do bicudo naregiatildeo agreste do Estado de Alagoas no municiacutepiode Juazeiro na Bahia nas regiotildees sul e norte do Piauiacutee no Maranhatildeo Um ano apoacutes sua introduccedilatildeo nestesEstados detectou-se que o inseto havia sedisseminado por todas as aacutereas produtoras dosEstados do Piauiacute e do Maranhatildeo

No Paraacute a infestaccedilatildeo de cultivos do algodoeiro pelobicudo soacute ocorreu na deacutecada de 90 possivelmenteintroduzidos por imigrantes nordestinos quando daimplantaccedilatildeo de algumas aacutereas agriacutecolas

4 Identificaccedilatildeo e Biologia

O adulto do bicudo eacute um besouro de coloraccedilatildeomarrom avermelhado a cinza escuro variando suacoloraccedilatildeo de acordo com a idade do inseto Bicudoscom tegumento (pele) de cor preta podem ocorrerporeacutem essa linhagem natildeo eacute comum no campo Obesouro mede em torno de 7 mm de comprimentovariando de 4 a 8 mm O tamanho do inseto eacuteinfluenciado pela condiccedilatildeo nutricional do alimento(bototildees florais ou maccedilatildes)

O rostro (bico) alcanccedila cerca de metade do tamanhodo resto do seu corpo estando as peccedilas bucaislocalizadas no aacutepice do rostro com mandiacutebulasbastante desenvolvidas Lateralmente ao bico ficamlocalizadas as antenas Pode-se distinguir o bicudode outros curculioniacutedeos atraveacutes de um par deespinhos localizado em cada perna dianteira (Figura2) O bicudo eacute frequumlentemente encontrado nosbototildees florais e com grande atividade alimentar ereprodutiva entre no periacuteodo das 9 horas da manhatildeagraves 17 horas ou seja nas horas mais quentes do dia

As fecircmeas receacutem-emergidas precisam se alimentarpor 3 a 5 dias antes de iniciarem a postura Apoacuteseste periacuteodo ovipositam preferencialmente embototildees florais flores e maccedilatildes do algodatildeo Sendoassim considera-se como o periacuteodo de maiorsuscetibilidade da cultura ao ataque da praga aquelecompreendido pelo aparecimento do primeiro botatildeofloral (em torno de 60 a 70 dias apoacutes a emergecircncia)ateacute a colheita (entre 180 a 200 dias da emergecircncia)(Figura 3) A fecircmea deposita apenas um ovo pororifiacutecio feito com o bico sendo a cavidadeposteriormente fechada por uma secreccedilatildeogelatinosa (Figura 4 a) Os ovos satildeo brilhantes emedem cerca de 08 mm de comprimento por 05mm de largura Cada fecircmea coloca cerca de 6 ovospor dia totalizando 100 a 300 ovos colocadosdurante seu ciclo de vida O periacuteodo de incubaccedilatildeovaria de 3 a 4 dias sendo que proacuteximo agrave eclosatildeo eacutepossiacutevel perceber a cabeccedila da larva atraveacutes dacasca do ovo As larvas satildeo brancas de cabeccedilamarron-clara e sem pernas apresentando de 5 mm a

Fig 2 Adulto do bicudo com seta indicandocaracteriacutestica diferenciadora da espeacutecie presenccedila deespinhos nas pernas anteriores (fecircmur)Fonte Insectimages 2004

Fig 3 Estaacutegios de desenvolvimento do algodoeiroFonte Nakano et al 1981

9Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

10 mm de comprimento (Figura 4 b) e formato deldquoCrdquo A ausecircncia de pernas permite distinguir a larvadeste inseto de outros insetos que tambeacutem atacam amaccedilatilde A fase larval dura de 7 a 12 dias periacuteodo emque as larvas alimentam-se de todo o interior dobotatildeo que cai ao solo em uma semana A larvaconstroacutei uma cacircmara com as proacuteprias estruturasatacadas onde se transforma em pupa (Figura 4 c)Esta eacute semelhante ao adulto podendo visualizar-se obico e os outros apecircndices ligados ao corpo atraveacutesde uma membrana transparente Apoacutes 3 a 5 diastransformam-se em adultos que apresentam umalongevidade de 20 a 40 dias O ciclo de ovo a adultovaria de 11 a 67 dias e dependendo das condiccedilotildeesde temperatura podem ocorrer ateacute 7 geraccedilotildees

adultos necessaacuterios para causar dano econocircmico eacuterelativamente baixo alguns autores detectaram quepopulaccedilotildees de 14 25 50 e 100 bicudos receacutem-saiacutedos da diapausaacre (04 ha) eram capazes dedanificar 0 28 46 66 e 83 dos bototildeesdisponiacuteveis respectivamente enquanto adultos desegunda geraccedilatildeo danificaram de 84 a 96 dosbototildees Outros estudos relatam que mais de 50dos bototildees apresentavam puncturas quando apopulaccedilatildeo F1 excedia 1000 indiviacuteduosacre (04ha) e que mais de 80 dos bototildees apresentavampuncturas quando a populaccedilatildeo excedia 2000indiviacuteduosacre (04 ha) O bicudo do algodoeiro sealimenta e oviposita do botatildeo floral e fruto doalgodatildeo sendo sua injuacuteria facilmente detectaacutevel

durante o ano Durante o periacuteodo de entressafra osadultos migram para abrigos naturais e entram emdiapausa por um periacuteodo de 150 a 180 dias

5 Danos

Quando os bicudos entram em uma lavouraalgodoeira colonizando-a a partir de locais onde osinsetos estavam em diapausa ou atraveacutes damigraccedilatildeo o nuacutemero necessaacuterio de indiviacuteduos paracausar dano econocircmico depende de fatores taiscomo condiccedilotildees fisioloacutegicas da planta hospedeiraestaacutegio fenoloacutegico e condiccedilotildees ambientais Afecundidade (nuacutemero de ovosfecircmea) eacute maior nasfecircmeas de primeira geraccedilatildeo do que nas fecircmeas maistardias principalmente devido a maturidade daplanta e a reduccedilatildeo no nuacutemero de bototildees disponiacuteveisagrave oviposiccedilatildeo das fecircmeas acasaladas tardiamente Astaxas de incremento da populaccedilatildeo por geraccedilatildeo temsido estimadas em torno de 1 a 96 vezesdependendo das condiccedilotildees ambientais O nuacutemero de

Fig 5 Detalhe da alimentaccedilatildeo dos adultos do bicudomostrando ldquofezes amarelicidasrestos de gratildeo de poacutelenrdquoao redor do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo Fonte Insectimages2004

Fig 6 Adulto do bicudo perfurando do botatildeo floralatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 4 Fases do ciclo de vida do bicudo (a) botatildeo comsintoma de oviposiccedilatildeo (b) larva (c) pupa (d) adultoperfurando botatildeo floralFonte Insectimages 2004

10 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Periacuteodos chuvosos favorecem o desenvolvimento dapraga uma vez que a umidade existente conserva osbototildees atacados por um periacuteodo maior permitindomelhor desenvolvimento das larvas em seu interiorPor outro lado se ocorre seca os bototildees ao caiacuteremsatildeo expostos agrave dessecaccedilatildeo e as altas temperaturasdo solo ocorrendo elevadas taxas de mortalidadelarval elevadas Um outro fator que prejudica odesenvolvimento larval sob condiccedilotildees de estiagemeacute a falta de alimento adequado uma vez que osubstrato torna-se ressecado

6 MonitoramentoAmostragem e Tomadade Decisatildeo

O meacutetodo de monitoramento utilizado paraamostragem do bicudo do algodoeiro varia de acordocom o estaacutegio de desenvolvimento da cultura e visaauxiliar na tomada de decisatildeo de controlar ou natildeo apopulaccedilatildeo da praga presente no campo No iniacutecio docultivo as armadilhas de feromocircnio satildeo usadas paradetectar os adultos do bicudo que venham acolonizar a lavoura A eficiecircncia da armadilha eacuteinversamente proporcional ao niacutevel populacional epode ser de 100 antes dos bototildees estaremdisponiacuteveis e com populaccedilotildees de menos que 1bicudo4 ha Deve-se instalar as armadilhascontendo o feromocircnio do bicudo (glandlure) o maiscedo possiacutevel e no maacuteximo por ocasiatildeo do plantioApoacutes a instalaccedilatildeo das armadilhas deve-seinspecionaacute-las semanalmente e determinar o nuacutemero

Fig 7 Adulto do bicudo perfurando base de uma maccedilatildeatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 8 Botatildeo danificado contendo larva emdesenvolvimento em seu interiorFonte Insectimages 2004

Ambos os sexos realizam pequenos orifiacutecios nobotatildeo floral e no fruto sendo que fezes amareladasnormalmente satildeo detectadas em torno da aacuterea dealimentaccedilatildeo (Figura 5 6 e 7) As fecircmeasovipositam dentro dos orifiacutecios que eacute selado com asfezes solidificadas e o fluiacutedo do seu trato excretor Amaioria dos bototildees contendo puncturas deoviposiccedilatildeo raramente abriratildeo e muitos sofreratildeoabcisatildeo da planta em cerca de oito dias enquantomaccedilatildes mais desenvolvidas podem permanecer naplanta e apresentar loacuteculos danificados (Figuras 8 e9) onde os ovos foram depositados e as larvas sedesenvolveram

Fig 9 Maccedilatilde contendo loacuteculo danificado onde larva eoupupa do bicudo-do-algodoeiro se desenvolvemFonte Insectimages 2004

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

Foto

C

S

Bas

tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 3: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

3Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Muitos entomologistas acreditavam que o bicudo doalgodoeiro eventualmente alcanccedilaria o norte dosEstados Unidos Em 1903 foi implementado umplano visando estabelecer uma aacuterea sem o cultivo dealgodatildeo em torno do oeste da Louisiana Nestaeacutepoca 32 da regiatildeo do cotton belt dos EstadosUnidos jaacute se encontrava infestada pela praga e obicudo do algodoeiro havia se tornado a principalpraga do algodatildeo naquele paiacutes Em 1903 foramestabelecidos programas demonstrativosdirecionados aos agricultores visando fomentar aadoccedilatildeo de controle efetivo contra o bicudo doalgodoeiro sendo que estes programaspossibilitaram mais tarde a geraccedilatildeo dos sistemasdesenvolvidos pelo Serviccedilo Cooperativo de Extensatildeoos quais satildeo utilizados ateacute hoje

Em 1906 a dispersatildeo do bicudo do algodoeiroultrapassou o limite oeste do estado do MississipiAlguns entomologistas acreditavam que o RioMississipi representava uma barreira natural agravedispersatildeo do bicudo poreacutem em 1907 umentomologista do USDA descobriu que o bicudohavia suplantado esta barreira em vaacuterios pontos Em1922 foram encontradas populaccedilotildees de bicudo emaacutereas de produccedilatildeo de algodatildeo localizadas no Nortedos Estados Unidos (como por exemplo no estado daVirginia)

Alguns autores relataram que apoacutes 1894 o bicudodo algodoeiro aumentava sua faixa de ocorrecircncia emtorno de 40 a 160 milhasano apesar de em muitoscasos as condiccedilotildees predominantes de invernoocasionarem uma grande reduccedilatildeo na densidadepopulacional da praga Em 1922 87 da regiatildeo docotton belt que contribuiacutea com 96 do total defibra produzida naquele local estava infestada peloinseto

A dispersatildeo do bicudo pelo Sul dos Estados Unidosocasionou uma desvalorizaccedilatildeo das terras localizadasna regiatildeo Muitas aacutereas com tradiccedilatildeo de cultivo natildeoconseguiram mais alcanccedilar produtividadesemelhante agravequela obtida antes da ocorrecircncia doinseto Apoacutes a dispersatildeo do bicudo para o Sul dosEstados Unidos onde se concentravam aacutereas dealtas produtividades alguns centros de produccedilatildeodesapareceram enquanto outros foram substituiacutedospor novas aacutereas A medida que o inseto migrava emdireccedilatildeo ao Atlacircntico os estados que se localizavama Leste da infestaccedilatildeo se beneficiavam da reduzidaproduccedilatildeo de algodatildeo nos estados do Centro-Sul Asporccedilotildees semi-aacuteridas do Texas e de Oklahoma setornaram as maiores produtoras de algodatildeo nestaeacutepoca jaacute que nestas aacutereas o bicudo era menosdestrutivo aleacutem da cultura demandar menor

comprometimento de tempo e recursos para seucultivo Apoacutes a infestaccedilatildeo generalizada das lavourasalgodoeiras localizadas no Sul dos Estados Unidosmuitas mudanccedilas no sistema produtivo da culturaocorreram Enquanto no Oeste do paiacutes a presenccedila desolos feacuterteis e menores danos ocasionados pelobicudo em decorrecircncia do clima mais seco favoreciao cultivo as menores temperaturas associadas aoinverno do Norte do paiacutes atuava suprimindo aspopulaccedilotildees de bicudo na entressafra Comoconsequecircncia a distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de algodatildeofoi totalmente alterada nos Estados Unidos fazendocom que regiotildees anteriormente sem tradiccedilatildeo decultivo se tornassem importantes produtoras Essefoi o caso por exemplo do vale do Tennesselocalizado no Norte de Alabama que alcanccedilou anona posiccedilatildeo dentre 10 aacutereas de produccedilatildeo entre1904 a 1914 tornando-se contudo o terceiroprodutor entre 1914 a 1924

A alteraccedilatildeo no ranking de produccedilatildeo de algodatildeo aniacutevel estadual foi ainda mais pronunciada com 27municiacutepios localizados na regiatildeo do delta e aacutereasadjacentes do Noroeste do Mississippi dobrando suaposiccedilatildeo meacutedia em relaccedilatildeo agrave anteriormenteverificada Os fardotildees produzidos nesta regiatildeoaumentaram de 585000 durante 1905-1909 para12 milhotildees durante 1943-1947 A produccedilatildeo dorestante do Estado decresceu agrave metade no mesmoperiacuteodo caindo de 718000 para 350000 fardotildeesproduzidos

Muito provavelmente o centro de produccedilatildeoalgodoeira dos Estados Unidos teria sido alterado emdireccedilatildeo ao Oeste com o tempo poreacutem a ocorrecircnciado bicudo acelerou este processo As aacutereas deproduccedilatildeo de algodatildeo do Texas e de Oklahoma foramduplicadas no periacuteodo compreendido entre 1910 e1930 Adicionalmente verificou-se um aumentocombinado da ordem de 40 no cultivo realizadopelos Estados do Mississippi Arkansas e Louisianaenquanto as aacutereas de cultivo do Alabama daGeoacutergia da Carolina do Sul e da Carolina do Norteaumentaram somente em 5

Novas aacutereas passaram a ser colonizadas pela pragaa partir de 1953 quando foram detectadasinfestaccedilotildees iniciais de bicudo no Texas A partir de1961 ocorreu uma notaacutevel disseminaccedilatildeo do insetopara aacutereas localizadas nos high plains do Texas(planiacutecies elevadas ou de maior altitude) Essesrelatos indicaram ter havido uma possiacutevel adaptaccedilatildeodo bicudo agraves aacutereas mais secas do oeste algo queocorreu durante o iniacutecio dos anos 80 quando asinfestaccedilotildees tornaram-se estabelecidas no sudestedos vales deseacuterticos do Arizona Califoacuternia e Meacutexico

4 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

21 Histoacuterico das fases de controle do bicudo nosEUA

a) Biologia e Manejo

A principal medida decorrente das investigaccedilotildeesiniciais envolvendo a biologia e manejo do bicudo foia implementaccedilatildeo de um sistema de supressatildeo multi-componente No iniacutecio de 1920 os cientistasenvolvidos com o problema do bicudo jaacute haviamgerado informaccedilatildeo suficiente para formar o nuacutecleode um programa multifacetado de manejo do bicudobaseado em princiacutepios de ecologia aplicada Astaacuteticas especiacuteficas empregadas para favorecer oescape da cultura do ataque do bicudo envolviam autilizaccedilatildeo de variedades precoces associadas agravedestruiccedilatildeo dos restos culturais medidas que aindasatildeo consideradas como componentes-chave nossistemas atuais de manejo da praga O conceito deldquocultura armadilhardquo foi introduzido mais tarde poralguns cientistas e objetivava obter controle sobre obicudo no iniacutecio da estaccedilatildeo de cultivo A pesquisacientiacutefica demonstrou ainda que a queima controladae a limpeza dos locais de oviposiccedilatildeo que pudessemser favoraacuteveis a diapausa do inseto constituiacuteam-seem medidas eficientes na reduccedilatildeo das populaccedilotildees dapraga A uacuteltima medida eacute provavelmente a quemais contribuiu para um decliacutenio nos niacuteveispopulacionais do bicudo no Delta do Mississippi apartir de 1950

b) Periacuteodo do Arseniato de Caacutelcio

A descoberta de que o poacute do arseniato de caacutelciopossibilitava controle efetivo de populaccedilotildees dobicudo foi considerada um grande avanccedilo emrelaccedilatildeo ao controle de insetos do algodoeiro Vaacuteriosexperimentos demonstraram que a aplicaccedilatildeo dearseniato de caacutelcio a cada 4 a 5 dias a partir daconstataccedilatildeo de 15-20 de bototildees danificados ateacute amaturidade das maccedilatildes protegeria o algodoeiro dosdanos impostos pela praga A descobertasubsequente de que o arseniato de caacutelcio poderia serrapidamente aplicado atraveacutes de aviotildees sem quehouvesse perda da efetividade de controle do insetodeu iniacutecio a uma fase na qual o controle de insetosque atacavam o algodoeiro foi estabelecido combase no excessivo uso de inseticidas Comoconsequumlecircncia dessas accedilotildees o uso intensivo doarseniato de caacutelcio levou a constataccedilatildeo de efeitosindesejaacuteveis tais como destruiccedilatildeo de inimigosnaturais de insetos-praga com consequumlenteerupccedilotildeesressurgecircncias mais frequumlentes de pragascomo Helicoverpa (Heliothis) zea (Boddie)(Lepidoptera Noctuidae) e Aphis gossypii (Glover)(Hemiptera Aphididae)

c) Introduccedilatildeo do Conceito de Niacutevel de Controle (NC)

Logo apoacutes a demonstraccedilatildeo da efetividade doarseniato de caacutelcio alguns cientistas sugeriram quea amostragem seguida do tratamento quandonecessaacuterio forneceria um meacutetodo mais econocircmicode utilizaccedilatildeo da nova tecnologia de controle quiacutemicoSendo assim a amostragem tornou-se chave nomanejo de pragas do algodoeiro O advento dosurgimento dos inseticidas clorados e asconsequumlentes erupccedilotildees decorrentes do ataque dobicudo que ocorreram entre 1949 e 1950facilitaram o uso generalizado da amostragem noalgodoeiro A utilizaccedilatildeo de amostragens paraavaliaccedilatildeo das populaccedilotildees de pragas e a adoccedilatildeo doconceito de NC pelos agricultores da regiatildeo docotton belt levaram a disseminaccedilatildeo do conceito demanejo integrado de pragas (MIP) a partir de 1970

d) Inseticidas Orgacircnicos Sinteacuteticos

O uso generalizado desses inseticidas logo apoacutes asegunda guerra mundial revolucionou rapidamenteas atitudes predominantes agrave eacutepoca e as praacuteticasadotadas por agricultores e entomologistas emrelaccedilatildeo ao controle de insetos-praga do algodoeiroPela primeira vez a partir da introduccedilatildeo do DDTseguida pela disponibilizaccedilatildeo do benzeno hexacloridotoxafeno clordane aldrin heptaclor dieldrin endrine outros inseticidas considerados baratos ealtamente efetivos eram disponibilizados para ocombate de pragas do algodoeiro

O sucesso inicial obtido a partir do uso dessa novaclasse de quiacutemicos foram considerados tatildeo bons queos sistemas de produccedilatildeo de algodatildeo foramradicalmente modificados a fim de obter-se omaacuteximo de vantagem da nova tecnologia Em tornodo iniacutecio de 1950 muitos dos agricultores do Sul dosEstados Unidos jaacute haviam adotado um programa deaplicaccedilatildeo de inseticidas a intervalos regulares ouconstantes Os tratamentos iniciavam-se a partir daemergecircncia das placircntulas e prolongavam-se ateacute amaturidade da cultura Logo a adoccedilatildeo de umtratamento intensivo da cultura atraveacutes da utilizaccedilatildeode inseticidas funcionava como a aquisiccedilatildeo de umldquosegurordquo para o cultivo o qual possuiacutea acaracteriacutestica de ser barato confiaacutevel e favorecer oalto retorno Os princiacutepios ecoloacutegicos de regulaccedilatildeodas populaccedilotildees de insetos que haviam sido efetivoscontra o bicudo e outras pragas por vaacuterios anosforam rapidamente esquecidos ou completamenteignorados por quase duas deacutecadas pela maioria dosagricultores e entomologistas

Subsequumlentemente compostos fosforados tais comoparathion parathion metiacutelico azinphosmethyl

5Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

demeton e compostos carbamatos tais comocarbaryl (Sevin) foram desenvolvidos e largamenteutilizados sempre em combinaccedilatildeo comorganoclorados A filosofia que prevalecia entatildeo eraa de exploraccedilatildeo da tecnologia de controle quiacutemico amedida que novos e mais complexos problemasenvolvendo as pragas do algodoeiro surgiam

Alguns autores haviam observado jaacute na eacutepoca dautilizaccedilatildeo do arseniato de caacutelcio a ocorrecircncia deerupccedilotildees de pragas secundaacuterias do algodoeiro emresposta ao uso intensivo desse composto Osproblemas decorrentes do ataque de H zea porexemplo eram muito mais frequentes em lavourastratadas com arseniato de caacutelcio do que naquelasnatildeo tratadas Mais tarde ficou comprovado que ouso de inseticidas podia ocasionar o aumento dainfestaccedilatildeo de H zea devido a mortalidade deinimigos naturais da praga Similarmente aressurgecircncia do pulgatildeo do algodoeiro que ocorria emdecorrecircncia do uso do arseniato de caacutelcio para ocontrole de bicudo era devido a mortalidade deagentes de controle bioloacutegico

Muitas observaccedilotildees sugeriam que os novosinseticidas orgacircnicos eram altamente toacutexicos a umaampla variedade de artroacutepodes inclusive agraves espeacuteciesnatildeo-praga Logo apoacutes a sua utilizaccedilatildeo em largaescala verificou-se a ressurgecircncia de populaccedilotildees depragas bem como a emergecircncia de novas pragasAlguns anos apoacutes a introduccedilatildeo e uso em larga escalados inseticidas orgacircnicos sinteacuteticos em lavourasalgodoeiras H zea teve seu status de pragaalterado de ocorrecircncia ocasional (secundaacuteria) parapraga-chave infestando anualmente lavouraslocalizadas na regiatildeo do cotton belt Durante omesmo periacuteodo Heliothis virescens (Fabricius)(Lepidoptera Noctuidae) saiu da relativa obscuridadepara tornar-se a principal praga do algodoeiroAacutecaros ateacute entatildeo desconhecidos como pragas doalgodoeiro na maior parte do cotton belt tambeacutemadquiriram o status de praga em vaacuterios pontosdaquela regiatildeo Outros artroacutepodes-praga tambeacutemseguiram o mesmo padratildeo como consequumlecircncia douso indiscriminado de inseticidas orgacircnicossinteacuteticos

O uso de misturas de inseticidas resolveutemporariamente os problemas resultantes damudanccedila no status de praga de vaacuterias espeacutecies deartroacutepodes A filosofia predominante no controle depragas nesta eacutepoca era a de adicionar outroinseticida ao tanque de pulverizaccedilatildeo a medida queum novo problema em relaccedilatildeo a alguma pragasurgisse

Cerca de cinco anos apoacutes a adoccedilatildeo dos inseticidasdo grupo dos organoclorados nas lavourasalgodoeiras um problema ainda mais seacuterio comeccediloua ser verificado a evoluccedilatildeo de populaccedilotildeesresistentes do curuquerecirc do algodoeiro e do pulgatildeodo algodoeiro Natildeo se atribuiu importacircncia a estefenocircmeno ateacute a constataccedilatildeo de resistecircncia ainseticidas do grupo dos organoclorados empopulaccedilotildees do bicudo oriundas da Louisiana em1955 No caso do bicudo a principal mudanccedilaocorrida em decorrecircncia da constataccedilatildeo deresistecircncia foi o aumento no uso de misturas deinseticidas ou a substituiccedilatildeo total dos organocloradospara os organofosforados Cabe ressaltar que nuncahouve detecccedilatildeo de linhagens resistentes do bicudodo algodoeiro a inseticidas do grupo dosorganofosforados sendo que esse eacute o motivo peloqual representantes dessa classe de inseticidas aindasatildeo largamente empregados no manejo dessa pragaateacute hoje

e) Evoluccedilatildeo do conceito de MIP

O conceito enfatizava a integraccedilatildeo de taacuteticas decontrole bioloacutegico e quiacutemico a fim de contornar oproblema advindo do ataque de pragas Ele recebeuespecial atenccedilatildeo a partir da constataccedilatildeo dofenocircmeno da resistecircncia de pragas a inseticidasressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias aleacutem dos problemas ambientaisA proposta inicial do manejo de pragas consideravaque todas as possiacuteveis taacuteticas disponiacuteveis ao conviacuteviocom as pragas deveriam ser avaliadas sendoposteriormente consolidadas em programasunificados delineados para manejar as populaccedilotildees depragas de tal forma que o dano econocircmico fosseevitado e os efeitos adversos sobre o ambienteminimizados

f) Introduccedilatildeo dos inseticidas piretroacuteides

Os piretroacuteides foram introduzidos como uma novaclasse de inseticidas no mercado algodoeiro dosEstados Unidos em 1978 Eles ofereciam boasperspectivas ao controle de pragas por seremaltamente efetivos particularmente contra H zea eH virescens aleacutem de natildeo possuiacuterem os problemasambientais associados a outras classes de pesticidasorgacircnicos A partir da introduccedilatildeo destes compostosobteve-se pela primeira vez na histoacuteria do cultivo doalgodoeiro controle altamente efetivo de pragasassociado a ausecircncia de efeitos ambientais dversos

Devido aos muitos atributos positivos dos piretroacuteidesaumentou-se a dependecircncia nessa classe dequiacutemicos natildeo somente para o controle de pragas no

6 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agroecossistema algodoeiro como tambeacutem emoutros agroecossistemas cujas culturas eramhospedeiras de pragas do algodatildeo Aleacutem disso asimplicidade do manejo de pragas condicionada aouso de piretroacuteides levou ao retorno da situaccedilatildeo deaplicaccedilatildeo de inseticidas por todo o ciclo de cultivocomo prevalecia entre 1950 e 1960 O uso em largaescala ameaccedilou a existecircncia a longo prazo dessaclasse de pesticidas como ferramentas efetivas domanejo de pragas do algodoeiro Linhagens de H zearesistentes aos piretroacuteides surgiram em muitasregiotildees produtoras dos Estados Unidos em respostaa intensiva pressatildeo de seleccedilatildeo dos programas demanejo de pragas O retorno a alternativas decontrole de pragas que fossem eficientes incluindoestrateacutegias de manejo de resistecircncia a piretroacuteidestornou-se uma necessidade devido ao pequenoarsenal de inseticidas disponiacuteveis ao manejo depragas naquela eacutepoca

g) Erradicaccedilatildeo do bicudo

A eliminaccedilatildeo do bicudo da regiatildeo do cotton belt dosEstados Unidos tornou-se o principal objetivo dosentomologistas e da induacutestria cotoniacutecola apoacutes apraga ter entrado no Texas no final de 1800 Asprimeiras tentativas de erradicaccedilatildeo falharam pois atecnologia necessaacuteria natildeo estava disponiacutevel naquelaeacutepoca Sendo assim o conceito de erradicaccedilatildeo dobicudo permaneceu em estado latente por cerca de50 anos

O sucesso na erradicaccedilatildeo da praga Cochliomyiahominovorax (Coquerel) (Diptera Calliphoridae) dosudeste dos Estados Unidos e a detecccedilatildeo delinhagens de bicudo resistentes resistentes aclorados e oriundas do meio-sul dos Estados Unidosfez com que o conceito de erradicaccedilatildeo ressurgissemais uma vez Em 1958 durante o encontro anualdo Conselho Nacional de Algodatildeo declarou-se obicudo como inimigo nuacutemero um da produccedilatildeo dealgodatildeo assinalando-se a necessidade de um esforccediloredobrado para a erradicaccedilatildeo da praga Essaresoluccedilatildeo resultou em investimento para acontruccedilatildeo do Laboratoacuterio de Pesquisa do Bicudo(Estado de Mississipi Mississipi) Esse laboratoacuteriodesenvolveu e refinou vaacuterias tecnologias as quaisforam implementadas atraveacutes de testes deerradicaccedilatildeo-piloto

Oslash O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudo(PBWEE)

O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudoteve duraccedilatildeo de trecircs anos (1971-1973) e foidelineado para determinar a efetividade da teacutecnica

empregada e a facilidade operacional em se eliminaruma populaccedilatildeo de bicudo de uma aacuterea preacute-determinada atraveacutes do uso de teacutecnicas desupressatildeo populacionais O PBWEE foi conduzidoconjuntamente por entidades estaduais e federais noSul do Mississipi Os resultados obtidos a partir daimplantaccedilatildeo do PBWEE foram inconclusivos jaacute queadultos do bicudo foram encontrados em armadilhascontendo feromocircnio dentro da aacuterea coberta peloprograma e natildeo havia uma forma de garantir aorigem destes insetos A conclusatildeo geral foi que atecnologia baacutesica necessaacuteria para se alcanccedilar aerradicaccedilatildeo requeria melhorias em vaacuterias aacutereas eque demonstraccedilotildees adicionais deveriam serconduzidas em uma regiatildeo com maior isolamento

Oslash A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET)

A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET) foiconduzida no norte da Carolina do Norte e aacutereasadjacentes da Virginia de 1978 a 1980 parademonstrar conclusivamente que a erradicaccedilatildeo dobicudo era tecnicamente possiacutevel A aacuterea escolhidapossibilitava o grau de isolamento desejado O BWETfoi um programa que obteve ecircxito uma vez que osresultados indicaram que era altamente provaacutevel(niacutevel de probabilidade de 09983) que a populaccedilatildeonativa de bicudo tivesse sido erradicada da aacuterea sobavaliaccedilatildeo Apesar do algodatildeo da Carolina do Norte edo Sul ser considerado atualmente livre de bicudoele eacute continuamente monitorado de tal forma amanter este status O programa foi implementadotambeacutem em outras aacutereas tais como na Geoacutergia nosul do Alabama e na Floacuterida estando atualmentenos estaacutegios finais de erradicaccedilatildeo do bicudo comouma praga econocircmica

Oslash Programa de Erradicaccedilatildeo do Bicudo do Beltwide

O sucesso alcanccedilado com a tentativa de erradicaccedilatildeodo bicudo forneceu um incentivo a ampliaccedilatildeo doprograma de erradicaccedilatildeo da Carolina do Norte paraoutras regiotildees O programa passou pelas Carolinasatingiu a Georgia Floacuterida e o sudeste do AlabamaEnquanto a eliminaccedilatildeo total (erradicaccedilatildeo) dasespeacutecies parece improvaacutevel os resultados ebenefiacutecios obtidos da tentativa de erradicaccedilatildeo dobicudo confirmam que o manejo total da populaccedilatildeoem uma ampla regiatildeo geograacutefica pode constituir-seem uma excelente estrateacutegia de manejo a serempregada

Programas de erradicaccedilatildeo do bicudo tambeacutem foraminiciados no oeste dos Estados Unidos ao mesmotempo em que se promovia a ampliaccedilatildeo dosprogramas jaacute existentes As populaccedilotildees do bicudo

7Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

foram dramaticamente reduzidas no oeste (Arizonae Califoacuternia) e o inseto natildeo eacute mais visto como umapraga econocircmica nestas regiotildees

3 Histoacuterico de ocorrecircncia da praga noBrasil

31 Introduccedilatildeo da praga no paiacutes

No Brasil a ocorrecircncia inicial de bicudo foiconstatada nas proximidades de Jaguariuacutena eCampinas em fevereiro de 1983 sendoposteriormente detectada sua presenccedila na Paraiacutebaem julho do mesmo ano Alguns autores sugeremque o bicudo presente no Brasil pode ter sidointroduzido a partir dos Estados Unidos nordeste doMeacutexico Haiti Repuacuteblica Dominicana Venezuela ouColocircmbia Todavia algumas evidecircncias sugerem queo bicudo introduzido no Brasil em Satildeo Paulo sejaproveniente do sudeste dos Estados Unidos tendosido introduzido no paiacutes possivelmente por aviatildeo enatildeo por expansatildeo natural do inseto jaacute que ainfestaccedilatildeo inicial foi localizada em algodoaisproacuteximos ao Aeroporto Internacional de Cumbicaem Satildeo Paulo Jaacute a infestaccedilatildeo que ocorreu noNordeste (em Ingaacute na Paraiacuteba) foi provavelmenteresultado de uma importaccedilatildeo acidental de aacutereasinfestadas de Satildeo Paulo e natildeo da expansatildeo naturaldo inseto

32 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Meridionaldo Brasil

Os primeiros campos infestados no Brasil quando daintroduccedilatildeo da praga em Satildeo Paulo foramconstatados nos municiacutepios de CampinasJaguariuacutena Santo Antocircnio da Posse AmericanaPiracicaba Tietecirc e Tatuiacute No final da safra 19831984 o bicudo jaacute ocorria em quase todas as regiotildeesprodutoras de algodatildeo de Satildeo Paulo e no iniacutecio dasafra de 198485 todos os campos de algodatildeo de 83municiacutepios paulistas estavam infestados pelo bicudo(aacuterea infestada de aproximadamente 100000 ha)Apoacutes quatro anos da introduccedilatildeo da praga no Estadode Satildeo Paulo (safra 198788) todos os municiacutepiosprodutores de algodatildeo se encontravam infestadospelo bicudo

Em Minas Gerais as primeiras infestaccedilotildees foramdetectadas no final da safra 198485 nosmuniciacutepios vizinhos ao Estado de Satildeo Paulo Comona safra seguinte o governo do Estado proibiu oplantio de algodatildeo nestes municiacutepios essa medidalimitou a disseminaccedilatildeo da praga para o sul norte enordeste de Minas Gerais

As primeiras infestaccedilotildees de bicudo detectadas noParanaacute ocorreram em Barra do Jacareacute e Maringaacuteem maio de 1987 Trecircs anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(safra 199091) mais de 90 da aacuterea cultivadacom algodatildeo no Paranaacute estava infestada pela praga

Em Mato Grosso do Sul os primeiros focos do insetoforam detectados em Taquarussu e Bataipora emfevereiro de 1990 dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(1992) o bicudo jaacute se encontrava disseminado portodas as regiotildees produtoras do Estado

No Mato Grosso o bicudo foi constatadoinicialmente em junho de 1993 em MirassolDrsquoOeste e Caacuteceres sendo disseminadoposteriormente para os municiacutepios da regiatildeo deRondonoacutepolis por intermeacutedio do intercacircmbio desacarias usadas na regiatildeo de Satildeo Paulo e reutilizadasno Estado de Mato Grosso Mesmo decorridos vaacuteriosanos apoacutes sua introduccedilatildeo no Estado sua ocorrecircnciapermaneceu restrita ateacute 2001 agravequeles municiacutepiospioneiros no cultivo do algodatildeo A partir daiacuteconstatatou-se sua expansatildeo para dois novosmuniciacutepios Campo Verde e Dom Aquinodisseminando-se posteriormente e de forma muitoraacutepida para Primavera do Leste Poxoreacuteo SantoAntocircnio do Leste e Novo Satildeo Joaquim

Em Goiaacutes a ocorrecircncia inicial do bicudo foidetectada nos municiacutepios de Itumbiara CachoeiraDourada Inaciolacircndia e Panamaacute em 20 de maio de1996 Dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial (safra 199899) a aacuterea infestada jaacute correspondia a 85 da aacutereacultivada

Com isso verifica-se que de 1983 a 1993 mais de90 das aacutereas localizadas na Regiatildeo Meridional doBrasil foram infestadas pelo bicudo

33 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Setentrionaldo Brasil

As infestaccedilotildees iniciais do bicudo na aacutereaSetentrional do Brasil foram verificadas no Estadoda Paraiacuteba municiacutepio de Ingaacute em 4 de julho de1983 Em dezembro do mesmo ano mais de 90da aacuterea cultivada com o algodoeiro no agreste daParaiacuteba jaacute se encontrava infestada pelo bicudo

Jaacute em Pernambuco a primeira constataccedilatildeo doinseto deu-se em julho de 1983 no municiacutepio deToritama Acredita-se que estas infestaccedilotildees foramdecorrentes da dispersatildeo natural do inseto a partirde aacutereas infestadas do agreste da Paraiacuteba Dois anos

8 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

apoacutes em 1985 o inseto jaacute ocorria em lavouras detodo o Estado

No Rio Grande do Norte as primeiras infestaccedilotildeespor bicudo foram constatadas em 23 de julho de1984 um ano apoacutes a constataccedilatildeo inicial do insetona Paraiacuteba A ocorrecircncia foi associada agraves aacutereaslocalizadas no seridoacute do Rio Grande do Norteacreditando-se que a introduccedilatildeo nestas aacutereas foifeita a partir do seridoacute da Paraiacuteba No final de 1985todas as regiotildees produtoras de algodatildeo do Estado jaacutese encontravam infestadas Neste mesmo anoverificou-se a presenccedila irrestrita do inseto em aacutereaslocalizadas no sul do Cearaacute possivelmente oriundosdo sertatildeo da Paraiacuteba ou do Rio Grande do NorteDois anos apoacutes (1987) o inseto jaacute ocorria em todosos municiacutepios produtores de algodatildeo do Estado

Em 1986 detectou-se a presenccedila do bicudo naregiatildeo agreste do Estado de Alagoas no municiacutepiode Juazeiro na Bahia nas regiotildees sul e norte do Piauiacutee no Maranhatildeo Um ano apoacutes sua introduccedilatildeo nestesEstados detectou-se que o inseto havia sedisseminado por todas as aacutereas produtoras dosEstados do Piauiacute e do Maranhatildeo

No Paraacute a infestaccedilatildeo de cultivos do algodoeiro pelobicudo soacute ocorreu na deacutecada de 90 possivelmenteintroduzidos por imigrantes nordestinos quando daimplantaccedilatildeo de algumas aacutereas agriacutecolas

4 Identificaccedilatildeo e Biologia

O adulto do bicudo eacute um besouro de coloraccedilatildeomarrom avermelhado a cinza escuro variando suacoloraccedilatildeo de acordo com a idade do inseto Bicudoscom tegumento (pele) de cor preta podem ocorrerporeacutem essa linhagem natildeo eacute comum no campo Obesouro mede em torno de 7 mm de comprimentovariando de 4 a 8 mm O tamanho do inseto eacuteinfluenciado pela condiccedilatildeo nutricional do alimento(bototildees florais ou maccedilatildes)

O rostro (bico) alcanccedila cerca de metade do tamanhodo resto do seu corpo estando as peccedilas bucaislocalizadas no aacutepice do rostro com mandiacutebulasbastante desenvolvidas Lateralmente ao bico ficamlocalizadas as antenas Pode-se distinguir o bicudode outros curculioniacutedeos atraveacutes de um par deespinhos localizado em cada perna dianteira (Figura2) O bicudo eacute frequumlentemente encontrado nosbototildees florais e com grande atividade alimentar ereprodutiva entre no periacuteodo das 9 horas da manhatildeagraves 17 horas ou seja nas horas mais quentes do dia

As fecircmeas receacutem-emergidas precisam se alimentarpor 3 a 5 dias antes de iniciarem a postura Apoacuteseste periacuteodo ovipositam preferencialmente embototildees florais flores e maccedilatildes do algodatildeo Sendoassim considera-se como o periacuteodo de maiorsuscetibilidade da cultura ao ataque da praga aquelecompreendido pelo aparecimento do primeiro botatildeofloral (em torno de 60 a 70 dias apoacutes a emergecircncia)ateacute a colheita (entre 180 a 200 dias da emergecircncia)(Figura 3) A fecircmea deposita apenas um ovo pororifiacutecio feito com o bico sendo a cavidadeposteriormente fechada por uma secreccedilatildeogelatinosa (Figura 4 a) Os ovos satildeo brilhantes emedem cerca de 08 mm de comprimento por 05mm de largura Cada fecircmea coloca cerca de 6 ovospor dia totalizando 100 a 300 ovos colocadosdurante seu ciclo de vida O periacuteodo de incubaccedilatildeovaria de 3 a 4 dias sendo que proacuteximo agrave eclosatildeo eacutepossiacutevel perceber a cabeccedila da larva atraveacutes dacasca do ovo As larvas satildeo brancas de cabeccedilamarron-clara e sem pernas apresentando de 5 mm a

Fig 2 Adulto do bicudo com seta indicandocaracteriacutestica diferenciadora da espeacutecie presenccedila deespinhos nas pernas anteriores (fecircmur)Fonte Insectimages 2004

Fig 3 Estaacutegios de desenvolvimento do algodoeiroFonte Nakano et al 1981

9Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

10 mm de comprimento (Figura 4 b) e formato deldquoCrdquo A ausecircncia de pernas permite distinguir a larvadeste inseto de outros insetos que tambeacutem atacam amaccedilatilde A fase larval dura de 7 a 12 dias periacuteodo emque as larvas alimentam-se de todo o interior dobotatildeo que cai ao solo em uma semana A larvaconstroacutei uma cacircmara com as proacuteprias estruturasatacadas onde se transforma em pupa (Figura 4 c)Esta eacute semelhante ao adulto podendo visualizar-se obico e os outros apecircndices ligados ao corpo atraveacutesde uma membrana transparente Apoacutes 3 a 5 diastransformam-se em adultos que apresentam umalongevidade de 20 a 40 dias O ciclo de ovo a adultovaria de 11 a 67 dias e dependendo das condiccedilotildeesde temperatura podem ocorrer ateacute 7 geraccedilotildees

adultos necessaacuterios para causar dano econocircmico eacuterelativamente baixo alguns autores detectaram quepopulaccedilotildees de 14 25 50 e 100 bicudos receacutem-saiacutedos da diapausaacre (04 ha) eram capazes dedanificar 0 28 46 66 e 83 dos bototildeesdisponiacuteveis respectivamente enquanto adultos desegunda geraccedilatildeo danificaram de 84 a 96 dosbototildees Outros estudos relatam que mais de 50dos bototildees apresentavam puncturas quando apopulaccedilatildeo F1 excedia 1000 indiviacuteduosacre (04ha) e que mais de 80 dos bototildees apresentavampuncturas quando a populaccedilatildeo excedia 2000indiviacuteduosacre (04 ha) O bicudo do algodoeiro sealimenta e oviposita do botatildeo floral e fruto doalgodatildeo sendo sua injuacuteria facilmente detectaacutevel

durante o ano Durante o periacuteodo de entressafra osadultos migram para abrigos naturais e entram emdiapausa por um periacuteodo de 150 a 180 dias

5 Danos

Quando os bicudos entram em uma lavouraalgodoeira colonizando-a a partir de locais onde osinsetos estavam em diapausa ou atraveacutes damigraccedilatildeo o nuacutemero necessaacuterio de indiviacuteduos paracausar dano econocircmico depende de fatores taiscomo condiccedilotildees fisioloacutegicas da planta hospedeiraestaacutegio fenoloacutegico e condiccedilotildees ambientais Afecundidade (nuacutemero de ovosfecircmea) eacute maior nasfecircmeas de primeira geraccedilatildeo do que nas fecircmeas maistardias principalmente devido a maturidade daplanta e a reduccedilatildeo no nuacutemero de bototildees disponiacuteveisagrave oviposiccedilatildeo das fecircmeas acasaladas tardiamente Astaxas de incremento da populaccedilatildeo por geraccedilatildeo temsido estimadas em torno de 1 a 96 vezesdependendo das condiccedilotildees ambientais O nuacutemero de

Fig 5 Detalhe da alimentaccedilatildeo dos adultos do bicudomostrando ldquofezes amarelicidasrestos de gratildeo de poacutelenrdquoao redor do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo Fonte Insectimages2004

Fig 6 Adulto do bicudo perfurando do botatildeo floralatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 4 Fases do ciclo de vida do bicudo (a) botatildeo comsintoma de oviposiccedilatildeo (b) larva (c) pupa (d) adultoperfurando botatildeo floralFonte Insectimages 2004

10 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Periacuteodos chuvosos favorecem o desenvolvimento dapraga uma vez que a umidade existente conserva osbototildees atacados por um periacuteodo maior permitindomelhor desenvolvimento das larvas em seu interiorPor outro lado se ocorre seca os bototildees ao caiacuteremsatildeo expostos agrave dessecaccedilatildeo e as altas temperaturasdo solo ocorrendo elevadas taxas de mortalidadelarval elevadas Um outro fator que prejudica odesenvolvimento larval sob condiccedilotildees de estiagemeacute a falta de alimento adequado uma vez que osubstrato torna-se ressecado

6 MonitoramentoAmostragem e Tomadade Decisatildeo

O meacutetodo de monitoramento utilizado paraamostragem do bicudo do algodoeiro varia de acordocom o estaacutegio de desenvolvimento da cultura e visaauxiliar na tomada de decisatildeo de controlar ou natildeo apopulaccedilatildeo da praga presente no campo No iniacutecio docultivo as armadilhas de feromocircnio satildeo usadas paradetectar os adultos do bicudo que venham acolonizar a lavoura A eficiecircncia da armadilha eacuteinversamente proporcional ao niacutevel populacional epode ser de 100 antes dos bototildees estaremdisponiacuteveis e com populaccedilotildees de menos que 1bicudo4 ha Deve-se instalar as armadilhascontendo o feromocircnio do bicudo (glandlure) o maiscedo possiacutevel e no maacuteximo por ocasiatildeo do plantioApoacutes a instalaccedilatildeo das armadilhas deve-seinspecionaacute-las semanalmente e determinar o nuacutemero

Fig 7 Adulto do bicudo perfurando base de uma maccedilatildeatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 8 Botatildeo danificado contendo larva emdesenvolvimento em seu interiorFonte Insectimages 2004

Ambos os sexos realizam pequenos orifiacutecios nobotatildeo floral e no fruto sendo que fezes amareladasnormalmente satildeo detectadas em torno da aacuterea dealimentaccedilatildeo (Figura 5 6 e 7) As fecircmeasovipositam dentro dos orifiacutecios que eacute selado com asfezes solidificadas e o fluiacutedo do seu trato excretor Amaioria dos bototildees contendo puncturas deoviposiccedilatildeo raramente abriratildeo e muitos sofreratildeoabcisatildeo da planta em cerca de oito dias enquantomaccedilatildes mais desenvolvidas podem permanecer naplanta e apresentar loacuteculos danificados (Figuras 8 e9) onde os ovos foram depositados e as larvas sedesenvolveram

Fig 9 Maccedilatilde contendo loacuteculo danificado onde larva eoupupa do bicudo-do-algodoeiro se desenvolvemFonte Insectimages 2004

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

Foto

C

S

Bas

tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 4: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

4 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

21 Histoacuterico das fases de controle do bicudo nosEUA

a) Biologia e Manejo

A principal medida decorrente das investigaccedilotildeesiniciais envolvendo a biologia e manejo do bicudo foia implementaccedilatildeo de um sistema de supressatildeo multi-componente No iniacutecio de 1920 os cientistasenvolvidos com o problema do bicudo jaacute haviamgerado informaccedilatildeo suficiente para formar o nuacutecleode um programa multifacetado de manejo do bicudobaseado em princiacutepios de ecologia aplicada Astaacuteticas especiacuteficas empregadas para favorecer oescape da cultura do ataque do bicudo envolviam autilizaccedilatildeo de variedades precoces associadas agravedestruiccedilatildeo dos restos culturais medidas que aindasatildeo consideradas como componentes-chave nossistemas atuais de manejo da praga O conceito deldquocultura armadilhardquo foi introduzido mais tarde poralguns cientistas e objetivava obter controle sobre obicudo no iniacutecio da estaccedilatildeo de cultivo A pesquisacientiacutefica demonstrou ainda que a queima controladae a limpeza dos locais de oviposiccedilatildeo que pudessemser favoraacuteveis a diapausa do inseto constituiacuteam-seem medidas eficientes na reduccedilatildeo das populaccedilotildees dapraga A uacuteltima medida eacute provavelmente a quemais contribuiu para um decliacutenio nos niacuteveispopulacionais do bicudo no Delta do Mississippi apartir de 1950

b) Periacuteodo do Arseniato de Caacutelcio

A descoberta de que o poacute do arseniato de caacutelciopossibilitava controle efetivo de populaccedilotildees dobicudo foi considerada um grande avanccedilo emrelaccedilatildeo ao controle de insetos do algodoeiro Vaacuteriosexperimentos demonstraram que a aplicaccedilatildeo dearseniato de caacutelcio a cada 4 a 5 dias a partir daconstataccedilatildeo de 15-20 de bototildees danificados ateacute amaturidade das maccedilatildes protegeria o algodoeiro dosdanos impostos pela praga A descobertasubsequente de que o arseniato de caacutelcio poderia serrapidamente aplicado atraveacutes de aviotildees sem quehouvesse perda da efetividade de controle do insetodeu iniacutecio a uma fase na qual o controle de insetosque atacavam o algodoeiro foi estabelecido combase no excessivo uso de inseticidas Comoconsequumlecircncia dessas accedilotildees o uso intensivo doarseniato de caacutelcio levou a constataccedilatildeo de efeitosindesejaacuteveis tais como destruiccedilatildeo de inimigosnaturais de insetos-praga com consequumlenteerupccedilotildeesressurgecircncias mais frequumlentes de pragascomo Helicoverpa (Heliothis) zea (Boddie)(Lepidoptera Noctuidae) e Aphis gossypii (Glover)(Hemiptera Aphididae)

c) Introduccedilatildeo do Conceito de Niacutevel de Controle (NC)

Logo apoacutes a demonstraccedilatildeo da efetividade doarseniato de caacutelcio alguns cientistas sugeriram quea amostragem seguida do tratamento quandonecessaacuterio forneceria um meacutetodo mais econocircmicode utilizaccedilatildeo da nova tecnologia de controle quiacutemicoSendo assim a amostragem tornou-se chave nomanejo de pragas do algodoeiro O advento dosurgimento dos inseticidas clorados e asconsequumlentes erupccedilotildees decorrentes do ataque dobicudo que ocorreram entre 1949 e 1950facilitaram o uso generalizado da amostragem noalgodoeiro A utilizaccedilatildeo de amostragens paraavaliaccedilatildeo das populaccedilotildees de pragas e a adoccedilatildeo doconceito de NC pelos agricultores da regiatildeo docotton belt levaram a disseminaccedilatildeo do conceito demanejo integrado de pragas (MIP) a partir de 1970

d) Inseticidas Orgacircnicos Sinteacuteticos

O uso generalizado desses inseticidas logo apoacutes asegunda guerra mundial revolucionou rapidamenteas atitudes predominantes agrave eacutepoca e as praacuteticasadotadas por agricultores e entomologistas emrelaccedilatildeo ao controle de insetos-praga do algodoeiroPela primeira vez a partir da introduccedilatildeo do DDTseguida pela disponibilizaccedilatildeo do benzeno hexacloridotoxafeno clordane aldrin heptaclor dieldrin endrine outros inseticidas considerados baratos ealtamente efetivos eram disponibilizados para ocombate de pragas do algodoeiro

O sucesso inicial obtido a partir do uso dessa novaclasse de quiacutemicos foram considerados tatildeo bons queos sistemas de produccedilatildeo de algodatildeo foramradicalmente modificados a fim de obter-se omaacuteximo de vantagem da nova tecnologia Em tornodo iniacutecio de 1950 muitos dos agricultores do Sul dosEstados Unidos jaacute haviam adotado um programa deaplicaccedilatildeo de inseticidas a intervalos regulares ouconstantes Os tratamentos iniciavam-se a partir daemergecircncia das placircntulas e prolongavam-se ateacute amaturidade da cultura Logo a adoccedilatildeo de umtratamento intensivo da cultura atraveacutes da utilizaccedilatildeode inseticidas funcionava como a aquisiccedilatildeo de umldquosegurordquo para o cultivo o qual possuiacutea acaracteriacutestica de ser barato confiaacutevel e favorecer oalto retorno Os princiacutepios ecoloacutegicos de regulaccedilatildeodas populaccedilotildees de insetos que haviam sido efetivoscontra o bicudo e outras pragas por vaacuterios anosforam rapidamente esquecidos ou completamenteignorados por quase duas deacutecadas pela maioria dosagricultores e entomologistas

Subsequumlentemente compostos fosforados tais comoparathion parathion metiacutelico azinphosmethyl

5Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

demeton e compostos carbamatos tais comocarbaryl (Sevin) foram desenvolvidos e largamenteutilizados sempre em combinaccedilatildeo comorganoclorados A filosofia que prevalecia entatildeo eraa de exploraccedilatildeo da tecnologia de controle quiacutemico amedida que novos e mais complexos problemasenvolvendo as pragas do algodoeiro surgiam

Alguns autores haviam observado jaacute na eacutepoca dautilizaccedilatildeo do arseniato de caacutelcio a ocorrecircncia deerupccedilotildees de pragas secundaacuterias do algodoeiro emresposta ao uso intensivo desse composto Osproblemas decorrentes do ataque de H zea porexemplo eram muito mais frequentes em lavourastratadas com arseniato de caacutelcio do que naquelasnatildeo tratadas Mais tarde ficou comprovado que ouso de inseticidas podia ocasionar o aumento dainfestaccedilatildeo de H zea devido a mortalidade deinimigos naturais da praga Similarmente aressurgecircncia do pulgatildeo do algodoeiro que ocorria emdecorrecircncia do uso do arseniato de caacutelcio para ocontrole de bicudo era devido a mortalidade deagentes de controle bioloacutegico

Muitas observaccedilotildees sugeriam que os novosinseticidas orgacircnicos eram altamente toacutexicos a umaampla variedade de artroacutepodes inclusive agraves espeacuteciesnatildeo-praga Logo apoacutes a sua utilizaccedilatildeo em largaescala verificou-se a ressurgecircncia de populaccedilotildees depragas bem como a emergecircncia de novas pragasAlguns anos apoacutes a introduccedilatildeo e uso em larga escalados inseticidas orgacircnicos sinteacuteticos em lavourasalgodoeiras H zea teve seu status de pragaalterado de ocorrecircncia ocasional (secundaacuteria) parapraga-chave infestando anualmente lavouraslocalizadas na regiatildeo do cotton belt Durante omesmo periacuteodo Heliothis virescens (Fabricius)(Lepidoptera Noctuidae) saiu da relativa obscuridadepara tornar-se a principal praga do algodoeiroAacutecaros ateacute entatildeo desconhecidos como pragas doalgodoeiro na maior parte do cotton belt tambeacutemadquiriram o status de praga em vaacuterios pontosdaquela regiatildeo Outros artroacutepodes-praga tambeacutemseguiram o mesmo padratildeo como consequumlecircncia douso indiscriminado de inseticidas orgacircnicossinteacuteticos

O uso de misturas de inseticidas resolveutemporariamente os problemas resultantes damudanccedila no status de praga de vaacuterias espeacutecies deartroacutepodes A filosofia predominante no controle depragas nesta eacutepoca era a de adicionar outroinseticida ao tanque de pulverizaccedilatildeo a medida queum novo problema em relaccedilatildeo a alguma pragasurgisse

Cerca de cinco anos apoacutes a adoccedilatildeo dos inseticidasdo grupo dos organoclorados nas lavourasalgodoeiras um problema ainda mais seacuterio comeccediloua ser verificado a evoluccedilatildeo de populaccedilotildeesresistentes do curuquerecirc do algodoeiro e do pulgatildeodo algodoeiro Natildeo se atribuiu importacircncia a estefenocircmeno ateacute a constataccedilatildeo de resistecircncia ainseticidas do grupo dos organoclorados empopulaccedilotildees do bicudo oriundas da Louisiana em1955 No caso do bicudo a principal mudanccedilaocorrida em decorrecircncia da constataccedilatildeo deresistecircncia foi o aumento no uso de misturas deinseticidas ou a substituiccedilatildeo total dos organocloradospara os organofosforados Cabe ressaltar que nuncahouve detecccedilatildeo de linhagens resistentes do bicudodo algodoeiro a inseticidas do grupo dosorganofosforados sendo que esse eacute o motivo peloqual representantes dessa classe de inseticidas aindasatildeo largamente empregados no manejo dessa pragaateacute hoje

e) Evoluccedilatildeo do conceito de MIP

O conceito enfatizava a integraccedilatildeo de taacuteticas decontrole bioloacutegico e quiacutemico a fim de contornar oproblema advindo do ataque de pragas Ele recebeuespecial atenccedilatildeo a partir da constataccedilatildeo dofenocircmeno da resistecircncia de pragas a inseticidasressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias aleacutem dos problemas ambientaisA proposta inicial do manejo de pragas consideravaque todas as possiacuteveis taacuteticas disponiacuteveis ao conviacuteviocom as pragas deveriam ser avaliadas sendoposteriormente consolidadas em programasunificados delineados para manejar as populaccedilotildees depragas de tal forma que o dano econocircmico fosseevitado e os efeitos adversos sobre o ambienteminimizados

f) Introduccedilatildeo dos inseticidas piretroacuteides

Os piretroacuteides foram introduzidos como uma novaclasse de inseticidas no mercado algodoeiro dosEstados Unidos em 1978 Eles ofereciam boasperspectivas ao controle de pragas por seremaltamente efetivos particularmente contra H zea eH virescens aleacutem de natildeo possuiacuterem os problemasambientais associados a outras classes de pesticidasorgacircnicos A partir da introduccedilatildeo destes compostosobteve-se pela primeira vez na histoacuteria do cultivo doalgodoeiro controle altamente efetivo de pragasassociado a ausecircncia de efeitos ambientais dversos

Devido aos muitos atributos positivos dos piretroacuteidesaumentou-se a dependecircncia nessa classe dequiacutemicos natildeo somente para o controle de pragas no

6 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agroecossistema algodoeiro como tambeacutem emoutros agroecossistemas cujas culturas eramhospedeiras de pragas do algodatildeo Aleacutem disso asimplicidade do manejo de pragas condicionada aouso de piretroacuteides levou ao retorno da situaccedilatildeo deaplicaccedilatildeo de inseticidas por todo o ciclo de cultivocomo prevalecia entre 1950 e 1960 O uso em largaescala ameaccedilou a existecircncia a longo prazo dessaclasse de pesticidas como ferramentas efetivas domanejo de pragas do algodoeiro Linhagens de H zearesistentes aos piretroacuteides surgiram em muitasregiotildees produtoras dos Estados Unidos em respostaa intensiva pressatildeo de seleccedilatildeo dos programas demanejo de pragas O retorno a alternativas decontrole de pragas que fossem eficientes incluindoestrateacutegias de manejo de resistecircncia a piretroacuteidestornou-se uma necessidade devido ao pequenoarsenal de inseticidas disponiacuteveis ao manejo depragas naquela eacutepoca

g) Erradicaccedilatildeo do bicudo

A eliminaccedilatildeo do bicudo da regiatildeo do cotton belt dosEstados Unidos tornou-se o principal objetivo dosentomologistas e da induacutestria cotoniacutecola apoacutes apraga ter entrado no Texas no final de 1800 Asprimeiras tentativas de erradicaccedilatildeo falharam pois atecnologia necessaacuteria natildeo estava disponiacutevel naquelaeacutepoca Sendo assim o conceito de erradicaccedilatildeo dobicudo permaneceu em estado latente por cerca de50 anos

O sucesso na erradicaccedilatildeo da praga Cochliomyiahominovorax (Coquerel) (Diptera Calliphoridae) dosudeste dos Estados Unidos e a detecccedilatildeo delinhagens de bicudo resistentes resistentes aclorados e oriundas do meio-sul dos Estados Unidosfez com que o conceito de erradicaccedilatildeo ressurgissemais uma vez Em 1958 durante o encontro anualdo Conselho Nacional de Algodatildeo declarou-se obicudo como inimigo nuacutemero um da produccedilatildeo dealgodatildeo assinalando-se a necessidade de um esforccediloredobrado para a erradicaccedilatildeo da praga Essaresoluccedilatildeo resultou em investimento para acontruccedilatildeo do Laboratoacuterio de Pesquisa do Bicudo(Estado de Mississipi Mississipi) Esse laboratoacuteriodesenvolveu e refinou vaacuterias tecnologias as quaisforam implementadas atraveacutes de testes deerradicaccedilatildeo-piloto

Oslash O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudo(PBWEE)

O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudoteve duraccedilatildeo de trecircs anos (1971-1973) e foidelineado para determinar a efetividade da teacutecnica

empregada e a facilidade operacional em se eliminaruma populaccedilatildeo de bicudo de uma aacuterea preacute-determinada atraveacutes do uso de teacutecnicas desupressatildeo populacionais O PBWEE foi conduzidoconjuntamente por entidades estaduais e federais noSul do Mississipi Os resultados obtidos a partir daimplantaccedilatildeo do PBWEE foram inconclusivos jaacute queadultos do bicudo foram encontrados em armadilhascontendo feromocircnio dentro da aacuterea coberta peloprograma e natildeo havia uma forma de garantir aorigem destes insetos A conclusatildeo geral foi que atecnologia baacutesica necessaacuteria para se alcanccedilar aerradicaccedilatildeo requeria melhorias em vaacuterias aacutereas eque demonstraccedilotildees adicionais deveriam serconduzidas em uma regiatildeo com maior isolamento

Oslash A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET)

A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET) foiconduzida no norte da Carolina do Norte e aacutereasadjacentes da Virginia de 1978 a 1980 parademonstrar conclusivamente que a erradicaccedilatildeo dobicudo era tecnicamente possiacutevel A aacuterea escolhidapossibilitava o grau de isolamento desejado O BWETfoi um programa que obteve ecircxito uma vez que osresultados indicaram que era altamente provaacutevel(niacutevel de probabilidade de 09983) que a populaccedilatildeonativa de bicudo tivesse sido erradicada da aacuterea sobavaliaccedilatildeo Apesar do algodatildeo da Carolina do Norte edo Sul ser considerado atualmente livre de bicudoele eacute continuamente monitorado de tal forma amanter este status O programa foi implementadotambeacutem em outras aacutereas tais como na Geoacutergia nosul do Alabama e na Floacuterida estando atualmentenos estaacutegios finais de erradicaccedilatildeo do bicudo comouma praga econocircmica

Oslash Programa de Erradicaccedilatildeo do Bicudo do Beltwide

O sucesso alcanccedilado com a tentativa de erradicaccedilatildeodo bicudo forneceu um incentivo a ampliaccedilatildeo doprograma de erradicaccedilatildeo da Carolina do Norte paraoutras regiotildees O programa passou pelas Carolinasatingiu a Georgia Floacuterida e o sudeste do AlabamaEnquanto a eliminaccedilatildeo total (erradicaccedilatildeo) dasespeacutecies parece improvaacutevel os resultados ebenefiacutecios obtidos da tentativa de erradicaccedilatildeo dobicudo confirmam que o manejo total da populaccedilatildeoem uma ampla regiatildeo geograacutefica pode constituir-seem uma excelente estrateacutegia de manejo a serempregada

Programas de erradicaccedilatildeo do bicudo tambeacutem foraminiciados no oeste dos Estados Unidos ao mesmotempo em que se promovia a ampliaccedilatildeo dosprogramas jaacute existentes As populaccedilotildees do bicudo

7Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

foram dramaticamente reduzidas no oeste (Arizonae Califoacuternia) e o inseto natildeo eacute mais visto como umapraga econocircmica nestas regiotildees

3 Histoacuterico de ocorrecircncia da praga noBrasil

31 Introduccedilatildeo da praga no paiacutes

No Brasil a ocorrecircncia inicial de bicudo foiconstatada nas proximidades de Jaguariuacutena eCampinas em fevereiro de 1983 sendoposteriormente detectada sua presenccedila na Paraiacutebaem julho do mesmo ano Alguns autores sugeremque o bicudo presente no Brasil pode ter sidointroduzido a partir dos Estados Unidos nordeste doMeacutexico Haiti Repuacuteblica Dominicana Venezuela ouColocircmbia Todavia algumas evidecircncias sugerem queo bicudo introduzido no Brasil em Satildeo Paulo sejaproveniente do sudeste dos Estados Unidos tendosido introduzido no paiacutes possivelmente por aviatildeo enatildeo por expansatildeo natural do inseto jaacute que ainfestaccedilatildeo inicial foi localizada em algodoaisproacuteximos ao Aeroporto Internacional de Cumbicaem Satildeo Paulo Jaacute a infestaccedilatildeo que ocorreu noNordeste (em Ingaacute na Paraiacuteba) foi provavelmenteresultado de uma importaccedilatildeo acidental de aacutereasinfestadas de Satildeo Paulo e natildeo da expansatildeo naturaldo inseto

32 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Meridionaldo Brasil

Os primeiros campos infestados no Brasil quando daintroduccedilatildeo da praga em Satildeo Paulo foramconstatados nos municiacutepios de CampinasJaguariuacutena Santo Antocircnio da Posse AmericanaPiracicaba Tietecirc e Tatuiacute No final da safra 19831984 o bicudo jaacute ocorria em quase todas as regiotildeesprodutoras de algodatildeo de Satildeo Paulo e no iniacutecio dasafra de 198485 todos os campos de algodatildeo de 83municiacutepios paulistas estavam infestados pelo bicudo(aacuterea infestada de aproximadamente 100000 ha)Apoacutes quatro anos da introduccedilatildeo da praga no Estadode Satildeo Paulo (safra 198788) todos os municiacutepiosprodutores de algodatildeo se encontravam infestadospelo bicudo

Em Minas Gerais as primeiras infestaccedilotildees foramdetectadas no final da safra 198485 nosmuniciacutepios vizinhos ao Estado de Satildeo Paulo Comona safra seguinte o governo do Estado proibiu oplantio de algodatildeo nestes municiacutepios essa medidalimitou a disseminaccedilatildeo da praga para o sul norte enordeste de Minas Gerais

As primeiras infestaccedilotildees de bicudo detectadas noParanaacute ocorreram em Barra do Jacareacute e Maringaacuteem maio de 1987 Trecircs anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(safra 199091) mais de 90 da aacuterea cultivadacom algodatildeo no Paranaacute estava infestada pela praga

Em Mato Grosso do Sul os primeiros focos do insetoforam detectados em Taquarussu e Bataipora emfevereiro de 1990 dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(1992) o bicudo jaacute se encontrava disseminado portodas as regiotildees produtoras do Estado

No Mato Grosso o bicudo foi constatadoinicialmente em junho de 1993 em MirassolDrsquoOeste e Caacuteceres sendo disseminadoposteriormente para os municiacutepios da regiatildeo deRondonoacutepolis por intermeacutedio do intercacircmbio desacarias usadas na regiatildeo de Satildeo Paulo e reutilizadasno Estado de Mato Grosso Mesmo decorridos vaacuteriosanos apoacutes sua introduccedilatildeo no Estado sua ocorrecircnciapermaneceu restrita ateacute 2001 agravequeles municiacutepiospioneiros no cultivo do algodatildeo A partir daiacuteconstatatou-se sua expansatildeo para dois novosmuniciacutepios Campo Verde e Dom Aquinodisseminando-se posteriormente e de forma muitoraacutepida para Primavera do Leste Poxoreacuteo SantoAntocircnio do Leste e Novo Satildeo Joaquim

Em Goiaacutes a ocorrecircncia inicial do bicudo foidetectada nos municiacutepios de Itumbiara CachoeiraDourada Inaciolacircndia e Panamaacute em 20 de maio de1996 Dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial (safra 199899) a aacuterea infestada jaacute correspondia a 85 da aacutereacultivada

Com isso verifica-se que de 1983 a 1993 mais de90 das aacutereas localizadas na Regiatildeo Meridional doBrasil foram infestadas pelo bicudo

33 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Setentrionaldo Brasil

As infestaccedilotildees iniciais do bicudo na aacutereaSetentrional do Brasil foram verificadas no Estadoda Paraiacuteba municiacutepio de Ingaacute em 4 de julho de1983 Em dezembro do mesmo ano mais de 90da aacuterea cultivada com o algodoeiro no agreste daParaiacuteba jaacute se encontrava infestada pelo bicudo

Jaacute em Pernambuco a primeira constataccedilatildeo doinseto deu-se em julho de 1983 no municiacutepio deToritama Acredita-se que estas infestaccedilotildees foramdecorrentes da dispersatildeo natural do inseto a partirde aacutereas infestadas do agreste da Paraiacuteba Dois anos

8 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

apoacutes em 1985 o inseto jaacute ocorria em lavouras detodo o Estado

No Rio Grande do Norte as primeiras infestaccedilotildeespor bicudo foram constatadas em 23 de julho de1984 um ano apoacutes a constataccedilatildeo inicial do insetona Paraiacuteba A ocorrecircncia foi associada agraves aacutereaslocalizadas no seridoacute do Rio Grande do Norteacreditando-se que a introduccedilatildeo nestas aacutereas foifeita a partir do seridoacute da Paraiacuteba No final de 1985todas as regiotildees produtoras de algodatildeo do Estado jaacutese encontravam infestadas Neste mesmo anoverificou-se a presenccedila irrestrita do inseto em aacutereaslocalizadas no sul do Cearaacute possivelmente oriundosdo sertatildeo da Paraiacuteba ou do Rio Grande do NorteDois anos apoacutes (1987) o inseto jaacute ocorria em todosos municiacutepios produtores de algodatildeo do Estado

Em 1986 detectou-se a presenccedila do bicudo naregiatildeo agreste do Estado de Alagoas no municiacutepiode Juazeiro na Bahia nas regiotildees sul e norte do Piauiacutee no Maranhatildeo Um ano apoacutes sua introduccedilatildeo nestesEstados detectou-se que o inseto havia sedisseminado por todas as aacutereas produtoras dosEstados do Piauiacute e do Maranhatildeo

No Paraacute a infestaccedilatildeo de cultivos do algodoeiro pelobicudo soacute ocorreu na deacutecada de 90 possivelmenteintroduzidos por imigrantes nordestinos quando daimplantaccedilatildeo de algumas aacutereas agriacutecolas

4 Identificaccedilatildeo e Biologia

O adulto do bicudo eacute um besouro de coloraccedilatildeomarrom avermelhado a cinza escuro variando suacoloraccedilatildeo de acordo com a idade do inseto Bicudoscom tegumento (pele) de cor preta podem ocorrerporeacutem essa linhagem natildeo eacute comum no campo Obesouro mede em torno de 7 mm de comprimentovariando de 4 a 8 mm O tamanho do inseto eacuteinfluenciado pela condiccedilatildeo nutricional do alimento(bototildees florais ou maccedilatildes)

O rostro (bico) alcanccedila cerca de metade do tamanhodo resto do seu corpo estando as peccedilas bucaislocalizadas no aacutepice do rostro com mandiacutebulasbastante desenvolvidas Lateralmente ao bico ficamlocalizadas as antenas Pode-se distinguir o bicudode outros curculioniacutedeos atraveacutes de um par deespinhos localizado em cada perna dianteira (Figura2) O bicudo eacute frequumlentemente encontrado nosbototildees florais e com grande atividade alimentar ereprodutiva entre no periacuteodo das 9 horas da manhatildeagraves 17 horas ou seja nas horas mais quentes do dia

As fecircmeas receacutem-emergidas precisam se alimentarpor 3 a 5 dias antes de iniciarem a postura Apoacuteseste periacuteodo ovipositam preferencialmente embototildees florais flores e maccedilatildes do algodatildeo Sendoassim considera-se como o periacuteodo de maiorsuscetibilidade da cultura ao ataque da praga aquelecompreendido pelo aparecimento do primeiro botatildeofloral (em torno de 60 a 70 dias apoacutes a emergecircncia)ateacute a colheita (entre 180 a 200 dias da emergecircncia)(Figura 3) A fecircmea deposita apenas um ovo pororifiacutecio feito com o bico sendo a cavidadeposteriormente fechada por uma secreccedilatildeogelatinosa (Figura 4 a) Os ovos satildeo brilhantes emedem cerca de 08 mm de comprimento por 05mm de largura Cada fecircmea coloca cerca de 6 ovospor dia totalizando 100 a 300 ovos colocadosdurante seu ciclo de vida O periacuteodo de incubaccedilatildeovaria de 3 a 4 dias sendo que proacuteximo agrave eclosatildeo eacutepossiacutevel perceber a cabeccedila da larva atraveacutes dacasca do ovo As larvas satildeo brancas de cabeccedilamarron-clara e sem pernas apresentando de 5 mm a

Fig 2 Adulto do bicudo com seta indicandocaracteriacutestica diferenciadora da espeacutecie presenccedila deespinhos nas pernas anteriores (fecircmur)Fonte Insectimages 2004

Fig 3 Estaacutegios de desenvolvimento do algodoeiroFonte Nakano et al 1981

9Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

10 mm de comprimento (Figura 4 b) e formato deldquoCrdquo A ausecircncia de pernas permite distinguir a larvadeste inseto de outros insetos que tambeacutem atacam amaccedilatilde A fase larval dura de 7 a 12 dias periacuteodo emque as larvas alimentam-se de todo o interior dobotatildeo que cai ao solo em uma semana A larvaconstroacutei uma cacircmara com as proacuteprias estruturasatacadas onde se transforma em pupa (Figura 4 c)Esta eacute semelhante ao adulto podendo visualizar-se obico e os outros apecircndices ligados ao corpo atraveacutesde uma membrana transparente Apoacutes 3 a 5 diastransformam-se em adultos que apresentam umalongevidade de 20 a 40 dias O ciclo de ovo a adultovaria de 11 a 67 dias e dependendo das condiccedilotildeesde temperatura podem ocorrer ateacute 7 geraccedilotildees

adultos necessaacuterios para causar dano econocircmico eacuterelativamente baixo alguns autores detectaram quepopulaccedilotildees de 14 25 50 e 100 bicudos receacutem-saiacutedos da diapausaacre (04 ha) eram capazes dedanificar 0 28 46 66 e 83 dos bototildeesdisponiacuteveis respectivamente enquanto adultos desegunda geraccedilatildeo danificaram de 84 a 96 dosbototildees Outros estudos relatam que mais de 50dos bototildees apresentavam puncturas quando apopulaccedilatildeo F1 excedia 1000 indiviacuteduosacre (04ha) e que mais de 80 dos bototildees apresentavampuncturas quando a populaccedilatildeo excedia 2000indiviacuteduosacre (04 ha) O bicudo do algodoeiro sealimenta e oviposita do botatildeo floral e fruto doalgodatildeo sendo sua injuacuteria facilmente detectaacutevel

durante o ano Durante o periacuteodo de entressafra osadultos migram para abrigos naturais e entram emdiapausa por um periacuteodo de 150 a 180 dias

5 Danos

Quando os bicudos entram em uma lavouraalgodoeira colonizando-a a partir de locais onde osinsetos estavam em diapausa ou atraveacutes damigraccedilatildeo o nuacutemero necessaacuterio de indiviacuteduos paracausar dano econocircmico depende de fatores taiscomo condiccedilotildees fisioloacutegicas da planta hospedeiraestaacutegio fenoloacutegico e condiccedilotildees ambientais Afecundidade (nuacutemero de ovosfecircmea) eacute maior nasfecircmeas de primeira geraccedilatildeo do que nas fecircmeas maistardias principalmente devido a maturidade daplanta e a reduccedilatildeo no nuacutemero de bototildees disponiacuteveisagrave oviposiccedilatildeo das fecircmeas acasaladas tardiamente Astaxas de incremento da populaccedilatildeo por geraccedilatildeo temsido estimadas em torno de 1 a 96 vezesdependendo das condiccedilotildees ambientais O nuacutemero de

Fig 5 Detalhe da alimentaccedilatildeo dos adultos do bicudomostrando ldquofezes amarelicidasrestos de gratildeo de poacutelenrdquoao redor do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo Fonte Insectimages2004

Fig 6 Adulto do bicudo perfurando do botatildeo floralatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 4 Fases do ciclo de vida do bicudo (a) botatildeo comsintoma de oviposiccedilatildeo (b) larva (c) pupa (d) adultoperfurando botatildeo floralFonte Insectimages 2004

10 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Periacuteodos chuvosos favorecem o desenvolvimento dapraga uma vez que a umidade existente conserva osbototildees atacados por um periacuteodo maior permitindomelhor desenvolvimento das larvas em seu interiorPor outro lado se ocorre seca os bototildees ao caiacuteremsatildeo expostos agrave dessecaccedilatildeo e as altas temperaturasdo solo ocorrendo elevadas taxas de mortalidadelarval elevadas Um outro fator que prejudica odesenvolvimento larval sob condiccedilotildees de estiagemeacute a falta de alimento adequado uma vez que osubstrato torna-se ressecado

6 MonitoramentoAmostragem e Tomadade Decisatildeo

O meacutetodo de monitoramento utilizado paraamostragem do bicudo do algodoeiro varia de acordocom o estaacutegio de desenvolvimento da cultura e visaauxiliar na tomada de decisatildeo de controlar ou natildeo apopulaccedilatildeo da praga presente no campo No iniacutecio docultivo as armadilhas de feromocircnio satildeo usadas paradetectar os adultos do bicudo que venham acolonizar a lavoura A eficiecircncia da armadilha eacuteinversamente proporcional ao niacutevel populacional epode ser de 100 antes dos bototildees estaremdisponiacuteveis e com populaccedilotildees de menos que 1bicudo4 ha Deve-se instalar as armadilhascontendo o feromocircnio do bicudo (glandlure) o maiscedo possiacutevel e no maacuteximo por ocasiatildeo do plantioApoacutes a instalaccedilatildeo das armadilhas deve-seinspecionaacute-las semanalmente e determinar o nuacutemero

Fig 7 Adulto do bicudo perfurando base de uma maccedilatildeatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 8 Botatildeo danificado contendo larva emdesenvolvimento em seu interiorFonte Insectimages 2004

Ambos os sexos realizam pequenos orifiacutecios nobotatildeo floral e no fruto sendo que fezes amareladasnormalmente satildeo detectadas em torno da aacuterea dealimentaccedilatildeo (Figura 5 6 e 7) As fecircmeasovipositam dentro dos orifiacutecios que eacute selado com asfezes solidificadas e o fluiacutedo do seu trato excretor Amaioria dos bototildees contendo puncturas deoviposiccedilatildeo raramente abriratildeo e muitos sofreratildeoabcisatildeo da planta em cerca de oito dias enquantomaccedilatildes mais desenvolvidas podem permanecer naplanta e apresentar loacuteculos danificados (Figuras 8 e9) onde os ovos foram depositados e as larvas sedesenvolveram

Fig 9 Maccedilatilde contendo loacuteculo danificado onde larva eoupupa do bicudo-do-algodoeiro se desenvolvemFonte Insectimages 2004

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

Foto

C

S

Bas

tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

ceresconsultoriaterracombr

CERES CONSULTORIA AGRONOcircMICA

26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 5: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

5Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

demeton e compostos carbamatos tais comocarbaryl (Sevin) foram desenvolvidos e largamenteutilizados sempre em combinaccedilatildeo comorganoclorados A filosofia que prevalecia entatildeo eraa de exploraccedilatildeo da tecnologia de controle quiacutemico amedida que novos e mais complexos problemasenvolvendo as pragas do algodoeiro surgiam

Alguns autores haviam observado jaacute na eacutepoca dautilizaccedilatildeo do arseniato de caacutelcio a ocorrecircncia deerupccedilotildees de pragas secundaacuterias do algodoeiro emresposta ao uso intensivo desse composto Osproblemas decorrentes do ataque de H zea porexemplo eram muito mais frequentes em lavourastratadas com arseniato de caacutelcio do que naquelasnatildeo tratadas Mais tarde ficou comprovado que ouso de inseticidas podia ocasionar o aumento dainfestaccedilatildeo de H zea devido a mortalidade deinimigos naturais da praga Similarmente aressurgecircncia do pulgatildeo do algodoeiro que ocorria emdecorrecircncia do uso do arseniato de caacutelcio para ocontrole de bicudo era devido a mortalidade deagentes de controle bioloacutegico

Muitas observaccedilotildees sugeriam que os novosinseticidas orgacircnicos eram altamente toacutexicos a umaampla variedade de artroacutepodes inclusive agraves espeacuteciesnatildeo-praga Logo apoacutes a sua utilizaccedilatildeo em largaescala verificou-se a ressurgecircncia de populaccedilotildees depragas bem como a emergecircncia de novas pragasAlguns anos apoacutes a introduccedilatildeo e uso em larga escalados inseticidas orgacircnicos sinteacuteticos em lavourasalgodoeiras H zea teve seu status de pragaalterado de ocorrecircncia ocasional (secundaacuteria) parapraga-chave infestando anualmente lavouraslocalizadas na regiatildeo do cotton belt Durante omesmo periacuteodo Heliothis virescens (Fabricius)(Lepidoptera Noctuidae) saiu da relativa obscuridadepara tornar-se a principal praga do algodoeiroAacutecaros ateacute entatildeo desconhecidos como pragas doalgodoeiro na maior parte do cotton belt tambeacutemadquiriram o status de praga em vaacuterios pontosdaquela regiatildeo Outros artroacutepodes-praga tambeacutemseguiram o mesmo padratildeo como consequumlecircncia douso indiscriminado de inseticidas orgacircnicossinteacuteticos

O uso de misturas de inseticidas resolveutemporariamente os problemas resultantes damudanccedila no status de praga de vaacuterias espeacutecies deartroacutepodes A filosofia predominante no controle depragas nesta eacutepoca era a de adicionar outroinseticida ao tanque de pulverizaccedilatildeo a medida queum novo problema em relaccedilatildeo a alguma pragasurgisse

Cerca de cinco anos apoacutes a adoccedilatildeo dos inseticidasdo grupo dos organoclorados nas lavourasalgodoeiras um problema ainda mais seacuterio comeccediloua ser verificado a evoluccedilatildeo de populaccedilotildeesresistentes do curuquerecirc do algodoeiro e do pulgatildeodo algodoeiro Natildeo se atribuiu importacircncia a estefenocircmeno ateacute a constataccedilatildeo de resistecircncia ainseticidas do grupo dos organoclorados empopulaccedilotildees do bicudo oriundas da Louisiana em1955 No caso do bicudo a principal mudanccedilaocorrida em decorrecircncia da constataccedilatildeo deresistecircncia foi o aumento no uso de misturas deinseticidas ou a substituiccedilatildeo total dos organocloradospara os organofosforados Cabe ressaltar que nuncahouve detecccedilatildeo de linhagens resistentes do bicudodo algodoeiro a inseticidas do grupo dosorganofosforados sendo que esse eacute o motivo peloqual representantes dessa classe de inseticidas aindasatildeo largamente empregados no manejo dessa pragaateacute hoje

e) Evoluccedilatildeo do conceito de MIP

O conceito enfatizava a integraccedilatildeo de taacuteticas decontrole bioloacutegico e quiacutemico a fim de contornar oproblema advindo do ataque de pragas Ele recebeuespecial atenccedilatildeo a partir da constataccedilatildeo dofenocircmeno da resistecircncia de pragas a inseticidasressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias aleacutem dos problemas ambientaisA proposta inicial do manejo de pragas consideravaque todas as possiacuteveis taacuteticas disponiacuteveis ao conviacuteviocom as pragas deveriam ser avaliadas sendoposteriormente consolidadas em programasunificados delineados para manejar as populaccedilotildees depragas de tal forma que o dano econocircmico fosseevitado e os efeitos adversos sobre o ambienteminimizados

f) Introduccedilatildeo dos inseticidas piretroacuteides

Os piretroacuteides foram introduzidos como uma novaclasse de inseticidas no mercado algodoeiro dosEstados Unidos em 1978 Eles ofereciam boasperspectivas ao controle de pragas por seremaltamente efetivos particularmente contra H zea eH virescens aleacutem de natildeo possuiacuterem os problemasambientais associados a outras classes de pesticidasorgacircnicos A partir da introduccedilatildeo destes compostosobteve-se pela primeira vez na histoacuteria do cultivo doalgodoeiro controle altamente efetivo de pragasassociado a ausecircncia de efeitos ambientais dversos

Devido aos muitos atributos positivos dos piretroacuteidesaumentou-se a dependecircncia nessa classe dequiacutemicos natildeo somente para o controle de pragas no

6 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agroecossistema algodoeiro como tambeacutem emoutros agroecossistemas cujas culturas eramhospedeiras de pragas do algodatildeo Aleacutem disso asimplicidade do manejo de pragas condicionada aouso de piretroacuteides levou ao retorno da situaccedilatildeo deaplicaccedilatildeo de inseticidas por todo o ciclo de cultivocomo prevalecia entre 1950 e 1960 O uso em largaescala ameaccedilou a existecircncia a longo prazo dessaclasse de pesticidas como ferramentas efetivas domanejo de pragas do algodoeiro Linhagens de H zearesistentes aos piretroacuteides surgiram em muitasregiotildees produtoras dos Estados Unidos em respostaa intensiva pressatildeo de seleccedilatildeo dos programas demanejo de pragas O retorno a alternativas decontrole de pragas que fossem eficientes incluindoestrateacutegias de manejo de resistecircncia a piretroacuteidestornou-se uma necessidade devido ao pequenoarsenal de inseticidas disponiacuteveis ao manejo depragas naquela eacutepoca

g) Erradicaccedilatildeo do bicudo

A eliminaccedilatildeo do bicudo da regiatildeo do cotton belt dosEstados Unidos tornou-se o principal objetivo dosentomologistas e da induacutestria cotoniacutecola apoacutes apraga ter entrado no Texas no final de 1800 Asprimeiras tentativas de erradicaccedilatildeo falharam pois atecnologia necessaacuteria natildeo estava disponiacutevel naquelaeacutepoca Sendo assim o conceito de erradicaccedilatildeo dobicudo permaneceu em estado latente por cerca de50 anos

O sucesso na erradicaccedilatildeo da praga Cochliomyiahominovorax (Coquerel) (Diptera Calliphoridae) dosudeste dos Estados Unidos e a detecccedilatildeo delinhagens de bicudo resistentes resistentes aclorados e oriundas do meio-sul dos Estados Unidosfez com que o conceito de erradicaccedilatildeo ressurgissemais uma vez Em 1958 durante o encontro anualdo Conselho Nacional de Algodatildeo declarou-se obicudo como inimigo nuacutemero um da produccedilatildeo dealgodatildeo assinalando-se a necessidade de um esforccediloredobrado para a erradicaccedilatildeo da praga Essaresoluccedilatildeo resultou em investimento para acontruccedilatildeo do Laboratoacuterio de Pesquisa do Bicudo(Estado de Mississipi Mississipi) Esse laboratoacuteriodesenvolveu e refinou vaacuterias tecnologias as quaisforam implementadas atraveacutes de testes deerradicaccedilatildeo-piloto

Oslash O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudo(PBWEE)

O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudoteve duraccedilatildeo de trecircs anos (1971-1973) e foidelineado para determinar a efetividade da teacutecnica

empregada e a facilidade operacional em se eliminaruma populaccedilatildeo de bicudo de uma aacuterea preacute-determinada atraveacutes do uso de teacutecnicas desupressatildeo populacionais O PBWEE foi conduzidoconjuntamente por entidades estaduais e federais noSul do Mississipi Os resultados obtidos a partir daimplantaccedilatildeo do PBWEE foram inconclusivos jaacute queadultos do bicudo foram encontrados em armadilhascontendo feromocircnio dentro da aacuterea coberta peloprograma e natildeo havia uma forma de garantir aorigem destes insetos A conclusatildeo geral foi que atecnologia baacutesica necessaacuteria para se alcanccedilar aerradicaccedilatildeo requeria melhorias em vaacuterias aacutereas eque demonstraccedilotildees adicionais deveriam serconduzidas em uma regiatildeo com maior isolamento

Oslash A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET)

A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET) foiconduzida no norte da Carolina do Norte e aacutereasadjacentes da Virginia de 1978 a 1980 parademonstrar conclusivamente que a erradicaccedilatildeo dobicudo era tecnicamente possiacutevel A aacuterea escolhidapossibilitava o grau de isolamento desejado O BWETfoi um programa que obteve ecircxito uma vez que osresultados indicaram que era altamente provaacutevel(niacutevel de probabilidade de 09983) que a populaccedilatildeonativa de bicudo tivesse sido erradicada da aacuterea sobavaliaccedilatildeo Apesar do algodatildeo da Carolina do Norte edo Sul ser considerado atualmente livre de bicudoele eacute continuamente monitorado de tal forma amanter este status O programa foi implementadotambeacutem em outras aacutereas tais como na Geoacutergia nosul do Alabama e na Floacuterida estando atualmentenos estaacutegios finais de erradicaccedilatildeo do bicudo comouma praga econocircmica

Oslash Programa de Erradicaccedilatildeo do Bicudo do Beltwide

O sucesso alcanccedilado com a tentativa de erradicaccedilatildeodo bicudo forneceu um incentivo a ampliaccedilatildeo doprograma de erradicaccedilatildeo da Carolina do Norte paraoutras regiotildees O programa passou pelas Carolinasatingiu a Georgia Floacuterida e o sudeste do AlabamaEnquanto a eliminaccedilatildeo total (erradicaccedilatildeo) dasespeacutecies parece improvaacutevel os resultados ebenefiacutecios obtidos da tentativa de erradicaccedilatildeo dobicudo confirmam que o manejo total da populaccedilatildeoem uma ampla regiatildeo geograacutefica pode constituir-seem uma excelente estrateacutegia de manejo a serempregada

Programas de erradicaccedilatildeo do bicudo tambeacutem foraminiciados no oeste dos Estados Unidos ao mesmotempo em que se promovia a ampliaccedilatildeo dosprogramas jaacute existentes As populaccedilotildees do bicudo

7Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

foram dramaticamente reduzidas no oeste (Arizonae Califoacuternia) e o inseto natildeo eacute mais visto como umapraga econocircmica nestas regiotildees

3 Histoacuterico de ocorrecircncia da praga noBrasil

31 Introduccedilatildeo da praga no paiacutes

No Brasil a ocorrecircncia inicial de bicudo foiconstatada nas proximidades de Jaguariuacutena eCampinas em fevereiro de 1983 sendoposteriormente detectada sua presenccedila na Paraiacutebaem julho do mesmo ano Alguns autores sugeremque o bicudo presente no Brasil pode ter sidointroduzido a partir dos Estados Unidos nordeste doMeacutexico Haiti Repuacuteblica Dominicana Venezuela ouColocircmbia Todavia algumas evidecircncias sugerem queo bicudo introduzido no Brasil em Satildeo Paulo sejaproveniente do sudeste dos Estados Unidos tendosido introduzido no paiacutes possivelmente por aviatildeo enatildeo por expansatildeo natural do inseto jaacute que ainfestaccedilatildeo inicial foi localizada em algodoaisproacuteximos ao Aeroporto Internacional de Cumbicaem Satildeo Paulo Jaacute a infestaccedilatildeo que ocorreu noNordeste (em Ingaacute na Paraiacuteba) foi provavelmenteresultado de uma importaccedilatildeo acidental de aacutereasinfestadas de Satildeo Paulo e natildeo da expansatildeo naturaldo inseto

32 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Meridionaldo Brasil

Os primeiros campos infestados no Brasil quando daintroduccedilatildeo da praga em Satildeo Paulo foramconstatados nos municiacutepios de CampinasJaguariuacutena Santo Antocircnio da Posse AmericanaPiracicaba Tietecirc e Tatuiacute No final da safra 19831984 o bicudo jaacute ocorria em quase todas as regiotildeesprodutoras de algodatildeo de Satildeo Paulo e no iniacutecio dasafra de 198485 todos os campos de algodatildeo de 83municiacutepios paulistas estavam infestados pelo bicudo(aacuterea infestada de aproximadamente 100000 ha)Apoacutes quatro anos da introduccedilatildeo da praga no Estadode Satildeo Paulo (safra 198788) todos os municiacutepiosprodutores de algodatildeo se encontravam infestadospelo bicudo

Em Minas Gerais as primeiras infestaccedilotildees foramdetectadas no final da safra 198485 nosmuniciacutepios vizinhos ao Estado de Satildeo Paulo Comona safra seguinte o governo do Estado proibiu oplantio de algodatildeo nestes municiacutepios essa medidalimitou a disseminaccedilatildeo da praga para o sul norte enordeste de Minas Gerais

As primeiras infestaccedilotildees de bicudo detectadas noParanaacute ocorreram em Barra do Jacareacute e Maringaacuteem maio de 1987 Trecircs anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(safra 199091) mais de 90 da aacuterea cultivadacom algodatildeo no Paranaacute estava infestada pela praga

Em Mato Grosso do Sul os primeiros focos do insetoforam detectados em Taquarussu e Bataipora emfevereiro de 1990 dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(1992) o bicudo jaacute se encontrava disseminado portodas as regiotildees produtoras do Estado

No Mato Grosso o bicudo foi constatadoinicialmente em junho de 1993 em MirassolDrsquoOeste e Caacuteceres sendo disseminadoposteriormente para os municiacutepios da regiatildeo deRondonoacutepolis por intermeacutedio do intercacircmbio desacarias usadas na regiatildeo de Satildeo Paulo e reutilizadasno Estado de Mato Grosso Mesmo decorridos vaacuteriosanos apoacutes sua introduccedilatildeo no Estado sua ocorrecircnciapermaneceu restrita ateacute 2001 agravequeles municiacutepiospioneiros no cultivo do algodatildeo A partir daiacuteconstatatou-se sua expansatildeo para dois novosmuniciacutepios Campo Verde e Dom Aquinodisseminando-se posteriormente e de forma muitoraacutepida para Primavera do Leste Poxoreacuteo SantoAntocircnio do Leste e Novo Satildeo Joaquim

Em Goiaacutes a ocorrecircncia inicial do bicudo foidetectada nos municiacutepios de Itumbiara CachoeiraDourada Inaciolacircndia e Panamaacute em 20 de maio de1996 Dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial (safra 199899) a aacuterea infestada jaacute correspondia a 85 da aacutereacultivada

Com isso verifica-se que de 1983 a 1993 mais de90 das aacutereas localizadas na Regiatildeo Meridional doBrasil foram infestadas pelo bicudo

33 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Setentrionaldo Brasil

As infestaccedilotildees iniciais do bicudo na aacutereaSetentrional do Brasil foram verificadas no Estadoda Paraiacuteba municiacutepio de Ingaacute em 4 de julho de1983 Em dezembro do mesmo ano mais de 90da aacuterea cultivada com o algodoeiro no agreste daParaiacuteba jaacute se encontrava infestada pelo bicudo

Jaacute em Pernambuco a primeira constataccedilatildeo doinseto deu-se em julho de 1983 no municiacutepio deToritama Acredita-se que estas infestaccedilotildees foramdecorrentes da dispersatildeo natural do inseto a partirde aacutereas infestadas do agreste da Paraiacuteba Dois anos

8 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

apoacutes em 1985 o inseto jaacute ocorria em lavouras detodo o Estado

No Rio Grande do Norte as primeiras infestaccedilotildeespor bicudo foram constatadas em 23 de julho de1984 um ano apoacutes a constataccedilatildeo inicial do insetona Paraiacuteba A ocorrecircncia foi associada agraves aacutereaslocalizadas no seridoacute do Rio Grande do Norteacreditando-se que a introduccedilatildeo nestas aacutereas foifeita a partir do seridoacute da Paraiacuteba No final de 1985todas as regiotildees produtoras de algodatildeo do Estado jaacutese encontravam infestadas Neste mesmo anoverificou-se a presenccedila irrestrita do inseto em aacutereaslocalizadas no sul do Cearaacute possivelmente oriundosdo sertatildeo da Paraiacuteba ou do Rio Grande do NorteDois anos apoacutes (1987) o inseto jaacute ocorria em todosos municiacutepios produtores de algodatildeo do Estado

Em 1986 detectou-se a presenccedila do bicudo naregiatildeo agreste do Estado de Alagoas no municiacutepiode Juazeiro na Bahia nas regiotildees sul e norte do Piauiacutee no Maranhatildeo Um ano apoacutes sua introduccedilatildeo nestesEstados detectou-se que o inseto havia sedisseminado por todas as aacutereas produtoras dosEstados do Piauiacute e do Maranhatildeo

No Paraacute a infestaccedilatildeo de cultivos do algodoeiro pelobicudo soacute ocorreu na deacutecada de 90 possivelmenteintroduzidos por imigrantes nordestinos quando daimplantaccedilatildeo de algumas aacutereas agriacutecolas

4 Identificaccedilatildeo e Biologia

O adulto do bicudo eacute um besouro de coloraccedilatildeomarrom avermelhado a cinza escuro variando suacoloraccedilatildeo de acordo com a idade do inseto Bicudoscom tegumento (pele) de cor preta podem ocorrerporeacutem essa linhagem natildeo eacute comum no campo Obesouro mede em torno de 7 mm de comprimentovariando de 4 a 8 mm O tamanho do inseto eacuteinfluenciado pela condiccedilatildeo nutricional do alimento(bototildees florais ou maccedilatildes)

O rostro (bico) alcanccedila cerca de metade do tamanhodo resto do seu corpo estando as peccedilas bucaislocalizadas no aacutepice do rostro com mandiacutebulasbastante desenvolvidas Lateralmente ao bico ficamlocalizadas as antenas Pode-se distinguir o bicudode outros curculioniacutedeos atraveacutes de um par deespinhos localizado em cada perna dianteira (Figura2) O bicudo eacute frequumlentemente encontrado nosbototildees florais e com grande atividade alimentar ereprodutiva entre no periacuteodo das 9 horas da manhatildeagraves 17 horas ou seja nas horas mais quentes do dia

As fecircmeas receacutem-emergidas precisam se alimentarpor 3 a 5 dias antes de iniciarem a postura Apoacuteseste periacuteodo ovipositam preferencialmente embototildees florais flores e maccedilatildes do algodatildeo Sendoassim considera-se como o periacuteodo de maiorsuscetibilidade da cultura ao ataque da praga aquelecompreendido pelo aparecimento do primeiro botatildeofloral (em torno de 60 a 70 dias apoacutes a emergecircncia)ateacute a colheita (entre 180 a 200 dias da emergecircncia)(Figura 3) A fecircmea deposita apenas um ovo pororifiacutecio feito com o bico sendo a cavidadeposteriormente fechada por uma secreccedilatildeogelatinosa (Figura 4 a) Os ovos satildeo brilhantes emedem cerca de 08 mm de comprimento por 05mm de largura Cada fecircmea coloca cerca de 6 ovospor dia totalizando 100 a 300 ovos colocadosdurante seu ciclo de vida O periacuteodo de incubaccedilatildeovaria de 3 a 4 dias sendo que proacuteximo agrave eclosatildeo eacutepossiacutevel perceber a cabeccedila da larva atraveacutes dacasca do ovo As larvas satildeo brancas de cabeccedilamarron-clara e sem pernas apresentando de 5 mm a

Fig 2 Adulto do bicudo com seta indicandocaracteriacutestica diferenciadora da espeacutecie presenccedila deespinhos nas pernas anteriores (fecircmur)Fonte Insectimages 2004

Fig 3 Estaacutegios de desenvolvimento do algodoeiroFonte Nakano et al 1981

9Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

10 mm de comprimento (Figura 4 b) e formato deldquoCrdquo A ausecircncia de pernas permite distinguir a larvadeste inseto de outros insetos que tambeacutem atacam amaccedilatilde A fase larval dura de 7 a 12 dias periacuteodo emque as larvas alimentam-se de todo o interior dobotatildeo que cai ao solo em uma semana A larvaconstroacutei uma cacircmara com as proacuteprias estruturasatacadas onde se transforma em pupa (Figura 4 c)Esta eacute semelhante ao adulto podendo visualizar-se obico e os outros apecircndices ligados ao corpo atraveacutesde uma membrana transparente Apoacutes 3 a 5 diastransformam-se em adultos que apresentam umalongevidade de 20 a 40 dias O ciclo de ovo a adultovaria de 11 a 67 dias e dependendo das condiccedilotildeesde temperatura podem ocorrer ateacute 7 geraccedilotildees

adultos necessaacuterios para causar dano econocircmico eacuterelativamente baixo alguns autores detectaram quepopulaccedilotildees de 14 25 50 e 100 bicudos receacutem-saiacutedos da diapausaacre (04 ha) eram capazes dedanificar 0 28 46 66 e 83 dos bototildeesdisponiacuteveis respectivamente enquanto adultos desegunda geraccedilatildeo danificaram de 84 a 96 dosbototildees Outros estudos relatam que mais de 50dos bototildees apresentavam puncturas quando apopulaccedilatildeo F1 excedia 1000 indiviacuteduosacre (04ha) e que mais de 80 dos bototildees apresentavampuncturas quando a populaccedilatildeo excedia 2000indiviacuteduosacre (04 ha) O bicudo do algodoeiro sealimenta e oviposita do botatildeo floral e fruto doalgodatildeo sendo sua injuacuteria facilmente detectaacutevel

durante o ano Durante o periacuteodo de entressafra osadultos migram para abrigos naturais e entram emdiapausa por um periacuteodo de 150 a 180 dias

5 Danos

Quando os bicudos entram em uma lavouraalgodoeira colonizando-a a partir de locais onde osinsetos estavam em diapausa ou atraveacutes damigraccedilatildeo o nuacutemero necessaacuterio de indiviacuteduos paracausar dano econocircmico depende de fatores taiscomo condiccedilotildees fisioloacutegicas da planta hospedeiraestaacutegio fenoloacutegico e condiccedilotildees ambientais Afecundidade (nuacutemero de ovosfecircmea) eacute maior nasfecircmeas de primeira geraccedilatildeo do que nas fecircmeas maistardias principalmente devido a maturidade daplanta e a reduccedilatildeo no nuacutemero de bototildees disponiacuteveisagrave oviposiccedilatildeo das fecircmeas acasaladas tardiamente Astaxas de incremento da populaccedilatildeo por geraccedilatildeo temsido estimadas em torno de 1 a 96 vezesdependendo das condiccedilotildees ambientais O nuacutemero de

Fig 5 Detalhe da alimentaccedilatildeo dos adultos do bicudomostrando ldquofezes amarelicidasrestos de gratildeo de poacutelenrdquoao redor do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo Fonte Insectimages2004

Fig 6 Adulto do bicudo perfurando do botatildeo floralatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 4 Fases do ciclo de vida do bicudo (a) botatildeo comsintoma de oviposiccedilatildeo (b) larva (c) pupa (d) adultoperfurando botatildeo floralFonte Insectimages 2004

10 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Periacuteodos chuvosos favorecem o desenvolvimento dapraga uma vez que a umidade existente conserva osbototildees atacados por um periacuteodo maior permitindomelhor desenvolvimento das larvas em seu interiorPor outro lado se ocorre seca os bototildees ao caiacuteremsatildeo expostos agrave dessecaccedilatildeo e as altas temperaturasdo solo ocorrendo elevadas taxas de mortalidadelarval elevadas Um outro fator que prejudica odesenvolvimento larval sob condiccedilotildees de estiagemeacute a falta de alimento adequado uma vez que osubstrato torna-se ressecado

6 MonitoramentoAmostragem e Tomadade Decisatildeo

O meacutetodo de monitoramento utilizado paraamostragem do bicudo do algodoeiro varia de acordocom o estaacutegio de desenvolvimento da cultura e visaauxiliar na tomada de decisatildeo de controlar ou natildeo apopulaccedilatildeo da praga presente no campo No iniacutecio docultivo as armadilhas de feromocircnio satildeo usadas paradetectar os adultos do bicudo que venham acolonizar a lavoura A eficiecircncia da armadilha eacuteinversamente proporcional ao niacutevel populacional epode ser de 100 antes dos bototildees estaremdisponiacuteveis e com populaccedilotildees de menos que 1bicudo4 ha Deve-se instalar as armadilhascontendo o feromocircnio do bicudo (glandlure) o maiscedo possiacutevel e no maacuteximo por ocasiatildeo do plantioApoacutes a instalaccedilatildeo das armadilhas deve-seinspecionaacute-las semanalmente e determinar o nuacutemero

Fig 7 Adulto do bicudo perfurando base de uma maccedilatildeatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 8 Botatildeo danificado contendo larva emdesenvolvimento em seu interiorFonte Insectimages 2004

Ambos os sexos realizam pequenos orifiacutecios nobotatildeo floral e no fruto sendo que fezes amareladasnormalmente satildeo detectadas em torno da aacuterea dealimentaccedilatildeo (Figura 5 6 e 7) As fecircmeasovipositam dentro dos orifiacutecios que eacute selado com asfezes solidificadas e o fluiacutedo do seu trato excretor Amaioria dos bototildees contendo puncturas deoviposiccedilatildeo raramente abriratildeo e muitos sofreratildeoabcisatildeo da planta em cerca de oito dias enquantomaccedilatildes mais desenvolvidas podem permanecer naplanta e apresentar loacuteculos danificados (Figuras 8 e9) onde os ovos foram depositados e as larvas sedesenvolveram

Fig 9 Maccedilatilde contendo loacuteculo danificado onde larva eoupupa do bicudo-do-algodoeiro se desenvolvemFonte Insectimages 2004

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

Foto

C

S

Bas

tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 6: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

6 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agroecossistema algodoeiro como tambeacutem emoutros agroecossistemas cujas culturas eramhospedeiras de pragas do algodatildeo Aleacutem disso asimplicidade do manejo de pragas condicionada aouso de piretroacuteides levou ao retorno da situaccedilatildeo deaplicaccedilatildeo de inseticidas por todo o ciclo de cultivocomo prevalecia entre 1950 e 1960 O uso em largaescala ameaccedilou a existecircncia a longo prazo dessaclasse de pesticidas como ferramentas efetivas domanejo de pragas do algodoeiro Linhagens de H zearesistentes aos piretroacuteides surgiram em muitasregiotildees produtoras dos Estados Unidos em respostaa intensiva pressatildeo de seleccedilatildeo dos programas demanejo de pragas O retorno a alternativas decontrole de pragas que fossem eficientes incluindoestrateacutegias de manejo de resistecircncia a piretroacuteidestornou-se uma necessidade devido ao pequenoarsenal de inseticidas disponiacuteveis ao manejo depragas naquela eacutepoca

g) Erradicaccedilatildeo do bicudo

A eliminaccedilatildeo do bicudo da regiatildeo do cotton belt dosEstados Unidos tornou-se o principal objetivo dosentomologistas e da induacutestria cotoniacutecola apoacutes apraga ter entrado no Texas no final de 1800 Asprimeiras tentativas de erradicaccedilatildeo falharam pois atecnologia necessaacuteria natildeo estava disponiacutevel naquelaeacutepoca Sendo assim o conceito de erradicaccedilatildeo dobicudo permaneceu em estado latente por cerca de50 anos

O sucesso na erradicaccedilatildeo da praga Cochliomyiahominovorax (Coquerel) (Diptera Calliphoridae) dosudeste dos Estados Unidos e a detecccedilatildeo delinhagens de bicudo resistentes resistentes aclorados e oriundas do meio-sul dos Estados Unidosfez com que o conceito de erradicaccedilatildeo ressurgissemais uma vez Em 1958 durante o encontro anualdo Conselho Nacional de Algodatildeo declarou-se obicudo como inimigo nuacutemero um da produccedilatildeo dealgodatildeo assinalando-se a necessidade de um esforccediloredobrado para a erradicaccedilatildeo da praga Essaresoluccedilatildeo resultou em investimento para acontruccedilatildeo do Laboratoacuterio de Pesquisa do Bicudo(Estado de Mississipi Mississipi) Esse laboratoacuteriodesenvolveu e refinou vaacuterias tecnologias as quaisforam implementadas atraveacutes de testes deerradicaccedilatildeo-piloto

Oslash O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudo(PBWEE)

O experimento piloto para erradicaccedilatildeo do bicudoteve duraccedilatildeo de trecircs anos (1971-1973) e foidelineado para determinar a efetividade da teacutecnica

empregada e a facilidade operacional em se eliminaruma populaccedilatildeo de bicudo de uma aacuterea preacute-determinada atraveacutes do uso de teacutecnicas desupressatildeo populacionais O PBWEE foi conduzidoconjuntamente por entidades estaduais e federais noSul do Mississipi Os resultados obtidos a partir daimplantaccedilatildeo do PBWEE foram inconclusivos jaacute queadultos do bicudo foram encontrados em armadilhascontendo feromocircnio dentro da aacuterea coberta peloprograma e natildeo havia uma forma de garantir aorigem destes insetos A conclusatildeo geral foi que atecnologia baacutesica necessaacuteria para se alcanccedilar aerradicaccedilatildeo requeria melhorias em vaacuterias aacutereas eque demonstraccedilotildees adicionais deveriam serconduzidas em uma regiatildeo com maior isolamento

Oslash A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET)

A tentativa de erradicaccedilatildeo do bicudo (BWET) foiconduzida no norte da Carolina do Norte e aacutereasadjacentes da Virginia de 1978 a 1980 parademonstrar conclusivamente que a erradicaccedilatildeo dobicudo era tecnicamente possiacutevel A aacuterea escolhidapossibilitava o grau de isolamento desejado O BWETfoi um programa que obteve ecircxito uma vez que osresultados indicaram que era altamente provaacutevel(niacutevel de probabilidade de 09983) que a populaccedilatildeonativa de bicudo tivesse sido erradicada da aacuterea sobavaliaccedilatildeo Apesar do algodatildeo da Carolina do Norte edo Sul ser considerado atualmente livre de bicudoele eacute continuamente monitorado de tal forma amanter este status O programa foi implementadotambeacutem em outras aacutereas tais como na Geoacutergia nosul do Alabama e na Floacuterida estando atualmentenos estaacutegios finais de erradicaccedilatildeo do bicudo comouma praga econocircmica

Oslash Programa de Erradicaccedilatildeo do Bicudo do Beltwide

O sucesso alcanccedilado com a tentativa de erradicaccedilatildeodo bicudo forneceu um incentivo a ampliaccedilatildeo doprograma de erradicaccedilatildeo da Carolina do Norte paraoutras regiotildees O programa passou pelas Carolinasatingiu a Georgia Floacuterida e o sudeste do AlabamaEnquanto a eliminaccedilatildeo total (erradicaccedilatildeo) dasespeacutecies parece improvaacutevel os resultados ebenefiacutecios obtidos da tentativa de erradicaccedilatildeo dobicudo confirmam que o manejo total da populaccedilatildeoem uma ampla regiatildeo geograacutefica pode constituir-seem uma excelente estrateacutegia de manejo a serempregada

Programas de erradicaccedilatildeo do bicudo tambeacutem foraminiciados no oeste dos Estados Unidos ao mesmotempo em que se promovia a ampliaccedilatildeo dosprogramas jaacute existentes As populaccedilotildees do bicudo

7Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

foram dramaticamente reduzidas no oeste (Arizonae Califoacuternia) e o inseto natildeo eacute mais visto como umapraga econocircmica nestas regiotildees

3 Histoacuterico de ocorrecircncia da praga noBrasil

31 Introduccedilatildeo da praga no paiacutes

No Brasil a ocorrecircncia inicial de bicudo foiconstatada nas proximidades de Jaguariuacutena eCampinas em fevereiro de 1983 sendoposteriormente detectada sua presenccedila na Paraiacutebaem julho do mesmo ano Alguns autores sugeremque o bicudo presente no Brasil pode ter sidointroduzido a partir dos Estados Unidos nordeste doMeacutexico Haiti Repuacuteblica Dominicana Venezuela ouColocircmbia Todavia algumas evidecircncias sugerem queo bicudo introduzido no Brasil em Satildeo Paulo sejaproveniente do sudeste dos Estados Unidos tendosido introduzido no paiacutes possivelmente por aviatildeo enatildeo por expansatildeo natural do inseto jaacute que ainfestaccedilatildeo inicial foi localizada em algodoaisproacuteximos ao Aeroporto Internacional de Cumbicaem Satildeo Paulo Jaacute a infestaccedilatildeo que ocorreu noNordeste (em Ingaacute na Paraiacuteba) foi provavelmenteresultado de uma importaccedilatildeo acidental de aacutereasinfestadas de Satildeo Paulo e natildeo da expansatildeo naturaldo inseto

32 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Meridionaldo Brasil

Os primeiros campos infestados no Brasil quando daintroduccedilatildeo da praga em Satildeo Paulo foramconstatados nos municiacutepios de CampinasJaguariuacutena Santo Antocircnio da Posse AmericanaPiracicaba Tietecirc e Tatuiacute No final da safra 19831984 o bicudo jaacute ocorria em quase todas as regiotildeesprodutoras de algodatildeo de Satildeo Paulo e no iniacutecio dasafra de 198485 todos os campos de algodatildeo de 83municiacutepios paulistas estavam infestados pelo bicudo(aacuterea infestada de aproximadamente 100000 ha)Apoacutes quatro anos da introduccedilatildeo da praga no Estadode Satildeo Paulo (safra 198788) todos os municiacutepiosprodutores de algodatildeo se encontravam infestadospelo bicudo

Em Minas Gerais as primeiras infestaccedilotildees foramdetectadas no final da safra 198485 nosmuniciacutepios vizinhos ao Estado de Satildeo Paulo Comona safra seguinte o governo do Estado proibiu oplantio de algodatildeo nestes municiacutepios essa medidalimitou a disseminaccedilatildeo da praga para o sul norte enordeste de Minas Gerais

As primeiras infestaccedilotildees de bicudo detectadas noParanaacute ocorreram em Barra do Jacareacute e Maringaacuteem maio de 1987 Trecircs anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(safra 199091) mais de 90 da aacuterea cultivadacom algodatildeo no Paranaacute estava infestada pela praga

Em Mato Grosso do Sul os primeiros focos do insetoforam detectados em Taquarussu e Bataipora emfevereiro de 1990 dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(1992) o bicudo jaacute se encontrava disseminado portodas as regiotildees produtoras do Estado

No Mato Grosso o bicudo foi constatadoinicialmente em junho de 1993 em MirassolDrsquoOeste e Caacuteceres sendo disseminadoposteriormente para os municiacutepios da regiatildeo deRondonoacutepolis por intermeacutedio do intercacircmbio desacarias usadas na regiatildeo de Satildeo Paulo e reutilizadasno Estado de Mato Grosso Mesmo decorridos vaacuteriosanos apoacutes sua introduccedilatildeo no Estado sua ocorrecircnciapermaneceu restrita ateacute 2001 agravequeles municiacutepiospioneiros no cultivo do algodatildeo A partir daiacuteconstatatou-se sua expansatildeo para dois novosmuniciacutepios Campo Verde e Dom Aquinodisseminando-se posteriormente e de forma muitoraacutepida para Primavera do Leste Poxoreacuteo SantoAntocircnio do Leste e Novo Satildeo Joaquim

Em Goiaacutes a ocorrecircncia inicial do bicudo foidetectada nos municiacutepios de Itumbiara CachoeiraDourada Inaciolacircndia e Panamaacute em 20 de maio de1996 Dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial (safra 199899) a aacuterea infestada jaacute correspondia a 85 da aacutereacultivada

Com isso verifica-se que de 1983 a 1993 mais de90 das aacutereas localizadas na Regiatildeo Meridional doBrasil foram infestadas pelo bicudo

33 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Setentrionaldo Brasil

As infestaccedilotildees iniciais do bicudo na aacutereaSetentrional do Brasil foram verificadas no Estadoda Paraiacuteba municiacutepio de Ingaacute em 4 de julho de1983 Em dezembro do mesmo ano mais de 90da aacuterea cultivada com o algodoeiro no agreste daParaiacuteba jaacute se encontrava infestada pelo bicudo

Jaacute em Pernambuco a primeira constataccedilatildeo doinseto deu-se em julho de 1983 no municiacutepio deToritama Acredita-se que estas infestaccedilotildees foramdecorrentes da dispersatildeo natural do inseto a partirde aacutereas infestadas do agreste da Paraiacuteba Dois anos

8 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

apoacutes em 1985 o inseto jaacute ocorria em lavouras detodo o Estado

No Rio Grande do Norte as primeiras infestaccedilotildeespor bicudo foram constatadas em 23 de julho de1984 um ano apoacutes a constataccedilatildeo inicial do insetona Paraiacuteba A ocorrecircncia foi associada agraves aacutereaslocalizadas no seridoacute do Rio Grande do Norteacreditando-se que a introduccedilatildeo nestas aacutereas foifeita a partir do seridoacute da Paraiacuteba No final de 1985todas as regiotildees produtoras de algodatildeo do Estado jaacutese encontravam infestadas Neste mesmo anoverificou-se a presenccedila irrestrita do inseto em aacutereaslocalizadas no sul do Cearaacute possivelmente oriundosdo sertatildeo da Paraiacuteba ou do Rio Grande do NorteDois anos apoacutes (1987) o inseto jaacute ocorria em todosos municiacutepios produtores de algodatildeo do Estado

Em 1986 detectou-se a presenccedila do bicudo naregiatildeo agreste do Estado de Alagoas no municiacutepiode Juazeiro na Bahia nas regiotildees sul e norte do Piauiacutee no Maranhatildeo Um ano apoacutes sua introduccedilatildeo nestesEstados detectou-se que o inseto havia sedisseminado por todas as aacutereas produtoras dosEstados do Piauiacute e do Maranhatildeo

No Paraacute a infestaccedilatildeo de cultivos do algodoeiro pelobicudo soacute ocorreu na deacutecada de 90 possivelmenteintroduzidos por imigrantes nordestinos quando daimplantaccedilatildeo de algumas aacutereas agriacutecolas

4 Identificaccedilatildeo e Biologia

O adulto do bicudo eacute um besouro de coloraccedilatildeomarrom avermelhado a cinza escuro variando suacoloraccedilatildeo de acordo com a idade do inseto Bicudoscom tegumento (pele) de cor preta podem ocorrerporeacutem essa linhagem natildeo eacute comum no campo Obesouro mede em torno de 7 mm de comprimentovariando de 4 a 8 mm O tamanho do inseto eacuteinfluenciado pela condiccedilatildeo nutricional do alimento(bototildees florais ou maccedilatildes)

O rostro (bico) alcanccedila cerca de metade do tamanhodo resto do seu corpo estando as peccedilas bucaislocalizadas no aacutepice do rostro com mandiacutebulasbastante desenvolvidas Lateralmente ao bico ficamlocalizadas as antenas Pode-se distinguir o bicudode outros curculioniacutedeos atraveacutes de um par deespinhos localizado em cada perna dianteira (Figura2) O bicudo eacute frequumlentemente encontrado nosbototildees florais e com grande atividade alimentar ereprodutiva entre no periacuteodo das 9 horas da manhatildeagraves 17 horas ou seja nas horas mais quentes do dia

As fecircmeas receacutem-emergidas precisam se alimentarpor 3 a 5 dias antes de iniciarem a postura Apoacuteseste periacuteodo ovipositam preferencialmente embototildees florais flores e maccedilatildes do algodatildeo Sendoassim considera-se como o periacuteodo de maiorsuscetibilidade da cultura ao ataque da praga aquelecompreendido pelo aparecimento do primeiro botatildeofloral (em torno de 60 a 70 dias apoacutes a emergecircncia)ateacute a colheita (entre 180 a 200 dias da emergecircncia)(Figura 3) A fecircmea deposita apenas um ovo pororifiacutecio feito com o bico sendo a cavidadeposteriormente fechada por uma secreccedilatildeogelatinosa (Figura 4 a) Os ovos satildeo brilhantes emedem cerca de 08 mm de comprimento por 05mm de largura Cada fecircmea coloca cerca de 6 ovospor dia totalizando 100 a 300 ovos colocadosdurante seu ciclo de vida O periacuteodo de incubaccedilatildeovaria de 3 a 4 dias sendo que proacuteximo agrave eclosatildeo eacutepossiacutevel perceber a cabeccedila da larva atraveacutes dacasca do ovo As larvas satildeo brancas de cabeccedilamarron-clara e sem pernas apresentando de 5 mm a

Fig 2 Adulto do bicudo com seta indicandocaracteriacutestica diferenciadora da espeacutecie presenccedila deespinhos nas pernas anteriores (fecircmur)Fonte Insectimages 2004

Fig 3 Estaacutegios de desenvolvimento do algodoeiroFonte Nakano et al 1981

9Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

10 mm de comprimento (Figura 4 b) e formato deldquoCrdquo A ausecircncia de pernas permite distinguir a larvadeste inseto de outros insetos que tambeacutem atacam amaccedilatilde A fase larval dura de 7 a 12 dias periacuteodo emque as larvas alimentam-se de todo o interior dobotatildeo que cai ao solo em uma semana A larvaconstroacutei uma cacircmara com as proacuteprias estruturasatacadas onde se transforma em pupa (Figura 4 c)Esta eacute semelhante ao adulto podendo visualizar-se obico e os outros apecircndices ligados ao corpo atraveacutesde uma membrana transparente Apoacutes 3 a 5 diastransformam-se em adultos que apresentam umalongevidade de 20 a 40 dias O ciclo de ovo a adultovaria de 11 a 67 dias e dependendo das condiccedilotildeesde temperatura podem ocorrer ateacute 7 geraccedilotildees

adultos necessaacuterios para causar dano econocircmico eacuterelativamente baixo alguns autores detectaram quepopulaccedilotildees de 14 25 50 e 100 bicudos receacutem-saiacutedos da diapausaacre (04 ha) eram capazes dedanificar 0 28 46 66 e 83 dos bototildeesdisponiacuteveis respectivamente enquanto adultos desegunda geraccedilatildeo danificaram de 84 a 96 dosbototildees Outros estudos relatam que mais de 50dos bototildees apresentavam puncturas quando apopulaccedilatildeo F1 excedia 1000 indiviacuteduosacre (04ha) e que mais de 80 dos bototildees apresentavampuncturas quando a populaccedilatildeo excedia 2000indiviacuteduosacre (04 ha) O bicudo do algodoeiro sealimenta e oviposita do botatildeo floral e fruto doalgodatildeo sendo sua injuacuteria facilmente detectaacutevel

durante o ano Durante o periacuteodo de entressafra osadultos migram para abrigos naturais e entram emdiapausa por um periacuteodo de 150 a 180 dias

5 Danos

Quando os bicudos entram em uma lavouraalgodoeira colonizando-a a partir de locais onde osinsetos estavam em diapausa ou atraveacutes damigraccedilatildeo o nuacutemero necessaacuterio de indiviacuteduos paracausar dano econocircmico depende de fatores taiscomo condiccedilotildees fisioloacutegicas da planta hospedeiraestaacutegio fenoloacutegico e condiccedilotildees ambientais Afecundidade (nuacutemero de ovosfecircmea) eacute maior nasfecircmeas de primeira geraccedilatildeo do que nas fecircmeas maistardias principalmente devido a maturidade daplanta e a reduccedilatildeo no nuacutemero de bototildees disponiacuteveisagrave oviposiccedilatildeo das fecircmeas acasaladas tardiamente Astaxas de incremento da populaccedilatildeo por geraccedilatildeo temsido estimadas em torno de 1 a 96 vezesdependendo das condiccedilotildees ambientais O nuacutemero de

Fig 5 Detalhe da alimentaccedilatildeo dos adultos do bicudomostrando ldquofezes amarelicidasrestos de gratildeo de poacutelenrdquoao redor do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo Fonte Insectimages2004

Fig 6 Adulto do bicudo perfurando do botatildeo floralatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 4 Fases do ciclo de vida do bicudo (a) botatildeo comsintoma de oviposiccedilatildeo (b) larva (c) pupa (d) adultoperfurando botatildeo floralFonte Insectimages 2004

10 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Periacuteodos chuvosos favorecem o desenvolvimento dapraga uma vez que a umidade existente conserva osbototildees atacados por um periacuteodo maior permitindomelhor desenvolvimento das larvas em seu interiorPor outro lado se ocorre seca os bototildees ao caiacuteremsatildeo expostos agrave dessecaccedilatildeo e as altas temperaturasdo solo ocorrendo elevadas taxas de mortalidadelarval elevadas Um outro fator que prejudica odesenvolvimento larval sob condiccedilotildees de estiagemeacute a falta de alimento adequado uma vez que osubstrato torna-se ressecado

6 MonitoramentoAmostragem e Tomadade Decisatildeo

O meacutetodo de monitoramento utilizado paraamostragem do bicudo do algodoeiro varia de acordocom o estaacutegio de desenvolvimento da cultura e visaauxiliar na tomada de decisatildeo de controlar ou natildeo apopulaccedilatildeo da praga presente no campo No iniacutecio docultivo as armadilhas de feromocircnio satildeo usadas paradetectar os adultos do bicudo que venham acolonizar a lavoura A eficiecircncia da armadilha eacuteinversamente proporcional ao niacutevel populacional epode ser de 100 antes dos bototildees estaremdisponiacuteveis e com populaccedilotildees de menos que 1bicudo4 ha Deve-se instalar as armadilhascontendo o feromocircnio do bicudo (glandlure) o maiscedo possiacutevel e no maacuteximo por ocasiatildeo do plantioApoacutes a instalaccedilatildeo das armadilhas deve-seinspecionaacute-las semanalmente e determinar o nuacutemero

Fig 7 Adulto do bicudo perfurando base de uma maccedilatildeatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 8 Botatildeo danificado contendo larva emdesenvolvimento em seu interiorFonte Insectimages 2004

Ambos os sexos realizam pequenos orifiacutecios nobotatildeo floral e no fruto sendo que fezes amareladasnormalmente satildeo detectadas em torno da aacuterea dealimentaccedilatildeo (Figura 5 6 e 7) As fecircmeasovipositam dentro dos orifiacutecios que eacute selado com asfezes solidificadas e o fluiacutedo do seu trato excretor Amaioria dos bototildees contendo puncturas deoviposiccedilatildeo raramente abriratildeo e muitos sofreratildeoabcisatildeo da planta em cerca de oito dias enquantomaccedilatildes mais desenvolvidas podem permanecer naplanta e apresentar loacuteculos danificados (Figuras 8 e9) onde os ovos foram depositados e as larvas sedesenvolveram

Fig 9 Maccedilatilde contendo loacuteculo danificado onde larva eoupupa do bicudo-do-algodoeiro se desenvolvemFonte Insectimages 2004

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

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tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 7: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

7Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

foram dramaticamente reduzidas no oeste (Arizonae Califoacuternia) e o inseto natildeo eacute mais visto como umapraga econocircmica nestas regiotildees

3 Histoacuterico de ocorrecircncia da praga noBrasil

31 Introduccedilatildeo da praga no paiacutes

No Brasil a ocorrecircncia inicial de bicudo foiconstatada nas proximidades de Jaguariuacutena eCampinas em fevereiro de 1983 sendoposteriormente detectada sua presenccedila na Paraiacutebaem julho do mesmo ano Alguns autores sugeremque o bicudo presente no Brasil pode ter sidointroduzido a partir dos Estados Unidos nordeste doMeacutexico Haiti Repuacuteblica Dominicana Venezuela ouColocircmbia Todavia algumas evidecircncias sugerem queo bicudo introduzido no Brasil em Satildeo Paulo sejaproveniente do sudeste dos Estados Unidos tendosido introduzido no paiacutes possivelmente por aviatildeo enatildeo por expansatildeo natural do inseto jaacute que ainfestaccedilatildeo inicial foi localizada em algodoaisproacuteximos ao Aeroporto Internacional de Cumbicaem Satildeo Paulo Jaacute a infestaccedilatildeo que ocorreu noNordeste (em Ingaacute na Paraiacuteba) foi provavelmenteresultado de uma importaccedilatildeo acidental de aacutereasinfestadas de Satildeo Paulo e natildeo da expansatildeo naturaldo inseto

32 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Meridionaldo Brasil

Os primeiros campos infestados no Brasil quando daintroduccedilatildeo da praga em Satildeo Paulo foramconstatados nos municiacutepios de CampinasJaguariuacutena Santo Antocircnio da Posse AmericanaPiracicaba Tietecirc e Tatuiacute No final da safra 19831984 o bicudo jaacute ocorria em quase todas as regiotildeesprodutoras de algodatildeo de Satildeo Paulo e no iniacutecio dasafra de 198485 todos os campos de algodatildeo de 83municiacutepios paulistas estavam infestados pelo bicudo(aacuterea infestada de aproximadamente 100000 ha)Apoacutes quatro anos da introduccedilatildeo da praga no Estadode Satildeo Paulo (safra 198788) todos os municiacutepiosprodutores de algodatildeo se encontravam infestadospelo bicudo

Em Minas Gerais as primeiras infestaccedilotildees foramdetectadas no final da safra 198485 nosmuniciacutepios vizinhos ao Estado de Satildeo Paulo Comona safra seguinte o governo do Estado proibiu oplantio de algodatildeo nestes municiacutepios essa medidalimitou a disseminaccedilatildeo da praga para o sul norte enordeste de Minas Gerais

As primeiras infestaccedilotildees de bicudo detectadas noParanaacute ocorreram em Barra do Jacareacute e Maringaacuteem maio de 1987 Trecircs anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(safra 199091) mais de 90 da aacuterea cultivadacom algodatildeo no Paranaacute estava infestada pela praga

Em Mato Grosso do Sul os primeiros focos do insetoforam detectados em Taquarussu e Bataipora emfevereiro de 1990 dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial(1992) o bicudo jaacute se encontrava disseminado portodas as regiotildees produtoras do Estado

No Mato Grosso o bicudo foi constatadoinicialmente em junho de 1993 em MirassolDrsquoOeste e Caacuteceres sendo disseminadoposteriormente para os municiacutepios da regiatildeo deRondonoacutepolis por intermeacutedio do intercacircmbio desacarias usadas na regiatildeo de Satildeo Paulo e reutilizadasno Estado de Mato Grosso Mesmo decorridos vaacuteriosanos apoacutes sua introduccedilatildeo no Estado sua ocorrecircnciapermaneceu restrita ateacute 2001 agravequeles municiacutepiospioneiros no cultivo do algodatildeo A partir daiacuteconstatatou-se sua expansatildeo para dois novosmuniciacutepios Campo Verde e Dom Aquinodisseminando-se posteriormente e de forma muitoraacutepida para Primavera do Leste Poxoreacuteo SantoAntocircnio do Leste e Novo Satildeo Joaquim

Em Goiaacutes a ocorrecircncia inicial do bicudo foidetectada nos municiacutepios de Itumbiara CachoeiraDourada Inaciolacircndia e Panamaacute em 20 de maio de1996 Dois anos apoacutes a detecccedilatildeo inicial (safra 199899) a aacuterea infestada jaacute correspondia a 85 da aacutereacultivada

Com isso verifica-se que de 1983 a 1993 mais de90 das aacutereas localizadas na Regiatildeo Meridional doBrasil foram infestadas pelo bicudo

33 Disseminaccedilatildeo do bicudo na Regiatildeo Setentrionaldo Brasil

As infestaccedilotildees iniciais do bicudo na aacutereaSetentrional do Brasil foram verificadas no Estadoda Paraiacuteba municiacutepio de Ingaacute em 4 de julho de1983 Em dezembro do mesmo ano mais de 90da aacuterea cultivada com o algodoeiro no agreste daParaiacuteba jaacute se encontrava infestada pelo bicudo

Jaacute em Pernambuco a primeira constataccedilatildeo doinseto deu-se em julho de 1983 no municiacutepio deToritama Acredita-se que estas infestaccedilotildees foramdecorrentes da dispersatildeo natural do inseto a partirde aacutereas infestadas do agreste da Paraiacuteba Dois anos

8 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

apoacutes em 1985 o inseto jaacute ocorria em lavouras detodo o Estado

No Rio Grande do Norte as primeiras infestaccedilotildeespor bicudo foram constatadas em 23 de julho de1984 um ano apoacutes a constataccedilatildeo inicial do insetona Paraiacuteba A ocorrecircncia foi associada agraves aacutereaslocalizadas no seridoacute do Rio Grande do Norteacreditando-se que a introduccedilatildeo nestas aacutereas foifeita a partir do seridoacute da Paraiacuteba No final de 1985todas as regiotildees produtoras de algodatildeo do Estado jaacutese encontravam infestadas Neste mesmo anoverificou-se a presenccedila irrestrita do inseto em aacutereaslocalizadas no sul do Cearaacute possivelmente oriundosdo sertatildeo da Paraiacuteba ou do Rio Grande do NorteDois anos apoacutes (1987) o inseto jaacute ocorria em todosos municiacutepios produtores de algodatildeo do Estado

Em 1986 detectou-se a presenccedila do bicudo naregiatildeo agreste do Estado de Alagoas no municiacutepiode Juazeiro na Bahia nas regiotildees sul e norte do Piauiacutee no Maranhatildeo Um ano apoacutes sua introduccedilatildeo nestesEstados detectou-se que o inseto havia sedisseminado por todas as aacutereas produtoras dosEstados do Piauiacute e do Maranhatildeo

No Paraacute a infestaccedilatildeo de cultivos do algodoeiro pelobicudo soacute ocorreu na deacutecada de 90 possivelmenteintroduzidos por imigrantes nordestinos quando daimplantaccedilatildeo de algumas aacutereas agriacutecolas

4 Identificaccedilatildeo e Biologia

O adulto do bicudo eacute um besouro de coloraccedilatildeomarrom avermelhado a cinza escuro variando suacoloraccedilatildeo de acordo com a idade do inseto Bicudoscom tegumento (pele) de cor preta podem ocorrerporeacutem essa linhagem natildeo eacute comum no campo Obesouro mede em torno de 7 mm de comprimentovariando de 4 a 8 mm O tamanho do inseto eacuteinfluenciado pela condiccedilatildeo nutricional do alimento(bototildees florais ou maccedilatildes)

O rostro (bico) alcanccedila cerca de metade do tamanhodo resto do seu corpo estando as peccedilas bucaislocalizadas no aacutepice do rostro com mandiacutebulasbastante desenvolvidas Lateralmente ao bico ficamlocalizadas as antenas Pode-se distinguir o bicudode outros curculioniacutedeos atraveacutes de um par deespinhos localizado em cada perna dianteira (Figura2) O bicudo eacute frequumlentemente encontrado nosbototildees florais e com grande atividade alimentar ereprodutiva entre no periacuteodo das 9 horas da manhatildeagraves 17 horas ou seja nas horas mais quentes do dia

As fecircmeas receacutem-emergidas precisam se alimentarpor 3 a 5 dias antes de iniciarem a postura Apoacuteseste periacuteodo ovipositam preferencialmente embototildees florais flores e maccedilatildes do algodatildeo Sendoassim considera-se como o periacuteodo de maiorsuscetibilidade da cultura ao ataque da praga aquelecompreendido pelo aparecimento do primeiro botatildeofloral (em torno de 60 a 70 dias apoacutes a emergecircncia)ateacute a colheita (entre 180 a 200 dias da emergecircncia)(Figura 3) A fecircmea deposita apenas um ovo pororifiacutecio feito com o bico sendo a cavidadeposteriormente fechada por uma secreccedilatildeogelatinosa (Figura 4 a) Os ovos satildeo brilhantes emedem cerca de 08 mm de comprimento por 05mm de largura Cada fecircmea coloca cerca de 6 ovospor dia totalizando 100 a 300 ovos colocadosdurante seu ciclo de vida O periacuteodo de incubaccedilatildeovaria de 3 a 4 dias sendo que proacuteximo agrave eclosatildeo eacutepossiacutevel perceber a cabeccedila da larva atraveacutes dacasca do ovo As larvas satildeo brancas de cabeccedilamarron-clara e sem pernas apresentando de 5 mm a

Fig 2 Adulto do bicudo com seta indicandocaracteriacutestica diferenciadora da espeacutecie presenccedila deespinhos nas pernas anteriores (fecircmur)Fonte Insectimages 2004

Fig 3 Estaacutegios de desenvolvimento do algodoeiroFonte Nakano et al 1981

9Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

10 mm de comprimento (Figura 4 b) e formato deldquoCrdquo A ausecircncia de pernas permite distinguir a larvadeste inseto de outros insetos que tambeacutem atacam amaccedilatilde A fase larval dura de 7 a 12 dias periacuteodo emque as larvas alimentam-se de todo o interior dobotatildeo que cai ao solo em uma semana A larvaconstroacutei uma cacircmara com as proacuteprias estruturasatacadas onde se transforma em pupa (Figura 4 c)Esta eacute semelhante ao adulto podendo visualizar-se obico e os outros apecircndices ligados ao corpo atraveacutesde uma membrana transparente Apoacutes 3 a 5 diastransformam-se em adultos que apresentam umalongevidade de 20 a 40 dias O ciclo de ovo a adultovaria de 11 a 67 dias e dependendo das condiccedilotildeesde temperatura podem ocorrer ateacute 7 geraccedilotildees

adultos necessaacuterios para causar dano econocircmico eacuterelativamente baixo alguns autores detectaram quepopulaccedilotildees de 14 25 50 e 100 bicudos receacutem-saiacutedos da diapausaacre (04 ha) eram capazes dedanificar 0 28 46 66 e 83 dos bototildeesdisponiacuteveis respectivamente enquanto adultos desegunda geraccedilatildeo danificaram de 84 a 96 dosbototildees Outros estudos relatam que mais de 50dos bototildees apresentavam puncturas quando apopulaccedilatildeo F1 excedia 1000 indiviacuteduosacre (04ha) e que mais de 80 dos bototildees apresentavampuncturas quando a populaccedilatildeo excedia 2000indiviacuteduosacre (04 ha) O bicudo do algodoeiro sealimenta e oviposita do botatildeo floral e fruto doalgodatildeo sendo sua injuacuteria facilmente detectaacutevel

durante o ano Durante o periacuteodo de entressafra osadultos migram para abrigos naturais e entram emdiapausa por um periacuteodo de 150 a 180 dias

5 Danos

Quando os bicudos entram em uma lavouraalgodoeira colonizando-a a partir de locais onde osinsetos estavam em diapausa ou atraveacutes damigraccedilatildeo o nuacutemero necessaacuterio de indiviacuteduos paracausar dano econocircmico depende de fatores taiscomo condiccedilotildees fisioloacutegicas da planta hospedeiraestaacutegio fenoloacutegico e condiccedilotildees ambientais Afecundidade (nuacutemero de ovosfecircmea) eacute maior nasfecircmeas de primeira geraccedilatildeo do que nas fecircmeas maistardias principalmente devido a maturidade daplanta e a reduccedilatildeo no nuacutemero de bototildees disponiacuteveisagrave oviposiccedilatildeo das fecircmeas acasaladas tardiamente Astaxas de incremento da populaccedilatildeo por geraccedilatildeo temsido estimadas em torno de 1 a 96 vezesdependendo das condiccedilotildees ambientais O nuacutemero de

Fig 5 Detalhe da alimentaccedilatildeo dos adultos do bicudomostrando ldquofezes amarelicidasrestos de gratildeo de poacutelenrdquoao redor do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo Fonte Insectimages2004

Fig 6 Adulto do bicudo perfurando do botatildeo floralatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 4 Fases do ciclo de vida do bicudo (a) botatildeo comsintoma de oviposiccedilatildeo (b) larva (c) pupa (d) adultoperfurando botatildeo floralFonte Insectimages 2004

10 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Periacuteodos chuvosos favorecem o desenvolvimento dapraga uma vez que a umidade existente conserva osbototildees atacados por um periacuteodo maior permitindomelhor desenvolvimento das larvas em seu interiorPor outro lado se ocorre seca os bototildees ao caiacuteremsatildeo expostos agrave dessecaccedilatildeo e as altas temperaturasdo solo ocorrendo elevadas taxas de mortalidadelarval elevadas Um outro fator que prejudica odesenvolvimento larval sob condiccedilotildees de estiagemeacute a falta de alimento adequado uma vez que osubstrato torna-se ressecado

6 MonitoramentoAmostragem e Tomadade Decisatildeo

O meacutetodo de monitoramento utilizado paraamostragem do bicudo do algodoeiro varia de acordocom o estaacutegio de desenvolvimento da cultura e visaauxiliar na tomada de decisatildeo de controlar ou natildeo apopulaccedilatildeo da praga presente no campo No iniacutecio docultivo as armadilhas de feromocircnio satildeo usadas paradetectar os adultos do bicudo que venham acolonizar a lavoura A eficiecircncia da armadilha eacuteinversamente proporcional ao niacutevel populacional epode ser de 100 antes dos bototildees estaremdisponiacuteveis e com populaccedilotildees de menos que 1bicudo4 ha Deve-se instalar as armadilhascontendo o feromocircnio do bicudo (glandlure) o maiscedo possiacutevel e no maacuteximo por ocasiatildeo do plantioApoacutes a instalaccedilatildeo das armadilhas deve-seinspecionaacute-las semanalmente e determinar o nuacutemero

Fig 7 Adulto do bicudo perfurando base de uma maccedilatildeatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 8 Botatildeo danificado contendo larva emdesenvolvimento em seu interiorFonte Insectimages 2004

Ambos os sexos realizam pequenos orifiacutecios nobotatildeo floral e no fruto sendo que fezes amareladasnormalmente satildeo detectadas em torno da aacuterea dealimentaccedilatildeo (Figura 5 6 e 7) As fecircmeasovipositam dentro dos orifiacutecios que eacute selado com asfezes solidificadas e o fluiacutedo do seu trato excretor Amaioria dos bototildees contendo puncturas deoviposiccedilatildeo raramente abriratildeo e muitos sofreratildeoabcisatildeo da planta em cerca de oito dias enquantomaccedilatildes mais desenvolvidas podem permanecer naplanta e apresentar loacuteculos danificados (Figuras 8 e9) onde os ovos foram depositados e as larvas sedesenvolveram

Fig 9 Maccedilatilde contendo loacuteculo danificado onde larva eoupupa do bicudo-do-algodoeiro se desenvolvemFonte Insectimages 2004

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

Foto

C

S

Bas

tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 8: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

8 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

apoacutes em 1985 o inseto jaacute ocorria em lavouras detodo o Estado

No Rio Grande do Norte as primeiras infestaccedilotildeespor bicudo foram constatadas em 23 de julho de1984 um ano apoacutes a constataccedilatildeo inicial do insetona Paraiacuteba A ocorrecircncia foi associada agraves aacutereaslocalizadas no seridoacute do Rio Grande do Norteacreditando-se que a introduccedilatildeo nestas aacutereas foifeita a partir do seridoacute da Paraiacuteba No final de 1985todas as regiotildees produtoras de algodatildeo do Estado jaacutese encontravam infestadas Neste mesmo anoverificou-se a presenccedila irrestrita do inseto em aacutereaslocalizadas no sul do Cearaacute possivelmente oriundosdo sertatildeo da Paraiacuteba ou do Rio Grande do NorteDois anos apoacutes (1987) o inseto jaacute ocorria em todosos municiacutepios produtores de algodatildeo do Estado

Em 1986 detectou-se a presenccedila do bicudo naregiatildeo agreste do Estado de Alagoas no municiacutepiode Juazeiro na Bahia nas regiotildees sul e norte do Piauiacutee no Maranhatildeo Um ano apoacutes sua introduccedilatildeo nestesEstados detectou-se que o inseto havia sedisseminado por todas as aacutereas produtoras dosEstados do Piauiacute e do Maranhatildeo

No Paraacute a infestaccedilatildeo de cultivos do algodoeiro pelobicudo soacute ocorreu na deacutecada de 90 possivelmenteintroduzidos por imigrantes nordestinos quando daimplantaccedilatildeo de algumas aacutereas agriacutecolas

4 Identificaccedilatildeo e Biologia

O adulto do bicudo eacute um besouro de coloraccedilatildeomarrom avermelhado a cinza escuro variando suacoloraccedilatildeo de acordo com a idade do inseto Bicudoscom tegumento (pele) de cor preta podem ocorrerporeacutem essa linhagem natildeo eacute comum no campo Obesouro mede em torno de 7 mm de comprimentovariando de 4 a 8 mm O tamanho do inseto eacuteinfluenciado pela condiccedilatildeo nutricional do alimento(bototildees florais ou maccedilatildes)

O rostro (bico) alcanccedila cerca de metade do tamanhodo resto do seu corpo estando as peccedilas bucaislocalizadas no aacutepice do rostro com mandiacutebulasbastante desenvolvidas Lateralmente ao bico ficamlocalizadas as antenas Pode-se distinguir o bicudode outros curculioniacutedeos atraveacutes de um par deespinhos localizado em cada perna dianteira (Figura2) O bicudo eacute frequumlentemente encontrado nosbototildees florais e com grande atividade alimentar ereprodutiva entre no periacuteodo das 9 horas da manhatildeagraves 17 horas ou seja nas horas mais quentes do dia

As fecircmeas receacutem-emergidas precisam se alimentarpor 3 a 5 dias antes de iniciarem a postura Apoacuteseste periacuteodo ovipositam preferencialmente embototildees florais flores e maccedilatildes do algodatildeo Sendoassim considera-se como o periacuteodo de maiorsuscetibilidade da cultura ao ataque da praga aquelecompreendido pelo aparecimento do primeiro botatildeofloral (em torno de 60 a 70 dias apoacutes a emergecircncia)ateacute a colheita (entre 180 a 200 dias da emergecircncia)(Figura 3) A fecircmea deposita apenas um ovo pororifiacutecio feito com o bico sendo a cavidadeposteriormente fechada por uma secreccedilatildeogelatinosa (Figura 4 a) Os ovos satildeo brilhantes emedem cerca de 08 mm de comprimento por 05mm de largura Cada fecircmea coloca cerca de 6 ovospor dia totalizando 100 a 300 ovos colocadosdurante seu ciclo de vida O periacuteodo de incubaccedilatildeovaria de 3 a 4 dias sendo que proacuteximo agrave eclosatildeo eacutepossiacutevel perceber a cabeccedila da larva atraveacutes dacasca do ovo As larvas satildeo brancas de cabeccedilamarron-clara e sem pernas apresentando de 5 mm a

Fig 2 Adulto do bicudo com seta indicandocaracteriacutestica diferenciadora da espeacutecie presenccedila deespinhos nas pernas anteriores (fecircmur)Fonte Insectimages 2004

Fig 3 Estaacutegios de desenvolvimento do algodoeiroFonte Nakano et al 1981

9Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

10 mm de comprimento (Figura 4 b) e formato deldquoCrdquo A ausecircncia de pernas permite distinguir a larvadeste inseto de outros insetos que tambeacutem atacam amaccedilatilde A fase larval dura de 7 a 12 dias periacuteodo emque as larvas alimentam-se de todo o interior dobotatildeo que cai ao solo em uma semana A larvaconstroacutei uma cacircmara com as proacuteprias estruturasatacadas onde se transforma em pupa (Figura 4 c)Esta eacute semelhante ao adulto podendo visualizar-se obico e os outros apecircndices ligados ao corpo atraveacutesde uma membrana transparente Apoacutes 3 a 5 diastransformam-se em adultos que apresentam umalongevidade de 20 a 40 dias O ciclo de ovo a adultovaria de 11 a 67 dias e dependendo das condiccedilotildeesde temperatura podem ocorrer ateacute 7 geraccedilotildees

adultos necessaacuterios para causar dano econocircmico eacuterelativamente baixo alguns autores detectaram quepopulaccedilotildees de 14 25 50 e 100 bicudos receacutem-saiacutedos da diapausaacre (04 ha) eram capazes dedanificar 0 28 46 66 e 83 dos bototildeesdisponiacuteveis respectivamente enquanto adultos desegunda geraccedilatildeo danificaram de 84 a 96 dosbototildees Outros estudos relatam que mais de 50dos bototildees apresentavam puncturas quando apopulaccedilatildeo F1 excedia 1000 indiviacuteduosacre (04ha) e que mais de 80 dos bototildees apresentavampuncturas quando a populaccedilatildeo excedia 2000indiviacuteduosacre (04 ha) O bicudo do algodoeiro sealimenta e oviposita do botatildeo floral e fruto doalgodatildeo sendo sua injuacuteria facilmente detectaacutevel

durante o ano Durante o periacuteodo de entressafra osadultos migram para abrigos naturais e entram emdiapausa por um periacuteodo de 150 a 180 dias

5 Danos

Quando os bicudos entram em uma lavouraalgodoeira colonizando-a a partir de locais onde osinsetos estavam em diapausa ou atraveacutes damigraccedilatildeo o nuacutemero necessaacuterio de indiviacuteduos paracausar dano econocircmico depende de fatores taiscomo condiccedilotildees fisioloacutegicas da planta hospedeiraestaacutegio fenoloacutegico e condiccedilotildees ambientais Afecundidade (nuacutemero de ovosfecircmea) eacute maior nasfecircmeas de primeira geraccedilatildeo do que nas fecircmeas maistardias principalmente devido a maturidade daplanta e a reduccedilatildeo no nuacutemero de bototildees disponiacuteveisagrave oviposiccedilatildeo das fecircmeas acasaladas tardiamente Astaxas de incremento da populaccedilatildeo por geraccedilatildeo temsido estimadas em torno de 1 a 96 vezesdependendo das condiccedilotildees ambientais O nuacutemero de

Fig 5 Detalhe da alimentaccedilatildeo dos adultos do bicudomostrando ldquofezes amarelicidasrestos de gratildeo de poacutelenrdquoao redor do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo Fonte Insectimages2004

Fig 6 Adulto do bicudo perfurando do botatildeo floralatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 4 Fases do ciclo de vida do bicudo (a) botatildeo comsintoma de oviposiccedilatildeo (b) larva (c) pupa (d) adultoperfurando botatildeo floralFonte Insectimages 2004

10 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Periacuteodos chuvosos favorecem o desenvolvimento dapraga uma vez que a umidade existente conserva osbototildees atacados por um periacuteodo maior permitindomelhor desenvolvimento das larvas em seu interiorPor outro lado se ocorre seca os bototildees ao caiacuteremsatildeo expostos agrave dessecaccedilatildeo e as altas temperaturasdo solo ocorrendo elevadas taxas de mortalidadelarval elevadas Um outro fator que prejudica odesenvolvimento larval sob condiccedilotildees de estiagemeacute a falta de alimento adequado uma vez que osubstrato torna-se ressecado

6 MonitoramentoAmostragem e Tomadade Decisatildeo

O meacutetodo de monitoramento utilizado paraamostragem do bicudo do algodoeiro varia de acordocom o estaacutegio de desenvolvimento da cultura e visaauxiliar na tomada de decisatildeo de controlar ou natildeo apopulaccedilatildeo da praga presente no campo No iniacutecio docultivo as armadilhas de feromocircnio satildeo usadas paradetectar os adultos do bicudo que venham acolonizar a lavoura A eficiecircncia da armadilha eacuteinversamente proporcional ao niacutevel populacional epode ser de 100 antes dos bototildees estaremdisponiacuteveis e com populaccedilotildees de menos que 1bicudo4 ha Deve-se instalar as armadilhascontendo o feromocircnio do bicudo (glandlure) o maiscedo possiacutevel e no maacuteximo por ocasiatildeo do plantioApoacutes a instalaccedilatildeo das armadilhas deve-seinspecionaacute-las semanalmente e determinar o nuacutemero

Fig 7 Adulto do bicudo perfurando base de uma maccedilatildeatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 8 Botatildeo danificado contendo larva emdesenvolvimento em seu interiorFonte Insectimages 2004

Ambos os sexos realizam pequenos orifiacutecios nobotatildeo floral e no fruto sendo que fezes amareladasnormalmente satildeo detectadas em torno da aacuterea dealimentaccedilatildeo (Figura 5 6 e 7) As fecircmeasovipositam dentro dos orifiacutecios que eacute selado com asfezes solidificadas e o fluiacutedo do seu trato excretor Amaioria dos bototildees contendo puncturas deoviposiccedilatildeo raramente abriratildeo e muitos sofreratildeoabcisatildeo da planta em cerca de oito dias enquantomaccedilatildes mais desenvolvidas podem permanecer naplanta e apresentar loacuteculos danificados (Figuras 8 e9) onde os ovos foram depositados e as larvas sedesenvolveram

Fig 9 Maccedilatilde contendo loacuteculo danificado onde larva eoupupa do bicudo-do-algodoeiro se desenvolvemFonte Insectimages 2004

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

Foto

C

S

Bas

tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 9: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

9Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

10 mm de comprimento (Figura 4 b) e formato deldquoCrdquo A ausecircncia de pernas permite distinguir a larvadeste inseto de outros insetos que tambeacutem atacam amaccedilatilde A fase larval dura de 7 a 12 dias periacuteodo emque as larvas alimentam-se de todo o interior dobotatildeo que cai ao solo em uma semana A larvaconstroacutei uma cacircmara com as proacuteprias estruturasatacadas onde se transforma em pupa (Figura 4 c)Esta eacute semelhante ao adulto podendo visualizar-se obico e os outros apecircndices ligados ao corpo atraveacutesde uma membrana transparente Apoacutes 3 a 5 diastransformam-se em adultos que apresentam umalongevidade de 20 a 40 dias O ciclo de ovo a adultovaria de 11 a 67 dias e dependendo das condiccedilotildeesde temperatura podem ocorrer ateacute 7 geraccedilotildees

adultos necessaacuterios para causar dano econocircmico eacuterelativamente baixo alguns autores detectaram quepopulaccedilotildees de 14 25 50 e 100 bicudos receacutem-saiacutedos da diapausaacre (04 ha) eram capazes dedanificar 0 28 46 66 e 83 dos bototildeesdisponiacuteveis respectivamente enquanto adultos desegunda geraccedilatildeo danificaram de 84 a 96 dosbototildees Outros estudos relatam que mais de 50dos bototildees apresentavam puncturas quando apopulaccedilatildeo F1 excedia 1000 indiviacuteduosacre (04ha) e que mais de 80 dos bototildees apresentavampuncturas quando a populaccedilatildeo excedia 2000indiviacuteduosacre (04 ha) O bicudo do algodoeiro sealimenta e oviposita do botatildeo floral e fruto doalgodatildeo sendo sua injuacuteria facilmente detectaacutevel

durante o ano Durante o periacuteodo de entressafra osadultos migram para abrigos naturais e entram emdiapausa por um periacuteodo de 150 a 180 dias

5 Danos

Quando os bicudos entram em uma lavouraalgodoeira colonizando-a a partir de locais onde osinsetos estavam em diapausa ou atraveacutes damigraccedilatildeo o nuacutemero necessaacuterio de indiviacuteduos paracausar dano econocircmico depende de fatores taiscomo condiccedilotildees fisioloacutegicas da planta hospedeiraestaacutegio fenoloacutegico e condiccedilotildees ambientais Afecundidade (nuacutemero de ovosfecircmea) eacute maior nasfecircmeas de primeira geraccedilatildeo do que nas fecircmeas maistardias principalmente devido a maturidade daplanta e a reduccedilatildeo no nuacutemero de bototildees disponiacuteveisagrave oviposiccedilatildeo das fecircmeas acasaladas tardiamente Astaxas de incremento da populaccedilatildeo por geraccedilatildeo temsido estimadas em torno de 1 a 96 vezesdependendo das condiccedilotildees ambientais O nuacutemero de

Fig 5 Detalhe da alimentaccedilatildeo dos adultos do bicudomostrando ldquofezes amarelicidasrestos de gratildeo de poacutelenrdquoao redor do orifiacutecio de alimentaccedilatildeo Fonte Insectimages2004

Fig 6 Adulto do bicudo perfurando do botatildeo floralatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 4 Fases do ciclo de vida do bicudo (a) botatildeo comsintoma de oviposiccedilatildeo (b) larva (c) pupa (d) adultoperfurando botatildeo floralFonte Insectimages 2004

10 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Periacuteodos chuvosos favorecem o desenvolvimento dapraga uma vez que a umidade existente conserva osbototildees atacados por um periacuteodo maior permitindomelhor desenvolvimento das larvas em seu interiorPor outro lado se ocorre seca os bototildees ao caiacuteremsatildeo expostos agrave dessecaccedilatildeo e as altas temperaturasdo solo ocorrendo elevadas taxas de mortalidadelarval elevadas Um outro fator que prejudica odesenvolvimento larval sob condiccedilotildees de estiagemeacute a falta de alimento adequado uma vez que osubstrato torna-se ressecado

6 MonitoramentoAmostragem e Tomadade Decisatildeo

O meacutetodo de monitoramento utilizado paraamostragem do bicudo do algodoeiro varia de acordocom o estaacutegio de desenvolvimento da cultura e visaauxiliar na tomada de decisatildeo de controlar ou natildeo apopulaccedilatildeo da praga presente no campo No iniacutecio docultivo as armadilhas de feromocircnio satildeo usadas paradetectar os adultos do bicudo que venham acolonizar a lavoura A eficiecircncia da armadilha eacuteinversamente proporcional ao niacutevel populacional epode ser de 100 antes dos bototildees estaremdisponiacuteveis e com populaccedilotildees de menos que 1bicudo4 ha Deve-se instalar as armadilhascontendo o feromocircnio do bicudo (glandlure) o maiscedo possiacutevel e no maacuteximo por ocasiatildeo do plantioApoacutes a instalaccedilatildeo das armadilhas deve-seinspecionaacute-las semanalmente e determinar o nuacutemero

Fig 7 Adulto do bicudo perfurando base de uma maccedilatildeatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 8 Botatildeo danificado contendo larva emdesenvolvimento em seu interiorFonte Insectimages 2004

Ambos os sexos realizam pequenos orifiacutecios nobotatildeo floral e no fruto sendo que fezes amareladasnormalmente satildeo detectadas em torno da aacuterea dealimentaccedilatildeo (Figura 5 6 e 7) As fecircmeasovipositam dentro dos orifiacutecios que eacute selado com asfezes solidificadas e o fluiacutedo do seu trato excretor Amaioria dos bototildees contendo puncturas deoviposiccedilatildeo raramente abriratildeo e muitos sofreratildeoabcisatildeo da planta em cerca de oito dias enquantomaccedilatildes mais desenvolvidas podem permanecer naplanta e apresentar loacuteculos danificados (Figuras 8 e9) onde os ovos foram depositados e as larvas sedesenvolveram

Fig 9 Maccedilatilde contendo loacuteculo danificado onde larva eoupupa do bicudo-do-algodoeiro se desenvolvemFonte Insectimages 2004

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

Foto

C

S

Bas

tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 10: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

10 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Periacuteodos chuvosos favorecem o desenvolvimento dapraga uma vez que a umidade existente conserva osbototildees atacados por um periacuteodo maior permitindomelhor desenvolvimento das larvas em seu interiorPor outro lado se ocorre seca os bototildees ao caiacuteremsatildeo expostos agrave dessecaccedilatildeo e as altas temperaturasdo solo ocorrendo elevadas taxas de mortalidadelarval elevadas Um outro fator que prejudica odesenvolvimento larval sob condiccedilotildees de estiagemeacute a falta de alimento adequado uma vez que osubstrato torna-se ressecado

6 MonitoramentoAmostragem e Tomadade Decisatildeo

O meacutetodo de monitoramento utilizado paraamostragem do bicudo do algodoeiro varia de acordocom o estaacutegio de desenvolvimento da cultura e visaauxiliar na tomada de decisatildeo de controlar ou natildeo apopulaccedilatildeo da praga presente no campo No iniacutecio docultivo as armadilhas de feromocircnio satildeo usadas paradetectar os adultos do bicudo que venham acolonizar a lavoura A eficiecircncia da armadilha eacuteinversamente proporcional ao niacutevel populacional epode ser de 100 antes dos bototildees estaremdisponiacuteveis e com populaccedilotildees de menos que 1bicudo4 ha Deve-se instalar as armadilhascontendo o feromocircnio do bicudo (glandlure) o maiscedo possiacutevel e no maacuteximo por ocasiatildeo do plantioApoacutes a instalaccedilatildeo das armadilhas deve-seinspecionaacute-las semanalmente e determinar o nuacutemero

Fig 7 Adulto do bicudo perfurando base de uma maccedilatildeatraveacutes da introduccedilatildeo do rostro para alimentaccedilatildeoFonte Insectimages 2004

Fig 8 Botatildeo danificado contendo larva emdesenvolvimento em seu interiorFonte Insectimages 2004

Ambos os sexos realizam pequenos orifiacutecios nobotatildeo floral e no fruto sendo que fezes amareladasnormalmente satildeo detectadas em torno da aacuterea dealimentaccedilatildeo (Figura 5 6 e 7) As fecircmeasovipositam dentro dos orifiacutecios que eacute selado com asfezes solidificadas e o fluiacutedo do seu trato excretor Amaioria dos bototildees contendo puncturas deoviposiccedilatildeo raramente abriratildeo e muitos sofreratildeoabcisatildeo da planta em cerca de oito dias enquantomaccedilatildes mais desenvolvidas podem permanecer naplanta e apresentar loacuteculos danificados (Figuras 8 e9) onde os ovos foram depositados e as larvas sedesenvolveram

Fig 9 Maccedilatilde contendo loacuteculo danificado onde larva eoupupa do bicudo-do-algodoeiro se desenvolvemFonte Insectimages 2004

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

Foto

C

S

Bas

tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 11: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

11Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

meacutedio de bicudos capturados por armadilha portalhatildeo Existem vaacuterios modelos de armadilha nomercado e diferentes fabricantes do feromocircniosexual do inseto Em geral os fabricantes dearmadilhas e feromocircnios possuem umarecomendaccedilatildeo a ser adotada para a instalaccedilatildeo dearmadilhas no campo (distacircncia entre elas) e para ouso de feromocircnio (intervalo de troca)

A Figura 10 apresenta um modelo de armadilhacomumente utilizado para o monitoramento dapraga O sachet contendo o feromocircnio pode seradquirido no mercado e conteacutem as intruccedilotildees dofabricante em relaccedilatildeo a dose a ser utilizadaintervalo de troca e disposiccedilatildeo das armadilhas Ofabricante da armadilha representada na Figura 10recomenda a instalaccedilatildeo de uma armadilha contendoum sachet para cada quatro hectares sendo estasinstaladas sobre estacas a 20 cm acima daplantaccedilatildeo e com intervalo de troca do feromocircnio acada 30 dias Haacute contudo recomendaccedilotildees para seutilizar uma armadilha a cada 100 metros a partirda periferia dos talhotildees (onde a colonizaccedilatildeo peloinseto se inicia) em sentido horaacuterio com intervalo detroca do feromocircnio a cada 15 dias Todavia devidoao fato de muitas dessas recomendaccedilotildees seremempiacutericas estudos adicionais a esse respeitoprecisam ser realizados

De qualquer maneira recomenda-se a identificaccedilatildeodas armadilhas e dos talhotildees amostrados de talforma a possibilitar o reconhecimento dos talhotildeesinfestados quando da amostragem e do histoacuterico deinfestaccedilatildeo dos talhotildees

O ciclo de vida de bicudos receacutem-emergidos eacuterelativamente curto (menos de duas semanas)

quando natildeo existem bototildees disponiacuteveis na lavourapara alimentaccedilatildeo do inseto Entretanto os bicudoscapturados um pouco antes e durante o processo deformaccedilatildeo de bototildees fornecem a melhor medida dopotencial de infestaccedilatildeo das lavouras O nuacutemeromeacutedio de bicudos capturados por armadilha porsemana durante o aparecimento dos primeirosbototildees florais (do tamanho da cabeccedila de um laacutepis)fornece o iacutendice de captura da armadilha (ICA) queestima o tamanho da populaccedilatildeo migrante daentressafra aleacutem de indicar a necessidade ou natildeo decontrolar o inseto

De acordo com a recomendaccedilatildeo de Rummel et al(1995) caso o ICA tenha meacutedia menor ou igual a umbicudoarmadilhasemana o tratamento natildeo deve serrealizado caso o ICA esteja entre 1 e 4 bicudosarmadilhasemana o tratamento pode ou natildeo serjustificado natildeo se deve tratar a menos que ainspeccedilatildeo do campo indique a presenccedila de bicudos oude bototildees danificados por bicudo ou a menos que onuacutemero de bicudos capturadosarmadilhasemanaexceda a 10 antes do aparecimento de bototildeespresentes do tamanho da cabeccedila de um laacutepis caso oICA seja em meacutedia de 4 ou mais bicudosarmadilhasemana o tratamento eacute justificado Considerandoque estas recomendaccedilotildees satildeo baseadas nasinformaccedilotildees disponiacuteveis em outros paiacutesesadequaccedilotildees em relaccedilatildeo ao nuacutemero de insetoscapturados e decisatildeo de controle satildeo sugeridas porvaacuterios teacutecnicos brasileiros Para o caso particular dePrimavera do Leste pessoas envolvidas nos maisdiversos segmentos da atividade agriacutecola(consultores produtores e teacutecnicos) sugeriram aadoccedilatildeo de um plano baacutesico de combate ao bicudo apartir do momento em que a praga se tornou umproblema de proporccedilotildees significativas na regiatildeoDetalhes a respeito do plano sugerido podem servistos no Anexo I

Uma outra forma de se amostrar as plantas eacuteatraveacutes da coleta de bototildees No Arizona sugere-se acoleta de bototildees para avaliaccedilatildeo de puncturasiniciando-se logo que as plantas apresentem emmeacutedia trecircs bototildees florais de 10 dias de idadeestendendo-se a amostragem por todo o ciclo decultivo Na amostragem deve-se avaliar no miacutenimo100 bototildees florais de 10 dias de idadesemanatalhatildeo (tamanho da borracha de um laacutepis) Sempreque o niacutevel de controle eacute atingido (10 a 15 depequenos bototildees com sintomas de puncturas doinseto) a decisatildeo eacute a de tratamento da aacuterea

No Novo Meacutexico recomenda-se o exame de 100Fig 10 Exemplo de modelo de armadilha utilizada parao monitoramento do bicudo do algodoeiro

Foto

C

S

Bas

tos

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

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23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 12: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

12 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

bototildees floraissemana a partir do iniacutecio do processode formaccedilatildeo de bototildees florais ateacute a floraccedilatildeo Deve-se selecionar bototildees que tenham alcanccedilado pelomenos 13 do seu crescimento Caso 20 dosbototildees estejam danificados pelo bicudo recomenda-se o tratamento atraveacutes do uso de um inseticidaApoacutes o pico de florescimento ou quando oflorescimento e o nuacutemero de maccedilatildes excede onuacutemero de bototildees o tratamento deve ser iniciadoquando for constatado de 25 a 30 dos bototildeesdanificados (com sintomas de puncturas) A medidaque as plantas se aproximam da colheita e adensidade de bototildees cai significativamente deve-secomeccedilar a inspecionar as maccedilatildes para avaliaccedilatildeo danecessidade de tratamentos adicionais As maccedilatildessatildeo geralmente mais suscetiacuteveis ao ataque do bicudoateacute os 15 dias de idade Uma vez que a fibra dasmaccedilatildes comeccedila a secar a sobrevivecircncia das larvasdo bicudo decresce significativamente Umarecomendaccedilatildeo adicional sugere que quando 15das maccedilatildes pequenas amostradas encontrem-sedanificadas pelo bicudo e pelo menos 7 maccedilatildes compotencial de serem atacadas e que natildeo estejamdanificadas e apresentem potencial de seremcolhidas sejam encontradas nas linhas de algodatildeoamostradas (linhas de 822 metros de algodatildeo) aproteccedilatildeo agrave lavoura eacute garantida sem que hajanecessidade de se tomar nenhuma medida decontrole adicional

A recomendaccedilatildeo brasileira tambeacutem eacute divergenteentre alguns autores Cruz (1991) recomenda que aamostragem para bicudo seja realizada a cada 7 diasdos 40 aos 110 dias apoacutes a emergecircncia das plantasem glebas uniformes de 5 ha Nestas glebas deve-seadotar caminhamento em zigue-zague e examinar aoacaso no miacutenimo 20 plantas dominanteshatotalizando 100 plantas dominantes amostradas emum talhatildeo de 5 ha Deve-se avaliar 1 botatildeo chaveplanta (bototildees florais localizados no ponteiro detamanho meacutedio da grossura de um laacutepis comum (6mm de diacircmetro) amostrando no total 20 bototildeeshaou 100 bototildees5 ha O niacutevel de controle adotado eacutede 5 de bototildees perfurados dos 40 dias apoacutes aemergecircncia ateacute a primeira flor e de 10 de bototildeesperfurados apoacutes o surgimento da primeira flor ateacute os110 dias apoacutes a emergecircncia Esse autor sugereainda a realizaccedilatildeo de amostragem opcional nabordadura a cada 7 dias iniciando-se aos 40 diasapoacutes a emergecircncia e prolongando-se ateacute os 110dias Neste caso deve-se dividir a bordadura emfaixas de 20 a 30 metros de largura de forma acompor glebas de 1 ha caminhar em zigue-zague eexaminar ao acaso 20 plantas dominantesha

procurando por adultos do inseto e sintomas deataque (perfuraccedilotildees de postura eou alimentaccedilatildeosomente nos bototildees florais)

A recomendaccedilatildeo de Gallo et al (2002) eacute a dedivisatildeo da lavoura em talhotildees homogecircneos de 10 haamostrando-se 100 plantas ao acaso atraveacutes docaminhamento zigue-zague avaliando-se as plantasquanto a presenccedila de adultos e de sintomas deataque nos bototildees e maccedilatildes Eventualmente pode-seoptar pela divisatildeo da lavoura em 20 pontos deamostragem sendo oito localizados na bordadura e12 no interior do cultivo avaliando-se cinco plantasponto de amostragem Caso verifique-se um iacutendicede infestaccedilatildeo de 10 de plantas atacadas arecomendaccedilatildeo eacute a de controle do inseto Esse autorrecomenda ainda que no caso da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com o feromocircnio grandlure as medidasde controle devem ser adotadas todas as vezes quese encontrar um adulto do insetoarmadilha Nakano(1991) recomenda ainda a avaliaccedilatildeo dos bototildeescaiacutedos no chatildeo no processo de amostragemTodavia natildeo relaciona esta avaliaccedilatildeo ao processo detomada de decisatildeo

A recomendaccedilatildeo de Santos (1989) eacute a de que serealizem amostragens semanais nos bototildees floraiscom dois terccedilos de seu desenvolvimento maacuteximolocalizados nos ponteiros das plantas verificando-sea ocorrecircncia de adultos e de orifiacutecios de alimentaccedilatildeoou de oviposiccedilatildeo O autor sugere ainda ocaminhamento em zigue-zague pela lavoura atraveacutesdos diferentes talhotildees de plantio inspecionando-se50 bototildees floraisponto-faixa e utilizando-se emmeacutedia cinco pontos-faixa por talhatildeo de ateacute 10 ha Aamostragem deve-se iniciar pela bordadura da aacutereacultivada e durante as inspeccedilotildees deve-se procuraravaliar os bototildees das plantas mais vigorosas ou quese destacam das demais Os dados de amostragemobtidos das bordaduras devem ser separadosdaqueles obtidos para o interior do talhatildeo de formaa permitir a detecccedilatildeo da infestaccedilatildeo do inseto tatildeologo esta se inicie Logo que se localize um foco deinfestaccedilatildeo do inseto nas bordaduras dos cultivosdeve-se passar a amostrar toda a aacuterea caminhando-se em sentido de espiral das margens para o interiorda aacuterea cultivada Esse autor sugere ainda comomeacutetodo auxiliar de amostragem recolher bototildeescaiacutedos ao solo acondicionando-os em caixas depapelatildeo ou madeira bem vedadas e aiacute permanecendopor 15 dias quando da emergecircncia dos adultos Essetipo de amostragem deve ser realizada na bordaduradas lavouras coletando-se no miacutenimo 200 bototildeesamostragem A operaccedilatildeo deve ter frequecircncia

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 13: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

13Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

semanal e iniciar-se aos 50 dias de idade da lavouraprolongando-se ateacute os 90 dias de idade Apoacutes aamostragem calcula-se o niacutevel de infestaccedilatildeo e nocaso de encontrar-se uma porcentagem de bototildeesatacados maior ou igual a 10 na bordadura sendoa infestaccedilatildeo no interior da lavoura maior ou igual a5 a decisatildeo eacute de aplicaccedilatildeo de inseticida na aacutereatotal no caso de encontrar-se uma infestaccedilatildeo maiorou igual a 10 na bordadura e menor que 5 nointerior da lavoura a decisatildeo eacute de pulverizaccedilatildeo cominseticida apenas na bordadura Uma outra forma dese amostrar as populaccedilotildees destes insetos de acordocom este autor seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo dearmadilhas com feromocircnio grandlure todaviarestringindo-se esta amostragem ateacute os 50 dias deidade das plantas As armadilhas devem serinstaladas nas bordaduras das lavouras quando asplantas atingirem 10 dias alterando-se sua posiccedilatildeosemanalmente para aumentar a eficiecircncia nalocalizaccedilatildeo das reboleiras iniciais Tatildeo logo os bototildeesflorais sejam emitidos a captura de dois bicudosarmadilhasemana indica a necessidade de utilizaccedilatildeode meacutetodos de contenccedilatildeo populacional

Segundo a recomendaccedilatildeo do CNPA (1985) a partirdo surgimento dos primeiros bototildees florais deve-seiniciar a amostragem a intervalos de cinco diasentre uma e outra caminhando pela lavoura emzigue-zague e examinando-se ao acaso um botatildeofloralplanta ateacute se examinarem 100 bototildees Oexame dos bototildees deve se concentrar na procurapor sintomas de oviposiccedilatildeo eou alimentaccedilatildeo sendoque accedilotildees de controle devem ser tomadas no casoda detecccedilatildeo de 10 bototildees dos 100 avaliados comsintomas de ataque dos insetos Natildeo sendo atingidoo niacutevel de controle a amostragem deve prosseguirsendo que deve-se procurar utilizar talhotildeeshomogecircneos de ateacute 10 ha de extensatildeo nestasamostragens

7 Controle

a Legislativo

A portaria No 29 de 25 de marccedilo de 2002 (Anexo II)do INDEA estabelece algumas medidas a seremadotadas para a contenccedilatildeocontrole do bicudo noEstado do Mato Grosso Dentre estas recomenda-seque as propriedades produtoras de algodatildeolocalizadas em aacutereas indenes (livre da praga) devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme oestabelecido na legislaccedilatildeo federal em vigor (30 deagosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar o bicudo do algodoeiro

d) Comunicar o plantio fora de eacutepoca ao INDEAMTpara acompanhamento

As propriedades produtoras de algodatildeo localizadasem aacutereas infestadas devem

a) Destruir a soqueira de algodatildeo ateacute 30 (trinta) diasapoacutes a colheitacom limite maacuteximo estabelecidopela legislaccedilatildeo federal em vigor (30 de agosto)

b) Destruir rebrotas e tiguumleras

c) Monitorar e controlar o bicudo do algodoeiro

d) Realizar plantio de algodatildeo entre 20 (vinte) denovembro a 20 (vinte) de janeiro

e) NAtildeO REALIZAR PLANTIO DE ALGODAtildeOIRRIGADO E ALGODAtildeO SAFRINHA FORA DOPERIacuteODO ESTABELECIDO NO ITEM D

Entretanto apesar dessas medidas constarem comoobrigatoacuterias pela legislaccedilatildeo especiacutefica boa partedelas natildeo satildeo cumpridas sendo a fiscalizaccedilatildeo do seucumprimento dificultada pelo fato do estado doMato Grosso abranger uma extensa aacuterea territorialMedidas adicionais de manejo estabelecidas pelalegislaccedilatildeo podem ser consultadas no Anexo I

b) Quiacutemico

As moleacuteculas registradas para o controle do bicudoencontram-se listadas na Tabela 1 Considerandoque o uso de piretroacuteides na lavoura algodoeiraocasiona desequiliacutebrios nas populaccedilotildees de aacutecaros-praga devido a repelecircncia provocada nas populaccedilotildeesdos aacutecaros-predadores a utilizaccedilatildeo prematuradestes produtos pode desencadear a necessidade derealizaccedilatildeo de controle adicional eficiente para estaspragas Baseado neste fato alguns autores natildeorecomendam a utilizaccedilatildeo de piretroacuteides antes dos 80dias apoacutes a emergecircncia das plantas Ao optar pelautilizaccedilatildeo de um produto o agricultor deve levar emconta ainda o complexo de pragas existentes nalavoura no momento da aplicaccedilatildeo a fim deselecionar um produto mais adequado ao fimdesejado

Instruccedilotildees adicionais envolvem a utilizaccedilatildeo da dose

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 14: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

14 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

Tabela 1 Produtos recomendados para o controle do bicudo do algodoeiro Anthonomus grandis (ColeopteraCurculionidae)

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Alfa-Cipermetrina Fastac 100 SC Piretroacuteide III II Basf Suspensatildeo ConcentradaBetacipermetrina Akito Piretroacuteide II II Hokko Concentrado EmulsionaacutevelBetaciflutrina Bulldock 125 SC Piretroacuteide II I Bayer Suspensatildeo ConcentradaBifentrina Talstar 100 CE Piretroacuteide III III FMC Concentrado EmulsionaacutevelCarbaryl Sevin 480 SC Carbamato II Rhocircne-Poulenc Suspensatildeo ConcentradaCiflutrina Baytroid CE Piretroacuteide III II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Arrivo 200 EC Piretroacuteide III II FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipermetrina Nortox 250 EC Piretroacuteide I II Nortox Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cipertrin Piretroacuteide II I Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Commanche 200 CE Piretroacuteide II I FMC Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cymbush 250 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Cyptrin 250 CE Piretroacuteide I I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Galgotrin Piretroacuteide II Chemoteacutecnica Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Nor-Trin 250 CE Piretroacuteide II II Dow Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 Piretroacuteide II II Basf Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina Ripcord 100 SC Piretroacuteide II II Basf Suspensatildeo ConcentradaCipermetrina Sherpa 200 Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelCipermetrina +Profenofoacutes

Polytrin40040 CE Piretroacuteide +Organofosforado

III II Syngenta Concentrado Emulsionaacutevel

Deltametrina Decis Ultra 100 CE Piretroacuteide I II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 200 SC Piretroacuteide IV III Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina Decis 25 CE Piretroacuteide III I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelDeltametrina Decis 4 UBV Piretroacuteide III I Bayer Ultra Baixo VolumeDeltametrina Decis 50 SC Piretroacuteide IV I Bayer Suspensatildeo ConcentradaDeltametrina +Triazofoacutes

Deltaphos EC Piretroacuteide +Organofosforado

I I Bayer Concentrado Emulsionaacutevel

Endosulfan Dissulfan EC Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan AG Ciclodienoclorado I Agripec Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Fersol 350 EC Ciclodienoclorado I I Fersol Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan Nortox 350 EC Ciclodienoclorado I I Nortox Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Endosulfan 350 CE Milenia Ciclodienoclorado I I Milenia Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thiodan CE Ciclodienoclorado II I Bayer Concentrado EmulsionaacutevelEndosulfan Thionex 350 CE Ciclodienoclorado I I Agricur Concentrado EmulsionaacutevelEnxofre Kumulus DF Inorgacircnico IV IV Basf Granulado DispersiacutevelEsfenvalerato Sumidan 150 SC Piretroacuteide II II Sumitomo Suspensatildeo ConcentradaEsfenvalerato Sumidan 25 CE Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelEsfenvalerato +Fenitrotiona

Pirephos CE Piretroacuteide +Organofosforado

II II Sumitomo Concentrado Emulsionaacutevel

Etofenproxi Trebon 300 CE Eacuteter Piretroacuteide III II Sipcam Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumibase 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenitrotiona Sumithion UBV Organofosforado II II Sumitomo Ultra Baixo VolumeFenitrotiona Sumithion 500 CE Organofosforado II II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFenpropatrina Meothrin 300 Piretroacuteide I II Sumitomo Concentrado EmulsionaacutevelFipronil Klap Pirazol I II Basf Suspensatildeo Concentrada

Fipronil Regent 800 WG Pirazol II II Basf Granulado DispersiacutevelFosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-B 57 InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Fosfeto deAlumiacutenio

Gastoxin-S InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Poacute Seco

Fosfeto deAlumiacutenio

Phostek InorgacircnicoPrecursor de

Fosfina

I I Casa Bernardo Fumigante em Pastilhas

Gama Cialotrina Nexide Piretroacuteide III II Cheminova Suspensatildeo de Encapsulado

ldquoContinuardquo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

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NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

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UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

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CERES CONSULTORIA AGRONOcircMICA

25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 15: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

15Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ClasseNome Teacutecnico Nome Comercial Grupo Quiacutemico Toxic Amb Fabricante Formulaccedilatildeo

Grandlure Bio Bicudo Terpenos II IV Bio Controle Gerador de GaacutesGrandlure Feromocircnio Plato para Bicudo Terpenos - IV Plato Gerador de GaacutesGrandlure Iscalure BW 10 Terpenos IV IV Isca Gerador de GaacutesGrandlure +Malation

TMB Tubo Mata Bicudo Terpeno +Piretroacuteide

III IV Bayer Isca

Lambda-Cialotrina Karate Zeon 250 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 CS Piretroacuteide III II Syngenta Suspensatildeo de EncapsuladoLambda-Cialotrina Karate Zeon 50 EC Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelLambda-Cialotrina Planet Piretroacuteide II I Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMalation Malathion 1000 CE

CheminovaOrganofosforado II Cheminova Concentrado Emulsionaacutevel

Metidationa Supracid 400 EC Organofosforado II II Syngenta Concentrado EmulsionaacutevelMetidationa Suprathion 400 EC Organofosforado II II Agricur Concentrado EmulsionaacutevelMetomil Lannate Express Metilcarbamato de

OximaII II Du Pont Concentrado Soluacutevel

Metomil Methomex 215 SL Metilcarbamato deOxima

II II Agricur Concentrado Soluacutevel

Monocrotofoacutes Agrophos 400 Organofosforado I Agripec Concentrado SoluacutevelParation Metiacutelico Bravik 600 CE Organofosforado I Action Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Folidos CS Organofosforado III III Bayer Suspensatildeo de EncapsuladoParation Metiacutelico Folidol 600 Organofosforado II II Bayer Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Mentox 600 CE Organofosforado II Prentiss Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Nitrosil 600 CE Organofosforado I II Indol Concentrado EmulsionaacutevelParation Metiacutelico Paracap 450 CS Organofosforado III III Cheminova Suspensatildeo de EncapsuladoTiametoxam Cruiser 700 WS Neonicotinoacuteide III III Syngenta Poacute Dispersiacutevel para

Tratamento de SementesZeta-Cipermetrina Fury 180 EW Piretroacuteide II II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em AacuteguaZeta-Cipermetrina Fury 200 EW Piretroacuteide III II FMC Emulsatildeo Oacuteleo em Aacutegua

Tabela 1 ldquoContinuaccedilatildeordquo

Fonte Andrei 1999 Anvisa 2004Nota Classes de ProdutosI ndash Altamente PerigosoII ndash Muito PerigosoIII ndash PerigosoIV ndash Pouco Perigoso

e volume de calda recomendados pelo fabricanteutilizaccedilatildeo de equipamento de proteccedilatildeo individual(EPI) seleccedilatildeo de moleacuteculas seletivas e rotaccedilatildeo deprinciacutepios ativos na tentativa de evitarretardar aevoluccedilatildeo de resistecircncia ou problemas comressurgecircncia de pragas primaacuterias e erupccedilatildeo depragas secundaacuterias

c) Cultural

Envolve toda e qualquer medida adotada em relaccedilatildeoagrave cultura hospedeira que venha a afetar odesenvolvimento da praga que se deseja controlarOs meacutetodos de controle cultural foram amplamenteutilizados para o controle de bicudo quando do seusurgimento como praga nos Estados Unidos jaacute quenaquela eacutepoca ainda natildeo se dispunha dos meacutetodosde controle quiacutemico para contenccedilatildeo dos surtospopulacionais da praga Algumas medidas de

controle cultural que podem ser adotadas parareduccedilatildeo do potencial de injuacuteria do inseto incluem

Oslash Uniformizaccedilatildeo da eacutepoca de plantio sempre quepossiacutevel o plantio em uma mesma regiatildeo deve seruniformizado a fim de reduzir a densidade de insetosmigrantes entre um cultivo e outro A legislaccedilatildeoestadual atual recomenda que natildeo se utilize umajanela de plantio superior a 60 dias apesar dessamedida natildeo ser seguida pelos produtores da regiatildeoParte do problema que vem sendo constatado emrelaccedilatildeo a essa praga na regiatildeo deve-se ao fato dosistema de cultivo adotado propiciar o incrementopopulacional do inseto jaacute que a implantaccedilatildeo delavouras eacute realizada seguindo um intervaloconsideraacutevel favorecida pela alta disponibilidade depivots O grande intervalo entre plantios e colheitasfavorece a migraccedilatildeo da praga entre cultivosaumentando o nuacutemero de geraccedilotildees do insetoano

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 16: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

16 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

agriacutecola e as populaccedilotildees migrantes na entressafra

Oslash Espaccedilamento densidade e altura de plantasessas caracteriacutesticas devem ser ajustadas de formaa possibilitar um manejo adequado da cultura emtermos de aplicaccedilatildeo de defensivos pois plantiosmuito estreitos aleacutem de natildeo permitirem boacobertura das plantas quando da pulverizaccedilatildeo depesticidas podem alterar o microclima da lavourafavorecendo a ocorrecircncia de pragas Similarmenteplantas muitos altas normalmente natildeo satildeo atingidasuniformemente pelas pulverizaccedilotildees proporcionandoescape das praga A utilizaccedilatildeo correta de produtosque reduzam a altura da planta (reguladores decrescimento de plantas) ocasiona a antecipaccedilatildeo noiniacutecio do florescimento bem como a uniformidade naproduccedilatildeo de bototildees do baixeiro das plantascontribuindo para um ldquoescaperdquo das plantas doataque de insetos

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas-isca ou culturas-isca asplantas-isca satildeo semeadas em pequenas faixas emtorno de 20 a 30 dias antes do plantio definitivo enormalmente consistem na implantaccedilatildeo de uma oumais linhas de cultivo do algodoeiro proacuteximos agravesmatas (pontos iniciais de migraccedilatildeo das populaccedilotildees)visando atrair e agregar os bicudos sobreviventes daentressafra Essas plantas recebem aplicaccedilotildeessistemaacuteticas de inseticidas (intervalo de trecircs a cincodias) desde o aparecimento dos primeiros bototildeesflorais ou constataccedilatildeo da praga (o que ocorrerprimeiro) sendo todos os bototildees produzidoscoletados e destruiacutedos arrancando-se e queimando-se as plantas ao redor de 50 dias apoacutes aemergecircncia Quando as plantas iscas satildeo conduzidascom o objetivo de produccedilatildeo satildeo denominadasldquocultura armadilhardquo A adoccedilatildeo de culturas-isca ouculturas-armadilha visa reduzir a multiplicaccedilatildeo inicialde insetos e deslocar para o periacuteodo de maturaccedilatildeodas plantas o incremento na pressatildeo daspulverizaccedilotildees

Oslash Cataccedilatildeo de bototildees florais e maccedilatildes novas no soloessa praacutetica consiste na cataccedilatildeo e destruiccedilatildeo(queima) dos bototildees florais e maccedilatildes caiacutedos ao solo eque se encontrem infestados pelo bicudo Visadiminuir o inoacuteculo da praga (jaacute que se destroacutei ovoslarvas e pupas do bicudo) reduzindo com isso opotencial de injuacuteria do inseto Apesar desta ser umapraacutetica que reduz grandemente o potencial causadorde injuacuteria do bicudo eacute limitada agraves pequenas aacutereas pordemandar grande volume de matildeo de obra

Oslash Destruiccedilatildeo dos restos culturais a destruiccedilatildeo dos

restos culturais envolve natildeo somente a roccedilada masa destruiccedilatildeo completa da soqueira a fim de evitarsua rebrota o que contribuiria para reinfestaccedilatildeomanutenccedilatildeo da praga na lavoura Essa medida visaimpedir que a praga mantenha-se na lavoura sendoparte da populaccedilatildeo controlada pela accedilatildeo fiacutesica decontrole (esmagamento) e por inaniccedilatildeo pois naausecircncia de um hospedeiro adequado grande partedos insetos pode morrer de fome contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante entre safras

Oslash Cultura soca ou soqueira consiste em se deixarpequenas faixas de restos culturais ou da soqueira afim de agregar os adultos que estaratildeo migrando daslavouras para os siacutetios de ldquohibernaccedilatildeordquo no periacuteodopoacutes-colheita para entatildeo exercer accedilotildees de controlesobre os mesmos As faixas satildeo entatildeo pulverizadascom inseticidas periodicamente contribuindo parareduccedilatildeo da populaccedilatildeo migrante

Oslash Utilizaccedilatildeo de plantas como sorgo circundando aslavouras jaacute que elas podem fornecer fonte de neacutectarpara os parasitoacuteides da praga

Oslash Rotaccedilatildeo de cultura consiste no plantio alternadoem anos sucessivos de culturas que natildeo sejamhospedeiras do bicudo do algodoeiro reduzindodessa forma suas populaccedilotildees pela falta da plantahospedeira e contribuindo para quebra do ciclo dapraga

Os meacutetodos de controle cultural por se basearem eminformaccedilotildees da biologia do inseto se bem aplicadose utilizados em caraacuteter preventivo por todos osagricultores da regiatildeo contribuiriam para a reduccedilatildeodo inoacuteculo da praga ciclo apoacutes ciclo terminando porinviabilizar sua persistecircncia nas lavouras Se todosos agricultores os utilizassem de maneirasistemaacutetica contribuiriam para a reduccedilatildeo dosproblemas ocasionados por este inseto na regiatildeocomo verificado em outros locais onde a pragaocorria anteriormente e hoje encontra-se sobcontrole

d) Controle Bioloacutegico

O controle bioloacutegico apesar de atualmente natildeo sermuito utilizado como taacutetica auxiliar na reduccedilatildeo dasdensidades populacionais de bicudo possui potencialde incorporaccedilatildeo no manejo integrado da pragaConstituem-se em inimigos naturais da praga

Oslash Predadores as formigas lava-peacute (Figura 11)pertencentes ao gecircnero Solenopsis constituem-senos uacutenicos predadores-chave de estaacutegios imaturos

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 17: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

17Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

do bicudo do algodoeiro Essas formigas atacam aslarvas de bicudo quando estas se encontram nointerior dos bototildees florais As limitaccedilotildees em relaccedilatildeoa predaccedilatildeo imposta pelas formigas lava-peacute eacute queesta geralmente natildeo ocorre em bototildees florais verdese que ainda estejam ligados agraves plantas ou maccedilatildesverdes que ainda natildeo se abriram Entretanto apoacutes obotatildeo ter caiacutedo ao chatildeo e comeccedilado a sedecompor as formigas facilmente escavam umorifiacutecio entram e matam o inseto dentro daestrutura em que este se localiza No Texas a taxade predaccedilatildeo imposta por estes insetos varia de 0no oeste onde elas estatildeo ausentes a 100 no lestedo Estado onde elas estatildeo presentes Nos camposonde estes predadores estatildeo presentes eacute comumcultivar-se o algodoeiro sem a necessidade dautilizaccedilatildeo de inseticidas para o controle do bicudoespecialmente se praacuteticas como plantio tardio edestruiccedilatildeo antecipada de soqueiras tambeacutem satildeo

empregadas Em aacutereas localizadas no leste do Texasuma densidade de 04 formigasplanta foi suficientepara controlar as populaccedilotildees de bicudo em 90 dasvezes A remoccedilatildeo das formigas das lavourasalgodoeiras resultava na ressurgecircncia de populaccedilotildeesde bicudo comparada aos campos onde aspopulaccedilotildees foram mantidas inalteradas Aleacutem deserem capazes de predar larvas e adultos receacutem-emergidos de bicudo as formigas lava-peacute podem sealimentar ainda da lagarta da maccedilatilde lagarta rosada ede cigarrinhas que ocorrem infestando o algodoeiro

Oslash Parasitoacuteides um dos parasitoacuteides com maiorpotencial de utilizaccedilatildeo contra o bicudo atualmente eacuteo ectoparasitoacuteide Catolaccus grandis (Burks)(Hymenoptera Pteromalidae) (Figura 12) Esteinseto foi introduzido nos EUA durante a deacutecada de70 e liberado em campos experimentais no estadodo Mississippi Em testes iniciais os cientistasdetectaram altas taxas de parasitismo poreacutemdevido a ineficiecircncia do parasitoacuteide em seestabelecer nos locais de liberaccedilatildeo natildeo foi possiacutevelo seu uso em um programa de controle bioloacutegico Elefoi reintroduzido e liberado uma deacutecada depois noTexas sendo que os meacutetodos de criaccedilatildeo desteparasitoacuteide progrediram consideravelmente entre1985 e 1992 dispondo-se inclusive de metodologiasde criaccedilatildeo tornando sua utilizaccedilatildeo possiacutevel emprogramas de controle bioloacutegico por incrementonaquela regiatildeo O parasitoacuteide aacute capaz de atacar afase larval da praga reduzindo o potencial deincremento populacional do inseto (uma vez quecada fecircmea fecundada do bicudo eacute capaz deproduzir de 100 a 300 ovos) tornando a criaccedilatildeomassal do mesmo promissora visando futurasliberaccedilotildees inundativas No Brasil alguns testes comeste parasitoacuteide tem sido realizados Em um ensaiorealizado por Francisco S Ramalho e colaboradores(Embrapa-Algodatildeo) verificou-se que liberaccedilotildeesinundativas do parasitoacuteide C grandis mostrouimpacto potencial contra A grandis e que oparasitoacuteide demonstrou clara preferecircncia por larvasde terceiro iacutenstar da praga proporcionandosignificante mortalidade durante este estaacutedio dedesenvolvimento Poreacutem testes adicionais aindaprecisam ser realizados visando adequaccedilatildeo dasdietas artificiais desenvolvidas para o parasitoacuteidebem como avaliaccedilacirco de sua eficiecircncia de parasitismonas diversas regiotildees de cultivo do algodoeiro noBrasil Uma outra maneira de favorecer oincremento das populaccedilotildees deste parasitoacuteide naslavouras seria atraveacutes da utilizaccedilatildeo de inseticidasseletivos agraves pragas preservando a populaccedilatildeo doparasitoacuteide Inseticidas como spinosad e

Fig 11 Formiga lava-peacute atacando lagartas deHelicoverpa zea (A) e lagartas de Pectinophoragossypiella (B) (Fotos de W Sterling cedidas por BartDrees)

Fig 12 Adulto de Catolaccus grandis sobre botatildeo doalgodoeiro Fonte Morales-Ramos J USDA-ARS2004

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 18: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

18 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

tebufenozide mostraram-se como pouco toacutexicos a Cgrandis endosulfan e cyfluthrin com toxicidademeacutedia e fipronil malathion dimethoate parathionmethyl e acephate com alta toxicidade para oparasitoacuteide A conservaccedilatildeo das populaccedilotildeesnaturalmente incidentes de C grandis pode ser feitaatraveacutes da cataccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildesdo algodoeiro caiacutedas ao solo em locais de ocorrecircnciadeste parasitoacuteide acondicionando-os em recipientesvedados com tecidos ou telas ateacute a emergecircncia paraposterior re-liberaccedilatildeo na lavoura Estes recipientespodem ser caixas teladas com malha adequada paraa emergecircncia do parasitoacuteide distribuiacutedas na lavourapara favorecer o estabelecimento do parasitoacuteide naaacuterea

Um outro parasitoacuteide que possui potencial deutilizaccedilatildeo para controle de bicudo no Brasil satildeoaqueles pertencentes ao gecircnero Bracon (Braconvulgaris Ashmead e Bracon spp HymenopteraBraconidae) (Figura 13) A espeacutecie normalmenteencontrada nas condiccedilotildees brasileiras eacute o B vulgarisembora outras espeacutecies ocorram naturalmenteporeacutem em menor extensatildeo Estes parasitoacuteides satildeocapazes de colonizar a fase larval e pupal do bicudoe da lagarta rosada As fecircmeas de B vulgarispossuem atividade reprodutiva diurna uma vez quepousam sobre o botatildeo floral tocam a superfiacutecie domesmo com as antenas param e introduzem oovipositor Caso natildeo encontrem a larva em umprimeiro instante a fecircmea insiste na procuraintroduzindo o ovipositor em locais diferentes dobotatildeo e natildeo encontrando o hospedeiro abandonam-oprocurando por outro botatildeo Uma vez encontrado ohospedeiro este eacute anestesiado e inicia-se o ato deoviposiccedilatildeo As fecircmeas depositam de 1 a 7 ovossobre ou perto da larva do hospedeiro As larvas

receacutem-eclodidas localizam-se por todo o corpo dohospedeiro completando seu desenvolvimento emcerca de quatro dias Apoacutes este periacuteodo elasabandonam o hospedeiro e tecem seu casulo dentrodo botatildeo floral de ondem iraacute emergir o adultoEvidecircncias tecircm demonstrado que de maneira geralmaior iacutendice de parasitismo estaacute associado a larvasque se encontram localizadas em estruturas (maccedilatildese bototildees) caiacutedas ao solo No caso do bicudo oparasitismo foi da ordem de 2348 em maccedilatildescaiacutedas ao solo e de 1673 em maccedilatildes ligadas agravesplantas No entanto estas observaccedilotildees satildeo iniciais enecessitam de maiores comprovaccedilotildees

Oslash Patoacutegenos satildeo microorganismos parasiacuteticos quecausam doenccedilas desbalanceando as atividadesnormais dos tecidos ou ceacutelulas do hospedeiro Nocaso do bicudo tem-se que algumas cepas dasbacteacuterias Bacillus thuringiensis tem demonstradotoxicidade ao inseto sendo que a Embrapa Cenargenvem trabalhando na seleccedilatildeo destas cepas Abacteacuteria eacute toacutexica agraves larvas do inseto e as proteiacutenastoacutexicas da bacteacuteria possuem potencial de seremincorporadas em plantas geneticamentemodificadas As larvas contaminadas pela bacteacuteriaadquirem uma coloraccedilatildeo escura e seu corpo torna-seflaacutecido

Em relaccedilatildeo aos fungos entomopatogecircnicos larvas eadultos do bicudo podem ser infectados pelos fungosa partir do intestino pelos espiraacuteculos e pelasuperfiacutecie do tegumento sendo estes fungospertencentes ao gecircnero Metarhizium e BeauveriaEm geral as espeacutecies de maior importacircncia nocontrole do bicudo tem sido M anisopliae (Wetsch)Sorok e B bassiana (Bals) Vuill Os insetoscontaminados pelos fungos adquirem um formato

Fig 13 Adulto de Bracon sp Fonte Winfield STexas AampM University 2004

Fig 14 Adulto do bicudo (Anthonomus grandis BohlColeoptera Curculionidae) atacado por fungo do gecircneroMetarhizium Fonte Micologue Publications

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 19: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

19Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

enrijecido e na fase de esporulaccedilatildeo em geralapresentam coloraccedilatildeo branca (no caso de Beauveria)ou verde (no caso de Metharizium) (Figura 14)

e) Resistecircncia de Plantas

O uso de variedades resistentes de algodatildeo a umapraga importante como o bicudo implicaria emmuitas vantagens oacutebvias proteccedilatildeo contra uma daspragas mais seacuterias do algodoeiro sem a alocaccedilatildeo decustos adicionais sem danificar o meio ambientesem interferir no controle bioloacutegico natural oferecidopelos inimigos naturais sem prejudicar os agentespolinizadores aleacutem de ser compatiacutevel com outrastaacuteticas de controle

A possibilidade de se encontrar plantas resistentesao bicudo foi muito explorada por algum tempo apoacutessua introduccedilatildeo nos Estados Unidos Apesar dealgumas caracteriacutesticas promissoras terem sidoencontradas esta aacuterea de pesquisa foi abandonadacom o desenvolvimento de inseticidas eficientes ecom a criaccedilatildeo de variedades de crescimentosemideterminado Desde entatildeo o foco do controle debicudo passou a ser o controle quiacutemico

Dentre as caracteriacutesticas que reconhecidamentetem sido associadas com a manifestaccedilatildeo daresistecircncia de plantas do algodoeiro ao bicudoincluem-se

bull Braacutectea Frego este formato mutante de braacutectea eacuteconsiderado como o caraacuteter mais promissor emrelaccedilatildeo a manifestaccedilatildeo de resistecircncia ao bicudoCaracteriza-se pelas braacutecteas estreitas retorcidas ealongadas que tendem a se curvar para foradeixando o botatildeo floral e a futura maccedilatildeconsideravelmente mais expostos ao bicudo do queas braacutecteas normais Normalmente o caraacutetertambeacutem estaacute associado agrave venaccedilatildeo anormal da folhaque resulta em leve dobra da lacircmina foliar Apresenccedila de braacutectea frego na planta normalmenteatua inibindo a alimentaccedilatildeo e postura do bicudo ateacuteque a pressatildeo populacional seja muito alta Podemainda como constatado por alguns autoresfavorecer a dispersatildeo dos insetos adultos na plantandash plantas normais concentram mais os insetos emseus bototildees florais

bull Coloraccedilatildeo Vermelha da Planta a folha vermelhaque confere uma coloraccedilatildeo intensa ao algodoeiro foio primeiro caraacuteter reconhecido como fator deresistecircncia do tipo natildeo preferecircncia ao bicudo Anatildeo preferecircncia do bicudo para a coloraccedilatildeovermelha estaacute ligada agrave percepccedilatildeo das cores pelo

inseto Algumas pesquisas demonstram que a luzemitida por plantas de coloraccedilatildeo verde-clara satildeomuito mais eficientes em atrair bicudos do que acoloraccedilatildeo vermelha Entretanto uma vez que osadultos do inseto localizem os bototildees florais decoloraccedilatildeo vermelha estes parecem se adequarsatisfatoriamente agrave sua alimentaccedilatildeo e postura tantoquanto os bototildees emitidos por plantas de coloraccedilatildeoverde Normalmente observam-se efeitoscumulativos de resistecircncia quando se combinamcaracteres de natildeo preferecircncia feito a coloraccedilatildeovermelha da planta com a presenccedila de braacutecteasfrego

bull Folha de Quiabo e Folha de Quiabo-Super esse tipode folhagem quando presente nas plantas doalgodoeiro resultam em uma maior abertura dasfolhas e quando completamente desenvolvidas tem40 menos folhagem e 70 mais penetraccedilatildeo deluz solar que plantas de folhas normais plantas como caraacuteter folha-de-quiabo-super quando madurastem 60 menos folhagem e 190 mais penetraccedilatildeode luz solar que plantas de folhas normais Ambos oscaracteres modificam o microclima no interior dacopa reduzindo a umidade relativa no interior dodossel das plantas aleacutem de aumentaremsignificativamente a temperatura do solo eimediaccedilotildees Como o clima quente e seco exerce umefeito adverso nas populaccedilotildees de bicudos issojustifica o fato das plantas que possuam oscaracteres mencionados anteriormente contribuiacuterempara uma maior mortalidade destes insetos Aleacutemdisso a pesquisa com variedades que possuam essescaracteres demonstra que existe uma maior taxa defrutificaccedilatildeo associada agraves mesmas o que sugere queesses materiais possam ter maior toleracircncia aobicudo e a outras pragas que se alimentem do botatildeofloral

bull Androceu Reduzido considerando que os bototildeesflorais satildeo as estruturas preferidas para alimentaccedilatildeoe oviposiccedilatildeo do bicudo a busca por evidecircncias quepermitissem localizar alguma substacircncia queestimulasse esses processos no inseto demonstrouque uma substacircncia soluacutevel em aacutegua e presente nasanteras atuaria neste sentido Constatou-se queesse estimulante era mais ativo em bototildees florais de300 a 350 mg apesar de tambeacutem estar presenteem niacuteveis inferiores tanto em bototildees floraismenores como em maiores Fatores que alterem onuacutemero e a fertilidade das anteras tambeacutem afetamas respostas do bicudo a alimentaccedilatildeo e a posturaNeste sentido espeacutecies de algodoeiro macho-esteacutereis satildeo natildeo preferidas para alimentaccedilatildeo e

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

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ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

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COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 20: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

20 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

oviposiccedilatildeo do bicudo Similarmente linhagens dealgodoeiro que apresentem reduccedilotildees significativasno nuacutemero de anteras apresentavam reduccedilatildeo dataxa de oviposiccedilatildeo do inseto

bull Pilosidade plantas com alta pubescecircncianormalmente reduzem significativamente a posturarealizada pelo bicudo Apesar do grau de resistecircnciaconferido por esses caracteres ser bastante elevadoeles trazem algumas desvantagens que tendem aeliminar as suas vantagens Primeiramente a sujeiraque se acumula na fibra e a dificuldade de seremoverem resiacuteduos de folhas e braacutecteas noprocessamento da fibra agravam-se na presenccediladeste caractere acentuando-se ainda mais quando acolheita eacute mecacircnica Junte-se a isso o fato decultivares pilosas normalmente serem preferidas porHeliothis e sua fibra em geral ser de baixaqualidade

f) Controle Comportamental

O controle com base no comportamento dos insetoseacute composto por meacutetodos que se baseiam noconhecimento profundo da fisiologia destesorganismos a fim de manipulaacute-la com fim decontrole ou contenccedilatildeo dos surtos populacionais depragas Nessa modalidade de controle os meacutetodosmais empregados baseiam-se na utilizaccedilatildeo desubstacircncias que medeiam a comunicaccedilatildeo entreespeacutecies e dentro da mesma espeacutecie

Os insetos estatildeo entre os animais que maisdependem do olfato para desempenhar suasatividades comportamentais Para a comunicaccedilatildeoem geral o inseto utiliza substacircncias quiacutemicasdenominadas semioquiacutemicos Os semioquiacutemicos sedividem em aleloquiacutemicos (atuaccedilatildeo interespeciacutefica ndashutilizado para comunicaccedilatildeo entre espeacuteciesdiferentes) e feromocircnios (quando agem intra-especificamente ndash utilizado para comunicaccedilatildeo entreindiviacuteduos da mesma espeacutecie) Existem vaacuterios tiposde feromocircnios sendo que os sexuais satildeo aquelesnormalmente utilizados para atraccedilatildeo do sexo opostoe que quando estatildeo disponiacuteveis na forma sinteacuteticapodem ser utilizados como teacutecnicas auxiliares aocontrole de pragas No caso do bicudo a pesquisacientiacutefica detectou haacute algum tempo atraacutes que existiaresposta de fecircmeas do inseto ao feromocircnio emitidopelos machos Mais tarde descobriu-se que oferomocircnio era excretado pelos machos nas fezesapoacutes se alimentarem de bototildees florais ou maccedilatildespequenas O feromocircnio foi isolado identificado esintetizado possuindo quatro compostosconstituintes que foram denominados de grandlure

Atualmente o feromocircnio eacute comercializado visandosua utilizaccedilatildeo em armadilhas destinadas a monitorara praga mesmo quando esta esteja em baixasdensidades populacionais

Apesar do uso do ferocircmonio do inseto visandocontrole ser restrito alguns autores recomendamque se utilize pulverizaccedilatildeo da substacircncia na periferiada cultura para atrair e agregar adultospulverizando-se posteriormente estas faixas cominseticidas de modo a evitar a pulverizaccedilatildeo na aacutereatotal O produto vem sendo pesquisado visandoutilizaccedilatildeo nos primeiros 80-90 dias da implantaccedilatildeoda cultura pois a partir do florescimento dasplantas ele parece perder sua finalidade em relaccedilatildeoagrave agregaccedilatildeo das fecircmeas Todavia considerando quemuitas destas recomendaccedilotildees ainda se encontramsob avaliaccedilatildeo seu emprego tem uso restrito

Um outro uso do ferocircmonio glandlure eacute nos ldquotubomata-bicudordquo visando atrair as fecircmeas para o tuboque eacute impregnado com inseticida aleacutem de possuiruma substacircncia adesiva

Um grande nuacutemero de bicudos passam a entressafraproacuteximo da aacuterea onde se criaram na safra anteriormas alguns podem entrar em diapausa facultativa amais de 40 km dos locais originais e colonizar nasafra seguinte aacutereas diferentes da originalConsiderando que o algodoeiro eacute plantadogeralmente nas mesmas aacutereas anualmente amaioria dos bicudos natildeo caminha longas distacircncias

Alguns trabalhos indicam que o algodoeiro em fasede produccedilatildeo de bototildees florais flores e maccedilatildes por sisoacute atrai bicudos a uma distacircncia de 30 cm oumenos Outras pesquisas concluem que acolonizaccedilatildeo de lavouras por bicudos oriundos deentressafra natildeo ocorre ao acaso mas estaacuteassociada a emissatildeo de bototildees florais pelas plantas eposteriormente pela atraccedilatildeo exercida porferomocircnios dos primeiros bicudos que chegam e sealimentam

g) Controle Fiacutesico

O controle fiacutesico lanccedila matildeo de meacutetodos tais como ofogo a radiaccedilatildeo e o som para o controle de insetosApesar de ser de aplicaccedilatildeo restrita no caso docontrole de bicudo tem alguma aplicabilidade nomanejo da praga quando associado a outrasmedidas A praacutetica de realizar cataccedilatildeo de bototildeesdanificados pela praga por exemplo sempre vemassociada agrave utilizaccedilatildeo do fogo para destruiccedilatildeo dasestruturas infectadas De maneira similar as

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 21: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

21Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

armadilhas e o tubo mata-bicudo utilizados com fimde amostragem e controle respectivamente satildeoconstruiacutedos em cores reconhecidamente atrativas aestes insetos

8 Consideraccedilotildees finais

Face aos atuais problemas decorrentes da ampladisseminaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro na regiatildeo doCerrado Brasileiro a qual atualmente eacute a principalregiatildeo produtora de algodatildeo do paiacutes a veiculaccedilatildeo deinformaccedilotildees a respeito da correta identificaccedilatildeo dapraga aspectos de sua biologia sistema deamostragem tomada de decisatildeo e meacutetodos decontrole satildeo cruciais para a convivecircncia com oinseto e a manutenccedilatildeo da viabilidade do cultivo naregiatildeo Considerando que muitos agricultores quecultivam o algodoeiro na regiatildeo satildeo oriundos delocalidades que possuem tradiccedilatildeo de cultivo dacultura e onde a praga jaacute ocorre o potencialcausador de injuacuteria desta praga eacute velho conhecidodestes mesmos agricultores Muitos deles sabeminclusive que a medida que a severidade do ataqueevolui o cultivo pode ateacute ser inviabilizado nos locaisde ocorrecircncia da praga Assim sendo todas asmedidas preventivas e terapecircuticas que visemminimizar o impacto deste inseto sobre a culturatenderatildeo a viabilizar a longo prazo asustentabilidade do algodoeiro na regiatildeo Deve-seressaltar ainda que muitas destas medidasenvolvem a accedilatildeo CONJUNTA dos produtores daregiatildeo a fim de que o problema seja eliminado

9 Referecircncias Bibliograacuteficas

AGEcircNCIA NACIONAL DE VIGILAcircNCIA SANITAacuteRIA(ANVISA) Disponiacutevel em lthttpwwwanvisagovbrgt Acesso em 04 nov 2004

ANDREI Compecircndio de defensivos agriacutecolas 6 edSatildeo Paulo Organizaccedilatildeo Andrei 1999 672 p

ASSOCIACcedilAtildeO MATOGROSSENSE DOSPRODUTORES DE ALGODAtildeO (AMPA) Disponiacutevelem lthttpwwwmtcottoncombrgt Acesso em19 Out 2004

BARBOSA S LUKEFAHR MJ BRAGASOBRINHO R (Ed) O bicudo do algodoeiroBrasiacutelia Embrapa 1986 312 p

BELTRAtildeO NE de M (Org) O agronegoacutecio doalgodatildeo no Brasil Brasiacutelia Comunicaccedilatildeo paraTransferecircncia de Tecnologia 1999 491 p 2v

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO(CONAB) Disponiacutevel em lthttpwwwconabgovbrgt Acesso em 19 Out 2004

CRUZ VR da Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole de bicudo no estado de Satildeo Paulo InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 67-79

DEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejointegrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 141 p

EMBRAPA AGROPECUAacuteRIA OESTEEMBRAPAALGODAtildeO Algodatildeo informaccedilotildees teacutecnicasDouradosCampinaGrande Embrapa AgropecuaacuteriaOesteEmbrapa Algodatildeo 1998 267 p (EmbrapaAgropecuaacuteria OesteEmbrapa Algodatildeo CircularTeacutecnica 7)

EMBRAPA-CNPA Cultura do algodoeiro em aacutereasinfestadas pelo bicudo Campina Grande Embrapa-CNPA 1985 17 p (Embrapa-CNPA CircularTeacutecnica 11)

GALLO D NAKANO O SILVEIRA NETO SCARVALHO RPL BAPTISTA GC de BERTIFILHO E PARRA JRP ZUCCHI RA ALVESSB VENDRAMIM JD MARCHINI LC LOPESJRS OMOTO C Entomologia agriacutecolaPiracicaba Fealq 2002 920 p

GREEN MB LYON DJ de (Ed) Pestmanagement in cotton Chichester Ellis Horwood1991 259 p

INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DOESTADO DE MATO GROSSO (INDEA) Disponiacutevelem lthttpwwwindeamtgovbrgt Acesso em04 nov 2004

INSECTIMAGES Disponiacutevel em lthtppwwwinsectimagesorggt Acesso em 19 Out2004

KING EG PHILLIPS JR COLEMAN RJ (Ed)Cotton insects and mites characterization andmanagement Memphis The Cotton Foundation1996 1008 p (The Cotton Foundation ReferenceBook Series 3)

NAKANO O Recomendaccedilotildees e experiecircncia decontrole do bicudo na regiatildeo de Campinas SP InDEGRANDE PE (Ed) Bicudo do algodoeiro manejo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

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CERES CONSULTORIA AGRONOcircMICA

24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 22: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

22 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

integrado Dourados UFMSEMBRAPA-UEPAE deDourados 1991 p 59-66

NAKANO O SILVEIRA NETO S ZUCCHI RAEntomologia econocircmica Piracicaba ESALQ-USP1981 314 p

RUMMEL DR SLOSSER JE CARROL SCLESER JF FUCHS TW FRISBIE READKISSON PL DOEDERLEIN TA HAKE KDHALDENBY RK SCOTT MA Boll weevilmanagement for the Texas High Plains CollegeStation Texas AampM UniversityTexas AgriculturalExtensive Service 1995

SANTOS WJ Recomendaccedilotildees teacutecnicas para aconvivecircncia com o bicudo do algodoeiro(Anthonomus grandis Boheman 1843) no Estado do

Paranaacute Londrina IAPAR 1989 20 p (IAPARCircular 64)

UNIVERSITY OF CALIFORNIA DIVISION OFAGRICULTURE AND NATURAL RESOURCESIntegrated pest management for cotton in thewestern region of the United States 2 Ed OaklandUniversity of California 1996 164 p (University ofCalifornia Publication 3305)

VILELA EF ZUCCHI RA CANTOR F (Ed)Pragas introduzidas no Brasil Ribeiratildeo Preto Holos2001 173 p

ZUCCHI R A SILVEIRA NETO S NAKANO OGuia de identificaccedilatildeo de pragas agriacutecolasPiracicaba FEALQ 1993139p

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 23: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

23Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXOS

ANEXO I

Plano Baacutesico de Controle Regional do Bicudo (para Primavera do Leste ndash MT)

1 Objetivos

Suprimir o niacutevel de bicudo na regiatildeo a iacutendices bem baixos para podermos sonhar com a erradicaccedilatildeo dapraga

2 Accedilotildees

21 Destruiccedilatildeo de soqueira bem feita ateacute dia 31 de agosto Roccedilada de no maacuteximo 15 dias apoacutes a colheita edestruiccedilatildeo total no maacuteximo 25 dias apoacutes a colheita Aqui o objetivo eacute deixar de 90 a 120 dias sem comidapara o bicudo

22 Instalar as armadilhas 60 dias antes da semeadura de preferecircncia ateacute 300904Instalar as armadilhasnas periferias dos talhotildees que seratildeo cultivados com algodatildeo a cada 150 - 300 metros de distacircncia Numeraras armadilhas Trocar feromocircnios a cada 14 dias de maneira intercalada sendo trocadas primeiro asarmadilhas iacutempares e depois as pares de maneira agrave sempre termos um ambiente com feromocircnios novosMonitorar 2 vezes por semana Determinar iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Mais de 2 BAS talhatildeo vermelho

- De 1 a 2 BAS talhatildeo amarelo

- De 0 a 1 BAS talhatildeo azul

- 0 BAS talhatildeo verde

Recolher as armadilhas quando surgir a primeira flor do algodatildeo

23 Semeadura em um periacuteodo maacuteximo de 60 dias nossa sugestatildeo eacute de 25 de novembro a 25 de janeirotanto para aacutereas de safra quanto irrigadas Aqui o objetivo eacute de diminuir o tempo total de exposiccedilatildeo dacultura ao bicudo e de termos um periacuteodo mais concentrado de controle da praga

24 Implementar programa de aplicaccedilatildeo de bordaduras com inseticidas eficientes (ateacute os 70 DAEEndossulfan a 20 lha apoacutes os 70 DAE Parathion ou Malathion a 10 lha) Faixa miacutenima de 30 metros delargura Intervalo de aplicaccedilotildees de 5 em 5 dias Iniciar na fase V2 (segunda folha verdadeira do algodatildeo) e irpelo menos ateacute a 1ordm maccedilatilde firme

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

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24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

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25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

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26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 24: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

24 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

25 Na fase do 1ordm botatildeo floral aplicar de 1 a 3 vezes especificamente para bicudo Com o objetivo decontrolar o bicudo no momento de sua entrada na lavoura Iacutendice de bicudo armadilha semana (BAS)

- Talhatildeo vermelho Definir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo amarelo Definir 2 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias

- Talhatildeo azul Definir 1 aplicaccedilatildeo

- Talhatildeo verde Natildeo aplicar

26 Monitoramento dos talhotildees

EQUIPE DE MONITORAMENTO DO BICUDO

- Monitorar bototildees florais do chatildeo e das plantas recolher bototildees do chatildeo Iniciar aos 30 DAE Ateacute os 100DAE o iacutendice de controle eacute a presenccedila de larvas ou adultos apoacutes os 100 DAE iacutendice de 3 de larvas +adultos

- Mapear as aacutereas de infestaccedilatildeo

- Capacitar equipe para identificaccedilatildeo e determinaccedilatildeo de datas de aplicaccedilatildeo diante do tamanho das larvasInfestaccedilotildees de adultos intervalo maacuteximo de 10 dias entre aplicaccedilotildees para produtos SC ou UBV paraprodutos CE intervalo maacuteximo de 7 dias

27 Medida para os talhotildees que apresentarem acima de 3 de bototildees atacados Na abertura do 1ordm capulhodefinir 3 aplicaccedilotildees com intervalo de 5 dias Com o objetivo da proteccedilatildeo do baixeiro do terccedilo meacutedio egarantia do ponteiro

28 Aplicaccedilatildeo de inseticidas de final de safra junto com maturador e desfolhante

29 Medidas complementares

- Planta isca

- Tubo mata bicudo

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas na soqueira

- Variedades precoces

- Aplicaccedilatildeo de inseticidas junto ao 24D no manejo de folhas largas no milheto desde que hajapresenccedila da praga

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

ceresconsultoriaterracombr

CERES CONSULTORIA AGRONOcircMICA

25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

ceresconsultoriaterracombr

CERES CONSULTORIA AGRONOcircMICA

26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 25: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

25Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

3 Produtos recomendados para controle de bicudo

FOSFORADOS Folidol 10 lha

Malathion 10 lha

CICLODIENOS Thiodan 18 lha

PIRETROacuteIDES Buldock 01 lha

Fury 200 EW 025 lha

Fury 400 CE 0125 lha

Turbo 03 lha

Decis Ultra 0125 lha

Trebon 100CE 10 lha

MISTURAS Pirephos 06 lha

Politrin 12 lha

Deltaphos 12 lha

Rua Maringaacute 669 ndash CentroPrimavera do Leste ndash MT

CEP 78850-00066-4985222

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CERES CONSULTORIA AGRONOcircMICA

26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 26: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

26 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

ANEXO II

PORTARIA N ordm 29DE 25 DE MARCcedilO DE 2002 (INDEA)

O Presidente do INSTITUTO DE DEFESA AGROPECUAacuteRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO ndashINDEAMTno uso da atribuiccedilatildeo legal que lhe confere o inciso VI do art56 do Regimento Internoaprovadopelo Decreto n ordm 1966 de 22 de setembro de 1992 ecom fundamento do art2 ordmda Portaria n ordm0132001de 22 de junho de 2001

RESOLVE

Art1 ordm Alterar o anexo I da Portaria 0132001 de 22 de junho de 2001 que passa a vigorar com aseguinte redaccedilatildeo

ANEXO I

MEDIDAS FITOSSANITAacuteRIAS PARA PREVENCcedilAtildeO E CONTROLE DO BICUDO DO ALGODOEIRO ndashAnthonomus grandis NO ESTADO DE MATO GROSSO

1 ndash DOS HOSPEDEIROS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

11 -Os algodoeiros em geral (Gossypium spp)

a) Algodatildeo herbaacuteceo (Gossypium hirsutum Lraccedila latifolium)

b) Algodatildeo arboacutereomocoacute (Gossypium hirsutum Lraccedila Marie galante Hutch)

c) Rim-de-boi (Gossypium barbadense )

d) Caicoacute (Gossypium caicoense )

12 -Demais hospedeiros

a) Algodatildeo-da-praia (Hibiscus tiliaceus L)

b) Papoulagraxa-de-estudantegoela-de-leatildeomimo-de-vecircnus (Hibiscus rosa-sinensis L)

c) Auroraamor-dos-homensrosa-louca (Hibiscus mitabilis L)

d) Algodatildeo-do-Paraacute (Thespesia popuenea L)

e) Quiabeiro (Hibiscus esculentus L)

e) Guanxuma (Sida spp)

2 ndash DA PRODUCcedilAtildeO

21 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas indenes

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 27: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

27Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

c) Monitoramento do bicudo do algodoeiro

d) O plantio fora de eacutepoca deveraacute ser comunicado ao INDEAMT para acompanhamento (obedecerrigorosamente agraves normas fitossanitaacuterias)

22 -Medidas fitossanitaacuterias em propriedades produtoras de algodatildeo localizadas nas aacutereas infestadas

a) Destruiccedilatildeo de soqueira ateacute 30 (trinta)dias apoacutes a colheitacom limite maacuteximo conforme o estabelecido nalegislaccedilatildeo federal em vigor

b) Destruiccedilatildeo de rebrotas e tiguumleras

c) Monitoramento e controle do bicudo do algodoeiro

d) O plantio de algodatildeo deveraacute ocorrer no periacuteodo de 20 (vinte)de novembro a 20 (vinte)de janeiro

e) Fica proibido o plantio de algodatildeo irrigado e algodatildeo safrinha fora do periacuteodo estabelecido na aliacutenea ldquod rdquo

23 -Medidas fitossanitaacuterias em foco em aacutereas indenes

231 -Os Engenheiros Agrocircnomosprodutores ou qualquer outro cidadatildeo que tiver conhecimento ou suspeitada ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro em aacutereas indenes devem notificar imediatamente o Serviccedilo de DefesaSanitaacuteria Vegetal

232 -Toda notificaccedilatildeo de ocorrecircncia do bicudo do algodoeiro deveraacute ser imediatamente investigada pelasautoridades fitossanitaacuterias dentro das normas de seguranccedila sanitaacuteria

233 -Confirmando-se a identificaccedilatildeo do bicudo do algodoeiro o engenheiro agrocircnomo oficial da defesasanitaacuteria vegetal adotaraacute as seguintes medidas no foco

a) Conduccedilatildeo de um levantamento fitossanitaacuterio para a determinaccedilatildeo da origem da praga e da suadelimitaccedilatildeo de ocorrecircncia

b) O engenheiro agrocircnomo oficial da defesa sanitaacuteria vegetal inspecionaraacute sistemaacutetica e periodicamentetodas as propriedades estabelecimentos e armazeacutens onde se encontrarem presentes vegetais e produtosvegetais hospedeiros do bicudo do algodoeirono ciacuterculo perifocal

c) Intensificar o monitoramento com uso de armadilhas com feromocircniocom espaccedilamento de 10 (dez) a 50(cinquumlenta) metros e leitura de no miacutenimo 2 (duas) vezes por semana

d) Delimitaccedilatildeo da aacuterea perifocal

e) Impedir a saiacuteda de maacutequinas equipamentos e implementos num raio de 10 km ateacute que se estabeleccedila adelimitaccedilatildeo da aacuterea do foco

f) Toda maacutequinaequipamento e implemento soacute poderaacute sair da aacuterea do foco com destino a outra aacutereainfestada e com itineraacuterio definido

g) Controle sistemaacutetico atraveacutes da instalaccedilatildeo de tubo mata bicudo e pulverizaccedilatildeo aeacutereaterrestre

h) Adoccedilatildeo de outras medidas fitossanitaacuterias complementares indicadas pelo serviccedilo de defesa sanitaacuteriavegetal do Estado

24 -Compete ao INDEAMT

a) Monitorar constantemente as aacutereas produtoras de algodatildeo atualizando sempre as informaccedilotildees emfunccedilatildeo da caracteriacutestica populacional da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

Page 28: Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, · Bicudo do Algodoeiro: Identificação, Biologia, Amostragem e Táticas de Controle 3 Muitosentomologistasacreditavamqueobicudodo

28 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

b) Propor medidas de prevenccedilatildeo controle e contenccedilatildeo da praga com o fim de evitar sua disseminaccedilatildeo

25 - O monitoramento deveraacute ser efetuado atraveacutes de

a) Inspeccedilotildees perioacutedicas de estruturas reprodutivas com cataccedilatildeo de bototildees florais

b) Instalaccedilatildeo de armadilhas com feromocircnio sexual

3 ndash DO BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO

31 -Toda unidade beneficiadoraarmazenadora e de deslintamento localizada em aacuterea indene em processode caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre do bicudo do algodoeiro deveraacute

311 -Manter livro proacuteprio de registro onde deveraacute conter as seguintes informaccedilotildees

a) Nome da propriedade de origem do produto

b) Municiacutepio de origemUF

c) Volume

d) Nuacutemero do CFO

e) Nuacutemero da Permissatildeo de Tracircnsito

f) Data de entrada

312 ndash Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea indene

a) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiracom espaccedilamento maacuteximo de 100 (cem)metros entrearmadilhas

b) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 7 (sete)diasanotando os resultados no livro de registro deocorrecircnciasmedida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(CertificadoFitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

c) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

d) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

313 -Se beneficiararmazenar e deslintar algodatildeo proveniente de aacuterea contaminada

a) Receber os produtos para beneficiamento somente apoacutes a destruiccedilatildeo da soqueira das lavouras de algodatildeosituadas num raio de 2 (dois)km a partir dos limites da algodoeira

b) Manter os lotes no paacutetio da algodoeira em observaccedilatildeo por um periacuteodo de 48 (quarenta e oito)horascommonitoramento atraveacutes de armadilhas com feromocircnio e comunicar imediatamente ao teacutecnico do INDEAMTpara acompanhamento

c) Instalar armadilhas nos domiacutenios da algodoeiraobedecendo um espaccedilamento maacuteximo de 50(cinquumlenta)metros entre armadilhas

d) Efetuar a leitura das armadilhas a cada 3 (trecircs)dias para aquelas instaladas nos domiacutenios da algodoeiraediariamente para aquelas instaladas proacuteximas aos lotes em observaccedilatildeo anotando os resultados no livro deregistro de ocorrecircncias medida esta de responsabilidade do teacutecnico credenciado para emissatildeo de CFOC(Certificado Fitossanitaacuterio de Origem Consolidado)

29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

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Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

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29Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

e) Trocar o feromocircnio das armadilhas periodicamente de acordo com as recomendaccedilotildees do fabricante

f) Comunicar imediatamente ao INDEAMT caso haja captura do bicudo do algodoeiro informando ainda oslotes existentes no paacutetio da algodoeira

g) Retirar os produtos beneficiados somente com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

315 -Toda unidade beneficiadora armazenadora e de deslintamento fica obrigada a eliminar plantashospedeiras da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro dentro de sua aacuterea de domiacutenio

4 ndash DO TRANSPORTE

41 - O ingresso de vegetal e produto vegetal hospedeiro da praga Anthonomus grandis ndash bicudo doalgodoeiro bem como maacutequinas implementos e equipamentos utilizados na cultura do algodatildeo comdestino a aacutereas indenes em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre fica sujeito a

411 - Algodatildeo em caroccedilo proveniente do campo

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de expurgo

412 - Algodatildeo em plumafibrilacaroccedilo ou semente de algodatildeo com liacutenter caroccedilo ou semente de algodatildeosem liacutenter

a)Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

413 - Maacutequinas equipamentos e implementos

a)Pulverizaccedilatildeo com oacuteleo de mamona ou querosene e declaraccedilatildeo formal do proprietaacuterio ou transportadorquea maacutequina equipamento ou implemento foi lavadapulverizada e exposta ao sol por 2 (dois)dias

b)Inspeccedilatildeo no local de ingresso e se for detectado resiacuteduos de solo vegetais principalmente produtos esubprodutos do algodoeiro seratildeo rechaccedilados para limpeza

414 - Produtos em tracircnsito

4141 - De aacuterea contaminada passando por aacuterea livre

a) Apresentaccedilatildeo de Permissatildeo de Tracircnsito com Declaraccedilatildeo Adicional de Expurgo

b) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

4142 - De aacuterea livre para aacuterea livrepassando por aacuterea contaminada

a) A carga deveraacute estar totalmente protegida com lona e lacrada

42 - Natildeo permitir em hipoacutetese alguma o tracircnsito e ingresso no Estadode sacarias jaacute utilizadas noacondicionamento de vegetais hospedeiros da praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro

43 - A fiscalizaccedilatildeo do tracircnsito para cumprimento das normas de prevenccedilatildeoinspeccedilatildeo controle ou outraseraacute exercido atraveacutes dos Postos de Vigilacircncia Sanitaacuteria instalados tanto nas zonas limiacutetrofes com outrasUnidades da Federaccedilatildeo como em pontos estrateacutegicosnos limites da aacuterea infestada com a aacuterea indene emprocesso de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga

44 - O transporte de produtos e subprodutos do algodoeirodeveraacute ser efetuado em veiacuteculo com cargadevidamente acondicionada e revestida de forma a natildeo permitir o derramamento nas rodovias ou viaspuacuteblicassendo de responsabilidade do transportador

30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

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Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

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Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho

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30 Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

45 - em caso de acidentedo qual resulte derramamento de produtos e subprodutos do algodoeiro fica otransportador obrigado a notificar ao INDEAMT para as devidas providecircncias

46 - O INDEAMTpoderaacute ainda adotar como medida fitossanitaacuteria

a) Apreensatildeo de produtos e subprodutos hospedeiros do bicudo do algodoeiro que estejam transitando emdesacordo com a legislaccedilatildeo

b) Os produtos apreendidos poderatildeo ser destruiacutedos ou doados desde que natildeo constituam riscos dedisseminaccedilatildeo da praga

c) Determinar itineraacuterio especiacutefico para transporte de produtos e subprodutos do algodoeiro bem como paramaacutequinas equipamentos e implementos

5 ndash DOS DISPOSITIVOS GERAIS

51 - Fica sujeito agrave inspeccedilatildeo de que trata esta Portariaqualquer armazeacutem propriedade rural propriedadeurbana estabelecimento comercial veiacuteculos maacutequinas implementos e equipamentos utilizados emprocessos de produccedilatildeo beneficiamento e armazenamento de algodatildeo e de seus produtos em tracircnsito noEstado de Mato Grosso

52 - A inspeccedilatildeo referida no item anterior seraacute exercida quanto

a) ao aspecto sanitaacuterio

b) agrave desinfestaccedilatildeo

c) agrave adoccedilatildeo de medidas fitossanitaacuterias

6 ndash ASPECTOS LEGAIS

61 - As penalidades decorrentes da inobservacircncia ao disposto nesta Portariabem como das demais emvigorseratildeo aplicadas de acordo com o Decreto nordm 2538 de 07 de maio de 2001 que regulamenta a Lei nordm7139 de 13 de julho de 1999 que dispotildee sobre a Defesa Vegetal no Estado de Mato Grosso

Art2 ordm Criar o anexo II que delimita a aacuterea considerada indeneem processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livreda praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeirobem como a aacuterea considerada infestada

ANEXO II

Considera-se como indene em processo de caracterizaccedilatildeo de aacuterea livre da praga Anthonomus grandis ndashbicudo do algodoeiro toda regiatildeo do Estado de Mato Grosso situada ao norte da linha a seguir descrita nosentido leste ndash oestepartindo do entroncamento da MT 100 com a MT 270 no municiacutepio de Ribeiratildeozinhodivisa com o Estado de Goiaacutes ndash GO donde segue pela MT 270atraveacutes dos municiacutepios de Torixoreacuteo eGuiratinga ateacute o entroncamento da MT 270 com a MT 340 donde segue pelo Rio Areia ateacute as divisas dosmuniciacutepios de Poxoreacuteo com Guiratinga e Satildeo Joseacute do Povo ateacute o encontro com Rio Poxoreacuteo donde seguepela divisa dos municiacutepios de Poxoreacuteo com Rondonoacutepolis Juscimeira Satildeo Pedro da Cipa Dom Aquino ateacute oRio Cumbuca nas divisas dos municiacutepios de Primavera do Leste Campo Verde Dom Aquino e Poxoreacuteodonde segue o Coacuterrego Cupim ateacute a BR 070 donde segue por esta ateacute a sede do municiacutepio de Campo Verdedonde segue pela rodovia MT 251 passando pela sede do municiacutepio de Chapada dos Guimaratildees ateacute a sede domuniciacutepio de Cuiabaacute donde segue pela BR 163 ateacute o entroncamento da BR 163 com a MT 343 no municiacutepiode Jangada donde segue pela MT 343 ateacute o entroncamento da MT 247 com a MT 246 no municiacutepio deBarra do Bugres donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 170 na divisa dos municiacutepios deRio Branco e Lambari D rsquoOeste donde segue pela MT 246 ateacute o entroncamento com a MT 388 donde seguepela mesma ateacute o entroncamento com a MT 248 no municiacutepio de Indiavaiacute donde segue pela MT 248 ateacute oentroncamento da BR 174 no municiacutepio de Pontes e Lacerda donde segue pela BR 174 ateacute a sede do

31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

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Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

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31Bicudo do Algodoeiro Identificaccedilatildeo Biologia Amostragem e Taacuteticas de Controle

mesmo municiacutepio donde segue pela MT 473 ateacute o entroncamento com a MT 265 na divisa dos municiacutepiosde Pontes e Lacerda com Vila Bela da Santiacutessima Trindade donde segue pela MT 265 ateacute a divisa com aBoliacutevia

Considera-se como infestada pela praga Anthonomus grandis ndash bicudo do algodoeiro toda regiatildeo doEstado de Mato Grosso situada ao sul da linha acima descrita

Art3 ordmRevogam-se as disposiccedilotildees em contraacuterio

Art4 ordmEsta Portaria entra em vigor na data de sua publicaccedilatildeo

PUBLICADAREGISTRADACUMPRA-SE

CuiabaacuteMT25 de marccedilo de 2002MEacuteDVETEcircNIO JOSEacute DE ARRUDA MARTI S

Presidente do INDEAMT

CircularTeacutecnica 79

Exemplares desta ediccedilatildeo podem ser adquiridos naEmbrapa AlgodatildeoRua Osvaldo Cruz 1143 Centenaacuterio CP 17458107-720 Campina Grande PBFone (83) 3315 4300 Fax (83) 3315 4367e-mail saccnpaembrapabr

1a EdiccedilatildeoTiragem 2000

Comitecirc dePublicaccedilotildees

Presidente Luiz Paulo de CarvalhoSecretaacuteria Executiva Nivia MS GomesMembros Demoacutestenes MP de Azevedo

Joseacute Welington dos SantosLuacutecia Helena A AraujoMaacutercia Barreto de MedeirosMaria Auxiliadora Lemos BarrosMaria Joseacute da Silva e LuzNapoleatildeo Esberard de M BeltratildeoRosa Maria Mendes Freire

Expedientes Supervisor Editorial Nivia MS GomesRevisatildeo de Texto Nisia Luciano LeatildeoTratamento das ilustraccedilotildees Geraldo F de S FilhoEditoraccedilatildeo Eletrocircnica Geraldo F de S Filho


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