Banco de Questões – Língua Portuguesa
Tema: Agrotóxicos Num cenário em que a produção de alimentos é dominada pelo agronegócio, a quem
interessaria a manutenção de uma legislação pouco rigorosa em relação aos agroquímicos?
http://pt.slideshare.net/flaviosantos90226/poluio-do-solo-causada-por-agrotxicos. Acesso em 01 nov. 2015
Este bloco de atividades aborda este tema a partir da análise discursiva de textos que,
estruturados em diferentes gêneros, veiculam posicionamentos distintos em relação ao uso
dos agrotóxicos no Brasil.
O material não foi produzido com o objetivo de ser aplicado integralmente a um grupo de
alunos. O que se sugere é que o professor selecione os textos e questões mais adequados
a suas turmas e que insira outras, que atendam a demandas que não contempladas neste
material.
A atividade direciona-se, sobretudo ao Ensino Médio, e está dividida em 3 partes:
- banco de questões para simulados;
- questões discursivas;
- propostas de redações.
2ª PARTE – QUESTÕES DISCURSIVAS TEXTO I
O CAÇADOR DE MITOS LEANDRO NARLOCHO CAÇADOR DE MITOS
Uma visão politicamente incorreta da história, ciência e economia
SOBRE
Jornalista, foi editor da revista Superinteressante e repórter de ciência de Veja. Escreveu o bestseller Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, entre outros. É mestre em filosofia pela Universidade de Londres.
Mito: “o brasileiro ingere 5 litros de agrotóxicos por ano”
Por que tantos jornalistas confiam em estatísticas divulgadas por ONGs e ativistas?
Por: Leandro Narloch 22/10/2015 às 14:44
ONGs de combate ao agronegócio, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, têm divulgado que “o brasileiro consome 5,2 litros de agrotóxicos por ano”. Jornais, revistas, sites e canais de TV engoliram e publicaram essa informação espantosa. Duas revistas disseram até que o brasileiro “bebe” essa quantidade toda de pesticidas, sem perceber que a estatística é um típico exagero criado por ativistas.
O número de 5,2 litros é resultado da divisão entre o consumo de pesticidas no país e a população. É um cálculo grosseiro, que não leva em conta que: – Lavouras de exportação, como soja, algodão e milho, utilizam mais da metade dos agrotóxicos do país. Como o Brasil é o maior exportador agrícola depois dos Estados Unidos e da União Europeia, é natural que esteja entre os maiores consumidores de agrotóxicos. Mas daí há um bom caminho até sugerir que todos os produtos são ingeridos pelos brasileiros, pois os alimentos não são consumidos no Brasil. – Boa parte dos agrotóxicos se destina a proteger plantações que não são de alimentos. Algodão (que exige uso intenso de pesticidas) e cana-de-açúcar são matéria-prima de tecidos e do etanol. Não vão parar na boca dos cidadãos. – Mesmo no caso de alimentos cultivados com agrotóxicos e consumidos por aqui, é falso afirmar que o brasileiro ingere ou bebe as substâncias. Herbicidas, por exemplo, são aplicados no começo do plantio, bem distante da época de colheita e da parte comestível das plantas. Além disso, um prazo de carência (o tempo entre a última aplicação do produto e a data da colheita) evita que substâncias perigosas terminem no prato dos consumidores. Como diz o engenheiro agrônomo Alfredo José Barreto Luiz, da Embrapa Meio Ambiente: Esse prazo é calculado para que as substâncias químicas ativas dos agrotóxicos já tenham se transformado em outras (pela ação da temperatura, luz, umidade etc.), restando em quantidade tão reduzida e diluída que não oferece mais perigo. – A melhor unidade para medir o consumo de agrotóxicos é quilos por hectare, e não litros por habitante. Ao contrário da Europa ou dos Estados Unidos, o Brasil não pode contar com o inverno para exterminar pragas. Sem longos períodos de neve para conter insetos e ervas daninhas, os agricultores brasileiros (e de outros países tropicais) se valem de agrotóxicos. Além disso, podem aproveitar a terra por mais tempo que os países com inverno rigoroso. Isso explicaria porque consumimos tanto desses produtos por aqui. Mas a média brasileira não está tão longe dos países europeus. Segundo o IBGE, cada hectare cultivado do Brasil recebe 6,9 quilos de agrotóxicos. A França gasta 4,6 quilos por hectare; a Holanda, 9,4. Pode almoçar tranquilo: o brasileiro não ingere 5 litros de agrotóxico por ano. @lnarloch
http://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/saude/mito-o-brasileiro-ingere-5-litros-de-agrotoxicos-por-ano/ - Acesso em 06 no. 2015
1ª questão Explicite o objetivo comunicativo do texto em estudo. 2ª questão Explique por que se pode afirmar que o texto em estudo, embora, prioritariamente, expositivo, apresenta elementos próprios do tipo argumentativo.
3ª questão Indique em relação ao fragmento a seguir:
- tese:
- um argumento:
- uma estratégia argumentativa.
“– Boa parte dos agrotóxicos se destina a proteger plantações que não são de alimentos. Algodão (que exige uso intenso de pesticidas) e cana-de-açúcar são matéria-prima de tecidos e do etanol. Não vão parar na boca dos cidadãos. – Mesmo no caso de alimentos cultivados com agrotóxicos e consumidos por aqui, é falso afirmar que o brasileiro ingere ou bebe as substâncias. Herbicidas, por exemplo, são aplicados no começo do plantio, bem distante da época de colheita e da parte comestível das plantas. Além disso, um prazo de carência (o tempo entre a última aplicação do produto e a data da colheita) evita que substâncias perigosas terminem no prato dos consumidores. Como diz o engenheiro agrônomo Alfredo José Barreto Luiz, da Embrapa Meio Ambiente: Esse prazo é calculado para que as substâncias químicas ativas dos agrotóxicos já tenham se transformado em outras (pela ação da temperatura, luz, umidade etc.), restando em quantidade tão reduzida e diluída que não oferece mais perigo”.
4ª questão Descreva o perfil do público alvo do texto em estudo. 5ª questão
“ONGs de combate ao agronegócio, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, têm divulgado que “o brasileiro consome 5,2 litros de agrotóxicos por ano”. Jornais, revistas, sites e canais de TV engoliram e publicaram essa informação espantosa. Duas revistas disseram até que o brasileiro “bebe” essa quantidade toda de pesticidas, sem perceber que a estatística é um típico exagero criado por ativistas. ”
Analise os verbetes a seguir e explique a incoerência da informação veiculada pelas duas revistas em relação ao fato enunciado.
consumir
[Do lat. consumere 'gastar', 'comer', 'destruir', 'dar cabo de', 'arruinar'.] Verbo transitivo direto. 1.Gastar ou corroer até à destruição; devorar, destruir; extinguir: Os vermes consomem os cadáveres. 2.Destruir pelo fogo; queimar, calcinar: O incêndio consumiu quase toda a floresta. 3.Gastar (bens de consumo ou de produção) pelo uso. 4.Absorver (alimento ou bebida). 5.Gastar, aniquilar, anular: O alcoolismo consumiu suas energias. 6.Enfraquecer, abater: A doença o consumiu assustadoramente.
7.Desgostar, afligir, mortificar: Os desatinos do rapaz consomem a família. 8.Fazer esquecer; apagar: O tempo consumiu a lembrança daquele feito heroico. 9.Gastar; esgotar: Estas providências inúteis lhe consomem tempo. 10.V. apoquentar. 11.Bras. CE Enganar, iludir. 12.Comungar, o padre, à missa. Verbo transitivo direto e indireto. 13.Aplicar; empregar; despender: Consome horas a fio no estudo. Verbo intransitivo. 14.Absorver bens de consumo ou de produção: O país já não está consumindo como no passado. 15.Comungar (o padre, à missa). Verbo pronominal. 16.Dissipar-se; aniquilar-se. 17.Ficar reduzido a cinzas, a carvão. 18.Enfraquecer-se, abater-se. 19.V. apoquentar. [Irreg. Conjug.: v. sumir.]
beber
[Do lat. bibere.] Verbo transitivo direto. 1.Engolir (líquido); ingerir: "dava a lição, bebia café" (Raquel de Queirós, A Donzela e a Moura-Torta, p. 64); "bebeu um gole de água do copo" (Maria Julieta Drummond de Andrade, Um Buquê de Alcachofras, p. 17). 2.Ingerir o conteúdo de: Bebeu uma garrafa de uísque. 3.Despender ou gastar em bebidas: Bebeu quase toda a herança paterna. 4.Impregnar-se de; absorver; sorver: A esponja bebeu toda a água; "Vai beber o pleno ar..." (Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira, p. 22); "Oh! eu quero viver, beber perfumes / Na flor silvestre que embalsama os ares" (Castro Alves, Obra Completa, p. 96); "o desejo de estar outra vez com ela, beber-lhe o olhar e o sorriso" (Ciro dos Anjos, Abdias, p. 65). 5.Sofrer, suportar, aguentar: beber desgostos. 6.Receber (conhecimentos): Estudou anos no seminário, onde bebeu o seu latim. Verbo intransitivo. 7.Engolir líquidos, em especial bebidas alcoólicas: "Meu pai, que a bordo fora sempre sóbrio, bebia agora imenso, embebedava-se." (Antônio Patrício, Serão Inquieto, p. 111); "um bom rapaz que tinha apenas um defeito, mas um grande defeito: bebia." (Artur Azevedo, Contos fora da Moda, p. 130). 8.Embriagar-se. 9.Ser bêbedo. 10.Bras. Autom. Consumir gasolina, ou outro combustível: O seu automóvel bebe muito. [M.-q.-perf.: bebera (ê), beberas (ê), bebera (ê), bebêramos, bebêreis, beberam (ê); fut. subj.: beber, beberes (ê), .... beberem (ê). Cf. bebera, beberas, beberamos, beberam, beberes, bebéreis e beberem, do v. beberar, e bêbera, s. f., pl. bêberas.] Dicionário Aurélio Eletrônico 6ª questão
“O número de 5,2 litros é resultado da divisão entre o consumo de pesticidas no país e a população. É um cálculo grosseiro, que não leva em conta que: – Lavouras de exportação, como soja, algodão e milho, utilizam mais da metade dos agrotóxicos do país. Como o Brasil é o maior exportador agrícola depois dos Estados Unidos e da União Europeia, é natural que esteja entre os maiores consumidores de agrotóxicos. Mas daí há um bom caminho até sugerir que todos os produtos são ingeridos pelos brasileiros, pois os alimentos não são consumidos no Brasil. ” Leandro Narlocho
Utilize-se de informações presentes no excerto a seguir para contra argumentar Narlocho.
“Segundo Freitas, o Ibama faz um estudo sobre a toxicidade do defensivo agrícola, o que gera uma classificação. A grande maioria dos produtos usados no país, segundo ele, são da classe 3 e da classe 2, que têm nível intermediário de periculosidade.
‘Nós temos sempre um perigo associado ao agrotóxico e o que nós fazemos no Ibama é avaliar a toxicidade a organismos não alvo – peixes, minhocas, organismos que garantem a fertilidade do solo’, explicou.”
http://www.dm.com.br/cotidiano/2015/11/aumento-de-uso-de-agrotoxicos-preocupa.html Acessoem 06m dez. 2015
TEXTO II
Este texto será segmentado para favorecer sua exploração
SAÚDE E CIÊNCIA
VENENO NO PRATO
SEGMENTO I
Agricultura nacional desobedece aos principais pontos da legislação sobre agrotóxicos
A ilegalidade está na pesquisa, experimentação, produção, embalagem, rotulagem, transporte, armazenamento, comercialização, publicidade e utilização desses produtos por Cida de Oliveira, da RBA publicado 17/10/2015 10:09
São Paulo – A Constituição e a Lei Federal 7.802/89, que disciplina a pesquisa, a experimentação, produção, embalagem, rotulagem, transporte, armazenamento, comercialização, publicidade, utilização, fiscalização e controle dos agrotóxicos são desrespeitadas pela agricultura nacional. A denúncia é do promotor de Justiça do Ministério
Público do Rio Grande do Sul em Catuípe, Nilton Kasctin dos Santos. Com formação em Direito e especialização em Direito Comunitário pela Escola Superior do Ministério Público, o ex-delegado da Polícia Federal trocou a PF pela defesa do meio ambiente e atua também como conferencista e articulista em diversas publicações. De acordo com o promotor, a desobediência já começa com a prescrição de venenos por agrônomos ou técnicos agrícolas que nem sequer examinaram a lavoura para conhecer suas características e necessidades. Tal procedimento consta do artigo 15º da Lei 7.802/89 (Lei dos Agrotóxicos). A pena prevista é de dois a quatro anos de reclusão para quem descumprir. “É comum esses profissionais assinarem receituários sem ter visitado e diagnosticado a lavoura. Como um médico examina o paciente para identificar a doença e receitar o remédio, o agrônomo deve examinar a lavoura. Só então poderá decidir se há necessidade do uso de veneno e qual o tipo", compara. Porém, isso normalmente não ocorre. "O agricultor vai direto à “farmácia” (revenda), já decidido a comprar o veneno que será aplicado da forma e no momento que bem entender. Às vezes, quem entrega a receita já assinada é o balconista da loja de agrotóxico. Assim, a receita, que deveria ser o principal instrumento para controlar a circulação desses produtos, não passa de uma farsa."
7ª questão Identifique a figura de linguagem de que se vale o autor no fragmento a seguir.
“São Paulo – A Constituição e a Lei Federal 7.802/89, que disciplina a pesquisa, a experimentação, produção, embalagem, rotulagem, transporte, armazenamento, comercialização, publicidade, utilização, fiscalização e controle dos agrotóxicos são desrespeitadas pela agricultura nacional. ”
8ª questão Explique por que se pode afirmar que para Nilton Kasctin dos Santos (1º parágrafo) acredita que o homem é o lobo do homem.
9ª questão Explique se, segundo o texto, uma lei pode mudar a sociedade.
RELEIA O último parágrafo do Segmento I e responda ao que se pede.
10ª questão Justifique a presença da conjunção “Porém”, ao início do parágrafo em foco, tendo em vista seu valor semântico.
11ª questão Indique a que “isso” se refere. 12ª questão Indique, segundo o parágrafo em análise, de quem seria a responsabilidade em relação aos efeitos do uso indiscriminado dos agrotóxicos. 13ª questão Posicione-se, em um parágrafo argumentativo, frente ao ponto de vista enuncido no último parágrafo.
SEGMENTO II
Propaganda irregular
Outdoors anunciando todo tipo de agrotóxico – o que é ilegal – é comum nas estradas brasileiras, conforme o MP do
RS (Ministério Público/RS)
Outro grande problema é a publicidade dos venenos. A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 220, parágrafo 4º, que a propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais. Tais restrições foram estabelecidas também pelas leis federais 9.294/96 –sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas – e ainda pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90).
Santos entende que a legislação é cumprida à risca quando se trata de medicamentos, bebidas alcoólicas e tabaco. Mas em relação aos agrotóxicos, não há obediência a qualquer dispositivo legal. A propaganda é completamente livre. Está na televisão, no rádio, nos jornais, na internet, e até mesmo em cartazes, placas, faixas e outdoors.
"Só para exemplificar, as margens das estradas do Brasil inteiro estão tomadas de placas com anúncios de agrotóxicos e sementes transgênicas. Até no espaço público, reservado à colocação de sinais de trânsito eles podem ser vistos. E toda forma de propaganda mencionada, da maneira como veiculada no Brasil, constitui crime contra as relações de consumo, na medida em que caracteriza publicidade enganosa (arts. 66 e 67 do CDC)", afirma.
Para o promotor, a culpa não é apenas das empresas interessadas, mas também das autoridades, que nada fazem para coibir anunciantes e punir os que atuam livremente, com conhecimento das autoridades, que nada fazem. "O que é lamentável. A propaganda irregular de agrotóxico precisa ser vista como algo grave, uma vez que influencia toda a coletividade a banalizar o perigo dos venenos, a não ver problema em encher de agrotóxico a terra, o ar, a água e nossa mesa."
Enquanto isso, conforme conta, a ampla maioria dos plantadores de soja, trigo, arroz, aveia, milho, feijão, uva, melancia, abacaxi, verduras e demais alimentos segue aplicando de forma ilegal os mais variados tipos de venenos perigosos. "Fazem quando querem, como querem e na quantidade que querem, sem serem incomodados por quem quer que seja no sentido de pelo menos cumprir a legislação vigente". 14ª questão Levante uma hipótese que justifique essa proibição relatada no excerto a seguir.
“A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 220, parágrafo 4º, que a propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais. Tais restrições foram estabelecidas também pelas leis federais 9.294/96 –sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas – e ainda pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90). ”
15ª questão Levante uma hipótese que justifique a realidade descrita a seguir.
“Santos entende que a legislação é cumprida à risca quando se trata de medicamentos, bebidas alcoólicas e tabaco. Mas em relação aos agrotóxicos, não há obediência a qualquer dispositivo legal. A propaganda é completamente livre. Está na televisão, no rádio, nos jornais, na internet, e até mesmo em cartazes, placas, faixas e outdoors.”
16ª questão Posicione-se, em um parágrafo argumentativo, em relação ao ponto de vista enunciado na parte sublinhada do fragmento abaixo.
“Para o promotor, a culpa não é apenas das empresas interessadas, mas também das autoridades, que nada fazem para coibir anunciantes e punir os que atuam livremente, com conhecimento das autoridades, que nada fazem. ‘O que é lamentável. A propaganda irregular de agrotóxico precisa ser vista como algo grave, uma vez que influencia toda a coletividade a banalizar o perigo dos venenos, a não ver problema em encher de agrotóxico a terra, o ar, a água e nossa mesa. ’”
SEGMENTO III
Alienação
Para o promotor, a sociedade brasileira está em grande parte alienada em relação aos agrotóxicos – o que se deve principalmente à fragilidade do sistema educacional, sem compromisso com o desenvolvimento de uma consciência mais crítica. "Nem as tais campanhas de 'conscientização' da população e dos agricultores sobre o perigo dos agrotóxicos funcionam mais. É lógico, uma nação que figura no 88º lugar no ranking mundial da educação é incapaz de qualquer processo de transformação para melhor; a tendência é piorar", lamenta. "Desses raros processos e inquéritos, 99% foram abertos pelo próprio do Ministério Público, Polícia Ambiental ou alguma organização. A sociedade brasileira está completamente alheia a esse grave problema que é de todos". Para ele, isso justifica as pouquíssimas denúncias envolvendo agrotóxicos, em geral relacionadas apenas a prejuízo financeiro. Ou seja, as pessoas só vão à polícia ou ao Ministério Público denunciar quando o veneno da lavoura do vizinho danificou sua plantação, seus animais, ou quando alguém da família sofreu intoxicação aguda. Num cenário assim tão favorável, a indústria e o comércio de agrotóxicos nem precisam se esforçar no assédio aos produtores. Isso porque, conforme o promotor, o agronegócio já é absolutamente dependente do poder econômico das megacorporações transnacionais detentoras das marcas de sementes, adubos e venenos agrícolas. Todos os produtores rurais brasileiros, diz, trabalham como num sistema integrado de produção a exemplo do que ocorre com criadores de frango e suínos para os grandes frigoríficos. Na prática, trabalham para essas empresas multinacionais já que nenhum produtor possui insumos próprios (se guardar a semente, ela não nasce, é estéril), nem podem adquirir semente, adubo químico ou veneno de outro eventual fornecedor. "Todos dependem absolutamente da Monsanto, Bayer, Basf, Syngenta, FMC, Du Pont, Dow e mais duas ou três. A curto ou a médio prazo, nada pode ser feito para minar esse quadro
sombrio de dependência econômica e tecnológica do Brasil em relação a esse aspecto do capital internacional. Isso equivale a dizer que não só nossa segurança alimentar desapareceu por completo, como também nossa soberania nacional vem se debilitando progressivamente. E de forma acelerada".
http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2015/10/lei-dos-agrotoxicos-e-descumprida-em-sua-totalidade-2865.html Acesso em 08 nov 2015.
17ª questão
“ ‘Nem as tais campanhas de 'conscientização' da população e dos agricultores sobre o perigo dos agrotóxicos funcionam mais. É lógico, uma nação que figura no 88º lugar no ranking mundial da educação é incapaz de qualquer processo de transformação para melhor; a tendência é piorar’, lamenta.”
Apresente uma proposta de ação que altere essa realidade.
18ª questão Explicite a expectativa do enunciador em relação ao uso de agrotóxicos no Brasil, no excerto a seguir.
"Desses raros processos e inquéritos, 99% foram abertos pelo próprio do Ministério Público, Polícia Ambiental ou alguma organização. A sociedade brasileira está completamente alheia a esse grave problema que é de todos".
19ª questão Sintetize, com um único adjetivo, a caracterização para o brasileiro que se apresenta no fragmento a seguir.
“Para ele, isso justifica as pouquíssimas denúncias envolvendo agrotóxicos, em geral relacionadas apenas a prejuízo financeiro. Ou seja, as pessoas só vão à polícia ou ao Ministério Público denunciar quando o veneno da lavoura do vizinho danificou sua plantação, seus animais, ou quando alguém da família sofreu intoxicação aguda.”
20ª questão Considere o segmento III do texto em estudo e seus conhecimentos de mundo, para justificar a assertiva sublinhada abaixo.
[...] “A curto ou a médio prazo, nada pode ser feito para minar esse quadro sombrio de econômica e tecnológica do Brasil em relação a esse aspecto do capital internacional. Isso equivale a dizer que não só nossa segurança alimentar desapareceu por completo, como também nossa soberania nacional vem se debilitando progressivamente ".
TEXTO III
29/10/2015 17h31 - Atualizado em 29/10/2015 17h57 Polícia Civil apreende 1,8 mil litros de agrotóxicos falsificados em Maripá Apreensão desta quinta-feira (29) faz parte da Operação Safra. Desde junho, polícia já apreendeu 12,8 mil litros de agrotóxicos na região. Do G1 PR
Embalagens dos produtos eram falsificadas, segundo a polícia (Foto: Anna Flávia Nunes/ RPC) A Polícia Civil de Cascavel, no oeste do Paraná, apreendeu nesta quinta-feira (29) 1,8 mil litros de agrotóxicos falsificados em Maripá, na mesma região. A apreensão faz parte da 5ª fase da Operação Safra. O agricultor procurou a polícia depois que percebeu que os agrotóxicos estragaram a plantação. Segundo os policiais, ele gastou R$ 180 mil com a compra do produto. O esquema está sendo investigado desde junho deste ano. Com a apreensão desta quinta, já são 12,8 mil litros de agrotóxicos falsificados apreendidos na região. A polícia acredita que a quadrilha movimentava cerca de R$ 1 bilhão por ano. As investigações também ocorrem em São Paulo, Minas Gerais e Góias. No dia 15, um empresário foi preso em Cascavel. Com ele a polícia encontrou 900 kg de agrotóxicos roubados no estado de São Paulo. http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2015/10/policia-civil-apreende-18-mil-litros-de-agrotoxicos-falsificados-em-maripa.html Acesso em 10 nov. 2015
21ª questão Explique a relevância do fato noticiado em relação ao posicionamento daqueles que defendem o fim do uso dos agrotóxicos.
22ª questão Atenha-se à flexão modo-temporal no excerto a seguir.
“Para que possam ser comercializados, os defensivos passam por análise e só depois recebem autorização para venda. ”
Justifique a flexão no presente do indicativo do verbo sublinhado.
23ª questão Atenha-se à crítica enunciada na charge a seguir.
http://agazeta.redegazeta.com.br/_conteudo/2015/10/noticias/cidades/3912688-charge-de-amarildo-entre-em-questao-do-enem-sobre-agrotoxicos.html Acesso em 10 nov. 2015
Confirme a hipótese do paciente em um parágrafo argumentativo. Utilize-se de dados do gráfico a seguir para fundamentar seu ponto de vista.
http://www.liberoalimentos.com.br/2012/12/agrotoxicos-perigo-real-para-as-criancas.html Acesso em 09 nov. 2015
24ª questão Analise os dois textos a seguir e explique se a crítica enunciada na charge é respaldada pelo engenheiro agrônomo Alfredo José Barreto Luiz.
http://educorumbatai.blogspot.com.br/2014/06/ambiente-e-saude-o-uso-de-agrotoxicos_17.html Acesso em 12 nov 2015
“– Mesmo no caso de alimentos cultivados com agrotóxicos e consumidos por aqui, é falso afirmar que o brasileiro ingere ou bebe as substâncias. Herbicidas, por exemplo, são aplicados no começo do plantio, bem distante da época de colheita e da parte comestível das plantas. Além disso, um prazo de carência (o tempo entre a última aplicação do produto e a data da colheita) evita que substâncias perigosas terminem no prato dos consumidores. Como diz o engenheiro agrônomo Alfredo José Barreto Luiz, da Embrapa Meio Ambiente: Esse prazo é calculado para que as substâncias químicas ativas dos agrotóxicos já tenham se transformado em outras (pela ação da temperatura, luz, umidade etc.), restando em quantidade tão reduzida e diluída que não oferece mais perigo.” lnarloch http://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/saude/mito-o-brasileiro-ingere-5-litros-de-agrotoxicos-por-ano/ Acesso em 12 nov 2015.
TEXTO IV
A luta constante contra os agrotóxicos
País lidera ranking mundial de uso de venenos na agricultura, prática impulsionada pelo
agronegócio
11/01/2013
Cleber Folgado
Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. As quantidades jogadas
nas lavouras equivalem a cerca de 5,2 litros de veneno por habitante ao ano e, no entanto, o
Brasil representa apenas 5% da área agrícola entre os 20 maiores países produtores agrícolas
do mundo; ou seja, nossa produtividade não justifica nossa posição de “liderança” no ranking de
uso de venenos.
Essa quantidade absurda de venenos não se deu de forma natural. Ao contrário, é resultado de
um processo de imposição que surge com o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os restos
de armas químicas utilizados na guerra foram adaptados para a agricultura com o objetivo
principal de resolver o problema das empresas que ficariam com seus estoques e complexos
industriais obsoletos com o fim da guerra. Esse processo, ocorrido em nível mundial, ficou
conhecido como Revolução Verde.
No Brasil, para que esse processo fosse efetivado, teve papel determinante a criação do
Sistema Nacional de Crédito Rural, em 1965, que vinculava a obtenção de crédito agrícola à
obrigatoriedade da compra de insumos químicos pelos agricultores. Outro elemento chave foi a
criação do II Programa Nacional de Desenvolvimento em 1975, que por sua vez disponibilizou
recursos financeiros para a criação de empresas nacionais produtoras de agrotóxicos, bem
como a instalação de subsidiárias de empresas transnacionais de insumos agrícolas.
Além disso, é importante lembrar que até 1989 – quando foi aprovada a lei 7.802 – tínhamos no
país um marco regulatório defasado, o que facilitou o registro de centenas de substâncias
tóxicas, muitas das quais já proibidas em outros países.
O uso de agrotóxicos causa um desequilíbrio ambiental que torna os agricultores e camponeses
vítimas de um ciclo vicioso, em que a cada dia as “pragas” geradas pelo próprio uso de
agrotóxicos exigem que sejam feitas aplicações com mais frequência, e com maiores doses.
Pronaf
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é mais um exemplo de
como o sistema de crédito agrícola está submisso ao pacote tecnológico, pois para que os
agricultores acessem linhas de crédito para custeio e investimento no sistema produtivo, é
preciso apresentar as notas de comprovação das compras de agrotóxicos, bem como outros
insumos, sob o risco de não ter os recursos liberados pelo banco. Este processo fez com que o
uso de venenos agrícolas fosse imposto aos pequenos agricultores. Ainda que existam linhas de
crédito do Pronaf destinadas a uma produção sem veneno, em geral a burocracia para a
liberação destes recursos é enorme, bem como é pequena a quantidade de recursos
disponíveis.
No entanto, a grande quantidade de agrotóxicos utilizada no país é resultado das plantações do
agronegócio, que é dependente do uso de venenos, já que não se pode garantir a produção de
monocultivos sem a aplicação destes produtos. Segundo dados do ultimo Censo Agropecuário
do IBGE, 30% das pequenas propriedades declararam usar agrotóxicos, enquanto que 70% das
grandes propriedades adotam esta prática.
O aumento do uso de agrotóxicos no Brasil é reflexo direto da prioridade que o governo deu ao
modelo de agricultura adotado pelo agronegócio, que tem a produção monocultora voltada para
a exportação com base nas grandes propriedades, com utilização de maquinários pesados que
degradam o meio ambiente, e com uso intensivo de agrotóxicos. Essa forma de produzir, ao
longo dos anos, tem gerado sérios problemas no campo brasileiro: um dos principais é a
contaminação das pessoas e do meio ambiente.
O crescimento desenfreado de uso de agrotóxicos no Brasil aumentou, principalmente, no
período de liberação das sementes de variedades transgênicas, pois a maioria destas sementes
é adaptada para utilização de algum tipo de agrotóxico. Segundo dados do IBGE e do Sindicato
Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), entre 2004 e 2008 o
crescimento da área cultivada no país foi de 4,59%, enquanto que no mesmo período o
crescimento das quantidades de agrotóxicos vendidas foi de 44,6% – um aumento de quase dez
vezes.
Saúde
Um relatório apresentado pela Subcomissão Especial Sobre o Uso de Agrotóxicos e Suas
Consequências à Saúde, instalada pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara
dos Deputados, afirma que os agrotóxicos representam um conjunto de problemas que afetam
diretamente toda a população brasileira, apresentando vários dados que comprovam os
problemas na saúde e no meio ambiente.
De acordo com o documento, 11,2 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar grave e
reportaram alguma experiência de fome, e outros 14,3 milhões de brasileiros estão sofrendo
insegurança alimentar moderada, quando há limitação de acesso quantitativo aos alimentos.
Assim, 25,5 milhões de pessoas no nosso país vivem sob risco alimentar de moderado a grave.
De acordo com dados disponibilizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) à
Subcomissão, o crescimento do consumo de agrotóxicos no mundo aumentou quase 100%,
entre os anos de 2000 e 2009. No Brasil, a taxa de crescimento atingiu quase 200%, quando
considerado o montante de recursos despendidos.
As pressões exercidas sobre o governo por parte das empresas produtoras de agrotóxicos são
enormes, em especial sobre os órgãos de regulação. Este processo vem acompanhado com
constantes propostas de flexibilização da legislação existente, principalmente no que diz respeito
à liberação de novos registros de agrotóxicos. Atualmente existem 2.195 produtos registrados no
Brasil, mas só 900 são comercializados. Os registros são de titularidade de 136 empresas
diferentes. São cerca de 430 ingredientes ativos registrados. A comercialização desses produtos
no país movimentou recursos da ordem de 7,3 bilhões de dólares, somente no ano de 2009.
Frente a estes números, podemos compreender com facilidade o porquê de tanta pressão.
Como forma de enfrentar este quadro, no início de 2012 a presidenta Dilma se comprometeu
com a constituição de um Grupo de Trabalho Interministerial que teria a tarefa de elaborar um
Plano Nacional de Enfrentamento ao Uso dos Agrotóxicos. Infelizmente, esse grupo teve apenas
uma reunião, ainda no primeiro semestre, e não mais se reuniu.
Governo
Arquivo Coletivo de Comunicadores da Campanha contra os Agrotóxicos
A posição do governo frente à questão dos agrotóxicos tem sido
bastante frouxa, principalmente se consideramos a dimensão
que o problema atinge. A única medida contundente em relação
aos agrotóxicos acaba de ser derrotada: em julho de 2012, havia
sido publicada no Diário Oficial da União (DOU) uma medida
cautelar do Ibama que determinava uma série de condições para
a aplicação aérea de agrotóxicos, e proibia o uso dos
ingredientes ativos Imidacloprido, Fipronil, Tiametoxan e
Clotianidina. Segundo dados do Ibama, os quatro princípios
ativos correspondem a 10% do consumo brasileiro de
defensivos, ou quase 7 mil toneladas de um total de 74 mil
toneladas em 2011. Infelizmente, o governo cedeu frente às
pressões exercidas pelo agronegócio (principalmente os setores
organizados na CNA), e em 3 de outubro de 2012 publicou um
ato conjunto do Ministério da Agricultura e do Ibama
autorizando, em caráter temporário, o uso de produtos
agrotóxicos que contenham Imidacloprido, Tiametoxan e
Clotianidina para arroz,
cana-de-açúcar, soja e trigo até o dia 30 de junho de 2013, obedecendo a períodos específicos
de aplicação por região e por cultura. No dia 17 de dezembro de 2012, o Ministério da
Agricultura apresentou uma proposta de regulação para as aplicações aéreas de produtos
agrotóxicos que contêm Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil para as culturas de
algodão e de soja. Tal proposta teria sido construída entre Ibama e Ministério da Agricultura e,
segundo o jornal Valor Econômico, a regulamentação será publicada em breve no DOU por
meio de uma Instrução Normativa (IN).
Este não é o único caso que explicita a conivência do governo federal com as exigências feitas
pelo agronegócio. Em novembro de 2012, vimos o gerente geral de Toxicologia da Anvisa, Luiz
Claudio Meireles, ser exonerado por ter denunciado um esquema de corrupção existente dentro
do órgão, que facilitava o registro de agrotóxicos para algumas empresas. A Campanha
Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida – composta por mais de 60 entidades nacionais,
entre elas Via Campesina, Contag, Fiocruz, Consea, Abrasco e Inca, entre outras – protocolou
pedido de audiência com alguns ministérios e com o centro do governo para tratar do assunto,
mas não foi recebida.
No Congresso Nacional, uma das principais investidas do agronegócio é representada pela
Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, que tem exigido a criação de uma
Agência Nacional de Agrotóxicos, que passaria a ser responsável pela liberação do registro dos
venenos. Hoje, essa atribuição é determinada pela Lei nº 7.802/89, que divide as
responsabilidades entre Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura.
Ademais, as facilidades criadas no último período para a liberação de sementes transgênicas
dependentes do uso de agrotóxicos também demonstram a clara opção do governo pelo
agronegócio.
Apesar das contradições existentes, uma conquista importante no processo de construção de
uma nova forma de produzir alimentos sem o uso de agrotóxicos é a construção da Politica
Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), fruto da luta das organizações e da
sociedade civil organizada que ao longo dos anos vem exigindo e apontando alternativas frente
ao modelo hegemônico de agricultura. No entanto, é importante destacar que a Pnapo é
insuficiente, pois não tem condições de garantir um processo massivo de transição para a
agroecologia e, além disso, se torna frágil na medida em que não existe uma política nacional de
enfrentamento ao uso de agrotóxicos, uma vez que as propriedades que adotarem uma forma
de produção sem venenos estarão suscetíveis a possíveis contaminações de agrotóxicos
utilizados em outras propriedades próximas. A legislação existente, que poderia proteger as
áreas de produção orgânicas e agroecológicas, é fraca e constantemente desrespeitada.
Nos últimos anos, embora a sociedade tenha emitido claros sinais de que aumentou sua
percepção em relação aos problemas gerados pelos agrotóxicos, as iniciativas do governo e dos
alia-dos do agronegócio no Congresso Nacional têm andado na contramão. Os próximos anos
serão de muita luta nesse campo; há, por exemplo, vários projetos de lei tramitando, e
pouquíssimos deles objetivam diminuir ou controlar o uso abusivo de agrotóxicos. Pelo contrário,
a maioria propõe a flexibilização da lei de agrotóxicos.
Em 2013, esperamos que a sociedade possa se organizar cada vez mais para enfrentar as
disputas que virão em relação a este tema; afinal, não podemos deixar que o país se torne uma
lixeira tóxica mundial.
Cléber Folgado é dirigente do MPA/Via Campesina e Coordenador da Campanha Permanente Contra os
Agrotóxicos e Pela Vida.
http://www.brasildefato.com.br/node/11533 Acesso 15 nov. 2015
25ª questão
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, defendeu nesta quarta-feira (04/11) o uso de agroquímicos nas lavouras e disse que o Brasil tem uma das leis mais rigorosas do mundo para o registro desses defensivos. "Temos uma lei que proíbe o registro de qualquer produto com características carcinogênicas", afirmou durante evento de apresentação de novos laboratórios da Bayer CropScience, em Paulínia (SP).”
Relacione, em um parágrafo argumentativo, a fala da ministra ao contexto em que foi enunciada.
Fragmento para resolução da 26ª, 27ª, 28ª e 29ª questões.
“Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. As quantidades jogadas nas lavouras equivalem a cerca de 5,2 litros de veneno por habitante ao ano e,
no entanto, o Brasil representa apenas 5% da área agrícola entre os 20 maiores países
produtores agrícolas do mundo; ou seja, nossa produtividade não justifica nossa posição de ‘iderança’ no ranking de uso de venenos. ”
26ª questão Explique o efeito argumentativo de que se reveste a expressão sublinhada no contexto em que se insere. 27ª questão Explique por que se pode afirmar que o articulador emoldurado, paradoxalmente, aponta tanto para uma oposição quanto para comprovação. 28ª questão
Levante uma hipótese que justifique o uso das aspas na palavra “liderança”.
29ª questão
Analise se, no contexto em que se insere, a palavra “liderança” tem carga semântica positiva ou
negativa.
30ª questão
Compare a realidade relatada no excerto a seguir à que se observa hoje, tendo em vista a
mentalidade que rege a sociedade capitalista.
“Essa quantidade absurda de venenos não se deu de forma natural. Ao contrário, é
resultado de um processo de imposição que surge com o fim da Segunda Guerra
Mundial, quando os restos de armas químicas utilizados na guerra foram adaptados para
a agricultura com o objetivo principal de resolver o problema das empresas que ficariam
com seus estoques e complexos industriais obsoletos com o fim da guerra.”
31ª questão
Releia o texto com atenção ao que se enuncia
“As pressões exercidas sobre o governo por parte das empresas produtoras de agrotóxicos são enormes, em especial sobre os órgãos de regulação. Este processo vem acompanhado com constantes propostas de flexibilização da legislação existente, principalmente no que diz respeito à liberação de novos registros de agrotóxicos. Atualmente existem 2.195 produtos registrados no Brasil, mas só 900 são comercializados. Os registros são de titularidade de 136 empresas diferentes. São cerca de 430 ingredientes ativos registrados. A comercialização desses produtos no país movimentou recursos da ordem de 7,3 bilhões de dólares, somente no ano de 2009. Frente a estes números, podemos compreender com facilidade o porquê de tanta pressão. Como forma de enfrentar este quadro, no início de 2012 a presidenta Dilma se comprometeu com a constituição de um Grupo de Trabalho Interministerial que teria a tarefa de elaborar um Plano Nacional de Enfrentamento ao Uso dos Agrotóxicos. Infelizmente, esse grupo teve apenas uma reunião, ainda no primeiro semestre, e não mais se reuniu. ”
Avalie se os fragmentos a seguir confirmam ou refutam o que se enuncia no excerto anterior.
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, defendeu nesta quarta-feira (04/11) o uso de agroquímicos nas lavouras e disse que o Brasil tem uma das leis mais rigorosas do mundo para o registro desses defensivos. "Temos uma lei que proíbe o registro de qualquer produto com características carcinogênicas", afirmou durante evento de apresentação de novos laboratórios da Bayer CropScience, em Paulínia (SP). A ministra avaliou que há uma "campanha muito organizada contra a utilização de agroquímicos no país" e convocou os representantes do setor a trabalharem estrategicamente para combater o preconceito, juntamente com a ciência. "Só venceremos preconceito contra agroquímicos se nos unirmos à ciência", afirmou a ministra, antes de citar uma série de dados para justificar o uso dos agroquímicos e rebater as críticas de que os produtos aplicados nas lavouras fazem mal à saúde. "Somos grandes exportadores de alimentos e não aplicando agroquímicos de forma incorreta, com dolo à saúde. http://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2015/11/katia-abreu-pede-empenho-no-combate-ao-preconceito-contra-agroquimicos.html Acesso em 12 nov. 2015
32ª questão
Compare a realidade descrita a seguir ao que se observa no escândalo da Petrobras (Operação
Lavajato)
“No Brasil, para que esse processo fosse efetivado, teve papel determinante a criação do Sistema Nacional de Crédito Rural, em 1965, que vinculava a obtenção de crédito agrícola à obrigatoriedade da compra de insumos químicos pelos agricultores. Outro elemento chave foi a criação do II Programa Nacional de Desenvolvimento em 1975, que por sua vez disponibilizou recursos financeiros para a criação de empresas nacionais produtoras de agrotóxicos, bem como a instalação de subsidiárias de empresas transnacionais de insumos agrícolas. ”
“O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) é mais um exemplo de como o sistema de crédito agrícola está submisso ao pacote tecnológico, pois para que os agricultores acessem linhas de crédito para custeio e investimento no sistema produtivo, é preciso apresentar as notas de comprovação das compras de agrotóxicos, bem como outros insumos, sob o risco de não ter os recursos liberados pelo banco. Este processo fez com que o uso de venenos agrícolas fosse imposto aos pequenos agricultores. Ainda que existam linhas de crédito do Pronaf destinadas a uma produção sem veneno, em geral a burocracia para a liberação destes recursos é enorme, bem como é pequena a quantidade de recursos disponíveis. ”
33ª questão
Analise a quem interessa o quadro que se apresenta a seguir e quem viabiliza sua manutenção.
“O crescimento desenfreado de uso de agrotóxicos no Brasil aumentou, principalmente, no período de liberação das sementes de variedades transgênicas, pois a maioria destas sementes é adaptada para utilização de algum tipo de agrotóxico. Segundo dados do IBGE e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), entre 2004 e 2008 o crescimento da área cultivada no país foi de 4,59%, enquanto que no mesmo período o crescimento das quantidades de agrotóxicos vendidas foi de 44,6% – um aumento de quase dez vezes. ”
Senadores criticam proposta de restrição a agrotóxicos
Iara Guimarães Altafin | 29/10/2015, 14h03 - ATUALIZADO EM 29/10/2015, 16h21
Pedro França/Agência Senado
As restrições ao registro e uso de agrotóxicos, previstas no PLS 541/2015, de autoria do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), foram criticadas pelos participantes da reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) nesta quinta-feira (29).
O texto proíbe o registro de agrotóxicos que tenham como ingredientes ativos glifosato, triclorfom, carbofuran cihexatina, abamectina, fosmete e lactofen. Também veda a pulverização aérea de pesticidas.
- O projeto trata da proibição de uso de moléculas extremamente importantes e necessárias para a agricultura, não há condição de fazer agricultura no Brasil se banirmos esses produtos – afirmou o senador Blairo Maggi (PR-MT).
O relator do projeto, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), apresentou voto pela rejeição da matéria, mas acatou pedido de Valadares e submeteu requerimento à CRA para discutir o assunto em audiência pública. No entanto, o requerimento foi rejeitado. [...]
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/10/29/senadores-criticam-proposta-de-restricao-a-agrotoxicos Acesso em 14 nov 2015.
34ª questão
Explicite sinteticamente o problema e apresentado no excerto transcrito a seguir e apresente
uma proposta de ação que o elimine ou atenue.
“Infelizmente, o governo cedeu frente às pressões exercidas pelo agronegócio (principalmente os setores organizados na CNA), e em 3 de outubro de 2012 publicou um ato conjunto do Ministério da Agricultura e do Ibama autorizando, em caráter temporário, o uso de produtos agrotóxicos que contenham Imidacloprido, Tiametoxan e Clotianidina para arroz, cana- de-açúcar, soja e trigo até o dia 30 de junho de 2013, obedecendo a períodos específicos de aplicação por região e por cultura. No dia 17 de dezembro de 2012, o Ministério da Agricultura apresentou uma proposta de regulação para as aplicações aéreas de produtos agrotóxicos que contêm Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil para as culturas de algodão e de soja. Tal proposta teria sido construída entre Ibama e Ministério da Agricultura e, segundo o jornal Valor Econômico, a regulamentação será publicada em breve no DOU por meio de uma Instrução Normativa (IN). Este não é o único caso que explicita a conivência do governo federal com as exigências feitas pelo agronegócio. Em novembro de 2012, vimos o gerente geral de Toxicologia da Anvisa, Luiz Claudio Meireles, ser exonerado por ter denunciado um esquema de corrupção existente dentro do órgão, que facilitava o registro de agrotóxicos para algumas empresas. A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida – composta por mais de 60 entidades nacionais, entre elas Via Campesina, Contag, Fiocruz, Consea, Abrasco e Inca, entre outras – protocolou pedido de audiência com alguns ministérios e com o centro do governo para tratar do assunto, mas não foi recebida. No Congresso Nacional, uma das principais investidas do agronegócio é representada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, que tem exigido a criação de uma Agência Nacional de Agrotóxicos, que passaria a ser responsável pela liberação do registro dos venenos. Hoje, essa atribuição é determinada pela Lei nº 7.802/89, que divide as responsabilidades entre Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura. Ademais, as facilidades criadas no último período para a liberação de sementes transgênicas dependentes do uso de agrotóxicos também demonstram a clara opção do governo pelo agronegócio. ”
35ª questão
://cptms.blogspot.com.br/2013/01/a-luta-constante-contra-os-agrotoxicos.html?view=snapshot
Explicite a crítica veiculada pela charge. Fundamente sua resposta explorando o plano simbólico do texto.
TEXTO V
https://biodireitomedicina.wordpress.com/2012/08/10/o-uso-do-agrotoxico-no-brasil/ Acesso em 10 nov. 2015
36ª questão Avalie se, considerando o cardápio do brasileiro, é mais preocupante a contaminação do pimentão ou do arroz. 37ª questão Considere seus conhecimentos de mundo e o texto V para analisar se a contaminação da alface é mais (ou menos) preocupante que a do pepino. 38ª questão Pesquise procedimentos que auxiliem a eliminar resíduos de agrotóxicos dos alimentos.
TEXTO VI
Frutas e legumes "feios" viram estrelas nas vendas de supermercados
Sophie Deram, Ph.D Nutricionista insaturada defendendo o prazer de comer
Publicado: 29/07/2014 10:02 BRT Atualizado: 28/09/2014 06:12 BRT
A cada ano é estima-se que um terço da produção total de alimentos é jogado fora!
Em março de 2014, para pôr fim ao desperdício de frutas e legumes na França, uma rede de supermercados ofereceu vender os produtos negligenciados. A rede Intermarché lançou a operação "frutas e legumes feios" e, desde então, outras redes a seguiram, como Auchan, Cora e Monoprix.
Frutas e legumes fora do padrão ou disformes antes eram ou destruídos ou destinados ao consumo dos próprios produtores. É um enorme desperdício de alimentos.
A ditadura da beleza que vivemos hoje vale até para as coitadas das frutas e dos legumes! Mas agora eles estão de volta. Os supermercados colocam os "feios" nas prateleiras e até mesmo estendem o tapete vermelho.
Eles também são bons e mais baratos! Mas o que são frutas ou legumes "feios", exatamente?
São aqueles com manchas, calibre pequeno ou muito grande ou de formas diferentes. "Se a aparência externa dos feios pode ter algumas imperfeições, suas qualidades próprias são seu maior patrimônio", diz o rótulo. "São menos bonitos, mas igualmente bons."
Frutas e vegetais feios podem beneficiar o consumidor, o produtor e o distribuidor. Para o cliente, esses produtos são vendidos 20-30% mais barato do que os outros. Os clientes reagiram favoravelmente porque, hoje, as pessoas estão interessadas no conceito do "retorno à terra", conceito que se vende bem para a distribuição.
Se o consumidor tem o prazer de ver a redução da conta no caixa, os produtores também estão satisfeitos com esta iniciativa que recicla os produtos abandonados sem perda de lucros para eles. Para o produtor terminou a perda gerada pela incineração dos produtos desclassificados.
Há uma verdadeira conscientização nessa história, porque todas essas frutas e legumes são perfeitamente consumíveis. É um ganha-ganha para todos.
A experiência foi um sucesso imediato, sensacional e se espalhou pela França inteira!
http://www.brasilpost.com.br/sophie-deram/frutas-e-legumes-feios_b_5627412.html Acesso em 09 nov. 2015
Fragmento para resolução da 39ª, 40ª e 41ª questões.
“A ditadura da beleza que vivemos hoje vale até para as coitadas das frutas e dos legumes!
Mas agora eles estão de volta. Os supermercados colocam os "feios" nas prateleiras e até mesmo estendem o tapete vermelho. ”
39ª questão Explicite o ponto de vista que se enuncia no 1º período e indique a(s) palavra(s) que possibilita(m) essa inferência.
40ª questão Explique o caráter metafórico de que se reveste a expressão “estender tapete vermelho”, no contexto em que se insere.
41ª questão Explique se o advérbio “até” provoca o mesmo efeito nos dois períodos em análise.
42ª questão Analise se há paradoxo em
“Frutas e legumes ‘feios’ viram estrelas nas vendas de supermercados”
43ª questão
Eles também são bons e mais baratos!
Explique a relevância do advérbio de inclusão, “também”, no subtítulo em análise, tendo em vista os valores da sociedade na qual estamos inseridos. 44ª questão
"São menos bonitos, mas igualmente bons."
Indique a relação de sentido marcada pela conjunção em destaque.