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A I G R E J A E M A Ç Ã O

Editorial ............................. 3

Notílcias do Mundo 3 Notícias & Imagens 10 Igreja de Um Dia

Visão Mundial 8 O que Torna um Culto,

“Adventista”?

S A Ú D E N O M U N D O

O Lanche e a Hipoglicemia .................11Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Escolha ou Coerção? ..........................26Por Angel Manuel Rodríguez

E S T U D O B Í B L I C O

A Vida de Oração de Jesus .............................27Por Mark A. Finley

I N T E R C Â M B I O M U N D I A L

29 Cartas30 Lugar de Oração31 Intercâmbio de Ideias

O Lugar das Pessoas .............................32

A R T I G O D E C A P A

Conheça o Futuro Por Kimberly Luste Maran ............... 16Há pouco mais de um ano, reunimo-nos com os delegados mais jovens da assembleia da Associação Geral. Veja o que disseram sobre seus sonhos para a igreja.

D E V O C I O N A L

Dos Tais é o Reino dos Céus Por Addison Hudgins .................................................................. 12Cultivando, durante toda a vida, uma fé infantil.

V I D A A D V E N T I S T A

Podcast – O Evangelho à Disposição Por Dowell Chow ........................................................................ 14A transmissão do evangelho está mais rápida, barata e fácil.

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Circundando o Mundo Por Ellen G. White ........................ 21Refletir a graça de Cristo é privilégio de todo cristão.

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Maravilhosas Palavras de Vida Por Paul Petersen ......................................................................... 22Salvação é mais do que um conceito a ser estudado; é uma realidade a ser experimentada.

H E R A N Ç A A D V E N T I S T A

O Professor que Escolheu Ficar Por Abner F. H. Fernández .......................................................... 24Ele enfrentou aprisionamento, e até a morte, mas não se importou.

Setembro 2011

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 7, nº 9, Setembro de 2011.

Tradução: Sonete Magalhães Costa

www.portuguese.adventistworld.org

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Os líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia ainda estão intrigados com a morte de três dos membros de Huixtan, Chiapas, que foram mortos a tiros, por assaltantes desconhecidos, quando se dirigiam para a igreja, no sábado, dia 25 de junho de 2011. As vítimas eram Sebastião Garcia, sua esposa Maria e o filho do casal, Emílio, de 14 anos. A filhinha de 5 anos de idade, que também foi atingida com um tiro, sobreviveu.

N O T Í C I A S D O M U N D O

“Até agora, não sabemos exatamente o que aconteceu com essa família”, disse o Pastor Adriel Clemente, presidente da igreja em Altos de Chiapas. Os líderes da igreja têm mantido contato contínuo com as autoridades locais, que ainda não concluíram as investiagações sobre o crime.

A família Garcia frequentava a igreja do distrito de El Cavário, que é próximo à área de onde se tem notícia de fortes

E D I T O R I A L

Igreja do México

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CENA DO ATAQUE: Mapa mostra local de Huixtan, em Chiapas, México. Três membros da família Adventista do Sétimo Dia foram mortos na manhã de sábado do dia 25 de junho de 2011.

LamentaFamília Assassinada

A Igreja em Ação

O Futuro é Agora “Não profetize para um jovem que um dia ele será famoso.”

A advertência do poeta destaca dois de nossos erros mais frequentes, quando envolvemos jovens e adultos jovens

na missão do povo do tempo do fim. Primeiro, projetamos os anos que poderão ser úteis para

um futuro distante, como se disséssemos que, só então, terão as habilidades e atitudes necessárias para serem discípulos produtivos. A verdade, no entanto, é que discipulado não é, e nunca foi, uma atividade somente para adultos. Descrevendo a família inclusiva de Deus, Ellen White escreveu: “Ainda que de pouca idade, podem os jovens ser membros da família da fé e ter experiência preciosíssima. [...] Podem dilatar o coração na confiança e amor a Jesus, e viver para o Salvador.”1

Na minha região do mundo, o Adventismo é uma denominação com grande porcentagem de jovens e jovens adultos. Em alguns países, entre os membros batizados, essa classe excede os 60 por cento. E, apesar de termos sido lentos, tanto para contar como para incorporar essa realidade, a urgência da tarefa entregue a essa igreja, requer que não posterguemos para outra década e, nem sequer para o outro dia, a oportunidade de envolver os jovens com menos de

30 anos de idade, em todos os níveis possíveis de liderança e do serviço.

Segundo, e talvez o mais problemático. Ao dizer para jovens talentosos que estão destinados a “altos” e importantes cargos de liderança no futuro, minamos o talento e a energia que provavelmente estariam investindo no trabalho que têm em mãos agora. Outra vez, prefiro ouvir o conselho da mãe e avó, Ellen White: “Enquanto esperam alguma grande obra para que exerçam seus talentos, supostamente grandes, satisfazendo assim seus ambiciosos anelos, a vida se passa. Queridos amigos jovens, fazei o trabalho que vos estiver mais à mão. Volvei a atenção a qualquer humilde ramo de esforço ao vosso alcance.”2

Ao você ler o que disseram os adultos jovens que tão habilmente representaram sua igreja na assembleia da Associação Geral, em 2010, comprometa-se a incentivar os jovens e adultos jovens da sua igreja a serem os líderes de hoje. Ajude-os a participar dos cargos – mesmo que isso signifique abrir mão do seu – por meio dos quais, os dons que recebe-ram do Espírito, aumentarão surpreendentemente o poder do nosso testemunho!

– Bill Knott

¹ Ellen G. White, Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 169² Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 148, 149

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N O T Í C I A S D O M U N D O

conflitos de intolerância religiosa. “Estamos atônitos com o que

aconteceu”, acrescentou Clemente. “A comunidade de El Calvário sempre foi calma e amigável. Nos três anos em que tenho sido presidente, nunca recebi nenhuma queixa de pastores ou de membros leigos [sobre] violência ou oposição nessa área. Garcia e sua família eram membros fieis, conhecidos pela comunidade como pacíficos. Não há evidências que nos leva a pensar o contrário”, explicou Clemente.

Segundo o Pastor Cesar Maya, diretor de liberdade religiosa da União Sul Mexicana, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem desempenhado papel importante na mediação com as autori-dades nos casos de abuso ou violência, como esse.

“Junto com o pastor Clemente, ajudamos as autoridades a ver mais claramente que a igreja, as famílias das vítimas e a polícia são responsáveis por resolver esses assuntos”, disse Maya. “Temos insistido por justiça em nome das vítimas, independente de sua crença.”

Os líderes da igreja do sul do México estão trabalhando para conseguir o direito à liberdade religiosa em Chipas e, particularmente, em Altos de Chiapas. Na região, mais de 32 mil pessoas são membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia.– IAD news

Estudantes Brasileiros Evangelizam a Albânia

Num período de duas semanas, 29 jovens brasileiros, adventistas do sétimo dia, realizaram uma campanha evange-lística histórica na cidade de Korcê, no sudeste da Albânia. Denominada como versão internacional da Missão Calebe, a iniciativa causou grande impacto: foram distribuídos mais de 15 mil livros Sinais de Esperança, traduzidos para o albanês. Os jovens voluntários visitaram

todos os lares da cidade. Todas as noites, cerca de 80 albaneses compareciam às reuniões evangelísticas.

Há dezessete anos, em 1994, a cidade de Korcê, próxima à fronteira com a Grécia, foi a porta de entrada do Adventismo na Albânia. Ali foi construída a primeira igreja Adventista do Sétimo Dia do país, como resultado do trabalho missionário do pastor Oliveiros Ferreira. Hoje, Ferreira é presidente da Igreja Adventista na re-gião central de São Paulo. Ele foi o co-ordenador geral do impaccto ocorrido naquele país europeu.

De acordo com o pastor Oliveiros Júnior, as pessoas ficaram impres-sionadas com o esforço dos jovens brasileiros. Eles se comprometeram a se comunicar com os albaneses em sua língua e usaram um livro de frases especiais para falar sobre as reuniões e sobre a literatura.

Usando um serviço de comunicação, via Internet, o pastor Oliveiros Júnior dirigiu os cultos em Korcê e realizou vídeo conferências com os líderes da Igreja Adventista Central de Campinas, na região central do estado de São Paulo.

Ele apresentou um relatório e relatou experiências de pessoas sensibilizadas com a mensagem cristã. Um jovem que frequentou as reuniões todas as noites, pediu estudos bíblicos, junto com sua esposa. Ele está determinado a se batizar na Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Outro senhor, fiel membro adventista da igreja de Tirana, capital da Albânia, colaborou com os brasilei-ros no evangelismo. Ele trabalhava em um centro comercial, mas pressionado para trabalhar aos sábados, manteve-se firme e foi demitido. Os líderes locais da igreja decidiram contratá-lo como evangelista, no dia em que, foi despedido do emprego por causa de sua lealdade.– Heron Santana, equipe da ASN, Divisão Sul Americana

Arqueólogos Adventistas Escavam Fortaleza na Judeia

Cinquenta professores e alunos da Southern Adventist University, dirigidos pelo Professor Michael Hasel continuam a escavação em Khirbet Qeiyafa, o sítio

INTERCÂMBIO EVANGELÍSTICO: Alguns dos 29 jovens brasileiros que ajudaram no esforço evangelístico em Korce, no sudeste da Albânia.

A Igreja em Ação

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bíblico de Saaraim (1Sm 17:52). O sítio arqueológico tem vista para o pitoresco vale de Elah, cerca de 30 km a sudoeste de Jerusalém, com Socó e Azeca (1Sm 17:1-3) nos lados sul e oeste, demarcando a fronteira entre o Israel antigo e a Filistia e, presumivelmente, o local da histórica batalha entre Davi e Golias.

A Adventist Review (Revista Adventista em inglês) já publicou notícia sobre

esse importante sítio arqueológico (veja “Another Battle Over David and Goliath,” 25 de fevereiro de 2010), onde encontraram a mais antiga inscrição em hebraico, escavada em 2008. A temporada de 2011 conclui um projeto de escavação de três anos da Southern Adventist University, realizado em parceria com a Universidade Hebraica de Jerusalém, sob a direção de Yosef Garfinkel, um dos principais arqueólogos do Israel moderno.

Khirbet Qeiyafa foi recentemente elevado ao centro do palco do debate acadêmico entre a escola minimalista, que nega a existência histórica do reino de Davi, como descrito no registro bíblico, e os estudiosos bíblicos que defendem a historicidade de Davi e a monarquia unida. A CNN destacou essa controvérsia em recente reportagem, e as imagens mostram a equipe da Southern Adventist University e voluntários escavando a área D durante a tempo-rada de 2011 (http://bit.ly/mXVBef). Eminentes estudiosos da Bíblia e grupos turísticos de todo o mundo que desejam ter uma impressão, em primeira mão das escavações em curso e seu significado histórico, visitam o sítio diariamente.

Garfinkel crê que Khirbet Qeiyafa, Hebrom e Jerusalém, eram cidades chaves na administração de Davi, na região sul de seu reino, e continuamente estão sendo desenterradas evidências indicando que o sítio era fortificado e ocupado durante o período arqueoló-gico da Idade do Ferro IIA, período que corresponde ao décimo século aC, ou ao tempo de Davi. A estratificação do sítio como evidenciado pelos dados da cerâmica e objetos encontrados, limita-se, basicamente, à Idade do Ferro IIA (1031-971 aC) e ao período helenístico (332-63 aC). No entanto, os defensores da escola minimalista continuam a con-testar a datação dos níveis de ocupação em Khirbet Qeiyafa.

As escavações realizadas na Área C, ao longo do portão oriental, foram conduzidas pelo grupo da Universidade Hebraica de Jerusalém, e na Área D, ao lado do portão sudoeste, estavam os 19 professores e 31 voluntários da Southern Adventist University, constituída principalmente de alunos e alguns membros da comunidade, que trabalharam por seis semanas. Nessa temporada, as importantes descobertas da Área D incluem fragmentos de cerâmica com inscrições, um camafeu quebrado, um selo egípcio e uma variedade de moedas do período helenístico, bem como um amuleto e uma importante quantidade de objetos reconstituíveis da Idade do Ferro, entre os quais há um vaso de libação usado em cultos, com um copo duplo, o quarto encontrado em esvações arqueológicas em Israel e na Jordânia, e o segundo de Khirbet Qeiyafa.

A interpretação do sítio e de seus objetos ainda é experimental. O Instituto de Arqueologia, da Southern Adventist University, representada pelos professores Michael Hasel, diretor, e Martin Klingbeil, diretor associado e o coordenador do museu, Justo Morales, juntamente com a Universidade Hebraica de Jerusalém, estão engajados em um projeto ambicioso de publicação que visa apresentar o relatório das escavações das temporadas de 2009-2011, num futuro próximo.

“As escavações desta temporada atraiu maior atenção pela importância dos prédios escavados, do tempo de Alexandre, o Grande e dos achados especiais do tempo de Davi. A história bíblica e as profecias se tornam tangíveis e reais no século vinte e um”, disse Hasel. – Equipe da Adventist World com infor-mação da Southern Adventist University

DESCOBERTA ARQUEOLÓGICA: A voluntária Joliann Penn, veterana da Southern Adventist Universty, mostra a alça de uma jarra helenística, com a estampa de um polegar.

F L O R I A N H A S E L

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N O T Í C I A S D O M U N D O

O coral da Universidade Adventista das Filipinas (AUF) ganhou três dos maiores prêmios do festival Llangollen International Musical Eisteddfod, em Wales, Reino

Unido, realizado entre os dias 4 a 10 de julho de 2011. Após ganhar o primeiro lugar, tanto na categoria de Coral Misto como na de Coral de Câmara, seguiram em frente e conquistaram o renomado título de Coral do Mundo e o Troféu Pavarotti, no dia 9 de julho. O Eisteddfod Llangollen, cujo presidente é o renomado clérigo anglicano Terry Waite, CBE, está entre as competições de coral de maior prestígio.

O troféu se tornou ainda mais especial pelo fato dos orga-nizadores do evento terem transferido o horário de início da competição para a noite de sábado, para acomodar o coral de guardadores do sétimo dia. Após vencerem as primeiras duas categorias, e se classificar para a final, o grupo já havia decidido que não concorreria durante as horas sabáticas. Após orarem sobre o assunto, o grupo ficou maravilhado quando a competi-ção foi transferida para as 21h30m, logo após o por-do-sol.

Isso não quer dizer que eles desperdiçaram o sábado. Durante a competição, desfrutaram da excepcional hospitalidade e amizade do povo de Welsh que hospedou o grupo nos lares dos moradores. Como agradecimento à bondade e hospitalidade, o grupo organizou um concerto de sábado para os moradores da vila. Enquanto os demais competidores estavam ocupados ensaiando e preparando-se para a competição, os Ambassadors (Embaixadores), nome oficial do coral, estavam testemunhando pelo cântico, compartilhando sua fé com a comunidade. Eles responderam a várias perguntas sobre os adventistas, uma vez

Planos de Hospital Adventista para Burundi

Um sentimento de grande realização e satisfação marcou a recente cerimônia de lançamento da pedra fundamental do primeiro hospital adventista da cida-de de Bujumbura, capital do Burundi.

O prédio de quatro andares terá a capacidade para sessenta leitos, atendimento ambulatorial, com clínica dentária, obstétrica e cirúrgica.

O custo orçado é de, aproxima-damente, 750 mil dólares, e será a primeira instituição da igreja adventista do gênero, na região.

A Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, por meio da oferta especial do “Décimo Terceiro Sábado” em 2010, contrubuirá com 65 por cento do orçamento, em conjunto com a verba da Divisão Africana Centro Oriental (ECD) e do Sistema Adventista de Saúde da ECD. Os 35 por cento restantes virão dos membros da igreja adventista do Burundi. Os obreiros da Missão do Leste do Burundi já doaram o equivalente a um mês de salário para o projeto do prédio. Muitos dos alunos que frequentam os cultos, aos sábados, prometeram doar seu primeiro salário.

“O verdadeiro ‘braço direito’ do evangelho está ativo e funcionando, e minha oração é que reflitamos o amor compassivo de Deus pelo ministério da saúde e do novo hospital na cidade de Bujumbura”, disse o Pastor Blasious Ruguri, durante a cerimônia.

Além de Ruguri, presidente, estavam presentes Jerome Habimana, tesoureiro; Fesaha Tsegaye, diretor do Ministério da Saúde e Bob Butler, di-retor dos Sistemas de Saúde da Divisão África Centro-Oriental.– Equipe de notícias da ECD

CoralMundodo

VenceG ru p o A dve n t i s ta

Grupo da Universidade Adventista das Filipinas ganha o Troféu PavarottiPor Girlie Mae Andrada, e Ray Puen, BUC News

A Igreja em Ação

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que muitos dos moradores nunca haviam ouvido falar da igreja. O tenor Zhean Manalo disse que as pessoas declara-ram “ser esta a primeira vez que encontraram pessoas como nós, que éramos ‘diferentes’ e tocamos profundamente a vida das pessoas.”

O coral, dirigido por Ramon Lijauco Jr., chegou à Inglaterra no dia 7 de julho, noite anterior à primeira com-petição. Apesar da diferença de fuso horário e da canseira após 12 horas de voo, o grupo competiu com os melhores corais do mundo, e ganhou o primeiro prêmio nas catego-rias de Coral de Câmara e Coral Misto. O mínimo requerido para corais mistos são 30 vozes; o máximo para coral de câmara são 29 vozes. Uma contralto se ofereceu para sair, para que o grupo se qualificasse para competir na categoria de Coral de Câmara.

Na categoria de Coral Misto, o grupo cantou “Agnus Dei”, de Krzysztof Penderecki, e “Itako”, uma composição original do regente Lijauco. Na competição de Coral de Câmara, na qual venceram o Mansfield University Concert Choir, de Mansfield, Pennsylvania, Estados Unidos e o coral CF1 de Wales, cantaram “Amor de mi Alma”, de Z. Randall Stroope e “Bagbagto”, de Nilo Alcala. Na noite de sábado, competiram corpo a corpo com outros cinco corais pelo prêmio de maior prestígio, o título de Coral do Mundo 2011 e o Troféu Pavarotti. Uma nota sobre o julgamento, dizia: “Sem dúvida este é um instrumento de qualidade corporativa de alto calibre, com base em forte cultura vocal individual, moldada a uma clara compreensão do som de coral.”

Os AUF Ambassadors é o coral oficial da Universidade Adventista das Filipinas. Elton Wallace, americano e mis-sionário adventista do sétimo dia, fundou o grupo em 1957 como coral masculino. Em 1971, sob a liderança de Minerva Arit-Penaranda, o grupo começou a aceitar membros do sexo feminino.

O grupo tem promovido ativamente a educação adventista, visitando igrejas nas Filipinas e em outros países da Ásia e nos Estados Unidos. Em 2006, os Ambassadors partici-param da competição Mundial de Corais, na China, e volta-ram para casa como campeões na categoria Gospel e Spiritual. Essa vitória os inspirou a participar de outras competições de corais, não apenas para ganhar medalhas e troféus, mas para aumentar a visibilidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia na comunidade musical, e o festival Llangollen International Musical Eisteddfod foi a mais recente participação.

Angariar os 50 mil euros necessários para transportar os 32 membros do coral foi um desafio, que não abateu o espírito dos cantores nem abalou sua fé. Desde Eisteddfod, continuaram a compartilhar sua crença, e completaram o levantamento de fundos com convites para cantar na Igreja de St. Chad, Wrexham, seguido de um concerto na Igreja Adventista do Sétimo Dia Stockport; depois disso, voaram para Aberdeen, Escócia, onde o pastor local, Lorance Johnson, organizou uma série de concertos. Terminaram com quatro concertos, em meados de julho, na região de Londres.

Os destaques da competição podem ser assistidos online na página da Llangollen TV. ■

Mundo Esquerda: CORAL VENCEDOR: Membros do Coral da Universidade Adventista das Filipinas, Ambassadors, no palco do festival Llangollen International Musical Eisteddfod de 2011, em Wales, Inglaterra. O grupo venceu três competições, incluindo o principal prêmio, Coral do Mundo, que inclui o Troféu Luciano Pavarotti. Direita: CANTORES FELIZES: Os membros do Coral da UAF, Ambassadors, sorriem após receberem o Troféu Luciano Pavarotti no festival Llangollen International Musical Eisteddfod de 2011, em Wales. Junto ao grupo está Terry Waite, CBE, presidente do festival.

G ru p o A dve n t i s ta

F O T O S : B A R R I E H A R W O O D , B A R R I E N E I L P H O T O G R A P H Y

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V I S Ã O M U N D I A L

Essa é a continuação da conversa entre Bill Knott, editor da Adventist World, e o Pastor Ted N. Wilson, iniciada na edição da Adventist World do mês passado (“Redescobrindo o Verdadeiro Culto”, Agosto 2011). – Os Editores.

Em nossa última conversa o senhor disse que “o culto – bíblico verdadeiro, que guarda os mandamentos – está no âmago deste movimento.” Expressou também, sua preocupação pastoral em relação a certas práticas de culto adotadas por alguns mem-bros da igreja. O que torna qualquer parte do culto – música, oração, oferta e pregação – apropriada e distintamente adventista?Primeiro, é importante perceber que existem dedicados seguidores de Jesus, em muitas outras denominações, que estão comprometidos em adorá-Lo se-gundo sua compreensão dos princípios bíblicos em nosso tempo, e que dese-jam, acima de tudo, glorificar Seu nome com a maneira como adoram e como vivem. Por meio do poder o Espírito Santo, essas pessoas serão conduzidas às verdades bíblicas e, eventualmente, se unirão à igreja e ao povo remanescente de Deus. Os adventistas do sétimo dia compartilham com essas pessoas honestas, que estão buscando e desejam praticar as instruções dadas por Deus sobre como Ele deve ser adorado, tanto na vida particular como na experiência pública de culto.

Jesus foi bem claro quando disse que está chamando as ovelhas que conhecem Sua voz para fora dos sistemas religiosos que, muitas vezes, misturam

tradições humanas ou preferências, com o culto bíblico. Tenho certeza de que Jesus tem milhares – provavelmente milhões – de seguidores que neste momento estão adorando em algum outro dia que não o sábado escolhido por Ele. Eles podem estar seguindo formas de liturgia ou um estilo de culto que seguem mais as preferências estéticas do que os princípios bíblicos. Entretanto, porque em seu coração estão verdadeiramente buscando a glória de Deus, Ele continua a atraí-los para Sua igreja remanescente, à verdade bíblica mais completa e para o tipo de culto que é mais honroso para Ele.

Então, essa não é apenas uma questão de dia bíblico de culto, mas o tipo de culto.Exatamente. No cerne das três men-sagens angélicas, de Apocalipse 14, aprendemos que devemos “temer a Deus e dar-Lhe glória” – tudo sob a luz do momento histórico em que estamos vivendo – o tempo do juízo investiga-tivo. O culto Adventista do Sétimo Dia deve ter o que Hebreus 11:7 chama de “santo temor” (NVI) – solenidade, reverência – que o difere de todas as formas de entretenimento e do que se assemelha às tendências culturais.

Esse “santo temor”, entretanto, não se refere a terror ou tristeza, pois o livro do Apocalipse repetidamente menciona que os seres ao redor do trono de Deus estão exultando com Sua bondade, louvando o Cordeiro com plena voz. Os anciãos que João viu em visão, definiti-vamente são pessoas alegres!

O culto adventista do sétimo dia

anseia glorificar a Deus adotando atitu-des e práticas daqueles que sabem estar vivendo os últimos dias da história des-ta terra – que compreendem que não há espaço para o que é frívolo, ou leviano, ou para o sabor musical do mês. Se você tem alguma dúvida sobre qual é o tipo de culto praticado na sala do trono do céu, leia o poderoso e cativante capítulo quatro de Apocalipse.

O senhor tem expressado, várias vezes, em artigos e sermões recentes, sua preocupação com o fato de que a música do culto, às vezes, tem se tornado uma apresentação, em vez de sagrada oferta para a glória de Deus.Essa não é uma questão de gosto musical ou preferência no estilo do culto. É uma questão de para quem estamos cantando e para quem estamos usando nossos talentos. É tão possível o uso indevido de uma ária do Messias de Haendel chamando a atenção para o artista, como o uso indevido de uma canção ou letra que uma estação de rádio cristã tocou na semana passada. A atitude de quem está liderando a música, expressando seu talento vocal ou instrumental é, muitas vezes, o elemento crucial de identificação se ele deve ou não estar envolvido nesse ministério, no sábado.

Pastores, anciãos e os que organizam os cultos, precisam saber – por meio

O que Torna umCulto,

A Igreja em Ação

Adventista

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O senhor também expressou sua preocupação com a integridade da pregação adventista do sétimo dia, como um componente do culto verdadeiro.Dou graças a Deus pelos milhares de pessoas que se levantam, sábado após sábado, e abrem a Palavra de Deus para cerca de vinte milhões de adventistas do sétimo dia ao redor do mundo. Compartilhar a Palavra de Deus, lendo, explicando, ensinando, tirando dela lições para a vida, é uma parte vital do culto distintamente adventista.

Isso deve acontecer sem dizer que o conteúdo do que está sendo dito pelos que abrem a Palavra de Deus, deve estar em harmonia com as grandes verdades bíblicas como ensinadas e vividas pelo povo remanescente de Deus. Devíamos estar ouvindo mais frequentemente as mensagens vitais que Deus deu ao seu povo sobre o sábado, sobre a justificação pela fé, sobre a Segunda Vinda, sobre o juízo investigativo, sobre a confiança que devemos ter no Espírito de Profecia, sobre a maneira santa e saudável que Deus deseja que vivamos. Os pregadores adventistas do sétimo dia, sejam eles ordenados ou fieis membros leigos, não devem tirar água dos poços de outras crenças, para trazer a água da vida para o seu povo, no sábado!

O sermão apropriado para o culto adventista do sétimo dia é centrado na Bíblia e em uma das verdades que Deus confiou ao Seu povo remanes-cente; ele mostra evidências de que o pregador dedicou tempo ao profundo estudo da Bíblia e oração diante do Senhor; e apela ao coração do ouvinte para aceitar a “verdade como é em Jesus” – usando a frase preferida de Ellen White.

Um autor escreveu sobre o que chamou de qualidade “doxológica” dos sermões, questionando se eles

?Culto,

de planejamento antecipado – se os que são solicitados para glorificar a Deus por meio da música, têm o tipo de humildade, centrada em Jesus, que é retratada na adoração do céu. Grande talento musical, seja ele vocal ou instrumental, não é suficiente, mesmo que os adoradores o descrevam como muito “comovente”. Já ouvi o que alguns chamam de “alto” ou “baixo” nível de apresentação musical em cultos de adoração, onde se tem a impressão de que o músico nunca se perguntou: “Será que deveria apre-sentar esta música, desta maneira, se

eu realmente cresse que estou diante da presença dAquele que morreu por mim?” Embora tenhamos diferentes culturas e perspectivas em relação à música, é importante que não permi-tamos que músicas contemporâneas e não religiosas se infiltrem na igreja, de modo que não vejamos nenhuma di-ferença entre o que ouvimos no rádio e na igreja. A música deve glorificar a Deus e não ao ser humano. Deve elevar a Cristo e subjugar o eu. Apocalipse 4 é um exemplo poderoso de como deve ser o culto e a música na presença de nosso Pai celestial.

Adventista

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A Igreja Adventista do Sétimo Dia de Philadelfie Carrefour localiza-se na encosta de uma colina, num subúrbio de Porto Príncipe, Haiti. Quando um terremoto devastou o país, em janeiro de 2010, a maioria

dos prédios da comunidade, desabou e escorregou colina abaixo, inclusive a igreja adventista.

Após o terremoto, os líderes da igreja adventista ligaram para a Maranatha Volunteers International e pediram alguns “prédios temporários” para substituir as igrejas e escolas que desabaram no terremoto. A estrutura da Igreja de Um Dia parecia ser a solução ideal. Assim, a Maranata despachou para a ilha, vários contêiners cheios de estruturas de metal para os prédios.

Sabendo que o clima e a privacidade seriam grandes desafios no Haiti, a equipe de construção adicionou paredes temporárias de lona/vinil para os novos prédios e enviou, junto com as estruturas de aço, uma pequena equipe de especialistas em Igrejas de Um Dia.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia de Philadelfie Carrefour recebeu dois dos novos prédios, construídos até o final para acomodar uma grande congregação em seu lote na encosta da colina. E, para cuidar do grande e crescente número de membros, a igreja abriu uma parede e adicionou uma proteção. Em seguida, foram instalados dois ventiladores, para que o prédio ficasse bem ventilado nos cultos, que ficaram totalmente lotados, com bastante espaço para famílias com crianças.

Dezoito meses após o terremoto, mais de dez mil pessoas se reuniam a cada sábado, sob as estruturas da Igreja de Um Dia e, embora muitas escolas ainda funcionem sob tendas e em prédios com paredes quebradas, mais de cinco mil crianças frequentam uma Escola de Um Dia “temporária”.

Tudo isso começou a mudar quando um novo carregamento de Escolas de Um Dia, novas e permanentes, começaram a chegar em junho. O primeiro desses prédios, com piso de cimento, paredes e teto de aço, janelas, quadros negros e carteiras de aço, projetadas para três alunos, foi construído na comunidade suburbana de Horem.

A Igreja Adventista no Haiti já solicitou mais 836 Escolas de Um Dia permanentes e mais de 360 novos prédios de igreja.

A Igreja de Um Dia é um programa de colaboração entre a Igreja Adventista do Sétimo Dia, Adventist-laymen’s Services e Industries (ASI)[Federação de Empresários Adventistas] e Maranatha Volunteers International. A iniciativa da Igreja de Um Dia foi inicialmente criada e desenvolvida por Garwin McNeilus, empresário de Minesota e membro da ASI. Estas histórias chegam até você, todos os meses, por meio de Dick Duerksen, o “Contador de Histórias” da Maranatha.

realmente glorificam a Deus, ou ao pregador, somente. Se, estou atrás do púlpito de uma igreja adventista do sétimo dia, com o obje-tivo de impressionar os ouvintes com minha retórica, ou tentar ser amigo, agradando-os com histórias engraçadas ou emocionantes, não glorifiquei a Deus, que é o propósito do culto.

A pregação glorifica a Deus quando o pregador, continuamente, se lembra de que o sermão está sendo proferido na presença do próprio Criador do universo. A mensagem deve brotar da Bíblia, uma vez que ela representa a Palavra de Deus para nós em forma escrita. Ela revela a Palavra Viva, Jesus Cristo. Um sermão glorifica o Cordeiro quando resulta de um tempo habitual gasto com Deus, para que Seu caráter seja revelado no sermão e na vida do pregador. O sermão glorifica a Deus, quando ajuda as pessoas a se prepara-rem para a breve volta de Jesus.

Esses são os princípios dos quais tento me lembrar quando preparo um sermão da Palavra de Deus, e nos raros sábados quando congrego em minha igreja e me alegro ouvindo outros compartilhando o que aprenderam nas Escrituras, naquela semana! Além disso, o pregador nunca deve pregar sem pedir a Deus que permita que as palavras faladas sejam de Deus e não as suas [...] pedir a Deus para falar através do pregador, para que Ele seja ouvido, não o ser humano.

Tem-se a impressão de que o senhor tem muito mais a dizer sobre os princípios do culto adventista do sétimo dia.Realmente, tenho! E, à medida que Deus me der habilidade, espero continuar falando e escrevendo sobre o assunto, nos próximos meses; principalmente, quando percebemos que a vinda de Cristo está cada vez mais próxima. ■

V I S Ã O M U N D I A L

Philadelfie Carrefour

A Igreja em Ação

Igreja de Um Dia

10 Adventist World | Setembro 2011

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O problema do baixo nível de açúcar no sangue, ou hipo-glicemia não é incomum em

pessoas com diabetes e que tomam medicamento para reduzir o açúcar (injeção de insulina ou comprimidos). A hipoglicemia ocorre especificamente quando tais pacientes tomam o remédio e omitem uma refeição. A melhor maneira e mais fácil de evitar esses episódios, é tomar as refeições regulares e ajustar a medicação quando há a ne-cessidade de omitir uma refeição.

No geral, entretanto, a verdadeira hipoglicemia é um problema incomum. Há muitos problemas de saúde que po-dem levar à baixa de açúcar no sangue, como problemas no coração, fígado, insuficiência renal, infecções severas e os desequilíbrios hormonais, especial-mente os relacionados ao cortisol e o glucagon (substâncias químicas que são muito importantes no metabolismo da glicose). Certos medicamentos, como as injeções de insulina e comprimidos para tratar o diabetes, podem causar a hipoglicemia. O alcoolismo crônico também está associado à hipoglicemia.

Os sintomas da hipoglicemia são o resultado do decréscimo do suprimento de glicose nas células do cérebro. Quando não há glicose suficiente para que o cérebro funcione eficientemente, o paciente pode apresentar confusão, canseira, perda de consciência e convul-são. Se a hipoglicemia for prolongada e severa, o paciente pode morrer. Sinto-mas adicionais também podem ocorrer, como palpitação (batimentos cardíacos anormais), tremor e ansiedade. Esse último grupo de sintomas são respostas nervosas e químicas ao baixo nível de açúcar. Outros sintomas incluem sudo-rese, fome e sensação de “agulhadas” no corpo e nos membros.

Parte da razão de a hipoglicemia não ocorrer no indivíduo com bom estado geral é que o corpo quebra e digere o alimento que comemos, e os carboidra-tos são absorvidos como glicose (açúcar biológico, uma das fontes de energia). O nível de açúcar no sangue é constan-temente monitorado pelas células especializadas do pâncreas. À medida que aumenta o nível de açúcar no sangue, o pâncreas produz o hormônio da insulina, que leva o açúcar para dentro das células que usam esse açúcar para manter o processo da vida. Quando a glicose do sangue abaixa, as células de produção de insulina são “desligadas” para que o nível saudável de açúcar no sangue seja constante. No diabetes, ou há uma diminuição absoluta de insulina (tipo 1) ou os tecidos são resistentes (não respondem) à insulina presente (diabetes do tipo 2). Em ambos os casos, o açúcar do sangue não é controlado, resultando em várias complicações.

Você perguntou sobre lanchar. Primeiro e mais importante, é essencial lutar por seu peso ideal. Seu médico pode ajudá-lo a determinar seu peso atual. Faça refeições regulares, duas a três vezes por dia e evite comer (lanchar) entre as refeições. Evite carboidratos refinados – balas, biscoitos, pão branco e refrigerantes. Tome um desjejum saudável que inclua cereais integrais e frutas. Consuma de cinco a sete porções de vegetais e frutas por dia. Uma dieta baseada em plantas é mais saudável, e consuma ovos e laticínios judiciosamente, para suprir sua neces-sidade de vitamina B12 e vitamina D adequada. A exposição à luz solar apro-priada também ajuda a manter os níveis saudáveis de vitamina D. O desjejum é muito importante; o almoço também deve ser regular e nutritivo, e o jantar leve e nunca tarde da noite.

Se você seguir essas sugestões básicas e fizer exercícios diários, vai perceber uma melhora em seu estado de saúde geral, vai perder peso e não será incomodado pela hipoglicemia. ■

Allan R. Handysides, médico ginecologista, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor associado do Departamento de Saúde da Associação Geral.

Já ouvi várias pessoas dizerem que sofrem de hipoglicemia. Por isso, precisam fazer pequenos lanches para evitar o problema. Assim, comecei a lanchar para evitar episódios semelhantes, mas estou ganhando peso. O que devo fazer? No geral, estou me sentindo bem.

LancheHipoglicemia

e aPor Allan R. Handysides e Peter N. Landless

S A Ú D E N O M U N D OO

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Mantendo nossa aventura, curiosidade e intuição infantis

Céus

S P R I N G J O H N S O N / M O D I F I C A D A D I G I T A L M E N T E

D E V O C I O N A L

Por Addison Hudgins

Renoé o

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Eles eram o epítome da paz. Mãe e filho, gentil-mente submergiam e boiavam, nadando sob a água de uma piscina tranquila. Segurando as mãos de seu bebê, o cabelo da mãe escorria em suas costas e seus lábios curvavam-se num sorriso.

O bebê também parecia feliz e contente. Eu me perguntava como essa criança, com menos de um ano de idade, já se sentia tão à vontade naquele ambiente onde muitos outros com 6 e 7 anos (e alguns com até 26, 36 e 46 anos de idade) se agitavam e debatiam desesperadamente.

De repente, a voz do narrador interrompeu a cena do filme, informando que as crianças nascem com o instinto de prender a respiração sob a água. Ao redor do primeiro aniversário, porém, aprendem que ficar sob a água pode ser perigoso. A essa altura, precisam reaprender sua intuição natural.

Quando ouvi isso, fiquei imaginando quantos outros instintos as crianças precisam reaprender enquanto estão crescendo. Quando Jesus disse que delas (das crianças) é “o reino dos céus,1 talvez essa perda de instintos e consequente reaprendizado fosse a essência do que Ele quis dizer. Todos nascemos com intuições que, segundo o plano de Jesus, deveriam ser amadurecidas ao longo de nossa vida.

Aventura Infantil Quando eu era criança, minhas amigas e eu embarcávamos

em diferentes “aventuras”, todos os dias. Equipávamos as cestas das nossas bicicletas com brinquedos, mapas, sanduiches e viajávamos para “muito longe”, para o parque local ou por uma pequena trilha no bosque. Ali, um mundo de tesouros imaginários nos esperava. Podíamos ser exploradoras que encontravam um novo mundo, e que resgatávamos do mal e da ruína. Podíamos ser filhos de artistas de circo, vivendo nas estradas e realizando espetáculos todas as noites. Podíamos ser parte de qualquer personagem mágico, de faz de conta, que fosse romântico aos olhos infantis.

Aos cinco anos, eu tinha um caderno onde escrevia e ilustrava as histórias que criava. Aos 7, diagramei e imprimi meu próprio jornal, detalhando e atualizando os fatos de meu pequeno mundo. Dei-lhe o título de The Good Harvest Gazette (Diário da Boa Colheita), em homenagem à região onde eu morava, e o distribuía entre meus vizinhos e amigos. Aos 13, gastava as horas de estudo na escola terminando meu primeiro romance (uma história e um mundo que hoje, com minha mente “madura”, parece tolice). Eu tinha o impulso e a paixão. Eu buscava aventura. Quando eu queria realizar ou criar alguma coisa, tomava a iniciativa e simplesmente fazia.

Aos 18 anos, porém, percebi que estava gastando várias horas, à noite, conversando à toa com meus amigos ou sim-plesmente assistindo TV. É claro que ainda tinha ideias para histórias. Tinha minha opinião para mudanças, mas perdi o senso infantil de urgência e aventura. Quando eu era criança,

dos

Dos Tais

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CéusAddison Hudgins estuda inglês, jornalismo e música no Union College. Ela escreveu esse artigo durante o verão, enquanto estagiava na Adventist Review.

Reno

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o mundo todo estava aberto para mim. Ao começar a entrar na idade adulta, pude observar cada vez mais a tendência que os adultos têm de deixar que o tempo os deixe longe das coisas que desejam fazer.

As crianças conhecem sua verdadeira paixão. (Mesmo quando não podem expressá-la.) As crianças são levadas pela paixão, algo que não devíamos ter pressa de descartar. O escritor Frederick Buenchner disse que “o lugar para onde Deus o chama é o lugar onde sua mais profunda gratidão e sua mais profunda fome se encontram.”2

Os adultos, às vezes, desistem da paixão em nome da lógica e da ordem. Acham graça do mundo imaginário e das iniciativas criativas das crianças, mas muitos não reconhecem seu verdadeiro valor. Todos nós – adultos e crianças – preci-samos de tempo para sonhar, brincar e criar, para exercitar o que nos faz vibrar e nos sentir inteiros. Ao fazer isso, estamos um passo mais próximo do senso de aventura infantil que Jesus aconselhou que tivéssemos.

Curiosidade Infantil A pergunta preferida das crianças é “por quê?” Por que

lavamos as mãos antes do almoço? Por que vamos à igreja aos sábados em vez de aos domingos? Por que o sapo coaxa; por que o sol brilha? Esse anseio por repostas é uma necessidade profunda do ser humano que as crianças não reprimem. Elas nascem crendo que não existem perguntas idiotas. A ideia de que perguntar por que é tolice, não é parte de nossa natureza, é aprendida.

Quando jovens, frequentemente reprimimos a pergunta “por que”. Somos ensinados a não fazer perguntas. Mas Jesus quer que O busquemos.3 Não O encontraremos se ficarmos sentados, perguntando passivamente. Precisamos cavar. Como arqueólogos em uma escavação, estamos sempre descobrindo novas verdades – que pode levar tempo – antes que realmente compreendamos o significado do precioso objeto que encontramos.

Para nos tornarmos como criança, precisamos manter nossa alegria e pureza em meio à maldade deste mundo de

trevas. É “estar no mundo, mas não pertencer ao mundo”.4 É ignorar aqueles que tentam reprimir nossa curiosidade instintiva e sede por respostas, e não nos curvar diante dos que impedem nossa busca.

Intuição Infantil Dizem que Madeleine L’Engle – autora de dezenas de

livros – quando tinha algo muito difícil para dizer em um livro para adultos, escrevia para crianças.5

As crianças têm a mente aberta. Elas têm afinidade com o crescimento. As crianças não tentam crescer; crescem, pois não podem impedir o crescimento. Seu desejo por aventura e insaciável curiosidade leva, naturalmente, a uma mente aberta, uma mente em crescimento.

Lembro-me de quando eu era ainda muito pequena. Sentia o desprezo de algumas pessoas, sem entender por quê. É claro que meus sentimentos eram inexplicáveis. Várias vezes, porém, provou-se que meus instintos estavam certos. Ao longo de semanas, meses e até anos, as pessoas com as quais me sentia desconfortável e até em perigo, mostravam que seu verdadeiro caráter era desonesto e falso. A confiança nessa bússola interior não deve ser desprezada. A abertura de mente da criança permite-lhe obedecer à sua intuição. Muitas vezes, os adultos, em nome da “lógica” rejeitam a voz do Espírito Santo.

“Dos Tais é o Reino dos Céus”

“Deixai os pequeninos”, disse Jesus, “não os embaraceis de vir a Mim, porque dos tais é o reino dos ceus”.6 Dos tais – daqueles que exploram, que buscam, que ouvem ousadamente, atentamente e com a mente aberta.

As crianças são muito mais capazes de encontrar Jesus, pois nosso Pai criou em nós os instintos que garantem nossa segurança eterna e nossa paz, mesmo vivendo em um mundo onde muitos se debatem em meio à dor e ao desespero.

São os que mantêm sua aventura, curiosidade e intuição infantis que herdarão o reino dos Céus. ■1 Mateus 19:14, versão Almeida Revista e Atualizada (ARA).2 Frederick Buechner, Wishful Thinking: A Seeker’s ABC, rev. and expanded ed. (New York: Harper-Collins, 1993), p. 119.3 Jeremias 29:13, (ARA).4 João 15:19.5 Madeleine L’Engle, A Circle of Quiet (New York: HarperCollins, 1972), p. 198.6 Mateus 19:14, (ARA).

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P O D C A S T –

àEvangelhoDisposição

O Poucas descobertas revolucionaram o mundo como a Internet. Nos últimos 25 anos testemunhamos

o desaparecimento do uso dos telegramas, telex, a diminuição do fax, cartas aéreas e vários outros métodos de comuni-cação. A conectividade instantânea é o assunto do dia. Com o advento dos telefones inteligentes, quase todos estão conectados uns aos outros em nosso mundo de hoje.

Cerca de 247 bilhões de e-mails cruzam o globo todos os dias (estimativa de 2009). Isso é mais que 2,8 milhões por segundo! Apesar de boa parte desse número ser de spams, estima-se que 50 bilhões de e-mails “genuínos” são trocados todos os dias.1 Se antes levava dias, semanas e meses para enviar uma mensagem pelo correio, hoje temos encomendas expressas e o material digitalizado que podemos enviar ins-tantaneamente para qualquer parte do mundo em segundos. E a lista continua.

O Advento do Podcast Os podcasts já são usados por muitas

empresas, há dez anos. Ao redor do ano de 2004, começaram automatizar a

Os programas da AWR alcançam ouvintes do mundo todo

Por Dowell Chow

V I D A A D V E N T I S T A

14 Adventist World | Setembro 2011

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Dowell Chow é presidente da Rádio Mundial Adventista, uma instituição da Associação Geral dos

Adventistas do Sétimo Dia e do braço radiofônico da igreja mundial, com sede em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.

P H O T O S C O U R T E S Y O F A W R

distribuição de conteúdo em aparelhos portáteis de áudio. O conteúdo, também conhecido por “episódios”, gravados em um servidor, agora podem ser acessados no tempo livre do usuário, utilizando um software específico.

Embora o podcast tenha sido associado com o iPod, na verdade o conteúdo pode ser acessado através de qualquer computador ou leitor de MP3 que possa reproduzir arquivos de mídia. Alguns até sugeriram o termo netcast como uma palavra mais apropriada para descrever esse aparelho, para de-sassocia-lo do iPod, exclusivo da Apple.

O prefixo “pod” do “podcast” começou como um acrônimo para “reproduzir o que está disponível”. “Cast” veio de “brodcast” (radiodifusão ou teledifusão). Agora, alguns sugerem “transmissão da demanda pessoal.”

Propagando a Mensagem O podcast tornou-se um meio extre-

mamente importante e pode propagar a mensagem do evangelho com grande força. Por exemplo, A Voz da Esperança, da Rádio Mundial Adventista, podcast na língua francesa (uma das primeiras experimentadas pela AWR) tornou-se tão popular que as inscrições chegavam às centenas todos os meses! O “inscrito” é a pessoa que deliberadamente se ins-creve no programa, o que significa que, cada novo episódio é automaticamente baixado no aparelho do inscrito e pode ser acessado a qualquer hora por ele, diferente do visitante ocasional da página, ou de quem esteja surfando pela Internet.

O movimento das massas da hu-manidade cria uma nova dinâmica na sociedade. Grandes porções de grupos étnicos se estabeleceram em muitos países fora do seu país de origem e, em alguns casos, tornaram-se de certa forma, isolados da sociedade do país adotado. Hoje, usando os podcasts, podemos alcançar cada grupo étnico na América (ou qualquer outro lugar do mundo) na sua própria língua.

Um bom exemplo disso são os podcasts em swahili. Graças ao acesso à tecnologia moderna nos países economicamente desenvolvidos e emer-gentes, as pessoas que falam swahili na América, Austrália e outras partes do mundo, estão baixando os podcasts da AWR todos os dias. Agora temos acesso a todas as comunidades chinesas, ga-nesas ou qualquer outra comunidade, mesmo que ninguém na AWR fale seu idioma.

A Rádio Mundial Adventista (AWR) adquiriu um aparelho, conhecido como Mediator 4, que torna possível colocar no ar, pela sua página da web, progra-mas em todos os mais de cem idiomas que transmitem por ondas curtas, AM/FM, Internet e podcast. Qualquer que fala um desses idiomas pode ouvir os programas ao vivo ou baixar as mensagens e ouvir de acordo com sua conveniência. Também estão disponí-veis folhetos em todas essas línguas. Eles podem ser baixados da página da AWR e impressos para os que não falam os idiomas alvo. Instruções de como abor-dar vizinhos e amigos, e convidá-los para ouvir os programas em sua língua materna, estão disponíveis em inglês.

Cumprindo a Profecia Considere o seguinte: “As profecias

de Apocalipse dezoito logo se cumprirão. Durante a proclamação da mensagem do terceiro anjo, ‘outro anjo’ descerá ‘do Céu, tendo grande poder, e a Terra se iluminará ‘com a sua glória’”.2

A vinda do “outro anjo” em Apocalipse 18:1 não é mais um aconte-cimento futuro. O anjo está aqui! Com a tecnologia de hoje, podemos “iluminar” o mundo inteiro com a mensagem de esperança de Jesus. Podemos levar a Palavra de Deus a toda nação, tribo, língua e povo em todos os lugares, noite e dia.

“Durante o alto clamor, a igreja, ajudada pelas providenciais interposições de seu exaltado Senhor, difundirá a conhecimento da salvação tão abun-

dantemente, que a luz será comunicada a toda cidade e vila. [...] a luz da verdade presente irradiará por toda parte.”3

“Por meio das maravilhosíssimas operações da providência divina, montanhas de dificuldades serão remo-vidas e lançadas ao mar. A mensagem que tanta importância tem para os habitantes da Terra, será ouvida e com-preendida… até que a Terra inteira seja advertida; então virá o fim.” 4

Nosso tempo na história confirma essa declaração.

A Rádio Mundial Adventista está chegando até os povos mais difíceis de serem alcançados com a mensagem de esperança, na língua que eles compre-endem, não apenas os que vivem em países cuja liberdade é restrita, mas também a milhares que vivem nos arranha céus inacessíveis das grandes ci-dades do mundo. A Cidade do México, com cerca de vinte milhões de pessoas, assim como Kolkata (antiga Calcutá), Nova Iorque, Moscou, Londres, São Paulo, Johanesburgo e outras, são habi-tadas por milhões de pessoas que vivem e trabalham em prédios inacessíveis, basicamente por questão de segurança. A Rádio Mundial Adventista, porém, com seu lema “Sem Paredes, Sem Fronteiras, Sem Limites”, abre as portas de lugares como esses, onde os missio-nários não poderiam entrar. ■

Para mais informação sobre a AWR e seus podcasts, visite www.awr.org.

1 http://nextincomputing.blogspot.com/2010/08/trace-sender-location-from-yahoo.html.2 Bíblia NVI3 Ellen G. White, Maranata, p. 216. (Itálico acrescentado.)4 Ibid.(Itálico acrescentado.)

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Jovens, delegados na última assembleia da AG, falam com franqueza e esperança sobre sua igreja.

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organizacional da igreja, abre os olhos dos jovens.

– Tshwanelo Bryan Sekwababe, Botswana

Por que vocês acham importante que os jovens sejam convidados para ser delegados na assembleia da AG?

Somos os líderes do futuro, por isso temos que aprender das pessoas que têm mais experiência. Precisamos estar juntos nisso.

–Blessings Gonbwe, Malawi

Penso que isso abre os nossos olhos no sentido de compreender que a nossa igreja é mundial. Quando você se fecha no seu ambiente, no seu pequeno espaço, às vezes se esquece de que suas decisões também afetam a unidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mas quando você chega lá, compreende que, na verdade, somos muitas pessoas, de diferentes países, línguas e culturas. Suas decisões são muito importantes; você compreende que qualquer decisão que tome como líder (e jovem) não afeta somente o povo da Índia, mas também o mundo todo.

–Deepak Boro, Índia.

Gostaria muito que a AG, no futuro, convidasse um número maior de jovens para participar. Como sabemos, os

Há um ano, em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos, eu estava um pouco nervosa enquanto esperava na recepção do hotel. Naquela sexta-feira, havia planejado encontrar-me com alguns delegados da Associação Geral – durante o intervalo de almoço – e olhei minhas anotações para conferir o endereço, data e horário. Enquanto torcia o papel, inadvertidamente,

fixava os olhos na multidão que saía do Geórgia Dome, tentando de alguma forma, reconhecer rostos desconhecidos. À medida que as pessoas entravam no hotel, eu estudava os crachás dos delegados e, finalmente, comecei a perceber reciprocidade. Logo eu estava aliviada, recebendo quase todos os delegados que havia convidado.

Aqueles dez delegados, representando nove diferentes países na quinquagésima nona assembleia da Associação Geral, eram, realmente, peculiares – todos com menos de 35 anos e muito felizes de servir sua igreja oficialmente.

Seus nomes estão listados na ordem em que aparecem na foto, da esquerda para a direita: Thuy Tien le Tran, do Vietnã; Srey Neang, do Camboja; Blessings Gonbwe, do Maláwi; Justin McNeilus, dos Estados Unidos; Alice Danla, da Índia; Emília Rouhe, da Finlândia; Sâmia Henriette, de Seicheles; Deepak Boro, da Índia Rochael Shemali Perera, de Singapura e Tshwanelo Bryan Sekwababe, de Botswana.

A seguir, estão trechos de nossa conversa de uma hora. Você ouvirá muitas vozes – e, embora todos tivessem ideias valiosas para compartilhar, o espaço nos permite incluir apenas os mais salientes. Espero que, por meio dessa conversa, você conclua que a igreja está e estará em boas mãos. Conheça um pouco dos líderes do futuro de nossa igreja!

– Kimberly Luste Maran

Primeira pergunta: Como você foi escolhido para ser delegado?

Pra mim foi surpresa. Considero um grande privilégio participar de uma assembleia da AG. Esse sempre foi meu sonho, porém, nunca imaginei ser escolhido como delegada. O lugar de onde venho é muito primitivo, no nordeste de Manipur. É verdade que meu pai é um pioneiro (da igreja), portanto, sempre foi seu sonho estar aqui.

Essa é uma grande realização, a maior bênção para um adventista. E eu estou muito feliz de estar aqui!

–Alice Danla, Índia

Eu nunca sonhei vir a uma assembleia da AG. No meu país, como jovens, sempre imaginamos que essas coisas são para pessoas mais velhas. Um dia, recebi um telefonema do presidente de uma de nossas associações. Ele se apresentou e disse: “Você está dirigindo?

Eu disse: “Sim.E ele respondeu: “Está bem! Então

pare no acostamento.” Eu parei e ele me disse: “Você vai para a AG!”

Por várias semanas eu não acreditei, até que fui convidado a comparecer à associação para preencher a papelada. Nossa! Eu pensei. O que eu vou fazer lá? Que responsabilidade!

Foi assim que vim para cá, e estou muito feliz. Ver de perto a estrutura

jovens são efetivos para motivar as pessoas a ouvirem a Palavra de Deus.

–Srey Neang, Camboja.

Qual é, então, o maior desafio enfrentado pela igreja na sua parte do mundo?

A Finlândia, hoje, é um país muito secularizado, onde realmente não se fala sobre religião. É muito difícil mostrar que somos cristãos. Não temos muitos adventistas e é um desafio abordar as pessoas e pregar para a comunidade.

–Emília Rouhe, Finlândia

O maior desafio, em nosso país, é o doutrinário, que tem invadido a igreja adventista. Gasta-se muito tempo discutindo esses assuntos … precisamos levar adiante a mensagem de Jesus Cristo e não nos distrair com outras doutrinas.

Outro desafio que enfrentamos é a epidemia de HIV/AIDS. Muitos dos nossos jovens estão morrendo por causa dessa doença. Mas louvamos a Deus porque agora, pelo menos o ensino, está sendo disponibilizado.

–Blessings Gonbwe

Na América do Norte, é o envolvimento dos jovens. Muito poucos jovens se envolvem, lideram, e até mesmo estão felizes por ser adventistas. Parece haver uma cultura entre os pastores, líderes da

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igreja (não necessariamente os líderes de jovens), de que você tem que ter cabelos grisalhos, ou algo nesse sentido, antes que possa ser ancião, ou que possa assumir o púlpito para pregar.

Precisamos permitir que os jovens se envolvam. É verdade que é arriscado, nós vamos cometer erros. Mas, se não nos envolvermos nesse ambiente, vamos acabar deixando a igreja.

A outra parte, penso eu, é que Deus precisa de uma geração que não é egoísta e interesseira. Onde se dá um passo à frente e simplesmente diga: “Está bem, vamos encontrar uma igreja adventista que nos deixe liderar e fazer as coisas.” E eu acho que isso está pres-tes a acontecer. Percebo que os jovens da América do Norte estão animados. Existe gente em nossa igreja, e nas igrejas dos EUA, muito empolgada com a mensagem adventista e que quer se envolver. Por isso, penso que, a despeito do que a liderança faça ou não faça, os jovens estão prontos para liderar e para assumir a propriedade da igreja.

– Justin McNeilus, Estados Unidos

Eu diria que, provavelmente, é o fato de os jovens não sentirem que têm um lugar para se abrigar das pressões da sociedade. Eles se sentem sozinhos para enfrentar seus problemas atuais, e isso os tem empurrado para fora da igreja. A igreja deveria ajudar os jovens a se sentir parte dela, parte dos problemas, das pressões, de tudo. Tenho a sensação de que há um abismo entre a geração mais antiga e a jovem. Talvez as duas gerações tenham problemas pessoais que poderiam resolver juntos, uma ajudando a outra.

–Samia Henriette, Sheychelles

Os jovens tendem a deixar a igreja, por isso, conservá-los é um dos problemas que enfrentamos. Assim que me mudei para Singapura, tínhamos jovens na igreja, mas agora, já não os encontramos por lá. Assim, temos que fazer alguma coisa para mantê-los interessados e envolvidos.

– Rochael Shemali Perera, Singapura

Blessings Gonbwe

Alice Danla

Tshwanelo Bryan Sekwababe

Rochael Shemali Perera, Srey Neang e Thuy Tien le Tran

Srey Neang

Justin McNeilus

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Cheguei à conclusão de que chegamos a um ponto de “quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?” Os anciãos nos di-zem: “Mostre-nos que vocês são capazes de fazer isso” e os jovens reclamam que não lhes permitem provar que podem! Assim, Deus tem se tornado, especial-mente para os jovens, algo comum. Ir à igreja virou rotina. É uma das coisas que as pessoas se acostumaram a fazer;

vão para igreja apenas aos sábados, sen-tam-se lá, ouvem o sermão e isso é tudo.

Na verdade, um dos maiores desa-fios é motivar os jovens a se levantar e dizer: “Vamos fazer isso. Nós podemos fazer aquilo. Deram-nos a plataforma.” Em nosso país, nos deram a liberdade de fazer quase tudo, mas ainda estamos sentados; precisamos de motivação.

–Tshwanelo Bryan Sekwababe

Vocês agora estão na assembleia da Associação Geral; o que mais os impressionou?

O que mais me impressionou foi que fizeram uma câmara de oração.

–Samia Henriette

Para mim, foi a música e cânticos espirituais, o coral, as pessoas que se apresentaram, e realmente cantaram! Na

O maior impacto que a assem-

bleia da AG cau-sou em mim, alcançou seu ápice agora! Acabei de me casar (junho de 2011) com um jovem de Minnesota, Estados Unidos, que mora e trabalha no Newbold College, Inglaterra. Encontramo-nos numa reunião (jantar) de ex-alunos do Newbold durante a assembleia. Ficamos surpresos do modo como Deus revelou a história de amor que Ele planejou para nós durante o ano pas-sado. Seus caminhos são maravilhosos e, às vezes, surpreendentes!

Realmente sentimos que Deus nos criou um para o outro, e não cansamos de nos maravilhar com Sua bondade e amor por nós! É claro que me mudei para a Inglaterra!

Outra coisa que ficou da assembleia foi a compreensão e a abertura para cooperar com os adventistas ao redor do mundo. Uma experiência multicultural como na assembleia, aumenta nossa tole-rância e compreensão do conjunto, para o fato de que experimentamos essas dife-renças culturais com a presença de uma igreja mundial e isso nos ajuda a desfrutar das bênçãos, bem como enfrentar os desafios resultantes dessa diversidade.

–Emília Rouhe

Um ano depois, veja o que três de nossos jovens delegados levaram da assembleia

Estou bem, pela graça de Deus. No momento, sou professora da escola

sabatina infantil (jardim e primários jun-tos); sou, também, diretora associada dos jovens, líder de um grupo de oração de nossa igreja, chamado Guerreiros de Ora-ção, e sou diaconisa.

A assembleia da AG, permanece muito viva em minha mente e enche-me de gratidão. Ficaram muitas lembranças, mas algumas se sobressaem em minha mente. Uma é a incrível sensação de ver tantos adventistas do sétimo dia, de todas as partes do mundo, reunidos para um único propósito. Senti um santo orgulho de ser membro da família de Deus, encontrando amigos de Jesus. Era uma satisfação ver todos, jovens e idosos, caminhando em direção ao local das reuniões.

Fazer parte da igreja, participar das reuniões de negócios, testemunhar as diferentes opiniões e argumentos dos delegados durante as comissões (mesmo assim, concordando em unidade e amor), é algo impressionante.

Foi, também, maravilhoso ouvir todas as músicas e cânticos. Duvido que exista em algum outro lugar do mundo uma mú-sica que produza um som tão melodioso e música instrumental tão solene, que ajuda a sentirmos o Espírito tão profundamente.

Não consigo me esquecer dos grandes oradores, todas as manhãs e tardes; e dos relatórios das divisões apresentados todas as noites, com suas delegações e vestidos segundo sua diversidade cultural. Poder ver, ao vivo, pregadores mundialmente conheci-dos como Doug Bachelor, Mark Finley, David Gates e muitos outros, foi uma experiência inesquecível.

Outra lembrança duradoura foi o discur-so do novo presidente e seu sermão no sá-bado, falando sobre reavivamento e reforma, algo que nossa igreja precisa realmente.

–Alice Danla

Durante o último ano, trabalhei para fundar um ministério, pequeno e autossuficiente,

para ajudar o evangelismo musical. Ele foi crescendo, passo a passo, até o ponto de estarmos acrescentando um novo evangelis-mo pela mídia, incluindo cursos bíblicos pela Internet, etc. O crédito de tal projeto, dou à minha visita à assembleia da AG, porque lá pude ver os diferentes métodos que estão sendo utilizados para divulgar o evangelho e como há gente determinada e dedicada.

Minha esperança é que esse mesmo es-pírito encontre eco em meus companheiros jovens e que muitos deles decidam partici-par em tais projetos. Por causa dos projetos musicais, fui escolhido para supervisionar o departamento de música de nossa asso-ciação, que abrange mais de quinze cidades e vilas. Minha oração é que possamos ver cada vez mais gente entusiasmada com a obra do Senhor e fazendo o seu melhor para usar qualquer que seja seu talento ou habilidade para propagar o evangelho.

–Tshwanelo Bryan Sekwababe

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minha igreja tenho ouvido pessoas só murmurando. [Aqui] desfrutei, cem por cento, do verdadeiro espírito de adora-ção, em todas as músicas que ouvi.

–Thuy Tien le Tran, Vietnã

O sermão da Pastora Tara Vin Cross. Foi um prazer enorme pra mim ouvi-la, pois eu costumava dizer: “Se eu fosse menino, teria sido pastor.” Não é permi-tido às mulheres participar da liderança da igreja, mas podemos liderar também, igual a qualquer pessoa.

–Blessings Gonbwe

Fiquei muito feliz em poder ir à câmara de oração a qualquer momento que de-sejasse. E, sim, mais uma coisa, assisti ao Pr. Mark Finley tantas vezes (programas

igreja, e isso é triste. Sinto-me como se tivessem me abandonado. Aqui, porém, você pode ver que a nossa igreja é gran-de e mundial, e está indo muito bem.

–Emilia Rouhe

O que parece é que todos vocês acham que a igreja tem boa liderança. Por isso vou fazer uma pergunta um pouco incisiva: O que vocês acham que a igreja está fazendo certo? O que poderia fazer melhor?

Acho que precisamos ser mais cui-dadosos ao preparar novos membros adventistas, e decidir quando devem ser batizados. Novos membros são mais que números, precisam conhecer quem somos como igreja e o que defendemos.

(Maranatha). Ele é uma motivação para os cristãos, os que moram nas áreas rurais e tinham que fazer seus cultos em choupanas de capim, embai-xo das árvores ou algo assim. Quando chove, atrapalha tudo. Mas, com a produção da igreja de um dia, todos os cristãos sabem que vão nos ajudar, e que se importam conosco – fazendo da igreja uma verdadeira família.

–Blessings Gonbwe

Honestamente, penso que a igreja está indo na direção certa, com a visão correta. Os relatórios de toda parte do mundo foram incríveis. Às vezes, ficamos tão envolvidos em nossa igreja local que nos esquecemos de que esse é um movimento mundial guiado por Deus. A igreja está avançando na dire-ção correta, para cumprir sua missão de contar ao mundo que Jesus está voltando em breve, para que possamos ir para o céu.

Não há um nível de confiança necessário para deixar que os jovens cresçam, e senti isso após ouvir alguns comentários. A igreja precisa ter uma cultura que diga: “Confiamos nos jovens. Vamos deixá-los cometer alguns erros, mas vamos permitir que preguem, vamos permitir que saiam e realizem novas iniciativas. Vamos levá-los ao Comitê Executivo na AG. Vamos realmente ouvir suas ideias e começar a colocá-las em nosso planejamento.”

Se olharmos como nossa igreja começou, veremos que todos eram jovens. O Espírito de Profecia diz que o exército de jovens, bem treinados, pode terminar a obra. Então, se colocarmos todo o entusiasmo nos jovens, a obra será terminada. De fato, penso que não podemos terminá-la sem os jovens.

–Justin McNeilus

A igreja deveria ajudar os jovens a se sentir parte dela, parte dos problemas, das pressões, de tudo

via satélite), e pude vê-lo pessoalmente aqui! Fiquei muito feliz e emocionada. Ele é um dos meus pregadores preferidos.

A primeira coisa que me empolgou hoje de manhã foi á apresentação do novo presidente. Quase sempre ouvimos as pessoas fazerem grandes promessas, mas em seu pronunciamento o Pr. Ted Wilson citou vários textos do Espírito de Profecia, de Ellen G. White. Temos esse homem espiritual para ajudar a dirigir a igreja.

–Alice Danla

Foi muito animador saber o que está acontecendo na igreja nas mais diferen-tes partes do mundo. Ela tem crescido tanto! Dá-se a impressão de que os jovens da Europa estão abandonando a

Veja o que aconteceu comigo du-rante uma campanha evangelística na minha igreja. Estávamos distribuindo alguns remédios entre os necessitados. A certa altura, eu estava escrevendo o nome de uma senhora e meu amigo estava ao meu lado. Meu amigo, gentil-mente, perguntou à mulher: “Como foi que a senhora conheceu Jesus?”

A mulher respondeu: “Quem é Jesus?” Ela realmente não conhecia, e acabara de ser batizada! Não consigo imaginar uma pessoa ser batizada sem conhecer Jesus! Mas isso é verdade.

–Alice Danla

No meu caso, só quero elogiar a igreja pelo que estão fazendo para consolidar o programa da igreja de um dia

Kimberly Lustge Maran é editora assistente da Adventist World.

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A maior necessidade do mundo é de esforço consagrado para a salvação das pessoas. É desejo

de Cristo, pela plenitude do Seu poder, fortalecer Seu povo para que, por meio dele, o mundo inteiro seja circundado com a atmosfera da graça. Quando Seu povo se submeter totalmente a Deus, andando humildemente em fé diante dEle, o Senhor cumprirá Seu propósito eterno, capacitando-os a trabalhar harmoniosamente na tarefa de levar ao mundo a verdade como é em Jesus. Ele usará a todos, homens, mulheres e crianças para fazer a luz brilhar ao mundo e chamar as pessoas que serão fieis aos Seus mandamentos.…

Felicidade VerdadeiraAqueles que dedicam sua vida ao

ministério cristão conhecem o significa-do da felicidade verdadeira. Seus interesses e orações vão muito além de si mesmos. Eles crescem enquanto trabalham para alcançar a outros.

Tornam-se familiarizados com os planos e empreendimentos mais inspi-radores; e como não crescer se estão no canal de luz e de bênção? Eles se iden-tificam mais e mais com Cristo e Seus planos. Não há lugar para a estagnação espiritual. A ambição egoísta e a autos-satisfação são repreendidas pelo contato constante com os interesses absorventes de aspirações mais santas e elevadas.

Todos os que se submetem a Deus em serviço altruísta pela humanidade estão cooperando com o Senhor da glória. Esse propósito ameniza a luta, fortalece a vontade e energiza o espírito para o que vier a acontecer.

Ao trabalharem com um coração altruísta, enobrecidos por serem participantes dos sofrimentos de Cristo e compartilhando Sua compai-xão, ajudam a levar alegria, honrando e louvando o Seu exaltado nome.

Praticando a Verdade

Muito mais poderia ser feito por Cristo se todos os que têm a luz praticassem a verdade. Há famílias inteiras que deveriam ser missionárias, envolvendo-se no trabalho pessoal, labutando para o Mestre, com mãos ocupadas e cérebros ativos, descobrindo novos métodos para o sucesso da Sua obra. Há homens e mulheres sinceros, prudentes e amorosos que poderiam fazer muito para Cristo se se entregassem a Deus, achegando-se para mais perto dEle e buscando-O de todo coração.…

Os membros da igreja devem fazer trabalho missionário nos lares de seus

1. Como podemos ajudar a circundar o mundo com a atmosfera da graça?

2. Como o ministério cristão leva à verdadeira felicidade?

3. De que modo as famílias podem ter “lares missionários”?

vizinhos que não receberam a evidência completa da verdade para este tempo. A apresentação da verdade com amor e simpatia, de casa em casa, está em harmonia com as instruções dadas por Cristo aos Seus discípulos, quando os enviou para sua primeira viagem mis-sionária. Muitos serão alcançados por meio de cânticos de louvor a Deus, pela oração humilde e sincera e pela simples apresentação das verdades bíblicas no círculo familiar. Os divinos obreiros estarão presentes para convencer cora-ções. “Eis que estou convosco todos os dias” (Mt 28:20) é a Sua promessa. Com a certeza da presença constante de tal Ajudador, trabalhemos com esperança, fé e coragem.

Trabalhando para CristoOs que há tempo já conhecem a

verdade precisam buscar ao Senhor mais sinceramente, para receber em seu coração a determinação de trabalhar pelos seus vizinhos. Meus irmãos e irmãs, dediquem-se ao serviço do Senhor. Não permita ser desaprovado. Visite os que moram ao seu redor e pela simpatia e bondade tente alcançar seu coração. Visite os doentes e os que sofrem e mostre gentil interesse por eles. Se possível, ofereça-lhes mais conforto. Com esses recursos, poderá tocar-lhes o coração e falar sobre Cristo. Somente a eternidade revelará quão eficiente tal método de trabalho pode ser. ■

Esse artigo foi publicado pela primeira vez na Review and Herald, no dia 21 de novembro de 1907, sob o título “Chamado à Consagração”. A Igreja Adventista do Sétimo Dia crê que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom profético bíblico por mais de 70 anos de ministério público.

PerguntasDifíceis

CircundandoMundo

oCom a Atmosfera

da Graça

Por Ellen G. White

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

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A Bíblia emprega uma série de maneiras diferentes para des-crever como Deus salva os seres

humanos. Este artigo revisa brevemente alguns desses conceitos importantes, do ponto de vista das Escrituras.

Perdão e Salvação Apenas uma das súplicas contidas

na Oração do Senhor (o Pai Nosso) contém uma condição. “Pois se perdo-arem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas” (Mt 6:14, 15, NVI).

Quando confrontado com essas pala-vras, Nietzsche exclamou ironicamente: “Quanto antievangelho!” Será que Deus realmente só perdoa sob condição?

Na parábola do servo vingativo, em Mateus 18:21-35, Jesus enfatiza exata-mente o mesmo ponto e ficamos com a incômoda pergunta: fomos perdoados ou não? Já estamos salvos, ou ainda não?

A preocupação procede, pois as alternativas parecem extremas. Se somos salvos de uma vez por todas, a responsabilidade humana desaparece e a ilegalidade facilmente toma seu lugar, tornando a salvação um processo mecâ-

nico. Por outro lado, se o processo não está completo, podemos perder nossa certeza de salvação e desenvolver uma atitude legalista.

Será que existe uma linha inter-mediária, não nos restando apenas extremos desconfortáveis? Penso que sim. Uma compreensão apropriada do uso bíblico de alguns termos chave nos ajuda a entender.

Primeiramente, no entanto, pre-cisamos nos lembrar de que o perdão genuíno é parte de um relacionamento pessoal, não um objeto impessoal, sim-plesmente. Ele só está presente quando Jesus está presente, e só faz parte da mi-nha experiência quando estou com Ele.

Quando usamos termos teológicos, muitas vezes automatizamos a salvação. Podemos até falar de perdão como se fosse um tipo de objeto, meio parecido com as pessoas da Nova Era que com-pram pedras de perdão e supostamente se sentem perdoadas só de apertá-las na palma da mão. Ao, porém, empre-garmos conceitos puramente abstratos, podemos perder a verdadeira natureza do perdão: somos perdoados somente porque alguém, outra pessoa, nos per-doa. O perdão está presente sempre (e somente) nos relacionamentos pessoais.

Justificação e Santificação A tendência de transformar aspectos

centrais da vida cristã em simples conceitos abstratos, também é comum em relação às expressões “justificação” e “santificação”. Esses termos são bíblicos, mas seu significado se alterou ao longo da história. Assim, devemos abordar os termos bíblicos com a bagagem das definições recentes, arriscando-nos a impor nossos conceitos culturais sobre a mensagem bíblica.

O principal mal-entendido em relação a esses termos deriva da raiz latina de onde nossas palavras derivam. No latim, as palavras são compostas, ligando o adjetivo justus (“justo”, ou “correto”) e sanctus (“santo”) com o verbo facio (“fazer”). No cristianismo ocidental, o significado facilmente tornou-se “fazer justo/santo” e, com a ênfase no homem interior, tão típico do pensamento ocidental desde Agostinho. Os teólogos, frequentemente, usam os termos justificação e santificação como partes de um processo contínuo de salvação, no qual santificação segue a justificação, em linha reta.

Na Bíblia, porém, esses termos des-crevem aspectos de nossa relação pessoal e contínua com Jesus, em vez de um

N Ú M E R O 1 0

Por Paul Petersen

dePalavras

Maravilhosas

Vida

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

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Compreendendo (e vivendo) a salvação

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processo psicológico ético. Deixe-me ilustrar, concentrando-me no termo santificação.

À luz de recentes discussões e do modo como geralmente usamos o termo hoje, o significado original da palavra para santificação pode ser surpreendente. No Novo Testamento, o verbo santificar (do grego hagiozo) considera a pessoa exclusivamente como seu objeto (como em Jo 17:17, 19; 1Ts 5:23; Hb 13:12). Esse também é o uso predominante no Antigo Testamento (como Js 3:5; 1Sm 16:5; Jl 2:16). No contexto do serviço do santuário, Deus santifica ou diz ao povo para santificar os objetos de culto (como o altar em Ex 29:36, 37). É certo que havia, também, um tempo sagrado, como os dias de festa e os sábados. O sábado semanal permanece como um tempo sagrado ou santificado na era cristã como um memorial da criação (Gn 2:3). O sistema do santuário, porém, com seus sacrifícios e festivais, foi substituído pela realidade do santuário celestial, construído sobre o sacrifício de Jesus no Calvário.

O ponto principal é claro: Deus san-tifica as pessoas. Isso pode ser descrito como um evento do passado. Segundo as Escrituras, o Espírito Santo santificou os crentes a Cristo (1Pe 1:2; cf. 1Co

Em infinito amor e misericórdia, Deus fez que Cristo, que não conheceu pecado, Se tornasse pecado por nós, para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus. Guiados pelo Espírito Santo, sentimos nossa necessidade, reconhecemos nossa pecaminosidade, arrependemo-nos de nossas transgressões e temos fé em Jesus como Senhor e Cristo, como Substituto e Exemplo. Essa fé que aceita a salvação advém do divino poder da Palavra e é o dom da graça de Deus. Por meio de Cristo, somos justificados, adotados como filhos e filhas de Deus e libertados do domínio do pecado. Por meio do Espírito, nascemos

6:11). O significado é semelhante ao da cerimônia de casamento. No batismo, o crente é santificado a Jesus Cristo e essa santificação deve, então, ser diária, uma experiência constante, assim como o cônjuge deve ser, diariamente, compro-metido e dedicado ao outro.

Essa santificação conduz a uma vida de santidade. Em 1 Tessalonicenses 4:3-7, Paulo faz uma boa ilustração sobre esse uso no contexto da relação do casamento. Nesses versos, o substan-tivo grego para santificação, hagiasmos, aparece três vezes do total de dez ocorrências no Novo Testamento, em negrito na tradução do texto, a seguir:

“A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba con-trolar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus. Neste assunto, ninguém prejudique seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas práticas, como já lhes dissemos e asseguramos. Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade” (NVI).

Consequentemente, a santificação é um processo da vida toda, pois nossa dedicação a Jesus nunca deve

ter fim. Assim, esse não é um processo psicológico que se completa em um dia. Mesmo na eternidade, teremos essa compreensão de sermos santificados a Deus, em Jesus Cristo. De fato, a quem mais devemos nos santificar?

Concluindo: existe, então, uma linha intermediária para descrever salvação, onde não sou deixado com extremos desconfortáveis, apenas? A resposta é sim. Essa linha é Jesus. O perdão é real somente se andarmos com Ele. Nele, a salvação é uma experiência real e as promessas de restauração futura, são garantidas. Justificação é quando creio que por meio de Jesus, Deus, em Sua misericórdia, trata-me como se eu fosse Jesus, como se o veredito do futuro dia do juízo já fora pronunciado. Isso é justificação, revelada a mim, diaria-mente, por meio da Palavra. Quando respondo pela fé, o Espírito Santo me santifica a Jesus. ■

Dr. Paul Petersen, é diretor do Departamento de Religião e Idiomas Bíblicos na Andrews University.

de novo e somos santificados; o Espírito renova nossa mente, escreve a lei de Deus, a lei de amor, em nosso coração, e recebemos o poder para levar uma vida santa. Permanecendo nEle, tornamo-nos participantes da natureza divina e temos a certeza da salvação agora e no juízo. (2Co 5:17-21; Jo 3:16; Gl 1:4; 4:4-7; Tt 3:3-7; Jo 16:8; Gl 3:13; 1Pe 2:21, 22; Rm 10:17; Lc 17:5; Mc 9:23, 24; Ef 2:5-10; Rm 3:21, 26; Cl 1:13, 14; Rm 8:14-17; Gl 3:26; Jo 3:3-8; 1Pe 1:23; Rm 12:2; Hb 8:7-12; Ez 36:25-27; 2Pe 1:3, 4; Rm 8:1-4; 5:6-10) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, Nº 10

Experiência SalvaçãoA da

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Pastor Virgilio Zaldívar Marrero era professor do curso de teologia no Colégio Adventista das Antilhas, em Santa Clara, Cuba, quando, o vitorioso Partido

Comunista confiscou o campus da escola em 1967.1 À medida que a pressão sobre a igreja aumentava, a prisão ou o exílio pareciam ser as únicas opções. O Pastor Zaldívar, entretanto, escolheu ficar na ilha para formar uma geração de ministros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Cuba. Seus alunos assumiram o risco de nutrir e apoiar o crescimento da igreja durante os anos mais difíceis, mesmo no período em que perderam todo o contato com a igreja mundial.

Com a mente de Cristo Virgilio Zaldívar Marrero nasceu em 1918, em Holguín,

Cuba. Seus pais eram pessoas honestas que lhe ensinaram os princípios cristãos em seus primeiros anos e fizeram todo o esforço para lhe dar a melhor educação disponível na região. Desde muito cedo, Virgílio demonstrou uma habilidade excepcional para línguas, literatura e história.

Sua melhor habilidade, porém, surgiu após escolher dedicar sua vida a Deus. Até sua conversão seria uma antecipação do seu futuro sucesso, como pastor, estudando e compartilhando a Palavra de Deus.

Virgílio tinha apenas 14 anos de idade quando, certo dia, passando pela frente de uma Igreja Adventista do Sétimo Dia, escutou alguém pregando. Ele parou para ouvir e as palavras do pregador causaram uma profunda impressão em sua jovem vida. A verdade bíblica que ouviu aquele dia causou-lhe um impacto tão grande, que decidiu entregar o coração a Jesus e ser incluído no batismo planejado para o dia seguinte. Virgílio procurou o pregador e insistiu em ser batizado o mais rápido possível.

Como resposta, o pastor deu àquele jovem uma tarefa aparentemente impossível para um garoto de 14 anos: “Se você conseguir aprender todas as doutrinas do manual da igreja até amanhã, faço seu batismo.”

O pastor pensou que havia resolvido o problema, mas, no dia seguinte, Virgílio veio com todas as perguntas respondidas e sabendo todas as doutrinas com seus textos bíblicos. Ele foi batizado naquele dia de dezembro de 1932. Daquele momen-to em diante, dedicou sua vida ao Senhor e à pregação de Sua Palavra, falando aos outros sobre a abençoada esperança e a segunda vinda de Jesus.

Virgílio decidiu começar imediatamente a compartilhar o que havia aprendido. Ele tinha apenas 15 anos de idade quando começou a organizar campanhas evangelísticas, onde centenas decidiram seguir a Cristo.

Seu primeiro trabalho formal para a igreja foi na publica-dora, em 1940, onde trabalhou com tal dedicação e devoção que foi convidado a se matricular no curso de teologia no Colégio Adventista das Antilhas.

Com o que aprendeu ao longo dos anos como autodidata, Virgílio começou a dar aulas para outros alunos, mesmo antes de se formar, em 1943.

Pastor e Professor de SucessoApós a formatura, Virgílio Zaldívar passou os próximos

vinte anos ministrando, pregando e organizando novas igrejas e escolas em várias cidades da ilha. Em 1947, foi convidado para ser conjuntamente o secretário/tesoureiro da Associação Cuba Oriental e diretor da casa publicadora. Em 1955, foi ordenado ao ministério e, oficialmente, tornou-se o Pastor Zaldívar.

De 1963 até aposentar-se, em 1991, dedicou todas as suas energias ao Seminário Adventista do Sétimo Dia do Colégio das Antilhas, em Cuba, onde serviu como diretor e professor.

Quando o colégio foi confiscado pelo governo comunista em 1967, a formação de pastores foi momentaneamente interrompida. Dois anos mais tarde, o Pr. Zaldívar abriu um pequeno centro de formação de ministros nas salas do departamento infantil da Igreja Adventista Santa Clara, há apenas 9,5 quilômetros de distância do Colégio das Antilhas, então fechado.

Mais tarde, o seminário improvisado foi transferido para um local mais bem equipado, com três quartos (dois para rapazes e um para moças) e uma sala de aula, que ficava no primeiro piso da antiga sede da União Interamericana e das

O

Ensinando mesmo em face ao comunismo.

Por Abner F. Hernández Fernándezficar

H E R A N Ç A A D V E N T I S T A

professor

24 Adventist World | Setembro 2011

que Escolheu

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Abner F. Hernández Fernández atualmente é estudante do curso de doutorado na Andrews University, em Berrien Springs, Michigan, EUA. Serviu como pastor e professor de

teologia em Cuba e no México. É casado em Keila Díaz e tem dois filhos, Jasiel, 13 e Josías, 11.

Antilhas. A existência ininterrupta desse curso de formação de ministros, mantido pelos líderes da igreja e pelo Pr. Zaldívar foi um desafio para as autoridades cubanas.

O conteúdo das disciplinas era preparado pelo próprio Zaldívar, que escreveu centenas de páginas para serem usadas nas suas aulas. Antes da revolução cubana, ele havia comprado e guardado consigo, alguns livros de Ellen White e Daniel e Apocalipse, de Urias Smith. Além disso, graças aos esforços de alguns professores e alunos, foi possível recuperar vários livros, textos antigos e conteúdos programáticos que haviam sido usa-dos no curso teológico do Colégio das Antilhas. Embora não fossem muitos livros, eles serviram por 35 anos como única biblioteca ministerial à qual os alunos tinham acesso.

Os alunos do Pr. Zaldívar testemunham da abordagem cristocêntrica de suas aulas e de sua paixão pelos temas sobre Cristo, a tal ponto que, às vezes, quanto ensinava a Bíblia, lágrimas caiam de seus olhos ao refletir sobre o amor e a graça de Jesus pela humanidade perdida. Outro aspecto que causou profundo impacto e impressão duradora em seus alunos foi sua persistente e robusta vida de oração. Chamava a atenção, também, o seu hábito de ficar no escritório após o culto, até às dez horas, todas as noites, para estudar e ler.

Ensinando mesmo em face ao comunismo.ficar

professor

Setembro 2011 | Adventist World 25

Os anos em que trabalhou como pastor e professor do seminário, foram fonte de várias recompensas, e alguns líde-res da área educacional e ministerial decidiram homenagear Zaldívar por sua longa contribuição para o trabalho da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Cuba. Em 1988, a Universidade de Montemorelos, instituição educacional Adventista do Sétimo Dia, no México, concedeu-lhe um doutorado honoris causa em Educação.

Nunca Muito Velho O entusiasmo do Pr. Zaldívar por levar a mensagem de

Deus aos outros nunca diminuiu, nem quando idoso. Após aposentar-se, transformou seu lar, em Santa Clara, num dinâmico e frutífero centro evangelístico. De fato, sua casa se tornou o local onde vários professores e alunos universitários da Universidade Central, uma instituição pública de Santa Clara, encontraram Deus e a Bíblia. O velho pastor, devido à sua grande experiência, costumava compartilhar com eles os ensinos da Palavra de Deus. Alguns desses jovens que aceitaram a mensagem adventista, hoje, são pastores em Cuba; entre eles, Luis A. Morales, que é pastor e professor do Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia, na ilha.

A última vez que encontrei o Pr. Zaldívar, ele estava aca-mado. Trocamos algumas palavras apenas, mas ele me deu tal mensagem de incentivo que me ajuda até hoje na caminhada cristã. “O Senhor voltará em breve”, disse ele, com entusiasmo.

O Pr. Zaldívar faleceu no dia 22 de novembro de 2007, e aguarda a manhã da ressurreição, quando, finalmente, encon-trará seu Amigo e Salvador, Jesus Cristo. Ele era um “príncipe em Israel”, um exemplo e um legado para as gerações mais jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Cuba. ■

1 Parte da informação para este artigo foi extraído dos relatos do próprio Virgilio Zaldívar e do Web site da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Santa Clara, Cuba (http:/iasdsc.netadvent.org). Fontes adicionais incluem: Angel Aramis de Armas, “La obra educativa en Cuba, su istori y el nuevo establecimiento” (M. Ed. Thesis, Universidade Montemorelos, Montemorelos, Nuevo Lein, México, 1993), pp. 52,53; e testemunho pessoal, escrito e oral dos líderes atuais e obreiros aposentados da IASD em Cuba.

De cima para baixo: INSPIRADOR: Pastor Virgílio Zaldivar (segunda fila, extrema direita) com líderes da União Cubana e formandos do Seminário Adventista de Cuba (o ano é desconhecido). UMA VIDA DE SERVIÇO: Da direita para esquerda: Francisco Hernández (diretor do Seminário Teológico Adventista de Cuba), Clara María del Castillo Pineda (esposa de Zaldívar), Pastor Zaldívar (com 90 anos de idade) e o autor Abner Hernández (na época diretor acadêmico do Seminário Cubano).

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P E R G U N TA : Por que Deus endureceu o coração de Faraó?

Muita gente acha difícil entender por que Deus endu-receria o coração de Faraó. Essa declaração sugere que a liberdade pessoal foi suspensa, pelo menos

temporariamente e que Deus é descrito como controlador das decisões e atitudes humanas. Obviamente isso levanta dúvidas sobre a responsabilidade humana. Se Deus endureceu o coração de Faraó, pode o rei ser responsável por suas próprias ações?

1. Esclarecendo o Signi-ficado: Em alguns idiomas, especialmente o português, quando usamos a frase “endu-recer o coração” para descre-ver a atitude de um indivíduo, comumente nos referimos ao lado emocional da pessoa. Em tais casos, estamos que-rendo dizer que tal pessoa é insensível e até cruel com os outros. A frase em hebraico traduzida como “endureceu o coração” enfatiza não o lado emocional, mas o aspecto racional e volitivo da natureza humana. “Coração” na Bíblia é visto principalmente como o centro do pensamento racio-nal e de tomada de decisões. “Endurecer o coração”, portanto, significa que a pessoa não está usando devidamente sua capacidade racional. Em outras palavras, quando confrontado com evidências claras ou fatos, escolhem permanecer impas-síveis. Geralmente descrevemos essa pessoa como obstinada. Quando a Bíblia diz que Faraó endureceu seu coração, simplesmente está dizendo que ele era obstinado; isto é, ele se agarrava à sua decisão a despeito dos motivos e argumentos ao contrário. Agia irracionalmente.

2. O Uso da Frase: A frase “endureceu o coração” é usada na história de Êxodo, vinte vezes, aproximadamente; na metade delas Deus é o agente (Deus endureceu o coração de Faraó) e na outra metade, Faraó é o agente explícito ou implícito (ele endureceu seu coração). Para compreender o uso dessa frase devemos nos lembrar de que o propósito das pragas era demonstrar a Faraó que o Senhor é Deus. O conflito é entre o Senhor, Faraó e os deuses do Egito. Ele começa quando Faraó diz: “Quem é o Senhor para que eu Lhe obedeça e deixe Israel sair? Não conheço o Senhor, e não deixarei Israel sair”(Ex 5:2). Consequentemente, Deus decide operar sinais milagrosos para que, por meio deles, os

egípcios e Faraó saibam “que Eu sou o Senhor” (Ex 7:5, 17; veja Ex 8:10). Essa tremenda experiência é rejeitada por Faraó – “ele endureceu seu coração.” Sua obstinação consiste em negar que Yahweh é o Senhor, e essa atitude é demonstrada ao não permitir que Israel deixe o Egito.

3. O Papel de Deus: Quando Deus fala a Moisés, Ele revela Seu plano: Eu, porém, farei o coração do faraó resistir” (Ex 7:3; veja Ex 4:21). A sequência de eventos na narrativa, explica o que Ele quis dizer. Primeiro, a narrativa das pragas afirma claramente que Faraó endureceu seu coração (Ex 7:13,

22; 8:15, 19, 32; 9:7, 34, 35; 13:15). Essa obstinação de Faraó o torna responsável por seus atos.

Segundo, essa obstinação chega a tal ponto que não apenas Faraó, mas seus oficiais também endureceram o coração em oposição ao Senhor. A princípio, o fato de os mágicos de Faraó serem capazes de copiar alguns dos milagres, contribuiu para essa obstinação (Ex 7:12, 13, 21, 22; 8:7).

Terceiro, somente após a quinta praga o texto credita o endurecimento do coração

de Faraó e de seus oficiais, ao Senhor. Em outras palavras, durante as primeiras cinco pragas Faraó endureceu seu coração e durante as últimas cinco, Deus é responsabilizado por essa atitude (Ex 9:12; 10:1, 20, 27; 11:10; 14:4, 8, 17) e, ocasionalmente, Faraó(13:15).

Obviamente, isso significa que, a princípio, era propósito do Senhor persuadir Faraó, para levá-lo a reconhecer que Deus estava Se autorrevelando. Sua constante recusa resultou em dupla casualidade: o endurecimento de Faraó era agora confirmado por Deus, que endureceu o coração do rei. A atitude divina foi uma reação à resistência de Faraó de ser persuadido. Desse ponto em diante, Faraó tornou-se incapaz de resistir à sua própria obstinação. Ele ficou irremedia-velmente preso ao seu próprio esquema. Deus, entretanto, conseguiu seu objetivo final. Algumas das nações de Canaã temeram a Deus quando souberam o que Ele tinha feito aos egípcios (e.g., Js 2:8-11).

Devemos orar por um novo coração, um coração de carne (Ez 36:26). ■

Angel Manuel Rodríguez, recentemente jubilado, foi o diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral.

PorÁngel Manuel Rodríguez

EscolhaCoerção?ou

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

26 Adventist World | Setembro 2011

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A vida de oração de Jesus revela Sua profunda e íntima relação com Seu Pai celestial. Sua fonte de força, coragem e fé fluíam do tempo que passava sozinho em oração. Sua vida de oração é um exemplo para cada um de nós. Ela nos chama da nossa vida agitada para uma comunhão tranquila com Deus. Os quatro evangelhos, Mateus, Marcos, Lucas e João, revelam lições vitais para todos nós, sobre o relacionamento de Jesus com Seu Pai.

1. Onde estava a fonte do poder espiritual de Jesus? Qual era o Seu costume? O que era de vital importância para Ele?“De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-Se, saiu de casa e foi para um lugar deserto, onde ficou orando” (Mc 1:35)*“Mas Jesus retirava-Se para lugares solitários, e orava” (Lc 5:16).“Certa vez Jesus estava orando em particular e com Ele estavam os Seus discípulos; então lhes perguntou: Quem as multidões dizem que Eu sou?” (Lc 9:18).

O que esses textos bíblicos falam sobre a vida de oração de Jesus? Selecione quatro palavras ou frases que

caracterizam Sua vida de oração:

1.

2.

3.

4.

2. Que respostas específicas à oração Jesus experimentou no Monte da Transfiguração?“Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago, e os levou, em particular, a um alto monte. Ali Ele foi transfigurado diante deles. Sua face brilhou como o sol, e Suas roupas se tornaram brancas como a luz. Naquele mesmo momento apareceram diante deles Moisés e Elias, conversando com Jesus” (Lc 9:30, 31).

No Monte da Transfiguração, Jesus foi fortalecido pela oração para enfrentar os problemas que viriam. Moisés e Elias apareceram para encorajá-Lo. Moisés, que ressuscitou dos mortos, e Elias que foi trasladado sem experimentar a morte, animaram Jesus, para que Sua morte na cruz não fosse em vão, mas salvação para todos os que cressem.

3. O que Hebreus 5:7 nos fala sobre a vida de oração de Jesus?“Durante os Seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, Àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da Sua reverente submissão” (Hb 5:7).

Por Mark A. Finley

AVida de Oração

Jesusde

E S T U D O B Í B L I C O

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Ao longo dos Evangelhos e nesta passagem de Hebreus, observamos que Jesus, frequentemente, orava em voz alta. Isso é novo para algumas pessoas. Ellen White faz um comentário fascinante no livro Nossa Alta Vocação: “Aprenda a orar em voz alta onde apenas Deus possa ouvi-lo” (p. 130). A oração em voz alta ajuda na concentração da mente e evita a distração.

4. Que conselho deu Jesus aos Seus seguidores sobre a prioridade da oração?“Então Jesus contou aos Seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca desanimar” (Lc 18:1).

Que deviam e nunca .

Este verso introduz a parábola da viúva persistente, onde Jesus revela a importância de perseverar em oração. Embora Deus não seja como o juiz que ameaça mandá-la embora, a história revela o amor de Deus pelos fracos e indefesos que O buscam regularmente.

5. Como Jesus falou a Pedro sobre o aconteceria no futuro? “Simão, Simão, Satanás pediu vocês para peneirá-los como trigo. Mas Eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça os seus irmãos” (Lc 22:31, 32).

Jesus disse a Pedro: “Eu por você.

Essa deve ter sido uma maravilhosa notícia para Pedro. Jesus estava orando por ele. Essa também é uma boa notícia para nós.

6. Que garantia Jesus dá a cada um de nós? Use as linhas abaixo para descrever o que isso significa para você, particularmente. “Eu rogo por eles. Não estou rogando pelo mundo, mas por aqueles que Me deste, pois são Teus” (Jo 17:9). “Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em Mim, por meio da mensagem deles” (verso 20).

Jesus não orou apenas por Seus discípulos; Ele orou por você e por mim diante do trono de Deus. Isso deve nos encher de certeza e confiança.

7. Por que há tanto poder na oração intercessora em grupo? O que Jesus prometeu dar aos que O buscam em pequenos grupos de oração? Identifique o que você considera os dois elementos mais importantes dessa passagem.“Também lhes digo que se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirem, isso lhes será feito por Meu Pai que está nos céus. Pois onde se reunirem dois ou três em Meu nome, ali Eu estou no meio deles” (Mt 18:19, 20).

1.

2.

A vida de oração de Jesus revelava Sua íntima relação com Seu Pai celestial. Assim como Ele era fortalecido pela oração, somos igualmente fortalecidos por ela. Assim como

Sua vida de oração trouxe-Lhe esperança e coragem, nossa vida de oração pode nos tirar do que é temporal e nos colocar no domínio de Sua realidade eterna. Em oração, entramos na Sua presença e recebemos nova força para nossa caminhada cristã.

*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

28 Adventist World | Setembro 2011

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C A R T A S

adolescência, mas não sabia exatamente com o que estava lidando. As mensagens dos membros da igreja fizeram com que eu me sentisse a pior das pecadoras por não conseguir me libertar desse mal.

Após me sentir fracassada por cerca de 50 anos, finalmente, procurei ajuda profissional. Nos últimos 17 anos tenho tomado antidepressivo e nem posso ex-pressar quão melhor tem sido minha vida. Louvado seja Deus, Ele compreende!

Omitido o Nome

Muito obrigada por abordar um assunto que geralmente os adventistas ignoram. O artigo sobre saúde foi extremamente bem escrito (digo isso como mulher, adventista, com depres-são/bipolar, e um pouco crítica – na verdade, bastante crítica – quando certos adventistas afirmam saber alguma coisa sobre essa doença).

E, por já ter recebido os mesmos comentários de ‘queridos e preocupados cristãos’ (como mencionado no artigo), e ainda outros comentários, como: “Se você apenas sorrir, verá que logo tudo vai melhorar” – No fundo, eu esperava que vocês tocassem nesse assunto ao responder à pessoa que fez a pergunta. Os comentários dos médicos foram

perfeitos. Muito obrigada!Obrigada, também, pela sensibilida-

de ao abordar um assunto tão delicado. Que Deus continue a abençoá-los.

Rebecca Whited Escondido, Califórnia, Estados Unidos

Laços FamiliaresMuito obrigado pelo editorial da Adventist World de junho de 2011, escrito por Bill Knott, “Bem Aventurada.” Re-almente Mabel Vreeland era tudo o que ele disse, e mais. Ela era obreira bíblica em minha associação e trabalhava muito por, certamente, um pequeno salário. E nunca, nunca questionou seu status ou fez campanha para ser ordenada.

Lembro-me de Vreeland nas reuni-ões campais. Ela sempre chegava antes do horário marcado, enquanto outros não levavam o horário muito a sério ou arrumavam desculpas para não comparecer. Ela corria de um lado para outro, como uma jovem, certificando-se de que as acomodações das mulheres estavam adequadamente arrumadas. A última vez que a vi, antes de mudar-me de Nova Iorque, ela havia contraído um câncer de pele no rosto.

Lutei contra a depressão por quase toda a minha vida, começando no início da adolescência, mas não sabia exatamente com o que estava lidando. As mensagens dos membros da igreja fizeram com que eu me sentisse a pior das pecadoras, por não conseguir me libertar desse mal– Omitido o Nome

Intercâmbio Mundial

Setembro 2011 | Adventist World 29

Procura-se: Adventist WorldHoje, faz dois anos que segurei em minhas mãos, pela primeira vez, um exemplar da Adventist World. Conheci esta

revista quando frequentava a Igreja Adventista do Sétimo Dia, na República do Palau. Fui grandemente abençoada. A informação oferecida é real, prática e transmite vida, diferente de qualquer outra revista evangélica que já li.

É possível receber a revista em meu endereço postal?

Que Deus abençoe a Adventist World! Continuem realizando esse bom trabalho.

Koila LalakatoFiji

Nosso conselho a essa leitora e a outros com a mesma dúvida, é que entrem em contato com a união ou divisão da Igreja Adventista em sua região do mundo. Somos gratos de que a revista esteja suprindo essa importante necessidade. Os que têm acesso à Internet, poderão acessar www.adventistworld.org. –Os editores.

Depressão em Mulheres Agradeço, de coração, aos doutores Allan R. Handysides e Peter N. Landless pelo artigo na revista do mês de junho de 2011, sobre a depressão em

mulheres. Espero que seja lido por todos. Lutei contra a depressão por quase toda a minha vida, começando no início da

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C A R T A S

Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.

foram parte do “fardo” de Vyhmeister– e daqueles ligados à história dessa missão, no seu humilde começo na América do Sul.

Fomos tão abençoados de passar aqueles dias do tempo de faculdade, com essa mulher tão importante, mas tão gentil. Ainda lembro com carinho do momento quando, no final de uma aula, Vyhmeister me concedeu a honra de ser fotografado com ela.

Oscar E. GonzálezVillavicencio, Meta, Colômbia

Estou muito grata por poder relatar que o Senhor respondeu as minhas orações por trabalho. Meu amigo que estava doente, hoje está saudável e continuan-do seus estudos este ano. No entanto, ainda estou enfrentando problemas no meu casamento. Oro para que o Senhor me dê forças.

Julie, França

Pela graça de Deus, ainda estou procu-rando uma oportunidade de ir para um país estrangeiro, onde possa trabalhar como colportor. Para mim, o trabalho da colportagem é a melhor maneira de conseguir o recurso para terminar o meu curso de teologia e de ajudar a suprir minhas necessidades financeiras (veja Gn 28:20-22). Por favor, ore por mim.

Asa, Quênia

Solicito suas orações para que o Maui County nos conceda a permissão para começar a construir uma escola adventista em Kihei, Havaí. Atualmente,

estamos nos reunindo numa pequena sala de aula, numa escola de ensino fundamental local. Embora hoje sejamos um pequeno grupo, sei que em futuro próximo, com a bênção de Deus, nossa congregação será multiplicada.

Liezl, Estados Unidos

Por favor, ore para que os nossos des-bravadores sejam comprometidos com o clube.

Lawrence, Zimbábue

Por favor, ore por nossos filhos e netos, para que aceitem o Senhor. Muito obrigada!

Jaleen, Estados Unidos

Por favor, ore pela fundação de uma igreja em certo bairro de Buenos Aires. Tivemos um pequeno grupo ali, por quinze anos, e houve conversões e batismos.

Muito obrigado! Rafael, Susana, e Sílvia, Argentina

No momento, a situação está muito difícil no Reino Unido e tenho um negócio novo. Ore para que o Senhor abra meus olhos e ouvidos para que eu possa ouvi-Lo e vê-Lo me guiando para onde Ele quer que eu vá; e para que eu tenha sucesso para servi-Lo melhor.

Eugene, Reino Unido

Uni-me a um pequeno grupo jovem de evangelização, em minha igreja. Por favor, ore por nós, a fim de que saiamos e conquistemos pessoas para Deus, e para não desanimarmos.

Lewis, Zimbábue

L U G A R D E O R A Ç Ã O

Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.

Intercâmbio Mundial

30 Adventist World | Setembro 2011

Lições de Duas Missões Enquanto lia o artigo “Lições de Duas Missões” (por Nancy Weber Vyhmeister), publicado no edição de abril de 2011, da Adventist

World, fui transportado para o tempo quando me sentava numa sala de aula ouvindo Vyhmeister explicar sua posição em relação à missão global. Ela realmente respirava missão! O fato de aprender por meio de experiências chocantes de seu trabalho missionário em várias partes de mundo, nos encora-jou a sair e cumprir a missão da igreja. As histórias mencionadas no artigo

O que o artigo me esclareceu foi o papel dela na história da família Knott. Morávamos ao norte de Syracuse quando o pai de Knott foi para lá lecionar na escola da igreja; ali ele conheceu Rosemary Galey e mais tarde se casou com o “rouxinol” da igreja de Syracuse. O pai de Knott e eu estudamos no Atlantic Union College, em Massachusetts, e me lembro dele chegando à escola, todos os dias, em um ‘carro queimando óleo’!

Estou muito grato em saber de mais duas estrelas esperando por Vreeland na grande reunião daquele Dia! Ela realmente foi uma ministra da Palavra – e com entusiasmo. Muito obrigado, mais uma vez, pelo maravilhoso artigo.

Jerry LastineMetcalf, Illinois, EUA

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I N T E R C Â M B I O D E I D E I A S

Eu imagino que a promessa de recebermos um novo e glorioso corpo é mais apelativa para nós, os velhos, pois os jovens, geralmente, têm a pele sem rugas e corpo bonito e esbelto. As pessoas idosas se lembram de seu corpo

jovem, e se olham frustradas, sabendo que as coisas não vão melhorar nesta terra. Entre todas as coisas gloriosas que sabemos, acontecerá quando Jesus voltar – inclu-sive poder andar sem se cansar, explorar ilimitadamente o espaço, e dia-após-dia, conhecer novos mistérios, ouvir a música dos corais celestiais e, acima de tudo, ver nosso Salvador, nosso anjo da guarda, nossos queridos – também receberemos um novo corpo, que nunca envelhecerá!

Recentemente, ao perceber, com horror, meus braços e pernas envelhecidos, me ocorreu o pensamento de que eu poderia fazer algo para rejuvenescer. Lembrei-me de um cartaz na porta de uma academia de ginástica local, com a apelativa frase: “Sem Mais Desculpas.” Com a ideia de um corpo novo e mais jovem em mente, meu esposo e eu nos matriculamos na academia, com acesso ilimitado a todos os equipamentos criados para suprir as necessidades de jovens e idosos. A professora de ginástica nos garantiu que, com poucas semanas de exercício, perderíamos peso e o resto ficaria firme. Eu estava ansiosa para começar!

Nossa professora nos apresentou uma esteira para caminhada e destacou seus meca-nismos de segurança. “Prenda isso na sua roupa,” disse ela. “Este é o botão do freio que vai parar instantaneamente a esteira, se for necessário. Sugiro que comecem caminhando devagar, e vão aumentando a velocidade num ritmo confortável para vocês.”

No dia seguinte, chegamos cedo à academia, ansiosos para começar nossa busca por corpos mais saudáveis. Subi na esteira mais próxima e peguei o clip de segurança, mas estava quebrado. Nem liguei, eu não precisava daquilo. Afinal de contas, quão perigosa pode ser uma máquina? Ninguém cai de uma esteira, cai?

Apertei o botão, marquei “2” e comecei vagarosamente. Então, apertei o botão “4”, e depois disso, o inevitável aconteceu. É desnecessário dizer que minhas pernas já não eram mais minhas, e minutos depois fui empurrada para o final da esteira e jogada para o chão. Um funcionário correu em meu auxílio, enquanto outro rapidamente pegou a caixa de primeiros socorros. Outra pessoa começou a limpar o chão, onde uma grande mancha vermelho escura crescia a cada minuto. Outra pessoa, ainda, deu-me um copo com água. “Engraçado”, disse ela, “o clip de segurança não deve ter funcionado. Você estava com ele, não estava?

Sim, aquele glorioso novo corpo é ainda mais desejável agora. Podemos fazer muito pouco por nosso corpo envelhecido, mas podemos lutar com todas as nossas forças para entrar na Cidade Eternal, onde receberemos um novo corpo. Como Jesus.

Ora, vem Senhor Jesus. ■–Edna Olsen Regester, Boiling Springs, Carolina do Sul, Estados Unidos

NovosCorpos

Neste mês, uma leitora fala de sua experiência em uma academia de ginástica

R A M A S A M Y C H I D A M B A R A M

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Editor AdministrativoBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoChun, Pyung Duk

Comissão EditorialTed N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, acessor legal.

Comissão Coordenadora da Adventist WorldLee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk

Editor-ChefeBill Knott

Editores em Silver Spring, Maryland, EUALael Caesar, Gerald A. Klingbeil (associate editors), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran, Gina Wahlen

Editores em Seul, Coreia do SulChun, Jung Kwon; Park, Jae Man

Editor On-lineCarlos Medley

Coordenadora TécnicaMerle Poirier

ColaboradorMark A. Finley

ConselheiroE. Edward Zinke

Assistente Executiva de RedaçãoRachel J. Child

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Diretor de Arte e DiagramaçãoJeff Dever, Fatima Ameen

ConsultoresTed N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.

Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: [email protected]: www.adventistworld.org

Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

Vol. 7, No. 9

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

Setembro 2011 | Adventist World 31

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P A R T I C I P E D A C O N V E R S A Necessitamos de participação nas seguintes categorias:FRASES ADVENTISTAS (profundas ou espontâneas)VIDA ADVENTISTA (anedotas curtas, especialmente sobre adultos)FAMÍLIA DE DEUS (fotos em JPEG de membros da igreja fazendo trabalho comunitário, adorando, cantando, etc.)

Por favor, envie sua colaboração para The People’s Place, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA. Fax: 301-680-6638. E-mail: [email protected]. Por favor, inclua número de telefone e e-mail. O material enviado não será devolvido.

era considerado membro da igreja mesmo estando afastado de Deus. Felizmente, a Adventist World continuou chegando ao seu ende-reço, pelo correio, todos os meses, porque seu nome ainda constava nos registros da Igreja de Lincon, e os membros procuravam manter contato com ele. Doug sabia que deveria voltar para Deus e para a igreja, mas nunca o fez.

Por alguma razão, Doug come-çou a pensar no que havia acon-tecido a um membro fiel da igreja de Lincon, que fora seu amigo por décadas. Certo sábado, pela ma-nhã, passando de carro em frente à

Doug Harris é uma das pessoas batizadas após o esforço evangelís-tico da Igreja Adventista do Sétimo Dia Johnston, dirigida pelo pastor local, David Baron (em Rhode Island, Estados Unidos). Doug foi criado na igreja adventista e ainda

Igreja Adventista do Sétimo Dia de Wickford, sentiu-se impressiona-do a entrar apesar de estar vestido com seus velhos trajes de trabalho. Ele ficou surpreso ao ver seu velho amigo Joe Ewing-Chow, atrás do púlpito, como primeiro ancião! Ali, Joe começou a ministrar para Doug, o que fez por um ano. As orações e visitas constantes de Joe, associadas à Adventist World, trou-xeram Doug de volta para Deus e para a igreja. No Dia 9 de julho de 2011, Doug foi batizado e nasceu para uma nova vida! –Enviado pelo Pastor Bill Warcholik, Coventry, Rhode Island

F R A S E D O M Ê S

“O Adventismo é o movimento religioso mais antigo do mundo.”–Enviado por Graeme Quick, Queensland, Austrália, que diz: “Já usei essa frase em várias palestras … Não tenho a pretensão de tê-la inventado, mas vale a pena espalhá-la.”

C O N H E Ç A S E U V I Z I N H O

RESPOSTA: Em Honduras, Betsy Silveira viaja ministrando para as crianças em cidades de difícil acesso, na região central do país. Betsy é uma missionária brasileira do ministério de apoio VIDA Internacional (www.vidaprojects.org). Essas crianças também foram beneficiadas com a assistência da GYN INTER missions, em junho e agosto de 2011.

Q U E L U G A R É E S T E ?

O Lugar das

PESS AS

S U B M I T T E D B Y D A N I E L S I L V E I R A A N D M A R I O S U A Z O


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