UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
AVALIAÇÃO DE ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UM LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO
DISTRÓFICO SOB CULTIVO DE EUCALIPTO E PASTAGEM NO SUL DO ESPÍRITO SANTO
EMANUEL MARETTO EFFGEN
Orientador: Prof. D.Sc. Mauro Eloi Nappo
Co-orientador: Prof. D.Sc. Roberto Avelino Cecílio
ALEGRE ESPÍRITO SANTO - BRASIL
JUNHO – 2008
2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
AVALIAÇÃO DE ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UM LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO
DISTRÓFICO SOB CULTIVO DE EUCALIPTO E PASTAGEM NO SUL DO ESPÍRITO SANTO
EMANUEL MARETTO EFFGEN
Dissertação apresentada à Universidade Federal do Espírito Santo, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM RECURSOS FLORESTAIS, para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.
Orientador: Prof. D.Sc. Mauro Eloi Nappo
Co-orientador: Prof. D.Sc. Roberto Avelino Cecílio
ALEGRE ESPÍRITO SANTO - BRASIL
JUNHO – 2008
3
AVALIAÇÃO DE ATRIBUTOS FÍSICOS E QUÍMICOS DE UM LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO
DISTRÓFICO SOB CULTIVO DE EUCALIPTO E PASTAGEM NO SUL DO ESPÍRITO SANTO
EMANUEL MARETTO EFFGEN
Dissertação apresentada à Universidade Federal do E spírito Santo, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, ÁREA DE CONSENTRAÇÃO EM RECURSOS FLORESTAIS, para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Aprovada em: 25 de junho de 2008.
_______________________________ Prof. D.Sc. João Batista Pavesi Simão Escola Agrotécnica Federal de Alegre
_______________________________ Prof. D.Sc. Edvaldo Fialho dos Reis
Universidade Federal do Espírito Santo
______________________________ Prof. D.Sc. Aderbal Gomes da Silva
Universidade Federal do Espírito Santo
_______________________________ Prof. D.Sc. Roberto Avelino Cecílio
Universidade Federal do Espírito Santo (Co-orientador)
_____________________________
Prof. D.Sc. Mauro Eloi Nappo Universidade de Brasília
(Orientador)
i
DEDICATÓRIA
Aos meus pais:
Anselmo Effgen (in memorian) &
Julia Alodia Maretto Effgen,
pelo exemplo de vida e superação;
Ao meu padrasto:
Sebastião Fosse,
pelo apoio e incentivo;
Aos amigos:
Adriano Ribeiro de Mendonça,
Maria Cristina Junger Delogo Dardengo,
Maiquel Borcarte e
Rodrigo Manzoli,
pelo apoio imensurável e perseverança;
&
Mauro Eloi Nappo
por ter acreditado, motivado e apoiado.
ii
AGRADECIMENTOS
A uma força maior: DEUS, pela sabedoria e teimosia a mim destinadas; À Universidade Federal do Espírito Santo, que através do Centro de
Ciências Agrárias, ofertou a oportunidade para realizar o curso almejado; A todos meus familiares, em especial à minha mãe Julia, maior exemplo de
compreensão, incentivo e dedicação, e também aos meus irmãos; Aos professores Mauro Eloi Nappo e Roberto Avelino Cecilio, grandes e
verdadeiros mestres, pela orientação e conhecimentos transmitidos, pelas responsabilidades concedidas, sugestões e incentivos, pela amizade e paciência essenciais para a boa condução deste trabalho;
À ex-professora e grande amiga Maria Cristina, pelo apoio nas analises da
curva de retenção de água no solo; Ao amigo professor Edvaldo, pelo apoio nas análises estatísticas e apoio ao
uso do LAFARSOL no NEDTEC-CCA-UFES, nas análises químicas do solo e da curva de retenção de água no solo;
Aos professores Renato e Felipe, pelas amizades, sugestões, incentivos e
pelo apoio à utilização do Laboratório de Física de Solos do CCA-UFES; Ao laboratorista Alessandro e sua equipe que muito ajudaram na condução
das análises e dessa forma, a desenvolver este trabalho; Aos funcionários do NEDTEC, pela presteza e colaboração, em especial ao
Alvacir, pela paciência nos fins de semana; Aos amigos Leandro, Karin, Fernando, José Geraldo, Idalúcia e ainda à
Aparecida, saibam que a ajuda de vocês foi fundamental para o meu aprendizado nas disciplinas;
Aos amigos Geoges, Ivo, João, Jorge, Manzole, Pancas, Taruira e Sara, na
condução do experimento e pela companhia e sugestões nas atividades de laboratório durante as etapas do curso, mesmo nos finais de semana;
A todos os amigos e colegas do IDAF, em especial ao Edmilson, Hélcio,
Leandro, Lucia e Marcelo, pelo apoio. E ainda aos amigos e chefes Nézio do escritório local e Fabio do escritório regional, pela compreensão e apoio dedicados;
Aos amigos Bolo, Geléia, Victor, Tiago Zé e a todos os amigos de Jerônimo
Monteiro – ES, pelos momentos de festas, descontração e apoio, em especial aos amigos do “CPI (Clube do Pé Inchado)”;
Aos demais amigos e colega, que não foram citados, mas são importantes,
pela colaboração e pela prazerosa convivência;
iii
A todos os professores do Centro de Ciências Agrárias e da Pós-Graduação
em Produção Vegetal que participaram da minha formação acadêmica; À Gislaine que teve paciência, dando apoio, carinho e amor nos momentos
de estresse; Aos senhores Ézio Santos e Rodrigo Caetano, por gentilmente permitirem a
realização dos estudos em suas propriedades e também por toda informação e ajuda prestada durante os períodos de amostragem;
A todos aqueles, que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização
deste trabalho;
Muito Obrigado!!!!!!!!!!!!!!!!!!!.
iv
BIOGRAFIA
EMANUEL MARETTO EFFGEN, filho de Anselmo Effgen e Julia Alodia
Maretto Effgen, nasceu em 21 de maio de 1982, no município de Cachoeiro de
Itapemirim, Estado do Espírito Santo.
Formou-se em Técnico Agrícola com Habilitação em Agropecuária, em 1999,
pela Escola Agrotécnica Federal de Alegre.
Formou-se em Técnico em Cafeicultura, em 2000, pela Escola Agrotécnica
Federal de Alegre.
No ano 2000, realizou o curso de Classificação e Degustação de Café na
ABIC, no Rio de Janeiro – RJ.
Formou-se em Técnico em Informática, em 2002, pela Escola Agrotécnica
Federal de Alegre.
Em maio de 2001, ingressou no curso de Agronomia, na Universidade
Federal do Espírito Santo, diplomando-se Engenheiro Agrônomo em fevereiro de
2006.
No mês de junho de 2006, foi aprovado em concurso público do Estado e no
mês de outubro de 2006, ingressou como Engenheiro Agrônomo no Instituto de
Defesa Agropecuária do Estado do Espírito Santo.
Iniciou o curso de Mestrado em Produção Vegetal, em março de 2006, no
Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo.
v
CONTEÚDO
LISTA DE FIGURAS................................................................................................ vi LISTA DE.GRÁFICOS............................................................................................. vi LISTA DE TABELAS................................................................................................ vii RESUMO GERAL.................................................................................................... ix ABSTRACT.............................................................................................................. xi 1 – INTRODUÇÃO................................................................................................... 1 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. ........................................................................... 4 2.1 – Solo. ..................................................................................................... 4 1.1.1 – Atributos Físicos..................................................................... 5 1.1.2 – Atributos Químicos.................................................................. 11 1.1.3 – Água no Solo e Curva de Retenção de Água no Solo............ 15 2.2 – Cobertura Vegetal e Solo. .................................................................. 18 3 – MATERIAL E MÉTODOS. ................................................................................. 23 3.1 – Caracterização das Áreas de Estudo. .............................................. 23 3.2 – Avaliação dos Atributos do Solo. ..................................................... 26 3.2.1 – Amostragem do Solo............................................................... 26
3.3 – Retenção de Água no Solo e Água Disponível. .................... 31 3.4 – Quantificação da Biomassa. .............................................................. 32 3.5 – Análises Estatísticas. ......................................................................... 32 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO. ........................................................................ 33 4.1 – Atributos do Solo. .............................................................................. 33 4.1.1 – Atributos Físicos...................................................................... 33 4.1.1.1 – Frações Texturais................................................................ 33 4.1.1.2 – Porosidade, Densidade do Solo e Densidade de Partículas............................................................................................ 37 4.1.2 – Atributos Químicos.................................................................. 40 4.1.2.1 – pH, Alumínio, Acidez Potencial e Saturação em Alumínio.. 40 4.1.2.2 – Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Sódio...................... 43 4.1.2.3 – Carbono Orgânico, Matéria Orgânica, Capacidade de Troca de Cátions, Soma de Bases e Saturação por Bases................ 45 4.2 – Água no Solo. ..................................................................................... 50 4.2.1 – Curva de Retenção de Água no Solo...................................... 50 4.2.2 – Água Disponível no Solo......................................................... 54 4.3 – Quantificação de Biomassa Vegetal. ................................................ 57 5 – CONSIDERAÇÔES FINAIS. .............................................................................. 59 6 – CONCLUSÃO GERAL. ..................................................................................... 60 7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ................................................................ 61
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Imagem das áreas experimentais no município de Cachoeiro de Itapemirim, extraída do Google Earth em 20/06/2008. Fonte: Google (2008)........ 24
Figura 2 – Distribuição da precipitação pluviométrica do ano agrícola 2006 - 2007, em semanas, no município de Cachoeiro de Itapemirim. Fonte: NEDTEC - CCA - UFES (2008)................................................................................................ 24
Figura 3 – Esquema demonstrativo das posições topográficas para a amostragem nas áreas de eucalipto e pastagem................................................... 25
Figura 4 – Fotomontagem da demarcação da distribuição dos pontos de amostragem nas posições topográficas adotadas.................................................. 25
Figura 5 – Esquema demonstrativo da distribuição dos pontos de amostragem nas posições topográficas em cada uma das áreas............................................... 26
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Gráficos da curva de retenção de água no solo sob o cultivo de eucalipto por posições topográficas: terço inferior (TI), terço médio (TM) e terço superior (TS)........................................................................................................... 51
Gráfico 2 – Gráficos da curva de retenção de água no solo sob o cultivo de pastagem por posições topográficas: terço inferior (TI), terço médio (TM) e terço superior (TS)........................................................................................................... 53
Gráfico 3 – Valores de água disponível dos Latossolos Vermelho-Amarelo (LV) sob cultivos de eucalipto e de pastagem na profundidade de 0,00 – 0,20 metros, nos níveis de capacidade de campo: CC1=0,006 MPa, CC2= 0,010 MPa e CC3= 0,033 MPa.................................................................................................... 55
Gráfico 4 – Valores de água disponível dos Latossolos Vermelho-Amarelo (LV) sob cultivos de eucalipto e de pastagem na profundidade de 0,20 – 0,40 metros, nos níveis de capacidade de campo: CC1=0,006 MPa, CC2= 0,010 MPa e CC3= 0,033 MPa.................................................................................................... 56
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Análise de variância de areia grossa (AG), areia fina (AF), silte (SILTE) e argila (ARG) dos solos sob eucalipto e pastagem em duas profundidades e três posições topográficas e em diferentes sítios de amostragem............................................................................................................ 34
Tabela 2 - Médias de areia grossa (AG) em g.kg-1, areia fina (AF) em g.kg-1 e argila (Arg) em g.kg-1 na Interação entre as posições topográficas (TI = terço inferior, TM = terço médio e TS = terço superior) e uso do solo (Eucalipto e Pastagem)............................................................................................................... 36
Tabela 3 - Médias de silte em g.kg-1 e argila em g.kg-1 na interação entre profundidade e uso do solo..................................................................................... 37
Tabela 4 - Análise de variância dos atributos físicos densidade do solo (Ds) em kg dm-3, densidade de partículas (Dp) em kg dm-3, porosidade total (Pt) em m³ m-3, microporosidade (Micro) em m³ m-3 e macroporosidade (Macro) em m³ m-3, obtidas em duas áreas com diferentes tipos de uso do solo e em diferentes posições topográficas de amostragem................................................................... 38
Tabela 5 – Médias da densidade do solo em kg.dm-3, micro e macro porosidade em m3.m-3 na Interação entre as posições topográficas (TI = terço inferior, TM = terço médio e TS = terço superior) e tipo de uso do solo....................................... 40
Tabela 6 - Análise de variância dos atributos químicos (pH em H2O, Al em cmolc.dm-3, H+Al em cmolc.dm-3, S-SO4 em mg.dm-3 e m em %), obtidas em duas áreas com diferentes tipos de uso do solo e em diferentes sítios de amostragem............................................................................................................ 41
Tabela 7 – Estudo das médias dos atributos químicos alumínio (Al) e saturação em alumínio (m) na interação entre posições topográficas (TI = terço inferior, TM = terço médio e TS = terço superior) e tipo de uso.......................................... 42
Tabela 8 - Análise de variância dos atributos químicos (fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) e sódio (Na)), obtidas em duas áreas com diferentes tipos de uso do solo e em diferentes posições topográficas de amostragem............................................................................................................ 43
Tabela 9 – Médias de P em mg.dm-3, K em mg.dm-3, Ca em cmolc.dm-3 e Mg em cmolc.dm-3, na interação entre as posições topográficas (TI = terço inferior, TM = terço médio e TS = terço superior) e tipo de uso do solo.............................. 45
Tabela 10 - Análise de variância dos atributos químicos CO, MO, CTC, SB e V, obtidas em duas áreas com diferentes tipos de uso do solo e em diferentes sítios de amostragem.............................................................................................. 46
Tabela 11 – Médias dos atributos químicos CTC, SB e V, na interação entre posições topográficas (TI = terço inferior, TM = terço médio e TS = terço superior) e tipo de uso do solo................................................................................ 47
viii
Tabela 12 - Estudo das medias dos atributos CO em g.kg-1 e MO em g kg-1 na interação entre profundidade e tipo de uso do solo................................................ 48
Tabela 13 – Análise de variância da serrapilheira obtida em duas áreas com diferentes tipos de uso do solo e em diferentes posições topográficas.................. 57
Tabela 14 – Estudo das médias do volume de biomassa vegetal em diferentes tipos de uso do solo................................................................................................ 58
ix
RESUMO
EFFGEN, Emanuel Maretto, M.Sc., Universidade Federal do Espírito Santo, Junho
de 2008. Avaliação de Atributos Físicos e Químicos de um La tossolo Vermelho-
Amarelo Distrófico sob Cultivo de Eucalipto e Pasta gem no Sul do Espírito
Santo. Orientador: Prof. D.Sc. Mauro Eloi Nappo. Co-orientador: Prof. D.Sc. Roberto
Avelino Cecílio.
O trabalho teve como objetivo avaliar o impacto do tipo de uso do solo sobre
seus atributos físicos e químicos do solo, considerando os usos com cultivo de
eucalipto e pastagem degradada, em diferentes posições topográficas. Foram
realizadas amostragens nas profundidades de 0,00 - 0,20 m e 0,20 - 0,40 m
distribuídas de forma eqüidistantes, distanciando-se em 10 metros na linha e 25
metros entre as linhas, e as posições topográficas foram locadas em relação ao
sentido de declive do terreno. Foram utilizadas duas áreas distintas, apresentando a
mesma unidade de solo (Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico e relevo forte
ondulado), vizinhas entre si e com histórico de cultivo de pastagem de baixa
capacidade tecnológica, de no mínimo 50 anos, havendo sido implantado um
povoamento de eucalipto há cinco anos numa das áreas descritas. As posições
topográficas delimitadas por terços foram avaliadas, sendo: TS = terço superior, TM
= terço médio; e TI = terço inferior, ao longo do declive. Os atributos físicos e
químicos do solo em estudo foram analisados segundo um delineamento
inteiramente casualizado distribuído em esquema de parcelas subdivididas 2x2x3,
tendo nas parcelas um fatorial 2X2, sendo 2 tipos de uso do solo (eucalipto e
pastagem) e 2 profundidades (0,00 - 0,20 e 0,20 - 0,40 m) do solo e nas subparcelas
as posições topográficas (TS = terço superior, TM = terço médio e TI = terço
inferior), com oito repetições. Os resultados das biomassas foram analisados
considerando-se o delineamento inteiramente casualizado distribuído em esquema
de parcelas subdivididas 2x3, tendo nas parcelas 2 tipos de uso do solo (eucalipto e
pastagem) e nas subparcelas 3 posições topográficas (TS = terço superior, TM =
terço médio e TI = terço inferior), com oito repetições. Os dados experimentais
x
foram submetidos à análise de variância pelo teste “F” e, quando significativo, foi
aplicado o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, por meio do software
SAEG 9.1. Os resultados demonstram que a maioria dos atributos dos solos
estudados é influenciada pelo tipo de uso do solo e a posição de amostragem,
apresentando-se como importantes indicadores de mudanças na qualidade do solo.
A implantação de cultivo de eucalipto em áreas de pastagem degradada promove
efeitos nos atributos do solo, principalmente em relação à quantidade de água
disponível, e a interação entre os fatores estudados são fundamentais para
avaliação das reais condições dos solos cultivados com pastagem e eucalipto.
Dessa forma, para avaliação de atributos do solo, em condições de relevo forte
ondulado, faz-se necessária a divisão das áreas em posições topográficas, como em
terços (terço superior, médio e inferior), em função das diferenças associadas aos
solos existentes ao longo do declive, principalmente quando se trata de áreas
declivosas, como a região do Sul do Estado do Espírito Santo.
Palavras-Chave: propriedade do solo, posições topográficas, florestamento, água
disponível, curva de retenção.
xi
ABSTRACT
EFFGEN, Emanuel Maretto, M.Sc., Universidade Federal do Espírito Santo, June,
2008. Evaluation of Physical and Chemical attributes of a n Oxisol under
cultivation of eucalyptus and pasture in southern o f the Espírito Santo . Advisor:
Prof. D.Sc. Mauro Eloi Nappo. Co-Advisor: Prof. D.Sc. Roberto Avelino Cecílio.
The search aimed to evaluate the impact of the types of soil use on its
chemical and physical attributes of soil, considering the uses with cultivation of
eucalyptus and degraded pasture, in different topographic positions. Samplings were
carried out at depths of 0.00 to 0.20 I 0.20 to 0.40 m distributed in equidistant way,
with 10 meters in the lines and 25 meters between the lines, and the topographic
positions were determined in relation to the sense of the slope of the soil. Two
distinct areas were used presenting the same unit of soil (Oxisol and strongly
undulated relief), adjacent to each other and with a history of cultivation of pasture
with low technological capacity of at least 50 years, having been implanted a stands
of eucalyptus in one of the areas described five years ago. The topographic positions
delimited by thirds were evaluated, being: TS = upper third, TM = middle third and IT
= lower third along the slope. The chemical and physical attributes of soil were
analyzed according to a completely randomized design distributed in subplots
scheme 2x2x3, and the plots a factor 2X2, being 2 types of soil use (eucalyptus and
pasture) and 2 depths (0.00 -- 0.20 and 0.20 to 0.40 m) of soil and in the subplots
topographic positions (TS = upper third, TM = middle third and TI = lower third) with
eight repetitions. The results of biomass were analyzed taking into account the
completely randomized design distributed in subplots scheme 2x3, with the 2 types of
soil use in the plots (eucalyptus and pasture) and 3 topographic positions in the
subplots (TS = upper third, TM = middle third and TI = lower third)) with eight
repetitions. The experimental data were submitted to the analysis of variance test by
the "F" and when significant was applied the test of Tukey at 5% of probability, by
software SAEG 9.1. The results show that the majority of the attributes of soils is
influenced by the type of use of soil and sampling position, presenting themselves as
important indicators of changes in soil quality. The deployment of eucalyptus
cultivation in areas of degraded pasture promotes effects on soil attributes, especially
xii
in relation to the amount of water available, and the interaction between the factors
studied are key to evaluating the actual conditions of soil cultivated with pasture and
eucalyptus. Thus, for evaluation of soil attributes in conditions of strongly undulated
relief it is necessary to divide the areas in topographic positions, as in thirds (third
upper, middle and lower), depending on the differences associated with the existing
soil along the slope, especially in hilly areas, as the region of the southern of the
Espírito Santo State.
Key words: soil properties, topographic positions, forestation, available water,
retention curve.
1
INTRODUÇÂO
Segundo Sousa et al. (2007a), o processo da desertificação é definido como
sendo "a degradação das terras nas regiões áridas, semi-áridas e subúmidas secas
resultante de fatores diversos, tais como as variações climáticas e as atividades
humanas". Entende-se por degradação da terra a redução ou a perda da
produtividade biológica e/ou econômica das terras agrícolas pelos sistemas de
utilização da terra ou por um processo ou uma combinação de processos, incluídos
os resultantes de atividades humanas e padrões de povoamento, tais como: (i) a
erosão do solo causada pelo vento ou pela água; (ii) a deterioração das
propriedades físicas, químicas e biológicas ou das propriedades econômicas do
solo; e (iii) a perda duradoura da vegetação natural.
Os processos de degradação, principalmente nos níveis mais altos,
provocam impactos sociais, econômicos, culturais, políticos e ambientais, os quais
se relacionam entre si e, ao longo dos anos, vem se intensificando e aumentado a
vulnerabilidade da população, produzindo grandes perdas sociais e econômicas
para a região nordestina (SOUSA, 2007b).
Os solos agrícolas estão sujeitos a modificações em seus atributos físicos e
químicos de acordo com o tipo de uso e sistemas de manejo adotados. Se o solo
fica degradado, mais recursos em termos de tempo, dinheiro e energia serão gastos
para produzir mais alimentos, fazendo com que os objetivos de sustentabilidade na
agricultura não sejam alcançados (EFFGEN, 2006). Por outro lado, se a degradação
do solo é revertida, sua qualidade é mantida ou melhorada pela utilização de
métodos de manejo adequados, a sustentabilidade da agricultura pode ser uma
realidade. Logo, entender e conhecer a qualidade do solo é imprescindível à
definição de estratégias para um manejo sustentável sem comprometer sua
qualidade no futuro.
As atividades agrícolas têm causado problemas quanto à qualidade dos
solos, aumentando sua densidade e, conseqüentemente, diminuindo a porosidade
total, principalmente a macroporosidade, dificultando assim as trocas gasosas, a
infiltração e o movimento da água no perfil do solo (BORGES et al., 1997).
Para a otimização do uso e ocupação do solo por atividades agrícolas,
pecuárias ou florestais, devem ser observados diversos fatores de forma a identificar
2
as maiores aptidões do solo para a atividade pretendida e suas implicações positivas
e negativas sobre a produtividade, a conservação e a recuperação de atributos do
solo. Sendo assim, a investigação do efeito do uso do solo sobre seus atributos
físicos e químicos tem sido feita com os objetivos de propor e implementar medidas
de manejo e conservação do sistema produtivo de forma a minimizar a perda de
capacidade produtiva e, principalmente, os problemas de erosão e compactação do
solo, bem como a diminuição da sua capacidade de armazenamento e retenção de
água.
Contudo a maioria dos atributos do solo possui variabilidade casual
(intemperismo diferencial pontual, erosão e adição diferencial, fatores biológicos e
hidrológicos diferenciais, erros analíticos e de amostragem, etc.) e podem ser
explicados em função da paisagem, do próprio uso e manejo do solo (EFFGEN,
2006).
Os sistemas agrícolas que associam a monocultura contínua ao uso de
equipamentos inadequados de preparo do solo resultam em rápida degradação
desse recurso. O mesmo acontece quando se faz uso de pastagens constituídas de
forrageiras exigentes em fertilidade, num regime extensivo de pastejo (MOREIRA et
al., 2005).
A adoção de sistemas de manejo do solo considerados conservacionistas,
como o plantio direto, tem se apresentado como alternativa viável para assegurar a
sustentabilidade do uso agrícola do solo, principalmente nos Latossolos (SILVA et al.
2000). Dentro desse contexto, o conhecimento dos atributos do solo, como
densidade do solo, porosidade, estrutura, textura, argila dispersa em água, matéria
orgânica do solo, presença de nutrientes e elementos tóxicos, possibilitará melhor
exploração agrícola, resultando em maior produtividade do cafeeiro, aliada à
conservação do solo.
Segundo o IBGE (1996), o Estado do Espírito Santo possui pastagens em
cerca de 70% das propriedades agrícolas cobrindo uma área total de
aproximadamente 1.821.065 ha, sendo mais de 30 % correspondentes a pastagens
naturais. A pastagem, de uma forma geral, é a principal atividade humana geradora
de áreas degradadas no mundo. Muitas vezes, a repetida queima da biomassa
vegetal como forma de renovação da pastagem, aliada ao mau gerenciamento das
propriedades agrícolas e ao impacto do pisoteio animal nas áreas de baixa cobertura
3
vegetal, culminam no uso excessivo da capacidade produtiva do solo, gerando uma
maior degradação.
A atividade florestal representa uma das formas de uso e ocupação do solo
que possibilitam uma maior cobertura vegetal do solo, o controle do uso de
queimada, uma vez que para o cultivo os incêndios florestais apenas culminam em
ônus, e dessa forma, com o aporte de material orgânico sobre o solo, fornecendo
uma cobertura morta que permite preservar e até melhor as condições do solo, e
ainda pode-se ater a baixa utilização das áreas de pastagens para o florestamento,
uma vez que, segundo o IBGE (1996), o Estado do Espírito Santo possui cerca de
172.733 ha de área florestados.
Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo geral investigar as implicações
da alteração do uso e ocupação do solo sobre variáveis edáficas. Os objetivos
específicos consistem em inferir sobre a sustentabilidade para o recurso do solo sob
as coberturas vegetais de uma pastagem e um povoamento florestal, a fim de avaliar
se o uso de florestamentos em áreas de pastagens traduz em algum ônus ou
benefício ao sistema produtivo, digo solo, e, em período de tempo relativamente
curto, sustentar uma melhoria do sistema produtivo.
Para isso, neste trabalho, avaliou-se, em diferentes posições de
amostragem, os atributos químicos e físicos do solo cultivado com eucalipto e
pastagem degradada e ainda a deposição de serrapilheira no sistema.
4
1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 – Solo
O solo desempenha papel fundamental na formação das paisagens,
fornecendo suporte mecânico, água e nutrientes para o estabelecimento e
desenvolvimento das plantas. O estudo do solo é fundamental para melhorar o seu
aproveitamento e conservação, tanto para a agricultura quanto para o meio
ambiente (FERREIRA, 2007).
O solo é um componente fundamental do ecossistema terrestre, pois, além
de ser o principal substrato utilizado pelas plantas para o seu crescimento e
disseminação, fornecendo água, ar e nutrientes, exerce, também, multiplicidade de
funções, como regulação da distribuição, escoamento e infiltração da água da chuva
e de irrigação, armazenamento e ciclagem de nutrientes para as plantas e outros
elementos e ação filtrante e protetora da qualidade da água e do ar.
Segundo Reichardt (1988), o solo é o reservatório de água para as plantas.
A água é retida através de sua interação com a matriz e de todas as práticas de
manejo agrícola que visam à manutenção de nível de água em condições ideais
para o desenvolvimento das culturas.
Os atributos do solo podem ser classificados como sendo os atributos
químicos e os atributos físicos, não podendo se descartar as interações existentes
entre ambos. Contudo, em virtude da existência de muitos atributos que podem ser
utilizados para avaliar a qualidade do solo, neste trabalho considerou-se apenas os
principais atributos químicos e físicos.
Os atributos físicos, também considerados como propriedades físicas,
podem ser utilizados como indicadores da qualidade do solo, e refletem a maneira
que este pode captar, armazenar e transmitir água, assim como as possíveis
limitações existentes para o estabelecimento e/ou crescimento das raízes. Os
atributos químicos refletem nas condições da interação solo-planta e a realidade da
capacidade de manutenção do sistema produtivo em relação à fertilidade do solo.
A exploração desordenada dos solos agrícolas, aliada à destruição da
cobertura vegetal por falta de manejo adequado, bem como à intensificação dos
processos erosivos, tem culminado na perda de sua fertilidade e no abando da área
pelos produtores. A importância do conhecimento desses atributos está
5
correlacionada com a avaliação da qualidade, produtividade, conservação e
necessidade de recuperação do solo, assegurando um melhor uso e minimizando os
impactos do manejo inadequado. A determinação de características e propriedades
relacionadas aos atributos físicos e a fertilidade dos solos, quando realizadas de
forma adequada, possibilitam um melhor planejamento para a implantação de
projetos de revegetação de áreas degradadas.
1.1.1 - Atributos físicos.
Os atributos do solo são dinâmicos e estão sujeitos a alterações de acordo
com o manejo adotado. A determinação dos atributos físicos, quando realizada de
forma adequada, possibilita uma melhor exploração agrícola. Dentre os atributos
físicos que estão relacionados com a capacidade da planta em absorver água,
nutrientes e ar, encontram-se o estado de compactação (macroporosidade e
microporosidade), a densidade, a estrutura e a textura do solo (EFFGEN, 2006).
Atributos físicos do solo como a textura, a densidade do solo, a porosidade
total, a macro e a microporosidade, a resistência à penetração, a argila dispersa em
água e o grau de floculação, bem como a matéria orgânica também, são importantes
no que se refere à conservação dos solos e ao processo produtivo.
A matéria orgânica presente no solo desempenha importante papel no
desenvolvimento das plantas, dado a sua influência direta e indireta nos processos
químicos, físicos e biológicos do solo, possuindo papel preponderante na formação e
estabilização dos agregados. Os agregados são componentes da estrutura do solo,
sendo, portanto, importantes para a manutenção da porosidade e aeração
favoráveis ao crescimento das plantas e dos microrganismos, para a infiltração de
água e para a estabilidade necessária à prevenção da erosão (TISDALL & OADES,
1982; OADES, 1984).
A umidade do solo é um dos fatores limitantes da produtividade agrícola. A
capacidade de campo, considerada como o máximo conteúdo de água retido pelo
solo depois que o excesso tenha sido drenado, representa o limite superior da água
disponível do solo para as plantas. Muitas tentativas têm sido feitas para associar a
capacidade de campo com o conteúdo de água retido no solo em equilíbrio com as
6
tensões de 0,006 MPa, 0,010 MPa e 0,033 MPa. Contudo, ainda não há uma
posição consensual, entre os pesquisadores, quanto à correta tensão associada à
capacidade de campo para diferentes solos, quando se utiliza a câmara de pressão
de Richards (DARDENGO, 2006).
Os latossolos são considerados possuidores de boas propriedades físicas
(LEPSCH, 1993; RESENDE et al., 2002). Entretanto, em localidades de declive
acentuado e chuvas torrenciais esse tipo de solo necessita de cuidados especiais
(BRADY, 1989), devendo-se observar o relevo, sendo que este condiciona o fluxo de
água em superfície e subsuperfície (SOUZA et al., 2003). Segundo Dadalto et al.
(1995), o Latossolo Vermelho-Amarelo está concentrado na região Sul do Estado do
Espírito Santo.
Santos (1999) afirma que dentre as principais classes de solos da Bacia
Hidrográfica do Itapemirim, situada no Sul do Estado do Espírito Santo, destaca-se o
Latossolo Vermelho-Amarelo (LV), por ser predominante e tradicionalmente
destinado ao cultivo.
Os Latossolos Vermelho-Amarelos são solos minerais não hidromórficos,
característicos de regiões tropicais úmidas, com horizonte B latossólico (BW),
seqüência de horizontes A - BW - C, de textura muito variada, havendo registro de
teores de argila desde 15% até 80%, sendo que, ao longo do perfil, as diferenças
texturais do A para B são pequenas. Do ponto de vista químico, em geral, são solos
de baixa fertilidade, tendo como primeiros fatores limitantes ao seu aproveitamento
reduzidos teores de bases trocáveis, de micronutrientes e de fósforo, e, ainda,
elevada concentração de alumínio. Os eutróficos, em sua maioria, estão
relacionados, principalmente, ao material de origem e/ou regiões de clima mais seco.
Os distróficos e os álicos são encontrados em ambientes de clima úmido,
apresentando, naturalmente, restrições quanto à fertilidade. Os álicos apresentam
saturação por alumínio maior que 50%. Ademais, podem apresentar poucos ou
muitos minerais primários facilmente intemperizáveis e argilas de atividade baixa
(OLIVEIRA et al., 1992).
A textura refere-se às proporções relativas das partículas de variados
tamanhos no solo. Essa característica física influencia na capacidade de suporte de
nutrientes, água e ar para as plantas (GAVANDE, 1972; BRADY, 1989). Carvalho
Júnior (1995) relata a importância da granulometria no comportamento dos solos em
relação à formação das camadas compactas e/ou adensadas. Resende et al. (2002)
7
relatam que altos teores de silte e areia fina favorecem o encrostamento do solo.
Esse atributo físico possui estreita correlação com outros atributos do solo
(GAVANDE, 1972). Reichardt & Timm (2004) afirmam que a argila é a fração do solo
que mais decisivamente determina o comportamento físico dos solos.
O estudo da estabilidade de agregados é muito importante na preservação e
conservação do solo, pois os mesmos estão diretamente relacionados com a
infiltração de água e com a erodibilidade do solo. Castro Filho et al. (1998)
descreverem que quanto maiores forem os agregados, maiores serão os espaços
porosos, o que aumenta a infiltração e diminui a erosão. Além disso, o conhecimento
da estabilidade de agregados é um importante indicador de qualidade do solo (SÁ et
al., 2000).
Considerando a estrutura do solo como o arranjo de partículas e poros em
solos, importa ressaltar que é uma característica dinâmica, sujeita a mudanças que
podem levar à formação ou destruição dos agregados (OADES, 1993).
Dentre os atributos que estão relacionados com a capacidade das plantas
absorverem água, nutrientes e ar do solo, encontra-se o estado de compactação, a
quantidade e a natureza da matéria orgânica, a densidade, a condutividade
hidráulica do solo saturado, o tipo e o grau de estrutura do solo e a textura. A
caracterização desses atributos irá possibilitar selecionar aqueles que possibilitam
maiores índices de sobrevivência e desenvolvimento das plantas introduzidas na
regevetação.
A granulometria do solo também tem influência nas perdas de nutrientes por
lixiviação sendo maior em solos de textura grosseira em comparação aos solos de
textura argilosa (GAVANDE, 1972). Deve-se também ressaltar a importância da
topografia do terreno, o comprimento da rampa e a declividade, que podem
aumentar consideravelmente o volume de água, devido ao escoamento superficial e
a não utilização de práticas conservacionistas, promovendo assim o arraste de
partículas do solo e nutrientes (FERRÃO et al., 2004).
A retirada das frações de argila e silte do solo se deve à água que as coloca
em suspensão e as arrasta. Segundo Basic et al. (2002), a erosão do solo não retira
igualmente todas as partículas do solo, sendo seletiva, retirando primeiramente as
partículas mais leves que serão carreadas ao longo do declive. A argila pode
8
translocar-se lateralmente, ao longo da vertente, acumulando-se principalmente nas
partes mais baixas do relevo (SOARES et al., 2005).
Dentre os atributos do solo, a textura é um dos que dificilmente sofrem
alteração (GAVANDE, 1972; BRADY, 1989; REICHARDT, 1990; RESENDE et al.,
2002; REICHARDT & TIMM, 2004).
A massa especifica do solo é definida como a relação entre a massa de
solos secos e seu volume total. A densidade do solo pode apresentar valores
variáveis para um mesmo solo sendo influenciada diretamente, nas camadas
superficiais, pelo tipo de manejo adotado (BRADY, 1989), podendo ser usada como
medida quantitativa da compactação do solo (MANTOVANI, 1987; CAMARGO &
ALLEONI, 1997).
O aumento da densidade do solo não é exclusivo de camadas de solos
cultivadas e com uso intensivo de máquinas, mas também pode ocorrer em
camadas sob vegetação natural (CARVALHO JÚNIOR, 1995), como também devido
à dispersão das argilas (GAVANDE, 1972; GUIMARÃES & LOPES, 1986;
CARVALHO JÚNIOR, 1995; NUNES, 2003). Jantsch et al. (1999) observaram que
os solos de mesma classe situados em altitudes menores apresentam maior
suscetibilidade ao adensamento, implicando no uso de um manejo diferenciado em
relação aos localizados em maiores altitudes.
Com relação ao solo, em seu estado natural, tem sido verificado o aumento
da densidade devido à compactação, dificultando as trocas gasosas, a infiltração e o
movimento de água, o crescimento de raízes, a atividade de microrganismos
decompositores e/ou fixadores de nitrogênio, conforme enfatizam Borges et al.
(1997). Em um solo compactado ocorre diminuição na porosidade livre de água, com
conseqüente decréscimo em sua permeabilidade tanto à água como às trocas
gasosas. A baixa aeração induz à ramificação das raízes adventícias superficiais,
tornando-as menos eficientes na absorção de água, nutrientes e trocas gasosas
(CAMARGO & ALLEONI, 1997). Tardieu (1988), citado por Camargo & Alleoni
(1997), afirma que sintomas de estresse hídrico aparecem em solos compactados
devido ao arranjamento compacto das raízes em pequeno volume do solo.
A compactação é caracterizada pelo aumento da resistência do solo à
penetração, da densidade do solo e da microporosidade, com redução da
9
porosidade total e da macroporosidade (ALVARENGA et al., 1996; STONE et al.,
2002).
Segundo Effgen (2006), a compactação tem sido um ponto desfavorável à
agricultura. As camadas compactadas são consideradas um dos principais fatores
de degradação do solo, haja vista, que o aumento da densidade do solo restringe a
infiltração de água, aumenta as taxas de erosão e reduz o desenvolvimento das
culturas.
A estrutura do solo é um dos principais atributos da qualidade do solo, tendo
grande influência sobre o sistema poroso (MANTOVANI, 1987).
A porosidade total é formada por um arranjo poroso dos materiais sólidos
que compõem o solo, e está relacionada com a aeração, o movimento e a retenção
de água no solo (GAVANDE, 1972). É uma medida do espaço poroso do solo
(REICHARDT & TIMM, 2004) disponível para o ar e a água (REICHARDT, 1990).
A porosidade total do solo é composta por um arranjo de poros de vários
tamanhos e formas sendo dividida em macroporos e microporos. Segundo Kiehl
(1979) e Brady (1989), um solo ideal é aquele que possui 2/3 (66%) e 1/3 (34%) do
volume total de poros respectivamente de microporos e macroporos.
Já Alvarenga (1993) comenta que o espaço poroso de aeração
(macroporosidade) não deve ficar aquém de 10 a 12% do volume do solo, para que
o crescimento de raízes e de microrganismos não seja comprometido.
A porosidade total é variável em solos com mesma classe textural
(RESENDE et al., 2002) unidade de solo e manejo adotado. Jorge (1985) e Brady
(1989) relatam que a porosidade total dos solos arenosos está situada entre 35 a
50% e para os solos argilosos ela pode variar entre 40 e 60% do volume total,
podendo ainda variar conforme a profundidade e as condições reinantes. Segundo
Resende et al. (2002), solos argilosos apresentam maior microporosidade.
Quando o solo é colocado em produção sua porosidade total tende a sofrer
alterações. Essas alterações, segundo Jorge (1985), ocorrem devido ao rearranjo ou
movimentação das partículas sólidas e da fase líquida do solo tomando parte do
espaço destinado à aeração e são dependentes das características de cada solo.
Segundo Kutílek (2004), a destruição da estrutura do solo implica em mudanças da
configuração do sistema poroso do solo.
A macroporosidade tem importante papel em muitos fatores do solo, como o
movimento de água e solutos (BOUMA, 1991). Assim, a conseqüente redução no
10
espaço poroso, em decorrência da compactação, poderá ter importantes implicações
no suprimento de oxigênio, disponibilidade de nutrientes e elementos em níveis
tóxicos para plantas e microorganismos (RAIJ, 1987; BRADY, 1989; CARVALHO
JÚNIOR, 1995).
As raízes de gramíneas perenes exercem grande influência sobre a
formação e estabilidade dos agregados e podem ser usadas como recuperadoras da
estrutura do solo em áreas degradadas (SILVA & MIELNICZUK, 1997). Em solo
onde não há o revolvimento, as partículas de argila e matéria orgânica participam
como agregantes na floculação (METZNER et al., 2003).
A textura exerce grande influência sobre as outras propriedades e
características igualmente importantes, como a estrutura, a consistência, a
porosidade, a permeabilidade, a capacidade de retenção de água e a capacidade de
troca de cátions (CARVALHO, 2002).
Parâmetros físicos e químicos do solo importantes para o crescimento de
plantas são controlados primariamente pela textura, que determina a superfície
específica das partículas. A textura expressa a distribuição percentual das classes
de tamanho das partículas primárias e é determinada pela análise granulométrica
(CAMARGO et al., 1986).
A densidade do solo refere-se à relação entre a massa de solo seco e o
volume total. É afetada pela cobertura vegetal, teor de matéria orgânica e uso e
manejo do solo (CORSINI & FERRAUDO, 1999). O aumento excessivo da
densidade do solo acarreta diminuição do volume total de poros, redução da
permeabilidade e da infiltração de água, quebra dos agregados e aumento da
resistência mecânica à penetração, o que ocasiona prejuízo à qualidade física do
solo.
Não existe consenso entre os autores sobre o nível crítico da densidade do
solo, ou seja, o valor acima do qual o solo é considerado compactado. Torres &
Saraiva (1999) afirmam que a densidade varia de acordo com as características do
solo. Solos argilosos, sob mata, possuem 1,0 Mg.m-3 de densidade, chegando a 1,45
Mg.m-3 em solos muito compactados. Em solos arenosos, a densidade varia entre
1,25 Mg.m-3 em matas a 1,70 Mg.m-3 em solos muito compactados. Valores entre
1,27 e 1,57 Mg m-3 são restritivos ao crescimento radicular e à infiltração de água no
solo (ALVARENGA et al., 1996; CORSINI & FERRAUDO, 1999). Camargo & Alleoni
11
(1997) consideram crítico o valor de 1,55 Mg.m-3 em solos franco-argilosos a
argilosos. De Maria et al. (1999) constataram que em Latossolo Vermelho Férrico,
ocorre restrição ao desenvolvimento de raízes acima de 1,2 Mg.m-3.
A estrutura do solo é condicionada principalmente pela textura do solo,
sendo um parâmetro fundamental na inferência do potencial de compactação,
disponibilidade de água, aeração, condutividade do solo ao ar, à água e ao calor,
infiltração e da redistribuição de água (PREVEDELLO, 1996). Alguns autores
consideram que, de modo geral, o solo mantido em estado natural, sob vegetação
nativa, apresenta características físicas adequadas ao desenvolvimento normal das
plantas (ANDREOLA et al., 2000). Nessas condições, o volume de solo explorado
pelas raízes é relativamente grande. À medida que o solo vai sendo submetido ao
uso agrícola, as propriedades físicas sofrem alterações, geralmente desfavoráveis
ao desenvolvimento vegetal (SPERA et al., 2004).
Conforme Schoenholtz et al. (2000), os atributos mais amplamente utilizados
como indicadores de qualidade física do solo são aqueles que levam em conta a
profundidade efetiva de enraizamento; a porosidade total, distribuição e tamanho
dos poros; distribuição do tamanho das partículas; densidade do solo; resistência do
solo à penetração das raízes; intervalo hídrico ótimo; índice de compressão; e
estabilidade dos agregados.
1.1.2 - Atributos químicos
Considerando que o solo é a base para uma agricultura e uma produção
florestal sustentável, é necessário adotar práticas de manejo que conservem e/ou,
restaurem sua fertilidade, a fim de manter a produtividade (ALVARENGA, 1996). O
uso intenso das terras exploradas com culturas perenes ressalta a necessidade de
se manter uma exploração racional, a fim de preservar o potencial produtivo dos
solos. Assim, o conhecimento das propriedades químicas do solo é uma ferramenta
fundamental para direcionar práticas que reduzam o depauperamento em níveis
toleráveis (THEODORO, 2001).
A acidez é um dos maiores problemas encontrados na maioria dos solos
brasileiros. As recomendações de calagem e manejo da fertilidade do solo têm sido
realizadas a partir dos conhecimentos gerados sobre técnicas convencionais de
12
preparo e cultivo do solo. Os solos são ácidos devido à pobreza de cátions básicos
como cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K) e sódio (Na) no material de origem,
ou a processos pedogenéticos que favoreceram a perda dos mesmos (RAIJ, 1991).
O desenvolvimento da acidez é um processo que ocorre à medida que os cátions
básicos adsorvidos no complexo coloidal vão sendo deslocados para a solução do
solo por íons H+ e, de alguma forma, removidos do meio. Dessa maneira, quanto
menos a capacidade de troca de cátions for ocupada por cátions básicos, mais ácido
será o solo. Um solo é considerado ácido quando seu pH está inferior a 6,0/6,5
(EMBRAPA, 2006). Segundo Quaggio & Raij (2001), a acidez é representada de
duas maneiras, através da acidez ativa e da potencial, na qual a última subdivide-se
em acidez trocável e não trocável.
O alumínio trocável é praticamente o único responsável pela acidez trocável,
pois a quantidade de H+ trocável em solos parece ser relativamente pequena, sendo
que grandes quantidades de Al3+ fazem com que as plantas tenham um crescimento
inibido (COLEMAN & THOMAS 1967; HUE et al., 1986). A toxidez do alumínio
ganha destaque, pois cerca de 40% da superfície agrícola do mundo tem sua
produção restringida pelo excesso de alumínio em solos (MA et al., 2001). A
presença mesmo de concentrações pequenas de Al3+ na solução do solo pode inibir
o crescimento radicular das plantas, o que prejudica a absorção de água e nutrientes
e, conseqüentemente, a produção das culturas (HUE & LICUDINE, 1999). O
comportamento químico do Al depende da matéria orgânica do solo, cujas frações
lábeis e humificadas são afetadas pelo sistema de manejo (BAYER et al., 1999) e
pela composição mineralógica do solo (OADES et al., 1989). Em condições de
elevado teor de Al e baixo pH, podem ocorrer também teores solúveis de outros
metais, como manganês e ferro, tóxicos para as plantas se absorvidos em
quantidades excessivas (RAIJ, 1991).
Outro grupo de componentes importante do solo é o dos elementos trocáveis
Ca, Mg e K, por serem macronutrientes e Na, por ser parte importante do complexo
coloidal de solos salinos e alcalinos (CAMARGO et al., 1986).
As alterações nas características químicas dos solos pelo uso agrícola,
comparativamente ao solo original desenvolvido sob floresta, têm sido bastante
discutidas, apesar dos poucos resultados de pesquisas regionais.
Sabe-se que uma adubação adequada confere às plantas maior
produtividade, melhor qualidade dos frutos, maior tolerância e resistência às pragas
13
e doenças. Entretanto, para se fazer uma adubação adequada, dentre as diversas
práticas utilizadas, faz-se necessária a avaliação da fertilidade do solo,
principalmente em regiões onde a obtenção de elevadas produtividades é limitada
em função de equilíbrios nutricionais das culturas, devido aos baixos níveis de
fertilidade (EFFGEN, 2006). A análise de solo proporciona informações importantes
que favorecem a utilização racional de insumos agrícolas, melhorando o equilíbrio
nutricional das plantas e, conseqüentemente, a produtividade
Na construção e manutenção da fertilidade do solo, a matéria orgânica é
fundamental, uma vez que influencia inúmeras características, dentre elas: elevação
da CTC; liberação lenta de P, N, S e água; aumento da disponibilidade dos
micronutrientes, com a formação de quelatos; aumento de retenção d’água; redução
da toxidez causada por pesticidas; melhoria da estrutura; e favorecimento do
controle biológico, com maior população microbiana e melhoria da capacidade
tampão do solo (RAIJ, 1991).
Segundo Cogo et al. (2003), a fertilidade do solo é um dos requerimentos
básicos mais importantes na conservação do solo e da água e, conseqüentemente,
do meio ambiente Nesse contexto, a fertilidade do solo é um conjunto de atributos
que o solo deve apresentar para que uma planta expresse seu potencial máximo de
produtividade.
De acordo com Ferreira et al. (1999), os latossolos, por seu elevado grau de
intemperismo, apresentam baixa fertilidade natural. E sendo assim, quando ocorre a
falta de manejo adequado, ocorre inevitavelmente um decréscimo no teor de matéria
orgânica.
O carbono (C) ocorre no solo tanto na forma orgânica quanto inorgânica. A
maior fração é encontrada na matéria orgânica e em minerais carbonatados. Em
regiões de clima muito úmido, onde os perfis são submetidos à intensa lixiviação, o
C aparece, predominantemente, na forma orgânica (CAMARGO et al., 1986). O teor
de matéria orgânica nos solos é influenciado por uma série de fatores, porém o clima
atua como um forte componente (BIRKELAND, 1984).
Em trabalhos pioneiros, Jenny (1941, 1961) citado por Ferreira (2007)
constatou que o teor de matéria orgânica e, conseqüentemente, o de nitrogênio (N),
aumentam logaritmicamente de acordo com o aumento da umidade e decresce
exponencialmente com o aumento da temperatura e, segundo Sanchez (1976), em
14
regiões de alta precipitação, porém com período seco acentuado, tende a reduzir a
taxa de decomposição da matéria orgânica.
Os compostos orgânicos podem formar complexos com cátions metálicos
em solução, com a superfície de óxidos e com hidróxidos de ferro (Fe) e de Al
(OADES et al., 1989), havendo assim uma competição entre estes pelos compostos
orgânicos. Entretanto, a interação entre os compostos orgânicos e os minerais do
solo confere certa proteção contra a decomposição microbiana desses compostos, o
que aumenta sua permanência no ambiente (BAYER et al., 1999). Com isso, há
maior chance de interação dos ligantes orgânicos e os cátions em solução.
A matéria orgânica do solo é comumente conhecida como um indicador
químico da qualidade de solo, em razão de sua função na regulação de uma série
de processos que ocorrem no solo (KELTING et al., 1999), funcionando ainda como
um reservatório de nutrientes, disponibilizando elementos para as plantas como o
nitrogênio, fósforo e enxofre (BAYER & MIELNICZUK, 1997). Em solos tropicais, a
CTC da matéria orgânica pode representar boa parte da CTC total.
Pavan et al. (1986) demonstraram que a cobertura morta contribuiu para a
elevação do pH e a redução do alumínio trocável. Segundo Alcântara (1997) e
Villatoro (2004), os resíduos vegetais e a cobertura do solo contribuem para
melhorar o estado das propriedades do solo relacionadas com a conservação da
umidade, controle da erosão, fertilidade, desenvolvimento radicular e atividade
biológica.
Nas áreas de ocorrência da Mata Atlântica, os solos são normalmente
ácidos ou fortemente ácidos, pH entre 4,3 e 5,3, com baixos teores de cálcio,
magnésio, fósforo e elevados teores de alumínio trocável, refletindo condições de
intensa lixiviação provocada, principalmente, pelo clima muito úmido.
Entretanto, segundo Karschon (1961), em trabalhos sobre a evolução e
manutenção da fertilidade dos solos cultivados com eucalipto, os resultados
indicaram uma influencia favorável dessa essência florestal sobre as características
químicas, sobre a evolução da matéria orgânica, e na maior parte dos casos, a
fertilidade do solo, mesmo sem uso de fertilizantes, não era afetada adversamente.
15
1.1.3 - Água no solo e curva de retenção de água no solo
A água é um recurso essencial para todos os seres vivos, inclusive para as
plantas que a retiram do solo. Esta retirada da água pelas raízes vai depender de
fatores que vão além da quantidade total de água no solo incluindo as
características granulométricas, a porosidade do solo, a profundidade das raízes e
as características fisiológicas das plantas.
De acordo com a constituição granulométrica do solo e do tamanho das
partículas e dos poros do solo, a força com que a água fica retida pode variar. Solos
mais argilosos e compactos, com grande quantidade de microporos oferecem maior
resistência à retirada da água pelas plantas, porém armazenam água por mais
tempo, enquanto que solos arenosos apresentam baixa resistência à retirada de
água pela vegetação, contudo armazenam menos água, ficando secos mais
rapidamente. Este comportamento da retenção da água no solo é representado
pelas curvas de retenção de água.
O termo capacidade de campo descreve a condição de movimento da água
livre no solo sob ação da gravidade, com sentido vertical para baixo e intensidade
muito lenta ou nula, ou seja, quando o fluxo no perfil do solo se torna desprezível ou
mesmo cessa, depois de algum tempo, a umidade em que o solo se encontra é
denominada de capacidade de campo, o que equivaleria dizer que não há variação
da umidade com o tempo (BERNARDO et al., 2005). Desse modo, a capacidade de
campo é um conceito ideal de um estado de energia transitório e dinâmico,
fundamentalmente um ponto de equilíbrio da relação água-solo (CARVALHO et al.,
1996). Sendo assim, o conceito de capacidade de campo é de indiscutível utilidade,
por indicar o limite superior aproximado da quantidade de água disponível para as
plantas (VAN LIER, 2000).
A faixa de disponibilidade de água para as plantas é reconhecida como a
água retida das pressões entre 10 kPa e 1500 kPa ou entre 30 e 1500 kPa em solos
com maior proporção de microporos, sendo um parâmetro de referência para a
agricultura. De acordo com a fisiologia da planta, pode ocorrer variação na
habilidade da retirada da água do solo. Dessa forma, a água disponível do solo para
as plantas corresponde ao intervalo de umidade no qual está retida pela matriz do
solo e pode ser absorvida pelas raízes (ANDRADE et al., 1998).
16
A capacidade de campo representa o limite superior desse intervalo, aceito
como máximo conteúdo retido pelo solo depois que o excesso tenha sido drenado.
O limite inferior é representado pelo ponto de murcha permanente (PMP), que se
refere ao teor de água abaixo do qual a planta não consegue absorver água do solo
em quantidades que atendam sua demanda evapotransporimétrica, devido à forte
retenção matricial (MELLO et al., 2002). Comumente, assume-se que essa umidade
ocorre quando a tensão de água no solo é de 15 atm. Todavia, Dardengo (2006) cita
que vários pesquisadores têm observado que a umidade no ponto de murcha
permanente pode variar para diferentes espécies de plantas, estádio de
desenvolvimento, condições do ambiente e atributos do solo.
Apesar de a granulometria ser muito importante para o movimento da água
no solo, esse movimento é mais dependente da estrutura do que da textura do solo,
porque é afetado pelo sistema de poros existentes (AHUJA et al., 1984). A
microporosidade é responsável pela capacidade de retenção de água e solutos no
solo, enquanto que a macroporosidade influencia diretamente a capacidade de
infiltração, drenabilidade do solo e sua capacidade de aeração (HILLEL, 1998).
Estes parâmetros de granulometria, porosidade e densidade, todos juntos,
cooperam para a dinâmica da água no solo, e a melhor maneira de mensurá-los é
através da curva de retenção de água, que representa a quantidade de energia com
a qual a água está retida no solo. Sua determinação é efetuada por meio de técnicas
tradicionais de laboratório, como pela câmara de pressão (RICHARDS, 1965).
A curva de retenção de água no solo expressa a relação funcional entre a
umidade do solo e o seu potencial matricial na zona radicular das culturas. Desse
modo, a quantidade de água retida pelo solo, em equilíbrio com um determinado
potencial, é função do tamanho e volume dos poros e da superfície específica das
partículas da fase sólida, sendo o resultado da ação conjunta de vários fatores
(DARDENGO, 2006), onde a textura é considerada por Reichardt (1987, 1996) como
o principal. Sendo a mesma específica de cada solo e dependente de vários
atributos (BEUTLER et al., 2002), também considerada fundamental para os estudos
relacionados com o balanço e disponibilidade de água às plantas, com a dinâmica
da água e solutos no solo e com a infiltração, a irrigação e a drenagem (TORMENA
& SILVA, 2002; CENTURION et al., 1997).
A curva de retenção permite obter parâmetros numéricos que refletem o
comportamento do solo quanto à retenção de água. Esses parâmetros podem ser
17
utilizados nos estudos da relação do solo com a vegetação. No ajuste da curva de
retenção, é previsível que quanto maior o número de pontos, mais representativa
será a curva de retenção. No entanto, mais oneroso será seu levantamento. Na
seleção dos pontos para o traçado da curva de retenção, observa-se que não existe
critério padronizado, sendo comum o uso de seis a oito pontos, incluindo o conteúdo
de água do solo na saturação para o ajuste do modelo matemático adotado, como
pode ser constatado em vários trabalhos (SPERA et al., 2000; SILVA & AZEVEDO,
2002; ABREU et al., 2004).
Conforme descrito por Dardengo (2006), apesar da recomendação da
determinação da capacidade de campo “in situ”, por ser excessivamente trabalhosa
e demorada, tem sido adotado os métodos de laboratório. O método clássico
denominado de câmara de pressão de Richards fixou o potencial matricial da
capacidade de campo em -0,033 MPa. Para o pesquisador, nos solos característicos
das regiões tropicais e úmidas, esse critério deve ser alterado para potenciais
maiores, da ordem de -0,010 MPa e -0,006 MPa.
O conhecimento da capacidade máxima de armazenamento de água no solo
é fundamental para estimativa correta da lâmina de irrigação (QUEIROZ &
CARVALHO, 2004).
De posse da curva de retenção de água de um solo, pode-se estimar o
potencial matricial, conhecendo-se a umidade, ou vice-versa.
Vários modelos empíricos (BROOKS & COREY, 1966; VAN GENUCHTEN,
1980; ROSSI & NIMMO, 1994; ASSOULINE et al., 1998; KASTANEK & NIELSEN,
2001; PRUNTY & CASEY, 2002) têm sido propostos e empregados para a descrição
da curva de retenção a partir de um determinado número de pontos medidos.
Segundo Kastanek & Nielsen (2001), as funções empíricas continuam sendo usadas
para ajustar as curvas de retenção de água do solo, porque ainda não foram
desenvolvidas expressões matemáticas teóricas capazes de representar
adequadamente essa relação físico-hídrica.
Atualmente, tem-se utilizado a equação de Van Genuchten (1980) que
propôs um modelo matemático empírico, para descrever o comportamento da
retenção, utilizando, como variável independente, o módulo de potencial matricial e,
como variável dependente, a umidade a base de volume. Para determinação dos
parâmetros empíricos (α, n e m) do modelo de Van Genutchen, foi desenvolvido o
18
programa computacional conhecido como Curvaret (DOURADO NETO et al., 1990)
e o software SWRC, versão 2.00 (DOURADO NETO et al., 2000).
1.2 - Cobertura Vegetal e Solo:
Existe estreita relação entre o tipo de vegetação e as propriedades do solo
sobre o qual essa vegetação ocorre (RESENDE et al., 1988). O uso do solo causa,
de modo geral, grandes variações em sua composição química, visto que os
diferentes tipos de vegetação o protegem de maneira diferenciada, sendo o manejo
utilizado na instalação e manutenção de determinado cultivo quase tão importante
quanto o tipo de vegetação que cobre o solo (SANCHES, 1976; RYAN &
MCGARITY, 1983).
As alterações de ambientes em nosso país, especialmente no século
passado, foram muito intensas, degradando riquíssimas áreas em biodiversidade e
outros recursos naturais. Com isso, a ameaça da falta d’água, o envenenamento do
meio ambiente, a redução dos limites críticos de nossos remanescentes naturais, a
extinção da fauna e da flora não são mais uma previsão para um futuro remoto
(BORGES, 2002).
A cobertura vegetal atua, ainda, de maneira indireta, sobre a atividade da
microbiota dos solos e, conseqüentemente, sobre o processo de decomposição da
matéria orgânica, A acidez, representada por hidrogênio e alumínio trocável, tem
sido reconhecida como uma das características químicas que mais influenciam a
atividade biológica e, conseqüentemente, a decomposição da matéria orgânica do
solo (LOPES, 1977).
A matéria orgânica morta de origem vegetal e animal é decomposta e
mineralizada por microorganismos, tanto no solo como na água e nos sedimentos, e
os nutrientes mineralizados tornam-se novamente disponíveis no ambiente,
passíveis, portanto, de serem utilizados novamente na reação de fotossíntese.
Nas áreas reflorestadas com eucalipto, as modificações têm sido
visualizadas pelo acúmulo de material orgânico não decomposto sobre o solo, em
virtude de uma baixa atividade da microbiota no material em decomposição
(FLOREZANO, 1957).
Entretanto, segundo Karschon (1961), em trabalhos sobre a evolução e a
manutenção da fertilidade dos solos cultivados com eucalipto, os resultados
19
indicaram uma influência favorável dessa essência florestal sobre as características
químicas, sobre a evolução da matéria orgânica, e na maior parte dos casos, a
fertilidade do solo, mesmo sem uso de fertilizantes, não era afetada adversamente.
Pacifico Homem (1961), por sua vez, verificou um aumento nos teores de
matéria orgânica, nitrogênio, cálcio e potássio, quando comparou o solo de talhões
de eucalipto com solos cultivados com café adjacente e atribui os efeitos ao acúmulo
de serrapilheira.
O processo de degradação de pastagens pode ser definido como a drástica
diminuição da capacidade de suporte dessas áreas, causada por fatores de origem
antrópica ou natural. Entender os processos e as causas da degradação de
pastagens é o principal requisito para a definição de estratégias para recuperar a
produtividade dessas áreas. Do ponto de vista ambiental, o maior benefício da
recuperação de pastagens degradadas é a redução da pressão de desmatamento,
em áreas de vegetação natural, ainda inalteradas, para a formação de novas
pastagens, que substituiriam as áreas improdutivas. Do ponto de vista
socioeconômico, o principal benefício é a recuperação da capacidade produtiva de
áreas consideradas economicamente improdutivas, aumentando a oferta de alimento
e gerando mais renda. Assim, a recuperação de pastagens degradadas incentiva o
aumento da produtividade pecuária, sem com isso estar promovendo a expansão da
fronteira agrícola, através da formação de novas pastagens. Em função disso,
algumas práticas relacionadas aos investimentos para a recuperação de pastagens
degradadas deveriam ser motivo de linha de crédito específico, elos seus altos
benefícios socioeconômicos e ambientais. (DIAS-FILHO, 2005)
Considera-se área degrada aquela que, após distúrbios, teve eliminado os
seus meios de regeneração natural e, conseqüentemente, apresentando baixa
resiliência. Em contraste, é considerada área perturbada a que sofreu distúrbio, mas
teve meios de regeneração biótica (CARPANEZZI, 1991). A recuperação de áreas
degradadas torna-se, cada vez mais, uma necessidade maior do ser humano, frente
ao ritmo crescente da degradação ambiental que se impõe aos diversos
ecossistemas (MARTINS, 2001). Se os problemas ambientais ainda não se
apresentam em maiores dimensões, é porque a natureza tem tido a capacidade de
resistir mais do que imaginamos (BORGES, 2002). A Mata Atlântica com seus
7,84% remanescentes é um exemplo que nos permite uma reflexão em dois
20
sentidos: o primeiro sobre a insanidade do sistema que coloca o resultado
econômico imediato como seu motor único, resultando numa destruição rápida da
floresta; e o segundo é a mobilização da sociedade que resulta na percepção mais
ampla da importância do meio ambiente para todos (ZIMMERMANN, 2002).
A produção de serrapilheira é processo fundamental, e o mais comumente
mensurado, do fluxo de matéria orgânica e nutriente da vegetação para a superfície
do solo (GOLLEY, 1978). As serrapilheiras amostradas em diferentes florestas do
mundo, em geral, são compostas de 60 a 80% por folhas, de 1 a 15% por frutos, de
12 a 15% por ramos e de 1 a 25% por cascas de árvores (BRAY E GORHAM, 1964).
Vários fatores bióticos e abióticos influenciam a produção de serrapilheira,
tais como: tipo de vegetação, altitude, latitude, precipitação, temperatura, regimes de
luminosidade, relevo, deciduosidade, estágio sucessional, disponibilidade hídrica e
características do solo. Dependendo das características de cada ecossistema, um
determinado fator pode prevalecer sobre os demais (FIGUEIREDO FILHO et al.,
2003).
No solo, ocorre rápida decomposição inicial de material lábil e,
posteriormente, num processo mais lento, de materiais mais resistentes. Essa lenta
decomposição pode ser em conseqüência do mecanismo de adsorção, estabilização
de metabólitos e queda da taxa de biomassa no solo. Enfim, a biodegradação é um
processo complexo e multifacetado, envolvendo grande número e variedade de
microorganismos do solo. A degradação de diferentes resíduos depende das
condições locais e regionais como clima, tipo de solo, vegetação, fauna e
microorganismos decompositores (TAUK, 1990).
Nos solos altamente intemperizados, assim como nos degradados, a
serrapilheira constitui-se na maior fonte de matéria orgânica, sua quantidade e
natureza desempenham importante papel na formação e manutenção da fertilidade
desses e, conseqüentemente, de nutrientes para a flora e fauna do solo degradado.
Dada a importância da serrapilheira na auto-sustentabilidade dos ecossistemas
florestais, muitos pesquisadores têm conduzido trabalhos sobre a produção e
decomposição dessa e o retorno de nutrientes ao solo (GISLER, 1995).
Segundo Matias (2003), devido à grande pressão do uso dos recursos
naturais em função do aumento da população e às técnicas de manejo que têm sido
utilizadas para o cultivo, nem sempre há a preocupação com a sustentabilidade do
21
sistema. Essas técnicas utilizadas de forma inadequada causam a degradação do
solo. Em relação às propriedades físicas, há uma grande contribuição da matéria
orgânica. Nesse aspecto, Marin (2002) salienta a redução da densidade do solo, a
erosão e a melhoria da infiltração de água. Araújo et al. (2004), estudando um
Argissolo Amarelo na Amazônia, constataram maiores valores de densidade do solo
para pastagem e menores valores em mata nativa na camada superficial (0-10 cm),
comportamento inverso ao apresentado pela porosidade Esses autores detectaram
um solo com maior porosidade na mata, como um indicativo de ambiente pouco
perturbado e mais protegido das intempéries (sol, chuva e vento). Já para Fialho et
al. (1991), as características físicas do solo não são afetadas pelo uso (mata,
pastagem e eucalipto) até 20 cm de profundidade.
As perdas devido ao corte e à queima da biomassa provocam redução
significativa nos estoques de matéria orgânica e nutriente do solo, nesse contexto
Salcedo et al. (1993) observaram rápida diminuição nos reservatórios de nutrientes e
matéria orgânica nos meses imediatamente após a queima da vegetação. A
presença de árvores contribui para o enriquecimento da fertilidade do solo, pois,
além de reciclar os nutrientes contidos na biomassa vegetal favorece a manutenção
da umidade no sistema, assim a substituição das florestas naturais por pastos ou
áreas agrícolas ocasiona declínios nos níveis de matéria orgânica e de nutrientes do
solo (TIESSEN et al., 2003).
De acordo com estudos realizados por Pinheiro et al. (2004), a presenças de
gramíneas contribui para aumentos significativos na massa da fração leve da
matéria orgânica do solo, isso ocorre devido à elevada quantidade de palhada
adicionada ao solo.
Daniel (1999), em seu trabalho apresentado em simpósio, já afirmava que
dentre as vantagens dos sistemas agroflorestais tem-se melhoria das características
químicas, físicas e biológicas do solo, em função do potencial dos sistemas
radiculares das árvores poderem explorar profundidades do solo onde as culturas
agrícolas não podem, tornando a ciclagem de nutrientes mais eficientes por meio da
deposição de serrapilheira.
Marcelino (2002) afirma que, em pastagens, a serrapilheira é fundamental
para incorporar nutrientes ao sistema solo-planta-animal, principalmente o nitrogênio
proveniente da fixação biológica por leguminosas. Ainda segundo o mesmo autor,
22
grandes quantidades de matéria orgânica retornam ao solo anualmente, entretanto
existem poucas informações sobre a produção e a composição química da
serrapilheira de pastagens tropicais.
De acordo com Cuevas & Medina (1986), a quantidade e qualidade de
nutrientes fornecidos ao solo pela deposição da serrapilheira é variável, sendo
dependente, principalmente, das espécies que compõem a formação florestal e da
disponibilidade de nutrientes no solo. Segundo esses autores, a vegetação que
ocorre naturalmente em um local é adaptada aos suprimentos nutricionais existentes
no solo, apresentando uma eficiência de uso para cada nutriente. Com isso, as
vegetações presentes em determinado solo são ligadas diretamente à capacidade
nutricional que este solo tem de sustentar a vegetação, e também à capacidade de
ciclagem de nutrientes da vegetação.
Dessa forma, é necessário avaliar o comportamento das espécies em
relação às propriedades químicas e físicas do solo ou substrato da área degradada
a ser revegetada, pois é este que será o agente de suporte físico e mantedor
nutricional das espécies. Obviamente que o homem pode interferir melhorando
essas propriedades. Como exemplo dessas intervenções tem-se: o revolvimento do
solo; e a aplicação de matéria orgânica, corretivos e fertilizantes, dentre outras
técnicas (NAPPO, 2004).
23
3 - MATERIAL E METODOS
3.1 – Caracterização das Áreas de Estudo.
Para a realização dos trabalhos foram selecionadas, no ano de 2007, duas
áreas com características similares situadas no município de Cachoeiro de
Itapemirim – ES, com altitude em torno de 108 m. As parcelas foram instaladas em
áreas de mesma face de exposição (sentido oeste), mesma topografia e declividade
em condição de relevo forte ondulado, conforme EMBRAPA (1999). O tipo de solo
em ambas as áreas é classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico com
topografia acidentada e declividade média de 25°. A s parcelas experimentais foram
localizadas em duas áreas, estando a primeira área localizada na propriedade do
Senhor Rodrigo Caetano, coordenada geográfica Datum SAD69 UTM 24K 0260360 :
7701380, com histórico de cultivo de pastagem extensiva de capim Brachiaria sp. de
baixa tecnificação por um período de aproximadamente 50 anos, seguido de cultivo
de eucalipto híbrido (Eucalyptus urophila x E. grandis), espaçamento 3,0 x 3,0
metros, com 5 (cinco) anos de implantação. A segunda área está localizada na
propriedade do senhor Ézio Santos, coordenada geográfica Datum SAD 69 UTM
24K 0259630 : 7701458, em região limítrofe com a propriedade anterior e com
histórico de aproximadamente 55 anos de cultivo de pastagem extensiva de capim
Brachiaria sp. de baixa tecnificação (Figura 1).
O clima da região, segundo a classificação de Köppen (1900), é do tipo Aw,
clima tropical com estação seca no inverno e verão quente e chuvoso. A temperatura
média anual é de 23°C. A precipitação no ano agríco la 2006 - 2007 foi de 1774 mm,
sendo sua distribuição de forma irregular ao longo do ano (Figura 2).
24
Figura 1 – Imagem das áreas experimentais no município de Cachoeiro de Itapemirim, extraída do Google Earth em 20/06/2008. Fonte: Google (2008).
Figura 2 - Distribuição da precipitação pluviométrica do ano agrícola 2006 - 2007, em semanas, no município de Cachoeiro de Itapemirim. Fonte: NEDTEC - CCA - UFES (2008).
Foram locadas três posições topográficas para amostragem ao longo do
declive do terreno, em regiões consideradas exportadoras de materiais, conforme
demonstrado na Figura 3.
25
Figura 3 - Esquema demonstrativo das posições topográficas para a amostragem nas áreas de eucalipto e pastagem.
A divisão das posições topográficas foi realizada de forma eqüidistante com
espaçamento de 25 metros entre si e denominadas de terço inferior, médio e
superior, respectivamente. A distribuição dos pontos de amostragem dentro das
posições topográficas foi realizada de forma eqüidistante de 10 metros entre pontos
e conforme o modelo descrito na Figura 4 e Figura 5, respectivamente.
Figura 4 - Fotomontagem da demarcação da distribuição dos pontos de amostragem nas posições topográficas adotadas.
26
Figura 5 - Esquema demonstrativo da distribuição dos pontos de amostragem nas posições topográficas em cada uma das áreas.
3.2 – Avaliação dos Atributos do Solo
3.2.1 - Amostragem do Solo
As amostragens de solo para avaliação dos seus atributos físicos e químicos
foram realizadas nos meses de junho e julho de 2007. Para tal, foram retiradas
amostras deformadas e amostras indeformadas, com auxilio do trato tipo holandês e
amostrador de Uhland, respectivamente em duas profundidades de 0,00 - 0,20 m e
0,20 - 0,40 m do solo.
Dentro de cada tipo de uso do solo foram coletadas amostras em diferentes
posições topográficas (terço superior = TS, terço médio = TM e terço inferior = TI),
ao longo do declive, conforme indicado na Figura 3. Foram coletadas oito repetições
para cada posição topográfica, profundidade e tipo de uso do solo.
As determinações dos atributos físicos dos solos foram realizadas no
laboratório de Física do Solo do Centro de Ciências Agrárias da Universidade
Federal do Espírito Santo (CCA-UFES), tendo sido avaliadas as seguintes variáveis:
27
a) Densidade do solo
Foram obtidas amostras indeformadas de solo retiradas com amostrador tipo
Uhland e anel de aço (EMBRAPA, 1997), introduzindo o anel de aço no solo com o
auxílio do amostrador de Uhland até o preenchimento total do volume do anel, nas
duas profundidades em cada posição de amostragem e nos dois tipos de uso do
solo. O anel com o solo foi seco em estufa a 105ºC por aproximadamente 24 horas,
até peso constante. Após esse período, as amostras foram pesadas e determinou-se
a densidade do solo (Ds), em kg.dm-3
b) Densidade de partículas
Para o estudo da Densidade de partículas (Dp), foram utilizadas amostras
deformadas, e a rotina proposta pela EMBRAPA (1997), onde se utilizou o principio
da determinação do volume de álcool necessário para completar a capacidade do
balão volumétrico contendo solo seco em estufa, e determinou-se a densidade de
partículas em kg.dm-3.
b) Porosidade total
A porosidade total (Pt), que permite determinar o volume de poros totais do
solo ocupado por água e/ou ar, foi obtida indiretamente através da relação existente
entre a densidade do solo (Ds) e a densidade de partículas (Dp), de acordo com a
EMBRAPA (1997):
−=
Dp
DsVTP 1*100 (1)
em que:
VTP = Volume total de poros ou porosidade total;
Ds = Densidade aparente do solo;
Dp = Densidade de partículas do solo.
c) Macro e microporosidade
Para o estudo da microporosidade do solo (Mi), foram utilizadas amostras
indeformadas, retiradas, conforme descrição para densidade do solo. No laboratório,
essas amostras, depois de saturadas com água por aproximadamente 12 horas
foram colocadas em placas de cerâmica de 0,1 MPa (previamente saturadas) e
submetidas à sucção de 0,006 Mpa no aparelho extrator de Richards, conforme
28
metodologia proposta pela EMBRAPA (1997). Os valores da Macroporosidade foram
obtidos pela diferença entre a porosidade total e o volume de microporos
(EMBRAPA, 1997)
d) Análise granulométrica
Para o estudo das frações do solo, foi realizado o método da pipeta –
agitação lenta, conforme EMBRAPA (1997).
A determinação dos atributos químicos foi realizada no LAFARSOL do
Núcleo de Estudos e Difusão de Tecnologia- NEDTEC do Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo.
e) pH em água
O pH em água foi obtido mediante utilização de um potenciômetro com
eletrodo combinado, imerso em suspensão solo/água na proporção de 1:2,5, sendo
a leitura realizada diretamente no aparelho (EMBRAPA, 1997).
f) H + Al (Acidez potencial)
A acidez potencial (H + Al), em cmolc.dm-3, foi obtida segundo a metodologia
proposta pela EMBRAPA (1997), utilizando a solução de acetato de cálcio 0,5 mol.L-
1 como meio extrator e titulação com NaOH (0,025 mol.L-1).
O teor de H + Al, existente na amostra de solo, foi obtido pela equação 2:
H + Al (cmolc dm-3) = (L - Lb) x 1,65 (2)
em que:
L = volume em mililitros gasto na titulação da amostra;
Lb = volume em mililitros gasto na titulação da amostra em branco;
1,65 = fator de correção.
j) Cálcio (Ca), magnésio (Mg) e alumínio (Al)
Os teores de Ca, Mg e Al trocáveis, em cmolc.dm-3, foram obtidos segundo
metodologia proposta pela EMBRAPA (1997), utilizando a solução de KCl 1 mol.L-1,
como meio extrator .
29
Para a obtenção do teor de Al do solo, foi realizada a titulação com NaOH
(0,025 mol.L-1), sendo o teor de Al, em cmolc.dm-3, equivalente ao volume gasto na
titulação com NaOH.
Para a obtenção dos teores de Ca + Mg do solo, foi realizada a titulação com
EDTA (0,0125 mol L-1), sendo os teores de Ca + Mg, em cmolc dm-3, equivalente ao
volume gasto na titulação com EDTA. Para obtenção do teor de Ca, procedeu-se de
forma semelhante ao Ca + Mg. Já o teor de Mg, em cmolc dm-3, foi obtido pela
diferença entre os teores de Ca + Mg e o teor de Ca.
g) Fósforo (P) e potássio (K)
Os teores de P e K disponíveis, em mg dm-3, foram obtidos segundo
metodologia proposta pela EMBRAPA (1997), utilizando-se a solução de Mehlich 1,
como meio extrator.
O P foi determinado mediante a utilização de fotocolorímetro, usando filtro
vermelho, com comprimento de onda de 660 nm. Já a determinação do K foi
realizada com o uso de fotômetro de chama.
h) CTC potencial (T) e saturação por bases (V)
A partir da determinação dos atributos químicos Ca, Mg, K e H + Al,
realizaram-se os cálculos dos valores de T e V, conforme EMBRAPA (1997), através
das equações 2 e 3, respectivamente:
T (cmolc dm-3) = Ca2+ + + Mg2+ + + K+ + + Na+ + (H + Al) (3)
V (%) = (SB / T) x 100 (4)
em que:
SB (soma de bases trocáveis) = Ca2+ + Mg2+ + K+ (cmolc dm-3)
T (CTC potencial) = SB + (H + Al) (cmolc dm-3)
n) S-SO4
Foi realizado pelo método que se baseia em marcha analítica proposta por
Vitti (1989), ou seja, extração do sulfato por íons fosfato (500 mg de P/L) dissolvidos
em ácido acético 2,0 M e, posteriormente, quantificação do S disponível pela
medição, em colorímetro ou espectrofotômetro, da turbidez formada pela
precipitação de sulfato pelo cloreto de bário, conforme Embrapa (1999);
30
i) Matéria orgânica
Foi realizado pelo princípio do método volumétrico pelo bicromato de
potássio. O carbono da matéria orgânica da massa é oxidado a CO2 e o cromo (Cr)
da solução extratora é reduzido da valência +6 (Cr+6) à valência +3 (Cr+3). Na
seqüência, faz-se a titulação do excesso do bicromato de potássio pelo sulfato
ferroso amoniacal, conforme descrito pela Embrapa (1999);
31
3.3 – Retenção de Água no Solo e Água Disponível
As curvas de retenção de água do Latossolo Vermelho-Amarelo, por
secamento, foram determinadas conforme EMBRAPA (1997), a partir de amostras
deformadas, previamente peneiradas, que depois de saturadas por no mínimo 12
horas, foram levadas à câmara de pressão de Richards com placa porosa para
estabilização, adotando-se um tempo não inferior a três dias e posterior
determinação da umidade gravimétrica (U), correspondente às tensões de: 0,006;
0,010; 0,033; 0,10; 0,80 e 1,5 MPa, com três repetições. A umidade volumétrica (θ)
para cada uma das tensões foi obtida pelo produto da umidade gravimétrica pela
densidade do solo (θ = U. Ds).
Os valores médios de umidade volumétrica na curva de retenção de cada
solo foram ajustados utilizando-se o modelo matemático proposto por Van
Genuchten, descrito na equação 4:
θ = θr + (θs – θr) / [1+(α.h)n ]m (5)
em que:
θ = umidade a base de volume;
θr = umidade volumétrica residual a tensão de 15.000 cm de água;
θs = umidade volumétrica de saturação;
h = tensão em cm de água;
α, n e m = [1 - (1/n)] são parâmetros empíricos determinados pelo software Soil Water Retention Curves (SWRC), versão 2.0.
A água disponível (AD) foi calculada observando-se os valores de umidade
volumétrica na curva de retenção de cada solo para a capacidade de campo (CC)
determinada nas tensões de 0,006 MPa (CC1), 0,010 MPa (CC2) e 0,033 MPa
(CC3) e para o ponto de murcha permanente (PMP) na tensão de 1,5 MPa,
utilizando-se a expressão proposta por Centurion & Andrioli (2000):
AD = CC – PMP (6)
em que:
AD = água disponível;
CC = capacidade de campo;
PMP = ponto de murcha permanente.
32
3.4 – Quantificação da Biomassa
Para a avaliação da cobertura vegetal, foram quantificadas as biomassas da
parte aérea, nas áreas avaliadas com cobertura vegetal de pastagem, e a biomassa
da serrapilheira para o cultivo de eucalipto. A coleta das biomassas foi realizada com
auxilio de um gabarito de em forma de um quadrado de 1,0 m², por meio de
arranquio para a pastagem e coleta para a área de eucalipto, sendo seus volumes
secos em estufa de circulação fechada a 105 ºC por um período de 24 horas ate o
peso constante. Para a distribuição das unidades amostrais foi utilizada a técnica do
quadrado, sendo utilizado o quadrado com 1,0 m² lançado de forma aleatória e com
objetivo de se ter uma melhor representação de todas das posições de amostragem,
tendo oito repetições distribuídas aleatoriamente dentro de cada posição topográfica.
subparcela. Posteriormente, o volume foi pesado em balança para obtenção do peso
da matéria seca da biomassa.
3.5 - Análises estatísticas
Os atributos físicos e químicos do solo em estudo foram analisados segundo
um delineamento inteiramente casualizado distribuído em esquema de parcelas
subdivididas 2x2x3, tendo nas parcelas um fatorial 2X2, sendo 2 tipos de uso do solo
(eucalipto e pastagem) e 2 profundidades (0,00 - 0,20 e 0,20 - 0,40 m) do solo e nas
subparcelas as posições topográficas (terço superior=TS, terço médio=TM e terço
inferior=TI), com oito repetições.
Os resultados das biomassas foram analisados considerando-se o
delineamento inteiramente casualizado distribuído em esquema de parcelas
subdivididas 2x3, tendo nas parcelas 2 tipos de uso do solo (eucalipto e pastagem) e
nas subparcelas 3 posições topográficas (terço superior = TS, teço médio = TM e
terço inferior = TI), com oito repetições.
Os dados experimentais foram submetidos à análise de variância pelo teste
“F” e quando significativo foi aplicado o teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade, por meio do software SAEG 9.1.
33
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram avaliados os seguintes atributos do solo: areia grossa (AG), areia fina
(AF), silte (SILTE), argila (Arg), densidade do solo (Ds), densidade de partículas
(Dp), porosidade total (Pt), microporosidade (Micro) e macroporosidade (Macro),
sendo apresentadas separadamente para facilitar o entendimento.
4.1 – Atributos do Solo
4.1.1 - Atributos Físicos
4.1.1.1 – Frações Texturais
A avaliação dos atributos físicos do solo permitiu visualizar que a subdivisão
da área de estudos em posições topográficas, aqui denominados terços, é
significativa para os atributos físicos do solo: areia grossa (AG), areia fina (AF), silte
(SILTE), argila (Arg), densidade do solo (Ds), microporosidade (Micro) e
macroporosidade (Macro) e, dessa forma, procedeu-se os estudos de suas médias
na interação das variáveis com as subparcelas em estudo. A exceção ocorreu com
os atributos do solo densidade de partículas (Dp) e porosidade total (Pt), que não
apresentam significância estatística para nenhuma das variáveis estudadas.
Pode-se ainda, pelo presente estudo, visualizar que as posições
topográficas (terço superior = TS, terço médio = TM e terço inferior = TI) apresentam
interações significativas com o tipo de uso do solo e, dessa forma, procedeu-se os
estudos dessas interações.
Pela Tabela 1, visualiza-se que a análise de variância para os atributos areia
grossa (AG), areia fina (AF), silte (SILTE) e argila (Arg). A interação entre as
posições topográficas, profundidade e tipo de uso do solo (SxPxU) não é
significativa para os atributos em estudo. A interação entre as posições topográficas
e o tipo de uso do solo (SxU) é significativa para os atributos areia grossa (AG),
areia fina (AF) e argila (Arg) e, a interação entre as posições topográficas e a
profundidade (SxP) é significativa apenas para o atributo areia fina (AF). O fator
secundário, posições topográficas (S), é significativo para todos os atributos
estudados. Na parcela, observa-se que a interação entre os fatores primários tipo de
uso do solo e profundidade (UxP) é significativa para os atributos silte (SILTE) e
34
argila (Arg). O fator uso do solo (U) é significativo para os atributos areia grossa (AG)
e silte (SILTE). O fator profundidade (P) é significativo para todos os atributos em
estudo.
Tabela 1 - Análise de variância de areia grossa (AG), areia fina (AF), silte (SILTE) e argila (ARG) dos solos sob eucalipto e pastagem em duas profundidades e três posições topográficas e em diferentes sítios de amostragem
Fonte de variação GL Quadrado médio AG AF SILTE ARG Profundidade (P) 1 47828,3600 ** 1117,2050 ** 10592,6600 ** 126055,4000 ** Uso (U) 1 14520,8400 ** 15,5021 7756,7120 ** 811,8581 Interação PxU 1 554,6109 123,9082 8002,4520 ** 15410,2000 ** Resíduo A 28 1351,7630 59,6788 241,8963 1500,2000 P. Topográfica (S) 2 48518,9700 ** 1980,6880 ** 2088,1430 ** 49598,99 ** Interação SxP 2 156,8746 208,2444 * 4,9702 685,2518 Interação SxU 2 6059,3250 * 1035,6920 ** 164,2019 9094,2540 ** Interação SxPxU 2 137,6178 9,4445 428,6990 96,6144 Resíduo B 56 1374,7310 45,2496 327,5207 1274,9410 CV % 12,9440 8,7060 25,668 6,3109 Média Geral 286,4400 77,2660 70,506 565,7900
* significativo a 5% de probabilidade; e ** significativo a 1% de probabilidade.
Na Tabela 2, são apresentados os valores médios da interação SxU
observados para os atributos físicos areia grossa (AG), areia fina (AF) e argila, que
apresentam significância estatística na interação entre as posições topográficas e o
tipo de uso do solo.
Pode-se observar pela Tabela 2, que os maiores valores de areia grossa e
areia fina são encontrados no terço inferior do cultivo de pastagem, o que demonstra
um possível acúmulo dessa fração nessa posição topográfica, tal fato também fora
observado por Fonseca et al. (1993), e ainda que os maiores valores de argila são
encontrados nos terços superior e médio dos cultivos.
Os menores valores para a argila são encontrados no terço inferior das
áreas em estudo, e ao compará-los com a área sob cultivo de pastagem apresenta
valores menores em relação ao solo sob o cultivo de eucalipto, esse comportamento
pode ser atribuído ao processo de movimentação das frações no solo onde, de
acordo com Basic et al. (2002) e Soares et al. (2005), o processo de retirada das
frações do solo deve-se às águas pluviais colocarem essas partículas em suspensão
e arrastá-las, e dessa forma, as frações do solo não são retiradas igualmente pelo
processo erosivo.
35
Sendo assim, no processo do escorrimento superficial, as águas pluviais,
responsáveis pelo processo de erosão hídrica, apresentam menor velocidade de
escoamento no terço superior; e com seu avanço no sentido da pendente
topográfica, tendo sua velocidade aumentada, promovem uma maior remoção das
partículas mais leves no terço inferior das áreas, como pode ser observado na
Tabela 2, onde para ambos os tipos de uso do solo, esse comportamento é
observado. Contudo, o mesmo é mais intensificado no solo sob cultivo de pastagem,
tendo o solo sob cultivo de eucalipto apresentando maiores valores de argila no
terço inferior em relação ao solo sob cultivo de pastagem.
O resultado observado possivelmente decorre da maior proteção ao
processo erosivo, pela cobertura vegetal do cultivo de eucalipto, o que é corroborado
por Silva et al. (2007). Contudo Barreto et al. (2006,) ao estudarem o solo sob a
Mata Atlântica e compará-lo ao solo sob pastejo, o solo sob a mata apresentou
maior quantidade de argila e o solo sob pastejo menor quantidade, o que eles
atribuíram como sendo que, provavelmente no sistema de uso com pastagem, tenha
ocorrido uma diminuição devido ao processo de migração de argila no perfil do solo,
que ocasionou a saída da fração argila dos horizontes superficiais. Bono et al.
(2002) afirmam que, com base nos resultados por eles encontrados, os latossolos
sob manejo adequado apresentam perdas de solo em toneladas/ha inferiores aos
limites máximos aceitáveis para esse tipo de solo, sendo que as perdas, por eles
encontradas, variaram entre 6,8 a 18,0 ton ha-1 em solos com cultivo de Brachiaria
brizantha.
Os dados apresentados para o atributo do solo argila (Arg), na Tabela 2,
sugerem que, nos solos avaliados, esteja ocorrendo possível movimentação de
argila pela erosão da encosta, sendo mais intenso no solo sob pastagem. Contudo,
como as posições topográficas avaliadas encontram-se em regiões exportadoras de
materiais, as frações removidas dos solos não estão sendo depositadas em TI.
Segundo Imhoff (2002), a variação nos teores de argila é encontrada em
áreas de latossolos devido ao grau de pedogênese, características de superfícies
geomorfológicas (relevo) e material de origem, os quais são alguns dos principais
fatores responsáveis pelas mudanças seqüenciais nos atributos do solo ao longo do
gradiente de inclinação das vertentes.
36
Tabela 2 - Média de areia grossa (AG) em g.kg-1, areia fina (AF) em g.kg-1 e argila (Arg) em g.kg-1 na interação entre as posições topográficas (TI = terço inferior, TM = terço médio e TS = terço superior) e uso do solo (eucalipto e pastagem)
Posições Topográficas
Areia Grossa (AG) Areia Fina (AF) Argila (Arg)
Uso do Solo TI TM TS TI TM TS TI TM TS
Eucalipto 302,51
Ab
266,41
Ba
253,50
Ba
80,89
ABb
74,56
Ba
77,55
ABa
544,11
Ba
574,59
Aa
587,40,
Aa
Pastagem 358,87
Aa
276,03
Ba
261,31
Ba
91,57
ABa
73,55
Ba
65,47
CBb
499,68
Bb
583,75
Aa
605,22
Aa
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna não diferem significativamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Pela Tabela 3, observa-se que há diferença significativa nos teores de argila
existentes na profundidade do solo, sendo que para ambos os tipos de uso do solo,
a profundidade de 0,20-0,40 m apresenta resultados superiores ao da fração argila,
o que sugere que haja uma possível movimentação dessa fração pela erosão
percolação no perfil do solo. Observa-se ainda, ao se comparar os tipos de uso do
solo, que para a mesma profundidade, maiores valores de argila são encontrados no
solo sob cultivo de eucalipto.
Observando os valores obtidos para a fração silte, verifica-se que há
diferença significativa entre as profundidades, apenas para o solo sob cultivo de
eucalipto, com maiores valores na profundidade de 0,00-0,20 m. Ao avaliar o tipo de
uso do solo nessa mesma profundidade, observa-se maior valor de silte no solo sob
eucalipto.
Nas Tabelas 2 e 3, percebe-se que há um predomínio da fração argila (Arg)
em relação às demais frações, independente do tipo de uso do solo adotado e da
posição topográfica da amostragem. As diferenças existentes entre os atributos
areia, silte e argila podem estar associadas aos diferentes tipos de uso do solo
empregados e da cobertura vegetal existente nos mesmos, que deixam maior ou
37
menor proporção de área exposta às intempéries, como chuva, vento, ação
antrópica, dentre outros.
Tabela 3 - Médias de silte em g.kg-1 e argila em g.kg-1 na Interação entre profundidade e uso do solo
Silte Argila
Profundidade do Solo 0,00 – 0,20 0,20 – 0,40 0,00 – 0,20 0,20 – 0,40
Uso do Solo
Eucalipto 99,13 Aa 59,86 Ba 519,79 Ba 617,61 Aa
Pastagem 62,89 Ab 60,14 Aa 539,32 Ba 586,45 Ab
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna não diferem significativamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
4.1.1.2 – Porosidade, Densidade do Solo e Densidade de Partículas
Pela Tabela 4, visualiza-se que a análise de variância para os atributos
densidade do solo (Ds), densidade de partículas (Dp), porosidade total (Pt),
microporosidade (Micro) e macroporosidade (Macro).
A interação entre as posições topográficas, profundidade e tipo de uso do
solo (SxPxU) não é significativa para os atributos em estudo. A interação entre as
posições topográficas e o tipo de uso do solo (SxU) é significativa para os atributos
densidade do solo (Ds), microporosidade (Micro) e macroporosidade (Macro), a
interação entre as posições topográficas e a profundidade (SxP) não é significativa
para todos os atributos em estudo. O fator secundário, posições topográficas (S) é
significativo para os atributos densidade do solo (Ds), microporosidade (Micro) e
macroporosidade (Macro).
Na parcela, observa-se que a interação entre os fatores primários tipo de
uso do solo e profundidade (UxP), não é significativa para todos os atributos em
estudo. O fator uso do solo (U) não é significativo para os todos os atributos em
estudo. O fator profundidade (P) é significativo para o atributo profundidade (P).
38
Tabela 4 - Análise de variância dos atributos físicos densidade do solo (Ds) em kg dm-3, densidade de partículas (Dp) em kg dm-3, porosidade total (Pt) em m³ m-3, microporosidade (Micro) em m³ m-3 e macroporosidade (Macro) em m³ m-3, obtidas em duas áreas com diferentes tipos de uso do solo e em diferentes posições topográficas de amostragem
Fonte de variação GL Quadrado médio Ds Dp Pt Micro Macro Profundidade (P) 1 0,1212E-1 ** 0,6999E-5 0,1117E-2 0,1376E-2 0,1355E-4 Uso (U) 1 0,7748E-3 0,8677E-1 0,2481E-2 0,1898E-3 0,4044E-2
Interação PxU 1 0,1240E-2 0,6162E-1 0,6467E-3 0,1150E-2 0,3522E-2
Resíduo A 28 0,4428E-3 0,3433E-1 0,8514E-3 0,5566E-3 0,1618E-2
P. Topográfica (S) 2 0,2400E-1 ** 0,4258E-1 0,3022E-2 0,1263E-1 ** 0,2554E-1 ** Interação SxP 2 0,3447E-3 0,3913E-1 0,1662E-2 0,2726E-3 0,2145E-2
Interação SxU 2 0,1112E-1 ** 0,3840E-2 0,1974E-2 0,1363E-1 ** 0,2535E-1 ** Interação SxPxU 2 0,5960E-3 0,1071E-1 0,7183E-4 0,5218E-4 0,5971E-4
Resíduo B 56 0,6460E-3 0,4361E-1 0,1133E-2 0,5978E-3 0,2068E-2
CV % 2,1032 7,7380 6,1212 7,2916 21,1830 Média Geral 1,2085 2,6989 0,5500 0,3353 0,2147
* significativo a 5% de probabilidade; e ** significativo a 1% de probabilidade.
Por ter ocorrido significância estatística na avaliação dos fatores nas
posições topográficas, passa-se a estudar os fatores nas interações, como
evidenciado na Tabela 5. Observa-se que há significância estatística nas posições
topográficas para o solo sob cultivo de pastagem nos atributos avaliados: densidade
do solo, microporosidade do solo e, ainda, para a macroporosidade.
Como evidenciado na Tabela 5, nota-se que não há variação nos valores
observados tanto para a densidade do solo, como para micro e macroporosidade
nas posições topográficas dentro do uso do solo com o cultivo do eucalipto.
Contudo, valores semelhantes àqueles de densidade do solo apresentados pelo solo
sob cultivo de eucalipto foram encontrados por Fonseca et al. (1993) em solos sob
cultivos de várias espécies de eucalipto.
No solo sob o cultivo com pastagem, observa-se que há significância
estatística entre as posições topográficas para os atributos densidade do solo,
microporosidade e macroporosidade. Esse comportamento pode ser ocasionado
pelo pisoteio animal ocorrido na solo com o uso de pastagem, e agravado pela baixa
cobertura vegetal existente, o que provavelmente decorrerá em um processo de
compactação do solo, e por conseqüência com um aumento da densidade do solo, e
conseqüentemente um acréscimo nos valores da microporosidade e uma redução na
macroporosidade, como pode ser bem caracterizado pelos valores apresentados por
esses atributos na Tabela 5. Ainda nesta Tabela, pode-se observar que, esse
39
comportamento não é observado no solo sob o cultivo de eucalipto, uma vez que,
não há o pisoteio animal e a cobertura vegetal oferece maior proteção contra as
intempéries climáticas, minimizando a ação da compactação do solo.
Em relação à variação existente nos valores da macroporosidade do solo
sob uso de pastagem, comportamento semelhante foi evidenciado por Moreira et al.
(2005) que ao estudar os atributos físicos de um Latossolo Vermelho distrófico sob
pastagem degradada e recuperada, o autor concluiu que os valores de
macroporosidade foram sensíveis à ação do pisoteio na superfície,
independentemente, da maior quantidade de matéria orgânica produzida e da maior
colonização do perfil do solo pelo sistema radicular da forrageira. Com isso, é
diminuída a secção do solo para o escoamento vertical de água no perfil, o que
resulta em menor capacidade de infiltração de água no solo e maior exposição à
erosão. Fonseca et al. (2007) afirma que a redução da macroporosidade do solo tem
efeito na taxa de infiltração de água e na resistência mecânica à penetração de
raízes. Dessa forma, os resultados obtidos nos permitem inferir que o solo sob
cultivo de pastagem na posição topográfica do terço superior apresenta menor
infiltração, uma que vez que apresenta menores valores de macroporosidade e
maiores valores de densidade do solo.
Sobre a microporosidade, sabe-se que reduções acentuadas prejudicam
principalmente o armazenamento de água no solo e o seu aumento pode indicar
compactação do solo, quando associado à diminuição da macroporosidade
(Fonseca et al., 2007).
40
Tabela 5 – Médias da densidade do solo em kg.dm-3, micro e macro porosidade em m3.m-3 na interação entre as posições topográficas (TI = terço inferior, TM = terço médio e TS = terço superior) e tipo de uso do solo
Densidade do Solo Microporosidade Macroporosidade
Posições Topográficas
Uso do Solo TI TM TS TI TM TS TI TM TS
Eucalipto 1,20
Aa
1,21
Aa
1,21
Ab
0,33
Aa
0,34
Aa
0,33
Ab
0,22
Ab
0,22
Aa
0,22
Aa
Pastagem 1,16
Cb
1,22
Ba
1,25
Aa
0,30
Cb
0,34
Ba
0,38
Aa
0,27
Aa
0,20
Ba
0,16
Bb
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna não diferem significativamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
4.1.2 - Atributos Químicos
A avaliação dos atributos químicos do solo permitiu visualizar que a
subdivisão da área de estudos em sitio, aqui denominados terços, é significativa
para os atributos químicos do solo: pH (H2O), alumínio (Al), acidez potencial (H+Al),
saturação em alumínio (m), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg),
sódio (Na), capacidade de troca de cátions (CTC), soma de bases (SB) e saturação
de bases (V), e sendo assim, procedeu-se o estudo das suas médias na interação
da subparcela. Os atributos químicos, carbono orgânico (CO) e mátria orgânica
(MO), não apresentam significância estatística para a divisão em sítio e, dessa
forma, procedeu-se seu estudo dentro do tipo de uso do solo.
4.1.2.1 – pH, Alumínio, Acidez Potencial e Saturação em Alumínio.
Pela Tabela 6, visualiza-se a análise de variância para os atributos pH,
alumínio (Al), acidez potencial (H+Al) e saturação de alumínio (m). Vê-se que a
interação entre as posições topográficas, profundidade e tipo de uso do solo
(SxPxU) não é significativa para os atributos em estudo. A interação entre as
posições topográficas e o tipo de uso do solo (SxU) é significativa para os atributos
alumínio (Al) e saturação em alumínio (m). A interação entre as posições
41
topográficas e a profundidade (SxP) não é significativa para os atributos em estudo.
O fator secundário, posições topográficas (S), é significativo para todos os atributos
estudados. Na parcela, observa-se que a interação entre os fatores primários tipo de
uso do solo e profundidade (UxP) não é significativa para os atributos em estudo. O
fator uso do solo (U) é significativo para todos os atributos em estudo. O fator
profundidade (P) é significativo apenas para o atributo acidez potencial (H+Al).
Observa-se pela Tabela 6, que a divisão em posições topográficas é
significativa e, dessa forma, passa-se a estudar os fatores dentro de suas
interações. Observa-se ainda, que as interações entre o uso do solo e as posições
topográficas (S) são significativas para os atributos do solo avaliados, sendo eles Al
(alumínio) e m (saturação em alumínio).
Tabela 6 - Análise de variância dos atributos químicos (pH em H2O, Al em cmolc.dm-3, H+Al em cmolc.dm-3, S-SO4 em mg.dm-3 e m em %) obtida em duas áreas com diferentes tipos de uso do solo e em diferentes sítios de amostragem
Fonte de variação GL Quadrado Médio PH Al H+Al M Profundidade (P) 1 0,2600E-1 0,1134 7,7942 ** 186,4598 Uso (U) 1 5,2453 ** 3,0816 ** 50,7582 ** 8913,9390 ** Interação PxU 1 0,8166 0,1041E-1 0,7228E-1 1,4516 Resíduo A 28 0,8120 0,2896E-1 0,6309 85,6682 P. Topográficas (S) 2 1,7424 ** 0,4098 ** 5,7092 ** 1555,1710 ** Interação SxP 2 0,3331E-2 0,7578E-2 0,8008E-1 22,8851 Interação SxU 2 0,3283E-1 0,3737 ** 0,4599 1346,8090 ** Interação SxPxU 2 0,1090E-1 0,1033E-1 0,5484 23,1595 Resíduo B 56 0,3832E-1 0,1491E-1 0,4653 73,6128 CV % 3,8569 56,0960 17,5710 70,7700 Média Geral 5,0756 0,2171 3,8821 12,1230
* significativo a 5% de probabilidade; e ** significativo a 1% de probabilidade.
Conforme os dados apresentados, na Tabela 7, e de acordo com os limites
de interpretação de análise de solo proposto por Dadalto & Fullin (2001), podem ser
considerados baixos os valores de Al para os terços inferior e médio e classificados
como médios para o terço superior, no solo sob uso de eucalipto. Com relação à
saturação de alumínio (m), pode-se classificar os valores obtidos como baixo nos
terços inferior e médio, e os valores obtidos para o terço superior ficam próximos ao
limites fixados pelo autor como sendo baixo e médio para o mesmo uso do solo.
42
Para o atributo químico Al, pode-se observar, na Tabela 7, não há diferença
entre os valores obtidos nos terços das posições topográficas, o que pode ser
atribuído ao fato conhecido de que quando o pH atinge valores acima de 5,5,
praticamente, todo o alumínio fica precipitado, não oferecendo toxidez às plantas.
Como foi observado neste trabalho, nos terços inferior e médio, os valores de pH
estão acima de 5,5, sendo obtidas as médias de 6,3147, 6,0638 e 4,8484, para as
posições topográficas terços inferior, médio e superior, dessa forma, os níveis de Al
no solo são próximos ou iguais a zero. Segundo Dadalto & Fullin (2001), teores de Al
até 0,3 cmolc.dm-3 são considerados baixos para os solos no Espírito Santo.
Nota-se pela Tabela 7, que os valores de alumino obtidos neste trabalho,
apresentam uma tendência de aumento do terço inferior para o terço superior no
solo sob cultivo de eucalipto, e no solo sob o cultivo de pastagem apresenta-se
estável nos terços. Observações semelhantes foram encontradas por Fonseca et al.
(1993) ao estudarem atributos químicos em latossolo sob eucalipto, pastagem e
mata nativa. O mesmo autor observou ainda que o conteúdo de Al trocável no solo
apresenta um decréscimo com a profundidade.
Tabela 7 – Estudo das médias dos atributos químicos alumínio (Al) e saturação em alumínio (m) na interação entre posições topográficas (TI = terço inferior, TM = terço médio e TS = terço superior) e tipo de uso
Posições Topográficas
Alumínio M
Uso do Solo TI TM TS TI TM TS
Eucalipto 0,24 Ba 0,30 Ba 0,65 Aa 14,42 Ba 13,57 Ba 37,29 Aa
Pastagem 0,03 Ab 0,04 Ab 0,04 Ab 2,05 Ab 2,36 Ab 3,05 Ab
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna não diferem significativamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
43
4.1.2.2 – Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Sódio
Conforme resultados apresentados na Tabela 8, visualiza-se a análise de
variância para os atributos fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e
sódio (Na). Nota-se que a interação entre as posições topográficas, profundidade e
tipo de uso do solo (SxPxU) não é significativa para os atributos em estudo. A
interação entre as posições topográficas e o tipo de uso do solo (SxU) é significativa
para os atributos fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg). A interação
entre as posições topográficas e a profundidade (SxP) não é significativa para todos
os atributos em estudo. O fator secundário, posições topográficas (S) é significativo
para todos os atributos estudados. Na parcela, observa-se que a interação entre os
fatores primários, tipo de uso do solo e profundidade (UxP) é significativa apenas
para o atributo potássio (K). O fator uso do solo (U) é significativo para todos os
atributos em estudo. O fator profundidade (P) é significativo para os atributos
potássio (K), magnésio (Mg) e sódio (Na).
Conforme os dados apresentados na Tabela 8, pode-se visualizar que há
significância estatística para os atributos químicos avaliados, passando-se dessa
forma, a estudar as interações existentes entre as subparcelas e os fatores
avaliados. Nota-se que, na Tabela 8, os valores obtidos são significativos para a
interação e, sendo assim, foram estudados os fatores dentro das posições
topográficas.
Tabela 8 - Análise de variância dos atributos químicos (fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) e sódio (Na)), obtidas em duas áreas com diferentes tipos de uso do solo e em diferentes posições topográficas de amostragem
Fonte de variação GL Quadrado Médio P K Ca Mg Na Profundidade (P) 1 0,4654 1549,6300 ** 0,1504 0,6337 ** 9,8816 * Uso (U) 1 9,0694 ** 2251,3750 ** 1,6537 ** 1,3537 ** 141,1360 ** Interação PxU 1 0,2327E-2 701,4609 ** 0,4166E-1 0,1066 0,6337 Resíduo A 28 0,3209 52,3796 0,1478 0,3133E-1 1,7183 P. Topográficas (S) 2 0,2057 * 887,8064 ** 1,2800 ** 0,3190 ** 7,7266 ** Interação SxP 2 0,2273 69,3363 0,2041E-1 0,3218E-1 1,0004 Interação SxU 2 1,6056 ** 1547,3540 ** 0,8262 ** 0,4840 ** 1,9162 Interação SxPxU 2 0,7308 64,6953 0,1679 0,1013 2,0150 Resíduo B 56 0,2929 62,6361 0,1630 0,4892E-1 1,1323 CV % 30,9580 34,2160 38,9200 37,6510 28,1730 Média Geral 1,7482 23,1300 1,0375 0,6875 3,7771
* significativo a 5% de probabilidade; e ** significativo a 1% de probabilidade.
44
A Tabela 9 apresenta os resultados médios dos atributos químicos fósforo
(P) em mg.dm-3, potássio (K) em mg.dm-3, cálcio (Ca) em cmolc.dm-3 e magnésio
(Mg) em cmolc.dm-3 na interação entre as posições topográficas e o tipo de uso do
solo.
De acordo com os limites de interpretação do nível de fertilidade proposto
por Dadalto de & Fullin (2001), os valores obtidos para os atributos P, K e Ca podem
ser considerados baixos, com exceção do valor obtido no terço médio para o solo
sob eucalipto, que apresenta valores de K médios. Não ocorrem diferenças
significativas entre os valores de K observados nos terços. Os valores de P e K
encontrados no solo sob eucalipto são significativamente superiores aos observados
no solo sob pastagem, sendo comportamento semelhante observado para o Mg. De
acordo com Silva et al. (2007), que ao estudarem as alterações nas propriedades
químicas de um chernossolo sob diferentes coberturas vegetais, resultados
semelhantes foram observados, tendo, os autores, descrito que os valores por eles
observados reduziam na sucessão da vegetação, ou seja, maiores teores na mata
nativa, menores na capoeira e ainda mais baixos na pastagem.
Moreira et al. (2005) ao comparar os atributos do solo de uma pastagem
recuperada com uma pastagem degradada, ambas sob um Latossolo Vermelho
Distrófico, observou que maiores P foram encontrados no solo sob a pastagem
recuperada. Esse comportamento pode também ser observado neste trabalho, uma
vez que o solo sob cultivo de eucalipto apresentava um logo histórico com cultivo de
pastagem de baixa capacidade tecnológica e atualmente apresenta valores
superiores de P aos observados no solo sob o cultivo de pastagem. Contudo,
Cordeiro (2006), ao estudar atributos edáficos em áreas de pastagem plantada em
relevo movimentado no noroeste do Rio de Janeiro, observou que maiores valores,
de maneira geral, ocorrem nos terços inferior e médio da encosta em relação ao
terço superior, comportamento inverso ao observado neste trabalho para o P e K,
mas condizente aos valores observados para o Ca no solo sob pastagem. Uma
possível explicação, pode ser atribuída ao fato do terço superior teoricamente
apresentar maiores perdas por lixiviação e erosão laminar, com um acúmulo de Ca
nos terços médio e inferior, o que é corroborado por Moreira et al. (2005), que afirma
que embora Mg e K também sejam lixiviados, o Ca foi lixiviado em maior quantidade
devido à sua maior concentração no sítio dos colóides, sendo que esse processo
45
ocorre rapidamente nas camadas da superfície úmida dos solos, o que explicaria os
menores teores de Ca observados no terço superior do solo sob eucalipto.
Tabela 9 – Medias de P em mg.dm-3, K em mg.dm-3, Ca em cmolc.dm-3 e Mg em cmolc.dm-3, na interação entre as posições topográficas (TI = terço inferior, TM = terço médio e TS = terço superior) e tipo de uso do solo
Posições Topográficas Posições Topográficas
Uso do Solo TI TM TS TI TM TS
P K
Eucalipto 2,37 Aba 1,97 ABa 1,82 Ba 21,97 Ba 41,72 Aa 20,23 Ba
Pastagem 1,30 Ab 1,39 ABb 1,64 ABa 16,46 Aa 16,52 Ab 21,89 Aa
Ca Mg
Eucalipto 1,16 Aa 1,03 Aa 0,53 Bb 0,68 Ba 0,91 Aa 0,53 Ba
Pastagem 1,31 Aa 1,04 Aa 1,15 Aa 0,34 Bb 0,49 ABb 0,57 ABa
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna não diferem significativamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
4.1.2.3 – Carbono Orgânico, Matéria Orgânica, Capacidade de Troca de
Cátions, Soma de Bases e Saturação por Bases.
A Tabela 10, apresenta a análise de variância para os atributos carbono
orgânico (CO), matéria orgânica (MO), capacidade de troca de cátions (CTC), soma
de bases (SB) e saturação por bases (V). A interação entre as posições
topográficas, profundidade e tipo de uso do solo (SxPxU) não é significativa para os
atributos em estudo. A interação entre as posições topográficas e o tipo de uso do
solo (SxU) não é significativa para carbono orgânico (CO) e matéria orgânica (MO) e
é significativa para os atributos capacidade de troca de cátions (CTC), soma de
bases (SB) e saturação por bases (V). A interação entre as posições topográficas e
a profundidade (SxP) não é significativa para todos os atributos em estudo. Nos
efeitos primários e secundários, o fator secundário, posições topográficas (S) não é
significativo para os atributos carbono orgânico (CO) e matéria orgânica (MO). Nos
efeitos primários da parcela, observa-se que a interação entre os fatores primários,
46
tipo de uso do solo e profundidade (UxP) é significativa apenas para o atributo
carbono orgânico (CO) e matéria orgânica (MO). O fator uso do solo (U) é
significativo para a capacidade de troca de cátions (CTC) e soma de bases (SB). O
fator profundidade (P) não é significativo para o atributo saturação por bases (V) e é
significativo para os demais. Considerando as significâncias estatísticas das
interações, passa-se a estudá-las dentro das posições topográficas e os fatores
avaliados.
Tabela 10 - Análise de variância dos atributos químicos CO, MO, CTC, SB e V, obtidas em duas áreas com diferentes tipos de uso do solo e em diferentes sítios de amostragem
Fonte de variação GL Quadrado Médio CO MO CTC SB V Profundidade (P) 1 127,5143 ** 378,9950 ** 16,2880 ** 1,6855 * 0,2335 Uso (U) 1 2,9387 8,7343 50,0091 ** 0,2784E-2 1449,6990 ** Interação PxU 1 23,6051 ** 69,2668 ** 0,4624 0,3540 12,9677 Resíduo A 28 3,0075 8,9391 0,7625 0,2699 64,0154 P. Topográficas (S) 2 2,4203 7,1935 3,1876 * 1,3723 * 746,4897 ** Interação SxP 2 7,9075 23,5025 0,3512E-1 0,8081E-1 37,8825 Interação SxU 2 8,3970 24,9575 4,2705 ** 2,8578 ** 257,5586 * Interação SxPxU 2 4,9601 14,7425 2,0406 0,4955 9,3124 Resíduo B 56 4,2452 12,6175 0,7914 0,3404 58,3461 CV % 21,9240 21,9240 15,9360 34,3110 24,7480 Media Geral 9,3980 16,2020 5,5827 1,7006 30,8650
* significativo a 5% de probabilidade; e ** significativo a 1% de probabilidade.
Os valores apresentados, na Tabela 11, dos atributos químicos CTC em
cmolc.dm-3, SB em cmolc.dm-3 e V em %, demonstram melhores resultados da CTC
e SB nos terço médio para o solo sob cultivo de eucalipto e no terço superior. Ao se
comparar os tipos de uso do solo, observa-se que os valores obtidos no solo sob
eucalipto são superiores àqueles encontrados no solo sob pastagem, o que pode
demonstrar uma recuperação dos atributos químicos desse solo.
Silva et al. (2007) observaram maiores valores de CTC, SB e V em solos
cobertos por mata, seguidos pela capoeira e por último em pastagem.
Comportamento semelhante pode ser atribuído aos valores observados neste
trabalho, uma vez que, de maneira geral, maiores valores são observados no solo
sob eucalipto, quando comparados aos valores obtidos no solo sob pastagem.
Conseqüentemente, conclui-se que a eucalipto, no mínimo, mostra-se eficiente na
manutenção dos nutrientes dos atributos do solo, apresentando mais um indicativo
que evidencia uma pequena melhora nos índices de fertilidade, o que poderá
influenciar na recuperação do mesmo.
47
Na Tabela 11, pode-se visualizar maiores valores de CTC e SB no solo sob
eucalipto. Comportamento semelhante foi observado por Barreto et al. (2006) que
observou que solo com pastagem apresentou CTC significativamente menor em
relação aos demais sistemas, ao comparar a mesma com Mata nativa e plantio de
cacau.
Tabela 11 – Média dos atributos químicos CTC, SB e V, na interação entre posições topográficas (TI = terço inferior, TM = terço médio e TS = terço superior) e tipo de uso do solo
CTC SB V
Posições Topográficas
Uso do Solo TI TM TS TI TM TS TI TM TS
Eucalipto 5,95
Ba
6,91
Aa
6,05
Ba
1,91
Aa
2,06
Aa
1,12
Bb
32,79
Aa
29,71
Aa
18,44
Bb
Pastagem 4,50
Bb
4,74
ABb
5,34
ABb
1,71
Aa
1,60
Ab
1,80
Aa
37,42
Aa
34,06
Aa
32,77
Aa
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna não diferem significativamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Os resultados, na Tabela 12, evidenciam as médias dos atributos CO
(carbono orgânico) e MO (matéria orgânica) na interação significativa entre a
profundidade do solo e o tipo de uso do solo. Pode-se observar que nos valores
obtidos tanto para o C como para a MO, não há diferença significativa para o uso do
solo na profundidade de 0,00 – 0,20 m, contudo ao se observar os valores
apresentados na profundidade de 0,20 – 0,40 m, nota-se que há diferença
significativa, tendo o solo sob o cultivo de eucalipto apresentado melhores valores, o
que nos permite levantar a hipótese de um maior acúmulo de material orgânico no
perfil do solo.
O carbono orgânico é o principal constituinte da matéria orgânica do solo.
Segundo Marchiori Júnior & Melo (2000), quando se altera o manejo do solo, a
matéria orgânica sofre rápidas alterações, atingindo posteriormente um novo
equilíbrio.
48
Considerando que os latossolos são solos que normalmente apresentam
baixa fertilidade, o aumento do conteúdo de material orgânico no perfil do solo,
tende a uma melhora na fertilidade do solo, uma vez que, sabe-se que a matéria
orgânica é responsável por boa parte das cargas existente nesse tipo de solo.
Segundo Fonseca et al. (2007), nas primeiras camadas de solo, os
processos de transformação da matéria orgânica pela atividade microbiana são mais
intensos, o que proporciona acúmulo de carbono orgânico nessa profundidade,
como pode ser observado na Tabela 12.
Tabela 12 - Estudo das médias dos atributos CO em g.kg-1 e MO em g kg-1 na interação entre profundidade e tipo de uso do solo
CO MO
Profundidade
Uso do Solo 0,00 – 0,20 0,20 – 0,40 0,00 – 0,20 0,20 – 0,40
Eucalipto 10,23 Aa 8,91 Ba 17,64 Aa 15,37 Ba
Pastagem 10,87 Aa 7,58 Bb 18,74 Aa 13,06 Bb
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na linha e minúsculas na coluna não diferem significativamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Moreira et al. (2005), em seus trabalhos, observaram maiores concentrações
de matéria orgânica em área de pastagem recuperada, em todas as profundidades
estudadas. Esses mesmos autores afirmaram que o manejo animal extensivo, em
geral, não obedece ao ciclo de desenvolvimento das forrageiras, prejudicando a sua
produção de matéria seca que, em última instância, resulta na degradação química
do solo e baixa produção de matéria orgânica. Segundo Schaefer et al. (2002), a
degradação das pastagens ocorre com perda de matéria orgânica proporcional à
sua concentração no solo, além de perdas de nutrientes como P, K, Ca e Mg. Já
Barreto et al. (2006) afirmam que quanto ao cultivo com gramínea, por apresentar
sistema radicular profundo com raízes ramificadas, o resíduo da renovação dessas
pode estar contribuindo para aumentar o aporte de carbono orgânico ao solo, o que
justificaria a não ocorrência de diferença significativa na profundidade de 0,00 – 0,20
m dos solos, apesar da diferença entre as coberturas vegetais.
49
4.2 – Água no Solo
4.2.1 - Curva de Retenção de Água no Solo
Os Gráficos 1 e 2 exibem as curvas de retenção de água do Latossolo
Vermelho-Amarelo (LV) nas profundidades de 0,00 – 0,20 m e 0,20 – 0,40 m para as
coberturas vegetais de eucalipto e pastagem, em que os teores de umidade
volumétrica foram determinados na câmara de pressão de Richards, ajustados pelo
modelo matemático de Van Genuchten (1980), cujos parâmetros empíricos (α, n e
m) foram obtidos mediante programa computacional elaborado por Dourado Neto et
al. (2000).
Pela análise do Gráfico 1, nota-se semelhança entre as curvas de retenção
de água no solo sob cultivo de eucalipto, nos terços inferior e médio, para as
profundidades de 0,00 – 0,20 m e 0,20 – 0,40 m. De forma geral, os conteúdos de
água disponível do solo (AD) para as plantas, considerada como teor de água retida
entre a capacidade de campo (CC) e o ponto de murcha permanente (PMP), obtidos
na profundidade de 0,20 – 0,40 m (TI= 0,267 m3.m-3; TM= 0,232 m3.m-3; e TS= 0,197
m3.m-3) são mais elevados que os obtidos na profundidade de 0,00 – 0,20 m (TI=
0,237 m3.m-3; TM= 0,185 m3.m-3; e TS= 0,110 m3.m-3), ressaltando a importância da
fração argila e da matéria orgânica na retenção de água pelo solo e dinâmica no
movimentação da água no perfil. Porém, para elevadas pressões, ou seja, valores
baixos de potencial matricial, o terço médio apresenta valores de umidade
volumétrica na profundidade de 0,00 – 0,20 m superiores aos encontrados na
profundidade de 0,20 – 0,40 m, o que sugere ligeira compactação do solo. Já para o
terço superior, chama atenção o modelo que descreve a curva de retenção de água
na profundidade de 0,00 – 0,20 m pelos elevados teores observados a baixos
potenciais, quando comparados aos obtidos na profundidade de 0,20 – 0,40 m, o
que sugere compactação do solo, como também, pode estar relacionado com o fato
de o terço superior ser uma área exportadora de materiais, com relevo
movimentado, sendo assim, mais susceptível a erodibilidade.
50
Gráfico 1 – Gráficos da curva de retenção de água no solo sob o cultivo de eucalipto por posições topográficas: terço inferior (TI), terço médio (TM) e terço superior (TS).
EUCALIPTO_TS
0,0001
0,001
0,01
0,1
1
10
0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Umidade Volumétrica (m³ m-³)
Ψm
(-M
Pa)
Prof 0 - 20 Prof 20 - 40
EUCALIPTO_TI
0,0001
0,001
0,01
0,1
1
10
0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Umidade Volumétrica (m³ m-³)
Ψm
(-M
Pa)
Prof 0 - 20 Prof 20 - 40
EUCALIPTO_TM
0,0001
0,001
0,01
0,1
1
10
0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Umidade Volumétrica (m³ m-³)
Ψm
(-M
Pa)
Prof 0 - 20 Prof 20 - 40
51
Pela análise do Gráfico 2, observa-se que as curvas de retenção de água no
solo sob cultivo de pastagem nos terços inferior e médio, para ambas as
profundidades avaliadas, apresentam comportamento distintos. Os conteúdos de
água disponível do solo (AD) obtidos na profundidade de 0,20 – 0,40 m (TI= 0,132
m³ m-3; TM= 0,200 m³ m-3; e TS= 0,222 m³ m-3) são mais elevados que os obtidos na
profundidade de 0,00 – 0,20 m (TI= 0,117 m3.m-3; TM= 0,147 m3.m-3; TS= 0,206
m3.m-3). Com isso, pode-se visualizar que no terço inferior o solo apresenta menor
conteúdo de água disponível em relação aos terços médio e superior,
comportamento esse que pode ser atribuído a um menor percentual de microporos
existentes nesse terço da encosta, como demonstrado na Tabela 9, dentre outros
aspectos. Nota-se, ainda, que no terço médio e para baixos valores de potencial
matricial, os valores de umidade volumétrica à profundidade de 0,00 – 0,20 m são
superiores aos obtidos na profundidade de 0,20 – 0,40 m, o que, conforme descrito,
anteriormente, sugere a compactação do solo.
53
Gráfico 2 – Gráficos da curva de retenção de água no solo sob o cultivo de pastagem por posições topográficas: terço inferior (TI), terço médio (TM) e terço superior (TS).
PASTAGEM_TI
0,0001
0,001
0,01
0,1
1
10
0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Umidade Volumétrica (m³ m-³)
Ψm
(-M
Pa)
Prof 0 - 20 Prof 20 - 40
PASTAGEM_TM
0,0001
0,001
0,01
0,1
1
10
0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Umidade Volumétrica (m³ m-³) Ψ
m (
-MP
a)Prof 0 - 20 Prof 20 - 40
PASTAGEM_TS
0,0001
0,001
0,01
0,1
1
10
0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Umidade Volumétrica (m³ m-³)
Ψm
(-M
Pa)
Prof 0 - 20 Prof 20 - 40
54
Ao se comparar as curvas de retenção de água no solo sob as diferentes
coberturas vegetais, observa-se semelhança entre as curvas obtidas na
profundidade de 0,20 – 0,40 m e comportamentos diferentes para aquelas obtidas
na profundidade 0,00 – 0,20 m. Esse fato pode ser atribuído à menor cobertura
vegetal existente no solo sob pastagem em relação ao solo sob eucalipto, uma vez
que as camadas mais superficiais do solo tendem a sofrer maiores interferências do
processo de perda de solo, tanto por erosão hídrica como eólica, sendo que a
porosidade do solo é um atributo sensível à ação do pisoteio na superfície. Com
isso, é diminuída a secção do solo para o escoamento vertical de água no perfil, o
que resulta em menor capacidade de infiltração de água no solo e maior exposição à
erosão.
4.2.2 - Água Disponível no Solo
Os conteúdos de água disponível para os mesmos níveis de capacidade de
campo (CC1=0,006 MPa, CC2= 0,010 MPa e CC3= 0,033 MPa) do Latossolo
Vermelho-Amarelo (LV) sob o cultivo de eucalipto são superiores aos obtidos no
solo sob cultivo de pastagem (Gráfico 3). Os valores obtidos na tensão de 0,010
MPa e 0,033 MPa representam, respectivamente, 89,82% e 67,35% no LV sob
cultivo de eucalipto para a profundidade de 0,00 – 0,20 metros e 76,23% e 72,90%
no LV sob cultivo de pastagem para a mesma profundidade, em relação aos obtidos
na tensão de 0,006 MPa. Por sua vez, os menores valores de água disponível, em
ambos os solos, são obtidos na capacidade de campo determinada na tensão de
0,033 Mpa, sendo o valor obtido para o solo sob pastagem inferior ao obtido no solo
sob eucalipto.
55
0,21810,2015 0,1959
0,15360,1469
0,1304
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25U
mid
ade
Vol
umét
rica
m³.
m-³
CC1 CC2 CC3
LV sob cultivo de Eucalipto 0,00-0,20 LV sob cultivo de Pastagem 0,00-0,20
Gráfico 3 – Valores de água disponível dos Latossolos Vermelho-Amarelo (LV) sob cultivos de eucalipto e de pastagem na profundidade de 0,00 – 0,20 metros, nos níveis de capacidade de campo: CC1=0,006 MPa, CC2= 0,010 MPa e CC3= 0,033 MPa.
Os conteúdos de água disponível para os mesmos níveis de capacidade de
campo (CC1=0,006 MPa, CC2= 0,010 MPa e CC3= 0,033 MPa) do Latossolo
Vermelho-Amarelo (LV) sob o cultivo de eucalipto são superiores aos obtidos no
solo sob cultivo de pastagem (Gráfico 4). Os valores obtidos na tensão de 0,010
MPa e 0,033 MPa representam, respectivamente, 89,75% e 66,35% no LV sob
cultivo de eucalipto para a profundidade de 0,20 – 0,40 metros e 76,23% e 64,71%
no LV sob cultivo de pastagem para a mesma profundidade, em relação aos obtidos
na tensão de 0,006 MPa. Por sua vez, os menores valores de água disponível, em
ambos os solos, são obtidos na capacidade de campo determinada na tensão de
0,033 MPa.
56
0,2214 0,21510,1987
0,1636
0,1399 0,1344
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25U
mid
ade
Vol
umét
rica
m³.
m-³
CC1 CC2 CC3
LV sob cultivo Eucalipto 0,20-0,40 LV sob cultivo Pastagem 0,20-0,40
Gráfico 4 – Valores de água disponível dos Latossolos Vermelho-Amarelo (LV) sob cultivos de eucalipto e de pastagem na profundidade de 0,20 – 0,40 metros, nos níveis de capacidade de campo: CC1=0,006 MPa, CC2= 0,010 MPa e CC3= 0,033 MPa.
Assim, a capacidade de campo determinada na tensão de 0,033 MPa não
representa a máxima retenção de água dos solos estudados, o que é corroborado
por Reichardt (1988).
Observa-se, ainda, nos Gráficos 3 e 4, comportamento semelhante para
ambas as profundidades, onde o solo sob eucalipto apresenta valores maiores do
que os encontrados para o solo sob cultivo de eucalipto, independentemente do
nível de capacidade de campo, o que demonstra maior disponibilidade de água no
solo sob esse tipo de uso.
57
4.3 – Quantificação de Biomassa Vegetal
Os rendimentos em biomassa vegetal foram analisados considerando-se o
delineamento inteiramente casualizado distribuído em esquema de parcelas
subdivididas, tendo nas parcelas os tipos de uso do solo (eucalipto e pastagem) e
nas posições topográficas de amostragem (TS, TM e TI), com oito repetições. Os
dados experimentais foram submetidos à análise de variância pelo teste “F” e
posteriormente, aplicado o teste de Tukey a 5%, para comparação entre as médias,
por meio do software SAEG.
Pela Tabela 13, visualiza-se que a interação não é significativa e, dessa
forma, passou-se a estudar os fatores primários e secundários. Observa-se que o
tipo de uso do solo apresenta diferença significativa, tendo o solo sob cultivo de
eucalipto apresentado os maiores valores de aporte de serrapilheira no solo,
segundo os dados desse estudo.
Tabela 13 – Análise de variância da serrapilheira obtida em duas áreas com diferentes tipos de uso do solo e em diferentes posições topográficas.
Fonte de variação GL Quadrado Médio Serrapilheira kg.m-2 Uso (U) 1 6.394800 ** Resíduo A 22 0,1013334E-01 P. Topográficas (S) 2 0,1013334E-01 Interação UxS 2 0,2026667E-01 Resíduo B 44 0,3284376E-01 CV % 33,53 Media Geral 0,5404 * significativo a 5% de probabilidade; e ** significativo a 1% de probabilidade.
A Tabela 14 apresenta os resultados dos valores médios de rendimento de
biomassa vegetal em kg.m-2 para os tipos de uso do solo avaliados. Nota-se que os
valores de serrapilheira obtidos no solo sob o cultivo de eucalipto são superiores aos
encontrados no solo sob o cultivo de pastagem, mais bem visualizados ao convertê-
los em toneladas por hectare (kg.ha-1), gerando os seguintes valores: 9.054,00
kg.ha-1 para o solo sob cultivo de eucalipto e de 1.754,00 kg.ha-1 para o solo sob a
pastagem.
Resultados semelhantes de deposição de biomassa foram observados por
Araújo et al. (2003) ao estudar a deposição de serrapilheira em diferentes modelos
de revegetação de áreas degradas, tendo encontrado a deposição anual de
58
biomassa vegetal no modelo adensado igual a 9.689,45 kg.ha-1, no modelo semi-
adensado 10.376,79 kg.ha-1, no modelo tradicional 9.968,17 kg.ha-1 e na mata
secundária 12.219,09 kg.ha-1. Contudo Gondim (2005), ao estudar a serrapilheira
como indicadora biológica em área de Floresta Atlântica, observou maiores valores
de material orgânico depositado de cerca de 13.500,00 kg.ha-1.
Tabela 14 – Estudo das médias do volume de biomassa vegetal em diferentes tipos de uso do solo.
Uso do solo Biomassa Vegetal kg.m-2 Eucalipto 0,9054 A Pastagem 0,1754 B
Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas na coluna não diferem significativamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
59
5 – CONSIDERAÇÃO FINAIS
No presente estudo, para os distintos tipos de usos dos solos nas diferentes
posições de amostragem de amostragem avaliados, observou-se que:
- as frações granulométricas (areia grossa, areia fina, silte e argila) são
influenciadas pela posição de amostragem e pelo tipo de uso do solo. A fração areia
fina também é influenciada pela profundidade do solo;
- com exceção do C e da MO, todos os atributos químicos do solo, sofrem
influência da posição de amostragem;
- dentre os atributos físicos dos solos estudados a densidade do solo, a
macroporosidade e a microporosidade, mostram-se importantes indicadores físicos
da qualidade do solo, influenciados pelo tipo de uso do solo e posição de
amostragem, tendo os mesmos se tornado mais estáveis sob o uso florestal;
- para o tipo de uso pastagem, a densidade do solo mostra-se mais sensível à
variação em relação às posições de amostragem;
- os valores de P e K encontrados no solo sob eucalipto são
significativamente superiores aos observados no solo sob pastagem, sendo
comportamento semelhante observado para o Mg;
- pode-se observar uma maior disponibilidade de água no solo sob eucalipto,
quando comparado aos valores obtidos para o solo sob uso de pastagem;
- em áreas de relevo forte ondulado, a divisão das áreas em segmentos
(terços superior, médio e inferior), para avaliação das condições de solo, se faz
necessária dada à heterogeneidade observada para a maior parte dos atributos
físicos estudados;
- os resultados apresentados refletem a importância da análise de solo para a
avaliação das condições físicas e químicas do solo para avaliação do processo de
recuperação do solo;
- os maiores valores de incremento de biomassa vegetal são observados sob
o cultivo de eucalipto, promovendo maior proteção do solo;
- a melhoria das condições dos solos cultivados com eucalipto dá-se devido
uma possível maior proteção do solo às intempéries e ainda a uma maior deposição
60
de biomassa vegetal no solo, principalmente quando se trata de áreas declivosas,
como a região do Sul do Estado do Espírito Santo.
6 – CONCLUSÃO GERAL
Os resultados obtidos para os distintos tipos de usos dos solos nas diferentes
posições de amostragem avaliadas permitem concluir que:
- na avaliação das condições do solo, em áreas no Sul do Espírito Santo, que
apresentam relevo ondulado e forte ondulado, observam-se interações entre os
atributos e as posições topográficas avaliadas. Sendo assim, recomenda-se a
divisão da área em posições topográficas, como a divisão em terços (superior, médio
e inferior) em função das diferenças associadas aos solos, existentes ao longo do
declive.
- na avaliação dos tipos de uso, o solo sob cultivo de eucalipto apresenta
maior quantidade de água disponível, independente do nível de capacidade de
campo avaliado. Apresentam, ainda, maiores rendimentos de deposição de
biomassa vegetal sobre o solo e maior estabilidade nos atributos físicos do solo,
sendo, dessa forma, recomendado a utilização de cultivos de eucalipto para
florestamento de áreas que se encontram degradadas ou em processo de
degradação, similares à área sob cultivo de pastagem avaliada no presente estudo.
- dentre os atributos dos solos estudados, a densidade do solo, a
macroporosidade e a microporosidade, que associados aos valores obtidos de
retenção de água no solo e da água disponível, mostram-se importantes indicadores
físicos da qualidade do solo, influenciados pelo tipo de uso do solo e posição de
amostragem.
61
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ABREU, S.L.; REICHERT, J.M.; REINERT, D.J. Escarificação mecânica e biológica
para a redução da compactação em argissolo franco-arenoso sob plantio direto.
Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.28, p.519-531, 2004.
AHUJA, L.R.; NANEY, J.W.; GREEN, R.E.; NIELSEN, D.R. Macroporosity to
characterize spatial variability of hydraulic conductivity and effects of land
management. Soil Science Society of America Journal, v.48, p.699-702, 1984.
ALVARENGA, M. I. N. Propriedades físicas, químicas e biológicas de um Latossolo
Vermelho-Escuro em diferentes ecossistemas. 1996. 211f. Tese (Doutorado em
Fitotecnia) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1996.
ALVARENGA, R. C. Potencialidade de adubos verdes para conservação e
recuperação de solos. 1993. 112p. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de Plantas)
- Viçosa, UFV. 1993.
ALVARENGA, R. C; COSTA, L. M.; MOURA FILHO, W. REGAZZI, A. J. Crescimento
de raízes de leguminosas em camadas de solo compactadas artificialmente. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.20, p.319-326, 1996.
ANDRADE, C. L. T.; COELHO, E. F.; COUTO, L.; SILVA, E. L. Parâmetros de solo-
água para a engenharia de irrigação e ambiental. In: FARIA, M. A.; SILVA, E. L.;
VILELA, L. A.;
ANDREOLA, F.; COSTA, L.M.; OLSZEVSKI, N. Influência da cobertura vegetal de
inverno e da adubação orgânica e, ou, mineral sobre as propriedades físicas de uma
Terra Roxa Estruturada. Revista Brasileira Ciência do Solo, v.24, p.857-865, 2000.
ARAÚJO, E. A.; LANI, J. L.; AMARAL, E. F.; GUERRA, A. Uso da Terra e
propriedades físicas e químicas de Argissolo Amarelo distrófico na Amazônia
Ocidental. Revista Brasileira Ciência do Solo, Viçosa, v. 28, p.307 – 315, 2004.
ARAUJO, R.S.; PIÑA-RODRIGUES, F.C.M.; FRAZÃO, F.; MACHADO, M. &
DUARTE, C. Deposição de Serrapilheira em Três Modelos de Revegetação de
Áreas Degradadas, na Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, Rj. Parte
da dissertação de mestrado no MCAF/UFRRJ – Seropédica - RJ – 2003.
62
ASSOULINE, S.; TESSIER, D.; BRUAND, A. A conceptual model of the soil water
retention curve. Water Resources Research, v.34, p.223-231, 1998.
ALCÂNTARA, E. N. Efeitos de diferentes métodos de controle de plantas daninhas
na cultura do cafeeiro (Coffea arábica L.) sobre a qualidade de um Latossolo Roxo
distrófico. 1997. 133p. Tese (Doutorado em Agronomia) - Lavras, UFLA. 1997.
BARRETO, Arlete Côrtes; LIMA, Fábio Henrique Soriano; FREIRE, Maria Betânia
Galvão dos S.; ARAÚJO, Quintino Reis de; FREIRE, Fernando José. Características
Químicas e Físicas de um Solo Sob Floresta, Sistema Agroflorestal e Pastagem no
Sul da Bahia. Mossoró, Brasil. Revista Caatinga. v.19, n.4, p.415-425,
outubro/dezembro 2006.
BASIC, F.; KISIC, I.; NESTROY, O.; MESIC, M.; BUTORAC, A. Particle size
distribution (texture) of eroded soil material. Journal Agronomy & Crop Science,
Berlin, v.188, p.311-322, 2002.
BAYER, C.; MIELNICZUK, J. Características químicas do solo afetados por métodos
de preparo e sistemas de cultura. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas,
v.21, p.105-112, 1997.
BAYER, C.; MIELNICZUK, J.; MARTIN-NETO, L. Alterações da matéria orgânica
associadas a frações minerais induzidas pelo manejo do solo no sul do Brasil. In:
Encontro brasileiro sobre substâncias Húmicas, 3. Anais. Santa Maria: IHSS, p.125-
134, 1999.
BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 7. ed.
Viçosa - MG: UFV. Imprensa Universitária, 2005. 611p.
BEUTLER, A. N.; CENTURION, J. F.; SOUZA, Z. M.; ANDRIOLI, I.; ROQUE, C. G.
Retenção de água em dois tipos de Latossolos sob diferentes usos. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.26, p.829-834, 2002.
BIRKELAND, P.W. Soil and geomorphology. New York: Oxford University Press,
372p, 1984.
BONO, J.A.M.; CURI, N.; FERREIRA, M.M.; EVANGELISTA, A.R.;
CARVALHO,M.M.; SILVA, M.L.N. Cobertura vegetal e perdas de solo por erosão em
diversos sistemas de melhoramento de pastagens nativas. Revista Pasturas
tropicales, vol 18 nº 2.
63
BORGES, C. R. S.. Apresentação. In: GALVÃO, A. P. M.; MEDEIROS, A. C. S..
Restauração da mata atlântica em áreas de sua primitiva ocorrência natural.
EMBRAPA Florestas, Colombo – PR, 2002. 134 p.
BORGES, E.N.;LOMBARDI NETO, F., CORRÊA, G.F., COSTA, L.M. Misturas de
gesso e matéria orgânica alterando atributos físicos de um latossolo com
compactação simulada. Revista Brasileira de. Ciencias do Solo, Campinas, v.21,
p.125-130, 1997.
BOUMA, J. Influence of soil Macroporosity on environmental quality. Advances in
Agronomy, San Diego, v.46, p. 1-37, 1991.
BRAY, J.R. & GORHAM, E. 1964. Litter production in forests of the word. Advances
in Ecological Research 2: 101-157.
BRADY, N. C. Natureza e propriedades do solo. 7 ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,
1989. 898p.
BROOKS, R.H.; COREY, A.T. Properties of porous media affecting fluid flow. Journal
of Irrigation and Drainage Division, v.92, p.61-88, 1966.
CAMARGO, O. A. de; ALLEONI, L. R. F. Compactação do solo e o desenvolvimento
das plantas. Piracicaba: USP/ESALQ, 1997. 132p.
CAMARGO, O.A. de; MONIZ, A.C.; JORGE, J.A.; VALADARES, J.M.A.S. Métodos
de análise química, mineralógica e física de solos do Instituto Agronômico de
Campinas. Campinas: Instituto Agronômico, (Boletim Técnico, 106) 94p, 1986.
CARPANEZZI, A. A. COSTA, L. G. da S.; KAGEYAMA, P. Y.; CASTRO, C. F. de A.
Espécies pioneiras para a recuperação de áreas degradadas; a observação de
laboratórios naturais. In: Congresso Florestal Brasileiro, 6. 1990, Campos do Jordão.
Anais... São Paulo: Sociedade Brasileira de Silvicultura, 1991. p. 216 – 221.
CARVALHO JÚNIOR, I. A. Estimativas de parâmetros sedimetológicos para estudo
de camadas compactas e/ou adensadas em Latossolo de textura média, sob
diferentes usos. 1995. 83p. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) -
Viçosa, UFV. 1995.
CARVALHO, A. P. de; Plantando as espécies certas nos locais certos: influência do
clima e solo. In: GALVÃO, A. P. M.; MEDEIROS, A. C. S.. Restauração da mata
64
atlântica em áreas de sua primitiva ocorrência natural. EMBRAPA Florestas,
Colombo – PR, 2002. 134 p.
CARVALHO, L. G. de; SAMPAIO, S. C.; SILVA, A. da. Determinação da umidade na
capacidade de campo “In situ” de um Latossolo Roxo Distrófico. Engenharia Rural,
Piracicaba, v.7, p.33-39,1996.
CASTRO FILHO, C.; MUZILLI, O.; PODANOSCHI A. L. Estabilidade dos agregados
e sua relação com o teor de carbono orgânico num latossolo roxo distrófico, em
função de sistemas de plantio, rotações de culturas e métodos de preparo das
amostras. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.22, p.527-538, 1998.
CENTURION, J. F.; MORAES, M. H.; DELLA LIBERA, C. L. F. Comparação de
métodos para determinação da curva de retenção de água em solos. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.21, p.173-179, 1997.
COGO, N. P.;LEVIEN, R.; SCHWARZ, R. A. Perdas de solo e água por erosão
hídrica influenciadas por métodos de preparo, classes de declive e níveis de
fertilidade do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.27, p.743-753,
2003.
COLEMAN, N. T.; THOMAS, G. W. Soil Acidity and Liming: The Basic chemistry of
Soil Acidity. Number 12 in the series. Agronomy. American Society of Agronomy,
Publisher Madison, Wisconsin, USA. p. 1-41, 1967.
CORDEIRO, Flavio Couto, Atributos edaficos em áreas de pastagem plantada em
relevo movimentado no noroeste do Rio de Janeiro. Seropedica – RJ. Dissertação
(Mestrado) em Ciências em Agronomia. Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro – UFRRJ. Seropedica – RJ . 2006.
CORSINI, P.C.; FERRAUDO, A.S. Efeitos de sistemas de cultivo na densidade e
Macroporosidade do solo e no desenvolvimento radicular do milho em Latossolo
Roxo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.34, p.289-298, 1999.
CUEVAS, E. & MEDINA, E. Nutrient dynamics whitin amazonian forest ecosistems.
In: nutrient flux in fine litter fall and eficiency, of nutrient utilization. Decologia, v.68,
p.446-472, 1986.
65
DADALTO, G. G.; FULLIN, E. A. Manual de recomendação de calagem e adubação
para o estado do Espírito Santo – 4 ª aproximação. Vitória: SEEA/INCAPER, 2001.
266p.
DADALTO, G. G.; LANI, J. A.; PREZOTTI, L. C. Conservação do solo. In: COSTA, E.
B da. (coord.). Manual técnico para a cultura do café no estado do Espírito Santo.
Vitória: SEAG-ES, 1995. p. 107-110.
DANIEL, O.; COUTO, L.; VITORINO, A.C.T. Sistemas agroflorestais como
alternativas sustentáveis à recuperação de pastagens degradadas. SIMPÓSIO –
SUSTENTABILIDADE DA PECUÁRIA DE LEITE NO BRASIL, 1, Goiânia.
Anais...Juíz de Fora: EMBRAPA-CNPGL, 1999. p.151-170.
DARDENGO, Maria Christina Junger Delôgo. Crescimento inicial do cafeeiro conilon.
Alegre – ES. 68 fls. Dissertação (Mestrado) Produção Vegetal. Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo – CCA-UFES, Alegre – ES.,
2006.
DE MARIA, I.C.; CASTRO, O.M.; DIAS, H. S. Atributos físicos do solo e crescimento
radicular de soja em Latossolo Roxo sob diferentes métodos de preparo do solo.
Revista Brasileira Ciência do Solo, Viçosa, v.23, p.703-709, 1999.
DIAS-FILHO, Moacyr B. Degradação de pastagens: processos, causas e estratégias
de recuperação / Moacyr Bernardino Dias-Filho. - 2. ed. - Belém: Embrapa Amazônia
Oriental, 2005. 173p
DOURADO NETO, D.; JONG van LIER, Q.; BOTREL, T. A.; LIBARDI, P. L.
Programa para confecção da curva de retenção de água no solo utilizando o modelo
de Genuchten. Engenharia Rural, Piracicaba, v.1, p.92-102, 1990.
DOURADO NETO, D.; NIELSEN, D. R.; HOPMANS, J. W.; REICHARDT, K.;
BACCHI, O. O. S. Software to model soil water retention curves (SWRC, version
2.00). Scientia Agricola, Piracicaba, v.57, n.1, p.191-192, jan./mar. 2000.
EFFGEN, Teóphilo André Maretto. Atributos do solo e produtividade de lavouras de
cafeeiro conilon submetidas a diferentes manejos na região Sul do Estado do
Espírito Santo. Alegre – ES. 104 fls. Dissertação (Mestrado) Produção Vegetal.
Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo – CCA-
UFES, Alegre – ES., 2006.
66
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisas de Solos. Sistema brasileiro de
classificação de solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA SOLOS, 1999. 412p.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa em Solos. Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (SiBCS), Rio de janeiro: Embrapa Solos. 2ºEd. 2006. 316p.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Centro de
Pesquisas de Solos. Manual de métodos de análise de solos. 2.ed. Rio de Janeiro,
1997. 212p
FERRÃO, R. G.; FONSECA, A. F. A.; FERRÃO, M. A. G.; De MUNER, L. H.;
VERDIN FILHO, A. C.; VOLPI, P. S.; MARQUES, E. M. G.; ZUCATELI, F. Café
conilon: técnicas de produção com variedades melhoradas. Vitória: INCAPER, 2004.
60p. (Circular técnica 03-1)
FERREIRA, Ivan Carlos de Moraes. Associações entre solos e remanescentes de
vegetação nativa em Campinas - SP. Campinas, 2007. 107 fls. Dissertação
(Mestrado) Agricultura Tropical e Subtropical. Instituto Agronômico de Campinas.
Campinas – SP., 2007.
FERREIRA, M. M.; FERNANDES, B.; CURI, N. Influência da mineralogia da fração
argila nas propriedades físicas de Latossolos da região sudeste do Brasil. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.23, p.515-524, 1999.
FERREIRA. D. F.. Análise multivariada., Dptº de Ciências Exatas, UFLA – MG, 1996.
400 p. (colocar como notas de aula)
FIALHO, J. F.; BORGES, A. C.; BARROS, N. F. Cobertura vegetal e características
químicas e físicas e atividade da microbiota de um solo vermelho-amarelo distrófico.
Revista Brasileira Ciência do Solo, Campinas, v.15, p.21-28, 1991.
FIGUEIREDO FILHO, A.; MORAES, G.F.; SCHAAF, L.B.; FIGUEIREDO, D.J.
Avaliação estacional da deposição de serapilheira em uma Floresta Ombrófila mista
localizada no Sul do estado do Paraná. Ciência florestal, Santa Maria, v. 13, n. 1, p.
11-18, 2003.
FONSECA, Graziella Carvalho; CARNEIRO, Marco Aurélio Carbone; COSTA,
Adriana Rodolfo da; OLIVEIRA, Geraldo César de; BALBINO, Luiz Carlos. Atributos
fisicos, químicos e biológicos de latossolo vermelho distrófico de cerrado sob duas
67
rotações de cultura. Pesquisa Agropecuaria Tropical. 37(1): 22-30, mar. 2007.
1993.
FONSECA, S. da; BARROS, N. F. de; NOVAIS, R. F. de; COSTA, L. M. da; LEAL, P.
G. L.; NEVES, J. C. L. Alterações em um latossolo sob eucalipto, mata natural e
pastagem (propriedades físicas e químicas). Revista Arvore. V.17, n.3, p.271-288,
2007.
FLORENZANO, G. Richerche sui tereni coltivati e eucalipto (11 –Richerche
microbiologiche e bioquimiche). Public. Del. Cen. Di Speriment. Agr. Flor., 1:131-152,
1957.
GAVANDE, S. A. Física de suelos: princípios y aplicaciones. Arco de Belém: Editorial
Limusa-Wiley, 1972. 351p.
GISLER, C. V. T. O uso da serapilheira na recomposição vegetal em áreas
mineradas de bauxita, Poços de Caldas, MG. 1995. 147f. Disssertação (Mestrado
em Ecologia) – Universidade de Estadual Paulista, São Paulo, 1995.
GONDIM, Fabio; GERVÁSIO, Marcos & PIÑA-RODRIGUES, Fátima C.M. Chuva de
semente e aporte de Serrapilheira como Indicadores Biológicos de degradação de
Fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Montana em Teresópolis – Rj. 200 .
Disponível em: http://www.tt.fh-
koeln.de/blumen/blumenDateien/pdf/preliminary%20results/papers/seed/Serrapilheir
a.pdf, Acesso em: 01 de junho de 2008.
GOLLEY, F. B. 1978. Ciclagem de minerais em um ecossistema de floresta tropical
úmida. E.P.U: EDUSP, São Paulo.
GUIMARÃES, P. T. G.; LOPES, A. S. Solos para o cafeeiro: características,
propriedades e manejo. In: RENA, A. B. et al. (Ed). Cultura do cafeeiro: fatores que
afetam a produtividade. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa
e o Fosfato, 1986. p.115-161.
HILLEL, D. Environmental soil physics. New York: Academic Press, 1998. 771p.
HUE, N. V; GRADDOCK, G. R.; ADAMS, F. Effect of Organic Acids on Aluminum
Toxicity in Subsoils. Soil Science Society of America Journal. Wisconsin, USA, v.50,
p.28-34, 1986.
68
HUE, N.V.; LICDINE. D.L. Amelioration of subsoil acidity trhough surface application
of organic manures. Journal of Environmental quality, v.28, p. 623-632, 1999.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário ,1996.
Disponível em:
www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagro/conceitos.shtm.
Acesso em: 12/11/2007.
IMHOFF, S. Del C. Indicadores de qualidade estrutural e trafegabilidade de
Latossolos e Argissolos Vermelhos. 2002. 94p. Tese (Doutorado em Agronomia) -
Piracicaba, ESALQ/USP. 2002.
JANTSCH, R. L.; OLSZEVSKI, N.; COSTA, L. M. Influência do clima ao
adensamento de três classes de Latossolos brasileiros. Revista Ceres, Viçosa, v.46,
p.445-454, 1999.
JENNY, H. Comparison on soil nitrogen and carbon in tropical and temperate
regions: Missori Agricultural Experimental Station Research Bulletin, v.765, p.5-31,
1961.
JENNY, H. Factors of soil formation: New York: McGraw-Hill, 281 p. 1941.
JORGE, J. A. Física e manejo dos solos tropicais. Campinas: Instituto Campineiro de
Ensino Agrícola, 1985. 328p.
KASTANEK, F.J.; NIELSEN, D.R. Description of soil water characteristics using cubic
spline interpolation. Soil Science Society of America Journal, v.65, p.279-283, 2001.
KELTING, D. L.; BURGER, J. A. ; PATTERSON, S. C. ; AUST, W. M.; MIWA, M. &
TRETTIN, C. C. Soil quality assessment in domesticated forests - a south pine
example. Forest Ecology & Management, v.122, p.167-185, 1999.
KIEHL, E. J. Manual de edafologia: relações solo-planta. São Paulo: Agronômica
Ceres, 1979. 264p.
KRASCHON, R. Soil evolution as affected by Eucalyptus. In: CONFERENCIA
MUNDIAL DO EUCALIPTO, 2., FAO, Relatorios e Documentos, São Paulo, 2:897-
904, 1961.
KUTÍLEK, M. Soil hydraulic properties as related to soil structure. Soil & Tillage
Research, Amsterdam, v.79, p.175-184, 2004.
69
KÖPPEN, W. Classificação climática de Köppen-Geiger, 1990. Wikipédia, a
enciclopédia livre: Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Classifica%C3%A7%C3%A3o_do_clima_de
_K%C3%B6ppen&redirect=no. Acesso em: 21/03/2008.
LEPSCH, I. F. Solos: formação e conservação. 5 ed. São Paulo: Melhoramentos,
1993. 157p.
LOPES, D.N. Influencia do calcário, fósforo e micronutrientes na mineralização da
matéria orgânica e características físico-quimicas de material de três solos de
Altamira (Para). Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, 1977. 74p. (Tese de
Mestrado).
MA, J.F.; RYAN, P.R.; DELHAIZE, E. Aluminum tolerance in plants and the
complexing role of organic acids. Trends in plant science, v.6, p.273-279, 2001.
MARCHIORI JUNIOR, M.; MELO, W. J. Alterações na matéria orgânica e na
biomassa microbiana em solo de mata natural submetido a diferentes manejos.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília v.35, p.1177-1182, 2000.
MANTOVANI, E. C. Compactação do solo. Informe Agropecuário, Belo Horizonte,
v.13, p.52-55, 1987.
MARCELINO, K. R. A. Reciclagem de nutrientes sob condições de pastejo. Viçosa –
MG. UFV. Maio/2002. 29p.
MARIN, A. M. P. Impactos de um sistema agroflorestal com café na qualidade do
solo. 2002. 83f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG,
2002.
MARTINS, S. V.. Recuperação de matas ciliares. Editora Aprenda Fácil, Viçosa –
MG, 2001. 146 p.
MATIAS, M. I. A. S. Influência da cobertura vegetal na disponibilidade de nutrientes e
na distribuição do sistema radicular em Latossolo Amarelo coeso de Tabuleiro
Costeiro. 2003. 78f. - Universidade Federal da Bahia, Cruz das Almas, Ba, 2003.
MELLO, C. R.; OLIVEIRA, G. C.; RESCK, J. M. L.; JUNIOR, M. S. D. Estimativa da
capacidade de campo baseada no ponto de inflexão da curva característica. Ciência
Agrotécnica, Lavras, v.26, n.4, p.836-841, jul./ago., 2002.
70
METZNER, A.F.; CENTURION, J.F.; MARCHIORI Jr, M. Relação entre grau de
floculação e atributo do solo.In: Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 29,2003.
Ribeirão Preto-SP, Anais... Botucatu, 2003. CD-ROOM.
MOREIRA, José Aloísio Alves; OLIVEIRA, Itamar Pereira de; GUIMARÃES, Cleber
Morais; STONE, Luís Fernando. Atributos químicos e físicos de um latossolo
vermelho distrófico sob pastagens recuperada e degradada. Pesquisa Agropecuária
Tropical, 35 (3): 155-161, 2005 – 155.
NAPPO, M. E.. Recuperação de áreas degradas. CCA – UFES, Alegre – ES, 2004.
NEDTEC. Distribuição da precipitação pluviométrica do ano agrícola 2006 - 2007,
em semanas, no município de Cacheiro de Itapemirim. Fonte: NEDTEC - CCA -
UFES (2008). Disponível em:
(http://www.nedtec.ufes.br/Bol_agro/anagri5/burarama/aa_burar.htm). Acesso em: 14
de janeiro de 2008.
NUNES, L. A. P. L. Qualidade de um solo cultivado com café e sob mata secundária
no município de Viçosa-MG. 2003. 102p. Tese (Doutorado em Solos e Nutrição de
Plantas) - Viçosa, UFV. 2003.
OADES, J.M. The role of biology in the formation, stabilization and degradation of soil
structure. Geoderma, v.56, p.377-400, 1993.
OADES, J.M., Soil organic matter and structural stability: mechanisms and
implications for management. Plant and Soil, v.76, n.1/3, p.319-337,1984.
OADES, J.M.; GILLMAN, G.P.; UEHARA, G. Interactions of soilorganic matter and
variable-charge chays. In: COLLEMAN, D.C. (ed.). Dinamics of soil organic matter in
tropical ecosystem. NifTAL, University of Hawaii Press, 1989. Chapter 3, p.69-95.
OLIVEIRA, J. B.;JACOMINE, P. K. T.; CAMARGO, M. N. Classes gerais de solos do
Brasil: guia auxiliar para seu reconhecimento. Jaboticabal: FUNEP, 1992. 201p.
PACIFICO HOMEM, V. A cultura do eucalipto no melhoramento do solo. In:
CONFERENCIA MUNDIAL DO EUCALIPTO, 2., FAO, Relatórios e Documentos,
São Paulo, 2:911-961, 1961.
PAVAN, M. A.; CARAMORI, P. H.; ANDRICIOLI FILHO, A.; SCHOLZ, M. manejo da
cobertura vegetal do solo para a produção e formação de uma lavoura cafeeira. I.
71
Influência na fertilidade do solo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.21,
p.197-192, 1986.
PINHEIRO, E. F. M.; PEREIRA, M. G.; ANJOS, L. H. C.; MACHADO, P. L. O. A.
Fracionamento densimétrico da matéria orgânica do solo sob diferentes sistemas de
manejo e cobertura vegetal em Paty do Alferes (RJ). Revista Brasileira de Ciência do
Solo. Viçosa, v. 28, n.4, 2004.
PREVEDELLO, C.L. Física do solo com problemas resolvidos. Curitiba:
Saleswarddiscovery, 1996. 446p.
PRUNTY, L.; CASEY, F.X.M. Soil water retention curve description using a flexible
smooth function. Vadose Zone Journal, v.1, p.179-185, 2002.
QUAGGIO; J. A.; RAIJ; B. V. Determinação do pH em Cloreto de Cálcio e da Acidez
Total. In: Análise Química para Avaliação da Fertilidade de Solos Tropicais.
Campinas: Instituto Agronômico, Cap. 10. p.181-188, 2001.
QUEIROZ, T. M de; CARVALHO, J. A. Erros de estimativa da capacidade de campo
de um latossolo vermelho distroférrico em vasos utilizando metodologia tradicional.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA, 33., 2004. Anais...
São Pedro, SP, 2004. CD-ROM.
RAIJ, B. Van. Fertilidade do Solo e Adubação: Acidez e Calagem. Associação
Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato. Ceres Piracicaba, SP. p. 343,
1991.
RAIJ, B. Van. Avaliação da fertilidade do solo. Piracicaba: Instituto da Potassa e do
Fosfato, 1987. 142p.
REICHARDT, K. A água em sistemas agrícolas. São Paulo: Manole. 1990. 188p.
REICHARDT, K. Capacidade de campo. Revista Brasileira de Ciência do Solo,
Campinas, v.12, p.211-216, 1988.
REICHARDT, K. Dinâmica da matéria e da energia em ecossistemas. Piracicaba:
ESALQ/USP, 1996. 513p.
REICHARDT, K. A água em sistemas agrícolas. São Paulo, 1987.188p.
REICHARDT, K.; TIMM, L. C. Solo, planta e atmosfera: conceitos, processos e
aplicações. São Paulo: Manole. 2004. 478p
72
RESENDE, M.; CURI, N. & SANTANA, D.P. Pedologia e fertilidade do solo:
Interações e aplicações. Brasília, MEC/ ESAL/POTAFOS, 1988. 81p.
RESENDE, M; CURI, N.; REZENDE, S. B.; CORRÊA, G. F. Pedologia: base para
distinção de ambientes. 4 ed. Viçosa: NEPUT, 2002. 338p.
RICHARDS, L.A. Physical conditions of water in soil. In: BLACK, C.A.; EVANS, D.D.;
WHITE, J.L.; ENSMINGER, L.E.; CLARK, F.E. (Ed.). Methods of soil analysis:
physical and mineralogical properties, including statistics of measurements and
sampling. Madison: American Society of Agronomy, p.128-152, 1965.
ROSSI, C.; NIMMO, J.R. Modeling of soil water retention from saturation to oven
dryness. Water Resources Research, v.30, p.701-708, 1994.
RYAN, P.J. & McGARITY, J.W. The nature and spatial variability of soil properties
ad. Jacent to large forest eucalypts. Soil Sci. Soc. Am. J., 44:286-292, 1983.
SÁ, M.A.C.; LIMA, J.M.; SILVA, M.L.N.;DIAS JÚNIOR, M. S.. Comparação entre
métodos para o estudo da estabilidade de agregados em solos. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.9, p. 1825-1834, set. 2000.
SALCEDO, I. H.; SAMPAIO, E. V. S. B.; ARAUJO, M. S. B. Mudanças no C, N e P
do solo causadas por queimadas. In. CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO
SOLO, 24., 1993, Goiânia. Anais... Goiânia: SBCS, 1993. p.177-178.
SANCHEZ, P.A. Properties and management of soil in tropics. New York: John
Wiley, 619p. 1976.
SANTOS, A. R. dos. Zoneamento agroclimatológico para a cultura do café conilon
(Coffea canephora L.) e arábia (Coffea arábica L.), na Bacia do Rio Itapemirim, ES.
1999. 62f. Dissertação (Mestrado em Meteorologia Agrícola) - Universidade Federal
de Viçosa, Viçosa, 1999.
SCHAEFER, C. E. R., D. D. SILVA, K. W. N. PAIVA, F. F. PRUSKI, M. R.
Albuquerque Filho & M. A. Albuquerque. 2002. Perdas de solo, nutrientes, matéria
orgânica e efeitos microestruturais em Argissolo Vermelho-Amarelo sob chuva
simulada. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 37 (5): 669-678.
SCHOENHOLTZ, S.H.; VAN MIEGROET, H.; BURGER, J.A. A review of chemical
and physical properties as indicators of forest soil quality: challenges and
73
opportunities. Forest Ecology and Management, Wageningen, v.138, p.335-356,
2000.
SILVA, E.M. da; AZEVEDO, J.A. de. Influência do período de centrifugação na curva
de retenção de água em solos de Cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37,
p.1487-1494, 2002.
SILVA, I. de F.; MIELNICZUK J. Ação do sistema radicular de plantas na formação e
estabilização de agregados do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo,
Campinas, v. 21, p.113-117, 1997.
SILVA, Ricardo Carvalho; PEREIRA, José Marques; ARAÚJO, Quintino Reis;
PIRES, Aureliano José Vieira; DEL REI, Antonio Jorge. Alterações nas Propriedades
Químicas e Físicas de um Chernossolo com Diferentes Coberturas Vegetais. Tese
de Mestrado do primeiro autor. Revista Brasileira de Ciencia do Solo, 31:101-107,
2007.
SILVA, V.R.; D.J. REINERT & J.M. REICHERT. Densidade do solo, atributos
químicos e sistema radicular do milho afetados pelo pastejo e manejo do solo.
Revista Brasileira de Ciência do Solo, 24: 191-199, 2000.
SOARES, J. L. N.; ESPINDOLA, C. R.; FOLONI, L. L. Alteração física e morfológica
em solos cultivados com citros e cana-de-açúcar, sob sistema tradicional de manejo.
Ciência Rural, Santa Maria, v35, p.353-359, 2005.
SOUZA, C. K.; MARQUES JÚNIOR, J.; MARTINS FILHO, M. V.; PEREIRA, G. T.
Influência do relevo na variação anisotrópica dos atributos do químicos e
granulométricos de um Latossolo em Jaboticabal - SP. Engenharia Agrícola,
Jaboticabal, v.23, p.486-495, 2003.
SOUSA, R.F.; BARBOSA, M.P.; MORAIS NETO, J.M.; Fernandes, M.F. Estudo do
processo da desertificação em Cabaceiras-PB. Engenharia Ambiental - Espírito
Santo do Pinhal, v. 4, n. 1, p. 089-102, jan/jun 2007a.
SOUSA, R. F. de. Terras agrícolas e o processo de desertificação em municípios do
semi-árido paraibano. 2007. 180p.: il. Tese (Doutorado Engenharia Agrícola) –
Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Tecnologia e Recursos
Naturais. Campina Grande, 2007b.
74
SPERA, S.T.; SANTOS, H.P.; FONTANELI, R.S.; TOMM, G.O. Efeitos de sistemas
de produção de grãos envolvendo pastagens sob plantio direto nos atributos físicos
de solo e na produtividade. Revista Brasileira Ciência do Solo, Viçosa, v.28, p.533-
542, 2004.
SPERA, S.T.; REATTO, A.; CORREIA, J.R.; SILVA, J.C.S.Características físicas de
um Latossolo Vermelho-Escuro no cerrado de Planaltina, DF, submetido à ação do
fogo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, p.1817-1824, 2000.
STONE, L. F.; SILVEIRA, P. M. Efeitos do sistema de preparo e da rotação de
culturas na porosidade e densidade do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo,
Viçosa, v.25, p.395-401, 2001.
TAUK, S.M. Biodegradação de resíduos orgânicos do solo. Revista Brasileira de
Geociência, v. 20, n. 1, p. 299-301, março/dez. 1990.
THEODORO, V. C. A. Caracterização de sistemas de produção de café orgânico,
em conversão e convencional. 1999. 214f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) -
Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1999.
TIESSEN, H.; MENEZES, R. S. C.; SALCEDO, I. H.; WICK, B. Organic matter
transformations and soil fertility in a treed pasture in semiarid NE Brazil. Plant and
Soil, The Hague, v. 252, p. 195-205, 2003.
TISDALL, J.M., OADES, J.M. Organic matter and water-stable aggregates in soils.
Journal of Soil Science, v.33, n.2, p.141-163, 1982.
TORMENA, C. A.; SILVA, A. P. Incorporação da densidade no ajuste de dois
modelos à curva de retenção de água no solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo,
Viçosa, v.26, p.305-314, 2002.
TORRES, E.; SARAIVA, O.F. Camadas de impedimento mecânico do solo em
sistema agrícolas com soja. Londrina: EMBRAPA-CNP, Circular Técnica, n.23. 58p.
1999.
VAN GENUCHTEN, M. T. A closed-form equation for predicting the hydraulic
conductivity of unsaturated soils. Soil Science Society of American Journal, Madison,
v. 44, p. 892-898. 1980.
VAN LIER, Q. J. Índice da disponibilidade de água para as plantas. In: NOVAIS, R.
F.;
75
VILLATORO, M. A. A. Matéria orgânica e indicadores biológicos da qualidade do
solo na cultura de café sob manejo agroflorestal e orgânico. 2004. 186 p. Tese
(Doutorado em Agronomia) - Seropédica, UFRRJ. 2004.
ZIMMERMANN, J.. A recuperação é necessária e viável. In: SCHAFFER, W. B. &
PROCHNOW, M.. A mata atlântica e você: como preservar, recuperar e se beneficiar
da mais ameaçada floresta brasileira. Editora APREMAVI, Brasília – DF, 2002. 156
p.