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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - FACS

CURSO DE FARMÁCIA

Gilson Lucas Araújo Silva

Leiriane Alves Neves

Mariana dos Anjos Gonçalves

Mayara Carreira Botelho

Thaise Lopes Pires

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

INDUSTRIALIZADOS DE SERTRALINA 50 mg E DE CÁPSULAS MAGISTRAIS

COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE GOVERNADOR VALADARES - MG

Governador Valadares

2010

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GILSON LUCAS ARAÚJO SILVA

LEIRIANE ALVES NEVES

MARIANA DOS ANJOS GONÇALVES

MAYARA CARREIRA BOTELHO

THAISE LOPES PIRES

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

INDUSTRIALIZADOS DE SERTRALINA 50 mg E DE CÁPSULAS MAGISTRAIS

COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE GOVERNADOR VALADARES - MG

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de

Farmácia da Faculdade de Ciências da Saúde da

Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE, como

requisito parcial à obtenção do grau de Farmacêutico

Generalista.

Orientadora: Professora Rejane Dutra Bravim

Co-Orientadora: Professora Andressa Silveira Delziovo

Governador Valadares

2010

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GILSON LUCAS ARAÚJO SILVA

LEIRIANE ALVES NEVES

MARIANA DOS ANJOS GONÇALVES

MAYARA CARREIRA BOTELHO

THAISE LOPES PIRES

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

INDUSTRIALIZADOS DE SERTRALINA 50 mg E DE CÁPSULAS MAGISTRAIS

COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE GOVERNADOR VALADARES - MG

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso

de Farmácia da Faculdade de Ciências da Saúde da

Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE, como

requisito parcial à obtenção do grau de Farmacêutico

Generalista.

Governador Valadares, ____ de _______________ de ________.

Banca Examinadora:

________________________________

Orientadora: Professora Rejane Dutra Bravim

________________________________

Professora Gabriella Freitas Ferreira Corrêa

_______________________________

Professora Maria José Ferreira Morato

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Dedicamos a Deus pela condição dada para a realização

deste trabalho e aos nossos pais pelo incentivo e

investimento oferecido para a execução deste projeto.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao nosso querido professor Christian Fernandes pelo momento em que esteve

conosco nos proporcionando apoio e total dedicação para a realização deste trabalho.

Agradecemos a nossa orientadora Professora Rejane Dutra Bravim pela força e atenção dada

para que este trabalho fosse concluído.

Agradecemos a Professora Andressa Silveira Delziovo pelo apoio prestado para o

desenvolvimento deste trabalho.

Agradecemos a técnica do laboratório de farmacotécnica Ãmallyi pela paciência e ajuda

oferecida durante o trabalho.

A todas as farmácias que disponibilizaram as amostras para a realização do trabalho.

Aos nossos familiares que nunca mediram esforços e sempre estiveram ao nosso lado

oferecendo apoio e incentivo.

A todos que estiveram conosco que de alguma forma contribuíram para a realização e

conclusão deste trabalho.

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RESUMO

A avaliação da qualidade de formas farmacêuticas sólidas de uso oral, por meio do controle

de qualidade físico-químico, é essencial para que se possam garantir os requisitos básicos de

eficácia e segurança. O objetivo deste trabalho foi a avaliação da qualidade de cápsulas

manipuladas em farmácias magistrais e comprimidos industrializados (similar e genérico)

comercializados na cidade de Governador Valadares – MG, contendo 50 mg de sertralina.

Para isso, estas formas farmacêuticas foram analisadas em relação ao peso médio,

friabilidade, desintegração, dissolução, teor de princípio ativo e identidade. Nestas análises

foram empregadas as especificações apresentadas pela Farmacopéia Brasileira 4ª edição. Os

resultados obtidos evidenciaram que os comprimidos industrializados (similar e genérico)

atenderam a todas as especificações contidas na Farmacopéia Brasileira. Por outro lado, das

sete amostras adquiridas em farmácias de manipulação, duas amostras (3 e 6) foram

reprovadas no ensaio de desintegração. No ensaio de dissolução, uma amostra (3) foi

reprovada. Os resultados encontrados demonstram haver necessidade de alterações no

processo de produção das cápsulas de sertralina por parte de algumas farmácias de

manipulação visando assegurar a eficácia do tratamento.

Palavras-chaves: Sertralina. Farmacopéia brasileira. Controle de qualidade físico-químico.

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ABSTRACT

The evaluation of quality in solid oral dosage forms, through physicochemical quality control,

is essential in order to assure the basic requirements of efficacy and security. The aim of this

study was the quality evaluation of capsules prepared in pharmacies from Governador

Valadares - MG, and tablets (generic and similar) purchased in the local market, containing

50 mg of sertraline. For this purpose, these dosage forms were analyzed in average weight,

friability, disintegration, dissolution, assay and identification. Test specifications described in

Brazilian Pharmacopeia 4th

edition were employed in these analyses. The results showed that

both generic and similar tablets met all the requirements of Brazilian Pharmacopoeia. On the

other hand, from the seven samples obtained from pharmacies, two samples (3 and 6) failed in

the disintegration test. For dissolution test, one sample (3) did not accomplish the

requirements. The found results showed that there is a need to improve the process of

manufacturing by some pharmacies in order to assure the efficacy of the treatment.

Keywords: Sertraline. Brazilian pharmacopeia. Physicochemical quality control.

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LISTA DE ILUSTRÇÕES

Figura 1 – Estrutura química da sertralina.................................................................... 23

Gráfico 1 - Espectro de absorção comparativo na região ultravioleta do cloridrato de

sertralina matéria-prima, cápsulas e comprimidos........................................................

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Variação de peso em formas farmacêuticas..................................................... 29

Tabela 2 - Peso médio apresentados pelas amostras.......................................................... 33

Tabela 3 – Tabela 3 - Ensaio de friabilidade das amostras................................................ 35

Tabela 4 - Tempo de desintegração das amostras.............................................................. 36

Tabela 5 - Ensaio de dissolução......................................................................................... 37

Tabela 6 – Primeiro e segundo estágios do teste de dissolução......................................... 37

Tabela 7 - Doseamento do teor de sertralina por espectrofotometria UV......................... 38

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LISTA DE ABREVIATURAS

Dr. – Doutor

Sr. – Senhor

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LISTA DE SIGLAS

Abs – Absorvância

ADTs – Antidepressivos Tricíclicos

BPF – Boas Práticas de Fabricação

cm – Centímetro

CV – Coeficiente de Variação

CYP2D6 - Citocromo P450 2D6

g – Grama

I – Intensidade da luz saindo da solução

I0 – Intensidade da luz incidindo na solução

IMAO – Inibidores da monoaminooxidase

ISRS – Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina

L/min – Litro por minuto

M – Molar

MAO – Monoaminooxidase

mg – Miligrama

MG – Minas Gerais

mg/mL – Miligrama por mililitro

mL – Milímetro

nm – Nanômetro

OMS – Organização Mundial da Saúde

P.A. - Pro analyse

p/v – Peso por volume

PM – Peso Molar

POP – Procedimento Operacional Padrão

RG – Registro Geral

rpm – Rotações por minuto

S – Desvio Padrão

SV – Solução Volumétrica

T - Teor

TEC – Terapia Eletrocompulsiva

UNIVALE – Universidade Vale do Rio Doce

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UV – Ultravioleta

UV/VIS – Ultravioleta-Visível

5-HT – 5-hidroxitriptamina

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LISTA DE SÍMBOLO

% – Porcentagem

ºC – Graus Celsius

– Desvio Padrão

– Somatório

– Amostra

– Média

– Número de amostras

%D – Porcentagem de desvio

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 15

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................... 16

2.1 CONTROLE DE QUALIDADE DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS... 16

2.1.1 Controle de qualidade físico-químico.................................................................. 16

2.1.1.1 Peso médio............................................................................................................ 17

2.1.1.2 Friabilidade........................................................................................................... 17

2.1.1.3 Desintegração....................................................................................................... 18

2.1.1.4 Dissolução............................................................................................................ 18

2.1.1.6 Doseamento e Identificação.................................................................................. 18

2.1.1.5.1 Espectrofotometria ultravioleta-visível............................................................. 18

2.2 ANTIDEPRESSIVOS................................................................................................ 20

2.3 INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DA SEROTONINA................... 21

2.4 SERTRALINA........................................................................................................... 22

2.4.1 Farmacocinética..................................................................................................... 23

2.4.2 Farmacodinâmica.................................................................................................. 24

2.4.3 Usos Clínicos.......................................................................................................... 25

3 OBJETIVOS................................................................................................................ 26

3.1 GERAL....................................................................................................................... 26

3.2 ESPECÍFICOS............................................................................................................ 26

4 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................... 27

4.1 EQUIPAMENTOS..................................................................................................... 27

4.2. REAGENTES............................................................................................................ 28

4.3 MÉTODOS................................................................................................................. 28

4.3.1 Determinação de peso........................................................................................... 28

4.3.1.1 Comprimidos........................................................................................................ 28

4.3.1.2 Cápsulas gelatinosas duras................................................................................... 29

4.3.2 Friabilidade............................................................................................................ 30

4.3.3 Desintegração......................................................................................................... 30

4.3.4 Dissolução............................................................................................................... 31

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4.3.5 Doseamento............................................................................................................ 32

4.3.5.1 Espectrofotometria ultravioleta............................................................................ 32

4.3.6. Identificação.......................................................................................................... 32

4.3.6.1 Espectrofotometria visível e ultravioleta.............................................................. 32

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 33

5.1 PESO MÉDIO............................................................................................................ 33

5.2 FRIABILIDADE........................................................................................................ 34

5.3 DESINTEGRAÇÃO................................................................................................... 35

5.4 DISSOLUÇÃO........................................................................................................... 36

5.5 DOSEAMENTO......................................................................................................... 38

5.5.1 Espectrofotometria ultravioleta (UV).................................................................. 38

5.6 IDENTIFICAÇÃO..................................................................................................... 39

5.6.1 Espectrofotometria na região ultravioleta.......................................................... 39

5.7 RESUMO DE RESULTADOS.................................................................................. 42

6 CONCLUSÃO.............................................................................................................. 43

REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 44

ANEXOS.......................................................................................................................... 46

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1 INTRODUÇÃO

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), controle de

qualidade é um conjunto de medidas destinadas a verificar a qualidade de cada lote de

medicamentos e demais produtos abrangidos por este regulamento, para que satisfaçam às

normas de atividade, pureza, eficácia e inocuidade, no entanto as formas farmacêuticas devem

apresentar qualidade e segurança, dentro dos parâmetros indicados nas Farmacopéias.

A análise de medicamentos é realizada rotineiramente pelos laboratórios da indústria

farmacêutica por ser crucial para garantir a qualidade do produto e para maior segurança e

eficácia para o tratamento dos seus usuários.

Durante todo o processo de produção, deve-se exercer a garantia de qualidade através

de controle em processo e controle do produto acabado, assim observa-se a grande

importância do farmacêutico na área de controle de qualidade tanto no setor industrial ou

magistral, no desenvolvimento de produtos que sejam seguros e eficazes. É fundamental

acompanhar este desenvolvimento bem como definir os limites entre a manipulação magistral

e a industrialização de medicamentos, de forma a garantir, em ambos os casos, a segurança

sanitária e a equidade profissional dos farmacêuticos atuantes nestas duas áreas.

A evolução da tecnologia e a incessante busca pela qualificação profissional

permitiram à farmácia magistral desenvolver métodos que visem minimizar problemas, a

partir do controle de qualidade de matérias-primas e do produto acabado.

Cápsulas magistrais e comprimidos industrializados contendo sertralina são

amplamente usados por pacientes depressivos, pois é um antidepressivo muito abrangente no

tratamento de transtornos psiquiátricos, que segundo a OMS afeta 15% da população,

portanto, estas formas farmacêuticas devem apresentar qualidade e segurança, dentro dos

parâmetros indicados nas Farmacopéias. Assim, este estudo propõe a avaliação da qualidade

físico-química, segundo especificações da Farmacopéia Brasileira 4ª edição, das cápsulas

manipuladas em diferentes farmácias do município de Governador Valadares, bem como de

comprimidos industrializados.

Alguns medicamentos genéricos, similares e manipulados, como os antidepressivos

são comumente prescritos pelo fato de ter um custo muito menor comparado ao medicamento

de referência, o que facilita a adesão ao tratamento. O controle de qualidade físico-químico

(CQFQ) do farmaco antidepressivo sertralina será alvo do nosso estudo.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CONTROLE DE QUALIDADE DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS

O controle de qualidade é a parte das Boas Práticas de Fabricação (BPF) referente à

amostragem, especificações, ensaios, procedimentos de organização, documentação e

procedimentos de liberação que asseguram que os ensaios e os materiais não podem ser

liberados para uso, nem os produtos liberados para venda ou fornecimento, até que garantam a

qualidade dos mesmos (BRASIL, 2010).

É de suma importância assegurar a qualidade microbiológica e físico-química das

matérias-primas e produtos acabados, garantindo eficácia, segurança e credibilidade dos

medicamentos dispensados à população. Dentre os medicamentos comercializados no Brasil,

estão os de referência, genéricos, similares e magistrais (manipulados).

Para o controle de qualidade devem-se observar requisitos mínimos, como as

instalações e equipamentos adequados, pessoal treinado, procedimentos operacionais,

inspeção e ensaios das matérias-primas, materiais de embalagem, produtos intermediários,

produtos a granel e produtos terminados e os métodos de análise devem ser validados.

O departamento de controle de qualidade tem ainda outras atribuições que devem ser

realizadas de acordo com Procedimentos Operacionais Padrões (POPs) aprovados e, quando

necessário, registrados.

A avaliação dos produtos acabados deve englobar todos os fatores relevantes,

incluindo as condições de produção, os resultados do controle em processo, os documentos de

fabricação, o cumprimento das especificações do produto acabado e o exame da embalagem

final.

2.1.1 Controle de qualidade físico-químico

Os testes físico-químicos são realizados com a finalidade de verificar se os

medicamentos atendem as especificações descritas na Farmacopéia Brasileira.

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Avaliações qualitativas e quantitativas das propriedades químicas e físicas dos

comprimidos devem ser realizadas para controlar a qualidade da produção.

Matérias-primas e medicamentos em desacordo com as especificações farmacopéicas

resultam em prejuízos para a empresa, que podem acarretar em perda de credibilidade e até a

cassação da licença de funcionamento e do registro do produto. Para o usuário, a falta de

qualidade do medicamento ocasiona sérios transtornos como o comprometimento da sua

saúde. Com isso a avaliação da qualidade se torna imprescindível para que haja a liberação do

medicamento para o mercado em condições que garantam a segurança, eficácia terapêutica e a

qualidade do produto, durante todo o prazo de validade.

2.1.1.1 Peso médio

A determinação de peso médio tem por objetivo verificar se as unidades de um mesmo

lote apresentam uniformidade de peso, sendo aplicável para diversas formas farmacêuticas

sólidas, como cápsulas, comprimidos, drágeas, granulados e pós (FERREIRA, 2002).

O ensaio de peso médio em formas farmacêuticas é efetuado em balanças com

sensibilidade adequada, tanto para produtos de dose única quanto de doses múltiplas. Em

ambos os casos, a determinação do peso médio é dada pelo quociente da somatória dos pesos

individuais de cada unidade pelo número de unidades amostradas. Quanto maior for o desvio

padrão, menor será a uniformidade do envase (GIL, 2007).

2.1.1.2 Friabilidade

Friabilidade é a falta de resistência dos comprimidos à abrasão, quando submetidos à

ação mecânica de aparelhagem específica (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988).

A friabilidade traduz a resistência do comprimido ao desgaste, portanto é um

parâmetro de grande importância para verificação da resistência dos comprimidos quanto à

perda de peso, quando submetidos a choques mecânicos decorrentes de processos industriais e

ações do cotidiano, como produção, embalagem, armazenamento, transporte e distribuição, e

até mesmo o manuseio pelo paciente (KULKAMP et.al., 2010).

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2.1.1.3 Desintegração

Determina se um comprimido ou cápsula se desintegra dentro do limite de tempo

especificado na monografia de cada forma medicamentosa. A desintegração é definida como

o estado no qual nenhum resíduo da unidade (cápsula ou comprimido), salvo fragmentos de

revestimento ou matriz de cápsulas insolúveis, permanece na tela metálica do aparelho de

desintegração (FARMACOPEIA BRASILEIRA, 1988). Este ensaio é aplicado às formas

sólidas como cápsulas e comprimidos e relaciona-se à biodisponibilidade da forma

farmacêutica.

2.1.1.4 Dissolução

O teste de dissolução determina a porcentagem da quantidade do princípio ativo,

liberado no meio de dissolução, dentro do período de tempo especificado na monografia de

cada produto, quando o mesmo é submetido à ação de aparelhagem específica, sob condições

experimentais descritas. O teste visa demonstrar se o produto atende às exigências constantes

da monografia do medicamento para comprimidos e cápsulas (FARMACOPEIA

BRASILEIRA, 1988).

2.1.1.5 Doseamento e Identificação

2.1.1.5.1 Espectrofotometria ultravioleta-visível

A espectrofotometria na luz ultravioleta e na luz visível constituem métodos analíticos

mais usados nas determinações analíticas em diversas áreas. São aplicada para determinações

de compostos orgânicos e inorgânicos, como, por exemplo, na identificação do princípio ativo

de fármacos.

A espectrofotometria de absorção molecular é valiosa para a identificação dos grupos

funcionais na molécula. Mais importante, entretanto, são as aplicações da espectrofotometria

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de absorção ultravioleta para a determinação quantitativa de compostos contendo grupos

absorventes.

A região ultravioleta do espectro é geralmente considerada na faixa de 200 a 400 nm, e

a região do visível entre 400 a 800 nm. A absorção da região visível e ultravioleta depende,

em primeiro lugar, do número e do arranjo dos elétrons nas moléculas ou íons absorventes.

Como consequência, o pico de absorção pode ser correlacionado com o tipo de ligação que

existe na espécie que está sendo estudada.

Quando se usa a espectrofotometria como processo de medida, basicamente estão

sendo empregadas as propriedades dos átomos e moléculas de absorver e emitir energia em

uma das muitas áreas do espectro.

Quando a energia luminosa atravessa uma solução contendo átomos e moléculas, parte

desta radiação é absorvida e o restante é transmitido. A radiação absorvida, por sua vez,

depende da quantidade de moléculas presentes, ou seja, da concentração das mesmas e de sua

estrutura. Ao estudo desta dependência entre átomos e moléculas de substância e a natureza e

quantidade de radiação absorvida por elas, denomina-se espectrofotometria de absorção. Esta

técnica é utilizada na identificação e quantificação de substâncias.

Do ponto de vista prático, o aspecto mais importante do cálculo quântico é a

determinação da intensidade de luz que é absorvida pela amostra. Isto é descrito pela lei de

Beer-Lambert, que dá a relação entre a intensidade da luz incidindo na solução (I0), e a

intensidade da luz saindo da solução (I).

Os espectros ultravioleta e visível de uma substância geralmente não têm um grau de

seletividade tão alto como o do espectro infravermelho. Contudo, para muitas substâncias

como os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), os espectros constituem um

meio útil de identificação do analito de interesse (HARRIS, 2001; SKOOG et al., 2002;

FARMACOPEIA BRASILEIRA, 1988).

Essa classe de medicamentos que tem sido amplamente manipulada relaciona-se aos

antidepressivos mais comumente prescritos. São tão eficazes quanto os antidepressivos

tricíclicos e os inibidores da MAO para tratar a depressão de grau moderado, mas

provavelmente são menos eficazes para tratar depressão intensa. (RANG et al., 2007).

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2.2 ANTIDEPRESSIVOS

Segundo Rang et al.(2007), a maioria dos antidepressivos tem ações importantes no

metabolismo das monoaminas neurotransmissoras e seus receptores, principalmente a

norepinefrina e a serotonina. Os antidepressivos são classificados da seguinte forma:

a) inibidores da captura de monoaminas:

- inibidores não seletivos (noradrenalina/serotonina) da captação: estes incluem os

antidepressivos tricíclicos (ADTs) como imipramina, amitriptilina, e

antidepressivos mais recentes, como a venlafaxina (mais seletiva para serotonina,

embora menos que os inibidores seletivos da recaptura da serotonina) e a

duloxetina, que tem menos efeitos colaterais que os ADTs,

- inibidores seletivos da recaptura da serotonina como fluoxetina, fluvoxamina,

paroxetina e sertralina,

- inibidores da captação da norepinefrina como matrotilina e reboxetina.

Os antidepressivos tricíclicos e inibidores seletivos da recaptura da serotonina atuam

por inibir a recaptação de noradrenalina e/ou serotonina nas terminações nervosas

monoaminérgicas, assim facilitando a transmissão.

b) Inibidores da monoaminooxidase (MAO) (IMAOs):

- inibidores irreversíveis não competitivos, por exemplo, fenelzina, tranilcipromina

que não são seletivos com respeito aos subtipos MAO-A e B,

- inibidores reversíveis seletivos para MAO-A, por exemplo, moclobemida.

Os inibidores da MAO inibem uma ou ambas as formas de MAO cerebral, assim

aumentando os depósitos citosólicos de noradrenalina e serotonina nas terminações nervosas.

A inibição da MAO do tipo A correlaciona-se à atividade antidepressiva.

c) Compostos variados (atípicos) de bloqueios de receptores, por exemplo, miaserina,

trazodona, mirtazapina (liga a receptor α-2).

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2.3 INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DA SEROTONINA

A 5-hidroxitriptamina (5-HT) ou serotonina é uma indolamina, produto da

hidroxilação e carboxilação do aminoácido L-triptofano na seguinte sequência bioquímica: L-

Triptofano- L-50H Triptofano - 5-OHTriptamina ou Serotonina.

A 5-HT tem efeito inibidor da conduta juntamente com um efeito modulador geral da

atividade psíquica, influi sobre quase todas as funções cerebrais, inibindo ou estimulando o

sistema GABA. A 5-HT é um neurotransmissor responsável pelo humor e pela ansiedade, e,

quando é liberada na fenda sináptica, se liga a seus receptores localizados tanto na fibra pré-

sináptica quanto na fibra pós-sináptica (SILVA e ANDRADE, 2006). A disponibilidade de

quantidades maiores de serotonina nas sinapses estimula maior número de tipos de receptores

pós-sinápticos (AZMITIA e WHITAKE-AZMITIA, 1995 apud BALDESSARINI, 2006, p.

393). É dessa forma que a serotonina regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o

ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, a temperatura corporal, a sensibilidade à dor, a

atividade motora e as funções cognitivas.

A 5-HT, ligada a seus receptores, promove efeito através da abertura dos canais de

cálcio (Ca2+

) relacionados às proteínas. Estudos revelam que não existe um receptor

específico para a 5-HT, mas uma grande família de 14 receptores, denominados 5-HT1A, 5-

HT1B, 5-HT1D, 5-HT1E, 5-HT1F, 5-HT2A, 5-HT2B, 5-HT2C, 5-HT3, 5-HT4, 5-HT5A, 5-

HT5B, 5-HT6, e 5-HT7, com funções e localizações específicas nas áreas pré e pós-sinápticas

(SILVA e ANDRADE, 2006).

Os ISRS aumentam a concentração extracelular do neurotransmissor serotonina ao

inibir a sua recaptação pelo neurônio pré-sináptico, aumentando o nível de serotonina

disponível para se ligar ao receptor pós-sináptico. O grau de seletividade para outros

transportadores de monoaminas (como a dopamina ou noradrenalina) é variável, embora a

afinidade seja de forma geral muito baixa.

Uma semelhança importante nas respostas dos neurônios serotoninérgicos e

noradrenérgicos é que os mecanismos de retroalimentação negativa rapidamente se

desenvolvem para restaurar a homeostasia (AZMITIA e WHITAKE-AZMITIA, 1995 apud

BALDESSARINI, 2006, p. 393).

No sistema serotoninérgico, os autorreceptores 5HT1 (tipos 1A e 7 presentes nos

corpos celulares e nos dendritos da rafe; tipo 1D nas terminações) suprimem os neurônios

serotoninérgicos nos núcleos da rafe do tronco cerebral, inibindo a triptofano hidroxilase

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(provavelmente por redução da fosforilação-ativação) aumentando a liberação neuronal de

serotonina (BLIER et al., 1990; CHAPUT et al., 1991; TOME et al., 1997 apud

BALDESSARINI, 2006, p. 393).

O tratamento prolongado com os ISRS pode levar à hiporregulação e dessensibilização

gradativa dos mecanismos autorreceptores depois de várias semanas, com retorno ou aumento

da atividade, produção e liberação pré-sinápticas da serotonina (BLIER et al., 1990; CHAPUT

et al., 1991; TOME et al., 1997 apud BALDESSARINI, 2006, p. 393).

Outra alteração secundária é a hiporregulação gradativa dos receptores pós-sinápticos

5-HT2A, que pode contribuir diretamente para os efeitos antidepressivos, bem como

influenciar a função dos neurônios noradrenérgicos e de outros tipos via heterorreceptores

serotoninérgicos. Muitos outros receptores pós-sinápticos da serotonina provavelmente

permanecem disponíveis para mediar aumento da transmissão serotoninérgica e contribuir

para a melhora de humor e para os efeitos ansiolíticos desse grupo de fármacos

(BALDESSARINI, 2006).

Os ISRS além de mostrar seletividade à captura de serotonina em relação à

noradrenalina têm menos probabilidade que os antidepressivos tricíclicos de causar efeitos

colaterais anticolinérgicos e menos perigosos em superdosagem (RANG et al., 2007).

A estimulação de receptores serotonina contribui para os efeitos adversos comuns

típicos desse grupo de fármacos, incluindo-se os efeitos gastrintestinais (náuseas e vômitos) e

sexuais (atenuação do orgasmo). A estimulação dos receptores da serotonina pode contribuir

para a agitação ou inquietude observadas em alguns pacientes tratados com inibidores da

recaptação de serotonina (BALDESSARINI, 2006). Dentre estes ISRS, a sertralina tem sido

intensamente prescrita no tratamento para a depressão.

2.4 SERTRALINA

A sertralina (Figura 1) corresponde ao derivado diclorado da tetraidrometilnaftilamina.

Atua como inibidor potente e seletivo da captação de serotonina neuronal, e apenas fraco na

captação neuronal de norepinefrina e dopamina (KOROLKOVAS, 2006-2007).

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Figura 1 – Estrutura química da sertralina

Fonte: SCIPPA; IRISMAR, 2006, p. 348

A sertralina não apresenta afinidade significativa pelos receptores adrenérgicos,

muscarínicos, histaminérgicos, GABAérgicos, serotoninérgicos, tão pouco inibe a MAO.

Manifesta efeitos anoréticos e antiobsessionais e sua ação antidepressiva é comparável à da

amitriptilina (KOROLKOVAS, 2006-2007).

2.4.1 Farmacocinética

Segundo SCIPPA; IRISMAR (2006) os ISRS são absorvidos de forma lenta e

completa pelo trato gastrointestinal e não sofrem alterações significativas nas suas

concentrações plasmáticas quando ingeridos na presença de alimentos. Suas concentrações

máximas são atingidas entre 3 e 8 horas, após a administração oral. Em geral, ligam-se às

proteínas plasmáticas em mais de 95%.

Todos os ISRS sofrem metabolização hepática de primeira passagem através das

enzimas do citocromo P450. A sertralina tem farmacocinética linear com tempo de meia-vida

média de 22 a 36 horas. A sertralina sofre metabolização de primeira passagem produzindo

um metabólico inativo, a n-desmetilsertralina, que possui tempo de meia-vida em torno de 62

a 104 horas.

Todos os ISRS inibem a Citocromo P450 2D6 (CYP2D6), essa propriedade dá a esses

compostos potencial de interação medicamentosa por que promovem inibição da oxidação de

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outras drogas no sistema enzimático do fígado. A sertralina apesar de ser inibidora da

CYP2D6, não parece promover interações farmacocinéticas clinicamente significativas, sendo

considerada mais segura em pacientes polimedicados.

A sertralina é eliminada através da urina e das fezes em quantidades semelhantes.

Somente uma pequena quantidade de sertralina é excretada na urina sob forma inalterada. A

sertralina tem 1clearance alto, em torno de 1-3 L/min.

Embora os ISRS não pareçam interagir com álcool, o uso concomitante deste deve ser

evitado.

2.4.2 Farmacodinâmica

A sertralina, como todos os ISRS, é um inibidor potente e seletivo da recaptação de

serotonina neuronal nos receptores 5-HT1, 5-HT2, 5-HT3, aumentando a concentração de

serotonina na fenda sináptica. Em geral, esses compostos têm pouca afinidade pelos

receptores histaminérgicos, alfa1adrenérgicos e muscarínicos, consequentemente, produzem

menos efeitos convencionais (SCIPPA; IRISMAR, 2006, p. 350). A administração crônica de

sertralina foi associada à redução adaptativa dos receptores norepinefrínicos cerebrais.

A sertralina age bloqueando o transporte neuronal da serotonina a curto e longo prazo,

acarretando em respostas secundárias complexas (BALDESSARINI, 2006).

Os efeitos adversos mais frequentes observados com o uso da sertralina, assim como

dos outros ISRS são os distúrbios gastrointestinais: diarréia, vômitos, dispepsia e náuseas, que

são provocados pela ação do estimulante desses fármacos nos receptores 5-HT3. Já a

estimulação nos receptores 5HT2 leva a agitação, pânico, insônia e disfunções sexuais. Caso

sejam ingeridos em altas doses, apresentam baixo risco de toxicidade, sendo relativamente

seguros em pacientes com forte potencial para uso excessivo de substâncias (tentativa de

suicídio) (SCIPPA; IRISMAR, 2006, p. 350).

1 É o tempo que designa a capacidade de retirada, pelos rins, de alguma substância da corrente sanguínea.

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2.4.3 Usos Clínicos

O cloridrato de sertralina é um medicamento utilizado no tratamento da depressão e de

outros transtornos psiquiátricos, como: depressão moderada, transtorno obsessivo-

compulsivo, transtorno do stress pós-traumático, transtorno associado à tensão pré-menstrual,

transtorno do pânico, distimia, fobia social e transtorno da ansiedade social (CAETANO,

2007).

A depressão é a mais comum dos distúrbios afetivos (definidos como distúrbio do

humor, e não desequilíbrio de pensamento ou da cognição) (RANG et al., 2007, p. 557) e

descreve como uma relação humana normal diante de uma perda importante, outras vezes,

representa simplesmente um sentimento de tristeza.

Para a psiquiatria, ela consiste em um transtorno do humor. Os transtornos do humor

caracterizam-se por uma alteração fixa do humor que influencia profundamente o pensamento

e o comportamento. Na doença depressiva, pode-se observar um rebaixamento persistente do

humor (BALDESSARINI, 2006). Esta doença acomete até 10% da população geral em algum

período de suas vidas (KESSLER; MEGONAGLE; ZHAO, 1994 apud BALDESSARINI,

2006, p. 384).

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3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

Avaliar a qualidade físico-química de amostras de comprimidos industrializados de sertralina

50 mg e de cápsulas magistrais comercializadas em Governador Valadares – MG, de acordo

com as especificações descritas na Farmacopéia Brasileira 4ª edição.

3.2 ESPECÍFICOS

Determinar o peso médio das cápsulas manipuladas e dos comprimidos industrializados.

Determinar a friabilidade dos comprimidos industrializados.

Realizar o teste de desintegração das cápsulas e comprimidos.

Realizar o teste de dissolução das cápsulas e comprimidos.

Determinar o teor de sertralina por espectrofotometria no ultravioleta nas formas

farmacêuticas.

Realizar o teste de identificação nas cápsulas magistrais e nos comprimidos industrializados.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

Segundo o Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Gerais, o Município de Governador

Valadares é constituído por dezesseis farmácias magistrais, destas foram abordadas quinze

farmácias por meio de um documento oficial (anexo-A) disponibilizado pelo professor

Christian Fernandes, sendo que nesse documento constava a quantidade de cápsulas

necessárias e o intuito do trabalho. Das quinze farmácias abordadas, uma farmácia nos

forneceu a matéria-prima para servir de comparação e sete farmácias forneceram as cápsulas

para a realização do trabalho acadêmico. As sete farmácias foram denominadas como

amostras 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.

Os comprimidos utilizados foram: Cloridrato de sertralina 50 mg (Genérico; Lote:

277197) e Zoltralina 50 mg (Similar; Lote: 278000) ambos do laboratório EMS Sigma

Pharma, sendo assim denominados como amostras similar e genérico.

A matéria-prima (Fornecedor: DEG, Lote: HSHCPD014 #2) foi utilizada como padrão

de referência e no teste de doseamento por volumetria em meio não-aquoso para a

confirmação do seu teor.

O estudo consiste em avaliações qualitativas (desintegração e identificação) e

quantitativas (determinação de peso, friabilidade, dissolução e doseamento) das propriedades

químicas e físicas de cápsulas magistrais e dos comprimidos industrializados.

4.1. EQUIPAMENTOS

Os equipamentos foram obtidos pelos laboratórios da FACS-UNIVALE: Balança

analítica (Quimis – Q-500 L210C); Bomba a vácuo; Desintegrador (Nova Ética – 301-AC);

Dessecador; Destilador (Quimis – 341V24); Dissolutor (Nova Ética – 299);

Espectrofotômetro (Femtro – 800XI); Espectrofotômetro UV/VIS (Femtro – 570S); Estufa

(Nova Ética – 400/3ND); Friabilômetro (Nova Ética – 300); Membrana permeável 0,45 µm

PHmetro; Ponto de fusão; Termômetro; Ultrassom (UNIQUE - MaxiClean 1400)

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4.2 REAGENTES

Os reagentes utilizados foram disponibilizados pelos laboratórios da FACS-

UNIVALE: Acetato de mercúrio; Ácido acético glacial; Ácido perclórico 0,1M; Água

destilada; Álcool 70%; Álcool Metílico; Anidrido acético; Biftalato de potássio; Cápsulas de

cloridrato de sertralina; Comprimidos de cloridrato de sertralina; Cristal violeta; Hidróxido de

sódio; Matéria-prima de cloridrato de sertralina; Tampão acetato de sódio pH 4,5.

4.3 MÉTODOS

4.3.1 Determinação de peso

4.3.1.1 Comprimidos

De acordo com o método descrito na Farmacopéia Brasileira 4ª edição, para

comprimidos, foram pesadas 20 unidades individualmente em balança analítica, sendo

determinado o peso médio. Pode-se tolerar não mais que duas unidades fora dos limites,

especificados (Tabela 1) em relação ao peso médio, porém nenhuma unidade poderá estar

acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas (FARMACOPEIA BRASILEIRA,

1988).

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Tabela 1 – Variação de peso em formas farmacêuticas

FORMAS FARMACÊUTICAS PESO MÉDIO OU VALOR

NOMINAL DECLARADO (mg)

LIMITE DE

VARIAÇÃO (%)

Núcleos, comprimidos comuns, sublinguais,

efervescentes, vaginais, pastilhas.

≤ 80,0

80,0 - 250,0

≥ 250,0

±10,0

±7,5

±5,0

Drágeas e comprimidos revestidos

≤ 25,0

25,0 - 150,0

150,0 - 300,0

≥ 300,0

±15,0

±10,0

±7,5

5,0

Cápsulas duras e moles, cápsulas vaginais ≤ 300,0

≥ 300,0

10,0

7,5

Supositórios e óvulos todos os pesos 5,0

Cremes, pomadas, pós e granulados ≤ 60.000

60.000 - 150.000

±10,0

±5,0

Pós estéreis e liofilizados < 40,0

> 40,0

*

10,0

(*) Se o peso declarado for de 40mg ou menos, a determinação é feita segundo método adequado de doseamento.

O valor pode divergir acima ou abaixo de 15% do mesmo.

Fonte: Adaptado da Farmacopeia Brasileira, 1988

4.3.1.2 Cápsulas gelatinosas duras

Foram pesadas, individualmente, 20 cápsulas de sertralina 50 mg, determinando-se o

peso médio, seu conteúdo foi removido e a cápsula foi novamente pesada. O peso médio do

conteúdo foi obtido pela diferença dos valores individuais entre a cápsula cheia e a vazia.

Podem-se tolerar, no máximo, duas unidades fora dos limites, especificados em

relação ao peso médio, porém não é permitido o peso acima ou abaixo do dobro das

porcentagens indicadas. Se mais que duas, porém não mais que seis cápsulas, estiverem com

variação entre uma e duas vezes o índice da tabela, em relação ao peso médio, é determinado

em mais 40 unidades e calculado o peso médio das 60 cápsulas.

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4.3.2 Friabilidade

Vinte unidades de comprimidos de sertralina 50 mg de cada uma das amostras foram

pesadas com exatidão e introduzidas em um aparelho apropriado e submetidos a movimentos

rotatórios na velocidade de 20 rotações por minuto (rpm). Depois de efetuadas cem rotações

num período de cinco minutos as unidades serão retiradas. Os resíduos de pós foram

removidos da superfície dos comprimidos e os mesmos foram pesados novamente. A

diferença entre o peso inicial e final dos comprimidos representa a friabilidade em função da

porcentagem de pó perdido. Foram consideradas aceitáveis as amostras com perda inferior a

1,5% do seu peso.

O aparelho utilizado é denominado friabilômetro e consiste em um cilindro com 20 cm

de diâmetro e 4 cm de espessura, o qual gira em torno de seu eixo, à velocidade de rotação de

20 rpm. O cilindro contém uma lâmina, que recolhe os comprimidos em cada rotação,

levando-os a uma altura pré-fixada, de onde caem repetidamente, após cada rotação.

4.4.3 Desintegração

Inicialmente, foram utilizados seis comprimidos, sendo cada unidade colocada em

cada um dos seis tubos da cesta, onde adicionou-se um disco e acionou-se o aparelho,

utilizando água mantida a 37 ºC 1 ºC como líquido de imersão. Ao final do experimento o

equipamento foi desligado e o conteúdo de cada cesto foi observado. O limite de tempo

estabelecido foi de 30 minutos.

Foi realizado o mesmo procedimento com as amostras de cápsulas magistrais. No

entanto, o tempo foi de 45 minutos e os discos foram omitidos.

O equipamento onde o teste foi realizado é composto de uma cesta contendo seis tubos

de vidro ou acrílico transparente, abertos em ambos os lados. Os tubos são mantidos

verticalmente, adaptando-se em cada extremidade um disco de material adequado

transparente. O disco superior possui tampa de aço inoxidável ou acrílico.

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4.3.4 Dissolução

O meio de dissolução utilizado foi 900 mL de tampão acetato de sódio pH 4,5,

convenientemente desaerado2 e colocado no recipiente do aparelho de dissolução. A

temperatura foi mantida a 37 ºC ± 0,5ºC e utilizou-se pás, a uma velocidade de 75 rpm, como

sistema de agitação. Em cada cuba adicionou-se uma unidade da forma farmacêutica com seu

respectivo sinker (âncora de cobre). Após 45 minutos as amostras foram retiradas com auxílio

de uma seringa e filtradas.

Foram preparadas amostras na concentração de 0,005% (p/V) e feitas leituras, em

duplicata, em espectrofotômetro ultravioleta-visivel no comprimento de onda de 274 nm. Foi

calculada a quantidade de sertralina dissolvida no meio, comparando as leituras obtidas com a

da solução de cloridrato de sertralina padrão preparada na mesma concentração das amostras.

As amostras serão satisfatórias quando mais que 80% (Q=75%) das amostras

dissolverem em 45 minutos e os resultados preencherem as seguintes exigências:

1º Estágio – neste estágio foram testadas seis unidades. Se cada unidade

individualmente apresentar resultado igual ou maior do que 80%, o produto foi aprovado, não

sendo necessário efetuar o segundo estágio.

2º Estágio – para algumas amostras que não alcançaram 80% de liberação do fármaco

repetiu-se o teste com mais seis unidades. O resultado foi considerado satisfatório quando a

média das doze unidades testadas foi maior ou igual a 80% e nenhuma das unidades testadas

apresentarem resultados inferiores a 60% (Q–15%).

Uma das amostras ainda permaneceu fora dos padrões do 2º estágio e precisaria de ser

re-testado em um 3º Estágio, o que não foi possível por falta de material. Em caso de

continuidade o 3º estágio se caracteriza por repetição do teste com mais doze unidades. Se a

média das 24 unidades testadas for maior ou igual a Q e se no máximo 2 unidades

apresentarem resultados inferiores a Q – 15%, o produto é aprovado. Se a amostra ainda não

satisfizer a este terceiro critério, o produto é reprovado.

2 Aquecer o meio a cerca de 41ºC, filtrar em membrana filtrante de 0,45 µm para um frasco utilizando vácuo.

Continuar aplicando vácuo por mais 5 minutos com agitação, após o término da filtração. Transferir

cuidadosamente o meio para a cuba.

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4.3.5 Doseamento

4.3.5.1 Espectrofotometria ultravioleta

Foram pesados e pulverizados 20 comprimidos e cápsulas magistrais de sertralina.

Utilizou-se quantidade do pó equivalente a 0,5g de cloridrato de sertralina, sendo transferida

para um balão volumétrico de 200 mL. Adicionou-se 100 mL de metanol e a solução foi

submetida ao ultrassom por 15 minutos, em seguida completou-se o volume para 200 mL com

metanol, obtendo a solução na concentração de 0,025% (p/V). A solução padrão foi preparada

na mesma concentração, utilizando o mesmo solvente. As Absorvâncias das soluções

resultantes foram lidas em 274 nm, utilizando metanol Pro analyse (P.A.) para o ajuste do

zero.

4.3.6. Identificação

4.3.6.1 Espectrofotometria ultravioleta-visível

Foram pesados e pulverizados 20 comprimidos e cápsulas de sertralina. Utilizou-se

quantidade do pó equivalente a 0,5 g de cloridrato de sertralina, sendo transferida para um

balão volumétrico de 200 mL. Adicionou-se 100 mL de metanol e a solução foi submetida ao

ultrassom por 15 minutos, completou-se, então, o volume para 200 mL com metanol, obtendo

a solução na concentração de 0,025% (p/V). A solução padrão foi preparada na mesma

concentração, utilizando o mesmo solvente.

O espectro de absorção no ultravioleta na faixa de 200 nm a 400 nm, da solução

amostra obtida, deveria exibir máximos em 266 nm, 274 nm, 282 nm, idênticos aos

observados no espectro da solução padrão. Utilizou-se metanol para correção da linha de base.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 PESO MÉDIO

O ensaio de peso médio tem por objetivo verificar se as unidades de um mesmo lote

apresentam uniformidade de peso, sendo aplicável para diversas formas farmacêuticas sólidas

(FERREIRA, 2002).

Os resultados do peso médio das cápsulas e comprimidos de sertralina,

correspondentes às amostras 1 a 7, similar e genérico, estão apresentadas na Tabela 2.

Considerando o peso médio das cápsulas, a Farmacopéia Brasileira 4ª edição

determina que a variação máxima aceitável é de ± 10%, assim nenhuma cápsula analisada

ficou fora dos limites especificados, demonstrando homogeneidade de peso.

No entanto uma unidade de comprimido (similar) encontrou-se fora do limite de

variação permitido de ± 7,5%, o que segundo a Farmacopeia Brasileira 4ª edição, poderia ser

tolerado não mais que duas unidades fora dos limites especificados em relação ao peso médio.

Desta forma, pode-se considerar que todas as amostras estavam de acordo com as

especificações descritas na Farmacopéia Brasileira 4ª edição.

Tabela 2 - Peso médio apresentados pelas amostras

PESO (mg)

Amostra 1 2 3 4 5 6 7 SIMILAR GENÉRICO

∑ (mg) 2582,3 2898,4 2368,3 5672,9 2298,2 2637,83 2661,8 3669,1 3738,4

Media (mg) 129,12 144,92 118,42 283,65 114,91 131,87 133,09 183,46 186,92

Máximo 8,79 8,40 3,70 6,15 9,67 4,80 3,16 5,86 5,09

Mínimo -9,22 -7,67 -2,97 -6,43 -7,21 -7,56 -2,40 -9,57 -4,86

DP (mg) 6,97 6,79 1,87 8,74 6,22 4,86 2,56 7,32 4,56

CV (%) 5,40 4,68 1,58 3,08 5,41 3,6 1,93 3,99 2,44

Resultado Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov.

∑ - somatório do peso das 20 unidades de cada amostra; Média - média do peso total de cada amostra;

Máximo – resultado máximo obtido das variações de peso; Mínimo – resultado mínimo obtido das variações de

peso; DP – Desvio padrão do peso das amostras; CV – coeficiente de variação de cada amostra; Aprov. -

Aprovado. Fórmulas utilizadas (Anexo B); Variação do peso de cada amostra (Anexo C).

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O desvio indica uma quantidade que mede a amplitude da variação em torno da média,

de conjunto de medidas. Já o coeficiente de variação é utilizado para expressar a relação

percentual da estimativa do desvio padrão com a média dos valores obtidos, sendo de grande

importância, pois pode ser utilizado como fator de definição da variabilidade do processo

produtivo (FERREIRA, 2002).

Quanto maior o desvio, menor será a uniformidade do envase (GIL, 2007). A variação

entre os valores está descrito na tabela 2 e a melhor visualização encontra-se no Anexo C, que

mostra a variação de peso de cada amostra.

Alterações no aspecto e peso médio acarretam perda da dosagem correta em cada comprimido

ou cápsula, comprometendo a eficácia terapêutica do medicamento.

Apesar da amostra 4 apresentar valores muito acima em relação as outras amostras, ela

esteve dentro dos parâmetros avaliados nesse trabalho e isso não interferiu nos resultados dos

testes.

Embora seja preconizado na última versão da Farmacopéia Brasileira 4ª edição, a

análise de uniformidade de conteúdo para doses unitárias contendo 50 mg ou menos de

fármaco, neste trabalho foi analisado somente o peso médio, de acordo com o item V.1.1 da

Farmacopéia Brasileira 4ª edição, cuja execução é viável nas condições laboratoriais

existentes em uma farmácia magistral e capaz de detectar falha no processo de manipulação

como indicado em alguns dos resultados deste trabalho.

5.2 FRIABILIDADE

Segundo Ferreira (2002) e Gil (2007) friabilidade é o ensaio que deve ser aplicado a

comprimidos não revestidos e núcleos, permitindo avaliar a resistência dos mesmos a diversos

movimentos e atritos que ocorre durante a produção, acondicionamento e transporte.

O resultado das porcentagens de pó perdido por cada amostra dos medicamentos

industrializados (genérico e similar) obtido no teste de friabilidade está descrito na Tabela 3.

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35

Tabela 3 - Ensaio de friabilidade das amostras

AMOSTRA

PESO (mg) SIMILAR GENÉRICO

Inicial (mg) 3,6410 3,6562

Final (mg) 3,6402 3,6562

Perdido (mg) 0,0008 0,0000

Perdido* 0,02 0,00

*Peso perdido em percentual.

O máximo aceitável de perda no teste de friabilidade é 1,5%

(FARMACOPEIA BRASILEIRA, 1988).

Todas as amostras analisadas estão de acordo com o previsto na Farmacopeia

Brasileira 4ª edição, visto que nenhuma amostra perdeu quantidade de pó significativa,

indicando que a eficácia do princípio ativo não se encontra comprometida em relação à

friabilidade. De fato, um dos motivos que levam os pacientes a não adesão ao tratamento está

relacionado a baixa atividade terapêutica em relação a qualquer parâmetro analisado.

(KULKAMP et. al., 2010)

5.3 DESINTEGRAÇÃO

Rudnic e Schwartz (2004) reconhecem que, de forma geral, o teste in vitro da

desintegração do comprimido não guarda necessariamente uma relação com o mecanismo de

ação in vivo de uma forma farmacêutica sólida. Para ser absorvida, uma substância

medicamentosa deve estar em solução, e o teste de desintegração é uma medida apenas do

tempo necessário sob um determinado conjunto de condições para um grupo de comprimidos

se desintegrar em partículas. Geralmente esse teste é útil como instrumento de controle da

qualidade das formas farmacêuticas convencionais.

Conforme demonstrado na Tabela 4, as amostras 1, 2, 4, 5, 7, similar e genérico

atenderam às especificações estabelecidas pela Farmacopeia Brasileira 4ª edição, ou seja, as

cápsulas se desintegraram completamente em até 45 minutos e os comprimidos se

desintegram em até 30 minutos.

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36

Tabela 4 - Tempo de desintegração das amostras

AMOSTRA TEMPO DE

DESINTEGRAÇÃO (min.)

1 6

2 9

3 > 45

4 4

5 6

6 > 45

7 9

SIMILAR 0,5

GENÉRICO 0,5

As amostras 3 e 6 não desintegraram-se no tempo especificado. Uma provável

justificativa para a reprovação dessas amostras pode ser devido ao uso de excipiente

inadequado para esse tipo de fármaco, pois excipientes inadequados influenciam no retardo da

desintegração desse fármaco no meio.

5.4 DISSOLUÇÃO

O ensaio de dissolução fundamenta-se na capacidade da forma farmacêutica (cápsula e

comprimido) liberar a substância ativa no meio onde está sendo dissolvida, simulando o seu

comportamento ”in vivo”.

Os resultados do teste de dissolução das nove amostras analisadas encontram-se na

tabela 5. Das nove amostras, sete amostras (1, 2, 4, 5, 7, genérico e similar) mostraram-se em

acordo com as especificações da Farmacopéia Brasileira 4ª edição. Isto indica que as amostras

manipuladas 3 e 6 apresentam controle de qualidade físico-químico insatisfatório, pois

segundo a Farmacopéia Brasileira 4ª edição, 80% (Quantidade de cedência (Q) = 75%) é o

teor mínimo permitido para a dissolução em até 45 minutos.

No caso o cloridrato de sertralina da amostra 3 foi zero em todas as unidades

analisadas e a amostra 6 em 50% delas.

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37

Tabela 5 - Ensaio de dissolução

AMOSTRA 1 2 3 4 5 6 7 GENÉRICO SIMILAR

TEOR (%)

Qu

anti

dad

e d

e

cáp

sula

s/C

om

pri

mid

os

1 102,69 111,59 0,00* 134,23 116,44 88,95 87,33 124,53 114,01

2 114,01 100,27 0,00* 108,35 109,16 99,46 92,99 128,57 109,16

3 98,65 87,33 0,00* 95,42 106,74 83,29 99,46 124,53 109,16

4 100,27 103,50 0,00* 105,93 105,93 54,99* 105,93 122,91 116,44

5 102,69 109,97 0,00* 100,27 93,80 67,11* 88,95 131,80 119,67

6 107,55 109,97 0,00* 95,42 107,55 75,20* 101,89 135,85 115,63

Média 104,31 103,77 0,00 106,60 106,60 78,17 96,09 128,03 114,01

* = unidades fora do padrão de dissolução.

Os gráficos com as variações de cada amostra encontram-se no Anexo D.

Os dados brutos da dissolução encontram-se no Anexo F

A amostra 3 que apresentou 0% de liberação em todas as suas unidades testadas já foi

considerada reprovada no 1º estágio, não necessitando a continuidade do procedimento do 2º

e 3º estágios, como descrito na Farmacopeia Brasileira 4ª edição.

Já, a amostra 6 foi submetida ao 2º estágio do teste de dissolução (Tabela 6),

confirmando a baixa dissolução das unidades.

Tabela 6 – Primeiro e segundo estágios do teste de dissolução

AMOSTRA 6

TEOR (%)

1º estágio** 2º estágio

Qu

anti

dad

e d

e cá

psu

la 1 88,95 89,76

2 99,46 97,03

3 83,29 77,63*

4 54,99* 70,35*

5 67,11* 62,26*

6 75,20* 67,11*

Média 78,17 77,36

Média das 12 unidades testadas 77,76

* = unidades fora do padrão de dissolução.

** = valores repetidos da tabela 5, para comparação do 2º estágio do

teste de dissolução

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38

O 2º estágio do teste de dissolução da amostra 6 confirmou a baixa liberação do

princípio ativo das unidades, resultando também em reprovação até esse estágio. No entanto,

a confirmação desse resultado no 3º estágio não foi possível pelo fato de não haver mais

unidades a serem testadas.

A falha nesse teste pode acarretar risco ao paciente, pois no tempo estipulado o

medicamento não vai ser dissolvido no meio, prejudicando sua absorção.

5.5 DOSEAMENTO

5.5.1 Espectrofotometria ultravioleta (UV)

Para avaliação do teor médio de sertralina nas formulações manipuladas e nos

comprimidos, utilizou-se o método de doseamento por espectrofotometria no UV,

comprimento de onda de 274 nm. A solução padrão e as amostras foram analisadas em

duplicatas e a média é mostrada na tabela 8

Tabela 7 - Doseamento do teor de sertralina por espectrofotometria UV.

Amostras Média (Abs) Conc. Amostra (mg/mL) Teor Sertralina (%)

Padrão 0,494 0,2218 -

1 0,517 0,2319 92,51

2 0,539 0,2420 97,05

3 0,549 0,2465 97,96

4 0,503 0,2259 109,74

5 0,565 0,2535 101,49

6 0,554 0,2488 99,49

7 0,599 0,2690 107,16

Genérico 0,567 0,2544 101,84

Similar 0,559 0,2508 100,34

Abs = Absorvância; Conc. Amostra - concentração da amostra; Valores brutos

encontram-se no Anexo E.

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39

Nos ensaios de qualidade realizados, as nove amostras avaliadas neste estudo foram

aprovadas, pois apresentaram teor dentro do limite estabelecido na monografia de Cloridrato

de Sertralina (90 a 110% do valor rotulado).

Não foi observado teor de princípio ativo acima ou abaixo do declarado nas amostras

analisadas, o que também poderia representar risco à saúde do paciente, devido à

possibilidade de intoxicação ou ineficácia terapêutica. A dissolução é um fator que está

diretamente relacionado com a biodisponibilidade do medicamento (KULKAMP, et.al.,

2010).

Os resultados encontrados nesse teste comprovam a quantidade de sertralina presente

nas amostras, sendo satisfatório para considerar as amostras como seguras para o uso.

5.6 IDENTIFICAÇÃO

5.6.1 Espectrofotometria na região ultravioleta

Os métodos espectrofotométricos, na região do ultravioleta, na faixa de 200 a 400 nm,

são indicados tanto para o reconhecimento, quanto para a confirmação de cloridrato de

sertralina presentes nas amostras. Dessa forma, foi possível a identificação da substância no

material analisado, através dos picos obtidos nos máximos de 266 nm, 274 nm, 282 nm. A

análise dos espectros de ultravioleta revela que os excipientes, no caso das amostras, não

interferiram na análise por espectrofotometria, confirmando a identidade do cloridrato de

sertralina.

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40

Gráfico 1 - Espectro de absorção comparativo na região ultravioleta do cloridrato de sertralina matéria-prima,

cápsulas e comprimidos.

Finalmente, em indústrias que fabricam ou farmácias de manipulação que preparam

medicamentos, fatores que podem gerar erros devem ser avaliados e controlados através da

implantação de sistemas com processos padronizados e seguros, que garantam a qualidade

final do medicamento.

A constituição física e química da substância farmacêutica particularmente a

solubilidade lipídica, o grau de ionização, tamanho molecular, o excipiente ou o veículo

empregado para administração deste fármaco determina em grande parte a sua capacidade de

obtenção do efeito terapêutico desejado.

Um excipiente ou adjuvante farmacotécnico, aparentemente inerte, pode afetar a

absorção do fármaco em uma forma farmacêutica: podendo aumentar a solubilidade da droga

e, portanto aumentar a velocidade de absorção da mesma, podendo aumentar o tempo de

retenção da droga no trato gastrintestinal aumentando a quantidade da droga a ser absorvida,

podendo atuar como carreadores para aumentar a difusão da droga através da parede

intestinal, podendo retardar a dissolução da droga e consequentemente a redução da absorção

(Ortofarma, 2010).

Sendo assim, a provável falha no teste de dissolução e no teste de desintegração com

as amostras 3 e 6, supõe-se ser pelo uso de adjuvantes que tem como aspecto retardar a

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41

liberação do fármaco levando a reprovação dessas amostras nesses testes. A amostra 4

apresentou peso médio relativamente alto em relação as demais amostras, pode-se supor que

ela tem maior quantidade de excipiente que as demais porem essa alteração não causou

nenhuma modificação nos ensaios físico-químicos de avaliação.

Com base nos dados apresentados, no qual houve reprovação de amostras magistrais,

ressalta-se a importância da realização de testes para a monitoração da qualidade dos

medicamentos adquiridos no setor magistral na cidade de Governador Valadares.

O monitoramento da qualidade dos produtos adquiridos no setor magistral pode ser

feito através de testes de controle de qualidade, pois esse controle apresenta a vantagem de

anteceder o risco da utilização e possíveis danos aos pacientes.

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42

5.7 RESUMO DE RESULTADOS

1. O peso médio das amostras estava de acordo com a Farmacopeia Brasileira, 4ª edição.

2. A friabilidade das amostras em comprimidos (genérico e similar) estava de acordo

com a Farmacopeia Brasileira, 4º edição.

3. Das nove amostras analisadas no teste de desintegração, duas amostras estavam fora

dos parâmetros preconizados pela Farmacopeia Brasileira, 4 edição.

4. Das nove amostras, duas foram reprovadas no 1º estágio, sendo que uma deles

manteve-se reprovada no 2º estágio.

5. O doseamento por espectrofotometria UV mostrou adequação para todas as amostras.

6. Os picos encontrados para identificação confirmaram a presença do cloridrato de

sertralina.

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43

6 CONCLUSÃO

Ultimamente, vem crescendo significativamente o mercado de medicamentos

magistrais, por ser mais econômico e individualizado, tornando mais fácil a adesão pela

população no tratamento de doenças agudas ou crônicas. Diante deste contexto, os

farmacêuticos que atuam nesta área têm total interesse em ações que visem à melhoria

contínua e a segurança na preparação de medicamentos manipulados. É fundamental

acompanhar este desenvolvimento bem como definir os limites entre a manipulação magistral

e a industrialização de medicamentos, de forma a garantir, em ambos os casos, a segurança

sanitária e a equidade profissional dos farmacêuticos atuantes nestas duas áreas.

Após todo o processo de produção, obedecendo a garantia de qualidade através de

controle em processo e controle do produto acabado observa-se a grande importância do

farmacêutico seja no setor industrial, ou no setor magistral público e privado no

desenvolvimento de produtos que sejam seguros e eficazes. Torna-se imprescindível também

o farmacêutico que atua diretamente na dispensação destes produtos, desenvolvendo uma

assistência farmacêutica individual ou coletiva eficaz e promovendo a saúde através do uso

racional de medicamentos.

Das nove amostras analisadas verificou-se que duas de origem magistral não estavam

de acordo com a Farmacopéia Brasileira, 4ª edição. Considerando a importância do emprego

de cloridrato de sertralina no tratamento de depressão, conclui-se que há risco gerado para o

paciente em decorrência da ineficácia das amostras 3 e 6, enquanto as demais amostras

estavam adequadas para uso, segundo os teste de controle de qualidade físico-químico.

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44

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada nº 17

de 16 de abril de 2010. Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos.

Brasília, 2010.

CAETANO, N. (Ed.). Guia de medicamento. 8. ed. São Paulo: Escala, 2007.

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FERREIRA, A. O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 2. ed. Juiz de Fora: Pharmabooks,

2002.

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Pharmabooks, 2007.

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Koogan, 2006 -2007.

KULKAMP, I.C. et. al. Avaliação da qualidade de comprimidos de propranolol e enalapril

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RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

RUDNIC, E. M.; SCHWARTZ, J. D. Formas farmacêuticas sólidas por via oral.

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Guanabara Koogan, 2004.

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45

SCHELLACK, G. Farmacologia: uma abordagem didática. São Paulo: Fundamento

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SCIPPA, A.M.A.M.; OLIVEIRA, I. R.. Antidepressivos. In: SILVA, P. Farmacologia. 7. ed.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. cap. 36, p. 337-355.

SILVA, D. K.; ANDRADE, F. M. Farmacogenética de inibidores seletivos de recaptação de

serotonina: uma revisão. Novo Hamburgo. 13 Junho 2006.

SKOOG, D. A.; HOLLER, F. J.; NIEMAN, T. A. Princípios de análise instrumental. Porto

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0cloridrato_%2050%20mg.pdf> Acesso em: 01, dezembro, 2010.

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46

ANEXOS

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47

ANEXO A – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO PARA ACESSO E USO

DE MATERIAIS

Ilmo (a) Sr (a): Farmacêutico (a) Responsável pela Farmácia de Manipulação

Prezado (a) Senhor (a),

Eu, Christian Fernandes, sou coordenador de um projeto de pesquisa intitulado

“Avaliação da qualidade de cápsulas de sertralina 50 mg comercializadas na cidade de

Governador Valadares - MG”. Trata-se de um trabalho de conclusão de curso de alunos de

Farmácia da Universidade Vale do Rio Doce. Nesta atividade, estão sob minha orientação os

alunos Gilson Lucas Araújo Silva, Leiriane Alves Neves, Mariana dos Anjos Gonçalves,

Mayara Carreira Botelho e Thaise Lopes Pires.

A pesquisa tem como objetivo geral “Analisar se as cápsulas de sertralina 50 mg,

manipuladas em farmácias magistrais de Governador Valadares – MG, estão em

conformidade com as especificações descritas na Farmacopéia Brasileira vigente”. Para

operacionalizá-la é necessário que as farmácias magistrais de Governador Valadares nos

forneçam 50 cápsulas do referido medicamento, para análise.

As amostras obtidas serão analisadas em laboratório e serão utilizadas somente para a

presente pesquisa. As farmácias que se dispuserem a participar da pesquisa terão os seus

nomes mantidos em sigilo. Declaramos que a pesquisa será realizada dentro dos princípios

éticos referentes a atividades dessa natureza. Espera-se que, ao término do trabalho de

investigação científica, seja dada uma contribuição no que se refere aos processos de

avaliação e validação da qualidade dos produtos manipulados em farmácias magistrais.

Os resultados da pesquisa serão tornados públicos através da defesa da monografia

junto à banca examinadora. Além disso, as informações obtidas podem dar origem a artigo

científico e trabalhos em eventos técnico-científicos.

Certo da compreensão e colaboração dessa instituição, agradeço,

___________________________________________________

Christian Fernandes

Coordenador da Pesquisa

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48

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu, _________________________________________, RG__________________________,

abaixo assinado, concordo em participar do estudo: Avaliação da qualidade de cápsulas de

sertralina 50 mg comercializadas na cidade de Governador Valadares - MG, como sujeito.

Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador Dr. Christian Fernandes, sobre

a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios

decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu

consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou

interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.

Local e data _________________________________ _______/_______/_______

Nome: ____________________________________

Assinatura do Farmacêutico (a) responsável: _______________________________

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49

ANEXO B – FÓRMULAS

Desvio padrão

– Desvio Padrão

– Somatório

– Amostra

– Média

– Número de amostras

Porcentagem de desvio

% D =

%D = Porcentagem de Desvio

Coeficiente de variação

00

m dia

CV – Coeficiente de Variação

Friabilidade

Pó perdido = peso inicial – peso final

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50

ANEXO C – GRÁFICOS DO PESO MÉDIO

110

115

120

125

130

135

140

145

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

so (

mg)

Cápsulas

Peso médio - Farmácia 1 Peso (mg)

Mínimo

Máximo

Média

125

130

135

140

145

150

155

160

165

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

so (

mg)

Cápsulas

Peso médio - Farmácia 2 Peso (mg)

Mínimo

Máximo

Média

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51

100

105

110

115

120

125

130

135

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

so (

mg)

Cápsulas

Peso médio - Farmácia 3 Peso (mg)

Mínimo

Máximo

Média

250

260

270

280

290

300

310

320

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

so (

mg)

Cápsulas

Peso médio - Farmácia 4 Peso (mg)

Mínimo

Máximo

Média

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52

100

105

110

115

120

125

130

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

so (

mg)

Cápsulas

Peso médio - Farmácia 5 Peso (mg)

Mínimo

Máximo

Média

110

115

120

125

130

135

140

145

150

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

so (

mg)

Cápsulas

Peso médio - Farmácia 6 Peso (mg)

Mínimo

Máximo

Média

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53

160

165

170

175

180

185

190

195

200

205

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

so (

mg)

Comprimidos

Peso médio - Genérico Peso (mg)

Mínimo

Máximo

Média

160

165

170

175

180

185

190

195

200

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pe

so (

mg)

Comprimidos

Peso médio - Similar Peso (mg)

Mínimo

Máximo

Média

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54

ANEXO D – GRÁFICOS QUE REPRESENTAM OS RESULTADOS DO TESTE DE

DISSOLUÇÃO

070

075

080

085

090

095

100

105

110

115

120

1 2 3 4 5 6

% d

e c

ed

ên

cia

Cápsulas

Dissolução - Farmácia 1

% decedência

Mínimo

070

075

080

085

090

095

100

105

110

115

1 2 3 4 5 6

% d

e c

ed

ên

cia

Cápsulas

Dissolução - Farmácia 2

% decedência

Mínimo

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55

070

080

090

100

110

120

130

140

1 2 3 4 5 6

% d

e c

ed

ên

cia

Cápsulas

Dissolução - Farmácia 4

% decedência

Mínimo

070

075

080

085

090

095

100

105

110

115

120

1 2 3 4 5 6

% d

e c

ed

ên

cia

Cápsulas

Dissolução - Farmácia 5

% decedência

Mínimo

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56

050

060

070

080

090

100

110

1 2 3 4 5 6

% d

e c

ed

ên

cia

Cápsulas

Dissolução - Farmácia 6

1ºestágioMínimo

070

075

080

085

090

095

100

105

110

1 2 3 4 5 6

% d

e c

ed

ên

cia

Cápsulas

Dissolução - Farmácia 7

% decedência

Mínimo

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57

070

080

090

100

110

120

130

140

1 2 3 4 5 6

% d

e c

ed

ên

cia

Comprimidos

Dissolução - Genérico

% decedência

Mínimo

070

080

090

100

110

120

130

1 2 3 4 5 6

% d

e c

ed

ên

cia

Comprimidos

Dissolução - Similar

% decedência

Mínimo

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58

ANEXO E – MEMÓRIA DE CÁLCULO DO TESTE DE DOSEAMENTO

PRODUTO/MATÉRIA-PRIMA: cápsula de sertralina 50 mg

FARMÁCIA: 1

TESTE: Doseamento

PADRÃO:

Massa (mg): 248,45 Fator de correção: 1,12

Absorvância: 0,494 Validade: Janeiro 2011

Concentração (mg/mL): 0,2218

AMOSTRAS:

Peso médio (mg): 129,12

1) Massa (mg): 647,3 2) Massa (mg): 647,5

Absorvância: 0,503 Absorvância: 0,530

Conc. (mg/mL): 0,2507 Conc. (mg/mL): 0,2507

Teor (%): 90,11 Teor (%): 94,92

Média dos teores (%): 92,51

CÁLCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Gilson Lucas Araújo Silva Data: 27/08/2010

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59

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: Cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: 2

TESTE: Doseamento

PADRAO:

Massa (mg): 248,45 Fator de correção: 1,12

Absorvância: 0,494 Validade: 20/11/2010

Concentração (mg/mL): 0,2218

AMOSTRAS:

Peso médio (mg): 144,92

1) Massa (mg): 249,00 2) Massa (mg): 249,83

Absorvância: 0,558 Absorvância: 0,520

Conc. (mg/mL): 0,2490 Conc. (mg/mL): 0,2498

Teor (%): 100,63 Teor (%): 93,47

Média dos teores (%): 97,05

CÁLCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Mayara Carreira Botelho Data: 27/08/2010

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60

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: Cápsula de sertralina 50 mg

FARMACIA: 3

TESTE: Doseamento

PADRÃO:

Massa (mg): 248,45 Fator de correção: 1,12

Absorvância: 0,494 Validade: 28/01/2011

Concentração (mg/mL): 0,2218

AMOSTRAS:

Peso médio (mg): 118,42

1) Massa (mg): 597,42 2) Massa (mg): 594,8

Absorvância: 0,500 Absorvância: 0,548

Conc. (mg/mL): 0,2479 Conc. (mg/mL): 0,2461

Teor (%): 97,94 Teor (%): 97,98

Média dos teores (%): 97,96

CÁLCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Thaise Lopes Pires Data: 27/08/2010

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61

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsula de sertralina 50 mg

FARMACIA: 4

TESTE: Doseamento

PADRÃO:

Massa (mg): 248,45 Fator de correção: 1,12

Absorvância: 0,494 Validade: 22/01/2011

Concentração (mg/mL): 0,2218

AMOSTRAS:

Peso médio (mg): 283,65

1) Massa (mg): 1377,3 2) Massa (mg): 961,7

Absorvância: 0,588 Absorvância: 0,418

Conc. (mg/mL): 0,2640 Conc. (mg/mL):0,1877

Teor (%): 108,76 Teor (%): 110,72

Média dos teores (%): 109,74

CÁLCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Leiriane Alves Neves Data: 27/08/2010

Page 63: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE …srvwebbib.univale.br/pergamum/tcc/Avaliacaodaqualidade... · 2011-08-09 · AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

62

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsula de sertralina 50 mg

FARMACIA: 5

TESTE: Doseamento

PADRÃO:

Massa (mg): 248,45 Fator de correção: 1,12

Absorvância: 0,494 Validade: 23/01/2011

Concentração (mg/mL): 0,2218

AMOSTRAS:

Peso médio (mg): 114,91

1) Massa (mg): 249,1 2) Massa (mg): 250,11

Absorvância: 0,567 Absorvância: 0,562

Conc. (mg/mL): 0,246 Conc. (mg/mL): 0,2524

Teor (%): 102,08 Teor (%): 100,90

Média dos teores (%): 101,49

CÁLCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Mariana dos Anjos Gonçalves Data: 03/09/2010

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63

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsula de sertralina 50 mg

FARMACIA: 6

TESTE: Doseamento

PADRÃO:

Massa (mg): 248,45 Fator de correção: 1,12

Absorvância: 0,494 Validade: 08/01/2011

Concentração (mg/mL): 0,2218

AMOSTRAS:

Peso médio (mg): 131,37

1) Massa (mg): 250,02 2) Massa (mg): 250,09

Absorvância: 0,558 Absorvância:0,550

Conc. (mg/mL): 0,2506 Conc. (mg/mL):0,2470

Teor (%): 100,22 Teor (%): 98,75

Média dos teores (%): 99,49

CÁLCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Thaise Lopes Pires Data: 03/09/2010

Page 65: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE …srvwebbib.univale.br/pergamum/tcc/Avaliacaodaqualidade... · 2011-08-09 · AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

64

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsula de sertralina 50 mg

FARMACIA: 7

TESTE: Doseamento

PADRÃO:

Massa (mg): 248,45 Fator de correção: 1,12

Absorvância: 0,494 Validade: 28/01/2011

Concentração (mg/mL): 0,2218

AMOSTRAS:

Peso médio (mg): 133,09

1) Massa (mg): 251,56 2) Massa (mg):250,43

Absorvância: 0,613 Absorvância:0,585

Conc. (mg/mL): 0,2516 Conc. (mg/mL):0,2504

Teor (%): 109,42 Teor (%): 104,90

Média dos teores (%): 107,16

CÁLCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Gilson Lucas Araújo Silva Data: 03/09/2010

Page 66: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE …srvwebbib.univale.br/pergamum/tcc/Avaliacaodaqualidade... · 2011-08-09 · AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

65

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: comprimidos de sertralina 50 mg

FARMACIA: Genérico

LOTE: 277187

TESTE: Doseamento

PADRÃO:

Massa (mg): 248,45 Fator de correção: 1,12

Absorvância: 0,494 Validade: Março de 2013

Concentração (mg/mL): 0,2218

AMOSTRAS:

Peso médio (mg): 186,92

1) Massa (mg): 249,63 2) Massa (mg): 249,95

Absorvância: 0,569 Absorvância: 0,569

Conc. (mg/mL): 0,2753 Conc. (mg/mL): 0,2263

Teor (%): 101,46 Teor (%): 102,23

Média dos teores (%): 101,84

CÁLCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Mayara Carreira Botelho Data: 03/09/2010

Page 67: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE …srvwebbib.univale.br/pergamum/tcc/Avaliacaodaqualidade... · 2011-08-09 · AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

66

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: comprimidos de sertralina 50 mg

FARMACIA: Similar

LOTE: 278000

TESTE: Doseamento

PADRÃO:

Massa (mg): 248,45 Fator de correção: 1,12

Absorvância: 0,494 Validade: Março de 2013

Concentração (mg/mL): 0,2218

AMOSTRAS:

Peso médio (mg): 183,4

1) Massa (mg): 250,00 2) Massa (mg): 249,89

Absorvância: 0,613 Absorvância: 0,504

Conc. (mg/mL): 0,2533 Conc. (mg/mL): 0,2555

Teor (%): 110,11 Teor (%): 90,57

Média dos teores (%): 100,34

CÁLCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Mariana dos Anjos Gonçalves Data: 17/09/2010

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67

ANEXO F- MEMÓRIA DE CALCULO NO TESTE DE DISSOLUÇÃO

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: 1

TESTE: Dissolução

Padrão:

Concentração corrigida (mg/mL) = 0,0552 Validade: Janeiro 2011

Absorvância = 0,123

Teor MP % = 99,49

Amostras:

Amostras Absorvância Concentração (mg/mL) Teor %

1 0,127 0,0555 102,69

2 0,141 0,0555 114,01

3 0,122 0,0555 98,65

4 0,124 0,0555 100,27

5 0,127 0,0555 102,69

6 0,133 0,0555 107,55

Média = 104,31

CALCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Gilson Lucas Araújo Silva Data: 20/09/2010

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68

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: 2

TESTE: Dissolução

Padrão:

Concentração corrigida (mg/mL) = 0,0552 Validade: Janeiro 2011

Absorvância = 0,123

Teor MP % = 99,49

Amostras:

Amostras Absorvância Concentração (mg/mL) Teor %

1 0,138 0,0555 111,59

2 0,124 0,0555 100,27

3 0,108 0,0555 87,33

4 0,128 0,0555 103,50

5 0,136 0,0555 109,97

6 0,136 0,0555 109,97

Média = 103,77

CALCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Mayara Carreira Botelho Data: 21/09/2010

Page 70: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE …srvwebbib.univale.br/pergamum/tcc/Avaliacaodaqualidade... · 2011-08-09 · AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

69

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: 3

TESTE: Dissolução

Padrão:

Concentração corrigida (mg/mL) = 0,0552 Validade: Janeiro 2011

Absorvância = 0,123

Teor MP % = 99,49

Amostras:

Amostras Absorvância Concentração (mg/mL) Teor %

1 0 0 0

2 0 0 0

3 0 0 0

4 0 0 0

5 0 0 0

6 0 0 0

Média = 0

CALCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Thaise Lopes Pires Data: 22/09/2010

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70

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: 4

TESTE: Dissolução

Padrão:

Concentração corrigida (mg/mL) = 0,0552 Validade: Janeiro 2011

Absorvância = 0,123

Teor MP % = 99,49

Amostras:

Amostras Absorvância Concentração (mg/mL) Teor %

1 0,166 0,0555 134,23

2 0,134 0,0555 108,35

3 0,118 0,0555 95,42

4 0,131 0,0555 105,93

5 0,124 0,0555 100,27

6 0,118 0,0555 95,42

Média = 106,60

CALCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Leiriane Alves Neves Data: 22/09/2010

Page 72: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE …srvwebbib.univale.br/pergamum/tcc/Avaliacaodaqualidade... · 2011-08-09 · AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

71

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: 5

TESTE: Dissolução

Padrão:

Concentração corrigida (mg/mL) = 0,0552 Validade: Janeiro 2011

Absorvância = 0,123

Teor MP % = 99,49

Amostras:

Amostras Absorvância Concentração (mg/mL) Teor %

1 0,144 0,0555 116,44

2 0,135 0,0555 109,16

3 0,132 0,0555 106,74

4 0,131 0,0555 105,93

5 0,116 0,0555 93,80

6 0,133 0,0555 107,55

Média = 106,60

CALCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Gilson Lucas Araújo Silva Data: 22/09/2010

Page 73: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE …srvwebbib.univale.br/pergamum/tcc/Avaliacaodaqualidade... · 2011-08-09 · AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

72

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: 6

TESTE: Dissolução

Padrão:

Concentração corrigida (mg/mL) = 0,0552 Validade: Janeiro 2011

Absorvância = 0,123

Teor MP % = 99,49

Amostras:

1º Estágio

Amostras Absorvância Concentração (mg/mL) Teor %

1 0,110 0,0555 88,95

2 0,123 0,0555 99,46

3 0,103 0,0555 83,29

4 0,068 0,0555 54,99

5 0,083 0,0555 67,11

6 0,093 0,0555 75,20

Média = 78,17

CALCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Mayara Carreira Botelho Data: 22/09/2010

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73

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: 6

TESTE: Dissolução

Padrão:

Concentração corrigida (mg/mL) = 0,0552 Validade: Janeiro 2011

Absorvância = 0,123

Teor MP % = 99,49

Amostras:

2ª Estágio

Amostras Absorvância Concentração (mg/mL) Teor %

1 0,111 0,0555 89,76

2 0,120 0,0555 97,03

3 0,096 0,0555 77,63

4 0,087 0,0555 70,35

5 0,077 0,0555 62,26

6 0,083 0,0555 67,11

Média = 77,36

Média 12 (1º e 2º estágio =77,76

CALCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Thaise Lopes Pires Data: 22/09/2010

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74

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: 7

TESTE: Dissolução

Padrão:

Concentração corrigida (mg/mL) = 0,0552 Validade: Janeiro 2011

Absorvância = 0,123

Teor MP % = 99,49

Amostras:

Amostras Absorvância Concentração (mg/mL) Teor %

1 0,108 0,0555 87,33

2 0,115 0,0555 92,99

3 0,123 0,0555 99,46

4 0,131 0,0555 105,93

5 0,110 0,0555 88,95

6 0,126 0,0555 101,89

Média = 96,09

CALCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Gilson Lucas Araújo Data: 22/09/2010

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75

PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: Genérico

TESTE: Dissolução

Padrão:

Concentração corrigida (mg/mL) = 0,0552 Validade: Janeiro 2011

Absorvância = 0,123

Teor MP % = 99,49

Amostras:

Amostras Absorvância Concentração (mg/mL) Teor %

1 0,154 0,0555 124,53

2 0,159 0,0555 128,57

3 0,154 0,0555 124,53

4 0,152 0,0555 122,91

5 0,163 0,0555 131,80

6 0,168 0,0555 135,85

Média = 128,03

CALCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Mayara Carreira Botelho Data: 22/09/2010

Page 77: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE …srvwebbib.univale.br/pergamum/tcc/Avaliacaodaqualidade... · 2011-08-09 · AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE COMPRIMIDOS

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PRODUTO/MATERIA-PRIMA: cápsulas de sertralina 50 mg

FARMACIA: Similar

TESTE: Dissolução

Padrão:

Concentração corrigida (mg/mL) = 0,0552 Validade: Janeiro 2011

Absorvância = 0,123

Teor MP % = 99,49

Amostras:

Amostras Absorvância Concentração (mg/mL) Teor %

1 0,141 0,0555 114,01

2 0,135 0,0555 109,16

3 0,135 0,0555 109,16

4 0,144 0,0555 116,44

5 0,148 0,0555 119,67

6 0,143 0,0555 115,63

Média = 114,01

CALCULOS:

MEMÓRIA DE CÁLCULO

Acadêmico: Mariana dos Anjos Gonçalves Data: 24/09/2010


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