PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 12/2014
Dispõe sobre a atualização monetária
dos subsídios dos Vereadores, fixados
pela Resolução nº 089, de 16 de agosto
de 2012, que “Estabelece os subsídios
dos Vereadores para a Legislatura de
2013-2016, e dá outras providências”.
Autor: Comissão de Economia, Finanças e Orçamento.
A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, Aprova:
Art. 1º Fica atualizado nos termos do inciso X do art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil e art. 3º da Resolução nº 089 de 16 de agosto de 2012, o subsídio dos Vereadores da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, no percentual de 5,3 % (cinco vírgula três por cento), em parcela única mensal, que passa a ter o valor de R$ 9.082,13 (nove mil e oitenta e dois reais e treze centavos) para os Vereadores e de R$ 13. 625,82 ( treze mil, seiscentos e vinte e cinco reais e oitenta e dois centavos) para o Presidente do Legislativo. Parágrafo único. O percentual de 5,3% (cinco vírgula três por cento) previsto no caput deste artigo refere-se à recomposição de parte da perda salarial medida pelo INPC/IBGE, no período de 1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2013. Art. 2º Os efeitos desta Resolução aplicar-se-ão a partir de 1º de janeiro de 2014. Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
J U S T I F I C A T I V A
A exemplo de proposições com a mesma finalidade apresentadas em anos e legislaturas anteriores, preliminarmente, cumpre-nos ressaltar, que a Constituição Federal, art. 29, VI, garante aos Vereadores direito a subsídios que deverão ter seus valores fixados de uma legislatura para a outra, em obediência ao princípio da anterioridade o qual inviabiliza a modificação dos respectivos subsídios durante a legislatura. “VI- O subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta
Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:” Por outro lado, apesar de a fixação dos valores dos subsídios somente poder ser feita de quatro em quatro anos, anualmente estes valores deverão ser revistos com a aplicação do índice oficial, como, por exemplo, o INPC/IBGE no presente caso ou outro que se coadune com as possibilidades financeiras da Municipalidade, a fim de que a inflação não lhes corroa o poder aquisitivo. Por isso, a revisão geral anual é prerrogativa direta do mandato eletivo, não podendo os Vereadores dela dispor nos termos do art. 29, VI. À Câmara Municipal compete iniciar o projeto para fazer a revisão geral anual dos agentes políticos e ao Poder Executivo cabe a propositura de lei que estabeleça o reajuste para todos os servidores municipais, não há que se estabelecer vinculação entre as duas espécies de reajustes. Considerando a obrigatoriedade constitucional desta Casa em atualizar os subsídios dos Vereadores, considerando a aplicação do índice do INPC/IBGE, tido como índice inflacionário oficial, considerando a desnecessidade da apresentação de impacto orçamentário/financeiro, com base nos artigos 16 e 17, §6º, da Lei Federal nº 101/00- Lei de Responsabilidade Fiscal- “devido não haver “criação de despesa” e sim uma reposição das perdas inflacionárias”, contam os Signatários com a colaboração dos demais Pares para aprovação da matéria em pauta. Considerando que a Instrução Normativa nº 72/2012, do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, que Dispõe sobre os critérios aplicados no exercício do controle das despesas com subsídios de Agentes Políticos dos poderes Executivo e Legislativo municipais, para aferição de sua conformidade aos atos legais que a instruírem e estes aos ditames constitucionais e legais relacionados ao assunto, e dá outras providências, em seu art. 17, § 2º e item 2.2 do Anexo I estabelece :
“Art. 17. A atualização dos subsídios dos Agentes Políticos do Poder Legislativo não pode exceder a perda inflacionária acumulada da data da entrada em exercício do cargo até a data do recebimento, observando-se o menor índice, no caso de a revisão concedida aos servidores ser inferior à inflação do período.
§ 1º A recomposição dos subsídios dos vereadores somente poderá exceder ao índice concedido ao funcionalismo no caso da extensão temporal da database dos servidores e o período de atualização dos subsídios dos Agentes Políticos não serem coincidentes, devido à hipótese definida no inciso II, do art. 3º.
§ 2º A correção de defasagens monetárias dos subsídios dos Agentes Políticos do Poder Legislativo somente poderá ocorrer quando tiver havido a revisão também dos vencimentos dos servidores municipais, operando-se obrigatoriamente por lei contendo o índice utilizado e o período respectivo.
§ 3º É nula a revisão ou recomposição em periodicidade inferior a um ano, ressalvada previsão específica na Lei fixadora quanto ao marco inicial de cômputo da perda inflacionária.
§ 4º A revisão dos subsídios dos Vereadores a partir do segundo ano da legislatura será possível sempre que os vencimentos dos servidores tenham sido reajustados no ano anterior, e assim subsequentemente nos exercícios seguintes, operando-se obrigatoriamente por lei contendo o índice utilizado e o período respectivo.
§ 5º Em qualquer hipótese, a correção de defasagens monetárias dos subsídios dos Agentes Políticos do Poder Legislativo somente poderá ocorrer quando a revisão geral dos vencimentos dos servidores municipais estiverem sido quitadas, considerando a database destes”.
Ou seja, a partir da data da publicação da Instrução Normativa acima citada (13 de setembro de 2012) torna obrigatório que o ato formal que versar sobre a matéria será mediante LEI e não mais por Resolução, a exemplo de como foi elaborado nos últimos anos, inclusive sob orientação do Tribunal de Contas, que hoje tem outro entendimento por força de Jurisprudência do STF (ADI 3.306 e ADI 3.369-MC).
Considerando que este novo entendimento do TCE/PR, segundo o Acórdão nº 3120/13- Tribunal Pleno, decorrente de consulta formulada por esta Casa de Leis, assim proferiu:
Consulta. Fixação de subsídios dos Vereadores por Resolução. Inaplicabilidade das decisões do STF proferidas nas ADI 3.306 e ADI 3.369-MC. Inaplicabilidade do art. 12, I e do item 2, do Anexo I, da Instrução Normativa nº 72/2012. Ante o regime jurídico específico do art. 29, VI, da Constituição Federal de 1988, é válida a fixação dos subsídios dos Vereadores por meio de Resolução ou de Decreto Legislativo.
Considerando Memorando do Assistente Técnico da Diretoria de Finanças e Gestão Fiscal desta Casa de Leis, a seguir transcrito:
MEMORANDO
De: ACÁCIO ZEFERINO FILHO Assistente Técnico da Diretoria de Finanças e Gestão Fiscal PARA: RENATE PERNER Assistente Técnico da Diretoria Legislativa
Conforme vossa solicitação quanto ao percentual de atualização a ser utilizado como
base para o cálculo referente à atualização dos subsídios dos senhores Vereadores,
Prefeito, Vice-Prefeito, Procurador Geral do Município e Secretários, para fins de
instruir a elaboração dos respectivos projetos de resolução e de lei, temos a
evidenciar que conforme o INPC (IBGE) do período de 01 de janeiro a 31 de
dezembro de 2013, o índice foi de 5,6% (cinco vírgula seis por cento), conforme
Planilha do Banco Central (anexa).
Ressaltamos que o índice apresentado não caracteriza que o mesmo venha a ser
utilizado na sua íntegra, pois terão que serem observados as demais disposições e
limites legais, tais como:
a) Instrução Normativa nº 72/2012, do Tribunal de Contas do Estado do
Paraná, que dispõe sobre os critérios aplicados no exercício do
controle das despesas com subsídios de Agentes Políticos dos Poderes
Executivo e Legislativo municipais, para aferição de sua conformidade
aos atos legais que insituirem e estes aos ditames constitucionais e
legais relacionados ao assunto, e dá outras providências, em seu
artigo 17, parágrafo 2º e item 2.2., Anexo I;
b) Artigo 29-A, da Constituição Federal, no seu inciso VI, letra “d”;
c) Artigo 37, XI, da Constituição Federal;
d) Artigo 20, III, da Lei Complementar 101/2000;
e) Eqüidade, pelo princípio do conservadorismo, com a Lei Municipal
4.236 de 29 de maio de 2014, onde o percentual aplicado aos
servidores municipais foi de 5,3% (cinco vírgula três por cento).
Ressalta-se, também, que considerando que a aplicação do índice INPC/IBGE, tido como
índice inflacionário oficial, desnecessário se faz, a apresentação de impacto
orçamentário/financeiro, com base nos artigos 16 e 17, parágrafo 6º, da Lei 101/2000,
Lei de Responsabilidade Fiscal.
Face ao exposto, a reposição das perdas inflacionárias do subsídio do Presidente e dos
Vereadores desta Casa de Leis, do Prefeito Municipal, Vice-Prefeito, Procurador Geral
do Município e Secretários Municipais, encontram-se em consonância com os
dispositivos e limites legais, aduzidos anteriormente, que passarão a vigorar, com
efeitos financeiros, a partir de janeiro de 2014, nos seguintes valores:
CARGO SUBSÍDIO ATUAL
REPOSIÇÃO INFLACIONÁRIA 5,3%
SUBSÍDIO ATUALIZADO
PRESIDENTE *12.940,00 685,82 13.625,82
VEREADOR *8.625,00 457,13 9.082,13
PREFEITO **20.884,00 1.106,85 21.990,85
VICE-PREFEITO **14.000,00 742,00 14.742,00
PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO E SECRETÁRIOS
**9.500,00 503,50 10.003,50
Fonte: *Resolução 89/2012. **Lei 4.021/2012.
Foz do Iguaçu, 13 de junho de 2014. ACÁCIO ZEFERINO FILHO Assistente Técnico da Diretoria de Finanças e Gestão Fiscal
Dado o exposto, contam os signatários com a colaboração dos demais Pareas para a
aprovação da matéria em tela.
Rm
Sala das Sessões, em 16 de Junho de 2014.
COMISSÃO DE ECONOMIA, FINANÇAS E ORÇAMENTO
Edilio Dall' Agnol
Presidente da Comissão
Hermógenes de Oliveira Rudinei de Moura
Membro Vice-Presidente