Autor Claudio José Lourini
Escola de Atuação Colégio Estadual Vinícius de Moraes
Município da escola Tupãssi PRNúcleo Regional de Educação
Assis Chateaubriand
Orientador Lianara Terezinha Mumbach Brandenburg
Instituição de Ensino SuperiorUNIOESTE
Disciplina/Área Ciências
Produção Didático-pedagógica
A Experimentação como Recurso Pedagógico no Estudo da Eletricidade Estática em Ciências
Relação Interdisciplinar
Público Alvo Alunos de 8ª série do ensino fundamental
Localização Colégio Estadual Vinícius de MoraesRua da Cultura nº 81 – Tupãssi PR
Apresentação:
As aulas de Ciências se apoiam principalmente no livro didático e tendo o professor como transmissor e o aluno como receptor do conteúdo. Esse método não assegura a aprendizagem e torna as aulas de Ciências pouco atrativas pois se baseia na memorização. Uma maneira de tentar superar essas dificuldades é a inserção de aulas experimentais que deem margem à observação, à discussão e à interpretação dos resultados, com o professor atuando como mediador, apresentando os conceitos, leis e teorias envolvidas na experimentação. Assim, este material didático, tem como objetivo principal a melhoria da qualidade de ensino de Ciências, inserindo a experimentação com a finalidade de aproximar a teoria da prática e relacioná-las ao cotidiano do aluno, tornando as aulas de Ciências mais atrativas.
Palavras-chave Ciências; Experimentação; Eletricidade.
SUMÁRIOINTRODUÇÃO................................................................................................ 3ELETRICIDADE.............................................................................................. 4COMO AS PESSOAS VIVIAM SEM A ELETRICIDADE................................. 4HISTÓRIA DA ELETRICIDADE...................................................................... 5ATIVIDADE 1.................................................................................................. 6ATIVIDADE 2.................................................................................................. 6CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA...................................................................... 7O ÁTOMO....................................................................................................... 7ELETRIZAÇÃO DOS CORPOS...................................................................... 8AVALIAÇÃO.................................................................................................... 10ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR................................................................. 11ANEXO I – ROTEIRO DE AULA PRÁTICA.................................................... 12ANEXO II – ROTEIRO DE AULA PRÁTICA................................................... 14REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 19
INTRODUÇÃO
Conforme as DCE's do Estado do Paraná, a disciplina de Ciências tem como
objeto de estudo o conhecimento científico que resulta da investigação da natureza.
Esse conhecimento foi produzido pela humanidade em um movimento dialético, quer
seja como resposta a uma necessidade eminente, quer seja como busca de
resposta à observação de um fato ou fenômeno do dia a dia.
O ensino de Ciências em nossas escolas objetiva a transmissão do
conhecimento científico produzido e acumulado ao longo do tempo, de maneira que
o aluno dele se aproprie e assim consiga compreender os fenômenos de seu
cotidiano. Contudo, conforme Laburu, Arruda e Nard (2003), o ensino de Ciências se
apoia principalmente no professor como transmissor e o aluno como receptor do
conhecimento, pois normalmente o professor utiliza apenas o livro didático. Esse
processo se baseia principalmente na capacidade que o aluno tem de memorizar,
em oposição ao compreender ou ao observar, ocasionando, na maioria das vezes, a
uma aprendizagem superficial (OLIVEIRA e GONZALES, 2008).
Uma maneira de tentar superar essas dificuldades é a inserção de aulas
experimentais que deem margem à observação, à discussão e à interpretação dos
resultados, com o professor atuando como mediador, apresentando os conceitos,
leis e teorias envolvidas na experimentação.
Assim, este material didático, tem como objetivo principal a melhoria da
qualidade de ensino de Ciências, inserindo a experimentação com a finalidade de
aproximar a teoria da prática e relacioná-las ao cotidiano do aluno, tornando as
aulas de Ciências mais atrativas.
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ELETRICIDADE
COMO AS PESSOAS VIVIAM SEM A ELETRICIDADE?
Que tal voltarmos no tempo? Proponho que se imaginem vivendo na época
de seus avós, ha uns 40 ou 50 anos atrás, quando as cidades pequenas e as
propriedades rurais não tinham energia elétrica. Tudo era diferente. Vamos pensar.
a) Como era o ferro de passar? Se não souber, pergunte a seus pais.
b) Como era preparado o banho quente?
c) E a iluminação da casa?
d) Como se fazia para conservar os alimentos, já que não haviam geladeiras?
Hoje em dia, a eletricidade tem facilitado muito, trazendo conforto e qualidade
de vida. É ela a responsável, entre outras inúmeras coisas, pelo aquecimento da
água no chuveiro; pelo aquecimento do ferro de passar; pela iluminação de nossas
casas; pelo funcionamento dos aparelhos de televisão, rádio, ar condicionado,
computador, etc...
Não resta dúvida sobre a versatilidade e a importância da eletricidade no
mundo moderno. Eletricidade daqui, eletricidade de lá, eletricidade acolá. Mas
espere aí, o que é eletricidade afinal?
Sua opinião é importante. Responda com seu próprio conhecimento, ou seja,
com suas próprias palavras, a essas situações que observamos no nosso dia a dia:
a) Você já notou alguns “estalos” ao tirar um agasalho (blusa ou camiseta):
( ) sim ( ) não
Se isso ocorreu à noite, você conseguiu ver uma pequena faísca? O que você acha
que pode ser?
b) Ao passar o braço próximo à tela de um televisor de “tubo” ligada, o que se pode
observar?
Porque você acha que isso acontece? Que tipo de atração é essa?
c) Você já levou um “choque” ao encostar na lata de um carro ao descer do carro ?
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O que provoca esse “choque”?
HISTÓRIA DA ELETRICIDADE
Em todas as questões acima a eletricidade está envolvida. A eletricidade é um
fenômeno que historicamente sempre fascinou os homens. A primeira observação a
respeito dos fenômenos elétricos que se tem conhecimento vem da Grécia antiga.
Tales de Mileto (640-546 aC) constatou que quando se atritava uma resina vegetal
vitrificada chamada âmbar, esse adquiria a propriedade de atrair pequenos pedaços
de palha ou outros materiais (CINDRA e TEIXEIRA, 2005). Vários pesquisadores
contribuíram para a compreensão dos fenômenos elétricos. Foi William Gilbert (1540
-1603) quem criou o termo eletricidade, uma vez que âmbar em grego significa
elektron (FILHO, BOSS e CALUZI, 2008).
No início, pensava-se que a eletricidade fosse um fluído que era transferido
de um corpo para outro. Em 1752, Benjamim Franklin (1706 - 1790), considerava
que a eletricidade era um fluído e que um corpo ficava eletrizado quando uma certa
quantia de fluido era transferida de um corpo para outro. Assim, Franklin dizia que o
corpo que recebia o fluido ficava carregado positivamente e o corpo que perdia fluido
ficava carregado negativamente (ROCHA, et al., 2002).
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/f/fd/Franklin_lightning_engraving.jpg
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Que a famosa experiência de empinar pipa
em dia de tempestade sugerida por
Benjamim Franklin para provar que as nuvens
eram carregadas de eletricidade, nunca foi
realizada por ele? Pois se a experiência
fosse feita como consta na gravura ao lado,
ela teria sido fatal.
No século XVIII, já se conhecia a propriedade que os corpos eletrizados
tinham de atração e repulsão. Vejamos algumas situações concretas através de
algumas práticas simples que envolvem eletricidade:
ATIVIDADE 1:
Experimento I
Material: pedacinhos pequenos de papel; balão de aniversário.
Procedimento: Corte alguns pedacinhos de papel e coloque-os sobre a carteira. A
seguir, encha o balão e atrite-o em seu cabelo, passando-o diversas vezes.
Aproxime o balão dos pedacinhos de papel.
Questionamento:
a) o que você observou?
b) seus colegas obtiveram resultado diferente do seu?
ATIVIDADE 2:
Experimento II
Material: Pente ou caneta esferográfica; torneira com água.
Procedimento: Abra a torneira de maneira que a água escorra na forma de um fio
bem fino. A seguir atrite o pente ou caneta em seu cabelo e aproxime-o do fio de
água.
Questionamento:
a) O que ocorreu com a direção do fio de água?
b) Seus colegas obtiveram o mesmo resultado?
Se esses experimentos fossem realizados no século XVIII, a provável
explicação para o ocorrido seria a de que teria ocorrido uma transferência de fluido
elétrico de um dos corpos atritados para o outro, ou seja, do cabelo para o balão e
vice versa. Nessa época, não se tinha muito conhecimento sobre a constituição da
matéria e por isso, essa explicação era bem aceita.
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CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
Para compreender como ocorre essa eletrização e a transferência de
eletricidade de um corpo para outro, precisamos primeiro, rever como é a
constituição da matéria. Você sabe de que é constituída a matéria? Se não lembra,
então vamos rever alguns conceitos.
O ÁTOMO
Todos os tipos de matéria são constituídos de pequenas partículas chamadas
átomos.
VIDEO:átomohttp://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php
?id=12647
Os átomos tem duas regiões: o núcleo onde ficam os prótons e nêutrons; e a
eletrosfera, onde giram os elétrons. Como estamos falando sobre eletricidade, duas
de suas partículas tem importância especial, os prótons que ficam no núcleo e tem
carga elétrica positiva (+), e os elétrons que giram ao redor do núcleo e tem carga
elétrica negativa (-). Em um átomo, a quantidade de prótons (+) e de elétrons (-) é
sempre igual, por isso dizemos que o átomo é eletricamente neutro.
Átomo eletricamente neutro nº prótons = nº de elétrons
Atualmente são conhecidos cerca de 118 tipos diferentes de átomos, que
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combinam-se de diversas maneiras para formar os mais diferentes tipos de matéria.
Essa combinação pode ocorrer entre átomos iguais ou entre átomos diferentes e
chama-se ligação química. Assim, podemos dizer que a matéria tem em sua
constituição átomos que por sua vez são formados por, entre outras, por prótons (+)
e elétrons (-) (PERUZZO e CANTO 2003).
ELETRIZAÇÃO DOS CORPOS
Em determinadas situações, um corpo pode ganhar ou perder cargas
negativas (elétrons), adquirindo portanto carga elétrica.
VAMOS PENSAR:
Se um corpo ganhar elétrons, ele ficará com mais elétrons que prótons.
Nesse caso ele estará carregado positivamente ou negativamente?............................
Se um corpo perder elétrons, ele ficará com menos elétrons que prótons.
Nesse caso ele estará carregado positivamente ou
negativamente?.............................
Em ambos os casos acima, dizemos que o corpo está eletrizado. Mas como
acontece a eletrização?
Vamos estudar duas formas de eletrização, por atrito e por contato.
a) Eletrização por atrito: Ocorre quando atritamos materiais diferentes. Um deles
perde elétrons e o outro ganha esses elétrons e ambos ficam eletrizados. Cada
substância tem uma certa tendência em perder ou ganhar elétrons quando atritada
em outro material. A escala abaixo está organizada de forma em que os materiais
acima tem maior tendência em perder elétrons e por isso ficar eletrizado
positivamente ao ser atritado com qualquer material abaixo:
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Os corpos em geral são eletricamente nêutros, pois os
átomos que formam esse corpo tem a mesma quantidade
de prótons (+) e de elétrons (-)?
Material Tendência em perder elétrons
couro
vidroCabelo humanolã
sedaâmbarPoliestireno (caneta bic)Polietileno
Tendência em ganhar elétrons
Fonte: adaptado de: http://www.infoescola.com/eletrostatica/serie-triboeletrica/
b) Eletrização por contato: Esse tipo de eletrização acontece quando um corpo
eletrizado toca em um corpo neutro. Se o corpo estiver eletrizado negativamente,
isto é, com mais elétrons do que prótons, ocorrerá uma transferência de elétrons do
corpo eletrizado para o corpo neutro, até atingir um equilíbrio. Se o corpo estiver
eletrizado positivamente, o fluxo de elétrons será do corpo neutro para o corpo
eletrizado, até atingir um equilíbrio de cargas. Em ambas situações os corpos ficam
eletrizados com cargas de mesmo sinal.
Charles Françóis de Cisternay Du FayFonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Charles_Fran%C3%A7ois_de_Cisternay_du_Fay.jpg
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Dessa forma, quando se atrita couro com vidro,
por exemplo, como o couro está mais acima na
tabela, ele tem tendência a perder elétrons para
o vidro. Assim, o couro fica com menos cargas
negativas do que positivas, ficando eletrizado
positivamente. Ao mesmo tempo, como o vidro
ganha elétrons, ficará carregado negativamente.
Que cargas de mesmo sinal se repelem e cargas de sinal
contrário se atraem? E que o primeiro pesquisador a relatar
sobre a atração e repulsão entre cargas elétricas foi Du Fay
em 1737?+
+
- -+
-
Agora, vamos ver e analisar algumas situações curiosas de nosso dia a dia
em que a eletricidade estática está presente e as formas para evitar acidentes com
ela:
I – Em dias secos, veículos em movimento geram eletricidade estática pelo atrito do
veículo com o ar. Essa eletricidade fica armazenada no veículo. Você já levou um
choque quando encostou na lata do carro ao descer? Esse fenômeno é
potencialmente perigoso em caminhões tanque que transportam combustíveis.
Quando o funcionário tocar no registro para descarregar o combustível, pode haver
a descarga elétrica e gerar uma faísca que pode dar início a um incêndio. Para evitar
esse tipo de acidente, coloca-se no caminhão uma corrente metálica arrastando ao
chão para descarregar a eletricidade estática gerada.
II – Em fábrica de tecidos e de papel, no momento em que o papel ou tecido é
enrolado, ocorre eletrização que pode gerar faíscas e incêndios. Para evitar
acidentes, cria-se uma atmosfera úmida ao redor dos rolos fazendo que a
eletricidade acumulada se dissipe, uma vez que a umidade do ar consegue absorver
as cargas elétricas.
AVALIAÇÃO
O objeto de estudo deste material é uma aula prática, e como tal, sugere-se
que a avaliação seja feita com base na realização e participação pelos alunos nas
atividades propostas durante a aula prática e também pela entrega do roteiro da
aula com as questões debatidas em grupo.
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Que os raios são descargas elétricas que se originam em
consequência de um acúmulo muito grande de eletridade
estática nas núvens, eletricidade esta que é gerada pelo
atrito entre partículas de água e gelo?
ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR
Este material tem como objetivo propiciar um melhor entendimento a respeito
de um conteúdo bastante interessante da 8ª série, a eletricidade estática. Quando
este conteúdo é trabalhado em sala de aula, percebe-se que os alunos demonstram
grande fascínio sobre o assunto e interesse em compreendê-lo. Contudo sua
aprendizagem é dificultada pois sua compreensão perpassa pela abstração de
vários conceitos, uma vez que deve-se entrar no mundo microscópico do átomo e de
suas partes constituintes.
Dessa forma, esse material é composto de duas partes, uma teórica e um
roteiro de aula prática.
Na parte teórica, procura-se abordar o assunto de maneira dinâmica,
levantando-se questionamentos relacionados ao cotidiano do aluno e buscando-se
curiosidades sem deixar de lado o rigor científico que permeia o conteúdo. Essa
teoria deve preceder à aula prática, uma vez que para a compreensão dos conceitos
envolvidos na prática pressupõe que os alunos conheçam a teoria.
A aula prática deve ser realizada de maneira que os alunos construam o
eletroscópio para depois, sob a orientação do professor, realizar o experimento em
grupos de 3 ou 4 alunos, possibilitando assim uma discussão entre os componentes
do grupo e a classe.
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ANEXO I ROTEIRO DE AULA PRÁTICA – ATIVIDADE Nº 01
Assunto: Eletricidade estática: Eletroscópio.
Aula prática 1 - CONSTRUÇÃO DE UM ELETROSCÓPIO DE FOLHAS
Objetivos: Construir um eletroscópio de folhas para ser usado em aula prática de
eletricidade estática.
Fundamentação teórica.
De acordo com Gaspar (2005), O eletroscópio é um dispositivo experimental
clássico e foi inventado pelo cientista francês padre Jean Antonie Nollet em 1748.
Nessa época, foi largamente utilizado para constatação de presença ou ausência de
eletricidade estática nos corpos. Nos dias de hoje, sua utilização se resume
basicamente em fins didáticos.
O eletroscópio mais utilizado para fins didáticos é o de folhas. Esse tipo de
eletroscópio é construído a partir de materiais condutores e materiais isolantes
dispostos de tal maneira que possibilite a verificação da ocorrência de eletricidade
estática em corpos.
Materiais necessários:
1 folha de papel alumínio de 10 x 10cm
1 esfera maciça de ps (isopor) de 2cm de diâmetro
25cm de fio de cobre sólido e encapado de 4mm de diâmetro
2 folhas de papel alumínio de 1 x 2 cm
1 frasco plástico de maionese de 500 gramas
1 prendedor de roupa.
Procedimento.
– Encape a esfera de isopor com a folha de papel alumínio (10 x 10 cm) de
maneira a cobrir totalmente sua superfície.
– Pegue o fio e desencape 1cm em uma de suas extremidades e 3 cm na outra.
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– Dobre em “L” a extremidade descascada em 3cm
– Dobre paralelamente a parte dobrada do fio
– Agora acople a esfera encapada na extremidade do fio que não foi dobrada
– Faça uma curva em “U” em cada folha de papel alumínio de 1 x 2cm para
colocá-las paralelamente, uma em cada haste do fio.
– Monte o eletroscópio conforme o desenho abaixo.
Fonte: Claudio José Lourini
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ANEXO II:
ROTEIRO DE AULA PRÁTICA – ATIVIDADE Nº 02
ASSUNTO – CONSTATAÇÃO DA ELETRICIDADE ESTÁTICA ATRAVÉS DO
ELETROSCÓPIO.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O fenômeno da eletricidade é conhecido pelo homem desde a antiguidade.
Contudo, esse assunto era tido apenas como curiosidade. Seu estudo adquiriu
caráter científico apenas na idade média quando vários pesquisadores buscaram
explicações para o fenômeno. No início, pensava-se que a eletricidade fosse um
fluído que era transferido de um corpo para outro (ROCHA, et al., 2002).
No final do século XVIII, com um conhecimento mais aprofundado a respeito
da composição íntima da matéria, o conceito de eletricidade mudou. A descoberta do
átomo e das partículas que o compõe, foi fundamental para tanto.
Hoje sabe-se que o átomo tem duas regiões: o núcleo onde ficam os prótons
e nêutrons; e a eletrosfera, onde giram os elétrons. Como o assunto é eletricidade,
duas de suas partículas tem importância especial, os prótons que ficam no núcleo e
tem carga elétrica positiva (+), e os elétrons que giram ao redor do núcleo e tem
carga elétrica negativa (-). Em um átomo, a quantidade de prótons (+) e de elétrons
(-) é sempre igual, por isso diz-se que o átomo é eletricamente neutro (PERUZZO E
CANTO 2003).
Átomo eletricamente neutro nº prótons = nº de elétrons
Como todo o tipo de matéria existente é formado por átomos, podemos dizer
que a matéria se apresenta em equilíbrio elétrico, ou seja, no total, a quantidade de
prótons é igual a quantidade de elétrons, sendo portanto eletricamente neutra.
Algumas situações podem levar a matéria a ganhar ou perder elétrons
ocasionando uma diferença entre o total de cargas positivas (prótons) e o total de
cargas negativas (elétrons). Quando o corpo ganha elétrons fica carregado
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negativamente, já que os elétrons são negativos. Ao contrário, quando o corpo perde
elétrons, ficará com mais prótons do que elétrons, ficando portanto carregado
positivamente(PERUZZO E CANTO 2003).
O processo pelo qual um corpo fique carregado eletricamente é a eletrização.
Uma forma de eletrização é a eletrização por atrito. Esse processo consiste em
atritar entre si dois materiais diferentes. Durante o atrito, um dos materiais perde
elétrons e o outro ganha elétrons. A tabela abaixo, traz um comparativo entre alguns
materiais e suas tendências em ganhar ou perder elétrons durante o processo de
eletrização:
Material Tendência
em perder
elétronscouro
vidroCabelo humanolã
sedaâmbarPoliestireno
(caneta bic)Polietileno
Tendência
em ganhar
elétronsAdaptado de: http://www.infoescola.com/eletrostatica/serie-triboeletrica/
Outra forma de eletrizar um corpo é a eletrização por contato, que consiste
em encostar um corpo eletrizado em um corpo neutro. Nesse caso temos duas
situações a serem consideradas, dependendo da natureza elétrica do corpo
eletrizado:
a) Corpo eletrizado positivamente (com falta de elétrons): Nesse caso, elétrons do
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corpo neutro passam para o corpo carregado positivamente até atingir um equilíbrio
de cargas entre ambos os corpos. Dessa forma os dois corpos ficam carregados
positivamente, pois ambos ficam com menos elétrons (-) do que prótons (+);
b) Corpo eletrizado negativamente (com mais elétrons que prótons): Nesse caso,
elétrons do corpo carregado negativamente passam para o corpo neutro e ambos
ficam com mais elétrons (-) do que prótons (+), ficando portanto, carregados
negativamente.
INTERAÇÃO ENTRE CARGAS ELÉTRICAS
Desde o início do século XVIII sabia-se que as cargas elétricas exerciam
entre si, forças que poderiam ser de atração ou repulsão, dependendo da natureza
elétrica dessas cargas. Resumidamente, dizemos que cargas de mesmo sinal se
repelem e que cargas de sinais contrários se atraem.
Fonte: Claudio José Lourini
Objetivos:
– Identificar se um corpo está eletrizado através do uso do eletroscópio;
– Compreender o processo de eletrização por atrito e por contato.
Materiais:
Eletroscópio de folhas
Caneta esferográfica tipo “bic cristal”
Procedimento:
- Atividade a ser realizada em grupos de três alunos.
- Pegue a caneta (pela ponta), segurando apenas na extremidade.
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--+
+ -
+
- Friccione-a algumas vezes no cabelo
- Encoste a caneta na esfera do eletroscópio e observe o comportamento das folhas
de alumínio do eletroscópio.
- Relate o que vocês observaram:.
Que tipo de fenômeno provoca o afastamento das folhas do eletroscópio?
A caneta e o cabelo, quando atritados, sofrem alguma alteração? Qual?
Qual a natureza da carga elétrica (positiva, negativa ou neutra) que predomina na
caneta e no cabelo antes de serem atritados? E depois de atritados?
Caneta CabeloAntes de ser
atritada
Carga: Antes de ser
atritado
Carga:
Depois de ser
atritado
Carga: Depois de ser
atritado
Carga:
O que ocorre com as cargas da caneta ao encostar a caneta na esfera do
eletroscópio?
Ao ser atritada, a caneta adquiriu carga …........, essas cargas passam à esfera do
eletroscópio que é revestida de alumínio. O alumínio é um bom condutor de
eletricidade e por isso essas cargas passam também ao fio de cobre e chegam às
folhas de alumínio. Diante disso, vamos pensar:
• Se a esfera recebe cargas …............., essas cargas se distribuem pela
esfera, fio de cobre e também nas folhas de alumínio na parte inferior do
eletroscópio, então:
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a) Qual a natureza elétrica (positiva ou negativa) apresentam as folhas de alumínio:
b) As folhas de alumínio apresentam cargas de mesmo sinal, ou de sinal diferente
entre si?
c) Agora explique o que causa o afastamento das folhas do eletroscópio.
Verifique com seus colegas se obtiveram o mesmo resultado. Houve alguma equipe
em que as folhas não foram afastadas?
Caso positivo, vamos investigar o que pode ter ocorrido.
a) O Cabelo estava seco ou molhado?
b) A pessoa estava de boné?
c) Foi passada alguma substância no cabelo como gel fixador ou um creme
qualquer?
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CINDRA, J. L.; TEIXEIRA, O. P. B. A evolução das Idéias Relacionadas aos Fenômenos Térmicos e Elétricos: Algumas Similaridades. Disponível em: http://www.fsc.ufsc.br/cbef/port/22-3/artpdf/a5.pdf. Acesso em 28 de mar de 2011.
FILHO, M. P. F.; BOSS, S. L. B.; CALUZI, J. J. Diferenças e Semelhanças entre eletricidade e Magnetismo: O Diálogo Histórico Entre o Erro e a Verdade Subsidiando o Ensino da Física. Disponível em: http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/xi/atas/cp_resumos/T0142-2.pdf. Acesso em 29 mar 2011.
LABURU, C. E.; ARRUDA, S. de M.; NARDI, R. Pluralismo Metodológico no Ensino de Ciências. Ciência & Educação, v.9, nº2, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v9n2/07.pdf>. Acesso em: 27 set. 2010.
KÍTOR, G. L. Série Triboelétrica, Disponível em: http://www.infoescola.com/eletrostatica/serie-triboeletrica / , acesso em 04/07/2011.
OLIVEIRA, M. A. L.; GONZALES, C. E. F.; Práticas Pedagógicas Significativas: Qualidade de Educação Para Todos. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1677-8.pdf?PHPSESSID=2010010708155290, Acesso em 08. fev 2011.
PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. QUÍMICA na abordagem do cotidiano. São Paulo, Moderna: 2003.
ROCHA. J. F.; PONCSEK. R. I. L; PINHO. S. T. R.; ANDRADADE. R. F. S.; JUNIOR. O. F.; FILHO. A. R. Origens e Evoluções das Ideias da Física. Salvador: EDUFBA: 2002.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Ciências. Curitiba, 2008.
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