AUTOAVALIAÇÃO INSTITUCIONAL INTERNA
(AII) COMO FERRAMENTA DE GESTÃO PARA
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO: UM
ESTUDO DE CASO
CARLA DE ALBUQUERQUE DIAS (IFAM )
O presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados obtidos
através da Autoavaliação Institucional Interna (AII) realizada internamente
junto aos públicos formados por DISCENTES de nível superior, DOCENTES e
TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) ao
final de 2013 e divulgados ao Ministério da Educação (MEC) através do
Relatório Anual de Autoavaliação Institucional (RAAI) em março de 2014. A
partir dos resultados obtidos, objetiva-se desenvolver um plano de gestão da
segurança e saúde ocupacional do local estudado, e sistematizar estratégias
para otimizar as chances de sucesso deste plano de gestão de segurança,
saúde e condições de trabalho no IFAM. Esta é uma das aplicabilidades da
engenharia de produção, e a escolha desse tema justifica-se pelo papel
estratégico que a segurança do trabalho desempenha na organização do
trabalho, tanto na área de atuação específica das organizações, como para a
economia nacional, no que diz respeito aos afastamentos e pagamentos de
indenizações trabalhistas, por exemplo.
Palavras-chaves: gestão da segurança, autoavaliação institucional interna,
nível de comprometimento, saúde ocupacional, organização do trabalho,
melhoria da qualidade
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Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10
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1. Introdução
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), como
instituição pública federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC) por meio da
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), tem sede e foro em Manaus,
capital do Amazonas, o Estado de maior extensão territorial da Federação. No cumprimento
das finalidades, características e objetivos explicitados na Legislação voltada para a
Educação, o IFAM vem aumentando de maneira expressiva a oferta de vagas, nas
modalidades de ensino presencial e à distância. Atualmente existem dez unidades em
funcionamento localizadas em Manaus e no interior do Estado, dentre as quais estão os
Campus: Coari-CC, Lábrea-CL, Manaus Centro-CMC, Manaus Distrito Industrial-CMDI,
Manaus Zona Leste-CMZL, Maués-CM, Parintins-CP, Presidente Figueiredo-CPF, São
Gabriel da Cachoeira-CSGC e Tabatinga-CT. O Plano de Expansão já se encontra em sua fase
III, e abrange mais cinco municípios: Eirunepé, Humaitá, Itacoatiara, Manacapuru e Tefé.
Conforme Regimento Geral do IFAM, sua administração ocorre de forma descentralizada, por
meio de gestão delegada, em consonância com os termos do Artigo 9° da Lei N° 11.892/2008.
Visando a eficácia administrativa e como medida de descentralização, a estrutura básica
organizacional do IFAM é composta por órgãos colegiados, executivos, de controle e de
assessoramento.
Nessa composição interna existe a Comissão Própria de Avaliação (CPA), responsável por
coordenar a Autoavaliação Institucional Interna (AII), desde a elaboração do método,
passando por sua implementação e sistematização dos resultados, até a elaboração do
Relatório Anual de Autoavaliação Institucional (RAAI), que subsidia os Planejamentos
Administrativo e Pedagógico da Instituição e é usado pelo INEP (Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) e MEC para o recredenciamento
institucional e reconhecimento dos cursos, entre outras atividades.
Desta forma, a CPA é elemento obrigatório para todas as IES (Instituições de Ensino
Superior) do País e tem por objetivo avaliá-las de forma autônoma, apresentando seu RAAI
para o dirigente institucional e para o INEP, possibilitando à IES o aperfeiçoamento de seus
processos internos no que diz respeito as dez Dimensões do SINAES (Sistema Nacional de
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Avaliação do Ensino Superior): Missão e Plano de Desenvolvimento Institucional (1),
Políticas para o Ensino, Pesquisa e Extensão (2), Responsabilidade Social (3), Comunicação
com a Sociedade (4), Políticas de Pessoal (5), Organização e Gestão da Instituição (6),
Infraestrutura Física (7), Planejamento e Avaliação (8), Políticas de Atendimento ao
Estudante (9), Sustentabilidade Financeira (10).
Assim, os pilares da Avaliação das IES no SINAES tratam da avaliação:
− Interna (Autoavaliação Institucional) – Realizada pela CPA;
− Externa – Realizada pelo INEP/MEC;
− Desempenho dos Estudantes – Realizada pelo INEP/MEC através do ENADE.
Desta forma, a AII está em obediência à Legislação de Ensino Superior do MEC que
estabelece o SINAES (Lei N°10.861 de 14/04/2004, Portaria MEC Nº 2.051 de 09/07/2004 e
Decreto Nº 5.773, de 09/05/2006).
A CPA também está prevista na Lei Nº 10.861, de 14/04/2004, e prevê em seu artigo 2º,
inciso IV, que a AII deverá assegurar "a participação do corpo DISCENTE, DOCENTE e
TÉCNICO-ADMINISTRATIVO das instituições de educação superior, e da SOCIEDADE
CIVIL, por meio de suas representações".
A AII é, portanto, um processo contínuo com o qual a Instituição adquire conhecimento sobre
sua própria realidade, buscando compreender os significados do conjunto de suas atividades
para melhorar a qualidade educativa e maior relevância social.
Nesse sentido, o presente artigo apresenta os resultados do RAAI no exercício de 2013,
específicos quanto à Dimensão 6 (Organização e Gestão da Instituição), onde procurou-se
identificar junto aos participantes da pesquisa, a situação da segurança e saúde do trabalho
no IFAM através da seguinte questão:
“Como você avalia o nível de comprometimento da instituição com a segurança e saúde
dos (DISCENTES/DOCENTES/TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS)?”
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Tal instrumento avaliativo foi aplicado internamente apenas aos segmentos de DISCENTES
de cursos de nível superior, dos campi onde são oferecidos tais cursos (Licenciaturas,
Tecnologias e Engenharias), bem como aos DOCENTES e TÉCNICOS
ADMINISTRATIVOS (sem distinção, para todas as unidades do IFAM). Não foi realizada
AII ao segmento da SOCIEDADE CIVIL, em virtude da pouca representatividade de tal
segmento nesta CPA. Além disso, em virtude de a CPA ter sido criada apenas no 2º semestre
de 2013, houve pouco tempo para planejamento das ações, que basicamente limitaram-se à
elaboração e aplicação dos questionários para os três segmentos e tabulação de dados para
emissão do RAAI, que contou com um total de 2.085 participantes, conforme abaixo:
− DISCENTES = 1.286
− DOCENTES = 681
− TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS = 118
2. Referencial Teórico
O trabalho consome um terço, ou mais, do tempo de nossa existência, passando a determinar
um estilo de vida e influir diretamente em nossa personalidade. Possivelmente, a primeira
manifestação em favor da organização do trabalho tenha sido a Administração Científica
utilizada por Taylor, tentando ampliar a eficiência do trabalhador. Taylor imaginava como
conciliáveis os interesses do empregado e do empregador, contanto que fosse dado a ambos o
que pretendiam, ou seja, para este, baixo custo de produção, para aquele, salários mais altos
(VENDRAME, 2008, p.47).
A Administração Científica peca na conceituação de seu principal objetivo: Assegurar o
máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao
empregado. O grande equívoco foi considerar como necessidade do trabalhador unicamente o
salário e nada mais. Segundo Maslow (1970), as necessidades vão se refinando e, uma vez
que o trabalhador encontra suas necessidades básicas satisfeitas, serão criadas novas
necessidades, tais como autorrealização e estima não contempladas pela Teoria da
Administração Científica.
Nesse contexto, algumas patologias do trabalho têm evoluído no sentido de que sua origem
não mais está associada aos fatores clássicos, como por exemplo, à exposição de uma
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substância, ou mesmo, às más condições de trabalho. Nos idos tempos, o trabalhador estava
exposto à uma substância; hoje, ele está exposto a diversos agentes, e mesmo que esta dose
seja menor, a combinação das exposições acaba por ser mais lesiva, com direta repercussão
no envelhecimento precoce. Assim, as patologias do trabalho tendem a se produzir não só por
razões afetas ao local físico do trabalho, como também fora do ambiente laboral, passando a
ser consideradas multifatoriais.
Finalmente, os efeitos da organização do trabalho estão presentes na vida do trabalhador
moderno, que aliados ao estresse produzem uma insidiosa e alarmante situação de risco ao
trabalhador, seja agindo independentemente, seja pelo sinergismo que proporciona a outros
agentes. As causas, muitas vezes, estão bastante ocultas: o diagnóstico é difícil, mas a
correção só depende da boa vontade, tanto dos empregados, como do empregador, que, antes
de qualquer coisa, precisam estar com o espírito desarmado e receptivo para promover
mudanças inevitáveis (INSTITUTO ETHOS, 2003).
Partindo da premissa que a gestão de segurança, saúde e condições de trabalho busca garantir
a preservação da saúde e a segurança dos trabalhadores no desempenho de suas funções,
estabelecendo ações sistemáticas de controle, monitoramento e prevenção de acidentes,
optou-se por focar o estudo nas relações que o IFAM tem na região norte, ciente de suas
dificuldades e peculiaridades, mas, sobretudo, de suas potencialidades, tendo em vista que
neste ambiente não há apenas trabalhadores, mas também alunos.
Para Slack (2009, p. 60-61) decisões estratégicas geralmente significam as decisões que:
− têm efeito abrangente na organização à qual a estratégia se refere;
− definem a posição da organização relativamente a seu ambiente;
− aproximam a organização de seus objetivos de longo prazo.
A avaliação, comunicação e controle de riscos nos locais de trabalho tem por objeto de estudo
os ambientes e atividades de trabalho e os respectivos riscos à segurança e saúde dos
trabalhadores, com foco nos riscos relacionados a exposições a agentes ambientais. Seus
objetivos são desenvolver/aplicar métodos qualitativos ou quantitativos de avaliação de riscos,
métodos de comunicação de riscos e métodos ou medidas de controle para eliminação ou
redução de riscos. Inclui também o estudo das práticas ou modelos de gestão de riscos no
âmbito das organizações produtivas. Os projetos podem ser tanto disciplinares, com foco em
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fatores de riscos específicos, como interdisciplinares envolvendo os diversos aspectos do
ambiente e das atividades de trabalho (FUNDACENTRO, 2005).
Assim, nos últimos anos, existe uma tendência de enfatizar os fatores organizacionais, como a
cultura de segurança, como causas de acidentes de trabalho, pois a segurança de
trabalhadores, além de fatores de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos e
ergonômicos presentes nos processos de trabalho, também é condicionada por fatores
culturais, sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais (NEAL, GRIFFIN; HART,
2000; HARRISSON; LEGENDRE, 2003; COX; CHEYNE, 2000; MEARNS; WHITAKER;
FLIN, 2003).
A influência dos fatores organizacionais sobre os acidentes do trabalho é estudada há mais de
duas décadas, mas existe ainda grande necessidade de criação de instrumentos para detectar,
descrever e classificar estes fatores, com o objetivo de analisar os seus impactos na segurança
do trabalho. Tais fatores influenciam os acidentes de trabalho em fatores relativos à estrutura
da organização, fatores relativos a estratégias e objetivos, e fatores relativos à cultura de
segurança (VUUREN, 2000).
A relevância desta pesquisa está no seu provável impacto social, econômico e ambiental. A
partir dos resultados levantados na AII do IFAM, ou seja do diagnóstico atual, possibilita-se
desenvolver uma cultura de segurança, uma vez que, as instituições federais de ensino
poderão melhorar seu sistema de gestão de segurança do trabalho, minimizando impactos no
ambiente de trabalho, e consequentemente, reduzindo as taxas de afastamentos e doenças
ocupacionais que, além de impactos sociais, têm também impactos econômicos para a
instituição (neste caso, o Governo Federal) e a sociedade, com reflexos no campo da
seguridade social.
3. Metodologia
As organizações, atualmente, cumprem novo papel no desenvolvimento da nação, e assumem
o papel de agente de uma nova cultura e construtora de uma sociedade mais justa. Neste
contexto de transformações sociais, econômicas e ambientais o presente estudo visa contribuir
para o fortalecimento da Gestão de Segurança do Trabalho em uma instituição federal de
ensino.
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Foram elaborados questionários específicos aos três segmentos da comunidade acadêmica
(público interno): DISCENTES, DOCENTES e TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS. Os
questionários completos com as 10 Dimensões do SINAES foram disponibilizados no
Aplicativo Q-Acadêmico para os segmentos DISCENTES e DOCENTES no período de
27/11/2013 a 31/12/2013. Para os TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS foi enviado correio
eletrônico à lista de servidores, informando link de acesso ao questionário.
Com o objetivo de ampliar a amostra de pesquisa, as avaliações foram aplicadas para
DOCENTES e TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS de todas as Unidades do IFAM. Para o
segmento de DISCENTES, as avaliações foram aplicadas apenas aos alunos de nível superior,
totalizando 16 Cursos distribuídos no CMC, CMDI, CMZL e CSGC.
A seguir são apresentados os resultados estatísticos da AII aplicada, bem como comentários,
críticas e sugestões dos seguintes segmentos:
− DISCENTES (CMC, CMDI, CMZL e CSGC = 1.286 participantes);
− DOCENTES (CC, CL, CMC, CMDI, CMZL, CM, CP, CPF, CSGC e CT = 681
participantes);
− TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS (CC, CL, CMC, CMDI, CMZL, CM, CP, CPF,
CSGC, CT e Reitoria = 118 participantes).
Para avaliar as 10 Dimensões do SINAES, utilizada nos questionários de autoavaliação
online, adotou-se a Escala Likert com os seguintes Conceitos/Critérios: 1-Ótimo, 2-Bom, 3-
Regular, 4-Ruim, 5-Péssimo e 6-Não sabe avaliar ou desconhece (NSA/D), a fim de verificar
a atuação do IFAM.
A informatização dos questionários e sua aplicação aos três segmentos avaliados foi
satisfatória com a utilização do Q-Acadêmico (DOCENTES e DISCENTES) e do recurso
DRIVE do Google (TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS). No entanto, a exportação dos dados
foi realizada manualmente devido à limitação de tais ferramentas no que diz respeito ao
agrupamento das respostas para cada dimensão aplicada, tornando a tabulação de dados uma
etapa lenta, trabalhosa e cansativa, para a elaboração e consolidação dos dados primários.
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4. Resultados Obtidos
4.1. Discentes
O quantitativo de discentes de cursos de nível superior respondentes da pesquisa institucional
por curso de graduação e por campus pode ser visualizado da Tabela 1, a seguir:
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Em geral, os conceitos atribuídos pelos DISCENTES dos 4 campus avaliados variaram entre
BOM e REGULAR.
Na Tabela 2 é possível observar que no grupo de respondentes discentes dos Cursos de
Tecnologia do CMC, a avaliação variou entre os conceitos BOM e REGULAR. Importante
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registrar que este Campus apresenta o maior quantitativo de respondentes da Pesquisa, se
comparado com os demais Campus.
Na Tabela 3 é possível observar que no grupo de respondentes dos Cursos de Licenciatura do
CMC, a avaliação foi um pouco melhor para os discentes de Licenciatura em Física,
Matemática e Química, enquanto que para os discentes de Licenciatura em Ciências
Biológicas, a avaliação quanto ao nível de comprometimento da instituição com a segurança e
saúde dos discentes foi avaliada como REGULAR.
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Na Tabela 4 é possível observar que no grupo de respondentes dos Cursos de Engenharia do
CMC, a avaliação dos alunos, apesar de apresentar maior frequência no conceito BOM,
mostra também certa insatisfação entre os respondentes.
Na Tabela 5, são apresentados os quantitativos e percentuais de respondentes dos cursos de
Engenharia e Tecnologia do CMDI. Com um quantitativo de 307 respondentes, o conceito
atribuído pelos respondentes daquele campus, ao nível de comprometimento da instituição
com a segurança e saúde dos discentes variou entre BOM e REGULAR.
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Na Tabela 6 são apresentados os quantitativos e percentuais de respondentes do curso de
Tecnologia do CMZL. Com um menor quantitativo de respondentes em comparação aos
demais campus, os discentes avaliaram como REGULAR o nível de comprometimento da
instituição com a segurança e saúde dos discentes daquela unidade.
Na Tabela 7 são apresentados os quantitativos e percentuais de respondentes do curso de
Licenciatura do CSGC. Com o menor quantitativo de respondentes em comparação aos
demais campus, os discentes avaliaram como BOM o nível de comprometimento da
instituição com a segurança e saúde dos discentes daquela unidade.
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Na última questão (aberta) foram inseridos comentários, críticas e sugestões referentes às
questões abordadas na avaliação. Dentre os diversos itens de melhoria apontados pelos três
segmentos, destacam-se os seguintes relatos dos discentes:
“Quanto às condições de saúde e segurança, recentemente precisei da assistência da
Enfermaria, mas a mesma estava fechada por falta de profissional... Sei que foi aberto
recentemente um concurso justamente para atender necessidades como essa, mas deviam
pelo menos deixar alguém lá.”
“Poderia haver mais transparência nos processos de licitações para a Instituição, e um
maior comprometimento com a segurança dos Discentes do IFAM.”
“Quanto à saúde e segurança tenho somente a reclamar, pois no quesito segurança
deveríamos ter segurança nas paradas ao redor da escola, pois são desertas e perigosas, e no
quesito saúde não temos nenhuma assistência e só por sorte se consegue encontrar o Clínico
trabalhando.”
“Melhorar a segurança em relação à quem pode entrar no Instituto. Por exemplo, qualquer
pessoa que souber a senha padrão da catraca está apto a realizar o que bem entender nas
dependências do IFAM, isso quando a mesma se encontra funcionando.”
“Falta de segurança dentro da Instituição é muito grande, pois os vigilantes não impedem
que qualquer pessoa entre na Instituição, as catracas não funcionam, e as carteirinhas da
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instituição que era pra terem chegado desde o começo do ano, até agora nada... A instituição
só deverá tomar tal atitude, quando acontecer uma tragédia, ou alguém entrar na Instituição
atirando nos alunos como tem acontecido constantemente Brasil afora.”
“Acho que deveria ter um convênio de assistência relativa à saúde do aluno, como convênios
para aqueles que não podem pagar.”
“SEGURANÇA: não existe isso no IFAM.”
“Falta de comunicação mais esclarecida no IFAM. No quesito saúde o IFAM deixa muito a
desejar.”
“Deve-se reforçar a segurança, pois existem vários casos de furtos à mão armada na
instituição. Não há iluminação na área de estacionamento dos alunos. A limpeza nos
banheiros deixa a desejar, possuindo algumas privadas fora de uso pela falta de manutenção.
Precisamos que a instituição ofereça infraestrutura necessária para abrigar os cursos.
Precisamos frear o oferecimento de cursos de nível superior sem que haja a infraestrutura
necessária para atender as necessidades dos alunos.”
“Quase todos os meses temos ocorrências de assalto em frente a portaria do CMDI. O que
queremos é uma escola mais segura para todos que estudam e trabalham neste recinto.”
“Necessária a melhoria na segurança externa e um estacionamento digno aos Discentes.”
4.2. Docentes
Participaram da Pesquisa Institucional Docentes de todos as unidades do IFAM, independente
das modalidades de ensino (Ensino Técnico - Integrado, Subsequente e PROEJA e Ensino
Superior - Engenharia, Licenciatura e Tecnologia). Em geral, os conceitos atribuídos pelos
DOCENTES variaram entre BOM e REGULAR.
Na Tabela 8 é possível observar que no grupo de respondentes docentes das unidades
localizadas no interior do Estado, a avaliação variou entre os conceitos BOM e REGULAR.
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Na Tabela 9 é possível observar que para o grupo de respondentes das unidades localizadas na
capital amazonense, a avaliação quanto ao nível de comprometimento da instituição com a
segurança e saúde dos docentes é REGULAR.
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Na última questão (aberta) foram inseridos comentários, críticas e sugestões referentes às
questões abordadas na avaliação. Dentre os diversos itens de melhoria apontados pelos três
segmentos, destacam-se os seguintes relatos dos docentes:
“Melhorar a qualidade do atendimento ao aluno no que se refere às grades do curso, equipar
e manter o Laboratório de Química, atendendo às normas de segurança. Atender ao apelo
dos Docentes da área de Química: compra de equipamentos novos, capela laminar, melhorar
exaustores, mobiliários, criar almoxarifado, etc... Prestar atenção à saúde do servidor e da
sua família envolvida.”
“Em relação à Questão “Como você avalia o nível de comprometimento da instituição com a
segurança e saúde ocupacional dos docentes?”: Nós, do Campus Zona Leste, trabalhamos
em uma fazenda (sujeitos a doenças tropicais, animais de peçonha, sol e chuva e outras
sujeições) e área de risco (pelos índices de criminalidade) e não recebemos adicionais
relacionados.”
“Achei interessante esse questionário, espero que nossa participação contribua para
melhoria de pontos essenciais, tais como qualificação profissional, qualidade de vida e saúde
ocupacional dos servidores.”
“Em relação à Dimensão 6 não há comprometimento da instituição com a segurança e saúde
ocupacional dos Docentes.”
“Vivencio a negligência da Instituição em relação à minha saúde laboral, pois, no momento
estou passando por dois tratamentos medicamentosos. Um, por fins respiratórios, ocasionado
aqui, que tem afetado meu coração, conforme exames. Outro por ter desmaiado em sala e ter
batido com a cabeça e costas e até então precisar tomar anti-inflamatório.”
“Quanto à segurança e saúde ocupacional dos Docentes e demais colaboradores, percebo
que os mesmos possuem grau elevado de conhecimento técnico. Contudo, o grau de tensão e
estresse tem se apresentado em alguns colaboradores e já se tornou um fato normal. Sugiro
um momento de ginástica laboral entre os colaboradores coloco-me a disposição desta
instituição para elaborar o referido projeto.”
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4.3. Técnicos Administrativos
Participaram da Pesquisa Institucional os Técnicos Administrativos de todos as unidades do
IFAM, inclusive aqueles lotados na Reitoria. Os conceitos atribuídos pelos TÉCNICOS
ADMINISTRATIVOS variaram entre BOM, REGULAR, RUIM e PÉSSIMO.
Na Tabela 10 é possível observar que para o grupo de respondentes das unidades do interior
do Estado, a avaliação quanto ao nível de comprometimento da instituição com a segurança e
saúde variou de BOM a PÉSSIMO.
Na Tabela 11 é possível observar que para o grupo de respondentes das unidades de Manaus,
a avaliação variou entre os conceitos BOM a RUIM, caracterizando novamente, uma
insatisfação quanto ao que foi avaliado na pesquisa.
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Na última questão (aberta) foram inseridos comentários, críticas e sugestões referentes às
questões abordadas na avaliação. Dentre os diversos itens de melhoria apontados pelos três
segmentos, destacam-se os seguintes relatos dos técnicos administrativos:
“Não existe manutenção nos equipamentos de seguranças. Não existem programas voltados a
atender pessoas com dificuldade de locomoção, sejam deficientes mesmo ou pessoas com
problemas de saúde temporários.”
“A Instituição deveria zelar mais pela saúde mental do servidor, observa-se muita gente
atendendo o público de forma ranzinza e até mesmo os próprios funcionários.”
“Parece-me que, devido ao processo de expansão do Instituto ocorrido recentemente, ainda
há muito que se construir, melhorar e normatizar, inclusive, para que se possa trabalhar com
mais segurança do que se está trabalhando atualmente. É preciso orientar e normatizar as
atividades de forma correta, pois isso faz muita falta, principalmente a quem está há pouco
tempo na casa. Por outro lado, não há uma política de incentivo para que os servidores se
sintam bem na instituição e fiquem nos lugares por mais tempo. O que se vê são "jeitinhos"
por parte da gestão para dar mobilidade às pessoas que pelos mais diversos motivos não
ficam nos lugares por tempo suficiente para construir um trabalho mais duradouro e
significativo.”
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“Clima e inter-relação é algo ideológico, pois o que ocorre é o corporativismo; quanto à
segurança e saúde do servidor, isso não é prioridade. Perguntem qual projeto, iniciativa,
promoção etc. nessa área existe dentro do IFAM?”
5. Sugestões de Melhoria
Dentre os diversos itens de melhoria apontados acima pelos três segmentos, a CPA apresentou
recomendações de melhoria. Ficou claramente observado que o entendimento quanto ao grau
de comprometimento da instituição no que diz respeito à SEGURANÇA e SAÚDE
compreendeu situações distintas.
Faz-se necessário esclarecer que a SEGURANÇA foi citada pelos respondentes na última
questão do questionário sob dois aspectos diferentes: No que diz respeito à SEGURANÇA
DE PESSOAS E AMBIENTES, recomenda-se planejar ações de segurança patrimonial e
pessoal; gerenciar de forma sistêmica e preventiva os processos de segurança para diminuir os
riscos inerentes ao ambiente acadêmico, principalmente aqueles referentes a furtos, assaltos,
arrombamentos ou até mesmo depredações do patrimônio, que comumente ocorre entre
alunos que “brincam” com extintores, por exemplo; identificar situações de risco nas
atividades pessoais e organizacionais e adotar providências para mitigá-lo; gerir e
operacionalizar dispositivos de segurança (necessidade de instalação de circuitos internos de
câmeras e catracas, por exemplo, e utilização de mecanismos que diminuam a frequência de
assaltos nos arredores da instituição); disseminar informações e orientações de procedimentos
de segurança preventiva de ambientes e pessoas. No que diz respeito à SEGURANÇA E
SAÚDE DO TRABALHO, recomenda-se criar Política de Saúde e Segurança do Trabalho
destinada não apenas aos Servidores (DOCENTES e TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS),
mas que também atenda aos DISCENTES. Recomenda-se que suas diretrizes tratem da
prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, disseminando as orientações
necessárias a todo o corpo funcional e discentes, no que diz respeito aos riscos ocupacionais,
legislação trabalhista e previdenciária, sinalizações de combate a incêndio, sistemas de
combate à incêndio, ergonomia, saúde e qualidade de vida. Recomenda-se desenvolver ações
sobre segurança do trabalho e promoção da saúde, capacitando-se a disseminar a cultura de
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prevenção a riscos ocupacionais (grupos de abandono, planos de abandono, instalação de
extintores/hidrantes sinalizados e desobstruídos, escadas de emergência, portas corta-fogo,
faixas antiderrapantes nas escadas, corrimãos nas escadas, sinalização de segurança,
iluminação de emergência, rotas de fuga).
Ademais, a Autoavaliação Institucional Interna do IFAM aponta também para uma possível
necessidade de revisão das infraestruturas institucional e curricular, com novos planos e metas
a curto e médio prazos, que contribuam positivamente para uma melhor gestão participativa
entre os integrantes da instituição.
REFERÊNCIAS
COX, S.J.; CHEYNE, A.J.T. Assessing safety in offshore environments. Safety Science, nº 34, p.215-257,
2000.
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