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Page 1: Aula variação linguística

PLANO DE AULA: TEMA - VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS

Língua Portuguesa

Tema

Variações Linguísticas

Ponto de partida

Placa com variações linguísticas, para debate com os alunos.

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Objetivos

- Refletir sobre as variações da língua no decorrer do tempo;

- Valorizar as diferenças culturais e linguísticas;

- Usar a linguagem com autonomia e sem preconceitos.

Os materiais utilizados estão disponíveis neste planejamento

Textos variados;

Filme – Tapete Vermelho;

Exercícios variados;

Avaliação da aprendizagem;

Momento de descontração.

Leitura dos seguintes textos:

 

I - Declaração Mineira de Amor aos Amigos...

Declaração Mineira de Amor aos Amigos...

.

Amo ocê !

.

Ocê é o colírio du meu ôiu.

É o chicrete garrado na minha carça dins.

É a mairionese du meu pão.

É o cisco nu meu ôiu (o ôtro oiu - tenho dois).

O rechei du meu biscoito.

A masstumate du meu macarrão.

Nossinhora! Gosto dimais DA conta docê, uai.

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Ocê é tamém:

O videperfume DA minha pintiadêra.

O dentifriço DA minha iscovdidente.

Óiprocevê,

Quem tem amigossim, tem um tisôru!

Ieu guárdêsse tisouro, com todu carinho,

Du Lado isquerdupeito !!!

Dentro do meu Coração!!!

AMO Ocê, uai!!!

II – Tipos de assaltantes

Assaltante Paraibano:

Ei bichin...

Isso é um assalto!

Arriba os braços e não se bula

Num se cague e não faça mungança...

Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a pexera no teu bucho e boto teu fato

prá fora...

Assaltante Baiano:

Ô meu rei...( pausa )

Isso é um assalto...( longa pausa )

Levanta os braços, mas não se avexe não...( outra pausa )

Se não quiser nem precisa levantar pra não ficar cansado...

Vai passando a grana bem devagarinho... ( pausa pra pausa )

Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado,

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Não esquenta meu irmãozinho...( pausa )

Vou deixar teus documentos na encruzilhada...

Assaltante Mineiro:

Ô sô, prestensão...

Isso é um assarto uai!

Levanta os braço e fica quetim

Quessê trem na minha mão tá cheidibala...

Mió passa logo os trocado que não tô bão hoji

Vai andando uai!

Assaltante de São Paulo:

Ôrra, meu... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços, meu... Passa a grana logo,

meu... Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do

jogo do CORINTHIANS, meu... Pô se manda, meu...

Assaltante Carioca:

Seguiiiinte bicho....

Tu se ferrô. Isso é um assalto!

Passa a grana e levanta os braços rapá...

Não fica de bobeira, vai andando e se olhar pra trás vira presunto.

Assaltante Gaúcho:

O gurí, ficas atento...

Báh, isso é um assalto!

Levanta os braços e te aquieta tchê!

Não tentes nada, e cuidado que este facão corta uma barbaridade.

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Passa os pila prá cá!

E te manda a lá cria, se não o quarenta e quatro fala...

Assaltante de Brasília:

Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer para pedir seu voto

de confiança. Prometo se eleito for te representar com responsabilidade e que por exigência do

FMI ao final de todo mês aumentaremos as seguintes tarifas para dar uma ajuda aos pobres

políticos do nosso país:

Energia, água, passagens aéreas e de ônibus, gás, Imposto de renda, licenciamento de

veículos, seguro obrigatório, gasolina, álcool, IPTU, ICMS, PIS, COFINS. Mas meu povo não se

esqueça: somos uma nação feliz! O Brasil é penta e em fevereiro tem carnaval!!!

Variação linguística

A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma

língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e

assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo

da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua.

Ao trabalhar com o conceito de variação linguística, estamos pretendendo demonstrar:

que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de maneira uniforme

em todo o território brasileiro; que a variação linguística manifesta-se em todos os níveis de

funcionamento da linguagem ;que a variação da língua se dá em função do emissor e em função

do receptor ; que diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e profissão, são

responsáveis pela variação da língua; que não há hierarquia entre os usos variados da língua,

assim como não há uso linguisticamente melhor que outro. Em uma mesma comunidade

linguística, portanto, coexistem usos diferentes, não existindo um padrão de linguagem que possa

ser considerado superior. O que determina a escolha de tal ou tal variedade é a situação concreta

de comunicação; que a possibilidade de variação da língua expressa a variedade cultural existente

em qualquer grupo. Basta observar, por exemplo, no Brasil, que, dependendo do tipo de

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colonização a que uma determinada região foi exposta, os reflexos dessa colonização aí estarão

presentes de maneira indiscutível.

1. Níveis de variação linguística

É importante observar que o processo de variação ocorre em todos os níveis de

funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível na pronúncia e no vocabulário. Esse

fenômeno da variação se torna mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira

estanque, eles se superpõem.

1.1 Nível fonológico - por exemplo, o l final de sílaba é pronunciado como consoante

pelos gaúchos, enquanto em quase todo o restante do Brasil é vocalizado, ou seja,

pronunciado como um u; o r caipira; o s chiado do carioca.

1.2 Nível morfo-sintático - muitas vezes, por analogia, por exemplo, algumas pessoas

conjugam verbos irregulares como se fossem regulares: "manteu" em vez de

"manteve", "ansio" em vez de "anseio"; certos segmentos sociais não realizam a

concordância entre sujeito e verbo, e isto ocorre com mais frequência se o sujeito está

posposto ao verbo. Há ainda variedade em termos de regência: "eu lhe vi" ao invés de

"eu o vi".

1.3 Nível vocabular - algumas palavras são empregadas em um sentido específico de

acordo com a localidade. Exemplos: em Portugal diz-se "miúdo", ao passo que no

Brasil usa-se " moleque", "garoto", "menino", "guri"; as gírias são, tipicamente, um

processo de variação vocabular.

2 Tipos de variação linguística

Existem dois tipos de variedades linguísticas: os dialetos (variedades que ocorrem em função

das pessoas que utilizam a língua, ou seja, os emissores); os registros ( variedades que ocorrem

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em função do uso que se faz da língua, as quais dependem do receptor, da mensagem e da

situação).

Variação Dialetal       Variação Regional     Variação Social       Variação Etária

Variação Profissional        Variação de Registro

Variação dialetal

Cada pessoa traz em si uma série de características que se traduzem no seu modo de se

expressar: a região onde nasceu, o meio social em que foi criada e/ou em que vive, a profissão

que exerce, a sua faixa etária, o seu nível de escolaridade.

Os exemplos a seguir ilustram esses diferentes tipos de variação.

A região onde nasceu (variação regional) - aipim, mandioca, macaxeira (para designar a

mesma raiz); tu e você (alternância do pronome de tratamento e da forma verbal que o

acompanha); vogais pretônicas abertas em algumas regiões do Nordeste; o s chiado carioca e o s

sibilado mineiro;

o meio social em que foi criada e/ou em que vive; o nível de escolaridade (no caso brasileiro,

essas variações estão normalmente inter-relacionadas (variação social): substituição do l por r

(crube, pranta, prástico); eliminação do d no gerúndio (correndo/correno); troca do a pelo o

(saltar do ônibus/soltar do ônibus); a profissão que exerce (variação profissional): linguagem

médica (ter um infarto / fazer um infarto); jargão policial ( elemento / pessoa; viatura /

camburão); a faixa etária (variação etária) : irado, sinistro (termos usados pelos jovens para

elogiar, com conotação positiva, e pelos mais velhos, com conotação negativa).

Pelos exemplos apresentados, podemos concluir que há dialetos de dimensão territorial,

social/profissional, de idade, de sexo, histórica. Nem todos os autores apresentam a mesma

divisão para estas variedades, sobretudo porque elas se superpõem, e seus limites não são bem

definidos.

2.1 Variação regional

Nesta dimensão, incluem-se as diferenças linguísticas observadas entre pessoas de regiões

distintas, onde se fala a mesma língua. Exemplos claros desta variação são as diferenças

encontradas entre os diversos países de língua portuguesa (Brasil, Portugal, Angola, por exemplo)

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ou entre regiões do Brasil (região sul, com os falares gaúcho, catarinense, por exemplo, e região

nordeste, com os falares baiano, pernambucano, etc.).

Inúmeros estudos têm sido feitos, no Brasil, com o objetivo de traçar diferenças entre os

falares regionais. Experiências, como os Atlas Geolinguísticos, podem ser encontradas:

Nesse tipo de variação, as diferenças mais comuns são as que encontramos no plano

fonético (pronúncia, entonação) e no plano lexical (uso de palavras distintas para designar o

mesmo referente, palavras com sentidos que variam de uma região para outra).

2.2 Variação de caráter social/profissional

Sob esse ponto de vista, os dialetos correspondem às variações que existem em função da

classe social a que pertencem os indivíduos. Incluem-se neste tipo de variedade linguística os

jargões profissionais (linguagem dos advogados, dos locutores de futebol, dos policiais, etc.) e as

gírias, que identificam muitos grupos sociais. Na sociedade, os dialetos sociais podem ter um

papel de identificação, pois é através deles que os diferentes grupos se reconhecem e até mesmo

se protegem em relação aos demais.

Essa variação pode resultar também da função que o falante desempenha. Em português,

um exemplo desse tipo de variação é o plural majestático, o pronome nós usado por autoridades e

governantes nas suas frases, manifestando sua posição de representantes do povo.

Exemplo: "Vivemos um grande momento no Brasil e tem que ser o momento do Nordeste

do Brasil, porque é aqui que se concentra a pobreza" (Presidente Fernando Henrique, JB,

25/01/97)

2.3 Variação de caráter etário

Essas diferenças correspondem ao uso da língua por pessoas de diferentes faixas etárias,

fazendo com que, por exemplo, uma criança apresente uma linguagem diferente da de um jovem,

ou de um adulto. Ao longo da vida, as pessoas vão alternando diferentes modos de falar conforme

passam de uma faixa etária à outra.

2.4 Variação de registro

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O segundo tipo de variedade que as línguas podem apresentar diz respeito ao uso que se faz

da língua em função da situação em que o usuário e o interlocutor estão envolvidos.

Para se fazer entender, qualquer pessoa precisa estar em sintonia com o seu interlocutor e isto

é facilmente observável na maneira como nos dirigimos, por exemplo, a uma criança, a um

colega de trabalho, a uma autoridade. Escolhemos palavras, modos de dizer, para cada uma

dessas situações. Tentar adaptar a própria linguagem à do interlocutor já é realizar um ato de

comunicação. Pode-se dizer que o nível da linguagem deve se adaptar à situação. (Texto tirado de

outras fontes)

Filme tapete vermelho

Levar o filme Tapete Vermelho e assistir com os alunos. Para evitar que percam partes do

texto devido ter que anotar o que está sendo dito durante o filme, levarei comigo as frases ditas

pelos atores e dividirei entre os grupos para posterior análise.

Falas ditas pelas personagens:

1 - Eu persiso do neco pra i percurá rã no brejo

2 - Quem acha rã no brejo qui dificulidade

3 - Cuméra nu meu tempo de mininu

4 - Ta tudo deferente na roça

5 - Mais tardi eu passu lá pra módi benzê eli

6 - Seu neversár ta cheganu fio

7 - Nois tudo vamu na cidade vê firme da Mazzaropi

8 - Adondé que sê vai vê firme de Mazaroppi.

9 - Sê é avariado, eu  é qui num botu o meu pé nesse mundão de meu Deus, tenhu mais é qui

faze.

10 - i nóis vamu aviajá cumé, i quem cuida das criação.

11 - Mais intonci seis vão memo de viagi?

12 - Pegá um tantu di cumida e juga um pokin ali todu dia, quié  dadonde qui tem mais cumida

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qui us pexe fica tudu juntadu ali.

13 - Quandu senti a fisgada – puxá com ligereza

14 - To custumadu com essa vida de labuta todo dia.

15 - Num farté i é oio gordo em riba de quem tem valori. Que késsa vaca tem?

16 - E diabão de ganhá o mundu.

17 - Não me enchus picuá.

18 - Hó coroné, di zói na casa viu coroné.

19 - Óia só, um burru puxanu u otu, sei muito bem a presepada qui issu vai dá.

20 - Faiz tempu quieu num ti vejo oce.

21 - Vamu lá pu ladu do vali pra modi o mininu dá um divortei i nóis percisa di uma posada hoji,

22 - sê lembra daqueli violero qui ficava aqui? O povu si revortô cum ele, a viola deli toca

suzinha.

23 - O Renato começo a si mangá di todu mundo.

24 - Com toda essa leiteria eli chora di fomi, muié, reza preli cê reza Zurmira.

25 - A sinhora fica carma, faiz tudu quiném sê faiz toda noite, mais tem qui avisá seu Marculinu

pra modi num assustá cu eu nem.

26 Tamu ino todu mundu atrais du firmi du mazaropi, zurmira ta mei revortada mais vais nem.

27 - presenti di dona rosa, não persisava dona rosa. Oia qui formosura, se divinho minha

preferênça

28 - Safada, maledita, cabô a farra maledita. Agora oce vai parece pra quem feiz essa catiça.

29 - A diversão di pobri é i nu armazém i inche a sacola, o restu é firula, coisa di quinzim.

30 - nóis vamu é drumi pur dibaxu da ponti issu sim.

31 - porque qui noís paremu aqui. Ta com jeitu de chuva persisamu um luga secu pra ficá nem fi.

32 – amigo Mazaropi, nois so vinhemu assisti um firme seu pra dipois vorta pra casa viu, não me

apronta uma farseta hem.

33 - mãe, já qui tamu, qui fiquemu.

34 - So jeca sim sinhô com muito gosto, tem minha terrinha, prantu meu inhami,  trabaio pra mim

e num so impregado.

35  - Mãe já qui tamu, qui fikemu. Hê! inda ta cum rabu viradu, qui dificulidade essa muié.

36 -  não mi venha cum discausu, oce ta cum as hora contada cum eu.

37 -  tamu indo pus ladu da cidadi mais pra frenti aí nem.

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38 - Trabaiava numa fazenda aqui perto, fazendão, meu, hoji trabaio com biscate, façu um

servicinho aqui otro ali.

39 -  se agenti discuidá passa fomi, pois num arruma selviço.

40  - vamu vê que qui tem de bóia, despois nóis percura o cimema.

41 -  Pó perpará pra isvazia o borco. Mais esse é o preço di deiz cestu de inhame, se viu só zurma.

42  - ocê que si vira com o seu isganamento.

43 - bandi bocó gasta tudu im ropa.

44 - nois podi ajuda ocê.   

45 - Tardi, se sabi donde qui ficu cinema?

46 -  cinema tem mais nois num sabe se vai passa da fiume da mazaropi. Nois nunca viu nem.

47 -  dondé qui fica o cinema? a cinema fica lá nu praça.

48 - tem uma pessual que sabi donde que passu fiume da Mazzaropi.

49 - É genti qui gosta dessi coisa e di tocá viola, vai ta nesse noite lá nu fim desse rua.

50 - Intonci, gostô du cinema fi.

51 - bão, vamu intao no tár do bar do Ircu pra sabe dondé que fikesse tár de cinema nem nu

camim nois ranja um luga  pra drumi

52 - gorinha meso cabei di tomá café companhado, aí eu escapuli com essa. Mais sosse num fizé

questão levu bolu pra cume mais tardi.

53 - E oce, que qui faiz com essa violinha mecretefe parecenu um nim de sabiá?

54 - Tava venu seis tocá seis são bão dimais viu.eu num tocu iguar oceis não viu. 

55 - Oi, dadondi oce é? O pobrema dilá é qui não tem cinema pra módi vê firme do Mazzaropi

nem.

55 -  Se qué tocá viola comueu. Se faiz quarqué coisa pra toca viola comueu.

56 -  quase qui essi disgramadu pegueu uai,

57 - nois vai sai daqui agora meso, lá esse tar num apareci não uai.

58 - Me contaru rapariga que u homi di noiti tevi aqui e levo o violeru pras banda deli.

59 - carcule só a prosopopéia. Calcule  só a bagunça.

60  - mais péra, leva vara proceis pescá. Oceis gosta, assim resfresca a cabeça.

61 - Tardi, será queu possu pruveita u fogu i a companhia de vosmecêis. Eu to levanu uma

incumenda prum sujeitu pra modi passá pru entrus dedu.

62 - o violero qué a cobra pra modi passá pur entri us dedu.?

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63 - eu ficu agradicido com a atenção di seis tudu aí.

64 – tem qui sê omi pra módi passá a cobra pur entri us dedu.

65 - Senhori moçu, para com issu pra qui tanta ganança, oce já tocum pocu. Para cum issu.

66 - vamu passá bicha nus dedus.

67 – as bota du gabrier fico boa nu necu nem.

68 -  Hora quinzim sosse que vorta pra trais nois vorta, mais vo fala uma coisa pra oce, se oce

quisé vorta pra trais nois vorta hem.

69 - si oce quisé vorta pra trais nós vorta, mais si oce quisé sigui dianti nóis vai também.

70 -  ó quinzim , vamu agora percurá um lugá gostoso pra nóis cume i despois percurá um lugá

bem quentim pra modi nois drumi

71 - Queru frangu cum cuca cola, eu tomem vo kere frangu cum aqueli galetu qui roda

dendufornu. Fica carmo ô, péra qui us homi perguntá pra nois uai.

72 -  si u homi num vinhé logo eu vô intra pra denda cuzinha e vô fazê meu pratu logo.

73 - Caducu, vai kerditá num casu dessi? I mãi, vamu ovi u homi.

74 -  tamu ino no rumu da cidadi mais grandi aí pra frente pra modi vê u firme du Mazzaropi.

75 - e adondi que vai contece esse milagri, qui si fô longe eu adesistu, to numa cansera deferenti

num gostu quandu sintu essa cansera deferenti

76 -  é mió pegá o Policarpu, eli vai istranhá com nós. Fica sussegadu qui nois vai cuidá bem deli.

77  - nóis vinhemu vê um firmi qui diz qui oceis passá toda noiti ai.

78 - mas nóis vinhemu meso pra modi vêr o firme du Mazzaropi qui oceis passá aí toda noite.

79 - U mininu ta sapecanu di febri. U seu quinzim, u mininu ta cum febrão rapais.

80 - Oia cumpanheru, nois vai passa aqui um firme, da nossação lá im Brasia.

81 -  Tarde, possu falá cu donu, pra módi falá cu eli.

82 - As criança qui eis pega aqui nu acampamentu eis leva prum orfanatu lá im sum paulu, mais

as veis as criança si perdi lá im sum paulu.

83 - Documentu eu num trussi, ficaru tudu lá im casa cidadi di formosu, nunca percisei nem.

84 - Mais eu num queria ficar lá dotô, eu teim minha terrinha im formosu.

85 - você pensa que esse bandu de sem vergonha vai vencê eué

86 - Oia aqui, oce inda tem um tantinhu di dinheru, oce pegu oinbus i vai pra casa da tia marvina,

eu incontru se lá hem, viu?

87 - Nois vinhemu passiá i vê u firmi du Mazzaropi n

Page 13: Aula variação linguística

Analisando o português do Chico Bento

Se eu pego essa danada dessa onça qui tá acabando cas minha galinha

a) Gramaticalmente, há um erro de concordância. Identifique-o.

b) Há uma redução representada pela palavra «cas». Qual?

c) Identifique, na historinha, outros erros de concordância de número e contrações de palavras

não aceitáveis na língua padrão.

d) Dê, a cada palavra abaixo, seu equivalente na língua padrão:

Observação: A ausência da concordância entre o determinante e o susbtantivo é muito comum na

língua falada do Brasil. Frase como: «Custa 2 real», «Me dá três pão», «as minha amiga». Isso é

considerado, logicamente, um erro gamatical e bastante criticado

no país. Contudo, não passa de um acentuado preconceito linguístico que discrimina as pessoas

com menor escolaridade. É notório que muitas vezes, até mesmo escolarizados, acabam falando

sem fazer a concordância necessária.

Baruio

Muié

Óia

Mior

Home

Virge Dispois

Imbora

Inté

Num

Dianta

Disgramado

Bão

Ocê

Nóis

e) Identifque, para cada grupo de palavras, as transformações realizadas ao passarem da língua

padrão ao dialeto.

Arma

Mardita

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Tar

Marvada

Arguns

Vorta

Vortô

Sarvação

Ajudá

Pará

Foro

Qué

Bejá

Chamá

Dexá

Vô Falá

Bejado

Vô Guentá

Vô Chamá

Dotor

Vô Pegá

Falô

Ansim u cinema, i perdemu nossu Necu lá nu campamentu qui mataru Mané Charreteru.

88 - Sinhoraparecida, nunkimaginei quiia vê a sinhora assim di pertu, nossu mininu si perdeu, fui

eu qui truxele, a zurmira num kiria, mais eu qui insisti, trais ele di vorta.

89 - Pelamo de Deus, cumé qui chega nu buracu do metro?

90 - Sinhora pudia mim conta uma coisa, aqui já foi o cinema?

91 -  acha que despois dessa trabaieira toda nóis vai vortá pra roça sem vê o firme do Mazzaropi.

92 - íííí oceis num mi enchi u picuá. Oceis num mi enchi u picuá , entra pra dentu pra tomé café,

entra  pra dentu. Oia qui  uma limonada proceis queu fiz proceis..

93 - I eu num vo mesu, de jeitu manera, i eu num sai dessa roça aqui nem qui a vaca tuça.

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94 - O meu mininu, donde qui tá oce, eu já to com as lata di firmi pra ti amostrá muleki.

95 - O dona, eu ja vi qui a sinhora é muitu bondosa, a sinhora pudia mim dá essis firmi de

Mazzaropi, a sinhora num sabi u tantu qui já andei pra vê essis firme.

96 - Tardi possu fala cus donu, pra modi falá cum eli, pra modi mostra essas lata queu tenhu aqui.

97 - Oia lá pai, oia o qui oce ta fazenu hem, sem auteraçao, sem auteração.

98 - Oceis pensa qui essis bandu di guenoranti vai vence eu é. Nois gastemu o pe na istrada, nois

cumemu o pão qui u diabu amasso, eu queru donu du cinema.

99 - Mais o que qui eli ta fazenu zurma? Eu vo lá sabê.

100 - Ta bao, eu saio, mais seis tem qui ponha um tapeti vermei aí, si não num sáio.

101 - Oia ai, ta mim estraganu toda a obra. I num mim faça perde a paciença.

ANÁLISE  LINGUÍSTICA

Introdução

     A linguagem é muito importante, com ela comunicamos com as pessoas ao nosso redor, a

língua portuguesa é a que adotamos para manter contatos com as pessoas.

    Tanto a língua oral quanto a escrita é fundamental na vida social de cada cidadão, pois, através

dela comunicamos, temos acesso às informações, e transmitimos aquilo que aprendemos.

Através da linguagem a pessoa transmite sua cultura de acordo o que se aprendeu, através

da pronuncia, do vocabulário adotado, da entonação e do sotaque, conseguimos saber muito sobre

quem está falando, sua idade, sexo, profissão, escolaridade, sua origem, nível socioeconômico e

até sua atividade profissional. Com a língua portuguesa aprendemos a falar corretamente, e a

pessoa tem um papel melhor na sociedade. 

Percebemos constantemente atitudes de descriminação com as pessoas que falam de

forma “errada” e nós não podemos contribuir com isso.

Frases do filme sorteada para estudo do grupo:

1- Quem acha rã no brejo qui dificulidade

Page 16: Aula variação linguística

2- Quando senti a fisgada- puxá com ligereza

3- Com toda essa leiteria eli chora di fomi, muié, reza preli ce reza Zurmira.

4- A sinhora fica carma, fais tudo quiném sê faiz tuda noite, mas tem qui avisar seu Marculino

pra modi num assusta cu eu nem.

5- Mãe já qui tamu, qui fikemu.Hê!  inda ta cum rabu viradu, que dificulidade essa muié.

6- cinema tem mais nois num sabe se vai passa da filme da mazaropi. Nois nunca viu nem.

7- nois vai sai daqui meso, lá esse tar num apareci naw uai.

8- Hora quinzim sosse que vorta pra trais nois vorta, mais vo fala uma coisa pra oce, se oce quisé

vorta pra trais nois vorta hem.

9- Umininu ta sapecanu di febri.U seu quinzim, u mininu ta cum febrão rapais.

10- Oia cumpanheru, nois vai passa aqui um firme, da nossação lá im brasia.

11- Tarde, possu fala cu donu, pra módi fala cu eli.

12-  íííí oces num mi enchi u picuá Oceis num mi enchi u picuá, entra pra dentru pra tomé café,

entra pra dentru. Oi aqui uma limonada proceis queu fiz proceis.

13- Oai, ta mim estraganu toda a obra.I num mim faça perde a paciença.

Morfologia

2. Do ponto de vista morfológico percebemos os seguintes  fenômenos linguísticas:

2.1 Troca do O pelo U e  E  por I em palavras como:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Quandu Quando

Sinhora Senhora

Qui Que

Mininu Menino

Eli Ele

Febri Febre

Dentu Dentro

Rumo Rumo

Grandi Grande

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Como pode notar, há uma tendência na fala, o falante substituir o E por I e O por U nos  ditongos

em finais de palavras. Para a gramática normativa, mesmo nós entendendo o significado em

palavras como: mininu, febri e grandi, do ponto de vista fonético não podem ser aceitas, mas sim,

menino, febre e grande.

2.2 Rotacização do L nos encontros consonantais:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Zurmira Zulmira

firme Filme

Carma Calma

Iguar Igual

carqué calquer

Como podemos ver, esse fenômeno é comum entre pessoas de baixa escolaridade, e que a

gramática normativa não aceita a ocorrências de tais fenômenos.

2.3 Ausência do plural nas palavras.

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

cinema tem mais nois num sabe se vai passa da

filme da mazaropi. Nois nunca viu nem.

Cinema  tem, mas não sabemos se vai exibir o

filme do Mazaropi. Nós nunca assistimos falou?

nois vai sai daqui meso, lá esse tar num apareci

naw uai.

Nós vamos sair daqui mesmo.

Nois pode ajudar oce. Podemos ajudá-lo?

O dona, eu já vi qui  a senhora é muito bondosa,

a senhora podia mim dá essis firme de

Mazaropi, a senhora num sabi o tantu qui já

Oh dona! Já vi que a senhora é muito bondosa,

daria esses filmes do Mazaropi para mim? Se a

senhora soubesse o quanto andei pra ver esses

Page 18: Aula variação linguística

andei pra vê essis firme. filmes!

  Todos os fatos acima também são alvos de preconceitos, entre os falantes da língua culta.

Para a Gramática Normativa a ausência de plural como nestes casos não podem ser aceitos.

   Além das substituições o E  e  O,  dos rotacismo nos encontros consonantais e eliminação das

marcas de plural redundantes, percebemos na fala dos personagens outros fenômenos, como:

2.4 Transformações do LH em I,  nos seguintes dígrafos:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Muié mulher

Trabaio Trabalho

Faia Falha

vermei Vermelho

2.5 Simplificação das conjugações verbais:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Tamu Estamos

Quisé Quiser

qué Quer

2.6 Transformação  de NH em N e de MB em M:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Venu vendo

Estraganu Estragando

Sapecanu Sapecando

Donde Aonde

Page 19: Aula variação linguística

2.7 Redução dos ditongos OU em O e EI em E:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Cumpanheru Companheiro

Trabaieira Trabalheira

Cansera Canseira

2.8 Contração de palavras:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Oceis vocês

ino Indo

2.9 Contração de palavras como nos casos abaixo:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Num Em, um

Proceis Para vocês

Cum Com, um

Preli Pra ele

Sosse Se você

Puentri Por entre

2.10 Presença de arcaísmo:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Meso Mesmo

Brasia Brasília

Firme Filme

Page 20: Aula variação linguística

Vorta Volta

2.11 Redundância:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Entra pra dentro Entra

Volta pra traz volta

Sintaxe

Na sintaxe percebemos fenômenos como:

Forma pronunciada pelos personagens Forma aceita  pela gramática normativa

Quem acha rã no brejo qui dificulidade. Achar rã no brejo, como é difícil!

Quando senti a fisgada- puxá com ligereza. Quando sentir a fisgada, puxa rapidamente.

Com toda essa leiteria eli chora di fomi, muié,

reza preli ce reza Zurmira.

Com tanto leite ele ainda chora de fome, mulher,

poderia rezar pra ele Zulmira?

 A sinhora fica carma, fais tudo quiném sê faiz

tuda noite, mas tem qui avisar seu Marculino pra

modi num assusta cu eu nem.

A senhora fica calma, faça tudo como toda noite

e não se esqueça de avisar o senhor Marculino

para ele não assustar.

Mãe já qui tamu, qui fikemu.Hê!  inda ta cum

rabu viradu, que dificulidade essa muié.

Mãe, se aqui estamos aqui vamos ficar. He!

Ainda está com raiva? Que dificuldade é essa

mulher?

cinema tem mais nois num sabe se vai passa da

filme da mazaropi. Nois nunca viu nem.

Cinema tem, mas não sabemos se vai exibir o

filme do Marzzaropi. Nunca assistimos falou?

nois vai sai daqui meso, lá esse tar num apareci

naw uai.

Iremos sair daqui agora mesmo.

Page 21: Aula variação linguística

AVALIAÇÃO

  O modo de falar de uma pessoa interfere positiva ou negativamente na vida da pessoa,

dependendo do seu vocabulário a pessoa pode ser aceita ou até descriminada devido a seu modo

de falar. A gramática normativa não aceita erros como podemos ver acima. Deste modo a partir

de todas as informações obtidas como um estudo e conhecimento, temos como a perspectiva  de

que essa foi apenas uma amostra de tudo que ainda temos que aprender.

01 - Falar é fácil, escrever é difícil. Você também pensa assim?

Leia o texto de Jô Soares para perceber a diferença.

"Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se

fala"

Pois é. U purtuguêis é muito faciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi 

ixatamente cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri

cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur

exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si

iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé fala sabi

iscrevê.

Jô Soares. Revista "Veja" - 28.11.90

A partir da leitura propor aos alunos a reescrita do texto na variação culta.

02 - Aula de português

A linguagem

na ponta da língua

tão fácil de falar

e de entender.

A linguagem

Page 22: Aula variação linguística

na superfície estrelada de letras,

sabe lá o que quer dizer?

Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,

e vai desmatando

o amazonas de minha ignorância.

Figuras de gramática, esquipáticas,

atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.

Já esqueci a língua em que comia,

em que pedia para ir lá fora,

em que levava e dava pontapé,

a língua, breve língua entrecortada.

do namoro com a priminha.

O português são dois; o outro mistério.

Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar,

Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.

01 - Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de

variação de usos da linguagem em:

a) situações formais e informais.

b) diferentes regiões do país.

c) escolas literárias distintas.

d) textos técnicos e poéticos.

e) diferentes épocas.

Resposta correta: alternativa - a

02 - No poema, a referência à variedade padrão da língua está expressa no seguinte trecho:

a) “A linguagem / na ponta da língua” (v. 1 e 2).

Page 23: Aula variação linguística

b) “A linguagem / na superfície estrelada de letras” (v. 5 e 6).

c) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” (v. 14).

d) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (v. 15).

e) “[a língua] do namoro com a priminha” (v. 17).

        

Resposta correta: alternativa - b

Leia com atenção o texto:

[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas

desconhecendo certas sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos —

peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola—mas não se assuste,

porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?)

Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, nº 3, 78.

03 - O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto

a) ao vocabulário.         b) à derivação.    c) à pronúncia.    d) ao gênero.      e) à sintaxe.

Resposta correta: alternativa - a

03 – Nóis Mudemo

O ônibus da Transbrasiliana deslizava manso pela Belém-Brasília rumo a Porto nacional.

Era abril, mês das derradeiras chuvas. No céu, uma luazona enorme pra namorado nenhum botar

defeito. Sob o luar generoso, o cerrado verdejante era um presépio, toda poesia e misticismo.

Mas minha alma estava profundamente amargurada. O encontro daquela tarde, a visão

daquele jovem marcado pelo sofrimento, precocentemente envelhecido, a crua recordação de um

episódio que parecia tão banal... tentei dormir. Inútil. Meus olhos percorriam a paisagem

enluarada, mas ela nada mais era para mim que o pano de fundo de um drama estúpido e trágico.

As aulas tinham começado numa segunda-feira. Escola de periferia, classes heterogêneas,

retardatários. Entre eles, uma criança crescida, quase um rapaz.

Page 24: Aula variação linguística

- Por que você faltou esses dias todos?

- É que nós mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda. Risadinhas da turma.

- Não se diz “nóis mudemo”, menino! A gente deve dizer; nós mudamos, tá?

- Tá, fessora! No recreio, as chacotas dos colegas: Oi, nós mudemo! Até amanhã, nóis

mudemo!

No dia seguinte a mesma coisa; risadinhas, cochichos, gozações.

- Pai, não vô mais pra escola!

- Ôxente! Módi quê?

- Ouvida a história, o pai coçou a cabeça e disse:

- Meu fio, num deixa a escola por uma bobagem dessa! Não liga pras gozações da

Mininada! Logo eles esquece. Não esqueceram.

 Na quarta-feira, dei pela falta do menino. Ele não apareceu no resto da semana, nem na

segunda-feira seguinte. Ai me dei conta de que eu nem sabia o nome dele. Procurei no diário de

classe e soube que se chamava Lúcio – Lúcio Rodrigues Barbosa. Achei o endereço. Longe, um

dos últimos casebres do bairro. Fui lá, uma tarde. O rapazola tinha partido no dia anterior para a

casa dum tio, no sul do Pará.

 É fessora, meu fio não aguentou a gozação da mininada. Eu tentei fazê ele continuá, mas

não teve jeito. Ele tava chatiado demais. Bosta de vida! Eu devia di tê ficado na fazenda coa

famia. Na cidade nós não tem veis. Nós fala tudo errado.

 Inexperiente, confusa, sem saber o que dizer, engoli em seco e me despedi. O episódio

ocorrera há dezessete anos e tinha caído em total esquecimento, ao menos de minha parte.

 Uma tarde, num povoado à beira da Belém-Brasília, eu ia pegar o ônibus, quando

alguém me chamou. Olhei e vi, acenando para mim, um rapaz pobremente vestido, magro, com

aparência doentia.

 O que é moço?

 A senhora não se lembra de mim, fessora?

 Olhei para ele, dei tratos à bola. Reconstituí num momento meus longos anos de

sacerdócio, digo, de magistério. Tudo escuro.

 Não me lembro não, moço. Você me conhece? De onde ? Foi meu aluno? Como se

chama?

  Para tantas perguntas, uma resposta lacônica:

Page 25: Aula variação linguística

  Eu sou “Nóis Mudemo”, lembra?

  Comecei a tremer.

- Sim moço. Agora me lembro. Como era mesmo o seu nome?

- Lúcio – Lúcio Rodrigues Barbosa.

- O que aconteceu com você?

- O que acontece? Ah fessora! É mais fácil dizê o que não aconteceu.

Comi o pão que o diabo amassô. E êta diabo bom de padaria! Fui garimpeiro, fui

Bóia fria, um “gato”me arrecadou e levou num caminhão pruma fazendo no meio da

mata. Lá trabaiei como escravo, passei fomo, fui baleado quando consegui fugi. Peguei tudo

quanto é doença. Até na cadeia fui pará. Eu não devia de tê saído daquele jeito., fessora, mas não

aguentei a gozação da turma. Eu vi logo que nunca ia consegui falá direito. Ainda hoje não sei

  Meu Deus!

  Aquela revelação me virou pela avesso. Foi demais para mim.

  Descontrolada comecei a soluçar convulsivamente. Como eu podia ter sido tão burra e

má? E abracei o rapaz, o que restava do rapaz, que me olhava atarantado.

  O ônibus buzinou com insistência.

  O rapaz afastou-me de si suavemente.

- chora não, fessora! A senhora não tem curpa.

Como? Eu não tenho culpa? Deus do céu!

Entrei no ônibus apinhado. Cem olhos eram sem flechas vingadouras par mim. O

 ônibus partiu. Pensei na minha sala de aula. Eu era uma assassina a caminho da

guilhotina.

  Hoje tenho raiva da gramática. Eu mudo, tu mudas, ele mudo, nós mudamos, mudamos,

mudaaamoos, mudaaamooos..., Super usada, mal usada, abusada, ela é uma guilhotina dentro da

escola. A gramática faz gato e sapato da língua materna – a língua que a criança aprendeu com

seus pais e irmaos e colegas e se torna o terror dos alunos. em    vez de estimular e fazer crescer,

comunicando, ela reprime e oprime, cobrando centenas de regrinhas estúpidas para aquela idade.

  E os lúcios da  vida, os milhares de lúcios da periferia e do interior, barrados nas salas

de aula: “Não é assim que se diz, menino!”   Como se professor quisesse dizer: “Você está

errado! Os seus pais estão errados! Seus irmão e amigos e vizinhos estão errados! A certa sou eu!

Page 26: Aula variação linguística

Imite-me! Copie-me! Fale como eu! Você não seja você! Renegue suas raízes! Diminua-se!

Desfigure-se! Fique no seu lugar! Seja uma sombra!”

  E siga desarmado para o matadouro da vida...

Fidêncio Bogo. Porto Nacional, 1990.

Atividades a respeito do texto estudado

Parte I

01 - Observem as frases a seguir e relacione cada uma conforme o tipo de variação.

(01) Variação cultural     (02) Variação histórica     

(03) Variação geográfica (04) Linguagem de gíria

( ) um “gato”me arrecadou e levou num caminhão

( ) Ôxente! Módi quê?

( ) Por que você faltou esses dias todos?

( ) Ouvida a história, o pai coçou a cabeça e disse.

( ) Meu fio, num deixa a escola por uma bobagem dessa!

( ) Eu devia di tê ficado na fazenda coa famia.

( ) Comi o pão que o diabo amassô.

( ) É que nós mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda.

( ) Entrei no ônibus apinhado.

01 – Analise as frases abaixo e identifique aquelas que foram ditas no sentido formal.

I) Mas minha alma estava profundamente amargurada.

II) A crua recordação de um episodio que parecia tão banal.

III) Meus olhos percorriam a paisagem enluarada.

IV) Pai, não vô mais pra escola.

V) Entre eles uma criança crescida, quase um rapaz.

Page 27: Aula variação linguística

A respeito das frases acima se considera que:

a) todas estão no sentido formal         

b) somente a frase I e IV estão no sentido informal

c) nenhuma frase encontra-se no sentido formal        

d) somente a frase IV está no sentido informal

e) N.D. A.

Resposta correta: alternativa - d

02 –  A norma padrão é o conceito tradicional, idealizado pelos gramáticos, aos quais a tratam

como modelo enquanto a linguagem popular é alvo de preconceitos. Como disse a professora,

todos os dias milhares de “lúcios” são barrados nas salas de aulas. O texto nós mudemos nos faz

refletir sobre nossas atitudes quanto ao falar popular. A seguir temos algumas situações de

reflexão.

  “Não se diz” nóis mudemo “, menino! A gente deve dizer; nós mudamos, tá?” Essa foi

atitude tomada pela professora diante da fala de Lucio e que comprometeu seu futuro, uma vez

que isso ajudou o garoto a desistir da escola. Em relação a essa atitude e com base nos assuntos

discutidos em sala de aula julguem as afirmativas a seguir e assinale a mais adequada.

a) A professora agiu corretamente, pois não deveria deixar o Lúcio falar errado.

b) Lucio agiu errado, além de não aceitar a professora lhe corrigir ainda abandonou a escola.

c) Lucio foi ignorante, preferiu continuar falando errado que aceitar a ajuda da professora.

d) Lúcio é apenas uma vítima da situação e a professora não deveria ter agido daquela forma.

e) Os alunos foram os responsáveis pela saída de Lúcio, deveriam receber punição por isso.

Resposta correta: alternativa - d

03   -  Em relação à atitude da professora?

a)   Ela agiu corretamente, pois tinha o dever de ensinar Lúcio a falar o português correto.

b)   Deveria ter castigado os demais alunos que abusavam do Lúcio, pois eles foram covardes.

Page 28: Aula variação linguística

c)   Não agiu corretamente, se quisesse chamar a atenção do garoto deveria ser de outra forma.

d)  Apenas cumpriu com seu papel de professora Lúcio é que foi ignorante.

e)  Todas as questões acima estão corretas.

Resposta correta: alternativa – c

04 – A melhor forma de um professor reagir numa situação como essa seria.

a) Deixar o Lúcio continuar falando daquela forma e ser alvo de chacotas?

b) Não falava nada com o garoto, mas exortava os colegas que estavam abusando dele.

c) Chamava a atenção do menino como ela fez.

d) Fazê-lo escrever centenas vezes a conjugação do verbo “nós mudamos’ para ele aprender a

falar certo.

e) Nenhuma das sugestões acima é adequada.

Resposta correta: alternativa – b

05 -  Bosta de vida! Na cidade nós não tem veis. Nós fala tudo errado.

Essa foi uma afirmação do pai do garoto quando a professora foi procurar pelo menino. A partir

das questões abaixo julguem a mais adequada.

a) É verídica a afirmação do pai de Lucio que quem mora na roça fala errado?

b)  As  pessoas da cidade também falam errado.

c) Falar certo e falar errado é uma visão preconceituosa.

d) As pessoas da roça falam erradas porque não têm acesso a informações.

e)  N.D.A.

Resposta correta: alternativa - c

06  -   “Eu era uma assassina a caminho da guilhotina. Hoje tenho raiva da gramática. Eu mudo,

tu mudas, ele mudo, nós mudamos, mudamos, mudaaamoos, mudaaamooos..., Super usada, mal

usada, abusada, (......) em vez de estimular e fazer crescer, comunicando, ela reprime e oprime,

cobrando centenas de regrinhas estúpidas para aquela idade.”

Page 29: Aula variação linguística

Essa é a fala da professora de Lucio quanto deparou com o rapaz naquela situação. O que

fez mudar de comportamento em relação ao ensino da gramática?

a) Simplesmente pelo fato de ter encontrado Lúcio naquela situação depois de tanto tempo.

b) Porque Lúcio contou tudo que ele passou na vida.

c) Porque ela não conversou com Lúcio a tempo dele deixar a escola.

d) Porque ela estudou e percebeu que um ensino baseado em aprender regras gramaticais não era

tão importante como ela achava antes.

e) N.D. A.

Resposta correta: alternativa - d

 07 - “Eu mudo, tu mudas, ele mudo”. Essa foi uma conclusão da professora em relação ao ensino

da gramática normativa. Através da fala da professora podemos  inferir que:

a) a professora não acredita mais em um ensino focado em cima da gramática normativa.

b) a gramática normativa condena a norma popular e dessa forma pessoas como Lúcio com medo

de sofrer preconceitos podem evitar dar opiniões para não serem alvos de chacotas.

c) a professora condena a forma que a gramática normativa trata o ensino da Língua Portuguesa.

d) a professora não dá importância ao ensino da Língua Portuguesa baseado em normas

gramaticais.

e) todas as alternativas estão corretas.

Resposta correta: alternativa - b

08 – A partir das informações abaixo responda:

I) O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para

classe social, e assim por diante. 

II) Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma

da língua.

Page 30: Aula variação linguística

III) Fatores como, região, faixa etária, classe social e profissão são os responsáveis pela variação

da língua.

IV) A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes.

V) O indivíduo graduado fala somente o linguajar culto enquanto o indivíduo analfabeto fala

somente o dialeto popular.

VI) Fatores como região, faixa etária, classe social e profissão , são responsáveis pela variação da

língua;

VII) O que determina a escolha de uma ou de outra variedade linguística é a situação concreta de

comunicação.

VIII) O uso das vogais abertas em algumas regiões do Nordeste como ménino em vez de menino

– quérida em vez de querida e o s chiado carioca e o s sibilado mineiro são exemplos de variações

regionais.

a) Todas as afirmativas são verdadeiras       

b) Somente as afirmativas I – III – IV e VIII são verdadeiras.

c) Nenhuma alternativa é verdadeira.  

d) Somente a alternativa V é falsa.

e) Não há alternativa falsa.

Resposta correta: alternativa - d

09 – Relacione as frases abaixo sendo (01) para linguagem de gíria (02) variação social culta (03)

variação social popular (04) variação regional e (05) variação histórica.

(      ) Foi irado meu! Quando vi aquela multidão toda gritando: bis, bis, bis..

(      ) Segundo os linguistas podemos concluir que há dialetos de dimensão territorial, social,

profissional, de idade, de sexo e histórica.

(      ) Vossa mercê tem idéia de quantas mademoseles comparecerão ao baile do casarão?

(      ) Vivemos um grande momento no Brasil e tem que ser o momento do Nordeste do Brasil,

porque é aqui que se concentra a pobreza.

(      ) Ô velho, já faz um tempão que sou dono do meu nariz...

Page 31: Aula variação linguística

(      ) Aí meu, quando cheguei o cara já tinha azulado.

(     ) As menina usa biquíni colorido.

(      )  No mundo no me sei parelha, (...) mia senhor branca e vermelha, queredes que vos retraia

quando vus eu vi em saia!  (Cancioneiro da ajuda)

(      ) Filhos, chama os outros piá e vai à mangueira prender os terneiros se não eles mamam tudo

o leite das tetas da vaca.

A sequência correta é:

a)      01 – 02 – 05 – 02 – 01 -01 – 03 – 05 – 04

b)      02 – 01 – 05 – 03 – 01 – 04 – 03 – 05 – 04

c)      04 – 05 – 03 – 01 – 01 – 02 – 05 – 02 -  05

d)      03 – 02 – 01 – 05 – 03 – 04 -  02 – 05 – 03

Resposta correta: alternativa – a

Coloque v caso a afirmativa seja verdadeira ou f caso seja falsa.

( ) A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes.

( )  O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para

classe social, e assim por diante.

( ) Nem individualmente podemos afirmar que o uso da língua  seja uniforme.

( )  Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só

forma da língua.

( ) A língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de maneira uniforme

em todo o território brasileiro;

( ) A variação da língua se dá em função do emissor e em função do receptor.

( ) Fatores como, região, faixa etária, classe social e profissão são os responsáveis pela variação

da língua.

( ) A norma culta é melhor hierarquicamente que a norma popular.

Page 32: Aula variação linguística

Níveis de variação linguística

Observe as frases a seguir e diga se trata de linguagem gíria, variação social culta,

variação social popular, variação social regional, variação social relacionado à profissão ou

variação histórica.

a) Foi irado meu! Quando vi aquela multidão toda gritando: bis, bis, bis.....................................

b) Segundo os linguistas podemos concluir que há dialetos de dimensão territorial, social,

profissional, de idade, de sexo e histórica. ..................................................................................

c) Vivemos um grande momento no Brasil e tem que ser o momento do Nordeste do Brasil,

porque é aqui que se concentra a pobreza. ..............................................................................

d) Ô velho, já faz um tempão que sou dono do meu nariz... ................................................

e) Aí meu, quando cheguei o cara já tinha azulado. .................................................

f) As menina usa biquíni colerido. .............................................................................

g) Vereadores governistas começaram a balançar em favor da CPI. .............................

h) No mundo no me sei parelha, (...) mia senhor branca e vermelha, queredes que vos retraia

quando vus eu vi em saia!  (Cancioneiro da ajuda)   ........................................................

i) Uma casa foi comprada, ontem pela manhã, pela mãe de José. ..................................................

Observe as expressões a seguir e numere

(01) para linguagem formal        (02) para linguagem informal.

( )  Venho solicitar a V. S. a concessão de auxílio doença.

( ) Quero te pedir um grande favor.

( ) Seu dotô, só me parece que o sinhô não me conhece.

( ) Zélia está matando cachorro a grito.

( ) Essa promoção vai arrebentar a boca do balão.

( ) Os moradores da capital paulista começaram a mudar seu jeito de pronunciar o R.

( ) Mamãe, eu vou no mercado pela tarde.

Page 33: Aula variação linguística

Momento Graça: Receita Casera Di   Minerim

Sapassado era sessetembro, taveu na cuzinha tomando uma pincumel e cuzinhado um

kidicarne cumastumate pra fazer uma macarronada cum galinhassada. Quascai de susto quanduvi

um barui vinde denduforno parecendum tidiguerra. A receita mandopô midipipoca denda galinha

prassa. O forno inquentô, o mistorô e a galinhispludiu! nossinhora! Fiquei branco quinein um

lidileite. Foi um trem doidimais! quascai dendapia! Fiquei sensabe dondevim, nancotô, proncovô,

ôpcevê quilocura! grazadeus ninguém semaxucô!

Sinônimos

linda bela bonita colossal

feio horroroso horrível

leve maneiro leviano

surra sova tunda coça pisa apanhar bater espancar coro

corda piola soga laço

provocar mexer implicar enticar mangar zombar entrigar enritar

porção monte magote bastante punhado vários muito

idiota bobo leso ignorante palerma imbecil tonto bobaca besta chato burro

derrubar demolir deslocar desmontar destruir desmanchar desmantelar

sungar levantar suspender erguer arribar

espiar cubar observar assuntar avistar ver notar olhar enxergar

guri menino pirralho pivete piá bambino moleque garoto

piquete invernada manga potreiro marco

rio sanga regato riacho córrego ribeiro

sopa coletivo jardineira ônibus marinete condução

Além do filme vimos o vídeo sobre um locutor de Quixeramobim. Servvirá como

importante reflexão, principalmente sobre os erros absurdos que os meios de comunicação

cometem em relação à Língua Portuguesa.

1. Orações subordinadas substantivas

Page 34: Aula variação linguística

As orações subordinadas substantivas exercem função sintática própria do substantivo. São

geralmente introduzidas por conjunções integrantes, como que e se.

Exemplo: Interessa-me       que você compareça. Oração principal - oração subordinada

substantiva

Classificação das orações subordinadas substantivas

As orações subordinadas substantivas podem funcionar como:

1.1 subjetiva: funciona como sujeito do verbo da oração principal. O verbo da oração principal se

apresenta sempre na terceira pessoa do singular e nessa não há sujeito, o sujeito é a oração

subordinada.

Exemplo: É necessário que se estabeleça regras nesta empresa.

1.2 objetiva direta: exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal. Está sempre

ligada a um verbo da oração principal, sem auxílio de preposição, indicando o alvo sobre o

qual recai a ação desse verbo.

Exemplo: Quero saber como você chegou aqui.

1.3 objetiva indireta: funciona como objeto indireto do verbo da oração principal. Está sempre

ligada a um verbo da oração principal, com auxílio de preposição, indicando o alvo do

processo verbal.

Exemplo: Mariana lembrou-se de que Manoel chegaria mais tarde.

1.4 completiva nominal: funciona como complemento nominal de um nome da oração principal.

Está sempre ligada a um nome da oração principal através de preposição.

Exemplo: Tenho certeza de que não há esperanças.

1.5 predicativa: funciona como predicado do sujeito da oração principal. Está sempre ligada ao

sujeito da oração principal através de verbo de ligação.

Exemplo: Minha vontade é que encontres o teu caminho.

Page 35: Aula variação linguística

1.6 apositiva: funciona como aposto de um nome da oração principal. Está sempre ligada a um

nome da oração principal, sem o uso de preposição e sem mediação de verbo de ligação.

Exemplo: Faço apenas um pedido: que você nunca abandone os seus princípios.

Classifique as orações substantivas dos períodos abaixo:

01) Fizeram a seguinte advertência: que o trabalho fosso secreto.

02) É possível que as provas sejam anuladas.

03) A boa notícia do dia seria que descobrissem a cura da AIDS.

04) Alguém lhe perguntou de onde vinha.

05) Ninguém soube se morrera de desgosto.

06) Inteirei-me de que ela havia mentido.

07) Queríamos saber onde estava o proprietário do veículo.

08) Foi permitido que se estacionasse na calçada.

09) Seria conveniente que a empresa contivesse os gastos.

10) Ninguém sabe quem são os assaltantes.

11) Compreende-se que o ponto da lição era difícil.

12) Estou convencido de que ninguém mais verá esse convite.

13) É obrigatório que se ande de camisa aqui dentro.

14) O necessário é que se tenha a quantia solicitada para a realização do evento.

15) É uma pena que não existisse transmissão direta de tevê naquela época.

1- apositiva

2- subjetiva

3-predicativa

4-objetiva direta

5- objetiva direta

6- objetiva indireta

7- objetiva direta

8- subjetiva

9-subjetiva

10- objetiva direta

11-subjetiva

12-objetiva indireta

13- subjetiva

14-predicativa

15-subjetiva

Page 36: Aula variação linguística

PLANO DE AULA - "BULLYING"

INTERPRETAÇÃO E INTERAÇÃO TEXTUAL

Língua Portuguesa

Objetivo Geral

Despertar nos alunos atitudes de solidariedade, amor, respeito ao próximo, carinho e

amizade, formando assim, estudantes conscientes e preocupados com o próximo e perceptivos em

relação ao fenômeno bullying e suas manifestações.

Justificativa

O Projeto Bullying surgiu da ideia de combater e conscientizar nossos estudantes sobre os

maus tratos verbais, físicos e virtuais, atitudes essas presenciadas em alguns estudantes.

Será apresentado aos alunos exemplos de atos praticados conscientes e inconscientemente que

prejudicam e muitas vezes humilham algumas pessoas, gerando traumas. O trabalho busca a

conscientização dos mesmos, trazendo reflexões sobre novas atitudes perante situações diárias

em nossa vida e tornando os estudantes conscientes de seus atos.

Objetivo específico

Apresentar aos estudantes formas de combater ao i, conscientizando-os sobre as

consequências nas pessoas que sofrem e não em quem praticam, e em suas atitudes despertando a

solidariedade e a conscientização.

Proposta de atividade

Fazer um levantamento dos conhecimentos dos alunos em torno do tema bullying e de

experiências pessoais.tornando-os semeadores da não prática do bullying. Sobre esse fenômeno.

Tem-se ouvido falar tanto em bullying e com certeza, isso ocorre na maioria das escolas.

Só que muitas vezes, passa desapercebido por nós, profissionais da educação ou até mesmo

evitamos relacionar a violência escolar  com essa palavra.

Page 37: Aula variação linguística

Debater sobre o assunto, mostrando que aquilo que pensam ser uma simples brincadeira

pode trazer algum sofrimento para o colega e que, de acordo com a intenção, repetição e

motivação, pode ser caracterizado o fenômeno bullying.

Neste planejamento, meu intuito é fazer com que cada aluno conheça o que é bullying, se

conheça melhor, se analise melhor, avalie suas atitudes, levante sua auto-estima e que esta

prevaleça no sentido positivo.

Durante o debate, puxarei o lado disciplinar de cada um e ao mesmo tempo do todo, pois,

eu como professora sou a condutora do debate. 

Pesquisa individual

Como tarefa de casa, pesquisarão o que é bullying (serve qualquer fonte). Pode levar

jornais, revistas, artigos que falem sobre o tema ou relatarem alguma entrevista vista na televisão

e internet.

Fazer uma auto-análise ou escrever ou não (mas que fique claro que tal pesquisa será para

debate): - Você já presenciou algum tipo de bullying? Se já, como você reagiu? De que lado você

ficou, do(s) agressor(es) ou da(s) vítima(s)? O que você achou ou acha desse tipo de violência?

Por quê? Se não presenciou, o que você faria se presenciasse tal ato de violência ou sofresse com

ele?

Acrescentando ao planejamento sobre bullying, o filme  "Bullying - Provocações sem Limites". O

tempo estimado do filme é de 2 aulas geminadas. Vale a pena passar principalmente para alunos

do 5º ano em diante - até o Ensino Médio... Ou mais.

Sinopse

Jordi é um adolescente que perdeu recentemente seu pai e que, junto à sua mãe, decide

mudar de cidade para começar uma nova vida. Em princípio tudo parece bem, mas o destino

reservado para ele será uma terrível surpresa já que quando Jordi passar pelo portão da nova

escola, cruzará sem saber a tenebrosa fronteira de um novo inferno.

Page 38: Aula variação linguística

Dados do Filme

Titulo Original: Bullying

Título Traduzido: Bullying – Provocações Sem Limites

Gênero: Suspense

Duração: 89 Minutos

Diretor: Josetxo San Mateo

Ano de Lançamento: 2010

Aula germinada (2 horários seguidos)

1º - Fazer um círculo de modo que todos se vejam, apresentarem a pesquisa sobre "BULLYING"

e debaterem sobre suas opiniões. 

2º - Em seguida distribuir as folhas com a letra da música - MAIS UMA VEZ.

3º - Ouvir a música, apreciá-la, incentivar para que cantem.

4º - Ouvir a música em estrofes e analisarem oralmente (estrofe por estrofe).  Mas antes, lançar a

pergunta: O que a música de RENATO RUSSO "MAIS UMA VEZ”   tem haver com o tema

pesquisado "BULLYING"?

Após a análise da música, jogar as perguntas abaixo para os alunos levando-os a pensarem, se

auto-analisarem, e  que as usem como forma de reflexão diária ao deitar. Sempre lembrando de

que as respostas são de ordem moral, espiritual e não material.

De início, como se trata de adolescentes, eles podem até achar utópico, uma bobagem esse

tipo de pergunta, mas, no fundo, acredito eu, serão sementes plantadas que germinarão.

-  O que fiz de bom pra mim mesmo hoje?

– Qual defeito meu, que hoje consegui superar, ou pelo menos superar parte dele? (todos somos

dotados de defeitos por mais difícil que seja de admitir e temos plena consciência deles, e todos

temos a missão de corrigi-los)

– Que bem pratiquei hoje a outrem? 

– O que deixei de fazer ao próximo que amanhã poderei fazer melhor? 

– Magoei alguém? 

– Consegui perdoar alguém que me fez mal?

Page 39: Aula variação linguística

- Você acredita realmente em você mesmo, no seu EU? Caso a resposta seja negativa: O que

posso fazer para mudar essa situação?

- Qual o seu maior sonho interior? (não vale resposta de coisas materiais – e a resposta pode ser

silenciosa ). Ficará a critério do aluno responder também durante a aula.

- Como parte teórica, observar e relacionar as diferenças entres os textos: informativo (que

pesquisaram) com a letra da música "Mais Uma Vez" (poema).

Aproveitarei os textos para trabalhar a parte gramatical estudada ou a parte ortográfica.

Mais Uma Vez

Renato Russo

Composição: Renato Russo, Flavio Venturini

Mas é claro que o sol

Vai voltar amanhã

Mais uma vez, eu sei...

Escuridão já vi pior

De endoidecer gente sã

Espera que o sol já vem...

Tem gente que está

Do mesmo lado que você

Mas deveria estar do lado de lá

Tem gente que machuca os outros

Tem gente que não sabe amar...

Tem gente enganando a gente

Veja nossa vida como está

Mas eu sei que um dia

A gente aprende

Page 40: Aula variação linguística

Se você quiser alguém

Em quem confiar

Confie em si mesmo...

Quem acredita

Sempre alcança...

Mas é claro que o sol

Vai voltar amanhã

Mais uma vez, eu sei...

Escuridão já vi pior

De endoidecer gente sã

Espera que o sol já vem...

Nunca deixe que lhe digam:

Que não vale a pena

Acreditar no sonho que se tem

Ou que seus planos

Nunca vão dar certo

Ou que você nunca

Vai ser alguém...

Tem gente que machuca os outros

Tem gente que não sabe amar

Mas eu sei que um dia

A gente aprende

Se você quiser alguém

Em quem confiar

Confie em si mesmo!...

Page 41: Aula variação linguística

Quem acredita

Sempre alcança...(7x)

Origem

O bullying começou a ser pesquisado cerca de dez anos atrás na Europa, quando se

descobriu o que estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre adolescentes. Sem receber a

atenção da escola ou dos pais, que geralmente achavam as ofensas bobas demais para terem

maiores consequências, o jovem recorria a uma medida desesperada.

Atualmente, todas as escolas do Reino Unido já implantaram políticas anti-bullying. Os

estudos da Abrapia demonstram que não há diferenças significativas entre as escolas avaliadas e

os dados internacionais. A grande surpresa foi o fato de que aqui os estudantes identificaram a

sala de aula como o local de maior incidência desse tipo de violência, enquanto, em outros países,

ele ocorre principalmente fora da sala de aula, no horário de recreio.

Bullying: brincadeiras que ferem

Ameaças, agressões, humilhações... a escola pode se tornar um verdadeiro inferno para

crianças que sofrem nas mãos de seus próprios colegas, ainda mais nos dias de hoje, em que a

internet pode potencializar os efeitos devastadores do bullying. Você sabe o que é isso? Onde e

como ele ocorre?

Page 42: Aula variação linguística

Você já ouviu falar de bullying? O termo em inglês pode causar estranhamento a muita

gente, mas as atitudes agressivas intencionais e repetitivas que ridicularizam, agridem e

humilham pessoas – tão comum entre crianças e jovens – é muito familiar a todos. A palavra

inglesa 'bully' significa valentão, brigão. Atos como empurrar, bater, colocar apelidos ofensivos,

fazer gestos ameaçadores, humilhar, rejeitar e até mesmo ameaçar sexualmente um colega dentro

de uma relação desigual de poder, seja por idade, desenvolvimento físico ou relações com o

grupo são classificados como bullying. O problema pode ocorrer em qualquer ambiente social –

em casa, no clube, no local de trabalho etc –, mas é na escola que se manifesta com mais

frequência.

O bullying é um problema mundial, encontrado em qualquer escola, não se restringindo a

um tipo específico de instituição. Esse 'fenômeno' começou a ser pesquisado há cerca de dez anos

na Europa, quando se descobriu que ele estava por trás de muitas tentativas de suicídio entre

adolescentes. Geralmente os pais e a escola não davam muita atenção para o fato, que

acreditavam não passava de uma ofensa boba demais para ter maiores consequências. No entanto,

por não encontrar apoio em casa, o jovem recorria a uma medida desesperada. E no Brasil a

situação não é diferente.

Quem já não teve um apelido ofensivo na escola? Ou mesmo sofreu na mão de um grupo

de colegas que o transformava em 'bode espiatório' de brincadeiras no colégio? Exemplos não

faltam. Entre alguns deles está o da gaúcha Daniele Vuoto, que conta toda a sua história em um

blog onde também discute sobre o assunto e troca experiências com outras vítimas desse tipo de

agressão, psicológica, física e até de assédio sexual.

"O aluno alvo de bullying se culpa muito pelo que acontece, e é preciso esclarecer isso:

um aluno que agride outro, na verdade, também precisa de ajuda, pois está diminuindo o outro

para se sentir melhor, e certamente não é feliz com isso, por mais de demonstre o contrário. A

turma entra na onda por medo, não por concordar. Enxergar a situação dessa forma pode ajudar

muito", conta Daniele.

Porém, a realidade de vítimas que 'sofrem em silêncio', como Daniele explica em seu

blog, está mudando. Além de atitudes como a da estudante, em que pessoas utilizam a internet

para procurar ajuda e trocar experiências, o assunto vêm ganhando corpo e se tornando pauta de

veículos de comunicação de massa, a exemplo das matérias veiculadas no Jornal Nacional, da

Rede Globo, e em discussões como a realizada no programa Happy Hour, do canal a cabo GNT.

Page 43: Aula variação linguística

(Disponível em: http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=revista_educarede.especiais&

id_especial)

Reflexões

Bulling, um crime comum

Quem nunca foi zoado ou zoou alguém na escola? Risadinhas, empurrões, fofocas,

apelidos como “quatro olhos”, “rolha de poço”, “baleia”, “cabeção”. Todo mundo já testemunhou

uma dessas “brincadeirinhas” ou foi vítima delas. Mas esse comportamento, considerado normal

por muitos pais, alunos e até professores, está longe de ser inocente.

A “brincadeira” tão comum nas escolas recebe o nome de: bullying. O termo em inglês

utilizado para designar a prática de atos agressivos entre estudantes refere a todas as formas de

atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação

evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia. Seu único objetivo:

intimidação.  O problema é mundial, e pode ocorrer em qualquer contexto de interação, mas o

local onde ocorre com maior frequência é nos ambientes escolares.

As vítimas do bullying são perseguidas, humilhadas, e isso não devem ser encarado como

brincadeira. Especialistas revelam que para aqueles que são alvos de bullying, as consequências

podem ser depressão, angústia, baixa auto-estima, estresse, evasão escolar, até o suicídio. Se a

vítima for crianças ou adolescentes o trauma pode perdurar a vida toda.         

Para os estudiosos, se o problema não for bem resolvido antes de se chegar à idade adulta,

sequelas como dificuldades de tomar a iniciativa ou de se expressar podem atrapalhar os

relacionamentos pessoais e até profissionais. Há vítimas que se suicidam e outras que matam os

colegas. Fato recente acontecido nos EUA, onde um estudante, vítima do bullying matou vários

colegas em uma escola e depois se suicidou.

Ultimamente a imprensa tem dado destaque ao assunto e noticiado casos, o mais recente é

o acontecido na A Universidade Estadual Paulista (UNESP). Universitários  promoveram uma

“brincadeira” chamada de rodeio das gordas. Os participantes, autodenominados “peões”,

Page 44: Aula variação linguística

abordavam garotas obesas, as agarravam e até mesmo montavam em cima delas, enquanto

amigos observavam para um posterior julgamento.

É lamentável que o problema tenha repercutido até nas universidades. É importante saber

que, atos como esses ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana –

e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever

de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de

Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são

responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.

Page 45: Aula variação linguística

ESPANHOL - PLANO DE AULA

Diálogo

Objetivos

1) Refletir sobre o contexto em que as situações de fala se produzem;

2) Treinar o uso da língua espanhola numa situação dialogal

Material

O texto servirá de base para a aula.

Estratégias

Como é a comunicação com os pais em casa? Os pais entendem os filhos? E os filhos

entendem os pais?

Atividades

1) Uma vez estabelecidas as bases do trabalho, fazer a leitura do texto indicado, junto com os

alunos;

2) Dramatizar o diálogo Sexa, chamando duplas para se apresentar na frente da classe;

3) Avaliar os pontos fortes e as dificuldades dos alunos na leitura do diálogo em língua

espanhola, ressaltando nossas diferenças culturais e linguísticas.

Criando um acróstico

Objetivos

1) Fomentar a criatividade e a associação de idéias;

2) Sensibilizar para um trabalho com o texto poético;

Page 46: Aula variação linguística

3) Estimular a criação de textos poéticos.

Comentários

A atividade de criação de acrósticos é muito interessante para sensibilizar o aluno para as

propriedades do texto poético, de forma lúdica e envolvente. A execução da atividade é

individual. A escolha do tema é livre sobre a algum tema transversal . Como modelo, vamos

utilizar o tema "mar".

Estratégias

1) Audição de trechos de cd com sons da natureza;

2) Projeção de um trecho do filme "O Carteiro e o Poeta" (em que o poeta declama a Mário o

poema sobre o mar);

3) Escrever a palavra "mar" na lousa e solicitar que cada aluno faça uma livre associação com

essa palavra, registrando no caderno as palavras ou sintagmas que lhe ocorrem;

4) Criar os acrósticos;

5) Fazer a revisão linguística dos acrósticos.

Comentários

Alguns tópicos que podem ser avaliados são: coesão e coerência, emprego dos artigos definidos

e indefinidos, uso dos adjetivos e assim por diante. As correções deverão ocorrer na aula

subsequente à atividade, na qual será feito um apanhado geral dos textos e as inadequações

comuns, apresentando-as aos estudantes sem nomear quem as cometeu. Finalmente, os textos

reescritos podem ser digitados e tornados públicos, em forma de cartazes ou em blogs, por

exemplo.

Page 47: Aula variação linguística

Vocabulário

Ponto de partida

Ver os vocabulários visuais

Objetivos

1)Ampliar o vocabulário dos alunos;

2) Agilizar a fixação desse vocabulário.

Estratégias

1) Dividir a classe em grupos;

2) Selecionar, a partir dos interesses de cada grupo, os campos semânticos cujos vocábulos eles

irão pesquisar, por exemplo, nome de ferramentas, de flores, de animais, de partes de um veículo

ou de um microcomputador, de gêneros alimentícios, etc;

3) Cada grupo deverá procurar de 10 a 20 imagens dos objetos cujos nomes em espanhol vão

pesquisar em seguida.

Atividades

1) Uma vez encontrados imagens e vocábulos, os alunos podem confecionar cartazes com eles.

Podem-se fazer cartazes com uma ou mais imagens, que depois poderão ser usados para decorar a

sala de aula;

2) Cada integrande do grupo deve ler em voz alta as palavras que pesquisaram, procurando

pronunciá-las corretamente;

3) Havendo possibilidade, em vez de cartazes, podem-se organizar um livro em que cada página

contenha quatro imagens e seus respectivos nomes espanhóis. O livro pode ser dividido em

capítulos, cujo número será o mesmo dos grupos que participaram do trabalho e dos campos

semânticos por eles pesquisados.

Page 48: Aula variação linguística

Comentário

Atividade simples de se realizar, a organização de um vocabulário visual é muito eficiente para o

conhecimento de novos vocábulos e sua fixação. Por um lado, reproduz o modo como

aprendemos as palavras de nossa língua materna, pela associação imagem/vocábulo.

Por outro, a pesquisa das imagens e de seus nomes espanhóis exige um esforço intelectual dos

alunos. De qualquer modo, o fato de estarem atuando em grupo, atenua esses esforço por torná-lo

mais equilibrado e, simultaneamente, lúdico.

Sexa

“Papá...”

“¿Hummmm?”

“¿Cómo es el femenino de sexo?”

“¿Qué?”

“El femenino de sexo.”

“No tiene.”

“¿Sexo no tiene femenino?”

“No.”

“¿Sólo hay sexo masculino?”

“Sí. Es decir, no. Existen dos sexos. Masculino y femenino.”

“¿Y cómo es el femenino de sexo?”

“No tiene femenino. Sexo es siempre masculino.”

“Pero vos mismo dijiste que hay sexo masculino y femenino.”

“El sexo puede ser masculino o femenino. La palabra sexo es masculina. El sexo masculino, el

sexo femenino.”

“¿No debería ser ”la sexa”?

“No”.

“¿Por qué no?”

“¡Porque no! Disculpá. Porque no. “Sexo” es siempre masculino.”

Page 49: Aula variação linguística

“¿El sexo de la mujer es masculino?”

“Sí. ¡No! El sexo de la mujer es femenino.”

“Y ¿cómo es el femenino?”

“Sexo también. Igual al del hombre.”

“¿El sexo de la mujer es igual al del hombre?”

“Sí. Es decir... Mirá. Hay sexo masculino y sexo femenino, ¿no es cierto?”

“Sí.”

“Son dos cosas diferentes.”

“Entonces, ¿cómo es el femenino de sexo?”

“Es igual al masculino.”

“Pero, ¿no son diferentes?”

“No. O, ¡sí! Pero la palabra es la misma. Cambia el sexo, pero no cambia la palabra.”

“Pero entonces no cambia el sexo. Es siempre masculino.”

“La palabra es masculina.”

“No. “La palabra” es femenino. Si fuera masculino sería “el pal...”

“¡Basta! Andá a jugar.”

El muchacho sale y la madre entra. El padre comenta:

“Tenemos que vigilar al gurí...”

“¿Por qué?”

“Sólo piensa en gramática...”

VERÍSSIMO, Luis Fernando. Cuentos Tradicionales Literários. Buenos Aires, Ediciones

Colihue, 1989

E para você, que também só pensa em gramática, seguem abaixo algumas informações a

respeito do sexo (gênero) das palavras e que podem ajudá-lo (a) a comunicar-se melhor em

espanhol.

De um modo geral, os artigos ajudam a identificar o gênero (masculino ou feminino) e o

número (singular ou plural) dos substantivos. São eles: el/los/un/unos (para os substantivos

masculinos) e la/las/una/unas (para os substantivos femininos).

Page 50: Aula variação linguística

Os substantivos que possuem a mesma raiz e que se referem a seres animados, acoplam

desinências (terminações) como: o-a (gato/gata), or-ora (profesor/profesora), e-a (nene/nena), tor-

triz (actor/actriz) etc.

Há palavras únicas usadas para referir-se tanto ao gênero masculino quanto ao feminino

(el/la pianista; el/la artista, el/la estudiante),etc. Por outro lado, há palavras que não admitem as

duas formas (el/la) mas são igualmente empregadas para referir-se a ambos sexos. Para ilustrar o

que acaba de ler, observe o seguinte exemplo: Él era una persona muy lista...La víctima, un

hombre joven, fue trasladada al hospital. Não se diz, portanto, El víctima ou el persona pelo fato

de ser um homem.

Da mesma forma como acontece na língua portuguesa, há substantivos totalmente

diferentes para referir-se a seres animados masculinos e femininos (caballo/yegua, yerno/nuera,

hombre/mujer...).

Não há uma única regra que se aplica à divisão das palavras em masculinas e femininas;

em geral se classificam as palavras terminadas em o (el libro, el cuaderno) como sendo

masculinas e em a femininas (la cama, la mesa); no entanto, atenção às famosas exceções, casos

das palavras (la mano, la radio, el problema, el sofá) e tantas outras que você reconhecerá ao

longo das aulas e de seu contato com o idioma.

Vale ressaltar ainda, a importância do contexto e, consequentemente, do significado que

adquire determinada palavra quando se altera o artigo que a acompanha, exemplos como el

capital (dinheiro) e la capital (cidade), el cólera (doença) e la cólera (ira),etc.

Português Espanhol

Açougueiro Carnicero

Advogado Abogado

Aeromoça Azafata

Arquiteto Arquitecto

Artista Artista

Biólogo Biólogo

Bombeiro Bombero

Page 51: Aula variação linguística

Cabeleireiro Peluquero

Carpinteiro Carpintero

Carteiro Cartero

Cozinheiro Cocinero

Dentista Dentista

Desempregado Parado

Diretor Directivo

Eletricista Electricista

Emprego Empleo

Empresário Empresario

Encanador Fontanero

Enfermeiro Enfermero

Engenheiro Ingeniero

Escrivão Notaria

Estudante Estudiante

Executivo Ejecutivo

Farmacêutico Farmacéutico

Garçom Camarero

Guarda municipal Guardia municipal

Inspetor de alfândega Inspector de aduanas

Jornada de trabalho Jornada laboral

Juíz Juez

Mecânico Mecánico

Médico Médico

Padeiro Panadero

Pintor Pintor

Page 52: Aula variação linguística

Poeta Poeta

Policial Agente de policía

Professor Profesor

Profissional liberal Profesional

Psicólogo Psicólogo

Representante Representante

Secretária Secretaria

Trabalhador Trabajador / Empleado

Tradutora Traductora

Aprenda a escrever e falar o nome dos principais animais em espanhol:

Perro Gato Vaca Caballo

Conejo Oveja León Tigre

Elefante Zorro Sapo Cobra

Oso Oso Polar Oso Panda Ardilla

Mariposa Hormiga Tiburón Armadillo

Pan (pão)

Harina (farinha)

Azúcar (açúcar) Arroz (arroz)

Haba (feijão)

Leche (leite)

Page 53: Aula variação linguística

Queso (queijo)

Huevo (ovo) Helado (sorvete)

Dulce (doce)

Manzana (maçã)

Naranja (laranja) Plátano

(banana)

Pera (perâ)

Montaña

(montanha)Playa (praia) Caverna (caverna)

Lago (lago)

Río (rio) Cielo (Céu) Valle (Vale) Bosque (floresta)

Selva (selva)Desierto (deserto) Océano (oceano) Mar (mar)

Planície (planície) Pantano (pântano) Prado (prado)

Cordillera

(cordilheira) Sabana (savana)

Mais um vocabulário para você aprender o significado de algumas palavras mais

importantes em Espanhol.

Page 54: Aula variação linguística

Esta lista abaixo apresenta algumas palavras cujo o significado em Português são bem

direntes e  não têm como você adivinhar o que é , elas são realmente bem diferentes porém muito

usadas no idioma Espanhol.  

Español Português

Estropear Estragar

Romper Quebrar

Camino Caminho

Testigos Testemunhas

Maquetas Maquete

Castillo Castelo

Ventaja Vantagem - lucro

Ubicación Localização

Cumpleaños Aniversário

Humo Fumaça

Escoba Vassoura

Huelga Greve

Pantalla Tela

Vaso Copo

Labor Trabalho

Ascensor Elevador

Cristales Vidros de janela, porta etc.

Guante Luva

Bolso Bolsa

Page 55: Aula variação linguística

Atualizado (mais palavras foram adicionadas)

Ahorro  / ahorrar Economia / Economizar

Concierto Show

Lujo Luxo

Botella Garrafa

Escenario Cenário

Inversión Investimento

Presupuesto Verba

Despacio Devagar

Quizás Talvez

Tarea Tarefa

Consejo Conselho

Cosecha Colheita

Calidad Qualidade

Habitación Moradia / cômodo / quarto

Protesta Protesto

Obsequio Presente / brinde

Carrera Corrida

Acrósticos

Acrósticos são formas de texto em que as primeiras letras de cada palavra ou verso

formam uma outra palavra ou verso.

Os acrósticos mais comuns usam apenas a primeira letra de cada linha, como esse, em

espanhol:

Mañanita de radiante sol

Acunando ensueños de tierna niñez

Rie princesita,rie con el viento….rie con el sol

Page 56: Aula variação linguística

Imitando el canto de algun ruiseñor

Alegra tus diaz ,contagia tu felicidad

[Autor desconhecido]

Page 57: Aula variação linguística

ESPANHOL - PLANO DE AULA

Provérbios

Recurso originalíssimo empregado na fala e também visto em certos gêneros textuais

escritos, os provérbios ou refrões são sentenças de caráter prático e popular comum a todo um

grupo social. Expressamos em forma sucinta e geralmente rica em imagens, de acordo com o

dicionário.

Ponto de partida

Leitura o trecho do clássico espanhol “Don Quijote”. Fique atento aos conselhos que ele

dá a Sancho: sem dúvida, valerão para você também.

Objetivos

Reconhecer os provérbios comuns entre a língua espanhola e a portuguesa;

Conhecer alguns dos provérbios da língua espanhola;

Relacionar provérbios e contextos;

Mostrar situações nas quais os provérbios aprendidos na aula possam ser usados.

Estratégias

Apresentar o tema aos alunos a partir da leitura de um fragmento do clássico “Don

Quijote” no qual o protagonista explica a Sancho Panza sobre o “uso e abuso” dos provérbios na

fala.

Discutir os provérbios contidos no texto: quais delas os alunos conhecem?

Dramatizar situações relacionadas aos provérbios abordados na aula (em duplas).

Page 58: Aula variação linguística

Metodologias

Após a leitura do texto, a fim de aprofundar o estudo do tema, apresentar aos alunos

cartões com outros provérbios conhecidos e discutir a história e o significado de cada um deles.

Os alunos serão organizados em pares e cada uma das duplas criará uma situação relacionada a

um provérbio e registra em seus cadernos. Como a turma é pequena, cada dupla apresentará uma

mímica, os alunos tentarão adivinhar e em seguida explicarão o provérbio copiado nos cadernos.

Avaliação

Os alunos se mostraram interessados durante a aula e muitos já traziam de casa

experiências com provérbios, mas ainda não pronunciam bem o espanhol.

Texto

Consejos de Don Quijote a Sancho (texto adaptado)

– También, Sancho, no has de mezclar en tus pláticas la muchedumbre de refranes que sueles,

que, puesto que los refranes son sentencias breves, muchas veces traes tan por los cabellos, que

más parecen isparates que sentencias.

– Eso Dios lo puede remediar – respondió Sancho – porque sé más refranes que un libro, y

viénenseme tantos juntos a la boca cuando hablo, que riñen por salir unos con otros, pero la

lengua va arrojando los primeros que encuentra, aunque no vengan a pelo. Mas yo tendré cuenta

de aquí adelante de decir los que convengan a la gravedad de mi cargo, que en casa llena, presto

se guisa la cena, y quien destaja, no baraja, y a buen salvo está el que repica, y el dar y el tener,

seso ha de menester.

– ¡Eso sí, Sancho! – dijo Don Quijote – ¡Encaja, ensarta, enhila refranes, que nadie te va a la

mano! Estoyte diciendo que excuses refranes, y en un instante has echado aquí una letanía de

ellos. Mira, Sancho, no te digo yo que parece mal un refrán traído a propósito; pero cargar y

ensartar refranes a trochemoche hace la plática desmayada y baja. Yo te aseguro que estos

refranes te han de llevar un día a la horca, por ellos te han de quitar el gobierno tus vasallos o ha

Page 59: Aula variação linguística

de haber entre ellos comunidades. Dime, ¿dónde los hallas, ignorante, o cómo los aplica,

mentecato? Que para decir yo uno y aplicarle bien, sudo y trabajo como si cavase.

– Por Dios, señor nuestro amo – que vuestra merced se queja de bien pocas cosas. Y ahora se me

ofrecen cuatro pero no los diré, porque al buen callar llaman Sancho.

– Ese Sancho no eres tú – dijo Don Quijote – porque no sólo no eres buen callar, sino mal hablar

y mal porfiar; y, con todo eso, querría saber qué cuatro refranes te ocurrían ahora la memoria, que

yo ando recorriendo la mía, que la tengo buena, y ninguno se me ofrece.

– ¿Qué mejores que “entre dos muelas cordales nunca pongas tus pulgares” y (...) ”que más sabe

el necio en su casa que el cuerdo en la ajena”.

– Eso no, Sancho – respondió Don Quijote – , que el necio en su casa ni en la ajena sabe nada, a

causa que sobre el cimiento de la necedad no asienta ningún discreto edificio. Y dejemos esto

aquí,

Sancho, que si mal gobernares, tuya será la culpa y mía la verguenza; y vámonos a comer, que

creo que ya estos señores nos aguardan.

Page 60: Aula variação linguística
Page 61: Aula variação linguística

Provérbios e ditos populares em Espanhol

Abaixo você vai encontrar uma lista de provérbios e ditos populares em Espanhol todos 

embaralhados.Você deve ordená-los e reescrevê-los nos espaços em branco.

1°)  poco que nada Más vale. _________________________________________

2°)  que ladra Perro  muerde no. _______________________________________

3°)  quien bien y no Haz mires a. _______________________________________

4°)    No mañana  para  lo que puedas dejes hacer hoy. ______________________

5°)  dar mejor que recibir Es. __________________________________________

6°)    cerrada En  no entran moscas  boca. ________________________________

7°)     todo lo  que reluce No es oro que. _________________________________

8°)  entendedor  A buen , pocas  bastan palabras. __________________________

9°) pájaro Más vale  en , que cien volando mano. __________________________

10°) que no ven, corazón Ojos siente que no. _____________________________

Substantivos

Os substantivos são palavras variáveis - possuem gênero masculino ou feminino - que nomeiam

os seres (pessoas, objetos, ações, lugares, sentimentos ou estados).

Classificam-se em:

Próprios: Pablo, Perú

Comuns: perro (cachorro), taza (xícara)

Concretos: puerta (porta), Juan

Abstratos: amistad (amizade), belleza (beleza)

Simples: ojo (olho), zapato (sapato)

Composto: pararrayos (pára-raios), económico-social (econômico-social)

Primitivos e Derivados: tinta (tinta) e  tintero (tinteiro)

Coletivos: rebaño (rebanho), muchedumbre (multidão)

1. Gênero dos Substantivos (Género de los Sustantivos)

Page 62: Aula variação linguística

No que diz respeito às pessoas e aos animais, o gênero dos substantivos pode ser masculino ou

feminino, sendo relacionado ao sexo (gênero natural). 

Exemplos:

el niño la niña

a) São masculinos aqueles terminados em AJE e em AMBRE:

    el coraje, el paisaje, el alambre (o arame), el enjambre (o enxame / a multidão), etc.

b) São masculinos as cores, os dias da semana, os meses e os números:

    el verde / el martes (terça-feira) / el enero (janeiro) / el uno.

c) São femininos aqueles terminados em UMBRE:

    la costumbre (o costume), la cumbre (o cume - da montanha).

Exceto: el alumbre (a iluminação).

d) São femininos os nomes das letras:

    la a, la be, etc. 

Ao tratarmos de conceitos e de seres inanimados, o gênero passa a ser determinado de forma

arbitrária (gênero gramatical). Devido à origem comum do vocabulário, o gênero dos

substantivos espanhóis costuma ser o mesmo que em português, mas isso não ocorre sempre.

Nestes casos, chamamos estes substantivos de heterogenéricos, pois possuem um gênero em

espanhol e outro em português. Observe:

Page 63: Aula variação linguística

Espanhol Português

la baraja o baralho

la costumbre o costume

la cumbre o cume

la sonrisa o sorriso

la risa o riso

la nariz o nariz

la sal o sal

la leche o leite

la sangre o sangue

la labor o trabalho

la percha o cabide

la alarma o alarme

la coz o coice

la crema o creme

la paradoja o paradoxo

la legumbre o legume

la miel o mel

la pesadilla o pesadelo

la protesta o protesto

la señal o sinal

las gafas os óculos

Espanhol Português

el pétalo a pétala

el cráter a cratera

el maratón a maratona

el humo a fumaça

el estante a estante

el guante a luva

el estreno a estréia

el equipo a equipe

el pantalón a calça

el viaje a viagem

el paisaje a paisagem

el análisis a análise

el dolor a dor

el color a cor

el origen a origem

el puente a ponte

el árbol a árvore

el orden a ordem


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