Transcript
Page 1: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 1/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Aula Três

Olá, Pessoal!

E aí, como estão as aulas? Espero que tudo bem. Lembro que estou à

disposição para dúvidas e esclarecimentos.

Na terceira aula serão apresentados os seguintes itens do conteúdo

programático:

Política fiscal. modelos macroeconômicos – Modelo Keynesiano 

Adentrando aos conceitos relativos a aula de hoje, gostaria de destacar a

vocês que, diferentemente da política monetária, a política fiscal é o

instrumento utilizado pelo governo federal (leia-se em especial o Poder

Executivo) para a promoção do desenvolvimento do país. Para isso, realizagastos nos diversos setores econômicos a fim de garantir que o setor privado

produtor supra as necessidades da sociedade de consumo. Não menos

importante, por meio da política tributária o governo busca minimizar a

existência de disparidades, especialmente as de renda. Tanto no âmbito

setorial como pessoal, as adoções de políticas de tributação progressiva, e de

isenções fiscais, visam permitir com que pessoas, setores da atividade

econômica e, consequentemente, regiões mais carentes no país, tenham uma

melhoria no seu grau de desenvolvimento.

Em termos de teoria econômica, serão abordados nesta aula os pontos

relacionados à macroeconomia keynesiana, tendo como foco os conceitos de

multiplicadores de renda decorrentes dos instrumentos de política fiscal

utilizados pelo governo.

Page 2: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 2/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Vamos em frente!

Um grande abraço e boa aula,

Mariotti

Page 3: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 3/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

1. Macroeconomia keynesiana. Hipóteses básicas da macroeconomia

keynesiana.

Até 1930 os economistas acreditavam que as forças de mercado

(Oferta e Demanda) se encarregariam de equilibrar o fluxo econômico,

levando a economia automaticamente ao pleno emprego de recursos

(fábricas produzindo na sua capacidade máxima e todas as pessoas capazes

de trabalhar estando trabalhando). A crise econômica vivida pelo mundo

capitalista a partir da quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, que

redundou na queda brutal do nível de atividade econômica e numa elevaçãodo desemprego e de capacidade ociosa demonstrou que o mercado

(empresas e consumidores) sozinho não conseguiria se recuperar.

A partir deste marco histórico, entra em evidência o economista inglês

John Maynard Keynes, aplicando suas proposições teóricas cuja base se

assentava no pressuposto de que era necessária a intervenção governamental

no sentido de regular a atividade econômica, levando-a novamente ao plenoemprego de recursos. O governo, principalmente através de seus gastos, seria

o elemento fundamental para a inversão do quadro de recessão e desemprego,

uma vez que, aumentando suas despesas, estaria estimulando a despesa

agregada e, consequentemente, o nível de produção (dada à capacidade ociosa

das empresas).

Desde esta proposição o grande paradigma da teoria macroeconômica

tem sido a questão do grau de intervenção do Estado na atividade

econômica, contrapondo-se aos chamados economistas liberais ou

conservadores que defendem a não intervenção direta do Estado na

atividade econômica. Segundo estes autores o Estado deveria limitar suas

ações apenas por meio do oferecimento de bens e serviços públicos.

Page 4: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 4/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Passemos à análise das proposições teóricas e do modelo keynesiano

propriamente dito. 

1.1 Modelo Keynesiano Simplificado

O modelo keynesiano básico ou simplificado parte de algumas hipóteses

que servem de fundamentação para o desenvolvimento da análise. São elas:

  Desemprego de recursos (subemprego)

Supõe-se que a economia esteja abaixo do pleno emprego, isto é,produzindo abaixo do seu potencial produtivo. As empresas estão com

capacidade ociosa e uma parcela da forca de trabalho está desempregada.

  Nível geral de preços fixado

Como a economia está em desemprego, não há razões para as

empresas elevarem os preços de seus produtos num eventual aumento dademanda por bens e serviços. Desta maneira supõe-se que as empresas

elevem sua produção e não os preços caso ocorra aumento da demanda.

Esta hipótese implica que todas as variáveis do modelo são

classificadas como variáveis reais (deflacionadas).

  Curto prazo

O modelo keynesiano é essencialmente de curto prazo. Curto prazo é

o período em que pelo menos um fator de produção permanece constante.

A teoria keynesiana supõe que o estoque de fatores de produção (mão-de-

obra, capital, tecnologia, etc.) não se altera no curto prazo (altera-se

apenas o grau de utilização desse estoque: por exemplo, existe um

"estoque" de 20 milhões de trabalhadores disponíveis, mas 10% não estão

empregados).

Page 5: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 5/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

A oferta agregada (conjunta) de bens e serviços (OA) é o total da

produção de bens e serviços finais colocados a disposição da coletividade

num dado período. É o próprio produto real ou PIB (Y) da economia. A OA

varia em função da disponibilidade dos fatores de produção. Como a teoria

keynesiana supõe curto prazo, o que significa a existência de fatores fixos

de produção, a oferta agregada permanece constante. Assim, somente

haverá variação na OA caso ocorram alterações na quantidade física de

fatores de produção.

Vale observar que permanece constante a curva de oferta agregada

(Oferta das empresas), que só se altera quando houver alterações na

quantidade física de fatores de produção. Destaca-se, entretanto, que a

produção pode se alterar, dependendo do grau de utilização dos recursos

produtivos já existentes.

A grande relevância das proposições keynesianas é a proposição de

que a economia opera abaixo do nível de pleno emprego, ou seja, um

contraponto à proposição clássica. Para esta segunda a economia sempre

está em equilíbrio, sendo que qualquer variação negativa na atividade

econômica seria um desajuste momentâneo, o qual a própria relação de

força entre a demanda agregada e a oferta agregada levaria à trajetória do

seu equilíbrio natural.

O gráfico a seguir exemplifica as formas e os comportamentos da

oferta agregada segundo as concepções clássica e keyesiana, além da

própria demanda agregada, a qual obedece a simples relação entre preço e

produto (Y).

Page 6: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 6/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Diferentemente da OA, a demanda agregada DA é a responsável pelas

variações do produto e renda da economia no curto prazo, ou seja, o que

impulsiona o crescimento econômico são os estímulos provocados por

quem compra os bens e serviços. Este conceito está associado ao

PRINCIPIO DA DEMANDA EFETIVA que afirma que quem gera a oferta é

exatamente a demanda por bens e serviços realizada pelos agenteseconômicos.

A mesma demanda agregada de bens e serviços (DA) é representada

pela soma dos gastos dos quatro agentes macroeconômicos: consumidores

(C), empresas, por meio da realização de investimentos (I), governo (G) e

o setor externo líquido (X - M) (exportações menos importações):

DA = C + I +G + (X – M)

Considerando que a oferta agregada permanece constante no curto

prazo, as alterações do nível de equilíbrio da renda e do produto devem-se

exclusivamente às variações da demanda agregada de bens e serviços.

Assim, numa situação de desemprego, a política econômica deve procurar

estimular a demanda agregada, permitindo às empresas recuperar sua

Trecho clássico(pleno emprego dosrecursos produtivos) 

Trecho keynesiano(desemprego)

P

Y

OACLÁSSICA 

OAKEYNESIANA 

DA

Page 7: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 7/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

produção potencial, aumentando em consequência os níveis de renda e

emprego.

Embora a elevação da demanda agregada possa se dar por políticas

que estimulem o consumo, o investimento privado e as exportações,

KEYNES enfatizava o papel dos gastos do governo para que a economia

saísse mais rapidamente da crise de desemprego1.

Vejamos a partir deste próximo tópico os entendimentos dos

conceitos de Keynes por meio da análise dos componentes da DemandaAgregada.

1.2 O nível de equilíbrio de renda e do produto em uma economia

fechada e sem governo. As funções consumo, poupança e investimento

Parte da renda das famílias se destina ao consumo, sendo a parte

excedente responsável pela formação da poupança privada. As pessoas ou

famílias de mais baixa renda tendem a destinar a maior parte dos seus

recursos, ou mesmo integralmente, ao consumo. Na medida em que a

renda cresce, o consumo aumenta, mas não na mesma proporção do

aumento da renda. Desse entendimento deduz-se que quanto maior o nível

de renda, maior será a capacidade de formação de poupança.

1  Na verdade grande parte da Teoria referente ao multiplicador de gastos do governo é advinda das proposições teóricasde Michael Kalecki. Este foi um economista polonês especializado em macroeconomia. Na maior parte da sua vidatrabalhou no Instituto de Pesquisas de Conjuntura Econômica e Preços de Varsóvia. É referido com um dos economistasmais destacados do século XX e às vezes lembrado como o Keynes da esquerda, pois desenvolveu muitas das teorias deKeynes, antes de Keynes.

Page 8: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 8/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

1.2.1 A função consumo agregado

A função consumo agregado ou global mostra a relação entre o

consumo da coletividade e a renda. Segundo a proposição inicial

keynesiana o consumo é diretamente dependente da renda

C = f(y), ou seja, o consumo se dá em função da renda. 

De outra forma, pode-se dizer que o consumo é uma função linear da

renda:

C = c0 + c1 (y)

A fórmula acima nos diz que as famílias necessitam de um mínimo de

consumo autônomo (subsistência) “c0”, mais uma parte dependente da

renda, em que “y” é a renda. O “c1” é definido como a propensão marginal

a consumir, ou seja, o “c1” representa o percentual da renda dos

consumidores que é gasta com consumo de bens e serviços.

Vejamos um exemplo de função consumo:

C = 20 + 0,75y

20 = consumo mínimo, o qual independe do nível de renda, pois, por

mais que esta seja zero, as famílias precisam consumir um mínimo garantir

a sua sobrevivência.

0,75 = a Propensão Marginal a Consumir (PMGC), que mede a relação

entre a variação do consumo e a variação da renda, isto é, nos diz qual a

proporção de aumento do consumo resultante do aumento de uma unidade

de renda das famílias. Em resumo, significa dizer que para cada $ 1,00 de

acréscimo na renda nacional, $ 0,75 se destina ao consumo.

Page 9: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 9/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

y = renda (PIB real)

Vejamos a representação matemática da propensão marginal:

PMGC = ∆C∆Y 

Repetidamente, podemos dizer que a função consumo costuma ser

representada pela expressão:

C = c0 + c1 (y)

sendo c0  = consumo mínimo da coletividade (se a renda for zero); c1  =

propensão marginal a consumir.

Outro conceito importante é a propensão média a consumir PmeC, que

nada representa do que o nível de consumo dividido pelo o nível de renda.

PmeC = Cy

Vejamos um exemplo simples:

A observação empírica revela que países mais pobres apresentampropensões médias e marginais de consumo maiores que em países ricos.

Julgue a afirmação.

Considerando que países mais pobres as pessoas recebem, em tese,

rendas menores que nos países mais ricos, para cada percentual de

aumento na renda dessas famílias, a maior parte irá diretamente para sua

Page 10: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 10/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

subsistência na forma de consumo. Estamos falando da propensão marginal

a consumir.

Imaginemos o caso de países pobres em que a renda é extremamente

baixa e que o destino desta mesma renda é praticamente o consumo de

alimentos. Fica claro que a propensão média a consumir tende a ser maior

em países mais pobres do que nos países mais ricos.

Veja a fórmula:

PmeC = C y 

Se o C (consumo) é quase igual à renda, maior ser a propensão

média a consumir. O numerador é muito próximo do valor do denominador.

O que não é consumido da renda transforma-se de uma forma ou deoutra em poupança. Esta é a parte residual da renda, ou seja, é a parcela da

renda que não está alocada em bens de consumo. Veja que, como a função

consumo é dada por C = 20 + 0,75y, a função poupança será:

S = -20 + 0,25(y) (exatamente o complemento da função consumo

agregado)

sende: S = poupança

- 20 = representa a despoupança, que é igual ao consumo mínimo

obrigatório quando a renda for igual a zero.

y = renda nacional

0,25y = Propensão Marginal a Poupar (PMgS)

Page 11: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 11/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

A propensão marginal a poupar é a relação entre a variação da

poupança e a variação da renda nacional; isto é, se a propensão marginal a

consumir for 0,75, a propensão marginal a poupar será de 0,25.

PMgS = ∆S∆Y 

Algebricamente a função poupança fica representada por:

S = - c0 + (1- c

1) Y; sendo (1- c

1) a propensão marginal a poupar;

Evidentemente, verifica-se que a PMgC + PMgS = 1, ou c1 + (1- c1) =

1, já que consumo e poupança são parcelas da renda que se

complementam.

Da mesma forma que representamos a propensão média a consumir,

pode-se representar a propensão média a poupar:

PmeS = Sy

Vamos a mais um pequeno exemplo:

Se a função consumo é dada por C = 10 + 0,4(y), qual seria a função

poupança? Sendo a renda de um país igual a R$ 100, qual seria a

propensão média a poupar?

Verificou-se que a função poupança é exatamente o complemento da

função consumo. Estando disposta a função consumo (C = 10 + 0,4(y)),

torna-se fácil derivar a função poupança.

A poupança inicial de uma economia é sempre negativa, devido ao

fato de que deve existir um consumo mínimo para as famílias

Page 12: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 12/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

sobreviverem. Da expressão acima, pode-se concluir que o consumo

mínimo é igual a R$ 10,00, com uma poupança inicial da economia igual a

“-10”.

Outro fator é o definido por propensão marginal a consumir,

representado pela variação no consumo derivado do aumento de uma

unidade adicional de renda.

É importante compreendermos que a propensão marginal a consumir

varia entre “0” e “1”, ou seja 0 ≤ PMgC ≤ 1.

Por definição sabe-se ainda que a poupança é a parte da renda não

consumida. Com isso, podemos dizer que PMgS + PMgC = 1.

Se PMgC = 0,4, a PMgS = 1 – 0,4 = 0,6.

A expressão da função poupança será S = -10 + 0,6(y)

Ainda na questão é perguntado o valor da propensão média a poupar.

Lembremos que PmeS = S, ou seja, a poupança dividida pela renda.y 

S = -10 + 0,6(y) = -10 + 0,6 (100) = 50

PmeS = 50/100 = 0,5 

1.2.2 A função investimento agregado

O Investimento é definido como a aplicação de capital na economia,

por parte das empresas, que leva ao crescimento da capacidade produtiva

do país (instalações, máquinas, etc.). Ele pode ser visto sob dois ângulos:

Page 13: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 13/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

No curto prazo este é definido como sendo os gastos necessários para a

ampliação da capacidade produtiva. Como decorre certo período de tempo

até a maturação do investimento (período de introdução de novasmáquinas), considera-se que ele afetará a produção ou oferta agregada

apenas no longo prazo. Com essa hipótese, afirma-se que, no curto prazo,

o investimento afeta apenas a demanda agregada.

A fórmula da demanda agregada quando temos em uma economia

apenas famílias e empresas é igual a:

DA(Y) = C + I (investimento)

O investimento agregado depende de uma série de variáveis, como a

taxa de rentabilidade esperada (qual será o retorno com o investimento

feito?), taxas de juros, expectativas (será que o investimento dará

resultado financeiro positivo?), etc.. No modelo keynesiano básico supõe-

se, por simplificação, que o investimento é autônomo em relação à renda,

ou seja, o investimento não depende de variações da renda.

OBSERVAÇÃO:

No modelo Keynesiano Simplificado ou Básico o Investimento NÃO depende da

renda. 

1.2.3 A renda de equilíbrio em uma economia de 2 setores

Em uma economia fechada e sem governo, em que só existem

empresas e famílias, a demanda agregada é dada pelo somatório do

consumo e do investimento. Com esta definição, pode-se dizer que o

Page 14: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 14/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

equilíbrio entre a oferta agregada (o produto ou renda nacional (y)) e a

demanda agregada por bens e serviços (C + I) é dado por:

OA = DA

Y = C + I

Exemplo:

Se considerarmos a função consumo como: C = 20 + 0,75y e oinvestimento I = 60, qual será a renda de equilíbrio?

A renda de equilíbrio é dada por Y = C + I, com isso,

y = 20 + 0,75y + 60

0,25y = 80

y = 320 = nível de renda de equilíbrio entre a oferta e ademanda agregada.

A determinação da renda de equilíbrio também pode ser calculada

através do que chamamos de igualdade entre vazamentos e injeções.

Considerando que o fluxo básico de renda (fluxo circular) dá-se com

as empresas remunerando as famílias e as famílias gastando essa rendacom as próprias empresas, pode-se definir vazamentos de renda como

aquelas transações que saem desse fluxo básico, isto é, não são

gastas com a compra de bens e serviços internos ao país num dado

período (exemplo: a poupança, os impostos e as importações).

Injeções de renda são todas as adições ao fluxo básico de renda no

período (investimentos, gastos do governo e exportações). 

Page 15: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 15/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Obs.: Vejamos a diferença entre renda de equilíbrio e renda de pleno

emprego. A renda de equilíbrio é determinada quando a oferta agregadaiguala a demanda agregada de bens e serviços. Isso pode ocorrer abaixo

do pleno emprego, significando que a produção agregada, apesar de abaixo

da sua capacidade (capacidade ociosa), atende as necessidades da

demanda. Trata -se de uma situação tipicamente keynesiana, em que

ocorre equilíbrio com desemprego, ou equilíbrio abaixo do pleno

emprego. A renda de pleno emprego ocorre quando todos os recursos

produtivos disponíveis estão empregados e a economia está produzindo aplena capacidade.

1.2.4 Os gastos do governo

Nesta abordagem do modelo keynesiano parte-se do pressuposto de

que os gastos do governo são autônomos em relação à renda.

1.2.5 A renda de equilíbrio em uma economia de 3 setores

Estando caracterizados os 3 setores econômicos, consumidores

internos e o seu consumo; empresas e seus investimentos; e o governo

com seus gastos, pode-se calcular a nova renda de equilíbrio:

OA = DA

Y = C + I + G

Exemplo:

Se considerarmos a função consumo como: C = 20 + 0,75y,

investimento I = 60 e G = 100, qual será a renda de equilíbrio?

Page 16: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 16/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Y = 20 + 0,75Y + 60 + 100 Y = 720

1.2.6 O multiplicador keynesiano de gastos (Esse conceito

normalmente cai em prova!)

Um dos principais conceitos criados por KEYNES foi o multiplicador de

despesas ou gastos.

Este multiplicador demonstra que se uma economia estiver com

recursos desempregados, um aumento de uma unidade monetária nos

gastos do governo provocará um aumento da renda nacional mais que

proporcional ao aumento dos gastos do governo, ou seja, em mais do que

uma unidade monetária. Este efeito ocorre porque, numa economia em

desemprego, abaixo do seu produto potencial, qualquer injeção de

despesas, seja via gastos com consumo, investimento, exportações oudespesas do governo, provoca um efeito multiplicador nos vários setores

da economia.

O ciclo funciona da seguinte forma:

O aumento da renda do setor beneficiado com a injeção de gastos

levará os assalariados e empresários desse setor a gastarem a sua rendacom outros setores (com alimentação, vestuário, lazer, etc.), que por sua

vez gastarão com outros bens e serviços e assim continuamente.

É importante mencionar que essa multiplicação dependerá das

propensões marginais a consumir e a poupar dos agentes, ou seja, quanto

maior a propensão a consumir da coletividade, maiores serão os efeitos

resultantes do aumento dos gastos com bens e serviços.

Page 17: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 17/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Cada um dos elementos da demanda agregada possui o seu

correspondente multiplicador (investimentos, governo, etc.). Supondo, porexemplo, um aumento da despesa de investimentos (∆I), a magnitude do

aumento de renda nacional (∆y) é medida através do multiplicador

keynesiano de investimentos, dado pela fórmula:

ki = ∆y ∆I

1.2.6.1 Calculando o multiplicador

Lembre-se que a renda (y) é dada pelo somatório do consumo (C = c0 

+ c1 (Y)); pelo investimento (I); e pelos gastos do governo (G).

Assim, temos:

Y = c0 + c1(Y) + I + G

Y – c1 (Y) = c0 + I + G

Y * (1- c1) = c0 + I + G, rearranjando os termos,

Y = (1/ 1- c1) * c0 + (1/ 1- c1) * I + (1/ 1- c1) *

G

Lembre-se ainda que “c1” foi denominado como PMgC (Propensão

Marginal a consumir).

ou seja, variação na renda proveniente do aumento das

despesas com investimento 

Page 18: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 18/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

O multiplicador encontrado é (1/ 1- c1), que está na frente de cada

um dos termos da equação da demanda agregada. Pode-se simplificar a

expressão (1/ 1- c1), chamando o multiplicador de “k”.

Exemplo:

Utilizando-se dos dados do exemplo anterior, calcule o impacto na

renda agregada proveniente de um aumento de R$ 60 para R$ 80 no

investimento.

Dados do exercício anterior: C = 20 + 0,75y, investimento I = 60 e G =

100.

A primeira coisa que se precisa saber é de quanto foi o aumento no

investimento: Ele passou de R$ 60 para R$ 80, ou seja, aumento em R$ 20

(∆I)!

O multiplicador é dado por (1/ 1-c1). Já a sua simplificação é chamada

de “k”.

A variação da renda proveniente do aumento do investimento é dada

por:

∆Y = (1/ 1-c1) x ∆I = K(I) x ∆I

Sendo a PMgC for 0,75, temos que:

∆Y = (1/1-0,75) x 20 = 4 x 20 = 80

Page 19: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 19/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

A renda de equilíbrio no exercício anterior era de R$ 720. Com o

aumento de R$ 20 no investimento, a renda aumento em R$ 80, passando

para R$ 800.

Para se comprovar o resultado encontrado, basta determinar o novo

ponto de equilíbrio, supondo que o investimento agora é de R$ 80 (I= 80).

Y = C + I + G

Y = 20 +0,75y + 80 + 100

Y = 800

Obs.: O multiplicador também tem um efeito perverso: uma redução

no investimento reduz a renda num múltiplo da queda do

investimento. Experimente reduzir o investimento em R$ 20!

O multiplicador keynesiano depende diretamente da propensão

marginal a consumir (e, por complemento, da propensão marginal apoupar). Verificou-se que se PMgC = 0,75 e que k(I) = 4 . Se supormos

que PMgC = 0,8, k(I) = 5, ou seja, um aumento da PMgC (ou uma queda

na PMgS) eleva o multiplicador, seja do investimento, dos gastos, etc.).

Vamos a um novo exemplo, agora mais completo!

C= 10+0,8y; I=20; G = 50, pede-se determinar:

a) a renda de equilíbrio

b) o consumo e a poupança de equilíbrio

c) a variação dos gastos do governo, para elevar a renda de equilíbrio ao

nível de pleno emprego, se a renda de pleno emprego for 500.

Page 20: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 20/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Comentários:

y = C + l + G

y= 10+0,8y+20 + 50 0,2y = 80

y = 400

b) Determinada a renda de equilíbrio, basta substituí-la nas funções

consumo e poupança, assim:

C =10+0,8y = 10+0,8(400) = 330

S = -10+0,2y=-10+0,2(400) = 70 

c) para responder essa pergunta precisamos calcular o multiplicador dos

gastos do governo:

kG = 1/1-c1, como c1  = 0,8, kG = 5; sendo este = 5, necessitamos

aumentar os gastos em 20 para chegarmos à renda da economia de 500,

400 + 20 * kG = 400 + 100 = 500

Vamos a algumas observações:

Por conta do funcionamento do multiplicador keynesiano, repousam

três suposições:

a) economia em desemprego. Se a economia estiver em pleno

emprego, um aumento autônomo da demanda agregada provocara

apenas inflação, e não aumento da renda e do emprego;

Page 21: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 21/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

b) mercado monetário passivo, ou seja, a política fiscal

expansionista (aumento dos gastos do governo) não afeta as taxas

de juros, o que poderia provocar quedas do investimento privado,que compensariam o aumento da demanda. Esse ponto ficará mais

claro quando interligarmos o mercado monetário da economia ao

mercado de bens, o que será feito em tópico posterior (Análise IS-

LM);

c) manutenção do fluxo adicional de gastos. Por exemplo, se o

governo gastar 100, deve manter em todos os períodos seguintesesse nível de gastos. Supondo que o multiplicador seja igual a 4, se

o governo baixar seus gastos para 90, a renda cairá em 40 (10

vezes 4) em relação ao período anterior. Ou seja, há um efeito

multiplicador perverso sobre a demanda agregada;

Para ilustrar os conceitos ora abordados, destaco um artigo retirado da

internet referente aos impactos do Programa Bolsa Família sobre o PIB apartir dos efeitos do multiplicador Keynesiano:

“Expansão do Bolsa-Família elevou PIB em R$ 43,1 bilhões, indica

estudo

Fernando Dantas, RIO - O Estadão de S.Paulo – 16 de outubro de 2009.

 A expansão do valor total dos benefícios pagos pelo Bolsa-Família entre

2005 e 2006, de R$ 1,8 bilhão, provocou um crescimento adicional do PIB

de R$ 43,1 bilhões, e receitas adicionais de impostos de R$ 12,6 bilhões.

Esse ganho tributário é 70% maior do que o total de benefícios pagos pelo

Bolsa-Família em 2006, que foi de R$ 7,5 bilhões.

Page 22: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 22/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Essas estimativas estão num estudo recém concluído dos economistas

Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas(CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), antigo Ibmec-São Paulo,

e de Paulo Henrique Landim Junior, aluno da graduação do Insper.

O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Família - que hoje

atinge 12,9 milhões de famílias - na economia dos municípios. Os

 pesquisadores investigaram 5,5 mil municípios nos anos de 2004, 2005 e

2006. Os dados utilizados foram o PIB, a população e a arrecadação detributos nos municípios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE); e os desembolsos do Bolsa-Família, do Ministério do

Desenvolvimento Social (MDS).

 A partir dessa base, Menezes e Landim empregaram métodos estatísticos

 para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses

do programa per capita - os repasses divididos pela população domunicípio (e não pelo número de beneficiários). A conclusão foi de que um

aumento de 10% no repasse médio per capita do Bolsa-Família leva a uma

ampliação de 0,6% no PIB municipal no ano em que ocorre a expansão e

no seguinte.

"O impacto pode parecer pequeno, mas quando analisamos os efeitos

levando em conta os números absolutos do PIB, ele é bem grande", diz

Menezes.

 A magnitude do efeito do Bolsa-Família no PIB ficou a clara quando os

 pesquisadores fizeram o que chamaram de "análise de custo-benefício",

tomando os anos de 2005 e 2006. Entre os dois períodos, os repasses do

 programa subiram de R$ 5,7 bilhões para R$ 7,5 bilhões, num salto de R$

Page 23: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 23/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

1,8 bilhão, ou de 30,34%. O valor médio do repasse em 2006 foi de R$

61,97 por família, e o porcentual da população beneficiada foi de 36,4%.

Considerando-se a relação de 0,6% a mais de PIB para cada 10% a mais

de Bolsa-Família, o aumento de 30,34% em 2006 significa um ganho no

conjunto dos municípios - isto é, do País - de 1,82%. Aplicado ao PIB de

2006 de R$ 2,37 trilhões, chega-se ao PIB adicional de R$ 43,1 bilhões.

Dessa forma, para cada R$ 0,04 de Bolsa-Família a mais, o ganho de PIB

foi de R$ 1.

Menezes fez cálculos adicionais, levando em conta que a distribuição do

aumento do Bolsa-Família de 2005 para 2006 não foi homogênea entre

todos os municípios brasileiros, e obteve resultados muito parecidos.

Ele diz que aquele efeito explica-se pelo chamado "multiplicador

keynesiano", que faz com que um gasto adicional circule pela

economia - de quem paga para quem recebe - várias vezes,

aumentando a demanda bem mais do que o seu valor inicial.

 A análise dos dois economistas permitiu avaliar também o impacto dos

aumentos de repasses do Bolsa-Família nos diferentes setores da

economia municipal. O maior efeito foi encontrado na indústria - para cada

10% a mais de Bolsa-Família, o PIB industrial aumenta 0,81%. Nos

serviços, o impacto foi de 0,19%, enquanto na agricultura não foi

registrado efeito significativo.

"É possível que a indústria tenha sido mais afetada por causa do aumento

de consumo de energia elétrica, água, esgoto e gás das famílias pobres e

extremamente pobres que recebem Bolsa-Família", diz Menezes.

Page 24: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 24/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

No caso da arrecadação municipal, o estudo indica que um aumento de

10% nos repasses leva a um aumento médio de 1,36%. Levando-se em

conta o total de impostos gerados nos municípios em 2006, de R$ 304,7bilhões, concluiu-se que o aumento de 30,34% do Bolsa-Família provocou

uma alta de 4,1% na arrecadação, ou R$ 12,6 bilhões.” (negrito nosso).

2. Modelo Keynesiano Generalizado - A economia aberta e com

governo

Em uma economia aberta e com governo a equação de equilíbrio darenda é dada por:

Y = C+ I + G + X - M

sendo:

Y = renda; C = consumo; I = investimento; G = gastos do governo;

X = exportação; M = importação

Na análise do Modelo Keynesiano Generalizado, ao se incluir os

gastos governamentais, passa a ser necessário a verificação da forma pela

qual o governo se financia, ou seja, como arrecada recursos para manter a

sua atividade estatal interventiva.

Diante desta consideração, torna-se necessário introduzir no modelo,

além dos gastos do governo (G), os impostos agregados (T), de forma a

inferir o que chamamos de Renda Nacional Disponível (Yd), que nada mais

é que o total da renda nacional menos os impostos.

Considerando que a decisão de consumir e de poupar depende muito

mais da renda disponível (o que "sobra" após pagar os impostos), tem-se

uma alteração nas funções consumo e poupança:

Page 25: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 25/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

C = c0 + c1 y(d) ou C = c0 + c1 (Y - T)

S = - c0 + (1- c1) y (d) ou S = - c0 + (1- c1) (y - T)

2.1 Os componentes adicionais da Demanda Agregada - o

Multiplicador Keynesiano Generalizado

O multiplicador da renda no modelo completo ou generalizado segue

o mesmo raciocínio do multiplicador para os três setores pertencentes a

uma economia fechada.

As diferenças a serem consideradas são devidas ao fato de que,

agora, têm-se outros elementos compondo a demanda agregada, assim

como a dependência destes elementos à renda.

2.1.1 Os impostos - T

A arrecadação tributária é derivada da renda do país. Quanto maior a

renda, maior será o volume de tributos arrecadados.

Com essa definição, pode-se derivar a função impostos:

T = t0 + t1Y, sendo t1 a PMgT – Propensão Marginal atributar

Lembre-se! (Y – T) é o que chamamos de renda disponível.

Page 26: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 26/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

2.1.2 As importações

Perceba que as importações são também chamadas de vazamentos,

que nada mais seriam do que a parte da renda destinada ao consumo de

bens produzidos fora das fronteiras do país. Quando a renda gerada em

nossa economia se desloca para o exterior, menores são os impactos da

circulação da renda dentro do país. Traduzindo para nossa linguagem,

menor será o efeito multiplicador sobre a renda.

Toda economia aberta necessita importar bens e serviços, pois, caso

não realizasse, também não conseguiria vender seus produtos. Trata-se de

uma condição inevitável para a existência do comércio internacional. Você

só consegue exportar alguma coisa a alguém caso também importar algo.

São as regras do jogo!

A função importação, componente da demanda agregada, é disposta

conforme a fórmula abaixo:

M = M = m0  + m1Y, sendo m1  a PMgM – Propensão

Marginal a Importar

2.1.3 Os Investimentos

No início de nossa análise foi dito que o investimento era autônomo,

ou seja, não era dependente da renda. Com a introdução do modelo

Keynesiano Generalizado, o conceito da variável investimento passa a ser

dependente da renda da economia, ou seja, quanto maior for a renda,

maior será o estímulo dos empresários para realizarem investimentos.

Essa interpretação é muito razoável, pois, na medida em que a

economia encontra-se aquecida, maior é o interesse dos empresários em

Page 27: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 27/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

produzir bens e serviços. Diante desse fato pode-se também derivar a nova

formulação para a função investimento:

I = i0 + i1Y, sendo i1 a PMgI - Propensão Marginal a

Investir 

Observação: Pessoal, para ajudar a desenrolar a cabeça em função de

tantas variáveis, vale lembrar que só teremos propensão marginal, seja de

consumir, de tributar, de importar ou mesmo de investir, quando estas

variáveis forem dependentes da renda da economia.

2.1.4 O multiplicador keynesiano generalizado

Com todos os componentes da renda já descritos, precisamos chegar

ao multiplicador generalizado (k), que nada mais é do que colocarmos os

componentes da demanda agregada ordenados, fazendo as devidas

manipulações. Para tornar a nossa abordagem mais rápida e precisa, optei

em apenas apresentar o multiplicador. A série de derivações apenas

tornaria a aula mais enfadonha:

k = 11 – c1(1 - t1) + m1 - i1 

Importantes conclusões podem ser tiradas da análise do multiplicador

keynesiano generalizado:

I.  Deve-se observar que os componentes t1 (Propensão Marginal a

tributar), e m1 (Propensão Marginal a Importar) reduzem o valor do

multiplicador, por representarem vazamentos de renda; e

Page 28: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 28/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

II.  O componente i1 (Propensão Marginal a investir) aumenta o efeito

multiplicador, porque é uma injeção (a cada aumento da renda, umaparcela é destinada ao aumento de investimentos, reforçando o

multiplicador).

Por fim, é importante esclarecer que, com base no multiplicador

generalizado, pode-se remover algumas hipóteses e derivar multiplicadores

simplificados, ou seja, sem a presença de algumas propensões marginais.

Vejamos um exemplo:

Se supormos o investimento (I) como função da renda, mantendo-se

T e M autônomos, desaparecerão as propensões marginais a tributar (t1) e

a importar (m1), ficando a fórmula da seguinte maneira:

K =  1

1 – c1 - i1 

Uma dica!

Entendido os conceitos referentes ao multiplicador keynesiano, cabe-nos agora

disponibilizar uma fórmula que resolve grande parte dos exercícios referentes

ao modelo keynesiano. Esta apenas representa o resultado da renda de

equilíbrio a partir do somatório das variáveis componentes da demanda

agregada.

Y (renda) = k (multiplicador) * (C0 + I0 + G0 – c1T0 + X0 – M0) 

Pode-se verificar que cada um dos componentes autônomos acima

geram impactos no multiplicador para cálculo da renda de equilíbrio.

Page 29: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 29/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Exemplo: Se essa economia não apresentar a participação

governamental, basta apenas excluir o componente G0. O mesmo será válido

para cada uma das variáveis autônomas existentes.

Na análise do multiplicador keynesiano, no mínimo o consumo é

dependente da renda. Sendo assim, sempre haverá no mínimo “c1”. Outro

ponto muito importante é o de que o multiplicador dos gastos, seja para uma

economia fechada (modelo keynesiano básico), seja para uma economia

aberta (modelo keynesiano generalizado) é no mínimo igual a “1”. Não

existindo consumo dependente da renda ou mesmo sendo “c1” igual a zero, omultiplicador dos gastos será no mínimo igual a 1, gerando impacto

equivalente sobre a renda da economia “y”.

2.2 O teorema do orçamento equilibrado (Teorema Haalvemo)

O chamado Teorema do Orçamento Equilibrado traz no seu cerne uma

importante constatação a respeito das decisões de política fiscal adotadas pelogoverno. Conhecido como Teorema de Haavelmo, este demonstra que caso o

governo realize uma política fiscal conjunta de aumentos dos gastos num

percentual “X” qualquer e, ao mesmo tempo, e no mesmo montante “X”,

realize uma política de aumento da tributação, a renda da economia, ao invés

de permanecer constante, o que seria normal, aumentará em um montante

igual ao aumento de G e T.

Para entendermos como se dá este aumento, pegarei como base de

informação a fórmula do multiplicador keynesiano generalizado disposto

anteriormente:

Y (renda) = k (multiplicador) * (C0 + I0 + G0 – c1T0 + X0 – M0)

Page 30: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 30/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Lembrando que k = 1/1-c1, e isolando, individualmente apenas as

variáveis “gastos do governo” e “impostos” temos:

∆Y = (1/ 1-c1) x ∆G0; (1/ 1-c1) = ∆Y/ ∆G0;

∆Y = (1/ 1-c1) x ∆c1T0; (c1/ 1-c1) = ∆Y/ ∆T0 

Perceba que kG  =  (1/ 1-c1) > kT = (c1/ 1-c1). Para que estes

multiplicadores gerassem o mesmo impacto sobre a economia, logicamente

que com efeitos contrários, a propensão marginal a consumir (c1) deveria serigual a 100%, ou seja, toda a renda deveria ser destinada a consumo.

Adicionalmente, realizando o somatório dos dois efeitos dos

multiplicadores, temos:

kG + kT = (1/ 1-c1) + (c1/ 1-c1) = 1-c1 /1-c1  = 1

O resultado da soma dos multiplicadores acima demonstra que mesmo

tendo sentidos contrários em termos de impacto, o aumento dos gastos em

conjunto com o aumento da arrecadação tributária, mantendo-se as contas

públicas em equilíbrio, leva ao aumento da renda da economia no montante de

aumento dos gastos.

Ex.: Se o governo federal, por meio do Programa de Aceleração do

Crescimento – PAC opta em aumentar o dispêndio em R$ 100 milhões de reais

e, em conjunto, e para financiar ao Programa, reajusta o IPI sobre

determinado setor da atividade econômica de forma a gerar caixa adicional no

mesmo montante, o resultado, em termos econômicos, será a elevação do

Produto Interno Bruto – PIB em R$ 100 milhões.

Page 31: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 31/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Vejamos mais exemplo relativo aos estímulos fiscais, via renúncia de

receita tributária, destinados à promoção da expansão da atividade econômica

no país:

Carta Capital – 02.12.2011

“Governo reduz IPI e IOF para estimular consumo e investimentos

Para ajudar o Brasil a enfrentar a crise mundial, o governo federal decidiu

reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de eletrodomésticosda chamada linha branca. A idéia é estimular a produção e a criação de

emprego.

O IPI do fogão, por exemplo, cairá de 4% para zero. A geladeira terá o

imposto reduzido de 15% para 5% e a máquina de lavar, de 20% para 10%.

No caso de máquinas de lavar semiautomáticas (tanquinhos), a redução será

de 10% para 0%. As medidas também valem para os estoques nas lojas e vãovigorar até 31 de março de 2012 e abrangem apenas os produtos com índice

de eficiência energética classe A.

O governo reduzirá ainda o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

cobrado sobre o financiamento ao consumo de 3% para 2,5%, anunciou o

ministro da Fazenda, Guido Mantega. A medida visa incentivar o consumo e

ampliar os investimentos no País.

Com a resolução, o governo deixará de arrecadar 130 milhões de reais em

dezembro com a redução do IOF cobrado no crédito para a pessoa física. No

total das desonerações divulgadas nesta quinta-feira 1º, o governo assumiu

renúncia fiscal de cerca de 2,761 bilhões de reais, de acordo com a Receita

Federal.”  

Page 32: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 32/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

2.2.1 Comentários a respeito de um Orçamento Governamental

Equilibrado

Debatido desde a existência do governo como figura interventiva no

processo econômico e, mais recentemente, no Brasil, devido a um dos tripés

da política econômica no Brasil, conhecido como Superávits Primários, o

orçamento do governo é sujeito a críticas fervorosas de todos os lados da

sociedade.

Um dos principais instrumentos de medição das contas públicas éconhecido por Necessidade de Financiamento do Setor Público, a qual mensura

o comportamento das contas governamentais em função da tomada de

recursos para cobertura de déficits junto ao setor privado. Segundo análise

realizada por Giambiagi2, referente aos números das contas públicas nos

últimos 25 anos, a capacidade de expansão do PIB está intimamente ligada à

necessidade de geração de resultados nominais deficitários3  nas contas

públicas. As conclusões de Giambiagi encontram guarida nos estudos prévios àKeynes, realizados por Michael Kalecki. Segundo o referido autor, caso o

aumento dos gastos governamentais forem financiados pelo aumento de

alíquotas de impostos, ocorrerá uma redução na proporção dos impactos

positivo dos gastos sobre as demais variáveis da demanda agregada (consumo

e investimento).

De forma contrária à Kalecki, conforme destaca Rodriguez e Bastos4,

pág. 11, Haavelmo questiona lembrando a distinção entre gastos e tributos

sobre a renda. Segundo os autores:

2 Giambiagi.F; Além. A. C. Finanças Públicas. Teoria e Prático no Brasil. Pág. 214-234. Ed. Campus. 2000.3 O resultado nominal das contas públicas é medido pelo batimento de receitas e despesas primários (ou não financeiras(receitas de tributos e pagamento do funcionalismo) adicionadas do batimento de receitas e despesas financeiras (juros e

 principal de reservas e dívidas)4 Rodrigues, R. S; Bastos, C. P.. Análise Recente das Finanças Públicas e da Política Fiscal no Brasil. Artigo aceito paraapresentação no III Encontro da Associação Keynesiana Brasileira.

Page 33: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 33/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

 “ Para se chegar a esta conclusão Haavelmo diferencia renda bruta, que é “the

sum of individuals” income before taxes” de renda líquida; “the sum of income

at the individuals” diposal after they had paid the taxes”. Dessa forma, “whilede demand of private people for goods on services depends on net income,

their employment depends on gross income”. Com isso, os gastos do governo,

que são autônomos, aumentam diretamente a demanda agregada e

determinam a renda bruta (e o emprego), ao passo que os tributos afetam a

renda disponível para o consumo de bens e serviços dos indivíduos. 

Sendo assim, se o governo adota uma política fiscal com o objetivo de mantero orçamento equilibrado, (...) o impacto da política fiscal na renda bruta será

de G, ao passo que o impacto na rena disponível será de zero. Sendo assim, a

renda agregada (renda bruta) aumentará exatamente no tamanho dos gastos

do governo, mesmo com o orçamento equilibrado.”

As conclusões explicitadas acima permitem concluir que o efetivo

resultado negativo das contas públicas não está no excesso de gastos sobre asreceitas arrecadas pelo governo ano a ano. O problema principal está

 justamente na fatia da renda arrecadada que de fato fica nas mãos dos

governos, especialmente federal e estaduais. Em decorrência da série de

transferências obrigatórias a serem feitas aos demais entes governamentais,

estados e municípios, no caso federal, e municípios, no caso estadual, acabam

por fazer com as receitas sejam inferiores aos gastos inerentes à atividade

interventiva na atividade econômica.

Ao discutirmos os aspectos relativos ao que é definido pela literatura

como Federalismo Fiscal, veremos que a série de imposições feitas pela

Constituição Federal de 1988 em termos de repasse de recursos aos demais

entes públicos, sem o consequente repasse de atividades estatais, em especial

aos municípios, culminou com o grande aumento da dívida pública nas últimas

duas décadas.

Page 34: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 34/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Passemos agora à resolução de algumas questões baseadas em provas

anteriores. Ressalto que praticamente todas as questões desta matéria sãoresolvidas meramente pelo uso das fórmulas derivadas na aula. Sendo assim,

é bem possível que caso seja cobrada uma questão em prova sobre os

assuntos abordados nesta aula, esta possivelmente demandará do candidato a

mera aplicação de fórmulas.

Estou à disposição de vocês para dúvidas e esclarecimentos.

Um grande abraço,

Mariotti

Page 35: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 35/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Questões Propostas:

1 – (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda RJ – FGV/2011) Seja uma economiahipotética caracterizada pelas seguintes equações:

•  Consumo das famílias: C = 40 + 0,9 Y

•  Gastos do governo: 0

•  Investimento: 30

•  Exportações Líquidas: X – M = 30 – 0,1 Y

Com base nos dados acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O PIB dessa economia é igual a $ 500.

II. O consumo das famílias é igual a $ 490.

III. As exportações líquidas são iguais a $ –20.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras.

(B) se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras.

(C) se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras.

(D) se todas as afirmativas forem verdadeiras.

(E) se nenhuma afirmativa for verdadeira.

2 – (Técnico de Fomento/BADESC – FGV/2010) Uma economia fechada

possui as seguintes características:

Consumo: C = 200 + 0,6Y, sendo Y = Renda Nacional

Investimento: I = 400

Gastos do Governo: G = 200

Page 36: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 36/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

A renda nacional de equilíbrio dessa economia é igual a:

(A) 800

(B) 1280(C) 1333

(D) 2000

(E) 3200

3 – (AFRFB/SRFB – ESAF/2009) Considere o modelo de determinação

da renda com as seguintes informações, em unidades monetárias

(quando for o caso):

C = 100 + 0,8.Y

M = 50 + m.Y

X = 100

G = 100

I = 200

onde:

Y = produto agregado;

C = consumo agregado;

G = gastos do governo;

I = investimento agregado;

X = exportações;

M = importações; e

“m” uma constante positiva.

Considerando uma renda agregada de equilíbrio igual a 900, a

propensão marginal a importar será igual a:

a) 0,15

b) 0,50

Page 37: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 37/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

c) 0,20

d) 0,30

e) 0,25

4 - (AFRF/SRF – ESAF/2003) Considere as seguintes informações para

uma economia fechada e com governo:

Y = 1200

C = 100 + 0,7.Y

I = 200onde:

Y = produto agregado;

C = consumo agregado; e

I = investimento agregado.

Com base nestas informações, pode-se afirmar que, considerando o

modelo keynesiano simplificado, para que a autoridade econômicaconsiga um aumento de 10% no produto agregado, os gastos do

governo terão que sofrer um aumento de: 

a) 60%

b) 30%

c) 20%

d) 10%

e) 8%

5 - (AFRF/SRF – ESAF/2002) Considere os seguintes dados:

C = 500 + c.YI = 200G = 100X = M = 50

onde:

Page 38: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 38/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

C = consumo;

c = propensão marginal a consumir;I = investimento;

G = gastos do governo;

X = exportações;

M = importações.

Com base nestas informações, é correto afirmar que:

a) se a renda de equilíbrio for igual a 2.500, a propensão marginal a poupar

será igual a 0,68.

b) se a renda de equilíbrio for igual a 1.000, a propensão marginal a consumir

será maior que a propensão marginal a poupar.

c) se a renda de equilíbrio for igual a 2.000, a propensão marginal a consumir

será igual a 0,5.

d) se a renda de equilíbrio for igual 1.600, a propensão marginal a consumir

será igual a propensão marginal a poupar.

e) não é possível uma renda de equilíbrio maior que 2.500.

6 - (APO/MPOG – ESAF/2002) Com relação ao multiplicador

keynesiano, é correto afirmar que:

a) se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a

poupar, o seu valor será igual a um.b) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a

poupar, pode ser menor do que um e só é válido para os gastos do governo.

c) numa economia aberta seu valor depende da propensão marginal a

consumir e importar, pode ser negativo e vale apenas para os gastos do

governo e exportações autônomas.

Page 39: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 39/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

d) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a

poupar, não pode ser menor do que um e vale para qualquer componente dos

denominados gastos autônomos agregados.e) seu valor para uma economia fechada é necessariamente menor do que

para uma economia aberta.

7 - (Analista/Bacen – ESAF/2002) Considere C = 100 + 0,8Y; I = 300;

G = 100; X = 100; M = 50 + 0,6Y, onde: C = consumo agregado; I =

investimento agregado; G = gastos do governo; X = exportações; e M

= importações. Supondo um aumento de 50% nos gastos do governo,pode-se afirmar que a renda de equilíbrio sofrerá um incremento de,

aproximadamente:

a) 9,1 %

b) 15,2 %

c) 60,1 %

d) 55,2 %

e) 7,8 %

8 - (AFRF/SRF – ESAF/2000) Considere as seguintes informações para

uma economia hipotética, num determinado período de tempo, em

unidades monetárias:

Consumo autônomo = 100;

Investimento agregado = 150;

Gastos do governo = 80;

Exportações = 50;

Importações = 30.

Pode-se então afirmar que,

a) se a propensão marginal a consumir for 0,8, a renda de equilíbrio será de

1700.

Page 40: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 40/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

b) se a propensão marginal a poupar for 0,2, a renda de equilíbrio será de

1750.

c) se a propensão marginal a consumir for de 0,6, a renda de equilíbrio será de1730.

d) se a propensão marginal a poupar for 0,3, a renda de equilíbrio será de

1700.

e) se a propensão marginal a consumir for 0,7, a renda de equilíbrio será de

1800.

9 - (APO/MPOG – ESAF/2000) Considere o modelo keynesiano simplesde uma economia fechada e sem governo, com uma função consumo

linear, com consumo autônomo igual a 10 e a propensão marginal a

poupar igual a 0,25. É correto afirmar que:

a) se o investimento passar de 10 para 15, a renda de equilíbrio passara de 78

para 98.

b) se o investimento passar de 4 para 10, a renda de equilíbrio passara de 58

para 82.c) se o investimento passar de 3 para 6, a renda de equilíbrio passara de 50

para 62.

d) se o investimento passar de 5 para 9, a renda de equilíbrio passara de 58

para 74.

e) se o investimento passar de 5 para 7, a renda de equilíbrio passara de 60

para 68.

10 - (ECONOMISTA/CEDAE – CEPERJ/2009) Os dados abaixo referem-

se à uma economia fechada e sem governo

C = C0 + c(YD)

I = I0 

G = G0 

T = tY

Page 41: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 41/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Considere C = consumo das famílias, I = investimento das empresas, G

= gastos do governo, T = tributos, t = alíquota de imposto, YD = rendadisponível, C0 = consumo autônomo, I0 = investimento autônomo G0

= gastos autônomos e c = propensão marginal a consumir.

O multiplicador dos gastos autônomos nessa economia é representado

por:

a) 

( )t c   −− 11

b)c−1

c)( )t −1

d)( ) mt c   +−− 11

e)000

G I C    ++  

11 - (APS/SEPLAG – CEPERJ/2009) Considere os dados:

C = 15 + 0,8Yd 

I = 5 + 0,1Y

T = 2 + 0,1Y

G = 15

X = 20M = 15,4 + 0,2Y

Onde C = consumo das famílias; I = Investimento; G = Gastos do

Governo, T = arrecadação de impostos; X = exportação de bens e

serviços; M = importação de bens e serviços; Y = renda nacional e Yd =

renda disponível

Page 42: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 42/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

O nível de renda (Y) de equilíbrio é:

a) 87,5b) 100

c) 104

d) 172,7

e) 200

12 - (ECONOMISTA/PETROBRÁS – CESGRANRIO/2005) Considere o

modelo Keynesiano simplificado onde o equilíbrio produto-despesa édescrito pela seguinte equação:

Y = C0 + cY + I + G,

onde Y é o produto, C0 , o consumo autônomo, c, a propensão marginal

a consumir, I, o investimento privado e G, os gastos do governo.

Assumindo que a propensão marginal a consumir é igual a 1, umaumento nos gastos do governo de G para 2G faz o produto de

equilíbrio:

a) dobrar.

b) aumentar infinitamente.

c) aumentar em 2G.

d) aumentar em C0 + I + 2G.

e) manter-se constante.

Page 43: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 43/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Gabarito Comentado:

1 – (Auditor-Fiscal/Sec. Fazenda RJ – FGV/2011) Seja uma economiahipotética caracterizada pelas seguintes equações:

•  Consumo das famílias: C = 40 + 0,9 Y

•  Gastos do governo: 0

•  Investimento: 30

•  Exportações Líquidas: X – M = 30 – 0,1 Y

Com base nos dados acima, analise as afirmativas a seguir:

I. O PIB dessa economia é igual a $ 500.

II. O consumo das famílias é igual a $ 490.

III. As exportações líquidas são iguais a $ –20.

Assinale

(A) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras.

(B) se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras.

(C) se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras.

(D) se todas as afirmativas forem verdadeiras.

(E) se nenhuma afirmativa for verdadeira.

Comentários:

Para resolver esta questão basta apenas aplicarmos a fórmula que calcula o

PIB a partir das variáveis autônomas e do multiplicador keynesiano. Não

obstante à aplicação da fórmula, algumas considerações devem ser feitas. A

primeira é a de que os gastos do governo são iguais a zero, o que pressupõe

Page 44: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 44/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

que a tributação também é igual a zero, e assim a renda de analise desta

economia é a renda bruta.

Vejamos:

Y (renda) = k (multiplicador) * (C0 + I0 + G0 – c1T0 + X0 – M0)

Y (renda) = (1/(1-0,9))*(40 + 30 + 0 – 0,9*0 + 30 – 0,1Y

Y = 100 – 0,1Y/0,1

0,1Y + 0,1Y = 100

0,2Y = 100Y = 500

Aplicando o valor obtido para a renda na fórmula referente ao consumo,

temos:

C = 40 + 0,9 (500) = 490

Exportações Líquidas = 30 – 0,1y = 30 – 0,1.500 = -20

Conclui-se assim que todas as assertivas estão corretas.

Gabarito: letra “d”.

2 – (Técnico de Fomento/BADESC – FGV/2010) Uma economia fechada

possui as seguintes características:

Consumo: C = 200 + 0,6Y, sendo Y = Renda Nacional

Investimento: I = 400

Gastos do Governo: G = 200

A renda nacional de equilíbrio dessa economia é igual a:

Page 45: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 45/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

(A) 800

(B) 1280

(C) 1333(D) 2000

(E) 3200

Comentários:

Essa questão é um tanto quanto básica, sendo necessária apenas a aplicação

da fórmula desenvolvida em aula:

Y = 1/1-0,6 * (200 + 400 + 200)

Y = 2,5*(800) = 2000

Gabarito: letra “d”.

3 – (AFRFB/SRFB – ESAF/2009) Considere o modelo de determinaçãoda renda com as seguintes informações, em unidades monetárias

(quando for o caso):

C = 100 + 0,8.Y

M = 50 + m.Y

X = 100

G = 100

I = 200

onde:

Y = produto agregado;

C = consumo agregado;

G = gastos do governo;

Page 46: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 46/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

I = investimento agregado;

X = exportações;

M = importações; e“m” uma constante positiva.

Considerando uma renda agregada de equilíbrio igual a 900, a

propensão marginal a importar será igual a:

a) 0,15

b) 0,50

c) 0,20d) 0,30

e) 0,25

Comentários

Partindo dos conceitos do modelo keynesiano, temos que a Demanda Agregada

– DA é composta do consumo, investimento, gastos do governo, dasexportações e das importações de bens e serviços não fatores.

Estas variáveis estão dispostas pelas fórmulas disponíveis nas questões,

motivo pelo qual basta a nós apenas realizarmos a substituição dos valores:

900 = 100 + 0,8(900) + 200 + 100 + 100 – 50 – m(900)

900 = 450 + 0,8 . 900 – 900m,

900m = 720 – 450

900m = 270

m = 270 / 900 = 0,3.

Importante lembrar que a “m” representa a propensão marginal a importar.

Page 47: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 47/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Gabarito: letra “d”.

4 - (AFRF/SRF – ESAF/2003) Considere as seguintes informações parauma economia fechada e com governo:

Y = 1200

C = 100 + 0,7.Y

I = 200

onde:

Y = produto agregado;C = consumo agregado; e

I = investimento agregado.

Com base nestas informações, pode-se afirmar que, considerando o

modelo keynesiano simplificado, para que a autoridade econômica

consiga um aumento de 10% no produto agregado, os gastos do

governo terão que sofrer um aumento de: a) 60%

b) 30%

c) 20%

d) 10%

e) 8%

Comentários:

No equilíbrio inicial temos:

1200 = 1/1-07 * (100 + 200 + G) =

G = 60.

Page 48: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 48/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Um aumento da renda em 10% significa que esta passará de 1200 para

1320, ou seja, um aumento de 120. Assim, para se calcular a variação nos

gastos do governo, a qual leva a uma variação de 120 na renda, temosapenas que montar a fórmula já conhecida:

Var. Y = k x Var. G

120 = 1/0,3 x Var. G.

Var G = 36

Sabendo-se que G era igual a 60, uma variação de 36 corresponde a umpercentual de 60%, dado que 36/60 = 0,6 ou 60%.

Gabarito: letra “a”.

5 - (AFRF/SRF – ESAF/2002) Considere os seguintes dados:

C = 500 + c.YI = 200G = 100X = M = 50

onde:

C = consumo;

c = propensão marginal a consumir;

I = investimento;

G = gastos do governo;

X = exportações;

M = importações.

Com base nestas informações, é correto afirmar que:

Page 49: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 49/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

a) se a renda de equilíbrio for igual a 2.500, a propensão marginal a poupar

será igual a 0,68.

b) se a renda de equilíbrio for igual a 1.000, a propensão marginal a consumirserá maior que a propensão marginal a poupar.

c) se a renda de equilíbrio for igual a 2.000, a propensão marginal a consumir

será igual a 0,5.

d) se a renda de equilíbrio for igual 1.600, a propensão marginal a consumir

será igual a propensão marginal a poupar.

e) não é possível uma renda de equilíbrio maior que 2.500.

Comentários:

Sendo a propensão marginal a consumir igual a propensão marginal a

poupar, o multiplicador “k” será igual a 2. k = 1/1-05 = 2.

A partir da fórmula que mede a renda de equilíbrio, temos:

Y = K (C0 + I0 + G0 + X0 – M0)

Y = 2 (500 + 200 + 100 + 50 – 50) = 1600

Gabarito: Letra “d”.

6 - (APO/MPOG – ESAF/2002) Com relação ao multiplicador

keynesiano, é correto afirmar que:

a) se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a

poupar, o seu valor será igual a um.

b) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a

poupar, pode ser menor do que um e só é válido para os gastos do governo.

c) numa economia aberta seu valor depende da propensão marginal a

consumir e importar, pode ser negativo e vale apenas para os gastos do

governo e exportações autônomas.

Page 50: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 50/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

d) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a

poupar, não pode ser menor do que um e vale para qualquer componente dos

denominados gastos autônomos agregados.e) seu valor para uma economia fechada é necessariamente menor do que

para uma economia aberta.

Comentários:

Considerando que o multiplicador Keynesiano é do pela fórmula 1/1-C1,

sendo C1 a propensão marginal a consumir e (1-C1) a propensão marginal apoupar, somente se a propensão marginal a consumir fosse maior do que

1, é que o multiplicador seria menor do que um. De acordo com o modelo

Keynesiano, o consumo máximo é o da própria renda, não podendo o

indivíduo auferir empréstimos.

Outra coisa, considerando que estamos em uma economia fechada, os

gastos autônomos serão representados pelo aumento ou do consumo, oudo investimento ou dos gastos do governo, não dependendo nenhum deles

de outro parâmetro (por exemplo, o investimento não é dependente da

renda ou das taxas de juros).

Gabarito: letra “d”.

7 - (Analista/Bacen – ESAF/2002) Considere C = 100 + 0,8Y; I = 300;

G = 100; X = 100; M = 50 + 0,6Y, onde: C = consumo agregado; I =

investimento agregado; G = gastos do governo; X = exportações; e M

= importações. Supondo um aumento de 50% nos gastos do governo,

pode-se afirmar que a renda de equilíbrio sofrerá um incremento de,

aproximadamente:

a) 9,1 %

b) 15,2 %

Page 51: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 51/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

c) 60,1 %

d) 55,2 %

e) 7,8 %

Comentários:

Essa questão é um pouco mais chata de resolver até por isso mesmo que ela

ficou por último!

Para resolvê-la, debe encontrar inicialmente a renda de equilíbrio antes doaumento dos gastos:

Y = 100 + 0,8y + 300 + 100 + 100 - 50 - 0,6y = 687,5

Um aumento de 50% nos gastos leva esta para 150 (100 + 50);

Verificou-se que uma das formas de calcular a variação no crescimento darenda, a partir do multiplicador, é a seguinte:

Var Y = Var G x k, ou seja, a variação da renda é derivada da variação

dos gastos do governo multiplicado pelo impacto gerado pelo multiplicador

dos gastos.

Assim sendo, tem-se que:

Var Y = Var G x k, sendo k = 1/1-0,8+0,6 = 1,25.

Encontrando-se “k” igual a 1,25, chega-se a seguinte variação da renda:

Var Y = 50 * 1,25 = 62,5

Page 52: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 52/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Para que seja possível saber qual a variação percentual de crescimento da

renda em decorrência do aumento dos gastos do governo, pode-se fazer a

seguinte pergunta:

Quanto será 62,5 de aumento na renda se está era inicialmente igual a

687,5?

O cálculo será o resultado da divisão do aumento da renda pelo valor

original da renda, ou seja:

62,5/687,5 = 0,0909 = 9,1% aproximadamente.

Complicada? Não, não, só é mesmo chatinha de se resolver!

Gabarito: letra “a”.

8 - (AFRF/SRF – ESAF/2000) Considere as seguintes informações parauma economia hipotética, num determinado período de tempo, em

unidades monetárias:

Consumo autônomo = 100;

Investimento agregado = 150;

Gastos do governo = 80;

Exportações = 50;

Importações = 30.

Pode-se então afirmar que,

a) se a propensão marginal a consumir for 0,8, a renda de equilíbrio será de

1700.

b) se a propensão marginal a poupar for 0,2, a renda de equilíbrio será de

1750.

Page 53: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 53/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

c) se a propensão marginal a consumir for de 0,6, a renda de equilíbrio será de

1730.

d) se a propensão marginal a poupar for 0,3, a renda de equilíbrio será de1700.

e) se a propensão marginal a consumir for 0,7, a renda de equilíbrio será de

1800.

Comentários:

Aplicando-se a propensão marginal a consumir igual a 0,2, temos oresultado:

Y = (1/(1-C1))* (100+ 150 + 80 + 50 - 30) = 1/0,2 * 350 = 1750

Gabarito: letra “b”.

9 - (APO/MPOG – ESAF/2000) Considere o modelo keynesiano simplesde uma economia fechada e sem governo, com uma função consumo

linear, com consumo autônomo igual a 10 e a propensão marginal a

poupar igual a 0,25. É correto afirmar que:

a) se o investimento passar de 10 para 15, a renda de equilíbrio passara de 78

para 98.

b) se o investimento passar de 4 para 10, a renda de equilíbrio passara de 58

para 82.

c) se o investimento passar de 3 para 6, a renda de equilíbrio passara de 50

para 62.

d) se o investimento passar de 5 para 9, a renda de equilíbrio passara de 58

para 74.

e) se o investimento passar de 5 para 7, a renda de equilíbrio passara de 60

para 68.

Page 54: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 54/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Comentários:

Essa questão só pode ser mesmo resolvida por meio de tentativa e erro.

Renda de equilíbrio inicial:

Se (1- C1) = propensão marginal a poupar, temos que k = 1/0,25 = 4

Renda de equilíbrio inicial (Y) = 4 (10 + 5) = 60;

Como o investimento aumentou em “2”, o impacto no aumento da renda

será de “8”, pois var. Y = var. I x k = 2 x 4;

A renda de equilíbrio aumenta de 60 para 68.

Gabarito: letra “e”.

10 – (ECONOMISTA/CEDAE – CEPERJ/2009) Os dados abaixo referem-

se à uma economia fechada e sem governo

C = C0 + c(YD)

I = I0 

G = G0 

T = tY

Considere C = consumo das famílias, I = investimento das empresas, G

= gastos do governo, T = tributos, t = alíquota de imposto, YD = renda

disponível, C0 = consumo autônomo, I0 = investimento autônomo G0

= gastos autônomos e c = propensão marginal a consumir.

O multiplicador dos gastos autônomos nessa economia é representado

por:

Page 55: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 55/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

a) ( )t c   −− 11

b) c−1

1

 

c)( )t −1

d)( ) mt c   +−− 11

e) 000 G I C    ++  

Comentários:

Com base em todos os conceitos verificados na parte teórica apresentada

anteriormente às questões, fica fácil resolver a questão.

O multiplicador dos gastos é formado pela série de variáveis que compõem a

demanda agregada (DA = C + I + G + X – M). Cada uma destas variáveispode, de acordo com a questão proposta, serem ou não dependentes da

renda. Assim, a partir dos conceitos estudados e das definições dadas pela

questão, temos que o consumo é dependente da renda disponível que, na

questão em foco, nada mais é do que a renda Y menos o que é retido desta na

forma de impostos T, de tal modo que YD será expresso da seguinte forme:

YD = Y – T

Em conjunto com esta informação, verificou-se que o multiplicador dos meios

de pagamento, ao qual definimos por “k”, meramente como forma de facilitar

os cálculos, tem no seu denominador todas as variáveis da demanda agregada

que sejam dependentes da renda. Analisando as variáveis apresentadas na

questão, temos duas delas dependentes da renda. Na verdade temos uma

dependente da renda e a outra dependente da renda disponível. Será que isso

Page 56: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 56/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

é problema? Claro que não! Basta apenas você substituir na fórmula de “YD “ a

expressão Y – T.

Equacionando em termos da questão a partir da composição da demanda

agregada, temos:

Y = C + I + G

Y = C0 + c(YD) + I0 + G0 

Substituindo por Y – T, tem-se:

Y = C0 + c(Y - T) + I0 + G0 

Substituindo ainda “T” por tY, tem-se:

Y = C0 + c(Y - tY) + I0 + G0 

Passando todas as variáveis associadas à Y para o lado esquerdo da fórmula,

tem-se:

Y – cY - ctY = C0 + I0 + G0 

Colocando-se em evidência o “Y”, tem-se:

Y*(1 – c(1 – t)) = C0 + I0 + G0 

Passando dividindo para o outro lado da fórmula o termo entre parênteses,

tem-se:

( )t c

G I C 

Y  −−

++

= 11000

 ou ( ) ( )00011

1G I C t cY    ++

−−=  

Page 57: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 57/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Com base no resultado encontrado acima pode-se concluir que o multiplicador

dos gastos autônomos é igual ( )t c   −− 11

1, ou seja, alternativa “a”.

Mas agora eu faço uma pergunta: Será que é necessário ser feito todo este

cálculo? Claro que não. Conforme foi comentado na página 20, para se

encontrar as variáveis bem como a fórmula que define o multiplicador dos

gastos, basta apenas se verificar quais são as variáveis que são dependentes

da renda. No exercício em questão somente o consumo e a tributação sãodependentes da renda. Sendo assim, ficaria fácil se excluir do resultado as

demais assertivas, uma vez que nas letras “b” e “c”, falta uma das variáveis

dependentes da renda no denominador, na letra “d” tem mais variáveis do que

o necessário, uma vez que sequer existe importação já que se trata de uma

economia fechada e, consequentemente, sem qualquer variável associada à

importação. Finalmente, na letra “e”, constam apenas parte das variáveis da

renda, que são autônomas, como no caso do consumo, e as demais variáveisautônomas (investimento e gastos do governo).

Gabarito: letra “a”.

11 – (APS/SEPLAG – CEPERJ/2009) Considere os dados:

C = 15 + 0,8Yd 

I = 5 + 0,1Y

T = 2 + 0,1Y

G = 15

X = 20

M = 15,4 + 0,2Y

Page 58: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 58/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

Onde C = consumo das famílias; I = Investimento; G = Gastos do

Governo, T = arrecadação de impostos; X = exportação de bens e

serviços; M = importação de bens e serviços; Y = renda nacional e Yd =renda disponível

O nível de renda (Y) de equilíbrio é:

a) 87,5

b) 100

c) 104

d) 172,7e) 200

Comentários:

Essa questão pode ser resolvida da mesma forma que a questão anterior, ou

seja, substituindo-se todas as variáveis na fórmula da demanda agregada,

partindo inclusive do conceito de que a renda disponível Y d  é obtida pelasubtração dos impostos da renda (Y – T).

Não obstante, digo para vocês para acabarmos com este tipo de conta

prolongada. Simplesmente vamos aplicar a fórmula disposta na página 21, a

qual considera todas as variáveis da questão, uma vez que se trata de uma

economia aberta, em que se importam e que exportam bens e serviços.

Y (renda) = k (multiplicador) * (C0 + I0 + G0 – C1T0 + X0 – M0) 

( )  ( )0001000

1111 11

1 M  X T C G I C 

imt cY    −+−++

−+−−

=  

substituindo os valores, tem-se:

Page 59: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 59/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Prof. Francisco Mariotti   www.pontodosconcursos.com.br

( )  ( )4,15202*8,015515

1,02,01,018,01

1

1

−+−++

−+−−

=Y   

( ) 1003838,0

1==Y   

Gabarito: letra “b”.

12 - (ECONOMISTA/PETROBRÁS – CESGRANRIO/2005) Considere o

modelo Keynesiano simplificado onde o equilíbrio produto-despesa é

descrito pela seguinte equação:

Y = C0 + cY + I + G,

onde Y é o produto, C0 , o consumo autônomo, c, a propensão marginal

a consumir, I, o investimento privado e G, os gastos do governo.

Assumindo que a propensão marginal a consumir é igual a 1, umaumento nos gastos do governo de G para 2G faz o produto de

equilíbrio:

a) dobrar.

b) aumentar infinitamente.

c) aumentar em 2G.

d) aumentar em C0 + I + 2G.e) manter-se constante.

Comentários:

No modelo keynesiano simplificado, o qual foi analisado primeiramente, o

multiplicador keynesiano é dado pela expressão 1/1-c, sendo “c”, nesta

questão, igual à propensão marginal a consumir.

Page 60: Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

7/23/2019 Aula 15 - Macroeconomia e Economia Brasileira - Aula 03

http://slidepdf.com/reader/full/aula-15-macroeconomia-e-economia-brasileira-aula-03 60/60

CURSO ON-LINE – MACROECONOMIA E ECONOMIA BRASILEIRAPARA ANALISTA DO BANCO CENTRAL

PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 

Partindo do pressuposto dado pela questão, o qual diz que “c” é igual a “1”,

teremos a seguinte divisão que cálculo o multiplicador dos gastos = 1/1-1= 1/0.

Todo número dividido por zero tende a infinito, fazendo com que a

alternativa correta da questão seja a alternativa “b”, que afirma que o

produto de equilíbrio vai aumentar infinitamente.

Conforme pode-se verificar, trata-se de uma questão muito mais conceitualdo que efetivamente uma questão que demanda a aplicação da série de

variáveis componentes da demanda agregada, dentro da análise do modelo

keynesiano.

Gabarito: letra “b”.


Top Related