Turma e Ano: Master A (2015)
Matéria / Aula: Direito Tributário / Aula 11
Professor: Vanessa Siqueira
Monitora: Evellyn Nobre
AULA 11
Conteúdo da aula: Discriminação de Rendas; Competência Tributária; Conceito; Distinção entre Competência Tributária e Capacidade Ativa; Repartição Constitucional das Competências Tributárias: Competência Exclusiva; Competência Comum; Competência Residual; Competência Extraordinária.
Competência tributária
1 – Conceito
Paulo de Barros Carvalho – Competência tributaria é uma das parcelas entre as prerrogativas legiferantes de que são portadoras a pessoa política consubstanciada na possibilidade de legislar para produção de normas jurídicas sobre tributos.
Os entes concretizam a competência tributária por intermédio de leis ordinárias.
Para o Professor Carrazza entende que a lei ordinária é o veículo em abstrato que concretiza a competência tributária.
Só entes políticos podem receber competência tributária. E entes políticos são pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Professor Carrazza segue dizendo que não cria tributo quem quer, mas quem pode de acordo com a Constituição.
O Professor Amilcar de Araujo Falcão diz que no mesmo momento em que a norma constitucional confere a determinada pessoa política competência para criar
certo tributo, ela está a negar as demais pessoas politicas esta mesma possibilidade. Então, aqui os efeitos positivos e negativos da competência tributária.
Art. 11 da LC 101/00 lei de responsabilidade fiscal
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
OBS: Houveram 2 alterações importantíssimas na Constituição afetas ao Direito Financeiro:
a introdução no art. 167 §5º, a transmutação do orçamento em instrumento impositivo, antes era autorizativo.
Em relação ao art. 11 da referida lei, é como se a Constituição estivesse dizendo que os entes vocês devem exaurir as suas respectivas competências tributárias.
Não basta o ente criar, instituir fixando uma alíquota irrisória, porque estaria driblando o comando inserido no art. 11 da LRF, ou seja, o ente precisa fixar uma alíquota que vai culminar numa arrecadação plausível.
O caput do art. 11 determina que o ente institua todos os seus tributos e o § único do mesmo artigo diz que só haverá “alguma punição” na eventualidade de um ente deixar de instituir todos os seus impostos.
Exemplo: Município que deixa de criar a COSIP, se o município deixa de criar nada vai acontecer. Mas se o município deixa de instituir o IPTU, INSS ou ITBI, ele fica impedido de receber transferências voluntarias.
O ente pode deixar de instituir impostos?
Sim, desde que suporte as consequências oriundas da não instituição.
Essas transferências voluntarias não tem a ver com as transferências constitucionais e não tem a ver com repartição de receitas previstas na CF nos artigos 157/162, pois essas 2 últimas citadas são transferências obrigatórias.
O ente que deixa de instituir um imposto é porque a instituição se afigura inviável, pois o que ele vai gastar com administração tributária supera com que ele vai obter com a arrecadação.
Na LRF não há punição para agentes públicos.
O STF entende que a competência tributária não se transformou num poderdever ante a redação do art. 11, a competência tributária continua sendo facultativa.
Jose Eduardo Soares de Melo arrola algumas características inerentes a competência tributária:
A) Privatividade
B) Indelegabilidade
C) Incaducabilidade
D) Inalterabilidade
E) Irrenunciabilidade
F) Facultatividade
2 Distinção entre competência tributária e capacidade tributária ativa
Competência tributária é o poder de criar o tributo, é o poder de legislar sobre tributos. E só pode ser outorgada as pessoas políticas, e é indelegável como arrola o art. 7º do CTN.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
A capacidade tributária ativa é o poder de fiscalizar, cobrar e arrecadar. Essas 3 funções podem ser delegadas, mas a fiscalização e cobrança só poderão para pessoas jurídicas de direito público, porque são funções que demandam exigem o exercício regular do poder de polícia, já a função arrecadação de é de livre delegação.
Atenção, se uma PJ receber tão somente a arrecadação isso não implica dizer que essa pessoa seja sujeito ativo do tributo.
Só é considerado sujeito ativo do tributo aquele que recebeu a fiscalização e a cobrança tributárias.
Há uma exceção: que é o caso de uma PJ de Direito Privado pode receber capacidade tributária ativa, que é o caso dos sindicatos e das pessoas componentes do sistema S, conforma art. 240 CF.
Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
3 Repartição constitucional das competências tributárias
A) Competência ExclusivaB) Competência ComumC) Competência Residual
D) Competência ExtraordináriaA Competência Exclusiva
É aquela deferida com exclusividade a cada um dos entes políticos.
União: Impostos do art. 153 CF, os empréstimos compulsórios do art. 148 CF e as contribuições parafiscais do art. 149 CF.
Com exceção daquelas contribuições previdenciárias anômalas, porque aquelas contribuições criadas para custear o regime de previdência próprio dos entes se subsumem a competência comum dos entes.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I importação de produtos estrangeiros;
II exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III renda e proventos de qualquer natureza;
IV produtos industrializados;
V operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI propriedade territorial rural;
VII grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Estados: Impostos do art. 155 CF.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Municípios: Impostos do art. 156 CF e a COSIP do art. 149A CF.
Art. 149A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I propriedade predial e territorial urbana;
II transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
IV (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Essa competência comum diz respeito apenas aqueles tributos vinculados a atividades estatais especificas referentes a pessoa do contribuinte, ou seja tributos que são vinculados no que concerne ao fato gerador.
Esses tributos seriam: as taxas, as contribuições de melhoria dentre os tributos clássicos e as contribuições previdenciárias anômalas do art. 149, §1º CF.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Posição do Professor Hugo de Brito – cada ente irá instituir taxas no respectivo âmbito de suas atribuições.
B Competência Material
Com relação a competência material/administrativa da União e dos Municípios, essa competência é expressa, conforme os artigos 21 e 30 CF.
Art. 21. Compete à União:
I manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II declarar a guerra e celebrar a paz;
III assegurar a defesa nacional;
IV permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
V decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII emitir moeda;
VIII administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;
X manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
XII explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)
XIV organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XV organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
XVII conceder anistia;
XVIII planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;
XIX instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Regulamento)
XX instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
XXI estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXIII explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meiavida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
XXIV organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
XXV estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.
Art. 30. Compete aos Municípios:
I legislar sobre assuntos de interesse local;
II suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX promover a proteção do patrimônio históricocultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
A competência material dos Estados é residual, o que não estiver na lista da União e dos Municípios cai no limbo dos Estados.
Hugo de Brito dizia que os Estados no que tange a instituição de taxas exercem competência residual, porque a competência material dos Estados é residual posição equivocada.
Os Estados no que tange a criação de taxas exercem a competência comum, delimitada pela competência administrativa, que é residual.
No direito tributário não existe competência concorrente para instituição de tributo, porque se existisse poderia ocorrer a proliferação bitributação – Professor Ricardo Lobo Torres.
No Brasil adotou o federalismo assimétrico – art. 24 CF.
Temos exercício concorrente do poder tributário de legislar sobre normas gerais. Os municípios vêm sendo contemplados por esta norma pela dicção do art. 30, II CF.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II orçamento;
III juntas comerciais;
IV custas dos serviços forenses;
V produção e consumo;
VI florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
X criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI procedimentos em matéria processual;
XII previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV proteção à infância e à juventude;
XVI organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitarseá a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Art. 30. Compete aos Municípios:
II suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Exemplo: IPVA – os Estados não poderiam ficar reféns da União.
C Competência Residual
É a competência para criar tributos cujo os fatos geradores não foram discriminados pela Constituição.
Essa competência residual pertence à União, que pode criar impostos cujo os fatos geradores não estejam arrolados no art. 153 CF e também pode criar contribuições sociais da seguridade social cujo as bases de cálculos não estejam arroladas no art. 195 CF.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
art. 154, I c/c art. 195, §4º CF
Art. 154. A União poderá instituir:
I mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam nãocumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
D Competência Extraordinária
Se refere aos impostos extraordinários de guerra.
Essa competência jamais fora exercida aqui no Brasil.
art. 154, II CF
Art. 154. A União poderá instituir:
II na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária,
os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
OBS: É a única hipótese em que a Constituição chancela a possibilidade de bitributação.
Há 2 assuntos que constituem cláusulas pétreas no direito tributário a discriminação de rendas e as limitações constitucionais ao poder de tributar.
4 Discriminação de rendas
A discriminação abarca:
atribuição de competência
a repartição de receitas
Atribuir competência significa dividir o poder de instituir tributos entre os entes políticos.
O Professor Ricardo Lobo Torres diz o seguinte: a atribuição de competência é de fundamental importância para a descentralização do poder político.
Os entes são autônomos (U,E,M), mas não haveria autogoverno tão pouco autoadministração sem a correlata autonomia financeira.
A CF/88 implementou a discriminação de rendas, tornando mais equânime a atribuição de competência.
A atribuição de competência não significa receita física – $.
Na repartição de competências se divide o produto da arrecadação de impostos entres os entes políticos menores artigos 157 a 162 CF.
A repartição de receitas é de fundamental importância para o equilíbrio financeiro do pacto federativo.
Exceção: art, 159, III CF CIDECombustíveis
Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
III do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 44, de 2004)
O único tributo que não é imposto que está inserido na repartição de receitas.
A União tem que entregar para os Estados e Municípios parte do que arrecadou a título de impostos.
A União tem que entregar para os Estados parte do que arrecadou a título de CIDECombustíveis.
Os Estados têm que entregar para os Municípios parte do que arrecadou a título de impostos.
Os Estados têm que entregar para os Municípios parte do que receberam da União a título de CIDECombustíveis.
A transferência obrigatória a luz do art. 160 CF não pode ser condicionada a não ser nos 2 casos previstos no § único do referido artigo. Aqui o dinheiro sempre vai provir do maior para o menor.
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos.
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
As transferências voluntarias são condicionadas e o dinheiro pode provir do maior para o menor ou do menor para o maior, tanto faz.
A repartição de receitas pode se materializar de 2 formas:
direta
Exemplo: Estados e Municípios devem reter da remuneração dos seus servidores o IR, esse valor retido não vai para União, ele já fica nos cofres públicos estaduais e municipais.
indireta
Se materializa por intermédio dos fundos LC 62/89 e LC 143/13.
Fundo de participação dos Estados e o Fundo de participação dos Municípios.
O dinheiro que integra esses fundos jamais poderia ser repartido de forma equânime, como por exemplo, os Estados da região Norte, Nordeste e Centro Oeste farão jus a uma parcela mais robusta, porque o objetivo da norma é equilibrar o pacto federativo.