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AULA 02: PANORAMA NACIONAL II
SUMÁRIO PÁGINA 1 – Cenário Econômico Brasileiro 1 - 17
2 – Meio Ambiente no Brasil: Principais Temas 18 - 28
3 – Desastres naturais e o papel da Defesa Civil 29 - 32
4 - Saúde, saneamento e habitação no Brasil 33 - 42
Olá, pessoal! Na aula passada, falamos acerca das principais informações
trazidas pelo Censo 2010, do contexto político-partidário brasileiro, do desafio
da educação no Brasil e do plebiscito no Pará.
Seguimos adiante, rumo ao sucesso, tratando das matérias relacionadas
no sumário acima. Lembremos a famosa frase do gênio da Física, Albert
Einstein: “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no
dicionário”.
1 – O Cenário Econômico Brasileiro
Panorama
Em cerca de vinte anos, a economia brasileira passou por significativas
transformações. É importante lembrarmos que, no início de nosso processo de
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redemocratização, ao final da década de 1980, o cenário econômico brasileiro
não era nada animador. O crescimento da economia brasileira ao longo da
década havia sido medíocre e a hiperinflação no país corroía o poder de
compra das camadas mais desfavorecidas da população, agravando o cenário
de desigualdade social. Em razão desse contexto de instabilidade econômica,
com baixo crescimento do PIB e crescente dívida pública (destaque-se a grave
situação da dívida externa), com decorrente deterioração severa do quadro
social, especialistas cunharam o termo “década perdida” para referir-se à
década de 1980. Para se ter uma idéia da gravidade da situação, basta
atentarmos para o fato de que, em 1990, a renda do brasileiro, além de não
crescer, havia decrescido 4,3% em relação ao início da década anterior,
enquanto a inflação atingia o impressionante índice de 1.585% ao ano!
Diante desse cenário, era evidente a necessidade de um novo modelo
econômico para reverter o quadro de estagnação em que se encontrava o país.
Era preciso realizar uma mudança na estratégia de desenvolvimento da
economia brasileira. Houve, nessa década, um intenso processo de abertura e
de liberalização financeira, um programa de privatizações bastante extenso e
uma desregulamentação da economia, modificando significativamente o papel
do Estado.
Durante o governo Itamar Franco, no fim de 1993, o seu então ministro
da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, anunciou várias medidas para a
estabilização da economia. Em 1994, implantou-se o Plano Real, que, entre
outras medidas, efetuou o que foi considerada maior troca de moeda em
circulação da História (depois superada pela implantação do euro, em 2002).
Outra importante mudança na economia brasileira foi a sua abertura ao
mercado internacional, por meio da redução das tarifas de importação e da
manutenção de um câmbio valorizado, o que ocasionou a entrada de muitos
produtos estrangeiros no Brasil e a falência de muitas empresas despreparadas
para enfrentar a concorrência estrangeira. Naquele momento, a entrada de
importações era vista como instrumento importante para o controle dos preços
e, portanto, combate à inflação no país.
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A estabilização da economia propiciou, de início, elevação dos níveis de
renda das camadas assalariadas mais pobres, uma vez que a inflação não mais
corroía seu poder de compra, além de algum crescimento da economia. No
entanto, a persistência da grave situação de nossa dívida externa, somada à
grande exposição da indústria nacional à concorrência estrangeira e às
freqüentes crises econômicas em diversos países na década de 1990, fez que o
Brasil continuasse a enfrentar problemas na área econômica. O país necessitou
recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para negociar empréstimos
que possibilitassem o pagamento dos juros da dívida pública. Em razão de tais
acordos, o país assumiu compromissos com o Fundo de reduzir gastos
públicos, aumentar a arrecadação de impostos e estimular as exportações. A
situação econômica de escassez de reservas internacionais fez o Brasil adotar
mudança em seu sistema cambial em 1999. A taxa de câmbio não seria mais
fixada pelo governo, mas flutuaria de acordo com a demanda e a oferta do
mercado. Isso fez que a taxa de câmbio, que era de R$1,21/dólar, passar para
mais de R$ 2,00/dólar em poucos dias. Além disso, o Brasil passou a adotar o
sistema de metas de inflação como método principal para conter o aumento
de preços, em detrimento da valorização artificial do câmbio (chamada de
“âncora cambial”).
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No período 2000-2007, iniciou-se evidente mitigação da crença nos
padrões econômicos neoliberais. Países que adotaram profundas reformas
econômicas liberais na década de 1990 e, em decorrência delas, enfrentaram
sérias crises em suas economias, tais como a Argentina e a Rússia, começaram
a apresentar alguma recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) a partir de
2002. Tendo em vista essas constatações, o Estado brasileiro reorienta sua
política econômica e busca reassumir seu papel como indutor da economia, por
meio de vultosos investimentos em infraestrutura e nos setores considerados
estratégicos para o desenvolvimento científico e tecnológico.
Produto Interno Bruto (PIB) é a soma
de toda a riqueza gerada dentro do
território de determinado país. Essa é
principal medida para aferir o
desempenho de uma economia e
compará-la com as demais economias
do mundo.
O Brasil começa a viver um período de mudanças significativas em sua
situação econômica ao longo dos primeiros anos da década de 2000. A
estabilidade da moeda já era uma conquista consolidada e as reformas
administrativas e financeiras começavam a apresentar seus resultados
positivos. A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores
(PT), não significou alteração profunda na condução da economia do país. Ao
contrário do que se esperava, Lula manteve a maior parte das políticas
econômicas do governo de Fernando Henrique Cardoso. Algo marcante a esse
respeito foi a indicação de Henrique Meirelles, à época eleito deputado federal
pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), para ocupar o cargo de
Presidente do Banco Central.
Vejamos algumas outras contradições que marcaram a continuidade do
governo Lula:
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Lula antes de ser Presidente Lula enquanto Presidente
Contra toda forma de privatização Efetua diversas concessões de
serviços públicos
Contra a reforma da previdência Efetuou algumas reformas no sistema
previdenciário
Defendia boicote ao FMI Quitou a dívida com o FMI
Era a favor de rigorosa apuração de
denúncias, por meio de CPIs
(Comissões Parlamentares de
Inquérito)
Buscou impedir a instalação de
diversas CPIs durante seu governo
Contra a reeleição Reelegeu-se Presidente da República
Meus amigos, é fato que, graças à condução responsável da economia
pelos últimos governos, a qual propiciou o bom desempenho do setor
exportador e atraiu expressivos recursos de investimentos domésticos e
financeiros, o Brasil passou a experimentar uma fase muito favorável, com
significativo crescimento do PIB, ainda que a crise econômica mundial tenha,
em 2008, desacelerado o bom desempenho da economia. Ainda assim, em
2009, o Brasil firmou acordo com o FMI por meio do qual se comprometeu a
emprestar US$ 10 bilhões, invertendo a posição do Brasil de devedor para
credor do Fundo, algo inimaginável menos de dez anos antes.
É importante que se destaque, ainda, que o governo tem buscado
estimular o incremento da renda das famílias mais carentes, por meio de
programas de transferência de renda, como o bolsa família, e do aumento real
do salário mínimo (em 2012, chega a R$ 622,73). O aumento de renda das
famílias mais pobres tem sido importante instrumento de estímulo para a
economia, representando ampliação de nosso mercado interno, pois essas
famílias demandam cada vez mais bens e serviços.
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Em decorrência desse novo momento, o Brasil tornou-se a sexta maior
economia do mundo, ao ultrapassar o Reino Unido, no fim de 2011. As
previsões do FMI indicam que o PIB brasileiro somará US$ 2,61 trilhões em
2012. Isso não significa, entretanto, que o Brasil esteja apresentando um
desempenho espetacular. Ocorre que, nos países desenvolvidos, o
desempenho das economias tem sido muito ruim desde o início da crise
mundial.
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É importante ressaltar, ainda, que quando se avalia a renda per capita
brasileira (PIB dividido pelo total da população), que é atualmente de US$ 10,7
mil, verifica-se que a realidade do Brasil ainda é muito distante daquela dos
países desenvolvidos, onde é comum a renda per capita ultrapasse US$ 30 mil.
O PIB per capita, entretanto, não reflete a distribuição de renda de um
país. No Brasil, por exemplo, cerca de 90% dos brasileiros vive com até R$
1.530 por mês, além disso, 8,6% da população do país vivem em condições
miseráveis, com renda familiar per capita de até setenta reais. Os quatro
milhões de domicílios em situação de miséria encontram-se, também,
distribuídos de maneira desigual pelo território nacional, conforme demonstra o
gráfico abaixo:
Fonte: IBGE, dados referentes a 2010.
Composição do PIB brasileiro
Cabe mencionarmos a importância das diversas atividades econômicas
na composição do PIB brasileiro. Como método mais comum de análise, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) costuma estudar a
composição do PIB de acordo com a contribuição de três setores principais: o
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primário (atividades agropecuárias), o secundário (atividades industriais) e o
terciário (atividades de prestação de serviços).
Dentro dessa metodologia, é interessante darmos uma olhada nessa
divisão, representada no gráfico a seguir:
Fonte: IBGE, dados referentes a 2010.
Nota-se, portanto, a importância do setor de serviços como principal
componente do PIB brasileiro.
Desconcentração Industrial
Na última década, um fenômeno interessante da economia brasileira
tem sido a desconcentração geográfica do setor industrial. A participação do
total de indústrias na região Sudeste tem diminuído em detrimento do
crescimento do número de indústrias nas demais regiões do país. Muitas
indústrias do Sul têm prosperado com a integração comercial do Brasil com
Argentina, Paraguai e Uruguai, propiciada pelo Mercado Comum do Sul
(Mercosul). O Nordeste, por meio de incentivos fiscais, tem conseguido atrair
indústrias de setores intensivos em mão-de-obra, uma vez que possui custos
salariais mais baixos. O Centro-Oeste, por sua vez, graças ao sucesso de seu
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setor agrícola, tem visto o florescimento da diversos pólos da agroindústria.
Podemos observar, portanto, o grau de desconcentração industrial no gráfico
abaixo:
É importante termos em mente que esse processo de desconcentração
das indústrias no Brasil não significa, necessariamente, a diminuição do papel
econômico da região Sudeste no cenário nacional. Na verdade, os setores mais
dinâmicos e sofisticados da economia permanecem fortemente concentrados
nessa região, entre os quais se destacam o setor financeiro e o chamado setor
quaternário (ou terciário superior), representado por serviços que necessitam
de capital humano de alta qualificação, tais como tecnologia de informação e
telecomunicação, pesquisa e desenvolvimento, planejamento e consultorias.
Emprego
Ao longo da década de 2000, o mercado de trabalho brasileiro tem
apresentado resultados bastante positivos. Segundo o Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), no período 2003-2010, foram gerados 15,38 milhões de
empregos formais em decorrência do bom desempenho econômico.
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Confirmam os dados do MTE, as pesquisas do IBGE que apontam para a
contínua queda das taxas de desemprego ao longo da década de 2000.
No ano de 2009, pesquisas do IBGE mostraram que a maior parte dos
brasileiros é composta de empregados assalariados no setor de serviços, como
mostram os gráficos abaixo:
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O atual cenário favorável cenário favorável no emprego traz, no
entanto, uma realidade curiosa. Vários setores da economia detectaram o
chamado “apagão da mão-de-obra”, o que significa que faltam trabalhadores
qualificados para diversas atividades no Brasil. Um exemplo marcante dessa
falta de mão-de-obra é a grande demanda por bacharéis em engenharia, os
quais estão se tornando escassos em face do crescimento de setores como o
da construção civil.
Setor Externo
O investimento estrangeiro direto (IED), que representa a entrada de
recursos externos voltados para a atividade produtiva no Brasil (e não em
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aplicações financeiras) tem representado um importante indutor do
desenvolvimento econômico. No período 2005-2010, o investimento
estrangeiro direto acumulado no Brasil se multiplicou por quatro, passando de
US$ 162,8 bilhões em 2005 para US$ 660,5 bilhões em 2010, de acordo com
dados do Banco Central. Levando-se em conta os estoques de tudo que já foi
investido no país, os maiores investidores são os Estados Unidos, com
acumulado de US$ 104,7 bilhões, Espanha, com US$ 85,3 bilhões, e Bélgica,
com US$ 50,4 bilhões. Com relação aos setores, 16,9% do investimento
estrangeiro se concentra nos bancos e serviços financeiros, com montante de
US$ 98,1 bilhões. O segundo setor foi o de bebidas, com US$ 52,2 bilhões
(9%), seguido pelo petróleo, com US$ 49,4 bilhões (8,5%) e
telecomunicações, com US$ 40,6 bilhões (7%).
Em 2011, o Brasil registrou cerca de US$ 66,7 bilhões em entrada de
investimentos estrangeiros diretos, mostrando um fluxo forte que reflete a
confiança do investidor estrangeiro nos fundamentos da economia brasileira e
em nosso mercado doméstico.
De todo o investimento estrangeiro acumulado no Brasil, o setor de
comércio e serviços é o que detém a maior fatia do estoque de investimentos
estrangeiros diretos (IED) no Brasil, apontou o censo divulgado pelo Banco
Central no fim de 2011. Dos US$ 660,507 bilhões de investimentos
acumulados no Brasil, cerca de 43,3% (US$ 286,282 bilhões) referem-se a
empresas dedicadas a essas atividades. A indústria responde por
aproximadamente 39,8% (US$ 262,849 bilhões) e o setor primário, que inclui
agricultura, pecuária e extração mineral, por 16,9% (US$ 111,376 bilhões).
É importante ressaltar que a entrada desse grande volume de
investimento estrangeiro serve para compensar o expressivo déficit em
transações correntes. O que seria o déficit em transações correntes?
Transações correntes é a conta do chamado balanço de pagamentos que
afere quanto o Brasil forneceu e quanto recebeu nas trocas de bens, serviços e
rendas com os outros países do mundo. Um déficit em transações correntes
pode ser causado por elevados índices de importação (que podem gerar
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déficits comerciais), por grande importação de serviços (déficit na balança de
serviços), pelo pagamento de grandes quantias de juros ou por remessa
significativa de lucros de filiais estrangeiras a suas matrizes no exterior.
O Brasil fechou 2011 com déficit em transações correntes significativo,
mas ainda compensado pelos investimentos produtivos internacionais. O
resultado da conta corrente de 2011 foi afetado, sobretudo, pelas remessas de
lucros e dividendos de multinacionais instaladas no país, que somaram 4,741
bilhões de dólares em dezembro e 38,166 bilhões de dólares no ano todo.
Trata-se do maior volume registrado na série histórica do BC iniciada em 1947.
Em 2010, o total havia sido de US$ 30,375 bilhões.
Porém, especialistas prevêem que esse cenário não deve se repetir tão
cedo e já a partir deste ano deve um descompasso, por conta dos volumes
recordes de remessas de lucros e dividendos e viagens internacionais. Nesse
caso, outra forma de compensação esperada para tal déficit são as chamadas
aplicações em carteira, as quais se referem à compra de ações de empresas
brasileiras por estrangeiros.
No setor externo da economia brasileira, o comércio exterior tem,
também, um papel essencial para o desenvolvimento. Graças ao bom
desempenho das exportações brasileiras, o Brasil tem conseguido acumular
reservas internacionais e pagar seus compromissos financeiros, além de gerar
emprego e renda no território nacional. No ano de 2011, o superávit da
balança comercial brasileira somou US$ 29,79 bilhões. Com isso, o superávit
da balança comercial registrou crescimento de 47,8% em relação ao ano de
2010, quando o saldo positivo foi de US$ 20,15 bilhões. O resultado, portanto,
trata-se do maior superávit da balança comercial desde 2007 (US$ 40,03
bilhões). Em 2008 e 2009, respectivamente, o saldo comercial somou US$
24,95 bilhões e US$ 25,27 bilhões.
Atualmente, porém, muitos afirmam que o Brasil pode estar sofrendo
um processo de “desindustrialização” em decorrência da entrada massiva de
produtos importados manufaturados que competem fortemente com os bens
produzidos pela indústria nacional. Isso estaria ocorrendo em razão dos altos
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custos de produção no Brasil, agravados pela situação atual de um câmbio
valorizado (preço baixo do Dólar em relação ao Real), o que estaria
dificultando as exportações de produtos de maior valor agregado
(preço/quantidade) e estimulando as importações (principalmente de produtos
oriundos da China). Ainda assim, temos mantido superávits comerciais em
razão dos preços favoráveis das chamadas commodities (mercadorias básicas
negociadas em bolsas internacionais, tais como soja, milho, minério de ferro,
etc). Economistas alertam, portanto, que a pauta exportadora do Brasil estaria
se concentrando fortemente em produtos do setor primário da economia, algo
que poderia trazer sérios problemas a médio e longo prazo, como perda da
capacidade industrial e tecnológica e graves dificuldades caso haja queda nos
preços das commodities (trauma já vivido pelo Brasil ao longo de sua História).
Para 2012, ano que ainda será marcado pelos efeitos da crise financeira
internacional, com a previsão de crescimento do PIB em cerca de 3,3%, e pela
concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento
econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos acreditam
que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos
importações) registrará queda, atingindo US$ 19,5 bilhões.
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Juros
Outro termômetro importante para avaliar a economia brasileira é a sua
taxa de juros básica, mais conhecida como taxa SELIC. A taxa SELIC é
estabelecida por um colegiado do goveno chamado de Comitê de Política
Monetária (COPOM). A função da taxa de juros é servir como um dos
reguladores da atividade econômica. Desse modo, baixar a taxa SELIC tem
como reação esperada um estímulo à economia nos momentos de baixo
crescimento (o que ocorreu após a crise de 2008). Por outro lado, outra
preocupação dos membros do COPOM é a inflação, sobretudo aquela medida
pelo chamado Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Quando se
verifica que há forte tendência de elevação dos preços em decorrência de um
excesso de demanda (“economia superaquecida”), o Comitê eleva as taxas de
juros para manter a estabilidade da moeda (como o ocorrido a partir de 2010).
O controle da inflação e o estímulo à economia são duas funções do COPOM
que requerem a tentativa de um equilíbrio difícil. A tendência de longo prazo
da queda da taxa de juros, no entanto, é algo positivo que se verifica na
economia brasileira.
Quanto mais baixa a taxa de juros, menos os agentes econômicos
estarão dispostos a deixar seus recursos “parados” rendendo juros em
aplicações financeiras e buscarão investir em atividades econômicas em que
haja boas perspectivas de lucro. A contínua queda da taxa de juros é,
portanto, crucial para elevação do índice de investimentos na economia.
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Política Fiscal
Conforme demonstrado no item anterior, o governo tem buscado a
estabilidade monetária como um de seus objetivos principais. Para isso, é
fundamental o equilíbrio das contas públicas.
Após os estímulos para conter os efeitos da crise mundial sobre a
economia brasileira (chamados de “medidas anticíclicas”), o governo brasileiro
tem buscado mais austeridade, a fim de não comprometer a estabilidade da
economia. Para isso, tem buscado realizar o chamado “ajuste fiscal”, por meio
da elevação do superávit primário. E o que é o superávit primário? Ele
representa a economia feita pelo governo para pagar seus compromissos. O
cálculo é feito ao somar a arrecadação do governo e subtrair as suas despesas
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(não são consideradas no cálculo as despesas com pagamentos de juros da
dívida pública). É um cálculo de certa forma semelhante ao que fazemos em
nosso orçamento doméstico para aferir a nossa situação financeira.
O ajuste fiscal é considerado fundamental pelas seguintes razões:
garante a confiança do mercado na economia brasileira, contém a elevação da
inflação e contribui para a queda da taxa de juros básica da economia.
Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016)
Você pode se perguntar: “mas o que isso tem a ver com a economia
brasileira?”. Meu amigo, cada vez mais, tais eventos devem impactar nosso
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cenário econômico. Ocorre que a perspectiva da realização desses chamados
“megaeventos” no Brasil tem impulsionado investimentos domésticos e
estrangeiros, a fim de preparar a infraestrutura brasileira, além da perspectiva
de geração de milhares de empregos.
O governo brasileiro estima que somente a Copa do Mundo de 2014
terá impacto de cerca de R$ 185 bilhões, dos quais R$ 47 bilhões serão
decorrentes de obras de infraestrutura, podendo-se chegar a um impacto total
de 1,5 pontos percentuais “a mais” no crescimento do PIB. Os Jogos Olímpicos
do Rio de Janeiro, por sua vez, devem estimular investimentos de R$ 55
bilhões na cidade, sobretudo em setores como transportes, turismo e
construção civil.
Termos-chave: crescimento econômico, inflação, estabilidade monetária,
desenvolvimento, desconcentração industrial, PIB, PIB per capita, taxa de
juros básica (SELIC), investimento estrangeiro direito, taxa de câmbio,
desindustrialização, superávit primário, ajuste fiscal, “commodities”, déficit em
transações correntes, balança comercial.
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Questões de Revisão
(CESPE – Analista de Correios – Comunicação Social – Relações
Públicas 2011 - Adaptada)
Considerando o desempenho da economia brasileira nos últimos anos,
julgue como certo ou errado os itens subsequentes:
1) Acompanhando o forte ritmo de crescimento da economia brasileira em
2010 e a elevação dos preços das commodities, particularmente dos
alimentos, no mercado internacional, a inflação brasileira tem
ultrapassado os limites das metas previstas pela autoridade monetária.
2) A política de concessão de aumento real do salário mínimo, praticada a
partir de 2003, teve como contrapartida a dificuldade na geração de
empregos formais, o que se observa, sobretudo, nos grandes centros
urbanos do país, onde aumentou significativamente a atividade
econômica informal.
3) Apesar do impacto da crise financeira internacional deflagrada em 2008,
a economia brasileira sofreu pequena retração em 2009, seguida de forte
expansão no ano de 2010, desempenho melhor que o obtido pelas
economias de países desenvolvidos no mesmo período.
4) O Brasil experimenta, a partir de 2005, expansão da renda nacional per
capita aliada à gradual melhora do padrão de distribuição de renda, o
que resulta no declínio da pobreza e em maior mobilidade social.
5) O expressivo aumento dos recursos dedicados aos programas de
transferência direta de renda permitiu manter elevado o nível de
consumo interno, compensando-se, assim, a perda de renda causada
pela queda na geração de empregos formais, o que foi fundamental para
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a superação dos impactos da crise financeira internacional no mercado
doméstico nos últimos anos.
Comentário:
1) Errado. O governo tem conseguido manter a inflação dentro dos
limites da meta, ainda que não tenha sempre conseguido mantê-la no
“centro da meta” (ver gráfico na pág. 3).
2) Errado. O incremento do salário mínimo tem estimulado a atividade
econômica de maneira geral. Com isso, o número de empregos formais
tem crescido no Brasil.
3) Certo. O Brasil chegou a sentir os efeitos da crise econômica no ano
de 2009, porém demonstrou boa recuperação no ano seguinte.
4) Certo. O aumento do emprego, o incremento do salário mínimo e os
bons resultados de políticas de transferência direta de renda (Bolsa
Família) tem gerado tais efeitos.
5) Errado. Ainda que a afirmativa comece correta, ao dizer que os
programas de transferência de renda permitiram manter o nível de
consumo da economia, torna a questão errada ao afirmar que houve
perda de empregos formais nos últimos anos.
(Consulplan – Analista de Sistemas –Prefeitura de Natal - 2006 -
Adaptada)
O PIB (Produto Interno Bruto) representa a soma (em valores financeiros) de
toda a produção econômica de uma determinada região ou parcela da
sociedade, durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). No que
diz respeito ao PIB brasileiro, aponte a (s) alternativa (s) correta (s):
I. Neste ano de 2011, o PIB vem alcançando aumentos significativos, o que
fortalece a atual política econômica do Brasil.
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II. O PIB é medido pela Fundação Getúlio Vargas no Brasil.
III. Entre os fatores que compõem o PIB, a agropecuária vem obtendo os
melhores desempenhos no Brasil.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):
a) I e II
b) II
c) II e III
d) III
e) I
Gabarito: a resposta correta é a letra “d”.
I. A estimativa oficial é de que o crescimento do PIB, em 2011, tenha sido
de cerca de 3%, principalmente em razão dos efeitos da crise
europeia.
II. O PIB é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE)
III. De fato, a agropecuária tem sido o setor brasileiro responsável por
parte significativa do crescimento econômico, sobretudo em razão dos
elevados saldos comerciais proporcionados pelas exportações.
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2 – Meio Ambiente no Brasil: principais temas
Amigos, sabemos que questões relacionadas ao meio ambiente são,
hoje, amplamente difundidas. Entretanto, trata-se de discussão relativamente
recente em nossa história. O grande marco simbólico da preocupação
ambiental em âmbito internacional foi a Conferência da Organização das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, em
Estocolmo, Suécia. Na ocasião, foi estabelecido o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em resposta à crescente atenção
dispensada a temas como a poluição do ar, da terra e das águas, desequilíbrio
ecológico e desenvolvimento sustentável. O PNUMA é a agência das Nações
Unidas responsável por promover a conservação do meio ambiente e o uso
eficiente de recursos.
No Brasil, foi estabelecida, em 1990, a Secretaria de Meio Ambiente da
Presidência da República, convertida em ministério em 1992, o atual
Ministério do Meio Ambiente (MMA), ao qual cabe, primordialmente,
promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a
proteção e a recuperação do meio ambiente, função exercida de forma
descentralizada. Entre as autarquias vinculadas ao MMA, destacam-se o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio). Entre as principais atribuições do IBAMA, estão a
de exercer o poder de polícia ambiental, executar ações das políticas nacionais
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de meio ambiente, propor e editar normas e padrões de qualidade ambiental e
exercer o monitoramento ambiental. Ao ICMBio, cabe a missão de gerir as
áreas de proteção ambiental federais, contribuir para a geração e disseminação
de conhecimento relativo à conservação da biodiversidade e promover o
desenvolvimento sustentável.
Em 1998 foi sancionada a Lei nº 9.605, nossa Lei de
Crimes Ambientais, que dispõe sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de atividades
lesivas ao meio ambiente.
A Problemática Ambiental
1) Aquecimento Global
O aquecimento global, como o próprio nome diz, é um fenômeno climático
caracterizado pelo aumento da temperatura média da Terra. Isto ocorre
principalmente em virtude do incremento nas emissões dos gases
causadores do chamado “efeito estufa”, sobre o qual certamente todos já
ouvimos falar.
O “efeito estufa” é, originalmente, o mecanismo natural por intermédio do
qual é possível a manutenção da temperatura do planeta em patamares
relativamente constantes. Explicando de forma mais simples: a maior parte
da radiação solar recebida pela Terra é retida; o restante é refletido. A
retenção de parte da radiação é possível em virtude da presença, na
atmosfera, de gases como o gás carbônico e o metano, que absorvem o
“calor” que, de outra forma, seria mandado de volta ao espaço.
As emissões aumentadas de tais gases, em especial do gás carbônico,
decorrem principalmente de atividades humanas como a queima de carvão,
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petróleo e gás natural, ainda dominantes na matriz energética mundial, e
do lançamento de poluentes na atmosfera pela indústria.
Em relação à matriz energética, que é
uma representação quantitativa da
oferta de energia, o Brasil é um bom
exemplo para o resto do mundo.
Enquanto a proporção de fontes de
energia não renováveis na matriz
energética mundial é de 87,1%, no
Brasil esse percentual é de 54,7%,
sendo o restante proveniente de fontes
renováveis como a biomassa (álcool,
biodiesel) e a energia hidráulica.
No que se refere à emissão de metano, é importante o papel da
decomposição do lixo e dos rebanhos pecuários (isso mesmo, pessoal, são
os gases resultantes da digestão dos animais).
Amigos, como comentamos, boa parte de nossa matriz energética é
composta por fontes renováveis de energia. Quem são os vilões do
aquecimento global, então, no Brasil? Principalmente o desmatamento e as
queimadas, realizados com o intuito de aumentar áreas de pastagem ou de
agricultura.
Os efeitos do aquecimento global são perversos. Podemos citar, por
exemplo, a diminuição da cobertura de gelo nos pólos, aumento dos níveis
dos oceanos e alterações significativas dos padrões climáticos. Tais
mudanças podem implicar inúmeros desdobramentos: inundações de
cidades litorâneas com perdas humanas e econômicas, extinção de espécies
causada pela migração forçada e conseqüente redução da biodiversidade,
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desertificação e redução da disponibilidade de terras férteis, desastres
ocasionados por fenômenos naturais como tempestades e furacões.
2) Poluição
A poluição é a introdução, no meio ambiente, de quaisquer substâncias que
tenham a propriedade de alterar suas características de forma que leve à
perturbação de seu equilíbrio. A poluição pode afetar a água, o solo e o ar
(como já vimos, no caso do aquecimento global).
Quando falamos em poluição da água, isto significa que pelo menos um de
seus usos foi prejudicado, seja o consumo humano, uso industrial ou
agropecuário. Em geral, a poluição da água é causada por resíduos gerados
pela própria atividade humana. Temos, como exemplo, agrotóxicos,
produtos químicos utilizados pela indústria e restos orgânicos provenientes
de esgoto não tratado.
Todos os tipos de poluição estão relacionados intimamente ao aumento da
quantidade de lixo produzido nas grandes cidades, composto, em grande
parte, por resíduos sólidos. Resíduos orgânicos, quando descartados
indevidamente, podem, em seu processo de decomposição, gerar
substâncias altamente poluentes. A situação é especialmente preocupante
no que se refere a descartes hospitalares e industriais, pois o risco da
presença de materiais altamente nocivos à saúde humana, aos animais e ao
meio ambiente é aumentado.
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Em 2010, foi sancionada a lei que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A lei, que
abrange resíduos sólidos de todos os tipos,
estabelece princípios, objetivos, instrumentos e
diretrizes para a gestão dos mesmos. A grande
inovação desse novo marco regulatório é a
implementação da logística reversa, mecanismo
constituído por um conjunto de ações destinado à
facilitação do retorno dos resíduos a seus geradores,
para que sejam tratados ou reciclados.
3) Chuva Ácida
Pessoal, veremos agora, mais uma vez, como são prejudiciais as queimas
de carvão e combustíveis fósseis, utilizados como fontes de energia, e o
lançamento de poluentes industriais na atmosfera. A presença de gases
poluentes na atmosfera altera o grau de acidez da água das chuvas,
contribuindo para a ocorrência da chamada chuva ácida. Esse tipo de
precipitação pode vir a desequilibrar a composição química do solo e das
águas, prejudicando, assim, florestas, plantações e a fauna da área
atingida. Nas cidades, a chuva ácida afeta a estrutura de edificações e
monumentos.
4) Desertificação
A desertificação é a destruição do potencial produtivo do solo, e ocorre
principalmente em regiões de clima árido. Entre as causas da desertificação,
estão o desmatamento, que deixa expõe os solos à erosão, a agricultura
intensiva, levada a cabo sem a aplicação de técnicas de conservação e a
mineração. Tais atividades esgotam os nutrientes do solo, inutilizando-o.
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No Brasil, as áreas mais atingidas pelo processo descrito estão localizadas
no norte de Mato Grosso, no cerrado do Tocantins, nos pampas do Rio
Grande do Sul e na caatinga nordestina, especialmente no chamado
Polígono das Secas, que abrange também parte do norte de Minas Gerais.
No Brasil, um dos meios encontrados para
enfrentar o problema foi o estabelecimento do
Programa Nacional de Combate à
Desertificação e Mitigação dos Efeitos da
Seca (PAN-Brasil), por intermédio do qual
são estabelecidos diretrizes e instrumentos
legais e institucionais com a finalidade de
otimizar a formulação de política públicas e a
alocação de investimentos privados em áreas
suscetíveis à desertificação com foco no
desenvolvimento sustentável.
5) Desmatamento
O desmatamento é a destruição das florestas resultante da ação do homem,
normalmente com a finalidade de exploração madeireira, agricultura ou
pecuária. Em menor escala, o desmatamento ocorre em decorrência da
mineração, do processo de urbanização e de grandes obras, como
barragens hidrelétricas.
A destruição das matas nativas, além da óbvia redução da biodiversidade,
traz diversos outros prejuízos. A degradação da cobertura vegetal
intensifica processos de desertificação e erosão, provocando o aterramento
de rios e lagos e a degradação de mananciais. Os gases liberados pela
queima das florestas, como já comentamos, contribuem para o aumento do
efeito-estufa. A derrubada de florestas gera, também, alterações dos níveis
de umidade do ar e da frequência de chuvas.
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6) Erosão
A erosão é o processo de deslocamento do solo para as partes mais baixas
do relevo, e tem como causas naturais a força das chuvas e dos ventos. O
problema aparece, mais uma vez, quando entra em ação o homem, que ao
desmatar indiscriminadamente ou promover atividades de mineração,
provoca a ocorrência de erosão em escalas prejudiciais ao meio ambiente.
Processos erosivos podem causar o assoreamento de rios e lagos, a
destruição de lavouras e a diminuição da capacidade produtiva dos solos,
além dos devastadores deslizamentos de terra em áreas habitadas, muita
vezes resultando em significativos prejuízos econômicos e perdas humanas.
Existe um tipo de processo erosivo de alta
incidência no Brasil, principalmente no cerrado:
é a chamada voçoroca. Pessoal, a voçoroca é a
erosão subterrânea decorrente da incidência de
chuvas sobre áreas já afetadas por processos de
desmatamento. Caso não sejam tomadas
medidas para conter sua evolução, uma
voçoroca pode chegar a escoar 10 toneladas de
terra por ano.
7) Buraco na camada de ozônio
Pessoal, este é um assunto relativamente antigo, sobre o qual certamente
todos já ouvimos falar. A camada de ozônio, ou ozonosfera, localizada na
estratosfera, tem papel importante como barreira à radiação ultravioleta,
emissão que, em excesso, tem efeitos altamente prejudiciais às plantas e aos
homens, pois reduz a capacidade de fotossíntese e é nociva à pele humana e
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aos olhos. Além disso, a maior incidência de radiação solar contribui para a
intensificação do nosso já conhecido efeito-estufa.
A degradação da camada de ozônio pode acontecer de forma natural ou
provocada pela ação humana. Mais uma vez, a ação humana, quando presente
como efeito causador, é danosa. Neste caso, os grandes vilões são os
clorofluorcarbonos, compostos químicos conhecidos como CFCs, pois, ao
entrarem em contato com o ozônio, destroem-no. Tais compostos já foram
amplamente utilizados em aerossóis, aparelhos de ar condicionado e
refrigeradores. Porém, por força do Protocolo de Montreal, que entrou em
vigor no ano de 1989, foram gradualmente substituídos por outras
substâncias, inofensivas à camada de ozônio. Hoje, o uso de CFCs está
praticamente eliminado, e as estimativas são de que a ozonosfera retome a
espessura original até meados do século XXI.
Questões Atuais
1) Impactos ambientais da construção de hidrelétricas
Amigos, as usinas hidrelétricas são responsáveis por cerca de 14% da
energia gerada no Brasil (dados de 2010), pais que responde pelo maior
potencial hidrelétrico do planeta. As grandes vantagens da energia
hidráulica são a ausência de poluentes e o baixo custo de geração, além do
possível aproveitamento das águas para irrigação de plantações e
navegação. Entretanto, os efeitos negativos da construção de tais usinas
existem, e têm gerado acaloradas discussões ultimamente.
Nos últimos dois anos, foi iniciada a construção das usinas de Santo Antonio
e Jirau, localizadas no rio Madeira, em Rondônia, à época já ferrenhamente
contestadas por ambientalista. Em 2011, foram concedidas, pelo IBAMA, as
licenças ambientais para a construção da monumental usina de Belo
Monte, no rio Xingu, no Pará, que deverá ser a terceira maior do mundo,
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com capacidade de produção média anual de energia equivalente a 10% do
consumo brasileiro. Os estudos de viabilidade da usina começaram há
muitos anos: em 1980 já se cogitava sua construção. O tema ganhou a
mídia em 1989, quando, durante um encontro de povos indígenas, o
discurso do então presidente da Eletrobrás foi interrompido por uma índia.
A imagem abaixo fala por si!
São diversos os argumento daqueles que se opõem à construção da usina
de Belo Monte. Para muitos ambientalistas, a inundação de vastas áreas de
floresta causará desequilíbrios ecológicos irreversíveis na região, alterando
a vazão do rio, destruindo o habitat natural de milhares de espécies,
perturbando o ciclo de desova dos peixes e prejudicando a pesca como
atividade econômica e de subsistência dos povos ribeirinhos. Ademais,
afirmam os opositores, o projeto provocará a migração forçada de povos
indígenas e habitantes de comunidades ribeirinhas.
Para além dos argumentos ambientais, alguns críticos questionam o custo
de construção da usina, estimado em mais de R$ 20 bilhões de reais, e sua
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viabilidade econômica. Outros temem que Belo Monte sirva de precedente a
outros projetos semelhantes.
Pessoal, mas o que alegam os defensores da construção de Belo Monte?
Vejamos! Primeiramente, alega-se que a ampliação do fornecimento de
energia elétrica é fundamental para que se sustente o ritmo de crescimento
da economia brasileira, pois a demanda é crescente. Ainda que o custo seja
alto, trata-se de um investimento em infraestrutura, necessário e
perfeitamente justificável. Quanto à dimensão da área a ser inundada,
estaria sendo superestimada por aqueles contrários ao projeto. Grande
parte da região a ser afetada já é inundada naturalmente no período de
chuvas, além de ser proporcionalmente minúscula diante do tamanho da
floresta como um todo e das áreas desmatadas todos os anos ilegalmente
na Amazônia. Segundo o relatório de impacto ambiental da obra, nenhuma
terra indígena seria alagada. Por fim, a instalação da usina traria, ainda,
benefícios além da produção de energia em si, ao gerar empregos e
dinamizar a economia da região.
2) Código Florestal
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Em 1934 entrou em vigor nosso primeiro Código Florestal que já
preconizava a idéia de que “as florestas existentes no território nacional,
consideradas em conjunto, constituem bem de interesse comum a todos os
habitantes do país, exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações
que as leis em geral, e especialmente este código, estabelecem”. Apesar de
bem intencionado, o referido diploma teve pouca efetividade. Na década de
1960, sendo conhecida a baixa aplicabilidade prática dos preceitos do antigo
Código, foi formulada nova proposta, baseada nos mesmos conceitos,
ampliando, porém, seu escopo. Essa proposta, transformada em lei no ano de
1965, já incluía em seu texto as idéias de proteção dos solos e das águas, e
constitui, até hoje, nosso Código Florestal. Infelizmente, ainda que alterado
diversas vezes desde sua sanção, sua efetividade ainda é baixa.
Passados mais de 40 anos desde sua formulação, urge a necessidade de
implementação de um Código compatível com a nova realidade brasileira. A
proposta em discussão hoje (PL 1.876/1999), apresentada ainda em 1999 pelo
então deputado federal Sérgio Carvalho (PSDB/RO), altera, basicamente, os
critérios referentes às dimensões de áreas de proteção ambiental, punição aos
responsáveis por desmatamento e reflorestamento. O projeto foi aprovado
pela Câmara dos Deputados em maio do ano passado, passou por
modificações no Senado Federal e, por isso, voltou à Câmara para nova
votação. A previsão é de que a lei seja votada já no próximo mês. A seguir,
debruçaremo-nos mais detalhadamente sobre cada uma dos principais pontos
alterados pelo nosso possível futuro Código Florestal.
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Reserva Legal (RL)
Reserva legal é o percentual mínimo das propriedades rurais que deve ser
preservado. Hoje, esse piso chega a 80% na Amazônia, 35% no Cerrado e
20% nos demais biomas. Pelo texto do novo Código, tais percentuais serão
mantidos, mas o Estado localizado na Amazônia cujo território seja ocupado
por mais de 65% de áreas protegidas poderá reduzir a proporção obrigatória
para até 50%. Um ponto polêmico do novo texto é a liberação de cumprimento
de tais percentuais aos pequenos produtores que tenham desmatado
ilegalmente até julho de 2008.
Áreas de Preservação Permanente (APPs)
Áreas de Preservação Permanente são áreas protegidas, cobertas ou não
por vegetação nativa, que têm a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade.
Nessas áreas, hoje, a depender da existência de um rio e de sua largura, os
proprietários são obrigados a preservar de 30 a 500 metros de mata ciliar. Pelo
texto do novo Código, a faixa de preservação mínima cai para 15 metros em
áreas já ocupadas, sendo mantida a faixa de 30 metros para novas ocupações.
Além disso, as regras para exploração de topos de morros e encostas.
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Pequenos Agricultores
O novo código prevê a possibilidade de exploração de APPs e RLs por
pequenos agricultores, desde que atendidos os parâmetros gerais estipulados
pela União e os específicos estabelecidos pelos Estados.
Incentivos Econômicos
Estão previstos incentivos econômicos aos agricultores que preservarem
matas nativas, recursos hídricos e solos. Entre os benefícios, estão a
concessão de créditos agrícolas com taxas de juros subsidiadas, melhores
condições para contratação de seguro agrícola e a dedução das áreas
destinadas a APPs e RLs da base de cálculo do Imposto Territorial Rural (ITR).
Conversão de Multas
Proprietários rurais que tenham desmatado ilegalmente até julho de 2008
poderão se livrar de suas multas, desde que recomponham a área degradada.
Termos-chave: Meio ambiente, aquecimento global, poluição, chuva ácida,
erosão, desertificação, buraco na camada de ozônio, desmatamento, matriz
energética, usina de Belo Monte, novo Código Florestal, desenvolvimento
sustentável
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Questões de revisão
(CESPE – 2009 – Polícia Civil/RN)
As medidas que estão sendo tomadas, em várias partes do mundo,
para enfrentar o desafio da preservação ambiental não incluem
a) o incentivo à utilização de carros elétricos, como ocorre em Londres.
b) o estímulo ao uso de bicicletas em áreas urbanas, como acontece em
Paris.
c) a ampliação das áreas destinadas à circulação de pedestres em
detrimento dos carros.
d) a multiplicação das usinas termelétricas movidas a carvão ou a óleo
combustível.
e) a produção de energia com o maior aproveitamento da energia solar e
eólica.
Gabarito: Letra “d”
Amigos, esta é uma questão relativamente fácil, mas exemplifica algumas
das ações voltadas à preservação do meio ambiente, especialmente no que diz
respeito ao uso de fontes alternativas de energia.
(CESGRANRIO – 2010 – Banco do Brasil)
As preocupações ambientais hoje estão todas mobilizadas pelo aquecimento
global. Mas a degradação climática do mundo é apenas um dos sintomas de
um desequilíbrio mais profundo, que também se mostra na taxa acelerada de
extinção de espécies e no risco de desaparecimento de ecossistemas
saudáveis.
Entrevista com Ahmed Djoghlaf, Secretário da ONU
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Revista Época, janeiro de 2010
Para além do aquecimento global, o Secretário chama a atenção
para os atuais problemas ambientais relativos à
a) cultura de massa.
b) produção flexível.
c) economia de mercado.
d) ideologia ecológica.
e) diversidade biológica.
Gabarito: Letra “e”
Caros, muito se fala em diversidade biológica. Mas que perdas a as
agressões ao meio ambiente acarretam, além da biodiversidade em si? O
turismo é prejudicado, pois áreas de mata nativa são, em muitos casos,
grandes atrativos. Perde-se potencial farmacêutico: a maior biodiversidade
do planeta já é subutilizada, e a destruição de espécies gera prejuízos
incalculáveis. Programas de melhoramento genético voltados à agricultura
são prejudicados, pois os cruzamentos muitas vezes dependem da
disponibilidade de espécies nativas. Tudo isso gera perdas socioeconômicas:
deixa-se de produzir, deixa-se de pesquisar e deixa-se de gerar empregos.
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3 – Desastres naturais e o papel da Defesa Civil
Pessoal, no que se refere a desastres naturais, pode-se considerar o
Brasil um país relativamente privilegiado: nosso perfil climático e geológico
deixa-nos a salvo de fenômenos naturais de grande vulto como terremotos,
vulcões e furacões. Entretanto, o conceito de “desastre” é bem mais amplo.
Segundo definição do Glossário de Defesa Civil, desastre é “o resultado de
eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema
(vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e
consequentes prejuízos econômicos e sociais. A intensidade de um desastre
depende da interação entre a magnitude do evento adverso e o grau de
vulnerabilidade do sistema receptor afetado”. Essa definição engloba os mais
diversos tipos de ocorrências, tais como deslizamentos, enchentes,
enxurradas, alagamentos, erosões, vendavais, secas e incêndios florestais,
todas elas presentes em nosso território.
No Brasil, a administração de ações emergenciais relacionadas a
desastres naturais cabe ao Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC). O
órgão central desse sistema, em âmbito federal, é a Secretaria Nacional de
Defesa Civil (SEDEC), vinculada ao Ministério da Integração Nacional.
Existem, também, órgãos regionais, vinculados às cinco macrorregiões
brasileiras, estaduais e municipais. Em 1995, entrou em vigor a Política
Nacional de Defesa Civil (PNDC), que define, entre outras coisas, o objetivo
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geral da Defesa Civil: reduzir a incidência de desastres, por intermédio de
ações de prevenção, preparação, resposta e reconstrução. Pessoal, notem que
o próprio texto da PNDC, ao utilizar o termo “redução”, admite a eliminação de
desastres como objetivo inatingível.
É evidente que, diante da ocorrência de qualquer tipo de desastre
natural, ações de mitigação e reparação de danos demandam o
direcionamento de recursos financeiros, eventualmente de altíssimo vulto.
Como se dá o financiamento das ações da Defesa Civil, então? Em
primeiro lugar, é preciso frisar que os orçamentos da União, estados e
municípios já prevêem a destinação de recursos a essa área. Subsidiariamente,
há o Fundo Especial para Calamidades Públicas (FUNCAP),
regulamentado em 1994 e que, apesar de renovado em 2010, ainda é pouco
efetivo, em virtude da baixa adesão por parte de estados e municípios.
Finalmente, nossa Constituição prevê, no inciso I de seu artigo 148, a
instituição, mediante Lei Complementar, dos chamados empréstimos
compulsórios, com a finalidade de atender a despesas extraordinárias
decorrentes de “calamidade pública, guerra externa ou sua iminência”.
Amigos, empréstimos compulsórios nada mais são que tributos, a grande
diferença é que existe a obrigação do Estado de restituir futuramente a quantia
recolhida. É como se a população emprestasse dinheiro ao governo, como o
próprio nome diz, compulsoriamente!
Como comentamos, o Brasil é privilegiado, porém não está imune à
ocorrência de desastres naturais, muito pelo contrário. Segundo dados da
SEDEC, as ocorrências mais freqüentemente atendidas pela Defesa Civil estão
relacionadas a inundações, enchentes e deslizamentos de terra, normalmente
causados por chuvas, e incêndios florestais.
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Em virtude de suas devastadoras conseqüências socioeconômicas, tais
eventos têm atraído cada vez mais a atenção da mídia e da sociedade. Nos
últimos dois anos, por exemplo, milhares de pessoas sofreram com os
deslizamentos de encostas, com destaque para a região serrana do estado do
Rio de Janeiro. Perderam-se casas e vidas, estradas foram soterradas e o caos
se instalou nas cidades atingidas. Em 2011, no estado de Santa Catarina,
dezenas de cidades entraram em estado de emergência depois de fortes
chuvas atingirem a região. As enchentes deixaram quase 26 mil habitantes
desalojados ou desabrigados. Em menor escala, enchentes também atingiram
diversos outros estados brasileiros, como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e
Piauí.
Questão de revisão
(NUCEPE – 2010 – SEJUS-PI)
"Chuva faz dezenas de pessoas deixarem casas em Angra (RJ); 52
morreram. Com medo de novos deslizamentos de terra, dezenas de pessoas
deixaram suas casas na manhã desta quarta-feira, a pedido da Defesa Civil
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Municipal de Angra dos Reis (RJ), após uma chuva fraca atingir a cidade."
A tragédia ocorrida em Angra dos Reis (RJ) põe mais uma vez em evidência
um problema socioambiental bastante comum em cidades brasileiras, que
são os deslizamentos de terra. A respeito dessa questão assinale a
alternativa CORRETA
a) Tais deslizamentos são consequência, exclusivamente, dos níveis de
pluviosidade muito acima da média histórica, o que desencadeou um
escoamento de águas superficiais com grande intensidade.
b) Os deslizamentos de terra em Angra dos Reis e em várias cidades
brasileiras são decorrentes, principalmente, de um processo de ocupação
desordenada de áreas de encosta, onde a retirada de cobertura vegetal,
associada à declividade do relevo e as chuvas, potencializam o escoamento
superficial, tendo por consequência o grande arraste de terra.
c) Os deslizamentos de terra em Angra dos Reis são decorrentes de um
processo de ocupação desordenada de diversas áreas, em que a retirada da
cobertura vegetal provoca um grande aumento da infiltração de água no solo,
culminando com os deslizamentos de massa.
d) Os recentes deslizamentos de terra ocorridos em Angra dos Reis,
diferentemente dos demais que ocorrem no Brasil, têm origem de natureza
tectônica, tendo em vista que a área em que ocorreram os deslizamentos
localiza-se em uma falha geológica.
e) Apesar de haver uma ocupação urbana desordenada em Angra dos
Reis, os recentes deslizamentos de terra não poderiam ter sido evitados, tendo
em vista que em função do fenômeno El Niño, o volume de chuvas registrado
foi o maior da história do Rio de Janeiro.
Gabarito: Letra “b”
Pessoal, a questão acima toca num ponto crucial dos desastres naturais.
Como vimos na seção em que tratamos sobre meio ambiente, a ação humana
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muitas vezes potencializa os resultados de fenômenos naturais. É o caso dos
deslizamentos de terra citados no texto, mas vale também, por exemplo, para
grande parte das ocorrências de enchentes e inundações: o processo de
ocupação desordenada do solo prejudica o escoamento de águas pluviais,
maximizando as conseqüências das chuvas.
(FUNIVERSA – 2011 – Auditor Fiscal- SEPLAG/DF)
Os desastres naturais obrigam-nos a uma mudança cultural de grande porte. O
ideal seria estar à altura da tragédia ou, pelo menos, crescer um pouco diante
dela. Toda uma política jaz sob os escombros das recentes tragédias que
chamamos de naturais, sabendo que a natureza não existe sem nós.
Fernando Gabeira. In: O Estado de S. Paulo, 21/1/2011, p. A2
Relativamente a esse comentário e considerando os trágicos acontecimentos
que, neste verão, atingiram diversas áreas do país, a exemplo da região
serrana fluminense, assinale a alternativa correta.
a) Há consenso de que as recentes tragédias climáticas ocorridas no Brasil,
sobretudo no Sudeste e no Sul, resultam do impacto causado pelo
fenômeno denominado aquecimento global.
b) Entre as ações humanas que agridem a natureza, ampliando os efeitos
das tragédias naturais, podem ser citadas a ocupação intensa e
desordenada do solo e a drenagem urbana impedida pelo acúmulo de
lixo.
c) A mudança cultural de grande porte a que a sociedade brasileira está
impelida, como sugere o autor do texto, implica recusar-se a praticar
atos de solidariedade para forçar a ação do poder público.
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d) Uma solução para os problemas causados por chuvas torrenciais e
enchentes seria o assentamento populacional em várzeas próximas a
pequenos córregos, sob rígido controle das autoridades.
e) Está tecnicamente provado que a topografia das cidades brasileiras
inviabiliza o processo de drenagem, por meio de grandes tubos, do
excesso de água despejada por chuvas.
Gabarito: letra “b”
Grande parte dos desastres que têm assolado as cidades brasileiras tem íntima
relação com as ações antrópicas (geradas pelo homem). A ocupação
desordenada do solo e a falta de infraestrutura urbana adequada têm agravado
os danos causados às populações atingidas.
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4 – Saúde, saneamento e habitação no Brasil
Saúde
No Brasil o atendimento de saúde é realizado pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) e por operadoras de saúde privadas. O SUS constitui uma rede
de atendimento nos três níveis da federação (municipal, estadual e federal) e
baseia-se no princípio da regionalização do atendimento. Desse modo, cada
unidade de saúde tem uma região específica para a qual tem de estar
preparada para atender de acordo com seu grau de complexidade. Quanto
maior o nível de complexidade da unidade de saúde, mais municípios estarão
incluídos em sua região.
Além das unidades de saúde construídas e mantidas pelo poder público,
há ainda a integração de unidades particulares ao SUS, às quais o governo
destina verbas públicas por meio de convênios.
É importante lembrar que, antes da Constituição de 1988, os serviços
públicos de saúde não eram universais. Isso quer dizer que os cidadãos que
não aderissem a um plano de saúde ou não contribuíssem para a previdência,
por meio do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
(INAMPS), não tinham direito ao atendimento médico. Foi a Constituição de
1988 que instituiu a chamada universalização dos serviços de saúde. A
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Constituição determina, também, que 30% do orçamento da seguridade social
deve ser destinado à saúde.
O foco no acompanhamento e na prevenção levou à elaboração, em
1994, de um programa de atenção básica chamado Programa Saúde da
Família, por meio do qual equipes multiprofissionais (médicos, dentistas,
enfermeiros, etc) prestam assistência a um grupo específico da população. Em
2011, esse programa já se encontrava instalado em 5.284 municípios, com
mais de 30 mil equipes dando assistência a cerca de cem milhões de pessoas.
A fim de garantir o acesso da população a medicamentos, o Ministério
da Saúde regulamentou a fabricação e venda de medicamentos genéricos em
1999. Tal medida possibilitou a queda dos preços de vários medicamentos,
além de tornar viável a compra e distribuição de vários deles na rede pública.
No ano 2000, foi aprovada emenda à Constituição que determina que os
Estados e municípios também deverão vincular receitas para aplicação na
saúde, na proporção de 12% (estados) e 15% (municípios). Além disso, foi
determinado que as contribuições da União para a saúde devem aumentar
anualmente de acordo com o crescimento do PIB. Em 2011, o orçamento da
União para a saúde pública somou R$ 78,9 bilhões.
A não aprovação da continuidade da Contribuição Provisória sobre a
Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza
Financeira (CPMF), em 2007, representou um duro golpe ao financiamento da
saúde pública, pois a perda de recursos foi estimada em R$ 15 bilhões. Com
vistas a prover a saúde de mais recursos, o governo tentou aprovar, no
Congresso, a Contribuição Social da Saúde (CSS), com alíquota de 0,1% sobre
as movimentações financeiras, a qual também foi rejeitada.
É importante sabermos que não faltam médicos no Brasil! Há um
médico para cada 545 habitantes. Na verdade, há mais médicos em nosso país
do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde - OMS (que é de
um médico para cada cem mil habitantes). Ocorre, no entanto, que os médicos
estão mal distribuídos pelo território brasileiro. Além de estarem fortemente
concentrados nas capitais e grandes cidades, há notável concentração de
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médicos no Sudeste (1/383 hab.), Centro-Oeste (1/499 hab.) e Sul (1/487
hab.), em contraste com o Nordeste (1/840 hab.) e o Norte (1/1006 hab.).
A combinação de grande demanda sobre os serviços e a escassez de
recursos acabou por sobrecarregar o sistema público de saúde, fazendo que
milhões de brasileiros optassem por financiar a própria saúde por meio de
planos privados. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS), mais de 60 milhões de brasileiros possuem convênio médico com
alguma das mais de 1,4 mil operadores funcionado no país.
Apesar disso, um dos resultados notáveis da atuação estatal na saúde
foi a queda de cerca de 60% na mortalidade infantil de crianças até cinco anos,
no período 1990-2008, principalmente em razão dos grandes incentivos à
vacinação e dos investimentos em saneamento básico.
Outra política em relação a qual o governo brasileiro tem recebido
muitos elogios é o controle e tratamento de pacientes contaminados pelo vírus
HIV/AIDS. A adoção de medidas preventivas de contaminação pelo HIV e de
tratamento, como uma política de Estado, resultaram, a partir da década de
1990, na estabilização do número de mortes causados pela doença. Apesar de
o Ministério da Saúde comemorar a estabilidade da Aids no Brasil, a doença
está longe de ser um problema superado. São 35 mil novos casos por ano, ou
quase 100 novas infecções por dia. A mortalidade resultante da doença
também diminuiu bastante nos últimos anos, mas ainda é expressiva: são 11
mil mortes por ano, em média.
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Uma doença infecciona que tem se propagado de forma epidêmica no
Brasil, nos últimos anos, é a dengue. A doença, transmitida pelo mosquito
Aedes aegypti, produz erupções na pele e dores musculares e de cabeça,
comprometimento das vias aéreas superiores, febre e inchaço dos gânglios
linfáticos. No Brasil, esse mal era considerado erradicado, mas a urbanização
desordenada e o desmatamento aumentaram a incidência do mosquito vetor
nas cidades a partir da década de 1970. Em 2010, foram registrados cerca de
um milhão de casos no Brasil. Em 2011, nos primeiros nove meses, o número
de casos já chegava a mais de 700 mil. Nos primeiros anos de 2012,
felizmente, a incidência dos casos de dengue demonstrou queda de 60%.
Há que se ressaltar ainda o quadro, já considerado uma pandemia pela
OMS, de obesidade no Brasil. O excesso de peso causado pela ingestão de
calorias em quantidade maior do que a necessária para os gastos energéticos
diários costuma resultar em doenças cardiovasculares ou no desenvolvimento
da diabetes tipo 2. Pode-se verificar, pelo gráfico a seguir, que houve grande
avanço do número de obesos no Brasil na última década.
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De qualquer modo, no Brasil, as doenças que mais matam são aquelas
classificadas como crônicas não transmissíveis (como câncer, diabetes,
doenças respiratórias crônicas e doenças cardiovasculares), que afetam
principalmente a população idosa, respondendo por mais de 70% das mortes
no Brasil. Esses serão os males mais comuns, na medida em que a população
brasileira tende ao envelhecimento.
Cabe ainda mencionarmos as novas diretrizes do governo para a
chamada humanização da saúde. Essa reorientação no atendimento busca
tratar o paciente de forma mais digna e individualizada, tendo-se em conta a
situação de fragilidade em que se encontra quando busca o atendimento na
rede pública.
Saneamento
O saneamento básico é condição essencial para o desenvolvimento da
saúde de um país e para uma vida digna ao indivíduo. No Brasil, ainda há
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muito que ser feito nessa área para propiciar uma existência menos sofrida a
milhões de brasileiros.
Em termos gerais, é possível dizer que a proporção de domicílios que
apresentam condições sanitárias adequadas aumentou. Entretanto,
considerando-se o acesso ao saneamento básico adequado, o qual inclui
serviços de coleta e tratamento de resíduos, o avanço foi modesto. É
importante mencionar que houve avanços em todas as regiões do Brasil
quando se compara o período 2000-2010, exceto no Norte, onde se verificou
aumento da proporção de domicílios sem acesso a esgoto.
Hoje, 82,9% dos domicílios brasileiros são atendidos por rede geral de
abastecimento de água. Na área urbana, o percentual atingiu 91,9% em 2010.
O aumento do abastecimento de água na área rural do Brasil ajuda a explicar a
significativa queda da mortalidade infantil, uma vez que muitos dos recém-
nascidos morriam por ingestão de água contaminada.
Tendo-se em conta que temos 16,2 milhões de brasileiros que vivem
em condições miseráveis, são eles as principais vítimas da falta de
saneamento. Entre essa população, 32% não têm banheiro no domicílio, 72%
não são atendidos por serviços de esgoto e 32% sofrem com a falta de
abastecimento de água.
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Habitação
Em 1964, durante o regime militar, criou-se o Banco Nacional de
Habitação (BNH) como resposta do governo à forte crise de moradia presente
num país que se urbanizava rapidamente. Buscava-se, por um lado, angariar
apoio entre as massas populares urbanas e, por outro, criar uma política
permanente de financiamento capaz de estruturar em moldes capitalistas o
setor da construção civil habitacional, objetivo que acabou por prevalecer.
O papel econômico desta política habitacional – que estimulou a
economia, por meio da geração de empregos e fortalecimento do setor da
construção civil –, transformou-a em um dos elementos centrais da estratégia
dos governos militares. Ainda que sejam muitas as críticas ao BNH, era a
primeira vez que o país tinha, de fato, uma política de habitação.
O Sistema Brasileiro de Habitação – SFH
O Sistema Brasileiro de Habitação (SFH) se estrutura com vultosos
recursos gerados pela criação, em 1967, do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS), alimentado pela poupança compulsória de todos os
assalariados brasileiros, que veio se somar aos recursos da poupança
voluntária, formando o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Nos vinte e dois anos de funcionamento do BNH, o Sistema Financeiro
da Habitação financiou a construção de 4,3 milhões de unidades novas, das
quais 2,4 milhões com recursos do FGTS, para o setor popular, e 1,9 milhões
para o mercado de habitação para a classe média.
No período de funcionamento do BNH (1964-86), foram financiadas
aproximadamente 25% das novas moradias construídas no país, porcentagem
relevante, mas totalmente insuficiente para enfrentar o desafio da urbanização
brasileira.
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Com o fim do regime militar, em 1985, esperava-se que todo o SFH,
incluindo o BNH e seus agentes promotores públicos, as Cohab’s, passassem
por uma profunda reestruturação, na perspectiva da formulação de uma nova
política habitacional para o país. No entanto, o BNH foi extinto em 1986 sem
encontrar resistências.
Com o fim do BNH, perdeu-se uma estrutura de caráter nacional que
tinha acumulado grande experiência na área, formado técnicos e financiado a
maior produção habitacional da história do país. Durante a redemocratização,
ao invés de uma transformação, pode-se dizer que deixou de existir uma
política nacional de habitação coerente. Após a extinção do BNH (1986), a
gestão da política habitacional esteve subordinada a sete ministérios ou
estruturas administrativas diferentes, caracterizando descontinuidade e
ausência de estratégia para enfrentar o problema.
A Caixa Econômica Federal tornou-se o agente financeiro do SFH,
absorvendo precariamente algumas das atribuições, pessoal e acervo do antigo
BNH.
Vale ressaltar que, pouco após a extinção do BNH, o financiamento
minguou, ao mesmo tempo em que os problemas de moradia da população
urbana se tornaram dramáticos, agravados pelo empobrecimento que marcou
as décadas de 80 e 90.
Diante de tal quadro, tornou-se evidente a necessidade de uma
intervenção governamental com recursos oriundos de outras fontes e a
parceria com a sociedade organizada. Para fazer frente à situação, vários
municípios e estados, além da própria União, lançaram programas
habitacionais financiados com fontes alternativas, em particular recursos
orçamentários, adotando princípios e pressupostos diversos dos adotados
anteriormente. Abriu-se assim uma nova fase na política habitacional no Brasil,
que se denominou de pós-BNH.
A situação habitacional e urbana no Brasil no início do século XXI
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O Censo de 2000 apontou a necessidade de novas moradias em todo o
país em 6,6 milhões, sendo 5,4 milhões nas áreas urbanas e 1,2 milhão na
área rural. A maior parte dessa necessidade concentrava-se nos Estados do
Sudeste (41%) e do Nordeste (32%), regiões que agregam a maioria da
população urbana do país e dispõem da maior parte dos domicílios urbanos
duráveis. Note-se, pelo quadro abaixo, que o déficit mais expressivo de
moradias era entre os brasileiros com renda de até três salários mínimos.
A criação do Ministério das Cidades e uma nova política habitacional
Um dos primeiros atos de Lula como Presidente da República foi a
criação do Ministério das Cidades, o qual se encarregou das áreas de
habitação, saneamento, transportes urbanos e planejamento territorial, e
indicou para os principais cargos técnicos experientes e comprometidos com
todo o processo de elaboração de propostas alternativas e com o ideário da
Reforma Urbana.
Apesar da recente estrutura organizacional do novo ministério, sua
criação representou um marco, pois ele se tornou o mais importante órgão
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nacional responsável pela política de moradia desde a extinção do BNH, bem
como porque sua concepção pressupõe um tratamento integrado da questão
urbana e representa um avanço em relação à tradicional fragmentação da
política habitacional que tem sido regra na gestão pública.
Entre as funções do Ministério das Cidades, destaca-se seu papel como
articulador e qualificador dos diferentes entes federativos na estruturação de
uma estratégia nacional para mitigar os problemas urbanos das cidades
brasileiras, estimulando mudanças com o apoio dos instrumentos legais
estabelecidos pelo Estatuto das Cidades.
Tendências recentes (2005-7): melhoria do cenário macro-econômico e
ampliação do financiamento e subsídio habitacional
A partir de 2005, houve uma substancial elevação dos investimentos,
de todas as fontes de recursos, ampliação do subsídio, foco mais dirigido para
a população de baixa renda, destinação crescente de recursos ao poder público
e ampla captação de recursos de mercado, gerando o que muitos consideram
um novo boom imobiliário. As transformações foram uma resposta às
reivindicações dos movimentos de moradia do setor empresarial da construção
civil e de todos os segmentos que vinham lutando pela priorização dos
investimentos nas políticas sociais, mas também se vinculam à melhoria do
cenário macroeconômico e de uma relativa flexibilização da política econômica.
Por outro lado, as medidas tomadas pelo governo para desonerar a construção
civil e estimular o crédito imobiliário geraram efeitos positivos.
Ao longo dos últimos anos, o orçamento do FGTS cresceu
constantemente (atingiu sete bilhões de reais em 2007), assim como os
recursos de origem orçamentária que, com a criação do Fundo Nacional de
Habitação de Interesse Social (2006), vêm superando um bilhão de reais por
ano.
É necessário citar, ainda, a implantação do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), que o governo anunciou no início de 2007. Trata-se de um
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grande programa de investimento em diferentes áreas (energia, rodovias,
portos, saneamento e habitação) que alterou parcialmente a rígida política de
contenção de despesas que vigorou no início do governo Lula. Embora boa
parte deste programa esteja voltada a obras de infraestrutura para a
produção, os setores de habitação e saneamento foram privilegiados,
dirigindo-se as aplicações para a urbanização de assentamentos precários,
ação que está necessariamente sob a responsabilidade do poder público.
Houve, ainda, a elevação dos recursos da União para financiar
programas de urbanização de favelas e assentamentos precários, a serem
implementados pelos municípios.
Em março de 2009, o governo federal lançou o programa habitacional
Minha Casa, Minha Vida, que previa investimentos públicos na ordem de R$
34 bilhões e a construção de um milhão de moradias. Para participar do
programa, as famílias deveriam ter renda máxima de R$ 4.650,00. A segunda
fase do Minha Casa, Minha Vida, implantada pela MP 514/2010, estabeleceu
novas diretrizes para o programa. Prevê-se a construção de dois milhões de
moradias no Brasil até 2014, das quais 60% serão direcionadas a famílias com
renda mensal até R$ 1.345,00.
Temos-chaves: crescimento econômico, inflação, estabilidade monetária,
desenvolvimento, desconcentração industrial, PIB, PIB per capita, taxa de
juros básica (SELIC), investimento estrangeiro direito, taxa de câmbio,
desindustrialização, superávit primário, ajuste fiscal, “commodities”, déficit em
transações correntes, balança comercial.
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Questão de Revisão
(CESPE – TRE-AL – Técnico Judiciário – Especialidade – Telefonia)
Se fosse em um edifício, o administrador não teria sossego. Mas quando o
condomínio mede 8,5 milhões de quilômetros quadrados e abriga 170 milhões
de moradores, a situação se agrava. É o caso do Brasil. Divulgado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Atlas do Saneamento
mostra que no país há 102 milhões de pessoas sem acesso à rede de esgoto.
Na região Norte, a situação é mais grave. Somente 2,4% dos municípios
dispõem desse tipo de serviço.
Correio Braziliense, 23/3/2004, p. 15 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes, relativos
às atuais condições sociais brasileiras.
1) Muitas doenças estão ligadas à falta de cobertura de saneamento, isto é,
a deficiências quanto à rede geral de esgoto, coleta de lixo e tratamento
de água.
2) Pelo que informa o texto, infere-se que cerca de 97,6% dos municípios
da região amazônica não têm acesso a redes de esgoto.
3) Os números fornecidos pelo texto permitem concluir que algo em torno
de 60% da população brasileira carece de serviços regulares de rede de
esgoto.
4) Apesar da ausência do adequado esgotamento sanitário, a grande
maioria das cidades brasileiras é bem provida de serviços de coleta e de
correto armazenamento do lixo.
5) Os lixões a céu aberto são, comprovadamente, a melhor alternativa para
o tratamento do lixo.
Gabarito: 1) Certo. O saneamento básico é fundamental para a prevenção de
diversas doenças.
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2) Certo. Tendo em vista que somente 2,4% dos municípios
dispõem desse serviço, significa dizer que 97,6% (100%-2,4%) não têm
acesso a redes de esgoto.
3) Certo. O texto afirma que são aproximadamente 170 milhões de
moradores (números da época, pois hoje já passamos de 190 milhões),
dos quais 102 milhões não têm acesso à rede de esgoto. Ao calcularmos
102/170 = 0,6 (o mesmo que 60%).
4) Errado. A maioria das cidades não dispõe de serviços adequados
de coleta e armazenamento de lixo. Um exemplo claro dessa carência é a
grande quantidade de lixões (depósitos de lixo a céu aberto), em vez de
aterros sanitários.
5) Errado. Os lixões são péssimas alternativas por causarem sérios
problemas ambientais e sociais. O correto manejo dos resíduos sólidos
inclui a reciclagem e o descarte dos materiais em aterro sanitário.
(FGV – CAERN – Agente Administrativo– 2010)
Em relação aos aspectos de saúde pública e meio ambiente no setor de
saneamento no Brasil, é correto afirmar que, a partir da década de 1990, o
cenário se caracteriza:
a) pela ênfase no conceito de desenvolvimento sustentável e de
preservação e conservação do meio ambiente e particularmente dos
recursos hídricos, refletindo diretamente no planejamento das ações de
saneamento.
b) pelo surgimento de iniciativas para estabelecer as primeiras
classificações e os primeiros parâmetros físicos, químicos e
bacteriológicos definidores da qualidade das águas, por meio de
legislações estaduais e em âmbito federal.
c) pela elaboração do Código das Águas, que representou o primeiro
instrumento de controle do uso de recursos hídricos no Brasil,
estabelecendo o abastecimento público como prioritário.
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d) pela inserção da preocupação ambiental na agenda política brasileira,
com a consolidação dos conceitos de ecologia e meio ambiente e a
criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema).
e) pela instauração de uma série de instrumentos legais de âmbito nacional
definidores de políticas e ações do governo brasileiro, como a Política
Nacional do Meio Ambiente.
Gabarito: o item correto é a letra “a”.
A saúde pública e o desenvolvimento sustentável (conceito ambiental) têm
íntima relação no planejamento de políticas públicas efetivas. É importante
ressaltar que muitos dos problemas de saúde pública são decorrentes de
falta de saneamento básico e ocupação irregular dos espaços urbanos.
Desde o início dos anos 1990, as políticas de saneamento básico tornaram-
se uma prioridade em razão de seu impacto transversal na qualidade de
vida da população, haja vista que uma rede de saneamento adequada gera
efeitos bastante positivos sobre a saúde e sobre as condições de habitação
dessas populações, além de servir à preservação do meio ambiente
(sobretudo em relação aos recursos hídricos).
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Questões
1 - (CESPE – Analista de Correios – Comunicação Social – Relações
Públicas 2011 - Adaptada)
Considerando o desempenho da economia brasileira nos últimos anos,
julgue como certo ou errado os itens subsequentes:
1) Acompanhando o forte ritmo de crescimento da economia brasileira em
2010 e a elevação dos preços das commodities, particularmente dos
alimentos, no mercado internacional, a inflação brasileira tem
ultrapassado os limites das metas previstas pela autoridade monetária.
2) A política de concessão de aumento real do salário mínimo, praticada a
partir de 2003, teve como contrapartida a dificuldade na geração de
empregos formais, o que se observa, sobretudo, nos grandes centros
urbanos do país, onde aumentou significativamente a atividade
econômica informal.
3) Apesar do impacto da crise financeira internacional deflagrada em 2008,
a economia brasileira sofreu pequena retração em 2009, seguida de forte
expansão no ano de 2010, desempenho melhor que o obtido pelas
economias de países desenvolvidos no mesmo período.
4) O Brasil experimenta, a partir de 2005, expansão da renda nacional per
capita aliada à gradual melhora do padrão de distribuição de renda, o
que resulta no declínio da pobreza e em maior mobilidade social.
5) O expressivo aumento dos recursos dedicados aos programas de
transferência direta de renda permitiu manter elevado o nível de
consumo interno, compensando-se, assim, a perda de renda causada
pela queda na geração de empregos formais, o que foi fundamental para
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a superação dos impactos da crise financeira internacional no mercado
doméstico nos últimos anos.
2 - (Consulplan – Analista de Sistemas –Prefeitura de Natal - 2006 -
Adaptada)
O PIB (Produto Interno Bruto) representa a soma (em valores financeiros) de
toda a produção econômica de uma determinada região ou parcela da
sociedade, durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). No que
diz respeito ao PIB brasileiro, aponte a (s) alternativa (s) correta (s):
I. Neste ano de 2011, o PIB vem alcançando aumentos significativos, o que
fortalece a atual política econômica do Brasil.
II. O PIB é medido pela Fundação Getúlio Vargas no Brasil.
III. Entre os fatores que compõem o PIB, a agropecuária vem obtendo os
melhores desempenhos no Brasil.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):
f) I e II
g) II
h) II e III
i) III
j) I
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3 - (CESPE – 2009 – Polícia Civil/RN)
As medidas que estão sendo tomadas, em várias partes do mundo,
para enfrentar o desafio da preservação ambiental não incluem
a) o incentivo à utilização de carros elétricos, como ocorre em Londres.
b) o estímulo ao uso de bicicletas em áreas urbanas, como acontece em
Paris.
c) a ampliação das áreas destinadas à circulação de pedestres em
detrimento dos carros.
d) a multiplicação das usinas termelétricas movidas a carvão ou a óleo
combustível.
e) a produção de energia com o maior aproveitamento da energia solar e
eólica.
4 - (CESGRANRIO – 2010 – Banco do Brasil)
As preocupações ambientais hoje estão todas mobilizadas pelo aquecimento
global. Mas a degradação climática do mundo é apenas um dos sintomas de
um desequilíbrio mais profundo, que também se mostra na taxa acelerada de
extinção de espécies e no risco de desaparecimento de ecossistemas
saudáveis.
Entrevista com Ahmed Djoghlaf, Secretário da ONU
Revista Época, janeiro de 2010
Para além do aquecimento global, o Secretário chama a atenção
para os atuais problemas ambientais relativos à
a) cultura de massa.
b) produção flexível.
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c) economia de mercado.
d) ideologia ecológica.
e) diversidade biológica.
5 - (NUCEPE – 2010 – SEJUS-PI)
"Chuva faz dezenas de pessoas deixarem casas em Angra (RJ); 52
morreram. Com medo de novos deslizamentos de terra, dezenas de pessoas
deixaram suas casas na manhã desta quarta-feira, a pedido da Defesa Civil
Municipal de Angra dos Reis (RJ), após uma chuva fraca atingir a cidade."
A tragédia ocorrida em Angra dos Reis (RJ) põe mais uma vez em evidência
um problema socioambiental bastante comum em cidades brasileiras, que
são os deslizamentos de terra. A respeito dessa questão assinale a
alternativa CORRETA
a) Tais deslizamentos são consequência, exclusivamente, dos níveis de
pluviosidade muito acima da média histórica, o que desencadeou um
escoamento de águas superficiais com grande intensidade.
b) Os deslizamentos de terra em Angra dos Reis e em várias cidades
brasileiras são decorrentes, principalmente, de um processo de ocupação
desordenada de áreas de encosta, onde a retirada de cobertura vegetal,
associada à declividade do relevo e as chuvas, potencializam o escoamento
superficial, tendo por consequência o grande arraste de terra.
c) Os deslizamentos de terra em Angra dos Reis são decorrentes de um
processo de ocupação desordenada de diversas áreas, em que a retirada da
cobertura vegetal provoca um grande aumento da infiltração de água no solo,
culminando com os deslizamentos de massa.
d) Os recentes deslizamentos de terra ocorridos em Angra dos Reis,
diferentemente dos demais que ocorrem no Brasil, têm origem de natureza
tectônica, tendo em vista que a área em que ocorreram os deslizamentos
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localiza-se em uma falha geológica.
e) Apesar de haver uma ocupação urbana desordenada em Angra dos
Reis, os recentes deslizamentos de terra não poderiam ter sido evitados, tendo
em vista que em função do fenômeno El Niño, o volume de chuvas registrado
foi o maior da história do Rio de Janeiro.
6 - (FUNIVERSA – 2011 – Auditor Fiscal- SEPLAG/DF)
Os desastres naturais obrigam-nos a uma mudança cultural de grande porte. O
ideal seria estar à altura da tragédia ou, pelo menos, crescer um pouco diante
dela. Toda uma política jaz sob os escombros das recentes tragédias que
chamamos de naturais, sabendo que a natureza não existe sem nós.
Fernando Gabeira. In: O Estado de S. Paulo, 21/1/2011, p. A2
Relativamente a esse comentário e considerando os trágicos acontecimentos
que, neste verão, atingiram diversas áreas do país, a exemplo da região
serrana fluminense, assinale a alternativa correta.
a) Há consenso de que as recentes tragédias climáticas ocorridas no Brasil,
sobretudo no Sudeste e no Sul, resultam do impacto causado pelo
fenômeno denominado aquecimento global.
b) Entre as ações humanas que agridem a natureza, ampliando os efeitos
das tragédias naturais, podem ser citadas a ocupação intensa e
desordenada do solo e a drenagem urbana impedida pelo acúmulo de
lixo.
c) A mudança cultural de grande porte a que a sociedade brasileira está
impelida, como sugere o autor do texto, implica recusar-se a praticar
atos de solidariedade para forçar a ação do poder público.
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d) Uma solução para os problemas causados por chuvas torrenciais e
enchentes seria o assentamento populacional em várzeas próximas a
pequenos córregos, sob rígido controle das autoridades.
e) Está tecnicamente provado que a topografia das cidades brasileiras
inviabiliza o processo de drenagem, por meio de grandes tubos, do
excesso de água despejada por chuvas.
7 - (CESPE – TRE-AL – Técnico Judiciário – Especialidade – Telefonia)
Se fosse em um edifício, o administrador não teria sossego. Mas quando o
condomínio mede 8,5 milhões de quilômetros quadrados e abriga 170 milhões
de moradores, a situação se agrava. É o caso do Brasil. Divulgado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Atlas do Saneamento
mostra que no país há 102 milhões de pessoas sem acesso à rede de esgoto.
Na região Norte, a situação é mais grave. Somente 2,4% dos municípios
dispõem desse tipo de serviço.
Correio Braziliense, 23/3/2004, p. 15 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens seguintes, relativos
às atuais condições sociais brasileiras.
1) Muitas doenças estão ligadas à falta de cobertura de saneamento, isto é,
a deficiências quanto à rede geral de esgoto, coleta de lixo e tratamento
de água.
2) Pelo que informa o texto, infere-se que cerca de 97,6% dos municípios
da região amazônica não têm acesso a redes de esgoto.
3) Os números fornecidos pelo texto permitem concluir que algo em torno
de 60% da população brasileira carece de serviços regulares de rede de
esgoto.
4) Apesar da ausência do adequado esgotamento sanitário, a grande
maioria das cidades brasileiras é bem provida de serviços de coleta e de
correto armazenamento do lixo.
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5) Os lixões a céu aberto são, comprovadamente, a melhor alternativa para
o tratamento do lixo.
8 - (FGV – CAERN – Agente Administrativo – 2010)
Em relação aos aspectos de saúde pública e meio ambiente no setor de
saneamento no Brasil, é correto afirmar que, a partir da década de 1990, o
cenário se caracteriza:
f) pela ênfase no conceito de desenvolvimento sustentável e de
preservação e conservação do meio ambiente e particularmente dos
recursos hídricos, refletindo diretamente no planejamento das ações de
saneamento.
g) pelo surgimento de iniciativas para estabelecer as primeiras
classificações e os primeiros parâmetros físicos, químicos e
bacteriológicos definidores da qualidade das águas, por meio de
legislações estaduais e em âmbito federal.
h) pela elaboração do Código das Águas, que representou o primeiro
instrumento de controle do uso de recursos hídricos no Brasil,
estabelecendo o abastecimento público como prioritário.
i) pela inserção da preocupação ambiental na agenda política brasileira,
com a consolidação dos conceitos de ecologia e meio ambiente e a
criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema).
j) pela instauração de uma série de instrumentos legais de âmbito nacional
definidores de políticas e ações do governo brasileiro, como a Política
Nacional do Meio Ambiente.
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Gabarito
1) E, E, C, C, E
2) d
3) d
4) e
5) b
6) b
7) C, C, C, E, E
8) a