Transporte na Membrana Plasmática Potencial de Membrana
Potencial de Ação Sinapses
Carlos Maurício G. Ribeiro
Médico Veterinário
Membrana Celular Estrutura muito delgada e elástica (espessura entre 7,5 e 10 nm).
Formada por proteínas e lipídios.
Composição aproximada:
• 55% de proteínas,
• 25% de fosfolipídios,
• 13% de colesterol,
• 04% de outros lipídios,
• 03% de carboidratos.
proteinas
fosfolipidios
colesterol
outros lipidios
carbohidratos
Barreira Lipídica da Membrana Celular Bicamada lipídica, contínua sobre toda a superfície celular.
Quase inteiramente por fosfolipídios e colesterol.
Moléculas de proteínas globulares dispersas.
Parte das moléculas de fosfolipídios e colesterol é solúvel em água
(hidrofílica), enquanto outra parte só é solúvel em gordura (hidrofóbica).
• Radical fosfato dos fosfolipídios é hidrofílico
• Ácidos graxos são hidrofóbicos.
• Colesterol contém um radical hidroxila (hidrossolúvel) e um núcleo esteroide
(lipossolúvel).
Regiões hidrofóbicas são repelidas pela água mas se atraem mutuamente.
• Moléculas possuem tendência natural para se alinharem umas às outras, com as
frações lipídicas ocupando a região central da membrana e as regiões
hidrofílicas voltadas para superfície, em contato com a água.
Barreira Lipídica da Membrana Celular
Bicamada lipídica Característica especial é a de ser um fluido, e não um sólido.
Componentes dessa membrana podem fluir de um ponto a outro, ao longo
da superfície.
Proteínas e outras substâncias dissolvidas ou flutuando na bicamada
lipídica tendem a se difundir para todas as áreas da membrana celular.
Representa importante barreira.
Impermeável às substâncias comuns hidrossolúveis (íons, glicose, ureia e
outras).
Substâncias solúveis em gordura (oxigênio, dióxido de carbono e álcool),
atravessam facilmente essa região da membrana.
Bicamada lipídica
Proteínas da Membrana Celular Massas globulares flutuando na bicamada lipídica.
Maioria é formada por glicoproteínas.
São encontrados dois tipos de proteínas:
• Proteínas integrais - atravessam toda a espessura da membrana.
• Proteínas periféricas - ficam presas à superfície da membrana sem atravessar.
Proteínas da Membrana Celular Proteínas integrais
Muitas formam canais (poros) por onde se difundem substâncias
hidrossolúveis, especialmente íons, entre os líquidos intra a extracelular.
• Propriedades seletivas produzem difusão diferencial de algumas substâncias
mais que de outras.
Proteínas carreadoras para o transporte de substâncias na direção oposta
à natural de sua difusão ("transporte ativo“).
Enzimas.
Proteínas periféricas
Ocorrem na face interna da membrana, normalmente ficam presas a
proteínas integrais.
• Atuam quase que exclusivamente como enzimas.
Carboidratos da Membrana - Glicocálice Carboidratos aparecem em combinação com proteínas e lipídios
(glicoproteínas e glicolipídios). • A maioria das proteínas integrais é composta de glicoproteínas e cerca de um
décimo das moléculas lipídicas é de glicolipídios.
• Fração glicídica dessas moléculas, quase sempre se projeta na face externa da
célula.
• Outros compostos carboidratos (proteoglicanos), formados por carboidratos
unidos entre si por pequenos núcleos proteicos, podem ocorrer frouxamente
ligados à superfície externa da célula.
• Assim, toda a superfície externa da célula é, muitas vezes, inteiramente
revestida por capa de carboidrato, chamada de glicocálice.
Glicoproteínas Proteínas não ramificadas
Formadas por unidades
dissacarídicas que não se
repetem.
Ligadas covalentemente em
estrutura peptídica.
Açúcares são o grupo
prostético. Grupo prostético - componente não
proteico de proteínas conjugadas.
Essencial para atividade biológica
dessas proteínas.
Podem ser orgânicos (vitamina ou
açúcar) ou inorgânicos (íon metálico).
Ligados de forma firme à cadeia
polipeptídica, muitas vezes através de
ligações covalentes.
Glicolipídios Lipídios compostos por uma ceramida (esfingosina
+ ácido graxo) e um glicídio de cadeia curta.
Não possuem grupo fosfato.
Formam parte da bicamada lipídica da membrana
celular;
a fração glicídica da molécula está voltada para o
exterior da membrana.
Componente fundamental do glicocálix.
Atuam no reconhecimento celular e como receptores
antigênicos.
Carboidratos da Membrana - Glicocálice Radicais carboidratos presos à superfície externa da célula
desempenham diversas funções importantes: • (1) muitos têm carga negativa, conferindo, à maioria das células, carga global
negativa em sua superfície, de forma que qualquer elemento que também seja
portador de carga negativa, será repelido;
• (2) o glicocálice de muitas células se fixa ao glicocálice de outras células, o que
serve para fixar as células entre si;
• (3) muitos desses carboidratos atuam como substâncias receptoras para fixação
de hormônios, como a insulina, e ativam proteínas integrais ativadoras de
cascatas de enzimas intracelulares;
• (4) alguns participam de reações imunes.
Componentes Moleculares da Membrana
Modelo Mosaico Fluído das Membranas Celulares
Transporte Através das Membranas Celulares Substâncias podem ser transportadas seguindo seu gradiente
eletroquímico (downhill) ou contra esse gradiente (uphill).
Transporte downhill (sem gasto de energia) ocorre por:
• Difusão simples.
• Difusão facilitada.
Transporte uphill (com gasto de energia) ocorre através de:
• Transporte ativo primário (fonte direta de energia metabólica).
• Transporte ativo secundário (fonte indireta de energia metabólica).
Proteína carreadora • Algumas proteínas transmembrana atuam transportando substâncias de um lado
para outro da membrana.
• São seletivas e carregam somente substâncias específicas.
• Para carregar uma substância a proteína deve inicialmente ligar-se a ela.
• Essas proteínas possuem um sítio de ligação (local específico para que a
substância a ser transportada se ligue).
Transporte Mediado por Carreador Todas as formas de transporte mediado por carreador
compartilham três características:
Saturação: Proteínas possuem número limitado de sítios de ligação para o
soluto.
Estereoespecificidade: Habilidade de distinguir entre isômeros D e L, conduz a diferentes
produtos estereoisoméricos. O transportador de glicose, no túbulo
proximal renal, por exemplo, reconhece e transporta o isômero
natural da D-glicose, mas não o isômero não natural, a L-glicose.
Competição: Embora específicos, os sítios de ligação podem reconhecer e se
ligar a solutos quimicamente relacionados. O transportador de
glicose é específico para a D-glicose, mas também reconhece e
transporta um açúcar semelhante, a D-galactose. Dessa forma, a
presença de D-galactose inibe o transporte de D-glicose.
Transporte Através das Membranas Celulares Difusão Simples
Ocorre quando soluções de concentrações diferentes são colocadas em
contato e as moléculas de soluto se deslocam do meio mais concentrado
para o menos concentrado buscando restabelecer um equilíbrio.
Portanto, na difusão simples há um deslocamento de soluto, sempre do
meio hipertônico para o hipotônico de forma que as soluções fiquem
isotônicas.
Transporte Através das Membranas Celulares Difusão Facilitada:
É um tipo de transporte passivo.
Várias substâncias não se difundem
facilmente nas células (difusão simples),
como glicídios.
Para isso é preciso a participação de
algumas proteínas da membrana plasmática
(permeases).
As substâncias a serem transportadas estão
em maior quantidade no meio e sua
tendência natural seria a de entrar nas
células, por isso trata-se de uma difusão.
A função da permease é auxiliá-las a entrar e
sair da células sem gasto de energia.
Transporte Através das Membranas Celulares Transporte Ativo:
Solutos se movem contra um gradiente eletroquímico (uphill).
Essa movimentação de solutos através da membrana gera consuma de
energia sob a forma de ATP.
Ao ser liberado, o fosfato terminal é transferido a uma proteína
transportadora, em um processo de fosforilação-desfosforilação.
O ATP acoplado no processo de transporte caracteriza o transporte ativo
primário.
• Exemplos de Transporte ativo primário são:
Na+ -K+ ATPase presente em todas as membranas celulares (bomba de sódio e
potássio).
Ca+2 ATPase encontrada nos retículos endoplasmáticos e sarcoplasmáticos (bomba
de cálcio).
H+ -K+ ATPase das células parietais gástricas (bomba de prótons).
Transporte Através das Membranas Celulares Transporte Ativo Primário:
1. Bomba de sódio e potássio.
2. Bomba de cálcio.
3. Bomba de prótons.
1
2
3
Transporte Através das Membranas Celulares Transporte Ativo Secundário:
Nesse caso o transporte de dois ou mais solutos é combinado.
Em geral o íon sódio (Na+) é um destes solutos, que se move na direção
do gradiente eletroquímico (downhill), enquanto o outro soluto se move na
contra esse gradiente (uphill).
• O movimento do Na+ fornece energia para movimentação do outro soluto,
dispensando o consumo de ATP.
• Transporte ativo secundário se refere a utilização indireta de ATP como fonte de
energia.
• Existem dois tipos de transporte ativo secundário de acordo com a direção do
movimento uphill do soluto.
• Cotransporte (simporte) - movimentação na mesma direção que a de Na+.
• Contratransporte (antiporte ou troca) - movimentação oposta à de Na+.
Transporte Através das Membranas Celulares Cotransporte (Simporte)
Todos os solutos são transportados na mesma direção, através da
membrana celular.
Proteína
transportadora de
Na+ - glicose 1
Transporte Através das Membranas Celulares Cotransporte (simporte)
Na+ e glicose presentes no lúmen intestinal, se ligam ao cotransportador.
• Nessa configuração, a proteína cotransportadora gira e libera o Na+ e a glicose
no interior da célula (membrana luminal).
• Em seguida ambos os solutos são transportados para fora da célula (membrana
basolateral).
O Na+ pela bomba de sódio e potássio.
A glicose por difusão facilitada.
A ausência de um dos dois solutos inviabiliza o transporte do outro.
Transporte Através das Membranas Celulares Contratransporte (antiporte)
Os solutos se movem em direções opostas através da membrana celular.
• O Na+ se move para o interior das células, de acordo com seu gradiente
eletroquímico.
• Os solutos que são trocados por Na+ se movem para fora das células.
• Ex.: A troca de Ca2+ -Na+ é um dos mecanismos de transporte que, junto com a
Ca2+ ATPase (bomba de cálcio), ajuda a manter a concentração intracelular de
Ca2+ em níveis muito baixos.
Osmose Fluxo de água através de membrana semipermeável, devido às
diferenças de concentração de solutos.
Pressão osmótica
Força com que a água se move, por meio da membrana citoplasmática de
uma solução contendo uma baixa concentração de substâncias dissolvidas
(solutos), para outra com alta concentração de solutos.
Em meio aquoso não devem existir grandes diferenças de solutos dentro e
fora da célula.
Potenciais de Difusão e Equilíbrio Existem diferenças de potenciais elétricos através das membranas de
todas as células e os íons mais importantes no desenvolvimento desses
potenciais de membrana são: Na+, K+ e Cl-.
Potencial de Difusão
É a diferença de potencial gerada na membrana quando o íon se difunde.
• Gerado quando o soluto com carga (íon) se difunde por seu gradiente de
concentração.
Difusão iônica de sódio e potássio segundo seus gradientes transmembranares origina
os potenciais de difusão.
Potencial de Equilíbrio
Forças químicas e elétrica agem nas cargas iguais mais opostas levando
ao equilíbrio.
Potenciais de Difusão e Equilíbrio
1. Potencial de difusão do K+: a tendência natural
do K+ é sair da célula por canais proteicos (de
vazamento) e esse movimento de cargas gera um
potencial elétrico.
2. Potencial de difusão do Na+: a tendência natural
do Na+ é entrar na célula, porém a membrana é
pouco permeável ao Na+ (há poucos canais
proteicos de vazamento) e uma pequena
quantidade de Na+ vaza para dentro, gerando um
potencial elétrico.
3. BOMBA de Na+/K+: bombeamento contínuo
de 3Na+ para fora e 2K+ para dentro gerando
potencial elétrico.
A interação dos 3 fatores atuando ao mesmo
tempo, gera o verdadeiro potencial de
membrana (repouso) que é de cerca de -90mV
(para fibra nervosa).
Bomba de Sódio e Potássio • A entrada ou a saída de uma substância
da célula esta determinada pelas
quantidades do íon em questão.
• Normalmente o sentido é da maior
quantidade para a menor quantidade.
• Na bomba de Na+ K+ isso funciona ao
contrário e assim a bomba utiliza energia
(ATP) pra fazer a célula voltar ao repouso
de -90mv.
Potencial de Membrana em Repouso Origem:
As forças que atuam fazendo com que um íon
se movimente (difunda) através da membrana
plasmática são os seus gradientes de
concentração (químico) e elétrico.
• Cada íon se moverá através da membrana até
que seja atingido seu potencial de equilíbrio.
• O potencial de equilíbrio de um dado íon é
definido como o valor de carga que contrabalança
a tendência de difusão em razão da diferença de
concentração.
• O potencial de equilíbrio será atingido quando as
forças química e elétrica se igualarem.
• Este equilíbrio é dinâmico.
Potencial de Membrana em Repouso Definição:
Diferença de voltagem
elétrica através da
membrana plasmática.
-20 a -100 mV.
Como se estabelece:
Concentrações iônicas
intracelular e extracelular
diferentes
Permeabilidade através da
membrana plasmática
diferenciada para diferentes
íons.
Potencial de Membrana Potencial de Membrana em Repouso:
Diferença de potencial elétrico registrado entre o interior e exterior de uma
célula, através da membrana de células excitáveis (neurônios e miócitos).
• Estabelecido por potenciais de difusão, que resultam das diferenças de
concentração dos diversos íons pela membrana. Diferentes concentrações são estabelecidas por transporte ativo primário e secundário.
Cada íon permeável tenta levar o potencial de membrana com relação ao seu próprio potencial
de equilíbrio.
Íons com maiores permeabilidades (condutância), fazem as maiores contribuições ao potencial
de membrana em repouso, e os com menores permeabilidades contribuem pouco ou nada.
O potencial de membrana em repouso das células excitáveis fica entre -70 a -80 mV.
Potencial de Ação Definição:
Fenômeno de células excitáveis (neurônios e miócitos).
Consiste de rápida despolarização seguida por repolarização do potencial
de membrana.
Fases:
Ascendente
• Despolarização rápida.
Pico do potencial de ação
Descendente
• Repolarização
Pós-hiperpolarização
• Potencial de membrana
mais negativo do que em
repouso.
Potencial de Ação - Base Iônica Despolarização:
Processo que deixa a membrana menos negativa.
• Saída da condição de repouso (-90mV na célula do músculo estriado, por
exemplo) pela entrada de íons de Na+ na célula.
• Isso faz com que a célula fique mais positiva e chegue ao limiar (+40mV no
músculo estriado).
• Nesse limiar, ocorre a abertura dos canais rápidos de Na+ (voltagem
dependentes) e assim a célula fica eletricamente positiva.
Repolarização:
Processo onde o interior da célula novamente se torna negativo.
• Ao retornar ao estado de repouso as células não podem ser estimuladas
novamente, exceto as repolarizadas.
• A falta de capacidade da célula para receber outros estímulos até sua
repolarização é denominada de período refratário, ou seja, um período sem
reação.
Potencial de Ação - Base Iônica Hiperpolarização:
Processo que torna a membrana menos positiva.
• Qualquer mudança no potencial de membrana que a torna mais polarizada
(aumento no valor absoluto) afastando o potencial de membrana do valor nulo.
Diferente da célula despolarizada, excitatória por diminuir o potencial de membrana (de
-65 mV para -55 mV), o aumento no potencial de membrana (de -65 mV para -75 mV,)
estabelece a célula hiperpolarizada, e torna menos provável a geração do potencial de
ação, portanto, é inibitória.
Potencial de Ação - Resumo Despolarização
Etapa em que a membrana se torna extremamente permeável aos íons
Na+ (influxo de Na+) e aumento de carga positiva no interior da célula.
• Nesta fase a célula parte de -75mV e atinge +35 mV
Repolarização
Etapa em que ocorre fechamento dos canais de Na+ e abertura dos canais
de K+.
• Nesta fase a célula parte de +35 mV e atinge -75 mV
Hiperpolarização
Período de alguns milissegundos em que a célula não reage aos
neurotransmissores pois estão com excesso de negatividade em seu
interior o que impede a ocorrência de um novo potencial de ação.
• Nesta fase a célula parte de -75mv e chega até -90 mV.
Potencial de Ação As fases do potencial de ação resultam de um fluxo iônico específico
através da membrana plasmática da célula.
Obedece a lei do tudo-ou-nada.
Período refratário absoluto:
Período de tempo durante o qual uma célula não pode produzir um
segundo potencial de ação.
Período refratário relativo:
Período que se segue a um potencial de ação no qual é possível gerar
uma nova despolarização; no entanto, o estímulo deve ter intensidade
superior à utilizada para gerar o primeiro.
Potencial de Ação Corrente de Influxo:
Fluxo de cargas positivas para o interior da célula.
• Despolarizam o potencial de membrana.
• Ex.: fluxo de Na+ para o interior da célula.
Corrente de Efluxo:
Fluxo de cargas positivas para o exterior da célula.
• Hiperpolarizam o potencial de membrana.
• Ex.: fluxo de K+ para fora da célula durante a fase de repolarização do potencial
de ação.
Potencial de Ação
Potencial de Ação
Potencial de Ação
Impulso Nervoso Despolarização e repolarização de um neurônio ocorrem devido as
modificações na permeabilidade da membrana plasmática.
Primeira fase - abrem-se "portas de passagem" de Na+.
• Entrada de grande quantidade desses íons na célula.
• Aumenta a quantidade relativa de carga positiva na região interna na membrana,
provocando sua despolarização.
Segunda fase - abrem-se as "portas de passagem" de K+.
• Saída de grande quantidade desses íons.
• O interior da membrana volta a ficar com excesso de cargas negativas
(repolarização).
A despolarização em uma região da membrana dura apenas cerca de 1,5
milésimo de segundo (ms).
Impulso Nervoso O estímulo provoca uma onda de despolarizações e repolarizações que
se propagam ao longo da membrana plasmática do neurônio.
• Impulso nervoso é uma onda de propagação em sentido único na fibra nervosa.
Dendritos sempre conduzem o impulso em direção ao corpo celular (celulípeto).
Axônio conduz o impulso em direção às suas extremidades (celulífugo).
• Velocidade de propagação na membrana do neurônio varia entre 10cm/s e 1m/s.
Propagação rápida dos impulsos é garantida pela bainha de mielina que recobre as
fibras nervosas.
• Bainha de mielina
Constituída por camadas concêntricas de membranas plasmáticas de células da glia,
principalmente células de Schwann.
Impulso Nervoso Nódulos de Ranvier
Pequenos espaços entre as células gliais que envolvem o axônio.
Membrana do neurônio fica exposta nesses espaços.
• Nas fibras nervosas mielinizadas, o impulso nervoso, em vez de se propagar
continuamente pela membrana do neurônio, pula de um nódulo de Ranvier para
o outro (condução saltitante).
• Nesses neurônios mielinizados, a velocidade de propagação do impulso pode
atingir velocidades da ordem de 200m/s (ou 720km/h ).
Sinapse Sítio por onde a informação através de impulso nervoso é transmitida
de uma célula a outra.
A informação pode ser transmitida eletricamente (sinapse elétrica) ou
através de transmissor químico (sinapse química).
Tipos de Sinapses
Sinapses elétricas
• Permitem o fluxo de corrente de uma célula excitável a outra através de vias de
baixa resistência entra as células chamadas junções comunicantes.
• Presentes em músculo cardíaco e em alguns tipos de músculos lisos.
Sinapses Químicas
• Existe um espaço entre as células pré-sináptica e pós-sináptica (fenda sináptica).
• A informação é transmitida por meio de um neurotransmissor.
• Neurotransmissor
Substância liberada do terminal pré-sináptico que se liga a receptores localizados no
terminal pós sináptico.
Neurônio e Sinapses
Sinapses Comunicação entre neurônios e
células musculares ou glandulares.
Sinapse Nervosa
• Região onde terminações de neurônios
adjacentes se conectam e o estímulo passa
de um neurônio para o seguinte por meio
de neurotransmissores.
• Não há contato físico entre neurônios.
• Ocorrem na fenda sináptica.
• Axônios do neurônio liberam
neurotransmissores na fenda e estimulam
receptores nos dendritos.
• Impulso pode ser integrado, bloqueado ou
modificado.
Sinapses São dois tipos de sinapses:
Sinapse elétricas.
• Impulso é rapidamente transmitido a fibra pós-sináptica, com mínimo período de
latência.
• Células possuem íntimo contato através junções comunicantes (tipo gap)
permitindo livre trânsito de íons de uma membrana a outra.
• Ocorre em músculo liso e cardíaco, onde a contração ocorre de maneira
uniforme em todos os sentidos.
Sinapse química (maioria).
• Mediação do impulso ocorre por liberação de substância química.
• Há sempre uma latência maior no aparecimento do pulso pós-sináptico.
• Essa latência pode chegar a 1,5ms, tendo um tempo mínimo de 0,5ms para
saltar da fibra pré para fibra pós-sináptica.
Sinapse Elétrica Em alguns tipos de neurônios, o potencial de ação se propaga diretamente
do neurônio pré-sináptico para o pós-sináptico, sem intermediação de
neurotransmissores.
• As sinapses elétricas ocorrem no sistema nervoso central, atuando na
sincronização de certos movimentos rápidos.
Sinapse Química Eventos pré-sinápticos
• Ocorre a seguinte sequencia
de eventos:
O potencial de ação na célula
pré-sináptica provoca a abertura
dos canais de cálcio (Ca2+).
Um influxo de Ca2+ no terminal
pré-sináptico induz a liberação
por exocitose do
neurotransmissor que estava
armazenado nas vesículas
sinápticas.
O neurotransmissor se difunde
pela fenda sináptica, se ligando
a receptores na membrana pós-
sináptica, alterando seu
potencial de ação.
Sinapse Química Eventos pós-sinápticos
• Na membrana pós-sináptica há grande número de receptores de
neurotransmissores.
• Formados por canais iônicos permeáveis ao sódio (excitatório) e cloreto
(inibitório).
• Neurotransmissores conectados aos canais iônicos excitatórios, provocam
influxo de sódio (carga positiva) para o interior da célula, e desencadeiam
potencial de ação na célula.
• Neurotransmissores conectados aos canais iônicos inibitórios, causam influxo de
cloreto (carga negativa) para o interior da célula, e impedem geração de
potencial de ação na célula.
Sinapse Excitatória Membrana pós-sináptica é despolarizada.
Sinapses entre neurônios motores e músculos esqueléticos.
Sinapse Inibitória Membrana pós-sináptica é hiperpolarizada.
Transmissão inibitória impede a passagem de impulsos subsequentes.
Sinapse Inibitória Causa hiperpolarização da membrana pós-sináptica.
Neurotransmissores mais comuns em sinapses inibitórias de vertebrados
são o ácido gama-aminobutírico (GABA) e glicina.
Células pós-sinápticas das sinapses inibitórias apresentam canais de cloro
ligante dependentes.
Quando os canais são ativados por um neurotransmissor, podem
hiperpolarizar a membrana pós-sináptica.
Há menor probabilidade de lançamento do potencial de ação.
Fases de liberação do neurotransmissor Despolarização.
Entrada de cálcio no botão sináptico.
Cálcio se liga aos sítios de liberação da membrana pré-sináptica.
Exocitose da vesícula com neurotransmissores.
Receptores permitem a passagem dos neurotransmissores.
Reciclagem das vesículas com neurotransmissores.
Remoção dos neurotransmissores do botão sináptico.
• Difusão.
• Destruição enzimática.
• Transporte ativo para terminação pré-sináptica.
Neurotransmissor Estrutura Química:
Neurotransmissores são moléculas pequenas e simples em geral.
Diferentes tipos de células secretam diferentes neurotransmissores.
Cada substância química cerebral funciona em áreas bastante dispersas,
mas muito específicas do cérebro e podem ter efeitos diferentes,
dependendo do local de ativação.
Cerca de 60 neurotransmissores foram identificados e podem ser
classificados, em geral em uma das seguintes categorias:
• 1. Aminas: Indolaminas.
• 2. Colinas (aminas).
• 3. Purinas: adenosina, ATP.
• 4. Aminoácidos.
• 5. Neuropeptídios.
• 6. Gases: Óxido Nítrico (NO), Monóxido de Carbono (CO).
Molécula
transmissora
Origem Sítio de Síntese Função Distúrbios
Associados
Acetilcolina Colina SNC, nervos
parassimpáticos
Atividade motora,
memória e
aprendizado
Mal de Parkinson e
de Alzheimer
Serotonina
Triptofano SNC, células cromafins
do trato digestivo,
células entéricas
Homeostasia e
processamento
sensorial
Depressão, psicose,
ansiedade
GABA
Glutamato SNC Ansiolítico e
anticonvulsivante
Ansiedade
Glutamato SNC Convulsivante,
aprendizado e
memória, plasticidade
sináptica
Convulsões,
excitotoxicidade
Aspartato SNC
Glicina Espinha dorsal
Histamina Histidina Hipotálamo Despertar,
metabolismo cerebral,
controle
neuroendócrino
Molécula
transmissora
Origem Sítio de Síntese Função Distúrbios
Associados
Epinefrina Tirosina Medula adrenal,
algumas células do
SNC
Norepinefrina Tirosina SNC, nervos
simpáticos
Aprendizado e
memória, despertar,
atenção
Depressão
Dopamina Tirosina SNC Postura e
movimento, vício e
reforço, regulação
do hipotálamo
e hipófise
Mal de Parkinson,
estados psicóticos,
abuso de drogas e
depressão
Adenosina ATP SNC, nervos
periféricos
ATP Nervos simpáticos,
sensoriais e
entéricos
Óxido nítrico,
NO
Arginina SNC, trato
gastrointestinal
Lei de Dale Atribuída ao fisiologista britânico Henry Dale (1875-1968)
“Cada neurônio possui um e somente um neurotransmissor e que o efeito
produzido dependia da célula pós-sináptica”.
Adotado um sufixo próprio para neurônios de acordo com seu único
neurotransmissor:
• Colinérgicos (usam acetilcolina),
• Noradrenérgicos (usam noradrenalina),
• Serotoninérgicos (usam serotonina),
• Dopaminérgicos (usam dopamina), etc.
Lei de Dale Recentemente a Lei de Dale foi ultrapassada.
Um mesmo neurônio pode abrigar diversos neurotransmissores.
Neurotransmissor
• Nome mantido para substância que atua diretamente na membrana pós-
sináptica (potencial pós-sináptico excitatório ou inibitório).
• Representado por componentes como aminoácidos, aminas e purinas
Neuromodulador
• Termo usado para um tipo de substância atuante na sinapse, porém, não só na
membrana pós-sináptica, mas também na pré-sináptica influenciando a ação do
neurotransmissor.
• São peptídeos e gases.
A diferença no entanto, não é absoluta, pois há peptídeos que atuam como
verdadeiros neurotransmissores e aminoácidos que atuam como
neuromoduladores.
Neurotransmissores e Neuromoduladores Neurotransmissores Neuromoduladores
Aminoácidos Aminas Purinas Peptídeos Gases
GABA Acetilcolina Adenosina Gastrina, CCK NO
Glutamato Adrenalina ATP Vasopressina CO
Glicina Dopamina Ocitocina
Aspartato Noradrenalina Insulina
Serotonina Neuropeptídeo
Opióide
Secetina
Glucagon
VIP
Substância P
Substância K
Referências Bibliográficas
GUYTON, A.. Tratado de Fisiologia Medica: Guanabara Koogan,
2002.
AIRES, M.. Fisiologia: Guanabara Koogan, 1999.
SILBERNAGL, S. Fisiologia: Texto e Atlas. Artmed, 2003.