Download - atualidades
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 1
1. DOMÍNIO DE TÓPICOS ATUAIS E RELEVANTES DE DIVERSAS ÁREAS, TAIS COMO: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, ECOLOGIA, TECNOLOGIA, ENERGIA, POLÍTICA, ECONOMIA, SOCIEDADE, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA E ARTES E LITERATURA E SUAS VINCULAÇÕES HISTÓRICAS.
NOTÍCIA EM: 03/01/2014 1. NEUROCIÊNCIA: PRIMEIRO PONTAPÉ DA COPA 2014 SERÁ PROMOVIDO PELA INTERAÇÃO CÉREBRO-MÁQUINA
Se o dia 12 de junho de 2014 é uma data aguarda pelos fãs de futebol, o mesmo vale para os cientistas. O pontapé inicial da Copa do Mundo será dado por um jovem com paralisia que usará um exoesqueleto (esqueleto externo) projetado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. O projeto recebeu o nome de Andar de Novo.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Quem possui um corpo sem deficiências tem os
movimentos, a ação e reação coordenados pelo
sistema nervoso que emitem comandos para os
órgãos e glândulas. Quando há um problema ou um
dano físico, os sinais emitidos pelo sistema nervoso
têm sua passagem interrompida. O exoesqueleto
pode reverter a situação por meio da interação
cérebro-máquina.
O exoesqueleto de Nicolelis é uma veste robótica
controlada por pensamentos. Ele funciona através
de sensores que captam a atividade elétrica
dos neurônios, as células nervosas, e
transformam os pensamentos em comandos. Há
outros animais que possuemesqueletos externos
(exoesqueletos), como os insetos.
Os sinais emitidos do sensor localizado
nocérebro serão transmitidos em uma unidade
similar a um laptop, carregada pela pessoa em uma
mochila. O computador ainda transmitiria os sinais
elétricos cerebrais, enquanto o exoesqueleto
estabiliza o corpo da pessoa e executa o comando.
No futuro, a ideia é que pacientes usem a veste como
uma roupa normal, mas que teria inúmeras
funcionalidades, como o Homem de Ferro.
Segundo o neurocientista, para que o processo
funcione com sucesso, o cérebro precisa ser
retreinado por meio de estímulos que provoquem as
reações necessárias para desencadear os
movimentos. Em entrevista, ele descreveu melhor
como funcionará a comunicação entre exoesqueleto
e o cérebro.
―Além da veste, o exoesqueleto tem uma mochila,
que é a central de controle, que é o cérebro do
exoesqueleto que vai dialogar com o corpo do
paciente. Essa central vai captar os sinais do cérebro
do paciente, traduzi-los em sinais digitais para que o
exoesqueleto possa entender e receber os sinais de
feedback, que serão transmitidos de volta ao
paciente. Essa veste vai conter todos os motores
hidráulicos que vão mover o exoesqueleto e as
baterias, outro componente fundamental,
fornecedoras da potência para o exoesqueleto
funcionar‖.
As pesquisas de Nicolelis estudam a unidade básica
funcional do sistema nervoso central como sendo
uma população difusa de neurônios que interagem
em circuitos e que o cérebro funciona como uma rede
dinâmica, integrando diferentes áreas no mesmo
processo.
2. Testes
A partir dessa ideia, foram realizados testes com
macacos rhesus. Eles receberam implantes de
sensores wireless (sem fio) que enviam informações
de atividade cerebral 24 horas por dia. Em um dos
experimentos, um macaco aprendeu a jogar vídeo
game com controle. Depois de um tempo, o controle
foi substituído por um braço robótico ligado aos
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 2
sensores no cérebro do macaco. Com isso, ele
pode jogar usando apenas seus impulsos elétricos.
As experiências mostraram que os macacos
aprenderam a controlar os movimentos de ambos
os braços de um corpo virtual, também chamado
―avatar‖, usando apenas a atividade elétrica do
cérebro, comprovando a boa interação entre
cérebro-máquina.
Um dos avanços da pesquisa foi mostrar que
o sistema somatossensorial, que nos permite ter
sensações em diferentes partes do corpo, pode ser
influenciado pela visão. Ou seja, a mente se mostra
capaz de assimilar membros artificiais, como as
neuropróteses, como parte da própria imagem
corporal.
Após a Copa, as pesquisas para aperfeiçoar o
exoesqueleto continuam, com o objetivo de levar
novas possibilidades a quem precisa de mobilidade,
como deficientes físicos que sofrem de algum tipo
de paralisia ou limitações motoras e sensoriais
causadas por lesões permanentes da medula
espinhal.
3. Outros exoesqueletos
Exemplos de exoesqueletos não faltam no mundo
da ciência. De modo geral, eles são pensados para
completar a força e a mobilidade humana. As
primeiras pesquisas nos Estados Unidos, na
década de 1960, eram voltadas para o campo
militar. A ideia era aumentar a capacidade de
carregamento de quem trabalhava nos navios de
submarino; depois, na década seguinte, o
exoesqueleto seria pensado para equipar os
homens da infantaria. Atualmente, o Exército norte-
americano trabalha na produção de um
exoesqueleto para os soldados, o que traria mais
estabilidade e força, elementos vitais para o combate.
Fora desse contexto, o primeiro projeto de um
exoesqueleto foi o SpringWalk, criado pelo
pesquisador do Laboratório de Jatopropulsão da
NASA, John Dick, Califórnia (EUA), no início dos
anos 1990. O projeto de Dick cria pernas articuladas,
que reduzem a força dos humanos.
Outros projetos caminham na direção do projeto de
Nicolelis. É o caso do HAL (Hybrid Assistive Limb, ou
Membro Assistente Híbrido). Desenvolvido no Japão,
esse exoesqueleto pretende dar mobilidade às
pernas. Outra versão mais moderna inclui todos os
membros. Quem usar a veste consegue erguer cinco
vezes mais o peso que consegue carregar. A ideia é
que o HAL melhore a mobilidade de paraplégicos e
idosos e ajude trabalhadores que precisam usar a
força física a não fazê-lo em nível prejudicial.
4. DIRETO AO PONTO
A Copa do Mundo no Brasil em 2014 será iniciada
com o pontapé de um jovem paraplégico usando
um exoesqueleto. A promessa é do neurocientista
Miguel Nicolelis, que trabalha no projeto Andar de
Novo.
Com ajuda do exoesqueleto, uma veste robótica
controlada por pensamentos, os sensores captam a
atividade elétrica dos neurônios e transformam os
pensamentos em comandos.
Segundo o neurocientista, para que isso ocorra com
sucesso, o cérebro precisa ser novamente treinado
por meio de estímulos que provoquem as reações
necessárias para desencadear os movimentos.
A invenção já foi pensada para fins militares, para
auxiliar em atividades cotidianas em que é
necessária a força, e agora pode ser um avanço
para levar mobilidade a idosos e pessoas com
deficiências físicas.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 3
NOTÍCIA EM: 10/01/2014 INSETOS NA ALIMENTAÇÃO: ELES PODEM SER COMIDA DO FUTURO E AJUDAR A REDUZIR A FOME NO MUNDO?
Os insetos constituem o maior grupo animal da
face da Terra -- há um milhão de espécies vivas
conhecidas de um total de 30 milhões que
provavelmente existam. Esses animais
desempenham importante papel ecológico, atuando
em diversas funções: polinizadores, herbívoros,
decompositores, predadores e parasitoides. Mas
eles também possuem a fama de serem nojentos,
pragas de lavouras e de atrapalhar as pessoas em
dias de calor.
E como alimento dos seres humanos? Sim, já estão
pensando nisso. A Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)
acredita que o futuro do combate à fome no mundo
está justamente no consumo desses bichinhos.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Recentemente, a FAO publicou um relatório que
analisa o potencial dos insetos na oferta de
alimentos para a humanidade. Para a organização,
os insetos podem ser utilizados como reforço na
comida de boa parte da população no futuro.
A organização calcula que quase 1 bilhão de
pessoas sofram de desnutrição atualmente. No
futuro, o cenário pode ser pior ainda. A população
mundial está estimada em 9 bilhões para o ano de
2050. E, para alimentar esse batalhão de gente, a
atual produção de alimentos precisará dobrar.
Mas a expansão das terras cultivadas e a criação de
animais não vão acompanhar esse ritmo. A solução,
acreditam os especialistas, estaria nas fazendas de
criação de insetos. Na África, um dos continentes
mais atingidos pela fome, 62% dos países têm 500
espécies de insetos comestíveis presente na região,
por exemplo.
Comparada à pecuária, a criação desses bichos
causaria um impacto ambiental muito menor. Ela
utiliza menos espaço e é mais barata. Além disso, os
insetos se reproduzem em uma velocidade maior e
emitem menos gás carbônico (causador doefeito
estufa). Outra possibilidade que esse tipo de cultivo
pode abrir é o aumento de renda familiar de
comunidades carentes, uma aposta da FAO, já que
eles poderiam ter suas próprias criações e
comercializá-las.
Uma ressalva: uma criação como essa requer a
mesma atenção zootécnica que qualquer outro
animal.
E os artrópodes apresentam ainda uma relação
eficiente entre ração e carne produzida. Estudos
recentes feitos por um grupo de pesquisadores
brasileiros mostram que os insetos têm mais carne a
ser aproveitada e podem converter 2 kg de ração em
1 kg quilo de massa. No caso do gado, são
necessários 8 kg de ração para produzir 1 kg de
carne.
5. Comer insetos, uma questão cultural
A rejeição aos insetos é uma questão cultural. Para
muitas pessoas, esse hábito é visto como um
comportamento primitivo, por isso o preconceito. Mas
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 4
os números podem surpreender. Atualmente, mais
de dois bilhões de pessoas usam os insetos em
suas refeições diárias. A maioria em países do sul
da Ásia e regiões tropicais, como América Central,
que abrigam mais de 300 espécies de insetos
comestíveis.
O Camboja (sudeste asiático), por exemplo, possui
aranhas como iguarias tradicionais; a China aprecia
espetos de grilos e larvas de bicho-da-seda. No
México é possível degustar lagartas, ovos de
mosquito, gafanhotos e percevejos, e na Índia, o
cupim ao molho curry é prato popular.
A prática de comer insetos é chamada de
entomofagia. Durante séculos, muitos povos
incluíram insetos em seus cardápios.
Na Roma e Grécia Antiga eram comuns banquetes
repletos de larvas de besouros e de gafanhotos.
Segundo o último levantamento feito por cientistas,
em abril de 2012, existem 1.900 espécies
comestíveis de insetos. O maior grupo é o de
coleópteros (besouros), com mais de 400 espécies,
seguido por himenópteros
(principalmente formigas), com algo em torno de
300 espécies, ortópteros (gafanhotos e grilos) e
lepidópteros (lagartas de borboletas e mariposas),
cada grupo com mais de 200 espécies registradas,
além de cupins, cigarrinhas e moscas, dentre
outros.
Os insetos podem ser consumidos em qualquer
estágio de desenvolvimento, mas a maioria dos
alimentos para consumo humano envolvem insetos
em forma de larva (em fase de desenvolvimento) ou
pupa (estágio do inseto entre a larva e o adulto),
etapas que fazem parte do ciclo dos insetos
holometábolos, ou seja, aqueles que apresentam
metamorfose completa durante o seu
desenvolvimento.
No Brasil, o ―cascudo‖ mais famoso é a saúva,
formiga que pode ser encontrada principalmente em
panelas da região Norte. O hábito é uma herança dos
índios amazônicos e dizem que o gosto lembra o de
camarão. Atualmente, apenas uma empresa
localizada em Minas Gerais trabalha com a produção
de alimentos à base de insetos no país e já
apresentou um pedido para vender insetos para
consumo humano ao Ministério da Agricultura.
Para acostumar a população a esse tipo de alimento,
em 2013, duas redes de supermercados da França
começaram a oferecer produtos testes e rodadas de
degustação. É uma forma de fazer com que as
pessoas deixem de ver estranheza num prato com
larvas, minhocas e besouros.
6. Os benefícios e as vitaminas
Comer insetos não faz mal à saúde dos humanos –
nós já utilizamos remédios feitos de insetos, por
exemplo. Esses animais são ricos em proteína,
moléculas importantes na constituição do organismo.
A proporção é vantajosa: um corpo de um inseto
pode conter até 80% de proteína (o excesso de
proteína deve-se ao sangue de temperatura fria
desses bichinhos). Além disso, eles também são
ricos em lipídeos de qualidade (gordura),
fibra, vitaminas e minerais.
O besouro, inseto mais consumido por humanos, por
exemplo, possui uma concentração de ferro mais alta
do que um bife de carne bovina. O mineral é um
nutriente importante e sua deficiência pode causar
anemia. Já o gafanhoto S. histrio, oferece vitamina D
em níveis semelhantes ao do peixe arenque, ao do
fígado de galinha cozido ou à gema do ovo. A
formiga da espécie Atta cephalotes (tanajura ou
saúva) também não fica atrás: possui mais proteínas
(42,59 %) do que a carne de frango (23 %) ou bovina
(20 %).
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 5
Mas cuidado: não dá para adotar essa iguaria no
cardápio "caçando" no jardim de casa. Assim como
os animais, os insetos podem estar contaminados
ou podem ser focos de doença e pesticidas. A
recomendação é que venham de criadores
responsáveis.
7. DIRETO AO PONTO
Um relatório recente da Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),
avaliou que os insetos podem ser utilizados como
reforço na comida de boa parte da população no
futuro. A organização calcula que hoje, quase um
bilhão de pessoas sofram de desnutrição. Em 2050,
a estimativa é que o mundo tenha 9 bilhões de
habitantes. E para alimentar esse batalhão de
gente, a atual produção de alimentos precisa
dobrar.
O problema é que a expansão das terras para a
agricultura e criação de animais não vai
acompanhar esse ritmo. A solução estaria nas
fazendas de criação de insetos, que seria mais
baratas, mais fáceis no quesito estrutural e menos
poluente do que as criações de gado.
Atualmente, existem cerca de 1.900 espécies
comestíveis de insetos, presentes majoritariamente
em regiões da Ásia e de ambiente tropical, como a
América Central. Entre os comestíveis, o maior
grupo é o de coleópteros (besouros), com mais de
400 espécies, seguido por himenópteros
(principalmente formigas), em torno de 300
espécies, ortópteros (gafanhotos e grilos) e
lepidópteros (lagartas de borboletas e mariposas),
cada grupo com mais de 200 espécies registradas,
além de cupins, cigarrinhas e moscas, dentre
outros.
NOTÍCIA EM: 21/01/2014 ENERGIA: EXPLORAÇÃO DE GÁS E PETRÓLEO DE XISTO DEVE MUDAR CENÁRIO GLOBAL
O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar e
porosa, rica em material orgânico. Em suas camadas,
é possível encontrar gás natural semelhante ao
derivado do petróleo, que pode ser destinado para o
uso como combustível de carros, geração de
eletricidade, aquecimento de casas e para a atividade
industrial. Por se encontrar comprimido, o processo
de extração do gás é complexo e requer alta
tecnologia para a perfuração de zonas profundas,
geralmente a mais de mil metros de profundidade.
Mas nos últimos anos, os Estados Unidos, o maior
consumidor de energia do mundo, têm investido na
melhoria da tecnologia de extração, o que promete
provocar uma revolução na matriz energética do país
– e no mundo.
O movimento dos EUA em busca de outra fonte de
energia no futuro caminha na direção de estudos que
apontam uma queda aguda na produção mundial
projetada de petróleo e um aumento na dependência
das fontes de combustíveis considerados fósseis não
convencionais (areias oleosas, petróleo de águas
ultra-profundas, óleo de xisto) e não convencionais
renováveis, como os bicombustíveis.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Conheça 11 fontes bizarras de energia
Fontes de energia: Carvão, petróleo, gás, água e
urânio
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 6
Homem transforma e usa energias da natureza
Em 2000, a produção norte-americana de gás de
xisto era praticamente zero. Desde 2006 as
empresas começaram a usar a técnica da fratura
hídrica, ou fracking, que consiste na injeção de
toneladas de água, sob altíssima pressão,
misturada com areia e produtos químicos, com o
objetivo de quebrar a rocha e liberar o gás nela
aprisionado. Com a nova tecnologia e
investimentos, o gás hoje representa 16% da
demanda de gás natural. Somente em 2008, os
EUA ampliou a oferta em 50% e está investindo em
novos poços e na produção em larga escala. Em
2035, o país pode tornar-se autossuficiente com
ajuda do xisto.
A reserva americana de gás de xisto foi estimada
em 2,7 trilhões de metros cúbicos pela agência de
Informação Energética dos EUA. Essa quantidade é
suficiente para abastecer o mercado por mais de
100 anos. Os EUA também pretendem aumentar a
produção de petróleo no fundo do mar. Isso graças
ao avanço na técnica de extração a partir do xisto
betuminoso, o chamado ―shale oil‖ – hoje, a Rússia
é o país que mais possui reserva desse xisto, com
75 bilhões e barris.
A extração também deve mudar o cenário global de
energia. Há mais de 50 anos, o maior fornecedor de
recursos petrolíferos do mundo é o Oriente Médio,
fato que determinou em grande parte as relações
políticas entre os países membros da Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e
outros países árabes com alta produção de petróleo
com os EUA e Europa.
Essa nova realidade está barateando o preço dos
combustíveis nos EUA e já causa impacto nos
mercados econômicos. A produção norte-
americana de petróleo de xisto fará com que o
Brasil reduza em 60% as exportações da Petrobras
para o país em dois anos. Em 2013, a empresa
vendeu mais para a China do que para os EUA, que
durante anos foi seu maior comprador.
Riscos ambientais são altos
O xisto é considerado o combustível fóssil que menos
emite dióxido de carbono. Mas, assim como o
petróleo, a exploração do xisto também oferece
riscos ambientais e seus problemas ainda não são
totalmente conhecidos. Embora pareça ser o
caminho da autossuficiência energética para os EUA,
por exemplo, sua técnica de extração está proibida
em países como França, Bulgária e Irlanda.
A técnica de extração por fratura hídrica utiliza uma
grande quantidade de água e gera resíduos
poluentes. A atividade envolve uma fórmula contendo
mais de 600 componentes químicos e emite gás
metano (um dos causadores do efeito estufa e
aquecimento global). Um dos riscos mais graves é a
contaminação do solo e da água subterrânea.
Neste processo, pode ocorrer vazamento e as
toneladas de água utilizadas podem retornar para a
superfície contaminadas por metais e compostos
químicos usados para facilitar a extração. A ingestão
de metano diluído em água, por exemplo, pode
causar sérios problemas de saúde.
Outros riscos são a possibilidade de abalos sísmicos,
explosões e incêndios. A controvérsia ambiental
levou diversos países a proibir por lei o uso do
método, como a França, Bulgária, Irlanda, Irlanda do
Norte e alguns estados norte-americanos.
Brasil avança na exploração de xisto
No país, a técnica mais comum de extração de
combustíveis fósseis é a perfuração de poços
tradicionais em terra ou em alto-mar. A grande
aposta brasileira para aumentar a oferta da matriz
energética é a exploração da camada de pré-sal no
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 7
litoral, o que promete levar o país a autossuficiência
de petróleo e gás.
No Brasil, a exploração do gás xisto já existe em
pequena escala, pela técnica de fraturação. O país
detém grandes reservas da camada de rocha e,
segundo a agência de Informação Energética dos
EUA, temos a 10ª maior reserva de gás xisto do
mundo, com 6,9 trilhões de metros cúbicos, atrás
da China, que tem as maiores jazidas globais,
Argentina, Argélia, Estados Unidos, Canadá,
México, Austrália, África do Sul e Rússia. Já a
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) estima que o país tenha
14,6 trilhões de metros cúbicos de reserva de
―shale oil‖.
Em novembro de 2013, a ANP leiloou blocos
destinados ao mapeamento e extração em 12
Estados (Amazonas, Acre, Tocantins, Alagoas,
Sergipe, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Bahia,
Maranhão, Paraná e São Paulo). A arrecadação
total foi de R$ 165 milhões, e as atividades de
exploração devem começar em 2014. O Governo
Federal está avaliando o impacto ambiental da
tecnologia de fraturação.
Uma das reservas brasileiras de maior potencial
situa-se no Paraná, próxima ao Aquífero Guarani,
um dos maiores reservatórios subterrâneos de água
potável do mundo. Enquanto a exploração de xisto
no Brasil ainda está no começo, no curto prazo,
especialistas no setor avaliam que a exploração do
pré-sal poderia ser afetada pela queda de preços
produzida pelo gás.
DIRETO AO PONTO
O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar e
porosa, rica em material orgânico. Em suas
camadas, é possível encontrar gás natural
semelhante ao derivado do petróleo, que pode ser
destinado para o uso como combustível de carros,
geração de eletricidade, aquecimento de casas e
para a atividade industrial. O investimento dos EUA
nesse tipo de energia promete provocar uma
mudança no cenário, com o país caminhando para
uma autossuficiência energética em 2035,
reduzindo a dependência de países exportadores.
Com relação ao impacto ambiental, o xisto é
considerado o combustível fóssil que menos emite
dióxido de carbono. No entanto, assim como o
petróleo, a exploração do xisto também oferece
riscos ambientais e seus problemas ainda não são
totalmente conhecidos. Isso faz com que alguns
países proíbam a exploração do gás e gera receio
por parte de ambientalistas onde a exploração já
está em andamento.
No Brasil, a exploração do gás xisto já existe em
pequena escala pela técnica de fraturação. O país
detém grandes reservas da camada de rocha e,
segundo a agência de Informação Energética dos
EUA, temos a 10ª maior reserva de gás xisto do
mundo, com 6,9 trilhões de metros cúbicos. Já a
estimativa Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP), o país possui
14,6 trilhões de metros cúbicos de reserva de
―shale oil‖.
Mas a exploração é pequena, já que a aposta
brasileira para aumentar a oferta da matriz
energética é a exploração da camada de pré-sal no
litoral, o que promete levar o país a autossuficiência
de petróleo e gás.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 8
NOTÍCIA EM: 27/01/201410h58 WIKIPÉDIA: EM FASE DE DECLÍNIO, SITE BUSCA NOVOS EDITORES PARA COMPARTILHAR O CONHECIMENTO
Houve um tempo em que o conhecimento era um
tipo de bem e era possuído por poucos. Com a
internet e o amplo acesso à informação, criou-se
um novo jeito de compartilhar o conhecimento
sobre diversos assuntos. As antigas enciclopédias,
livros que serviam de base e consulta sobre
diferentes temas, deram espaço aos mecanismos
de buscas e repositórios online. Entre eles uma
enciclopédia digital e aberta a qualquer um com
acesso à internet: a Wikipédia.
Em 2011, quando completou sua primeira década,
a Wikipédia contabilizava visitas de mais de 400
milhões de pessoas por mês, publicações em 271
idiomas e 26 milhões de acessos. Só a edição em
inglês ocupava cerca de 1,5 mil volumes de 500
páginas. A média de novos artigos criados por dia
no site era de 9.000. No entanto, a atual queda no
número de editores colaboradores preocupa os
coordenadores do projeto.
O canal que chegou a contabilizar 51.000 editores
colaboradores em 2007, seu ápice, viu esse
número cair, e, com isso, a qualidade de seu
conteúdo. Em 2013, o número de editores ativos –
que podem ser qualquer usuário -- caiu para
31.000.
O site é feito de forma colaborativa e foi criado com
a filosofia de que o conhecimento é universal.
Wikipédia é o termo resultante da junção de wiki, que
refere-se a rápido, veloz, e do sufixo grego pedia,
educação.
O conceito wiki foi criado por Ward Cunningham em
1995 e a sua filosofia consiste em manter um espaço
na web completamente aberto, onde qualquer
utilizador pode modificar, estruturar e organizar
documentos de diversas formas. É como um trabalho
sempre em progresso. Por esse motivo, a perda de
colaboradores afeta o DNA do projeto.
Declínio
Estudiosos e críticos da enciclopédia aberta dividem-
se em dois lados para explicar a chamada ―fase de
declínio da Wikipédia‖, que já dura seis anos: para
uns, as novas regras e os algoritmos de controle de
qualidade implementados em 2007 pode ser
parcialmente o responsável pela queda no número de
editores. Para outros, a questão é que os editores
mais antigos já colaboraram com tudo o que podiam,
e que agora, é preciso engajar novos voluntários.
Jimmy Wales, um dos fundadores da Wikipédia,
parece concordar com a segunda opção. Para ele, o
projeto precisa de atrair um novo público para fazer
progresso. Algumas iniciativas foram feitas pelo site
nesse sentido. Em 2012, uma campanha visou
engajar professores para incrementar o conteúdo. A
ideia era que docentes e alunos pesquisassem,
aprimorassem e criassem novos temas e assuntos
para inserir na enciclopédia. Projetos como esse já
acontecem em diversas instituições de ensino
superior no Egito, na Rússia, na Índia, no Reino
Unido e nos Estados Unidos. Embora tenha mostrado
resultado, a iniciativa não foi suficiente para manter o
número de editores ativos em alta.
No mesmo ano, alguns editores começaram uma
página chamada WikiProject Editor, com a ideia de
criar um espaço para ajudar os recém-chegados e
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 9
promover um ambiente mais amigável. Mas a
iniciativa acabou gerando queixas de assédio moral
entre os administradores.
Outro problema que envolve o site é a confiança na
informação. Para postar conteúdo, o usuário tem
que levar em conta três princípios: a
verificabilidade, o princípio da imparcialidade e o
princípio de não-incorporação de pesquisas
inéditas. Todas as informações devem ter suas
fontes citadas, de preferência mais de uma, mas
nem sempre funciona assim.
Um dos casos mais famosos é o do escritor Phillip
Roth, que teve uma informação errada sobre um de
seus livros publicada no site. Ele entrou em contato
com a Wikipédia que respondeu, pedindo uma fonte
secundária para atualizar a informação. Ou ainda, o
questionamento que o ministro Gilmar Mendes, do
Supremo Tribunal Federal (STF), fez sobre seu
perfil na enciclopédia, que acabou sendo ―trancado‖
por um usuário e virou caso de polícia, já que ele
não concordou como a disposição de algumas
informações.
A continuação do ritmo de edição da Wikipédia
depende agora de um engajamento dos novos
usuários e de como as pessoas enxergam a
importância e a responsabilidade de construir uma
enciclopédia colaborativa aberta, gratuita e com
informações com credibilidade. Como atrair
voluntários dispostos não apenas a usufruir do
serviço, mas a colaborar com a sua manutenção,
parece ser o principal desafio da maior enciclopédia
digital.
DIRETO AO PONTO
A Wikipédia foi lançada em 2001 e, desde então, trouxe uma nova proposta para compartilhar informação e conhecimento. No entanto, o site vive há seis anos uma fase de declínio que preocupa seus criadores.
O canal que chegou a contabilizar 51.000 editores
colaboradores em 2007, seu ápice, viu esse
número cair, e com isso, a qualidade de seu
conteúdo. Em 2013, o número de editores ativos –
que podem ser qualquer usuário -- caiu para
31.000.
Em 2011, quando completou sua primeira década,
contabilizava visitas de mais de 400 milhões de
pessoas ao mês, publicações em 271 idiomas e 26
milhões de acessos. Só a edição em inglês
ocuparia cerca de 1,5 mil volumes de 500 páginas.
Críticos se dividem apontando que uma mudança
no sistema do site teria provocado a queda no
número de voluntários. Para outros, os editores
antigos já contribuíram com tudo o que podiam e
agora um novo grupo de editores precisa ser
formado. Como atrair usuários dispostos não
apenas a usufruir do serviço, mas a colaborar com
a sua manutenção, é o desafio dos criadores da
maior enciclopédia digital.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 10
NOTÍCIA EM 04/02/2014 CIBERATIVISMO: ATIVISMO NASCE NAS REDES E MOBILIZA AS RUAS DO MUNDO
Quando você busca apoiar uma causa social, o que
faz? Provavelmente uma das primeiras coisas é
acessar a internet: fazer uma doação, compartilhar
campanhas e experiências, assinar uma petição ou
confirmar presença em algum protesto. Esses são
alguns dos exemplos de como a rede vem
ampliando o ativismo social e político e criando
novas formas de atuação e mobilização, compondo
o que é chamado de ciberativismo.
Sexting: Vingança, exposição e a intimidade
compartilhada na internet
O ciberativismo é um termo recente e consiste na
utilização da internet por grupos politicamente
motivados que buscam difundir informações e
reivindicações sem qualquer elemento intermediário
com o objetivo de buscar apoio, debater e trocar
informação, organizar e mobilizar indivíduos para
ações, dentro e fora da rede. Com essas
possibilidades, todos podem ser protagonistas de
uma causa.
A internet pode ser usada ainda como um canal de
comunicação adicional ou para coordenar ações
offline de forma mais eficiente. Além disso, permite
a criação de organizações online, permitindo que
grupos tenham sua base de atuação na rede; o que
possibilita ações no próprio ambiente da rede, como
ocupações virtuais e a invasão de sites por hackers.
O autor Sandor Vegh no livro "Classifying forms of
online activism: the case of cyberprotests against the
World Bank, de 2003" (o livro, sem tradução
brasileira, é considerado uma referência sobre o
tema), comenta que as estratégias de utilização da
internet para o ciberativismo objetivam aprimorar a
atuação de grupos, ampliando as técnicas
tradicionais de apoio.
Vegh cita três categorias de atuação do ativismo
online: 1) conscientização e promoção de uma causa
(por exemplo, divulgar o outro lado de uma notícia
que possa ter afetado a causa ou uma organização);
2) organização e mobilização (convocar
manifestações, fortalecer ou construir um público); e
3) ação e reação.
Exemplos desse tipo de ativismo vão desde petições
online, criação de sites denúncia sobre uma
determinada causa, organização e mobilização de
protestos e atos que aconteçam fora da rede,
flashmobs, hackerativismo e o uso de games com
uma função política e social.
Casos recentes
Embora as primeiras formas de ativismo online datem
do início da década de 1990,movimentos recentes
no Brasil e no mundo vêm mostrando o potencial
dessa nova forma de reorganização.
No Irã, por exemplo, em 2009, o Twitter se mostrou
um importante campo de batalha no ambiente virtual,
após a reeleição suspeita de fraude do então
presidente Mahmoud Ahmadinejad, que gerou
protestos e confrontos com a polícia iraniana. Com
comícios proibidos, a comunicação cortada, a
imprensa local camuflando o ocorrido e jornalistas
estrangeiros proibidos de ficarem no país, os
iranianos utilizaram o Twitter e o YouTube para
mostrar ao mundo o que realmente estava
acontecendo. Osprotestos da Primavera
Árabe seguiram o mesmo caminho.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 11
Um dos casos mais emblemáticos do século 21
talvez seja o do WikiLeaks, site criado pelo
jornalista Julian Assange que divulgou informações
sigilosas de vários países, principalmente sobre os
Estados Unidos e a Guerra do Afeganistão.
O celular e as redes sociais também se mostraram
uma poderosa "arma" nos protestos de junho de
2013 no Brasil. Apostando na dinâmica rede-rua, foi
pelo Facebook que os organizadores do MPL
(Movimento Passe Livre) conseguiram a adesão de
centenas de milhares de pessoas, sendo que boa
parte delas participou dos protestos nas ruas de
diversas cidades brasileiras. Outro grupo que
chamou atenção durante os protestos foi o Mídia
Ninja, cuja atuação foi baseada nas transmissões
ao vivo dos protestos pela internet, enquadrando-se
na primeira forma de ciberativismo proposta por
Vegh.
Hackers e games
Os hackers também ganharam um papel de
destaque dentro do ciberativismo, no que é
chamado de ativismo hacker -- ou hacktivismo,
definido com uma prática de hacking, phreaking ou
de criar tecnologias para alcançar um objetivo
social ou político. Um dos principais grupos de
hackers ativistas é o Anonymous, criado em 2003, e
que ganhou vertentes por todo o mundo.
Os games também entraram na onda do ativismo.
Uma iniciativa interessante nesse sentido é o site
Molleindustria. Com o slogan ―Games radicais
contra a ditadura do entretenimento‖, o objetivo do
site é usar a estética dos games para promover a
crítica social e política. Quem acessar o site irá
encontrar jogos sobre pedofilia e padres, a guerra
do petróleo, como gerir uma lanchonete do
McDonalds e o mais interessante: o internauta será
sempre colocado numa posição desconfortável,
para vivenciar na pele – mesmo que virtualmente –
as mais diversas situações.
DIRETO AO PONTO
Quando você quer apoiar uma causa social, o que
você faz? Uma das primeiras coisas provavelmente
é participar pela internet: fazer uma doação,
compartilhar campanhas, assinar uma petição ou
confirmar presença em algum protesto. Esses são
alguns dos exemplos de como a internet vem
ampliando o ativismo social e político e criando
novas formas de atuação e mobilização, compondo
o que é chamado de ciberativismo.
O ciberativismo é um termo recente e consiste na
utilização da internet por grupos politicamente
motivados, que buscam difundir informações e
reivindicações sem qualquer elemento
intermediário, com o objetivo de buscar apoio,
debater e trocar informação, organizar e mobilizar
indivíduos para ações e protestos, dentro e fora da
rede.
Sandor Vegh, no livro "Classifying forms of online
activism: the case of cyberprotests against the
World Bank", expões três categorias de atuação do
ativismo online: 1) conscientização e promoção de
uma causa; 2) organização e mobilização; e 3) ação
e reação.
Exemplos desse tipo de ativismo vão desde
petições online, criação de sites denúncia sobre
uma determinada causa, organização e mobilização
de protestos e atos que aconteçam fora da rede,
flashmobs, hackerativismo e o uso de games com
uma função política e social.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 12
NOTÍCIA EM: 07/02/2014
ROLEZINHOS: JOVENS DA "NOVA CLASSE MÉDIA" COLOCAM EM XEQUE MODELO DE INCLUSÃO SOCIAL
É um costume dos adolescentes se reunirem em
shoppings para passear. Mas quando centenas de
jovens de periferia começaram a promover
encontros em shopping centers de São Paulo, em
dezembro do ano passado, os chamados
―rolezinhos‖ viraram caso de polícia e ganharam
repercussão nacional. Além da discussão sobre a
adequação ou não do local para essas reuniões, os
rolezinhos também levantaram outra questão: a
relação entre e inclusão social desses jovens e o
consumo.
A palavra ―rolê‖ é uma gíria associada a dar uma
volta e se divertir. Os primeiros rolezinhos
aconteceram em dezembro de 2013, organizados
por cantores de funk, em resposta à aprovação de
um projeto de lei que proibia bailes nas ruas de São
Paulo (proposta que depois foi vetada pelo prefeito
Fernando Haddad).
Depois, MC‘s passaram a promover encontros ao
vivo com suas fãs, seguidos pelos ―famosinhos‖,
pessoas com milhares de seguidores nas redes
sociais, que também entraram na onda e levaram
seus fãs do Facebook aos shoppings. O objetivo
era conhecer gente nova, ser visto, paquerar, se
divertir e escutar funk ostentação, gênero musical
que mistura batidas de funk a letras sobre consumo e
marcas de luxo.
A situação que fugia da rotina habitual desses
centros comerciais causou pânico. Um dos primeiros
rolezinhos aconteceu em 7 de dezembro, no
shopping Metrô Itaquera, zona leste da capital
paulista. Convocado pelo Facebook, o evento reuniu
6.000 jovens no estacionamento. Por denúncias de
furto e temendo um arrastão, lojistas acionaram a
polícia e o shopping fechou as portas mais cedo.
No dia 11 de janeiro, novamente no shopping
Itaquera, um grupo de mil pessoas que se reunia
para um rolezinho foi reprimido pela PM, que chegou
a usar bombas de gás lacrimogêneo, bala de
borracha e spray de pimenta. Houve correria, pânico
e denúncias de furto.
Diante da divulgação de que ocorreria um rolezinho
no local, o shopping JK Iguatemi, um dos mais
sofisticados da capital paulista, conseguiu liminar na
Justiça proibindo o acesso de menores
desacompanhados e multa para quem promovesse a
mobilização. O encontro não chegou a acontecer,
mas a checagem de documentos pelos seguranças
para evitar o acesso causou polêmica.
Pela lei, nenhum tipo de estabelecimento comercial
pode adotar medidas de discriminação para evitar o
acesso de pessoas. É proibida qualquer seleção de
consumidores a partir de critérios como raça, origem
social, idade ou orientação sexual. Caso o local tome
esta atitude, pode receber processos judiciais. O
shopping pode adotar medidas de segurança, como
limitar o número de pessoas e coibir condutas ilegais
como o uso de drogas e violência.
Durante os rolezinhos de dezembro e início de
janeiro, a Associação Brasileira de Lojistas de
Shopping contabilizou uma queda de 25% no
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 13
movimento dos estabelecimentos envolvidos. Com
medo, muita gente evitou esses lugares. Já o
fechamento das lojas e a seleção nos shoppings
despertou um debate nacional sobre violência e
segregação racial e social. Houve até ―rolezinhos
de universitários‖, protestos de manifestantes com
viés político que questionam as atitudes dos
shoppings.
Democratização do consumo?
Os encontros e as reações e eles ganharam
diferentes interpretações: seriam um pretexto para
fazer baderna e confusão, gerando prejuízos
financeiros e de imagem para os centros
comerciais; reflexo da falta de espaços públicos e
de convivência segura para os jovens, que veem no
shopping sua única saída; e, ainda, como uma
demonstração de desigualdade e elitismo da
sociedade brasileira.
Esse incômodo estaria relacionado à
democratização do consumo, reflexo da ascensão
da classe C no país. Os espaços tradicionais de
consumo, que antes eram exclusivos de uma classe
mais abastada, agora são cada vez mais ocupados
por classes emergentes. É a inserção social pelo
consumo.
Segundo o Instituto Data Popular, que traçou um
retrato dos jovens que participam dos rolezinhos,
eles pertencem fundamentalmente à classe C e têm
potencial de consumo (R$ 129 bilhões por mês)
maior do que as classes A, B e D juntas (R$ 99
bilhões por mês).
Quanto ao perfil dos consumidores que frequentam
shoppings brasileiros ele pode ser dividido em 22%
de classe A, 41% da B e 37% da C. Segundo o
último censo da Abrasce (Associação Brasileira de
Shoppings Centers), os jovens da classe C são
maioria dos consumidores nesses estabelecimentos.
Ir ao shopping é se integrar
―Tudo começou como distração e diversão: se
arrumar, sair, se vestir bem. Existe toda uma relação
com as marcas e com o consumo, num processo de
afirmação social e apropriação de espaços urbanos.
Ir ao shopping é se integrar, pertencer à sociedade
de consumo‖, avalia a antropóloga e professora da
Universidade de Oxford, na Inglaterra, Rosana
Pinheiro-Machado, ao comentar sobre a relação de
inclusão social que os jovens veem nesse novo poder
de compra.
Os números acima também refletem a ascensão de
consumo que a classe C teve nos últimos dez anos --
chamada de ―nova classe C‖. A nomenclatura teve
seu marco com a pesquisa intitulada "Nova classe
média", realizada pela FGV (Fundação Getúlio
Vargas) e divulgada em agosto de 2008. Essa "nova
classe média", ou "nova classe C", tem uma renda
entre R$1.064,00 e R$ 4.561,00 e abriga 52,67% da
população, o equivalente a quase 98 milhões de
pessoas.
Houve também aumento do salário mínimo, a
diminuição do desemprego, o aumento da linha de
crédito (parcelamento pelo cartão) e a diminuição de
impostos de algumas mercadorias pelo Governo.
Outras facetas desse grupo são a facilidade do
acesso à internet e aumento da possibilidade de
frequentar uma universidade.
Como resultado, os filhos da chamada ―nova classe
média brasileira‖ agora têm acesso a produtos que
antes não podiam comprar e valorizam produtos mais
sofisticados.
E o que eles querem consumir?
A maioria dos jovens, segundo o instituto, deseja
comprar produtos eletrônicos e a roupas da moda
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 14
que geram status e prestígio. A pesquisa revelou
que 15% pretendem comprar um notebook, 11%
querem adquirir um smartphone e 11% um tablet.
Bonés, roupas e tênis de grife também estão entre
os itens desejados. Os adolescentes da nova
classe C chegam a gastar R$ 1.000 em um tênis, e
mesmo assim, algumas marcas não querem sua
imagem associada a esse público.
Para os shoppings, a questão dos rolezinhos será
resolvida de duas formas. Uns vão fechar as portas
em caso de aglomeração, outros, como o Shopping
Itaquera, sinalizaram atitude diferente. Foi acertado
que o shopping será informado sobre os encontros,
não para impedir, mas organizar melhor o evento.
Já o Governo Federal promete planejar novas
políticas públicas para a juventude, em conjunto
com os Estados. Além disso, está monitorando a
internet e prepara forças policiais caso os
rolezinhos fujam do controle.
Políticas públicas
No entanto, observadores apontam que o fenômeno
dos rolezinhos coloca em xeque outras áreas e
demandas sociais, como educação, saúde e
esporte, que não apareceram na pauta das
soluções para evitar a multidão nos shoppings (em
2014, o Brasil deve ganhar mais 40 shoppings).
―A inclusão dos últimos anos foi em boa medida um
aumento do poder de compra a crédito. Os pobres
compram mais – o que é ótimo, porque eles tinham
e ainda têm acesso limitado a vários bens que
asseguram o conforto. Mas esse foi o eixo mais
marcante da inclusão. Embora a educação esteja
melhorando, a dupla do bem – que seria o mix de
educação e cultura, e o de saúde e atividade física
– não desperta igual atenção nem gera resultados
rápidos‖, escreve o filósofo Renato Janine Ribeiro
no artigo ―A inclusão social pelo consumo‖.
DIRETO AO PONTO
Adolescentes sempre se reuniram em shoppings
para passear e se encontrar. Mas quando centenas
de jovens de periferia começaram a promover
encontros em shopping sentir de São Paulo, em
dezembro do ano passado, os chamados
―rolezinhos‖ viraram caso de polícia e ganharam
repercussão nacional. Além da discussão sobre a
adequação ou não do local para estas reuniões, os
rolezinhos também apontaram para a relação entre
e inclusão social desses jovens e o consumo.
Para muitos, os encontros não passam de um
pretexto para fazer baderna e confusão. Outros
defendem que faltam espaços públicos e de
convivência para os jovens, que veem no shopping
sua única saída. Por outro lado, a tentativa de evitar
os rolezinhos refletiria um incômodo com a
democratização do consumo, reflexo da ascensão
da classe C. Os espaços de consumo, que antes
eram exclusivos para a elite, agora são ocupados
por novas classes emergentes.
O Instituto Data Popular traçou um perfil dos jovens
que participam dos rolezinhos. Eles pertencem
fundamentalmente à classe C e têm potencial de
consumo (R$ 129 bilhões por mês) maior do que as
classes A, B e D juntas (R$ 99 bilhões por mês).
Esses números refletem a ascensão de consumo
que a classe C teve nos últimos dez anos.
No caso desses jovens, o consumo parece ser visto
por eles como um caminho para a inclusão social.
Esses jovens agora têm a oportunidade de comprar
bens que antes eram inacessíveis, e assim, se
veem integrados a um grupo social do qual não
pertencem quando o assunto é educação, saúde,
emprego e esporte.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 15
Notícia em: 25/02/2014 NÃO ESTUDA NEM TRABALHA: CRISE ECONÔMICA E SOCIAL LANÇAM ALERTA SOBRE "GERAÇÃO NEM NEM"
Jovens que não estão trabalhando nem procurando
uma colocação no mercado e que estão fora da
escola. Esse é o perfil da chamada ―geração nem
nem‖, que inclui pessoas de 15 a 24 anos que não
trabalham nem estudam.
Um estudo divulgado no dia 13 de fevereiro pela
OIT (Organização Internacional do Trabalho)
apontou que 21,8 milhões dos jovens latino-
americanos se enquadram nesse perfil. Uma
pesquisa anterior da OIT, divulgada logo no início
do ano, apontava que, de 2007 a 2012, o fenômeno
cresceu em 30 países, de uma lista de 40
analisados.
Mas se engana quem pensa que estamos falando
de um fenômeno novo. Esse perfil de jovens já é
tema de estudos da OCDE (Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico) desde
o final dos anos 1990. Entre 1997 e 2010, jovens
com idade entre 20 e 24 anos, que não trabalhavam
nem estudavam já eram 13% da população,
chegando a 17,6% em 2010. O que se nota hoje é
um aumento desse fenômeno.
Em Portugal esses jovens são quase meio milhão.
Na Irlanda e na Espanha a taxa dos "nem nem"
cresceu 9,4 e 8,7 pontos porcentuais desde 2007;
20% dos jovens irlandeses e espanhóis estão
nessa condição, taxa considerada ―preocupante‖
pela OIT. O Brasil está a um passo da categoria
preocupante, com 19% de jovens com esse perfil.
O fenômeno chamou tanta atenção que, em 2012,
com o alto número de jovens até 30 anos fora do
mercado de trabalho e das escolas, a italiana
Benetton criou uma campanha publicitária com
fotos de jovens e a frase "Desempregado do Ano". A
ideia era chamar atenção para a necessidade de
oportunidades de trabalho para esse grupo de
pessoas, reflexo de fatores econômicos e sociais,
mas também para um desânimo por parte dos jovens
em encontrar oportunidades de trabalho com baixa
remuneração, assim preferem ficar desempregados
até que novas possibilidades apareçam.
"A falta do acesso a oportunidades de trabalho
decente gera frustração e desânimo entre os jovens.
Há 108 milhões de razões pelas quais temos que agir
agora‖, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
Fenômeno mundial
Conhecidos também pela sigla em inglês Neet
(neither in employment, nor in education or training),
esse perfil de jovens cresce por motivos diferentes
em cada país. Na maioria dos países estudados essa
é uma situação transitória e os motivos do
crescimento desse perfil de jovens variam: pode ser
reflexo de questões culturais – no México, 77% das
garotas não trabalham nem estudam e preferem se
dedicar à vida familiar--, econômicas e políticas,
como por exemplo, as recentes crises mundiais que
comprometeram a oferta de trabalho e o cenário de
instabilidade política em alguns países -- como na
Turquia e na Grécia, que após a crise e os
constantes protestos viram a taxa de desemprego
entre jovens aumentar--, e sociais, como a falta de
oportunidades ou a chegada de filhos.
No artigo ―Juventude, trabalho e desenvolvimento:
elementos para uma agenda de investigação", o
sociólogo Adalberto Cardoso, da Uerj (Universidade
do Estado do Rio de Janeiro), completa que, a
análise do fenômeno em cada país deve levar em
conta aspectos como a oferta de emprego nas
cidades, o acesso à educação e o perfil familiar por
não se tratar de um problema com respostas e
soluções iguais para todos os casos.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 16
No Brasil, o fator renda é um dos que mais
influencia o crescimento de jovens com o perfil
―nem nem‖. ―Em 2000, famílias entre as 10% mais
pobres tinham 233% mais chances de ter um ‗nem
nem‘ entre os seus do que famílias entre os 10%
mais ricos. Em 2010, esse valor havia aumentado
para quase 800%. Isto é, a disponibilidade de
recursos familiares, tal como expressa pela renda
enquanto capacidade de aquisição de bens como
saúde e educação para seus membros, por
exemplo, confere um caráter de classe às
mudanças ocorridas no período, com aumento da
vulnerabilidade dos mais pobres. Isto é, é maior a
proporção de ‗nem nem‘ em 2010 entre as famílias
que, em termos relativos, tinham menores
condições materiais de dar respaldo a eles‖, diz o
artigo.
Os números na América Latina
Os números do relatório da OIT mostram que a
situação de crescimento econômico com emprego
registrada nos últimos anos na América Latina não
foi suficiente para melhorar o emprego dos jovens,
que continuam enfrentando um cenário pouco
otimista no qual persistem o desemprego e a
informalidade. Na conclusão do documento, a
organização cita que, com esse cenário, ―não é
casual que os jovens sejam defensores dos
protestos de rua quando suas vidas estão
marcadas pelo desalento e a frustração por causa
da falta de oportunidades‖.
Em todos os países pesquisados, as mulheres são
maioria entre os jovens da ―geração nem nem‖. Na
América Latina elas representam 92% desse grupo.
Ainda nos países latino-americanos,
aproximadamente 25% desses jovens (5,25
milhões) buscam trabalho, mas não conseguem
outros 16,5 milhões não trabalham, nem buscam
emprego, e cerca de 12 milhões dedicam-se a
afazeres domésticos. Os que não trabalham nem
estudam e nem se dedicam a outras atividades são
classificados de ―núcleo duro‖ e demandam uma
atenção especial dos governantes.
Na região, Honduras é o país que apresenta o maior
percentual de jovens ―nem nem‖, com 27,5%,
seguido da Guatemala (25,1%) e El Salvador
(24,2%). Os países com menor percentual são
Paraguai (16,9%) e Bolívia (12,7%).
No Brasil, mulheres negras são maioria
Entre os jovens brasileiros, 19% com idade entre 15
e 24 anos não trabalham nem estudam. No Brasil, o
número de mulheres negras nesse perfil é duas
vezes maior que o de homens, segundo o relatório da
OIT. Entre os fatores estão que colaboram para esse
número estão baixo nível social e casos de gravidez
na adolescência, o que faz com que a mulher
interrompa os estudos e, também, a atividade
profissional.
De maneira geral, não são apenas os jovens entre 15
e 24 anos que preocupam a OIT. Hoje, 13,1% dos
jovens do mundo continuam sem emprego, ou seja,
um total de 74,5 milhões de pessoas. Só em 2013, 1
milhão de jovens perderam seus trabalhos e, com os
países ainda em recuperação após a crise
econômica de 2008, a perspectiva de futuro para a
―geração nem nem‖ ainda não parece otimista.
DIRETO AO PONTO
Jovens desinteressados em procurar trabalho
devido à falta de qualificação profissional e que não
investem na formação porque também não são
atraídos pela escola. Esse é o perfil da chamada
―geração nem nem‖, que inclui jovens de 15 a 24
anos que não trabalham nem estudam.
Um estudo divulgado no dia 13 de fevereiro pela
OIT (Organização Internacional do Trabalho)
apontou que 21,8 milhões dos jovens latino-
americanos se enquadram nesse perfil. Pesquisa
anterior da OIT, já apontava que, de 2007 a 2012, o
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 17
fenômeno cresceu em 30 países.
Mas se engana quem pensa que estamos falando
de um fenômeno novo. Esse perfil de jovens já é
tema de estudos da OCDE (Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico) desde
o final dos anos 1990. Para cada país o motivo do
crescimento desse perfil de jovens varia. Alguns
têm raízes culturais, em outros são reflexos de
cenários econômicos e políticos, ou sociais, como
falta de oportunidades e a chegada de filhos, um
dos pontos que faz das mulheres entre 15 e 24
anos maioria entre os ―nem nem‖.
O que se nota hoje é um aumento desse fenômeno.
Em Portugal esses jovens são quase meio milhão.
Na Irlanda e na Espanha, 20% dos jovens estão
nessa condição, taxa considerada ―preocupante‖
pela OIT. O Brasil está a um passo de entrar na
mesma categoria, com 19% de jovens com esse
perfil, segundo a OIT.
Notícia em: 28/02/2014 ÍNDIOS: DOIS PROJETOS AMEAÇAM TERRAS INDÍGENAS E ACIRRAM CONFLITOS RURAIS
Atualmente, a população indígena no Brasil soma
896,9 mil (menos de 1% da população), de 305
etnias, com línguas e costumes diferentes, o que faz
do Brasil o país com a maior diversidade cultural do
mundo. Os dados são do Censo 2010. No entanto, os
índios ainda têm frágeis direitos aos seus territórios.
Em 2014, duas propostas que visam alterar o direito
do uso da terra pelos índios voltam ao debate no
Congresso.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Uma delas é a PEC 215. De autoria do ex-deputado
Almir Sá, a proposta quer transferir para o
Congresso Nacional a função de demarcação das
terras, competência que hoje é da União, revisar
as terras já demarcadas e ainda propõe uma
mudança nos critérios e procedimentos para a
demarcação, que passariam a ser regulamentadas
por lei, e não por decreto como funciona atualmente.
Os órgãos responsáveis pelas demarcações são a
Funai (Fundação Nacional do Índio), que faz os
estudos e delimita as áreas; o Ministério da Justiça,
que faz a declaração da terra; e a Presidência da
República, que a homologa. Atualmente, segundo a
Funai, existem 645 áreas indígenas em diferentes
fases da demarcação.
Todo esse processo deveria ter sido concluído até
1993, uma vez que o artigo 67 da Constituição de
1988 dava cinco anos para a União finalizar a
demarcação das terras indígenas.
O PLP 227, de autoria do deputado Homero Pereira
(PSD-MT), quer regulamentar o artigo da
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 18
Constituição que define áreas de interesse público
à União. De acordo com a proposta, terras que se
configurarem como assentamentos de reforma
agrária, exploração de jazidas e minerais,
construção de rodovias e ferrovias, campos de
treinamento militar, ocupações de terras
privadas até 5 de outubro de 1988, entre outros,
não serão liberadas para demarcação indígena.
Em ambas as propostas, as opiniões se dividem.
Alguns parlamentares defendem que o Congresso
participe da demarcação por se tratar de terras
públicas. Deputados ligados ao agronegócio (a
chamada ―bancada ruralista‖) avaliam que a forma
como o processo ocorre hoje ameaça a produção
agropecuária e prejudica o pequeno produtor.
Para os indígenas, as duas propostas atendem a
interesses econômicos (ameaçando suas riquezas
ambientais e minerais) e, se aprovadas, vão
dificultar a demarcação da terra, essencial para que
eles preservem seus costumes, tradições e
sustentabilidade.
A disputa constante pela terra
A maioria dos índios brasileiros (57,7%) vive em
505 terras indígenas reconhecidas pelo governo
(Censo 2010). Essas áreas equivalem a 12,5% do
território nacional, sendo que maior parte fica na
região Norte -- a mais populosa em indígenas (342
mil). Já no Sudeste, 84% dos 99,1 mil índios estão
fora das terras originárias, seguido do Nordeste
(54%).
Mesmo com a posse inalienável de suas terras
garantida por lei, são constantes os conflitos
envolvendo fazendeiros e empresários em terras
com recursos naturais e minérios, principalmente
nas áreas rurais -- onde vive a maioria da
população indígena (63,8%)— da região Norte e
dos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Um dos casos mais conhecidos é o da Raposa Serra
do Sol, em Roraima, terra onde vivem 19 mil índios e
é alvo de disputa com fazendeiros e garimpeiros.
Nessa região está localizada a terra indígena mais
populosa no país: a Yanomami, com 25,7 mil
habitantes (5% do total) distribuídos entre o
Amazonas e Roraima. Já a etnia Ticuna (AM) é a
mais numerosa, com 46 mil índios, sendo 39,3 mil na
terra indígena.
Conflitos com fazendeiros
Em meio a esse impasse, os conflitos seguem
ocorrendo, em alguns casos, de forma violenta. Em
maio de 2013, a invasão de fazendas em Sidrolândia
(MS) por indígenas culminou na morte de um índio
terena. A Força Nacional chegou a ser convocada
para garantir a segurança local. Os terena
reivindicam uma área cujo processo demarcatório se
arrasta há 13 anos. Já os fazendeiros não querem
perder suas terras. O governo negocia como os
produtores a compra dos terrenos.
Em dezembro do ano passado, produtores rurais do
Mato Grosso do Sul organizaram o ―Leilão da
Resistência‖, para arrecadar recursos para impedir a
invasão de terras por indígenas. O leilão foi impedido
pela Justiça, que temia a formação de milícias. Em
2014, causou polêmica um vídeo em que o deputado
Luis Carlos Heinze (PP-RS), presidente da Frente
Parlamentar da Agropecuária, defende que os
agricultores deveriam se armar para evitar invasões
indígenas.
Com as duas propostas em andamento no
Congresso, o tema do uso da terra promete dividir
novamente representantes do agronegócio,
ambientalistas e indígenas, colocando em lados
opostos a exploração econômica, a preservação do
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 19
meio ambiente e a preservação da cultura dos
povos tradicionais.
DIRETO AO PONTO
Em 2014, duas novas propostas no Congresso
devem colocar em evidência a questão da
demarcação das terras indígenas: a PEC 215, que
quer transferir para o Congresso Nacional a função
de demarcação das terras, competência que hoje é
da União, e o PLP 227, que visa regulamentar o
artigo da Constituição que define áreas de interesse
público à União, sobre o uso da terra pelos índios.
Hoje, os órgãos responsáveis pelas demarcações
de terra são a FUNAI (Fundação Nacional do Índio),
que faz os estudos e delimita as áreas; o Ministério
da Justiça, que faz a declaração da terra; e a
Presidência da República, que a homologa.
Atualmente, segundo a FUNAI, são 645 terras
indígenas em diferentes fases da demarcação.
Embora a população indígena tenha obtido novas
conquistas ao longo dos anos, como o Estatuto do
Índio, de 1973, e o reconhecimento na Constituição
de 1988, a disputa pela da terra ainda é fato
recorrente. São constantes os conflitos envolvendo
fazendeiros e empresários em terras com recursos
naturais e minérios, principalmente nas áreas
rurais, onde vive a maior parte da população
indígena (63,8%).
NOTÍCIA EM: 11/03/2014 Crise na Ucrânia: Um país dividido entre a Rússia e a União Europeia
Nem sempre os políticos calculam bem as
consequências de suas decisões. No caso do
presidente afastado da Ucrânia, sua última escolha
lhe custou o cargo e a tranquilidade de toda a
população ucraniana que hoje está no centro de um
conflito com a Rússia. A crise na Ucrânia começou
em novembro.
Tudo começou em novembro de 2013, quando o
então presidente ucraniano, Viktor Yanukovich,
decidiu abandonar um acordo de livre comércio com
a União Europeiapara se alinhar à Rússia, país que
dominou a Ucrânia por gerações quando esta fazia
parte da União Soviética. O acordo estratégico com
os russos incluía uma ajuda financeira, descontos no
preço do gás produzido pela Rússia e comprado pela
Ucrânia e a promessa de uma zona de comércio
livre.
Desejando a integração com a União Europeia e
temendo a influência russa, parte dos ucranianos foi
às ruas para se manifestar contra a decisão. A
quebra do acordo foi o estopim para um governo que
já sofria desgastes com problemas como a economia
sem crescimento, corrupção endêmica e a falta de
reformas políticas.
O gás natural produzido pela Rússia tem papel
relevante na crise. Hoje, a Europaimporta 30% do
gás russo, número que já foi de 45%. A Ucrânia está
entre os dez países que mais consomem gás natural
no mundo e também redistribui o produto. Em seu
território, passam 80% do gás russo vendido aos
europeus por meio de seus gasodutos.
No controle dos preços do gás natural, os russos com
frequência ameaçam suspender seu fornecimento
aos ucranianos. Em 2006 e em 2009 os dois países
entraram em crise devido a um desentendimento no
valor do gás e a suspeitas de que a Ucrânia havia
desviado o gás destinado a países vizinhos. Neste
cenário, o desconto de US$ 2 bilhões anuais no
preço do gás natural oferecido pelo presidente russo
Vladimir Putin para o governo ucraniano abandonar o
acordo com a União Europeia funcionou como
atrativo.
A violenta repressão policial às manifestações fez
crescer o movimento e as críticas ao governo, e
alterou a pauta de reivindicações: os protestos não
pediam apenas o alinhamento à União Europeia, mas
também a saída do presidente. Houve invasão de
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 20
prédios públicos e os confrontos entre
manifestantes e policiais deixaram um saldo de
dezenas de mortes.
Após três meses de protestos, o Parlamento votou
pela destituição do presidente Viktor Yanukovich e
anunciou eleições presidenciais antecipadas para
25 de maio. Aleksandr Turchinov, presidente do
Parlamento, assumiu como presidente interino.
Países da União Europeia prometeram uma ajuda
financeira para a Ucrânia empreender reformas
econômicas e planejar as eleições presidenciais.
Refugiado na Rússia, Yanukovich defende que
continua sendo presidente do país.
Seria o fim da crise? Não exatamente. Enquanto o
Ocidente apoiava o novo governo, a Rússia criticou
o país vizinho e o governo provisório, prometendo
sanções econômicas como retaliação.
Na Crimeia, república autônoma da Ucrânia,
confrontos entre militantes prós e antirrussos
acirraram o conflito. A Rússia, que mantém uma
base naval no litoral da Crimeia, no sul, enviou
tropas militares para executarem manobras na
fronteira. O número de soldados russos no local
chegou a 30 mil.
Localizada estrategicamente ao lado do mar Negro,
a Crimeia é um Estado autônomo e 60% da
população é de origem russa. A influência do país
soviético é forte não apenas na península, mas
também nas regiões leste e sul da Ucrânia, que
mantém a língua e a cultura.
No final de fevereiro, o Parlamento em Simferopol
(capital da Crimeia) foi invadido por separatistas
com bandeiras da Rússia. Os parlamentares da
Crimeia criaram um referendo para a população
decidir se deseja pertencer à Ucrânia ou Rússia.
Historicamente, a região nunca pertenceu de fato à
Ucrânia e foi anexada durante a Guerra Fria porque a
União Soviética controlava as duas regiões. Se
aprovado pela Rússia, o referendo deve ser votado
no dia 16 de março.
Para o presidente interino da Ucrânia, a ação é ilegal,
pois pela constituição ucraniana, a decisão de rever
fronteiras só poderia ser examinada com um
referendo nacional. Turchinov ainda alertou para a
atuação similar da Rússia durante a intervenção na
Geórgia no conflito separatista da Abkházia e da
Ossétia do Sul, que têm uma grande população de
etnia russa, em 2008. A guerra com a Geórgia durou
cinco dias, e a Rússia permanece no controle da
Abkházia e da Ossétia do Sul até hoje, mesmo que a
ONU e a maioria dos países considere-os como parte
da Geórgia.
Um país com um passado de lutas
A Ucrânia é uma nação em processo de mudança.
Com 46 milhões de habitantes, o segundo maior país
da Europa tem um território maior do que a França e
foi palco de intensos conflitos ao longo da história.
No século 19, a Ucrânia foi anexada ao Império
Russo. No século 20, após a Segunda Guerra
Mundial, o país pertenceu à União Soviética e era um
dos seus principais produtores agrícolas. A região
leste sempre foi mais próxima da Rússia e a oeste,
aos poucos foi se alinhando ao Ocidente.
Em 1991, após o colapso da União Soviética, a
Ucrânia manteve relações próximas com a Rússia e
permitiu que sua frota naval operasse em águas
ucranianas. A Ucrânia também é rota para os
gasodutos russos que exportam gás natural para a
Europa.
Em 2004, os ucranianos fizeram seu primeiro grande
levante popular devido às suspeitas de fraude nas
eleições que colocaram o presidente afastado, Viktor
Yanukovitch, no cargo. As fraudes foram
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 21
comprovadas pela justiça, e um segundo pleito deu
a vitória a Victor Yushchenko na primeira eleição
presidencial democrática do país. Durante as
eleições, o candidato chegou a ser envenenado e
sobreviveu.
Quando o antigo regime tentou anular a eleição,
milhares de pessoas foram às ruas da capital e
acamparam na Praça Maidan, em Kiev. O risco de
uma guerra civil entre a parte ocidental do país e a
oriental (reduto da Rússia) era real. O levante
pacífico foi chamado de Revolução Laranja. O
ponto de encontro também foi a Praça da
Independência de Kiev. A mesma que hoje vê uma
nova geração de jovens clamarem por novos
tempos.
DIRETO AO PONTO
A decisão do presidente ucraniano Viktor
Yanukovych, no final de 2013, de abandonar o
acordo de livre comércio com a União Europeia
para se alinhar à Rússia, país que dominou a
Ucrânia por gerações quando esta fazia parte da
União Soviética, desencadeou uma onda de
protestos no país. O acordo estratégico com os
russos incluía uma ajuda financeira, descontos no
preço do gás e a promessa de uma zona de
comércio livre.
A violenta repressão policial aos protestos fez
crescer o movimento e as críticas ao governo, e
alterou a pauta de reivindicações: os manifestantes
não pediam apenas o alinhamento à União
Europeia, mas também a saída do presidente. Após
três meses de protestos, Yanukovych foi destituído.
Aleksandr Turchinov, presidente do Parlamento,
assumiu como presidente interino.
Na Crimeia, república autônoma da Ucrânia,
confrontos entre militantes prós e antirrussos
acirraram o conflito. A Rússia, que mantém uma
base naval no litoral da Crimeia, no sul, enviou
tropas militares para executarem manobras na
fronteira. Agora, inserida no conflito, a população da
Crimeia realizará um referendo para decidir se
deseja pertencer à Ucrânia ou Rússia.
Enquanto isso, a Rússia e Ucrânia seguem sem
uma resolução para o impasse em meio aos
preparativos dos ucranianos para convocar novas
eleições presidenciais, o que pode atrapalhar os
planos do presidente russo Vladimir Putin, de se
aproximar da Ucrânia.
NOTÍCIA EM: 18/03/201417h58
FALTA DE ÁGUA: COM ALTO CONSUMO, PROBLEMA AFETA A GERAÇÃO DE ENERGIA
Basta uma redução na quantidade de chuvas que as
notícias logo chegam: vai faltar água na sua cidade.
Em março, após uma longa estiagem no verão, o
nível do reservatório do Sistema Cantareira, que
abastece a Região Metropolitana de São
Paulo, chegou a 15%, o mais baixo patamar desde
que o sistema foi construído, em 1974. O normal
para essa época seria de 60%.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Para compensar a perda do volume de água
fornecido pela empresa Sabesp, municípios
abastecidos pelo sistema adotaram medidas de
diminuição do consumo. No futuro, a situação pode
piorar. Na Região Metropolitana de São Paulo, por
exemplo, a demanda por água será 27% maior em
2035.
Além do uso doméstico (em Nova York, um cidadão
chega a gastar 2.000 litros de água potável por dia) e
público, os recursos hídricos são utilizados na
agricultura, pecuária, indústria (para fabricar 1 kg de
aço são necessários 600 litros de água) e na geração
de energia nas usinas hidrelétricas.
A geração de energia hidrelétrica, nuclear e térmica
precisa de água. No Brasil, as usinas hidrelétricas
são responsáveis por mais de dois terços da energia
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 22
gerada no país. Assim, a falta de chuvas e a
escassez de água afetam o fornecimento de luz,
gerando apagões, racionamento entre outras
medidas. Uma recente decisão do ONS (Operador
Nacional do Sistema Elétrico) foi aumentar a
capacidade de geração das termoelétricas, que
custam mais caro. Esse custo adicional será
repassado ao consumidor brasileiro na hora de
pagar a conta de luz.
Com o crescimento da população, o inchaço
desordenado das cidades e o desenvolvimento
econômico que aumenta a demanda por recursos
hídricos, a água de qualidade é cada vez mais
escassa.
Escassez de água
A necessidade de um consumo consciente e
a escassez da água levou a ONU(Organização das
Nações Unidos) a criar em 2004 o Dia Mundial da
Água, em 22 de março.
A água é um elemento fundamental a todo ser vivo.
Mas o acesso à água potávelsempre foi um
problema para as populações do mundo. A Terra é
composta de 70% de água, a maior parte localizada
nos oceanos. Desse percentual, cerca de 3% é
formado por água doce. E grande parte dela se
encontra congelada nas calotas polares ou embaixo
da superfície do solo.
A possibilidade da escassez de água futura alerta o
Brasil para a necessidade de reduzir sua
dependência das grandes hidrelétricas. Um relatório
recente produzido pela Coppe/UFRJ, área de
engenharia da universidade, e financiado pelo
Banco Mundial, aponta para a possibilidade das
hidrelétricas em construção Santo Antonio, Jirau e
Belo Monte não gerarem a energia esperada devido
à falta de chuvas na Amazônia.
Dados da ONU de 2006 estimam que até 2050 mais
de 45% da população mundial não terá acesso à
água potável. Segundo a previsão dos organismos
internacionais, quase todos os três milhões de
habitantes que devem ser adicionados à população
mundial até 2050 nascerão em países que já sofrem
com a escassez desse recurso. As áreas mais
atingidas serão a África, a Ásia Central e o Oriente
Médio. Num futuro não muito distante, o cenário
desenhado é de países brigando mais por água e
menos por petróleo.
Vários problemas afetam a qualidade da água e
agravam o seu desperdício. No campo, as técnicas
inadequadas de irrigação e o uso abusivo de
produtos químicos afetam o meio ambiente. O
problema se agrava com o desmatamento e remoção
de áreas de vegetação e matas ciliares que protegem
os rios. Nas cidades, o lançamento de lixo e esgoto
sem tratamento podem poluir os mananciais que
abastecem a região. Sem contar ações cotidianas,
como fechar a torneira enquanto escovar os dentes,
economizar o tempo no banho, ensaboar a louça com
a torneira fechada, entre outras.
Brasil, uma potência hídrica
Segundo a ANA (Agência Nacional das Águas), o
Brasil é considerado a maior potência hídrica do
planeta – dados estimam que o país detenha
aproximadamente 12% da água doce do mundo.
O maior potencial hídrico do Brasil é a Amazônia. No
entanto, o uso da água para gerar energia a partir de
uma hidrelétrica implica inundar grandes áreas, o que
é visto como um problema socioambiental.
A riqueza de volume de água é garantida pelas
chuvas tropicais e por três grandes bacias:
Amazônica, São Francisco e Paraná. Além disso, o
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 23
Brasil possui a maior reserva de água doce
subterrânea do mundo, o aquífero Guarani, que
abrange parte dos territórios da Argentina, do
Brasil, do Paraguai e do Uruguai e cruza a fronteira
de oito Estados brasileiros (Goiás, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), e já
abastece cidades próximas.
O aquífero é uma formação geológica rochosa
capaz de armazenar e ceder água subterrânea,
abastecendo poços artesanais e fontes de água
doce. Para especialistas, os aquíferos poderiam ser
uma alternativa para atender necessidades futuras
de consumo de água. No entanto, essa não é uma
solução simples.
O problema é que em quase todos os continentes,
importantes aquíferos estão sendo esgotados de
forma mais rápida que o tempo de recarga, como é
o caso da Índia, China, Estados Unidos, norte
da África e Oriente Médio, causando um déficit
hídrico mundial de cerca de 200 bilhões de metros
cúbicos por ano.
Além do risco de contaminação, cidades que estão
sob estas águas subterrâneas podem afundar com
o uso indiscriminado, com aconteceu na Cidade do
México (México) e na Califórnia (EUA). Ou seja, são
exemplos do desperdício da água e de uma
possível solução para um dos principais desafios
mundiais do século 21.
DIRETO AO PONTO
Basta uma redução na quantidade de chuvas que
as notícias logo chegam: vai faltar água na sua
cidade. Nas médias e grandes cidades brasileiras, a
falta de água já faz parte do dia a dia. Em março,
após uma longa estiagem no verão, o nível do
reservatório do Sistema Cantareira, que abastece a
Região Metropolitana de São Paulo, chegou a 16%,
o mais baixo patamar desde que o sistema foi
construído, em 1974. O normal para essa época
seria de 60%.
A água é um elemento fundamental a todo ser vivo.
Mas o acesso à água potável sempre foi um
problema para as populações do mundo. A Terra é
composta de 70% de água, a maior parte localizada
nos oceanos. Desse percentual, cerca de 3% é
formado por água doce. E grande parte dela se
encontra congelada nas calotas polares ou embaixo
da superfície do solo.
Com o crescimento da população, o inchaço
desordenado das cidades e o desenvolvimento
econômico que aumenta a demanda por recursos
hídricos, a água de qualidade é cada vez mais
escassa e passa a comprometer o fornecimento de
energia do país, ainda dependente da energia
gerada pelas grandes hidrelétricas.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 24
NOTÍCIA EM: 21/03/2014
Apartheid : 20 anos após seu fim na África do Sul, ele "sobrevive" em outros países
No Brasil e em boa parte do mundo,
o preconceito de raça, cor e etnia é considerado
crime. Mas o amparo da legislação não impede
episódios de racismo como o da cliente que
recentemente recusou ser atendida por uma
profissional negra, em Brasília, ou de pessoas que
não permitem negros em seus estabelecimentos e
negam qualquer tipo de direito ao outro devido à
sua cor.
Superar essa diferença racial foi um obstáculo
importante para alguns países. Um deles em
especial, a África do Sul, que durante quatro
décadas adotou um regime de segregação racial
que privilegiava a elite branca. O fim deste regime
conhecido comoapartheid completa 20 anos em
2014 e teve como um de seus principais nomes o
do ex-presidente Nelson Mandela (1918-2013).
O apartheid -- palavra africana que significa
separação -- foi um regime de segregação racial
estabelecido após as eleições gerais de 1948,
quando o Partido Nacional Reunido e o Partido
Africâner venceram com a promessa de acentuar a
separação entre brancos e negros --herança do
período colonial de ocupação holandesa e britânica.
Unidas, as legendas formaram o Partido Nacional,
que governaria o país até 1994, quando Mandela
chegou à presidência nas primeiras eleições livres.
A segregação imposta pelo governo afetou todos os
espaços e relações sociais. Negros não podiam se
casar com brancos, não podiam ocupar o mesmo
transporte coletivo usado pelos brancos, não podiam
morar no mesmo bairro e nem realizar o mesmo
trabalho, nem comprar e alugar terras, entre outras
restrições. A discriminação se estendia também
aos coloured (mestiços), indianos e brancos sul-
africanos.
Novas formas de apartheid
Ao longo de toda a história, diversos povos
tradicionais e grupos étnicos sofreram perseguição.
Durante a colonização das Américas, os indígenas e
negros foram as grandes vítimas da escravidão. Na
Europa, os judeus e ciganos foram discriminados e
expulsos de muitos países, em diferentes períodos,
da Inquisição na Idade Média ao século 20, com o
nazismo alemão.
O apartheid sul-africano foi uma das leis mais recente
de separação de grupos. Duas décadas após o fim
dessa política, o apartheid vai sendo recriado em
outras formas. Atualmente, entre os povos que mais
sofrem discriminação estão os ciganos que vivem na
Europa, oriundos em sua maioria do Leste Europeu,
de países como Romênia e Bulgária. A União
Europeia estima que haja seis milhões de ciganos
nos países do bloco. A maioria vive em guetos e em
situação de pobreza extrema.
Na França, onde moram cerca de 20 mil ciganos, a
política anti-imigração iniciada com o governo de
Nicolas Sarkozy e seguida por François Hollande já
desmantelou acampamentos e expulsou centenas de
ciganos para seu país de origem. Em 2008, o premiê
italiano Silvio Berlusconi já havia iniciado uma
expulsão em massa dos ciganos do país.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 25
Na Grécia e Irlanda, o governo já retirou crianças
de casais ciganos que não se pareciam com os
pais. Em Portugal, dezenas de famílias de ciganos
foram removidas para assentamentos ―só para
ciganos‖. Na Itália, causou polêmica a criação do
bairro ―La Barbuta‖, construído nos arredores de
Roma. O local é rodeado de cercas e câmeras e
tende a isolar as famílias ciganas.
Na República Checa, onde vivem 200 mil ciganos,
criaram-se escolas especiais para as crianças
ciganas, que em alguns casos dividem a sala de
aula com crianças incapacitadas. Há bairros que
reúnem apenas essa população, separados do
resto e sem acesso aos mesmos direitos, e muitos
restaurantes proíbem a entrada de "romenis", na
Polônia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia e
Bulgária.
Os mulçumanos também constituem outra parcela
da população de imigrantes, estigmatizada e alvo
de xenofobia na Europa. As famílias de
estrangeiros vivem concentradas nas periferias das
grandes cidades.
A crise econômica dos países europeus e o
aumento do desemprego têm levado os governos a
desmantelar aos poucos, o antigo modelo do
Estado de bem-estar social, que garante
assistência social aos desempregados. Como
consequência, os políticos têm adotado medidas
mais duras contra a imigração. E com o
crescimento da extrema direita na Europa, a
situação tende a piorar.
O apartheid sul-africano
O apartheid na África do Sul é o único caso
histórico de um sistema político onde a segregação
racial chegou ao âmbito institucional. Mesmo com
maioria de não-brancos, o país tinha no histórico
decisões que beneficiavam a minoria branca. Três
anos após sua independência, em 1913, a África do
Sul aprovou a Lei de Terras, forçando os negros
africanos a viverem em reservas e proibindo-os de
trabalharem como meeiros. As vendas ou aluguel de
terra para negros também ficaram proibidas,
limitando a ocupação dos negros em 80% da África
do Sul.
Os opositores da lei formaram o Congresso Nativo
Nacional Sul-Africano, que se tornaria o partido
Congresso Nacional Africano (CNA), banido mais
tarde pela política do Partido Nacional. Os efeitos da
Grande Depressão de 1929 e da Segunda Guerra
Mundial acarretaram problemas econômicos para a
África do Sul, convencendo o governo a aumentar
essa separação de cores.
Entre os anos 1970 e 1980, o apartheid provocou
muita violência, tanto por parte dos que se
manifestavam contra o regime quanto por parte dos
soldados, que repreendiam os protestos, além da
prisão de líderes antiapartheid, como aconteceu com
Mandela. Um episódio marcante ocorreu em 1976
quando crianças negras de Soweto, reduto pobre nos
arredores de Johanesburgo, foram alvejadas com
balas de borracha e gás lacrimogêneo enquanto
protestavam contra o ensino da língua africâner.
Como resultado, a África do Sul sofreu uma série de
embargos de outros países e ficou proibida de sediar
eventos esportivos mundiais, encerrando de vez a
ilusão de que o apartheid trouxe paz e prosperidade
para a nação.
Em 1989, Frederic. W. de Klerk assumiu a
presidência, naquele que seria o último mandato do
Partido Nacionalista. Em 1990, o novo presidente pôs
fim ao apartheid. Neste mesmo ano, Mandela, que
desde 1964 cumpria pena de prisão perpétua, foi
posto em liberdade. Nas primeiras eleições livres, em
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 26
1993, Mandela foi eleito presidente da África do Sul
pelo CNA, e governou de 1994 a 1999.
Passadas duas décadas do fim dessa política, o
país ainda tenta igualar os padrões de vida entre
brancos e não-brancos. Hoje, com uma população
acima de 50 milhões de habitantes (Censo 2012), o
desemprego afeta 4,5 milhões de pessoas, um
quarto da força de trabalho, e o país lidera a lista
das nações com grande desigualdade de renda,
com 50% da população vivendo na linha de
pobreza, a maioria negra.
Somam-se a isso problemas como o difícil acesso
ao mercado de trabalho e também à educação
pelas camadas mais pobres e a epidemia da Aids.
O país é o mais afetado do mundo pelo vírus, o que
afeta diretamente a economia do país, ainda
governado pelo partido que levou Mandela ao poder
e que, ao longo dos anos, acumulou denuncias de
corrupção.
DIRETO AO PONTO
O fim do apartheid -- palavra africana que significa
separação -- completa 20 anos em 2014. O regime
de segregação racial estabelecido após as eleições
gerais de 1948, na África do Sul, tinha como
objetivo acentuar a separação entre brancos. A
política só seria encerrada em 1994, após décadas
de violência e violação de diretitos contra os não-
brancos, quando Nelson Mandela chegou à
presidência nas primeiras eleições livres em 1993.
O fim da separação por cor não foi suficiente para
levar o país a ter uma sociedade mais igual. Ainda
minoria, o padrão de vida dos brancos ainda é
melhor do que o dos negros, por exemplo, e o país
apresenta índices sociais problemáticos, como 50%
da população vivendo abaixo da linha da pobreza,
além do difícil acesso ao mercado de trabalho e
educação.
Se há 20 anos a África do Sul encerrava a
separação entre as raças, hoje muitos povos e
etnias continuam perseguidas e são tratadas de
modo diferenciado, como é o caso dos ciganos na
Europa, citando um exemplo.
A crise econômica dos países europeus e o
aumento do desemprego têm levado os governos a
desmantelar aos poucos, o antigo modelo do
Estado de bem-estar social, que garante
assistência social aos desempregados. Como
consequência, os políticos têm adotado medidas
mais duras contra a imigração. E com o
crescimento da extrema direita na Europa, a
situação tende a piorar.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 27
NOTÍCIA EM: 24/03/2014 11h04 PREMIÊ DA MALÁSIA AFIRMA QUE AVIÃO DESAPARECIDO CAIU NO OCEANO ÍNDICO
Boeing da Malaysia Airlines sumiu no dia 8 com 239
pessoas a bordo.
Premiê e empresa dizem que aeronave se perdeu e
não há sobreviventes.
O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, afirmou
nesta segunda-feira (24) que o Boeing 777-200 que
fazia o voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido
desde o dia 8 de março com 239 pessoas a bordo,
caiu no Oceano Índico.
A informação foi obtida com base em uma nova
análise de dados de satélite, que apontaram que a
última localização do avião foi no sul do Índico.
Segundo o premiê, não há sobreviventes. Até agora,
porém, os destroços da aeronave ainda não foram
avistados nem localizados.
A conclusão baseia-se na última localização feita por
satélite do Boeing somada a cálculos que apontam
que, se ele não avançou mais que isso e o
combustível disponível era limitado, o avião só poderia
ter caído no mar.
A companhia aérea Malaysia Airlines enviou uma
mensagem por SMS às famílias dos passageiros,
anunciando que admite que todas as evidências
sugerem que o avião tenha caído no Oceano Índico e
que não há sobreviventes.
"Baseando-se em novas análises, concluiu-se que a
última posição do MH370 foi no meio do Oceano
Índico. Essa é uma região remota, longe de qualquer
possível local de pouso. Com muita tristeza, eu devo
informar que, de acordo com novos dados, o voo
acabou no sul do Oceano Índico", afirmou o Razak.
O premiê malaio não confirmou, entretanto, que novos
objetos avistados no mar nesta segunda-feira por
aviões chineses e australianos sejam os destroços do
voo MH370. Os objetos foram vistos em uma área 2,5
mil km ao sudoeste da cidade litorânea de Perth,
na Austrália. As buscas na região ainda continuam.
Razak disse que já informou às famílias dos passageiros
e tripulantes sobre a nova informação da queda do
avião. Segundo ele, análises de imagens de satélite e
novos dados mostram que a última posição da aeronave
foi a oeste de Perth.
"A Malaysia Airlines falou com os familiares dos
passageiros e a tripulação para informá-los. Para eles,
as últimas semanas foram dilaceradoras e sei que esta
notícia será ainda mais", acrescentou o primeiro-ministro
malaio, que prometeu oferecer mais detalhes nesta
terça-feira (25).
Parente de passageiro do avião da Malaysia Airlines se desespera após ouvir o anúncio de que a aeronave caiu no mar, no Oceano Índico (Foto: Jason Lee/Reuters)
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 28
"Lamentamos profundamente que temos que assumir,
sem nenhuma dúvida, que o voo MH370 se perdeu e
nenhuma das pessoas a bordo sobreviveu. Devemos
agora aceitar todas as evidências que sugerem que o
avião caiu no sul do Oceano Índico", acrescentou o
premiê.
Segundo o jornal britânico "The Guardian", foram
ouvidos gritos e muito choro na sala onde os parentes
dos passageiros estavam reunidos em Pequim. Uma
mulher desmaiou ao receber a confirmação sobre a
queda do avião.
A Malásia acredita que o avião foi desviado
deliberadamente por alguém a bordo. Mas a ausência
de provas concretas alimentou intensas especulações e
teorias da conspiração, e atormentou as famílias dos
desaparecidos.
As principais teorias incluem sequestro, sabotagem do
piloto ou um problema em pleno ar que incapacitou a
tripulação de voo e deixou a aeronave voar no piloto
automático até ficar sem combustível.
O MH370 fez contato pela última vez no Mar do Sul da
China, a meio caminho entre a Malásia e o Vietnã. Por
razões desconhecidas, ele deu uma guinada sobre a
península da Malásia e, em seguida, voou por horas.
Buscas continuam
A companhia aérea informou que a busca multinacional,
que está percorrendo um trecho do Oceano Índico para
encontrar todos os destroços, prosseguirá "enquanto
buscamos respostas para as perguntas que
permanecem".
Uma aeronave australiana envolvida nas buscas pelo
avião desaparecido da Malaysia Airlines avistou dois
novos objetos 2,5 mil km ao sudoeste de Perth nesta
segunda-feira, informou o primeiro-ministro australiano,
Tony Abbott.
O premiê disse ao Parlamento da Austrália que um
navio do país estava perto do local onde os objetos – um
deles circular e de cor verde acinzentada e o outro
laranja e retangular – foram avistados. Abbott afirmou
esperar que os itens sejam recuperados em breve do
mar.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 29
"O navio HMAS Success está perto e é possível que
recolha os objetos dentro de algumas horas, ou
amanhã pela manhã no mais tardar", afirmou o
ministro malaio dos Transportes, Hishamuddin
Hussein, em entrevista coletiva em Kuala Lumpur.
Mais cedo nesta segunda-feira, um avião chinês
envolvido nas buscas também avistou alguns "objetos
suspeitos" no sul do Oceano Índico.
Segundo a agência oficial de notícias chinesa Xinhua,
a tripulação de um avião do país também avistou dois
objetos relativamente grandes, "brancos e quadrados",
e muitos outros de menor tamanho, também de cor
branca, espalhados por um raio de vários quilômetros.
NOTÍCIA EM: 28/03/201415h07
GOLPE OU REVOLUÇÃO: HISTORIADORES EXPLICAM O QUE ACONTECEU EM 1964
Oficiais militares em frente ao Congresso 1968
A história sobre o movimento que depôs o
presidente João Goulart em 1964 tem diversas
versões. 50 anos após o acontecido, historiadores
ouvidos pelo UOL Educação explicam a diferença
entre chamar de golpe ou de revolução.
Golpe ou revolução
Hoje é corrente o uso do termo golpe de Estado para
denominar o movimento que derrubou o presidente
João Goulart em 1964, mas a denominação mudou
ao longo do tempo.
"Você tem uma memória que se constrói ao longo
desse período todo que vai se alterando. O uso de
alguns conceitos implica em uma posição. Quando
ocorreu o evento usava-se revolução, revolução
gloriosa, redentora", explica Luiz Antonio Dias,
professor de história da PUC-SP (Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo).
"A expressão golpe militar passou a ser usada
depois, já no final da ditadura. O golpe traz consigo a
ideia de ilegitimidade, de violência."
O historiador da USP (Universidade de São Paulo)
Marcos Antonio da Silva destaca que o golpe não se
limita ao Estado e tampouco ao fato ocorrido entre
março e abril de 1964. "Temos que lembrar sempre
que é um processo em que a sociedade também foi
afetada."
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 30
Apesar do consenso entre estudiosos do tema, o
termo revolução é usado por simpatizantes do
regime militar até hoje no Brasil. "Na Argentina e no
Chile, ninguém ousa não chamar de golpe",
comenta Dias.
Golpe militar ou civil-militar
Por muitos anos o golpe de 64 foi caracterizado
como uma ação militar, mas na última década o
termo golpe civil-militar passou a ser mais
frequente entre pesquisadores do assunto.
O termo golpe militar evidencia os militares como os
principais agentes da derrubada do presidente
Jango. No entanto, estudos apontam a importância
do apoio das elites, empresários e da imprensa
para a realização do golpe.
"Uma série de documentos foram revelados e
mostram uma grande articulação de empresários,
da elite e da imprensa para a realização do golpe.
Antes, a sociedade civil sempre aparecia quase
como vítima dos militares e os estudos mais
recentes mostram uma importante articulação
golpista entre os civis. Por isso temos que pensar
em golpe civil-militar", considera Luiz Antonio Dias.
NOTÍCIA EM: 07/04/201415h53
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: OPINIÃO DO BRASILEIRO SOBRE ESTUPRO GERA PROTESTOS Os resultados da pesquisa "Tolerância social à violência contra as mulheres", divulgada em março de 2014 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), provocou diversas reações nas redes sociais após apontar que 65,1% dos entrevistados concorda total ou parcialmente que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Direto ao ponto: Ficha-resumo Poucos dias após a divulgação da pesquisa, o Ipea reconheceu que o resultado estava errado. O percentual correto para a questão é 26%. Mesmo assim, a pesquisa levantou outros pontos que chamam atenção: Para a maioria dos entrevistados (58,5%), "se mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros" e para 65,1%, ―mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar‖. Outros resultados apontaram que 22,4% concordam que a questão da violência contra as mulheres recebe mais importância do que merece; para 54,9% existe mulher que é para casar e mulher que é pra cama; e para 27,2%, a mulher casada deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando não tem vontade. Repercussão A conclusão de que a culpa pelo crime do estupro seria da própria vítima –resultado que depois se mostrou errado-- chocou a opinião pública e gerou uma campanha nas redes sociais logo após a divulgação da pesquisa. Criado no Facebook pela jornalista Nana Queiroz, de Brasília, o movimento #eunãomerecoserestuprada propôs que o internauta tirasse uma foto de si mesmo com uma placa com o mote da campanha. Apesar do efeito viral positivo, centenas de usuários postaram ameaças e agressões na página do evento, comprovando que o pensamento de parte da sociedade não está tão distante da pesquisa. Um dos agressores, por exemplo, segurava um cartaz com os dizeres "#eu já estuprei e estupro de novo". Outros ameaçaram as manifestantes de estupro. Organizadores do evento procuraram a polícia, que vai identificar e tentar enquadrar os agressores por apologia e intenção ao crime. A repercussão da pesquisa foi também reflexo de acontecimentos anteriores. Na semana que antecedeu a divulgação da pesquisa, a violência contra o sexo feminino também ficou em evidência com os casos de vítimas de abusos sexuais no metrô e nos trens de São Paulo. Páginas de internautas que incentivam o assédio de mulheres no transporte público têm sido monitoradas pela polícia, como os autodenominados ―encoxadores do metrô‖, uma comunidade de 12 mil usuários no Facebook.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 31
Em fevereiro deste ano, quatro anos após ter sido produzido, um curta-metragem da cineasta francesa Eléonore Pourriat fez sucesso na internet. No vídeo ―Maioria Oprimida‖, ela mostra como seria o mundo se os homens fossem sistematicamente alvo de ofensas físicas e verbais por mulheres, com situações que elas lidam no dia a dia. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, a diretora criticou o sexismo e disse que o filme está mais atual do que nunca. ―Meu filme fez sucesso agora por que certos direitos estão ameaçados. É como uma maré negra‖. No Brasil, o site Think Olga promove a campanha ―Chega de Fiu Fiu‖, que pede o fim das cantadas e do assédio sexual às mulheres. Em pesquisa feita pelo site, 81% das mulheres já deixaram de fazer alguma coisa (como passear) por medo do assédio masculino na rua. Todos esses casos revelam como o estupro e o pensamento machista ainda estão presentes na nossa cultura e nos números de violência. Segundo dados do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os casos de estupros no Brasil superam os de homicídios dolosos. Em 2012, foram 50 mil casos registrados. Pelo Twitter, a presidente Dilma afirmou que os dados são alarmantes e lembrou que muitas mulheres ainda não denunciam a violência por medo e vergonha. Atualmente, somente uma pequena parcela dos estupros chega ao conhecimento da polícia. A partir de estatísticas de atendimentos realizados em 2011 por postos de saúde e hospitais públicos, um levantamento do Ministério da Saúde estima que no mínimo 527 mil pessoas sejam estupradas por ano no Brasil. O estudo Estupro no Brasil: uma radiografia segundo os dados da Saúde revela que 89% das vítimas são do sexo feminino e possuem, em geral, baixa escolaridade. Do total, 70% são crianças e adolescentes. Para essa parcela, o maior perigo está dentro de casa - 80% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou conhecidos das vítimas.
Onda de conservadorismo A luta das mulheres por direitos, ou o movimento feminista, pode ser dividida em três momentos: as reivindicações por direitos democráticos como o direito ao voto, divórcio, educação e trabalho, nos séculos 18 e 19; a liberação sexual, impulsionada pelo aumento dos contraceptivos, no fim da década de 1960; e a luta por igualdade no trabalho, iniciada no fim dos anos 1970. Hoje, grupos feministas ainda buscam avanços no que diz respeito aos direitos reprodutivos, uma briga já ganha em alguns países, mas que enfrenta o poder das alas conservadoras em outros. A conquista destes e de outros direitos civis no Ocidente está diretamente relacionada a uma forte resposta conservadora contra o avanço dos mesmos.
Nas ciências sociais, o termo usado para esse fenômeno é a palavra ―backlash‖. Se por um lado a sociedade está mudando, por outro, uma parcela quer manter o que já é tradicional e se mobiliza para isso. No Brasil, no campo da política, esse efeito se reflete na aprovação de novas leis no Congresso, principalmente em temas que discutem sexualidade, saúde reprodutiva e vida familiar. Entre os exemplos estão propostas como a criação do Estatuto da Família, de autoria do pastor e deputado Anderson Ferreira (PR-PE), que reconhece como família apenas a união entre homem e mulher; o projeto da ―cura gay‖, do deputado João Campos (PSDB-GO); e o Estatuto do Nascituro, com o objetivo de proibir o aborto em caso de estupro – direito assegurado por lei -- e obrigar que o pai pague pensão alimentícia às crianças concebidas mesmo em uma relação sexual forçada. Um dos principais motivos do aumento desses projetos é a ascensão nos últimos anos da chamada bancada evangélica, que conta com um número expressivo de deputados que levam para o Congresso propostas baseadas em valores e crenças religiosas. Embora o Brasil seja um Estado laico, em que religião e o Direito teoricamente não se misturam, o processo democrático permite que o deputado tenha a liberdade de apresentar qualquer tipo de proposta para votação. No Brasil, muitas são as iniciativas de grupos de mulheres e coletivos para diminuir a violência de gênero. No Governo Federal, quem trata do tema é a Secretaria de Política para Mulheres trabalha na ampliação de campanhas para divulgar a Lei Maria da Penha, criada em 2006 e hoje o principal instrumento jurídico para coibir e punir a violência doméstica contra mulheres. Outra ação é o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, criado em 2007 para articular iniciativas contra esse tipo de violência. Além disso, a ONU Mulheres no Brasil tem tomado medidas para acabar com a violência contra as mulheres. Entre elas, o Protocolo para a Investigação das Mortes Violentas de Mulheres por Razões de Gênero, a campanha "O valente não é violento" e o aplicativo "SOS Mulher", que faz parte de um projeto global por cidades seguras para mulheres e meninas.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 32
NOTÍCIA EM: 21/04/2014 TURBULÊNCIA: MODELO MATEMÁTICO PREVIU ONDA DE PROTESTOS DEVIDO A ALTA DE PREÇOS DOS ALIMENTOS
1
9.fev.2014 - Na Ucrânia, manifestações populares
levaram à deposição do presidente Viktor
Yanukovytch
Nos últimos meses, protestos na rua se tornaram
cenas cada vez mais comuns ao redor do mundo. O
fenômeno aconteceu
na Ucrânia, Síria, Venezuela e Tailândia. Muitos
são os motivos dessa instabilidade política, mas,
para analistas, a alta do preço dos alimentos pode
explicar a eclosão de manifestações em todos
esses países.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Em 2011, estudiosos do New England Complex
Systems Institute levantaram uma hipótese: o
encarecimento da comida poderia ser um fator
predominante no início dos protestos em diversos
países. O instituto usa a ciência e a matemática a
favor da resolução de questões da sociedade, como
crises econômicas, violência e políticas públicas.
Para o estudo, intitulado "A crise alimentícia e a
instabilidade política no Norte da África e no Oriente
Médio", os pesquisadores cruzaram dados da
Organização para Agricultura e Alimentação das
Nações Unidas (FAO, sigla em inglês) sobre a
variação do preço dos alimentos no mundo com
notícias de protestos recentes.
Dicas para estudar para o Enem
Confira guia de estudos com 100 temas para o
Enem
Se quiser um roteiro de 28 semanas, use o
Cursinho UOL
O autor da pesquisa, Yaneer Bar-Yam, descobriu
que se o índice de preços da FAO aumentasse
acima de 210 pontos, a tendência é que protestos
emergissem ao redor do mundo. Para ele, o
número seria uma espécie de ―ponto de ebulição‖.
Reprodução
Falta de liderança do governo
Segundo o estudo, a alta no preço dos alimentos
demonstraria uma falta de liderança por parte do
governo que, em situações como essa, perde o
apoio popular. "Condições de ameaça generalizada
para a segurança [de um país] são particularmente
apresentadas quando o alimento fica inacessível para
a população em geral", conclui a pesquisa.
A alta dos preços diminui o poder de compra e
aumenta a pobreza da população, fatores que
contribuem para a instabilidade política. Isso
aconteceu em 2008, ano de crise econômica e de
elevação nos preços dos alimentos. No Egito, por
exemplo, o pão aumentou 50% naquele ano. Em
2008, houve a queda do presidente no Haiti e
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 33
protestos no Egito, Argentina, Camarões e
Moçambique.
A partir desse cruzamento de dados, em 2010,
Yaneer Bar-Yam construiu um modelo matemático
que previu a Primavera Árabe semanas antes dela
acontecer.
No final de 2010, na Tunísia, um vendedor de frutas
chamado Mohamed Bouazizi ateou fogo em si
mesmo como protesto, num ato de desespero. Ele
não conseguia mais sustentar sua família por causa
da alta de preços. O feirante não resistiu aos
ferimentos e sua morte provocou uma onda de
protestos em 2011. A ação foi considerada a
fagulha do movimento que ficou conhecido
como Primavera Árabe, uma série de levantes
populares em países do Norte da África e Oriente
Médio.
Previsão em 2013
O modelo matemático previu que os preços dos
alimentos bateriam recorde de aumento em 2013 e
o índice de preços da FAO superaria o patamar de
210 pontos, gatilho para protestos.
Um relatório do instituto listou que os seguintes
países teriam maior instabilidade política: África do
Sul, Haiti, Argentina, Egito, Tunísia, Brasil, Turquia,
Colômbia, Líbia, Suécia, Índia, China, Bulgária,
Chile, Síria, Tailândia, Bangladesh, Bahrain,
Ucrânia, Venezuela e Bósnia-Herzegovina. A
previsão de protestos populares foi comprovada em
todos esses países entre o final de 2013 e os
primeiros meses de 2014.
Na Suécia, por exemplo, o protesto foi contra o
racismo e xenofobia devido a uma alta nos atos de
violência cometidos por neonazistas. Em fevereiro
de 2014, protestos contra o governo também
eclodiram na Bósnia-Herzegóvina, que viu levantes
populares como não se viam desde o fim da guerra
de 1992-1995, e Venezuela, boa parte dessas
manifestações é contrária ao governo do atual
presidente Nicolas Maduro.
Alta de alimentos
Segundo a FAO, o preço geral de alimentos
aumentou cerca de 75% desde a virada do século.
Isso se deve a diversos fatores: aumento da
demanda, aumento dos custos de insumos para a
produção, mudanças climáticas, aumento da
produção de biocombustíveis, entre outros.
Em 2008, um relatório da ONU projetou que os
preços dos alimentos devem se estabilizar somente
em 2017.
No Brasil, a tendência atual é de aumento da
inflação, ainda que longe dos índices da década de
1980 ou de provocar uma crise econômica grave. Em
março deste ano, os gêneros alimentícios foram a
categoria que mais puxou a inflação para cima. É
difícil avaliar a relação desses índices com os
recentes protestos brasileiros. Ainda assim, o
aumento dos preços deve ser um tema importante no
debate político.
DIRETO AO PONTO
Em 2011, estudiosos do New England Complex
Systems Institute levantaram a hipótese de que o
aumento no preço dos alimentos poderia ser um
fator predominante na eclosão dos protestos em
diversos países. O instituto cruzou dados da FAO
(Organização para Agricultura e Alimentação das
Nações Unidas) sobre a variação do preço dos
alimentos no mundo com notícias de protestos
recentes.
O autor da pesquisa, Yaneer Bar-Yam, descobriu
que se o índice de preços da FAO aumentasse
acima de 210 pontos, a tendência é que protestos
emergissem ao redor do mundo. Isso aconteceu em
2008, ano de crise econômica. Em 2010 Yaneer
Bar-Yam construiu um modelo matemático, que
previu a Primavera Árabe semanas antes dela
acontecer, em 2011.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 34
O modelo também previu que em 2013, os preços
dos alimentos bateriam recorde de aumento. Um
relatório do instituto listou que os seguintes países
teriam maior instabilidade política: África do Sul,
Haiti, Argentina, Egito, Tunísia, Brasil, Turquia,
Colômbia, Líbia, Suécia, Índia, China, Bulgária,
Chile, Síria, Tailândia, Bangladesh, Bahrain,
Ucrânia, Venezuela e Bósnia-Herzegovina. Poucos
meses depois, esses países viram emergir conflitos
e protestos de rua.
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 35
Programas de Abastecimento Social No âmbito dos programas institucionais e sociais de abastecimento destacam-se as parcerias firmadas com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome e com o Ministério da Integração Nacional-MI (Defesa Civil), incluindo outros agentes públicos, que permitem a distribuição de cestas de alimentos, suplementando as necessidades alimentares e nutricionais de famílias de trabalhadores rurais acampadas, quilombolas, comunidades de terreiros, famílias atingidas por barragens, famílias de marisqueiros/caranguejeiros e comunidades indígenas, além daquelas comunidades vitimadas por calamidades públicas em diferentes regiões do país e em países amigos, que estiveram em situações emergenciais propícias à insegurança alimentar. Para a composição das cestas de alimentos, geralmente contendo: arroz, feijão, fubá, farinha de mandioca, macarrão, óleo e açúcar, a Conab recorre ao estoque estratégico formado por produtos oriundos das aquisições do PAA e/ou adquiridos no mercado, via leilão público ou, ainda, utiliza produtos recebidos em doação ao Fome Zero. Os beneficiários da distribuição gratuita de alimentos, caracterizados como famílias ou grupos populacionais específicos, em situação de vulnerabilidade social e/ou insegurança alimentar e nutricional, são indicados pelo MDS ou pelo MI e/ou pelo Comitê Gestor das Ações Federais de Emergência, sendo que a distribuição fica a cargo dos representantes da Funai, Incra, Funasa, Fundação Cultural Palmares, Defesa Civil, MAB, SEPPIR, Ouvidoria Agrária Nacional OAN/MDA, Forças Armadas, além dos diversos parceiros do Fome Zero. A experiência e a capilaridade operacional da Conab são fundamentais no apoio logístico demandado pelos diversos programas e ações governamentais. Essa logística tem favorecido o recebimento, a guarda, o transporte e a disponibilização de produtos ou mercadorias para distribuição. No contexto do Fome Zero, tais ações contemplam produtos recebidos em doação de terceiros, incluindo mercadorias e equipamentos apreendidos por órgãos públicos de fiscalização, tais como equipamentos eletrônicos, utensílios, peças de vestuários e brinquedos. Também foram distribuídos materiais de instrução pedagógica, como cartilhas utilizadas em campanhas e atividades de capacitação nas áreas de segurança alimentar e cidadania. A movimentação dessas mercadorias, incluindo sua doação, é definida pelos órgãos gestores, cabendo à Conab as ações operacionais e fiscais decorrentes. Fortalecendo as relações interinstitucionais a Conab participa, também, de ações relativas à ajuda internacional, encaminhando alimentos para o exterior, caso o Governo Federal assim o decida, mediante cestas cuja composição procura respeitar as características alimentares do país beneficiário. A demanda, nesse caso,
é definida nas esferas diplomáticas, e o processo é conduzido pelo Grupo de Trabalho Interministerial sobre Assistência Humanitária Internacional, ficando a entrega sob a responsabilidade do Ministério das Relações Exteriores. Na linha dos programas institucionais, tendo como diferencial o fato de ser um programa de gestão direta da Conab e contar com dotação orçamentária específica, deve ser destacada a Rede de Fortalecimento do Comércio Familiar de Produtos Básicos - Refap, em fase de estruturação, criada com a missão de articular ações que contribuam para a modernização e o fortalecimento do segmento varejista. Essa ação, sob a coordenação da Conab, tem por objetivo proporcionar, ao segmento dos micro e pequenos varejistas, sistemas de gestão comercial que propiciem a qualificação e expansão de seus negócios, mediante suporte técnico, acesso direto a potenciais fornecedores e acesso a capital de giro com taxas diferenciadas, com a perspectiva de oferecer às comunidades mais necessitadas produtos de qualidade a preços compatíveis. Essa ação foi concebida em face da necessidade de se preservar a pluralidade do pequeno comércio varejista, instalado nas periferias das grandes cidades e nas pequenas concentrações urbanas, e ao mesmo tempo garantir a satisfação das demandas das comunidades circunvizinhas, com produtos de qualidade e a preços condizentes com o mercado. Por meio do processo de indução, a Refap estimula o associativismo entre os varejistas filiados, com o propósito de formação das Centrais de Negócios. Encontre em Programas de Abastecimento Social
Ajuda Humanitária Internacional Atendimento Institucional Atendimentos Emergenciais Chamada Pública para Aquisição de Alimentos Distribuição de Cestas de Alimentos Modernização dos Mercados Atacadistas de Hortigranjeiros - Prohort Organização do Comércio Varejista de Pequeno Porte Programa de Vendas em Balcão
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 36
Ajuda Humanitária Internacional
Estratégia que visa, em caráter emergencial, prover de alimentos os países irmãos, acometidos por catástrofes de quaisquer naturezas, particularmente aqueles localizados na América do Sul, Central, Caribe e na África, a título de assistência humanitária internacional, a partir de pedidos pontuais dos seus governos ou por iniciativa brasileira. A Conab atua diretamente na aquisição dos alimentos, armazenagem e participa na logística de distribuição. Tem como gestor a Coordenação-Geral de Ações Internacionais de Combate à Fome (Cgfome) do Ministério das Relações Exteriores – MRE, do Brasil. Atendimento Institucional
Na forma consignada na Portaria Interministerial MAPA/MDS nº 1.128, de 19 de novembro de 2008, a Conab realiza diversificados procedimentos operacionais, visando favorecer o apoio logístico requerido no contexto da Estratégia Fome Zero. Com esse propósito, a Conab recebe, guarda, conserva e transporta mercadorias doadas à Estratégia Fome Zero, abrangendo produtos repassados pela Receita Federal do Brasil e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, decorrentes de apreensões por ilícitos fiscais e ambientais, e alimentos originários de aquisições da Agricultura Familiar, promovendo sua venda por meio de leilão público, com o direcionamento dos recursos auferidos para o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza e/ou distribuição a entidades de interesse social. A destinação das mercadorias recebidas em doação ou venda é definida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, cabendo à Conab adotar os encaminhamentos requeridos. Quanto aos produtos adquiridos de produtores familiares, após o atendimento das demandas para a composição das ―cestas de alimentos‖ destinadas a comunidades específicas, previamente definidas pelo MDS, são canalizados para doação à entidades públicas e às de interesse social, visando suplementar a oferta de alimentos para segmentos carentes da comunidade. Para a doação desses alimentos, são observados os seguintes critérios: · o beneficiário seja órgão público, banco de alimentos ou entidade de interesse social, devidamente identificado na Classificação Nacional
de Atividades Econômicas - CNAE, constante da sua ficha no CNPJ, que executam programas ou ações de suplementação alimentar e nutricional; · a entidade requerente, por meio de representante legal, deve formalizar à superintendência da Conab em seu estado, o seu pedido de doação de alimentos, fazendo uso de formulário próprio; · a quantidade a ser doada é definida em função do número de pessoas assistidas pela entidade beneficiária, considerando a tipificação do comensal e o consumo per capita correspondente, conforme Tabela de Consumo de Alimentos; · o beneficiário deve reunir condições para a retirada do produto doado, no armazém indicado pela Conab, observado o prazo previamente fixado; · o beneficiário, ao receber o produto em doação, deve se comprometer a guardá-lo em condições adequadas, promover sua distribuição no prazo estabelecido e assegurar o seu uso de acordo com os propósitos sociais consignados no seu pleito inicial. Para isso, deve formalizar, no ato de retirada do alimento, declaração pública intitulada ―Compromisso de Conservação Adequada e Uso Social de Produto Doado‖, onde estarão incluídos dados da doação, obrigações do beneficiário e franquia à Conab para vistoriar o depósito, verificar documentação e acompanhar a distribuição e uso do produto doado; · a entidade beneficiária, concluída a utilização do produto recebido em doação, deve apresentar relatório à superintendência da Conab em seu estado, configurando o seu uso social. Atendimentos Emergenciais Visa fornecer, em caráter emergencial, alimentos básicos às comunidades afetadas por adversidades climáticas ou catástrofes de quaisquer naturezas e que ficam submetidas à situação de insegurança alimentar e nutricionais. Tais atendimentos decorrem de deliberações e comandos da Secretaria Nacional de Defesa Civil – Sedec à Conab, que é a executora operacional, tendo como função principal a aquisição dos alimentos e armazenagem e, ainda, contribui na logística de distribuição juntamente com os demais órgãos envolvidos na ação. Chamada Pública para Aquisição de Alimentos
Já é possível aos estados, municípios e órgãos federais da administração direta e indireta comprar alimentos da agricultura familiar por meio de chamadas públicas, com seus próprios recursos financeiros e fazendo uso da dispensa de licitação. O Programa de Aquisição de Alimentos - PAA, criado pelo artigo 19 da Lei nº 10.696, de 02 de julho de 2003, tem como propósito promover o acesso à alimentação, em quantidade, qualidade e regularidade necessárias, das populações em
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 37
situação de insegurança alimentar e nutricional, bem como a inclusão econômica e social, com fomento à produção sustentável, comercialização e ao consumo, por meio do fortalecimento da agricultura familiar. Foi com vistas à otimização das diretrizes do PAA, com a perspectiva de propiciar maior efetividade na participação dos agricultores familiares, a partir da ampliação dos mercados, que o Grupo Gestor do PAA emitiu a Resolução nº 50/2012/GGPAA, que trata das compras institucionais, contribuindo para o aumento de renda para quem produz, o acesso à alimentação adequada e saudável para a população e o fortalecimento da economia da região. Distribuição de Cestas de Alimentos
Trata-se de uma ação governamental integrada que visa garantir, de forma regular, um composto alimentar a grupos populacionais específicos em situação de vulnerabilidade social. São beneficiários as famílias acampadas que aguardam a sua inclusão no Programa Nacional de Reforma Agrária, as comunidades indígenas, quilombolas, presentes em terreiros, atingidas por barragem e pescadores artesanais. A indicação dos beneficiários, em articulação com os seus órgãos representativos, é definida pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. Modernização dos Mercados Atacadistas de Hortigranjeiros - Prohort Tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento e modernização do setor hortigranjeiro nacional, proporcionando maior interação entre os diversos agentes governamentais envolvidos no setor e osintegrantes da cadeia de produção e distribuição, para a melhoria e ampliação das funções dos mercados atacadistas. Os principais enfoques do Prohort são os produtores da agricultura familiar, por meio do incentivo à produção, comercialização e agregação de valor ao produto. É um importante agente indutor para a identificação da origem dos produtos; incentivo à produção local; caracterização e cadastramento de produtores, incentivando-os à comercialização nos mercados atacadistas. A padronização e classificação de produtos, embalagens adequadas, rastreabilidade de
produtos, aredução do uso de defensivos agrícolas, a produção planejada e com uso das boas práticas agrícolas, são iniciativas preconizadas pelo programa que deverão favorecer o consumidor a ter maior acesso a alimentos em volume, qualidade e preços justos. Os instrumentos para o alcance dos objetivos propostos para o Prohort incluem o desenvolvimento e integração dos bancos de dados; universalização das informações; modernização dos processos de gestão; estímulo à agregação de tecnologia à cadeia produtiva; modernização dos serviços de apoio; estímulo à interação dos mercados atacadistas de hortigranjeiros com universidades, órgãos de pesquisa, instituições públicas e privadas e às políticas públicas de abastecimento, segurança alimentar e nutricional; e, a ampliação das funções dos mercados atacadistas de hortigranjeiros, tornando-os locais para a execução e difusão das políticas públicas. O seu público alvo compreende as centrais de abastecimento, entrepostos, mercados do produtor, atacadistas, produtores, varejistas, empresas agrícolas, órgãos públicos, dentre outros. Atua em todo o território nacional, nas localidades onde estão presentes os mercados atacadistas de hortigranjeiros. Os mercados atacadistas interessados em se integrar ao programa deverão entrar em contato com representantes da Conab nas respectivas unidades da federação, para a formalização do Termo de Cooperação Técnica requerido para a adesão, ou pelos telefones 61 3312 2250 / 2298 / 6378. Organização do Comércio Varejista de Pequeno Porte
A Rede de Fortalecimento do Comércio Familiar de Produtos Básicos – Refap, coordenada pela Conab, é uma associação voluntária, reunindo agentes públicos e pequenas unidades varejistas que operam com produtos da linha básica de consumo, com o propósito de empreender ações que contribuam para a modernização e fortalecimento dos empreendimentos comerciais filiados. A função básica da Refap é induzir e promover a disseminação e aplicação de conceitos do associativismo, visando reunir grupos de unidades varejistas em Centrais de Negócios. A sua execução é realizada por meio das unidades operacionais da Conab, instaladas nas diversas Unidades Federativas, contando com a participação e co-participação de: · empreendimentos comerciais de pequeno porte, localizados em áreas que abrigam populações não suficientemente assistidas e que operam com a venda de produtos da linha básica de consumo;
ATUALIDADES
Central de Atendimento: (91) 3278-5713 / 8163-1764 ou pelo site: www.apostilasautodidata.com.br Página 38
· indústrias, cooperativas, distribuidores e produtores, com atuação local, regional ou nacional, que praticam vendas no atacado de produtos, que compõem a linha de comercialização das unidades varejistas filiadas à rede (co-participantes); · entidades públicas e as de interesse social, com atuação nas áreas de capacitação, suporte comercial e crédito (co-participantes).
A expectativa, como impactos diretos, é contribuir para o fortalecimento das unidades varejistas filiadas, a partir da sua expansão e qualificação empresarial apoiadas na cooperação mútua (associativismo); melhoria dos canais de suprimento de produtos básicos às comunidades circunvizinhas, com a oferta de produtos com qualidade e a preços compatíveis com o mercado; e, expansão do comércio local, com reflexo nos níveis de arrecadação e emprego do município. Programa de Vendas em Balcão
Objetiva viabilizar o acesso dos criadores e das agroindústrias de pequeno porte, por meio da venda direta dos estoques públicos de diferentes produtos agrícolas, tais como, milho, arroz em casca, trigo e castanha, entre outros. Tem como clientes os pequenos criadores de aves, suínos, bovinos, caprinos entre outros, incluindo as microagroindústrias de beneficiamento e produção de ração. A Conab se encontra presente em todas as regiões brasileiras quando se faz necessária a sua intervenção para garantir a manutenção das atividades do pequeno criador/produtor rural. Para se habilitar ao Programa, o interessado deverá efetuar o seu cadastro em uma das unidades operacionais da Conab localizadas na sua região ou próxima a ela. Maiores informações poderão ser obtidas diretamente nas Superintendências Regionais da Conab do seu estado, cujos endereços e contatos encontram-se disponíveis neste Portal.