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  • ATLAS Brasil

    ABASTECIMENTO URBANO DE GUA

    PANORAMA NACIONALVOLUME 1

  • O ATLAS Brasil - Abastecimento Urbano de gua, aconsolidao final de estudos desenvolvidos pela ANA -Agncia Nacional de guas desde o ano de 2005, com oobjetivo bsico de analisar a oferta de gua populaourbana brasileira e propor alternativas tcnicas paragarantia do abastecimento aos atuais 5.565 municpiosdo Pas.

    A escassez hdrica de algumas regies e a adversidadedas condies de suprimento de gua populao urbanabrasileira vm sendo objeto de estudos h anos, sem que,at o momento, tenham sido implantadas solues globais,que permitam equacionar em definitivo os frequentesdficits de abastecimento.

    O ATLAS Brasil se insere em um contexto amplo deplanejamento, oferecendo, com detalhes, um portflio deprojetos e obras abrangente e disponibilizando ferramentaadequada para a programao de aes de longo prazo ea identificao de intervenes emergenciais.

    Alm de se constituir em valioso instrumento para atomada de decises, com vistas garantia da oferta degua para o abastecimento de toda a populao urbanado Pas, o ATLAS Brasil contribui tanto para a gestointegrada dos recursos hdricos e compatibilizao de seususos mltiplos, quanto para a racionalizao dosinvestimentos em saneamento.

    Os resultados do ATLAS Brasil esto disponveis na Internet(www.ana.gov.br/atlas) e neste Resumo Executivo,estruturado em dois volumes. O Volume 1 apresenta umasntese dos resultados para todo o Pas e o Volume 2detalha esses resultados por Estado.

  • ATLAS Brasil

    ABASTECIMENTO URBANO DE GUA

    PANORAMA NACIONALVOLUME 1

  • Repblica Federativa do Brasil

    Luiz Incio Lula da Silva

    Presidente da Repblica

    Ministrio do Meio Ambiente

    Izabella Mnica Vieira Teixeira

    Ministra do Meio Ambiente

    Agncia Nacional de guas

    Diretoria Colegiada

    Vicente Andreu Guillo - Diretor-Presidente

    Dalvino Troccoli Franca

    Paulo Lopes Varella Neto

    Joo Gilberto Lotufo Conejo

    Paulo Rodrigues Vieira

    Secretaria-Geral (SGE)

    Mayui Vieira Guimares Scafuto

    Procuradoria-Geral (PGE)

    Emiliano Ribeiro de Souza

    Corregedoria (COR)

    Elmar Luis Kichel

    Chefia de Gabinete (GAB)

    Horcio da Silva Figueiredo

    Auditoria Interna (AUD)

    Edmar da Costa Barros

    Coordenao de Articulao e Comunicao (CAC)

    Antnio Flix Domingues

    Coordenao de Gesto Estratgica (CGE)

    Bruno Pagnoccheschi

    Superintendncia de Planejamento de Recursos Hdricos (SPR)

    Ney Maranho

  • Superintendncia de Planejamento de Recursos Hdricos - SPRBraslia - DF - 2010

    AGNCIA NACIONAL DE GUAS

    ATLAS Brasil

    ABASTECIMENTO URBANO DE GUA

    MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE

    PANORAMA NACIONALVOLUME 1

  • Agncia Nacional de guas (ANA), 2010

    Setor Policial, rea 5, Quadra 3, Blocos B, L, M e T

    CEP: 70610-200, Braslia - DF

    PABX: (61) 2109 5400

    Endereo eletrnico: www.ana.gov.br

    Equipe editorial:

    Superviso editorial: Srgio R. Ayrimoraes Soares, Ada Andreazza,Maria Bernardete Sousa Sender e Lus Eduardo G. Grisotto

    Elaborao e reviso dos originais:Superintendncia de Planejamento de Recursos Hdricos - SPRConsrcio Engecorps/Cobrape

    Cartografia temtica: Christiane Sprl e Filipe Guido Silva

    Projeto grfico e editorao eletrnica: CONAP Consultoria Aplicada

    Capa e tratamento grfico de ilustraes: Vera Lucia Mariotti

    Fotos da capa: Filipe Guido | Banco de Imagens Cobrape;Paulo Spolidorio e Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA;Odair Marcos Faria | Banco de Imagens Sabesp

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

    permitida a reproduo de dados e de informaes contidos nesta publicao,desde que citada a fonte.

    Catalogao na fonte: CEDOC / BIBLIOTECA

    A265a Agncia Nacional de guas (Brasil)

    Atlas Brasil : abastecimento urbano de gua : panorama nacional / AgnciaNacional de guas; Engecorps/Cobrape. Braslia : ANA : Engecorps/Cobrape, 2010.

    2 v. : il.

    ISBN:

    1. recursos hdricos 2. produo de gua 3. gua, abastecimento urbano4. brasil 5. atlas

    I. Agncia Nacional de guas (Brasil) II. Consrcio Engecorps/Cobrape III.Superintendncia de Planejamento de Recursos Hdricos - SPR

    CDU 644.6 (81)(084.4)

  • COORDENAO E ELABORAO

    Agncia Nacional de guas

    Superintendncia de Planejamento de Recursos Hdricos

    Joo Gilberto Lotufo Conejo - Coordenao Geral at jan/2010

    Ney Maranho - Coordenao Geral

    Superintendente de Planejamento de Recursos Hdricos

    Srgio R. Ayrimoraes Soares - Coordenao Executiva

    Superintendente Adjunto

    Ana Catarina Nogueira da Costa SilvaElizabeth Siqueira Juliatto

    Colaboradores

    Joaquim Guedes Corra Gondim FilhoSuperintendente de Usos Mltiplos

    Ricardo Medeiros de AndradeSuperintendente de Implementao de Programas e Projetos

    Srgio Augusto BarbosaSuperintendente de Gesto da Informao

    Francisco Lopes VianaSuperintendente de Outorga e Fiscalizao

    Lus Andr MunizSuperintendente de Administrao, Finanas e Gesto de Pessoas

    Alexandre Lima de F. Teixeira

    Andr Raymundo Pante

    Carlos Alberto Perdigo Pessoa

    Clio Bartole Pereira

    Eduardo de Sousa Camargos

    Fabrcio Bueno da F.Cardoso

    Fernando Roberto de Oliveira

    Fernando Maciel Lima e Souza

    Flvio Soares do Nascimento

    Flvio Hadler Trger

    Grace Benfica Matos

    Humberto Cardoso Gonalves

    Joo Augusto B. Burnett

    Jos Luiz Gomes Zoby

    Letcia Lemos de Moraes

    Luciana Roberta S. da Silva

    Mrcio de Arajo Silva

    Marco Antonio Silva

    Marco Vincius Castro Gonalves

    Marcus Vinicius A. M. de Oliveira

    Roque Teixeira Filho

    Srgio Rodrigues Bernades

    Valdevino Siqueira Campos Neto

    ELABORAO E EXECUOELABORAO E EXECUOELABORAO E EXECUOELABORAO E EXECUOELABORAO E EXECUO

    Consrcio Engecorps/Cobrape

    Danny Dalberson de Oliveira e Carlos Alberto A. de Oliveira Pereira - Coordenao Geral

    Maria Bernardete Sousa Sender e Lus Eduardo G. Grisotto - Coordenao Executiva

    Equipe Principal

    Adauto Justi Foltran

    Alceu Gurios Bittencourt

    Alexandre Nunes Roberto

    Ana Sylvia Zeny

    Andre Schardong

    Carlos Eduardo Curi Gallego

    Ceclia P. Memari

    Chang Hung Kiang

    Daniela A. Cavalcante

    Daniel Henrique Joppi

    Didier Gastmans

    Ferno Paes de Barros

    Francisco J. Lobato da Costa

    Honorio Lisboa Neto

    Jim Ishikawa

    Jos Manoel de Moraes Jr

    Jos Roberto C. Blum

    Luciana C. de Oliveira

    Luiz A. Villaa Garcia

    Luiz Carlos Petelinkar

    Maria Ins M. Persechini

    Mauro Gomes dos Santos Filho

    Mitsuyoshi Takiishi

    Nelson Luis A. Gama Rodrigues

    Paulo Campanrio

    Rafael Fernando Tozzi

    Rubem La Laina Porto

    Sergei Fortes

    Ualfrido Del Carlo Jr.

    Wagner Jorge Nogueira

    Wilton J. S. da Rocha

    Apoio Tcnico

    Adriana L. Carvalho Pinto

    Ana Paula Raimundo

    Bruna Kiechaloski Mir

    Christiane Sprl

    Christian Taschelmayer

    Cristiano Roberto de Souza

    Cristian Vigorena

    Diogo Bernardo Pedrozo

    Eunice Porto Cmara

    Evalda Maria P. Celestino

    Fernando Garcia

    Fabrzia R. Arajo

    Filipe Guido Silva

    Flvia Sayuri Kawaoku

    Girlene Leite

    Humberto Jantim Neto

    Idair Visnadi

    Iuri Machado Nahon

    Jacqueline Lemos

    Janaina Tinoco de Almeida

    Jos David S. Santos Junior

    Juciara Ferreira da Silva

    Marcus Vinicius C. Duarte

    Maria Carolina Leal Polidori

    Nadia Hur

    Nadia Kiyomi Kato

    Nara Gianini Victoria

    Nelma Cristina Mendona

    Pedro Lyra de Toledo e Gazel

    Regina M. M. de Arajo

    Renata A. R. Naves Oliveira

    Renata O. Lobato da Costa

    Renato A. Dias Machado

    Renato Francischinelli

    Robson Klisiowicz

    Rodrigo Pinheiro Pacheco

    Svio Mouro Henriques

    Tarso Jos Tlio

    O presente volume do ATLAS Brasil - Abastecimento Urbanode gua inclui os resultados dos seguintes estudos:Atlas Nordeste (2009), Atlas Regies Metropolitanas (2009)e Atlas Sul (2009), elaborados pelas empresas Engecorps,Cobrape e Geoambiente.

  • PARCEIROS INSTITUCIONAIS

    Ministrio do Meio Ambiente Secretaria de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano - SRHUSilvano Silvrio da Costa - Secretrio

    Ministrio das Cidades Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental - SNSALeodegar da Cunha Tiscoski - Secretrio

    Ministrio da Integrao Nacional Secretaria de Infraestrutura Hdrica- SIHFrancisco Campos de Abreu - Secretrio

    Ministrio da Sade Fundao Nacional de Sade - FUNASAFaustino Barbosa Lins Filho - Presidente

    Ministrio do Planejamento Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratgicos - SPIAfonso Oliveira de Almeida - Secretrio

    Secretaria de Oramento Federal - SOFClia Corra - Secretria

    ACRESecretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais -SEMAServio de gua e Esgotos de Rio Branco - SAERBDepartamento Estadual de gua e Saneamento - DEAS

    AMAPSecretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMACompanhia de guas e Esgoto do Amap - CAESA

    AMAZONASSecretaria de Estado do Meio Ambiente e DesenvolvimentoSustentvel - SDSCompanhia de Saneamento do Amazonas - COSAMAguas do Amazonas S/A

    ALAGOASSecretaria de Estado do Meio Ambiente e dos RecursosHdricos - SEMARHCompanhia de Saneamento de Alagoas - CASAL

    BAHIASecretaria do Meio Ambiente e Recursos Hdricos - SEMARHInstituto de Gesto das guas e Clima - INGEmpresa Baiana de guas e Saneamento - EMBASA

    CEARSecretaria de Recursos Hdricos - SRHCompanhia de Gesto dos Recursos Hdricos - COGERHCompanhia de gua e Esgoto do Cear - CAGECE

    DISTRITO FEDERALSecretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente -SEDUMACompanhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal -CAESB

    ESPRITO SANTOSecretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hdricos -SEAMAInstituto Estadual de Meio Ambiente - IEMACompanhia Esprito-Santense de Saneamento - CESAN

    GOISSecretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hdricos -SEMARHSaneamento de Gois S/A - SANEAGO

    MARANHOSecretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais -SEMACompanhia de Saneamento Ambiental do Maranho - CAEMA

    MATO GROSSOSecretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMACompanhia de Saneamento da Capital - SANECAP

    RIO GRANDE DO SULSecretaria do Meio Ambiente do Estado do RioGrande do Sul - SEMASecretaria de Habitao, Saneamento eDesenvolvimento Urbano - SEHADURCompanhia Riograndense de Saneamento -CORSANDepartamento Municipal de gua e Esgotos -DMAE Porto Alegre

    RONDNIASecretaria de Estado do DesenvolvimentoAmbiental - SEDAMCompanhia de guas e Esgotos de Rondnia -CAERD

    RORAIMAFundao Estadual de Meio Ambiente, Cincias eTecnologia - FEMACTCompanhia de guas e Esgotos de Roraima - CAER

    SANTA CATARINASecretaria de Estado do DesenvolvimentoEconmico Sustentvel - SDSCompanhia Catarinense de guas e Saneamento -CASAN

    SO PAULOSecretaria de Saneamento e Energia do Estado deSo Paulo - SSESecretaria do Meio Ambiente do Estado de SoPaulo - SMADepartamento de guas e Energia Eltrica doEstado de So Paulo - DAEECompanhia de Saneamento Bsico do Estado deSo Paulo - SABESPSociedade de Abastecimento de gua eSaneamento S/A - SANASA Campinas

    SERGIPESecretaria de Estado do Meio Ambiente e dosRecursos Hdricos - SEMARHCompanhia de Saneamento de Sergipe - DESO

    TOCANTINSSecretaria do Desenvolvimento Sustentvel e dosRecursos HdricosInstituto Natureza do Tocantins - NATURATINSCompanhia de Saneamento do Tocantins -SANEATINS

    Servios Autnomos de Saneamento ePrefeituras Municipais dos Estados

    MATO GROSSO DO SULSecretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades,do Planejamento, da Cincia e Tecnologia - SEMACEmpresa de Saneamento do Estado do Mato Grosso doSul - SANESULguas Guariroba S/A

    MINAS GERAISSecretaria de Estado de Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentvel - SEMADInstituto Mineiro de Gesto das guas - IGAMCompanhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA

    PARSecretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMACompanhia de Saneamento do Par - COSANPAServio Autnomo de gua e Esgoto de Belm -SAAEB

    PARABASecretaria de Estado da Cincia e Tecnologia e do MeioAmbiente - SECTMAAgncia Executiva de Gesto das guas do Estado daParaba - AESACompanhia de gua e Esgoto da Paraba - CAGEPA

    PARANSecretaria de Estado do Meio Ambiente e dosRecursos Hdricos - SEMAInstituto das guas do Estado do ParanCompanhia de Saneamento do Paran - SANEPAR

    PERNAMBUCOSecretaria de Recursos Hdricos e Energticos - SRHEAgncia Pernambucana de guas e Clima - APACCompanhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA

    PIAUSecretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais -SEMARguas e Esgotos do Piau S/A - AGESPISA

    RIO DE JANEIROSecretaria de Estado do Ambiente - SEAInstituto Estadual do Ambiente - INEACompanhia Estadual de guas e Esgotos - CEDAE

    RIO GRANDE DO NORTESecretaria de Estado do Meio Ambiente e dosRecursos Hdricos - SEMARHInstituto de Gesto das guas do Estado do Rio Grandedo Norte - IGARNCompanhia de gua e Esgoto do Rio Grande do Norte -CAERN

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    APRESENTAO

    A sustentabilidade e a segurana hdricas so condicionantes ao desenvolvimento econmico esocial do Pas. Enfrentar os srios problemas de acesso gua, que atingem mais severamente apopulao de baixa renda dos pequenos municpios e das periferias dos grandes centros urbanos, fundamental para que se continue avanando no caminho do crescimento ambientalmenteresponsvel. A sucesso de eventos crticos dos ltimos anos, no Brasil e no mundo, reala agravidade desses problemas.

    De fato, a questo a enfrentar no intransponvel, mas tampouco uma tarefa simples. Experinciasbem sucedidas no Pas vm indicando caminhos. Para vencer esses desafios, preciso empenhodos governos no planejamento das aes, na regulao da prestao dos servios pblicos e naspolticas de financiamento necessrias.

    Mas, antes de tudo, preciso conhecer o problema em todas as suas dimenses.

    O ATLAS Brasil, que agora a Agncia Nacional de guas - ANA traz ao pblico interessado -administradores municipais e estaduais, planejadores, pesquisadores, empresrios e cidadosem geral - pretende contribuir nessa direo, apontando alternativas tcnicas e investimentosnecessrios para garantir a oferta de gua para a populao em um horizonte de mais longo prazo.

    O ATLAS Brasil, uma iniciativa indita no Pas, rene informaes detalhadas sobre a situao dos5.565 municpios brasileiros, quanto s demandas urbanas, disponibilidade hdrica dosmananciais, capacidade dos sistemas de produo de gua e aos servios de coleta e tratamentode esgotos. Permite-se, por esse intenso trabalho, verificar os inmeros estrangulamentos, adiversidade e o dinamismo do grau de carncias em todas as regies do Pas e, tambm, oentrecruzamento dos problemas e conflitos vivenciados nos grandes centros urbanos, cuja escalae relevncia so evidentes.

    O ATLAS Brasil prope solues para as demandas presentes e futuras para todas as cidadesbrasileiras, com projees at o ano 2025, sugerindo obras e aes para equacionar os dficitsobservados, quantificando os custos das intervenes e, alm disso, indicando os arranjosinstitucionais mais adequados para a viabilizao tcnica e financeira dos empreendimentos.

    Com isso, assume a condio de ferramenta indispensvel para a tomada de decises e para aracionalizao de investimentos em todo o Pas, inserindo-se em um processo mais amplo deplanejamento e formulao de polticas pblicas, ao qual a ANA, desde a sua criao, tem secomprometido. O ATLAS Brasil complementa esforos anteriores da ANA, que lanou em 2009 aAtualizao do Atlas Nordeste, incluindo todas as sedes urbanas situadas na regio nordestina eao norte de Minas Gerais; o Atlas Regies Metropolitanas, abrangendo os grandes centros urbanosdo Pas, incluindo capitais e cidades com mais de 250 mil habitantes; e o Atlas Sul, compreendendotodos os municpios dos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

    Esse resultado somente foi possvel graas mobilizao de tcnicos experientes que saram acampo para conhecer de perto a realidade em todo o Pas e aos subsdios de instituies federais,estaduais e municipais gestoras de recursos hdricos, de saneamento e de empresas eorganizaes prestadoras desses servios que, durante a fase de elaborao tcnica e aps aconcluso, tomaram conhecimento do contedo e debateram o escopo, a metodologia utilizada eas concluses e projees.

    O ATLAS Brasil encontra-se disponvel na Internet, onde podem ser consultados os resultadossegundo diversos recortes territoriais estudados - Brasil, Estados, Municpios e Bacias Hidrogrficas- ou por reas temticas, apresentados em forma de textos analticos, mapas, quadros e grficos.

    A Agncia Nacional de guas prope a ao articulada e integrada entre Unio, Estados e Municpiose entre os setores de recursos hdricos e de saneamento para o xito das alternativas propostas,das quais depende, em larga medida, a sustentabilidade urbana, econmica e ambiental de nossascidades e, em especial, das principais aglomeraes urbanas brasileiras.

    Eis um grande desafio que se inicia em 2011. O ATLAS Brasil aponta as solues. hora de p-lasem prtica!

    DIRETORIA COLEGIADA

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  • VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    1. Introduo ..................................................................... 111.1 CONTEXTO ...................................................................................... 14

    1.2 OBJETIVOS ....................................................................................... 15

    1.3 PROCESSO DE ELABORAO ......................................................... 15

    2. Distribuio das Demandas ........................................... 172.1 RECORTE TERRITORIAL ................................................................... 20

    2.2 POPULAO ................................................................................... 22

    2.3 DEMANDAS DE GUA ..................................................................... 24

    3. Oferta de gua .............................................................. 273.1 MANANCIAIS ................................................................................... 29

    3.2 SISTEMAS DE PRODUO DE GUA ............................................. 37

    3.3 PRESTADORES DE SERVIOS .......................................................... 40

    4. Avaliao Oferta/Demanda............................................ 43

    5. Investimentos e Estratgias Institucionais ...................... 495.1 PLANEJAMENTO DA OFERTA DE GUA ......................................... 51

    5.2 PLANEJAMENTO DO TRATAMENTO DE ESGOTOS........................ 60

    5.3 IMPLEMENTAO E GERENCIAMENTO DO ATLAS .......................... 62

    6. Concluses e Recomendaes ....................................... 65

    VOLUME 2 - RESULTADOS POR ESTADO

    1. Introduo

    2. Regio Norte

    3. Regio Nordeste

    4. Regio Centro-Oeste

    5. Regio Sudeste

    6. Regio Sul

    SUMRIO

  • 1INTRODUO

    1

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA12

    Pantanal Matogrossense - MSFOTO Paulo Spolidrio | Banco de Imagens ANA

  • 13VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    1 INTRODUO

    O trabalho que a ANA apresenta neste Resumo Executivo fruto de umasequncia de estudos que vm sendo desenvolvidos desde o ano de 2005,e que se iniciaram pela Regio Nordeste, tiveram continuidade com a RegioSul e as Regies Metropolitanas de todo o Pas, e agora incluem a totalidadedo territrio nacional, ampliando e aprimorando a primeira experincia bem-sucedida com o Atlas Nordeste para todos os 5.565 municpios brasileiros.

    Trata-se de um trabalho de grande envergadura, indito e de alta relevnciapara o planejamento dos recursos hdricos e do abastecimento de gua dapopulao brasileira.

    Mediante o diagnstico da disponibilidade hdrica e qualidade da gua dosmananciais e da capacidade operacional dos sistemas de produo, o estudoaponta as melhores opes tcnicas para que as demandas urbanas de guaat 2025 sejam atendidas. Prope, tambm, medidas de proteo dosmananciais e controle da poluio, ao indicar obras de sistemas de coleta etratamento de esgotos.

    O processo de elaborao do ATLAS Brasil foi conduzido por uma equipemultidisciplinar, que mobilizou um conjunto de recursos materiais, financeirose metodolgicos destinados ao atendimento dos objetivos e metasestabelecidos pela ANA. Contou, novamente, com a intensa colaborao deinstituies das esferas federal, estadual e municipal, relacionadas com agesto de recursos hdricos e a prestao de servios de saneamento. Sendoos Estados e municpios os maiores conhecedores das suas prpriasnecessidades, essa cooperao foi mais uma vez decisiva para a seleo dasmelhores alternativas tcnico-econmicas, assegurando-se, adicionalmente,uma convergncia de decises entre as diferentes instncias deplanejamento, incluindo o nvel federal.

    Ao abordar, tambm, os custos das solues propostas e os arranjosinstitucionais mais indicados para viabiliz-las, o ATLAS Brasil se insere emum contexto mais amplo de planejamento, oferecendo, com detalhes, umportflio de projetos e obras abrangente e disponibilizando ferramentaadequada para a programao de aes de longo prazo e a identificao deintervenes emergenciais.

    Com isso, alm de se constituir em valioso instrumento para a tomada de decises, com vistas garantia da oferta de gua, em quantidade suficiente e qualidade adequada, para toda a populaourbana do Pas, o ATLAS Brasil permite um nivelamento tcnico de Estados e Municpios e contribuitanto para a gesto integrada dos recursos hdricos e compatibilizao de seus usos mltiplos,quanto para a racionalizao dos investimentos em saneamento.

    Os resultados do ATLAS Brasil esto disponveis na Internet e podem ser acessados no stio daANA (www.ana.gov.br/atlas), permitindo diversas possibilidades de consulta aos dados,consolidados em diferentes recortes territoriais e por municpio.

    Neste Volume 1, do presente Resumo Executivo, apresenta-se uma sntese dos resultados e dasprincipais concluses do ATLAS Brasil e est estruturado da seguinte forma:

    Captulo 1 Introduo, expondo a contextualizao do trabalho, o detalhamento de seusobjetivos e as etapas constituintes do processo de elaborao dos estudos;

    Captulo 2 Distribuio da Demanda, apresentando um panorama dos recortes territoriaisutilizados para a apresentao dos resultados, as projees de populao e a quantificao dasdemandas de gua para abastecimento urbano at o ano de 2025;

    Captulo 3 Oferta de gua, abordando a disponibilidade hdrica superficial e subterrnea emtodo o territrio nacional, os principais mananciais utilizados e os sistemas produtores de guaexistentes;

    Captulo 4 Avaliao Oferta/Demanda,, apresentando a metodologia adotada e os resultadosconsolidados da avaliao de cada manancial e sistema produtor em face do atendimento dasdemandas hdricas no horizonte do ano de 2015;

    Captulo 5 Investimentos e Estratgias Institucionais, abordando o planejamento da oferta degua e das aes de tratamento de esgotos para a proteo de mananciais, alm das aes paraimplementao, gerenciamento e atualizao do ATLAS;

    Captulo 6 Concluses e Recomendaes, sintetizando as principais concluses obtidas e asrecomendaes decorrentes dos estudos desenvolvidos.

    Barragem do DNOCS - Serra Talhada, PEFOTO Ibir Machado | Banco de Imagens Engecorps

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA14

    1.1 CONTEXTO

    A garantia da oferta de gua para todos os centros urbanos brasileiros deve ser prioritria, pois setrata do atendimento necessidade bsica da populao, e considerada estratgica, tendo emvista as perspectivas de desenvolvimento do Pas. Para enfrentar esse desafio, preciso reconhecere lidar com a grande diversidade geoclimtica, socioeconmica e de distribuio da populao noterritrio nacional e com as consequncias do intenso processo de urbanizao ocorrido nasltimas dcadas.

    Na Regio Nordeste, as grandes pores territoriais caracterizadas por clima semirido possuemmananciais que no oferecem garantia de gua para os vrios tipos de usos dos recursos hdricos,em particular o abastecimento humano. Embora situada em clima tropical mido, a zona litorneado Pas tambm apresenta dficits hdricos, pois composta de bacias de pequeno porte, rioscom baixa vazo mdia e grande contingente populacional.

    Por outro lado, as regies com maior potencial hdrico, como a Amaznica, tambm enfrentamproblemas de abastecimento, relacionados, em grande parte, com a precariedade da infraestruturaexistente. Apesar dos pequenos municpios necessitarem, em geral, de sistemas de abastecimentode gua tecnicamente mais simples, sua operacionalizao nem sempre facilitada, em funode dificuldades institucionais e limitaes econmico-financeiras para sua viabilizao.

    Nas regies com maior dinamismo econmico e produtivo, como no caso das regiesmetropolitanas, o desafio do abastecimento est relacionado com a frequente utilizao de fonteshdricas comuns, que resulta em conflitos pelo uso da gua, de ordem quantitativa e qualitativa.Alm disso, o aproveitamento dos mananciais para o abastecimento dos grandes aglomeradosurbanos se d, usualmente, por meio de sistemas integrados, que atendem de forma simultneae interligada vrias sedes municipais, resultando em maior complexidade para o planejamento,execuo e operao da infraestrutura hdrica e exigindo grande volume de investimentos. Essaconfigurao tambm a alternativa para o abastecimento de grande nmero de cidades naregio Semirida do Pas, assim como o emprego de solues de carter regional, direcionadasno s para o abastecimento urbano como para o atendimento de outras demandas setoriais.

    Em resumo, a despeito dos esforos j empreendidos para o abastecimento de gua no Pas, assituaes a superar, para se atingir o estgio de garantia hdrica, podem ser caracterizadas pelosseguintes aspectos crticos:

    Oferta de gua em quantidade insuficiente para o atendimento da demanda, devido distribuio espacial irregular dos recursos hdricos, baixa produo hdrica de mananciaisutilizados em perodos de estiagem, e deficincia de investimentos para aproveitamento denovos mananciais;

    Abastecimento intermitente, provocado pela produo de gua emquantidades inferiores s demandas, em funo da precariedade edeteriorao dos sistemas de captao, aduo e tratamento de gua e deelevados ndices de perdas;

    Ocorrncia de guas poludas devido, em grande parte, inexistnciaou ineficincia de sistemas de coleta e tratamento de esgotos sanitrios ede outras medidas de proteo de mananciais, com implicaes negativaspara o atendimento da demanda por gua para diversos usos, em particularo abastecimento humano;

    Conflitos existentes e potenciais pelo uso da gua, associados amananciais e sistemas que atendem a mais de um municpio ou setorusurio e que, normalmente, abrangem transferncias hdricas entre baciashidrogrficas, cujo processo de planejamento e tomada de deciso requerestratgias diferenciadas e aes coordenadas para a viabilizao deempreendimentos e recursos.

    Devido interdependncia da gesto de recursos hdricos com as alternativasde abastecimento promovidas pelo setor de saneamento, um tratamentoabrangente e integrado necessrio para o encaminhamento de propostasde forma articulada entre as instncias federal, estaduais e municipais,possibilitando, assim, a convergncia de esforos, a otimizao de projetos ea racionalizao dos investimentos. Nesse sentido, a coordenao do ATLASBrasil pela ANA respaldada por uma de suas atribuies legais (Lei Federaln. 9.984/00, Art. 4, inciso XI), que justamente a de promover a elaboraode estudos para subsidiar a aplicao de recursos financeiros da Unio emobras e servios de regularizao de cursos dgua, de alocao e distribuiode gua, e de controle da poluio hdrica, em consonncia com o estabelecidonos planos de recursos hdricos.

    Diante desse contexto, os estudos do ATLAS Brasil focaram a avaliao e aproposio de mananciais (superficiais e subterrneos) e de sistemas deproduo de gua, considerando as unidades de captao, aduo (gua brutae eventualmente tratada) e tratamento, destinadas ao transporte de guadesde o manancial at as unidades de reservao e distribuio de guapotvel para as 5.565 sedes municipais analisadas.

  • 15VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    1.2 OBJETIVOS

    O ATLAS Brasil possui os seguintes objetivos gerais:

    Avaliar a disponibilidade hdrica e a qualidade da gua dos mananciaisatuais e definir os futuros mananciais a serem utilizados para a garantia daoferta de gua para o abastecimento de todas as sedes urbanas brasileirasat 2025;

    Avaliar a infraestrutura hdrica existente e propor o conjunto de alternativastcnicas e os investimentos necessrios em obras de produo de gua eaes de gesto para o pleno atendimento das demandas urbanas degua at 2025.

    Adicionalmente, os seguintes objetivos especficos podem ser destacados:

    Promover o diagnstico detalhado das condies de oferta de gua detodos os municpios brasileiros, a partir da avaliao dos mananciaisutilizados e dos sistemas de produo de gua, resultando na identificaoda necessidade de investimentos para a superao de dficits atuais efuturos;

    Indicar as principais obras e aes de gesto, com base na anlise doplanejamento e de projetos preexistentes e na concepo de alternativastcnicas, para o aproveitamento de novos mananciais e adequaes desistemas produtores;

    Indicar aes em coleta e tratamento de esgotos voltadas para a proteoou recuperao da qualidade da gua dos mananciais utilizados para oabastecimento humano;

    Fomentar a organizao de estratgias, mecanismos e arranjosinstitucionais destinados viabilizao de projetos, implementao dainfraestrutura hdrica e sustentabilidade hdrica e operacional das aespropostas;

    Assegurar amplo acesso ao portflio de alternativas tcnicas e demaisresultados do ATLAS, por meio da publicao dos dados em stio especficona Internet, que pode ser consultado pelo website da ANA;

    Contribuir na formulao de polticas pblicas, planos e programasrelacionados com o fortalecimento dos sistemas de planejamento e gestode recursos hdricos e de saneamento, amparados pelas informaes einstrumentos disponibilizados no ATLAS;

    Criar mecanismos informatizados para que os estudos ora concludospossam ser permanentemente atualizados, possibilitando o gerenciamentodas aes propostas ao longo do tempo.

    1.3 PROCESSO DE ELABORAO

    Rio Preguias - Cabur, MAFOTO Banco de Imagens Engecorps

    A elaborao dos estudos do ATLAS Brasil teve por pressuposto bsico a interao com os Estadose municpios, durante todo o trabalho, desde a fase de coleta de dados at a etapa de identificaoe consolidao de alternativas tcnicas.

    Mediante a realizao de centenas de reunies com representantes dos rgos federais, estaduaise municipais responsveis pelos setores de recursos hdricos e saneamento, com o envolvimentode mais de 1.180 dirigentes e tcnicos, assegurou-se a necessria convergncia de decisesentre as instncias de planejamento federal, estadual e municipal e, ao mesmo tempo, a integraodesejada entre a gesto do uso da gua e o abastecimento populacional urbano.

    No mbito federal, destaca-se o envolvimento e articulao com o Ministrio das Cidades (SecretariaNacional de Saneamento Ambiental), Ministrio da Integrao Nacional (Secretaria de InfraestruturaHdrica e DNOCS) e FUNASA, executores das aes de saneamento, alm do Ministrio doPlanejamento e Casa Civil.

    Do ponto de vista dos recursos hdricos, a participao dos rgos gestores estaduais e de Comitse Agncias de Bacias Hidrogrficas garantiu acesso aos dados hidrolgicos e de qualidade dagua, ao planejamento e s informaes sobre usos da gua e outorgas. Alm disso, permitiu arealizao de anlises mais consistentes sobre o uso racional da gua, a compatibilizao de usosmltiplos e o aproveitamento mais adequado dos mananciais.

    Em funo dos objetivos do ATLAS, os prestadores de servios de saneamento, em nvel municipalou estadual, tiveram papel central na caracterizao dos sistemas de produo de gua, naconsolidao do diagnstico e na orientao do planejamento para o equacionamento da ofertade gua.

    De modo geral, a elaborao desse trabalho conjunto, coordenado pela Superintendncia dePlanejamento de Recursos Hdricos da ANA, compreendeu a realizao de quatro grandes blocosde atividades:

    Oferta de gua e demandas, compreendendo estudos de projees demogrficas eestimativa de demandas; coleta e anlise de dados relacionados com os mananciais e unidadesdos sistemas de produo de gua; anlise e desenvolvimento de estudos hidrolgicos ehidrogeolgicos detalhados para definio de disponibilidades hdricas; e consolidao doquadro atual da oferta de gua em cada sede municipal;

    Diagnstico, incluindo o balano hdrico dos mananciais e a avaliao da capacidade dossistemas produtores de gua em face das demandas previstas, resultando na identificao denecessidades de investimentos;

    Planejamento, definido em conjunto com os parceiros institucionais, compreendendo a anlisede estudos e projetos preexistentes e a avaliao e seleo de alternativas tcnicas, comrespectivos custos, para o aproveitamento de novos mananciais e adequao de sistemas deproduo de gua; nesse bloco, foram definidas tambm aes de coleta e tratamento deesgotos voltadas para a proteo dos mananciais;

    Estratgias de Implementao, apresentando recomendaes para viabilizao dos projetose para financiamento das intervenes previstas no portflio de obras e investimentos resultantedo desenvolvimento das atividades.

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA16

    Em cada etapa, estudos tcnicos de apoio foram desenvolvidos com base em metodologiasespecficas, tendo como suporte para a sistematizao dos dados e realizao das anlisesnecessrias um Banco de Dados Georreferenciado e um Sistema de Informao Geogrfica - SIG.O SIG Atlas, modelado e concebido originalmente para os estudos, foi sendo carregado eaperfeioado ao longo dos trabalhos.

    Por fim, ressalta-se a importncia de nova etapa que se inicia com a publicao dos resultados doATLAS Brasil, e que consiste no esforo para a viabilizao dos projetos e implementao dasobras propostas. Nesse esforo, a ser estruturado por amplo arranjo institucional, esto previstastambm estratgias para continuidade dos estudos, atualizao de dados e monitoramento dasaes empreendidas, com a participao ativa dos parceiros institucionais, sendo o ATLAS Brasil,portanto, um trabalho que se prolonga para alm das etapas j concludas.

    PRINCIPAIS ESTUDOS DE APOIO

    Demandas hdricas - projees de populao at 2025 e estimativade demandas hdricas para abastecimento urbano, medianteemprego de valores per capita regionalizados

    Estudos de Hidrologia - levantamento, estimativa e consistnciadas disponibilidades hdricas de cursos dgua perenes e audes;utilizao de estudos existentes de regionalizao de vazes

    Estudos de Hidrogeologia - avaliao das potencialidades hdricasdos aquferos, reservas reguladoras e reservas explotveis, pormunicpio

    Metodologia de avaliao de mananciais - determinao deprocedimentos para a realizao do balano hdrico por manancial eestabelecimento de indicadores para avaliao da qualidade da guabruta

    Metodologia de avaliao de sistemas produtores - determinaode critrios de engenharia para estimativa da capacidade atual dossistemas e de procedimentos para realizao do balano entre essacapacidade e as demandas associadas a cada sistema

    Tratamento de esgotos - estabelecimento de critrios de qualidadeda gua para seleo de municpios que necessitam deinvestimentos para proteo de mananciais

    Estimativa de investimentos - elaborao de curvas de custosparamtricas para as principais unidades dos sistemas de produode gua e emprego de ndices per capita para coleta e tratamentode esgotos

    Modelagem institucional - estabelecimento de modelo de gestoe de estratgias para implementao das aes do ATLAS

    Sistema de Informaes - especificao de requisitos, modelageme desenvolvimento do Banco de Dados, e do SIG Desktop (Mdulosde Cadastro, Diagnstico e Alternativas) e aperfeioamento do SIGWeb para publicao de informaes do ATLAS na Internet

    ETAPAS DEELABORAO DOATLAS BRASIL

  • 17VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    2DISTRIBUIO DAS DEMANDAS

    2

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA18

    Lagoa Rodrigo de Freitas - Rio de Janeiro, RJFOTO Luiza Reis

  • 19VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    2 DISTRIBUIO DAS DEMANDAS

    O territrio brasileiro, com extenso de 8,5 milhes de km2 est organizado em cincoRegies Geogrficas, que abrigam 27 Unidades da Federao e um total de5.565 municpios. De acordo com os estudos do ATLAS Brasil, a populao urbana do Passer de 196 milhes de habitantes em 2025.

    Dotado de grande variabilidade climtica, de distintos ecossistemas e de uma gama decaractersticas que se estendem desde regies semiridas Amaznia, com seu fartopotencial de recursos hdricos, o Brasil apresenta condies das mais diversas, tanto noque se refere distribuio territorial da populao quanto aos seus indicadoressocioeconmicos.

    Enquanto a Regio Metropolitana de So Paulo possui uma populao prxima a 20 milhesde habitantes, concentrada em uma rea de pouco mais de 10 mil km2, municpios daRegio Norte, como Atalaia do Norte, localizado no Estado do Amazonas, apresentamdensidade demogrfica extremamente rarefeita, inferior a 0,15 hab./km2.

    Esse panorama global se reflete em demandas mdias de gua da populao urbana queapresentam tambm enorme variabilidade - de 298 m3/s na Regio Sudeste a 44 m3/s naRegio Centro-Oeste, no ano de 2025 -, alm de expressivas diferenas nos padres dequalidade dos mananciais, muitos deles, especialmente aqueles localizados junto aosmaiores aglomerados urbanos, comprometidos pelo lanamento de grandes volumes deefluentes domsticos e industriais.

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    Represa Guarapiranga - So Paulo, SPFOTO Odair Marcos Faria | Banco de Imagens Sabesp

    Regio rea Unidade da N de Total deGeogrfica mil km2 Federao Municpios Municpios

    Acre 22Amap 16Amazonas 62

    NORTE 3.870 Par 143 449Rondnia 52Roraima 15Tocantins 139

    Alagoas 102Bahia 417Cear 184Maranho 217

    NORDESTE 1.560 Paraba 223 1.794Pernambuco 185Piau 224Rio Grande do Norte 167Sergipe 75

    Distrito Federal 1CENTRO-OESTE 1.610 Gois 246 466

    Mato Grosso 141Mato Grosso do Sul 78

    Esprito Santo 78SUDESTE 927 Minas Gerais 853 1.668

    Rio de Janeiro 92So Paulo 645

    Paran 399SUL 577 Rio Grande do Sul 496 1.188

    Santa Catarina 293

    BRASIL 8.544 5.565

    ESTADOS E MUNICPIOS NA ABRANGNCIA DO ATLAS BRASIL

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA20

    Mossor - RNFOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA

    2.1 RECORTE TERRITORIAL

    Para efei tos da gesto dos recursos hdricos, o Brasil est dividido em12 Regies Hidrogrficas, formadas por inmeras bacias hidrogrficas, com delimitao fsicadefinida naturalmente, pelos divisores topogrficos de guas.

    Tais divisores naturais, contudo, nem sempre coincidem com as fronteiras entre municpios,Estados e Regies Geogrficas, resultando em distintos recortes para embasar o disciplinamentodo uso dos recursos hdricos: enquanto os instrumentos de gerenciamento de recursos hdricosestabelecidos pela Poltica Nacional de Recursos Hdricos, tais como os planos, a outorga e acobrana pelo uso da gua operacionalizam suas aes no mbito das bacias hidrogrficas, o setorde saneamento atua ao nvel do municpio ou de conjuntos de municpios.

    Dessa forma, os estudos hidrolgicos realizados pelo ATLAS para diagnstico das disponibilidadeshdricas e anlise da oferta de gua dos mananciais, em face das demandas decorrentes demltiplos usos dos recursos hdricos, foram desenvolvidos por bacia hidrogrfica e considerarama rea de drenagem de cada ponto de captao. J a fase de planejamento e indicao de alternativastcnicas teve por foco o recorte municipal.

    Considerando que as propostas do ATLAS Brasil esto dirigidas diretamente aos municpios quesero beneficiados, e que as aes decorrentes para implantao das obras previstas passaro,necessariamente, por um arranjo poltico-institucional que recair na tomada de decises objetivase na alocao de recursos financeiros por parte da Unio, de Estados e municpios, optou-se porapresentar os resultados do ATLAS agregados primeiramente por Regies Geogrficas,desdobrando-os, em sequncia, nos Estados e municpios que as compem.

    Tal estratgia possibilita, ao mesmo tempo, uma viso global das concluses do ATLAS Brasil aonvel do Pas, e uma anlise detalhada por parte dos Estados e municpios, atendendo aos interessesespecficos dos beneficirios. Adicionalmente, de forma a orientar polticas pblicas especficas,dois outros recortes territoriais receberam destaque no desenvolvimento do ATLAS: a regiosemirida, tendo sido objeto de ateno desde a primeira verso do Atlas Nordeste, e os principaisaglomerados urbanos do Pas, focados originalmente no Atlas Regies Metropolitanas.

    Participao das Regies noTotal de Municpios do Brasil

    Participao das Regies narea Total do Brasil

  • 21VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    CAPITAIS E PRINCIPAIS AGLOMERADOS URBANOS

    As Capitais dos Estados so, naturalmente, importantes centros urbanos. Atualmentea maioria dessas cidades sede de Regio Metropolitana ou Regio Integrada deDesenvolvimento - RIDE, incluindo todas as capitais das Regies Nordeste (Aracaju,Fortaleza, Joo Pessoa, Macei, Natal, Recife, Salvador, So Lus e Teresina), Sudeste(Belo Horizonte, Rio de Janeiro, So Paulo e Vitria) e Sul (Curitiba, Florianpolis ePorto Alegre), alm de Belm, Manaus, Macap, Goinia, Braslia-DF e Cuiab. Asexcees so Boa Vista, Porto Velho, Rio Branco, Palmas e Campo Grande.

    Alm das capitais estaduais e municpios do seu entorno, outras reas, pelas suascaractersticas de centro populacional, tambm integram o rol de RegiesMetropolitanas, tais como as regies de Campinas e a Baixada Santista, no Estado deSo Paulo. No total, de acordo com dados de 2010, o Brasil possui 36 RegiesMetropolitanas e trs Regies Integradas de Desenvolvimento, distribudas em todasas Regies Geogrficas do Pas, nem todas, porm, compostas por municpiosconurbados formadores efetivamente de uma nica rea urbana.

    No ATLAS Brasil, foram adotados como principais aglomerados urbanos do Pas, asRegies Metropolitanas e RIDEs com adensamento mais expressivo, cujos ncleosurbanos possuem populao superior a um milho de habitantes, alm de todas asCapitais dos Estados e respectivas Regies Metropolitanas. Essas cidades,caracterizadas por elevada densidade demogrfica, notrio dinamismo econmico eimportncia estratgica, concentram os mais complexos desafios de ordem tcnica,econmica, ambiental e institucional para a garantia do abastecimento de gua, emquantidade e qualidade satisfatrias.

    O SEMIRIDO

    No Brasil, o Semirido abrange os Estados de Alagoas, Bahia, Cear, Minas Gerais,Paraba, Pernambuco, Piau, Rio Grande do Norte e Sergipe, ocupando uma rea de977 mil km2. Compreende 1.133 municpios e abriga uma populao de 20 milhesde habitantes, correspondente a 12% da populao brasileira. Desses 20 milhes,aproximadamente 56% encontram-se na rea urbana, enquanto 44% na zona rural.

    O Semirido apresenta reservas insuficientes de gua em seus mananciais,temperaturas elevadas durante todo o ano, baixas amplitudes trmicas, da ordem de2 a 3C, forte insolao e altas taxas de evapotranspirao. Os totais pluviomtricosso irregulares e inferiores a 900 mm; normalmente, so superados pelos elevadosndices de evapotranspirao, resultando em taxas negativas no balano hdrico.

    Trata-se, portanto, de um territrio vulnervel, em que a irregularidade interanual daschuvas pode chegar a condies extremas, representadas por frequentes e longosperodos de estiagem. Esses perodos crticos tm sido os maiores responsveis pelohistrico xodo de grande parte da sua populao.

    REGIES GEOGRFICAS

    REGIES HIDROGRFICAS

    OCEANO ATLNTICO

    OCEANO ATLNTICO

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA22

    Participao dos Estados na Populao Urbana de cada Regio Geogrfica e das Regies Geogrficas no Total da Populao Urbana Nacional - 2025

    PROJEES DEMOGRFICAS DA POPULAO URBANA, POR GRUPOS DE MUNICPIOS

    * Ano referncia para as projees | N: Norte, NE: Nordeste, CO: Centro-Oeste, SE: Sudeste, S: Sul

    Grupo Populao urbana (milhes de habitantes)

    2000* 2005 2015 2025Regies Geogrficas N NE CO SE S N NE CO SE S N NE CO SE S N NE CO SE S

    Municpios com populao urbanasuperior a 250 mil habitantes 3,6 12,1 4,8 35,5 5,8 4,0 13,1 5,4 37,8 6,5 5,0 14,7 6,5 42,3 7,5 5,9 15,8 7,4 45,2 8,2(77 sedes municipais)

    Municpios com populao urbanaentre 50 a 250 mil habitantes 2,1 6,6 1,9 16,9 7,0 2,4 7,4 2,1 18,5 7,5 3,2 8,8 2,7 21,5 8,6 3,8 9,9 3,1 23,7 9,4(335 sedes municipais)

    Municpios com populao urbana 3,3 14,3 3,4 13,3 7,6 3,8 16,8 3,7 14,4 8,0 5,2 20,8 4,5 16,7 9,3 6,3 23,6 4,9 18,4 10,2< 50 mil habitantes (5.153 sedes)

    POPULAO URBANA TOTAL 9,0 33,0 10,1 65,7 20,4 10,2 37,3 11,2 70,7 22,0 13,4 44,3 13,7 80,5 25,4 16,0 49,3 15,4 87,3 27,8

    2.2 POPULAO

    No Brasil, a grande maioria da populao est concentrada nas reas urbanas, que abrigam 84% dapopulao total, segundo os primeiros resultados do Censo de 2010.

    Para possibilitar a estimativa das demandas hdricas da populao urbana brasileira, o ATLAS Brasilrealizou projees demogrficas, com base nos dados do Censo do IBGE de 2000 e nas projeesadotadas, em 2003, pelo Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, no Estudo deAtualizao do Portflio de Investimentos dos Eixos Nacionais de Integrao e Desenvolvimento(perodo 2004-2011), que continha os dados mais atuais quando da elaborao da primeira versodo Atlas (Atlas Nordeste) entre 2004 e 2005.

    Desse estudo, foram obtidas taxas de crescimento da populao urbana que, aplicadas sobre osdados do ano 2000, permitiram identificar contingentes para a populao do ano de 2005 e para oshorizontes de curto (2015) e mdio prazo (2025), alm de diferentes tendncias de comportamentodo crescimento populacional.

    As projees demogrficas resultantes foram compatibilizadas com estudos de projeo depopulao disponveis em cada Estado, para cidades, regies ou bacias hidrogrficas especficase atualizadas com base em levantamentos mais recentes do IBGE.

    Verifica-se que uma expressiva parcela da populao urbana est concentrada em municpios compopulao superior a 250 mil habitantes. Esse universo, localizado predominantemente nas RegiesMetropolitanas e na regio litornea, corresponde a um total de 77 sedes municipais, representandocerca de 42% da populao total projetada para o ano de 2025.

    Por outro lado, o conjunto de municpios com populao inferior a50 mil habitantes tambm representa uma parcela importante da populaototal (32%) no mesmo horizonte, estando distribuda em 5.153 sedes urbanas(93% do total). Os restantes 26% da populao, no mesmo ano de 2025,correspondem parcela residente em municpios com populao entre50 mil e 250 mil habitantes, representada por 335 sedes.

    Essa configurao estabelece um dos maiores desafios do ATLAS, que ,justamente, identificar alternativas para garantia de abastecimento de guatanto para um expressivo contingente populacional, concentrado em umnmero reduzido de cidades de grande porte (principais aglomeradosurbanos), como para um conjunto significativo de pequenas cidades dispersasem todo o territrio nacional.

  • 23VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    POPULAO TOTAL DOS MUNICPIOSBRASILEIROS EM 2025

    OCEANO ATLNTICO

    Evoluo da Populao Urbana por Regio - 2000/2025

    Municpios com populao urbana superiora 250 mil habitantes (128 sedes)Municpios com populao urbana entre50 e 250 mil habitantes (433 sedes)Municpios com populao urbana inferior a50 mil habitantes (5.004 sedes)

    Capitais e principais aglomerados urbanos

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA24

    2.3 DEMANDAS DE GUA

    De posse das projees demogrficas, as demandas para abastecimento da populao urbanaforam calculadas aplicando-se populao de cada sede municipal valores per capita de guacaptada, obtidos a partir do cruzamento de dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico, doCenso 2000 do IBGE e do Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento.

    Nos casos em que estavam disponveis estudos de demandas hdricas realizados pelas entidadesresponsveis pelos sistemas de abastecimento de gua ou em planos de recursos hdricos(especialmente aqueles elaborados ou coordenados pela ANA), essas demandas foram avaliadasno mbito do ATLAS, por se tratar de informaes mais especficas e, em grande parte, obtidas apartir de dados operacionais. Aps avaliao de cada caso especfico, os ajustes pertinentes forampromovidos de forma a garantir maior compatibilidade entre os estudos e as estimativas dedemandas existentes.

    As demandas hdricas para outros usos, tais como irrigao e indstria foram obtidas de cadastrosdisponveis nos Estados e na prpria ANA e consideradas quando do balano hdrico dos mananciaisanalisados.

    Segundo as projees do ATLAS, as demandas hdricas mdias e mximas para abastecimentopopulacional urbano alcanam valores totais para o Pas, respectivamente, de 630 m3/s e695 m3/s, no ano de 2025, com destaque s Regies Sudeste e Nordeste, seguidas pelas RegiesSul, Norte e Centro-Oeste.

    Participao Estadual na Demanda Mdia Total - Abastecimento Urbano - nas Regies Geogrficas e das Regies Geogrficas na Demanda Mdia Total Nacional - 2025

    DEMANDAS DE GUA PARA ABASTECIMENTO URBANO

    O valor per capita corresponde ao volume diriode gua bruta captada no manancial por habitante(L/hab.dia). Para a quantificao das demandashdricas para abastecimento humano, adotaram-se per capitas realistas, determinados com baseno padro de consumo de gua nos municpiosda rea estudada agregados de acordo com asfaixas populacionais.

    O conjunto de valores per capita de cadamunicpio foi tratado estatisticamente,permitindo a excluso de dados inconsistentes,com exceo dos municpios com populaomuito superior mdia, cujos dados foram tratados separadamente. Como resultado desse trabalho,foram definidos valores por faixas populacionais. Os per capitas adotados, por serem dados devolume de gua captada, incluram as perdas do sistema de abastecimento de gua como um todo,consideradas em torno de 40%. Esses valores mdios foram ajustados quando da existncia dedados mais especficos fornecidos pelas prestadoras de servios de saneamento.

    As Regies Sudeste e Nordeste, juntas, respondem por 71% de toda ademanda projetada para o ano de 2025, concentrando 62% de todos osmunicpios do Pas.

    Estima-se que, do ano 2005 ao ano 2025, as demandas mdias paraabastecimento da populao urbana brasileira devero ter um crescimentoem torno de 28%.

    Evoluo da Demanda Urbana Mxima - 2005/2025

    Ano Demanda por Regio Geogrfica (m3/s) Total Brasil

    Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul (m3/s)

    2005 34 115 33 247 65 494

    2015 45 136 39 275 75 570

    2025 54 151 44 298 83 630

    DEMANDAS MDIAS PARA ABASTECIMENTO URBANO

  • 25VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    DEMANDA DE GUA PARA

    ABASTECIMENTO URBANO EM 2025

    OCEANO ATLNTICO

    superior a 400 (220 sedes)

    de 50 a 400 (1.183 sedes)

    de 20 a 50 (1.414 sedes)

    inferior a 20 (2.748 sedes)

    Capitais e principais aglomerados urbanos

    DEMANDA URBANA MDIA - L/s

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA26

  • 27VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    3OFERTA DE GUA

    3

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA28

    Represa de Piracaia - SPFOTO Toms May | Banco de Imagens ANA

  • 29VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    3 OFERTA DE GUA

    3.1 MANANCIAIS

    A populao urbana brasileira abastecida tanto por guas superficiais comopor guas subterrneas. A maior ou menor intensidade do uso dessesmananciais depende da localizao das demandas e da oferta de guadisponvel, em quantidade e qualidade, alm da capacidade tcnica, financeirae institucional para o melhor aproveitamento dos recursos hdricos.

    A anlise da disponibilidade hdrica dos mananciais compreendeu umaabordagem abrangente da hidrologia superficial e da hidrogeologia em todoterritrio nacional, de forma a caracterizar a ampla variabilidade e a distribuiodesigual dos recursos hdricos no Pas, alm de um enfoque mais restrito doponto de vista espacial, em que se buscou uma avaliao mais detalhada decada manancial atualmente explorado e dos mananciais potencialmenteutilizves para o abastecimento urbano.

    DISPONIBILIDADE HDRICA SUPERFICIAL

    O Brasil um dos pases mais ricos em recursos hdricos superficiais do planeta, com vazesmdias geradas em territrio brasileiro que totalizam quase 180 mil m3/s. A disponibilidade hdricatotal de guas superficiais do Pas, computada pelas vazes com 95% de permanncia, daordem de 91 mil m3/s, considerando o somatrio dos escoamentos contribuintes at o exutriode todas as Regies Hidrogrficas brasileiras.

    Contudo, a grande variabilidade climtica que caracteriza o Brasil se reflete em uma distribuioterritorial bastante desigual dos recursos hdricos disponveis, verificando-se extremos: enquantoa regio de maior escassez de gua (Regio Hidrogrfica Atlntico Nordeste Oriental, que abrangeo Rio Grande do Norte e a Paraba, alm de boa parte do Cear, Pernambuco, Alagoas e pequenotrecho do Piau) apresenta disponibilidade hdrica inferior a 100 m3/s, na Regio HidrogrficaAmaznica, a disponibilidade hdrica extremamente elevada, alcanando vazes da ordem de74 mil m3/s.

    Essa regio, que abrange os Estados do Amazonas, Amap, Acre, Rondnia e Roraima, e grandeparcela do Par e do Mato Grosso, concentra 81% da disponibilidade de recursos hdricos brasileirosem 45% da extenso territorial do Pas. A outra metade do Pas, portanto, responsvel pormenos de 20% de todos os recursos hdricos superficiais disponveis.

    O desafio do ponto de vista do abastecimento de gua consiste no fato da populao brasileiraestar concentrada justamente nas regies em que a oferta de gua mais desfavorvel.

    Com efeito, considerando que boa parte da populao est situada nas regies litorneas (45% dapopulao urbana do Pas), as Regies Hidrogrficas do Atlntico (Leste, Nordeste Ocidental,Nordeste Oriental, Sudeste e Sul), juntas, so responsveis por apenas 3% da disponibilidadehdrica. A Regio Hidrogrfica do Paran, que concentra 36% da populao urbana do Pas, dispede apenas 6% dos recursos hdricos superficiais disponveis.

    Do ponto de vista local, a disponibilidade hdrica de cada manancial superficial foi avaliada combase em estudos hidrolgicos preexistentes ou determinada a partir de metodologia padroutilizando o SIG Atlas. comum, para compensar balanos hdricos negativos ou para melhoraproveitamento dos recursos hdricos disponveis, o emprego de reservatrios de regularizao,principalmente no abastecimento dos grandes centros urbanos e na regio semirida.

    Os reservatrios exercem um efeito regularizador das vazes naturais, ao acumular parte dasguas disponveis nos perodos chuvosos, de forma a atenuar eventuais deficincias nos perodosde estiagem. So, tambm, as principais fontes hdricas para a transferncia de vazes entrebacias hidrogrficas. Em funo da particularidade dos reservatrios do Semirido e da hidrologiada regio, foram realizados estudos especficos para a estimativa da vazo regularizada dessesaudes, que possuem uma capacidade total de armazenamento superior a 33 mil hm3

    (desconsiderando o volume dos reservatrios operados pelo setor eltrico).

    A Bacia Amaznica compreende ainda uma rea de 2,2 milhes de kmem territrio estrangeiro, que contribui com adicionais 86.321 m3/s emtermos de vazo mdia.

    Da mesma forma, a bacia do rio Uruguai possui 37 mil km em territrioestrangeiro, contribuindo com 878 m3/s em termos de vazo mdia, e abacia do rio Paraguai, com rea de 118 mil km localizada em outrospases, aporta outros 595 m3/s em termos de vazo mdia.

    DISPONIBILIDADE HDRICA DAS REGIES HIDROGRFICASRegio Hidrogrfica Vazo mdia Disponibilidade hdrica*

    m3/s Q95

    - m3/s

    Amaznica 132.145 73.748

    Tocantins-Araguaia 13.799 5.447

    Atlntico Nordeste Ocidental 2.608 320

    Parnaba 767 379

    Atlntico Nordeste Oriental 774 91

    So Francisco 2.846 1.886

    Atlntico Leste 1.484 305

    Atlntico Sudeste 3.162 1.109

    Atlntico Sul 4.055 647

    Paran 11.414 5.792

    Uruguai 4.103 565

    Paraguai 2.359 782

    BRASIL 179.516 91.071

    * A disponibilidade hdrica equivale vazo com permanncia de 95% e, no caso dapresena de reservatrios, vazo regularizada acrescida do incremental de Q95

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA30

    DISPONIBILIDADE HDRICA SUPERFICIAL

    O conceito de disponibilidade hdrica superficial empregado se refere quantidade de guadisponvel no manancial associada a uma probabilidade de ocorrncia. Desse modo, adisponibilidade em determinada seo de um curso dgua foi representada por grandezastais como a Q7,10 (vazo mnima de 7 dias consecutivos com perodo de retorno de 10 anos) oua Q95 (vazo com 95% de permanncia no tempo). No caso de reservatrios de regularizao,a disponibilidade hdrica foi representada pela vazo regularizada associada a um nvel degarantia, usualmente de 90 a 100%.

    Essas vazes foram obtidas com base em dados disponveis, incluindo estudos deregionalizao hidrolgica, planos estaduais de recursos hdricos, planos de bacia, artigostcnicos, entre outras publicaes.

    Desses estudos, analisados criteriosamente quanto sua consistncia, foram coletados osparmetros hidrolgicos Q7,10 , Q90 e Q95 , optando-se por adotar a Q95 como parmetrocomum para todos os Estados, possibilitando comparaes inter-regionais, e tambm porqueessa vazo a vazo de referncia para outorga adotada pela maior parte dos Estados.

    Para regies ou bacias sem dados hidrolgicos consolidados, a vazo Q95 foi obtida, para cadaponto de captao, mediante o traado e clculo da rea de drenagem do local de interesseem cartografia digital georreferenciada, obtendo-se o parmetro com o uso de equaesespecficas para a regio.

    A Disponibilidade Hdrica Superficial do manancial - DHS - foi calculada da seguinte forma:

    DHS = K * Qreferncia , em que:

    K: funo do tipo de captao e danecessidade de se ter a jusante daseo de retirada uma vazoecolgica (ou de restituio, ou desaneamento): no caso de vazescaptadas a fio dgua, considerou-se um coeficiente de ajuste (K) iguala 0,85, sugerindo que a eficinciamdia na captao seja em torno de85%. J no caso das vazesregularizadas, adotou-se o fatorK=1,0, ou seja, 100% de eficincia.

    Qreferncia: vazes naturais dereferncia em cada seo decaptao.

    VAZES REGULARIZADAS DE AUDES NO SEMIRIDO

    As vazes garantidas por audes so, de forma geral, funo do regimefluvial, da rea inundada, da evaporao e precipitao na superfcie doreservatrio, da vazo mdia de longo termo afluente e do volume doreservatrio.

    O Projeto de Integrao do Rio So Francisco estudou 88 audes cujosvolumes variaram entre 3,5 milhes e 4,5 bilhes de m3. Utilizando osdados desses audes foi obtida uma relao funcional que representa avazo regularizada com 90% (Q90%) em funo da vazo mdia de longotermo (QMLT) e do volume do reservatrio (Volume):

    Q90%

    = 8,511 . 10-5 . (QMLT

    )0,5

    . (Volume)0,7494

    Esta relao tem um coeficiente de determinao R2 de 0,9823 e umainclinao da reta de correlao de 0,9861, confirmando a qualidade dafuno. Utilizando os dados dos audes e dos resultados obtidos nosmencionados estudos foram determinadas ainda as seguintes relaes:

    Q95%

    = 0,907 . Q90%

    e Q99%

    = 0,797 . Q90%

    Na ausncia de estudos hidrolgicos especficos, essas relaes foramadotadas para a estimativa das vazes de referncias dos audes. Observa-se, no entanto, que na regio semirida, os audes com capacidade dearmazenamento inferior a 10 hm3 foram normalmente consideradoscomo mananciais sem garantia hdrica. Esses audes representam reservasanuais e, quando da ocorrncia de anos secos consecutivos, no possuemvolume e garantia para o atendimento s demandas.

    Rio Piranhas-Au prximo foz - RNFOTO Anna Paola Bubel | Banco de Imagens ANA

  • 31VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    DISPONIBILIDADE HDRICA

    Vazo Q 95%

    - m3/s

    > 500

    100 a 500

    10 a 100

    1 a 10

    0,008 a 1

    at 0,008

    Ponto de captao superficial

    DISPONIBILIDADE HDRICA SUPERFICIAL

    OCEANO ATLNTICO

    As informaes de disponibilidade hdrica representadasforam desagregadas no nvel de microbacias, delimitadasa partir da base de dados em escala 1:1.000.000

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA32

    DISPONIBILIDADE HDRICA SUBTERRNEA

    As reservas de guas subterrneas se distribuem pelo territrio brasileiro em diferentes tipos dereservatrios que so representados pelos domnios aquferos poroso, fraturado-crstico (rochascarbonticas), fraturado (rochas cristalinas) e fraturado-vulcnico.

    O Domnio Poroso armazena a gua nos espaos entre os gros constituintes de rochas ou materialsedimentar inconsolidado. Corresponde s formaes cenozicas e s bacias sedimentares, asquais detm os aquferos de maior expresso em termos de extenso, profundidade eprodutividade. Existem cerca de 20 bacias ou grupos de bacias sedimentares que ocupam umarea correspondente a 48% da superfcie do Pas.

    O Domnio hidrogeolgico Crstico, ou Fraturado-Crstico formado pelo predomnio de rochascarbonticas (calcrios, dolomitos ou mrmores) que, por serem suscetveis a dissoluo, ampliama abertura das fissuras e formam vazios que so preenchidos por gua. Em razo da elevadaheterogeneidade dessas rochas, a produtividade dos poos extremamente varivel, sendo osvalores mais frequentes de vazo de 10 a 20 m3/h.

    O Domnio Fraturado desenvolvido em rochas que no tm espaos entre os gros (ex.: xisto,quartzito, granito, gnaisse), sendo que a gua ocupa as fendas ou fissuras formadas pelos esforostectnicos ou por contrao trmica. Este Domnio, que constitui os terrenos denominadosgenericamente de cristalinos, apresenta disponibilidade hdrica baixa a muito baixa, no entanto,possui importncia local por se tratar de fonte nica de abastecimento para cidades de pequenoporte. Apresenta variaes regionais em termos de quantidade e qualidade das guas, sendo que,nas regies midas (Sudeste, Centro-Oeste e Norte), devido maior pluviometria e comumassociao a um espesso manto de intemperismo, os poos apresentam vazes mdias da ordemde 10m3/h, capacidade especfica entre 1 e 5 m3/h/m e boa qualidade da gua. Na regio semirida,os poos possuem vazes geralmente inferiores a 3 m3/h e qualidade da gua com altos teores deslidos dissolvidos.

    O Domnio Fraturado-Vulcnico corresponde a uma subdiviso do domniofraturado e foi diferenciado deste por ser mais favorvel ao acmulo de guassubterrneas.

    Considerando todos os domnios, as reservas renovveis de guassubterrneas no Pas atingem cerca de 42,3 mil m3/s, ou 24% do escoamentomdio dos rios em territrio nacional e 46% da disponibilidade hdricasuperficial.

    PRINCIPAIS SISTEMAS AQUFEROS PARA ABASTECIMENTO URBANO DE GUA

    Domnio Contexto Sistema Aqufero Potencialidade N de SedesHidrogeolgico Geolgico do sistema municipais*

    Bauru-Caiu Muito alta a Alta 361Bacia do Paran Guarani Muito alta a Alta 56

    Outros varivel 66Alter do Cho Muito alta a Alta 30

    Bacia do Amazonas I Alta a Mdia 28Outros varivel 31

    Bacia do Parecis Parecis Alta a Mdia 22Poroso Itapecuru Alta a Mdia 107

    Bacia do Parnaba Poti-Piau Alta a Mdia 61Cabeas Muito alta a Alta 29Outros varivel 126Barreiras Alta a Mdia 98

    Coberturas Cenozicas Depsitos Litorneos varivel 58Outros varivel 23

    Outros varivel 98

    Subtotal Poroso 1.194

    Fraturado Bacia do Paran Serra Geral varivel 546Vulcnico

    Fraturado Centro-Sul varivel 272Fraturado Embasamento Cristalino Fraturado Semirido Baixa a Muito baixa 173

    Fraturado Norte Baixa a Muito baixa 46

    Fraturado- Embasamento Cristalino Bambu-Caatinga Mdia 82Crstico ou Bacias Sedimentares Outros varivel 17

    Subtotal Fraturado 1.136

    TOTAL 2.330

    * O nmero de sedes por aqufero foi obtido por meio do cruzamento, em Sistema de Informao Geogrfica- SIG -, dos pontos de localizao das sedes com suas reas aflorantes, o que significa que os resultadospodem ser bastante discrepantes em relao ao real, principalmente no caso dos aquferos que apresentamconfinamento (exemplos: Guarani, Poti-Piau e Cabeas).

    DISPONIBILIDADE HDRICA SUBTERRNEA

    Para obteno das disponibilidades hdricas subterrneas, foram avaliadasas estimativas de Reservas Ativas (ou Reservas Reguladoras, no caso doNordeste) dos aquferos, que representam o volume de gua renovvelanualmente no aqufero, correspondente recarga sazonal. Em seguida,foram determinadas as reservas explotveis (percentual da reserva ativaou reguladora) que podem ser aproveitadas para abastecimento pblico.

    Como metodologia, foi adotada para a Reserva Explotvel o valorcorresponde 50% da Reserva Ativa, acrescido, em casos especficos,das reservas permanentes e aquferos confinados (Reservas Drenvel eCompressvel). Para a Regio Nordeste, com o objetivo de garantir umadisponibilidade hdrica superficial em perodos de estiagem, quando asguas do escoamento dos rios (escoamento de base) no so utilizadaspela explotao dos poos tubulares, as reservas explotveis foramestimadas em 25% da reserva reguladora.

  • 33VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    GUAS SUBTERRNEAS

    OCEANO ATLNTICO

    DOMNIO POTENCIAL CAPACIDADEHDRICO ESPECFICA *

    m3/h/m

    Fraturado baixo 05, a 1,0

    baixo a muito baixo < 0,5

    Vulcnico varivel -

    Fraturado-Crstico varivel -

    muito alto a alto >10

    alto a mdio 3,0 a 5,0

    Poroso mdio a baixo 1,0 a 2,0

    baixo 0,5 a 1,0

    varivel -

    * Capacidade Especfica: vazo que pode ser obtida de um poo por metro de rebaixamento do nvel dgua esttico

    Sede urbana com captao exclusiva oupredominante em manancial subterrneo

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA34

    PRINCIPAIS MANANCIAIS

    Do total de municpios brasileiros, 47% so abastecidos exclusivamente por mananciais superficiais,39% por guas subterrneas e 14% pelos dois tipos de mananciais (abastecimento misto).

    O uso intensivo de mananciais superficiais observado nos Estados do Esprito Santo, Rio deJaneiro, Pernambuco e Paraba, em que mais de 75% dos municpios so abastecidos somentepor guas superficiais. Nesses Estados, verifica-se a baixssima presena de rochas sedimentarese de sistemas aquferos com bom potencial hdrico.

    Notam-se, ainda, vrios outros Estados em que a maioria dos municpios abastecidaexclusivamente por guas superficiais, casos do Acre, Amap e Rondnia (Regio Norte), Alagoas,Bahia, Cear e Sergipe (Regio Nordeste), Gois (Regio Centro-Oeste), Minas Gerais (RegioSudeste) e Santa Catarina (Regio Sul). No Distrito Federal, os principais mananciais tambm sosuperficiais, embora ocorra abastecimento complementar por poos em algumas RegiesAdministrativas.

    Por outro lado, nos Estados do Piau, Maranho, Mato Grosso do Sul, Par, Amazonas, Roraima eTocantins, os municpios so predominantemente abastecidos por mananciais subterrneos. Issoocorre devido existncia de aquferos com elevado potencial hdrico e em funo da simplicidadeoperacional do abastecimento por poos para o atendimento de municpios de pequeno porte,em grande parte presentes nesses Estados.

    Em So Paulo, no Paran e no Rio Grande do Sul, mais de 50% dos municpios, majoritariamentelocalizados no oeste dos Estados, tambm so abastecidos exclusivamente por guas subterrneas.Entretanto, ressalta-se a importncia das guas superficiais nesses Estados, principalmente parao abastecimento das Regies Metropolitanas e cidades de maior porte populacional.

    No Rio Grande do Norte e em Mato Grosso, o nmero de municpios atendidos exclusivamentepor determinado tipo de manancial (superficial ou subterrneo) equivalente.

    SEDES URBANAS ABASTECIDAS POR TIPO DE MANANCIAL

    Regio Estados Tipo de Abastecimento Sem Total deGeogrfica Informao Municpios

    Misto Subterrneo Superficial na UF

    AC 2 4 16 0 22

    AM 8 44 10 0 62

    AP 2 4 10 0 16

    Norte PA 13 108 21 1 143

    RO 5 10 37 0 52

    RR 5 9 1 0 15

    TO 10 84 45 0 139

    Sub-total 45 263 140 1 449

    AL 11 16 75 0 102

    BA 32 78 307 0 417

    CE 12 64 108 0 184

    MA 11 158 43 5 217

    Nordeste PB 17 34 165 7 223

    PE 14 17 153 1 185

    PI 8 174 40 2 224

    RN 3 76 85 3 167

    SE 8 20 47 0 75

    Sub-total 116 637 1023 18 1794

    DF 1 0 0 0 1

    Centro-Oeste GO 38 56 152 0 246

    MS 8 62 8 0 78

    MT 20 58 61 2 141

    Sub-total 67 176 221 2 466

    ES 7 0 71 0 78

    Sudeste MG 171 170 512 0 853

    RJ 11 1 77 3 92

    SP 126 331 184 4 645

    Sub-total 315 502 844 7 1668

    PR 89 221 86 3 399

    Sul RS 67 286 134 9 496

    SC 58 68 165 2 293

    Sub-total 214 575 385 14 1188

    Total Brasil 757 2.153 2.614 41 5.565

    Barragem do Rio Pipiripau - Braslia, DFFOTO Banco de Imagens Caesb

    Abastecimento nas Sedes Urbanaspor Tipo de Manancial, por Regio

  • 35VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    PRINCIPAIS MANANCIAIS EXPLORADOS

    OCEANO ATLNTICO

    1 Rio Jaguaribe (inclui AudeCastanho e trecho perenizado)

    2 Rio Piranhas-Au (inclui Audes CoremasMe dgua e Eng. Armando Rib. Gonaves)

    3 Rio Paraba (inclui Audes Epitcio Pessoae Acau)

    4 Rio Capibaribe (inclui Barragens Jucazinho,Carpina e Tapacur)

    5 Rio So Francisco6 Rio Paraguau (inclui Aude Pedra do Cavalo)

    e afluente (Rio Jacupe)7 Rios Paraba do Sul e Guandu8 Afluentes do Alto Tiet (Represas Paraitinga,

    Ponte Nova, Jundia, Biritiba-Mirim eTaiaupeba)

    9 Afluentes do Rio Pinheiros (RepresasGuarapiranga, Billings e Brao do Rio Grande)

    10 Rio Piracicaba e Afluentes (Rios Jaguari,Camanducaia, Atibaia e outros)

    11 Lago Guaba e Afluentes (Rios dos Sinos,Ca e Jacu)

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA36

    Numero de Sedes Urbanas Abastecidas pelosPrincipais Mananciais Superficiais

    Vazes Fornecidas pelos Principais Mananciais Superficiais

    Do total de mananciais superficiais que abastecem as cidades brasileiras, um conjunto se destacapelo nmero de municpios abastecidos ou pelas expressivas vazes exploradas.

    O rio So Francisco desponta como um dos principais mananciais brasileiros, fornecendo umavazo total de 8,5 m3/s para 128 sedes urbanas em 05 Estados (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco,Alagoas e Sergipe).

    Considerando a vazo explorada, destaca-se o rio Paraba do Sul, que fornece uma vazo total dequase 60 m3/s para 36 municpios (09 na Regio Metropolitana do Rio de Janeiro e outros 27 aolongo do seu curso nos Estados de So Paulo e do Rio de Janeiro). O abastecimento da RMRJocorre por meio da transferncia de vazes do rio Paraba do Sul para o rio Guandu.

    O rio Piracicaba e o conjunto de represas dos seus afluentes (Jaguari, Jacare, Atibaia, Atibainha,Cachoeira e Camanducaia) fornecem uma vazo de 40 m3/s para 29 cidades no Estado de SoPaulo. Essas represas compem o Sistema Cantareira, responsvel pela transferncia de vazesda bacia do rio Piracicaba para a bacia do Alto Tiet, que garante o abastecimento deaproximadamente metade da populao da Regio Metropolitana de So Paulo.

    Outros dois sistemas tambm fornecem expressivas vazes para a RMSP: (a) o sistema formadopelas represas Guarapiranga, Billings e Brao do Rio Grande, em afluentes do rio Pinheiros(21 m3/s); e (b) o conjunto constitudo pelas represas Paraitinga, Biritiba-Mirim, Ponte Nova, Jundiae Taiaupeba, implantadas em afluentes do Alto Tiet (10 m3/s).

    Com vazes exploradas superiores a 10 m3/s, destacam-se os formadores do Guaba, no RioGrande do Sul e o rio Jaguaribe, no Cear. O lago Guaba e seus afluentes (rio dos Sinos, Ca eGravata) abastecem 29 sedes urbanas, incluindo grande parte da Regio Metropolitana de PortoAlegre. O trecho perenizado do rio Jaguaribe pelo Aude Castanho fornece gua para 20 cidades,incluindo a Regio Metropolitana de Fortaleza.

    O rio Paraguau, considerando o reservatrio de Pedra do Cavalo e barragens em seu afluente (rioJacupe), disponibiliza quase 10 m3/s para o abastecimento de 67 municpios na Bahia, dentreeles, importantes centros urbanos como Salvador e Feira de Santana.

    Na Regio Nordeste, destacam-se, ainda, pelo nmero de sedes atendidas, os seguintesmananciais: (a) o rio Piranhas-Au, perenizado pelos reservatrios Coremas-Me dgua e ArmandoRibeiro Gonalves, que abastece 52 sedes na Paraba e no Rio Grande do Norte; (b) o rio Paraba,cuja calha e os audes Epitcio Pessoa e Acau abastecem 22 cidades do agreste paraibano; e(c) o rio Capibaribe, considerando barragens no curso principal e afluentes (tais como Jucazinho,Carpina e Tapacur), que abastece 21 cidades, incluindo Caruaru e parte da Regio Metropolitanado Recife.

    Considerando as guas subterrneas que so utilizadas como mananciais em todo o Pas, verifica-se um equilbrio no uso de aquferos dos Domnios Hidrogeolgicos Poroso (51% do total dassedes urbanas abastecidas por guas subterrneas) e Fraturado (49% das sedes).

    Dentre os principais sistemas aquferos do Domnio Poroso, destaca-se o Bauru-Caiu (presenteno interior do Estado de So Paulo e nos Estados do Paran, Mato Grosso do Sul, Gois e MinasGerais, principalmente) que abastece 361 sedes urbanas (15% do total de sedes que utilizampredominantemente guas subterrneas no territrio nacional). Em termos do nmero de sedesabastecidas, os aquferos Itapecuru e Barreiras tambm se sobressaem, sendo responsveis pelosuprimento de gua a 205 sedes urbanas (9% do total). Enquanto o Itapecuru ocupa boa parte doMaranho e uma faixa no leste do Par, o Barreiras tem ampla distribuio na costa brasileira, comdestaque para o litoral nordestino.

    Cabe ressaltar que esses totais de sedes abastecidas por sistema aqufero foram estabelecidos,em sua maioria, apenas considerando a rea de recarga. Desse modo, para o aqufero Guarani, porse tratar de reservatrio predominantemente confinado, foi indicado o abastecimento de apenas56 sedes urbanas, apesar de sua importncia nacionalmente reconhecida.

    No mbito do Domnio hidrogeolgico Fraturado, destacam-se o aqufero Fraturado Centro-Sul,que atende 12% do total de municpios (272 sedes) e o aqufero Fraturado Semirido que, apesarde sua baixa a muito baixa potencialidade, constitui alternativa de suprimento hdrico a 173municpios (7% do total abastecido por guas subterrneas), em geral de pequeno porte.

    O Domnio hidrogeolgico Fraturado-Vulcnico representado,principalmente, pelo aqufero Serra Geral, que possui distribuiopredominante na Regio Sul e abastece 546 sedes urbanas (23% do total demunicpios supridos por guas subterrneas no Pas). Deve-se destacar quealguns desses municpios so na verdade abastecidos pelo sistema aquferoGuarani, manancial do domnio poroso que se encontra sob os derramesbaslticos da formao Serra Geral.

    As vazes atualmente explotadas dos mananciais subterrneos so da ordemde 90 m3/s, assim distribudas por domnio hidrogeolgico: 63% para oDomnio Poroso; 21% para o Domnio Fraturado-Vulcnico; 11% para oDomnio Fraturado (0,8% para o Fraturado Norte, 7,6% para o Fraturado Centro-Sul e 2,6% para o Fraturado Semirido); e 5% para o Domnio Fraturado-Crstico.

  • 37VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    Captao no rio So Francisco - Po de Accar, ALFOTO Anna Paola Bubel | Banco de Imagens ANA

    3.2 SISTEMAS DE PRODUO DE GUA

    Os sistemas produtores de gua existentes no Brasil podem ser diferenciadosentre sistemas integrados, que atendem a mais de um municpio a partir domesmo manancial, e sistemas isolados, que abastecem apenas um municpio.

    A grande maioria dos municpios brasileiros (4.770 sedes municipais,86% do total) abastecida por sistemas isolados, atendendo a uma populaourbana de 83 milhes de habitantes em 2010. Desse total, 44% dos sistemasutilizam exclusivamente mananciais subterrneos, enquanto 56% utilizamapenas mananciais superficiais ou poos de forma complementar.

    Os sistemas integrados abastecem 795 cidades (14% do total), beneficiandouma populao de aproximadamente 78 milhes de pessoas em 2010.A capacidade total dos sistemas produtores instalados e em operao noPas de, aproximadamente, 587 m3/s, sendo 44% dos sistemas integrados.A Regio Sudeste, em funo do expressivo contingente populacional,responde por 51% da capacidade instalada de produo de gua do Pas,seguida das Regies Nordeste (21%), Sul (15%), Norte (7%) e Centro-Oeste(6%).

    Em todas as Regies Geogrficas, predominam os sistemas isolados, emtermos do nmero de sedes urbanas abastecidas; contudo, nas RegiesNordeste e Sudeste, a maior parte da populao urbana atendida por grandessistemas integrados. Esses sistemas integrados so empregados,basicamente, no abastecimento dos principais aglomerados urbanos do pas,devido grande concentrao urbana, que extrapola os limites municipais edemanda quantidades de gua superiores s disponibilidades hdricas locais,e no atendimento de municpios no Semirido brasileiro, com restries demananciais para o atendimento da populao.

    SISTEMAS DE PRODUO DE GUA

    Para representao dos sistemas produtores de gua(existentes e planejados) de todas as sedes urbanascontempladas no ATLAS, foram elaborados croquispadronizados, que esto disponveis na pgina da Internet(www.ana.gov.br/atlas). Nos croquis esto identificados osmananciais (superficiais e subterrneos) e as principaisunidades de produo (captao, estaes elevatrias,adutoras e estaes de tratamento de gua), responsveis pelotransporte da gua bruta captada no manancial at as sedesurbanas.

    Nos estudos, foram consideradas as parcelas das demandasurbanas associadas a cada manancial e sistema produtor (outrecho) correspondente, possibilitando realizar balanos hdricosmais detalhados e verificar a capacidade instalada efetivafrente s demandas.

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA38

    ETA Guara, Sistema Cantareira - SPFOTO Odair Marcos Faria | Banco de Imagens Sabesp

    Populao Urbana Abastecida por Tipo de Sistema, nas Regies Geogrficas

    Para superar a escassez de mananciais no Semirido, o rio So Francisco destaca-se como fonte degarantia hdrica de vrios sistemas integrados, tais como: Oeste e Salgueiro (PE); Alto Serto,Bacia Leiteira e Agreste (AL); e Alto Serto e Sertaneja (SE).

    Na Regio Nordeste, destacam-se, ainda, em funo da grande extenso de linhas adutoras ou decomplexa interligao, os sistemas abastecidos pelo Aude Armando Ribeiro Gonalves (MdioOeste, Serra de Santana, Serto Central Cabugi e Jernimo Rosado) e a adutora MonsenhorExpedito, no Rio Grande do Norte, que atendem 44 municpios no Estado; a adutora do Feijo naBA, de Ibiapaba no CE e do Garrinho no PI; e o conjunto de sistemas que abastecem o serto e oagreste pernambucano e paraibano, tais como Bitury e Prata-Camev, em Pernambuco, e Coremas-Sabugi, Congo e Cariri na Paraba.

    CAPITAIS E PRINCIPAIS AGLOMERADOS URBANOS

    Nos grandes aglomerados urbanos brasileiros, os sistemas de abastecimento de guaapresentam caractersticas de grande complexidade, em face da expressiva populao a seratendida. Nessas reas, 73% dos municpios so abastecidos predominantemente pormananciais superficiais. Das Capitais, apenas Boa Vista/RR, Macei/AL, Natal/RN e SoLus/MA possuem a maior parte do abastecimento dependente de poos.

    Desse universo, 43% das sedes urbanas esto ligadas a sistemas integrados, representandomais de 80% das demandas de abastecimento pblico. A capacidade instalada de todos ossistemas produtores de gua de 305 m3/s (52% da capacidade dos sistemas do Brasil), sendoquase 3/4 associados aos sistemas integrados.

    Em funo do porte (capacidade nominal), destacam-se os seguintes sistemas integrados:

    Sistema Integrado da RM So Paulo, que abrange os sistemas produtores do Alto Tiet, RioClaro, Rio Grande, Guarapiranga, Cantareira, Ribeiro da Estiva, Alto e Baixo Cotia

    Sistema Integrado Guandu-Ribeiro das Lajes, na RM Rio de Janeiro

    Sistema Integrado Paraopeba que rene os sistemas Manso, Vargem das Flores e SerraAzul, na RM Belo Horizonte

    Sistemas Integrados Tapacur, Botafogo e Gurja, interligados para abastecer a RM Recife

    Sistema Integrado Gavio na RM Fortaleza

    Sistema Integrado da RM Curitiba, que abrange os sistemas produtores Iguau, Ira, Passanae Miringuava

    Sistemas Integrados Salvador-Lauro de Freitas I e II, na RM Salvador

    Sistemas Integrados Jucu e Santa Maria, na RM Vitria

    Sistemas Integrados do Descoberto e Santa Maria-Torto, no Distrito Federal

    Sistemas Integrados Joo Leite e Meia Ponte na RM Goinia

    Sistema Integrado Bolonha-Utinga, na RM Belm

    As Estaes de Tratamento de gua dos Sistemas Guandu (ETA Guandu - 45 m3/s) e Cantareira(ETA Guara - 33 m3/s), que abastecem mais de 20 milhes de habitantes da RMRJ e RMSP,respectivamente, possuem capacidade suficiente para o atendimento de 27% das demandastotais dos grandes aglomerados urbanos do Pas.

    MUNICPIOS ABASTECIDOS POR SISTEMAS ISOLADOS EINTEGRADOS, POR REGIO GEOGRFICA

    Regio Sistemas N de sedes Populao Urbana Capacidade doGeogrfica abastecidas 2010 (milhes) sistema (m/s)

    Isolado 444 9,5 37Norte Integrado 5 2,2 3

    Totais 449 11,7 40

    Isolado 1.277 18,2 60Nordeste Integrado 517 20,6 61

    Totais 1.794 38,8 121

    Isolado 458 8,1 27Centro-Oeste Integrado 8 4,4 9

    Totais 466 12,5 36

    Isolado 1.519 33,4 137Sudeste Integrado 149 41,3 162

    Totais 1.668 74,7 299

    Isolado 1.072 13,8 65Sul Integrado 116 9,4 26

    Totais 1.188 23,3 91

    Isolado 4.770 83,0 326BRASIL Integrado 795 77,9 261

    Totais 5.565 160,9 587

  • 39VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    OCEANO ATLNTICO

    MANANCIAIS E SISTEMAS PRODUTORES DE GUA - SITUAO AT 2010

    Sistema Integrado (795 sedes)

    Sistema Isolado - manancial superficial oumisto (2.656 sedes)Sistema Isolado - manancial subterrneo(2.073 sedes)Sem informao/ sem sistema deabastecimento (41 sedes)

    Limite de Regio Hidrogrfica

    Capitais e principais aglomerados urbanos

    Sedes Urbanas Atendidas porTipo de Sistema no Brasil

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA40

    3.3 PRESTADORES DE SERVIOS

    No Brasil, os servios de abastecimento de gua, incluindo produo e distribuio, so prestados,predominantemente, pelas Companhias Estaduais de Saneamento (69% dos municpios); em27% dos municpios, a responsabilidade pelos servios de entidades municipais (Serviosautnomos ou Prefeituras), com eventual apoio da FUNASA em alguns Estados, e em 4% dosmunicpios, os servios esto ao encargo de empresas do setor privado.

    As concessionrias estaduais, responsveis pelo abastecimento do maior nmero de municpios(3.856 sedes urbanas), so tambm responsveis pela operao da maior parte dos sistemasintegrados, incluindo as grandes adutoras da Regio Nordeste e os complexos sistemasmetropolitanos. No Pas, apenas Mato Grosso no conta com Companhia Estadual, sendo todosos municpios do Estado abastecidos por servios municipais ou empresas privadas.

    Do total de sedes urbanas atendidas por servios municipais no Pas, 540 (36%) possuem sistemasde abastecimento de gua operados por servios autnomos estruturados (Servios Autnomosde gua e Esgotos - SAAEs ou equivalente), casos de Campinas/SP (SANASA), Cuiab/MT(SANECAP), Porto Alegre/RS (DMAE) e Rio Branco/AC (SAERB). Na Regio Sul e no interior de SoPaulo, inclusive, destaca-se a quantidade de municpios estratgicos atendidos por serviosmunicipais de saneamento, incluindo Caxias do Sul e Pelotas, no Rio Grande do Sul, Blumenau emSanta Catarina e Sorocaba, Ribeiro Preto, So Jos do Rio Preto, Piracicaba, Bauru e Jundia, emSo Paulo.

    Por outro lado, o conjunto de sedes urbanas atendidas diretamente por Prefeituras(1.091 municpios) representa um desafio para a garantia da oferta de gua no Pas, pois, em geral,so municpios de pequeno porte, com capacidade institucional limitada, apesar da simplicidadeoperacional dos sistemas de abastecimento de gua utilizados.

    PRESTADORES DOS SERVIOS DE ABASTECIMENTO DE GUA

    Regio Nmero de Municpios Atendidos

    Geogrfica Companhia Servio Empresa TotalEstadual Municipal Privada

    Norte 163 153 133 449

    Nordeste 1.448 346 0 1.794

    Centro-Oeste 293 140 33 466

    Sudeste 1.084 555 29 1.668

    Sul 868 316 4 1.188

    TOTAL Brasil 3.856 1.510 199 5.565

    Represa em Santa Brbara dOeste - SPFOTO Toms May | Banco de Imagens ANA

    Nesse contexto, como forma de promover a cooperao em atividadesadministrativas, tcnicas e operacionais para a prestao dos servios deabastecimento de gua, registram-se, no Pas, a formao de algunsconsrcios intermunicipais, por exemplo, em Santa Catarina (CISAM MeioOeste e CISAM SUL, que renem 31 municpios), no Paran (CISMAE, formadopor 24 municpios), em Minas Gerais (CISAB Zona da Mata com 19 municpios)e no Piau (CORESA Sul, que rene 36 municpios no sul do Estado).

    Apesar de pouco representativa em termos quantitativos, pode-se ressaltar arelevncia da participao privada na operao de alguns sistemasimportantes, como os de Campo Grande/MS (guas de Guariroba),Manaus/AM (guas do Amazonas), Joinville/SC (guas de Joinville) eNiteri/RJ (guas de Niteri), alm da SANEATINS (Companhia de Saneamentodo Tocantins), que abastece 129 municpios do Tocantins e do Par.

    No Nordeste, o caso do Cear tambm merece destaque, onde ocorre umadistino entre as entidades e estruturas operadoras de sistemas de produode gua e as entidades e estruturas de distribuio de gua. A produo degua se concentra na COGERH (Companhia de Gesto dos Recursos Hdricos),que fornece gua bruta CAGECE (Companhia de gua e Esgoto do Cear),podendo tambm faz-lo a outras estruturas de distribuio de gua que nopossuam fontes prprias, incluindo os servios municipais e os pequenossistemas de abastecimento das comunidades rurais. Esse modelo tende aser adotado por outros Estados da Regio.

    Prestadores dos Servios de Abastecimentode gua por Regio Geogrfica

  • 41VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    OCEANO ATLNTICO

    PRESTADORES DE SERVIOS DE ABASTECIMENTODE GUA POR MUNICPIO

    Companhia Estadual (3.856 sedes)

    Empresa Privada (199 sedes)

    Servio municipal (1.510 sedes)

    Capitais e principais aglomerados urbanos

    Distribuio Nacional dosPrestadores de Servio

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA42

  • 43VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    4AVALIAO OFERTA/DEMANDA

    4

  • ATLAS BRASIL - ABASTECIMENTO URBANO DE GUA44

    Represa do rio Atibainha - Nazar Paulista, SPFOTO Odair Marcos Faria | Banco de Imagens Sabesp

  • 45VOLUME 1 - PANORAMA NACIONAL

    4 AVALIAO OFERTA/DEMANDA

    Barragem de guas Vermelhas - MGFOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA

    Os resultados globais da etapa de avaliao Oferta/Demanda indicaram que, dos 5.565 municpiosbrasileiros, 45% possuem abastecimento satisfatrio, o que equivale a dizer que 52 milhes dehabitantes tero garantia de oferta de gua para o abastecimento urbano at o ano de 2015.

    Contudo, 55% dos municpios podero ter abastecimento deficitrio at esse ano, decorrente deproblemas com a oferta de gua do manancial (superficial e/ou subterrneo), em quantidade e/ouqualidade, ou com a capacidade dos sistemas produtores, ou, ainda, por ambas as razes.

    Comparando os resultados da classificao dos mananciais e dos sistemas produtores em face dobalano entre oferta e demanda de gua, observa-se que os maiores problemas de abastecimentode gua decorrem da existncia de sistemas produtores deficitrios - 46% das sedes urbanasnecessitam investimentos para soluo de problemas em seus sistemas produtores e9% apresentam dficits decorrentes dos mananciais utilizados.

    Dessa forma, a maior parte dos problemas de abastecimento urbano no Pas est relacionada coma capacidade dos sistemas de produo, impondo alternativas tcnicas para ampliao das unidadesde captao, aduo e tratamento, embora a definio do aproveitamento de novos mananciaisdemande, em geral, maiores recursos tcnicos e financeiros.

    Uma vez identificadas as necessidades de investimentos, foram concebidas e selecionadas asmelhores solues para a garantia da oferta de gua, reunindo-se essas propostas em documentosespecficos, denominados Relatrios de Identificao de Obras. Os mananciais e sistemasprodutores considerados satisfatrios foram cadastrados


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