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Page 1: ARTIGO Concreto Armado

CONCRETO ARMADO

Artur Spínola Moreira (e-mail: [email protected]); Brunna Luíza (e-mail: [email protected]);

Edmara Thayanne (e-mail: [email protected]); Ygor Magela Costa (e-mail: [email protected]);

Nícolas Rodrigues (e-mail: [email protected])

Graduandos em Engenharia Civil

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO – Camila Alves da Silva1

RESUMO

O concreto armado é a técnica mais utilizada em todo o mundo para construção de estruturas.

Esta solução (ABNT NBR 6118:2003) surgiu da necessidade de mesclar a resistência à

compressão e durabilidade da pedra com as características do aço. O resultado é um material

que tem como vantagens poder assumir qualquer forma com rapidez e facilidade, além de

proporcionar ao metal, proteção contra a corrosão. “Apesar da baixa complexidade na

execução, são necessários cuidados para garantir qualidade e segurança”, (MARCELLINO,

Narbal. Especialista em engenharia de estruturas, professor da Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSC)). “Bons conhecimentos das propriedades do material, dos fundamentos de

projeto, das normas nacionais e internacionais e da tecnologia de execução são indispensáveis

para a construção de estruturas de concreto seguras e duráveis”, afirma. A união do concreto

com a armadura de aço cria um componente resistente às tensões de compressão e tração

devido às características dos dois materiais. Porém, para um bom desempenho do concreto

armado, não basta apenas combiná-los, é preciso que exista aderência entre eles, ou seja, o

trabalho de resistir às tensões tem que ser realizado de maneira conjunta. “Além dessa

colaboração, a associação é possível devido ao coeficiente de dilatação térmica de ambos ser,

aproximadamente, igual” (MARCELLINO, Narbal. Especialista em engenharia de estruturas,

professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)).

Palavra-chave: Concreto armado, concreto, ABNT NBR 6118:2003.

1. INTRODUÇÃO

1 Esp. em Tecnologia do Concreto – Instituto De Luca Daher – PR.

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O concreto é um material que apresenta alta resistência às tensões de compressão, porém,

apresenta baixa resistência à tração (cerca de 10 % da sua resistência à compressão). Assim

sendo, é imperiosa a necessidade de juntar ao concreto um material com alta resistência à

tração, com o objetivo deste material, disposto convenientemente, resistir às tensões de tração

atuantes. Com esse material composto (concreto e armadura – barras de aço), surge então o

chamado “concreto armado”, onde as barras da armadura absorvem as tensões de tração e o

concreto absorve as tensões de compressão, no que pode ser auxiliado também por barras de

aço (caso típico de pilares, por exemplo). No entanto, o conceito de concreto armado envolve

ainda o fenômeno da aderência, que é essencial e deve obrigatoriamente existir entre o

concreto e a armadura, pois não basta apenas juntar os dois materiais para se ter o concreto

armado. Para a existência do concreto armado é imprescindível que haja real solidariedade

entre ambos o concreto e o aço, e que o trabalho seja realizado de forma conjunta.

Em resumo, pode-se definir o concreto armado como “a união do concreto simples e de um

material resistente à tração (envolvido pelo concreto) de tal modo que ambos resistam

solidariamente aos esforços solicitantes”. De forma esquemática pode-se indicar que concreto

armado é:

Concreto armado = concreto simples + armadura + aderência.

Com a aderência, a deformação εs num ponto da barra de aço e a deformação εc no concreto

que a circunda, devem ser iguais, isto é: εc = εs. A Figura mostra uma peça de concreto com o

concreto sendo lançado e adensado, devendo envolver e aderir à armadura nela existente.

A NBR 6118/03 define:

Elementos de concreto armado: “aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência

2

Figura 1.1 Preenchimento de uma fôrma metálica com concreto aderente à armadura.

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entre concreto e armadura e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras

antes da materialização dessa aderência”.

Armadura passiva é “qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de pretensão,

isto é, que não seja previamente alongada”. 1288 – Estruturas de Concreto I – Fundamentos

do Concreto Armado (UNESP(Bauru/SP) – Prof. Dr. Paulo Sérgio dos Santos Bastos)

A armadura do concreto armado é chamada “armadura passiva”, o que significa que as

tensões e deformações nela aplicadas devem-se exclusivamente aos carregamentos aplicados

nas peças onde está inserida.

Como armadura tem-se que ter um material com altas resistências mecânicas, principalmente

resistência à tração. A armadura não tem que ser necessariamente de aço, pode ser de outro

tipo de material, como fibra de carbono, bambu, etc.

O trabalho conjunto, solidário entre o concreto e a armadura fica bem caracterizado na análise

de uma viga de concreto simples (sem armadura), que rompe bruscamente tão logo surge a

primeira fissura, após a tensão de tração atuante alcançar e superar a resistência do concreto à

tração. Entretanto, colocando-se uma armadura convenientemente posicionada na região das

tensões de tração, eleva-se significativamente a capacidade resistente da viga.

O trabalho conjunto do concreto e do aço é possível porque os coeficientes de dilatação

térmica dos dois materiais são praticamente iguais. Outro aspecto positivo é que o concreto

protege o aço da oxidação (corrosão), garantindo a durabilidade do conjunto. Porém, a

proteção da armadura contra a corrosão só é garantida com a existência de uma espessura de

concreto entre a barra de aço e a superfície externa da peça (denominado cobrimento), entre

outros fatores também importantes relativos à durabilidade, como a qualidade do concreto,

por exemplo.

2. METODOLOGIA

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: Figura 2.2 Compressão e Tração do Concreto

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2.1. APLICAÇÕES

O concreto armado pode ser utilizado como material estrutural em toda a construção civil,

como edificações, obras de saneamento, estações de tratamento de água, sistemas de esgotos,

barragens, usinas hidrelétricas, prédios, pontes, viadutos etc. A principal questão é saber

quando se usa o protendido ou o pré-tracionado.

“Só vale a pena utilizar a pretensão se a comparação entre as duas possibilidades demonstrar

a vantagem. Hoje, para construir uma ponte de vão maior que 20 metros, por exemplo, nem se

cogita o concreto armado comum. Já em um pontilhão menor, como de cinco metros, pode

não valer a pena protender”, afirma o professor. A principal limitação do protendido é seu

custo mais elevado. O próprio aço utilizado é mais caro do que o empregado no concreto

armado comum.

2.2. VANTAGENS E DESVANTAGENS

Dentre as principais vantagens do concreto armado está o fato de ele ser econômico, já que

conta com matéria-prima com custo não muito alto, e da relativa rapidez na construção. Como

é um material que necessita de equipamentos simples para preparo, transporte, adensamento e

vibração, não exige mão de obra muito especializada. “É uma estrutura durável, impermeável

se dosada de forma correta e que resiste ao fogo, às influências atmosféricas, ao desgaste

mecânico, ao choque e vibrações”, detalha o professor.

Porém, ele lembra que a solução também apresenta algumas desvantagens, como o peso

elevado e a dificuldade para realizar reformas e demolições, que se tornam trabalhosas e

caras. “Apesar de ser muito utilizado nas coberturas, o concreto armado não proporciona

adequado índice de isolamento térmico e acústico, principalmente quando instalado em lajes

maciças com espessura reduzida. Por isso, influenciará no conforto da edificação”, pontua.

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2.3. QUALIDADES

Para utilização do concreto armado no Brasil há duas normas técnicas principais. A ABNT

NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento, é a norma que contém todas as

informações necessárias para tomada de decisões na fase de projeto.

Já a ABNT NBR 14931 – Execução de estruturas de concreto traz as regras que devem ser

respeitadas na fase de execução. “A ABNT NBR 6118, revisada pela última vez em 2003, e

substancialmente mais detalhada quanto às exigências de durabilidade, é considerada a

‘norma-mãe’. Existem, ainda, normas para qualquer trabalho realizado com o concreto

estrutural, como a NBR 9062 para o concreto pré-moldado”, diz Marcellino.

2.4. MANUTENÇÕES

Uma das características do concreto armado é a fissuração, um processo inevitável. “Se não

houver fissuração, não tem como o aço ajudar o concreto a resistir às tensões. É preciso

conviver com isso e o que a norma técnica prega é mantê-las sob controle e dentro de limites

razoáveis”, comenta. Ele aconselha, ainda, o acompanhamento da fissuração, pois, ela pode se

tornar nociva e causar danos como a aceleração na oxidação das armaduras. “A corrosão do

aço é outra ação impossível de ser evitada. Quando a peça é projetada, já é do conhecimento

geral que após determinado tempo o CO2 na atmosfera vai desencadear um processo de

carbonatação e, mais a frente, os cloretos atingem a armadura. Esta ação não garante o início

da corrosão, embora ocorra usualmente, conforme explica a literatura. É um processo lento,

que pode demorar centenas de anos, mas há possibilidade de acontecer. Assim, a norma

define a vida útil da estrutura e indica os cuidados a serem tomados, como evitar o contato

direto com a água da chuva e providenciar uma devida drenagem durante a fase de projeto”,

comenta.

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2.5. SUSTENTABILIDADES

A produção do cimento é um processo que consome uma quantidade alta de energia. “O

mérito da engenharia atual é conseguir construir com a menor quantidade possível de

concreto. A recomendação é estudar as alternativas e sempre que possível escolher um

material mais sustentável. Um bom projeto de concreto armado pode representar a menor

quantidade possível de matéria-prima”, conta o profissional.

“No Brasil, alguns edifícios têm as escadas, cisternas e reservatórios construídos todos em

concreto. Há um exagero nisso, pois existem diversas possibilidades, como caixas plásticas e

escadas metálicas ou de madeira. Mas, como os projetistas e os construtores já estão

habituados com o concreto, acabam não levando em consideração alternativa”, complementa.

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3. CARACTERÍSTICAS

O concreto, assim como todo material, possui coeficiente de dilatação térmica, suas

características mecânicas podem ser representadas por um diagrama tensão deformação,

possui módulo de elasticidade (módulo de deformação), etc. Apresenta também, duas

propriedades específicas, que são a retração e a fluência.

3.1. MASSA ESPECÍFICA

A ABNT NBR 6118 se aplica a concretos de massa específica normal, que são aqueles que,

depois de secos em estufa, têm massa específica compreendida entre 2 000 kg/m3 e 2 800

kg/m3. Se a massa específica real não for conhecida, para efeito de cálculo, pode se adotar

para o concreto simples o valor 2 400 kg/m3 e para o concreto armado 2 500 kg/m3.

Quando se conhecer a massa específica do concreto utilizado, pode se considerar para valor

da massa específica do concreto armado aquela do concreto simples acrescida de 100 kg/m3

a 150 kg/m3.

3.2. COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA

O coeficiente de dilatação térmica, para efeito de análise estrutural, pode ser admitido como

sendo igual a 10/ºC (ABNT NBR 6118, item 8.2.3).

3.3. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO

As prescrições da ABNT NBR 6118 referem se à resistência à compressão obtida em ensaios

de cilindros moldados segundo a ABNT NBR 5738, realizados de acordo com a ABNT NBR

5739 (item 8.2.4 da ABNT NBR 6118). Quando não for indicada a idade, as resistências

referem se à idade de 28 dias.

A estimativa da resistência à compressão média, Fcmj, correspondente a uma resistência Fckj

especificada, deve ser feita conforme indicado na ABNT NBR 12655.

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A evolução da resistência à compressão com a idade deve ser obtida através de ensaios

especialmente executados para tal. Na ausência desses resultados experimentais pode se

adotar, em caráter orientativo, os valores indicados em 3.8.2.2.

3.4. RESISTÊNCIA À TRAÇÃO

Segundo a ABNT NBR 6118, item 8.2.5, a resistência à tração indireta fct, sp e a resistência à

tração na flexão fct,f devem ser obtidas de ensaios realizados segundo a ABNT NBR 7222 e a

ABNT NBR 12142, respectivamente.

A resistência à tração direta fct pode ser considerada igual a 0,9 fct,sp ou 0,7 fct,f ou, na falta

de ensaios para obtenção de fct,sp e fct,f, pode ser avaliado o seu valor médio ou

característico por meio das equações seguintes:

O fctk,sup é usado para a determinação de armaduras mínimas. O fctk,inf é usado nas análises

estruturais.

3.5. MÓDULO DE ELASTICIDADE

Segundo a ABNT NBR 6118, item 8.2.8, o módulo de elasticidade deve ser obtido segundo

ensaio descrito na ABNT NBR 8522, sendo considerado nesta Norma o módulo de

deformação tangente inicial cordal a 30% de fc, ou outra tensão especificada em projeto.

Quando não forem feitos ensaios e não existirem dados mais precisos sobre o concreto usado

na idade de 28 dias, pode-se estimar o valor do módulo de elasticidade usando a expressão:

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Figura 3.1 Equações de Resistência a Tração

Sendo fckj ≥ 7MPa, estas expressões podem também ser usadas para idades diferentes de 28

dias.fct,m e fck estão em MPa.

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Eci = 5600 √fck

O módulo de elasticidade numa idade j ≥ 7 dias pode também ser avaliado através dessa

expressão, substituindo-se fck por fckj. e são em MPa.

Quando for o caso, é esse o módulo de elasticidade a ser especificado em projeto e controlado

na obra.

O módulo de elasticidade secante a ser utilizado nas análises elásticas de projeto,

especialmente para determinação de esforços solicitantes e verificação de estados limites de

serviço, deve ser calculado pela expressão:

Ecs = 0.85 Eci

Na avaliação do comportamento de um elemento estrutural ou seção transversal pode ser

adotado um módulo de elasticidade único, à tração e à compressão, igual ao módulo de

elasticidade secante (Ecs).

Na avaliação do comportamento global da estrutura pode ser utilizado em projeto o módulo

de deformação tangente inicial (Eci).

3.6. COEFICIENTE DE POISSON E MÓDULO DE ELASTICIDADE

TRANSVERSAL

Para tensões de compressão menores que 0,5 fc e tensões de tração menores que fct, o

coeficiente de Poisson ν pode ser tomado como igual a 0,2 e o módulo de elasticidade

transversal Gc igual a 0,4 Ecs (ABNT NBR 6118, item 8.2.9). Observar que a equação

clássica da Resistência dos Materiais para a determinação do módulo de elasticidade

transversal G não é seguida à risca pela ABNT NBR 6118. Para se obter Gc igual a 0,4 Ecs,

seria necessária a imposição de um coeficiente de Poisson igual a 0,25, ou seja:

Figura 3.2 Inclusões do Coeficiente de Poisson

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3.7. DIAGRAMA TENSÃO / DEFORMAÇÃO / COMPRESSÃO

Uma característica do concreto é não apresentar, para diferentes dosagens, um mesmo tipo de

diagrama tensão-deformação. Os concretos mais ricos em cimento (mais resistentes) têm um

"pico" de resistência (máxima tensão) em torno da deformação 2‰. Já os concretos mais

fracos apresentam um "patamar" de resistência que se inicia entre as deformações 1‰ e 2‰

Figura.

A ABNT NBR 6118, item 8.2.10.1, não leva em consideração os diferentes diagramas tensão-

deformação e apresenta, de modo simplificado, o diagrama parábola-retângulo.

Figura 3.3 e 3.4 Diagramas Tensão Deformação diversos, e da ABNT NBR 6118

3.8. DIAGRAMA TENSÃO – DEFORMAÇÃO – TRAÇÃO

No concreto não fissurado, pode ser adotado o diagrama tensão deformação bilinear de tração,

(ABNT NBR 6118, item 8.2.10.2).

Figura 3.5 Diagramas Bilinear de Tração

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3.9. FLUÊNCIA E RETRAÇÃO

3.9.1. FLUÊNCIA

A fluência é uma deformação que depende do carregamento. Corresponde a uma contínua

(lenta) deformação do concreto, que ocorre ao longo do tempo, sob ação de carga permanente.

Um aspecto do comportamento das deformações de peças de concreto carregado e

descarregado é mostrado na Figura:

Figura 3.6 Deformações de Bloco de Concreto Carregado e Descarregado

3.9.2. RETRAÇÃO

A retração do concreto é uma deformação independente de carregamento. Corresponde a uma

diminuição de volume que ocorre ao longo do tempo devido à perda d'água que fazia parte da

composição química da mistura da massa de concreto. A curva que representa a variação da

retração ao longo do tempo tem o aspecto mostrado na figura:

Figura 3.7 Retrações do Concreto

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3.10. DEFORMAÇÃO TOTAL

A deformação total do concreto, decorrido um espaço de tempo após a aplicação de um

carregamento permanente, corresponde a:

Figura 3.8 Deformação Total do Concreto

Onde:

Ԑc(t) - deformação específica total do concreto no instante t;

Ԑc(t0) deformação específica imediata (t0) do concreto devida ao carregamento

(encurtamento);

Ԑcc(t, t0) deformação específica do concreto devida à fluência no intervalo de tempo t

– t0;

Ԑcs(t,t0) deformação específica do concreto devida à retração no intervalo de tempo t –

t0;

σc(t0) tensão atuante no concreto no instante (t0) da aplicação da carga permanente

(negativa para compressão);

Eci(t0) módulo de elasticidade (deformação) inicial no instante t0;

ϕ(t, t0) coeficiente de fluência correspondente ao intervalo de tempo t – t0.

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Em casos onde não é necessária grande precisão, os valores finais (t∞) do coeficiente de

fluência ϕ(t∞,t0) e da deformação específica de retração Ԑcs(t∞,t0) do concreto submetido a

tensões menores que 0,5 fc quando do primeiro carregamento, podem ser obtidos, por

interpolação linear, a partir da Tabela. Esta Tabela fornece o valor do coeficiente de fluência

ϕ(t∞,t0) e da deformação específica de retração Ԑcs(t,t0) em função da umidade ambiente e

da espessura equivalente 2 Ac/u, onde:

Umidade ambiente40 55 75 90

(%)

Espessura fictícia

2Ac/u 20 60 20 60 20 60 20 60

(cm)

5 4,4 3,9 3,8 3,3 3,0 2,6 2,3 2,1

(t,t0) 30 3,0 2,9 2,6 2,5 2,0 2,0 1,6 1,6

t0 60 3,0 2,6 2,2 2,2 1,7 1,8 1,4 1,4

cs(t,t0)

(dias) 5

-

0,44 -0,39 -0,37 -0,33 -0,23 -0,21 -0,10 -0,09

30

-

0,37 -0,38 -0,31 -0,31 -0,20 -0,20 -0,09 -0,09

(‰)

60

-

0,32 -0,36 -0,27 -0,30 -0,17 -0,19 -0,08 -0,09

Tabela 3.1 Coeficientes de Fluência e da Deformação Específica

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3.11. PROPRIEDADES DO AÇO

O aço possui também coeficiente de dilatação térmica, suas propriedades mecânicas também

são representadas por um diagrama tensão deformação, possui módulo de elasticidade, etc.

Apresenta, também, uma propriedade específica, que é o coeficiente de conformação

superficial.

3.11.1. CATEGORIA DOS AÇOS DE ARMADURA PASSIVA

Nos projetos de estruturas de concreto armado deve ser utilizado aço classificado pela ABNT

NBR 7480 com o valor característico da resistência de escoamento nas categorias CA-25,

CA-50 e CA-60 8 (item 8.3.1 da ABNT NBR 6118). Estes aços e suas respectivas resistências

características à tração (fyk) estão mostrados na Tabela.

Categoria fyk

CA-25 250 MPa

CA-50 500 MPa

CA-60 600 MPa

Tabela 3.2 Aços de Armadura Passiva

3.11.2. COEFICIENTE DE CONFORMAÇÃO SUPERFICIAL

Os fios e barras podem ser lisos ou providos de saliências ou mossas. Cada categoria de aço

possui um coeficiente de conformação superficial mínimo, determinado através de ensaios de

acordo com a ABNT NBR 7477, deve atender ao indicado na ABNT NBR 7480 (item 8.3.2

da ABNT NBR 6118). A ABNT NBR 7480 relaciona o coeficiente de conformação

superficial com as categorias dos aços. A ABNT NBR 6118 caracteriza a superfície das barras

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através do coeficiente para cálculo da tensão de aderência da armadura 1. Os coeficientes

estabelecidos pelas normas ABNT NBR 7480 e ABNT NBR 6118 estão mostrados na tabela:

Superfície 1

Lisa (CA-25) 1,00 1,0

Entalhada (CA-60) 1,40 1,5

Alta Aderência (CA-50) 2,25 1,5

Tabela 3.3 Coeficientes de conformação superficial (ABNT NBR 7480) e para Cálculo da Tensão de Aderência (ABNT NBR 6118).

3.11.3. MASSA ESPECÍFICA

Segundo o item 8.3.3 da ABNT NBR 6118, pode-se adotar para massa específica do aço de

armadura passiva o valor de 7 850 kg/m3.

3.11.4 COEFICIENTE DE DILATAÇÃO TÉRMICA

O valor 10-5/ºC pode ser considerado para o coeficiente de dilatação térmica do aço, para

intervalos de temperatura entre -20ºC e 150ºC (Item 8.3.4 da ABNT NBR 6118).

3.11.5 MÓDULO DE ELASTICIDADE

Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, o módulo de elasticidade do aço

pode ser admitido igual a 210 GPa (ABNT NBR 6118, item 8.3.5).

3.11.6 DIAGRAMA TENSÃO / DEFORMAÇÃO, RESISTÊNCIA AO

ESCOAMENTO E À TRAÇÃO

O diagrama tensão-deformação do aço, os valores característicos da resistência ao escoamento

fyk, da resistência tração fstk e da deformação na ruptura uk devem ser obtidos de ensaios

de tração realizados segundo a ABNT NBR ISO 6892. O valor de fyk para os aços sem

patamar de escoamento é o valor da tensão correspondente deformação permanente de 2‰

(ABNT NBR 6118, item 8.3.6).

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Page 16: ARTIGO Concreto Armado

Nos projetos de estruturas de concreto armado, a ABNT NBR 6118 permite utilizar o

diagrama simplificado mostrado na Figura, para os aços com ou sem patamar de escoamento.

Este diagrama é válido para intervalos de temperatura entre -20ºC e 150ºC e pode ser aplicado

para tração e compressão.

Figura 3.9 Gráficos dos Intervalos de Temperatura

.

3.11.7. CARACTERÍSTICAS DE DUTILIDADE

Os aços CA-25 e CA-50, que atendam aos valores mínimos de fyk/fstk e uk indicados na

ABNT NBR 7480, podem ser considerados como de alta ductilidade. Os aços CA-60 que

obedeçam também às especificações dessa Norma podem ser considerados como de

ductilidade normal (item 8.3.7 da ABNT NBR 6118).

3.11.8 SOLDABILIDADE

Um aço é considerado soldável, quando sua composição obedece aos limites estabelecidos na

ABNT NBR 8965.

A emenda de aço soldada deve ser ensaiada à tração segundo a ABNT NBR 8548. A carga de

ruptura, medida na barra soldada deve satisfazer o especificado na ABNT NBR 7480 e o

alongamento sob carga deve ser tal que não comprometa a ductilidade da armadura. O

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alongamento total plástico medido na barra soldada deve atender a um mínimo de 2% (ABNT

NBR 6118, item 8.3.9).

3.11.9 CLASSIFICAÇÃO

Conforme especifica a ABNT NBR 7480, item 4.1, os aços a serem usados em estruturas de

concreto armado serão classificados:

1. Como barras, se possuírem diâmetro nominal igual ou superior a 5 mm e forem obtidos

exclusivamente por laminação ao quente;

2. Como fios, se possuírem diâmetro nominal igual ou inferior a 10 mm e forem obtidos

por trefilação ou processo equivalente.

De acordo com a categoria, as barras e fios de aço serão classificadas conforme mostrado na

Tabela.

Categoria Classificação

Tabela 3.4 Barras e Fios de Aço

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CA-25

Barras

CA-50

CA-60 Fios

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As características das barras (CA-25 e CA-50) e fios (CA-60), definidas pela ABNT NBR

7480, estão mostradas nas tabelas abaixo:

Barras

Diâmetro Massa Área daPerímetro

Nominal Nominal10 Seção(cm)

(mm) (kg/m) (cm2)

0,154 0,196 1,575

6,3 0,245 0,312 1,98

0,395 0,503 2,518

0,617 0,785 3,1410

0,963 1,227 3,9312,5

1,578 2,011 5,0316

2,466 3,142 6,2820

2,984 3,801 6,9122

3,853 4,909 7,8525

6,313 8,042 10,0532

9,865 12,566 12,5740

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Tabela 3.5 Características das Barras de Aço para o Concreto Armado

4. CONCLUSÃO

Presente em todas as obras na engenharia civil é um dos principais elementos da arquitetura

do século XX. Aplica-se por exemplo em lajes, muros e vigas, e praticamente em tudo que se

exija mais resistência na parte da sustentação, o concreto armado consiste em uma armadura

metálica coberta por concreto, fazendo com que além da resistência a compressão por parte do

concreto, aconteça também a resistência a tração por parte da estrutura metálica, por conter

pequenas saliências em sua superfície. Na obra, é inserido nas armaduras metálicas

preenchendo todos os espaços (vibrado). Assim que endurecer o mesmo está pronto.

Ao longo do trabalho podemos entender as características dos materiais usados através das

tabelas e imagens, demonstrando suas diversas classificações segundo as normas normativas,

suas propriedades, conceitos e etc.

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Page 20: ARTIGO Concreto Armado

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MARCELLINO, Narbal. Especialista em engenharia de estruturas, professor da Universidade

Federal de Santa Catarina (UFSC). Disponível em: http://www.mutua.com.br/art/item/5796-

concreto-armado-%C3%A9-solu%C3%A7%C3%A3o-dur%C3%A1vel-e-econ

%C3%B4mica. Acesso em: 14 outubro de 2015.

ABNT NBR 6118:2003 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento.

Prof. Dr. BASTOS, Paulo Sérgio dos Santos – UNESP(Bauru/SP). Disponível em:

http://site.ufvjm.edu.br/icet/files/2013/04/FUNDAMENTOS_Concreto.pdf. Acesso em: 16

outubro 2015.

(UFPR) Disponível em:

http://www.cesec.ufpr.br/disciplinas/concreto/Apostilas/Capitulo1.pdf Acesso em: 16 outubro

2015.

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