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PRODUO Sistemas Integrados de ProduonoBrasil: Situao Atual, Causas e Perspectivas Adriano Proena Heitor M.Caulliraux Maurcio Neves GPIIEE-COPPEIUFRJ - CX.Pst.68.507- CEP 21.945-970- Rio de Janeiro- RJ email:[email protected] Palavraschave:AutomaoIndustrial,ManufaturaIntegradaporComputador, Estratgia de Manufatura. Key words:IndustrialAutomation;Computer Integrated Manufacturing;Manu-facturingStrategy. RESUMO EsteaJ1igoapresentaeanalisaosresultadosdeumapesquisacom260empresasdemaJlUtturade10 estadosbrasileiros.Eledescrevesuametodologiaeexploraasrelaesentresuascaractersticas- posio estratgica, tamanho, natureza dos processos de produo, tipo de indstria e regio - e seu padro de automao. Discute tendncias e necessidades para um futuroprximo e apresenta alguns comentrios sobre o contedo da tecnologiaadotadapelasempresas.Almdisso,fazalgumasconsideraesarespeitodosprocessosde modernizao industrial. ABSTRACT Thispaper presentsanJ analyzestheresultsof a surveyof 260 manufacturing jirms in10 statesin Brazil.1tJescribes ilS metodology and explores the relationships characteristics - strategic positioning. size.nature ofproduction process, industry and region - and their automation pallern. lt discusses trenJs anJ neeJs for the near-jillure and offers some remarksabout the content ofthe tecnology adopted by the firms.lt also speculates about the nature ofthe inJustry s modernization processo Belo Horizonte,Vol.6,N1,p.83-101 Jul.1996 83 PRODUO 1.Introduo Diversosobservadoreseanalistasda evoluorecentedaindstriabrasileira vm constatando uma paulatina retomada dos.investimentoseminstalaes, eqUIpamentosesoluesinformticas. Apsociclodeadoodesoluesde cunhofortementeorganizacionalepro-cedural,emboapartereferenciadasnas polticasdoSistema ToyotadeProduo edaGernciadaQualidadeTotal,as firmasmanufatureirassedisporiam, agora,amigrarparasoluesmais intensasemtecnologia,naformade mquinas e sistemas informatizados, mas nodeapoio gesto. Nestecontexto,adiscussosobreo estgiodadifusodetecnologias associadasaoCIM- aManufatura Integrada por Computador - fundamen-taiparasituar apropriadamente o debate sobreanaturezadamodernizaoem curso,eultrapassarameraconstatao dequeamudananascondies ambientaisgeradapelaglobalizaoda economia brasileiranaformaconduzida pelaadministaoCardosoobrigaa empresaaquisituadaareverdeforma urgentesuasprticastradicionaisde conduo de seunegcio e de seu sistema produtivo. o GmpodeProduoIntegrada,da EngenhariadeProduodaUFRJ,em associaocomoSENAI-DN,est justamentecoordenandoumaampla pesquisa sobre o retrato e as perspectivas doCIMnopas.Nomomento260 empresas de diversos setores, em de 9 estados da federao, j foram visitadas, e seus dados contabilizados em bancos de dadosl.Uma publicao especfica e muito abrangentecomtodososresultados alcanados est sendo preparada. Este texto especificamente aporta uma primeira anlise sobre os dados agregados disponveis,ouseja,comoestose portando as empresas diante da realidade daglobalizao,eminenteparaos prximosanos.Asinformaesj levantadaspermitiriamcruzamentosde vriostipos,com vistas formulaode-hipteses fortes e hipteses fracas sobre a realidadefuturaepresentedanossa indstria emreao aestenovo contexto mundial.Nestetrabalho,entretanto, optamos por expor os resultados para toda a amostra sobre dois aspectos-chave: qual o perfilde automao/informatizao do parque(comconsideraesdesetores industriais,tipodeprocessoprodutivoe exportaes)equaisashabilidades competi tivasprioritriasparaas empresas.Destesdadosderivaremos consideraes sobre a situao vigente na indstria. 2.A Pesquisa Integrao da Produo Por ser objeto fundamental deste texto primeiramenteiremosexplicarafontededados,ouseja,apesquisa "IntegraodaProduo".Elafoi motivada por um convnio de cooperao 84 tecnolgicaassinadoentreoGrupode Produo Integrada,o SENAI DR!RJ e o SENAI- DN.Foiconstatado que,para o desenvolvimento de qualquer trabalho na rea de CIM por parte destas instituies, serianecessrioumestudodecomose encontraaindstriaemrelaoaesta tecnologia,demodoapermitiruma atuaomaisprecisaeorientadaparaa realidade brasileira. Aps uma primeira faseno estado do Rio de Janeiro, a pesquisa foilevada para outrosestados doBrasil- MinasGerais, SantaCatarina,Paran,RioGrandedo Sul,SoPaulo,EspritoSanto, Pernambuco e Bahia - seguindo sempre o mesmomodeloconceitualqueser explicadoposteriormente,eagregando parceiros diversos em cada regio (SENAI local,Universidades,Federaesdas Indstrias, Governos Estaduais e Governo Federal). 2.1.Quadro Conceitual oquadroconceitualquepresidiua realizao da pesquisa de campo pode ser resumidona forma daseguinte figura. Estratgia de Negcio I Estratgia de Produo Nestequadro,aautomaodos sistemasdeproduo,seugraude informatizaoeintegraoseguemas definieseasmetasdaestratgiade produo,modelocompatvelcoma definio de Hayes e Wheelwright (1984) para estratgia de produo.Esta, por sua vez, sustentaria a estratgia de negcio da empresa.Porfim,asorientaespara formaoetreinamentodosrecursos humanossodefinidastantopela estratgiadeproduocomopelas necessidadesimediatasdaautomao, informatizaoedaintegrao informtica.Para descrever ossistemas automatizados,informatizadose integradosutilizou-seumavariaodo ModeloY,desenvolvido por Scheer (1993) e que ser explicado posteriormente. 2.2.Metodologia da Pesquisa 2.2.1.Formao da Amostra Para a formao da amostra procurou-seidentificarempresasegneros industriaisqueseenquadravamem critriosdeseleoestabelecidos.As empresasdeveriamterumtotalde Informatizao/ Automao/ Integrao ~ Formao de Recursos7 Humanos Figura 1:Quadro Conceitual da Pesquisa Integrao da Produo 85 PRODUO empregadoscompreendidoentre100e 1000.Para esta estipulao, considerou-seaadequao aomodeloCIM adotado, adiante explicado. Na seleo dos gneros quefariampartedaamostra,foram utilizadas informaes do banco de dados daRAIS,criando-sequatrodiferentes . critrios:importncianacionalrelativa, importncia estadual relativa, processo de produoadequadoimplantaode sistemasCIMeimportnciaestratgica para o estado. o primeiro diz respeito aonmero de empresas que o gnero possui, em relao ao restante do pas.O segundo, difere do anteriorporoperarcomnmerosde empregados,eutilizarcomoconjunto Universo os estados em questo.Para um gneroseraceitonosdoiscritrios 111 ... -I/l o E 111 111 I:: I/l 111 I/l ai ... a. E ai ai "o ii E ,=' z mostrados,suamdiadasparticipaes relativas deve estar acima da mdia global. Osoutrosdoisquesitosso complementares.Otipodeprocessode produodevesercompatvelcoma tecnologiaCIM(nestecaso,poucos gnerosforamexcludos- p.ex. construo civil) e,como ltimo critrio, verificam-seosgnerosquetm importncia estratgica para o estado, ou seja,geravam algum interesse particular nos parceirosregionais envolvidos. Apsaanlisedosquatrocritrios apresentados,foramselecionadosos gneros que satisfizessem pelo menos trs deles e,como resultado final, seguem dois grficos que delimitam a amostra.Dentro decadagnero,selecionou-se10%do totaldas empresas quetinham entre100 e1000 empregados,por estado. lana [JRod:!..L:reiro l1liMmsG!rs IESPritoSrto l1liSrtaOia'ina FiJ,,'Ura2:Amostra por estados 86 '" % " .. ,. .. " .. .Ind. Tlatll .Ind. QulmIca _Ind. M &lllr"lc Ind. MIclnlca .Ind. Edltorla'.GrUlcl alnd. doMoblllarlo .Ind. d,ProdutolM In.rallNlo M aUllcol .'nd.dt Produto.daMaU,fa. Pllatlc .. a'nd. d,Produto.Allmtntu In d.d.P ap I. p. p. 110 .Ind. daMahrla' EIHrlcod. Com.Ind. daM ,teria' d,Transporte alnd. daCouros, P,I Simlia,. I E3lnd.dISabld .. Figura 3: Amostra Ilor Setores Industriais2 2.2.2.Confeco dos Questionrios Paraacoletadedados,formulou-se trs questionrios com assuntos diferentes, emborainterligadossegundooquadro conceitualdapesquisa.Soeles:dados geraisdaempresaeestratgia competitiva;tecnologiasdeintegrao; recursos humanos.. o Questionrio1 (Dados da empresa eestratgiacompetitiva)baseou-seem tpicosreferentesidentificaoda empresa,principaislinhasdeprodutos, tipodeprocessodeproduo, caractersticadomercado,habilidades daempresaeanliseda estratgiadeproduo.Estaltimafoi abordada por questes que enfocavam os objetivos empresariaisespecficos esuas ligaes com a iIormtica, ou seja, dentre cadaobjetivo,qualaquelequefezuso desterecurso para atingi-lo. o Questionrio2(Tecnologiasde Integrao)aquelequepoderamos chamar detecnolgico dentro dosistema de CIM,isto ,apura dados qualitativos e quantitativos sobre hardwares e softwares, redes,automaes(integradasouno), etc.Portanto,eraimportantequeo questionriofosserespondidoporuma pessoaquetivessevisoabrangentedo sistema produtivoe detoda atecnologia queoenvolve(porvezes,maisdeum indivduo).Ainda dentro destemdulo, seria necessrio verificar-se a trajetria de informatizao e integrao da produo da empresa passo a passo, razo pela qual houvepreocupaodeposicionaras respostasnotempo.Pode-secomisso fazerumcronogramadoqueaconteceu na empresa e quais eram seus planos para o futuro.Aidiaverificaralgicada informatizaoepadrodetrajetrias dentro de estratificaes da amostra: 87 PRODUO o Questionrio 3 (Recursos Humanos) trata dos esforos realizados para atender novanecessidadedeconhecimentos advindadamodernizao,ouseja, procura-seidentificartreinamentos ministrados e programados, novos cargos criados,recrutamentosdepessoal especializado,tudovistosobaticada automao e integrao da produo. A base de toda a pesquisa consiste no fatodeteremsidoostrsinstrumentos formuladosvisandoumagrande interrelaoentreosmesmos.Era necessano,quemesmoquando respondidosporpessoasdiferentes,os questionriospudessemevidenciar ligaes intrnsecas de modo que a anlise do trabalho fosse um resultado por inteiro. Para atingirtalobjetivo,asquestesfo-rampensadasdesdesuacriaocomo subtemasdeummesmocontexto.A pesquisa tinha queser integrada. Como exemplo, cita-se a possibilidade criadanoquestionrio1 (estratgias)de se classificar as empresas da amostra em diferentes grupos (lderes, concorrentes ou seguidoras; empresas que exportam e que noexportam;etc.)e,comosdadosdo questionrio2 i(tecnologias),verificar se existealgumpadrodeinformatizao dentro de cada grupo.Fica claro aqui que busca-senoapenaslevantartrajetrias deintegrao e automao,mas tambm deexplic-lasatravsdecruzamentos diversospermitidoscomasvariveisdo questionrio1.Damesmaforma,a relao entre osquestionrios 3 (RH)e o 2(tecnologias) muitoforte,namedida em queosdadoslevantadosreferentes necessidade de formao e treinamento de RecursosHumanosestoatadosaoque foiouserrealizadonestecampo tecnolgico.Pode-se,portanto,analisar questes do tipo: treinam as empresas para semovimentarnumeixocrescentede automao?So estes treinamentos feitos antesoudepoisdeintroduzidasas mudanas tecnolgicas?Qual o papel do SENAI e das Universidades neste cenrio? Nestetexto,estasquestesnosero abordadas,focando-seapenasemum aspectorelativosestratgias competitivas(asaber,habilidades competitivas mais perseguidas), e aspectos tecnolgicos.nfasemaiordaremoss conclusesadvindasdasanlisesdos quadrosapresentadosquesituaroa respostadenossasempresas,dianteda realidadededuracompetioquese impem enquanto ambiente externo. tambmimportanteressaltara formadelevantamentodosdados, estreitamenteligadaaosobjetivosmais amplosdoprojeto.Comoeradenosso interessequeresultadossuportassem processosdeintervenoconcretos,foi necessrio fazer com que os dados fossem levantados atravs de visitas s empresas. Mais,ostcnicosresponsveispelo levantamento foram treinados demodo a garantir um entendimento homogneo das situaes encontradas.Por exemplo,um softwarecomodoVenturacumprea funodeumCAD(ferramente informticadeauxlioaoprojetodo produto)emumaindstriagrfica.Este cuidado,necessrioquandosedeseja 88 intervir concretamente, no de praxe em muitos trabalhos realizadosnopas. 3.ResultadosSelecionados da Pesquisa A primeira questo diz respeito parte da pesquisa que investigou as estratgias competitivas.Umdosquestionamentos buscoumapear,apartir deumalistade habilidades competitivas ligadas a custos, flexibilidade, qualidade, tempo de entrega eserviosdeps-venda,qualera agrau de fora em relao concorrncia e qual oimpactoquecadaumdestesitens possuanomercadoparaaslinhasde produtos das empresas (no estilo da Manu-facturing Futures Survey, como em Miller e Kim,1991).A escala de notas variava de um a sete e, para cada vetor pesquisado (foraeimpacto),aanliseconsistiuna 0.1 -0,1 -0,2 -0,3 -0,4 -0,5 -0,6 -0,7 -0,8 VJOo LU... o'"

0-0 oo o zfi!e>:e>: LU",-"'-

z diferena entre as notas destes dois vetores em cada habilidade (Km e Arnold,1991). Reparequeumaempresacomgraude fora7(sete)emrelaoaoseu competidor,emumahabilidadecujo impactopossuigrau4,estcomum "confortocompetitivo"quantificadona diferena, ou seja, +3(trs positivo).Essa situaodiferentedaquelahabilidade quenotemtantaimportnciaparaa linhadeprodutosnomercado(por exemplo,grau3),masondeaempresa possuiforabeminferioraocompetidor (porexemplo,grau1).Nestecaso,a diferenaexprimeum"desconforto competitivo"de-2(doisnegativo). Apsrealizadastodasasdiferenas nashabilidadesde todas as empresas da amostra, tirou-se uma mdia destesresultadosque,emborano represente em grau absoluto oquanto de VJLUo 8 o deproduo,sejapor estado,seja porsetor,etc.,demodo'que esteblocomaisinformatizado,que doravantedenominamosde"ncleo informatizado"(PP+CP+CQ),uma opogeneralizada nocenrionacional. Paratratardasdemaisfunes, conveniente apresentar o grfico que, com amesmametodologiaanterior,trabalha comaamostra divididaemempresas de processos contnuos e discretos. Um dos pontos de destaque a grande incidnciadatecnologiaCADnas empresasdeprocessodiscreto.Porsuas caractersticas,oprojetoauxiliadopor computadorserefleteemganhode competitividade,na medida em que pode proporcionaraumentodeflexibilidade paradesenhosdenovosprodutosou customizaes, alm de, se integrado com um sistema de CAM, facilitar a elaborao de programas para as mquinas CNC.J asempresasdeprocessocontnuo apresentam elevado ndice de automao nocontroledeequipamentos,comopor exemplo,usodeCLPs,SDCDs,SMCs, entre outros. Afigura7comprovaaindaqueo ncleo.informatizado no privilgio de um determinado tipo deprocesso;uma constante nas empresas da amostra.Outro corte relevante para este estudo, relaciona ospadresdeinformatizaocoma tamanhodasempresas,emrelaoao nmero totalde empregados. Funes doMxlelo Y Figura 6:Incidncia de automao I)or funo 91 PRODUO 78%71%81% 81% Discreto [I ContlUo FUnes m MxElo Y Figura 7:Incidncia deautomao por funopor tipo de processoI)rodutivo 90% 90% 70% 90% 90% 40% 3l% 20% 1(1)(, (I)(, W cC u J2 .f: oa.z C-a.a. Q) cCa.U 5a. U "O U cC J2 o-J2J2 oi':: J2 u w 'E= J2 .f:U .f:.f: -'" .f: J2" .f: .f: o Figura 8:Incidncia de automaopor funopor tamanho da empresa Maisuma vez,apesar de aparecerem pequenasdiferenasnospercentuais,o perfildaautomaocom focononcleo nosealtera,oquedemonstrasera varivelemestudo aindanoconclusiva para explicar a informatizao do parque fabril. Umanovahiptesequepodeser testadaofatodequeasempresas 92 exportadoras submetidas a um maior Ivel deexignciaporpartedeseusclientes, investemeautomatizamseusprocessos comvistasaumaumentode competitividade.Afigura9divideas empresasemtrs tipos:aquelas queno exportam;as que exportam de1 a5% da sualinhadeprodutos;asqueexportam mais de 5% desualinha. Apesardequeexistemaior informatizaonasempresas exportadoras,segundooresultadoante-rior,issoindependedaquantidade exportada e, por vezes, constitui-se numa diferena reduzida.Alm disso, temos a funodepr-projetos(CAE)mais informatizadanasempresasno exportadorasdoquenaquelasque exportam de1 a5%, o que verifica que a pesquisanopodeconcluirqueanossa hiptesedetrabalhoconclusivamente verdadeira. 100% 90% 80% 10% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% W .E .E oa.::;; a. ~ ~ .E .E o. os CT w .E .E Umaoutraverificaorelevantediz respeitosregiesdoBrasil.Existe um sentimento deque,emfunodoEstado deSoPaulo,aregioSudestepossui maiorincidncia deautomao doque o restantedoBrasil.Afigura10aborda esta questo. Asdiferenasencontradasentreas regies,principalmenteentreSule Sudestenosograndesnamaiorparte das funesdomodeloY e,noControle deEquipamentos,aregioNordeste aparececomumndicedeautomao maiordoqueasdemaisregies(oque podeserexplicadoporumamaior existnciadeempresasdeprocessos ocontnuos no parque industrial da Bahia). oPortanto,umagrandediscrepncia regionalnoseverificanapesquisa,e maisumavezforma-seoncleo notadamentemaisinformatizado,em todas aspartes doBrasil. NoExporta .1a5% C1Maisde5% a.a. '"a. "C .E.E o{!j E ~ .E.E "a Figura 9:Incidncia de automao IlOr funoI)or quantidade de exportao 93 PRODUO 80% 70% Nordeste 60% 50% 40% 30% 20%o Sudeste 10% 0% w u on.za.n.n.'" n.uo '5n.U"O 5. ~~.B".go.g~ ~:EUE~E ~ ~O Figura 10:Incidncia deautomao IlOr funoI)or Regio o ltimo cmzamento deste artigo o degnerosindustriais.Consideramos aquiapenastrsgneros- mecnico, alimentos e txtil - que esto entre os mais representativos na nossa amostra nacional etmgrandesdiferenasnosseus processos deproduo. Aqui,temosumgrficodisforme (mantendo-se o ncleo), o que serve como 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% z u ~ c-'5 Jr u : indicativo de que certas especificidades da informatizao,daautomaoeda integrao, como esperado, esto atreladas aossetoresindustriais.Para aprofundar estaconstataoseriamnecessrios estudosmaisdetalhadosdentrodecada gnero, considerando-se cmzamentos com outras variveis.Para que as anlises por gnero possam viabilizar intervenes em empresasespecficas,noentanto, o.o. o.u .2.2 ~ EE ., ." OI:2 n; 6 Metal-Mecanico Produtos Alimentares QTxtil Figura 11:Incidncia de automao I)or funoI)or gnero industrial 94 necessrioqueoutrosdadossejam agregadosaosbancos:indicadoresde performance,estgiointernacionalda tcnica, modelos dos processos genricos, entre outros. Estes pontos,por no serem objetoespecficodestetexto,nosero aqui enfatizados. 4.AnlisedosResultados Encontrados 4.1.SobreasPersllectivasde Evoluo da Indstria Nacional o quadro de desconforto competitivo destacaaimportnciapercebidaem termos dereduo de custo e melhoria da qualidade.Umaprimeiraleituraseriaa dequeasempresasestariam fundamentalmentepreocupadasem aumentaraeficinciadesuaoper9o, mantidasascaractersticasfsicasdo produto.Aceito, entretanto, que na prtica j se opere com uma definio mais ampla de qualidade,queincluiselvios,poder-se-ia entender que as empresas sentem a custo PRODUO necessidadedemelhorarsuaeficincia operacional (reduo de custos) mantidos/ melhoradososparmetrosdereferncia de seu envelope de performance produto/ servio (qualidade do produto, entrega no prazo). Tal entendimento poderia ser ilustrado por umgrficobi-dimensional(Hayese Pisano,1992;Proena,1994).Poruma questodepraticidade,eadotandoa dicotomiapropostaporPorter(1980), assumamosduasvariveiscomponentes de um posicionamento competitivo: custos (eficincia) ediferenciao(envelopede performancedeproduto/servio).Na figura12,temosascurvasIelI.Tais curvasprocuramdelimitaruma determinadafronteiradeperformance para um dado nvel tecnolgico.Na curva I,opontoAindicaque,paraaquela diferenciao, incorrer-se- naquele nvel de custo.A curvaIItrata da situaoem queumainovaotecnolgicadeslocou estafronteira:possvel,justamente, alcanaramesmadiferenciaoporum customenor.Como noponto B. 11 diferenciao Figura 12:Custo x Diferenciao - curvas I c 11 95 PRODUO o grficonafigura12servepara ilustrarnossoentendimentoquantoao processocaracterizadopelaintroduo maciadesoluesinformatizadasao nveldoplanejamento daproduo edo controledaproduo.Tipicamente,as empresa buscaram migrar do ponto A para o ponto B;isto , aumentar sua eficincia operacional sem prejuzo ao seu envelope dado de performance produto/servio. o problemaque,comonotvamos em texto anterior (Caulliraux e Proena, 1993),emperspectiva ainda vlida dada certaperdaderitmonaretomadade investimentos em produo, as empresas teriamde "ir alm dadefensiva".Isto, aosavanosemgestoeorganizao . teriamdesesucederinvestimentosde maiorporteemtecnologia(cf.ainda Proena,1996). De fato,os dados colhidos na pesquisa indicamqueasempresasdeprocessos custo contnuos vm investindo em controle de equipamentos,enquantoqueasde processosdiscretosvmreforandosua posio em CAD.Tais investimentos no restringemseuimpactoapenasaonvel daeficinciaoperacional.Umamaior automaodestetipoabrecampopara ganhosemcustoseemperformance, simultaneamente.Estatendncia, traduzida para uma leitura em termos de posicionamentocompetitivo,podeser ilustrada pelapassagem da curva 11para curvam,talcomonafigura13.Nele assinalamos o leque depossibilidades de reposicionamentos viabilizados pela nova tecnologia. o CAD,porexemplo,associado reorganizaodeestruturaseprocessos adequados,podecomprimirotempode lanamentodenovosprodutos,abrindo campo para entradas em segmentos antes no-alcanveis pela empresa. IV diferenciao Figura13:Custo x Diferenciao - curvas I, 11,111eIV 96 Estapassagemexigeumtipode consideraodistintodaanterior.A prpria aquisio de um dado software de CAD guarda implicaes relativas no s ao custo de aquisio e manuteno,mas tambmemtermosdevelocidadede aprendizadoereceptividadepela organizao.Hqueconsiderarganhos emeficinciaoperacional,tempoem operao em sub-capacidade,impacto no sistema produtivo,distrbiosesperveis, entreoutros.Tipicamente,omovimento de IIpara III precisa considerar o melhor encaixeentreoposicionamento competitivoalmejadoeapolticade informatizao/automao adotada. o problema, entretanto, que mesmo quandoestapreocupaodesuporte posiocompetitivaimediatamente almejadaestpresente,pode-seincorrer nano-consideraodoseventuais posicionamentos imaginados mais para o futuro.Por exemplo,suponhaagoraque umafirmaestejanodilemaentredois pacotes de software para CAD.O primeiro maisbarato,maisfcileresolvea contentoseusproblemaspresentes,de atendimentoaossegmentosdemercado comosquaisaempresaoperano momento,tipicamentedepequenas empresas.Osegundomaiscaro,mais dificil de aprender; mas no sresolve os problemaspresentescomotambm conectvel aoCAD de clientes de grande porte,omelhor segmento domercadoe, portanto,prospectsfavoritosdareade Marketing dafirma.A decisoentre um eoutrotemdecontemplar,portanto,o deslocamentoposteriordafirma,parao quenafigura13 a curvaIV 97 PRODUO A curvaIV o futuro,pordefinio incerto.Oquesedeveconsiderar, portanto, o queDrcker(1973)chama de "a futuridadedas decises presentes". Isto,oquantoaescolhadeagora limitar/sustentarospassosfuturosda empresa.Ouseja,ograude comprometimento(Ghemawat,1991) comumadeterminadacombinaode trajetriatecnolgica - competitiva. Aquestoaquilevantadachama atenoparaofatodequeosnovos investimentosemautomao,paraa massadasempresasdaamostra, dependero,para umamaior eficcia,de melhoresconhecimentossobresuas operaes e deummelhor entendimento daprtica dagesto estratgica. 4.2.Sobrea"Qualidade"das Informatizaes Umaanlisedossoftwaresusados pelasempresasdemonstraqueparaa maiorpartedasempresasasituao relativamenteprecria.Parao "ncleo", comum o uso de planilhas (Excel, QPro, etc)para o controle daproduo oupara ocontroledequalidade.Nestecasos,o que se faz uma coleta dedadosmanual com digitao e tratamento posterior. Para oplanejamentodeproduoegestode materiais a situao tpica aponta para os softwares de MRP I. Emtermos deintegraoJormtica oquadroatual,paraamaiorpartedas empresas, de quase ausncia damesma. notrocamdadosentresi, PRODUO inexistemredesdechodefbrica, inexistem bancos de dados centralizados, no so feitasmodelagens dos processos, etc. Dessemodo,nodevemosconcluir que o relativamente elevado percentual de informatizaesno"ncleo"signifique umasituaoconfortveloudealgum modo avanada. 4.3.Mltiplos Caminhos, Diversas Solues Mesmopondoparteconsideraes sobreoambienteeconmicoe institucionalnoqualoperam atualmente asfirmasbrasileiras,osresultadosaqui apresentadosdapesquisaIntegrao,a nossover,sugeremaocorrnciaoua iminnciademovimentosdemaior comprometimentoestratgicoporparte dasempresas.Este"prximopasso" demandar,comojobservado,clareza sobreoandamentoeestgiodesuas prprias operaes, e meios conceituais e detrabalhoparatomadadedecises estratgicas. Noh,nestemomento,percursos "evidentes" para evoluo de cada sistema produtivoemparticular.Comosepode observarnasdiversastentativasdecorte relatadas,no h evidncia de um padro especficoporporteouporregio.A prtica de atividade exportadora pode ser associadaumamaiorincidnciade soluesautomatizadasemumoudois campos funcionaisdentro doY,masno chega a caracterizar padres distintos.O mesmo pode ser observado na comparao por tipos deprocesso deproduo. Ocorte efetivamentesignificativose dporgneros,ousetores,industriais. Comovistonoperfilderesultadosdos setoresmetal-mecnico,dealimentos,e txtil,atrajetriaeconmicae institucional(p.ex.,polticas governamentaissobrealquotas, importaodeequipamentos,etc.), associadaasuascaractersticas tecnolgicas especficas,levou a quadros deincidnciadesolues automatizadas bastantedistintos.Esteseroprincipal vetordeanliseaserdesenvolvidoem trabalhos subseqentes. Cabe,entretanto,teceraindauma outraconsiderao,estaderivadade resultadosdenossasobservaesquanto naturezadasoluodeautomao/ informatizaorealmenteempregada (questionrio2).Aopercorrer questionrio a questionrio encontramos umimpressionantegraudediversidade desoluesfirma-a-firma.Como constatouCaulliraux(1996),temoshoje perfisdiferenciadosnaproduopara empresas demesmo porte,com amesma tecnologiabsicadeprocesso,ecoma mesma estratgia competitiva! Nossa concluso que,tomada como umtodo,aindstriaestcomoque "experimentando"diversasalternativas, testando os percursos de sucesso/fracasso que,eventualmente,moldaroos "paradigmas"dofuturo.Hoje,emplena 98 transio,com asnormas de competio emfrancatransformao,ea disponibilizao de tecnologias digitais e demateriaisdepotencialaindano explorados,no possvelcaracterizar a proeminncia de qualquer "paradigma". Pode-se sugerir que estamos diante do prprio momento de transio do processo dito de "equilbrio pontuado" (pul1ctuated equilibriulII),talcomoodescritopor Gould(1989)emseulivro"Vida Maravilhosa".ParaGould,aolongo dos milhesdeanosdeumadadaera,as espciesdevidaocupamtodasas possibilidades de sobrevivncia dadas por um dado ambiente - um dado eco-sistema. Ento,subitamente,uma foraexterna -um asteride,ouaEradoGelo- destri taleco-sistema,etodososnichosqueo compem.Cabeentosespciesse "reinventarem",selanando experimentaoparadescobriremum formanovadesobreviver.Asgrandes mutaesocorreriamem"pacotes integrados",incluindocrebro,asas, pulmes,epatas;avidaevoluiriaen} grandessaltos,intercaladosporlongos perodos demudanaincrementaI. Eno na forma de uma crescente diversifica


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