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Roadmap tecnológico – por que e como fazê-lo?

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ROADMAP TECNOLÓGICO

• Seu papel na estratégia de inovação

• Etapas de sua construção

• Caso prático – riscos de sustentabilidade na cadeia sucroalcooleira

AG

EN

DA

A estratégia de inovação de uma empresa está diretamente relacionada à sua estratégia competitiva. Diversas taxonomias enunciam essa estratégia competitiva, que facilitam a elaboração da estratégia de inovação.

Estratégia de Inovação

O que a empresa quer ser

Posicionamento competitivo

O que a empresa é

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Ofensiva Defensiva Imitativa Dependente Tradicional Oportunista

Tigre, 2006

A taxonomia de Freeman, por exemplo, apresenta 6 estratégias tecnológicas, (conceituadas por ele como subconjuntos de táticas competitivas adotadas pela empresa). As estratégias não são mutuamente exclusivas, e as empresas acabam adotando gradações ou combinações de diferentes estratégias.

•Liderança tecnológica

•Seguidor rápido

•Oferecer produtos semelhantes

•Franqueado / Licenciado

•“Artesanal” / não muda o produto

•Janelas de oportunidade

Ex. Petrobras Ex. Samsung Ex. calçados de Nova Serrana

Ex. Alpargatas com a marca Timberland

Ex. requeijão Catupiry

Ex. lâmpadas de baixo consumo

Domínio de capacidade tecnológica

Jogando Para Ganhar Jogando Para Não Perder (JPNP)

• Estratégia de liderança de mercado que se baseia em inovação semi-radical e radical

• Seu objetivo é produzir vantagens competitivas de tal forma que os concorrentes não consigam igualar, muito menos superar, com facilidade e rapidez.

• Estratégia escolhida pelas empresas quando não conseguem adotar uma estratégia JPG.

• É às vezes chamada, erradamente, de estratégia de seguidor rápido; não se limita, entretanto, a seguir os movimentos de outros.

• Seu objetivo é, sempre que possível, forçar os concorrentes a gastarem acima daquilo que seria uma justa proporção pelo custo de suas ações.

Epstein et al., 2007 5

Outra taxonomia para estratégia competitiva que serve para a definição da estratégia de inovação é a de Epstein.

Estratégia de Inovação

O que a empresa quer ser

• Oportunidades de negócios (mercados / produtos e serviços /

tecnologias)

• Competências essenciais

Posicionamento competitivo

O que a empresa é

•Competências essenciais

Ao posicionamento competitivo deve ser adicionada a visão do que a empresa quer ser no futuro – expresso através não apenas das oportunidades de negócios que vê, mas das competências essenciais necessárias para sua captura – para que a estratégia de inovação possa ser então desenhada.

CE é um conjunto de habilidades e tecnologias que permite a uma empresa oferecer um determinado benefício aos seus clientes

As CE’s não são específicas de produtos. Contribuem para uma gama de produtos e serviços e podem transcender uma unidade de negócio.

Competência essencial: Produção com tempo de ciclo rápido Habilidades e tecnologias que suportam: Gestão de projetos Produção flexível Sistemas sofisticados de entrada de pedido Gestão de estoque Gestão de fornecedores

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Prahalad et al., 2005

Definir uma empresa como um portfólio de unidades de negócio independentes, com foco em produto-mercado, pode limitar seu horizonte de oportunidades. Quando se concebe uma empresa como um portfólio de competências essenciais, abrem-se muitos espaços em branco a serem explorados pela inovação.

Fazer a previsão de destinos do setor, mergulhando profundamente nos mecanismos que o impulsionam.

Desenvolver um ponto de visto criativo sobre a possível evolução de: - Funcionalidades - Competências - Interfaces com o

consumidor

Resumir esse ponto de vista em uma “arquitetura estratégica”.

Desenvolver previamente competências essenciais, explorando conceitos alternativos de produtos e reconfigurando a interface com o consumidor.

Montar e gerenciar a coalização necessária dos participantes do setor.

Forçar os concorrentes a adotar caminhos de migração mais longos e caros.

Criar uma rede mundial de fornecedores.

Elaborar uma estratégia apropriada de posicionamento no mercado.

Apropriar-se da participação dos concorrentes em mercados críticos.

Maximizar a eficiência e a produtividade.

Gerenciar a interação competitiva.

Liderança Intelectual

Gerência dos caminhos de

migração

~ 10 anos

Pré-mercado Mercado

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Prahalad et al., 2005

Antes de se competir com sucesso pela liderança de um mercado, existe uma fase prévia na qual a empresa alcança a liderança intelectual, preparando seus caminhos de migração (quando se desenvolvem as CE’s) e bloqueando o de seus concorrentes.

Liderança Intelectual Gerência dos caminhos

de migração Competição pela

participação de mercado

Fonte: Robert Phaal, Centre for Technology Management, University of Cambridge, UK

Um método utilizado para se estruturar uma estratégia de inovação tecnológica, em empresas onde a tecnologia é uma competência fundamental, é o TRM. Um de seus resultados é a identificação das competências necessárias no futuro.

Método TRM – Technology Roadmapping

Mer

cad

oP

rod

uto

Tecn

olo

gia

2011 2013 2015

Tendências e demandas de mercado Tendências e demandas de mercado

Produto

Produto

Produto

Tecnologias Tecnologias

Tecnologias Tecnologias Gap

Gap

Gap

Drivers Drivers

Fonte: Robert Phaal, Centre for Technology Management, University of Cambridge, UK

A aplicação do TRM permite, a partir das alavancas, tendências e demandas do mercado dos diversos momentos futuros, definirmos um pipeline de conceitos de produtos para atender esse mercado, e de tecnologias e competências que serão necessárias para seu desenvolvimento. Constrói-se assim um roadmap tecnológico totalmente conectado à visão de mercado.

O TRM é um exemplo de método de estruturação de uma estratégia de inovação, com foco tecnológico. De uma maneira mais genérica, essa estratégia considera como diretriz o posicionamento competitivo da empresa, e busca atender as oportunidades de negócios do futuro, desenvolvendo as CE’s necessárias.

Estratégia de Inovação

O que a empresa quer ser

Posicionamento competitivo

O que a empresa é

ROADMAP TECNOLÓGICO

• Seu papel na estratégia de inovação

• Etapas de sua construção

• Caso prático – riscos de sustentabilidade na cadeia sucroalcooleira

AG

EN

DA

Metodologia TRM – Etapas para Construção

Escopo

Etapa 1

Direciona-dores

Etapa2

Soluções

Etapa 3

Tecnologias

Etapa 4

Recursos Lacunas e

Riscos

• Quais são as tendências futuras?

• Quais são as necessidades não atendidas?

• Que oportunidades existem?

• Quais cenários futuros devemos considerar?

• Quais soluções já existem?

• Qual é a satisfação com essas soluções?

• O que pode ser melhorado?

• Qual sua maturidade?

• Que novas idéias começam a ser discutidas?

• De quais tecnologias precisamos para entregar nossas soluções?

• Essas tecnologias já existem no mercado?

• Quanto tempo será necessário para desenvol-vê-las?

• Quais competências e recursos são necessários para desenvolver essas tecnologias?

• Onde estão esses recursos?

• Quando estarão disponíveis?

Quais são:

• O objetivo da análise?

• O horizonte temporal?

• A abrangência da análise na cadeia de valor?

• Os temas prioritários?

• Como se distribuem no tempo capacidades e necessidades?

• Quais são as principais lacunas tecnológicas?

• Que riscos essas lacunas podem representar para o setor?

Questões a serem respondidas

ROADMAP TECNOLÓGICO

• Seu papel na estratégia de inovação

• Etapas de sua construção

• Caso prático – riscos de sustentabilidade na cadeia sucroalcooleira

AG

EN

DA

Método de Análise Setorial da Sustentabilidade

BAU SB FSB

Contexto Atual e Perspectivas Futuras da Cana

Contexto Atual Perspectivas Futuras

Atratividade da cultura da cana

• A cana é hoje o vegetal que produz mais energia por hectare plantado

Atratividade da cana no Brasil

• A produtividade da produção de etanol a partir da cana no Brasil é 2 vezes maior do que a partir do milho nos EUA

Sinais de mercado

• Grandes petroleiras – Shell, BP, Petrobras – estão adquirindo participação em usinas de etanol no Brasil

• O Brasil utiliza hoje 7 milhões de hectares para plantar cana (7% da terra arável do país). Se todo o carbono contido nessa área pudesse ser convertido em etanol, ela supriria 20% das necessidades de energia para transporte do mundo.

• Segundo Joel Velasco*, o futuro da indústria da cana no Brasil serão enormes biorefinarias que converterão cana em diversos produtos, alguns de valor agregado muito superior ao etanol

* Joel Velasco é um pesquisador brasileiro, VP de relações exteriores da Amyris, empresa californiana de desenvolvimento de tecnologia a partir da cana

Produtos e Desafios Tecnológicos da Cana

(1) Processo desenvolvido pelo CTC elevou eficiência dos 80-100 do processo tradicional para 120 lts/ton de cana (20-50% de aumento)

(2) CTC já desenvolveu mais de 72 variedades de cana, tendo conseguido um aumento médio de produtividade de 2% ao ano

(3) Amyris

Açúcar

• Tecnologia madura, dominada em todo o mundo

Alimentos

Etanol para automóveis

• Brasil na vanguarda da tecnologia, cerca de 80% da frota brasileira habilitada para operar com etanol

• Desafios tecnológicos:

₋ Aumento da eficiência das usinas: mais energia por kg de cana(1)

₋ Aumento da produtividade das áreas plantadas: mais kg de cana por hectare plantado(2)

Bioquerosene para aviões

• Tecnologia desenvolvida por empresa dos EUA(3) a partir da modificação genética de uma bactéria

₋ O 1º avião a voar com esse combustível (Embraer com turbina GE) vai começar a operar este ano

Combustíveis

Produtos e Desafios Tecnológicos da Cana

Plásticos biodegradáveis

• Brasil possui tecnologia para produção de polímeros em pellets(1), que podem ser utilizados por qualquer fabricante de plásticos

₋ Uma aplicação é um plástico-esponja, que pode ser utilizado como barreira de contenção para vazamentos de petróleo

Plásticos verdes

• Brasil já possui tecnologia para produção de plásticos recicláveis(2)

Plásticos

(1) Usina de Pedra

(2) Desenvolvida pelo CTC

Medicamentos

• Remédio para tratamento da malária

Cosméticos

Outras aplicações

Energia elétrica

• Produção de energia a partir do bagaço da cana (coprocessamento)

Plano de Trabalho – Etapa 1 – Direcionadores

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• Valores e comportamentos • Desenvolvimento humano • Economia • Agricultura • Florestas • Energia e eletricidade • Construção civil • Mobilidade • Materiais

Plano de Trabalho – Etapa 1 – Direcionadores

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• Valores e comportamentos • Desenvolvimento humano • Economia • Agricultura • Florestas • Energia e eletricidade • Construção civil • Mobilidade • Materiais

Plano de Trabalho – Etapa 1 – Direcionadores

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Plano de Trabalho – Etapa 1 – Direcionadores

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Direcionadores de inovação de curto prazo (Adolescência turbulenta – até 2020)

Agricultura Pesquisa agrícola (envolvimento do governo, parcerias público-privadas, conversão de celulose em biocombustíveis, absorção de nitrogênio)

Continuidade dos ganhos de produtividade

Variedades para condições climáticas extremas (água, temperatura, solo)

Energia e eletricidade

Financiamento público para PD&I em etanol:

Medidas tributárias para estimular a pesquisa no setor privado

Mecanismos para transferência de tecnologia

Mobilidade Eficiência dos veículos de combustão interna

Melhores políticas e combustíveis

Redução de emissões

Normas internacionais para biocombutíveis

Biocombustíveis para aviação

Materiais Redução dos custos de ciclo de vida de produção de plásticos a partir do etanol

Plano de Trabalho – Etapa 1 – Direcionadores

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Direcionadores de inovação de médio prazo (Período de transição – 2020-2050)

Agricultura Variedades com maior absorção de nitrogênio Sistemas de aplicação de nutrientes Reciclagem de nutrientes on-farm

Energia e eletricidade

Colaboração internacional em PD&I Novas formas de parcerias público-privadas em PD&I

Mobilidade Redução dos custos de biocombustíveis Redução dos custos do bioquerosene Captura on board de CO2 nos veículos

Materiais Aumento da longevidade dos materiais Redução do uso de água e energia na fabricação

Plano de Trabalho – Etapa 1 – Direcionadores

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Direcionadores de inovação de longo prazo (Visão 2050)

Agricultura Aumento da produtividade da área plantada (t/ha) Aumento da produtividade de biocombustíveis (l/t) Melhoria no manejo do solo (sequestro de carbono) Redução de emissões Redução do consumo específico de água

Energia e eletricidade

Aumento da eficiência da energia produzida a partir de biomassa Capacidade das redes de energia elétrica para adaptar-se à intermitência

das fontes de energia renovável

Mobilidade Aumento da eficiência dos veículos Redução dos gases de efeito estufa de veículos leves Redução de emissões de NOx e partículas

Materiais Potencial de reutilização e reciclagem dos materiais Aumento da ecoeficiência dos materiais

Plano de Trabalho – Etapas 2 e 3 – Soluções e Tecnologias

Escopo

Etapa 1

Direciona-dores

Etapa2

Soluções

Etapa 3

Tecnologias

Etapa 4

Recursos Lacunas e

Riscos

Análise da base de dados secundária (artigos, vídeos, livros e sites na internet) para identificar desenvolvedores de soluções e de tecnologia.

Entrevistas com desenvolvedores de soluções e tecnologias para o setor:

Centros de P&D (CTC, CTBE)

IAC

RIDESA

Entrevistas com outros agentes da cadeia de valor:

Usinas de açúcar e álcool

Grupos verticalizados (Cosan / Raízen, ETH, etc.)

Identificação das soluções e produtos existentes e avaliação de sua aderência aos direcionadores do mercado.

Entendimento das tecnologias existentes e das inovações em desenvolvimento, tecnológicas ou não, e do potencial de gerarem soluções que atendam aos direcionadores do mercado.

Atividades Propostas

Embrapa

Syngenta

Indústrias (motores automotivos, plásticos, etc.)

Geradores e distribuidores de energia elétrica (Cemig)

Amyris

Siemens

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Plano de Trabalho – Etapas 2 e 3 – Soluções e Tecnologias

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Novas variedades (CTC, IAC, RIDESA, Embrapa) por: - Melhoramento genético - Transgenia

Características das novas variedades: - Adaptadas a cada tipo de solo (inclusive

salinidade) - Maior resistência à seca e variações de

temperatura - Maior absorção de nitrogênio, fósforo e

potássio - Menor consumo de água

Plantio direto mecanizado do Plene (“mudas” de cana - Syngenta)

Agricultura de precisão a partir de diagnóstico por geoprocessamento e sondagens

Sistema de irrigação por gotejamento e nebulização (Embrapa)

Concentração / secagem da vinhaça

Monitoramento de desmatamento por geoprocessamento (INPE, ICONE)

Colheita mecanizada

Estrutura de tráfego controlado (CTBE)

Transformação do etanol em farneceno, a partir do qual se produzem diversos tipos de combustíveis e produtos de alto valor agregado (Amyris)

Quebra de celulose em sacarose por enzimas – etanol de 2ª geração (Europa e América do Norte)

Conversão da cana-de-açúcar em diversos combustíveis por gaseificação – etanol de 3ª geração

Biodigestão da vinhaça para geração de metano (Siemens)

Motores exclusivos a etanol com autonomia e desempenho de torque e potência igual ou superior aos flex ou a gasolina (Fiat)

Plásticos biodegradáveis, gerando energia a partir do metano (Usina de Pedra)

Plásticos verdes, recicláveis (Braskem)

Logística – Colheita / Transporte

Usina e Comercialização – Energia / Açúcar / Álcool

Fazenda / Plantio

Plano de Trabalho – Etapa 4 – Recursos

Áreas Tecnológicas Alguns desenvolvedores de tecnologia Novas variedades de cana-de-açúcar por melhoramento genético ou transgenia

- CTC

- IAC

- RIDESA

- Embrapa (http://www.embrapa.br) Plene – plantio direto de “mudas” de cana-de-açúcar - Syngenta – “mudas”

- John Deere – equipamentos (http://www.deere.com.br) Agricultura de precisão - PRO SOLUS (www.prosolus.com)

- Auteq (www.auteq.com.br)

- Soyus (http://www.soyus.com.br)

- Arvus (http://www.arvus.com.br)

- John Deere (http://www.deere.com.br)

- Embrapa (http://www.embrapa.br)

- Ceres Agrotecnologia (http://www.ceresap.com.br/) Irrigação por nebulização - AgrySystems (http://www.agrisystems.com.br/)

- Embrapa (http://www.embrapa.br) Irrigação por gotejamento - John Deere (http://www.deere.com.br)

- Embrapa (http://www.embrapa.br) Transporte / Concentração / Secagem da vinhaça - EDRA (http://www.edra.com.br)

- Dedini (http://www.dedini.com.br/web/)

- COSAN (http://cosan.com.br)

- Raízen (http://www.raizen.com) Monitoramento de desmatamento por geoprocessamento - INPE

- ICONE Estrutura de tráfego controlado (ETC) - CTBE

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Plano de Trabalho – Etapa 4 – Recursos

1 2 3 4 Áreas Tecnológicas Alguns desenvolvedores de tecnologia

Transformação do etanol em farneceno, e posterior produção de diversos tipos de combustíveis e produtos de alto valor agregado

- Amyris

- Solazyme

- GEVO

- KIOR

- LS9 (http://www.ls9.com) Quebra de celulose em sacarose por enzimas (Etanol de 2ª geração) - LS9 (http://www.ls9.com)

- BIOEN/ FAPESP (http://www.fapesp.br/rio20/bioen)

- Embrapa (http://www.embrapa.br)

- IPT (http://www.ipt.br) Conversão da cana-de-açúcar em diversos combustíveis por gaseificação (Etanol de 3ª geração)

- BIOEN/ FAPESP (http://www.fapesp.br/rio20/bioen)

- IPT (http://www.ipt.br) Biodigestão da vinhaça para geração de metano - Siemens Motores exclusivos a etanol com eficiência energética semelhante aos motores a gasolina

- Fiat

Plásticos biodegradáveis, gerando energia a partir do metano - Usina da Pedra Plásticos verdes, recicláveis - Braskem

Plano de Trabalho – Etapa 4 – Recursos

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