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Page 1: Apostila Direito Civil III Contratos

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DIREITO CIVIL CONTRATOS

1. IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA

Trata-se de uma matéria controvertida, polêmica e atual.

Matéria de suma importância, pois é cobrada em vários concursos públicos, inclusive no exame de ordem.

Matéria de fácil entendimento;

2. PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS

Horário;

Freqüência;

Participação (Interatividade);

Aulas expositivas dialogadas;

Estudos de casos;

Exercícios práticos escritos ou orais;

Leitura e discussão de textos;

Pesquisas individuais e em grupo;

Seminários orientados;

Utilização de ferramentas alternativas;

3. BIBLIOGRAFIA

Básica o DINIZ, Maria Helena. Código civil anotado. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

o __________. Curso de direito civil brasileiro. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 1997. v. 3.

o MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. v. 5.

o PABLO STOLZE GAGLIANO – NOVO CURSO DE DIREITO CIVIL – CONTRATOS;

o RODRIGUES, Sílvio. Direito civil. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. v. 3.

o VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil. São Paulo: Atlas, 2001. v. 3

Sugestão Particular o LEIA 2 PÁGINAS DE CADA DOUTRINA E ESCOLHA A QUE MAIS SE IDENTIFICAR;

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4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Unidade I – O Contrato

o Conceito; o Princípios gerais; o Contrato de adesão; o Novas manifestações contratuais.

Unidade II – Elementos do Contrato

o Teoria dos negócios jurídicos; o A vontade; o Capacidade dos contratantes; o Objeto dos contratos; o Forma e prova dos contratos; o Vícios de vontade.

Unidade III – Formação do Contrato

o Negociações preliminares; o Oferta, proposta ou policitação; o Aceitação; o Lugar do contrato.

Unidade IV – Das Estipulações em Favor de Terceiros

Unidade V – Classificação dos Contratos o Contratos unilaterais e bilaterais; o Contratos onerosos e gratuitos; o Contratos comutativos e aleatórios; o Contratos casuais e abstratos; o Contratos consensuais e reais; o Contratos solenes e não solenes; o Contratos típicos e atípicos; o Contratos principais e acessórios; o Contratos de execução instantânea e de execução diferida no tempo; o Contratos preliminares e definitivos;

Unidade VI – Interpretação dos Contratos

o Regras interpretativas.

Unidade VII – A Teoria da Imprevisão e Onerosidade Excessiva

Unidade VIII – Dos Contratos Bilaterais o Natureza dos contratos bilaterais; o Efeitos; o Exceptio non adimpleti contractus.

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Unidade IX – Dos Vícios Redibitórios o Conceito; o Requisitos; o Efeitos.

Unidade X – Da Evicção o Conceito; o Requisitos; o Efeitos.

Unidade XI – Espécies Contratuais Previstas no Código Civil: contratos típicos

Unidade XII – Outras Espécies Contratuais o Alienação Fiduciária; o Incorporação imobiliária; o Contratos bancários.

Unidade XIII – Responsabilidade Civil o Contratual e extracontratual; o Teorias; o Requisitos; o Responsabilidade pré-contratual e pós-contratual.

Unidade XIV – Das Obrigações por Declaração Unilateral de Vontade o Dos títulos ao portador; o Da promessa de recompensa.

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1ª AULA DIREITO CIVIL INTRODUÇÃO CONTRATOS CONTRATO

1. IMPORTÂNCIA

A figura jurídica mais importante do Direito Civil;

Crime x Direito Penal – Contrato x Direito Civil;

2. ABORDAGEM HISTÓRICA

Origem;

Quando e onde sugiu o contrato?

Roma? Grécia?

Contribuição inegável foi dada pelo movimento iluminista francês, com vocação ANTROPOCÊNTRICA, firmou a VONTADE RACIONAL DO HOMEM COMO O CENTRO DO UNIVERSO (pacta sunt servanda).

O contrato evolui com o tempo, adaptando-se à sociedade. o Contrato de adesão; o Processo de solidarização social;

Arnoldo Wald afirma que:

“poucos institutos sobreviveram por tanto tempo e se desenvolveram sob formas tão diversas quanto o contrato, que se adaptou a sociedades com estruturas e escala de valores tão distintas quanto às que existiam na Antiguidade, na Idade Média, no Mundo Capitalista e no próprio regime Comunista”.

3. CONCEITO

Pablo Stolze entende que contrato é um negócio jurídico por meio do qual as PARTES DECLARANTES, limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia das suas próprias VONTADES.

Em outras palavras só há contrato, quando existe MANIFESTAÇÃO DE VONTADE.

E, não havendo NEGÓCIO (objeto), não há contrato.

4. NATUREZA JURÍDICA

O CONSENTIMENTO OU CONSENSO, é o núcleo do negócio jurídico contratual, formado a partir das vontades emitidas pelas partes declarantes (acordo de vontades).

Sem essa manifestação de vontade e, consequentemente, o consentimento, o negócio jurídico será considerado inexistente.

5. EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA

EXISTÊNCIA – Não surge do acaso. Devem estar presentes certos requisitos mínimos.

VALIDADE – Não basta existir, deve possuir aptidão legal para produzir efeitos.

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EFICÁCIA – Ainda que um negócio jurídico existente seja considerado válido, isto não importa em produção imediata de efeitos, pois estes PODEM ESTAR LIMITADOS POR ELEMENTOS ACIDENTAIS DE DECLARAÇÃO (condição, termo e encargo).

6. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

4 elementos devem estar presentes:

o Manifestação de vontade; o Existência de um agente para manifestar tal vontade; o Objeto (o que se declara); o Forma do contrato (oral, escrita, mímica, etc...).

Tais elementos podem se dividir em subjetivos e objetivos: o –SUBJETIVOS:

PARTES CAPAZES para contratar ou ser assistidas ou até mesmo representadas;

o – OBJETIVOS: OBJETO deve ser lícito, possível (física e juridicamente) e determinável;

Não atentar contra a ordem pública;

Não pode ser proibida por lei;

7. PRESSUPOSTO DE VALIDADE

Manifestação De Vontade o Acordo livre e de boa-fé (vícios de consentimento); o Agente capaz (legitimidade); o Objeto idôneo, lícito, possível e determinado ou determinável; o Forma do contrato (prescrita ou não defesa em lei); o Exceção: existem casos em que a lei expressamente estabelece um determinado tipo de

forma para que o contrato tenha validade. o Recibo compra e venda x escritura pública 108 c/c 166, iv do c.c.

8. PLANO DE EFICÁCIA DOS CONTRATOS

3 elementos acidentais que eventualmente LIMITAM ou fazem CESSAR determinados fatos preestabelecidos.

o TERMO – Evento FUTURO e CERTO, que protrai o começo da produção de efeitos (termo inicial) ou faz cessá-los (termo final). Ex: quando completar 20 anos te darei um carro.

o CONDIÇÃO – Evento FUTURO e INCERTO que, se ocorrer, poderá dar início à produção de efeitos (condição suspensiva) ou fazer cessá-los (condição resolutiva). Ex: se você casar te darei um apartamento.

o MÉTODO MNEMÔNICO: condição/incerto – termo/certo. o ENCARGO/MODO – determinação acessória acidental de negócios jurídicos gratuitos, que

impõe ao beneficiário da liberalidade um ônus a ser cumprido, em prol de uma liberalidade maior. Ex: ganhará uma casa, mas terá que cuidar do jardim.

o MÉTODO MNEMÔNICO: BÔNUS COM ÔNUS. o Exemplo de contrato UNILATERAL IMPERFEITO. Quando tem prestação para ambas as

partes, mas UMA PRESTAÇÃO NÃO É CAUSA PARA A OUTRA.

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CONDIÇÃO TERMO ENCARGO/MODO

EVENTO FUTURO E INCERTO EVENTO FUTURO E CERTO CLÁUSULA ACESSÓRIA À LIBERALIDADE

Quando suspensiva: suspende a aquisição e o exercício do direito.

Quando suspensivo: NÃO impede a aquisição do direito, mas, apenas o seu exercício - gera direito adquirido.

NÃO impede a aquisição nem o exercício do direito - gera direito adquirido.

Condição incertus an incertus: há absoluta incerteza em relação à ocorrência do evento futuro e incerto

Termo certus an certus: há certeza quanto ao evento futuro e quanto ao tempo de duração.

Condição incertus an certus: não se sabe se o evento ocorrerá, mas, se acontecer, será dentro de um determinado prazo.

Termo certus an incertus: há certeza quanto ao evento futuro, mas incerteza quanto à sua duração.

9. TERMINOLOGIAS RELEVANTES

CONTRATO X INSTRUMENTO CONTRATUAL

o Contrato: Negócio jurídico formado pela convergência de vontades contrapostas (consentimento).

o Instrumento contratual: Documentação do negócio. Expressão escrita, composta por cláusulas contratuais, anexos... Em outras palavras, é o que compõe o contrato.

PREÂMBULO X CONTEXTO

o Preâmbulo: Parte introdutória. Contém a qualificação das partes, descrição do objeto e razões ou justificativas do contrato.

o Contexto: Disposições do contrato, ou seja, cláusulas contratuais (contrato escrito).

CONVENÇÃO X CONTRATO

o Convenção: Genérica. Utilizada para caracterizar acordos de vontade em geral. Ex: convenção coletiva – direito do trabalho.

o Contrato: Convergência de vontades, que se conjugam formando o consentimento.

10. REVISÃO – CONTRATUAL

FORMA ESSENCIALMENTE LIVRE. o Caneta que o colega empresta (contrato de comodato); o Ir de ônibus para faculdade (contrato de transporte); o Cd que trocamos com um amigo (contrato de troca); o Anel que compramos para namorada (contrato de compra e venda);

Regra é a LIBERDADE DA FORMA.

“ARTIGO 107 CÓDIGO CIVIL. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei exigir expressamente”.

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VIDE ARTIGO 481 E SEGUINTES DO CÓDIGO CIVIL.

Orienta CLÓVIS BEVILÁQUA: “É princípio aceito pelo direito moderno que as DECLARAÇÕES DE VONTADE NÃO ESTÃO SUJEITAS A UMA FORMA ESPECIAL, SENÃO QUANDO A LEI EXPRESSAMENTE A ESTABELECE. É até um dos resultados da evolução jurídica, assinalado pela história e pela filosofia, a decadência do formalismo, em correspondência com o revigoramento da energia jurídica imanente nos atos realizados pelos particulares, a expansão da autonomia da vontade e a consequente abstenção do estado que se acantoa, de preferência, na sua função de superintendente, pronto a intervir, quando é necessário restabelecer coativamente o equilíbrio de interesses”.

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2ª AULA DIREITO CIVIL PRINCÍPIOS CONTRATUAIS

1. PRINCÍPIOS DO DIREITO CONTRATUAL

São normas elementares. Considerados requisitos primordiais instituídos como base, como alicerce, mostrando-se a razão fundamental de ser das coisas jurídicas, ao passo que às regras são normas específicas.

Os princípios pairam por toda a legislação, dando-lhe significado legitimador e validade jurídica.

2. PRINCÍPIOS DO DIREITO CONTRATUAL

Temos, portanto: o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana; o Princípio da Autonomia da Vontade ou do Consensualismo; o Princípio da Força Obrigatória do Contrato; o Princípio da Relatividade Subjetiva dos Efeitos do Contrato; o Princípio da Equivalência Material; o Princípio da Função Social do Contrato; o Princípio da Boa-Fé;

2.1. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Princípio dos princípios;

Serve de medida para toda investigação que fizermos a respeito de cada um dos princípios contratuais a serem estudados.

Dignidade traduz um valor fundamental de respeito à existência humana, segundo as suas possibilidades e expectativas, patrimoniais e afetivas, indispensáveis à sua realização pessoal e à busca da felicidade.

2.2. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Constituição da República, em seu artigo 1º, III, dispõe:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

(...)

III – a dignidade da pessoa humana”.

2.3. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE OU DO CONSENSUALISMO

Não se pode falar em contrato sem autonomia da vontade. (Art. 423 e seguintes do CC).

O individualismos selvagem cedeu lugar para o solidarismo social, característico de uma sociedade globalizada, que exige o reconhecimento de normas limitativas do avanço da autonomia privada, em respeito ao princípio maior da dignidade da pessoa humana.

Quando limita-se ou condiciona-se tem por finalidade o benefício da sociedade.

2.4. PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA DO CONTRATO

PACTA SUNT SERVANDA = O CONTRATO É LEI ENTRE AS PARTES; o De nada valeria o negócio, se o acordo firmado entre os contraentes não tivesse força

obrigatória. Seria mero protocolo de intenções, sem validade ou segurança jurídica. o Segundo ORLANDO GOMES:

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o “o princípio da força obrigatória consubstância-se na regra de que o contrato é lei entre as partes. Celebrado que seja, com observância de todos os pressupostos e requisitos necessários à sua validade, deve ser executado pelas partes como se suas cláusulas fossem preceitos legais imperativos.”

o Não é um princípio Absoluto!

REBUS SIC STANTIBUS o Diante a tantas evoluções, onde os contratos paritários deram lugar aos contratos por

adesão, o PACTA SUNT SERVANDA teve que ser regularizado. Dando origem à TEORIA DA IMPREVISÃO.

REBUS SIC STANTIBUS o Quando um acontecimento superveniente e imprevisível torna excessivamente onerosa a

prestação imposta a uma das partes, em face da outra que, em regra, se enriquece à sua causa ilicitamente.

o Enriquecimento da parte contrária, é indispensável? o Exemplo: Realização de uma obra. o Medida cabível: Revisão ou Resolução do Contrato.

2.5. PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE SUBJETIVA DOS EFEITOS DO CONTRATO

Em regra, os contratos só geram efeitos entre as próprias partes contratantes, razão por que se pode afirmar que sua oponibilidade não é absoluta ou erga omnes, mas, tão-somente, relativa.

Apresenta-se como exceções a este princípio a ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO e CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR, etc.

2.6. PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA MATERIAL

Ensina Paulo Luiz Netto Lôbo: “o princípio da equivalência material busca realizar e preservar o equilíbrio real de direitos e deveres no contrato, antes, durante e após sua execução, para harmonização dos interesses. Esse princípio preserva a equação e o justo equilíbrio contratual, seja para manter a proporcionalidade inicial dos direitos e obrigações, seja para corrigir os desequilíbrios supervenientes, pouco importando que as mudanças de circunstâncias pudessem ser previsíveis. O que interessa não é mais a exigência cega de cumprimento do contrato, da forma como foi assinado ou celebrado, mas se sua execução não acarreta vantagem excessiva para uma das partes e desvantagem excessiva para outra, aferível objetivamente, segundo as regras da experiência ordinária. O princípio clássico pact sunt servanda passou a ser entendido no sentido de que o contrato obriga as partes contratantes nos limites do equilíbrio dos direitos e deveres entre elas”.

2.7. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

Não devemos apenas analisar o prisma formal dos pressupostos de validade do contrato (agente capaz, objeto lícito, forma prescrita em lei, etc...);

o E seus reflexos morais? o E seus reflexos sociais? o E seus reflexos ambientais? o E seus reflexos trabalhistas?

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2.8. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

A função social pode ser vista como princípio entre as partes (intrínseca) e perante a sociedade (extrínseca).

o Intrínseca: Visa afastar a possibilidade de uma contratação injusta, ou seja, a relação contratual deverá ser equilibrada. Ex: Anão .

o Extrínseca: Analisado do ponto de vista da sociedade. Ainda que o contrato seja justo e equilibrado entre as partes, não poderá prejudicar a coletividade.

o Artigo 421 Código Civil. (CDC, CLT, etc...).

2.9. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ

Lealdade e Confiança recíprocas, assistência, informação, sigilo e confidencialidade nas relações jurídicas.

O Princípio da Boa-fé deve ser observado antes, durante e depois da efetiva formação e execução do contrato.

A Boa-fé divide-se em objetiva e subjetiva.

o Boa-fé Subjetiva Consiste em uma situação psicológica, um estado de ânimo ou de espírito do agente que realiza determinado ato ou vivencia dada situação, sem ter ciência do vício que inquina (intenção das partes). Método Mnemônico – Bom Sujeito

o Boa-fé Objetiva Consiste em um dever de lealdade, confiança, respeito, assistência, informação, confidencialidade ou sigilo etc. A obrigação vai além do dever jurídico principal (prestação de dar, fazer ou não fazer). Método Mnemônico – Bom Objeto

Artigo 5º LINDB

Artigo 113 CC

Artigo 422 CC

Artigo 422 do Código Civil o “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua

execução, os princípios de probidade e boa-fé”.

Havendo violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independente de culpa.

É uma obrigação dos contratantes.

Crítica ao Art. 422 CC

Somente exige a Boa-fé quando da conclusão e durante a execução do contrato.

Deve a Boa-fé estar presente também antes e depois da execução do contrato, ou seja, nas fases pré e pós-contratual.

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PRINCÍPIO DA BOA-FÉ - DESDOBRAMENTOS #DuDica Vedação do VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM

Ato praticado não é anulado por Ato contrário futuro;

Ex: Obra de Arte. (Art. 313 CC) SUPRESSIO

Não exercício do direito importa a sua supressio – “supressão”, renúncia tácita. Ex: Pagamento do Aluguel no Bar.

SURRECTIO

Se uma parte voluntariamente (Habitualidade) assume uma obrigação que originalmente não integrava a relação contratual, criando tacitamente para a outra um direito, e essa obrigação se consolida na relação, não permite-se que a parte posteriormente se negue a cumprir tal obrigação. Ex: Fornecimento de Banana.

PRINCÍPIO DA BOA-FÉ - DESDOBRAMENTOS #DuDica Vedação da TU QUOQUE “tu quoque, Brute, fili mi?”

Quando uma parte que, tendo descumprido a lei ou o contrato, posteriormente pretende se valer do preceito descumprido em benefício próprio. Ex: Empréstimo Bancário para Servidor Público.

TEORIA DA APARÊNCIA

Trata da presunção absoluta de que as aparências envolvidas e não desmentidas pelas partes são verdadeiras.

EX: Contrato com a Assinatura do Gerente.

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3ª AULA DIREITO CIVIL FORMAÇÃO DOS CONTRATOS E DAS ESTIPULAÇÕES EM FAVOR DE TERCEIRO

1. FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Contrato é um acordo de vontades;

Origina-se de uma proposta aceita;

2. PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS CONTRATOS;

Puntuação – negociação ou tratativas preliminares (anterior ao contrato); o Princípios; o Responsabilidade Civil – reparação dos prejuízos (gastos na certeza da celebração do

negócio); o Difere da proposta e do contrato preliminar; o PUNTUAÇÃO + PROPOSTA DEFINITIVA + ACEITAÇÃO = CONTRATO

(PROPOSTA)

CONSENTIMENTO

(ACEITE)

Com a união desses 2 elementos (PROPOSTA E ACEITAÇÃO) Forma-se o contrato. “CAPITÃO PLANETA”

Proposta Para Contratar (Policitação) o Oferta de contratar que uma parte faz à outra; o Para ter validade deverá ser séria e concreta; o Não é qualquer proposta, declarações jocosas não são exigíveis; o Exemplo: “mulher bonita não paga...” o “Essa camisa você não me vende?”

PRESENTES – contato direto e simultâneo.

AUSENTES – não mantêm contato direto e imediato entre si.

PROPOSTA

o ARTIGO 427 – OBRIGATORIEDADE o ARTIGO 428 – PERDA DA VALIDADE o ARTIGO 429 – PROPOSTA AO PÚBLICO o ARTIGO 430 o Dever de informar; o Responsabilidade civil; o Exemplo: compra e venda de produto perecível; o ARTIGO 431 “CONTRAPROPOSTA” o ARTIGO 432 o Aceitação pode ser EXPRESSA ou TÁCITA

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Quando o contrato entre ausentes iniciará sua eficácia? o Teoria da Cognição – Quando a resposta do aceitante chega ao conhecimento do

proponente (necessária sua leitura);

o Teoria da Agnição – dispensa que a resposta chegue ao conhecimento do proponente; Declaração Propriamente Dita – no momento da redação da aceitação. Falha, pois a

aceitação pode ser digitada, mas não enviada;

Da Expedição – considera-se formado o contrato no momento em que a resposta (aceite) é expedida ou enviada.

Da Recepção – no momento em que o proponente recebe a resposta (toma

conhecimento do aceite. Sendo dispensável sua leitura).

ARTIGO 433 – Validade da Retratação do Aceitante.

ARTIGO 434 o Elenca casos em que o contrato não terá efeito jurídico; o Fundamento para a teoria da expedição; o Exceção: art. 434, II – teoria da informação ou cognição.

ARTIGO 435 – Lugar da Celebração do Contrato.

Teoria Adotada Pelo Código Civil De 2002

Com base na interpretação extraída no art. 434 o cc 2002 adota a teoria da expedição, mas de forma mitigada com exceções contempladas nos incisos I, II e III (teoria da recepção art. 433).

Artigo 30 a 35 da Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990.

Das Estipulações Contratuais Em Relação A Terceiros o Exceção ao Princípio da Relatividade Subjetiva dos Contratos; o Modalidades:

Estipulação em favor de 3º; Promessa por fato de 3º; Contrato com pessoa (3º) a declarar;

Das Estipulações Contratuais Em Relação A Terceiros

ESTIPULANTE

BENEFICIÁRIO

PROMITENTE

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o Estipulação Em Favor De Terceiro Parte convenciona com o devedor que este deverá realizar determinada prestação

em benefício de outrem.

A X B + C (BENEFÍCIO DE 3º)

Exemplo: Contrato De Seguro Artigo 436 A 438 Código Civil

o Promessa De Fato De Terceiro

Estabelecimento de uma declaração de vontade a ser realizada (ato) por terceiro;

A X B – C (PARA QUE 3º FAÇA EM SEU BENEFÍCIO)

Exemplo: show do Justin Bieber realizado pelo Marafolia . Artigo 439 a 440 Código Civil

o Contrato com pessoa a declarar (não se quer revelar naquele momento);

UMA DAS PARTES TEM A FACULDADE DE INDICAR OUTRA PESSOA QUE IRÁ ADQUIRIR DIREITOS OU ASSUMIR DEVERES PREVISTOS NO CONTRATO. (EFEITO EX TUNC)

NÃO HAVENDO INDICAÇÃO DE 3ª PESSOA (INSOLVENTE OU INCAPAZ) O CONTRATO PRODUZIRÁ EFEITOS SOMENTE ENTRE OS CONTRATANTES.

A X B +- C

#DuDica A aceitação da nomeação deve ocorrer pelo próprio nomeado! (Art. 468) Artigo 467 A 471 Código Civil Exemplo: promessa de compra e venda (escritura);

o Diferença Entre Contrato Com Pessoa A Declarar E Cessão Da Posição Contratual

Contrato com pessoa a declarar – a faculdade de indicação já vem prevista originariamente, podendo nunca ser exercida;

Cessão da posição contratual, não ocorre estipulação prévia da faculdade de substituição;

o Contrato Consigo Mesmo Vide Slide 93

ART. 117 CC Súmula 60 STJ “É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário

vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste.” Art. 51, VIII Lei nº 8.078/90 Parte da Doutrina afirma que o negócio jurídico pode ser anulado apenas se houver

conflito de interesses entre o representante e o representado. Pluralidade de Partes #DuDica Ex: Um dos contratantes é mandatário do outro, declarando sua própria vontade e a

vontade do mandante.

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4ª AULA DIREITO CIVIL CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

1. QUANTO À NATUREZA DA OBRIGAÇÃO

UNILATERAIS – cria deveres apenas para uma das partes.

BILATERAIS – cria deveres para ambas as partes.

PLURILATERAL – mais de dois contratantes com obrigações. Exemplo: constituição de uma sociedade.

OBS: CONTRATO BILATERAL IMPERFEITO – ORIGEM UNILATERAL, MAS, DURANTE A EXECUÇÃO TORNA-SE BILATERAL. EXEMPLO: DOAÇÃO COM ENCARGO.

2. IMPORTÂNCIA DESTA CLASSIFICAÇÃO

Somente os contratos bilaterais é aplicável a exceptio non adimpleti (art. 476);

Somente aos contratos bilaterais e aplicável a condição resolutiva tácita (descumprimento = resolução contratual);

Somente aos contrato bilaterais são aplicáveis a disciplina dos vícios redibitórios (art 441);

3. QUANTO A NATUREZA DA OBRIGAÇÃO

ONEROSO – benefício recebido corresponde a um sacrifício patrimonial.

GRATUITO – apenas uma das partes se beneficia juridicamente do contrato, enquanto a outra arcará com toda a obrigação. Exemplo: doação pura.

4. QUANTO À NATUREZA DA OBRIGAÇÃO

Os contratos Onerosos se subdividem em: o Comutativos – prestações determinadas. o Aleatórios – há incerteza quanto a prestação obtida (art. 458 a 461). o Exemplo: compra e venda de um bezerro/safra de café.

5. QUANTO À NATUREZA DA OBRIGAÇÃO

PARITÁRIOS – igualdade durante a puntuação, estabelecendo livremente as cláusulas contratuais.

POR ADESÃO – uma das partes predetermina (impõe) as cláusulas do negócio jurídico. o art. 54 cdc

CONTRATO-TIPO – é o contrato formulário que não se confunde com o contrato de adesão, pois há fase de puntuação e são acrescentadas cláusulas à mão ou por procedimento mecânico.

6. QUANTO À NATUREZA DA OBRIGAÇÃO

CONTRATOS EVOLUTIVOS – figura contratual própria do Direito Administrativo, impõe-se a compensação de eventuais alterações sofridas no curso do contrato, pelo que o mesmo viria com cláusulas estáticas, propriamente contratuais, e outras dinâmicas, impostas por lei. (teoria da imprevisão).

Exemplo: sistema financeiro de habitação.

7. QUANTO À PREVISÃO LEGAL

Típicos Ou Nominados – previstos e regulamentados por lei. o Art. 481 e ss.

Atípicos Ou Inominados – não há previsão legal. estão dentro da esfera de liberdade das partes. o Art. 425.

8. QUANTO À FORMA DE APERFEIÇOAMENTO

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CONSENSUAIS – formam-se com a simples manifestação de vontade (locação art. 565, mandato, emprego, transporte...).

REAIS – formam-se somente com a entrega da coisa (comodato art. 579, mútuo, depósito, penhor...).

9. QUANTO À CONSIDERAÇÃO RECÍPROCA

PRINCIPAIS – possui autônomia, independentemente de outro. existe per se. (exemplo: locação).

ACESSÓRIOS – dependem do contrato principal (exemplo: fiança da locação) (art. 184).

10. QUANTO AO MOMENTO DA EXECUÇÃO

EXECUÇÃO INSTANTÂNEA – consuma-se em um só ato. Efeitos produzidos de uma só vez (pagamento à vista).

EXECUÇÃO DIFERIDA – consuma-se em um só ato, mas no futuro (pagamento postergado para data única).

TRATO SUCESSIVO – consuma-se por meio de atos reiterados (compra e venda a prazo, contrato de emprego...).

11. QUANTO À FORMALIDADE

FORMAIS – possuem forma prescrita em lei que, quando não observada, gera a nulidade do contrato (compra e venda de bem imóvel).

o Art. 108 cc 166, IV

INFORMAIS – não há forma prevista em lei. o Art. 107

12. QUANTO À SOLENIDADE

SOLENES – a lei prevê solenidade para que se aperfeiçoe (escritura no compra e venda de bem imóvel).

o Art. 108 cc 166, IV

NÃO SOLENE – a lei não prevê solenidade para que se aperfeiçoe. o Art. 107

13. QUANTO À DEFINITIVIDADE

PRELIMINARES – antecedem o definitivo. Implica a confecção do contrato principal. o Exemplo: fiança, compromisso de compra e venda. o Vide Art. 184.

DEFINITIVOS – contrato propriamente dito.

14. QUANTO À PESSOA DO DECLARANTE

PERSONALÍSSIMO – prestação cumprida por ele próprio (contrato de emprego). o Exemplo: pintor famoso, “ninguém pinta como ele pinta”.

IMPESSOAIS – somente interessa o resultado, independentemente de quem seja a pessoa que irá realizá-la.

15. QUANTO À PESSOA DO DECLARANTE

Analisa-se o número de sujeitos envolvidos/atingidos por determinado contrato.

INDIVIDUAIS – é possível determinar os sujeitos.

COLETIVOS – alcança grupos não individualizados. possui força normativa. exemplo: conveção coletiva de trabalho.

16. QUANTO À PESSOA DO DECLARANTE

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AUTOCONTRATO – art 117 (corretor que compra o imóvel).

17. QUANTO AO MOTIVO DETERMINANTE DO NEGÓCIO

CAUSAIS – vinculados à causa que os determinou, podendo ser declarado inválidos, se a mesma for considerada inexistente, ilícita ou imoral.

ABSTRATOS – a força decorre da sua própria forma, independentemente da causa. o Exemplo:TÍTULOS DE CRÉDITO EM GERAL, COMO O CHEQUE.

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5ª AULA DIREITO CIVIL CONTRATO PRELIMINAR E INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS

1. CONTRATO PRELIMINAR

É o contrato onde as partes criam em favor de uma ou mais delas a faculdade de exigir o cumprimento de um contrato apenas projetado.

OBJETO: obrigação de fazer um contrato definitivo – adjudicação compulsória.

Exemplo: compromisso de venda ou promessa de compra e venda.

CONTRATO PRELIMINAR X

NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES (PUNTUAÇÃO)

O Contrato Preliminar consiste em criar a obrigação de celebrar o contrato definitivo;

Pode ser utilizado como título executivo extrajudicial;

NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES o Consiste em criar a obrigação de celebrar o contrato definitivo; o Trata-se de uma obrigação moral; o Não geram direitos à contratação pretendida; o Responsabilidade civil pré-contratual em virtude dos danos oriundos da não contratação;

DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER;

Impossível Cumprimento = PERDAS E DANOS;

Possível Cumprimento o TUTELA + PERDAS E DANOS (até o efetivo cumprimento “astreintes”); o PERDAS E DANOS (caso o autor não tenha mais interesse no cumprimento da obrigação);

ARTIGO 462; o O contrato preliminar submete a todos os requisitos essenciais do contrato a ser pactuado

(Súmula 413 STF);

ARTIGO 463; o Cláusula de arrependimento/ importância do registro;

ARTIGO 464;

ARTIGO 465;

Contrato preliminar, em regra, objeto da tutela específica prevista no art. 461 do Código de Processo Civil;

Artigo 18, 19, 35 e 84 do Código de Defesa do Consumidor;

2. CONTRATO PRELIMINAR DE DOAÇÃO

Impossibilidade da execução coativa da promessa de doação pura, salvo demonstração de prejuízos;

Possível apenas em caso da não celebração da promessa, buscar a compensação devida à luz da responsabilidade civil subjetiva ou objetiva;

Possível, na doação com encargo;

Em caso de doação com encargo, torna-se possível a execução forçada;

Page 19: Apostila Direito Civil III Contratos

19

3. INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS

A interpretação deve ter como base, os princípios constitucionais (dignidade da pessoa humana, função social, boa-fé...);

ARTIGO 112;

ARTIGO 113;

ARTIGO 114 (INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA);

ARTIGO 422;

ARTIGO 819;

INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS DE ADESÃO

o ARTIGO 423; o ARTIGO 424 (PACTA SUNT SERVANDAS); o ARTIGO 54 CDC; o Incompatibilidade entre cláusulas impostas e cláusulas acrescentadas ao formulário? o Havendo dúvida deve-se interpretar contra quem redigiu;

INTERPRETAÇÃO DOS CONTRATOS ORIUNDOS NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

o Artigo 47 do Código de Defesa do Consumidor; o Comparação entre o art. 423 CC e o art. 47 CDC;

INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO o Interpretação mais benéfica ao obreiro (irrenunciabilidade de direitos, continuidade da

relação de emprego, primazia da realidade...) o Princípio PROTETOR;

IN DUBIO PRO OPERARIO (INTERPRETAR); Norma mais favorável (aplicar); Condição mais benéfica;

Page 20: Apostila Direito Civil III Contratos

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6ª AULA DIREITO CIVIL VÍCIOS REDIBITÓRIOS E EVICÇÃO

1. VÍCIOS REDIBITÓRIOS

São defeitos ocultos da coisa que a tornam imprória ao fim a que se destina ou lhe diminuem o valor de tal forma que o contrato não se teria realizado.

2. REQUISITOS PARA QUE SE DÊ A GARANTIA PELOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS:

Contrato comutativo;

Defeito oculto;

Desconhecimento do vício pelo adquirente;

Preexistência do vício à alienação;

Que o vício torne a coisa completamente imprópria ao uso a que se destina ou lhe reduza o valor.

ART. 441 – DEFINIÇÃO;

PARÁGRAFO ÚNICO: DOAÇÕES ONEROSAS;

ART. 442 – AÇÃO ESTIMATÓRIA;

3. AÇÃO REDIBITÓRIA:

Por meio da qual o adquirente rejeita a coisa, rescindindo o contrato, e recobra o preço pago.

4. AÇÃO ESTIMATÓRIA OU QUANTI MINORIS:

Conserva a coisa e reclama o abatimento.

ART. 443 – NÃO há necessidade de culpa do alienante;

ALIENANTE CONHECE o vício, devolve o que recebeu + perdas e danos;

ALENANTE NÃO conhecia o vício, devolve o que recebeu + eventuais despesas do contrato;

ART. 444 – RESPONSABILIDADE DO ALIENANTE, ainda que a coisa pereça com o alienatário;

VÍCIOS REDIBITÓRIOS ART. 445 – PRAZO DECADÊNCIAL; HIPÓTESE

PRAZO TERMO INICIAL

COISA MÓVEL ENTREGUE AO ADQUIRENTE 30 DIAS ENTREGA EFETIVA

COISA MÓVEL QUE JÁ ESTAVA NA POSSE DO ADQUIRENTE

15 DIAS DATA DA ALIENANÇÃO

COISA IMÓVEL ENTREGUE AO ADQUIRENTE 1 ANO DATA DA TRADIÇÃO

COISA IMÓVEL QUE JÁ ESTAVA NA POSSE DO ADQUIRENTE

6 MESES DATA DA ALIENAÇÃO

DEFEITO OCULTO DA COISA MÓVEL 180 DIAS CIÊNCIA DO DEFEITO

DEFEITO OCULTO DA COISA IMÓVEL 1 ANO CIÊNCIA DO DEFEITO

Art. 446 – Cláusula de Garantia;

Artigo 18 a 21 do Código de Defesa do Consumidor

Page 21: Apostila Direito Civil III Contratos

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5. EVICÇÃO

EVICÇÃO = PERDA.

Ocorre quando o adquirente de uma coisa se vê privado dela, em virtude de sentença judicial ou em casos de desapropriação.

EVICÇÃO PODE SER TOTAL OU PARCIAL.

SUJEITOS DA EVICÇÃO o EVICTO: é o adquirente que vem a perder a coisa adquirida. o ALIENANTE: aquele que a transfere ao evicto pelo contrato. o EVICTOR: É O 3º QUE MOVE A AÇÃO E VEM A GANHAR TOTAL OU PARCIALMENTE O OBJETO

DO CONTRATO.

REQUISITOS PARA QUE SE DÊ A EVICÇÃO:

o Adquirir onerosamente direito à propriedade da coisa; o Perder a coisa para 3º por ato estatal (sentença ou ato administrativo); o Anterioridade do direito de 3º; o Desconhecimento por parte do adquirente, do direito de 3º (art. 457);

A garantia da evicção poderá ser excluída, mas para que seja válida a exclusão, deverá ser expressa e constar efetivamente o fato do qual o adquirente está excluindo sua responsabilidade (art 449).

EVICÇÃO - ART. 447 A 457 DO CÓDIGO CIVIL o ART. 447 – DEFINIÇÃO; o ART. 448 – AUTONOMIA DA VONTADE; o ART. 449 – HÁ CLÁUSULA QUE EXCLUI A GARANTIA;

ADQUIRENTE NÃO INFORMADO. Terá direito a receber tudo que pagou + perdas e danos + benfeitorias úteis e necessárias.

ADQUIRENTE ESTAVA CIENTE MAS NÃO ASSUMIU O RISCO = deverá receber o valor pago (art.457);

ADQUIRENTE ESTAVA CIENTE E ASSUMIU O RISCO = não poderá sequer pedir o preço que pagou;

o ART. 457 – NÃO HÁ CLÁUSULA. VEDAÇÃO À MÁ FÉ DO ADQUIRENTE QUE ASSUMIU O RISCO – DIREITO SOMENTE AO VALOR PAGO (ENREQUECIMENTO SEM CAUSA);

o ART. 450 – DIREITOS DO EVICTO, SALVO EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE DO ALIENANTE (ART. 448 E 449);

Parágrafo – valor da coisa à época que se evenceu; o ART. 451 – RESPONSABILIDADE DO ALIENANTE AINDA QUE A COISA ESTEJA DETERIORADA,

SALVO DOLO DO ADQUIRENTE (INTENÇÃO DE PREJUDICAR O ALIENANTE OU 3º); o ART. 452 – EXEMPLO: CONSTRUÇÃO DA PISTA DE KART; o ART. 453 – ABONADAS = RESTITUÍDAS; o ART. 454 – BENFEITORIAS REALIZADAS PELO ALIENANTE; o ART. 455 – EVICÇÃO PARCIAL;

Considerável – rescisão contratual; Não considerável – direito à indenização;

o ART. 456 – DENUNCIAÇÃO DA LIDE (ART. 70 A 76 CPC);

Page 22: Apostila Direito Civil III Contratos

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NOÇÕES DE INTERVENÇÃO DE 3º o ASSISTÊNCIA (ART. 50 CPC) – quando o 3º intervêm voluntáriamente na lide; o OPOSIÇÃO – é uma ação onde o 3º opõe-se ao autor e o réu. o NOMEAÇÃO A AUTORIA – serve para corrigir uma ilegitimidade, nomeando 3º para ocupar

o lugar do réu;

DENUNCIAÇÃO DA LIDE – ART. 70 CPC

CHAMAMENTO AO PROCESSO – ART. 76 CPC

Garantidor – denunciação será obrigatória, art. 70, i cpc, decorrente da evicção (art. 456 cc)

Co – devedor – para ser co – devedor tem que ser solidário.

Pode ser feita pelo autor e réu. Se feita pelo autor tem que ser apresentada na inicial / se feita pelo réu tem que ser apresentada na contestação. Suspensão do processo.

Feito apenas pelo réu na contestação ou na defesa. Suspende o processo.

O denunciado não tem relação jurídica com a parte contrária do denunciante.

No chamamento todos mantêm relação jurídica entre si.

EVICÇÃO - ART. 456 – DENUNCIAÇÃO DA LIDE (ART. 70 A 76 CPC); o SERÁ RELEVANTE PARA GARANTIR A REINVIDICATÓRIA NOS PRÓPRIOS AUTOS;

CONTESTA A AÇÃO E NÃO DENUNCIA (só será possível o direito de regresso em ação própria;

CONTESTA E DENUNCIA:

DENUNCIADO APRESENTA A DEFESA (processo segue com duas relações);

DENUNCIADO NÃO APRESENTA DEFESA (revelia do denunciado); RÉU NÃO CONTESTA, MAS DENUNCIA:

DENUNCIADO APRESENTA DEFESA (fatos ensejadores da evicção poderão ser considerados falsos);

DENUNCIADO NÃO APRESENTA DEFESA (revelia para ambos); RÉU NÃO CONTESTA, NEM DENUNCIA (efeitos da revelia limitados ao autor/evictor

e ao réu/evicto);

Page 23: Apostila Direito Civil III Contratos

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7ª AULA DIREITO CIVIL EXTINÇÃO DO CONTRATO

1. EXTINÇÃO DO CONTRATO

Em regra, ocorre com o pagamento da prestação.

No entanto, outras causas anteriores, contemporâneas ou posteriores à formação dos contratos podem extinguir a relação contratual.

Art. 472 – distrato;

Art. 473 – resilição unilateral;

Art. 474 – cláusula resolutiva;

Art. 475 – inadimplemento = resolução ou cumprimento forçado;

RESILIÇÃO: extinção baseada na declaração de vontade posterior de uma ou ambas as partes (art. 473) Exemplo: renúncia, distrato...;

§ ÚNICO ART. 473 – SUSPENSÃO DO PRAZO;

RESOLUÇÃO: extinção fundamentada em descumprimento contratual (art. 474);

RESCISÃO: hipóteses específicas de desfazimento (lesão ou estado de perigo); o Tecnicamente afirma-se que é uma modalidade de resolução.

Anteriores ou contemporâneas à formação do contrato: o Nulidade relativa (art. 171 e ss) o Nulidade absoluta (art.166 e 167); o Cláusula resolutiva expressa: quando ocorre, extingue o contrato; o Cláusula resolutiva tácita: caso ocorra, poderá o prejudicado requerer a rescisão em

juízo(art. 475);

ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS À FORMAÇÃO DO CONTRATO: o Direito de arrependimento: as partes podem convencionar um prazo para se arrepender do

contrato; o Art. 420 CC o Súmula 412 STF

Causas POSTERIORES ou SUPERVENIENTES à formação do contrato:

o Resolução (descumprimento do contrato) Inexecução Voluntária: ex: não entrega de uma vaca porque o animal morreu por

falta de alimentação; Inexecução Involuntária: caso fortuito ou força maior (imprevisível); Onerosidade Excessiva (objeto de estudo futuro);

o Resilição (Vontade Superveniente)

Distrato: é um contrato que tem por objeto extinguir as obrigações estabelecidas em um contrato anterior, que ainda não foi executado na sua totalidade;

Denúncia: dissolução unilateral. Só ocorre se estiver prevista em contrato ou nos casos de exceções expressas na lei. Formas: renúncia (recebe os direitos) e revogação (dá os direitos);

Page 24: Apostila Direito Civil III Contratos

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Morte de uma das partes em contrato INTUITU PERSONAE (contrato cujo objeto encontra-se ligado às partes na sua essência).

Nos demais casos, extingue-se o contrato, mas as obrigações contratuais, bem como os direitos correspondentes, transmitem-se aos herdeiros do de cujus.

(*) vencimento do termo (fim do prazo constante na avença), implemento de condição resolutiva (condição) e frustração de condição resolutiva (loteria);

EXTINÇÃO

POSTERIOR

CAUSA POSTERIOR A CELEBRAÇÃO

RESILIÇÃO RESOLUÇÃO RESCISÃO MORTE DO CONTRATANTE CASO

FORTUITO OU FORÇA MAIOR

CAUSA ANTERIOR OU CONTEMPORÂNEA À

CELEBRAÇÃO

NULIDADE CLÁUSULA RESOLUTÓRIA DIREITO DE

ARREPENDIMENTO REDIBIÇÃO

CAUSA ESPERADA PELOS CONTRATANTES

VERIFICAÇÃO DE FATOR EFICACIAL *

CUMPRIMENTO DO PACTUADO

EXTINÇÃO SEM CUMPRIMENTO

RESOLUÇÃO

POR INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA OU INVOLUNTÁRIA

EM RAZÃO DA DECLARAÇÃO JUDICIAL DA ONEROSIDADE EXCESSIVA

SUPERVENIENTE

RESILIÇÃO

DE AMBAS AS PARTES DISTRATO

EXTINGUE OUTRO CONTRATO

FAZ-SE PELA MESMA FORMA EXIGIDA PARA O

CONTRATO

UNILATERAL

DENÚNCIA (LEI OU CONTRATO AUTORIZA)

EXTINÇÃO DE UM CONTRATO BASEADO NA

CONFIANÇA (REVOGAÇÃO)

RESGATE: EXTINÇÃO DE UM CONTRATO DE

ENFITEUSE E DE CONST. DE RENDA

RESCISÃOMODALIDADE DE DISSOLUÇÃO DOS

CONTRATOS ANULÁVEIS

Page 25: Apostila Direito Civil III Contratos

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EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO o “EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS” o ART. 476 – definição; o ART. 477 – “A” percebe que o “B” teve um grande prejuízo. logo, antes de cumprir a

prestação exige garantia; o Defesa, pela qual a parte demandada pela execução de um contrato pode arguir que deixou

de cumpri-lo pelo fato da outra ainda não ter cumprido sua prestação correspondente;

EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO o Requisitos:

Existência de um contrato bilateral; Demanda (provocação) de uma das partes pelo cumprimento do pactuado; Descumprimento pela parte demandante;

Exceção: Contrato Administração Pública

TEORIA DA IMPREVISÃO E RESOLUÇÃO POR ONEROSIDADE EXCESSIVA o ART. 478

Superveniência de circunstância imprevisível; Alteração considerável das condições econômicas (formação/execução); Onerosidade excessiva para uma ou ambas as partes; Contrato comutativo de execução continuada;

o ART. 479 – ALTERAÇÃO DA CLÁUSULA CONTRATUAL; ART. 317 CC

o ART. 480 – CONTRATOS UNILATERAIS;

Teoria Da Imprevisão E Resolução Por Onerosidade Excessiva o LEI Nº 8.078/90 ART. 6º V

Exclui a necessidade da imprevisibilidade; o É possível a não aplicação por vontade das partes?

Page 26: Apostila Direito Civil III Contratos

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8ª AULA DIREITO CIVIL CONTRATOS EM ESPÉCIE

1. COMPRA E VENDA Arts. 481 a 532

Necessidade de pagamento em dinheiro ou sua expressão (Título de Crédito), caso contrário será troca ou permuta;

Art. 496 venda de ascendente a descendente; (súm. 494 stf, arts. 179 cc 2028 cc)

Art. 497 vedação da aquisição pelo encarregado de zelar pelos interesses do vendedor;

ART. 499 Venda Entre Cônjuges;

ART. 484 Venda À Vista De Amostra;

ART. 500 Venda AD MENSURAM OU AD CORPUS;

ART. 505 Retrovenda;

Preempção ou Preferência Legal (art 504 – art. 8º, c/c 27 e 33 Lei nº. 8.245/91) ou Convencional 513 a 516;

Venda A Contento (Art. 509) Ou Venda Sujeita A Prova (Art. 510);

Art. 524 Venda Com Reserva De Domínio;

Art. 529 Venda Sobre Documentos;

2. TROCA OU PERMUTA Art. 533

Na compra e venda, as despesas com a escritura e registro correm por conta do comprador e as despesas da tradição da coisa correm por conta do vendedor (art.490).

Já na troca, as despesas serão divididas entre as partes.

A compra e venda é, na verdade, uma operação de troca de bens na qual um deles é o dinheiro.

Os princípios da compra e venda são aplicados supletivamente ao contrato de troca.

3. CONTRATO ESTIMATÓRIO Arts. 534 a 537

O consignatário recebe do consignante determinada coisa para vender, auferindo determinado lucro no produto da venda;

Se a coisa for vendida e não for restituída, será de inteira responsabilidade do consignatário pagar ao consignante o preço da coisa;

Difere da corretagem, pois há a transferência da posse da coisa;

Consignatário possui responsabilidade independentemente de caso fortuito ou força maior (art. 535).

4. DOAÇÃO Arts. 538 a 554

Uma pessoa transfere, de seu patrimônio, bens ou vantagens (direitos) ao patrimônio de outrem;

O doador não é sujeito ao pagamento de juros moratórios, nem às cosequências da evicção ou vício redibitório, exceto doação onerosa ou remuneratória;

PRINCIPAIS ESPÉCIES:

o Pura e simples: mera liberalidade; o Onerosa: doação com encargo; o Remuneratória: feita em pagamento de dívida inexigível; o Mista: origina-se de um contrato oneroso; o Contemplativa: o doador indica os motivos para a doação;

Page 27: Apostila Direito Civil III Contratos

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RESTRIÇÕES À DOAÇÃO: o Feita pelo doador insolvente (art.158); o Feita sobre todos os bens do doador (art.548); o De parte inoficiosa (art.549); o Feita pelo cônjuge adúltero ao seu cúmplice (art.550);

REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO: o Ingratidão do donatário (art.557); o Inexecução do encargo (art.562);

Obs: o prazo para revogar doação por ingratidão é decadencial de 1 ano, contado do conhecimento do fato pelo próprio doador. (art. 559)

Cláusula de reversão (art.547);

SUBVENÇÃO PERIÓDICA: EM REGRA SE EXTINGUE COM A MORTE DO DOADOR (ART. 545)

5. LOCAÇÃO DE COISAS Arts. 565 a 578

Locador transfere ao locatário, por determinado tempo, coisa infungível, para seu uso e gozo, mediante pagamento de aluguel.

Se não houver remuneração será comodato;

Exigência de pagamento antecipado constitui contravenção penal, salvo na locação para temporada;

Quanto à garantia, pode-se ter: fiança, caução ou seguro-fiança (ART.38, § 2º LEI Nº 8245/91).

Ação Renovatória (art.71 a 74 lei nº 8.245/91): 5 anos ininterruptos ou 3 anos ininterruptos (exploração no mesmo ramo);

#DUDICA § 5º, ART. 51 LEI Nº 8.245/91.

Venda imóvel locado art. 576, § 2º (registro);

6. DO EMPRÉSTIMO Arts. 579 a 592

Comodato o Comodante e comodatário; o Empréstimo para uso, ao final da relação deve ser devolvida a mesma coisa emprestada e

não outra (infungível); o Difere da locação, pois é gratuito; o Não sendo a coisa entregue ao comodante no prazo previsto, é lícito que se estipule

aluguel; o Exemplo: empréstimo de dvd; o Responsabilidade do comodatário

Art. 238 CC – art. 583 CC

MÚTUO (Art.586) o Mutuante e mutuário; o Empréstimo para consumo; o Não estará o mutuário obrigado a restituir a mesma coisa que foi emprestada, mas sim

outra da mesma espécie (fungível); o Mútuo Feneratício – mútuo em que se convenciona pagamento de juros (art. 591); o Exemplo: dinheiro, 12 latas de kuat...; o Mútuo feito a pessoa menor - art. 588.

Page 28: Apostila Direito Civil III Contratos

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MÚTUO COMODATO

O mútuo é empréstimo de consumo (“prêt à consommation”)

Comodato é empréstimo é de uso (“prêt a usage”);

O mutuo tem por objeto bens fungíveis (podem ser substituídos por outros de mesmo gênero, qualidade e quantidade)

No comodato os objeto são bens infungíveis (são encarados de acordo com as suas qualidades individuais, em espécie)

Transferência de domínio (propriedade)

Transferência da posse (propriedade)

O mutuário desobriga-se restituindo coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade

O comodatário só se exonera restituindo a própria coisa emprestada

7. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO Arts. 593 a 609

Prestador e tomador;

Locador de serviços;

Pactua-se toda e qualquer prestação de serviço lícita;

Excetua-se as regras do direito do trabalho e legislação especial ;

Prazo máximo de 4 anos (art. 598);

Prestação de serviços, atividade como prestação imediata;

Súmula 331, IV TST - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial.

8. EMPREITADA Arts. 610 a 626

Empreiteiro E Dono Da Obra o Uma das partes obriga-se a realizar determinada obra, pessoalmente ou por meio de 3º,

mediante remuneração a ser paga pela outra; o Direito de retenção o Empreitada de lavor (art. 610) x empreitada de materiais (art. 610, § 1º) vide 618 e 625 cc o Empreitada, a obrigação é de resultado; o OJ 191 SDI-1. Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada

de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora.

9. DEPÓSITO Arts. 627 a 652

Contrato pelo qual o depositante deixa sob a guarda do depositário determinada coisa;

Objetivo: guarda do bem;

Art. 640 uso;

Art. 628 gratuito ou oneroso;

Responsabilidade do depositário somente em caso fortuito. (art.642)

ESPÉCIES DE DEPÓSITO: o Art. 646 – depósito voluntário; o Art. 647 – depósito necessário;

Art. 647, i – depósito legal; Art. 647, ii – depósito miserável (caso de calamidade pública); Art. 649 – depósito hospedeiro;

o Depósito regular – coisas infungíveis; o Depósito irregular – coisas fungíveis (ex: depósito bancário);

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10. MANDATO Arts. 653 a 692

Mandante e mandatário;

Contrato pelo qual alguém recebe, de outrem, poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses;

Aceitação expressa ou tácita;

Art. 658 presume-se gratuito;

Pode ser plural;

Art. 682 extinção;

Art. 685 mandato in rem suam (em causa própria);

11. COMISSÃO Arts. 693 a 709

Comitente e comissário;

O comissário obriga-se a realizar negócios em favor do outro (comitente), segundo instruções deste, porém em nome do primeiro;

Art. 698 cláusula del credere – independentemente de culpa o comissário será responsável solidário, em razão de inadimplemento contratual.

Diferença Entre Mandato E Comissão o Mandato: o mandatário age em nome do mandante, representando-o no negócio, o Comissão: o comissário age em nome próprio, segundo instruções do comitente;

AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO Arts. 710 a 721( Lei 4.886/65) o Agência: dá-se quando uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de

dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, a realização de determinados negócios em determinada zona;

o Distribuição: dá-se quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada; o Distinção:

AGÊNCIA: o agente apresenta o produto, mas não expoe à venda. ex: mostruário, agência publicitária, agência de modelos/viagens...

DISTRIBUIÇÃO: se o produto exposto tem destinação à venda.

12. CORRETAGEM Arts. 722 a 729

Comitente e corretor;

Não há vinculo;

O corretor dispõe-se a, mediante determinadas instruções, obter um ou mais negócios para o comitente;

Fará jus, a uma retribuição uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, mesmo que o negócio não se venha a realizar, em razão do arrependimento das partes; vide art. 725

Corretagem arts. 722 a 729

Art. 724 responsabilidade pelo pagamento da comissão ao corretor;

Corretor de imóveis deve ser habilitado no creci;

O fato de não estar habilitado não inibe o comitente de lhe remunerar (enriquecimento indevido);

Diferença entre corretagem, comissão e mandato

CORRETAGEM: difere do mandato, pois o corretor não representa o comitente.

CORRETAGEM: difere da comissão, pois o corretor tem como obrigação apenas aproximar as partes enquanto o comissário contrata em seu próprio nome, e só terá direito à comissão se concretizar o negócio.

Para a caracterização da corretagem, é necessário ter a intermediação como seu elemento primordial.

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13. TRANSPORTE Arts 730 a 756

A obrigação assumida por um transportador, de transportar pessoas e/ou coisas de um lugar para outro;

Obrigação de resultado;

Art. 736 necessáriamente oneroso; (súm. 145 stj).

Art. 739 recusa de passageiros;

Art. 746 recusa de coisas;

Art. 750 transporte de coisas - responsabilidade

Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.

Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. (Súm. 187 STF).

Súmula de n.º 187 do STF, segundo a qual: "A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com passageiro, não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva".

14. CONTRATO DE SEGURO Arts 757 a 802

Segurador, obriga-se a garantir interesse legítimo da outra, intitulada segurada;

Seguros sociais o São de cunho obrigatório, tutelam determinada classe de pessoas;

Seguros privados o Marítimos, aéreos ou terrestres;

Súmula de n.º 188 do STF “O segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até o limite previsto no contrato de seguro“.

Súmula de n.º 257 do STF “São cabíveis honorários de advogado na ação regressiva do segurador contra o causador do dano".

Vide Art. 781, 789 e 794. 166 CONSTITUIÇÃO DE RENDA Arts 803 a 813

15. CONSTITUIÇÃO DE RENDA Arts 803 a 813

INSTITUIDOR E RENDEIRO;

O instituidor entrega o capital (bens móveis ou imóveis) e quem o recebe se obriga a pagar, periodicamente, as prestações avençadas;

Se a estipulação foi feita sem qualquer retribuição, o negócio é gratuito, equiparando-se a uma doação.

16. JOGO E APOSTA Arts. 814 a 817

Jogo – há participação dos contratantes;

Aposta – não há participação dos contratantes para que se ocorra o resultado;

Art. 814 – dívidas não obrigam o pagamento

Art. 815 – empréstimo

Art. 817 – diferença para transação

17. FIANÇA Arts. 818 a 839

O fiador (3ª pessoa) garante que na eventualidade do afiançado não adimplir seu débito, arcará com a dívida;

Art. 823 – limite para fiança;

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Art. 827 – benefício de ordem;

Art. 1647, iii – direito de família;

18. TRANSAÇÃO E COMPROMISSO Arts 840 a 853

Transação o “negócio jurídico pelo qual interessados previnem ou terminam litígio entre eles mediante

concessões mútuas” (Miguel Maria de Serpa Lopes, Curso de direito civil, v. II, p. 268); o Exemplo: a cobra r$1.000,00 de b, mas b paga r$500,00 diante o aceite de a; o Art. 842

Compromisso o “compromisso é acordo bilateral em que partes que podem contratar submetem seus

litígios ou controvérsias à decisão de árbitros, obrigando-se, naturalmente, a acatá-la” (Carlos Fernando Mathias, op. cit., p. 82);

o Art. 851 o Art. 852 – caráter estritamente patrimonial

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9ª AULA DIREITO CIVIL OUTRAS ESPÉCIES CONTRATUAIS E OBRIGAÇÕES POR DECLARAÇÃO UNILATERAL DE VONTADE

1. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA ARTIGO 1361 A 1368-A - DECRETO LEI Nº 911/69

A alienação fiduciária é uma modalidade do direito de propriedade. É DIREITO REAL, mas que está dentro do direito de propriedade. É modalidade de propriedade com a intenção de garantia.

Lei nº 8.078/90;

Contrato muito utilizado atualmente para compra de veículos financiados;

Entrega do bem – termo de quitação;

Inadimplemento – ação de busca e apreensão;

2. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA LEI Nº 4.591/64

Art. 29. Considera-se incorporador a pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que embora não efetuando a construção, compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, em edificações a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que meramente aceite propostas para efetivação de tais transações, coordenando e levando a termo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega, a certo prazo, preço e determinadas condições, das obras concluídas.

3. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA É O MESMO QUE CONSTRUTORA (CYRELA, GAFISA...);

Finalidade: proteger o adquirente de imóvel em construção, dos incorporadores corruptos existentes no mercado imobiliário, que não possuem condições mínimas de gerir o empreendimento anunciado, causando assim vultosos prejuízos aos compradores;

4. CONTRATOS BANCÁRIOS Lei nº 4595/64

O contrato bancário se distingue dos demais porque tem, como sujeito um banco, e como objeto, a regulação da intermediação de crédito.

Podem ser classificados: a) Intermediação bancária: contrato de moeda e crédito; depósito e financiamento; contrato misto

(crédito e serviços); b) Serviços: garantia, custódia, cofre, etc.

Negócios mais comuns são: a) Mútuo bancário (empréstimo de dinheiro), enquadrado no artigo 586 do código civil de 2002; b) Desconto bancário; c) Contrato de abertura de crédito; d) Cheque especial, espécie de contrato de abertura de crédito.

5. DAS OBRIGAÇÕES POR DECLARAÇÃO UNILATERAL DE VONTADE ART. 854 A 886

Formas de obrigação resultante de declaração unilateral de vontade: o Promessa de recompensa – art. 854 a 860; o Gestão de negócios – art. 861 a 875; o Pagamento indevido – art. 876 a 883; o Enriquecimento sem causa – 884 a 886;

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6. DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ART. 887 A 926

São papéis representativos de uma obrigação e emitidos de conformidade com a legislação específica de cada tipo ou espécie;

Documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado;

Características: formalismo, executividade e negociabilidade;

Vide direito empresarial;

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10ª AULA DIREITO CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL

1. CONCEITO:

É a obrigação que incumbe a alguém de reparar o dano causado a outrem, em razão dos seus atos ou em virtude de danos provocados por pessoas ou coisas dele dependentes.

2. FINALIDADE: o Ressarcir (dano); o Compensar (lesão); o Punir (ofensor); o Educar (desmotivacional);

3. A CARACTERIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE EXIGE A PRESENÇA DE ALGUNS ELEMENTOS

CONSTITUTIVOS: o Ação ou omissão do agente; o Culpa ou dolo do agente; o Relação de causalidade; o Dano;

4. AÇÃO OU OMISSÃO DO AGENTE;

o A responsabilidade pode derivar de ato próprio ou de ato de 3º que esteja sob a guarda do agente, e ainda, de danos causados por coisas e animais que lhe pertençam;

o Artigos: 932, 936, 937 e 938;

5. CULPA OU DOLO DO AGENTE; o Em regra, a obrigação de indenizar não existe. Só existirá quando o agente causador do

prejuízo agir com dolo ou culpa para que o resultado dano ocorra; o Artigo 927

6. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE;

o É a relação de causa e efeito entre a ação ou omissão do agente e o dano (resultado)

verificado (nexo causal); o DANO;

Sem a prova do prejuízo, ninguém pode ser responsabilizado civilmente; Pode ser individual, coletivo, moral ou material. Exceção: cláusula penal art. 416

Também chamada de pena convencional, onde SE ESTIPULAM PENAS OU MULTAS CONTRA A PARTE QUE RETARDOU OU DEIXOU DE CUMPRIR A OBRIGAÇÃO A QUE SE COMPROMETEU.

o DANO MATERIAL: presente (emergente) ou futuro (lucro cessante);

o DANO MORAL: violação do direito à dignidade (imagem, o bom nome, direitos autorais,

relações afetivas, etc...);

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RESPONSABILIDADE CIVIL

7. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL

A Responsabilidade Subsidiária é aquela que pressupõe o exaurimento da obrigação de um outro devedor (A),dito principal, do qual este (B) é um devedor.

Ex: Fiança, Terceirização...

Responsabilidade Solidária, não é obrigação reserva, mas obrigação conjunta principal. Assim, o credor pode acionar tanto um quanto o outro, não havendo necessidade de acionar em conjunto, já que o solidário responde também diretamente pela obrigação. É uma obrigação que não se presume: resulta da vontade das partes, expressa, ou da lei.

Ex: Fornecedor...

RESPONSABILIDADE CONTRATUAL; o Ocorre quando determinada pessoa causar prejuízo a outrem por descumprir uma

obrigação contratual; Arts. 395 e SS. e 389 e SS.

DEVER DE REPARAR O DANO

AÇÃO OU OMISSÃO DO

AGENTE

CULPA OU DOLO DO AGENTE

RELAÇÃO DE CAUSALIDADE

DANO

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RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL; o É aquela derivada de ilícito extracontratual, ou seja, há infração de um dever legal;

8. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E OBJETIVA

A diferença básica entre as duas teorias, é a presença da culpa como elemento constitutivo da obrigação de reparar o dano;

RESPONSABILIDADE SUBJETIVA; o Teoria adotada pelo código civil (regra); o Culpa é pressuposto da responsabilidade; o Sem culpa não há responsabilidade; o Artigo 186;

RESPONSABILIDADE OBJETIVA; o A lei impõe a reparação de um dano causado sem a concorrência do elemento culpa; o Esta modalidade funda-se no risco; o O CC admite a responsabilidade. Sem culpa pelo exercício de atividades que, por sua

natureza, representar risco para os direitos de outrem; o Art. 931 a 933 e 936 a 938;

9. QUANTIFICAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DO DANO

INDENIZAR É RESTABELECER A SITUAÇÃO ANTERIOR AO DANO; o Desfazer o dano; o Artigo 944 – indenização; o Artigo 945 – diminuição da indenização; o Artigo 947 – impossível reposição; o Artigo 948 a 954 – MODUS FACIENDI;

10. EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA

EXONERAM O AGENTE DO DEVER JURÍDICO DE REPARAR O DANO; o Legitima defesa; o Estado de necessidade; o Exercício regular do direito; o Estrito cumprimento do dever legal; o Caso fortuito (imprevisível/homem); o Força maior (imprevisível/inevitável/natureza); o Pune-se o excesso!!!

11. EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA

EXONERAM O AGENTE DO DEVER JURÍDICO DE REPARAR O DANO; o Culpa exclusiva da vítima; o Culpa exclusiva de 3º; o Caso fortuito (imprevisível/homem); o Força maior (imprevisível/inevitável/natureza);

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12. EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL

ALÉM DAS EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA E OBJETIVA, HÁ 2 OUTRAS HIPÓTESES CONVENCIONADAS PELAS PARTES;

o Cláusula de irresponsabilidade; Próprio titular extingue por abdicação; Exclui a responsabilidade; Ex: EVICÇÃO (Art. 448)

o Cláusula de NÃO INDENIZAR;

Dispositivo integrante de um negócio jurídico; Afasta a indenização, mas não a responsabilidade;

CLÁUSULA NULA?! SÚMULA 161 STF


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