Professor: Rodrigo Sodero
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APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Histórico
Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo): 04
espécies de prestações previdenciárias, que
eram os socorros médicos em caso de
doença, os medicamentos obtidos por preço
especial, a pensão por morte e a
aposentadoria.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Espécies de aposentadoria da Lei Eloy Chaves:
ordinária ou por invalidez.
Requisitos da aposentadoria ordinária: empregado
ou operário com, no mínimo, 30 anos de serviço e 50
anos de idade (integral). Podia ser proporcional,
para aquele que implementasse apenas o tempo de
serviço ou apenas a idade mínima estabelecida.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Lei 3.807/60: aposentadoria ordinária passa a ser
denominada de aposentadoria por tempo de serviço.
Requisitos: 35 ou 30 anos de serviço, com proventos
integrais ou proporcionais e, pelo menos, 55 anos de
idade.
Idade mínima: eliminada pela Lei 4.130, de 28.08.62.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Decreto-lei 66/1966: acrescentou o requisito de, no
mínimo, 60 contribuições mensais (carência).
CF de 1967: diminuiu o tempo de serviço mínimo da
mulher para 30 anos (aposentadoria integral).
Aposentadoria proporcional para a mulher a partir
dos 25 anos de tempo de serviço.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Lei 8.213/91 (arts. 52 e 53): aumentou a carência de 60
para 180 contribuições (regra de transição no art. 142).
Proporcional - Homem: 30 aos 34 anos (70% + 6%).
Proporcional - Mulher: 25 aos 29 anos (70% + 6%).
Integral - Homem: 35 anos.
Integral - Mulher: 30 anos.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
PEC 33/95: previa a instituição de idade mínima de 60
anos para homens e 55 para mulheres. Não foi aprovada!
EC 20/98: a aposentadoria por tempo de serviço passa a
ser denominada aposentadoria por tempo de
contribuição. A aposentadoria proporcional é extinta,
sendo somente devido o benefício com proventos
integrais, a homens e mulheres que comprovem,
respectivamente, 35 e 30 anos de contribuição.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Importante: EC 20/98, traz em seu art. 9º, uma regra
de transição para quem já estava no sistema antes
da sua edição!
Novos requisitos: idade mínima e pedágio.
Coeficiente: 70% + 5%, a cada ano completo além do
total exigido pela EC.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
EC 20/98 x Direito adquirido antes da EC: o direito
adquirido à aposentadoria proporcional é
preservado!
Regra de transição para aposentadoria proporcional:
53 anos de idade, se homem ou 48 anos de idade, se
mulher + 30 anos, homem ou 25 anos, mulher +
pedágio de 40% do tempo faltante para atingir o
tempo mínimo necessário.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Fator Previdenciário
Fundamentação: Lei 9.876/99 altera a redação do art.
29, inciso I e §§ 7º a 9º, da Lei 8.213/91.
Aplicação: aposentadoria por tempo de contribuição
(Regra 85/95 progressiva) e aposentadoria por idade
(somente se beneficiar).
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Tempo de contribuição adicional:
05 anos, quando se tratar de mulher.
05 anos, quando se tratar de professor que
comprove, exclusivamente, tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio.
10 anos, quando se tratar de professora que
comprove, exclusivamente, tempo de efetivo
exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Fórmula:
f = Tc x a x [1+(Id + Tc x a)] =
Es 100
f = fator previdenciário
Tc = tempo de contribuição (em anos)
a = alíquota (fixa) de contribuição (0,31)
Es = expectativa de sobrevida (em anos)
Id = idade do trabalhador (em anos)
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Exemplo: Segurado com 37 anos de tempo
de contribuição e 58 anos de idade (Es =
23,5). Qual seria o resultado do fator
previdenciário?
Fator previdenciário: 0,48808511 x 1,6947 =
0,82715784
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Qualidade de segurado: a partir da edição da
Lei 10.666/03, a perda da qualidade de
segurado não é mais impedimento para a
concessão das aposentadoria por tempo de
contribuição, bem como para as
aposentadorias por idade e especial.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Regra 85/95 progressiva: prevê o art. 29-C, da Lei
8.213/91, que o segurado que preencher o requisito
para a aposentadoria por tempo de contribuição
poderá optar pela não incidência do fator
previdenciário no cálculo de sua aposentadoria,
quando o total resultante da soma de sua idade e de
seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na
data de requerimento da aposentadoria, for igual ou
superior a 95 pontos, se homem, observando o tempo
mínimo de contribuição de 35 anos; ou igual ou
superior a 85 pontos, se mulher, observado o tempo
mínimo de contribuição de 30 anos.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Frações: serão somadas as frações em meses e dias
de tempo de contribuição e idade.
Regra 90/100 (Regra 85/95 progressiva): as somas
de idade e de tempo de contribuição previstas serão
majoradas em um ponto em 31.12.2018. 31.12.2020,
31.12.2022, 31.12.2024 e 31.12.2026.
Professor: serão acrescidos 05 pontos à soma da
idade com o tempo de contribuição.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Tempo de Contribuição
Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de
data a data, desde o início até a data do requerimento ou
do desligamento da atividade abrangida pela Previdência
Social. (art. 59, do Decreto 3.048/99)
Empregado, Avulso e Doméstico: é toda e qualquer
atividade laborativa, sendo presumidas as contribuições
previdenciárias a cargo do empregador ou contratante do
serviço. (art. 30 e 33, da Lei 8.212/91 e art. 34, da Lei 8.213/91).
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Individual: a empresa a responsável pela retenção e
pelo recolhimento da contribuição previdenciária (§
1º, do art. 45, da Lei 8.212/91).
Facultativo: pagamento de contribuições, não sendo
admitido recolhimento extemporâneo (06 meses).
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Período de recebimento de benefício por
incapacidade: nos termos do art. 29,§ 5º da Lei
8.213/91 c/c o art. 61 do Decreto 3.048/99 c/c p
art. 164, inciso XVI, da IN 77/2015, são contados
como tempo de contribuição os períodos de
recebimento de benefício por incapacidade,
entre períodos de atividade e o de benefício por
incapacidade decorrente de acidente do
trabalho, intercalado ou não.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Considera-se ainda como tempo de
contribuição: o tempo de serviço militar, o
tempo de serviço em mandato eletivo,
período em que o segurado tenha sido
colocado pela empresa em disponibilidade
remunerada, desde que tenha havido
contribuições.
Contagem recíproca: art. 201, § 9º, da CF e
Lei 9.796/99 (compensação financeira).
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Aposentadoria do professor (art. 201, § 8º, da CF e
art. 56, da Lei 8.213/91): o tempo de contribuição
básico para a concessão da aposentadoria por
tempo de contribuição (30 ou 35 anos) será reduzido
em 05 anos, para o professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício efetivo
exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
A Lei 11.301/2006 dispõe que o art. 67 da Lei 9.394/96,
passa a vigorar acrescido do seguinte § 2º,
renumerando-se o parágrafo único para § 1º:
Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8º do
art. 201 da Constituição Federal, são consideradas
funções de magistério as exercidas por professores e
especialistas em educação no desempenho de atividades
educativas, quando exercidas em estabelecimento de
educação básica em seus diversos níveis e modalidades,
incluídas, além do exercício da docência, as de direção
de unidade escolar e as de coordenação e
assessoramento pedagógico.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
No julgamento da ADI 3772, o STF assentou o
posicionamento no sentido de que as atividades
mencionadas na Lei, de exercício de direção de
unidade escolar e as de coordenação e
assessoramento pedagógico também gozam do
benefício, desde que exercidas por professores.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Conversão do tempo especial em comum e acréscimo no
tempo de contribuição:
Fundamentação: art. 201, § 1º, da CF; art. 58, § 5º, da Lei
8.213/91 e art. 70, do Decreto 3.048/99.
Aplicação prática muito interessante!
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Conversão do Tempo de Serviço
Atividade a
converter
Para
Nocividade
Máxima
Para
Nocividade
Média
Para
Nocividade
Mínima
Para
Comum de
Mulher
Para
Comum de
Homem
De
Nocividade
Máxima
1,00 1,33 1,67 2,00 2,33
De
Nocividade
Média
0,75 1,00 1,25 1,50 1,75
De
Nocividade
Mínima
0,60 0,80 1,00 1,20 1,40
Comum de
Mulher
0,50 0,67 0,83 1,00 1,17
Comum de
Homem
0,43 0,57 0,71 0,86 1,00
Comprovação do tempo de contribuição:
Com relação à comprovação do tempo de serviço ou
contribuição é imprescindível a atenta leitura do
disposto no § 3º, do art. 55, da Lei 8.213/91.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma
estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias
de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que
anterior à perda da qualidade de segurado:
§ 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos
desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa
ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá
efeito quando baseada em início de prova material, não
sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo
na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito,
conforme disposto no Regulamento.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Contemporaneidade da prova material: o início de
prova material deve ser contemporâneo à época da
prestação dos serviços. Não se exige, entretanto, a
contemporaneidade da prova material durante todo
o período que se pretende comprovar o tempo de
contribuição.
Reconhecimento do tempo trabalhado antes do
documento mais antigo apresentado: segundo o STJ
é possível!!! (REsp repetitivo 1.348.633/SP (trata de
tempo rural)).
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Atividade rural: nos termos da Súmula 149, do STJ, “a
prova exclusivamente testemunhal não basta à
comprovação da atividade rurícola, para efeito da
obtenção de benefício previdenciário”. Orientação
confirmada no julgamento do REsp repetitivo
1.133.863/RN.
Sobre o tema:
Súmula 34, da TNU: Para fins de comprovação do tempo
de labor rural, o início de prova material deve ser
contemporâneo à época dos fatos a provar.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Súmula 14, da TNU: Para a concessão de
aposentadoria rural por idade, não se exige que o
início de prova material, corresponda a todo o
período equivalente à carência do benefício.
Bóias-frias: é necessário o início de prova material
(REsp repetitivo 1.321.493/PR).
Aposentadoria por tempo de
contribuição
CNIS como prova do tempo de contribuição:
O INSS utilizará as informações constantes no
Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS
sobre os vínculos e as remunerações dos
segurados, para fins de cálculo do salário-de-
benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral
de Previdência Social, tempo de contribuição e
relação de emprego. (art. 29-A, da Lei 8.213/91)
Aposentadoria por tempo de
contribuição
CTPS e Súmula 75, da TNU:
A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
em relação à qual não se aponta defeito formal que
lhe comprometa a fidedignidade goza de presunção
relativa de veracidade, formando prova suficiente de
tempo de serviço para fins previdenciários, ainda
que a anotação de vínculo de emprego não conste
no Cadastro Nacional de Informações Sociais
(CNIS).
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Empregada doméstica:
É necessário o início de prova material.
A profissão de empregada doméstica somente foi
regulamentada por meio da edição da Lei 5.859, de
11/12/72, o que dificulta, a comprovação do trabalho
doméstico no período anterior à sua vigência, pois, à
época, não se exigia o registro na respectiva carteira
de trabalho.
Aposentadoria por tempo de
contribuição
É dominante o entendimento do STJ quanto à
inexigibilidade da prova documental relativa ao
período anterior à regulamentação da profissão
(AgRg no Ag 1.213.413/SP) e, consequentemente,
pela possibilidade de que a declaração de ex-
empregador, ainda que não contemporânea do
tempo de serviço alegado, seja considerada para
fins de início de prova material (EREsp
11.657.29/PR).
Aposentadoria por tempo de
contribuição
Sentença trabalhista como início de prova material:
A sentença trabalhista considerada como início de prova
material.
No entanto, na forma da jurisprudência do STJ, “a sentença
homologatória de acordo trabalhista é admitida como início
de prova material para fins previdenciários, mesmo que o
INSS não tenha participado da lide laboral, desde que o
decisum contenha elementos que evidenciem o período
trabalhado e a função exercida pelo trabalhador” (STJ,
AgRg no AREsp 249.379/CE, Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe de 22/04/2014).
Aposentadoria por tempo de
contribuição