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ApiculturaRELATÓRIO DE INTELIGÊNCIAJUNHO | 2014

Caixas iscasPara abelhas sem ferrão

A meliponicultura vem se destacando como forma alternativa de geração de renda complementar em pe-

quenas propriedades rurais. Porém, essas espécies de abelhas são protegidas pela legislação ambiental que

proíbe captura de ninhos naturais, mas autoriza a compra através de meliponários registrados nos órgãos

ambientais e/ou coleta através de caixas iscas. Para capturar abelhas silvestres oriundas de enxameação as

iscas são a forma mais barata, de menor mão de obra e de menor risco de perda de enxames. São prepara-

das a partir de garrafas plásticas tipo PET, troncos ocos como bambu grosso ou caixas racionais.

Fonte: Pesquisa realizada pelo Laboratório de Abelhas Indígenas do Departamento de Entomologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto (2007)

que se pretende capturar para entender o comportamento enxameatório de cada es-pécie, pois a maior ou menor facilidade das capturas está diretamente associada a ele.

Conhecimento da biologia da(s) espécie(s)

para instalação segundo cada es-pécie, devendo ser protegido da incidência direta do sol, porém,

entre vegetação não densa.

Tipo de isca e local mais adequado

sendo os meses de abundância de floradas que ocorre enxamea-ção, geralmente entre setembro

e janeiro.

Melhor período do ano para instalação

Caixas iscas são recipientes prepa-

rados com a finalidade de simular abrigos naturais para ins-

talação de novos enxames durante o processo de enxameação, sendo, portanto a única forma legal de ini-

ciar a atividade melípona com enxames naturais.

Fonte: Resolução do Conselho Nacio-nal do Meio Ambiente - Conama

nº 346/2004

Cuidados importantes para a obtenção de enxames nessa modalidade

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Tipo de caixas iscas e diferentes espécies de abelhas sem ferrão

Os ninhos-armadilha podem ser confeccionados com garrafas plásticas tipo PET, caixas de papelão

longa vida ou troncos ocos. Os de garrafas PET podem ser mais simples, bastando cortar o recipiente

ao meio, para permitir acesso após a captura, encaixando as partes e perfurando a tampa para entra-

da das abelhas envolvendo com papel pardo ou jornal para proporcionar proteção térmica, e após,

com plástico preto para impedir a entrada de luminosidade e proteção contra as intempéries.

Armadilha plástica Caixa longa vida

Figuras: 1- enxame de jataí instalado em armadilha plástica sofisticada; 2- armadilha PET simples; 3- isca em caixa longa vida com enxame. Fonte: Apacame. Como obter enxames de abelhas sem ferrão na natureza?

Figura: detalhe interno da isca mostrando o cotovelo que simula o túnel de entradaFonte: Apacame. Como obter enxames de abelhas sem ferrão na natureza?

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A forma mais elaborada é em recipientes plásticos da cor preta dispensando o envoltório plástico pre-

to, pois a luminosidade é impedida pela própria cor do plástico e não há risco pelas intempéries. É ins-

talado na entrada um cotovelo de PVC de 22 mm posicionado com a curva voltada para cima na parte

interna do recipiente simulando o túnel de acesso que as abelhas constroem em seus ninhos naturais.

No campus da USP, em Ribeirão Preto, onde existem 18 espécies de abelhas sem ferrão, a pesquisa revelou pontos importantes na esco-lha do tamanho de isca para as diferentes espécies.

Ninhos-armadilha: plásticos de diferentes volumes

Volumes de 1 e 2 litro: Atraíram espécies de tamanho reduzidos, sendo o volume de um litro o mais eficiente para captura de Tetragonisca angustula (Jataí).

Volumes de 2 e 3 litros: Apresen-taram maior sucesso de captura indepen-dentemente da espécie, pois possibilitam que qualquer uma delas ocupe a cavidade da isca.

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Garrafas PET

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Passo a passoPara preparar iscas com garrafas PET

Fonte: Lidiane Ângela Scariot et al. 58ª Reunião Anual da SBPC. Utilização de garrafas plásticas tipo PET na captura de enxames de abelhas indígenas sem ferrão, especialmente Tetragonisca angustula (JATAÍ) para a valorização do manejo sustentável da meliponicultura (2006)

Caixas que já foram habitadas por abelhas nativas: As iscas também podem ser preparadas com caixas racionais, basta pulverizar própolis diluída em álcool e flambar para desinfetá-las e tornar o cheiro de cera e própolis mais atraente.

Caixas novas: As iscas devem receber banho de própolis, pedaços de lamelas e colocar cera no orifício de entrada. Nunca se deve utilizar mel como atrativo em iscas. Uma dica é misturar a cera de abelhas nativas com cera de Apis mellife-ra na proporção de uma parte de nativa para duas de Apis mellifera.

Fonte: Apacame. Como obter enxames de abelhas sem ferrão na natureza?

Lave a garrafa e deixe secar bem.1

Envolva a garrafa com jornal para conforto térmico. Para melhorar o conforto térmico envolva a garrafa

PET com serragem em outro saco plástico após protegê-la da luminosidade com plástico preto.2

Enrole com lona preta para evitar a entrada de luz como proteção às intempéries.3

Borrife o interior com própolis da espécie que se pretende capturar que servirá de atrativo.4

Coloque a cera da espécie que se pretende capturar dentro da garrafa que servirá de atrativo e também

de material de construção para o início do novo ninho.5

Fure a tampa e coloque cera na entrada para atrair as abelhas. No modelo com serragem a tampa da

garrafa pode ser substituída por um cano de PVC. 6

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Construção de iscascom garrafas plásticas no modelo mais sofisticado

Fonte: Apacame. Como obter enxames de abelhas sem ferrão na natureza?

o cotovelo de PVC de 22 mm que simulará o túnel de entrada da

isca. Primeiro no banho de cera e depois no banho de própolis.

Prepare Aplique Instale

o banho de própolis no inte-rior do recipiente utilizando

um borrifador.

o cotovelo de PVC tomando o cuidado que a curva fique posicionada para cima quan-

do a isca estiver instalada.

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para preparar iscas com bambu

Outro tipo de isca pode ser feita com Dendrocálamus giganteus (bambu gigante) seco, serrando com serrote

acima e abaixo dos nós de cada colmo, aproveitando-os como recipiente e fazendo dois furos na parte su-

perior para fixação com arame preferencialmente grosso. Tome o cuidado de passar graxa nos arames para

evitar a entrada de formigas e na parte inferior faça um orifício de entrada com dois centímetros de diâmetro

para entrada das abelhas. Passar cerume ou própolis da espécie de interesse em capturar, diluídos em álcool

ao redor do orifício para funcionar como atrativo.

Evite que água de chuva acumule na parte superior da isca e, para isso, pode ser utilizada garrafa PET como proteção da parte superior e pintura com tinta acrílica na parte infe-rior. É importante realizar revisões periódicas para que aranhas e formigas não ocupem a isca e impe-çam que meliponídeos as utilizem.

Atenção

Fonte: Apacame. Isca “Bambu-com-Vida”

Passo a passo

Garrafa plástica de refrigerante de 2 litros para o bambu de menor diâmetro.

Orifício para passa-gem do arame

Nó do bambu

Nó do bambu

Mistura = Cerume + álcool comumou própolis + álcool comum

Orifício de entrada para as abelhasindígenas sem ferrão

Pintar com tinta acrílica para a proteção contra a chuva

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para a instalação das iscas

As iscas devem ser instaladas em locais onde comprovadamente existam enxames naturais ou meliponários

próximos, pois ao contrário da Apis mellifera as abelhas nativas não se instalam em locais muito distantes do

enxame de origem. Devem sempre ser em locais de fácil monitoramento como árvores, observando para

instalá-las entre um e dois metros de altura em alpendres e beirais de telhados de casas e galpões. Os locais

devem ser preferencialmente sombreados e protegidos do sol entre 10 horas e 15 horas.

Locais estratégicos

Cuidados na transferência para a caixa definitiva após captura de abelhas nativas

Aguarde no mínimo de 30 dias para transferência para o local definitivo, tempo necessário ao cumprimento de todas as

etapas da enxameagem.

O novo local deve estar dis-tante pelo menos 300 metros

do local da isca para evitar que as abelhas campeiras retornem ao local original.

Depois de transportada para o meliponário aguardar pelo me-nos um dia antes de proceder à transferência do ninho para a

caixa racional definitiva.

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Dica: Jerônio Villas-Boas. Para uma transferência bem-sucedida são en-contradas no Manual tecnológico – Mel de Abelhas sem Ferrão (2012).

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ApiculturaRELATÓRIO DE INTELIGÊNCIA

JUNHO | 2014

Para conhecer a biologia das abelhas sem ferrão e como buscar orientações técnicas consulte o

relatório sobre meliponicultura publicado pelo SIS.

Participe de eventos de meliponicultura como o 31º Encontro Catarinense de Apicultores e Melipo-

nicultores – ECA, que será realizado em julho de 2014.

No grupo de discussão sobre meliponicultura Abena o tema sobre caixas iscas está sempre em pau-

ta. Além de relatos de sucesso são disponibilizadas cartilhas que ensinam como confeccioná-las.

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