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Série Verbetes EnciclopédicosDiversidade de Linguagens no Ensino Médio

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AngelA PAivA Dionisio (org.)

VerbetesenciclopédicosGráfico e Infográfico

Pipa ComunicaçãoRecife - 2013

Série Verbetes EnciclopédicosDiversidade de Linguagens no Ensino Médio

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CAPAKarla Vidal (Pipa Comunicação - www.pipacomunicacao.net)

IMAGEM DA CAPAStudies of Embryos. Pen over red chalk. 1510-1513. Leonardo da Vinci. Domínio Público. Disponível em http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Leonardo_da_Vinci_Studies_of_Embryos.jpg

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOKarla Vidal e Augusto Noronha (Pipa Comunicação - www.pipacomunicacao.net) EQUIPE PIBID LETRAS UFPE

Ágnes Christiane de SouzaAmanda Alves de OliveiraAndrea Silva MoraesAngela Paiva DionisioBibiana Terra Soares CavalcantiCássia Fernanda de Oliveira CostaDaniella Duarte Ferraz Elilson Gomes do Nascimento Getulio Ferreira dos SantosHellayne Santiago de AzevedoJoão Alberto Barbosa de Gusmão

Juliana Serafi m dos Santos Larissa Ribeiro Didier Leila Janot de VasconcelosMagda Evania Vila Nova Maria de Lourdes Cavalcante Chaves Maria Medianeira de SouzaMariana Bandeira Alves FerreiraMaura Lins Dourado RodriguesRaquel Lima Nogueira Renata Maria da Silva FernandesSaulo Batista de Souza

O trabalho Série Verbetes Enciclopédicos - Diversidade de Linguagens no Ensino Médio de Angela Paiva Dionisio, PIBID Letras UFPE e Pipa Comunicação foi licenciado com uma Licença Creative Commons -

Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.Com base no trabalho disponível em http://www.pibidletras.com.br/.

Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em http://www.pibidletras.com.br/.

Catalogação na publicação (CIP)Ficha catalográfi ca produzida pelo editor executivo

D592

Dionisio, Angela Paiva. Verbetes enciclopédicos: gráfi co e infográfi co/ Angela Paiva Dionisio [org.]. - Recife: Pipa Comunicação, 2013. 59p. : Il.. (Série verbetes enciclopédicos: diversidade de linguagens no ensino médio) Inclui bibliografi a. ISBN 978-85-66530-06-3

1. Língua Portuguesa. 2. Gêneros Textuais. 3. Gráfi co. 4. Infográfi co. I. Título. II. Série.

400 CDD811.134.3 CDU

c.pc:07/13ajns

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

REITORIAAnísio Brasileiro de Freitas Dourado

PRÓ-REITORIA PARA ASSUNTOS ACADÊMICOSAna Maria Santos Cabral

COORDENAÇÃO INSTITUCIONAL DO PIBID - UFPESérgio Ricardo Vieira Ramos

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DO PIBID - UFPEEleta Freire

CHEFIA DO DEPARTAMENTO DE LETRASJosé Alberto Miranda Poza

COORDENAÇÃO DO SUBPROJETO PIBID LETRAS - UFPEAngela Paiva Dionisio

GRADUANDOS PIBID LETRASÁgnes Christiane de Souza, Amanda Alves de Oliveira, Bibiana Terra Soares Cavalcanti, Cássia Fernanda de Oliveira Costa, Daniella Duarte Ferraz, Elilson Gomes do Nascimento, Hellayne Santiago de Azevedo, João Alberto Barbosa de Gusmão, Juliana Serafim dos Santos, Larissa Ribeiro Didier, Magda Evania Vila Nova, Maria de Lourdes Cavalcante Chaves, Mariana Bandeira Alves Ferreira, Raquel Lima Nogueira, Renata Maria da Silva Fernandes

SUPERVISORES PIBID LETRAS

Maura Lins Dourado Rodrigues (Escola Diário de Pernambuco)Saulo Batista de Souza (Escola Senador Novaes Filho)

COLABORADORES PIBID LETRASAndrea Silva Moraes (Mestrado PG Letras-UFPE); Getulio Ferreira dos Santos (Graduação de Letras – UFPE); Leila Janot de Vasconcelos (Neuropsicóloga, pesquisadora – NIG UFPE); Maria Medianeira de Souza (Professora Departamento de Letras, pesquisadora – NIG UFPE)

TRADUÇÃO INGLÊS-PORTUGUÊS:Tradução: Larissa Cavalcanti (UFPE-FAFIRE) Supervisão da Tradução: Lúcia Bodeman (Cultura Inglesa)

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Gráfico e Infográfico

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Sumário

09 PREFÁCIO

VERBETES ENCICLOPÉDICOS: CAPTURAM A IMPERMANÊNCIA E ENSINAMMaria Auxiliadora Bezerra

13 APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO

VERBETAR: FAZER VERBETES E ORGANIZÁ-LOS, EIS O NOSSO DESAFIO!Angela Paiva Dionisio

21 VERBETES

GRÁFICODaniella Duarte FerrazJuliana Serafim dos SantosSaulo Batista de Souza

INFOGRÁFICOAngela Paiva DionisioRosemberg Gomes Nascimento

51 O TEMA EM CENA...

TRANSCRIÇÕES

55 UMA PITADA DE HUMOR

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— PREFÁCIO —Verbetes enciclopédicos

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Verbetes enciclopédicos: capturam a impermanência e ensinam

A Série Verbetes Enciclopédicos apresenta, de for-ma clara, interativa e substancial, informações sobre gêneros multissemióticos, que são intrinsecamente dinâmicos, pois suas semioses estão em constante de-vir. São, por exemplo, diagramas, que se constituem de formatos variados; são mapas, que mudam de feição, segundo as representações que fazem da realidade; são linhas do tempo, que se apresentam horizontal ou ver-ticalmente, mas também em zigue-zague... Ou seja, são gêneros que se transformam, mas que se deixam capturar, sendo apresentadas, nos verbetes, suas possi-bilidades de configurações.

A leitura do verbete Desenho Anatômico nos faz lembrar o artista gráfico norte-americano Eric Drooker, que usa a técnica de raio X para representar os tipos hu-manos, como se estivessem sendo vistos por dentro. A leitura do verbete Mapa nos faz associá-lo ao livro El Hacedor, de Jorge Luis Borges, especificamente o tex-to Museo, que aborda a arte da cartografia, mostrando a impossibilidade de um mapa coincidir exatamente com o que ele representa.

Relacionando-a à educação formal, a Série Verbe-tes Enciclopédicos proporciona ao professor do Ensino Médio (mas também do segundo segmento do Ensi-no Fundamental) um trabalho de leitura, que não se

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restringe apenas ao professor de Língua Portuguesa. A seleção dos gêneros multissemióticos explorados aten-de a todas as áreas do conhecimento que constituem conteúdo curricular da Educação Básica: o desenho anatômico, o diagrama, o mapa, a linha do tempo, por exemplo, são gêneros que se materializam nos mate-riais didáticos com o intuito de mostrar conteúdos conceituais de Biologia, de Geografia, de História, de Literatura, de Química, de Artes Visuais, etc. e de con-tribuir para que os alunos desse nível de escolaridade os dominem, ampliando seu conhecimento enciclopé-dico e seu letramento multissemiótico tão necessário em nossa sociedade atual.

Mas essa Série não pode ser objeto de estudo ape-nas para o professor em serviço, ela também deve ser estudada em cursos de formação inicial ou continuada de professores. Se a habilidade de leitura dos mais va-riados tipos de textos e nas mais variadas linguagens é uma necessidade para alunos, saber como desenvolvê-la e trabalhá-la na escola também o é para os futuros professores. Assim, a série Verbetes Enciclopédicos se caracteriza como um material propício às práticas de ensino, aos estágios supervisionados, enfim, às ativida-des de ensinar como ensinar.

Vale ressaltar a interatividade dessa Série, que possibilita ao usuário o acesso a todos os exemplos re-tirados de vídeos que se encontram na web, bastando apenas estar conectado à internet e clicar no endereço eletrônico dado. Assim, a dinamicidade dos verbetes enciclopédicos favorece o acesso por parte dos alunos a textos de gêneros muito flexíveis e seu estudo.

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A imagem de verbetes construídos de forma está-tica dá lugar a uma outra que procura mostrar a vida do gênero textual nos variados domínios discursivos, dando aos alunos um conhecimento sistematizado desses gêneros e mostrando que é possível ensiná-los sem enrijecê-los.

Maria Auxiliadora BezerraUniversidade Federal de Campina Grande

Campina Grande, janeiro de 2013.

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— VAMOS —verbetar

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Verbetar: fazer verbetes e organizá-los,

eis o nosso desafio!

Vamos verbetar! Esta foi a decisão tomada após algumas reuniões da equipe PIBID Letras UFPE, ao estudarmos gêneros textuais, investigando questões de avaliações de programas que buscam traçar perfis dos nossos alunos de educação básica, ao analisarmos manuais didáticos do ensino médio de disciplinas diversas e ao buscarmos respaldo teórico para defi-nições de alguns gêneros multissistêmicos recorrentes em diferentes áre-as de conhecimento no ensino fundamental e médio, tais como desenho anatômico, diagrama, fotografia, infográfico, linha do tempo, tabela. To-dos nós com um letramento mais formal podemos ler cada um deles, com certa facilidade, sem que isto nos cause entrave mais sério no processo de compreensão, certo? Porém, como sujeitos responsáveis pela elaboração de atividades didáticas que orientam a formação de leitores, precisamos nos apropriar melhor dos gêneros textuais que circulam em nosso con-texto educacional, em nosso dia a dia. Conhecer apenas não é suficiente e apropriação exige domínio! A tarefa não foi tão simples, como mostrare-mos no decorrer desta apresentação.

Voltando aos aspectos motivadores da nossa decisão em verbetar esta série Verbetes Enciclopédicos, uma situação bastante significativa foi vivenciada em uma das escolas estaduais recifenses nas quais estamos atuando. Durante a realização de um teste piloto, envolvendo a compre-ensão de enunciados com gêneros multissistêmicos, uma aluna não res-pondeu a uma questão, pois, segundo ela, não sabia o que era charge, termo que iniciava o enunciado da questão, transcrita abaixo (01). Não estamos, neste momento, questionando a elaboração do enunciado em si, mas alguns fatores merecem ser pensados, tais como (i) a importância

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Introdução

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da nomeação do gênero para o aluno-leitor e sua influência no momento de avaliação (não saber o significado do termo não poderia ser atenuado com a verificação ou a leitura do gênero em si? E no enunciado em análise a nomeação está equivocada, temos uma tirinha; jamais uma charge!); (ii) a não flexibilidade cognitiva do aluno-leitor para realizar tarefa solicitada, desistindo no primeiro entrave, o que nos revela, talvez, uma orientação metodológica de que é necessário conhecer o significado de cada palavra para entendermos o texto.

(01):Na charge, a arrogância do gato com relação ao comportamento alimentar da minhoca, do ponto de vista biológico:

(A) não se justifica, porque ambos, como consumidores, devem “cavar” diariamente o seu próprio alimento.(B) é justificável, visto que o felino possui função superior à da minhoca numa teia alimentar(C) não se justifica, porque ambos são consumidores primários em uma teia alimentar(D) é justificável, porque as minhocas, por se alimentarem de detritos, não participam das cadeias alimentares(E) é justificável, porque os vertebrados ocupam o topo das teias alimentares.ENEM, 2002, http://www.inep.gov.br/Acessado em 26/09/2011

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Paralelamente a observações como estas, constatamos também o uso crescente, ao longo dos anos, de gêneros multissistêmicos para o ensino de conteúdos e para situações de avaliação. Gráficos, tabelas, desenhos anatômicos, infográficos, mapas, histórias em quadrinhos, entre outros gêneros veiculados na mídia impressa e digital, simbolizam alguns dos gêneros textuais que migraram para o domínio educacional. Muitos des-tes gêneros são originalmente produzidos em outros domínios discursi-vos e estão inseridos em outros gêneros, tais como reportagens, relatórios do IBGE, da ONU, da UNESCO, do INMETRO; atlas do IBGE, do INPE.

Tomamos para nós, equipe PIBID Letras UFPE, o desafio de estu-darmos melhor alguns destes gêneros, especialmente aqueles que não são muito recorrentes para o ensino de leitura e de escrita nos materiais didáticos de língua materna. Isto se deve ao fato de um dos objetivos do projeto A Leitura de Linguagens Diversas ser compreender a natureza e as características dos textos multissistêmicos, com o objetivo principal de oferecer subsídio teórico-metodológico para o tratamento dos mesmos nas atividades de leitura em sala de aula. Decidimos, então, selecionar os gêneros. Usamos como critérios a recorrência de gêneros em áreas distintas de conteúdos curriculares, as dificuldades de leitura sinaliza-das nas situações de avaliação que realizamos com aproximadamente 200 alunos do primeiro ano do ensino médio de duas escolas recifenses, a não consciência do gênero pelos membros da equipe PIBID Letras, embora sejamos seus leitores. Chegamos, então, ao seguinte conjunto de gêne-ros: desenho anatômico, esquema, diagrama, fotografia, gráfico, infográ-fico, história em quadrinhos, linha do tempo, mapa e tabela. Os passos seguintes foram pesquisar sobre eles, pensar na organização da escrita dos verbetes, e, finalmente, verbetar! Eita, tarefa complicada!

Estes gêneros transitam por domínios discursivos e áreas de conhe-cimentos as mais diversas, ou seja, sob as mais diversas rubricas. A título de exemplificação, tomemos o termo diagrama no “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa” e no “Dicionário de Comunicação”. Ambos tra-zem acepções para cinema, televisão, artes gráficas, música, informática,

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Introdução

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editoração. Tivemos que optar por desenvolver definições mais voltadas para a divulgação de informações, uma vez que o nosso interesse está nos usos destes gêneros com propósitos informativos, científicos. Então, es-colher a acepção foi o ponto de partida, mas isto não invalida a incursão pela história do gênero e sua tipologia. Mas, se definir é um ato discursivo cotidiano nosso, não significa que seja simples, não é, Zaqueu?

(02) Narradores de Javé: [00:11:30 – 00:12:16]Para assistir: http://goo.gl/2g6DE

ZAQUEU – Só que tem uma coisa: eles falaram lá que só tem validade esse trabalho se for assim... Científico.ARISTEU – Que coisa é científico, Zaqueu?ZAQUEU – Científico é... ó, é assim, como por exemplo... é... é que não pode ser as patacoadas mentirosas que ocês inventam! As patranha duvidosa que ocês gostam de dizer e contar.

Quando pensamos em verbetes, acessamos imediatamente nossa história de leitores de dicionário de línguas e os estudos de vocabulário. Não lembramos se tivemos uma professora como aquela existente nas memórias de Lygia Bojunga Nunes que “achava impossível a gente viver sem um dicionário perto”, mas certamente achamos em algum momento

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de nossas vidas que um dicionário era “exagero de papel”, “uma monta-nha de palavras desabando em cima da gente”, “uma letrinha supermiú-da de tanto quererem espremer mais quer-dizer-isso e mais quer-dizer-aquilo!”, “então, era só tirar a dúvida se tinha dois ss mesmo, ou se era um s em vez de um z, e pronto, eu fechava ele logo” (1995, p. 39, 41).

Ao trazermos o depoimento de Lygia Bojunga Nunes, queremos também trazer os nossos...

ler um verbete inteiro, olhar bem pra cara de uma palavra e ver se eu achava ela simpática ou não, e pensar se eu ia ficar me lembrando dela, e me perguntar se eu ia gostar de me encontrar com ela outra vez (quem sabe a gente podia ser companheira de um outro jogo, não precisava ser só programa de rádio, a gente podia até se juntar de novo pra fazer letra de samba. Já pensou?) – não. Não mesmo. Que-rer saber mais da vida daquela palavra era coisa que não me aconte-cia, ah, então tá, você tem um acento no a, e fim de papo: fechava o dicionário na cara dela (1995, p. 41).

Lygia começou a trabalhar para o rádio e para a TV, começou a es-crever livros “e foi nesse encontro com a Literatura que (Lygia) começou a ter curiosidade de ler um verbete inteiro, e de querer experimentar os caminhos que o dicionário (lhe) mostrava, conferindo uma palavra com outra (...)” (1995, p. 41). No meu caso, pesquisei sobre definições e adi-vinhações orais em interações conversacionais (DIONISIO, 1998; 2003), orientei dissertações sobre estudo do vocabulário e uso de dicionários em língua materna (LEAL, 2003; VIANA, 2003), escrevi uns poucos capítulos de livros sobre a abordagem de vocabulário/verbete na sala de aula (DIO-NISIO, 2002 [2010]). Mas assim como Lygia disse que deu “pra ficar tão contente com as (suas) (...) descobertas” (1995, p. 41), também comecei a me encantar com as mudanças trazidas para o estudo do vocabulário com Linguística de Texto, Linguística Aplicada e Teorias de Gênero!

Assim como Lygia, eu gostava “cada vez mais de assuntar: o texto que o dicionário usava pra dar exemplo de uma palavra, ah, que graça!

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Introdução

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eles pegaram uma marchinha de carnaval do Lamartine Babo pra mostrar que palhaço também quer dizer fantasia de palhaço, olha aí, ‘rasguei a minha fantasia, o meu palhaço cheio de laço e balão ...’ (quanta coisa eu ia poder imaginar lá na tal ilha lendo os versos dessa marchinha)” (NUNES, 1995, p.41, 42).

“Olha só pra isso!” (NUNES, 1995, p. 41), a equipe PIBID Letras pegou rápido o hábito de assuntar o tema do verbete em domínios discursivos diversos! Desenho anatômico em videoclipe de Madonna? Linha do Tempo na cabeleira dos Beatles? Diagrama usado como teaser de uma mostra de vídeo-dança?

Então, “as coisas científicas” de que iremos tratar nestes cinco pri-meiros volumes da Coleção Verbetes Enciclopédicos são:

a) Desenho anatômico e Diagrama (Volume 1)b) Linha do Tempo e Mapa (Volume 2)c) Fotografia e História em Quadrinhos (Volume 3)d) Gráfico e Infográfico (Volume 4)e) Esquema e Tabela (Volume 5)

Em 2002, quando escrevi a primeira versão do capítulo Verbete: um gênero além do dicionário, (DIONISIO, 2010, p. 136), achei bem interessante a metáfora criada por Hoey (2001:75), ao comparar a organização de dicio-nários, glossários, enciclopédias a colmeias, cujas propriedades seriam:

a) o significado não deriva de uma sequência, b) as unidades adjacentes não formam uma prosa contínua, c) não há um frame contextual, d) não há um autor individual,e) um componente pode ser usado sem referência aos demais, f) os componentes podem ser reimpressos ou reutilizados em trabalhos subsequentes, g) os componentes podem ser acrescentados, removidos ou alterados, h) muitos componentes podem servir à mesma função e i) há uma sequência alfabética, numérica ou temporal.

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Duas palavrinhas finais. Quando chegamos à versão que conside-ramos final dos nossos verbetes, recorremos a alguns colegas profissio-nais e professores de outras áreas, a coordenadores de outros PIBID da UFPE, solicitando suas colaborações como leitores críticos. Registramos aqui os nossos agradecimentos a Aldemir Dantas Barbosa, a Judith Ho-ffnagel, a Karla Vidal, a Marina Marcuschi, a Paulo Gileno Cysneiro, a Renê Montenegro, a Simone de Campos Reis. E para os nossos leitores, três dicas: as letras dos nossos verbetes não são miúdas, o nosso verbete é multissemiótico e a nossa escrita não é muito obediente às estruturas típicas do gênero...

Acredito que você, leitor, vai gostar de assuntar nossos verbetes enciclopédicos!

Angela Paiva DionisioRecife, dezembro de 2012.

RefeRências:

ABREU, Luis e CAFFÉ, Eliane. Narradores de Javé. São Paulo, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Cultura – Fundação Padre Anchieta, 2004.

DIONISIO, Angela. Imagens na oralidade. Recife: UFPE (Tese), 1998.

DIONISIO, Angela. Definições na oralidade. IN: DIONISIO, A. & BESERRA, N. Tecendo textos, construindo experiências. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

DIONISIO, Angela. Verbete: um gênero além do dicionário. In: DIONISIO, Angela, MACHADO, Anna Rachel, BEZERRA, Maria Auxiliadora (orgs.) Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Parábola, 2010.

HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Agir, 2001.

LEAL, Audria. Os exercícios de vocabulário: o léxico no livro didático. Recife: UFPE (Dissertação), 2003.

NUNES, Lygia Bojunga. Livro: um encontro com Lygia Bojunga. Rio de Janeiro: Agir, 1995.

RABAÇA, Carlos e BARBOSA, Gustavo. Dicionário de comunicação. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2001.

VIANA, Karine, O dicionário: do livro didático à sala de aula. Recife: UFPE (Dissertação), 2003.

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Verbetes

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GráficoDaniella Duarte Ferraz

Juliana Serafim dos SantosSaulo Batista de Souza

... “No seu primeiro dia de trabalho, Gabriela está confusa com os gráficos dos relatórios que seu chefe pediu para ela analisar. Seu chefe calmamente a ajuda a interpretar esses gráficos.” Vamos acompanhar a explicação dada a Gabriela?

01): Análise de Gráficos, Laura Letícia Ramos Rifo (conteúdo) Fábio Camarneiro (roteiro)Fonte: http://m3.ime.unicamp.br/recursos/1059Acessado em 30/11/2012

Como nem sempre podemos contar com o chefe de Gabriela, é bom ter um verbete escrito também sobre gráfico!

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Gráfico

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GRÁFICO s.m (1844) [Do gr. Graphikós, pelo lat. Graphicu.] 1.”Repre-sentação gráfica de fenômenos físicos, econômicos e sociais, ou outros”; (FERREIRA, 2010, p. 1046); 2. “Instrumento semiótico de mediação cultu-ral, ou seja, estruturas que se utilizam nas atividades humanas, inseridas em um contexto sócio-cultural-histórico.” (MONTEIRO, 1999 apud DU-ARTE, 2008, p. 20) 3. “Representação de uma função [mat] mediante uma curva ou superfície, num sistema de coordenadas”. (FERREIRA, 2010, p. 1046); 4. “Apresentação gráfica frequentemente associada à coordenação de informações quantitativas dispostas em dois eixos perpendiculares; um horizontal (chamado eixo dos x ou abscissa) e um vertical (eixo dos y ou ordenada)”. (MONTEIRO, 1999, p. 01); 5. “Instrumento cultural de sis-tematização de informações, e sua interpretação deve ser concebida como uma complexa atividade cognitiva.” (MONTEIRO, 1999, p. 04); 6. “Traça-do obtido em aparelhos para estudos de fenômenos físicos ou biológicos.” (PRADO E SILVA, vol 2, 1968, p. 662); 7. Ferramenta visual usada como modelagem matemática para representar fenômenos de diversas nature-zas (econômica, social, cultural, geométrica, física, química, biológica, geográfica, histórica etc.), localizando pontos num determinado espaço, mostrando relações quantitativas entre dois ou mais grupos de informa-ções. Legendas e cores também são usadas quando há um número maior de informações, objetivando deixar mais explícitas as categorizações para facilitar a leitura. Normalmente, os gráficos são feitos em programas de computador específicos, que são capazes de compilar os dados de forma mais precisa. Os estudos sobre gráficos estão contidos em uma área da Matemática denominada Geometria Analítica, foram estabelecidos por Pierre Fermat e representados, posteriormente, através dos estudos de René Descartes, que resultaram no conhecido plano cartesiano (02).

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(02) Explicação dos eixos cartesianosFonte: http://goo.gl/yLhqq Acessado em 03/11/2012

Em 1635, em sua obra intitulada “Discurso do Método”, Descartes, que tam-bém era fi lósofo, dedicou 106 páginas ao apêndice “A Geometria” (La Géo-métrie) (03), esboçando as primeiras informações da futuramente chama-da Geometria Analítica. Apesar de ainda não existir papel milimetrado, o aristocrata francês apresentou algumas noções da relação entre pontos e pares de linhas cruzadas em seu trabalho.

(03) Discurso do Método (página 381)Fonte: http://goo.gl/H3W1E Acessado em 03/11/2012

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Gráfico

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Séculos após a publicação, o “diagrama de coordenadas retangulares re-presentando as variações de uma função em relação a uma variável por meio de uma curva” (OLIVEIRA, 1983, p. 296) pôde, então, ser nomeado de “coordenadas cartesianas” ou “sistema cartesiano” por Leibnitz, em ho-menagem a Descartes. 8. “É um tipo de chart que apresenta graficamente as conexões quantitativas entre dois ou mais grupos de informação – por exemplo, as relações entre cidades e suas populações, a velocidade do car-ro e eficiência ou o poder de compra e um dólar ao longo do tempo.” (...) Gráficos oferecem muitos aspectos importantes, dentre eles: grande quan-tidade de informação pode ser conveniente e eficazmente revista; padrões gerais de dados se destacam mais claramente do que em forma de tabelas; desvios, tendências e relações, muitas vezes, são mais visíveis; compara-ções e projeções podem ser feitas, muitas vezes, mais facilmente e com mais precisão; mais leitores podem rapidamente determinar e absorver a essência da informação; quando usado em apresentações, gráficos en-curtam reuniões e agilizam as decisões do grupo.” (HARRIS, 1999, p. 164)1. Assim, a fim de trazer cada vez mais objetividade e clareza às informa-ções, alguns softwares desenvolveram pacotes de estatísticas adequados à elaboração deste tipo de representação gráfica. Além disto, há programas computacionais (04) voltados à construção deste gênero, como, por exem-plo: Excel (Microsoft) (05); Axum (MathSoft); Origin (Origin) e o Prisma (GraphPad), CorelDRAW Graphics Suite X6 (MicroSoft); DirectX 11 (Mi-croSoft); WinPlot 18 Sept 10 (MicroSoft) etc.

1. “A graph is a chart that graphically displays quantitative relationships between two or more groups of information – for example, the relationship between cities and their populations, a car’s speed and its efficiency, or the buying power of a dollar over time. (…) Graphs offer many important features, a few of which are:

- Large amounts of information can be conveniently and effectively reviewed;- Overall patterns of data stand out more clearly than in tabulated form;- Deviations, trends, and relationships many times are more noticeable;- Comparisons and projections can may times be made easily and accurately- Viewers can more rapidly determine and absorb the essence of the information- When used in presentations, graphs shorten meetings and expedite group decisions.

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(04) Gráfico 3D elaborado através de programa computacional.Fonte: http://goo.gl/fsmHv Acessado em 04/11/2012

(05) Crie Gráficos com o Excel 2007Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=N9t0s1_Oqr4Acessado em 03/11/2012

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Gráfi co

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Classifi cação. Os gráfi cos podem ser classifi cados quanto à forma (dia-gramas, cartogramas e estereogramas) e ao propósito (gráfi co de infor-mação e gráfi co de análise). Diagramas (cf. Toledo e Ovalle, 1985, p. 75) são representações grafo-geométricas bidimensionais (Ver verbete Dia-grama). São comumente encontrados em apresentações de dados esta-tísticos. Cartogramas (06) são quadros ou mapas que representam fenô-menos através de linhas e símbolos. São frequentemente utilizados na Demografi a, Geografi a e História. Estereogramas (07) são reproduções tridimensionais de sólidos, têm aplicabilidade nas apresentações volta-das a representações de volumes.

(06) Cartograma do resultado das Eleições Gerais da Espanha 2011 ao CongressoFonte: http://goo.gl/i2Pwh Acessado em 03/11/2012

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(07) Explicação científica de estereogramasFonte: http://goo.gl/imyPL Acessado em 30/11/2012

Gráficos de informação são representações bastante simples com objetivo de expor dados para um público em geral e, muitas vezes, permitem a omis-são de legendas. Gráficos de análise são, também, apresentações gráficas e expositivas, porém mais detalhadas e ligadas a uma área de conhecimento específica como Economia, Estatística etc. No que se refere à disposição dos dados, há várias possibilidades gráficas, dentre elas, o gráfico em bar-ras (08) cujo objetivo é comparar grandezas através de barras (retângulos) com larguras idênticas e altura proporcional às respectivas grandezas. Os gráficos em barras podem ser horizontais, compostos, agrupados ou bidi-recionais.

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Gráfi co

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(08) Gráfi co em barrasFonte: Acervo pessoal de Victor José Rocha de Lima – 2012

Já os gráfi cos em colunas (09) são usados para apresentação de dados re-lacionados a séries de tempo, elaborados comumente através de colunas organizadas cronologicamente, que se subclassifi cam em comuns, super-postas, de porcentagens complementares ou remontadas. Os gráfi cos pic-tóricos (10) são aqueles que apresentam os dados através de imagens vin-culadas à temática da pesquisa, organizando-as em barras ou em colunas.

(09) Gráfi co em Colunas: Elevação nos investimentos em programas universitários - PNAESFonte: http://goo.gl/77j5A Acessado em 03/11/2012

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(10) Gráfi co Pictórico: Produção nacional de armas - 2005Fonte: http://goo.gl/N1nYF Acessado em 03/11/2012

Campos e Ribeiro (2013, p. 32) ressaltam que as relações existentes na or-ganização espacial das informações nos gráfi cos, através de “diferentes for-matos visuais (linhas, área, torta, dispersão, rosca etc.), de linguagem ma-temática e de estatísticas”, são exigidas no momento da leitura. Ou seja, é necessário “o cruzamento de todas as informações”.

... Se assim como Gabriela nós precisamos entender gráfi cos, muitas vezes, também precisamos fazer gráfi cos! Karina Buhr (11) canta esta necessidade ao mostrar que precisa ser um dado estatístico signifi cativo no gráfi co do mercado fonográfi co para poder “se encaixar” na Lei de Incentivo à Cultura!

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Gráfico

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Ciranda do IncentivoKarina Buhr

Eu vou fazer uma cirandapra botar o discona Lei de Incentivo à Cultura,à Cultura,à Cultura

Mas é preciso entrar no gráficoNo mercado fonográficoMas é preciso entrar no gráficoNo mercado fonográfico

(11) Ciranda do IncentivoFonte: http://letras.mus.br/karina-buhr/1685737/#autoplay;e-SyrJAEcGIAcessado em 03/11/2012

Enfim, parece que tudo se pode organizar em gráficos, “até o por-do-sol sobre o mar”, como cantam os Engenheiros do Hawaii (12), não é?

A FábulaEngenheiros do Hawaii

Era uma vez um planeta mecânicoLógico, onde ninguém tinha dúvidasHavia nome pra tudo e para tudo uma explicaçãoAté o por-do-sol sobre o mar era um gráfico

(12) A FábulaFonte: http://letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/82962Acessado em 03/11/2012

No filme Sociedade dos Poetas Mortos (13), há uma cena em que se discute a orientação de um autor que afirma: “Para compreender a poesia, temos que conhecer a métrica, a rima e as figuras de retórica.” Será? Vejamos a cena e a opinião do professor!

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Daniella Duarte Ferraz, Juliana Serafim dos Santos e Saulo Batista de Souza

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(13) Trecho do filme Sociedade dos Poetas Mortos. Fonte: Trecho do filme Sociedade dos Poetas Mortos [20’22’’ – 21’52’’]

Para assistir: http://goo.gl/JmlcG

Concordamos. Nem tudo se pode compreender graficamente! Mas que um gráfico, ajuda, ah! Isto ajuda!

RefeRências:

ÁVILA, G. S. de Souza. Cálculo das funções de uma variável. v.1. Rio de Janeiro: LTC, 2003.

CAMPOS, Claudia e RIBEIRO, Josélia. Gêneros. In: COSTA, I. e FOLTRAN, M. A tessitura da escrita (orgs.). São Paulo: Contexto, 2013.

CONDE, Antonio. Geometria analítica. São Paulo: Atlas, 2004.

DUARTE, V. M. Textos multimodais e letramento: habilidades na leitura de gráficos da Folha de São Paulo por um grupo de alunos do ensino médio. Belo Horizonte:HARRIS,

Robert L. Information Graphics: a comprehensive illustrated reference. New York: Oxford University Press, 1999.

MONTEIRO, Carlos E. F. Interpretação de gráficos: atividade social e conteúdo de ensino. CD – 22a ANPEd, 1999.

OLIVEIRA, Ceurio de. Dicionário cartográfico. 1 ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1980.

SOUTO, Antonio. Anatomia de um artigo. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2001.

TOLEDO, G. L. Estatística básica. 2ed. São Paulo: Atlas, 1985.

VIEIRA, Sonia. Princípios de estatística. São Paulo: Pioneira, 2003.

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InfográficoAngela Paiva Dionisio

Rosemberg Gomes Nascimento

Infográficos no cotidiano...

Adoniram Barbosa lamentava que não podia ficar e dizia “se eu per-der esse trem, que sai agora às onze horas, só amanhã de manhã” (01) e Dorival Caymmi avisava que “quem não gosta de samba bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé” (02)!

(01) Trem das onze. Fonte: http://goo.gl/mnmBn Acessado em 20/12/2012

(02) Samba da minha terra. Fonte: http://goo.gl/YnKTw Acessado em 20/12/2012

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Infográfi co

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Falta alguma conexão neste início de texto... qual a coerência entre Dorival Caymmi, Adoniram Barbosa e Infográfi co? Nenhuma! Pode ser a resposta do leitor mais apressado ou ainda daquele que talvez não goste de samba, mas como você é um leitor bom da cabeça e sabe que cada leitor é um fi lho único e cada texto é uma casa a ser olhada, já percebeu que a tes-situra do início deste verbete - infográfi co - contém alguma artimanha dis-cursiva, não é? Isto mesmo! Leitores e leitoras, vamos embarcar no Trem do Samba? “Conheça os principais estilos e a história do samba. Navegue pelo mapa, relembre alguns dos principais artistas que marcaram o estilo e descubra do que é feito o samba.” (03) Essas são as atrações da nossa via-gem pelo infográfi co “Trem do Samba”, disponibilizado no site da Revista Superinteressante!

(03) Infográfi co: Trem do SambaFonte: http://goo.gl/OKqtq Acessado em 05/01/2013

O “abre alas” responsável pela criação desse infográfi co reúne jornalistas, infografi stas, fotógrafos, autores dos livros pesquisados, atores, cineastas, e, ainda, as pesquisas realizadas em sites!

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Infográfico: Otavio Cohen, Daniel Apolinario, Fred Di Giacomo, Danilo Vespa, Karin Hueck, Raquel Sodré, Carolina Vilaverde, Natália Becattini, Laura Rittmeister, Juliana Moreira, Fabricio Miranda

FONTES:

Livros: CASTRO, Ruy. “Carnaval no Fogo”; CASTRO, Ruy. “Chega de Saudade”.; DINIZ, André. “Almanaque do Samba: a História do Samba, O Que Ouvir, O Que Ler, Onde Curtir”; LINS, Paulo. “Desde que o Samba é Samba”.

Filmes/documentários: GLOBO REPÓTER, “Os avós do Samba”; HOLLANDA, Lula Buarque de e Carolina Jabor, “O Mistério do Samba”; STEEN, Ricardo van. “Noel, Poeta da Vila”

Sites:

Almanaque de Cultura Popular http://www.almanaquebrasil.com.br; Agenda do Samba-Chorohttp://www.samba-choro.com.br; Cantoras do Brasilhttp://www.cantorasdobrasil.com.br; Clique Music UOL http://cliquemusic.uol.com.br; Clube do Tom http://www.jobim.com.br; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira http://www.dicionariompb.com.br; Grêmio Recreativo Cacique de Ramoshttp://www.caciquederamos.com.br; MPBNet http://www.mpbnet.com.br

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Infográfico

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Fim da estação, hora de definição...

INFOGRÁFICO. s.m. “ETIM. Rad. info- (reduzido de informação) + -grafia; adj. relativo a infografia. s.m. 1. “apresentação de informações com preponderância de elementos gráfico-visuais (fotografia, desenho, diagrama estatístico etc.) integrados em textos sintéticos e dados numé-ricos, ger. utilizada em jornalismo como complemento ou síntese ilus-trativa de uma notícia” (HOUAISS, 2001, p. 1615); 2. “criação gráfica que utiliza recursos visuais (desenho, fotografias, tabelas, etc.) conjugados a textos curtos, para apresentar informações jornalísticas de forma sucinta e atraente, em jornalismo impresso, telejornalismo e webjornalis-mo (RABAÇA, C. e BARBOSA, G. 2001, p. 388- grifos dos autores); 3. “A infografia é (...) um recurso que alia imagem e texto de modo com-plementar para passar alguma(s) informação(ões). (...) um infográfico pressupõe a inter-relação indissolúvel entre texto (que vai além de uma simples legenda ou título) e imagem que deve ser mais que uma ilustra-ção de valor exclusivamente estético. Podemos dizer, portanto, que este binômio imagem e texto, na infografia, exerce, por princípio, uma função explicativa e não apenas expositiva. O infográfico (...) deve ser capaz de passar uma informação de sentido completo, favorecendo a compreen-são de algo e, neste sentido, nem imagem, nem texto deve se sobres-sair a ponto de tornar um ou outro indispensável.” (TEIXEIRA, 2007, p. 112-113); 4. “(s.m.) Etim.: combinação de informação, do la. Informatio, dados sobre algo ou sobre alguém, com o gr. graphos, escrita, registro. Usado a partir do neologismo inglês infographics. Comunicação visual. Recurso gráfico que alia texto e imagem para permitir a compreensão de um fenômeno complexo por públicos específicos. Em geral, é usado para explicar o funcionamento de algo com fins didáticos, por isso os infográ-ficos são comuns em livros didáticos, manuais de aparelhos eletrônicos, guias e cartilhas. Jornalismo. Termo utilizado para identificar uma mo-

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dalidade discursiva, ou subgênero do jornalismo informativo, no qual a presença indissociável de imagem e texto em uma construção narrativa permite a compreensão de um fenômeno específico como um aconteci-mento jornalístico ou o funcionamento de algo complexo ou difícil de ser descrito em uma narrativa textual convencional. (...)” (TEIXEIRA apud MARCONDES FILHO, 2009, p. 185-186); 5. “uma modalidade de texto que se apoia num tipo de representação gráfico-visual que hibridiza ou-tros recursos gráfico-visuais tendo por base visual o diagrama prepara-do a partir do esboço de um profissional (jornalista, cientista, pedagogo etc); este tipo de texto é produto de combinação desenhada a posteriori entre um esquema (lógico-relacional, que estabelece relações entre as proposições) e uma esquematização (visualização referencial, ancora-da nos aspectos icônicos de certos referentes), articulando simultânea e sincreticamente textos verbais, icônicos e esquemáticos, e totalmente suscetível de mudança de conteúdo, significação e sentido em casos de alteração nos níveis dos sintagmas e da forma de expressão.” (LUCAS, 2011, p. 2). Esse conjunto de definição sinaliza a natureza, a dimensão dos conflitos conceitos existentes em torno do termo infográfico, sua classi-ficação morfológica (substantivo e/ou adjetivo; infográfico = infografia), sua abrangência conceitual, seu domínio discursivo (jornalístico, cientí-fico, educacional). Este verbete não pretende, nem poderia, dirimir ta-manha complexidade.

História da infografia: um olhar diacrônico do gênero. No que se refere às origens dos atuais infográficos, ou seja, aos seus antecedentes his-tóricos, vamos ler “Aspectos sobre a ‘história’ da infografia jornalística”, de Ricardo Lucas (2011).

Download do fragmento:

http://goo.gl/OrpJl

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Infográfico

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Se você quiser saber mais sobre as origens da infografia no Brasil, acesse o site abaixo e vai encontrar um artigo, também de Ricardo Lucas, analisan-do a infografia jornalística na época do império! No Rio de Janeiro, o jornal “Vida Fluminense”, em 1868, já trazia o “embrião” do que hoje conhecemos como infografia!

PARA SABER MAIS

Primórdios da infografia brasileira: o jornal Vida Fluminense e a Guerra do Paraguai

Acesse:http://goo.gl/bk5XZ

Quanto à produção de um infográfico, no domínio jornalístico, Luis Iria, diretor de infografia da revista Superinteressante, descreve o processo de “Como fazer um infográfico” (04) em entrevista a Eduf, editor do site da Super:

(04) Entrevista “Como fazer um infográfico?”Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=06VbAQodPhYAcesso em 01/11/2012

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Classificação. Enciclopédicos e específicos. Os infográficos enciclopédi-cos buscam explicar temas gerais, tais como o funcionamento do corpo humano, a definição de vírus e bactérias, os sistemas de governo etc. O desenvolvimento temático é, portanto, de natureza mais genérica. Já os in-fográficos específicos são os que “se atêm a aspectos mais próximos da sin-gularidade” (TEIXEIRA, 2007, p. 115), como a demonstração de como ocor-reu um acidente, a realização de procedimento cirúrgico específico etc. Os enciclopédicos assim como específicos podem ainda se subdividirem em independentes e complementares. Os primeiros não estão inseridos em outra matéria jornalística; podem ser respostas a perguntas de leitores; “reportagens infográficas” (05), ou seja, “um tipo de narrativa na qual há um texto principal que funcionará como a introdução de uma reportagem, seguido por infográfico ou infográficos” (TEIXEIRA, 2007, p. 115).

Os complementares são aqueles “diretamente vinculados a uma determi-nada notícia ou reportagem, atuando, neste caso, como um mecanismo para melhorar a compreensão do leitor, possibilitando a contextualização mais detalhada” (TEIXEIRA, 2007, p. 115). São, geralmente, indispensáveis para a matéria na qual estão inseridos.

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Infográfi co

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(05): Reportagem infográfi ca. Fonte: http://goo.gl/cn0uDAcessado em 17/01/2013

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Imbricação de modos gráfi co-visuais nos infográfi cos. “(U)m bom in-fográfi co costuma contar com recursos visuais diversos como fotografi as, mapas, tabelas, ilustrações, diagramas. Mas um mapa é, por princípio, um infográfi co? E uma tabela, quando ela pode ser considerada uma infogra-fi a, em especial, um infográfi co com valor jornalístico?, questiona Teixeira (2007, p. 113). O infográfi co é um gênero textual que, muitas vezes, recor-re a outros gêneros os quais, neste contexto de produção, passam a fun-cionar como infogramas (mapas, diagramas, tabelas etc). Há, subjacente ao processo de construção textual, uma relação esquemática (cf. Lucas, 2011) que envolve a articulação de sistemas linguísticos (falado ou escrito), imagens, infogramas e outros recursos semióticos. A orquestração de tais recursos, inseridos dentro de uma unidade gráfi co-visual maior, confi gura a infografi a. Esta organização favorece a visualização da informação. São imbricações que vão além do binômio imagem e texto. Em (06), fragmento de Trem do Samba, observam-se mapa, linha do tempo, vídeos, trechos de programas de televisão... e, ao se continuar a viagem de trem, é possível encontrar ainda audição de música, legendas, cores etc.

(06): Imbricações de modos semióticos na construção do infográfi co. Fonte: http://goo.gl/YFj2t Acessado em 05/01/2013

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Infográfi co

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Infográfi cos na escola...

Assim como outros gêneros que favorecem a visualização da informação (diagrama, tabela, gráfi co, linha do tempo etc), os infográfi cos também começam a serem utilizados na construção de enunciados de avaliações de conhecimento, como (07) e (08).

(07): Infográfi co em enunciados de avaliações de conhecimentoFonte: http://goo.gl/aSNkk Acessado em 11/12/2012

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(08): Infográfi co integra um dos textos motivadores da Proposta de Redação do ENEM 2013. Fonte: http://goo.gl/aSNkk Acessado em 19/02/2012

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Infográfi co

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Infografando para deixar a avenida...

Um pouco mais de samba pra relaxar... deleite-se com um infográfi co cam-peão “Como funciona a bateria da Grande Rio” (09), medalha de prata prêmio internacional Malofi ej, 2012. Como dizem os jornalistas, aqui, “no info”, você pode tocar os instrumentos que compõem uma bateria de esco-la de samba, comandar o samba!

(09): Infográfi co interativoFonte: http://goo.gl/RNSYLAcessado em 17/01/2013

Chegamos de trem neste verbete e vamos sair de aeronave! Apertem o cin-to, respirem fundo, são 60 anos de manobras! O infográfi co Esquadrilha da Fumaça (10) recebeu a medalha de ouro na categoria Reportagens onli-ne, em 2012. Boa viagem!

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(10): Esquadrilha da Fumaça. Fonte: http://goo.gl/OL1tA Acessado em 24/01/2013

Outra opção é não sairmos do tema e continuarmos com a leitura do artigo científi co de Francis Arthuso Paiva: “O Gênero Textual Infográfi co: leitura de um gênero textual multimodal por alunos da 1ª série do ensino médio”. Ah! neste artigo, Paiva destaca (2011:89) que Dionisio, em trabalho de 2006, via os infográfi cos não como gêneros, “mas sim como um recurso gráfi co-visual” de outro gênero jornalístico. Isto mesmo, ele tem razão, isto foi naquela época...mas ainda pode ser hoje... a depender do contexto. Isto é assunto para outro verbete.

O Gênero Textual Infográfi co: leitura de um gênero textual multimodal por alunos da 1ª série do ensino médio”.Fonte: http://goo.gl/9eV17Acessado em 22/02/2013

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Infográfico

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RefeRências:

ANDRADE, Rafael de Castro. Sistematização de um método para produção de in-fográficos com base no estudo de caso do jornal Folha de São Paulo. Londrina: UEL (Dissertação), 2008.

CAIRO, Alberto. Entrevista “El reto es contar una buena historia con la mejor her-ramienta”. 2009. Disponível em <htpp http://www.visualopolis.com/images/sto-ries/articles/2010/ultimasnoticiasentrevista.jpg>. Acessado em 05/ 08/ 2012.

CECILIO, Evane; PEGORARO, Everly. A infografia no jornalismo impresso: além da simples complementação um novo modo de se fazer jornalismo. 2011Disponível em: < http://paginas.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encon-tro-2011> Acessado em 10/01/2012.

COELLO, José Manoel de Pablos. Siempre ha habido infografía. Revista Latina de Comunicación Social. Vol. 05: 1-5. 1998.

______.Infografia: tipologías. Revista Latina de Comunicación Social. Vol. 58: 1-19. 2004

DIONISIO, Angela. Gêneros textuais e multimodalidade. In: KARWOSKI, Acir Mário et al. (Org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. São Paulo: Parábola. [2006] 2011.

HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Agir, 2001.

LETURIA, Elio.¿Qué es infografía?. Revista Latina de Comunicación Social. Vol. 04. 1998. Disponível em< http://www.ull.es/publicaciones/latina/z8/r4el.htm> Acessa-do em 01/07/2012.

LUCAS, Ricardo. “Show, Don´t Tell”. A infografia como forma gráfico-visual espe-cífica: da produção do conceito à produção de sentido. Recife: UFPE (Tese), 2011.

MARCONDES FILHO, Ciro (0rg). Dicionário da Comunicação. São Paulo: Paulus. 2009.

PAIVA, Francis. Elementos de Regularidade e Tipificação do Gênero Jornalístico Info-gráfico. Revista Prisma. n. 11, p. 02-10. 2010.

PAIVA, Francis. O gênero textual infográfico: leitura de um gênero textual multimodal por alunos da 1ª série do ensino médio. Revista L@el em (dis)curso, volume 3, n.1, p. 87-101. 2011.

RABAÇA, Carlos e BARBOSA, Gustavo. Dicionário de comunicação. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2001.

TEIXEIRA, Tattiana. A presença da infografia no jornalismo brasileiro – proposta de tipologia e classificação como gênero jornalístico a partir de um estudo de caso. Revista Fronteira – estudos midiáticos, n. 9.2, p. 111-120. 2007.

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— O TEMA —em cena

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Transcrições

SOCIEDADE dos poetas mortos. Direção de Peter Weir. São Paulo: Touchstone Home Vídeo, 1991.

TRANSCRIÇÃO DA CENA:

John Keating (professor): “Cavalheiros, abram seus livros na página 21 da introdução. Senhor Perry, quer ler o parágrafo inicial do prefácio intitulado ‘Compreendo a poesia’?”

Neil Perry (aluno): “‘Compreendendo a poesia’ pelo Dr. J. Evans Pritchard PhD. Para entender totalmente a poesia, precisamos analisar sua métrica, rima e figuras de linguagem. Depois, fazemos duas perguntas. A primeira: ‘Como foi apresentado o objetivo do poema?’. E a segunda: ‘O quão é importante é esse objetivo?’. A pergunta um avalia a perfeição do poema. A pergunta dois avalia a sua importância. E depois que essas perguntas são respondidas, torna-se muito fácil determinar a grandeza de um poema. Se o índice de perfeição do poema for colocado na horizontal de um gráfico e a sua importância for marcada na vertical, então, calculamos o total da área do poema e teremos a medida de grandeza. Um soneto de Byron marca muitos pontos na vertical, mas marca poucos na horizontal. Um soneto de Shakespeare, por outro lado, marcaria muitos pontos na horizontal e na vertical, conseguindo uma área total, revelando, assim, ser um poema bem grande. À medida que estudarem os poemas deste livro, pratiquem este método de avaliação. À medida que sua capacidade de avaliar poemas crescer, também crescerá seu interesse e sua compreensão da poesia.”

John Keating (professor): “Excremento. É o que eu penso do Senhor J. Evans Pritchard. Nós não somos medidores. Estamos falando de poesia.”

Para assistir: http://goo.gl/qY5cY

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— UMA PITADA DE —humor

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Fonte: Almanhaque 1949, Primeiro Semestre, ou, “Almanhaque d’A Manha, Aparício Torelly, o Barão de Itararé. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Imprensa Oficial do Estado, 2003. (Coleção Almanhaques do Barão de Itararé).

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Fonte: Almanhaque 1949, Primeiro Semestre, ou, “Almanhaque d’A Manha, Aparício Torelly, o Barão de Itararé. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Imprensa Oficial do Estado, 2003. (Coleção Almanhaques do Barão de Itararé).

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COMISSÃO EDITORIAL

Editores ExecutivosAugusto Noronha e Karla Vidal

Conselho EditorialAngela Paiva DionisioAntonio Carlos XavierCarmi Ferraz SantosCláudio Clécio Vidal EufrausinoClecio dos Santos Bunzen JúniorPedro Francisco Guedes do NascimentoRegina Lúcia Péret Dell’IsolaUbirajara de Lucena PereiraWagner Rodrigues Silva

Prefi xo Editorial: 66530

INFORMAÇÕES GRÁFICAS

FORMATO: 210 x 297 mmTIPOLOGIA: Constantia / Myriad Pro

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