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  • TRANSPORTE

    RODOVIRIO DE

    PRODUTOS PERIGOSOS

    PPrroocceeddiimmeennttooss ddee PPrriimmeeiirraa RReessppoossttaa nnoo

    AAtteennddiimmeennttoo EEmmeerrggnncciiaass

    Realizao:

  • Universidade Federal de Santa Catarina

    Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres

    TRANSPORTE RODOVIRIO DE

    PPRROODDUUTTOOSS PPEERRIIGGOOSSOOSS

    PPrroocceeddiimmeennttooss ddee PPrriimmeeiirraa RReessppoossttaa nnoo AAtteennddiimmeennttoo aa

    EEmmeerrggnncciiaass

    CEPED UFSC

    Florianpolis, 2012.

  • PRESIDENTE DA REPBLICA

    Excelentssima Senhora Dilma Vana

    Rousseff

    DEPARTAMENTO NACIONAL DE

    INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES

    Diretor Geral

    Senhor Luiz Antnio Pagot

    SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA

    CIVIL

    Secretrio de Estado

    Senhor Geraldo Cesar Altoff

    Secretrio Adjunto

    Senhor Mrcio Luiz Alves

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA

    CATARINA

    Magnfico Reitor da Universidade

    Federal de Santa Catarina

    Professor lvaro Toubes Prata, Dr.

    Diretor do Centro Tecnolgico

    Professor Edson da Rosa, Dr.

    Departamento de Engenharia Qumica e

    Engenharia de Alimentos

    Professor Ariovaldo Bolzan, Dr.

    CENTRO UNIVERSITRIO DE ESTUDOS E

    PESQUISAS SOBRE DESASTRES

    Diretor Geral

    Professor Antnio Edsio Jungles, Dr.

    Diretor Tcnico e de Ensino

    Professor Marcos Baptista Lopez

    Dalmau, Dr.

    Diretor de Articulao Institucional

    Professor Irapuan Paulino Leite, M.Sc.

    FUNDAO DE AMPARO PESQUISA E

    EXTENSO UNIVERSITRIA

    Superintendente Geral

    Professor Pedro da Costa Arajo, M.Sc.

    Catalogao na fonte por Graziela Bonin CRB14/1191

    Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitrio de Estudos Pesquisas

    sobre Desastres.

    Transporte rodovirio de produtos perigosos: procedimentos de primeira resposta

    no atendimento a emergncias / Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre

    Desastres. - Florianpolis: CEPED UFSC, 2012.

    53 p. : il. color. ; 30 cm.

    1. Transporte rodovirio Produtos perigosos. 2. Emergncia - Atendimento. I.

    Universidade Federal de Santa Catarina. II. Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas

    sobre Desastres. III. Ttulo.

    CDU 656.1

  • APRESENTAO

    Este manual foi elaborado para atender ao Projeto Sistema de

    Preveno, Controle e Atendimento Emergencial em Acidentes com

    Produtos Perigosos na Rodovia BR-101/SC Trecho Sul.

    O Projeto uma parceria entre o Departamento Nacional de

    Infraestrutura de Transportes DNIT e o Centro Universitrio de Estudos

    e Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina

    CEPED UFSC. Alm disso, conta com a participao da Secretaria de

    Estado da Defesa Civil - SDC e da Fundao de Amparo Pesquisa e

    Extenso Universitria FAPEU.

    O Projeto visa estruturao de um sistema integrado de

    primeira resposta e resposta especializada, para atendimento de

    acidentes envolvendo produtos perigosos, no trecho sul da BR-101/SC,

    de modo a prestar socorro e assistncia s vtimas, de uma forma rpida

    e eficiente, incluindo a construo de uma rea, no Hospital Universitrio,

    destinada ao atendimento a queimados.

    A resposta s emergncias com produtos perigosos

    frequentemente envolve mltiplas instituies, como transportadoras,

    rgos pblicos, empresas prestadoras de servio e comunidade.

    Portanto, necessrio que todos estes setores estejam devidamente

    preparados, para que o atendimento emergencial seja realizado de forma

    rpida e segura, minimizando, desta forma, os riscos sade da

    populao e ao meio ambiente.

  • SUMRIO

    1. CONCEITOS E DEFINIES ...........................................................................................6

    2. RESUMO DA LEGISLAO ............................................................................................8

    2.1 NORMAS TCNICAS DA ABNT .......................................................................................9

    3. DOCUMENTOS NECESSRIOS ................................................................................. 11

    4. EQUIPAMENTO PROTEO INDIVIDUAL E EQUIPAMENTOS PARA

    SITUAO DE EMERGNCIA ................................................................................................ 12

    5. CLASSIFICAO DOS PRODUTOS PERIGOSOS ................................................... 13

    5.1 RTULOS DE RISCO E PAINEL DE SEGURANA .................................................................. 14

    6. PLANO AMBIENTAL EMERGENCIAL - PAE ............................................................ 17

    7. PROCEDIMENTOS DE RESPOSTA ............................................................................ 18

    7.1 COMO IDENTIFICAR UM PRODUTO PERIGOSO .................................................................. 19

    7.2 COMO UTILIZAR O MANUAL DE EMERGNCIAS DA ABIQUIM ........................................ 20

    7.3 COMO ISOLAR A REA DE RISCO ...................................................................................... 21

    7.4 A IMPORTNCIA DE UM SISTEMA DE COMANDO DE OPERAES ..................................... 24

    7.5 A ADMINISTRAO DE EMERGNCIAS .............................................................................. 26

    7.6 AES OPERACIONAIS ..................................................................................................... 29

    7.7 A ROTINA DOS OITO PASSOS ........................................................................................... 31

    8. COMO UTILIZAR O SISTEMA DE INFORMAES ............................................... 35

    8.1 ACESSO AO SISTEMA ......................................................................................................... 35

    8.2 ACIDENTE ......................................................................................................................... 38

    8.2.1CADASTRO DE UM NOVO ACIDENTE ................................................................................ 39

    8.2.2 EDIO E VISUALIZAO DE DADOS DE ACIDENTE J CADASTRADO ............................... 44

    8.2.3 VISUALIZAO DO LOCAL DO ACIDENTE ........................................................................ 45

    8.3 RELATRIOS ..................................................................................................................... 49

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................................... 50

    ANEXO A - MAPA RODOVIRIO DE SANTA CATARINA .............................................. 51

  • ANEXO B - TELEFONES TEIS .............................................................................................. 52

    ANEXO C - TABELA DE INCOMPATIBILIDADE ................................................................ 53

  • 6

    1. Conceitos e Definies

    Produtos Perigosos: So as substncias com propriedades fsico-qumicas

    que podem causar danos sade e ao meio ambiente (ARAJO, 2001).

    Carga Perigosa: Trata-se de qualquer tipo de carga sendo transportada

    de forma inadequada, que acarrete risco de acidentes.

    Carga a granel: produto que transportado sem qualquer embalagem,

    sendo contido apenas pelo equipamento de transporte.

    Carga Embalada/Fracionada: produto que no ato do carregamento,

    descarregamento e transbordo do veculo transportador manuseado

    juntamente com o seu recipiente (NBR 7501 ABNT, item 3.15).

    Expedidor: qualquer pessoa, organizao ou governo que prepara uma

    expedio para transporte; quem emite o documento fiscal (NBR 7501,

    item 3.38).

    Transportador: qualquer pessoa, organizao ou governo que efetua o

    transporte de produtos perigosos por qualquer modalidade de

    transporte (NBR 7501, item 3.93)

    Acidente com Produto Perigoso: Evento repentino e no desejado, onde

    a liberao de substncias perigosas em forma de incndio, exploso,

    derrame ou vazamento, causa danos a pessoas, propriedades ou ao

    meio ambiente.

    Incidente com Produto Perigoso: Evento repentino e no desejado, que

    foi controlado antes de afetar elementos vulnerveis (causar dano ou

  • 7

    exposio s pessoas, bens ou ao meio ambiente). Tambm denominado

    de quase acidente.

    Zona Contaminada ou rea de Risco: rea do acidente com produtos

    perigosos onde os contaminantes esto ou podero surgir.

  • 8

    2. Resumo da Legislao

    O transporte de produtos perigosos objeto de extensa e complexa

    legislao que acompanham a evoluo da preocupao da sociedade

    em relao preservao do meio ambiente.

    Resoluo n 3.665/11, que substitui a Regulamentao do

    Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos, aprovada pelo Decreto

    96.044/88.

    Resoluo CNEN- 13/88: Aprova as normas para o Transporte de

    Materiais Radiativos;

    Decreto n 1.797/1996: Dispe sobre a execuo do Acordo de

    Alcance Parcial para a Facilitao do Transporte de Produtos

    Perigosos, entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, de 25 de

    janeiro de 1996;

    Decreto n 2.866/1998: Aprova o regime de infraes e sanes

    aplicveis ao transporte terrestre de produtos perigosos;

    Lei n 9.605/1998: Dispe sobre as sanes penais e administrativas

    derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente;

    Decreto n 4.097/2002: Altera os art. 7 e 19 do RTPP;

    Resoluo ANTT n 420/2004 e Resoluo n 701/2004: Aprova as

    instrues complementares ao RTPP;

    Resoluo MT N 1573/2006: Institui o Regime de Infraes e

    Penalidades do Transporte Ferrovirio de Produtos Perigosos no

    mbito nacional;

  • 9

    Resolues do CONTRAN: 14,18, 26, 36, 38, 87, 102, 132, 149, 151,

    152,157, 168, 205, 210, 356;

    Resoluo ANTT n 1644/2006: Altera o anexo Resoluo n 420/04

    que aprova as instrues do RTPP;

    Resoluo n. 3.632/2011 da Agencia Nacional dos Transportes altera

    o anexo da Resoluo n. 420/04;

    O transporte de produtos perigosos controlados pelo Exrcito tambm

    est sujeito s exigncias previstas pelo R-105, com redao dada pelo

    Decreto n 3665/00, que apresenta a lista de produtos.

    Neste caso, alm dos documentos de porte obrigatrio, previsto pelo

    RTPP (Ficha de Emergncia, Envelope para o Transporte, Documento

    Fiscal, e Certificado de Capacitao para o Transporte de Produtos

    Perigosos a Granel), tambm deve portar a guia de Trfego, devidamente

    preenchida e assinada por Oficiais do Exrcito Brasileiro, responsveis

    pelo controle do transporte destes produtos.

    Da mesma forma, o transporte de materiais radiativos controlado pela

    Comisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que emite a Ficha de

    Monitoramento de Materiais Radiativos e a Declarao do Expedidor de

    Material Radioativo.

    2.1 Normas Tcnicas da ABNT

    A ABNT mantm uma comisso permanente, formada por tcnicos dos

    rgos, setores e entidades envolvidos com transporte de produtos

    perigosos. Esta comisso responsvel pelo estudo e elaborao de

  • 10

    Normas Tcnicas Oficiais, que so editadas e periodicamente revisadas.

    Segue abaixo as principais Normas Tcnicas relacionadas ao transporte

    rodovirio de produtos perigosos.

    NBR 7500 Smbolos de risco e manuseio para o transporte e

    armazenamento de materiais.

    NBR 7501 Transporte de produtos perigosos - terminologia.

    NBR 7503

    Ficha de Emergncia e Envelope para transporte para o

    transporte de produtos perigosos (caractersticas e

    dimenses).

    NBR 9735 Conjunto de equipamentos para emergncias no

    transporte rodovirio de produtos perigosos.

    NBR 10271 Conjunto de equipamentos para emergncias no

    transporte rodovirio de cido fluordrico (procedimento).

    NBR 12710 Proteo contra incndio por extintores no transporte

    rodovirio de produtos perigosos.

    NBR 13095 Instalao e fixao de extintores de incndio para carga,

    no transporte rodovirio de produtos perigosos

    NBR 13221 Requisitos para o transporte de resduos.

    NBR 14064 Atendimento de emergncia no transporte rodovirio de

    produtos perigosos.

    NBR 14095 rea de estacionamento para veculos rodovirios de

    transporte de produtos perigosos.

    NBR 14619 Incompatibilidade qumica.

  • 11

    3. Documentos Necessrios

    CONDUTOR:

    Carteira Nacional de Habilitao

    Carteira do Curso MOPP

    VECULO:

    Documentao de licenciamento do veculo

    CIPP - Certificado de Inspeo para o Transporte de Produtos Perigosos

    (Certificado de capacitao do veculo e equipamentos para o

    transporte a granel)

    CIV Certificado de Inspeo Veicular

    PRODUTO TRANSPORTADO:

    Nota Fiscal com manifesto da carga (transporte nacional).

    Declarao de Carga (MERCOSUL).

    Ficha de Emergncia.

    Envelope para o Transporte.

    Licenciamento Ambiental.

    Explosivos: Guia de trfego do Ministrio do Exrcito.

    Material Nuclear: Autorizao da Comisso Nacional de Energia

    Nuclear.

    Produtos controlados: Autorizao do Departamento de Polcia Federal

    DPF.

  • 12

    4. Equipamento Proteo Individual e Equipamentos para Situao de

    Emergncia

    Equipamento de Proteo Individual - EPI

    O Equipamento de Proteo Individual deve ser usado, pelo motorista,

    para o manuseio do produto ou no caso de ocorrncia de um acidente. O

    EPI bsico composto por Capacete e luvas de material adequado ao(s)

    produto(s) transportado(s), definidos pelo fabricante do produto.

    Obs: Alm do EPI Bsico existem 11 grupos de EPI especfico, que variam

    de acordo com o produto transportado (NBR 9735, da ABNT).

    Equipamentos para Situao de Emergncia

    Consideram-se equipamentos para situao de emergncia o conjunto de

    equipamentos previstos pela NBR 9735, da ABNT, que deve acompanhar

    o transporte rodovirio de produtos perigosos, para atender s situaes

    de emergncia, acidente ou avaria. O conjunto prev elementos para a

    sinalizao e o isolamento da rea de ocorrncia, conforme a ficha de

    emergncia, e a solicitao de socorro, conforme o envelope para o

    transporte.

    Obs: As especificaes dos equipamentos, bem como grupos de

    equipamentos especficos encontram-se na NBR 9735, da ABNT.

  • 13

    5. Classificao dos Produtos Perigosos

    A classificao adotada feita com base no tipo de risco que estes

    produtos apresentam e conforme as Recomendaes para o Transporte

    de Produtos Perigosos da ONU. A mesma estabelece os critrios

    utilizados para a classificao destes materiais, os quais determinaram a

    criao de 9 classes, que podem ou no ser subdivididas, conforme as

    caractersticas dos produtos.

    Classe 1 Explosivos

    Subclasse 1.1 Substncias e artefatos com risco de exploso em massa;

    Subclasse 1.2 Substncias e artefatos com risco de projeo;

    Subclasse 1.3 Substncias e artefatos com risco predominante de fogo;

    Subclasse 1.4 Substncias e artefatos que no representam risco

    significativo;

    Subclasse 1.5 Substncias pouco sensveis;

    Subclasse 1.6 Substncias extremamente insensveis.

    Classe 2 Gases

    Subclasse 2.1 Gases inflamveis;

    Subclasse 2.2 Gases comprimidos no txicos e no inflamveis;

    Subclasse 2.3 Gases txicos por inalao.

    Classe 3 - Lquidos inflamveis

    Classe 4 - Slidos inflamveis; Substncias autorreagentes e explosivos

    slidos insensibilizados

  • 14

    Subclasse 4.1 Slidos inflamveis;

    Subclasse 4.2 Substncias passveis de combusto espontnea;

    Subclasse 4.3 Substncias que, em contato com a gua, emitem gases

    inflamveis.

    Classe 5 - Substncias Oxidantes e Perxidos Orgnicos.

    Subclasse 5.1 Substncias Oxidantes;

    Subclasse 5.2 Perxidos Orgnicos.

    Classe 6 - Substncias Txicas e Substncias Infectantes.

    Subclasse 6.1 Substncias Txicas;

    Subclasse 6.2 Substncias Infectantes.

    Classe 7 - Substncias Radioativas

    Classe 8 - Substncias Corrosivas

    Classe 9 Substncias Perigosas Diversas

    5.1 Rtulos de Risco e Painel de Segurana

    Atualmente, os produtos perigosos listados pela ONU ultrapassam 3.400

    produtos que so atualizados periodicamente (ABIQUIM, 2011).

    Estes produtos so identificados atravs do painel de segurana. Na parte

    superior tem-se o nmero de risco do produto e na parte inferior o

    nmero da ONU, conforme poder ser verificado na Figura 01. As

    especificaes do painel de segurana esto descritas na NBR 7500, da

    ABNT.

  • 15

    FIGURA 01 Painel de Segurana

    Fonte: Adaptado da NBR 7500 da ABNT, 2012.

    O rtulo de risco, placa ilustrada em formato de losango, afixado nas

    laterais e na traseira do veculo, eles possuem desenhos e nmeros que

    identificam o produto (Resoluo 3.632/11, da ANTT). Na Figura 02

    possvel verificar os rtulos de risco, onde apresentado o nmero da

    classe, a descrio do perigo e o smbolo correspondente.

  • 16

    FIGURA 02 - Rtulos de Risco

    Fonte: Adaptado da Resoluo 3.632/11 da ANTT

  • 17

    6. Plano Ambiental Emergencial - PAE

    Sabe-se que os produtos perigosos, enquanto devidamente

    acondicionados e armazenados em procedimentos comerciais

    adequados, apresentam sempre o chamado risco intrnseco ou o

    potencial de danos (toxicolgico), mas no os riscos acidentais, cuja

    periculosidade promovida pela manipulao e o transporte desses

    produtos.

    As aes de segurana previstas para mitigao dos danos referentes a

    riscos acidentais esto consubstanciadas nos Planos de Atendimento a

    Emergncias, que devem ser elaborados previamente e conhecidos por

    todos os envolvidos.

    A Meta 1 do Projeto de estruturao do Sistema de Preveno, Controle

    e Atendimento Emergencial em Acidentes com Produtos Perigosos na

    Rodovia BR-101/SC - Trecho Sul foi a elaborao do Plano Ambiental

    Emergencial PAE, para o trecho sul da BR-101/SC, com todas as

    informaes necessrias para uma resposta rpida e eficiente no

    Atendimento a Emergncias com Produtos Perigosos.

    O Plano Ambiental Emergencial PAE tem como objetivo estruturar um

    conjunto bem planejado de atividades, informaes e procedimentos

    destinados coordenao das aes das diversas instncias pblicas

    afetas ao tema, no atendimento e resposta aos acidentes com produtos

    perigosos.

  • 18

    7. Procedimentos de Resposta

    O principal aspecto a ser considerado durante o atendimento de um

    acidente ambiental que envolva produtos perigosos diz respeito a

    segurana das pessoas envolvidas. Para tanto, especialmente em se

    tratando de profissionais de primeira resposta, deve-se adotar as

    seguintes recomendaes bsicas (Oliveira, 2000, p.44):

    Evitar qualquer tipo de contato com o produto perigoso,

    aproximando-se da cena com cuidado, tendo o vento pelas

    costas, tomando como referncia o ponto de vazamento do

    produto;

    Procurar identificar o produto (no aproximar-se mais do que

    100 m da rea de risco) e verificar se h vazamento, derrame,

    liberao de vapores, incndio ou a presena de vtimas;

    Isolar o local do acidente impedindo a entrada ou a sada de

    qualquer pessoa. Manter-se afastado da zona contaminada no

    mnimo 100 metros at conseguir informaes seguras sobre o

    tipo de produto perigoso existente no local;

    Solicitar a presena de socorro especializado (polcia rodoviria,

    polcia militar, corpo de bombeiros, defesa civil, etc.);

    Estabelecer as reas de segurana e isolamento (proteo) inicial

    recomendadas no Manual de emergncias da ABIQUIM;

  • 19

    Determinar as aes iniciais de emergncia, recomendadas no

    Manual de emergncias da ABIQUIM, at a chegada do socorro

    especializado.

    7.1 Como Identificar um Produto Perigoso

    Identifique o produto por qualquer uma das seguintes maneiras:

    a) Pelo nmero de quatro algarismos (nmero da ONU) existente

    no painel de segurana (placa laranja) afixado nas laterais,

    traseira e dianteira do veculo ou constante na Ficha de

    Emergncia, no documento fiscal ou na embalagem do produto.

    Consulte o manual da ABIQUIM pelo nmero da ONU.

    FIGURA 03 Identificao do Produto Perigoso

    Fonte: ABIQUIM, 2006.

  • 20

    b) Pelo nome do produto constante na Ficha de Emergncia ou no

    documento fiscal. Consulte o manual da ABIQUIM pelo nome do

    produto.

    c) Caso no haja nenhuma informao especfica sobre o produto,

    verifique o rtulo de risco (placa ilustrada com formato de

    losango) afixado nas laterais e na traseira do veculo e consulte a

    tabela de rtulos de risco no manual da ABIQUIM, que lhe

    indicar o guia correspondente classe do produto.

    7.2 Como Utilizar o Manual de Emergncias da ABIQUIM

    Utilize o Manual de Emergncias para identificar os

    produtos perigosos e as aes iniciais de emergncia da

    forma que segue:

    Pginas amarelas: Relao dos Produtos Perigosos

    por ordem numrica crescente;

    Pginas azuis: Relao dos Produtos Perigosos por

    ordem alfabtica;

    Pginas laranja: Apresentam os Guias nos quais so encontradas

    as recomendaes de segurana;

    Pginas verdes: Encontram-se as distncias de seguranas para

    alguns produtos.

    Aps identificar o nmero da ONU dos Produtos Perigosos que esto

    sendo transportados, devemos consultar as pginas amarelas do Manual

    de Emergncia. A coluna GUIA N indica a pgina laranja que dever ser

  • 21

    consultada. Nelas voc encontrar informaes sobre os riscos potenciais

    do produto e as aes de emergncia a seguir.

    No sendo possvel identificar o nmero da ONU ou o nome do Produto

    Perigoso, existe uma alternativa; procurar o rtulo de risco do Produto

    Perigoso. No Manual de Emergncias existem duas pginas de rtulos de

    risco com seus Guias correspondentes.

    Voc poder encontrar uma srie de Produtos Perigosos assinalados com

    um asterisco (*) nas pginas amarelas e nas azuis, por exemplo, o cloro,

    n da ONU 1017 *; estes produtos exigem uma ateno especial nos

    casos de vazamentos.

    Consulte as pginas verdes, na parte final do manual, para conhecer as

    distncias de isolamento e proteo inicial.

    Observao: O Manual de Emergncias da ABIQUIM no resolve todos os

    problemas que podem ocorrer com os produtos perigosos, porm,

    seguindo suas recomendaes voc poder controlar o acidente nos seus

    primeiros minutos, at a chegada de uma equipe especializada, evitando

    riscos e a tomada de decises incorretas.

    7.3 Como Isolar a rea de Risco

    Aps identificar o(s) produto(s) perigoso(s) e tomar as medidas iniciais

    de emergncia, verifique a direo predominante do vento e determine

    se o vazamento grande ou pequeno.

  • 22

    Pequeno vazamento = nico recipiente de at 200 litros ou

    tanque maior que possa formar uma deposio de at 15 metros

    de dimetro;

    Grande vazamento = grande volume de produtos provenientes

    de um nico recipiente ou diversos vazamentos simultneos que

    formem uma deposio maior que 15 metros de dimetro.

    Depois, isole a rea de risco utilizando a fita ou corda e seus dispositivos

    de sustentao, presentes nos Equipamentos para Situao de

    Emergncia. Utilize os quatro cones e as quatro placas Perigo Afaste-se

    para sinalizar o acidente.

    Determine as distncias adequadas consultando a tabela existente na

    seo verde do manual de Emergncias da ABIQUIM e dirija todas as

    pessoas para longe do vazamento, seguindo a direo contrria a do

    vento. As distncias mnimas para o isolamento e evacuao so de 30 e

    200 metros, respectivamente.

    Zonas de Controle

    Toda rea do acidente com produto perigoso dever estar sob rigoroso

    controle para se reduzir a possibilidade de contato com qualquer dos

    contaminantes presentes. O mtodo utilizado para prevenir ou reduzir a

    migrao dos contaminantes a limitao de trs zonas de trabalho.

  • 23

    FIGURA 04 Zonas de Controle de Risco

    Fonte: SENASP, 2009.

    Segundo indicao da International Fire Service Training Association

    (IFSTA, 1995, p.145) as zonas de trabalho devem ser delimitadas no local

    com fitas coloridas e, se possvel, tambm mapeadas. A dimenso das

    zonas e os pontos de controle de acesso devem ser do conhecimento de

    todos os envolvidos na operao.

    DIREO DO VENTO DIREO DO VENTO

    POSTO DE COMANDO

    REA DE ATENO MDICA DE EMERGNCIA

    CORREDOR DE

    DESCONTAMINAO

    REA DE

    REABILITAO

    ZONA QUENTE

    ZONA MORNA

    ZONA FRIA

    OPERAES DEFENSIVAS

    REA DE SUPORTE / LOGSTICA

    SADA DE EMERGNCIA

    TV

    PERMETROS DE

    SEGURANA

    SETOR DE INFORMAO AO PBLICO INFORMAO DE QUALQUER ORIGEM

  • 24

    A diviso das zonas de trabalho (IFSTA, 1995, p. 144) dever constituir-se

    da forma que segue:

    ZONA QUENTE

    Localizada na parte central do acidente, o local onde os contaminantes

    esto ou podero surgir. O isolamento da rea de risco executado pode

    ser utilizado como delimitao da zona quente.

    ZONA MORNA

    a localidade que fica posicionada na rea de transio entre as reas

    contaminadas e as reas limpas. Esta zona deve conter o corredor de

    descontaminao. Toda sada da zona quente dever ser realizada por

    esse corredor.

    ZONA FRIA

    Localizada na parte mais externa da rea considerada no contaminada.

    O posto de comando da operao e todo o apoio logstico ficam nessa

    rea.

    7.4 A Importncia de um Sistema de Comando de Operaes

    O Sistema de Comando de Operaes (SCO), tambm conhecido pela

    sigla SCI (Sistema de Comando de Incidente) reconhecido como um

    modelo j documentado, utilizado no manejo eficaz de recursos

    disponveis nas operaes de emergncia.

    De forma geral, vemos que a organizao da cena de emergncia se

    inicia com a chegada das primeiras equipes de primeira resposta.

  • 25

    Para evitar comandos mltiplos ou aes independentes, dever existir

    uma nica pessoa responsvel pelo comandamento das aes, a qual

    ser denominada de Comandante da Operao (CO). Esse sistema servir

    para indicar o responsvel pela operao, estabelecer uma hierarquia de

    comando e apresentar uma lista de pessoas chaves e suas respectivas

    funes.

    Segundo Oliveira (2000, p.55) recomenda-se que o primeiro homem de

    comando que chega na cena da emergncia assuma formalmente o

    comando da operao pela rede de rdio.

    Este profissional permanece na funo de CO durante todo o tempo, a

    no ser que seja substitudo por outro profissional de maior hierarquia

    ou capacitao profissional.

    Utilizando este sistema de comando nico o CO adapta um organograma

    bsico e inicial, de acordo com suas necessidades administrativas e

    operacionais, para controlar a situao emergencial. A magnitude da

    ocorrncia determinar o tamanho e a complexidade do organograma

    necessrio.

    Normalmente, os elementos bsicos de um SCO so: Comando,

    Operaes, Planejamento, Logstica e Finanas.

    Oliveira (2000, p. 55) alerta que a questo de quem dever responder

    pelo comando de uma operao pode ser definida atravs de diretrizes,

    protocolos, ou at, por uma questo de tradio, no entanto, casos

    documentados de confrontos, at fsicos, entre profissionais de diversas

  • 26

    organizaes, nos mostram que a questo quem manda ainda

    assombra a maioria dos servios pblicos de emergncia.

    Portanto, fica evidente que um conceito de comando unificado precisa

    ser rapidamente incorporado pelo sistema que utiliza talentos e recursos

    das organizaes visando o melhor resultado do conjunto.

    Certamente, a partir da padronizao de condutas atravs de protocolos

    escritos, e aceitos por todas as organizaes, as controvrsias sobre

    quem est no comando sero esquecidas.

    7.5 A Administrao de Emergncias

    Todo servio de socorro e resposta a emergncias envolvendo produtos

    perigosos representa uma atividade de risco e, como tal, deve ser

    encarada profissionalmente. Por isso sugere-se a adoo de um modelo

    sistematizado de comando e controle que permita um trabalho em

    equipe, seguro e eficiente.

    Partindo-se da premissa de que todo acidente rodovirio com produto

    perigoso, tem caractersticas particulares, no entanto, existe nelas um

    fator em comum que a necessidade do planejar, organizar, dirigir

    (liderar) e controlar as aes de socorro. O desempenho dessas quatro

    funes bsicas (PODC) constitui o verdadeiro processo de trabalho

    (aes gerenciais) no local da emergncia, e considera-se que o

    responsvel pelo comando e controle da operao comporte-se como

    um administrador profissional ao desempenhar o seu papel (Chiavenato,

    1999, p. 51).

  • 27

    Portanto, na sequncia, abordaremos cada uma dessas quatro funes,

    sob a tica dos produtos perigosos e veremos que esse comando e

    controle de uma operao algo dinmico e interativo que exigir do

    responsvel um perfil de profissional dedicado, ntegro, sereno,

    disciplinado e tecnicamente muito bem preparado.

    PLANEJAMENTO: As organizaes de resposta no podem trabalhar na

    base da improvisao. O planejamento figura como a primeira das

    funes bsicas do responsvel pelo gerenciamento da resposta e

    controle do acidente, por ser exatamente aquela que serve de base para

    as demais funes. O planejamento determina antecipadamente quais

    so os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para

    alcan-los.

    ORGANIZAO: A palavra organizao significa qualquer

    empreendimento humano moldado intencionalmente para atingir

    determinados objetivos. A funo bsica da organizao se baseia em

    uma diviso de tarefas racionais para que os objetivos possam ser

    alcanados, os planos, executados e as pessoas possam trabalhar de

    forma eficiente. Os responsveis pelo comando e controle dessas

    operaes sabem que para trabalharem seguros e conseguirem atingir

    seus objetivos precisam trabalhar em equipe e de maneira lgica.

    DIREO: Definido o planejamento e estabelecida a organizao, resta ao

    responsvel fazer as coisas andarem e acontecerem. A funo bsica da

    direo (liderana) est vinculada com a ao de se relacionar com

    pessoas em todos os nveis da organizao. Liderar significa interpretar

  • 28

    os planos para os outros e dar as instrues sobre como execut-los em

    direo aos objetivos a atingir.

    CONTROLE: O controle depende do planejamento, da organizao e da

    direo para formar o processo gerencial completo. A finalidade do

    controle assegurar que os resultados daquilo que foi planejado,

    organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possvel aos objetivos

    previamente estabelecidos.

    Portanto, em termos de comando e controle em acidentes rodovirios

    envolvendo produtos perigosos, podemos resumir essas quatro funes

    da seguinte forma:

    Durante o planejamento o responsvel necessita:

    1. Fixar objetivos (saber onde se pretende chegar para se saber

    exatamente como chegar at l);

    2. Definir a estratgia de controle da emergncia (ofensiva ou defensiva);

    3. Definir um plano de ao para alcanar os objetivos pr-estabelecidos.

    Em seguida, durante a organizao, o responsvel precisa:

    1. Dividir o trabalho (dividir as tarefas que precisam ser cumpridas);

    2. Designar as pessoas (equipes de profissionais) para a execuo dessas

    tarefas;

    3. Alocar recursos e coordenar esforos para a correta execuo das

    tarefas determinadas.

    Depois, durante a direo (liderana), o responsvel precisa:

    1. Dirigir seus esforos para que as pessoas executem o plano e atinjam

    os objetivos pr-estabelecidos;

  • 29

    2. Guiar as pessoas para a ao, dando instrues claras sobre como

    executar o plano;

    3. Manter a segurana e a motivao incentivando o trabalho

    coordenado, seguro, e em equipe.

    Finalmente, durante o controle, o responsvel precisa:

    1. Avaliar o desempenho das equipes envolvidas;

    2. Corrigir aes (se necessrio);

    3. Tornar a avaliar, de forma a assegurar que os resultados daquilo que

    foi planejado, organizado e dirigido realmente atinjam os objetivos

    previamente estabelecidos.

    7.6 Aes Operacionais

    Ao conduzir o comando e controle de ocorrncias emergenciais, o

    responsvel dever se guiar pelos princpios operacionais do

    planejamento, organizao, comando e controle, segurana e uso

    racional dos meios.

    Podemos dizer que no nvel estratgico (que cabe ao responsvel pelo

    comando e controle da operao) sugere-se que o responsvel avalie a

    situao e decida se a operao ser atendida de forma ofensiva ou

    defensiva, com base no modelo gerencial das quatro aes bsicas

    (planejar, organizar, dirigir e controlar).

    J no nvel ttico (que cabe aos demais profissionais envolvidos em nvel

    gerencial), sugere-se que as tarefas sejam programadas com base numa

    srie de princpios j registrados anteriormente (princpio do

  • 30

    planejamento, da organizao, do comando e controle, da segurana e

    do uso racional dos meios).

    Em termos de produtos perigosos, podemos definir estratgia como a

    mobilizao dos recursos de uma determinada organizao visando o

    alcance de objetivos maiores, enquanto a ttica um esquema especfico

    de emprego de recursos dentro de uma estratgia geral.

    Logo, cada estratgia implica na proliferao de aes ou medidas

    tticas. A diferena entre estratgia e ttica reside basicamente nos

    seguintes aspectos: a estratgia compostas de vrias tticas

    simultneas e integradas.

    A estratgia se refere a operao como um todo, pois procura alcanar

    uma determinada finalidade (expresso global dos objetivos da

    operao), enquanto a ttica refere-se a aes especficas, pois procura

    alcanar objetivos isolados. Podemos considerar ainda que, a estratgia

    definida pelo responsvel pelo comando e controle da operao,

    enquanto a ttica partilhada com os demais gerentes ou responsveis

    por setores ou atividades (responsvel pelo controle de vazamentos,

    responsvel pela proteo contra incndio, responsvel pelo socorro de

    vtimas, etc.)

    As decises estratgicas objetivam basicamente determinar se as

    operaes se conduziro de um modo ofensivo ou defensivo.

    Operaes Ofensivas: Durante uma operao ofensiva as

    condies do acidente permitem a realizao de aes na rea

    quente. Geralmente essas aes so desenvolvidas por

  • 31

    profissionais de nvel tcnico e envolvem resgate de vtimas,

    descontaminao de profissionais, estanqueidade de vazamentos,

    conteno de produtos derramados, abatimento de vapores,

    neutralizao ou remoo de produtos perigosos, combate a

    incndios, recolhimento e transbordo de cargas, etc.).

    Operaes Defensivas: So utilizadas quando as condies do

    acidente impedem o acesso dos profissionais devido aos riscos

    potenciais existentes. Este trabalho dever ser orientado muito

    mais para aes de isolamento do local, controle de acesso

    zona contaminada, preveno de incndios, monitoramento

    ambiental, etc.

    7.7 A Rotina dos Oito Passos

    Sabe-se que existem diferentes formas de proceder no atendimento de

    uma emergncia com produtos perigosos, entretanto, para as tarefas

    operativas no local da emergncia, sugere-se um modelo denominado de

    Rotina dos Oito Passos, o qual foi desenvolvido a partir do original,

    intitulado de The 8 step process.

    No incio dos anos 80, Mike Hildebrand, Greg Noll e Jimmy Yvorra

    introduziram o conceito do Processo dos 8 Passos para administrar

    incidentes com produtos perigosos, atravs de uma publicao da IFSTA,

    intitulada: Hazardous Materials - Managing the Incident. (PYE, 2002).

    O livro amplamente utilizado por equipes de bombeiros, tcnicos em

    produtos perigosos, policiais rodovirios, policiais tticos, equipes

  • 32

    industriais de resposta em emergncias e outros profissionais que lidam

    com vazamentos e derrames de produtos qumicos perigosos.

    A rotina dos oito passos pode ser assim resumida:

    1. Controle inicial da cena de emergncia: o primeiro que chega na cena da

    emergncia deve assumir o comando da operao, estabelecer um Posto de

    Comando e iniciar o controle do local. Para isso, dever identificar a

    emergncia como sendo um acidente com produtos perigosos, avaliar seu

    alcance, e, dimensionar os meios necessrios para control-la. Dever ainda

    isolar a rea e controlar o acesso ao local do acidente, se necessrio,

    evacuando reas de risco;

    2. Identificao do problema (quais os produtos envolvidos): o responsvel

    dever identificar o tipo de produto perigoso envolvido no acidente com

    base na observao dos veculos envolvidos e suas cargas e classific-lo

    quanto aos riscos potenciais;

    3. Determinao dos riscos potenciais do acidente: o responsvel dever

    avaliar a magnitude do risco com base na estimativa de probabilidade

    (frequncia) dos acidentes e seus efeitos (severidade). De forma simples,

    o comandante da operao (sem expor-se a perigo) dever verificar o

    que acontecer se no for tomada nenhuma providncia, e, a partir da,

    determinar as primeiras aes a seguir, com base nas recomendaes no

    Manual de Emergncias da ABIQUIM;

    4. Seleo do pessoal, recursos materiais e proteo pessoal necessria

    interveno: o responsvel dever identificar os profissionais mais

    capacitados para atuarem na resposta emergncia, reunir os

  • 33

    equipamentos de proteo pessoal e demais materiais necessrios ao

    atendimento seguro da emergncia;

    5. Gerenciamento das informaes e organizao dos recursos: o

    responsvel dever gerenciar todas as informaes relativas ao acidente

    e organizar os recursos, definindo os nveis da operao e quem ser

    responsvel por cada tarefa. Dever tambm liberar o pessoal e os

    recursos materiais dispensveis. Manter os materiais e informaes

    pendentes para o controle da situao e transmitir a todos os envolvidos

    as informaes relativas ao plano de ao;

    6. Implementao do plano de ao de emergncia para controlar a

    situao: o responsvel dever dirigir a sequncia de aes para controlar

    o escape de produtos de seus contendores, atravs de aes ofensivas ou

    defensivas e controlar as aes, corrigindo possveis falhas ou desvios do

    plano de emergncia;

    7. Realizao dos procedimentos de descontaminao: o responsvel

    dever identificar o nvel exigido para a descontaminao das vtimas e

    profissionais de resposta, bem como o local mais adequado para

    execut-la. Determinar a execuo da descontaminao dos

    equipamentos e materiais utilizados e isolar os instrumentos e

    equipamentos contaminados, eliminando os descartveis;

    8. Coleta e registro dos dados e finalizao da operao: o responsvel

    dever recapitular todos os passos e aes executadas, listar e registrar

    todos os dados da ocorrncia e orientar medidas preventivas e

    educacionais para evitar a repetio do evento.

  • 34

    Finalmente, apresenta-se um resumo esquemtico de toda a proposta

    metodolgica para padronizar a forma de avaliar e responder acidentes

    rodovirios com produtos perigosos, de acordo com o nvel de atuao

    de cada pessoa dentro de sua respectiva organizao, conforme quadro

    apresentado a seguir:

    QUADRO 01. Resumo da proposta metodolgica por nveis.

    Quem? O qu? De que forma? Qual mtodo?

    Responsvel

    pelo comando

    e controle da

    operao

    Atua no

    processo

    (nvel

    estratgico)

    Maneira pela qual

    se realiza a

    operao

    Atuao

    defensiva ou

    ofensiva com

    base no modelo

    gerencial do

    PODC

    Profissionais de

    nvel gerencial

    Atuam no

    mtodo

    (nvel ttico)

    Meio ou maneira

    de proceder; forma

    de agir

    Baseados em

    princpios tticos

    Demais

    profissionais de

    nvel operativo

    Atuam na

    tcnica (nvel

    operativo)

    Jeito de executar

    ou fazer algo,

    habilidade

    Baseados na

    rotina dos oito

    passos

  • 35

    8. Como Utilizar o Sistema de Informaes

    O sistema foi concebido tendo como objetivo principal auxiliar os

    profissionais envolvidos com acidentes com produtos perigosos, como

    policiais rodovirios, bombeiros, agentes da defesa civil, funcionrios da

    FATMA, etc., principalmente logo aps o acidente, na tomada das

    primeiras aes, que so cruciais para limitar os danos.

    8.1 Acesso ao sistema

    Para acessar o sistema deve-se digitar a URL http://dnitpp.ceped.ufsc.br,

    com o que o usurio receber a tela mostrada na Figura 05.

    FIGURA 05 - Tela inicial do sistema

  • 36

    Para poder efetivamente utilizar o sistema, o usurio deve estar

    cadastrado e clicar o boto Acesso usurios, no canto superior direito da

    tela, que far com que seja exibida a tela mostrada na Figura 06. O

    usurio deve preencher os campos Usurio e Senha e clicar Acessar. Se o

    cdigo de usurio e a senha estiverem corretos, o sistema ir para a tela

    inicial, mas agora com o usurio com acesso ao sistema. Se houver algum

    erro no cdigo do usurio ou na senha, a mensagem mostrada na Figura

    07 aparecer.

    FIGURA 06 - Tela de login no sistema

  • 37

    FIGURA 07 - Mensagem de erro no acesso

    Se o usurio no se lembrar mais da sua senha, poder clicar o link voc

    esqueceu a sua senha? e neste caso visualizar a tela mostrada na Figura

    08 e poder preencher o seu nome de usurio ou seu email e clicar o

    boto Enviar nova senha por email, que uma nova senha ser enviada ao

    email cadastrado no sistema.

  • 38

    FIGURA 08 - Tela de envio de nova senha

    Uma vez que o usurio esteja logado no sistema, ter acesso s suas

    funcionalidades atravs do menu horizontal (Acidentes, Operao PP,

    Cadastros, Contatos e Relatrios), na parte inferior da faixa azul com o

    logotipo do CEPED UFSC. Um menu similar tambm existe no canto

    inferior direito da tela, na cor laranja.

    8.2 Acidente

    O primeiro item do menu, Acidente, deve ser usado para o registro de

    novo acidente com produto perigoso, para a alterao de alguma

    informao de um acidente j registrado, ou para a visualizao de

    relao de acidentes com produtos perigosos.

  • 39

    A pgina inicial a listagem dos acidentes ordenados pelo tempo,

    mostrando os acidentes mais recentes em primeiro lugar na lista (Figura

    09).

    FIGURA 09 - Tela inicial de Acidente

    8.2.1 Cadastro de um novo acidente

    Para cadastrar um novo acidente, deve-se clicar o boto Novo acidente

    da Figura 09, que far com que a tela mostrada na Figura 10 seja exibida.

    Como se pode observar na Figura 10, o formulrio de cadastramento de

    acidentes est dividido em trs blocos.

  • 40

    FIGURA 10 - Tela de cadastramento de acidente

  • 41

    O bloco superior contm as informaes essenciais para identificar e

    localizar um acidente: Rodovia, KM (quilmetro em que aconteceu o

    acidente), Sentido (norte-sul ou sul-norte, no caso da BR-101), data e

    hora do acidente e fase do dia (informao se o atendimento ser de dia

    ou de noite, muito relevante em algumas situaes de vazamento de

    carga), nome do informante do acidente e rgo a que o informante

    pertence, como por exemplo, Polcia Rodoviria Federal. Esses campos

    so de preenchimento obrigatrio.

    O bloco central do formulrio contm caractersticas do acidente e

    nenhum dos campos obrigatrio. Do lado esquerdo:

    Nome do produto perigoso transportado ou o respectivo nmero

    ONU - essa a informao mais importante, pois o produto

    determinar o tipo de providncia a ser tomada

    emergencialmente: tamanho do isolamento e eventualmente

    evacuao, tipo de vestimenta adequada para o socorro, etc.

    Classe de risco preenchido automaticamente, se o produto for

    informado;

    Quantidade total e Unidade a quantidade total de produto

    perigoso transportado;

    Condio climtica o usurio deve selecionar entre sol, chuva

    ou nublado;

    Direo do vento o usurio deve selecionar entre as opes de

    direo;

    Derramamento selecionar entre at 200 litros ( 200 l), no caso de lquidos.

  • 42

    Para informar os produtos envolvidos no acidente (Figura 11), o usurio

    deve preencher o campo Nome do Produto ou Nmero ONU. Com o

    nome do produto (ou parte dele) ou o nmero ONU informados, o

    usurio deve clicar a lupa (Figura 11-1). Uma janela ir se abrir com uma

    lista de produtos com o nome ou nmero ONU informados. O usurio

    dever selecionar um dos produtos (Figura 11-2) e clicar Selecionar

    (Figura 11-3) para adicionar o produto lista de produtos envolvidos.

    Caso o acidente tenha mais de um produto, repete-se o procedimento.

    Se o usurio quiser retirar algum produto do cadastro do acidente, basta

    clicar o produto selecionado e em seguida clicar o boto , localizado

    direita do produto (Figura 11-4).

    FIGURA 11 - Informando o produto perigoso do acidente

  • 43

    A Classe de Risco preenchida automaticamente uma vez que um

    produto tenha sido informado. Se existir mais de um produto, o campo

    preenchido com o produto de maior classe de risco. Caso no tenha

    nenhum produto selecionado ou se retire algum produto, a classe de

    risco ficar em branco e o usurio dever colocar seu valor manualmente.

    Do lado direito do bloco central existem 10 caractersticas do acidente

    que podem ser informadas, selecionando a opo adequada (No

    Informado, Sim ou No): Vazamento, Incndio, Abalroamento, Coliso,

    Capotamento, Tombamento, Exploso, Liberao de Nuvem, Acesso Fcil

    ao Veculo, Veculo Visvel da Estrada. Estas informaes so relevantes

    para determinar o tipo de equipamento e providncias necessrias para o

    atendimento ao acidente.

    Para quaisquer informaes no previstas no cadastro (ex: cor do rtulo

    de risco do produto), o usurio deve utilizar o campo chamado

    Informaes Adicionais.

    Uma vez preenchidos estes dados, o usurio deve clicar o boto Enviar. O

    envio do acidente ir salvar os dados no banco de dados, enviar email

    para as autoridades responsveis, permitir a visualizao do local do

    acidente no mapa e a emisso de um relatrio completo sobre as

    providncias a serem tomadas emergencialmente.

    Por fim, o ltimo bloco de informaes referente a pessoas e entidades

    envolvidas no acidente. Informaes do motorista, transportadora,

    nmero de ocorrncia policial e vtimas so descritas ali. Normalmente

    estas informaes so obtidas somente aps o socorro do acidente, no

  • 44

    sendo necessrio preench-las no cadastramento de um novo acidente, e

    sim posteriormente, atravs de uma alterao (edio). Alm disso,

    informaes detalhadas sobre o acidente (como vtimas) so coletadas

    pela polcia rodoviria em formulrio especfico. Uma vez que todas as

    informaes possveis sobre o acidente foram coletadas e no h mais

    nada a ser acrescentado, o usurio deve marcar a opo Relatrio

    Completo, indicando que no falta preencher mais nenhuma informao

    sobre o acidente.

    8.2.2 Edio e visualizao de dados de acidente j cadastrado

    Para selecionar um acidente para sua visualizao (Figura 09), o usurio

    pode fazer pesquisas por diferentes atributos, escrevendo no campo

    Busca a palavra ou parte da palavra que quer pesquisar. Tambm pode

    reordenar de acordo com o atributo de preferncia, clicando no nome do

    atributo. Para visualizar ou alterar os dados de um acidente basta clicar o

    acidente em questo, que seus dados sero mostrados na tela.

    A edio de um acidente bem similar ao cadastro de novo acidente,

    porm no possvel mudar alguns dados, como o quilmetro (KM) ou o

    horrio, como ilustra a Figura 12. A edio serve para complementar o

    acidente com dados obtidos posteriormente, aps ou durante o socorro.

  • 45

    FIGURA 12 - Campos desabilitados na edio do acidente.

    O acidente ter sua coordenada geogrfica no valor da coordenada

    geogrfica do quilmetro informado no cadastramento do acidente. Ao

    clicar o boto Enviar em um acidente novo, em uma edio (alterao),

    ou mesmo em uma simples visualizao, mostrada a tela de

    visualizao do local do acidente (Figura 13).

    8.2.3 Visualizao do local do acidente

    Esta tela apresenta uma figura com a rea em que ocorreu o acidente,

    informaes do entorno do local do acidente (itens cadastrados no

    sistema nesta rea: no quilmetro do acidente e at 5 quilmetros de

    distncia) e os dados para contatos de emergncia.

  • 46

    FIGURA 13 - Exemplo de tela de visualizao do local do acidente

  • 47

    A primeira informao exibida a rodovia, o quilmetro e o sentido onde

    ocorreu o acidente. Em seguida temos uma interface do Google Maps

    com a regio do acidente. A seta verde indica o centro do quilmetro

    onde ocorreu o acidente. Logo abaixo da imagem so exibidos o ponto

    de referncia e o informante, caso esses itens tenham sido cadastrados.

    Todos os produtos perigosos informados sero listados. Caso o usurio

    cadastre um acidente sem informar o produto perigoso envolvido, ser

    mostrada uma mensagem de alerta para tal fato, como pode ser visto na

    Figura 14. Em seguida apresentado o conjunto de rtulos de risco,

    mostrado na Figura 15. Se o rtulo puder ser identificado informe o

    nmero da respectiva Guia no campo assinalado com uma seta na Figura

    13, caso contrrio informe o nmero 111, que o de uma guia genrica a

    ser informada quando no h qualquer indicao sobre o produto ou o

    rtulo de risco.

    FIGURA 14 - Alerta de que nenhum produto perigoso foi informado.

  • 48

    FIGURA 15 - Conjunto de rtulos de risco

    Em seguida so exibidas duas listas. A primeira mostra a planta

    retigrfica em um raio de um quilmetro de acidente. Os itens dessa lista

    que possuem a sua localizao geogrfica cadastrada sero marcados no

    mapa. A segunda lista mostra a planta retigrfica em um raio de cinco

    quilmetros do acidente. Na parte inferior da tela so exibidos os rgos

    para contato emergencial.

    Em seguida o usurio deve clicar o boto Gerar Relatrio para obter um

    arquivo no formato PDF denominado Relatrio de Emergncia que

    mostra a rea do acidente, uma relao de contatos de emergncia e

    detalhes dos procedimentos de emergncia, obtidos das guias de

    atendimento de emergncia e da tabela de distncias do Manual da

    Abiquim.

  • 49

    8.3 Relatrios

    Esta opo do menu contempla os relatrios do sistema relacionados

    com os acidentes cadastrados. Os seguintes relatrios esto disponveis:

    TIPO RELATRIO INFORMAO DISPONVEL

    01. Acidentes por

    intervalo de Km e

    data

    Acidentes que ocorreram entre as datas e

    quilometragem selecionadas, mostrando a

    data e hora, o quilmetro, o sentido, o

    clima, a transportadora e os produtos

    envolvidos.

    02.

    Acidentes por

    produto perigoso

    Nmero de acidentes, por produto

    perigoso, que ocorreram entre as datas

    selecionadas, mostrando o nmero ONU, o

    nome do produto, a classe de risco e o

    nmero de acidentes.

    03.

    Acidentes por

    quilmetro

    Nmero de acidentes por quilmetro da

    rodovia, que ocorreram entre as datas e

    quilometragem selecionadas, mostrando o

    quilmetro, o sentido da rodovia e o

    nmero de acidentes.

    04.

    Listagem de

    rgos

    Todos os rgos cadastrados na

    quilometragem selecionada, mostrando o

    quilmetro, o sentido da rodovia, o nome

    do rgo, o tipo do rgo, o responsvel,

    telefone, a descrio do material que o

    rgo possui e a quantidade desse

    material.

    05. Listagem de

    Produtos Perigosos

    Todos os produtos perigosos cadastrados,

    mostrando o nmero ONU, a classe de

    risco, o nome, a descrio e a guia.

  • 50

    Referncias Bibliogrficas

    ARAJO, Giovanni Moraes de. Regulamentao do transporte terrestre

    de produtos perigosos/comentada. Rio de Janeiro: Ed. Giovanni Moraes

    de Arajo, 2001. 810 p.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DA INDSTRIA QUMICA (ABIQUIM). Manual

    para atendimento de emergncias com produtos perigosos: guia para as

    primeiras aes em acidentes. 6 ed. So Paulo: Departamento Tcnico,

    Comisso de Transportes, 2011. 340p.

    CASTRO, Antonio L. C. de. Glossrio de Defesa Civil: estudos de riscos e

    medicina de desastres. 3 ed. Braslia: MI, 2002. 283 p.

    CHIAVENATO, Idalberto. Administrao nos novos tempos. 2 ed. Rio de

    Janeiro: Campus, 1999.

    DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES

    (DNIT). Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenao Geral de

    Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodovirias. Manual para

    Implementao de planos de ao de emergncia para atendimento a

    sinistros envolvendo o transporte rodovirio de produtos perigosos. Rio

    de Janeiro: [s.n.], 2005, 142p. (IPR. Publ., 716).

    INTERNATIONAL FIRE SERVICE TRAINING ASSOCIATION. Hazardous

    materials for first responders. Oklahoma: IFSTA, 1995.

    OLIVEIRA, Marcos de. Emergncia com produtos perigosos: manual

    bsico para equipes de primeira resposta. Florianpolis: IOESC, 2000.

    PYE, Shirley. Managing the Hazardous Materials Incident. [S.l.]:

    Emergency Film Group, 2002.

  • 51

    ANEXO A - Mapa Rodovirio de Santa Catarina

  • 52

    ANEXO B - Telefones teis

    FATMA (Fundao de Meio Ambiente) - 0800-644-1523

    Corpo de Bombeiros 193

    Defesa Civil Estadual (48) 3244-0600 / 3271-0916

    Defesa Civil Municipal - 199

    Polcia Rodoviria Federal - 191

    Polcia Militar Rodoviria 158

    Pr-Qumica (ABIQUIM) 0800-11-8270

  • 53

    ANEXO C - Tabela de Incompatibilidade

    Fonte: http://amigonerd.net/trabalho/26061-transporte-terrestre-de-

    cargas-perigosas


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